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Prezado leitor,

Se você está lendo este texto, provavelmente, participou da edição 2010 doEncontro Técnico do Milho, que a Fundação Bahia e seus parceiros têm ahonra de promover há onze anos. Ele abre a pauta anual de eventos daFundação e mobiliza um número cada vez maior de pessoas a cada edição,representantes de todos os elos da cadeia produtiva do grão. O sucesso doEncontro Técnico do Milho, assim como o de todos os demais dias de cam-po, simpósios, congressos, encontros e outros eventos que realizamos, re-flete fielmente o interesse do público, em especial, o produtor da regiãoOeste da Bahia, em andar sempre pari passu com as tecnologias mais atuaise promissoras que a pesquisa científica nos permite. E, por associação, éao mesmo tempo causa e efeito dessa agricultura moderna e altamente pro-dutiva, hoje reconhecida e respeitada no Brasil agrícola.

Nesta revista, estão consolidadas, de forma resumida e didática, as princi-pais linhas de trabalho na área do milho que desenvolvemos na entidade eapresentamos no evento, seja em forma de artigos, compilação de palestrasou ensaios. A publicação traz, ainda, a possibilidade de conhecer as empre-sas que contribuíram com seus produtos e serviços para a realização doEncontro, e que representam, sem dúvida, as melhores opções do mercado.

Este ano, a Fundação Bahia inovou ao reestruturar o calendário produtivo dacompetição de híbridos de milho. Assim, os resultados que antes eram co-nhecidos apenas em setembro, passarão a ser abertos ao público cerca de20 dias após a colheita, em março. Foi uma adequação difícil, pois envolveuinúmeros fatores, mas trará grandes benefícios ao produtor, já que nesteperíodo ele ainda não efetuou as compras para a safra seguinte, e, com osresultados em mãos, terá mais subsídios e prazo para escolher as varieda-des que melhor atendem às suas expectativas.

O milho é um dos mais nobres alimentos. Fonte de energia para animais ehumanos, e também para máquinas, ainda que a produção de combustível apartir do grão seja controversa. Por isso, o lógico seria pensar que, com apopulação crescendo, crescessem também as áreas ocupadas com as la-vouras. Não é exatamente o que estamos vendo na nossa região, em razãoda necessidade urgente de ajustes nas políticas públicas para a comerciali-zação do cereal. Neste sentido, vale destacar o papel das nossas entidadesregionais na defesa dessas mudanças. Enquanto isso, nós, da FundaçãoBahia, nos empenhamos em garantir o melhor suporte científico ao produtor,pois acreditamos que o sucesso individual em cada propriedade torna me-lhor a região Oeste da Bahia.

Boa leitura!

Amauri Stracci - Presidente da Fundação Bahia

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EXPEDIENTE

Conselho Editorial: Ricardo S. Cruz, Murilo B. Pedrosa, MarcellaPrado, Millena Oliveira, Atenilson R. Alves e Marlo Edirceu Friedrich,Dr. Carlos Alberto R. Demant e Luciano de Andrade

Organizado por: Ricardo S. Cruz e Marcella Prado

Diagramação: Eduardo Lena (77) 3611-8811

Foto Capa: Oxente Comunicação e Eventos

Tiragem: 1.500 exemplares

Impressão: PressColor Gráficos Especializados (71) 3418-6300

Ano 1 - No 1 - 32 páginas - Luís Eduardo Magalhães/BA - Fev/2010

Presidente:Amauri Stracci

Vice-Presidente:Celito Breda/Clóvis Ceolin

Diretor Executivo:Luciano de Andrade

Pesquisas na cultura da soja:Dr. Carlos Alberto R. Demant e Ricardo S. Cruz

Pesquisas na cultura do algodão:Murilo B. Pedrosa

Pesquisas na cultura do milho:Marcella Prado

Pesquisas em manejo do café: Edmilson Figueiredo

Coordenadora CPTO:Marcella Prado e Marlo Edirceu Friedrich

ComercialRicardo S. Cruz

Boletim Técnico do Milho é uma publicação da Fundação Bahiareferente ao Dia de Campo “Encontro Técnico da Cultura do Milho2010”. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dosautores.

• Manejo de tigueras de algodão:desafios para as lavouras de mi-lho do Oeste da Bahia

Página 07

• Híbridos de Milho: ensaios paradeterminação da produtividade

Página 08

• Dessecação de manejo em mi-lho visando alta produtividade

Página 09

• A bioteconologia na cultura domilho

Página 13

• A adoção da tecnologia Bt nomilho e o futuro das sementes

Página 15

• Nidera Sementes - Além da Pro-dutividade

Página 17

• Alta população e espaçamentoreduzido em lavoura de milho

Página 19

• A estrutura da Atlântica Se-mentes

Página 21

• Vice-presidente Agricultura eTurf para a América Latina JohnDeere, visita Agrosul Máquinas emLuís Eduardo Magalhães

Página 23

• Sementes PiratasPágina 25

• Utilização do MilhoTransgênico Bt no Manejo Inte-grado de Lagartas

Página 27

• Efeito da época de semeadurapara a cultura do milho na RegiãoOeste da Bahia

Página 28

• Efeito da adubação nitrogenadae estágio de aplicação na culturado milho nos Solos do CerradoBaiano

Página 29

• O futuro começa aquiPágina 30

Fev/2010 - Ano 01 - Nº 01 Página 05

ÍNDICE

Manejo de tigueras de algodão: desafios para as lavouras de milho doOeste da Bahia......................................................................................................07

Híbridos de Milho: ensaios paradeterminação da produtividade...........................................................08

Utilização do Milho Transgênico Btno Manejo Integrado de Lagartas................................................................27

Fundação Bahia: Integração,Tecnologia e Produção............30

NOSSACAPA

Rod BR 020/242, Km 50,7 - S/N Cx. P. 853 Zona Rural Luís EduardoMagalhães-BA - Cep: 47.850-000 - Fone: (77) 3628-4241Home page: www.fundacaoba.com.br

PRAGASPRAGASMELHORAMENTOMELHORAMENTO

PESQUISAPESQUISA

MANEJOMANEJO

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Fev/2010 - Ano 01 - Nº 01 Página 07

A rotação e sucessão de culturas, quando im-plantadas de maneira planejada e eficiente consti-tuem em práticas agrícolas com efeitos positivossobre as propriedades químicas, físicas e biológi-cas do solo, imprescindíveis para a manutençãoe/ou incremento do potencial produtivo das áreasagrícolas. Também configuram como medidas im-portantes de manejo de pragas, doenças e nema-tóides de maior especificidade hospedeira, inter-rompendo assim a multiplicação e dificultando asobrevivência desses organismos na área, alémde reduzir as possibilidades de desenvolvimentode resistência aos produtos químicos através dadiminuição da pressão de seleção.

De modo particular, a cultura do algodoeiropor ser acometida por um complexo muito amploe diversificado de pragas e doenças de difícilmanejo, a rotação de culturas é de caráter obriga-tório após 3 anos de cultivo de algodão na mes-ma área/gleba, sendo esta prática amparada pelaPortaria Adab No 174/2004 para toda a Bahia. Asculturas preferenciais para rotação e sucessãoao algodão na região Oeste do Estado são: a)milho: cultivo de verão (sequeiro) e de inverno(irrigado); b) soja: apenas cultivo de verão, poisa Portaria Adab No 623/2007, que dispõe sobre oVazio Sanitário, impõe restrição a presença deplantas de soja no período de 15/agosto a 15/outubro de cada ano; c) feijão: cultivo de inver-no (irrigado); d) cobertura-verde, aproveitandoas últimas chuvas da estação.

Com a introdução do bicudo-do-algodoeiro,Anthonomus grandis (Coleoptera: Curculionidae),na região Oeste no início da década de 1990, aten-ção especial passou a ser dedicada às áreas derotação com soja e milho. Já houve histórico delavouras de algodão que passaram por até 30 apli-cações de inseticidas para bicudo quando culti-vadas próximas de lavouras de milho com presen-ça de tigueras e soqueiras não controladas, com-provando a forte influencia das áreas de rotaçãona dinâmica populacional desta praga de difícilcontrole. Esta realidade começou a mudar com aaplicação de medidas legislativas por meio de Por-tarias e Instruções Normativas Estaduais em acor-do com a Legislação Fitossanitária vigente doMAPA, além de ações estruturantes em vista aorganização do setor produtivo do algodão, pormeio de campanhas de conscientização e exten-são rural desenvolvidas pelo Programa Bicudo,iniciada na safra 2003/04 na região. No que tangea extensão rural, coube a equipe técnica dessePrograma, intensificar a parceria com consultores,produtores e suas equipes, além das empresas dedefensivos agrícolas na busca por procedimen-tos técnico-operacional, de planejamento e orga-nizacional para enfrentar o problema. Com a expe-riência acumulada pelo Programa no período de2003/04 a 2008/09, em sete municípios da região,serão apresentadas e discutidas a seguir algumasdas etapas críticas no plano de manejo de tigue-ras e sobras de soqueiras de algodão em áreas derotação com milho, e de fácil adaptação para asáreas de soja e feijão.

A) Foco no planejamento antecipado das ope-rações ® Deve-se ter em mente que as ações decombate às tigueras e sobras de soqueiras deve-rão ser realizadas durante os 12 meses do ano, de

Manejo de tigueras de algodão: desafios para aslavouras de milho do Oeste da Bahia

Marco Antonio Tamai (Doutor emEntomologia); Mônica Cagnin Martins(Fundação Bahia); Pedro Venicio Lima

Lopes (Fundação Bahia)

maneira ininterrupta, compreendendo os períodosde safra e entressafra, focando tanto as áreas dealgodão como as de rotação. A forte integraçãoentre produtores pertencentes a uma mesma mi-cro-região é imprescindível, pois ações isoladasde fazendas não conferem o impacto necessáriosobre as populações de bicudo. O estabelecimen-to de elos de confiança entre propriedades tam-bém é muito importante, sendo edificado por meioda implementação de medidas de interesse comum,sempre que se fizerem necessárias.

B) Plano de trabalho ® Deve-se prezar pelaexcelência no plano técnico, o que aumenta con-sideravelmente as chances de sucesso. Para tan-to, é necessário prever e prover recursos e meiospara o cumprimento com primazia de todas asetapas do plano, como produtos, máquinas epessoal, para que todas as operações possamser conduzidas da maneira correta e no momentocerto, sem atrasos. Situações incomuns precisamser contempladas no plano técnico, para que afazenda possa agir de maneira rápida e precisaaos novos desafios que se apresentam. É impres-cindível que a fazenda seja capaz de se anteciparàs situações potenciais, além de elaborar meca-nismos que possam mensurar o impacto das me-didas do plano.

C) Ações múltiplas para as áreas de rotação ®O plano técnico-operacional deverá contemplar,no mínimo, as seguintes etapas e/ou operações:

c1) Eliminação de soqueiras do algodão: Re-alizar dentro do prazo legal (até 31/agosto);

c2) Condução de operações de repasse: Quan-tas vezes forem necessárias em vista à elimina-ção total das sobras de soqueiras remanescen-tes, e tigueras. Pode-se adotar o método químico(herbicidas), mecânico (implementos de disco)ou manual (enxada);

c3) Implantação da cultura de rotação no lim-po: As etapas anteriores possibilitam a implanta-ção da cultura de rotação na ausência de sobrasde soqueiras, principalmente, que são de difícilcontrole. O manejo das tigueras deverá ser inici-ado antes da semeadura;

c4) Implantação adequada da cultura de rota-ção: Utilizar cultivares adaptados às condiçõeslocais de cultivo, prezar pela excelência na seme-adura e condução da lavoura (população, adu-bação, irrigação, combate de pragas e doenças,etc) para que a cultura possa desenvolver rápidae vigorosamente, suprimindo/inibindo o desen-volvimento das plantas de algodão;

c5) Manejo herbicida: Ampliar o foco da ope-ração às plantas tigueras e sobras de soqueiras,e não somente as plantas daninhas tradicionais.É imprescindível que seja realizado em diversasetapas: dessecação, pós-emergência, jato dirigi-do, dessecação contínua das bordas dos carrea-dores/talhões, e se necessário, na pré-colheitano caso da soja. O “time” das aplicações é con-dicionante para a obtenção de sucesso no mane-jo das plantas de algodão, assim como o princí-pio ativo, a eficiência e dose dos herbicidas e atecnologia de aplicação;

c6) Monitoramento contínuo: A cultura de ro-tação precisa ser vistoriada continuamente pelaequipe de monitores da fazenda, para levanta-mento de informações para subsidiar medidas decontrole, tais como: locais com falhas de semea-dura; locais com sobras de soqueiras e focos detigueras; densidade e estágio de desenvolvimen-to das tigueras e soqueiras; presença de bicudoe outras pragas e doenças;

c7) Eliminação de sobras de soqueiras e ti-güeras: Operação contínua, para todos os locaisque forem necessários. Muito dependente do tra-balho dos monitores;

c8) Tubo mata bicudo: A instalação deve serfeita ao redor dos talhões de rotação, previamen-te a colheita, com intuito de atrair e controlar osbicudos adultos que estarão migrando em dire-ção às lavouras de algodão da propriedade oude vizinhos;

c9) Colheita rápida: Deverá ser iniciada tão logoa cultura de rotação tenha condições. Isso por-que, a partir do momento em que a cultura entra emsenescência, as tigüeras remanescentes da áreaintensificam muito rapidamente seu desenvolvi-mento e emissão de botões-florais, conferindo con-dições para um aumento na população de bicudono local. Lavouras com excesso de tigüeras e bicu-do precisam ter a colheita antecipada;

c10) Manejo dos restos culturais: Realizar con-comitantemente a colheita da área de rotação, oulogo após sua conclusão. Normalmente é feitapor meio de dessecação com adição de insetici-da para bicudo;

c11) Manter comunicação permanente com osvizinhos: Imprescindível para assegurar laços deconfiança mútua entre as propriedades, além deevitar equívocos na interpretação de situações;

c12) Informar o plano de manejo aos técnicosda ADAB: Evitar equívocos na interpretação desituações;

c13) Brachiaria spp. em Sistema Santa Fé:Quando implantado de maneira correta, se tornauma prática muito eficiente na supressão das ti-güeras e soqueiras remanescentes nas áreas demilho. Diversas fazendas estão adotando comsucesso esta prática na região Oeste.

Como apresentado, o manejo das plantas dealgodão em áreas de sucessão e rotação impõeum desafio muito grande às fazendas. Progressi-vamente, estas estão aprimorando seus procedi-mentos e sua técnica, e assim contribuindo parauma menor infestação do bicudo em toda a re-gião. Esta comprovação é possível em consultaa mais de 5.000 páginas de relatório gerados peloPrograma Bicudo nos últimos três anos, cobrin-do 9 importantes regiões agrícolas que cultiva-ram juntas 185 mil hectares de algodão e 70 milhectares de soja e milho em rotação/sucessão aoalgodão na safra 2008/09, sendo elas: Coaceral,Placas & Bela Vista, Ouro Verde & Estrondo, Es-trada-do-Café & Anel da Soja, Alto Horizonte &Itograss, Paraíso-Warpol-Timbaúba-Sementec,Roda Velha, Distrito de Roda Velha & Roda Ve-lha de Baixo e Linhas Ventura-Mizote-Acalanto.

É necessário mencionar também que as fa-zendas e suas equipes precisam estar em buscacontínua pela excelência nas ações de manejodas tigüeras e soqueiras de algodão, por meio daincorporação de novas tecnologias, reavaliaçãodos resultados da safra (acertos e erros), treina-mento e formação de equipes e valorização deseu recurso humano. Por fim, os autores agrade-cem aos técnicos que estão e estiveram à frentedas ações do Programa Bicudo no período de2004 à 2009, e que muito contribuíram para a ge-ração, compreensão e aplicação na região dasinformações apresentadas neste texto, sendo eles:Alex R. Silva, Diego P. Souza, Dikson P. Souza,Eilson Santos, Genivaldo B. Santos, Josafá N.Santos, Lind Berg G. Pinto, Luciana A. Porazzi,Marcelo P. Ferreira, Patrícia B. Alves, Paulo E.R.Prado e Ravi R.M. França.

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Fev/2010 - Ano 01 - Nº 01 Página 08

Considerada a principal fronteira agrícolado estado, a região Oeste da Bahia desta-ca-se no Brasil na produção de diversasculturas, sendo sua matriz produtiva com-posta basicamente de grãos e fibras. En-tre os grãos destaca-se o milho, terceiracultura em área plantada na região, o qualestá inserido no sistema de produção prin-cipalmente por ser uma das alternativasmais viáveis para a rotação de culturas,além de ser uma das fontes de alimentoenergético para a produção de proteínaanimal.Na safra passada (2008/2009) o milho ocu-pou uma área de 180 mil hectares tendosido obtido uma das maiores médias deprodutividade já alcançadas nos últimostempos para a cultura na região, 8.100 kg/ha (Figura 1). Apesar desses dados, naprimeira estimativa realizada para a safra2009/2010, foi previsto redução da áreacultivada em torno de 5,6% em função dascircunstâncias desfavoráveis de merca-do onde os preços deste cereal estiveramabaixo do mínimo estipulado pelo gover-no federal, assim como, redução da pro-dutividade média em 7,4% (Aiba, 2009).

Figura 1. Evolução da área cultivada e produtividade dacultura do milho na região oeste da Bahia (Fonte:AIBA, 2009)* 1ª estimativa

A Fundação de Apoio à Pesquisa e De-senvolvimento do Oeste da Bahia - Fun-dação BA, visando promover a sustenta-bilidade da cultura do milho vem buscan-do em parcerias com as empresas que co-mercializam sementes deste cereal na re-gião suprir a crescente demanda por in-formações em função do aumento da áreacultivada e padrão tecnológico utilizados,através da identificação de materiais quemelhor se adaptem as condições edafocli-máticas e da transferência das informaçõespara o produtor da região.Essas parcerias resultaram ao longo dos12 anos de existência da Fundação BA no

Híbridos de Milho: ensaios para determinação daprodutividade

Pedro V. L. Lopes1; Mônica C. Mar-tins1, Marco A. Tamai2

1Pesquisadores - Fundação Bahia2Doutor em entomologia

desenvolvimento de “Ensaios de com-petição de híbridos de milho convencio-nal” e nesta safra 2009/2010 será condu-zido também “Ensaios de competição dehíbridos de milho Bt”. Os ensaios sãoconduzidos nas diversas regiões produ-toras as quais são definidas em comumacordo com as empresas parceiras, quedisponibilizam os materiais do seu por-tfólio para serem avaliados. Durante acondução dos ensaios é promovido um“Dia de Campo” onde cada empresa tema oportunidade de mostrar ao produtorseu material. Após a cultura ter comple-tado seu ciclo os materiais são colhidos,é determinada a produtividade de cadagenótipo e os resultados são divulgadosem forma de “Comunicado Técnico”, ser-vindo para o produtor da região de parâ-metro na identificação dos híbridos quemelhor se comportaram nos diversosambientes e manejo submetidos.

A escolha de genótipos de milhoadaptados às condições específicas lo-cais é de fundamental importância para osucesso da cultura, sendo bastante vari-ável e dependente principalmente dascaracterísticas climáticas de cada região,possibilitando a cada genótipo expres-sar o seu máximo potencial produtivo. Deacordo com Fancelli (2007) a espécie Zeamays é considerada uma das plantas maisbem dotada fisiologicamente e com ele-vada capacidade produtiva, porém a ma-nifestação destes atributos depende dascondições presentes no ambiente de pro-dução. Esse fato exige da pesquisa a ava-liação contínua de genótipos comerciaise pré-comerciais em vários ambientes esistemas de produção, uma vez que osgenótipos podem apresentar respostasdiferentes aos referidos fatores, reduzin-do os riscos que a cultura proporcionaao agricultor. Diante desses fatos o pro-dutor deve buscar no mercado genóti-pos de milho com alta capacidade produ-tiva e que sejam adaptados a sua região,podendo utilizar para isso, os resultadosobtidos nos ensaios de competição.

Nesta safra a Fundação BA esta-rá conduzindo pela primeira vez um en-saio em que se faz uso da tecnologia domilho Bt, uma variedade geneticamentemodificada (transgênica) resistente a in-setos. Segundo pesquisadores da Embra-pa Milho e Sorgo no seu primeiro ano deuso dessa tecnologia esses genótiposmostraram um aumento de 15 a 20% naprodutividade. No entanto, cuidados de-vem ser tomados ao se cultivar o milhoBt com o convencional. De acordo comestudos realizados, o fluxo gênico no mi-lho é possível e exige estratégias especí-ficas para permitir a coexistência segura

entre duas variedades que se deseja man-ter puras. Essas estratégias de coexistên-cia vêm sendo utilizadas pelos melhoris-tas de milho desde 1920, quando se ini-ciou o uso do milho híbrido (Purcino et.al., 2008). Essa questão da coexistênciado milho transgênico com o não-transgê-nico não é novidade para a ciência oupara a cadeia produtiva do milho. Trata-se de um conjunto de práticas agrícolasque permite aos agricultores a produçãode grãos convencionais, transgênicos, or-gânicos ou outros, de acordo com os pa-drões de pureza exigidos pela lei.No Brasil, a Comissão Técnica Nacionalde Biossegurança (CTNBio) determinouregras para garantir a coexistência entrecultivos transgênicos e não-transgêni-cos. A adoção e práticas dessas regrassão fundamentais para preservar a liber-dade de escolha dos produtores, tantopelo milho convencional quanto pelo mi-lho transgênico. Segundo Purcino et. al.(2008), em distâncias maiores que 50metros, a taxa de cruzamento varia de0,51% a 0,02%, apresentando-se muitoabaixo da taxa limite exigida pela lei brasi-leira, que é de 1,0%, uma vez que, a pre-sença de transgênicos acima desse per-centual obriga o produto a ser rotuladocomo transgênico. Mesmo assim e visan-do uma maior segurança para todos aCTNBio definiu normas de coexistênciamais rigorosas, que exigem isolamento de100 metros, ou 20 metros contendo 10 fi-leiras de milho não-transgênico, que im-pedem a dispersão do pólen do milhogeneticamente modificado.

Neste contexto de milhos trans-gênicos e não-transgênicos, cada produ-tor deve se organizar e planejar, pois tema sua disposição mais uma ferramenta quepode ser inserida no sistema produtivovisando pelo menos a manutenção dopotencial produtivo, diminuição dos cus-tos e benefícios ao meio ambiente, porémé necessário cumprir as normas pré-esta-belecidas, uma vez que, a cultura do mi-lho é um importante componente da ma-triz produtiva do oeste baiano.

Dia de Campo de Milho

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Dentre os fatores que podem contribuir nointuito de maximizar o potencial produtivo dacultura do milho, dois aspectos merecem aten-ção especial. O primeiro relacionado ao enfoquemultidisciplinar que o alcance deste objetivodemanda; o segundo é o fato de que não bastaproceder de forma eficiente com relação às reco-mendações fitossanitárias para a cultura, mas épreciso que as medidas sejam implementadas nomomento adequado.

Com relação ao manejo de plantas daninhas,sabe-se que o período crítico de prevenção deinterferência (PCPI) na cultura do milho, isto é, afase do ciclo em que a convivência das plantasdaninhas com a cultura afeta diretamente o po-tencial produtivo da lavoura inicia-se por voltade 11 a 20 dias após a emergência e vai até 40 a 45dias após a emergência. Este período é normal-mente observado para as condições observadasdurante o cultivo de verão, onde, em função daagressividade da comunidade infestante, é ne-cessário o controle contínuo durante todo o PCPI.O atraso na implementação de medidas de con-trole após o início do PCPI acarreta reduções naprodutividade, e estas são tão maiores quantomaior for o atraso para o início do controle.

No caso do milho “safrinha”, ainda há a ne-cessidade de se atentar para a possibilidade deocorrência de carryover, ou seja, do efeito resi-dual de herbicidas aplicados na safra de verãoafetarem o desenvolvimento do milho, tais comoo imazaquin, imazethapyr, fomesafen e diclosu-lam. Maiores problemas na “safrinha” são ob-servados quando ocorrem escapes da safra deverão ou quando a sementeira que emerge apósa colheita de verão não é adequadamente con-trolada. Em função da menor temperatura, preci-pitação e alternância de temperaturas, a emer-gência de plantas daninhas na “safrinha” é nor-malmente menor do que no verão e constituídapredominantemente por espécies de folhas lar-gas. Em função da menor infestação e do desen-volvimento mais lento das mesmas, é possívelque se estabeleça uma situação tal que o con-trole possa ser feito por um período mais curtodo que no verão, e, eventualmente, por meio deum único controle pontual durante o ciclo dacultura. Esta possibilidade tem se tornado aindamais atraente com o surgimento de novos herbi-cidas seletivos para o milho para utilização empós-emergência. Uma outra implicação da infes-tação menos agressiva da “safrinha” é a possi-bilidade de uso de doses reduzidas de herbici-das. Para a definição das doses, no entanto, deve-se levar em conta que a falta de controle ade-quado na “safrinha” implica na possibilidade deaumento das infestações nas lavouras em su-

Dessecação de manejo em milho visando altaprodutividade

(Núcleo de Estudos Avançados em Ciênciadas Plantas Daninhas – Departamento de

Agronomia - Universidade Estadual deMaringá

cessão.Os maiores efeitos negativos sobre o poten-

cial de produção são observados quando a emer-gência das plantas daninhas ocorre antes ou si-multaneamente à emergência da cultura. Este fatoindica que um programa de manejo de invasorasna cultura do milho deve ser iniciado já por oca-sião da dessecação de manejo que antecede asemeadura, nas áreas de semeadura direta. Tra-balhos conduzidos em diversos locais do Brasiltêm evidenciado que em áreas de grande cober-tura do solo pela massa vegetal, a utilização dosistema “Aplique-Plante” pode afetar a produti-vidade do milho. Por outro lado, o manejo ante-cipado (utilização de um herbicida sistêmico deamplo espectro 15 a 20 dias antes da semeadura,seguida de uma segunda aplicação de um herbi-cida de contato imediatamente antes da semea-dura) pode maximizar o potencial produtivo domilho. Este sistema de manejo implica ainda emdois fatores decisivos para o estabelecimentode uma cultura vigorosa e de alto poder compe-titivo com as infestantes: a dessecação eficientejá na semeadura favorece o desenvolvimentoinicial da cultura e a menor emergência de plan-tas daninhas durante o ciclo da cultura implicaem uma maior facilidade do controle em pós-emer-gência da cultura, independente do método aser adotado. Embora do ponto de vista técnico omanejo seqüencial seja o mais desejável em áre-as com grande cobertura vegetal, do ponto devista prático há resistência por parte de muitosagricultores em realizarem duas aplicações demanejo, tanto pela questão de custo/logísticaquanto pela questão de tempo, tendo em vista anecessidade de espera entre a primeira e a se-gunda aplicação.

Trabalhos têm demonstrado que quando amorte da cobertura vegetal é acelerada, as con-dições para o desenvolvimento inicial da culturasão melhores. Desta forma, em áreas de plantiodireto com grande cobertura vegetal é necessá-rio desenvolver alternativas de manejo que pro-movam a morte rápida das plantas preferencial-mente com uma única aplicação. A aceleração damorte da cobertura vegetal no manejo diminuios problemas de perda de produtividade obser-vados em áreas de plantio direto onde a semea-dura é feita logo após a dessecação; no entanto,se a cobertura vegetal for muito grande, a acele-ração da morte diminuirá as perdas, mas não aseliminará.

Experimentos conduzidos pelo Departamen-to de Agronomia da Universidade Estadual deMaringá, em conjunto com a COAMO e COPA-COL demonstram que a tendência é de que quan-to menor o período entre a dessecação das plan-tas daninhas e a semeadura, maiores foram asreduções de produtividade nas culturas de sojae milho. Nestes experimentos, comparou-se des-

secações seqüenciais iniciadas 20 dias antes dasemeadura com dessecações realizadas 7 diasantes da semeadura e dessecações realizadasno dia da semeadura (sistema aplique-plante).Em todos os casos, a cobertura do solo pelasinfestantes no momento das aplicações situa-va-se entre 60 e 100%.

Para os trabalhos conduzidos dentro das es-tações experimentais das duas cooperativas, ve-rificou-se que a dessecação 20 dias antes resul-tou num aumento da produtividade do milho de10,9 sacos/ha e 18,5 sacos/ha a mais a favor dadessecação realizada 20 dias antes da semeadu-ra. Conclui-se, desta forma, que o milho que emer-giu e teve o seu desenvolvimento inicial em meioà cobertura vegetal não totalmente dessecada(sistemas aplique-plante e 7 dias antes da semea-dura) teve sua produtividade reduzida.

Todos os sistemas testados acabam atingin-do bons níveis de controle das infestantes com odecorrer do tempo. A diferença básica entre elesestá principalmente na velocidade de desseca-ção da biomassa das plantas daninhas, o que,por sua vez, implica no grau de cobertura do solono momento da emergência da cultura e no seudesenvolvimento inicial. Assim, para os siste-mas de dessecação 7 dias antes e aplique-planteo milho emergiu e se desenvolveu inicialmentesob intenso sombreamento, e mesmo estes siste-mas atingindo uma boa dessecação aos 14 diasapós a semeadura, as plantas daninhas ainda con-tinuavam “em pé” e sombreando o milho. O pri-meiro resultado deste fato foi o aparecimento declorose e estiolamento das culturas, retardandoo desenvolvimento e culminando com menoresprodutividades. Para a dessecação 20 dias antes,já no momento da semeadura, o nível de controleera elevado e as plantas daninhas estavam tom-badas rente ao solo, não interferindo no desen-volvimento da cultura.

Deve-se considerar, é claro, que, além dosombreamento inicial das culturas, existem ou-tros fatores como a demanda de nitrogênio pe-los microrganismos decompositores, efeitos ale-lopáticos e outros aspectos que ainda deverãoser estudados e esclarecidos, para melhor expli-car estas quedas de produtividade e, com isto,evitá-las. Mas, pode-se dizer que, quanto maiora cobertura do solo, implicando em elevada mas-sa verde, maior será o prejuízo se a semeadurafor realizada pouco tempo após a dessecação.Já em áreas de baixa infestação, com pouca co-bertura do solo, a semeadura poderá ser feitologo após a operação de dessecação, sem pre-juízo da produtividade.

* Jamil Constantin; Rubem Silvério deOliveira Jr.

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Fev/2010 - Ano 01 - Nº 01 Página 13

A planta de milho de hoje é muitodiferente da planta que lhe deu ori-gem. Desde o início de seu cultivo osindios pré-colombiano ja separavamas melhores espigas para plantar asafra seguinte. Com isso foram sele-cionadas diversas variedades e raçasde milho. Relatos da agriculturaAmericana mostra que de meados de1865 a 1930 as sementes de milhoproduzida atraves de polinizaçãoaberta tinham rendimentos entre 1000e 2000 kg/ha. A partir de 1935 os hi-bridos duplos aumentaram a mediaprodutiva próxima aos 3000 kg/ha.Em 1965 surgem os primeiros hibri-dos simples e a produtividade chegaaos incriveis 8.000 kg/ha no final dosanos 90. A genética passou a desen-volver novos híbridos e a tecnologiano campo agregou outras técnicaspara maximizar a produção destecereal. Na década de 70, na chama-da revolução verde, os insumos agrí-colas como os fertilizantes e pestici-das foram os responsáveis por mini-mizar os danos na cultura causadapor insetos e plantas daninhas. Sur-ge então uma agricultura mecaniza-da onde a qualidade da semente car-rega um potencial genético que podeser maximizado pelas novas práticasagrícolas. A agricultura modernatransformou a paisagem. O resulta-do desta simplificação foi uma neces-sidade de constantes intervençõeshumanas. Surge então os primeirossinais de poluição ambiental e resis-tência de organismos como pragas eervas. Em 1996 a biotecnologia mar-ca uma nova recolução agrícola e omilho YieldGard® vem como umanova alternativa na produção de mi-lho. Hoje esta tecnologia esta presen-te em 25 países dos 5 continentes.Ao longo destes 12 anos de cultivocomercial com milho geneticamentemodificado foi comprovada a segu-rança alimentar do milho YieldGard®

e do milho tolerante a herbicidas abase de glifosato o Milho RoundupReady 2™. As sementes de milho Yi-eldGard® possuem uma proteina re-tirada de uma bacteria (Bacillus thu-ringiensis) que é encontrada no solo

A bioteconologia na cultura do milhoe é usada para controlar as lagartasdo milho. Os inseticidas microbianos,a base desta bactéria, tem sido utili-zado na agricultura desde 1950, prin-cipalmente em culturas orgânicas. Oseculo 21 traz a humanidade o gran-de desafio de alimentar quase 8 bi-lhões de cidadãos no mundo atravésde uma agricultura sustentável, me-nos impactante. Em junho de 2009 ao Conselho Regulatório da UniãoEuropéia anunciou que o EFSA (Eu-ropean Food Safety Authority) publi-cou parecer científico favorável so-bre a biosegurança dos milhos gene-ticamente modificados YieldGard® eRoundup Ready 2™. A biotecnolo-gia sozinha não vai solucionar estaquestão, mas vai possibilitar incre-mentar a produção mundial usandomenos recursos naturais e preservan-do mais o meio ambiente. A tecnolo-gia Yieldgard® é um novo capítulo nahistória do milho que possui mais de8.000 anos de páginas escritas. En-tre os benefíciosdesta tecnologia es-tão o aumento na bi-odiversidade verti-cal, a redução deerosão e assorea-mento através doplantio direto com aTecnologia MilhoRoundup Ready2™, a redução naexposição a produ-tos químicos de mai-or toxicidade no con-trole de pragas eplantas daninhas,redução no custo deprodução e aumen-to na produtividade.Um tema pouco dis-cutido, mas bastan-te estudado, é a con-centração de micotoxinas nos produ-tos originários de milho YieldGard®.As micotoxinas são responsáveis pordiversos danos a saúde humana comocâncer hepático, doenças pulmona-res e hemorragias causando a mortede seres humanos e animais. O mi-lho YieldGard® possui valores ate95% menores de fumosina e ate 50%menos de aflotoxina.

De 1996 a 2004 o benefício dacultura de milho geneticamente mo-dificado, seja pela tolerancia a herbi-cidas a base de glifosato ou a tole-rância ao ataque de insetos-pragatrouxe um beneficio direto aos agri-cultores de U$ 2,5 bilhões de dóla-res. A tecnologia YieldGard®, com-provada a campo pelos agricultores,tem diversos impactos na agriculturacomercial entre eles: a redução nosprejuizos causados pelas pragas-alvo;um incremento na produtividade; re-dução no numero de aplicações deinseticidas economizando água, com-bustível e reduzindo a emissão depoluentes; menor uso de máquinas emão-de-obra, diminuindo os custosdiretos e disponibilizado os equipa-mentos para outras operações nocampo; produção de grãos de melhorqualidade com a redução de micoto-xinas e, melhoria na qualidade do meioambiente seja pela menor aplicaçãode produtos quimicos ou redução da

toxicidade dos pro-dutos utilizados.

O milho Yield-Gard® foi aprovadono Brasil em agostode 2007 e o milhoRoundup Ready 2™em dezembro de2008. No verão de2007/2008 tivemosoficialmente a pri-meira área comerci-al de milho Yield-Gard® plantada noBrasil. Produzirmais utilizando me-nos recursos natu-rais, reduzir o im-pacto ambientalcom segurança ali-mentar faz parte docompromisso da

AGROESTE para melhorar a vidados agricultores. Além dos benefí-cios da redução no uso de produtosquimicos a tecnologia YieldGard®trouxe um incremento em produtivi-dade permitindo que os agricultoresestabelecessem um novo patamarde produtividade.

* Gerente Técnico - Biotecnologia Milho

João Alberto de Oliveira Jr.Monsanto do Brasil Ltda.

O século 21 traz ahumanidade o

grande desafio dealimentar quase 8

bilhões decidadãos no

mundo através deuma agricultura

sustentável,menos impactante

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Fev/2010 - Ano 01 - Nº 01 Página 15

A milhocultura brasileira experimentará na próxi-ma safra de verão um cenário até então inimaginávelno que se refere à adoção de novas tecnologias, quan-do a taxa de utilização de sementes de milho genetica-mente modificadas, tolerantes a insetos lepidópteros,deverá atingir aproximadamente 50% das lavouras.

Na iminência de confirmar a adoção desta tecno-logia em níveis nunca registrados e em tão curto espa-ço de tempo, o milho se firma em 2° lugar em área nasculturas geneticamente modificadas cultivadas nomundo, atrás apenas da cultura da soja com tolerânciaa herbicidas.

Na safrinha 2009, que está para ser colhida, daárea total cultivada com sementes híbridas, aproxima-damente 12% foi plantada com híbridos geneticamen-te modificados para tolerância à Broca da Cana-de-Açúcar - BCA (Diatraea sacharallis) e a Lagarta doCartucho do Milho - LCM (Spodoptera frugiperda).Este foi o pontapé inicial dado pelo agricultor brasi-leiro rumo à utilização legal da tecnologia Bt (assimchamada em função do Bacillus thuringiensis, de ondefoi extraído o gene que confere a resistência às plan-tas) que, há exatos 10 anos, teve sua primeira tentati-va de regulamentação no País.

Em 2007 foram cultivados 114,3 milhões dehectares de lavouras geneticamente modificadas nomundo, dos quais aproximadamente 30% eram to-lerantes às larvas de lepidópteros (Bt). No Brasil,em 2007, foram cultivados 15 milhões de hectarescom organismos geneticamente modificados, re-presentando aproximadamente 30% do total dehectares cultivados no País.

De forma muito simplificada, a obtenção de plan-tas de milho transgênico inicia-se com a identifica-ção do gene de interesse (genes da família cry1 nocaso dos milhos Bt registrados no Brasil) no organis-mo doador (a bactéria do Bacillus thuringiensis, exis-tente no solo). Em laboratório, por meio de enge-nharia genética, este gene sofre uma transferência e"colagem" em uma linhagem de milho que, após au-tofecundações, passa a expressar a característica deresistência, ou seja, a produção de uma proteína de-nominada "crystal" ou "Cry" que passará a se cha-mar de linhagem doadora.

Esta linhagem doadora será responsável pelatransferência da característica que confere resistên-cia aos lepidópteros para as demais linhagens doprograma de melhoramento das empresas (linhagenselite). Inúmeros cruzamentos convencionais (váriasetapas de retrocruzamentos) são realizados com in-tuito de transferir o gene de resistência e recuperaras características originais da linhagem que está sen-do convertida. Após o término deste processo deconversão, as linhagens elite, com gene de resistên-cia, estarão prontas para dar origem aos híbridosconhecidos comercialmente.

O valor da tecnologia BtMuitos fatores contribuíram, de forma direta e

indireta, para incrementar o apelo à utilização do mi-lho Bt frente aos híbridos convencionais, nos quais asaplicações de inseticidas estão ocorrendo cada vez emmaior quantidade.

Em trabalhos realizados pela Pioneer, comparan-do 8 híbridos Bt com seu isohíbrido (mesmo híbridosem Bt) em 255 ensaios (em média), realizados noúltimo verão em todo o Brasil, houve uma diferençade rendimento de 8,7% a favor dos híbridos com ca-racterística Bt, o que em números absolutos represen-tou aproximadamente 700 kg de milho por hectare(11,5 sacos/ha.). Em termos de grãos ardidos, houveuma redução na incidência de 40%, o que representauma diminuição média de 4,6% para 2,8%.

A adoção da tecnologia Bt no milho e o futuro das sementesItavor Nummer Filho Os insucessos nas estratégias de controle quí-

mico se devem não só à falta de observância dascorretas técnicas de aplicação de defensivos, mastambém à utilização de produtos menos específi-cos, de menor custo e que são mais dependentesde condições climáticas. A utilização de produtosdo mesmo modo de ação, ou a utilização de subdo-ses aumenta a probabilidade da seleção de popula-ções resistentes o que se comprova pelo relato deagricultores que chegam a realizar mais de 6 pul-verizações e, ainda assim, apresentam perdas deprodutividade e problemas de grãos ardidos acimado tolerado na comercialização.

O crescimento populacional das pragas, favoreci-do pelo aumento da janela de permanência do milhonas lavouras e o desconhecimento e desuso das práti-cas do manejo integrado de pragas (MIP) na culturado milho, completam a lista de situações que impelemos agricultores a utilizar híbridos Bt no próximo culti-vo de verão.

Quais as ações de manejo que permitem ex-plorar ao máximo as vantagens desta tecnologiae principalmente garantir sua continuidade?

Em primeiro lugar, considerar o milho Bt comoferramenta do MIP e não como a solução isolada.

Os resultados que a tecnologia nos proporcionoudurante a Safrinha de 2009, associados às experiênci-as de outros países, como a vizinha Argentina, queregulamentou a tecnologia há, pelo menos 8 anos,mostraram o quanto subestimamos os danos que es-tes insetos produzem.

A redução da área foliar pelo processo de alimen-tação da LCM e a perfuração dos colmos realizadapela BCA, que, além de prejudicar o acúmulo e atranslocação de fotoassimilados, favorece a coloniza-ção destes colmos por fungos oportunistas (Fusa-rium sp. e Colletotrichum sp.) são fatores catalisado-res da redução de produtividade, especialmente quan-do associados a outras fontes de stress (stress hídri-co, enfermidades ou dano causado por outros insetos,por exemplo).

Ficou evidente também, com o incremento popu-lacional permitido pela menor taxa de aplicação deinseticidas a capacidade de controle e supressão deovos ou larvas neonatas destas pragas que os inimi-gos naturais são capazes de eliminar.

Entre os híbridos existe um nível diferenciado detolerância aos danos causados pelos insetos. As per-das de produtividade entre eles podem variar frentea um mesmo nível de ataque, pois, tanto a ecologiada cultura, quanto do inseto a ser controlado, aointeragir com o ambiente e o manejo realizado peloprodutor, determinará o efetivo funcionamento ounão da tecnologia.

O que isto significa?Significa que o produtor ao utilizar híbridos de

milho Bt, em hipótese alguma, deverá se eximir daresponsabilidade de monitorar tanto a pré-cultura,quanto a lavoura, pois a existência de lagartas rema-nescentes na palhada (em sistemas de plantio direto)ou ocorrência de forte pressão de lagartas podem le-var o agricultor a realizar aplicação de inseticida paracomplementação do controle.

No caso de Lagartas do Cartucho, tanto para hí-bridos Bt, quanto para híbridos não Bt, sugerem-sepulverizações quando 17% das plantas apresentaremde 4 a 7 lesões alongadas, entre 1,3 a 2,5 cm de com-primento nas folhas do cartucho e a presença de lagar-tas vivas de 3º instar (até 10 mm).

Uma condição importante para a continuidadeda tecnologia é a adoção da área de refúgio, defini-da em 10% da área total da lavoura, onde se devecultivar híbridos não Bt. Nas áreas de refúgio, podeser feita a pulverização com inseticidas desde que

estes não tenham como principal ingrediente daformulação, o Bacillus thuringiensis. Esta práticapossibilita o cruzamento de indivíduos possivel-mente tolerantes à toxina Bt com indivíduos sus-ceptíveis, gerando assim uma população descen-dente de indivíduos susceptíveis.

O direito de não optar pela tecnologia BtO plantio do milho geneticamente modificado está

regulamentado pela Lei de Biossegurança e pela Re-solução Normativa n. 4, conhecida como Norma deCoexistência, que define que o produtor que for plan-tar qualquer híbrido de milho geneticamente modifi-cado deverá respeitar uma distância mínima de 100metros entre sua lavoura e a lavoura de milho conven-cional vizinha ou 10 linhas de milho convencional demesmo ciclo e porte, mais 20 metros. Mais detalhessobre a Norma de Coexistência pode ser obtida nosite http://www.pioneersementes.com.br/Produtos-BiotecnologiaMilhoBT RefugioCoexistencia.aspx

E para o futuro, o que podemos esperar?Em um prazo de 4 a 5 anos todas as empresas de

semente de milho híbrido estarão oferecendo aos pro-dutores uma solução pronta, no que se refere à prote-ção das sementes contra pragas (principais e secun-dárias), nematóides e fungos de solo - será a vez dotratamento industrial de sementes ou "Abra e Plante"- que só se faz possível graças ao advento das plantasgeneticamente modificadas e de novas moléculas deinseticidas, nematicidas e fungicidas que estão sendotestadas por estas empresas, no que diz respeito àeficiência e longevidade das sementes.

As áreas de refúgio e/ou coexistência, onde ocor-rem insetos secundários e não se utilizam plantas ge-neticamente modificadas, continuarão demandando ouso de inseticidas, mas a tecnologia Bt promoveráuma redução substancial de pulverizações nas lavou-ras de milho em geral, uma vez que deveremos sentirum incremento considerável nas populações de inimi-gos naturais.

Novas características agronômicas deverão serintroduzidas nos híbridos em um futuro bem próxi-mo, como: - a tolerância à seca, a eficiência no uso donitrogênio, a tolerância a outros insetos, etc., todaselas visando o incremento na produtividade e estabi-lidade da cultura.

As vantagens direcionadas para o consumidor fi-nal acontecerão no início da próxima década, ondepresenciaremos o surgimento de híbridos de milhoespeciais, com mais vitaminas, maiores teores de óle-os, proteínas e energia para segmentos específicos.Para atender as necessidades dos mercados e dos pro-dutores e como forma de reduzir a complexidade deprodução e armazenamento, estas características se-rão combinadas, substituindo, progressivamente, hí-bridos com apenas uma característica.

É de se esperar que os produtores brasileirosvislumbrem com maior clareza o valor das tecnologiasoriundas de organismos geneticamente modificados(OGM) e as tecnologias complementares, como o tra-tamento industrial de sementes (Abra e Plante) damesma forma que ocorreu com os produtores dosEUA e da Argentina.

O uso de produtos de eficiência comprovada notratamento de sementes aumentou em igual propor-ção à adoção dos OGM's nestes países, pois além decomplementar o controle de insetos secundários epossibilitar a redução de estresses, em função dosplantios mais antecipados, serve como uma garantiaao produtor que, desta maneira, amplia a proteção àsua lavoura nas fases iniciais e reduz erros de dosa-gens e riscos de manipulação de produtos.

Departamento de Produto e Tecnologia - SULDu Pont do Brasil - Divisão Pioneer Sementes

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Sempre quando se pergunta aum produtor qual item ele conside-ra mais importante em um híbridode milho, a maioria absoluta tem aresposta na ponta da língua: produ-tividade. Sem dúvida nenhuma aprodutividade é um item importan-tíssimo em qualquer cultura que seproduza comercialmente, ou seja,visando o lucro. Ainda mais quan-do se trata de um investimento fi-nanceiro onde se espera a melhorremuneração do capital investido.

Entretanto é necessário ficaratento também quanto à qualidadedo produto. Sabemos que certos hí-bridos do mercado apresentam ele-vada tendência a desenvolver altos

Nidera Sementes - Além da Produtividade

Qualidade de grão. Detalhe que faz grande diferença na hora da comercialização.Por isso, a NIDERA SEMENTES preocupada com esta questão, desenvolve em sua extensa rede depesquisa e desenvolvimento, híbridos que aliam produtividade e qualidade de grãos.

índices de grãos ardidos. E comoconsequência o produtor deveráamargar consideráveis descontospor conta desta ocorrência. Semfalar na possibilidade de rejeiçãopor parte de alguns compradoresmais exigentes. A questão é que namaioria das vezes grão ardido é si-nônimo de micotoxinas (toxinas pro-duzidas por fungos), e dependendodo tipo, podem trazer sérios danosà saúde animal e até à saúde hu-mana. Alguns exemplos de danossão redução do crescimento, inter-ferência nas funções vitais do or-ganismo e até indução à produçãode tumores malignos. No caso desuínos, a ingestão de fumonisina, porexemplo, causa edema pulmonar, aopasso que em humanos esta mes-

* Flávio Lamanna

* Engenheiro Agrônomoe Coordenador de Desenvolvimento

de produtos da Nidera Sementes.

Tabela 1 - Resultado médio de 12 ensaios de grãos ardidos dos híbridos da Nidera quando comparadocom os materiais da concorrência.

ma micotoxina está associada a cân-cer no esôfago. Frangos que inge-rem a micotoxina T2 apresentammá formação óssea nas pernas.

Por definição “Grão Ardido” étodo grão que apresenta em pelomenos um quarto de sua superfíciecolorações atípicas, variando de mar-rom claro a roxo. Esta descoloraçãona maioria das vezes é o reflexo daação de fungos presentes no campo,onde, na presença de umidade nes-tes grãos, encontram condições parase desenvolverem. Geralmente estaumidade consegue penetrar no inte-rior da espiga por deficiência no seuempalhamento, que é a proteção dosgrãos.

Preocupada com esta questão aNidera Sementes, desenvolve em suaextensa rede de pesquisa e desenvol-vimento, híbridos que aliam produti-vidade e qualidade de grãos, uma vêsque seu banco de germoplasma tro-pical permite introduzir esta carac-terística desejável nos híbridos demilho, ou seja, o excelente empalha-mento. Prova disso é o que ocorrecom o híbrido BX1293. Em nossaextensa rede de ensaios, quandoavaliamos o quesito Grão Ardido,este híbrido tem expressivo desta-que. Em 12 ensaios onde houve in-cidência de Grãos Ardidos, o BX1293ficou com um valor 78% abaixo damédia dos concorrentes, conformetabela 1 ao lado.

Além disso, seu tipo de grão é duroalaranjado, de grande aceitação nomercado, seu teto produtivo é bastan-te elevado. Sua excepcional tolerân-cia a doenças foliares e de colmo otorna um híbrido de extrema seguran-ça, representada na sua estabilidadeprodutiva ao longo de 5 anos de tes-tes nas mais variadas condições eda-foclimáticas.

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O Milho (Zea mays L.) é o ter-ceiro cereal mais cultivado no mun-do, somente, ficando atrás do trigo earroz, é matéria prima para produ-ção de uma grande diversidade pro-dutos, mas destaca-se no uso degrãos para a alimentação animal(aves e suínos), que consome 70%do milho produzido no Brasil. Alémdisso, apresenta características agro-nômicas importantes no sentido deelevada produção de grãos e comoopção nos sistemas de rotação e su-cessão de culturas nas regiões pro-dutoras de grãos.

A interação entre as plantas deuma comunidade induz a mudançasmorfológicas e fisiológicas, que sãoimportantes para a determinação dopotencial produtivo das culturas. Asrespostas à densidade de plantas in-cluem mudanças na arquitetura dacomunidade, no crescimento, no de-senvolvimento e na absorção e par-tição de assimilados pelas plantas(CASAL et al., 1985). A exploraçãoda elevada capacidade de rendimen-

to de grãos de milho está relaciona-da ao contínuo desenvolvimento detécnicas que propiciem a maximiza-ção do seu potencial de exploraçãodo ambiente. Com o surgimento decultivares de ciclo mais curto, portemais baixo, menor número de folhase de folhas com angulação mais ere-ta, verificou-se um incremento nopotencial de resposta da planta aoaumento da densidade (DWER etal., 1991; RUSSEL, 1991).

A população ideal depende do cul-tivar, da fertilidade do solo, da dispo-nibilidade hídrica e da época de se-meadura. Desse modo, a produtivida-de tende a se elevar com o aumentoda população, até atingir determinadonúmero de plantas por área, que éconsiderada como população ótima.Após esse ponto, a produtividade de-cresce com o aumento do número deplantas por área (Pereira, 1991).

Para minimizar a competitivida-de de plantas de milho na linha desemeadura, tem se utilizado a redu-ção do espaçamento entre linhas, o

Referências:

CASAL, J.J., DEREGIBUS, V.A.,SÁNCHEZ, R.A. Variations in tillerdynamics and morphology in Loliummultiflorum Lam. vegetative and re-productive plants as affected by diffe-rences in red/far-red irradiation. An-nals of Botany, London, v. 56, p. 533-559, 1985.

DWYER, L.M., TOLLENAR, M.,STEWART, D.W. Changes in plantdensity dependence of leaf photosyn-thesis of maize (Zea mays L.) hybri-ds, 1959 to 1988. Canadian JournalPlant Science, Quebec, v. 71, p. 1-11, 1991.

PEREIRA, R.S.B. Caracteres correla-cionados com a produção e suas alte-rações no melhoramento genético domilho (Zea mays L.). Pesq. Agropec.Bras, 26:745-751, 1991.

SANGOI, L. Understanding plantdensity effects on maize growth anddevelopment: an important issue toFigura 1. Fluxograma teórico e sim-plificado sobre os efeitos do espaça-mento entre fileiras de milho bna com-petitividade da cultura com plantasdaninhas e na produtividade de grãosmaximize grain yield. Ciência Rural,Santa Maria, v. 31, n. 1, p. 159-168,jan./fev. 2000.

MEROTTO JUNIOR, A.; ALMEI-DA, M. L. de; FUCHS, O. Aumen-to no rendimento de grãos de milhoatravés do aumento da população deplantas. Ciência Rural, Santa Maria, v.27, n. 4, p. 549-554, out./dez. 1997.

que permite melhor arranjo de plan-tas, especialmente em altas popula-ções (SANGOI; SILVA, 2005; SHI-OGA, 2005; ALVAREZ; VON PI-NHO; BORGES, 2006).

A utilização de espaçamentos re-duzidos e o aumento da população deplantas em híbridos de milho demenor porte proporcionam aumentodo número de espigas colhidas, econsequentemente, do rendimentode grãos (MEROTTO JUNIOR;ALMEIDA; FUCHS, 1997).

Alta população e espaçamento reduzido emlavoura de milho

Figura 1. Fluxograma teórico e simplificado sobre os efeitos do espaçamento entre fileiras de milho bnacompetitividade da cultura com plantas daninhas e na produtividade de grãos

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Para dar suporte as atividades e crescimento da empresa, contamos com pro-fissionais e parceiros capacitados e com grande experiência nas áreas que atuam,promovendo a evolução e consolidação da empresa no mercado.

PARCEIROS

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E a John Deere está sempre embusca da excelência em seus serviçose produtos.

Diante desse contexto, o Sr. AaronWetzel - Vice-presidente Agricultura eTurf para a América Latina e dirigen-tes da John Deere visitaram a regiãodo Oeste baiano e tiveram a oportuni-dade de se reunir com clientes da Agro-sul Máquinas.

Durante o encontro, realizado noHotel Saint Louis, em Luís EduardoMagalhães/BA, a diretoria da Jonh De-ere e da Agrosul ouviram dos clientese produtores da região, suas expectati-vas, as demandas do mercado regionale mundial e identificaram suas neces-sidades.

As informações levantadas serãoutilizadas como foco para ações a se-rem desenvolvidas na região, garantin-do resultados com qualidade e eficiên-cia dos produtos John Deere.

Fev/2010 - Ano 01 - Nº 01 Página 23

Vice-presidente Agricultura e Turf para aAmérica Latina John Deere, visita Agrosul

Máquinas em Luís Eduardo Magalhães

O Oeste baiano é uma referência mundial em agricultura de qualidade, utiliza-se dos mais modernosrecursos disponíveis no mercado, dentre eles, maquinários e implementos

Em visita à matriz da Agrosul Máquinas, o Vice-presidente, Sr. Aaron Wetzel, sepronunciou diante de todos os colaboradores, agradecendo pelo excelente tra-balho que a Agrosul vem realizando dentro da Rede John Deere e parabenizou atodos pela conquista do Título Concessionário Classe Mundial 2010, uma cer-tificação que garante a qualidade dos serviços prestados, com foco em requisi-tos econômicos, sociais e ambientais.

Estiveram presentes no encontro, os senhores Paulo Herrmann – Diretor deVendas para a América Latina, (em pé) Adriane Almeida – Agrosul Máquinas, Lou-rival Görgen – Fazenda Barcelona, Marcelino Flores – Fazenda Sete Povos, ChrisRhodes - Gerente de Planejamento Estratégico, Liliane Oliveira – Agrosul Máqui-nas, Luis Sartor – Gerente de Suporte ao Produto John Deere, Uesley Santos –Fazenda Iowa, Celso Schwenber – Diretor de Operações e Marketing do BancoJD, Carlos Missio – Fazenda Santa Carmem, Matthew Kruse – Fazenda Iowa,Regis Ceolin – Agropecuária Ceolin, Odacil Ranzi – Condomínio Passo Fundo,Aaron Wetzel - Vice-presidente Agricultura e Turf para a América Latina, LuizBergamaschi – Fazenda Xanxerê, Daniel Carroll – Carroll Farms, Alceu Vicenzi –Condomínio Passo Fundo, Nelson Schneider – Agrícola Xingu, (sentados) ÊnioMota – Agrícola Xingu, Wanderley Truffa – Gerente de Vendas Agrosul Máquinas,Rodrigo Bonato - Gerente de Divisão de Contas Estratégicas, Olmiro Flores deOliveira – Diretor Agrosul Máquinas, David Teixeira Jr – Coordenador VendasAgrosul Máquinas, João Carlos Jacobsen – Fazenda Independência.

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Fev/2010 - Ano 01 - Nº 01 Página 25

No setor de sementes de forra-geiras, a taxa de utilização de se-mentes oficiais ainda é muito baixa.De acordo com o superintendenteda Associação Brasileira de Se-mentes e Mudas (Abrasem), JoséAmérico Pierre Rodrigues, a faltade controle sobre o que é cultivadonos pastos brasileiros representa umgrande perigo para a sustentabili-dade do agronegócio brasileiro."Entre os prejuízos causados pelassementes ilegais está o surgimentode doenças no campo que estari-am praticamente erradicadas no

Sementes Piratas

Brasil", informa. A Abrasem rece-beu, neste ano, 11 denúncias deprodução e comércio irregulares desementes de forrageiras e as enca-minhou para o MAPA (Ministérioda Agricultura Pecuária e Abaste-cimento). No ano passado, foram17. Apesar de não possuir dadosgerais sobre o volume de denúnci-as recebidas, o Ministério identifi-cou que as infrações de produçãoe comercialização de sementes for-rageiras ocorrem com maior frequ-ência nos Estados de São Paulo,Goiás, Mato Grosso, Tocantins ePará.

Existem muitos produtores emnossa região (Bahia) vendendo se-mentes que não são fiscalizadas, ori-ginadas de campos não credencia-dos pelo MAPA. Estes produtorescedem seus campo para serem co-lhidos por pessoas do ramo de se-mentes. O produtor fica com umapercentagem para uso próprio oumesmo comercializar. O pior disso,é que a pessoa que colhe fica com apercentagem maior e com isto pas-sa a comercializar com o preço abai-xo do mercado.

O comprador deste tipo de se-mente, somente se preocupa com o

Unipasto e Tafarel José Teixeira¹

preço baixo, não importando com aqualidade, levando assim, para sualavoura pragas e doenças, correndoo risco também de ser autuado peloMAPA, conforme a lei nº 10.711 de05 de agosto de 2003, decreto5.153 de 23 de julho de 2003.

As empresas de sementes Certi-ficadas e Fiscalizadas têm por obri-gação de obedecer as normativas doMAPA, como sanidade, controle depragas e doenças, pureza e germi-nação conforme normativa 30 de 21de maio de 2008, que estabelecenormas e padrões para produção ecomercialização de sementes.

Para alertar a cadeia produtivasobre a importância do respeito àsleis que regem o segmento, a Uni-pasto concentra esforços em propa-gandas explicativas, seja na mídiaimpressa ou televisiva. Além disso,a entidade atua junto aos órgãos quemonitoram a atividade, como oMAPA.

Produtor!Na hora de comprar, escolha

sempre uma empresa que seja cre-denciada pelo MAPA.

Diretor¹ (Sementes Paso Ita)

Unipasto - (Associação para o fomento a pesquisa de melhora-mento de forrageiras Tropicais)

Endereço: Rua Rui Barbosa Qd 16 lt 06, centro, Luis Eduardo Ma-galhaes-BA, fone 77 3628 1571- site: www.pasoita.com.br- email:[email protected]

A sementes Paso Ita, há13 anos no mercado,vem se destacando,devido qualidade na

produção ecomercialização de

sementes gramíneas eforrageiras, atuando em

todas as regiões doBrasil, proporcionando

credibilidade etranquilidade a seus

clientes, pela qualidadede seus produtos.

Associada a:

Parceria:Embrapa Gado de Corte, Embrapa Milho e Sorgo e Fundação Bahia

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Fev/2010 - Ano 01 - Nº 01 Página 27

O advento das plantas geneticamente modifi-cadas, com o gene Bt, trouxe uma nova alternati-va para o manejo integrado de lagartas, na cultu-ra do milho. Essa tecnologia está passando rapi-damente do “status” de novidade para realidade,no cenário agrícola do país. Para constatar essefeito, basta observar, além das estatísticas lança-das por diferentes setores do agronegócio, as la-vouras de milho de diferentes regiões. Muitosagricultores já adotaram a tecnologia e muitos jáestão observando a condução das lavouras pró-ximas que investiram na “novidade”, com vistasna próxima safra, cuja expectativa é de que o usodo milho Bt possa alcançar até 50% da área plan-tada semente comercializada.

No entanto, ainda permeamos por um cenáriocheio de dúvidas e questionamentos em torno daeficácia e formas de utilização do milho Bt, dentrodo contexto do manejo integrado de pragas.

Indicações

No Brasil, existem dois eventos expressan-do toxinas do Bt, Cry 1A(b) (Yeldgard ® e Agri-sure ®) e Cry 1F (Herculex®), disponíveis paracomercialização na safra 2009/10. Essas duastoxinas têm atividades sobre as lagartas (Lepi-dópteros) pragas do milho. No registro das em-presas, as pragas-alvo incluem três espécies:a lagarta-do-cartucho do milho (LCM), Spo-doptera frugiperda (J. E. Smith); a lagarta-da-espiga do milho (LEM), Helicoverpa zea (Bo-ddie) e a broca-da-cana-de-acúcar (BCA), Di-atraea scaccharalis (Fabricius). Assim, oseventos hoje disponíveis no Brasil dão prote-ção contra as principais espécies de lepidóp-teros-praga do milho. Também foi liberado, re-centemente, para cultivo e comercialização umnovo evento - MON 89034.

Além disso, é importante ressaltar que o con-trole da BCA e da LEM é extremamente difícil,em função do hábito dessas espécies vivendoprotegidas dentro do colmo da planta (BCA), ouda espiga (LEM). Assim, os métodos de contro-le convencionalmente utilizados, como insetici-das, são de baixa eficiência nesses casos, sendoque a utilização do milho Bt é hoje a principalopção para o manejo dessas espécies.

Eficácia da toxina Bt para a lagarta-do-car-tucho do milho

As toxinas do Bt apresentam alta especifici-dade. Pesquisas revelam diferenças significati-vas em nível de toxicidade para cada espécie delagarta na cultura.

Estudos realizados na Embrapa Milho e Sor-go mostram o efeito diferenciado dos eventosBt’s disponíveis no mercado no controle da LCM.Assim, é possível que o produtor encontre, emcondições de campo, respostas diferenciadasem relação ao controle da LCM com a utilizaçãode eventos diferentes. Além disso, também é ob-servada diferença no nível de controle da LCM,mesmo utilizando o mesmo evento em híbridosdiferentes. Portanto, dependendo do híbrido demilho Bt utilizado pelo produtor, podem-se ob-

Utilização do Milho Transgênico Bt no ManejoIntegrado de Lagartas

Simone Martins Mendes1 & José MagidWaquil2

ter níveis de controle diferentes.Em alguns casos, em função do nível dife-

renciado de controle apresentado e da intensi-dade do ataque da praga, a utilização do milhoBt não é suficiente para conter a infestação daLCM, necessitando de medidas complementa-res de controle como a aplicação de inseticidasquímicos.

Benefícios e Riscos da tecnologia

Muitos são os benefícios atribuídosao cultivo do milho Bt, dentre esses está aredução da aplicação de inseticidas e, con-sequentemente, menor exposição do traba-lhador e do ambiente a esses produtos, as-sim como a facilidade nos tratos culturais,redução da contaminação dos grãos com mi-cotoxinas e redução das perdas por dano cau-sado pela infestação de insetos.

Entretanto, o maior risco dessa tecnologiaestá na sua utilização de forma inadequada, pois,a não observação das regras de refúgio podemlevar ao surgimento de indivíduos resistentesàs toxinas.

REGRAS PARA A UTILIZAÇÃO CORRE-TA DA TECNOLOGIA Bt

Para a utilização correta do milho Bt, o pro-dutor deve cumprir duas regras: a de coexistên-cia, exigida por lei, e a regra do Manejo de Re-sistência de Inseto (MRI), recomendada pela Co-missão Técnica Nacional de Biossegurança(CTNBio).

Regra da coexistênciaA regra de coexistência exige o uso de bor-

dadura de 100 metros isolando as lavouras demilho transgênico das de milho que se desejamanter sem contaminação de transgênico. Al-ternativamente, pode-se usar uma bordadura de20 metros, desde que sejam semeadas 10 fileirasde milho não-transgênico (igual porte e ciclo domilho transgênico) isolando a área de milhotransgênico.

Manejo de Resistência de Insetos (MRI) -Área de Refúgio

A recomendação para o Manejo de Re-sistência de Insetos é a utilização de área derefúgio. Esta recomendação é o resultado doconsenso de que o cultivo do milho Bt, emgrandes áreas, resultará na seleção de bióti-pos das lagartas-alvo resistentes às toxinasdo Bt. Obviamente, o monitoramento da in-festação das plantas também é importante,pois, dependendo do híbrido utilizado e daintensidade da infestação, pode ser necessá-rio ao produtor adotar medidas de controlecomplementares.

A área de refúgio é a semeadura de 10% daárea cultivada com milho Bt, utilizando híbridosnão-Bt, de igual porte e ciclo, de preferência osseus isogênicos. A área de refúgio não deveestar a mais de 800 metros de distância das plan-tas transgênicas. Essa é a distância média veri-ficada pela dispersão dos adultos da LCM nocampo.

Todas essas recomendações são no sen-tido de sincronizar os cruzamentos dos pos-síveis adultos sobreviventes na área de mi-lho Bt, resistentes a toxina, com os susceptí-veis emergidos na área de refúgio. O refúgioestruturado deve ser desenhado de acordocom a área cultivada com o milho Bt. Para gle-bas com dimensões acima de 800 metros nomenor lado (ou raio), cultivadas com milhoBt, serão necessárias faixas de refúgio inter-nas nas respectivas glebas. Ainda, segundoa recomendação da CTNBio, na área de refú-gio é permitida a utilização de outros méto-dos de controle, desde que não sejam utiliza-dos bioinseticidas à base de Bt.

Cabe ao produtor optar ou não pela tecnolo-gia, no entanto, no momento que adota a tecno-logia está assumindo a responsabilidade de se-guir as regras: a norma de coexistência (exigidopor lei) e a recomendação do manejo da resis-tência (área de refúgio).

O principal risco do não uso da área de refú-gio está na rápida seleção de biótipos das pra-gas-alvo resistentes às toxinas do Bt. Portanto,a utilização da área de refúgio é essencial paragarantir a manutenção da funcionalidade e du-rabilidade da tecnologia Bt. Assim, o produtorque não utilizar a prática do manejo da resistên-cia será, sem dúvida, a primeira vítima da quebrada resistência, não obtendo controle das pra-gas-alvo com os híbridos de milho Bt(s).

Monitoramento das lavourasUma tarefa que o produtor não pode abrir

mão, com a utilização dos eventos transgênicoscom resistência a insetos, é a de monitoramentodas lavouras. Isso irá levá-lo a maior segurançacom a aplicação da tecnologia, em função dosseguintes motivos:

1) Dependendo do híbrido utilizado e daintensidade da infestação, pode ser necessá-rio adotar medidas complementares de con-trole como a aplicação de inseticidas, de acor-do com recomendações do manejo integradode pragas;

2) Antes da tecnologia Bt, a utilização de in-seticidas era feita de forma sistemática nas la-vouras e essas aplicações podiam reduzir, tam-bém, a densidade de muitos insetos que, assim,não alcançavam o status de praga. Contudo, coma redução ou eliminação da aplicação dessesprodutos para o controle de lagartas, a infesta-ção de algumas dessas espécies, como as cigar-rinhas, tem sido preocupante e vem demandan-do, em alguns casos, medidas de controle porparte dos produtores;

3) É necessário monitorar a ocorrência de la-gartas resistentes às toxinas Bt nas lavouras.

O importante para a decisão do produtor deadotar a tecnologia como ferramenta do MIP ésempre levar em consideração o histórico do ata-que de lagartas na lavoura e quais medidas decontrole estão sendo praticadas, visando redu-zir o custo econômico e o risco ambiental dastecnologias disponíveis. Além disso, utilizar ade-quadamente as recomendações de área de refú-gio e monitorar constantemente as lavouras éfundamental dentro do MRI e da manutençãoda tecnologia.

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O potencial de uso e ocupação deuma determinada paisagem dependemessencialmente das características am-bientais do local. No caso do milho, osfatores edafoclimáticos (solo e clima)são considerados os mais importantespara o desenvolvimento da cultura, bemcomo para a definição dos sistemas deprodução.

No que diz respeito ao clima, em-bora o milho responda à interação dosdiversos fatores climáticos, os de mai-or influência sobre a cultura são a ra-diação solar, a precipitação e a tempe-ratura. Estes fatores atuam eficiente-mente nas atividades fisiológicas inter-ferindo diretamente na produção degrãos e de matéria seca. (LANDAU,2008; FANCELLI & DOURADONETO, 2003).

Trabalhos executados em regiões doBrasil Central enfocam que o atraso nasemeadura do milho a partir da épocamais adequada (outubro) pode resultarem redução no rendimento de grãos deaté 30kg.ha-1dia-1 (COELHO ET AL.,2003). Nos Estados de Minas Gerais,Góias, Tocantins, Mato Grosso e MatoGrosso do Sul as melhores épocas desemeadura, para safra verão, são o mêsde outubro, e o atraso na semeaduraimplica em aumento de risco climáti-co, refletindo em alta freqüência deocorrência de estresse hídrico na fasede enchimento de grãos. (SANS ETAL., 2001).

O objetivo foi deste trabalho foi ava-liar efeitos de épocas de semeadurassobre o rendimento da cultura do mi-lho para a região Oeste da Bahia.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi conduzido em regimede sequeiro no Centro de Pesquisa Tec-

Efeito da época de semeadura para a cultura domilho na Região Oeste da BahiaRicardo Santos Cruz1; Luciana de

Oliveira Brito2; Pâmela GomesNakada3

nológica do Oeste da Bahia – CPTO, a12o05’428 S e 45o42’637 W, localiza-da no município de Luis Eduardo Ma-galhães – BA, na safra 2008/2009, emaltitude de 757m.

O hibrido avaliado foi o AS 1567da Agroeste Sementes, plantado em di-ferentes épocas: Época 1 (15/11/2008),Época 2 (22/11/2008), Época 3 (29/11/2008), Época 4 (06/12/2008) eÉpoca 5 (13/12/2008). As adubaçõesforam realizadas de acordo com osresultados das análises de solo e exi-gências. E a precipitação do local cons-ta na figura 1.

As parcelas experimentais foramconstituídas de quatro linhas de 10 me-tros de comprimento, espaçadas de0,50cm, com quatro plantas por me-tro linear.

A colheita foi realizada após o mi-lho da ultima época de plantio ter atin-gido o ponto de maturidade fisiológi-ca, é caracterizado pela manifestaçãodo máximo peso da matéria seca dosgrãos e máximo vigor das sementes,sendo facilmente reconhecido pela pre-sença da “camada negra”ou “ponto pre-to”, formado no local de inserção dogrão com o sabugo.

Após a colheita, a umidade dos grãosde todos os tratamentos foram ajusta-das para 13% e grão ardido para 6%..

Utilizou-se o delineamento de blo-cos ao acaso, com quatro repetições.As médias foram comparadas por meiodo teste de Tukey a 5% de probabili-dade.

RESULTADOS

De acordo com os resultados, veri-ficou-se diferença significativa entre asépocas de semeadura, sendo na época1 onde ocorreu maior produtividade domilho de 119,39 sc/ha. (Tabela 1).

Tabela 1 – Resultados de produtividade da colheita do milho.

Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferementre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

REFERÊNCIAS

COELHO, A.M.; CRUZ, J.C.; PEREIRAFILHO, I.A. Rendimento de milho no Bra-sil: Chegamos ao máximo?. Citado porCARDOSO, J.M.; BASTOS, E.A.; RIBEI-RO, V.Q. Épocas de semeadura para acultura do milho no Cerrado Sul Mara-nhense. Balsas, 2007. Diponivel emHTTP//:brasilatual.com.br/sistemas.Acesso em 05/01/2010.

FANCELLI, A.L.; DOURADO NETO, D.Milho – Estratégias de manejo para altaprodutividade. Piracicaba, 2003. ESALQ/USP/LVP. 208p.

LANDAU, E.C.; SANS, L.M.A.; SANTA-NA, D.P. Cultivo do milho – Clima e Solo.Sistemas de Produção, 2ISSN1679-012XVersão Eletrônica-4ªedição Set./2008. Dis-ponivel em http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/mi-lho/climaesolo.htm. Acesso em 05/01/2010.

SANS, L.M.A.; ASSAD, E.D.; GUIMA-RÃES, D.P.; AVELLAR, G. Zoneamento deriscos climáticos paraas culturas demilho na região Centro-Oeste do Brasile para o Estado de Minas Gerais. RevistaBrasileira de Agrometeorologia. PassoFundo, 2001. V.9, n.3, p.527-535.

Figura 1 – Pluviometria Mensal safra 2008/2009, CPTO Fundação BA

Fev/2010 - Ano 01 - Nº 01 Página 28

Esses resultados corroboram comos de outros estados, onde houve de-créscimo de 30 Kg/ha na produção degrãos de milho (COELHO et al., 2007).

CONCLUSÃO

- Quanto mais cedo for a semeadurano Oeste da Bahia, Época 1 (15/11/2008),a produtividade pode chegar a ter umganho de 1,3 sc.ha-1.dia-1, para o híbri-do AS1567 da Agroeste Sementes.

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O milho é uma das culturas maisexigentes em fertilizantes, especial-mente os nitrogenados. O suprimen-to inadequado de nitrogênio (N) é con-siderado um dos principais fatores li-mitantes ao seu rendimento de grãos.

A recomendação de adubação ni-trogenada é complexa, por causa dasua dinâmica, das transformações queocorrem no solo, da sua alta mobilida-de e dos fatores que influem no seuaproveitamento pelas plantas, além deser o elemento exigido em maior quan-tidade, o de maior custo relativo, e tam-bém o que mais influencia a respostaem produtividade de grãos, sendo auréia o fertilizante nitrogenado maisutilizado na agricultura mundial (AMA-DO et al., 2002; CANTARELLA &DUARTE, 2004).

Convém salientar que a utilizaçãode doses elevadas de nitrogênio (su-perior a 50-60 kg/ha), no sulco de se-meadura, poderá favorecer a saliniza-ção e (ou) a alcalinização da rizosfera(função da fonte empregada), pro-vocando a queima de raízes e redu-zindo a taxa de absorção de micronu-trientes, principalmente Zn e Mn. Ain-da, tal fato poderá predispor a planta afungos de solo e à maior taxa de perfi-lhamento. Esse fato tem sido consta-tado em algumas situações onde aquantidade total de nitrogênio foi ofer-tada na semeadura, objetivando a eli-minação da prática da adubação decobertura. (FANCELLI, et al., 2000).

Efeito da adubação nitrogenada e estágio de aplicaçãona cultura do milho nos Solos do Cerrado Baiano

Ricardo Santos Cruz1; Luciana deOliveira Brito2; Pâmela Gomes

Nakada3

O objetivo deste trabalho foi es-tabelecer a dose e época mais efici-ente de aplicação de Nitrogênio emsolos do cerrado do oeste da Bahia.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi instalado no Centrode Pesquisa e tecnologia do Oeste –CPTO, no município de Luiz Eduar-do Magalhães, em regime de sequei-ro com irrigação complementar.

O híbrido utilizado foi P30F53Y, oqual foi semeado dia 20/12/2008, emsolo do tipo latossolo, onde foram rea-lizadas correções com calcário e ges-so, e a adubação de fósforo e potás-sio foi feita de acordo análise de soloe exigência da cultura. Para a aduba-ção nitrogenada (N) foram utilizadosdoses de 60; 120; 180 e 240 Kg/ha,aplicadas de três maneiras: 100% deN no estágio V4; 50% de N em V4 e50% em V6; e 100% em V6.

A colheita foi realizada após o mi-lho da ultima época de plantio ter atin-gido o ponto de maturidade fisiológi-ca, é caracterizado pela manifesta-ção do máximo peso da matéria secados grãos e máximo vigor das semen-tes, sendo facilmente reconhecidopela presença da “camada negra”ou“ponto preto”, formado no local deinserção do grão com o sabugo, e pos-teriormente o teor de umidade foicorrigido para 13% e número degrãos ardido para 6%.

A parcela experimental foi cons-tituída de quatro linhas de 10 metros,circundadas por bordadura.

O delineamento experimental foiem blocos ao acaso, com fatorial3x4+1 (3 estágios de aplicação de N,4 doses de N, e 1 testemunha), com4 repetições, e para a comparaçãodas médias foi aplicado o teste deScott-Knott a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a Figura 1 é pos-sível verificar que a dose e o estágionão interfere na produtividade domilho, ocorrendo perda apenas quan-do não houve aplicação de adubaçãonitrogenada.

No Brasil, existe o conceito gene-ralizado entre técnicos e produtoresde que aumentando-se o parcelamen-to da adubação nitrogenada aumen-ta-se a eficiência do uso de nitrogê-nio e reduzem-se as perdas, princi-palmente por lixiviação. Como con-seqüência é comum o parcelamentodo fertilizante nitrogenado em até qua-tro vezes durante o ciclo (COELHO,2005). Porém neste ensaio verifica-mos que não houve respostas signifi-cativas em relação ao parcelamentoda adubação nitrogenada, somentehavendo quanto a utilização, não di-ferenciando estatisticamente o efeitodas doses utilizadas.

CONCLUSÃO

- A aplicação de adubação nitro-genada se faz necessária para maio-res produtividades;

- Não houve diferenciação quan-to a variação de doses e épocas deaplicação de nitrogênio para a cultu-ra do milho neste ensaio.

REFERÊNCIAS

AMADO, T.J.C.; MILNICZUK,J.; AITA, C. Recomendações de adu-bação nitrogenada para o milho no RSe SC adaptada ao uso de culturas decobertura do solo, sob sistema de plan-tio direto. Revista Brasileira de ci-ência do solo, Viçosa, v.26, p.241-248, 2002.

CANTARELLA, H.; DUARTE,A.P. Manejo da Fertilidade do solopara cultura do milho. In: GALVÃO,J.C.C.; MIRANDA, G.V. Tecnolo-gias de produção do milho. Viço-sa; UFV. 2004. p.139-182.

COELHO, A.L.; FRANÇA, G.E.Nutrição e adubação do milho.Sete Lagoas, 2005. Disponível emhttp://www.cnpms.embrapa.br/milho/deficiencia/deficiencia.html. Acessoem 05/01/2010.

FANCELLI, A.L.; DOURADONETO, D. Produção de milho. Gua-íba: Agropecuária, 2000. 360p.

Figura 1 – Produtividade (sc/ha) de milho em função de dosenitrogenada e estágio de aplicação. Centro de Pesquisa Téc-nica do Oeste – CPTO, safra 2008/2009.

Colunas seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si peloteste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

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Fev/2010 - Ano 01 - Nº 01 Página 30

A Fundação Bahia nasceu há pou-co mais de uma década, e, desde en-tão, não se pode conceber a históriado desenvolvimento do cerrado baia-no sem a sua presença. Entidade depesquisa sem fins lucrativos, a enti-dade é o resultado da crença de pro-dutores, empresas privadas, institui-ções de pesquisa e extensão, univer-sidades, dentre outros, que conside-ram o suporte científico um impor-tante pilar da agricultura sustentável,seja sob a ótica econômica, ambien-tal ou social.

Ao longo desses anos, a Funda-ção Bahia vem evoluindo com o Oes-te, e, em 2010, inaugurou na região omaior e melhor complexo de pesqui-sa agrícola do Norte/Nordeste dopaís: o Centro de Pesquisa e Tecno-logia Agrícola do Oeste da Bahia(CPTO), para onde transferiu a mai-or parte das suas operações. O pa-pel do CPTO, cada vez mais, se mos-tra determinante para melhoria daprodutividade e da qualidade nas la-vouras do cerrado baiano.

Estrutura moderna e equipada

com as melhores tecnologias do mer-cado, o CPTO representou um mar-co para a região. Ele é resultado daparceria com a Associação de Agri-cultores e Irrigantes da Bahia (Aiba),Associação Baiana dos Produtoresde Algodão (Abapa), com aporte fi-nanceiro do Fundo para o Desenvol-vimento do Agronegócio do Algodão(Fundeagro). São mais de 2,3 milmetros quadrados de área construí-da, em uma área total de 200 hecta-res, na qual estão concentrados to-dos os ensaios conduzidos pela Fun-dação Bahia e empresas parceiras,como consultorias, empresas de in-sumos, EBDA, ADAB e IAC, den-tre outras. Isso garante agilidade,maior produtividade e segurança nosresultados.

Com gente trabalhadora, nature-za generosa e tecnologia de ponta, oOeste da Bahia só poderia ser mes-mo um dos mais importantes pólosagrícolas do país. E quem mantém,trabalha e acredita na FundaçãoBahia, enche-se de orgulho para di-zer que o futuro começa aqui.

O futuro começa aquiO futuro começa aqui

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