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PLANO DE PORMENOR PARA A ÁREA ENVOLVENTE (SUL) À ZONA INDUSTRIAL DE VILA VERDE

PROPOSTA DE REDEFINIÇÃO DOS LIMITES DA REN

ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................... 3 2. ENQUADRAMENTO LEGAL DO PLANO............................................................................................................ 4 3. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL E IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO ................................. 5 4. IDENTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS A EXCLUIR DA REN.................................................................................... 7 5. JUSTIFICAÇÃO DA REDEFINIÇÃO DOS LIMITES DA REN ............................................................................. 8 6. QUADRO RESUMO DAS PRETENSÕES......................................................................................................... 15

ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1 – Quadro síntese das áreas a excluir do regime da REN...........................................................................................7 Quadro 2 - Estrutura económica do concelho de Oliveira do Bairro e outras unidades geográficas de hierarquia superior

(2004) ................................................................................................................................................................................8 Quadro 3 - Sociedades sedeadas e pessoal ao serviço nas sociedades sedeadas e nas sociedades ligadas à indústria

transformadora ..................................................................................................................................................................9 Quadro 4 - Número de empresas sedeadas no concelho de Oliveira do Bairro, segundo a Classificação da Actividade

Económica (2004) ...........................................................................................................................................................10 Quadro 5 - Loteamentos industriais no concelho de Oliveira do Bairro....................................................................................12 Quadro 6 – Quadro resumo das pretensões – proposta de exclusão – áreas para satisfação das necessidades em termos

de actividades económicas .............................................................................................................................................15 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Enquadramento da área de intervenção do Plano .....................................................................................................6

ELEMENTOS ANEXOS Desenho 1 - Planta de Condicionantes – Áreas a Excluir da REN Desenho 2 - Planta de Implantação – Proposta de Redelimitação da REN

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PROPOSTA DE REDEFINIÇÃO DOS LIMITES DA REN

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1. INTRODUÇÃO

O presente documento faz parte do processo de exclusão de solos do Regime da Reserva Ecológica Nacional, desenvolvido no âmbito do Plano de Pormenor Para a Área Envolvente (Sul) à Zona Industrial de Vila Verde, no concelho de Oliveira do Bairro, cuja área de intervenção abrange uma superfície territorial de 183.676 m2. A análise desenvolvida em torno da Planta de Ordenamento do Plano Director Municipal (PDM) de Oliveira do Bairro permite inferir que a área de intervenção consignada à elaboração do Plano apresenta um zonamento que integra uma significativa superfície territorial que tem a designação de “Espaços Florestais”, assumindo esta uma expressão cartográfica conforme ao que se apresenta Extracto da Planta de Ordenamento do PDM, o que justifica per si, e face aos usos pretendidos pelo município, a elaboração do Plano de Pormenor. Acresce a este facto, a consideração de que a área de intervenção se encontra parcialmente integrada em solos que se encontram abrangidos pelo regime da Reserva Ecológica Nacional (REN), o que actua como um elemento condicionador de qualquer pretensão de ocupação compatível com os interesses de desenvolvimento já manifestados pelo município. Tendo em apreço os condicionalismos gerados pelo estatuto de protecção legal que os solos integrados neste regime observam, surge como pretensão do Município a concretização, no âmbito da proposta do Plano de Pormenor, a alteração dos usos presentemente existentes para usos compatíveis com a actividade industrial que se desenvolve já área de intervenção do Plano e na realidade territorial que se desenvolve imediatamente a Norte. Torna-se assim imperativa uma redefinição dos limites da REN do concelho, procedimento que se encontra já em curso, designadamente no âmbito da revisão do PDM do concelho, com a subsequente exclusão dos solos que se encontram actualmente integrados neste regime de protecção legal. Face ao exposto, assume-se pois como objectivo primordial do presente relatório, enquanto documento integrante do conteúdo documental do Plano de Pormenor, a sustentação dos argumentos que justificam a necessidade de exclusão destes solos do regime da REN. Não obstante o novo Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional ter sido aprovado pelo Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto, com a consequente revogação do anterior regime jurídico consagrado pelo Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março, o procedimento de exclusão de solos do regime da REN objecto do presente documento foi instruído em articulação com o disposto no n.º 2 do artigo 41º do Decreto-Lei n.º 166/2008, que prevê a sua tramitação em conformidade com o estabelecido no artigo 3º do Decreto-Lei n.º 93/90. Para além da presente memória descritiva, constituem-se igualmente enquanto elementos de suporte às pretensões de exclusão de solos do regime da REN os elementos desenhados que se apresentam em anexo ao presente documento, designadamente o desenho 1 (Planta de Condicionantes – Áreas a Excluir na REN) e o desenho 2 (Planta de Implantação – Proposta de Redelimitação da REN).

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2. ENQUADRAMENTO LEGAL DO PLANO

O PDM de Oliveira do Bairro contempla para a superfície territorial abrangida pelo presente Plano de Pormenor, ainda que não na sua totalidade, um regime de utilização que não se apresenta compatível com os usos de carácter industrial pretendidos. Esta superfície territorial encontra-se, de acordo com o PDM, afecta a usos de floresta (“Espaço Florestal”), estando igualmente integrada (ainda que não na sua totalidade) no regime jurídico da Reserva Ecológica Nacional. Face à classificação que se encontra presentemente estabelecida e às condicionantes de ordem legal que se observam, serão violados os preceitos superiormente estabelecidos neste instrumento de gestão territorial, sendo para tal necessário desencadear todos os procedimentos que se encontram consagrados na legislação em vigor, designadamente os que se apresentam directamente relacionados com a redefinição dos limites da Reserva Ecológica Nacional, a qual se encontra já em curso no âmbito da própria revisão do PDM de Oliveira do Bairro. Face ao enquadramento legal que sustenta a elaboração do Plano, este atenderá ao que se encontra estabelecido no Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na redacção que lhe é conferida pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro. O conteúdo material a formalizar apresenta-se em conformidade com o que se encontra estabelecidos nestes diplomas legais, considerando igualmente o que se encontra consignado no n.º 3 da Portaria n.º 138/2005, de 2 de Fevereiro.

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3. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL E IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

O concelho de Oliveira do Bairro apresenta-se localizado na Região Centro (NUT II) e faz parte integrante da Sub-região do Baixo Vouga (NUT III). Desta Sub-Região do Baixo Vouga faziam parte integrante, até um passado recente, doze concelhos: Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Mealhada, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos. Com as recentes alterações introduzidas ao nível da organização das NUT III, nomeadamente, a recém criada Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), o Agrupamento Baixo Vouga, integra actualmente 11 concelhos, uma vez que o município da Mealhada passou a fazer parte integrante do Agrupamento NUT III do Baixo Mondego. Com uma superfície territorial próxima dos 87 km2, o concelho de Oliveira do Bairro representa cerca de 4,8% da superfície do território da Sub-região Baixo Vouga e cerca de 0,3% da superfície territorial total abrangida pela Região Centro. Fazendo igualmente parte integrante do distrito de Aveiro, o território concelhio apresenta-se limitado, a Norte, pelo concelho de Aveiro, a Nordeste, pelo concelho de Águeda, a Sudeste, pelo concelho de Anadia, a Sul, pelo concelho de Cantanhede e, a Oeste, pelo concelho de Vagos. Numa perspectiva mais localizada em torno da área de intervenção do Plano, pode-se inferir que esta se desenvolve, na sua totalidade, em território da freguesia do Troviscal, uma das 6 freguesias do concelho de Oliveira do Bairro e abrange, como anteriormente referido, uma superfície territorial de 183.676 m2. Por força da localização que apresenta, a área de intervenção apresenta uma forte relação de proximidade com a sede de concelho, da qual dista apenas em cerca de 3 km, beneficiando, neste sentido, das acessibilidades que em torno dela se encontram já estabelecidas. De facto, uma análise orientada em torno da rede de acessibilidades existente e que serve directamente o território concelhio, permite inferir que o concelho, e por inerência a sua sede de concelho e a área de intervenção do Plano de Pormenor, apresentam uma estreita relação de proximidade com o traçado da A1/IP1, um eixo viário fundamental e que estrutura a principal ligação viária entre as cidades de Lisboa e Porto. O enquadramento espacial da área de intervenção encontra-se em conformidade com o constante da figura que seguidamente se apresenta, sendo notória a proximidade que observa relativamente a um eixo fundamental ao nível da mobilidade intra concelhia, designadamente a EM 596, uma das principais vias de atravessamento do concelho no sentido Nascente-Poente, e cujo traçado se desenvolve numa envolvente próxima, a Norte da área de intervenção do Plano.

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Figura 1 - Enquadramento da área de intervenção do Plano Para além deste eixo viário de importância municipal, a área de intervenção apresenta igualmente uma forte relação de proximidade com a A1/IP1, cujo traçado se desenvolve na envolvente imediata a Nascente da área de intervenção, conformando mesmo o seu limite Nascente, embora não se observe na envolvente imediata a existência de qualquer nó de acesso a este eixo viário estruturante. A localização observada pela área de intervenção apresenta igualmente uma forte relação de proximidade com a Zona Industrial de Vila Verde, cujo perímetro actual se desenvolve na envolvente Norte da superfície consignada à elaboração do Plano de Pormenor, com ela se apresentando confinante.

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4. IDENTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS A EXCLUIR DA REN

Tendo em observação a análise estabelecida em torno dos elementos cartográficos fornecidos pelo município para ao desenvolvimento da cartografia de base necessária à elaboração do Plano de Pormenor, pode-se inferir que os solos que se encontram integrados no regime da REN ao nível da superfície territorial abrangida pelo Plano correspondem a uma única área. A área em causa abrange uma superfície territorial total de 0,8774 ha, e corresponde à presença de um ecossistema que se encontra integralmente classificado como “Área de Máxima Infiltração”. A superfície territorial integrada neste regime de protecção legal desenvolve-se ao longo do quadrante Sudeste da área de intervenção, estando a sua delimitação em conformidade com os elementos desenhados apresentados em anexo. A identificação sumária da área que se pretende ver excluída do regime da Reserva Ecológica Nacional apresenta-se em conformidade com o que se identifica no quadro síntese seguinte.

Quadro 1 – Quadro síntese das áreas a excluir do regime da REN

Área Superfície

territorial (ha) Ecossistema (Decreto-Lei n.º

93/90, de 19 de Março) E1 0,8774 Área de Máxima Infiltração

Total 0,8774

A mancha de solos identificada (Área E1) que se pretende ver excluída do regime da REN apresenta-se localizada, como referido, no quadrante Sudeste da área de intervenção, abrangendo estando integralmente classificada como “Área de Máxima Infiltração” Os solos em causa apresentam um relevo suave, traduzindo-se numa pendente praticamente inexistente, e não observam no momento presente um regime de utilização digno de referência.

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5. JUSTIFICAÇÃO DA REDEFINIÇÃO DOS LIMITES DA REN

A necessidade de elaboração do Plano de Pormenor para a Área Envolvente (Sul) à Zona Industrial de Vila Verde, assim como a consequente exclusão da mancha de solos que se encontra presentemente integrada no regime da REN ainda em vigor no território concelhio decorre da necessidade imperativa de proceder à ampliação do actual perímetro da Zona Industrial de Vila Verde, a qual se desenvolve já na envolvente imediata a Norte da área de intervenção e se apresenta presentemente na sua fase final de ocupação. A experiência adquirida com a implementação da Zona Industrial já existente veio demonstrar que as regras previamente definidas em matéria de ocupação do solo se apresentam como uma mais valia ao nível do ordenamento dos espaços afectos a actividade industrial. Apesar da área de intervenção do Plano se desenvolver, ainda que parcialmente, em solos que se encontram afectos a usos que não se apresentam presentemente compatíveis com usos de carácter industrial, é entendimento do município que a superfície territorial em causa, dadas as dinâmicas que se observam já na envolvente imediata, e que têm vindo a contribuir para o desenvolvimento sócio-económico do concelho, se apresenta como uma área que denota fortes potencialidades para ser transformada em Espaço Industrial, assumindo e potenciando um aproveitamento efectivo e total dos equipamentos e infra-estruturas que se encontram já executadas na Zona Industrial existente e cujo perímetro se desenvolve imediatamente a Norte. A análise desenvolvida em torno da estrutura económica do concelho de Oliveira do Bairro permite sustentar que o concelho apresenta uma estrutura económica fortemente caracterizada pela presença de um tecido produtivo essencialmente baseado numa componente de indústria e de serviços, constatando-se que o número de sociedades ligadas aos sectores secundário e terciário que se encontram sedeadas no território concelhio correspondem a cerca de 98% do total de sociedades sedeadas, o que de resto se pode comprovar através da leitura da informação constante do quadro que seguidamente se apresenta.

Quadro 2 - Estrutura económica do concelho de Oliveira do Bairro e outras unidades geográficas de hierarquia superior (2004)

Unidades geográficas Oliveira do Bairro

Baixo Vouga

Região Centro

Continente

Sociedades Sedeadas (Total) 776 13298 79107 388441 Sociedades do Sector Primário (%) 1,8 2,2 3,9 2,8 Sociedades do Sector Secundário (%) 40,5 30,1 27,5 23,9 Sociedades do Sector Terciário (%) 57,7 67,6 68,6 73,4

Fonte: INE – Retrato Territorial por NUTs e Concelhos / Distritos e Ilhas (2004) Como se pode observar, o concelho de Oliveira do Bairro constitui-se como sendo, de entre as unidades geográficas consideradas, a que maior expressão assume em termos de sociedades ligadas ao sector secundário, apresentando um valor relativo da ordem dos 40,5%, valor que se distancia substancialmente

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dos registos que se observam ao nível das demais unidades geográficas consideradas. Este redireccionamento da estrutura produtiva do concelho tem vindo a ser acompanhada de forma próxima e activa por parte da Câmara Municipal, tendo-se assistido num passado recente à criação de um significativo número de localizações com apetência e dotadas das condições necessárias para a instalação de novas unidades empresariais, não apenas ligadas ao sector industrial, mas também aos sectores do comércio e serviços. Uma análise desenvolvida tendo por base o indicador pessoal ao serviço nas sociedades sedeadas no concelho de Oliveira do Bairro permite de facto sustentar que o concelho assume uma forte dependência do sector secundário, com particular observância ao nível da indústria transformadora.

Quadro 3 - Sociedades sedeadas e pessoal ao serviço nas sociedades sedeadas e nas sociedades ligadas à indústria transformadora

Unidades geográficas Oliveira do Bairro

Baixo Vouga

Região Centro

Continente

Sociedades sedeadas (Total) 776 13 298 79 107 388 441 Sociedades sedeadas – Sector Secundário (n.º)

315 4002 21754 92837

Sociedades sedeadas - Indústria Transformadora (n.º)

206 2435 10828 45369

Pessoal ao Serviço nas sociedades sedeadas (n.º)

6210 102762 492417 2665321

Pessoal ao Serviço nas sociedades sedeadas – Ind. Transformadora (n.º)

4051 55869 192529 790978

Pessoal ao Serviço nas sociedades sedeadas – Ind. Transformadora (%)

65,23% 54,37% 39,10% 29,68%

Fonte: INE – Retrato Territorial por NUTs e Concelhos / Distritos e Ilhas (2004) Os valores em análise permitem inferir que dos 6210 activos que se encontravam ao serviço das sociedades sedeadas no território concelhio cerca de 4 mil desenvolviam a sua actividade em sociedades ligadas à indústria transformadora, situação que, em termos relativos, se traduz num registo da ordem dos 65% do total de activos que se encontravam então ao serviço nas sociedades sedeadas no concelho de Oliveira do Bairro. Uma análise desenvolvida em torno do número de empresas sedeadas no concelho permite no entanto o estabelecimento de uma análise diferenciada e dotada de um nível de desagregação superior. De facto, e em conformidade com os elementos estatísticos disponibilizados pelo Município, o valor das empresas sedeadas no concelho assume um valor claramente superior ao anteriormente considerado ao nível das sociedades, assumindo-se para o concelho um registo global de 2905 empresas, referindo-se este valor a Empresas em Nome Individual e a Sociedades em Actividade. Das análises desenvolvidas com base nos elementos estatísticos constantes do quadro anterior, pode-se inferir que os valores que assumem um maior nível de significância correspondem aos registos observados em torno das empresas associadas aos ramos da Construção (25,65%) e do Comércio por Grosso e a Retalho (32,08%), as quais correspondem no seu conjunto a cerca de 58% do total de empresas sedeadas no concelho.

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Quadro 4 - Número de empresas sedeadas no concelho de Oliveira do Bairro,

segundo a Classificação da Actividade Económica (2004)

Classificação da Actividade Económica Valor Absol. (n.º)

Valor Relativo

(%) CAE A+B (Agricultura, Produção Animal, Caça, Silvicultura e Pesca)

136 4,68

CAE C (Indústrias Extractivas) 3 0,10 CAE D (Indústrias Transformadoras) 411 14,15 CAE E (Produção e Distribuição de Electricidade, Água e Gás) 0 0,00 CAE F (Construção) 745 25,65 CAE G (Comércio por Grosso e a Retalho, Reparação de Veículos Automóveis, Motociclos e de Bens de Usos Pessoa e Doméstico)

932 32,08

CAE H (Alojamento e Restauração) 207 7,13 CAE I (Transportes, Armazenagem e Comunicações) 52 1,79 CAE J (Actividades Financeiras) 43 1,48 CAE K (Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas)

236 8,12

CAE M a O (Educação, Saúde, Acção social e Outras Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais)

140 4,82

Total 2905 100,00

Fonte: Câmara Municipal de Oliveira do Bairro As empresas que se encontram directamente ligadas à indústria transformadora apenas surgem na terceira posição, com um registo absoluto de 411 empresas. Este registo corresponde a um valor relativo de 14,15%, o que não compromete de forma alguma a sua importância e a posição de liderança que este tipo de empresas detém ao nível da geração de emprego no concelho. Os dados apresentados sustentam de facto a tendência para um redireccionamento do tecido produtivo do concelho para os sectores secundário e terciário, observando-se já que o sector primário apenas assume um valor relativo da ordem dos 5 pontos percentuais, o que assume de facto uma expressão reduzida, sobretudo num concelho que já observou um claro predomínio da sua actividade centrada em torno deste sector de actividade. Como anteriormente referenciado, o concelho tem vindo a manifestar uma significativa dinâmica de crescimento e desenvolvimento do seu sector empresarial, não sendo alheio a este facto a política municipal que tem vindo a ser adoptada e implementada e da qual tem vindo a resultar a criação de zonas com apetência para a instalação de novas indústrias em todas as 6 freguesias do concelho. Acresce a este factor político, o facto do município assumir ele próprio a dinamização destas zonas industriais, uma vez que, para além de considerar os factores estratégicos em termos de localização e acessibilidades, tem vindo igualmente a assumir a criação das condições necessárias à instalação de novas empresas, designadamente através da infra-estruturação destas zonas industrias estratégicas e da prática de preços de venda bastante acessíveis e que contribuem para a minimização dos fenómenos especulativos que se encontram geralmente associados à negociação de solos considerados estratégicos para a prossecução das políticas municipais ao nível do sector empresarial. As zonas industriais em causa servem a instalação de cerca de 400 empresas, encontrando-se estas particularmente vocacionadas para a indústria cerâmica e

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metalo-mecânica, assumindo-se estas como as principais actividades geradoras de emprego ao nível do território concelho. Em termos territoriais, e de acordo com os elementos fornecidos pelo município, e referenciados a 2003, a freguesia que apresentava um maior número de empresas ligadas à indústria transformadora era a freguesia sede de concelho, Oliveira do Bairro, com cerca de 34% do total das unidades instaladas. Esta posição de liderança era secundada pela freguesia de Oiã, que, na data considerada, apresentava cerca de 33% do total de unidades existentes no concelho, não sendo a esta ocorrência alheio o facto da Zona Industrial existente nesta freguesia ser uma das que oferece melhores acessibilidades ao exterior, sobretudo pela maior proximidade a Aveiro, e também pela grande proximidade que esta zona industrial apresenta relativamente ao traçado da A1/IP1 (Nó de Acesso de Aveiro Sul), da qual dista apenas em cerca de 2 km. Todas as restantes freguesias apresentam um parque industrial manifestamente inferior ao observado nas duas freguesias anteriormente referidas, as quais, em conjunto, abrangem cerca de 67% das indústrias existentes no concelho, situação que decorre sobretudo da existência de um nível de acessibilidade mais reduzido e de dinâmicas de investimento manifestamente inferiores. A dinâmica observada ao nível da estrutura produtiva do concelho, e com particular observância ao nível da estrutura industrial, tem vindo, como anteriormente referenciado, a ser sustentada e dinamizada pelo município, na prossecução das políticas municipais estabelecidas e traduzidas no próprio Plano Director Municipal. Este instrumento de gestão territorial encontra-se presentemente em revisão, considerando já, em termos de linhas de orientação estratégica, a necessidade de assegurar a ampliação dos perímetros que se encontram presentemente afectos às zonas industriais existentes. De facto, e considerando um horizonte temporal referenciado apenas num passado recente, o município tem vindo desenvolver um significativo número de operações urbanísticas vocacionado para a criação das condições adequadas à instalação e expansão da estrutura empresarial do concelho, operações estas que decorrem das necessidades de áreas devidamente infra-estruturadas e com capacidade de atrair novos investidores e novas empresas geradoras de riqueza e emprego no território concelhio. A implementação desta política municipal, que assume uma interferência directa com o usos e ocupações do território observou, neste passado recente, a concretização de 14 loteamentos industriais, os quais de distribuem por 3 das zonas industriais já existentes no concelho, uma das quais na envolvente imediata da área de intervenção do plano, conforme se pode de resto observar no quadro seguinte. A análise desenvolvida em torno dos elementos informativos apresentados neste quadro permite sustentar que o município contribuiu num passado recente, e de forma directa, para a produção de mais de 90 hectares de áreas reservadas à instalação de novas unidades empresariais/industriais e à ampliação das unidades já existentes no território concelhio. Esta acção pode e deve ser encarada como sendo bastante significativa, uma vez que, na sua globalidade, o ordenamento e infra-estruturação destas áreas possibilitou a criação de 214 lotes e, consequentemente, a criação de condições

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para a ocorrência de um significativo reforço do parque empresarial / industrial concelhio.

Quadro 5 - Loteamentos industriais no concelho de Oliveira do Bairro

Local Ano Área (ha) Lotes criados 1992 22,641 54 1992 11,364 27 1992 10,737 13 1999 1,811 8 2000 5,258 13 2000 4,997 13 2001 0,748 2

Zona Industrial de Oiã

2003 1,532 3 Sub-total 8 Loteamentos 59,089 133

2001 3,282 13 2003 4,261 10 Zona Industrial da Palhaça 2006 7,674 16

Sub-total 3 Loteamentos 15,217 39 2002 5,568 23 2004 4,774 2 Zona Industrial de Vila Verde 2005 6,564 17

Sub-total 3 Loteamentos 16,906 42 Total 14 Loteamentos 91,212 214

Fonte: Câmara Municipal de Oliveira do Bairro Em termos locativos, a aposta tem vindo a ser centrada na Zona Industrial de Oiã, não só em termos de superfície territorial, mas também ao nível da criação de novos lotes, o que decorre de forma directa da dinâmica que esta zona industrial tem vindo a observar num passado recente e do facto desta ser a zona industrial mais antiga do concelho. De facto, esta zona industrial observou através dos diversos loteamento que em torno dela foram desenvolvidos, a criação de cerca de 59 hectares de solo ordenado para a instalação de novas unidades empresariais/industriais, correspondendo esta superfície, em termos relativos, a cerca de 65% do total das áreas criadas para este efeito ao nível do concelho. O número de lotes criado assume igual relação de grandeza, correspondendo os 133 lotes criados na Zona Industrial de Oiã a cerca de 62% do total de lotes criados nas 3 zonas industriais consideradas. As duas outras zonas industriais assumem uma relevância menor, sobretudo quando comparadas com a importância da Zona Industrial de Oiã. Não obstante, será de considerar que esta relação venha a ser alterada no curto ou médio prazo, não só pelo facto da Zona Industrial de Oiã apresentar uma capacidade limitada relativamente à criação de novos lotes, mas sobretudo pelo facto destas duas zonas, sobretudo a Zona Industrial de Vila Verde, apresentar uma estreita relação de proximidade com a sede de concelho e ter vindo a observar, num passado recente, uma crescente dinâmica de ocupação, a qual se tem vindo a traduzir na ocupação da quase totalidade dos lotes disponibilizados na Zona Industrial de Vila Verde, designadamente no sector que se apresenta localizado imediatamente a Norte da área de intervenção do Plano de Pormenor. Esta nova tendência surge já de resto traduzida nos loteamentos industriais mais recentes, que têm vindo precisamente a ser desenvolvidos nas Zonas Industriais

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da Palhaça e de Vila Verde, os quais constituem uma resposta do município a crescente procura que estas zonas industriais têm vindo a observar nos últimos anos. A ocupação que se observa ao nível da Zona Industria de Vila Verde tem de resto vindo a assumir uma dinâmica crescente, sobretudo, e como referido, no sector que se desenvolve imediatamente a Norte da área de intervenção do Plano, o qual se apresenta praticamente ocupado na sua totalidade. Em termos sumários, e face ao anteriormente exposto, o Plano de Pormenor Para a Área Envolvente (a Sul) da Zona Industrial de Vila Verde, pretende dar continuidade a esta política de solos industriais que o município tem vindo a assumir e a implementar num passado recente, revestindo a necessidade de assegurar a prossecução de um objectivo estratégico de suporte ao crescimento e desenvolvimento da estrutura empresarial do território concelhio. A prossecução deste objectivo estratégico reveste-se essencialmente na concretização de duas grandes medidas, designadamente: 1. Criação de novos ambientes industriais qualificados e dotados de condições

infraestruturais necessárias à fixação do parque industrial concelhio e à captação de investimentos novas de empresas externas ao concelho;

2. Criação de condições capazes de contribuir para uma minimização efectiva da

dispersão da estrutura industrial no território concelhio e a assumir a sua concentração em áreas devidamente ordenadas, nas quais seja possível potenciar o estabelecimento de relações de complementaridades e sinergias entre as empresas e indústrias do concelho.

Para além destes aspectos fundamentais, que traduzem a política municipal de suporte ao desenvolvimento e dinamização da estrutura económica do concelho, sobretudo em torno do parque industrial, e que conforma uma resposta às necessidades e demanda por áreas com apetência à fixação de novas unidades empresariais, será igualmente de mencionar o facto de que se encontra presentemente a decorrer o processo técnico de revisão do PDM de Oliveira do Bairro, nela se enquadrando a delimitação dos novos perímetros industrias do concelho. Esta proposta de delimitação dos novos perímetros industriais foi já objecto de pedido de pareceres a entidades externas à Câmara Municipal, tendo inclusivamente recebido parecer favorável do Ministério da Economia e da Inovação, o que conforma a viabilidade da pretensão do município relativamente à ampliação do actual perímetro da Zona Industrial de Vila Verde, ampliação essa que reveste de resto o objectivo primordial da elaboração do Plano de Pormenor. A redefinição dos limites dos solos que presentemente se encontra integrados neste regime de protecção possibilitará, no presente caso (Área E1), o enquadramento para a realização de uma operação urbanística conducente à ampliação das actuais instalações de uma estrutura empresarial que se encontra já instalada na área de intervenção, designadamente a empresa E. Leclerc. A viabilização desta operação, cujo enquadramento legal apenas se afigura possível quando precedido da exclusão da superfície territorial conformada pela Área E1, assume-se como um importante investimento da empresa no concelho, uma vez que se traduzirá, para além do incremento do negócio, na criação

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directa, num horizonte temporal de curto prazo, na criação de cerca de 200 postos de trabalho, situação que, face à actual conjuntura sócio-económica que o País atravessa, deve ser encarada como uma mais valia significativa para o concelho. A exclusão em causa possibilitará, de acordo com as pretensões do município, assegurar a ampliação do actual perímetro da zona industrial, procedendo à sua qualificação como “Espaço de Actividades Económicas”, situação que permitirá, após a entrada em vigor do Plano de Pormenor, assegurar o enquadramento legal da ampliação da unidade empresarial (E. Leclerc) que se encontra já instalada e em actividade no quadrante Nordeste da área do Plano.

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6. QUADRO RESUMO DAS PRETENSÕES

Atendidos os argumentos expostos ao longo das secções anteriormente desenvolvidas, apresenta-se no quadro seguinte uma sistematização da real afectação dos solos que se pretendem ver excluídos do regime da Reserva Ecológica Nacional, tendo em consideração os pressupostos que orientaram o desenvolvimento da proposta do Plano e que se encontra traduzida na Planta de Implantação.

Quadro 6 – Quadro resumo das pretensões – proposta de exclusão – áreas para satisfação das necessidades em termos de actividades económicas

N.º de ordem

Superfície (ha)

Tipologia REN

Fim a que se destina

Síntese da fundamentação Uso Actual Uso proposto

E1 0,8774 Área de Máxima Infiltração

Espaço de Actividades Económicas

Área necessária à ampliação de unidade empresarial preexistente

Uso florestal incipiente

Afectação a parcela destinada a usos de comércio / serviços / indústria / armazenagem

Total 0,8774

Conforme se pode constatar através da leitura dos elementos desenhados que se apresentam em anexo ao presente documento, a superfície territorial que se pretende ver excluídas deste regime de protecção legal encontram-se associadas a um único ecossistema / tipologia de REN (“Área de Máxima Infiltração”), o que se pode de resto comprovar através da informação que se apresenta sumarizada no quadro resumo apresentado, do qual consta igualmente a identificação das superfícies a excluir assim como usos futuros pretendidos. O ecossistema em causa é o constantes da REN que se encontra presentemente em vigor no território concelhio, conforme disposto no n.º 2 do artigo 43º do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto, que estabelece o regime jurídico da Reserva Ecológica Nacional, uma vez que a redelimitação da REN municipal, apesar de se encontrar presentemente em curso no âmbito da revisão do PDM, ainda não observa qualquer eficácia em termos legais. A área objecto de análise e que se pretendem ver excluída do regime da REN, encontra-se identificada. para além dos elementos gráficos constantes do presente documento, nos elementos desenhados que se apresentam em anexo, designadamente no desenho 1 (Planta de Condicionantes – Área a Excluir na REN), estando a representação dos limites da REN na sequência da proposta de redefinição apresentada em conformidade com o que se encontra representado no desenho 2 (Planta de Implantação – Proposta de Redelimitação da REN).

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ELEMENTOS ANEXOS

Desenho 1 - Planta de Condicionantes – Áreas a Excluir da REN Desenho 2 - Planta de Implantação – Proposta de Redelimitação da REN