zazÁ

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25/05/2016 ZAZÁ http://metaforas.com.br/zaza 1/3 ZAZÁ Detalhes Publicado: 12 Fevereiro 2000 Zazá era uma cadela especial. Muito brava, rosnava sempre que algum estranho se aproximava. Tinha um bonito porte, e segundo Dona Maria, sogra do Tonhão, era mestiça com pastor alemão. Só sei dizer que ela impunha respeito. Seus donos moravam numa casa na periferia de Grenita, uma grande cidade do sul do país. A vida era bem tranqüila, mas nos últimos tempos, começaram a proliferar os assaltos na região. Mais parecia que os ladrões haviam migrado da capital, São Carlos de Boni, para lá. A casa do Tonhão era totalmente murada, o que dava à sua família uma relativa segurança. Além disso, Zazá tinha sua missão de guardiã. Numa fria madrugada de inverno, na calada da noite, Raposão, famoso assaltante da capital, aproximou-se daquela propriedade, e começou a sondar o local. Pela sua experiência, roubar aquela residência ia ser moleza, pois faltavam grades de segurança, alarmes e cacos de vidro no muro. "Vai ser uma 'barbada'. Qualquer ladrãozinho 'pé-de-chinelo' faz o serviço.", pensou o larápio.

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25/05/2016 ZAZÁ

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ZAZÁ

DetalhesPublicado: 12 Fevereiro 2000

Zazá era uma cadela especial. Muito brava, rosnava sempre quealgum estranho se aproximava. Tinha um bonito porte, e segundoDona Maria, sogra do Tonhão, era mestiça com pastor alemão. Só seidizer que ela impunha respeito.

Seus donos moravam numa casa na periferia de Grenita, uma grandecidade do sul do país. A vida era bem tranqüila, mas nos últimostempos, começaram a proliferar os assaltos na região. Mais pareciaque os ladrões haviam migrado da capital, São Carlos de Boni, paralá.

A casa do Tonhão era totalmente murada, o que dava à sua famíliauma relativa segurança. Além disso, Zazá tinha sua missão deguardiã.

Numa fria madrugada de inverno, na calada da noite, Raposão,famoso assaltante da capital, aproximou-se daquela propriedade, ecomeçou a sondar o local. Pela sua experiência, roubar aquelaresidência ia ser moleza, pois faltavam grades de segurança, alarmese cacos de vidro no muro.

"Vai ser uma 'barbada'. Qualquer ladrãozinho 'pé-de-chinelo' faz oserviço.", pensou o larápio.

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Estava tão fácil que Raposão foi até displicente. Com a agilidade deum felino pulou o muro, e mal havia aterrissado no quintal da casa,foi surpreendido com uma dolorosa mordida na perna direita.Raposão conseguiu, milagrosamente, desvencilhar-se dos dentes daZazá, subindo apressadamente na goiabeira, ao lado do jardim.

A cadela, então, começou a latir, e seu latido podia ser ouvido acentenas de metros dali.

Dentro da casa, Tonhão roncava pesadamente, mergulhado em sonoprofundo. Mas o latido da cachorra, mais forte que o seu próprioronco, começou a incomodá-lo, até que ele acordou, irritado. Aindasonado, pensava, contrariado: " O que será que está havendo?Porque ela está fazendo essa barulheira?"

Completamente transtornado, irado mesmo, sentia o som emitidopela cadela latejando em sua cabeça.

O ladrão, por sua vez, assustado em cima da árvore, tentavainutilmente alcançar o muro, andando pelos galhos, e quanto maisele se mexia mais a Zazá latia.

Tonhão, numa explosão de ódio, levantou-se, apanhou seu revólverem cima da cômoda, foi até o quintal e matou a cachorra.

Do livro: A Magia da Linha do Tempo - Cid Paroni Filho - Ed. Lúmen- Pág. 25/6

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