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Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004 s 1 Trabalho convidado. 2 Prof. Associado do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa – UFV, 36570- 000 Viçosa-MG, <[email protected]>. 3 Prof. Associado do Dep. de Zootecnia – UFV; 4 Prof. Associado do Dep. de Engenharia Florestal – UFV. 5 Prof. do Curso de Engenharia Florestal, Instituto de Ciências Agrárias - ICA, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA/Tapajós, Rua Vera Paz, Bairro Salé, 68035-110 Santarém-PA, <[email protected]>; 6 Eng.-Agrônomo, Diretor Técnico do Centro Brasileiro para Conservação da Natureza e Desenvolvimento Sustentável – CBCN, <[email protected]>. A contribuição da Universidade Federal de Viçosa para o ensino, a pesquisa e a extensão da Agrossilvicultura no Brasil The Contribution of the Universidade Federal de Viçosa to Agroforestry teaching, research and extension in Brazil Laércio Couto 2 , Rasmo Garcia 3 , Antonio Bartolomeu do Vale 4 , Antonio de Arruda Tsukamoto Filho 5 e Rodrigo Silva do Vale 6 RESUMO: O objetivo deste trabalho foi apresentar uma síntese da atuação da Universidade Federal de Viçosa – UFV, por meio de seus departamentos, no desenvolvimento da pesquisa, do ensino e da extensão da agrossilvicultura no Brasil. Foi realizada uma ampla consulta nas bibliotecas central e setoriais da UFV, além de buscas nos Currículos Lattes de pesquisadores. Ao longo dos anos, a UFV consolidou sua posição de destaque na área, desenvolvendo várias teses de mestrado e doutorado, bem como publicando inúmeros artigos científicos em revistas e eventos nacionais e internacionais. O curso de Ciência Florestal foi o que mais contribuiu para produção de teses e trabalhos publicados nessa área, principalmente no exterior. Pode-se afirmar que, nos últimos anos, os avanços técnico, científico e tecnológico da agrossilvicultura no Brasil se devem, em muito, à contribuição da Universidade Federal de Viçosa. Palavras-chave: Sistema agroflorestal, pesquisa agroflorestal e agrossilvicultura. ABSTRACT: This work aimed to present a brief report on the contribution of the Universidade Federal de Viçosa – UFV, by way of its departments, to the development of research, teaching and extension of Agroforestry in Brazil. Thus, an extensive bibliographic review was conducted at the Central Library and at the Departmental libraries, as well as an assessment of the Lattes Curriculum of the researchers involved. The UFV has consolidated its prominent position in this area by producing several Master’s (18) and Doctorate theses (13), as well as by publishing countless scientific articles in national and international journals and events. The Forest Science course has produced the largest number of Doctorate (6) and Master’s theses (13), and published the largest number of papers, mainly in foreign journals. It can be stated that the technical, scientific and technological progress of Agroforestry area in Brazil has been mainly due to the contribution of the UFV. Key words: Agroforestry systems, agroforestry research, agroforestry science.

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Page 1: ˘ ˇ ˆ - SBAG · 2011. 9. 13. · de Engenharia Florestal – DEF, que passou a oferecer o curso de Engenharia Florestal. A UFV vem, desde a sua origem, seguindo a trilogia Ensino-Pesquisa-Extensão

1A contribuição da Universidade Federal de Viçosa para o ...

Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004

s

1 Trabalho convidado.2 Prof. Associado do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa – UFV, 36570-000 Viçosa-MG, <[email protected]>. 3 Prof. Associado do Dep. de Zootecnia – UFV; 4 Prof. Associado do Dep. deEngenharia Florestal – UFV. 5 Prof. do Curso de Engenharia Florestal, Instituto de Ciências Agrárias - ICA,Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA/Tapajós, Rua Vera Paz, Bairro Salé, 68035-110 Santarém-PA,<[email protected]>; 6 Eng.-Agrônomo, Diretor Técnico do Centro Brasileiro para Conservação daNatureza e Desenvolvimento Sustentável – CBCN, <[email protected]>.

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Laércio Couto2, Rasmo Garcia3, Antonio Bartolomeu do Vale4, Antonio de Arruda TsukamotoFilho5 e Rodrigo Silva do Vale6

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi apresentar uma síntese da atuação da Universidade Federal deViçosa – UFV, por meio de seus departamentos, no desenvolvimento da pesquisa, do ensino e daextensão da agrossilvicultura no Brasil. Foi realizada uma ampla consulta nas bibliotecas central esetoriais da UFV, além de buscas nos Currículos Lattes de pesquisadores. Ao longo dos anos, a UFVconsolidou sua posição de destaque na área, desenvolvendo várias teses de mestrado e doutorado, bemcomo publicando inúmeros artigos científicos em revistas e eventos nacionais e internacionais. O cursode Ciência Florestal foi o que mais contribuiu para produção de teses e trabalhos publicados nessaárea, principalmente no exterior. Pode-se afirmar que, nos últimos anos, os avanços técnico, científicoe tecnológico da agrossilvicultura no Brasil se devem, em muito, à contribuição da Universidade Federalde Viçosa.

Palavras-chave: Sistema agroflorestal, pesquisa agroflorestal e agrossilvicultura.

ABSTRACT: This work aimed to present a brief report on the contribution of the Universidade Federal deViçosa – UFV, by way of its departments, to the development of research, teaching and extension ofAgroforestry in Brazil. Thus, an extensive bibliographic review was conducted at the Central Libraryand at the Departmental libraries, as well as an assessment of the Lattes Curriculum of the researchersinvolved. The UFV has consolidated its prominent position in this area by producing several Master’s(18) and Doctorate theses (13), as well as by publishing countless scientific articles in national andinternational journals and events. The Forest Science course has produced the largest number of Doctorate(6) and Master’s theses (13), and published the largest number of papers, mainly in foreign journals. Itcan be stated that the technical, scientific and technological progress of Agroforestry area in Brazil hasbeen mainly due to the contribution of the UFV.

Key words: Agroforestry systems, agroforestry research, agroforestry science.

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COUTO, L. et al.2

Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004

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INTRODUÇÃO

A Universidade Federal de Viçosa – UFV– teve sua origem na Escola Superior deAgricultura e Veterinária – ESAV, criada peloDecreto no 6.053 de 30 de março de 1922 einaugurada em 28 de agosto de 1926 pelo seuidealizador, Dr. Arthur da Silva Bernardes, naépoca Presidente da República.

A primeira iniciativa voltada para a áreaflorestal aconteceu em 1927, com a criação doDepartamento de Silvicultura da ESAV. Esta,por sua vez, transformou-se em UniversidadeRural do Estado de Minas Gerais – UREMG –em 1948, visando o maior desenvolvimento daagricultura no Estado e no País. Em 5 de maiode 1960, com o apoio da FAO, foi criada aprimeira escola de Engenharia Florestal doBrasil, a Escola Nacional de Florestas – ENF,sendo integrada à UREMG pelo acordo entreos Ministérios da Agricultura e Educação eCultura. Posteriormente, em 14 de novembro de1963, a ENF foi transferida para a UniversidadeFederal do Paraná – UFPR, deixando Viçosa,o berço da Engenharia Florestal no Brasil.

O governo do Estado de Minas Gerais,juntamente com a UREMG, resolveu manter aunidade de ensino florestal de nível superior, epelo Decreto no 7.419 de 21 de fevereiro de1964 criou a Escola Superior de Florestas –ESF, iniciando imediatamente suas atividadese tendo como diretor o professor Dr. Arlindode Paula Gonçalves.

A UREMG passou a ser denominada UFVapós a sua federalização em 15 de julho de1969. Com as transformações administrativasforam criados os Centros, dentre eles o Centrode Ciências Agrárias – CCA, cuja estruturaadministrativa foi a departamentalização. As-sim, a ESF foi transformada em Departamentode Engenharia Florestal – DEF, que passou aoferecer o curso de Engenharia Florestal.

A UFV vem, desde a sua origem, seguindoa trilogia Ensino-Pesquisa-Extensão comopadrão de desenvolvimento técnico-científicoe social, no qual foi inserido o desenvolvimentoda Ciência Florestal.

O DEF, procurando promover o seu desen-volvimento técnico-científico e social, criou em1974 a Sociedade de Investigações Florestais– SIF, entidade destinada a realizar a integraçãoUniversidade x empresas e também para servirde suporte à criação do curso de pós-graduaçãoem Ciência Florestal em nível de mestrado, em1975, e posteriormente em nível de doutorado,em 1989.

Em 1987, foi criada no DEF a disciplinaagrossilvicultura, oferecida nos dois primeirosanos dentro do escopo de Problemas Especiaise oficialmente em 1989 em nível de pós-gra-duação, integrando com disciplinas de outrosdepartamentos o desenvolvimento desta novaárea do conhecimento. Desde então, a UFV,através do DEF, vem promovendo a formaçãode mestres e doutores nesta área. Em 1999, estadisciplina passou a ser oferecida em nível degraduação, atendendo à demanda de estudantesnão só da Engenharia Florestal, como tambémde outros departamentos. Paralelamente aoensino da disciplina agrossilvicultura, foidesenvolvido um intenso programa de pesquisapara geração de conhecimento técnico-cien-tífico e promoção de cursos de extensão, a fimde transferir informações aos produtores ruraise às empresas florestais.

Diante da constatação da importância daUFV para o desenvolvimento dessa área de co-nhecimento no País, procurou-se realizar estetrabalho com o objetivo de apresentar umasíntese da sua atuação, por meio de seus departa-mentos, principalmente o de Engenharia Flores-tal, no desenvolvimento da pesquisa, do ensinoe da extensão da agrossilvicultura no Brasil.

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Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004

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METODOLOGIA

A UFV está localizada no município deViçosa, região da Zona da Mata do Estado deMinas Gerais, mas a sua área de atuação abran-ge todo o território nacional, com trabalhosdesenvolvidos também no exterior. Ao longode sua existência, a UFV sempre procurou sepautar na excelência das suas atividades detrabalho dentro da trilogia Ensino-Pesquisa-Extensão, o que a tornou referência no Brasil.Na área de agrossilvicultura, a Universidade éuma das pioneiras na realização de estudoscientíficos, tendo papel marcante no cresci-mento dessa ciência no Brasil.

O levantamento das informações referentesaos trabalhos desenvolvidos na área de agrossil-vicultura pela UFV foi realizado, utilizando-sea base de dados registrados nas suas bibliotecascentral e setoriais, principalmente dos departa-mentos que desenvolvem atividades nesta áreado conhecimento, além de consultas aoCurrículo Lattes dos pesquisadores.

Ensino

O DEF/UFV oferece a disciplina agrossil-vicultura para os graduandos do curso deEngenharia Florestal, Agronomia e Zootecnia,e para pós-graduandos de mestrado e doutoradoda UFV, capacitando os profissionais a ela-borarem projetos de pesquisa e programas dedesenvolvimento, bem como para atuaremcomo professores e instrutores nesta área deconhecimento.

Pesquisa

O desenvolvimento da pesquisa na área deagrossilvicultura pelos professores e pesquisa-dores da UFV vem sendo realizado naspropriedades rurais, nas empresas florestais e

em outros órgãos de pesquisas públicas eprivadas do País. Os pesquisadores têmprocurado criar novas tecnologias que per-mitam oferecer alternativas para garantira sustentabilidade do produtor rural e dasempresas, além de promover programas derecuperação de áreas degradadas, baciashidrográficas e desenvolvimento regional.Dentre as várias linhas de pesquisas adotadas,podem ser citadas: Estudos comparativos deviabilidade econômica dos sistemas agroflores-tais em relação a outras alternativas de plantioem monocultivo; desenvolvimento de indica-dores de sustentabilidade para utilização dossistemas agroflorestais; sistemas agroflorestaiscomo alternativas na recomposição vegetal deáreas degradadas; estudos de fixação de car-bono em sistemas agroflorestais; avaliação desistemas agroflorestais para pequenos produ-tores rurais; e desenvolvimento de pesquisascom sistemas específicos, por exemplo os siste-mas silvipastoris e o desenvolvimento de sis-temas inteligentes na área de Agrossilvicultura.

Extensão

A difusão de tecnologia pela UFV se dápor meio de cursos de extensão e publicações,que são encaminhadas às bibliotecas univer-sitárias e aos órgãos de extensão e pesquisasdo País, estando disponíveis para consultas pelopúblico. Com o uso da informática e da Internet,a Biblioteca Central disponibiliza em seu siteas teses e outras publicações mais recentes paraconsulta, facilitando a disseminação do conhe-cimento e da informação.

Diversos departamentos da UFV, ge-ralmente, promovem uma série de eventos,como cursos, seminários, congressos, pales-tras e reuniões, para divulgar as suas infor-mações técnico-científicas desenvolvidas emcada área.

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COUTO, L. et al.4

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O DESENVOLVIMENTO DAAGROSSILVICULTURA NAUNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

A agrossilvicultura é uma modalidade deuso da terra que vem sendo praticada há muitotempo em diferentes regiões do mundo, masque veio a se consolidar como ciência somentea partir da década de 1980, com a expansãodas pesquisas nessa área. No Brasil, a UFV teveimportância fundamental nesse processo,atuando desde 1982, quando os primeirostrabalhos foram realizados pelo DEF, emparceria com empresas associadas à SIF. Apartir de então, muitas pesquisas foram desen-volvidas, gerando uma série de informações quepermitiram demonstrar a viabilidade técnica,econômica e ambiental dos sistemas agroflo-restais e, conseqüentemente, sua implantaçãoem áreas de empresas privadas e em muitaspropriedades rurais nas diferentes regiõesbrasileiras.

Na UFV, além do DEF, são desenvolvidostrabalhos com sistemas agroflorestais nosDepartamentos de Zootecnia, Fitotecnia, Solose Economia Rural, o que mostra a abrangênciae o compromisso da Universidade para com odesenvolvimento do ensino, da pesquisa e daextensão da agrossilvicultura no Brasil. Pelofato de se ter profissionais de diferentes áreastrabalhando com Agrossilvicultura, consegue-se obter uma multidisciplinaridade das ativi-dades, permitindo aumentar a confiabilidade ea qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

Teses defendidas na área de agrossilvicul-tura na Universidade Federal de Viçosa

O curso de pós-graduação em CiênciaFlorestal foi o que mais desenvolveu trabalhosao longo desses anos. Foram 13 teses demestrado e 6 de doutorado (Figura 1), o quecorresponde a 72,2 e 46,1% do total publicado

(Figura 2), respectivamente (UFV, 2004).Boa parte desse porcentual refere-se a pes-quisas voltadas ao uso de espécies do gêneroEucalyptus nos sistemas silviagrícolas, silvipas-toris e agrossilvipastoris, principalmente noEstado de Minas Gerais, o que foi uma con-seqüência natural da grande importância dessegênero para a economia do Estado de MinasGerais e do Brasil.

Figura 1 – Produção total de teses pelos cursosda Universidade Federal de Viçosa na área deagrossilvicultura, no período de 1987 a 2004. –Total production of theses by the Universidade Federal deViçosa courses in the agroforestry area, from 1987 to 2004.

Figura 2 – Distribuição porcentual, por curso,da produção total de teses desenvolvidas, desde1987, pela Universidade Federal de Viçosa naárea de agrossilvicultura. – Percent distribution, bycourse, of the total production of theses produced since 1987,at the Universidade Federal de Viçosa in the agroforestry area.

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A grande participação da SIF e de suasassociadas no suporte ao desenvolvimento damaioria das teses e dissertações do curso de pós-graduação em Ciência Florestal contribuiuconsideravelmente para fomentar estudosrelacionados a sistemas agroflorestais com eu-caliptos. Procurava-se, na época, buscar infor-mações e desenvolver técnicas que pudessemser utilizadas principalmente nos programas defomento florestal das empresas da área desiderurgia a carvão vegetal e de papel e celulose(Guerra, 1995). Este objetivo foi alcançado ehoje fala-se em fomento agroflorestal, e nãosimplesmente em fomento florestal. A disser-tação de mestrado de Carlos Vitorino DantasMoniz sobre eucalipto interplantado com milhoem Belo Oriente-MG, com o apoio da Cenibra,foi a primeira tese deste gênero desenvolvidaem Minas Gerais. Por outro lado, a tese demestrado do engenheiro florestal Jorge Ribaski,com algaroba e capim-búffel, foi a primeira emagrossilvicultura defendida na UFV. Depois daCiência Florestal, foi o curso de Zootecnia oque mais realizou estudos, sendo duas tesesde mestrado e três de doutorado, 11,1 e 23%do total, respectivamente. Nesse curso, ossistemas silvipastoris com eucalipto foram osmais pesquisados, havendo também umadiversificação, buscando soluções para asregiões semi-áridas do Nordeste brasileiro. Ocurso de Fitotecnia vem logo em seguida, comquatro trabalhos produzidos, sendo duas tesesde mestrado (11,1% do total) e duas dedoutorado (15,4% do total), tendo a maioriaestudado os sistemas agroflorestais comcafeeiro (Coffea arabica L.). Neste aspectocumpre destacar a cultura do café como umadas principais atividades econômicas da Zonada Mata de Minas Gerais e o grande potencialexistente para a sua consorciação com espéciesflorestais de grande valor econômico, como aToona ciliata, também chamada cedro-australiano (Tsukamoto Filho et al., 2002).

As estatísticas revelam que de 1987 a 2004foram realizados na UFV 31 trabalhos depesquisa nessa área de estudo, entre teses demestrado e doutorado. A relação desses traba-lhos está no Quadro 1, que traz também osnomes dos autores, dos orientadores e do cursoonde foram desenvolvidos. São, em média,quase dois trabalhos por ano, ao longo de17 anos, o que é muito expressivo se comparadoa algumas áreas do conhecimento dentro doDEF e da própria UFV. Vale ressaltar que aagrossilvicultura, do ponto de vista científico,é considerada ainda uma ciência nova no Brasil,tendo em torno de 22 anos. A Figura 3 mostra onúmero total de trabalhos publicados por anopela Universidade, no período considerado.

Na prática, o resultado dessa produçãocientífica foi a formação e qualificação de 29profissionais, que podem atuar nas atividadesde ensino, pesquisa e extensão em agrossil-vicultura. Este fato ajudou a consolidar essaciência como uma alternativa viável de uso daterra e dos recursos naturais em praticamentetodo o território nacional e, também, a desen-volver políticas públicas de incentivo voltadasdiretamente a esse setor. Essas políticas, emborarecentes e ainda insuficientes, têm facilitado aimplantação de sistemas agroflorestais nas pro-priedades rurais em todo o País.

Publicações em revistas científicasnacionais

Os trabalhos publicados na Revista Árvore,veículo de divulgação técnico-científica daSociedade de Investigações Florestais (SIF),também retratam a contribuição da UFV parao desenvolvimento da agrossilvicultura noBrasil. Ao longo de 7 anos, de 1996 a 2003,foram publicados 14 artigos científicos elabo-rados por professores e pesquisadores dessaUniversidade (Machado, 2002; SIF, 2004).

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– Quadro1 –

Relação das teses desenvolvidas pela Universidade Federal de Viçosa na área de agrossilvicultura, no período de 1987 a 2004 – List of the theses produced by the

Universidade Federal de Viçosa in the Agroforestry area, from 1987 to 2004

� Ano Título Autor Orientador Curso

Mestrado

1 2004

Sistemas agroflorestais com café (Coffea arabica L.) e cedro-australiano (Toona ciliata M. Roem. var. Australis (F. Muell) Bahadur) na Zona da Mata de Minas Gerais: Estudo de caso.

Juliana S. Müller Laércio Couto Ciência Florestal

2 2003 Avaliação do desenvolvimento vegetativo e reprodutivo de cafeeiros sob níveis de sombreamento e adubação.

Catalina J. Botero Ricardo H. S. Santos

Fitotecnia

3 2001 Revegetação de área degradada pela mineração de caulim na Zona da Mata, em Minas Gerais: um estudo de caso.

Mariângela Vidal Laércio Couto Ciência Florestal

4 2001 Avaliação do programa de sistemas agroflorestais em comunidade seringueira no município de Epitaciolândia – AC.

Maria N. C. Macêdo

José Norberto Muniz

Economia Rural

5 2001 Crescimento e produção do Coffea arabica, fertilidade do solo e retenção de umidade em sistema agroflorestal.

Yonara P. Neves Herminia E. P. Martinez

Fitotecnia

6 2000

Avaliação de um sistema agrossilvipastoril, constituído por Eucalyptus urophylla S.T. Blake e Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia-1, na região dos cerrados de Minas Gerais, Brasil.

Carlos M. S. Andrade

Rasmo Garcia Zootecnia

7 1999 Estudos técnicos e econômicos de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp. no noroeste de Minas Gerais: o caso da Companhia Mineira de Metais.

Francis Dubè Laércio Couto Ciência Florestal

8 1999 Estudo silvicultural e econômico do consórcio de Eucalyptus grandis com gramíneas sob diferentes espaçamentos, em áreas acidentadas.

José M. S. Silva Geraldo G. Reis Ciência Florestal

9 1997 Zoneamento agroclimático para implantação de sistemas agroflorestais com eucaliptos, em Minas Gerais.

Cassia C. M. Ferreira

Ricardo S. Brites Ciência Florestal

10 1995 Crescimento inicial de eucaliptos consorciados com leguminosas na região de cerrado em Minas Gerais.

Narrúbia O. Almeida

Rasmo Garcia Zootecnia

11 1995 Diagnóstico e desenho de sistemas agroflorestais em microbacias hidrográficas no município de Araponga, Zona da Mata de Minas Gerais.

Fernando S. Franco

Laércio Couto Ciência Florestal

12 1993 Comportamento inicial do Eucalyptus grandis W. Hill ex. Maiden em plantio consorciado com leguminosas na região do Médio Rio Doce, Minas Gerais.

Paulo S. F. Neto Laércio Couto Ciência Florestal

13 1991 Comportamento do Eucalyptus citriodora Hooker, em áreas pastejadas por bovinos e ovinos no Vale do Rio Doce, Minas Gerais.

João C. C. Almeida

Laércio Couto Ciência Florestal

14 1990 Comportamento do Eucalyptus cloeziana F. Muell em plantio consorciado com forrageiras, na região do cerrado, em Montes Claros, Minas Gerais.

Fábio L. C. Santos Laércio Couto Ciência Florestal

15 1990

Comportamento inicial do eucalipto (Eucalyptus grandis W. Hill ex. Maiden) em plantio consorciado com feijão (Phaseolus vulgaris L.), no Vale do Rio Doce, Minas Gerais.

Carlos A. M. Passos

José M. Gomes Ciência Florestal

16 1989 Comportamento inicial de paricá, tatajuba e eucalipto, em plantio consorciado com milho e capim marandu, em Paragominas, Pará.

Luciano C. T. Marques

Laércio Couto Ciência Florestal

Continua... Continued...

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7A contribuição da Universidade Federal de Viçosa para o ...

Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004

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Nesse período, outras revistas científicasbrasileiras também publicaram pesquisasdesenvolvidas pela UFV, ou que tiveram a suaparticipação, como a Revista Brasileira deZootecnia (dois artigos) (SBZ, 2004), RevistaCiência Florestal (um artigo), Revista Cerne(um artigo), Revista Informe Agropecuário (um

artigo), Acta Scientiarum (um artigo), Ciênciae Agrotecnologia (um artigo), Floresta (umartigo) e Instituto Agronômico de Campinas(um artigo).

Observou-se que a grande maioria dessaspublicações científicas é fruto de parte dos tra-balhos de teses de doutorado ou de dissertações

– Quadro1, cont. / Table 1, cont.–

� Ano Título Autor Orientador Curso

Mestrado

17 1987 Comportamento inicial do eucalipto (Eucalyptus torelliana F. Muell), em plantio consorciado com milho (Zea mays L.), no vale do Rio Doce, em Minas Gerais.

Carlos V. D. Moniz

Laércio Couto Ciência Florestal

18 1987 Comportamento da algaroba (Prosopis juliflora Sw Dc) e do capim-búfel (Cenchrus ciliaris L.) em plantio consorciado, na região de Petrolina, PE.

Jorge Ribaski Antonio

Bartolomeu do Vale

Ciência Florestal

Doutorado

1 2004 Agrossilvicultura com eucalipto como alternativa para o desenvolvimento sustentável da Zona da Mata de Minas Gerais.

Rodrigo Silva do Vale

Laércio Couto Ciência Florestal

2 2003 Fixação de carbono em um sistema agroflorestal com eucalipto na região do cerrado de Minas Gerais.

Antonio A. T. Filho

Laércio Couto Ciência Florestal

3 2003 Sistema de produção agroflorestal pecuário para região semi-árida do nordeste do Brasil.

Fabianno C. Carvalho

Rasmo Garcia Zootecnia

4 2003 Análise técnica e econômica de sistemas agroflorestais em Machadinho d’oeste, Rondônia

Michelliny de M. B. Gama

Márcio Lopes da Silva

Ciência Florestal

5 2001 Análise comparativa de cafeeiros (Coffea arabica L.) em sistema agroflorestal e monocultivo na Zona da Mata de Minas Gerais.

Mônica M. Campanha

Fernando L. Finger

Fitotecnia

6 2000 Sistemas agroflorestais: uma contribuição para a conservação dos recursos naturais na Zona da Mata de Minas Gerais.

Fernando S. Franco

Laércio Couto Ciência Florestal

7 2000 Sistemas agroflorestais versus monoculturas: Coleóptera, Scarabaeidae e microbiota do solo como bioindicadores de sustentabilidade.

Sebastião L. A. Júnior

José Cola Zanuncio

Biologia Animal

8 2000 Definição de indicadores de sustentabilidade para sistemas agroflorestais.

Omar Daniel Laércio Couto Ciência Florestal

9 1998 Produtividade de componentes de um sistema silvipastoril constituído por Eucalyptus saligna Smith e pastagens cultivada e nativa no Rio Grande do Sul.

Jamir L. S. Silva Rasmo Garcia Zootecnia

10 1997 Interferência de Brachiaria brizantha sobre Eucalyptus citriodora e Eucalyptus grandis, cultivados em solos com diferentes teores de água.

Wilson da Silva Tocio Sediyama Fitotecnia

11 1997 Rentabilidade de sistemas de produção agroflorestais e de pecuária para a região amazônica - um estudo de caso.

Francisco M. Rodrigues

Carlos A. M. Leite Economia Rural

12 1996 Tolerância de gramíneas tropicais ao sombreamento. Carlos R. T. Castro

Rasmo Garcia Zootecnia

13 1996 Sistemas agroflorestais com eucalipto para uso em programas de fomento florestal, na região de Divinópolis, MG.

Carlos A. M. Passos

Laércio Couto Ciência Florestal

Fonte: UFV (2004).

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COUTO, L. et al.8

Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004

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de mestrado desenvolvidos nos cursos de pós-graduação da UFV, naqueles onde a agros-silvicultura é objeto de estudo. Constatou-seque o curso de Ciência Florestal foi o que maispublicou, seguido pelo curso de Zootecnia.

Publicações em revistas científicasinternacionais

As publicações internacionais merecemdestaque especial, já que projetam a UFV e osseus cursos no cenário científico mundial. Oprimeiro trabalho publicado no exterior foi em1982, logo depois de uma série de discussõesque efetivamente levaram ao reconhecimentoda agrossilvicultura como uma ciência e quepermitiram a conceituação, classificação eidentificação dos sistemas existentes. Ao todo,foram publicados cinco artigos em revistascientíficas internacionais, como mostra oQuadro 2.

Esses trabalhos tiveram sua origem noDEF, mas foram produzidos com a colaboração

de professores de outros departamentos da UFVe de outras universidades do Brasil e doexterior.

A publicação do artigo Interplantingsoybean with eucalypts as a 2-tier agroforestryventure in south-eastern Brazil, é consideradao resultado do primeiro trabalho de pesquisano Brasil que efetivamente avaliou o uso deeucalipto em sistema agroflorestal com soja(Glycine max L.), tendo sido implantado nomunicípio de Bom Despacho, Minas Gerais,com o apoio da Cia Agrícola e Florestal SantaBárbara Ltda. – CAF – e da SIF. Esse estudoimpulsionou a realização de outras pesquisaspela UFV na área de agrossilvicultura, a maiorparte delas com o apoio das associadas da SIF,como a CAF em Bom Despacho e Dionísio, aReflorestadora do Alto Jequitinhonha Ltda. –Refloralje – em Montes Claros, a CeluloseNipo-Brasileira S.A. – Cenibra – em Guanhãese Belo Oriente, a Pains Florestal, atualmenteGERDAU, em Divinópolis e a CompanhiaMineira de Metais – CMM – em Vazante, todas

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Ano

Figura 3 – Número total de trabalhos científicos publicados na área de agrossilvicultura pelaUniversidade Federal de Viçosa, entre 1987 e 2004. – Total number of scientific articles published in the agroforestryarea by the Universidade Federal de Viçosa between 1987 and 2004.

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em Minas Gerais. Vale ressaltar, no entanto, queesta última empresa foi realmente a pioneiraem Minas Gerais e no Brasil na implantaçãoda prática da agrossilvicultura com eucaliptoem grande escala de uma forma permanente.Liderada pelo engenheiro florestal LucianoLage Magalhães, ex-aluno do Departamento deEngenharia Florestal da Universidade Federalde Viçosa, uma equipe de jovens engenheirosflorestais e agrônomos formados na UFV, estãopraticando, desde a década de 1980, talvez omaior exemplo em nível mundial de agrossil-vicultura com eucaliptos. Em Vazante, MinasGerais, a CMM, uma empresa do GrupoVotorantin associada à SIF, tem estabelecidoo plantio de eucalipto com arroz, soja, milho,milheto e pastagens com produção simultâ-nea de grãos, madeira e carne (Dubé, 1999).A CMM foi também a empresa onde seimplantou o maior número de experimentos,visando a obtenção de dissertações de mestra-do e teses de doutorado em Agrossilvicultura

da UFV. Ela tem apoiado também todas asações da UFV relacionadas com a visita dealunos de graduação e pós-graduação e detécnicos de entidades governamentais, deONGs e de empresas nacionais e interna-cionais.

Publicações em anais de eventos

A UFV esteve presente em alguns eventosimportantes realizados entre 1990 e 2003 noBrasil, inclusive naqueles não-específicos daárea de agrossilvicultura. Nesses eventos forampublicados mais de 65 trabalhos de pesquisa,entre artigos completos e resumidos (UFV,2004).

Nos eventos realizados no exterior, a UFVtambém marcou a sua posição de destaque naárea de agrossilvicultura ao publicar algunstrabalhos que contribuíram para o desen-volvimento dessa ciência no Brasil, os quaisestão listados no Quadro 3.

– Quadro 2 –

Artigos científicos produzidos pela Universidade Federal de Viçosa e que foram publicados em revistas internacionais – Scientific articles produced by the Universidade Federal de Viçosa and published in

international journals

Ano Título Revista Autores

2002 A simulation model for evaluating technical and economic aspects of an industrial eucalyptus-based agroforestry system in Minas Gerais - Brazil.

Agroforestry Systems DUBÉ, F.; COUTO, L.; SILVA, M.L.; LEITE, H.; GARCIA, R.;

ARAÚJO, G.A.A.

1995 Intercropping eucalypts with beans in Minas Gerais, Brazil.

International Tree Crops Journal

COUTO, L.; GOMES, J.M.; BINKLEY, D.; BETTERS,

D.R.; PASSOS, C.A.M.

1994 Cattle and sheep in eucalypt plantations: a silvopastoral alternative in Minas Gerais, Brazil.

Agroforestry Systems COUTO, L.; ROATH, R.L.;

BETTERS, D.R.; GARCIA, R.; ALMEIDA, J.C.C.

1994 Intercroping eucalypts with maize in Minas Gerais, Brazil.

Agroforestry Systems COUTO, L.; BINKLEY, D.; BETTERS, D.R.; MONIZ,

C.V.D.

1982 Interplanting soybean with eucalypts as a 2-tier agroforestry venture in south-eastern Brazil.

Australian Forest Research COUTO, L.; BARROS, N.F.;

REZENDE, G.C.

Fonte: CNPq (2004).

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– Quadro 3 – Lista de trabalhos publicados pela Universidade Federal de Viçosa em alguns eventos internacionais – List of works published by the Universidade Federal de Viçosa in some international events

Ano Título Evento Autores

2004

“In Situ” management of Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) for simultaneous production of wood and forage in a silvopastoral system in Northeastern Brazil

1st World Congress of Agroforestry.

Flórida. USA.

GARCIA, R.; CARVALHO, F.C.; ARAÚJO FILHO, J.A.;

DUTRA, L.A.;

COUTO, L.;

GARCEZ NETO, A.F.

2004 Tropical home gardens in riverine communities of Amazonia estuary, Marajó Island, Brazil

1st World Congress of Agroforestry.

Flórida. USA

GAMA, M.B;

GAMA, J.R.V.

2004 Financial and risk evaluation of multi-strata agroforestry systems in Rondônia, Eastern Amazonia, Brasil

1st World Congress of Agroforestry.

Flórida. USA

GAMA, M.B;

SILVA, M.L.;

VILCAHUAMAN, L.J.M.

2004 Carbon fixation in an agrosilvipastoral system with eucalypt in the cerrado region of Minas Gerais, Brazil.

1st World Congress of Agroforestry.

Flórida. USA.

TSUKAMOTO FILHO, A.A.; COUTO, L.; NEVES, J.C.L.

2001 Overview of agroforestry practices in central Brazil.

The 7th Biennial Conference on

Agroforestry in North America and The 6th

Annual Conference of the Plains and Prairie Forestry

Association.

DUBÉ, F.;

GEYER, W.A.; COUTO, L.

2000 Characterization of agroforestry experiences with coffe in the Zona da Mata of Minas Gerais, Brazil.

XXI IUFRO World Congress.

FRANCO, F.S.; COUTO, L.; CARDOSO, I.M.; MOREIRA,

C.M.; ITO, M.I.; MULLER, J.S.

2000

Sistemas agroflorestais (silvipastoris e agrissilvipastoris) na região Centro-oeste do Brasil: potencialidades, estado atual da pesquisa e da adoção de tecnologia.

Simpósio Internacional “Sistemas Agroflorestais Pecuários na América do

Sul”.

Juiz de Fora-MG, Brasil.

DANIEL, O.; PASSOS, C.A.M; COUTO, L.

2000 Sistemas silvipastoris na Região Sudeste

Simpósio Internacional “Sistemas Agroflorestais Pecuários na América do Sul”. Juiz de Fora-MG,

Brasil.

GARCIA, R.; ANDRADE, C.M.S. de

1999 Aspectos económicos de los sistemas agrosilvopastoriles con Eucalyptus sp. en el sudeste de Brasil.

Primer Congreso Latinoamericano de

Agroforesteria para la Producción Animal

Sostenible.

DUBÈ, F.; COUTO, L.; GARCIA, R.; ARAÚJO, A.A.;

LEITE, H.G.; SILVA, M.L.

1993 Agroforestry as an alternative to reduce cost of short-rotation eucalypt plantations in South-Eastern Brazil.

The Third North American Agroforestry Conference.

COUTO, L.; GRAÇA, L.R.; BETTERS, D.R.; PASSOS,

C.A.M.

Fonte: CNPq (2004).

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Novamente, a UFV demonstrou o seu pio-neirismo ao apresentar, em nível internacional,o primeiro trabalho na área de agrossilvicultura,Carbon fixation in an agrosilvipastoral systemwith eucalypt in the cerrado region of MinasGerais, Brazil, que avaliou a fixação de carbonoem um sistema agrissilvipastoril rotativo, queconsiste no plantio de espécies florestais(eucalipto) e agrícolas (arroz e soja) e na forma-ção de pastagem para criação de animais (gadode corte) em uma mesma área, de formaescalonada no tempo. Esse estudo foi resultadode um trabalho de tese de doutorado defendidano curso de Ciência Florestal (Quadro 1).

Ensino da agrossilvicultura na UFV

O conteúdo básico da disciplina Agrossil-vicultura praticamente é o mesmo para o cursode graduação e pós-graduação, diferenciando-se somente na forma de abordagem dos assun-tos. Nos programas analíticos dessas disciplinasconstam questões relacionadas aos princípiosbásicos da agrossilvicultura, às políticas deincentivo à sua utilização, à pesquisa e extensãoagroflorestal, à elaboração de projetos e às pers-pectivas futuras e tendências de mercado.

Os temas que fazem parte do conteúdodessas disciplinas são discutidos durante quatrohoras por semana, sendo duas teóricas eduas práticas, totalizando 60 horas/aula. Nocaso específico do curso de graduação é exi-gida como pré-requisito a disciplina PráticasSilviculturais – ENF 331 ou Silvicultura Geral– ENF 339 (UFV, 2004). Constam também noscursos, visitas a proprietários rurais e empresasque praticam a agrossilvicultura, para que osestudantes possam ter uma visão prática dosassuntos discutidos em sala de aula.

Curso de extensão em agrossilvicultura

Nos trabalhos de extensão em Agrossil-vicultura, a UFV tem se esforçado ao máximo

para garantir a transferência de conhecimentoscom qualidade aos produtores rurais. O DEF,por exemplo, oferece na Semana do Fazendeiroo curso de agrossilvicultura, mo qual se discutedesde princípios básicos dessa ciência até linhasde crédito aos produtores, e onde se pode tam-bém conhecer experiências práticas implanta-das em propriedades rurais da região.

A Semana do Fazendeiro foi a primeiramanifestação extensionista do País, e seuobjetivo é difundir conhecimentos técnicos dasdiversas áreas de atuação da UFV, visando amelhoria da produtividade e da produção e obem-estar social do produtor e sua família. Nodecorrer da semana, há cursos em diversas áreas,exposição de máquinas e implementos agrícolas,exposição de artesanatos e Clínica Tecnológica.O curso de Agrossilvicultura, para produtoresrurais, vem sendo ministrado desde 1990,quando ocorreu a 62a Semana do Fazendeiro.

Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura –SBAG

A UFV vem demonstrando, ao longo dosanos, sua excelência no ensino, na pesquisa ena extensão da agrossilvicultura no Brasil,marcando o cenário nacional e conquistando orespeito dos mais importantes pesquisadores daárea no País e no exterior.

Criada em 2001, dentro da UniversidadeFederal de Viçosa, mas com representantesem todo o território nacional, a SociedadeBrasileira de Agrossilvicultura – SBAG – veiopara consolidar ainda mais essa posição dedestaque conquistada pela UFV, com muitoesforço, dedicação e pioneirismo. A criação daSociedade representa um marco histórico muitoimportante para o desenvolvimento da agrossil-vicultura no Brasil, pois ela é uma referênciapara os pesquisadores no que concerne à trocae divulgação de informações, à transmissão deconhecimentos, às discussões científicas e

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políticas, à colaboração em trabalhos de pes-quisa e projetos, ao intercâmbio acadêmico eao fortalecimento da área.

Uma das primeiras ações da SBAG foi olançamento, neste ano, da sua revista Agros-silvicultura, um veículo de divulgação técnico-científica relacionado diretamente a essa ciênciae que até então não existia no Brasil. Com isto,torna-se mais fácil ter acesso às informaçõesda área, dentre vários outros benefícios.

Outros indicadores que revelam a impor-tância da UFV para a agrossilvicultura brasi-leira são os seus projetos para o futuro, mas jáem andamento, por exemplo a criação doCentro Latino-Americano de Agrossilvicultura,com apoio de instituições nacionais e inter-nacionais, e do curso de pós-graduação emAgrossilvicultura, congregando os três depar-tamentos que representam os componentesbásicos dos sistemas agroflorestais, EngenhariaFlorestal, Zootecnia e Fitotecnia, logicamentecom o apoio dos demais departamentos daUniversidade Federal de Viçosa.

A importância do CBCN e da SIF para aagrossilvicultura

Somando forças aos trabalhos desen-volvidos pela UFV na área de agrossilvicul-tura, têm-se as atuações da SIF e do CentroBrasileiro para Conservação da Natureza eDesenvolvimento Sustentável – CBCN, duasinstituições sem fins lucrativos que são conve-niadas a essa Universidade.

O CBCN, anteriormente Centro Mineiropara Conservação da Natureza – CMCN, criadoem 1967 por professores do Departamentode Engenharia Florestal da UFV, é umaOrganização Não-Governamental (ONG) quese dedica, integralmente, à causa ambientalistae ao desenvolvimento sustentável, dissemi-nando informações e realizando projetos

ambientais em parcerias com as mais diversasinstituições. Essa entidade tem grande potencialpara desenvolver projetos na área de agrossil-vicultura, como já foi feito em alguns casos,como no município de Itanhandú – MinasGerais, onde uma das atividades de um projetoconsolidado em 2001 era a utilização de siste-mas agroflorestais com espécies florestaisnativas e exóticas para recuperação e susten-tabilidade de ecossistemas degradados (CBCN,2004). As árvores constituem um meio depromover maior proteção ao solo e melhorar asua fertilidade, além de produzir madeira paraabastecimento das propriedades rurais e domercado consumidor. Um dos trabalhos maisrecentes, apoiados pelo CBCN, foi o desenvol-vimento de uma tese de doutorado que buscaanalisar a viabilidade técnica, econômica, sociale ambiental dos sistemas silvipastoris comeucaliptos na Zona da Mata de Minas Gerais(Quadro 1).

Por sua vez, a SIF, criada em 1974, é umaentidade que promove a pesquisa florestal atra-vés da elaboração, execução, análise e divulga-ção de pesquisas e estudos relacionados comproblemas técnicos e econômicos da indústriabrasileira, bem como da Ciência Florestal comoum todo. A SIF, por meio das suas empresasassociadas e co-participantes, já apoiou o desen-volvimento de dez trabalhos na área de agrossil-vicultura, representados por teses de doutoradoe dissertações de mestrado, o que sem dúvidarealça a sua importância para a área (SIF, 2004).

O CBCN e a SIF podem contribuir aindamais para o desenvolvimento da agrossil-vicultura no Brasil, em face dos seus programasespecíficos para esse tipo de atividade dentrodas suas estruturas de trabalho. Esses pro-gramas permitirão maior dinamismo naelaboração e execução de projetos, assim comona troca de informações com outros setores dasociedade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades de ensino, pesquisa e exten-são desenvolvidas pela UFV retratam umcenário de expansão da agrossilvicultura noBrasil. O reflexo dessa expansão representageração de emprego, fixação do homem nomeio rural, uso sustentável dos recursos natu-rais, diversidade de produtos e abastecimentode madeira para os mercados interno e externo.Isto é um pouco do que o País precisa paramelhorar a qualidade de vida da sua populaçãorural.

É verdade que o desenvolvimento daagrossilvicultura no Brasil nos últimos anos sedeve em muito à contribuição da UFV, que nãomediu esforços para que essa nobre ciênciativesse o reconhecimento merecido no cenárionacional e internacional, como ficou demons-trado ao longo deste trabalho. É verdade tam-bém que a sua contribuição não pára por aqui,ao contrário, está se iniciando um novo ciclode trabalho, sustentado pela excelência datrilogia Ensino-Pesquisa-Extensão.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CENTRO BRASILEIRO PARA CONSERVAÇÃO DANATUREZA E DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL –CBCN. Disponível em:<http:\\www.cbcn.org.br>. Acesso em: 30 jul. 2004.

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DUBÉ, F. Estudos técnicos e econômicos de sistemasagroflorestais com Eucalyptus sp. no Noroeste doEstado de Minas Gerais: o caso da CompanhiaMineira de Metais. 1999. 146 f. Dissertação(Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federalde Viçosa, Viçosa, 1999.

GUERRA, C. Meio ambiente e trabalho no mundodo eucalipto. 2.ed. Belo Horizonte: AssociaçãoAgência Terra, 1995. 142 p.

MACHADO, C. C. Resumo da revista árvore.Viçosa: Sociedade de Investigações Florestais, v.1-2,2002. 324 p.

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SOCIEDADE DE INVESTIGAÇÕES FLORESTAIS –SIF. Revista Árvore. Disponível em: <http://www.sif.org.br/arvore/arvore.asp>. Acesso em: 8 jul. 2004.

TSUKAMOTO FILHO, A. A. et al. Viabilidadeeconômica de um sistema agroflorestal com Toona-caféna região da Zona da Mata de Minas Gerais. In:CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMASAGROFLORESTAIS, 4., 2002, Ihéus. Anais... Ihéus:CEPLAC. 2002. CD-ROM

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV.Disponível em: <http://www.ufv.br/intranet/>. Acessoem: 10 jul. 2004.