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Page 1: Do desaparecimento do Império Romano (Século V) até o ano 1.000;  O período é pobre em novidades e a contribuição para o direito é pequena, sendo superada
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Do desaparecimento do Império Romano (Século V) até o ano 1.000;

O período é pobre em novidades e a contribuição para o direito é pequena, sendo superada rapidamente pelas produções do período que se sucede;

O início do período coincide com as primeiras tentativas de codificação da terceira fase do Império Romano, quando também ocorre a centralização das prerrogativas jurídicas e legislativas na figura do imperador;

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Os povos considerados bárbaros tomam conta de vastas porções do Império romano e há um progressivo abandono do padrão de vida protagonizado na cidade de Roma;

Há muitas deserções de romanos que abandonam o domínio romano e se integram aos territórios dominados por povos bárbaros, onde buscam a “humanidade” perdida em Roma – “vão procurar entre os bárbaros a humanidade dos romanos, pois não podem suportar mais, entre os romanos, a desumanidade dos bárbaros”;

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Os bárbaros eram povos que vivam em fuga, seja motivados pela fome, seja pelas guerras, possuindo pouca vida urbana – possuíam uma técnica avançada em metalurgia – viam o direito e a civilização romana como uma realidade avançada, mas incompatível com o seu respectivo estilo de vida;

Não há uma fusão imediata, os dois povos vivem paralelamente – há incompatibilidades culturais e religiosas – o direito aplicado também é um para cada tipo de civilização – a igreja busca a unificação em torno de um rei bárbaro, convertido ao catolicismo;

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Há regressão no período em vários aspectos: no gosto, na demografia, na infra-estrutura – as estradas vão desaparecendo e também o uso da moeda;

Cresce a violência cotidiana, as aberrações sexuais e as superstições – a vingança era comum;

O paganismo volta a crescer e há o retorno de crenças em espíritos e encantamentos das florestas;

Há o nascimento e crescimento do Islamismo;

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Convivem o direitos dos bárbaros e o direito romano bárbaro;

A lei bárbara é baseada em costumes – é uma espécie de consolidação de hábitos praticados há muito tempo;

A principal expressão é a Lei Sálica que data do ano 481 a 511 d.C – suas previsões demonstram bem de que tipo de sociedade tratava-se à época;

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A Lei Sálica trata majoritariamente de questões como o furto, o roubo, as diversas formas de violência – a forma de repressão eram os castigos, multas e indenizações, estas pagas às vítimas – os castigos eram feitos em público e em forma de espetáculos;

A Lei Sálica reflete também as desigualdades e privilégios sociais – é possível perceber a valorização do papel reprodutivo da mulher;

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É perceptível a falta de sofisticação e a prevalência de “casos especiais” de violência e proteção da propriedade;

O “Estado” vai perdendo significativamente seu espaço na regulação da vida cotidiana – as penas vão se privatizando, revestindo-se na forma de torturas e castigos;

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Os bárbaros buscavam ganhar legitimidade entre os segmentos romanizados, dispensando-lhes um direito romano “adaptado” pelos bárbaros;

Os reis bárbaros buscaram produzir coleções legais baseadas no direito romano, destinados aos segmentos romanizados;

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A mais famosa foi a Lex Romana Visigothorum (de 506 d. C), do rei visigodo Alarico – foi uma lei que teve uma considerável durabilidade e foi inspirada diretamente no Codex Theodosianus (de 438 d. C – ainda quando do domínio do Império Romano) – após a conversão dos visigodos ao catolicismo em 587 d.C., a lei passou a ter aplicação geral – foi revogada intregalmente apenas em 1250;

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Embora tenha havido cada vez mais um esforço para tornar as leis inspiradas do legado romano para todos os habitantes dos reinos, a falência do estilo de vida romano, acabou por comprometer esse intento, havendo um crescimento constante da aplicação dos costumes – também faltava conhecimento do teor, faltavam pessoas alfabetizadas, dentre outros aspectos;

Contudo, significou uma certa memorização do legado romano, que irá florescer com vigor mais adiante;

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Com redução da importância das instituições romanas, vai ocorrendo um vácuo de instituições totalizantes, que possam atuam e ocupar amplos espaços na vida social – proporcionalmente vão ganhando espaço os costumes locais, os poderes do senhores feudais e as regras da Igreja;

A Igreja vê-se ameaçada seja pelo paganismo, seja pelas religiões dos bárbaros ou mesmo por versões heréticas do cristianismo;

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A Igreja também se descentraliza e agregam-se apenas em épocas dos concílios – buscam enfrentar o paganismo;

Os penitenciais são manuais que indicam as regras a serem aplicadas em casos (pecados) particulares;

Os Concílios adquirem importância, pois passam a regular aspectos da vida em sociedade – são, a princípio descentralizados e o Papa só atua em casos controvertidos;

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Intensifica-se, nesse período, a disputa entre o poder secular e o poder eclesiástico – nenhum dos dois conseguiu impor-se, majoritariamente, aos habitantes dos respectivos reinos;

Havia uma relação de dependência entre senhores e não senhores (sistema senhorial) e entre senhores (sistema feudal – de vassalagem);

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O primeiro feudalismo do século VIII ao XI, constitui-se por pequenos reinos, comunidades praticamente autônomas – “o vassalo se entregava ao senhor num rito solene: tornava-se um homem do seu senhor (homenagem). Recebia em troca uma terra em benefício enfeudado. Jurava (tudo era feito religiosamente) lealdade)” - era uma forma de contrato, revestido de caráter religioso e sagrado – só poderia ser desfeito por diffidatio, quando um dos dois era infiel ao acertado;

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No segundo feudalismo, do ano 1050 até 1150, já há influência do direito canônico e civil fomentado dentro das universidades, convertendo-se as obrigações pessoais em objetivas;

Convive, paralelamente, uma justiça feudal e uma justiça senhorial;

Os processos eram feitos de maneira oral e o sistema de provas, quase sempre, baseados em ordálios (com áurea de magia) e assistido pelos moradores locais;

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Reuniam-se presididos por uma corte senhorial, presidida pelo senhor da região para efetuar os julgamentos – o seu resultado era tido como um pacto reconhecido pelas partes – versavam, quase sempre, sobre temas ligados a propriedade das terras;

Em caso de impossibilidade de solução pacífica dos conflitos entre os senhores, partia-se para a guerra – esta percebida também como uma espécie de ordálio;

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O direito feudal também passou a ser compilado: usos de Barcelona (1068), a Carta de Pisa (1142), os Libri Feudorum de Milão (1095-1130), dentre outros;

Em Portugal (que formou-se a partir do século XII) conviviam 4 sistemas jurisdicionais: 1) comunitário (praticado nas comunidades camponesas), 2) senhorial (advinham do poder que os senhores exerciam sobre suas propriedades, aplicavam-se aos vassalos), 3) eclesiástico (adivinha do clero em crescente importância) e 4) régio (oriundo do poder real);

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O direito medieval circulava em torno da propriedade rural;

Com o passar do tempo os direitos sobre as terras, que redundavam em obrigações dos servos para com seus senhores, vão sendo monetarizadas e transmutando-se em taxas e tributos – o servo/vassalo possuía uma ligação vitalícia com a terra;

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A posse das terras portuguesas, após a reconquista junto aos Mouros, guarda sua especificidade, pois precisavam-se compatibilizar os interesses de quem já as ocupava com os daqueles novos conquistadores: convivia uma detenção do tipo alodial (o detentor da terra é livre e presta tributos e reconhecimento a um superior), com uma detenção precária (o ocupante detém a terra em nome de um concedente) e uma detenção comunitária (terras comuns e uso comum) – o feudalismo vai avançando em Portugal à medida que o tempo passa;

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D. Fernando I (em 1375), promulgou a Lei das Sesmarias, visando recuperar terras abandonas para o domínio da Coroa – para tanto foram feitas, anteriormente, inquirições para perfazer levantamento e constatação de domínio e título;

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O Common Law é desenvolvimento das cortes reais e visava impor-se a todos, buscando aplacar os costumes locais;

O sistema é centralizado nas cortes reais, que passam a interferir em disputas locais e nas questões relativas a detenção das terras;

Os súditos deveriam dirigir-se ao rei a proteção junto à Curia Regis, que se dava mediante a concessão de um writs (equiparadas a ‘fórmulas’) – a Magna Carta de 1215 é uma reação à crescente intromissão do rei em assuntos locais (no reinado de João Sem Terra);

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O rei dizia-se dono em última instância de todas as propriedades e o senhores possuiriam apenas um domínio útil das terras;

Visando impedir arbitrariedades, que se potencializavam à medida que aumentava o poder do rei, os barões, através de uma Magna Carta, passaram a exigir precedentes para que os writs ou breves do rei pudessem ser emitidos;

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Posteriormente novos casos foram apresentando-se, exigindo ações do reinando e, como não haviam precedentes, acabavam sendo avaliados segundo critérios de equidade – os casos que excediam aos remédios tradicionais do common law, passaram a ser tema de equidade que, com o tempo, passaram a ter cortes próprias;

O direito não era ainda uma ramo específico de estudo, mas uma técnica;

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O direito inglês desenvolveu-se independente do direito canônico e anteriormente à este, baseado em precedentes – por isso ele não se romaniza;