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• Subjetivismo• Sentimentalismo

• Individualismo/Egocentrismo• Idealização• Reformismo

• Nacionalismo, patriotismo e lusofobia• Nacionalismo, patriotismo e lusofobia• Nativismo

• Escapismo psicológico• Medievalismo• Religiosidade

• Culto ao fantástico • Pessimismo• Byronismo

• Condoreirismo

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• CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO

• A vinda da família real ao Brasil a) abertura dos portos;b) fundação do Banco do Brasil;b) fundação do Banco do Brasil;c) criação dos tribunais de finanças e de justiça;d) permissão para o livre funcionamento de toda espécie de indústria;e) implantação da imprensa, veículo de difusão cultural.f) Biblioteca Real, com 60 mil volumes.

• Independência política e social.

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Gonçalves Dias (Antônio Gonçalves Dias), nasceu em Caxias, MA,em 10 de agosto de 1823, Era filho natural de João ManuelGonçalves Dias, comerciante português, natural de Trás-os-Montes,e de Vicência Ferreira, mestiça. Casado em 1825 com outra mulher,o pai levou-o consigo. Em 1838 Gonçalves Dias embarcaria paraPortugal, para prosseguir nos estudos, quando lhe faleceu o pai.Com a ajuda da madrasta pôde viajar e matricular-se no curso deDireito em Coimbra. A situação financeira da família tornou-sedifícil em Caxias, por efeito da Balaiada, e a madrasta pediu-lhedifícil em Caxias, por efeito da Balaiada, e a madrasta pediu-lheque voltasse, mas ele prosseguiu nos estudos graças ao auxílio decolegas, formando-se em 1845. Em 1851, partiu Gonçalves Diaspara o Norte em missão oficial e no intuito de desposar AnaAmélia Ferreira do Vale, de 14 anos. Frustrado, casou-se no Rio, em1852, com Olímpia Carolina da Costa. Em 10 de setembro de1864, embarcou para o Brasil no Havre no navio Ville de Boulogne,que naufragou, no Baixio de Atins, nas costas do Maranhão, sendoa única vítima do desastre, aos 41 anos de idade.

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Poesia Nacionalista

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá:As aves que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá

Minha terra tem primores,Que tais não encontro eu cá;Em cismar – sozinho à noite –Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,

Nosso céu tem mais estrelas,Nossas várzeas têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores.

Em cismar sozinho à noite,Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá

Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,Sem que eu volte para lá;Sem que desfrute os primoresQue não encontro por cá;Sem qu’inda aviste as palmeirasOnde canta o Sábia.

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Gonçalves Dias (Antônio Gonçalves Dias), nasceu em Caxias, MA,em 10 de agosto de 1823, Era filho natural de João ManuelGonçalves Dias, comerciante português, natural de Trás-os-Montes,e de Vicência Ferreira, mestiça. Casado em 1825 com outra mulher,o pai levou-o consigo. Em 1838 Gonçalves Dias embarcaria paraPortugal, para prosseguir nos estudos, quando lhe faleceu o pai.Com a ajuda da madrasta pôde viajar e matricular-se no curso deDireito em Coimbra. A situação financeira da família tornou-sedifícil em Caxias, por efeito da Balaiada, e a madrasta pediu-lhedifícil em Caxias, por efeito da Balaiada, e a madrasta pediu-lheque voltasse, mas ele prosseguiu nos estudos graças ao auxílio decolegas, formando-se em 1845. Em 1851, partiu Gonçalves Diaspara o Norte em missão oficial e no intuito de desposar AnaAmélia Ferreira do Vale, de 14 anos. Frustrado, casou-se no Rio, em1852, com Olímpia Carolina da Costa. Em 10 de setembro de1864, embarcou para o Brasil no Havre no navio Ville de Boulogne,que naufragou, no Baixio de Atins, nas costas do Maranhão, sendoa única vítima do desastre, aos 41 anos de idade.

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Poesia Indianista

Meu canto de morte,Guerreiros, ouvi:Sou filho das selvas,Nas selvas cresci;Guerreiros, descendoDa tribo tupi.

Já vi cruas brigas,De tribos imigas,E as duras fadigasDa guerra provei;Nas ondas mendacesSenti pelas faces

(...)

Enquanto descreveO giro tão breveDa vida que teve,Deixai-me viver!Da tribo tupi.

Da tribo pujante,Que agora anda errantePor fado inconstante,Guerreiros, nasci;Sou bravo, sou forte,Sou filho do Norte;Meu canto de morte,Guerreiros, ouvi.

Senti pelas facesOs silvos fugacesDos ventos que amei.Andei longes terrasLidei cruas guerras,Vaguei pelas serrasDos vis Aimoréis;Vi lutas de bravos,Vi fortes escravos!

Deixai-me viver!Não vil, não ignavo,Mas forte, mas bravo,Serei vosso escravo:Aqui virei ter.Guerreiros, não coroDo pranto que choro:Se a vida deploro, Também sei morrer.

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Poesia Lírico-Amorosa

Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,O orvalho numa flor, nos céus a estrela,No largo mar a sombra de uma vela,Que lá na extrema do horizonte assoma;

Como se ama o clarão da branca lua,

(...)Como se ama o calor e a luz querida,A harmonia, o frescor, os sons, os céus,Silêncio, e cores, e perfume, e vida,Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:

Como se ama o clarão da branca lua,Da noite na mudez os sons da flauta,As canções saudosíssimas do nauta,Quando em mole vaivém a nau flutua,

Como se ama das aves o gemido,Da noite as sombras e do dia as cores,Um céu com luzes, um jardim com flores,Um canto quase em lágrimas sumido;

Assim eu te amo, assim; mais do que podemDizer-to os lábios meus, — mais do que valeCantar a voz do trovador cansada:O que é belo, o que é justo, santo e grandeAmo em ti. — Por tudo quanto sofro,Por quanto já sofri, por quanto aindaMe resta de sofrer, por tudo eu te amo.

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Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo no dia 12 desetembro de 1831. Filho do Doutor Inácio Manuel Alvares de Azevedoe Dona Luísa Azevedo. Aos dois anos de idade, junto com sua família,muda-se para o Rio de Janeiro.Em 1836 morre seu irmão mais novo, fato que o deixou bastanteabalado. Foi aluno brilhante, estudou no colégio do professor Stoll,onde era constantemente elogiado. Em 1845 ingressou no ColégioPedro II.Em 1848, Álvares de Azevedo voltou para São Paulo e iniciou o cursoEm 1848, Álvares de Azevedo voltou para São Paulo e iniciou o cursode Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, onde passou aconviver com vários escritores românticos.Em 1852, Álvares de Azevedo adoece e abandona a faculdade, umano antes de completar o curso de Direito. Vitimado por umatuberculose e sofrendo com um tumor, Álvares de Azevedo é operado,mas não resiste.Álvares de Azevedo faleceu no dia 25 de abril de 1852, com apenas20 anos de idade.

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Se eu morresse amanhã

Se eu morresse amanhã, viria ao menosFechar meus olhos minha triste irmã;Minha mãe de saudades morreriaSe eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n'alvaAcorda a natureza mais louçã!Não me batera tanto amor no peitoSe eu morresse amanhã!Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!Que aurora de porvir e que amanhã!Eu perdera chorando essas coroasSe eu morresse amanhã!

Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devoraA ânsia de glória, o doloroso afã...A dor no peito emudecera ao menosSe eu morresse amanhã!

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2. GERAÇÃO ROMÂNTICA / ÁLVARES DE AZEVEDO

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Amemos! Quero de amorViver no teu coração!Sofrer e amar essa dorQue desmaia de paixão!Na tu’alma, em teus encantosE na tua palidez

Quero viver d’esperança,Quero tremer e sentir!Na tua cheirosa trançaQuero sonhar e dormir!

Vem, anjo, minha donzela,

AMOR

E na tua palidezE nos teus ardentes prantosSuspirar de languidez!

Quero em teus lábio beberOs teus amores do céu,Quero em teu seio morrerNo enlevo do seio teu!

Vem, anjo, minha donzela,Minha’alma, meu coração!Que noite, que noite bela!Como é doce a viração!E entre os suspiros do ventoDa noite ao mole frescor,Quero viver um momento,Morrer contigo de amor!

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Eu deixo a vida como deixa o tédioDo deserto, o poento caminheiro,- Como as horas de um longo pesadeloQue se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh’alma errante,Onde fogo insensato a consumia:Só levo uma saudade - é desses tempos

É pela virgem que sonhei. que nuncaAos lábios me encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadoraDo pálido poeta deste flores.Se viveu, foi por ti! e de esperançaDe na vida gozar de teus amores.

LEMBRANÇA DE MORRER

Só levo uma saudade - é desses temposQue amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade - é dessas sombrasQue eu sentia velar nas noites minhas.De ti, ó minha mãe, pobre coitada,Que por minha tristeza te definhas!

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,Se um suspiro nos seios treme ainda,

Beijarei a verdade santa e nua,Verei cristalizar-se o sonho amigo.Ó minha virgem dos errantes sonhos,Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitárioNa floresta dos homens esquecida,À sombra de uma cruz, e escrevam nela:Foi poeta - sonhou - e amou na vida.

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CASIMIRO DE ABREU

1839-1860

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Simpatia - é o sentimentoQue nasce num só momento,Sincero, no coração;São dois olhares acesosBem juntos, unidos, presosNuma mágica atração.

São duas almas bem gêmeasQue riem no mesmo riso,Que choram nos mesmos ais;São vozes de dois amantes,Duas liras semelhantes,Ou dois poemas iguais.

QUE É SIMPATIA – CASIMIRO DE ABREU

Numa mágica atração.

Simpatia - são dois galhosBanhados de bons orvalhosNas mangueiras do jardim;Bem longe às vezes nascidos,Mas que se juntam crescidosE que se abraçam por fim.

Ou dois poemas iguais.

Simpatia - meu anjinho,É o canto de passarinho,É o doce aroma da flor;São nuvens dum céu d'agostoÉ o que m'inspira teu rosto...Simpatia - é quase amor!

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FAGUNDES VARELA

À MEMÓRIA DE MEU FILHOMorto a 11 de dezembro de 1863

Eras na vida a pomba prediletaQue sobre um mar de angústias conduziaO ramo da esperança. — Eras a estrelaQue entre as névoas do inverno cintilava

1841-1875

Que entre as névoas do inverno cintilavaApontando o caminho ao pegureiro.Eras a messe de um dourado estio.Eras o idílio de um amor sublime.Eras a glória, — a inspiração, — a pátria,O povir de teu pai! — Ah! no entanto,Pomba, — varou-te a flecha do destino!Astro, — engoliu-te o temporal do norte!Teto, — caíste! — Crença, já não vives!

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Castro Alves nasceu na Fazenda Cabaceiras, município deMuritiba, Bahia, no dia 14 de março de 1847. Em 1854 afamília muda-se para Salvador. Seu pai, médico, foi convidadopara lecionar na Faculdade de Medicina.

Em março de 1863 conhece a atriz Eugênia Câmara, que seapresenta no Teatro Santa Isabel. Em fevereiro de 1864 seuirmão se suicida. Em março, ainda abalado ingressa naFaculdade de Direito do Recife.

Castro Alves inicia um intenso amor com Eugênia Câmara, dezanos mais velha que ele. Em 1867 partem para a Bahia, ondeela iria representar o drama “O Gonzaga” escrito por ele. Em1868 partem para o Rio de Janeiro onde conhece Machadode Assis, que o ajuda a ingressar nos meios literários.

Antônio Frederico de Castro Alves morreu em Salvador, no dia6 de julho de 1871, vitimado pela tuberculose, com apenas 24anos.

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O "Adeus" de Teresa

A vez primeira que eu fitei Teresa,Como as plantas que arrasta a correnteza,A valsa nos levou nos giros seusE amamos juntos E depois na sala"Adeus" eu disse-lhe a tremer com a fala

E ela, corando, murmurou-me: "adeus."

Passaram tempos séculos de delírioPrazeres divinais gozos do Empíreo... Mas um dia volvi aos lares meus.Partindo eu disse - "Voltarei! descansa!. . . "Ela, chorando mais que uma criança,

Ela em soluços murmurou-me: "adeus!"E ela, corando, murmurou-me: "adeus."

Uma noite entreabriu-se um reposteiro. . .E da alcova saía um cavaleiroInda beijando uma mulher sem véusEra eu Era a pálida Teresa!"Adeus" lhe disse conservando-a presa

E ela entre beijos murmurou-me: "adeus!"

Ela em soluços murmurou-me: "adeus!"

Quando voltei era o palácio em festa!E a voz dela e de um homem lá na orquestraPreenchiam de amor o azul dos céus.Entrei! Ela me olhou branca surpresa!Foi a última vez que eu vi Teresa!

E ela arquejando murmurou-me: "adeus!"

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Amar e Ser Amado

Amar e ser amado! Com que aneloCom quanto ardor este adorado sonho

Acalentei em meu delírio ardentePor essas doces noites de desvelo!

Ser amado por ti, o teu alentoA bafejar-me a abrasadora frente!Em teus olhos mirar meu pensamento,Em teus olhos mirar meu pensamento,

Sentir em mim tu’alma, ter só vidaP’ra tão puro e celeste sentimento

Ver nossas vidas quais dois mansos rios,Juntos, juntos perderem-se no oceano,

Beijar teus lábios em delírio insanoNossas almas unidas, nosso alento,

Confundido também, amante, amadoComo um anjo feliz... que pensamento!?

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Uma senhora em seu lar - Debret (1823)

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Leitor, se não tens desprezoDe vir descer às senzalas,Trocar tapetes e salasPor um alcouce cruel,Que o teu vestido bordadoVem comigo, mas ... cuidado ...Não fique no chão manchado,No chão do imundo bordel.(...)— Escrava, dá-me teu filho!

E os olhos no ar erguiaQue a voz não podia, não.

— Dá-me teu filho! repetiu frementeo senhor, de sobr'olho carregado.— Impossível!...— Que dizes, miserável?!— Perdão, senhor! perdão! meu filho dorme...Inda há pouco o embalei,

Que me roubem da vida o único bem!Apenas sabe rir é tão pequeno! Inda não sabe me chamar? TambémSenhor, vós tendes filhos... quem não tem?(...)Entram três negros possantes,Brilham punhais traiçoeiros...Rolam por terra os primeirosDa morte nas contorções.

TRAGÉDIA FAMILIAR – Castro Alves – Poesia social reflexiva

— Escrava, dá-me teu filho!Senhores, ide-lo ver:É forte, de uma raça bem provada,Havemos tudo fazer.

Assim dizia o fazendeiro, rindo,E agitava o chicote...A mãe que ouviaImóvel, pasma, doida, sem razão!À Virgem Santa pediaCom prantos por oração;

Inda há pouco o embalei, pobre inocente,Que nem sequer pressenteQue ides...— Sim, que o vou vender!— Vender?!. . . Vender meu filho?!

Senhor, por piedade, nãoVós sois bom antes do peitoMe arranqueis o coração!Por piedade, matai-me! Oh! É impossível

Da morte nas contorções.

Um momento depois a cavalgadaLevava a trote largo pela estradaA criança a chorar.Na fazenda o azorrague então se ouviaE aos golpes - uma doida respondiaCom frio gargalhar! ...

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A canção do africano

Lá na úmida senzala,Sentado na estreita sala,Junto ao braseiro, no chão,Entoa o escravo o seu canto,E ao cantar correm-lhe em prantoSaudades do seu torrão ...

De um lado, uma negra escravaOs olhos no filho crava,

"0 sol faz lá tudo em fogo,Faz em brasa toda a areia;Ninguém sabe como é beloVer de tarde a papa-ceia!

"Aquelas terras tão grandes,Tão compridas como o mar,Com suas poucas palmeirasDão vontade de pensar ...

"Lá todos vivem felizes,Os olhos no filho crava,Que tem no colo a embalar...E à meia voz lá respondeAo canto, e o filhinho esconde,Talvez pra não o escutar!

"Minha terra é lá bem longe,Das bandas de onde o sol vem;Esta terra é mais bonita,Mas à outra eu quero bem!

"Lá todos vivem felizes,Todos dançam no terreiro;A gente lá não se vendeComo aqui, só por dinheiro".

O escravo calou a fala,Porque na úmida salaO fogo estava a apagar;E a escrava acabou seu canto,Pra não acordar com o prantoO seu filhinho a sonhar!

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Era um sonho dantesco... o tombadilhoQue das luzernas avermelha o brilho.

Em sangue a se banhar.Tinir de ferros... estalar de açoite...

Legiões de homens negros como a noite,Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetasMagras crianças, cujas bocas pretas

Rega o sangue das mães:Outras moças, mas nuas e espantadas,

Presa nos elos de uma só cadeia,A multidão faminta cambaleia,

E chora e dança ali!Um de raiva delira, outro enlouquece,

Outro, que martírios embrutece,Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,E após fitando o céu que se desdobra,

Tão puro sobre o mar,Diz do fumo entre os densos nevoeiros:Outras moças, mas nuas e espantadas,

No turbilhão de espectros arrastadas,Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais ...Se o velho arqueja, se no chão resvala,

Ouvem-se gritos... o chicote estala.E voam mais e mais...

Diz do fumo entre os densos nevoeiros:"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!

Fazei-os mais dançar!..."E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .

E da ronda fantástica a serpenteFaz doudas espirais...

Qual um sonho dantesco as sombras voam!...Gritos, ais, maldições, preces ressoam!

E ri-se Satanás!...

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Sobre o poema O navio negreiro, é correto afirmar:I. Junto de Vozes d'África, o poema épico-dramático O navio negreiro integra a obra Os escravos evem a ser uma das principais realizações poéticas de Castro Alves;II. O poema O navio negreiro apresenta uma finalidade estética voltada para a exacerbaçãoromântica, cuja linguagem é pouco expressiva e voltada para a objetividade.III. Apresenta uma finalidade política e social evidente: a erradicação da escravidão no Brasil.IV. Faz uma recriação poética das cenas dramáticas do transporte de escravos no porão dos naviosnegreiros.V. Os versos apresentam referências a costumes e crenças das tribos indígenas brasileiras,V. Os versos apresentam referências a costumes e crenças das tribos indígenas brasileiras,expressando um nacionalismo guerreiro e primitivo.

a) I, II e III estão corretas.b) II e V estão corretas.c) I, III e IV estão corretas.d) Todas as alternativas estão corretas.e) I, III e V estão corretas.

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Com a chegada da Família Real Portuguesaem 1808, e o desenvolvimento da imprensa,criou-se um público leitor no Brasil, impulsionandoum grande número de publicações em folhetins,formato que permitiu o surgimento eformato que permitiu o surgimento edesenvolvimento da prosa romântica, que, aolado da poesia e do teatro, formaram toda aprodução literária romântica.

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Romance urbanoVida social das grandes cidades com intrigas amorosas.

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Joaquim Manuel de Macedo - (1820-1882)- A moreninha; O moço loiro.

José de Alencar - (1829-1877)- Cinco minutos; Senhora; Diva; Lucíola.- Cinco minutos; Senhora; Diva; Lucíola.

Manuel Antônio de Almeida - (1831-1861)- Memórias de um sargento de milícias

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Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dossalões.Tornou-se deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.Era rica e famosa.Duas opulências, que se realçavam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que serefletem, como o raio de sol no prisma do diamante.Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhantemeteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor?Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logoTinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logobuscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia.Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem oscomentos malévolos de que usam vestí-la os noveleiros.Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, quesempre a acompanhava na sociedade.Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos dasociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina.

Senhora – José de Alencar

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Romance urbano – II PARTEVida social das grandes cidades com intrigas amorosas.

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MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILICIAS (1852/1853) – Manuel Antônio de Almeida

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(FUVEST) Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa, sua pátria;aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. aqui chegando, não se sabe por proteção dequem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde temposremotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria de hortaliça,quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhejustiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal apessoado, e sobretudo era maganão³. Ao sair doTejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído juntodela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se jáesperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarceesperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarceum tremando beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo osusos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena depisadela e beliscão, com a diferença d serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinteestavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos. (ManuelAntônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias)

1algibebe: mascate, vendedor ambulante.2 saloia: aldeã das imediações de Lisboa.

3maganão: brincalhão, jovial, divertido.

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Neste excerto, o modo pelo qual é relatado o início do relacionamento entre Leonardoe Maria

a) manifesta os sentimentos antilusitanos do autor, que enfatiza a grosseria dosportugueses em oposição ao refinamento dos brasileiros.

b) revela os preconceitos sociais do autor, que retrata de maneira cômica as classespopulares, mas de maneiras respeitosa a aristocracia e o clero.populares, mas de maneiras respeitosa a aristocracia e o clero.

c) reduz as relações amorosas a seus aspetos sexuais e fisiológicos, conforme osditames do Naturalismo.

d) evidencia a brutalidade das relações inter-raciais, própria do contexto colonialescravista.

e) opõe-se ao tratamento idealizante e sentimental das relações amorosas,dominante do Romantismo.

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Romance Regionalista / AUTORES

Destaca as características de cada região; as pessoas que vivem longe das cidades, seus costumes e tradições.

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Bernardo Guimarães - (1825-1884)- O ermitão de Muquém; A escrava Isaura.

Franklin Távora - (1842-1888)- A trindade Maldita; O cabeleira; O matuto.

José de Alencar - (1829-1877)José de Alencar - (1829-1877)- O sertanejo; O gaúcho; Til; O tronco do Ipê.

Visconde de Taunay (1843-1899)– Inocência.

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Corta extensa e quase despovoada zona da parte sul-oriental davastíssima província de Mato Grosso a estrada que da Vila deSant'Ana do Paranaíba vai ter ao sitio abandonado de Camapuã.(...)Satisfeita a sede que lhe secara as fauces, e comidas umas colheresde farinha de mandioca ou de milho, adoçada com rapadura,de farinha de mandioca ou de milho, adoçada com rapadura,estira-se a fio comprido sobre os arreios desdobrados e contempladescuidoso o firmamento azul, as nuvens que se espacejam nos ares, afolhagem lustrosa e os troncos brancos das pindaíbas a copa dos ipêse as palmas dos buritis a ciciar a modo de harpas eólias, músicassem conta com o perpassar da brisa.

Inocência – Visconde de Taunay

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—Conhece Nocência? uivou Manecão com voz terrívelE de supetão tirando uma garrucha da cintura, desfechou-a à queima-roupa em Cirino.Varou a bala o corpo do infeliz e o fez baquear por terra.Dois gritos estrugiram.Um de agonia, outro de triunfo.Ficara Cirino estendido de bruços. Reunindo as forças, que se lhe escapavam com o sangue, voltou-se de costas e prorrompeu em vociferações contra o inimigo, que o contemplava sardônico.—Matador!. vil! .. sim! .. conheço Inocência... Ela é minha .. Infame! .. Mataste-me... mas mataste também a ela!... Que te fiz eu?... Deus te há de amaldiçoar... sim, meu Deus, meus Santos .. maldição sobre este assassino... Foge, foge... minha sombra há de seguir-te sempre...—Melhor, interrompeu Manecão do alto do cavalo, isso mesmo é 0 que eu quero.—Melhor, interrompeu Manecão do alto do cavalo, isso mesmo é 0 que eu quero.—Ah! queres? continuou Cirino com voz rouquejante, não é?... Pois bem!... De noite e de dia... minha alma há de estar contigo . . sempre, sempre! . . .Calou-se por um pouco e, revolvendo-se no chão, passou a mão pela testa. Lentejava-lhe dos poros o suor frio e visguento da morte.Foi seu rosto abandonando a expressão de rancor; a respiração tornou-se-lhe mais difícil—Não murmurou com pausa e gravidade, não quero morrer... assim. Devo sair desta vida... como cristão... Hei de saber perdoar... E reunindo as forças, acrescentou com unção e energia: Manecão... eu te perdôo... por Cristo... que morreu... na cruz, para nos salvar... eu te perdôo Nosso Senhor tenha pena de ti... Eu te perdôo, ouviste?

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O romance Inocência (1872), de Visconde de Taunay, é reconhecido pela crítica comouma das mais populares narrativas da Literatura Brasileira. Nessa obra, o leitor podeidentificar valores do Romantismo regionalista por meio da

a) Caracterização do modo de vida urbano como sendo perverso.b) Assimilação dos costumes do homem branco pelo caboclo.c) Reprodução do linguajar típico do interior brasileiro.d) Intervenção reflexiva do narrador protagonista.d) Intervenção reflexiva do narrador protagonista.

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Romance Indianista

Idealização do índio, que se transforma em um heróiconvivendo com o homem branco (cavaleiro medieval).

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- José de Alencar - (1829-1877)

O guarani (1857)Iracema (1865)Iracema (1865)Ubirajara (1874)

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Peri alucinado suspendeu-se aos cipós que se entrelaçavam pelosramos das árvores já cobertas de água, e com esforço desesperadocingindo o tronco da palmeira no seus braços hirtos, abalou-o até asraízes.Três vezes os seus músculos de aço, estorcendo-se, inclinaram a haste

O GUARANI – JOSÉ DE ALENCAR

Três vezes os seus músculos de aço, estorcendo-se, inclinaram a hasterobusta; e três vezes o seu corpo vergou, cedendo a retração violentada árvore, que voltava ao lugar que a natureza lhe havia marcado.(...)Ambos, árvore e homem, embalançaram-se no seio das águas: ahaste oscilou; as raízes desprenderam-se da terra já minadaprofundamente pela torrente.

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O cristão moveu o passo vacilante. De repente, entre os ramos das árvores, seus olhos viram,sentada à porta da cabana, Iracema, com o filho no regaço, e o cão a brincar Seu coração oarrojou de um ímpeto, e a alma lhe estalou nos lábios:— Iracema!. . .A triste esposa e mãe soabriu os olhos, ouvindo a voz amada. Com esforço grande, pôdeerguer o filho nos braços, e apresentá-lo ao pai, que o olhava extático em seu amor.

IRACEMA – JOSÉ DE ALENCAR

erguer o filho nos braços, e apresentá-lo ao pai, que o olhava extático em seu amor.— Recebe o filho de teu sangue. Era tempo; meus seios ingratos já não tinham alimento paradar-lhe!Pousando a criança nos braços paternos, a desventurada mãe desfaleceu, como a jetica, selhe arrancam o bulbo. O esposo viu então como a dor tinha consumido seu belo corpo; mas aformosura ainda morava nela, como o perfume na flor caída do manacá .Iracema não se ergueu mais da rede onde a pousaram os aflitos braços de Martim. O ternoesposo, em quem o amor renascera com o júbilo paterno, a cercou de carícias que encheramsua alma de alegria, mas não a puderam tornar à vida: o estame de sua flor se rompera.

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— Enterra o corpo de tua esposa ao pé do coqueiro que tu amavas. Quando o vento domar soprar nas folhas, Iracema pensará que é tua voz que fala entre seus cabelos.O doce lábio emudeceu para sempre; o último lampejo despediu-se dos olhos baços.Poti amparou o irmão na grande dor. Martim sentiu quanto um amigo verdadeiro é preciosona desventura; é como o outeiro que abriga do vendaval o tronco forte e robusto doubiratã, quando o cupim lhe broca o âmago.O camucim, que recebeu o corpo de Iracema, embebido de resinas odoríferas, foi enterradoao pé do coqueiro, à borda do rio. Martim quebrou um ramo de murta, a folha da tristeza,e deitou-o no jazigo de sua esposa.e deitou-o no jazigo de sua esposa.A jandaia pousada no olho da palmeira repetia tristemente:— Iracema!Desde então os guerreiros pitiguaras, que passavam perto da cabana abandonada eouviam ressoar a voz plangente da ave amiga, afastavam-se, com a alma cheia de tristeza,do coqueiro onde cantava a jandaia.E foi assim que um dia veio a chamar-se Ceará o rio onde crescia o coqueiro, e os camposonde serpeja o rio.

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Ao final da narrativa, Ceci decide permanecer na selva com Peri: "— Peri não pode viver junto de sua irmã na cidade dos brancos, sua irmã fica com ele no deserto, no meio da floresta." A decisão de Ceci traduz:

(A) a supremacia da cultura indígena sobre a branca europeia.(B) a capacidade de renúncia da mulher que, por amor, submete-se a intensos sacrifícios.(C) a impossibilidade de Peri habitar a cidade, entre os civilizados.(D) o entrelaçamento da civilização branca europeia e da cultura natural indígena.(D) o entrelaçamento da civilização branca europeia e da cultura natural indígena.(E) o reconhecimento de que o ambiente natural é o espaço perfeito para a realização amorosa.

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(PUC-SP) A próxima questão refere-se ao texto abaixo.

Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.

Esse trecho é o início do romance Iracema, de José de Alencar. Dele, como um todo, é possível afirmar que:

(A) Iracema é uma lenda criada por Alencar para explicar poeticamente as origens das raças indígenas da (A) Iracema é uma lenda criada por Alencar para explicar poeticamente as origens das raças indígenas da América.(B) as personagens Iracema, Martim e Moacir participam da luta fratricida entre os Tabajaras e os Pitiguaras.(C) o romance, elaborado com recursos de linguagem figurada, é considerado o exemplar mais perfeito da prosa poética na ficção romântica brasileira.(D) o nome da personagem-título é anagrama de América e essa relação caracteriza a obra como um romance histórico.(E) a palavra Iracema é o resultado da aglutinação de duas outras da língua guarani e significa “lábios de fel”.

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Romance Histórico/Político

Construção do passado colonial brasileiro, formação histórica e reflexão sobre a política nacional.

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Joaquim Manuel de Macedo - (1820-1882)- A carteira do meu tio.

José de Alencar - (1829-1877)- As minas de prata; A guerra dos mascates; Alfarrábios

Teixeira de Souza (1812-1861)Teixeira de Souza (1812-1861)- Os filhos do pescador; Tardes de um pintor

Visconde de Taunay (1843-1899)- A retirada da Laguna.

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Que império era esse é o que não posso assegurar; parecia-secom o império do Brasil, como as duas mãos de um mesmohomem (...) Vi grande parte do corpo andando de pernas parao ar, donde concluí que no tal império estava se dando o casodo mundo às avessas. Vi a impudência em pé, o servilismo decócoras, o mérito atirado nos cantos. Vi a imoralidade políticacócoras, o mérito atirado nos cantos. Vi a imoralidade políticavestida de casaca, e a honra coberta de farrapos. Vi acorrupção armada de uma espada de ouro espatifandograndes bandeiras (...) vi o predomínio do individualismosubstituindo a luta dos princípios, e o poder da ideias (...)

A carteira do meu tio – Joaquim M. Macedo