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Redes Sociais

que você possa ser agraciado com uma das

maiores notas!

Aqui você encontrará um passo a passo para

enfrentar a prova oral, com técnicas relacionadas

à postura, à vestimenta, à organização da

resposta, ao tipo de estudo que deve ser feito

na reta final, dentre outros tópicos que vão te

desafiar a ser melhor.

Sou extremamente grato por estarmos juntos

em um momento tão importante e saiba que

é uma honra partilhar estratégias com pessoas

que estão dispostar a exercer uma carreira com

propósito!

Vamos juntos!

Como sempre digo: O impossível é aquilo que

você quer deixar para depois!

Luís Vale

Antes de tudo, eu gostaria de te parabenizar!

Chegar a uma fase oral de um concurso

jurídico de ponta é sinônimo de muita entrega,

abdicação e esforço. Você provou que é

possível ir além e, talvez, tenha compreendido

que tudo na vida pode ser conquistado, se a

força de um propósito for maior do que os

sabotadores que insistem em te manter na

zona de conforto!

No entanto, é preciso compreender que você

ainda não foi aprovado e que se faz necessário

seguir firme na jornada rumo ao seu tão

almejado cargo. Portanto, toda a energia do

primeiro passo deve se fazer presente nesta

última etapa que transformará um sonho em

realidade diária.

Cumprindo a minha missão de vida de ajudar

as pessoas a atingirem o extraordinário, resolvi

montar um guia definitivo de provas orais,

não só para te ajudar na aprovação, mas para

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Redes Sociais

Luís ValeProcurador do Estado de Alagoas, nomeado

Procurador Federal, aprovado em 1º lugar

para Advogado da Petrobrás, Coach pela Ohio

University, Mestre em Direito Processual Civil

pela Universidade Federal de Alagoas, Professor

de Direito Processual Civil e Empresarial,

Especialista em Provas Orais.

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Redes Sociais

01Elimine suas crenças

limitantes.

A prova oral, diferentemente do que você

possa imaginar, é uma etapa que envolve mais

controle mental do que conhecimento técni-

co-jurídico. O examinador sabe, após longas

etapas objetivas e subjetivas, que você tem

bagagem de conteúdo suficiente para exercer

seu cargo. No entanto, com a prova oral,

busca-se mensurar o seu nível inteligência

emocional, para que reste claro que as mais

diversas intempéries do seu cargo serão

enfrentadas com parcimônia e, acima de tudo,

segurança e solidez.

Assim, a banca não deseja ver cadidatos! O

objetivo central é enxergar futuros membros

da carreira, os quais tenham desenvoltura

suficiente para agir além do papel!

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Redes Sociais

dadeiramente. As crenças limitantes podem

ser administradas, desde que você esteja no

controle da sua mente. Jamais seja um torcedor

contrário ao seu próprio time. Pensar que

não vai conseguir é o mesmo que entrar em

campo derrotado. Sempre que escolhemos

um caminho, necessariamente, escolhemos os

obstáculos que nele se encontram, portanto,

se você decidiu estudar para concurso, fez a

opção por derrubar qualquer muro que apareça

à sua frente, incluindo a prova oral.

Dessa forma, sempre começo os meus

treinamentos com as lições de Ryan Holiday,

in O obstáculo é o caminho, Rocco, Rio de

Janeiro, 2015, p. 42:

Incerteza e medo são atenuados pela autoridade. Treinamento é autoridade. É uma válvula de escape com suficiente exposição, você pode desadaptar esses temores perfeitamente comuns, até inatos, que se originam, em sua maior parte da falta de familiaridade. Felizmente, a falta de familiaridade é simples

Dito isto, precisamos, como passo inicial, eliminar

nossas crenças limitantes, ou seja, é preciso deixar

de lado subterfúgios mentais que distorcem a

realidade, a fim de nos apresentar obstáculos

que se apresentam maiores do que verdadeira-

mente são!

Ao longo de vários treinamentos de prova oral, tive

a oportunidade de perceber um comportamento

cíclico dos candidatos, na primeira aula. Eles

sempre chegam com as seguintes crenças

limitantes: a) a prova oral é difícil, pois tenho

certeza que a banca fará perguntas de outro

mundo; b) não sei se consigo falar em público;

c) os examinadores são todos carrascos; d) se

eu não souber responder tudo, serei reprovado;

e) vou travar se me fizerem um pergunta que eu

não sei, além de outros tantos bloqueios.

Tudo isso, na verdade, é apenas o medo do

novo. Não existe nada que não possamos fazer

bem e com excelência, se nos dedicarmos ver-

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Redes Sociais

Manter crenças limitantes é abafar suas

ferramentas de sucesso. Ninguém ultrapassa

barreiras, se as entende intransponíveis. Como

bem retrata a renomada psicóloga de Stanford,

Carol Dweck, in Mindset: a nova psicologia do

sucesso, Objetiva, São Paulo, 2017, p. 235:

Na década de 1960, o psiquiatra Aaron Beck trabalhava com seus clientes, quando, de repente, percebeu que os problemas deles eram causados por suas crenças. Justamente antes de sentirem uma onda de ansiedade ou de depressão, alguma coisa passava rapidamente por suas mentes. Poderia ser “O dr. Beck acha que sou incompetente” ou “Essa terapia jamais funcionará. Nunca vou me sentir bem”. Esses tipos de crenças causavam sensações negativas, não apenas nas sessões de terapia, mas também em suas vidas.

É hora de se fortalecer e não de se desesperar!

Você já sabia que a prova oral estava na sua

rota. Superdimensionar o obstáculo vai tirar o

foco do aperfeiçoamento e os resultados não

de consertar (de novo, não é fácil), o que torna possível aumentar a nossa tolerância ao estresse é a incerteza.

O trecho reflete bem o que significa uma

prova oral! Antes de pensar nos obstáculos,

volte-se ao treinamento, familiarize-se com o

desconhecido e descubra que é mais simples

do que você imaginava. Faça-se a seguinte

pergunta: Como posso me preparar e ser

cada dia melhor, para enfrentar o desafio da

prova oral?

Para eliminar as crenças limitantes, você pode

usar uma técnica fácil e efetiva: Sempre que

vier à mente um pensamento que restringe

sua capacidade, pense em uma frase de

alavancagem, pois, assim, seu cerébro

receberá o comando de buscar pontos de

força e não de fraqueza (Exemplo: quando

pensar que a prova é difícil, pense que você é

maior do que qualquer obstáculo.)

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Redes Sociais

serão os melhores.

Admistre suas expectativas e projete o melhor,

pois baixas expectativas significam baixos

resultados! O segredo é não pensar demais e

fazer o que tem que ser feito.

As melhores notas da prova oral são daquelas

pessoas que controlam a sua mente a ponto

de não se permitir visualizar o fracasso.

Vai continuar com suas crenças limitantes? Se

a resposta for afirmativa, volte uma casa no

tabuleiro!

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Redes Sociais

Sem dúvida, um dos grandes vilões de

quem está se preparando para a prova oral

é a ansiedade. Ao invés de focarmos nossa

atenção, no presente, a fim de que possamos

nos preparar com o máximo de efetividade,

dirigimos nossa energia para o futuro.

São inúmeros pensamentos difusos que insistem

em tirar a nossa atenção dos treinamentos e

dos estudos. A nossa cabeça se volta para as

preocupações, os medos e os receios do que

está por vir.

Esse excesso de futuro diminui o seu tempo de

concentração e, dessa forma, menos conteúdo

é estudado e absorvido. Quando estamos

ansiosos, deslocamos a atenção da maestria

02O controle da

Ansiedade

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Redes Sociais

independente de quem esteja a nos observar

ou da magnitude da apresentação.

Outro ponto relevante é que a ansiedade

desmedida gera estresse e, consequente-

mente, produção de cortisol no nosso corpo. O

cortisol tem o efeito de bloquear nosso córtex

pré-frontal, área responsável pelo raciocínio e

memorização, ocasionando o famoso branco1.

Tenho certeza que você quer estar em contato

com o seu melhor, em termos de desempenho

cognitivo, e isso não ocorrerá se a ansiedade te

consumir por inteiro.

Assim, aqui vão algumas dicas para dosar a

ansiedade, em tempos de prova oral:

1. Utilize técnicas de respiração. Concentrar-se na respiração te trará para o presente e o aumento de oxígênio no corpo facilitará que você raciocine melhor.

2. Antes de começar a estudar, use o depósito 1 http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=1942

de praticar cada ato no presente, para pensar

nos possíveis resultados ou consequências

do que virá. Nesse ponto, vale a referência

ao célebre Scott Stossel, in Meus tempos de

ansiedade, Companhia das Letras, São Paulo,

2014, p. 153 quando, ao trabalhar a filosofia de

Epicteto, aduz que:

Para Epicteto, a ansiedade era uma desordem do desejo ou da emoção, a ser vencida pela lógica. Se a pessoa conseguir treinar a mente para se apresentar da mesma forma, esteja sozinha ou sendo observado, não será sabotado pelo medo do palco.

Como se vê, desde a Escola Estoica, na Grécia,

a atenção estava voltada para a ansiedade e

os efeitos que ela produz no desempenho de

qualquer profissional submetido a um teste

ou evento. O que não mudou foi a resposta ao

problema da ansiedade, ou seja, é necessário

trabalhar o estado de presença, para que a

repetição de movimentos gere excelência,

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Redes Sociais

força dentro do peito ao pressentir a morte e na boca lhe chocalham os dentes; porém a cor do valente não se altera nem sente medo em demasia de estar no seu lugar na emboscada de varões [...]

Por fim, a citação serve para lembrar que, assim

como os valentes referidos na passagem de

Homero, o examinador quer ver a confiança

transparecer em cada parte do seu corpo,

sem que o medo faça revelar seus sinais de

insegurança.

de pensamentos. Anote tudo que está pensando em um papel, a fim de que a mente não esteja poluída, no momento do estudo e dos treinamentos.

3. Não pense demais. Encare a prova oral como um dado objetivo a ser trabalhado. Conjecturar demais pode abrir janelas de pensamentos negativos que tem efeito paralisante.

4. Não pense no dia da prova. Pense em como você pode ser melhor a cada dia de treinamento.

5. Lembre-se: Quanto mais eu me transporto para o futuro, menos eu produzo no presente, de tal forma que o meu futuro passa a não ser aquilo que eu projetei.

Segundo Homero (Ilíada, c. século VIII a.C):

[...] é que a pele do covarde está sempre a mudar de cor, nem o ânimo lhe assenta impertubável no espírito, mas fica irrequieto e apoia-se ora num pé, ora no outro, e o coração bate com

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Redes Sociais

Capacitar-se tecnicamente, com o objetivo

de aprimorar os conhecimentos jurídicos

é fundamental para obter sucesso em um

concurso público, no entanto, é apenas uma

parcela que, necessariamente, deve ser

alinhada a um índice elevado de inteligência

emocional.

Conhecer e saber lidar com as próprias

emoções é premissa necessária para que

possamos ter elevada concentração, maior

grau de absorção do conteúdo e capacidade

de aplicar, sem hesitação, aquilo que

estudamos com tanto afinco.

São inúmeros os candidatos que se deixam

sequestrar pela emoção e caem diante do

03Inteligência emocional

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Redes Sociais

de certeza, que é um subproduto de um tipo de comportamento bastante simplificado, de encarar determinadas coisas que, para a mente racional, são intrigantes. Quando a poeira assenta, ou mesmo durante a reação, aí pensamos: “Por que fiz isso?” – este é o sinal de que a mente racional percebeu o que aconteceu, mas não com a agilidade da mente emocional.

A ausência de autocontrole emocional pode

ser fator de reprovação, em uma prova oral. Se,

por exemplo, você deixa o desespero tomar

conta da sua mente, caso o examinador faça

uma pergunta que, a princípio, você não saiba

a resposta, é possível que haja uma perda

da capacidade associativa e de raciocínio,

impedindo, até mesmo, a sua continuidade no

certame.

Já tive a oportunidade de acompanhar alunos

que entraram em pânico com as primeiras

perguntas vertidas pelos examinadores, de tal

modo que a falta de inteligência emocional

nervosismo, da ansiedade, do desespero,

da raiva e, principalmente, da sensação

de impotência. Como bem expõe um dos

precursores da Inteligência Emocional, Daniel

Goleman, in Inteligência emocional: a teoria

revolucionária que redefine o que é ser

inteligente, Objetiva, 2ª Edição, 2012, p. 305:

A mente emocional é muito mais rápida que a racional, agindo irrefletidamente, sem parar para pensar. Essa rapidez exclui a reflexão deliberada, analítica, que caracteriza a mente racional. No curso da evolução humana, essa agilidade, muito provavelmente, teve como objetivo exclusivo a mais básica decisão: o que merecia a nossa atenção e, uma vez vigilantes, quanto, por exemplo, ao enfrentarmos um animal, decidir, em frações de segundo: eu como isso ou isso me come? As espécies que não foram capazes de uma reação imediata tiveram pouca probabilidade de deixar uma progênie que passasse adiante seus lentos genes de atuação.

As ações desencadeadas pela mente emocional carregam uma forte sensação

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Redes Sociais

Desse modo, é fundamental que o candidato,

ao longo dos treinamentos, perceba quais são

suas respostas emocionais, diante de certos

gatilhos, a fim de que não venham a repeti-los,

durante a realização do certame. Ao elevar o

nível de consciência sobre suas emoções,

o candidato consegue elaborar melhor as

respostas que serão externadas, diante do

contexto apresentado.

O segundo passo, após compreender a

origem e sentido das emoções é promover o

seu adequado gerenciamento. Dessa forma,

bem analisada a emoção, deve-se trabalhar

com as soluções comportamentais que serão

resultado direto da sua escolha e não de uma

percepção irracional. A autogestão é refletida

em uma pergunta essencial: Vale a pena chegar

no nível crítico emocional?

Vale a pena entrar em pânico antes de uma

prova oral e jogar fora anos de estudo? Vale a

os impediu de responder itens posteriores

basilares que os levariam à aprovação.

Para sanear esse equívoco, gosto de me

valer, durante os treinamentos, das técnicas

ensinadas pelo Professor Daniel Goleman. O

autor em referência ensina que uma das facetas

da inteligência emocional é a competência

pessoal, a qual engloba a autoconsciência e a

autogestão.

Autoconsciência é perceber as próprias

emoções e os gatilhos que as ativam, ou seja,

é tomar o controle de si e traçar estratégias

para promover escolhas eficazes. Por exemplo,

existem pessoas que, durante os treinamentos

de prova oral, começam a balançar as pernas,

em nítido sinal de nervosismo, quando o

examinador pergunta se elas têm certeza da

resposta proferida. Veja, neste caso, que a

pressão do examinador ativou a insegurança e

logo ela demonstrou sinais de instabilidade.

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Redes Sociais

e prever novas emoções poderia estar associada a sentimentos de previsão e controle. O Gerenciamento Emocional (GE) refletiria à capacidade de regular emoções em si e nos outros, isto é, de gerar emoções positivas e reduzir as negativas, conforme o caso (Mayer & Salovey, 1997). Pessoas hábeis em modificar as emoções de forma a modelar respostas afetivas de acordo com seus objetivos e com o meio, poderiam obter benefícios em variadas situações, como de estresse, por exemplo (Lyons & Schneider, 2005). Igualmente, a possibilidade de reduzir emoções intensas e de gerar experiências emocionais poderia ocasionar sentimentos de auto-controle. A habilidade de regular as emoções nos outros poderia ocasionar sentimentos de controle situacional. Além disso, GE foi relacionado à satisfação com a qualidade das interações sociais, bem como com uma tendência a obter suporte dessas (Lopes, Salovey, & Straus, 2003). Sobretudo, o controle emocional traduziria a habilidade de regular emoções com o objetivo de promover bem-estar e crescimento emocional e intelectual.

Por todo o exposto, fica claro que uma prova

oral não se resume a um treinamento voltado à

pena se desesperar na primeira pergunta da

prova? Vale a pena achar que não vai conseguir?

Essas são perguntas que são respondidas de

uma melhor forma, sob o crivo da inteligência

emocional.

Sobre o tema, ainda vale trazer a lume as

considerações de Carla Woyciekoski2:

A capacidade de Compreensão Emocional (CE) estaria relacionada a três habilidades: (a) capacidade de identificar emoções e codificá-las; (b) entender os seus significados, curso e a maneira como se constituem e se correlacionam; e (c) conhecer suas causas e conseqüências.

Adicionalmente, a CE indicaria o quão bem uma pessoa seria capaz de entender significados e situações emocionais, através da utilização de processos de memória e codificação emocional (Mayer, Salovey, & Caruso, 2002,2004a). Gohm, Corser e Dalsky (2005) e Lyons e Schneider (2005) referiram que a capacidade de entender

2 Woyciekoski, Carla, Hutz, Claudio Simon, Inteligência emocional: teoria, pesquisa, medida, aplicações e controvérsias. Psicologia: Reflexão e Crítica [en linea] 2009, 22 (Sin mes): [Fecha de consulta: 8 de enero de 2018] Disponible en: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=18815253002> ISSN 0102-7972.

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Redes Sociais

resolução de questões jurídicas, mas demanda

uma visão holística de gestão interior do

indivíduo, mormente voltada à inteligência

emocional, tal como propõe intensamente

os mais diversos estudos de neurociência

cognitiva.

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Redes Sociais

Boa parte dos que chegam a uma prova oral

temem a suposta dificuldade de falar bem em

público, a qual é derivada, muitas vezes, da falta

de treinamento e de uma suposta fobia social.

Falar em público, porém, é muito mais simples

do que parece, pois a comunicação verbal é

exercida diariamente. Desse modo, precisamos

apenas realizar uma organização estrutural do

discurso a ser proferido, considerando o tipo de

conteúdo e o público ao qual será dirigido.

A primeira dica essencial para lidar com esse

desafio é sempre se imaginar falando em um lugar

familiar. Pense, por exemplo, que, ao invés de

estar em um auditório repleto de examinadores,

você está conversando com amigos de concurso

04Como falar bem

em público

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Redes Sociais

sempre acompanhado por uma câmera.

Observe, portanto, quais as expressões

linguísticas que você repete, quais os seus

gestos que traduzem insegurança, qual o tom

da sua voz, como você gesticula, quais as

pausas que você realiza, qual a diversidade do

seu vocabulário, dentre outros aspectos que

fazem a diferença para o examinador.

Ser firme em seus posicionamentos é essencial

para transmitir segurança aos seus interlocutores.

Como dito no início, os examinadores querem

ver em você um membro da carreira, por

isso, não titubeie na sua fala, nem, tampouco,

oscile o tom de voz, pois, muitos candidatos,

diminuem o volume, quando estão nervosos.

Outra dica importante é olhar nos olhos dos

examinadores. Fixar os olhos no chão, ao

responder, traduz insegurança e, para alguns,

desrespeito e desatenção.

sobre um ponto específico do seu edital. Agir

dessa forma alivia a tensão da prova e confere

maior fluidez ao discurso.

Outro ponto fundamental e que facilita muito

o aprimoramento da oratória é aumentar sua

base de conteúdo. Se você já chegou a uma

prova oral, pode ter certeza que terá o que

falar durante a arguição e, por mais que alguns

pontos passem ao largo da sua memória, o

raciocínio jurídico é mais do que presente

em todas as atividades que você desenvolve

diuturnamente. Assim, jamais pense que não

terá o que falar, afinal de contas o Direito faz

parte da sua vida. Confie na sua bagagem!

Falar em público é a arte de treinar repetidas

vezes o discurso, com o objetivo de torná-lo

o mais natural possível. Desse modo, não se

restrinja às sabatinas de um curso de prova oral,

caso você opte por fazê-lo. É necessário que

você treine com amigos e até mesmo sozinho,

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Redes Sociais

diretamente certos itens.

Cuidado também para não enrolar os

examinadores, pois eles percebem quando

você está, nitidamente, enchendo linguiça.

Caso não saiba a resposta, tangencie pontos

correlacionados com a pergunta, sem, no

entanto, distanciar-se em demasia daquilo que

foi perguntado.

Lado outro, nas suas introduções, você não

precisa regredir até o direito romano. Seja mais

sucinto e destine seu tempo às considerações

que, de fato, vão agregar conteúdo à pergunta.

Seu discurso estará limitado no tempo, portanto,

evite divagações.

Como dito antes, falar bem é promover a

compreensão no outro, portanto, não fale

rápido demais a ponto de dificultar a absorção

pelo examinador. Cadencie seu discurso, sem,

no entanto, torna-se um robô. Uma boa média

É importante lembrar que confiança nada

tem a ver com soberba. Assim, não desafie os

examinadores e não queira se colocar acima

deles. Falar em público exige humildade,

mormente quando se está em uma prova oral!

Ter as idéias bem concatenadas ajuda a

expressar com clareza a sua resposta. Falar

bem em público é se fazer entender de

forma leve. Desse modo, é fundamental que

você construa seu discurso, tal como uma

dissertação, ou seja, faça uma breve introdução,

desenvolva os tópicos e arremate com muita

transparência. Para isso, você pode ter arranjos

já prontos, os quais se amoldam perfeitamente

às suas respostas. Lembre-se que é preciso

ter variabilidade, portanto, não comece nem

termine sempre da mesma forma. Ademais, seja

assertivo em sua conclusão! Lembre-se que o

examinador, em regra, corrige seu exame com

um espelho e, assim, quer que você aborde

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Redes Sociais

caminhos árduos da preparação, bem como

dos momentos de maior tranquilidade ao

responder perguntas difíceis.

Como dizia Marco Aurélio, imperador e

filósofo romano: “Não pense que aquilo que

você não consegue dominar é humanamente

impossível; e, se é humanamente possível,

está a seu alcance.”

Mãos à obra!

é falar entre 130 e 170 palavras por minuto.

Falar bem em público envolve também domínio

correto da língua portuguesa, principalmente

em se tratando de provas orais, uma vez que

tal ponto é alvo de avaliação precisa dos

examinadores. Fique atento à concordância

e à correta pronúncia das palavras. Jamais

pense que fazer uma prova oral é peticionar

em um processo. Evite, por conseguinte,

termos por demais rebuscados, com a ressalva

para expressões técnicas. Discurso simples é

discurso polido!

Um último ponto de destaque, para que

você possa falar bem em público, é se

empoderar. Antes de começar sua prova,

faça um aquecimento cerebral. Mentalize

todos os caminhos que serão percorridos,

quando do momento do seu discurso, e traga

à mente seus pontos de força. É fundamental

lembrar dos seus treinamentos e de todos os

21

Redes Sociais

A depender do trâmite procedimental da prova

oral, variam as estratégias necessárias ao bom

desempenho do candidato. As provas orais,

nos concursos jurídicos, praticamente adotam

três estruturas: 1) Há sorteio de pontos com

antecedência, de tal modo que o candidado

tem a possibilidade de ter contato com os

conteúdos que serão abordados (Exemplo: os

concursos da Magistratura); 2) Não há sorteio

de pontos e as perguntas são realizadas

oralmente pelos examinadores, de acordo

com as matérias descritas no edital (Exemplo:

algumas provas da Defensoria Pública) e 3)

Inexiste sorteio de pontos e as perguntas são

redigidas por escrito, com possibilidade de

reperguntas pelos examinadores (Exemplo:

Procurador Federal).

05Estrutura da Prova Oral

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Redes Sociais

Lado outro, é preciso ficar atento às horas de

sono, pois, mesmo que o candidato esteja na

ânsia de percorrer a vastidão de conteúdo,

prejudicar o sono pode significar prejuízo

à memória e à capacidade de raciocínio e

articulação das ideias, consoante pronuncia

John Arden, in Vitalize seu cérebro, Figurati,

São Paulo, 2014, p. 265:

O sono é essencial para consolidar a memória. O sono profundo é importante para consolidar a memória explícita, e o sono REM a memória procedural. Também se demonstrou que a privação do sono compromete a atenção, a nova aprendizagem e a memória. Quanto mais tempo você estiver privado de sono, mais comprometidas ficarão suas habilidades cognitivas.

Pense que dormir vai melhorar a qualidade

da arguição. Comprometer o sono pode ser

um passo rumo a respostas mal elaboradas

e dificuldade de compreensão das perguntas

direcionadas pelo examinador.

No primeiro modelo, o canditato tem condições

de revisar alguns itens essenciais do ponto

abordado, de tal modo que é possível ter

mais segurança e assertividade nas respostas.

Recomenda-se, nesse caso, que, quando do

sorteio dos pontos, o candidato tenha acesso

a um resumo de tópicos, questões anteriores e

principais destaques jurisprudênciais.

É fundamental, ademais, que o candidato tenha

realizado uma articulação prévia com amigos

e professores, a fim de que estes filtrem os

conteúdos mais importantes referentes aos

temas que serão alvo de apreciação.

Nesse caso, é preciso gerenciar bem o tempo,

para que o examinando não se perca em uma

infinitude de materiais e dicas, portanto, privilegie

abordagens correlacionadas com os pretensos

membros da banca e discussões atuais,

mormente aquelas que já foram debatidas pelas

Cortes Superiores.

23

Redes Sociais

Nesse modelo, mais do que no anterior, é

preciso conhecer a fundo a banca examinadora,

com vistas a antever algumas das possíveis

perguntas que serão direcionadas ao candidato.

Além disso, é ideal treinar questionamen-

tos totalmente fora da curva, para aprimorar

sua capacidade de reação diante de temas

desconhecidos.

Quanto aos dois modelos anteriores, é

imprescindível frisar que, geralmente, a banca

se apresenta disposta por completo, com vistas

a arguir o candidato em todas as disciplinas.

Em assim sendo, é fundamental seguimentar

mentalmente cada examinador, haja vista que

um possível resultado negativo em um grupo

de disciplinas não é fator determinante para a

sua exclusão do certame. Mudou o examinador,

mudou o mundo! Não fique preso às respostas

anteriores.

Já em relação ao terceiro modelo, comumente

Por fim, como essa é a sistemática adotada

em provas de magistratura, principalmente,

lembre-se de estudar a jurisprudência do

Tribunal local. Afinal de contas, o Código de

Processo Civil de 2015 alçou à categoria de

padrões decisórios vinculantes alguns posi-

cionamentos hauridos por Cortes Estaduais

e Federais, tais como a súmula de Tribunal

local sobre matéria de direito local (art.332) e

o acórdão proferido em sede de Incidente de

Resolução de Demandas Repetitivas (art. 927).

No segundo modelo de prova oral, não é

realizado sorteio de pontos e o examinando

pode ser questionado acerca de qualquer

tópico listado no edital. Apesar de alguns

acharem que só existe desvantagem nessa

estrutura de prova, é preciso lembrar que a

ausência de sorteio não gera uma ansiedade

demasiada para ler tudo que está relacionado

ao ponto escolhido e, assim, a mente não fica

repleta de pensamentos difusos.

24

Redes Sociais

por grupo de matérias e o canditato, assim

que termina a arguição, é dirigido pelo

fiscal aos examinadores seguintes. Assim, é

imperioso que o candidato compreenda que

cada banca é um mundo e uma realidade

distinta. Desse modo, ao deixar a sala de

certas disciplinas, não fique pensando no

seu possível insucesso ou relembrando

trechos da prova, pois é fundamental que o

foco esteja dirigido às próximas perguntas.

É preciso recordar que a nota é a média

das notas de todas as disciplinas, portanto,

um suposto resultado negativo em uma

matéria não se traduz, necessariamente, em

reprovação.

verificado em provas da Advocacia Geral da

União, existem algumas peculiaridades dignas

de nota. Considerando que a pergunta será

posicionada em uma folha de papel, na mesa

do candidato, é preciso que o examinando, ao

ler a pergunta, já organize mentalmente sua

resposta, a fim de evitar perda excessiva de

tempo.

Doutro lado, não é interessante ficar muito

apegado ao questionamento escrito, pois

muitos candidatos perdem tempo achando que

a resposta está na folha de papel e desviam,

inúmeras vezes, o olhar do examinador. Treine

seu grau máximo de atenção e só volte na

pergunta, em caso de dúvida quanto ao

questionamento propostos.

O modelo de prova em análise, majoritar-

iamente, não comporta uma única banca

disposta para fazer todas as perguntas ao

candidato. Geralmente, as bancas são divididas

25

Redes Sociais

06Análise da banca

Um dos pontos primordiais e indispensáveis para

quem vai ser submetido à fase oral é fazer um

levantamento de tudo que esteja relacionado

aos membros da banca examinadora e seus

respectivos suplentes.

Via de regra, os examinadores gostam de dirigir

suas perguntas, ainda quando há sorteio de

pontos, para tópicos que estejam relacionados

à sua vida acadêmica ou profissional.

Geralmente os cursos de prova oral

disponibilizam um estudo detalhado da banca

examinadora, mas, você pode realçar sua

pesquisa da seguinte forma:

1. Acesse a plataforma lattes e verifique quais os conteúdos produzidos pelos

26

Redes Sociais

ou na sua atividade profissional, a fim de não ser surpreendido com atos mais ríspidos que possam te desequilibrar.

Conhecer o examinador é tornar a prova oral

mais familiar, viabilizando, por conseguinte,

tranquilidade e segurança ao candidato.

Cuidado apenas ao citar o membro da banca,

pois é necessário que seja algo natural, não

repetitivo e adequadamente fundamentado.

examinadores. Não se restrinja aos livros! Observe artigos, apresentação de painéis, bem como palestras proferidas nos últimos anos. Ademais, verifique os trabalhos orientados pelo examinador, pois, em regra, estão relacionados a temas de seu interesse. (CNPQ Lattes).

2. A depender da profissão, faça um análise dos últimos pronunciamentos/manifestações do membro da banca. Quando o examinador é integrante de Tribunal, fica mais fácil observar quais os acórdãos que estão sendo proferidos e sua linha de entendimento. Nos demais casos, acesse o site das instituições às quais estão vinculados os examinadores e colha notícias de seus pronunciamentos..

3. Veja se os membros das bancas já participaram de outras provas orais e levante as questões anteriormente formuladas.

4. Estude o perfil comportamental do examinador. Tente colher informações sobre a maneira como ele se porta em concursos

27

Redes Sociais

Entre a publicação do resultado das fases

subjetivas e a data da realização da prova oral

há um curto espaço de tempo e é fundamental

que a estratégia de estudo seja adequadamente

traçada.

O primeiro passo é compreender a inviabilidade

de se efetivar densas leituras doutrinárias. Prefira

resumos mais bem estruturados (é essencial

que neles estejam contidos conceitos basilares

– a prova oral, como falaremos adiante, exige

que o candidato domine bem os conceitos

centrais das mais diversas disciplinas jurídicas –

e os tópicos de jurisprudência relevante), alterne

matérias durante o dia, com vistas a minorar o

cansaço, e disponha de um horário específico

para realizar os treinamentos. Apenas se valha

07Sistemática de estudo

28

Redes Sociais

consonância com teses favoráveis à carreira

pretendida, a exemplo de decisões benéficas à

Fazenda Pública ou à Defensoria Pública.

No que pertine à ordem de prioridade dos

temas que serão estudados, prefira aqueles

com os quais você nunca teve contato ou os

assuntos de maior dificuldade. É preciso ter

uma visão mais ampla do conteúdo.

Ademais, não ignore a necessidade de realizar

a leitura dos dispositivos legais mais relavantes,

já que alguns examinadores sempre perguntam

se há disposição expressa de lei quanto à

matéria.

Por fim, não entre em pânico com o volume de

matérias. Foque na estratégia listada acima e

retire a atenção da quantidade de assuntos e

do tempo que falta para a realização da prova.

Como dito antes, distanciar-se do presente é

eliminar a tão necessária produtividade.

de livros, em caso de dúvida e na hipótese de

ser uma obra específica do examinador que

você desconheça.

No tempo reservado aos treinamentos,

responda perguntas de provas anteriores,

bem como busque explicar conceitos dos

temas centrais das disciplinas e a natureza

jurídica dos principais institutos. Não cometa

o erro de muitos candidatos que é promover

definições, através de exemplos. Os exemplos

são ferramentas complementares às respostas,

assim, você não pode, a título de ilustração,

definir contrato de mútuo apenas com um caso

prático de tal avença.

Esteja com a jurisprudência em dia e revise os

acórdãos mais importantes! Os precedentes de

destaque são aqueles com caráter vinculante e

os que, ainda que persuasivos, componham a

linha de entendimento do Tribunal para o qual

você está prestando o concurso ou estejam em

29

Redes Sociais

08Vestimenta

A apresentação do candidato é elemento

integrante da prova oral, tanto que os editais

exigem que os examinandos se apresentem

vestidos de maneira adequada. Para os homens,

é obrigatório o uso de terno e gravata.

Inicialmente, quanto ao traje do candidato

do sexo masculino, deve-se pontuar que as

cores do terno e da gravata devem ser as mais

sóbrias possíveis. Prefira tons de azul e preto e

evite cores muito chamativas. Nem pense em ir

com gravatas nas quais constem desenhos ou

símbolos gritantes. Além disso, esteja com os

sapatos devidamente engrachados, pois todo

detalhe faz a diferença!

É recomendável, quando o candidato vai fazer

uma prova oral fora do seu domicílio, que ele

30

Redes Sociais

leve mais de um terno. Apesar de ser incomum,

acidentes podem acontecer!

Em relação às mulheres, tradicionalmente é

recomendável o uso do terninho, ao invés das saias,

tendo em vista que elas podem causar desconforto

à candidata, além de gerar uma preocupação

desnecessária com o posicionamento. Vale aqui

a mesma advertência feita aos homens, ou seja,

use cores sóbrias e procure levar mais de um kit

de roupas, na hipótese de a prova ser fora da sua

cidade.

Outra recomendação de relevo para as mulheres

é prender o cabelo, tendo em vista que as

examinandas costumam pegar nas madeixas,

quando estão nervosas. Assim, para evitar

repetições comportamentais reveladoras de

insegurança, é melhor não arriscar.

Por fim, as mulheres precisam ficar atentas ao tom

da maquiagem, a fim de evitar tons muito fortes e

extravagantes.

31

Redes Sociais

Os examinadores são as figuras centrais da

sua prova e, portanto, toda a sua atenção deve

estar voltada para eles. Ignore eventual plateia,

pois quem importa são aqueles que serão

responsáveis pela avaliação da sua postura e

desempenho.

Desse modo, existe uma série de protocolos

que deverão ser observados, a fim de que você

possa fazer uma excelente prova oral. Vamos

aos pontos centrais:

1. Ao entrar na sala, não fique olhando para o chão, como se estivesse entrando em um local de tortura, pois isso significa medo e desrespeito. Não adote, por outro lado, postura oposta, ou seja, não erga demais a cabeça, em nítida posição de soberba.

09Como se portar

em frente ao examinador?

32

Redes Sociais

dia, boa tarde ou boa noite. Em seguida, sente-se ou fique em pé no púpito, a depender do tipo de prova, e aguarde as instruções para início da sua arguição (Em regra, é solicitado que o candidato fale seu nome completo e o número de inscrição).

3. Se a prova exigir que o candidato fique sentado, esteja atento à modulação do seu tom de voz, considerando que há uma pressão maior no diafragma, e à posição correta na cadeira (cuidado para não escorregar na cadeira durante a prova ou abrir as pernas, como se estivesse no sofá da sua sala). É comum os candidatos falarem mais baixo, quando estão sentados. Caso a arguição seja em pé, cuidado para não se movimentar em demasia. Ademais, em ambos os casos, é importante colocar as mãos sob a mesa, sem entrelaçá-las, já que você pode correr o risco de estalar os dedos, apertar os dedos, ou evidenciar outro sinal de nervosismo. Nesse sentido, posiciona-se David Cohen, in A linguagem do corpo, 10ª Edição, Vozes,

O ideal é ingressar na sala com os ombros eretos, cabeça centralizada e fitando os examinadores, nos termos do que aduz David Cohen, in A linguagem do corpo, 10ª Edição, Vozes, Petrópolis-RJ, 2015, p. 61: “O primeiro elemento da boa linguagem corporal é conhecido há séculos. Na Roma Antiga, os soldados eram ensinados a manter uma postura ereta e aprumada. Se você andasse desengonçado,o centurião gritava da mesma maneira que o sargento de hoje, 2000 anos depois. A ideia de que a postura ereta transmite autoconfiança, segurança e bom caráter está fortemente arraigada nos seres humanos.”

1. Sempre se dirija aos examinadores com total respeito, utilizando o pronome de tratamento “Vossa Excelência”. Jamais se refira ao examinador como “você”, bem como não use qualquer outra expressão que demonstre pessoalidade e intimidade

2. Ao entrar na sala, cumprimente os examinadores sempre com um cordial bom

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Redes Sociais

7. Mesmo que os examinadores não estejam prestando atenção em você, continue olhando para eles e prossiga com a sua resposta, pois seu tempo estará transcorrendo. Não pare de responder pelo só fato de o examinador esboçar uma reação de suposto desagrado.

8. Caso seja interrompido pelo examinador, ouça atentamente as considerações que ele tem a fazer e veja se a intenção dele é te ajudar na resposta (Nem sempre o objetivo do examinador é te ajudar. Às vezes a ideia da banca é testar sua confiança.).

9. Não peça ajuda ao examinador, pois ele não está lá para te dar respostas. Eventualmente, na hipótese de um dos membros da banca utilizar uma expressão em outra língua ou algo totalmente desconhecido, você pode, caso não saiba a resposta, se valer do seguinte questionamento: Vossa Excelência, existe algum sinônimo ou expressão correlata?

Petrópolis-RJ, 2015, p.99: “Também vemos as pessoas entrelaçarem os dedos um por um e tocá-los, até mesmo acariciá-los um pouco. Mais uma vez, é um sinal de ansiedade e uma tentativa de se tranquilizar.”

4. Não faça brincadeiras ou piadas com o examinador. Caso o examinador fale de maneira leve ou engraçada com você, sorria de forma comedida. Nunca ache que ele é seu amigo íntimo.

5. Mesmo que o examinador seja mais ríspido com você, mantenha-se calmo e não entre em conflito. Apenas responda o que foi perguntado sempre com muita cortesia e educação.

6. Se você cometeu algum equívoco na resposta, não precisa pedir desculpas ao examinador. Corrija sua fala (Você pode usar as seguintes expressões: reformulando, em verdade, digo, etc...) e siga em frente!

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Redes Sociais

10. Se o examinador fizer alguma pergunta e você não compreender bem, não há problemas em solicitar a repetição, desde que isso não seja feito a todo o momento.

11. Não minta ou tente ludibriar o examinador, pois isso pode prejudicá-lo, considerando que tal postura soa como desdém, além de transparecer desalinho com os valores da carreira.

12. Ao término de sua arguição, cumprimente de maneira adequada os examinadores e aguarde sua aprovação.

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Redes Sociais

10As perguntas do

examinador

A primeira impressão de quem chega a uma

prova oral é de que todas as perguntas dos

examinadores são impossíveis e, portanto,

o exame se transforma em uma meta

praticamente inatingível.

Esqueça essa premissa equivocada! A maioria

das perguntas das provas orais são comuns

e estão dentro de sua base de conteúdo e

leitura. O que os examinadores querem saber

é se você tem tranquilidade para trabalhar

conceitos e informações armanezados em sua

memória, quando submetido a uma situação

de maior pressão, tal como pode ocorrer em

uma audiência ou um júri.

Desse modo, é preciso ficar atento às

definições dos institutos, à natureza jurídica,

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Redes Sociais

Chega de crenças limitantes! Você é maior do

que tudo isso!

às classificações, aos posicionamentos e

divergências jurisprudenciais, bem como

as linhas gerais da doutrina. Não é nada de

outro mundo!

A maior dificuldade dos candidatos é

trabalhar os conceitos, pois geralmente não

estão acostumados a definir com precisão.

Jamais conceitue algo através de exemplos,

pois estes servem ao esclarecimento e

complementação das respostas.

Lado outro, os examinadores gostam de

casos práticos. Assim, reine com problemas

reais, com vistas a facilitar o desenvolvimen-

to do seu raciocínio jurídico e para aguçar

sua visão sistemática do conteúdo.

Não esqueçam, por fim, que as perguntas

podem estar relacionadas ao perfil da sua

carreira, portanto, nunca deixe de olhar qual

a linha de atuação dos integrantes da sua

futura instituição.

37

Redes Sociais

11Articulação da

resposta

Uma das linhas mestras da prova oral é

saber como organizar suas respostas, de

modo a transparecer segurança, domínio

do conhecimento, fluidez de raciocínio e

adequada concatenação das ideias.

O momento mais importante da resposta

são os segundos que a antecedem. Antes de

responder, em efetivo, organize mentalmente

aquilo que será trabalhado e entregue o seu

melhor ao examinador. Entre a pergunta e

a resposta dê uma pausa de, no máximo,

05 segundos, pois é comum o candidato

responder de imediato e ter que corrigir o que

foi dito, em razão da pressa e ansiedade em

apresentar suas considerações.

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Redes Sociais

Excelência, a nomeação à autoria, no Código de Processo civil em vigor, não mais figura como modalidade de intervenção de terceiros, diferentemente do que ocorria no Código de Processo Civil de 1973. Até mesmo sob a égide do Código revogado, já se questionava o seu enquadramento como forma de intervenção, tendo em vista que, em verdade, o que ocorria era nítida correção do pólo passivo da demanda, com o objetivo de trazer à lide o efetivo legitimado a responder os termos da pretensão deduzida. Dessa forma, não é mais possível falar em nomeação à autoria, no CPC/15. No entanto, mesmo que inexista previsão expressa quanto à nomeação à autoria, a nova legislação processual previu a possibilidade de correção subjetiva do pólo passivo, sem enquadrá-la como modalidade de intervenção de terceiros. Assim, por exemplo, caso o réu alegue ilegitimidade passiva, na contestação, o juiz ouvirá o autor para que se pronuncie, e, eventualmente, promova a substituição do demandado. Gostaria de registrar, inclusive, que tal correção subjetiva do pólo passivo seria cabível em sede de juizados especiais, pois não se trata, como registrado, de intervenção de terceiros.

Advertência: Não amplie demais a pausa

construtiva, haja vista que isso pode soar como

falta de conhecimento e nervosismo!

Sua resposta deve ser construída sob os pilares

do modelo dissertativo, ou seja, faça uma

breve introdução, desenvolva o tema e, por fim,

arremate suas conclusões de modo expresso.

Lembre-se que você está sendo regido pelo

maestro TEMPO, por isso, não faça introduções

longas demais e procure condensar as principais

informações que se liguem ao tema proposto.

Essa linha estruturante de resposta evita que

você trabalhe os conteúdos de maneira difusa

e reste por confundir o examinador.

Um bom exemplo dessa estratégia pode ser

consubstanciada no exemplo abaixo:

Prova Oral – TRF 1ª Região – Juiz Federal - 2016 – Processo Civil: É possível nomeação à autoria no novo CPC?

39

Redes Sociais

dizendo que são cinco, pois, caso você esqueça

um deles no decorrer da resposta, isso pode

passar despercebido. Portanto, comece falando

sobre os elementos do ato administrativo, sem

enumerar quantos são.

Apenas enumere, se o examinador te perguntar

expressamente quantos elementos são, quantas

condições existem, quantos requisitos são

necessários e etc.

É interessante que a sua resposta seja articulada

com uma visão sistemática do direito, mas sem

muitas delongas e quando existir pertinência

com o assunto perguntado. Desse modo, realizar

links e hiperlinks com outras disciplinas pode

enriquecer a sua manifestação. Ter interlocução

com o direito constitucional, por exemplo,

é indispensável, considerando que todo e

qualquer ramo jurídico deve ser lido à luz das

normas constitucionais.

Veja que a introdução foi breve, tecendo

considerações acerca do instituto, e o

desenvolvimento encaminhado para o

arremate da resposta, sem incursões laterais

desnecessárias.

Quando da elaboração da sua resposta,

tenha cuidado ao inserir informações sobre as

quais você não tem pleno domínío, tendo em

vista que o examinador poderá aprofundar

o tópico e te colocar em uma verdadeira

encruzilhada. Certa vez, tive a oportunidade

de presenciar um candidato que citou uma

determinada doutrina estrangeira, com o

objetivo de demonstrar conhecimento, e, por

ter um conteúdo superficial, foi encurralado

pela banca.

Fique atento para não enumerar requisitos,

elementos ou características. Exemplo:

O examinador te pergunta quais são os

elementos do ato administrativo. Não comece

40

Redes Sociais

O ideal, nesse caso, é dimensionar suas

respostas para que você fale, pelo menos,

quatro minutos, dentre os cinco disponíveis,

por exemplo.

Quando devo falar não me recordo?

Muitos candidatos acham que dizer “Não me

recordo, Excelência” é sinônimo de reprovação

na prova oral. Porém, você não precisa acertar

todas as perguntas para ser aprovado, assim,

é até natural que um ponto ou outro fuja da

sua linha de conhecimento. O que não pode

acontecer é você se desesperar e, consequen-

temente, prejudicar toda a sequência da prova.

A primeira dica importante é que você deve usar

a expressão “não me recordo” como medida

excepcional. Analise bem a questão e veja se

você não consegue associar o questionamento

a algo que você saiba. Não se trata de enrolar

o examinador, mas sim de trabalhar conteúdo

Nessa mesma linha, é interessante realizar

citações doutrinárias, jurisprudenciais e

legislativas, desde que você esteja seguro

quanto ao conteúdo exposto. Não arrisque

dizer número de artigos ou acórdãos, caso

você não tenha certeza absoluta, pois, na

hipótese de você errar, chamará a atenção

da banca de maneira negativa.

Outro aspecto que costuma prejudicar

os candidatos é o excesso de laconismo.

Alguns examinandos não desenvolvem

adequadamente suas respostas e deixam

um vazio em suas arguições. Se você tem 5

minutos para responder uma pergunta, não

use apenas um minuto, mas também não

extrapole o tempo.

Atenção: Se você é sucinto demais, pode

abrir espaço para uma enxurrada de

perguntas dos examinadores!

41

Redes Sociais

pode ser travada, haja vista que fluidez é

fundamental para uma boa nota.

Mais uma vez reforço a necessidade de

segurança! Sua instabilidade emocional pode

te deixar fora do jogo.

associado à pergunta, ainda que indiretamente.

Desse modo, enquanto aborda aspectos

laterais, você pode até lembrar da pergunta

realizada pelo examinador.

Se realmente perceber que o ponto fugiu

à mente, você pode falar “Não me recordo,

Excelência” ou “Excelência, esse ponto não

me ocorre, no momento”. Evite as seguintes

expressões: “Não sei, Excelência”, “Não estudei

esse ponto, Excelência” ou termos correlatos.

Por fim, fique muito atento ao correto uso

do vernáculo e à dicção. Cuidado com as

concordâncias, pois muitos candidatos

cometem esse erro e sofrem redução da

pontuação. Fale de forma pausada e explicada,

a fim de facilitar a compreensão do examinador.

Nos treinamentos, preste atenção nas mais

palavras que você mais repete e busque

diversificar o discurso. Sua resposta não

42

Redes Sociais

Inconscientemente nosso corpo, através

de gestos e ações, revela traços da nossa

personalidade, bem como emoções. Na prova

oral, portanto, não deixe sua insegurança,

nervosismo e ansiedade se transformarem

em atos desastrosos. É comum ver candidatos

passarem a mão no cabelo, balançarem as

pernas, estalarem os dedos, arregaleram

os olhos, rirem, dentre outras situações

nitidamente reveladoras de instabilidade

emocional.

Durante os treinos, observe todos os

movimentos que traduzam insegurança e

apreensão, a fim de evitá-los no momento

decisivo. Afinal de contas, você não pode dar

sinais negativos ao examinador.

12O corpo fala

43

Redes Sociais

coisas aos outros e eles têm muitas coisas a dizer para você. Também nosso corpo é antes de tudo um centro de informações para nós mesmos.

No mais, não se preocupe muito com os

sinais corporais do examinador, pois, se assim

proceder, você perderá a concentração na

resposta que está sendo elaborada e ficará

divagando sobre as possíveis impressões

dele acerca da sua resposta.

Vamos lá, acredito em você!

Pergunte às pessoas mais próximas como

você reage ao ficar nervoso, emocionado e, até

mesmo, ao mentir. Todas as informações são

necessárias, pois os movimentos precisam ser

controlados.

Atenção: O treinamento para a prova oral

pressupõe autoconhecimento, principalmente

dos seus pontos de melhoria!

Cuidado também para não reduzir o volume

da voz e desviar o olhar do examinador ao ser

pressionado.

Aconteça o que acontecer, sua reação deve ser

sempre de segurança, pois o examinador quer

ver em você um integrante da carreira.

Como bem aduzem Pierre Weil e Roland

Tompakow, in O corpo fala: a linguagem

silenciosa da comunicação não verbal, Editora

Vozes, Petrópolis, 2015:

Pela linguagem do corpo, você diz muitas

44

Redes Sociais

Todo o candidato de prova oral precisa ter

preparo emocional suficiente e paciência para

lidar com a sala de espera. Você pode aguardar

por horas até o momento da realização da sua

arguição. Na minha prova oral, por exemplo,

tive que aguardar mais de cinco horas até o

momento em que fui convocado pelo fiscal

para me dirigir até a sala onde estavam os

examinadores.

Diante desse contexto, é preciso que você

esteja atento a alguns pontos extremamente

sensíveis:

1. Enquanto espera a realização da sua prova, mentalize o sucesso e a segurança. Não se deixe levar por pensamentos negativos, sob pena de minar a autoconfiança necessária

13A sala de espera

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Redes Sociais

Prefira a retidão de sua paz interior.

A sala de espera pode ser uma aliada ou inimiga.

A escolha é sua!

para explorar o seu pontencial máximo.

2. Jamais projete a ideia de que algo inatingível será perguntado. Pense sempre que você entregou o seu melhor, durante o processo de preparação e que as respostas fluirão naturalmente.

3. Se perceber qualquer tipo de palpitação ou nervosismo, faça o controle da sua respiração. Feche os olhos, inspire pelo nariz e expire pela boca, ao tempo em que pensa em suas melhores ferramentas.

4. Seja paciente! Vá preparado para esperar e não se consuma com conversas extenuantes com outros candidatos. Dialogue sobre amenidades e retire o foco da suposta pressão de uma prova oral.

5. Não traga à mente pontos não estudados. A sala de espera não é o melhor local para pensar no que você não teve tempo de analisar. Saiba que você está pronto!

6. Evite ficar perto de pessoas desesperadas.

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Redes Sociais

14A platéia

A maior parte das provas orais permite que

outras pessoas possam assistir ao certame.

Certas sessões são públicas e outras exigem

um cadastramento prévio daqueles que

desejam acompanhar as arguições.

Alguns candidatos têm receio da plateia, pois

geralmente ficam pensando na imagem que

irão transmitir para os que lá se encontram. No

entanto, é preciso entender que a única plateia

com quem você tem que se preocupar são os

examinadores. Assim, imagine que o lugar está

vazio e siga em frente!

Não é recomendável que você oriente seus

familiares a assistir sua prova oral, já que é

comum desencadear mais nervosismo e

47

Redes Sociais

ansiedade. Caso a prova seja em outro Estado,

você até pode viajar com alguém mais próximo

a você, mas não oriente esta pessoa a ir ao local

de prova.

Sempre que possível, peça para alguém

acompanhar os dias que antecedem a sua

arguição, caso não seja a primeira, com o

objetivo de anotar as perguntas vertidas pelo

examinador, além das impressões sobre o

perfil psicológico de cada um. Tais informações

podem servir como elementos indispensáveis

para determinar alguns aspectos do seu

comportamento.

Adentre o ambiente de prova para entregar o

seu melhor! Não pense demais. Apenas faça o

que já é fruto de um árduo treinamento.

É hora do seu show!

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Redes Sociais

15O dia que antecede a

prova

O dia anterior ao certame deve ser leve e sem

grandes pressões, mesmo que a sua prova

oral seja com sorteio de pontos com 24 (vinte e

quatro) horas de antecedência. O desespero e a

busca desenfreada pelas últimas informações

aumentam o seu nível de estresse e gera

mais confusão mental, de tal modo que as

informações ficam dispostas de maneira difusa

no seu cérebro. Desse modo, siga as dicas que

se seguem:

1. Se a sua prova é com sorteio prévio de pontos, foque nas informações mais importantes e não tente ler mil coisas ao mesmo tempo. É essencial ser estratégico e, principalmente, estar atento aos posicionamentos da banca. Jamais fique sem dormir, pois o sono é que te proporcionará adequada capacidade de

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Redes Sociais

dormir. Evite imprevistos.

7. Independente da sua religiação ou crença, faça uma oração e renove sua fé! Boas energias estarão contigo a todo o momento.

Agora é hora de seguir em frente e cumprir a

tarefa que lhe foi designada! Você é maior do

que qualquer obstáculo!

raciocínio e memorização. Caso a sua prova não tenha sorteio antecedente de pontos, não estude muito no dia anterior. Faça apenas revisões pontuais e busque relaxar conversando com amigos sobre temas alheios à prova, assistindo a um filme e etc. Durma cedo para estar inteiro na prova.

2. Dois dias antes da prova, escreva uma carta para si mesmo listando como você quer que seja a sua arguição. Essa atividade te trará mais segurança e tranquilidade. Leia a carta antes de sair para a prova.

3. Faça uma refeição leve, com o objetivo de evitar indisposições no momento da prova.

4. Evite conversar com pessoas desesperadas antes da prova, pois elas podem te contaminar com negatividade e insegurança.

5. Medite antes de sair para a prova. Encontre a paz interior necessária para explorar todas as ferramentas disponíveis.

6. Verifique toda a sua vestimenta, antes de ir

50

Redes Sociais

Após todos esses passos, eu sei que você não

só fará uma excelente prova, mas estará entre

os mais bem classificados.

Lembre-se que, antes de tudo, é preciso

confiar em si mesmo e entender que o sucesso

na prova oral será diretamente proporcional ao

seu domínio interior.

Gratidão por você ter me dado a oportunidade

de te servir e eu espero vê-lo, em breve,

exercendo sua carreira com propósito e,

efetivamente, transformando vidas.

Vamos juntos, Valentes!

Forte abraço,

Luís Vale

CONSIDERAÇÕES FINAIS.

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sua preparação para prova oral.

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