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Terra & Cia Setembro 2014 1 Conab estima produção em 45,14 milhões de sacas CAFÉ Ribeirão Preto SP Setembro - 2014 Ano 16 - Nº 187 R$ 10,00 TRIGO Brusone preocupa produtores do RS LEITE Tecnificação gera bons resultados na produção AVICULTURA Cenário é positivo até o final do ano

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Terra & Cia Setembro 2014 1

Conab estima produçãoem 45,14 milhões de sacas

CAFÉ

Ribeirão Preto SPSetembro - 2014Ano 16 - Nº 187

R$ 10,00

TRIGOBrusone preocupa produtores do RS

LEITETecnificação gera bons resultados na produção

AVICULTURACenário é positivo até o final do ano

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4 Terra & Cia Setembro 2014

Plínio Cesar,diretor

Diretor: Plínio CésarGerente de Comunicação: Luciana ZunfrilliGerente Administrativo: Paulo Cézar

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dos autores e não expressam a opinião da revista.

É permitida a reprodução total ou parcial

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editoria l

A edição deste mês traz matéria especial sobre o café no brasil. A Compa-nhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra brasileira de café em 2014 alcance 45,14 milhões de sacas, volume que supera em

570 mil sacas a estimativa divulgada em maio, que era de 44,57 milhões de sa-cas de 60 quilos de café beneficiado.

A reportagem fala sobre as consequências do déficit hídrico, provocado pela escassez e irregularidade das chuvas, e agravado pelas condições de eleva-das temperaturas, que causaram sérios danos à produtividade das lavouras de café no estado de Minas Gerais. Nos cafezais mineiros houve perdas em rendi-mento, sobretudo, das lavouras mais novas.

Conheça também um estudo realizado por cientistas do Brasil, Espanha, Estados Unidos e França, que se dedicaram a sequenciar o genoma da planta de café. O empreendimento inédito analisou a espécie Coffea canephora ou robusta, que representa 30% da produção mundial. Afinal de contas, o consumo de café no mundo é expressivo, o que exigiu uma produção de mais de 8,7 milhões de to-neladas em 2013. O resultado tem o potencial de reinventar o cafezinho a par-tir de modificações genéticas que podem ajudar a melhorar ainda mais o sabor, o aroma e a produção da bebida.

O Brasil é referência quando se trata de café. De cada três xícaras de café consumidas no mundo, uma é brasileira. O País é o maior produtor mundial, com 30% da fatia global, além de liderar o ranking de exporta-ção do grão. O Brasil também é o segundo maior consumi-dor de café, atrás dos Estados Unidos. No entanto, especia-listas afirmam que a liderança do Tio Sam está ameaçada. Confira essa e outras matérias interessantes nesta edição da Terra & Cia.

Boa leitura!

Vai um cafezinho aí?

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CAPAConab estima produção decafé em 45,14 milhões de sacas36

LEIA TAMBÉM

08 Leite - Tecnificação gera bons resultados na produção leiteira - Programa apoia melhoria da qualidade do leite

12 Suinocultura - Cai alíquota para importação de estação eletrônica de alimentação - Suinocultura em transformação é tema da Abraves 2015

16 Avicultura - Avicultura tem cenário positivo até o final do ano - Autorização russa aquece setor de carnes do Brasil

20 Semana do Ovo - Campanha estimula consumo de ovos no Brasil

22 Tecnologia Agrícola - CNH Industrial integra equipamentos na lavoura de cana

28 Sucroenergético - Especialistas discutem variedades de cana - É um pássaro? É um avião? Não, é o Super Valdir

40 Café - Café em Minas Gerais sofre com déficit hídrico - Pesquisas ajudam a melhorar sabor e aroma do café - Brasil produz 30% do café consumido no mundo

50 Milho - Brasil deve exportar até 2,7 mi t/mês até dezembro - Silagem de alta qualidade ainda é desafio no campo - Potencial do milho de 2ª safra é avaliado em MT

56 Trigo - Brusone preocupa produtores do RS

58 MKT Inbound - A influência da tecnologia no marketing do agronegócio

59 MDS - Brasil conta com mapa digital de solos

62 MKT Rural - TIMAC Agro lança nova linha de fertilizantes sólidos - Novus International lança website para clientes da AL

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Fazenda Terras de Tranquilo. Com mudanças de manejo, nutrição e instalação, o produtor Márcio Farneda conseguiu aumentar sua produtividade, reduzir os custos de produção, melhorar o bem-estar dos animais e transformar seu negócio em uma empresa de resultados em apenas um ano

Tecnificação gera bons resultados na produção leiteira

Mais organização no proces-so produtivo, estratégias nutricionais direcionadas

e bem-estar dos animais foram al-guns pontos dos avanços na produção de leite da Fazenda Terras de Tranqui-lo, em Pinhalzinho, SC. Com planeja-mento e ajuda de profissionais expe-rientes, o produtor Márcio Farneda conseguiu melhorar o desempenho no campo, o bem-estar dos animais, a sa-nidade do rebanho, a qualidade do lei-te e, consequentemente, sua rentabi-lidade. “Ouvi de um pesquisador que nos visitou que estamos cinco anos a frente de nosso tempo na produção de leite, com estoques planejados de ali-mentos, além de nutrição de qualida-de e em quantidades adequadas”, diz o produtor.

Com 10 anos na atividade, Far-neda iniciou uma série de mudanças para uma maior profissionalização do negócio cerca de um ano atrás. Na propriedade de 42 hectares, com 26 hectares destinados a produção, tra-balham com ele a esposa e três funcio-nários. Eles mudaram estratégias de manejo e nutrição sem elevar gastos, produzindo toda nutrição dos animais na própria fazenda com um planeja-mento alimentar para o ano. Além de formular sua própria ração, reduzin-do seus custos com nutrição em até R$ 3 mil por mês, ele tem hoje 76 va-cas em lactação e a expectativa é de chegar em 100 até o fim do ano. Uma das mudanças mais significativas foi o sistema de produção compost barn, onde os animais são manejados em semi-confinamento.

O objetivo é proporcionar con-forto ao animal, aumentando a longe-vidade das vacas, além de melhorar a facilidade de manejo que está associa-da a este sistema. Outro benefício da medida é reduzir problemas de casco, explica o nutricionista e consultor Ro-berto Jacó Zabot, responsável pelas adaptações da propriedade. “Compa-rado aos sistemas tipo free-stalls, no compost barn as vacas têm mais espa-ço, o que permite maior liberdade de movimento tanto para se locomove-rem quanto para se deitar. Pois mes-mo quando em pé, as vacas permane-cem sobre uma superfície mais macia do que no concreto ou barro”, afirma.

O especialista também destaca, entre os objetivos das mudanças, me-lhorias na qualidade do leite, com re-dução da CCS e menor incidência de mastite. “Esse fato pode ser explica-do tanto pela redução de mastite am-

biental como pela redução da car-ga microbiana na cama”, diz Zabot, ressaltando as melhorias, que o siste-ma trouxe, nas condições de higiene das vacas antes da ordenha e no siste-ma imunológico das vacas, promovido pelo ambiente mais confortável.

Farneda garante que “o sistema compost barn proporcionou um local seco e confortável para o descanso dos animais. Não tivemos mais problemas de baixa produção de leite em perío-dos de chuva porque agora os animais podem permanecer confinados nes-te período. Desde a implantação des-te sistema, a produção média de leite da propriedade subiu de 19 litros por vaca ao dia para até 29 litros de leite, atingindo picos de 31 litros por vaca ao dia, o que significa incremento de mais de 50%. Estes resultados são consequência da procura por conhe-cimento e tecnificação”, destaca Za-

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bot. “O Márcio nos procurou buscan-do maior tecnificação e hoje ele tem uma empresa que gera resultados. Foi assim que ele conseguiu melhorar a produção e a receita da fazenda”.

Empresa de resultados - A famí-lia Farneda trabalhava na suinocultu-ra, uma atividade bastante tradicional na região. Mas a falta de estabilidade da atividade, que intercala momentos positivos com momentos de crise, le-vou o produtor a confinar bezerros. “Comecei com gado holandês e Jer-

sey, mas descobri que são duas raças que não convertem bem, por isso ini-ciei meu rebanho com novilhas para a produção de leite”, conta o produtor

que hoje trabalha predominantemen-te com vacas holandesas.

Zabot destaca o impacto na pro-dutividade e qualidade do leite entre os pontos fortes da Fazenda Terras de Tranquilo. “Neste último ano con-seguimos reduzir de maneira signifi-cativa a contagem bacteriana e CCS, além de melhorar a manifestação de cio, redução de custo de instalação, aumento da produção leiteira e conse-guir manejar melhor os animais. Tive-mos um aumento na taxa de prenhes com a produtividade por área crescen-do quase 30%, subindo de 1,5 mil li-tros de leite por dia para 2,1 litros por dia, com picos de até 2,5 litros”.

Estas mudanças incluíram uma nutrição direcionada de acordo com a fase produtiva de cada animal, ex-plica Zabot. “Separamos os lotes de alta produção daqueles de baixa pro-dução.Trabalhamos com foco no pré--parto e pós-parto sendo que o manejo e a alimentação são primordiais para aumentar a produção e a rentabilida-de”, encerra o especialista mostrando a Fazenda Terras de Tranquilo como um exemplo de que investimentos bem planejados em tecnificação e melho-rias da qualidade do leite pode ser um bom negócio.

Programa apoia melhoria da qualidade do leite

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Co-operativismo (SDC) e da Secretaria de Defesa Agropecuária

(SDA), está apoiando o PAS-Leite - Programa Alimentos Seguros, de-senvolvido pelo Senai e Sebrae, em parceria com a Embrapa.

O objetivo do programa é aumentar a segurança e a melhoria da qualidade do leite produzido no Brasil e agora, especificamente para o Rio Grande do Sul. O primeiro curso, viabilizado pelo Senai, começou em setembro em diversos municípios do estado, para capacitação de 1,5 mil transportadores de leite.

Ainda em setembro teve início um projeto-piloto com 15 produto-res para melhoria da qualidade do leite com a disseminação de boas prá-ticas, com duração prevista de nove meses. Esta etapa servirá para ava-liar a operação do programa no Rio Grande do Sul.

A SDA tem trabalhado na fiscalização de leite em todo o país ve-rificando questões sanitárias do produto. Já a SDC tem contribuído com ações de fomento, por exemplo, um edital lançado em julho deste ano, que visa a melhoria da qualidade e segurança do leite com propostas que serão encaminhadas ao Mapa visando transformar a cadeia produtiva do leite em longo prazo.

A Fazenda Terras de Tranquilo registrou aumento da produção leiteira e na taxa

de prenhes com a produtividade por área crescendo quase 30%, subindo de 1,5

mil litros de leite por dia para 2,1 litros diários, com picos de até 2,5 litros

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suinocultura

Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) luta para garantir tecnologias mais acessíveis aos suinocultores com o objetivo de reduzir custos de produção e aumentar o bem estar animal

Cai alíquota para importação de estação eletrônica de alimentação

Até 31 de dezembro de 2015, o suinocultor brasileiro pode-rá importar estações de ali-

mentação eletrônica para suínos com redução da alíquota do imposto de importação de 14% para 2%. O Con-selho de Ministros da Câmara de Co-mércio Exterior (Camex) acatou a so-licitação da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e incluiu este tipo de maquinário no ex-tarifá-rio, regime destinado à aquisição de

bens de capital para o quais não exis-ta produto nacional equivalente.

A iniciativa da ABCS teve como objetivo reduzir os custos para o pro-dutor que queira importar esse tipo de equipamento. Dessa forma, a im-portação de máquinas de alimenta-ção eletrônica passa a pagar 2% de imposto de importação; 1,65% PIS/PASEP; 7,6% de COFINS e 5,6% de ICMS, já que, por resolução do Con-selho Nacional de Política Fazendá-

ria (Confaz), bens de capital importa-dos sob o regime de ex-tarifário têm a base de cálculo reduzida tornando a alíquota 5,6% ao invés do usual 17%.

“Lutar pela modernização da cadeia é uma das missões da ABCS para que sejamos cada vez mais efi-cientes e assim oferecermos ao con-sumidor um produto de qualidade que atenda às exigências relacionadas a meio ambiente, bem estar animal e responsabilidade social”, disse o mé-

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Nilo de Sá: “Lutar pela modernização da cadeia é uma das missões da ABCS para que sejamos cada vez mais eficientes e assim oferecermos ao consumidor um produto de qualidade que atenda às exigências relacionadas a meio ambiente, bem estar animal e responsabilidade social”

dico veterinário e diretor-executivo da ABCS, Nilo Chaves de Sá.

A estação de alimentação ele-trônica para supinos otimiza recursos facilitando o manejo de matrizes no período de gestação e diminuindo pos-síveis desperdícios de ração. O siste-ma, que tem capacidade para alimen-tar em torno de 60 animais, permite o arraçoamento individual de matri-zes mantidas em sistema de gestação coletiva, além de melhorar manejos e reduzir a demanda por mão-de-obra.

Com esses equipamentos a téc-nica se mostrou muito eficiente na produção e na obtenção de vantagens econômicas pelo aumento da produti-vidade. De acordo com o produtor de

suínos do Distrito Federal (DF), Ru-bens Valentini, “o equipamento per-mite o controle exato, sem desperdí-cios, da alimentação de cada porca individualmente durante a gesta-ção, a redução da mão de obra ne-cessária, além de atender desejos dos consumidores”.

Valentini destaca ainda que as máquinas de alimentação de porcas com controle eletrônico propiciam melhoria das condições técnicas da criação, aumento da rentabilidade da atividade e “permitem atender o que vem progressivamente sendo exigido pelo consumidor na melhoria das con-dições de bem estar na suinocultura que têm sua expressão maior na eli-

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Suinocultura em transformação é o slogan do 17º Congresso Abraves, que será realizado de 20 a 23 de outubro de 2015, em Campinas, SP.

Um dos objetivos desta edição é proporcionar ao mer-cado a oportunidade de debater e entender o atual mo-mento de transformação da suinocultura que envolve todos os elos da cadeia produtiva, destacou o presidente da Abraves Nacional, Godofredo Miltenburg. O evento, que ocorre a cada dois anos, pretende reunir as princi-pais autoridades mundiais da atividade, com estimativa de público recorde e elevado nível técnico dos debates.

“Vamos reunir profissionais de todos os elos da cadeia produtiva para debater esta transformação que caminha para as crescentes exigências pela seguran-ça do alimento. Nós, médicos veterinários, estamos en-volvidos na produção de proteína animal e também so-mos responsáveis pela qualidade desta produção, desde o campo até a mesa do consumidor. E este cenário exi-ge conhecimentos em segurança do alimento, que tam-bém engloba sanidade, nutrição, ambiência e respon-sabilidade compartilhada entre todos os elos da cadeia produtiva”, afirmou o especialista.

Para os debates, a comissão organizadora do evento está dividida em seis comissões, de acordo com os temas saúde animal; nutrição; bem-estar, gestão e ambiência; segurança do alimento; reprodução e gené-tica. No próximo ano, o principal evento da suinocultu-ra brasileira, deve reunir cerca de 1,5 mil participantes entre médicos veterinários, zootecnistas, produtores, pesquisadores, professores das principais universida-des, empresários, representantes da agroindústria e profissionais das principais empresas do setor.

“A edição será inesquecível. Com o apoio de todos os abraveanos do país, vamos reunir recorde de parti-

suinocultura

minação das gaiolas de gestação”, re-força o produtor.

O suinocultor do Mato Grosso e diretor da Nutribras Alimentos, Pau-lo Lucion, afirma que a redução da alíquota é uma decisão positiva para os produtores. “Este tipo de equipa-mento é de grande importância para a criação mais eficiente de suínos e,

assim, abre-se a oportunidade de mo-dernizar granjas com um investimen-to menor. Gostaria de reconhecer o mérito da ABCS por haver apresenta-do os argumentos do setor ao Camex que, enfim, inclui as estações eletrôni-cas no ex-tarifário”, disse.

A ABCS também pleiteia junto ao Ministério do Desenvolvimento, In-

dústria e Comércio Exterior (MDIC), a inclusão no ex-tarifário de placas para aquecimento de leitões operadas com água quente. Este equipamento também beneficiará aqueles produto-res que querem se modernizar e subs-tituir os sistemas de lâmpada incan-descente para aquecer os leitões nas maternidades.

Godofredo Miltenburg: “Nós, médicos veterinários, estamos envolvidos na produção de proteína animale também somos responsáveis pela qualidade desta produção, desde o campo até a mesa do consumidor”

Suinocultura em transformação é tema da Abraves 2015

cipantes e as maiores autoridades em suinocultura do mundo. A escolha de Campinas para sediar o encontro foi uma decisão estratégica, já que a região concentra um grande número de médicos veterinários especialis-tas em suínos e tem fácil acesso, com grandes rodovias e um dos mais importantes aeroportos do país”, obser-vou Miltenburg.

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As integradoras paulistas estão animadas com a perspectiva de cotações mais baixas para milho e soja, principais insumos de produção, por conta da supersafra americana e da safra abundante no Brasil, em setembro

Avicultura tem cenário positivo até o final do anoA demanda aquecida dos mer-

cados interno e externo, os custos de produção mais bai-

xos e os preços elevados das carnes concorrentes devem manter um qua-dro positivo para o produtor de fran-go até o final de 2014. A análise é do presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), Érico Pozzer. Se-gundo ele, as cotações do frango têm sido impulsionadas pelos preços recor-des das carnes bovina e suína. E este quadro, aliado a um equilíbrio entre oferta e demanda no mercado inter-no, tem dado sustentação aos preços.

“As cotações mais elevadas das outras carnes têm estimulado uma

migração para a carne de frango, que está com a oferta bem equilibra-da, levando a um aumento dos preços. Acredito que ainda neste ano teremos cotações ainda mais altas”, prevê o especialista. No começo de setembro, o frango vivo era comercializado ao produtor a R$ 2,50 e o frango aba-tido até R$ 3,60 no atacado paulis-ta. A expectativa é que em outubro es-tes valores já tenham alcançado R$ 4 para o frango inteiro no atacado, R$ 5 para a coxa e R$ 8 para o filet.

As integradoras do Estado tam-bém estão animadas com a perspecti-va de cotações mais baixas para milho e soja, principais insumos de produ-

ção, por conta da supersafra ameri-cana e da safra abundante no Brasil, em setembro. As boas expectativas também vêm do mercado externo, por conta das notícias da abertura do mer-cado russo para as carnes brasileiras. “Entramos no segundo semestre com tendência baixista nos volumes de ex-portação e vimos estas projeções se alterando com a notícia das exporta-ções para a Rússia”, diz Pozzer.

Para o presidente da APA, as vendas de carnes brasileiras para o mercado russo podem impulsionar as cotações de duas maneiras. Primei-ramente com os embarques de fran-go para aquele país. E depois com as

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avicultura

exportações das carnes bovinas e su-ínas, que devem levar a aumento de preços no mercado interno influen-ciando o mercado de frango. “As em-presas brasileiras devem aproveitar a oportunidade que se abre com a Rús-sia, mas não acredito que seja o caso de aumentar a produção por causa desta demanda”.

Avicultura paulista - Apesar das projeções positivas até o final do ano, a APA tem outras preocupações que podem significar perda de rentabili-dade do setor. “Esperamos que, com esta inversão das perspectivas para a avicultura, ocasionadas pelo equilí-brio do mercado, as empresas paulis-tas cheguem ao final do ano com mar-gens positivas, apesar da pressão que a atividade enfrenta a partir de novas exigências”, avalia Pozzer se referin-do à NR 36, do Ministério do Traba-lho, que trata da Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados.

De acordo com o especialista,

esta medida, que está em vigor desde o final do ano passado, obriga abate-douros implementarem pausas que re-sultam em uma hora a menos de tra-balho por dia, além de investimentos em equipamentos e adaptações para

ergonomia. “Estas ações representam uma disponibilidade de mão-de-obra 10% menor, o que significa que a in-tegradora deve optar por reduzir seus abates em 10% ou pagar hora extra”, observa.

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Pozzer: “As cotações mais elevadas das outras carnes têm estimulado uma migração para a carne de frango, que está com a oferta bem equilibrada, levando a um aumento dos preços. Acredito que ainda neste ano teremos cotações ainda mais altas”

Autorização russa aquece setor de carnes do Brasil

O Rosselkhoznadzor (serviço sa-nitário russo) autorizou a li-beração de 87 estabelecimen-

tos brasileiros para exportação de carnes, miúdos de carnes, aves, miú-dos de aves, suínos e miúdos de suí-nos. A lista inclui dois estabelecimen-tos de produtos lácteos, totalizando 89 frigoríficos liberados. De acordo com o ministro da Agricultura, Neri Geller, o Brasil ampliará substantiva-mente suas exportações de carnes e lácteos para os países da União Adu-aneira, “consolidando a parceria no agronegócio internacional e as rela-ções de confiança e amizade entre os dois países”, disse.

A Rússia já é o principal desti-Para o ministro Neri Geller, o Brasil ampliará substantivamente suas exportações de carnes e lácteos para os países da União Aduaneira

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avicultura

no das exportações brasileiras de car-nes suína e bovina. Apenas de carne bovina in natura, foram comercializa-das entre Brasil e Rússia, ano passa-do, 303 mil toneladas, gerando US$ 1,2 bilhão em receitas. De carne su-ína, foram exportados 134 mil tone-ladas, com receita na ordem de US$ 412 milhões. Os produtos agropecuá-rios exportados à Rússia em 2013 ga-rantiram o ingresso de US$ 2,72 bi-lhões na balança comercial brasileira.

Histórico – Durante a 82ª As-sembleia Geral da Organização Mun-dial de Saúde Animal (OIE), reali-zada no final de maio deste ano em Paris, França, o ministro Neri Geller manteve entendimentos com o chefe do Serviço Veterinário da Federação

Russa, Serguey Dankvert, quando tra-taram da importância do monitora-mento do serviço sanitário brasileiro como garantidor da sanidade do pro-duto exportado. Foi tratado ainda so-bre o envio de listas de potenciais for-necedores de carne para a Rússia. Na ocasião, Dankvert disse estar satisfei-to com as relações com o Brasil, de-monstrando potencial para intensifi-car a parceria.

Em julho, por ocasião da Copa do Mundo da Fifa, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, esteve no Bra-sil e aproveitou para assinar uma sé-rie de acordos bilaterais nas áreas de economia, defesa, tecnologia, energia e produção de vacinas. Um dos princi-pais termos dos acordos previa o au-

mento das trocas comerciais entre os dois países ao patamar de US$ 10 bi-lhões anuais.

No início de agosto, o Ministé-rio da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (Mapa) realizou uma mis-são técnica junto a Federação Russa que rendeu a aprovação de Serviços de Inspeção Federal (SIFs) para a co-mercialização de miúdos (rim, fígado, coração, intestino) e a oficialização do Certificado Sanitário Internacio-nal (CSI) para a exportação de lác-teos para a União Aduaneira (UA), formada pela Rússia, Bielorússia e Casaquistão. Foi apresentado ainda um protocolo com as exigências fitos-sanitárias da UA para exportação de trigo da Rússia para o Brasil.

A Rússia autorizou 87 estabelecimentos brasileiros para exportação de carnes, miúdos de carnes, aves, miúdos de aves, suínos e miúdos de suínos

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Campanha estimula consumo de ovos no Brasil

semana do ovo

Apesar de ser uma fonte de proteína de alto valor nutri-tivo, o consumo de ovos no

País ainda é muito pequeno compa-rado a outros países. Japão, México e China têm consumo médio anual de mais de 300 ovos por habitante e vá-rios países europeus, além dos Esta-dos Unidos, um consumo de mais de 200 ovos per capita. Recentemente o Brasil chegou à média de 168,7 ovos por habitante ao ano. Isso mostra que ainda é possível aumentar de forma significativa o consumo e, consequen-temente, a produção nacional. A afir-mação é de José Carlos Aleixo, dire-tor técnico da empresa de nutrição e saúde animal Fatec, uma das patroci-nadoras da Semana do Ovo 2014, de 6 a 11 de outubro.

A campanha de comemoração da Semana do Ovo este ano conta-

rá com uma série de ações coordena-das e simultâneas nas principais cida-des brasileiras. O objetivo é contribuir com iniciativas para estimular o con-sumo de ovos no País. “Atividades como essa proporcionam a divulgação das qualidades nutricionais deste ali-mento, a quebra de mitos, como o co-lesterol, e o estímulo para o aumento dos negócios no setor”, disse o diretor comercial da Fatec, Pedro Abe.

Para ele, o apoio a esta iniciati-va, além de uma grande satisfação, é também uma maneira de reafirmar o compromisso da empresa com a pos-tura comercial. “Somos uma empre-sa com tradição de quase 50 anos no segmento de postura, reconhecida em todo o território brasileiro. Sempre tivemos uma grande parcela de pro-dutores de ovos em nossa carteira de clientes, com os quais já promovemos

campanhas incentivando o consumo de ovos”, lembra o executivo.

Para Tiago Lourenço, dire-tor geral da Hy-Line, maior empre-sa de genética de postura comercial no Brasil e no mundo, a campanha está alinhada com as ações da em-presa para divulgação dos benefícios do ovo. “Estamos na era digital, com informação aberta e disponível, por isso é tão importante posicionar for-temente o nosso setor, com a união de toda a cadeia produtiva, frente a in-verdades e mitos que, infelizmente, ainda circulam sobre o consumo de ovos”, disse o executivo.

Lourenço ressalta a importân-cia de dedicar uma semana intei-ra para promover um grande deba-te nacional a respeito deste alimento. “Centralizando todas as ações em uma semana, temos sinergia de vá-

O consumo médio de ovos no Brasil alcançou 168,7 por habitante no ano passado. O objetivo é

atingir o consumo de 208 ovos até 2016. A média mundial em

2013 foi de 220 ovos per capita

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rias empresas e segmentos abordan-do de maneira inovadora e criativa os questionamentos que encontramos no dia-a-dia”. Para ele, a melhor es-tratégia para responder ao desafio de aumentar o consumo de ovos no Bra-sil é a divulgação de informações cor-retas sobre o ovo junto ao consumi-dor final.

“A maturidade no consumo de ovos no País, ainda abaixo de 3,5 ovos por semana, será atingida junto com maior conhecimento de nossos consu-midores, através de informações téc-nicas e de qualidade, como têm sido veiculadas nos últimos anos. O foco e trabalho de qualidade e apresentação do produto evoluiu muito em todos os produtores. Com planejamento e pe-quenas ações práticas, atingiremos o patamar de consumo acima de quatro ovos por semana, muito em breve”.

Semana do Ovo - A campanha que tem o objetivo de estimular o con-sumo de ovos no Brasil, através de um amplo debate entre todos os elos da cadeia produtiva e seus consumido-res, é organizada pelo Instituto Ovos Brasil e pela ABPA (Associação Bra-sileira de Proteína Animal). Palestras para médicos e nutricionistas, degus-tação de omeletes em supermercados, palestras em escolas e universidades, informativos sobre os benefícios do ovo, gibis para crianças, livros de re-ceitas para os consumidores e cardá-pios comemorativos são algumas das ações planejadas para este ano.

A Agroinfo TI, por exemplo, es-pera que as ações da empresa em res-taurantes, escolas e supermercados para estimular o consumo de ovos deve atingir mais de 5 mil pessoas só na cidade de Campinas, no inte-

rior de São Paulo. “Estamos apoian-do a campanha pelo terceiro ano con-secutivo por acreditar nas qualidades funcionais do ovo e que esta é uma maneira de melhorar a alimentação do brasileiro”, destaca o diretor da Agroinfo TI, Marcelo Lima.

Desde o início do novo forma-to da campanha, com representantes de todos os elos da cadeia produtiva trabalhando em parceria, o consumo médio de ovos no País cresceu de 163 ovos por habitante, em 2011, para os atuais 168,7 no ano passado. O ob-jetivo é atingir o consumo médio de 208 ovos por habitante no país até 2016. A média mundial em 2013 foi de 220 ovos per capita. Fonte de pro-teína rica e economicamente viável, o ovo é considerado o alimento mais completo para o ser humano depois do leite materno.

Campanha da Semana do Ovo contará com degustação de omeletes em supermercados, entre outras ações coordenadas com o objetivo de estimular o consumo de ovos no Brasil

semana do ovo

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tecnologia agrícola

CNH Industrial integra equipamentos na lavoura de cana

Fotos: Ale Carolo

A CNH Industrial, criada há um ano a partir da fusão da Fiat Industrial e CNH Global

para atuar no setor de bens de capital, tem integrado as operações de máqui-nas agrícolas, equipamentos de cons-trução e veículos para transporte de cargas às atividades de sistematiza-ção de solo, colheita de cana de açú-car e transporte da matéria prima até a unidade industrial. O modelo de si-nergia é a aposta da companhia para garantir mais eficiência na lavoura canavieira.

Um exemplo de operação inte-grada das máquinas pode ser visto na Usina Da Mata, localizada em Valpa-raíso, região oeste de São Paulo. A

unidade conta com 52 equipamentos da CNH Industrial, entre máquinas agrícolas da Case IH, equipamentos de construção da Case Construction e caminhões da Iveco. Em setembro, a CNH Industrial e a Da Mata con-vidaram jornalistas especializados para conhecer o trabalho conjunto dos equipamentos da companhia.

Na primeira etapa da visita, o grupo teve a oportunidade de ver de perto a operação de motoniveladoras, escavadeiras hidráulicas e pás car-regadeiras responsáveis pelo proces-so de sistematização do solo. Os três modelos da Case Construction, mais comumente vistos nas obras de cons-trução civil, trabalham na usina em regime de três turnos. De acordo com José Luiz Vieira, gerente agrícola da

usina, a etapa de sistematização do solo é fundamental na formação do canavial, principalmente em lavouras colhidas mecanicamente.

A mecanização da colheita, se-gundo Vieira, depende de um conjunto de sistematização cuidadoso na área de plantio, como nivelamento correto do terreno, definição do tamanho de talhões, retirada de sólidos como pe-dras e madeiras que possam prejudi-car o desenvolvimento da planta, pla-nejamento da sulcação do solo, entre vários outros cuidados. A colheita da safra 2014/15 na Usina Da Mata é considerada um marco, uma vez que atingiu 100% de mecanização, com resultados positivos, especialmente por conta do preparo do solo.

Para a sistematização, a usi-

CNH Industrial integra operações de máquinas agrícolas, equipamentos de

construção e veículos para transporte de cargas às atividades de sistematização

de solo, colheita de cana de açúcar e transporte da matéria prima

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na utiliza a Motoniveladora 865B, um dos modelos da Case Construc-tion Equipment, fabricada na unidade de Contagem, MG. A máquina possui

motor Tier 3 e VHP (Variable Horse Power - Curva de Potência Variável), com maior potência e torque. O mode-lo possui controles eletrônicos de tro-

ca de marchas, com seis velocidades à frente e três à ré. O equipamento pesa 15.870 quilos e tem largura de lâmi-na de 3.658 mm (12’).

Outro equipamento utilizado é a escavadeira hidráulica CX220B, da Case. Com 22 toneladas de peso ope-racional, a máquina é equipada com sistema hidráulico avançado, possui grande força de escavação e alta velo-cidade de giro, o que garante ciclos de trabalho mais rápidos. O equipamen-to também conta com a função Power Boost, que aumenta a força de esca-vação em até 10% por tempo ilimita-do. Já a Pá carregadeira 721E, ver-são canavieira, da Case Agriculture, possui motor de 195 hp e capacidade operacional de 14 toneladas. A má-quina foi desenvolvida para operar em locais com muitas partículas suspen-sas, como a movimentação e carrega-mento de bagaço de cana nas usinas.

Após a sistematização do solo, o

tecnologia agrícola

De acordo com José Luiz Vieira, gerente agrícola da usina, a etapa de sistematização do solo é fundamental na formação do canavial, principalmente em lavouras colhidas mecanicamente

Para a sistematização do solo, a Usina Da Mata utiliza a Motoniveladora 865B (à direita), um dos modelos da Case Construction Equipment, fabricada na unidade de Contagem, MG

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grupo acompanhou a colheita mecani-zada de um talhão. Nessa etapa, a Da Mata utiliza colhedoras Case IH, com

destaque para o modelo A8800 Mul-ti Row, que permite a colheita em vá-rios espaçamentos, como duas linhas

de 1,4m ou de 1,5m, através de um sistema de divisores de linha e ali-mentação. O equipamento conta com o Smart Cruise, sistema que contro-la de forma automática a rotação do motor, gerando uma economia de até 25% no consumo de combustível.

A colhedora demonstrada tra-balhou em conjunto com o transbor-do puxado pelo trator 225 da Case IH, dotado de um sistema de geren-ciamento automático de produtivi-dade (APM), que controla a relação de transmissão e a velocidade para cada tipo de terreno, o que permite economia de até 20% de combustí-vel. Neste modelo da linhagem Puma, o operador seleciona a rotação dese-jada e o sistema se encarrega de re-alizar o ajuste da marcha mais ade-

tecnologia agrícola

Usina Da Mata utiliza colhedoras Case IH, com destaque para o modelo A8800 Multi Row, que permite a colheita em vários espaçamentos, como duas linhas de 1,4m ou de 1,5m, através de um sistema de divisores de linha e alimentação

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quada para determinada operação, alcançando assim a velocidade ideal para cada tipo de solo e implemento tracionado.

Depois de completo com a cana picada, o transbordo transfere a ma-téria prima para o caminhão da Ive-co, modelo Trakker, que transporta a cana para alimentar a usina. Todo o processo é automatizado. A Usina Da Mata conta hoje com 20 cami-nhões Iveco, que apresenta as versões Trakker 6x4 de 440 e 480 cavalos. Os modelos contam com a transmissão ZF de 16 marchas, manual e automá-tica, com motor Ecoline FTP Cursor 13 com tecnologia SCR, com 17% a mais de torque que a versão Euro III.

Marluz Cariani, responsável pe-las vendas de off-road da Iveco no Brasil, chamou a atenção para a im-

portância parceria com a Da Mata. “São clientes muito técnicos, que en-tendem do produto e exigem qualida-de. Em alguns casos, é preciso fazer modificações no veículo para melho-rar o desempenho em ambientes es-pecíficos”, disse. A CNH Industrial atua com as marcas Case IH, Steyr, Case Construction Equipment, New Holland Agriculture, New Holland Construction, Iveco, Iveco Astra, Ive-co Bus, HeuliezBus, Magirus, Iveco Defense Vehicles e FPT Industrial. A CNH Industrial opera sete fábricas no Brasil.

Usina Da Mata - A unidade de Valparaíso estima encerrar a safra 2014/15 com uma moagem de 2,4 milhões de toneladas de cana, para produzir 83,2 milhões de litros de etanol anidro e 37,1 milhões de li-

tros de hidratado. Metade da moagem é direcionada para produção de açú-car VHP, que deve alcançar 176,5 mil toneladas. Já a bioenergia gerada a partir do bagaço da cana pode chegar a 130,56 MWh nesta temporada. Os dados foram informados pelo superin-tendente da unidade, Newton Chucri.

De acordo com Chucri, a Da Mata passa por um processo de am-pliação que vai permitir moagem en-tre 3,1 e 3,2 milhões de toneladas de cana na safra 2015/16, “provavel-mente com um mix de 40% para açú-car e 60% para etanol”. O plano de ampliação prevê uma capacidade to-tal de 4 mihões de toneladas. A Usina Da Mata, localizada a 565 quilôme-tros da capital paulista, foi fundada em 2006, a partir da união entre o Grupo AGP e a Brasif.

tecnologia agrícola

De acordo com o superintendente da Usina Da Mata, Newton Chucri, a usina passa por um processode ampliação que vai permitir moagem entre 3,1 e 3,2 milhões de toneladas de cana na safra 2015/16

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mento, além de fomentar discussões capazes de auxiliar nas decisões es-tratégicas dos grupos canavieiros. O evento discutiu o desenvolvimento de novas variedades, tecnologias avança-das de manejo, combate a doenças e pragas, insumos para aumento de pro-dutividade, gestão agrícola, entre ou-tros temas.

Um dos destaques do evento ficou

sucroenergético

Especialistas discutem variedades de cana

Fotos: Ale Carolo

Mais de 700 pessoas parti-ciparam do 8º Grande En-contro de Variedades de

Cana de Açúcar, realizado dias 24 e 25 de setembro, no Centro de Conven-ções de Ribeirão Preto, SP. O evento contou com 17 palestras, proferidas por especialistas brasileiros e estran-

geiros, além de representantes de em-presas, usinas e centros de pesquisa, os quais abordaram o que há de mais novo em relação ao desenvolvimento varietal canavieiro.

De acordo com Dib Nunes Jr, di-retor do Grupo IDEA – organizador do evento –, o encontro atendeu todas as expectativas e atingiu o propósito de promover reciclagem de conheci-

Mais de 700 pessoas participaram do 8º Grande Encontro de Variedades de Cana de Açúcar, realizado dias 24 e 25 de setembro, no Centro de Convenções de Ribeirão Preto, SP

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por conta das abordagens sobre siste-mas de formação de viveiros e canaviais com mudas sadias. O tema tem sido am-plamente discutido pelos profissionais agrícolas do setor sucroenergético e já é considerado um marco na evolução da cana-de-açúcar. A ideia é prover mate-rial de origem de alta qualidade, desen-volver novas variedades, cada vez mais avançadas, capazes de potencializar a produtividade dos canaviais. Tudo isso com manejo adequado.

Na oportunidade, a Basf apre-sentou os avanços da tecnologia Ag-

sucroenergético

Musa, destacando resultados obtidos na formação de viveiros saudáveis e na correção de falhas para garan-

tir maior longevidade do canavial. O representante da empresa, Edival-do Mariani Junior, falou sobre a im-

Segundo Marcelo Palu Junqueira, o Plene, da Syngenta, elimina a

necessidade de ter áreas de viveiro, dispensa o uso de maquinários pesados,

preservando solo e elimina o tratamento de proteção de cultivo no plantio

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Marcos Landell afirma que aproximadamente 20% de

todas as variedades de cana lançadas na última década no Brasil são do IAC – Instituto

Agronômico de Campinas

portância do controle de processos e da certificação de origem das mu-das, além de destacar o uso de varie-dades nobres em Meiosi, método que proporciona a rotação de cultivos na área ao integrar as culturas de soja ou amendoim.

Edivaldo anunciou, durante o evento, a ampliação da biofábrica de Campinas para o desenvolvimento das mudas e apresentou, em primeira mão, a maior novidade do 8º Grande Encon-tro sobre Variedades de Cana. Trata-se da Biofábrica Móvel para extração de mudas de cana, criada para otimizar custos e simplificar a operação. Segun-do Edivaldo, o equipamento possui tec-nologia de extração patenteada, alto rendimento e cumpre todas as exigên-cias das NRs (Normas Reguladoras). “Temos clientes que já trabalham com esse sistema e ganham muito dinheiro. A BASF busca isso, produtividade com rentabilidade”, afirma.

A Syngenta também apresen-tou soluções envolvendo mudas sa-dias de cana. A empresa falou so-bre Plene, uma nova tecnologia de plantio de cana criada para simplifi-

car e agilizar a fase inicial da plan-tação, garantindo qualidade e benefí-cios em todo o processo até a colheita. De acordo com o engenheiro agrôno-mo e especialista em desenvolvimen-to técnico de mercado da Syngenta, Marcelo Palu Junqueira, o Plene eli-mina a necessidade de ter áreas de vi-veiro, dispensa o uso de maquinários pesados, preservando solo e elimina o tratamento de proteção de cultivo no plantio.

Segundo ele, Plene também permite a redução de mão de obra, pois o plan-tio é todo mecanizado. Ou-tra vantagem diz respeito à sustentabilidade, pois além de gerar plantas mais sau-dáveis, livres de pragas e doenças, o processo de plan-tio de Plene gera menor

compactação do solo e reduz consumo de combustíveis. Ele destaca também vantagens econômicas, pois, com Ple-ne, a produtividade por hectare sobe, enquanto as despesas diminuem.

Variedades - O 8º Grande En-contro sobre Variedades de Cana tam-bém destacou as variedades de cana mais utilizadas no Brasil, suas carac-terísticas, benefícios e evolução. O agrônomo Antônio Ribeiro Fernandes Junior, pesquisador da Ridesa/UfSCar (Estação Experimental de Valparaí-so), explicou como tirar o melhor pro-veito das variedades RBs e apresentou novos clones RB superiores. Na opor-tunidade, ele apresentou o Censo Va-rietal 2014 SP e MS, o qual mostra que a variedade mais cultivada nes-ses estados é a RB877515, que ocu-pa 27,3% da área.

“As variedades RB ocupam as quatro primeiras posições de varie-dades mais plantadas nesses estados, somando, juntas, 54% da área”, dis-se o pesquisador. Fernandes ressal-tou ainda que a RB965902 vem ga-nhando muito espaço nos últimos anos. “Ela não é uma variedade pre-coce, mas de meio de safra”. Segundo

De acordo com Antonio Ribeiro, agrônomo da Ridesa/UFSCar, as variedades RB ocupam as quatro primeiras posições de variedades mais plantadas nos estados de SP e MS, somando, juntas, 54% da área

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ele, esta variedade é resistente e pos-sui elevado ATR no meio da safra. So-bre os novos clones (pré-liberações), o pesquisador da Ridesa/UfScar des-tacou a RB975952 (hiper precoce), RB985476 (média), RB975242 (tar-dia) e RB975201 (tardia), todas re-sistentes às principais doenças.

O CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e a Canaviali/Monsanto também apresentaram casos de su-cesso em relação às variedades desen-volvidas pelas empresas. A palestra do CTC ficou por conta do engenheiro agrônomo Marcos Virgílio Casagran-de, que falou sobre o trabalho desen-volvido pelo Programa de Melhora-mento Genético da Cana de Açúcar do CTC. Já a palestra da Canavilalis/Monsanto foi proferida pelo diretor comercial de cana-de-açúcar da em-presa, Federico Tripodi.

O engenheiro agrônomo e diretor do Centro Avançado de Pesquisa Tec-nológica do Agronegócio de Cana do IAC (Instituto Agronômico de Campi-nas), Marcos Guimarães de Andrade Landell, falou sobre manejo de varie-dades e sobre novos híbridos de alta performance do instituto. Segundo ele, cerca de 20% de todas as varie-dades de cana lançadas na última dé-cada no Brasil são do IAC, que é um órgão de pesquisa da Agência Paulis-ta de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abasteci-mento do Estado de São Paulo.

A programação do evento foi di-versificada. O pesquisador da Unesp de Dracena, Paulo Figueiredo, falou sobre os fisiologia da isoporização e os efei-tos que este fenômeno causa na cultura da cana. Já o agrônomo da Unesp de Botucatu, Carlos Alexandre Crusciol,

destacou as atualizações do mane-jo varietal com o uso de maturadores. As empresas Bayer CropScience, UPL, Ihara e Ceres também marcaram pre-sença para mostrar suas soluções mais recentes para a lavoura da cana.

As usinas também participaram, apresentando suas estratégias de ma-nejo varietal. O Grupo USJ foi repre-sentado por Fernando Munhoz Palma e Adriano Pinheiro. Já o Grupo Ra-ízen foi representado por Filipe Ar-ruda. Ao final do evento, Dib Nunes Jr mediou um debate sobre a forma mais adequada de manejo das varie-dades de cana e sobre a expectativa das usinas em relação aos programas de melhoramento genético. A mesa foi composta por Rogério Bremm So-ares (Grupo Bunge), Rodrigo Rodri-gues Vinchi (Raízen) e Fernando Pal-ma (USJ).

Equipe do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) marca presença no encontro de variedades

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cie de “olhar de raio x”. Sem truques e com muita simplicidade, Valdir é re-ferência no setor, onde trabalha há 20 anos.

Valdir, natural de Valparaíso, SP, onde fica a Estação Experimen-tal da UfSCar (EVA), teve seu primei-ro contato com a cana-de-açúcar em 1994, como rurícola. Na época ele re-alizava atividades como corte de fei-xes e capinação da cana. “Quando co-mecei, não sabia nada de cana. Para mim era tudo igual. Mas com o tempo o pessoal de campo me ensinou algu-mas coisas”, revela. Dois anos depois, já despertado o talento de identifi-car variedades, Valdir foi atuar na

FAI (Fundação de Apoio Institucio-nal ao Desenvolvimento Científico) da UfSCar.

Valdir possui o talento para re-conhecer não apenas as variedades RB, desenvolvidas pela Ridesa, mas também as de outros centros de pes-quisa, como o CTC (Centro de Tec-nologia Canavieira), IAC (Instituto Agronômico de Campinas), entre ou-tros. “Entre variedades e clones - ain-da sem aplicação comercial - certa-mente sou capaz de reconhecer mais de 100”, conta.

Em 2000, Valdir resolveu se aprofundar na profissão e iniciou o curso de Engenharia Ambiental. No entanto, teve que trancar matrícula por falta de tempo para frequentar as aulas. “Eu tinha muitas atividades na usina onde eu trabalhava. A equi-pe era pequena, apenas quatro pes-soas” justifica. Mesmo assim, Valdir já era um destaque entre os profis-sionais da área agrícola. Além de ser chamado para reconhecer as varie-dades em várias partes do Brasil, ele também ensina o ofício aos mais no-vos, na EVA.

Ele lembra que há alguns anos foi chamado na Destilaria Maraca-ju - atualmente uma das três unida-des da Biosev em Mato Grosso do Sul - para reconhecer uma variedade ini-cialmente identificada como RB 85-5113, mas com comportamento dife-rente. Apenas na observação, Valdir concluiu que se tratava de uma RB84-9157. “Não queriam acreditar. Leva-mos o material para análise e eu es-tava certo. Na época valeu até uma

RB, IAC, CTC, etc. Você iden-tificaria e classificaria essas variedades de cana-de-açúcar

só no olhar? Se a resposta for negati-va, não se preocupe, você é normal. Mas se a resposta for sim, parabéns, você tem o mesmo talento de

Valdir de Oliveira, 38 anos, pes-quisador do Programa de Melhora-mento Genético da Cana de Açúcar (PMGCA) da UfSCar (Universida-de Federal de São Carlos), instituição que faz parte da Ridesa (Rede Inte-runiversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético). Ele conse-gue identificar centenas de variedades de cana só na observação. Uma espé-

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Valdir de Oliveira tem o talento de identificar, apenas com os olhos, mais de 100 variedades de cana

É um pássaro? É um avião? Não, é o Super Valdir

Div

ulga

ção

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caixa de cerveja”, brinca Valdir.Segundo Valdir, o reconheci-

mento das variedades começa pela observação da cor do palmito, seu comprimento e quantidade de cera existente. Em seguida o observador deve se aprofundar nas característi-cas morfológicas da planta, como a gema e tipo de aurícula. Outra “dica” para identificação da variedade é a observação da cor do colmo, princi-palmente na cana adulta. A largura e diâmetro da folha também é outra re-ferência que ajuda no reconhecimen-to varietal.

O sonho de Valdir é continuar a desenvolver suas atividades no EVA, além de ver as variedades RB 5000 - linha desenvolvida pela Ridesa/UfS-Car - em escala comercial. “Hoje os

destaques são a 7515 (RB86-7515, desenvolvida pela Ridesa/UFV - Uni-versidade Federa de Viçosa, em Mi-nas Gerais), que é a mais plantada; além da 6928 (RB96 6928, da Ride-sa/UFP - Universidade Federal do Pa-raná); e a 579 (RB92 579, da Ride-sa/UFAL - Universidade Federal de Alagoas). Mas quero ver a RB 5000 da UfSCar em escala comercial”, observa.

Valdir afirma que a varieda-de de seus sonhos é uma espécie de “7515 melhorada”, que vai bem em ambiente restritivo, tem mais perfi-lhos, é resistente à seca e à boa par-te das doenças, além de possuir maior produtividade. Para isso, Valdir afir-ma que os profissionais da Ridesa/UfSCar trabalham duro. A universi-

dade mantém um jardim varietal onde estão plantadas cerca de 280 varieda-des de cana, das mais antigas às mais novas. A área é renovada a cada dois ou três anos para garantir maior vi-gor da planta.

No local podem ser encontradas variedades exóticas e de outras ins-tituições nacionais ou estrangeiras. “Esse jardim varietal é importante para que a história seja preservada, além de ser importante banco de ger-moplamas que auxilia no treinamento das pessoas que pretendem atuar no campo”, conta. Valdir, que não tem qualquer intenção de guardar segre-dos sobre seu talento, afirma que es-timular outras pessoas a identifica-rem as variedades é uma satisfação profissional.

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A produção do café conilon, estimada em 13,03 milhões de sacas, representa um crescimento de 19,95% na safra 2014

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Conab estima produção de café em

45,14 milhões de sacas

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) es-tima que a safra brasileira

de café em 2014 alcance 45,14 mi-lhões de sacas, volume que supera em 570 mil sacas a estimativa divulgada em maio, que era de 44,57 milhões de sacas de 60 quilos de café bene-ficiado. O resultado, atribuído a uma maior produção da variedade robus-ta e com uma leve queda nas estima-tivas do arábica, representa uma re-dução de 8,16%, ou 4,01 milhões de sacas, quando comparado com a pro-dução de 49,15 milhões de sacas obti-das no ciclo anterior.

O café arábica representa 71,1% da produção total (arábica e conilon) de café do País. Para a atual safra es-tima-se que sejam colhidas 32,11 mi-lhões sacas. O resultado representa uma redução de 16,14% (6.178,3 mil sacas). Tal redução se deve a forte es-tiagem verificada nos primeiros meses de 2014, às podas realizadas nos ca-fezais de alguns produtores e à inver-são da bienalidade em algumas regi-ões produtoras.

A produção do conilon, estimada em 13,03 milhões de sacas, represen-ta um crescimento de 19,95%. Este resultado se deve, sobretudo, à recu-peração da produtividade, que na sa-fra anterior sofreu com a forte estia-

gem. O levantamento da Conab indica que o resultado previsto para a atu-al safra quebra a tendência de cresci-mento da produção que, desde o ciclo 2005 vinha se observando nos ciclos de alta bienalidade, inclusive, ficando abaixo da última temporada, que foi de baixa bienalidade.

A colheita do café arábica, varie-dade da qual o Brasil é o maior pro-dutor e exportador mundial, está se encerrando. A Conab ainda não fez es-timativas para 2015, mas analistas apontam que ainda haverá impacto ne-gativo por conta do clima de 2014. De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Gerar-do Fontelles, qualquer estimativa ago-ra seria mera especulação. “É preci-so esperar um pouco para a primeira

estimativa, já que o café é muito afe-tado por precipitação e condições de clima”, disse, completando que se a florada não for boa, mesmo que chova mais tarde, haverá problema de oferta.

Cafezal - A área total planta-da com a cultura de café, das espé-cies arábica e conilon, totaliza no País 2.221.816,2 hectares, 3,88% inferior à área colhida na safra passada e cor-responde a uma redução de 89.783 hectares. Desse total, 304.044,4 hec-tares (13,68%) estão em formação e 1.917.771,8 hectares (86,32%) estão em produção. Minas Gerais concentra a maior área, com 1.204.208 hecta-res, predominando a espécie arábica, com 98,8% no estado. A área total es-tadual representa 54,2% da área cul-tivada com café no país.

A segunda maior área plantada com a cultura cafeeira fica no Espíri-to Santo, totalizando 486.583 hecta-res, sendo 309.235 hectares com a es-pécie conilon e 177.348 hectares com a arábica. O estado é o maior produ-tor da espécie conilon, com participa-ção de 63,88% na semeada com a es-pécie no Brasil.

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De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles, se a florada do café não for boa, mesmo que chova mais tarde, haverá problema de oferta na safra 2015

Florada do café Arábica, representa 71,1% da produção total (arábica e conilon) de café do País

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dade de produtos que apresentassem bons resultados, em face de proibição do uso do Endosulfan. A Ferrugem também deve ser objeto de prevenção, visto que a dificuldade de aplicação, em função da falta de umidade, aca-bou concorrendo para ataques tardios da doença nas lavouras.

A ocorrência de algumas pre-cipitações, em julho, acabou forçan-do uma primeira florada, boa em al-gumas lavouras, fraca em outras, mas em qualquer dos casos, ainda sem ga-rantia de vingamento, visto que não houve continuidade nas chuvas.

Colheita - A produção de café em Minas Gerais está estimada em 22.620 mil sacas de café na safra

desfolha, além de um desenvolvimen-to vegetativo abaixo da expectativa. As lavouras que foram esqueletadas no ano anterior têm se mostrado me-lhores, bem como as que produziram relativamente pouco neste ciclo. Nas lavouras mais sentidas, com menor capacidade de resposta para a próxi-ma safra, muitos produtores já inicia-ram podas esperando que este manejo contribua para uma melhor produção na safra 2016.

Em Minas Gerais, boa parte das lavouras requer investimentos, seja em termos de adubação, seja em controle fitossanitário, notadamente, com relação ao controle de broca, que ficou prejudicado pela indisponibili-

O déficit hídrico, provocado pela escassez e irregularidade das chuvas, e agravado pelas

condições de elevadas temperaturas, causaram sérios danos à produtivi-dade das lavouras de café no estado de Minas Gerais, que foram atingi-das na fase de formação e enchimen-to de grãos, concorrendo para perdas em rendimento, sobretudo, das lavou-ras mais novas. No entanto, de acor-do com a Conab, o clima seco vem fa-vorecendo os trabalhos de colheita e secagem dos grãos, propiciando a ob-tenção de cafés com boa qualidade.

Por conta das condições climá-ticas de 2014, as lavouras mais pre-judicadas vêm apresentando maior

café

Café em Minas Gerais sofre com déficit hídrico

Cafezal localizado nas montanhas do Sul de Minas Gerais, maior região produtora de café do Brasil

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2014, com variação percentual de 2,9% para mais ou para menos, com intervalo de produção entre 21,9 mi-lhões a 23,3 milhões de sacas. A pro-dutividade média do estado deverá atingir 22,62 sc/ha. Em comparação à safra anterior, a estimativa sinaliza um recuo da produção cafeeira da or-dem de 18,22%, confirmando a previ-são de quebra da produção apontada no levantamento anterior, realizado em abril, com variação percentual ne-gativa de 1,62%.

A redução na produção é decor-rente da inversão da bienalidade em algumas regiões do estado, tais como: a Zona da Mata Mineira, da redução da área em produção provocada pelo aumento das podas nos cafezais e pela forte estiagem acompanhada de altas temperaturas nos primeiros meses do ano, que comprometeram os traba-lhos de adubação das lavouras e re-sultou em prejuízos para a renda do café colhido, em razão do forte défi-cit hídrico a que foram submetidos os cafezais durante o período de cresci-mento dos frutos, nas principais regi-ões produtoras do estado.

Sul de Minas – A produção de café na região sul de Minas Gerais so-freu novos ajustes no levantamento da Conab, já pautados nos resultados ve-

rificados na colheita, que praticamen-te acabou. Estimada em 10.730 mil sacas, a safra de café do Sul de Minas confirma a inversão da bienalidade na região, apresentando uma retração de 19,66%, comparada à safra 2013 e de 21,87% em relação ao prognóstico inicial da safra 2014.

Uma pequena parcela dessa queda é decorrente da variação da área de café em produção, que caiu 53,26% neste último ano, notada-mente em decorrência do aumento de podas, com destaque para os esquele-tamentos, manejo que vem sendo cada vez mais utilizado, e que tem concor-rido para diminuir a amplitude de va-riação entre a produção das safras de bienalidade alta e de bienalidade bai-

xa. Mas o comprometimento do re-sultado projetado para a safra 2014 pode ser atribuído, principalmente, ao impacto negativo da estiagem e das altas temperaturas, já sinalizado no levantamento anterior e confirmado com o avanço da colheita e beneficia-mento do café.

A ocorrência de perdas e a frus-tração das previsões iniciais têm sido uma constante na presente safra, mas com grande variação de resultados (su-periores à de safras anteriores) entre municípios, entre microrregiões, entre produtores e mesmo entre talhões de um mesmo produtor. Tais perdas têm sido verificadas em maior ou menor grau em função da altitude, da intensi-dade do déficit hídrico, dos tratos cultu-rais e da condição e idade das lavouras.

Lavouras mais bem nutridas, com controles adequados de pragas e doenças, sofreram menos com a seca. No entanto, seja pela falta de umida-de, ou pela descapitalização dos pro-dutores, muitas deixaram de receber os tratos recomendados, problemas que se traduziram em carga produtiva

café

Controle de broca ficou prejudicado pela indisponibilidade de produtos que apresentassem bons resultados, em face de proibição do uso do Endosulfan

Produtores estão enfrentando sérias perdas no tocante à peneira e defeitos, dada a maior incidência de grãos miúdos, chochos e mal granados, que se traduzem em deságio de preços e queda de renda

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menor, maior desfolha, estresse, pro-blemas com broca e, inclusive, com ferrugem tardia. A idade das lavouras também influenciou no rendimento da atual safra. As maiores perdas ocor-reram em lavouras mais novas, com menor enraizamento, e, consequente-mente, menor resistência à seca.

A quebra maior não foi na carga produtiva das lavouras, que se mos-trou relativamente alta, mas ocorreu, notadamente, na renda do benefícia-mento do café, que variou significa-tivamente ao longo da safra, deman-dando na fase inicial da colheita, ainda em abril, até 1.400 litros de frutos de café colhido por saca de café beneficiado para lavouras novas, e 900 litros de café colhido para lavou-ras adultas, chegando a níveis inferio-res a 500 litros por saca no período de finalização da colheita.

A perda média apurada pela Co-nab foi de 20% em relação à média histórica de 480 litros por saca, se-gundo avaliação de produtores, agrô-nomos e técnicos envolvidos com a cafeicultura no Sul de Minas. A pro-dutividade média da região recuou para 21,28 sc/ha, 16,94% abaixo da safra passada e 21,39% aquém da primeira projeção da safra atual. A bebida não tem sido problema nesta safra 2014, visto que a colheita trans-correu sem chuvas, mas os produto-res estão enfrentando sérias perdas no tocante à peneira e defeitos, dada a maior incidência de grãos miúdos, chochos e mal granados, que se tra-duzem em deságio de preços e queda de renda.

Cerrado – A produção de café na região do cerrado mineiro para a safra 2013/14 é de 5.835 mil sacas de 60 kg, o que representa um aumen-to de 11,93%, comparativamente à safra anterior. A produtividade média apresentou um incremento de 8,64%,

estimada em 33,43 sc/ha. A área de café em produção teve um acréscimo de 3,03% em relação à safra anterior, totalizando 174.554 hectares.

O aumento na produção de café na safra atual se deve ao ganho de produtividade decorrente do ciclo bie-nal da cultura, que embora atenuado nas últimas safras, por fatores diver-sos, como clima, investimentos, ma-nejo das lavouras, entre outros, é de bienalidade positiva na região, aliado a um aumento da área de café em pro-dução, resultante da incorporação de novas áreas que se encontravam em formação e renovação.

As condições climáticas en-tre os meses de outubro a dezembro de 2013, apesar de alguma irregula-ridade na distribuição das chuvas, se mostraram bastante favoráveis para as lavouras, ensejando a formação de boas floradas, assim como o bom pe-gamento e desenvolvimento dos fru-tos em sua fase inicial. Entretanto, nos meses de janeiro e fevereiro de

2014, fase de granação dos frutos, as chuvas foram escassas e irregulares, atingindo de forma diferenciada as la-vouras de uma mesma localidade ou microrregião.

As temperaturas também estive-ram elevadas no período. Na fase de colheita, o clima predominantemen-te seco, tem favorecido os trabalhos de colheita e secagem dos grãos, re-sultando em cafés com bebida de boa qualidade. Em julho, chuvas atípicas induziram à abertura de uma florada nos cafezais, sobretudo, em lavouras novas e esqueletadas no ano anterior. No momento, as lavouras apresentam aspecto vegetativo regular, com níveis de desfolhamento compatíveis com o período de pós-colheita. Estas condi-ções das lavouras, associadas às chu-vas de julho, favoreceram o apareci-mento de doenças fúngicas na região de cerrado mineiro.

Estima-se que quase toda a sa-fra já tenha sido colhida, com uma parcela restante basicamente de ca-

café

Colheita de café em Minas Gerais está estimada

em 22.620 mil sacas na safra 2014, com variação percentual de 2,9% para

mais ou para menos

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fés de varrição. A estiagem e as altas temperaturas registradas nos primei-ros meses do ano concorreram para o aumento de grãos mal formados, le-ves, chochos e de peneira baixa, com maior percentual de catação e esco-lha. No entanto, estas ocorrências são consideradas de menor impacto sobre a renda do café no beneficiamento, quando comparada com outras regi-ões produtoras de café do estado, em razão de um regime pluviométrico um pouco mais favorável e um percentu-al significativo de lavouras irrigadas.

Zona da Mata – A produção es-timada de café para a safra 2014 é de 5.293 mil sacas na Zona da Mata mineira. Os levantamentos de campo apontam para um recuo da produção de 36,34%, equivalente a 3.022 mil sacas, quando comparada com a sa-fra anterior. A área em produção para a região está estimada em 284.582 hectares, decréscimo de 8,08% em relação à safra passada. A produtivi-dade média estimada é de 18,60 sc/ha. Em relação ao levantamento an-terior, estima-se redução de 4,92% na produção, equivalente a 273.783 sa-cas de 60 kg.

As primeiras estimativas apon-tavam para redução da produção nas lavouras situadas em altitudes mais baixas, mas com o andamento da co-lheita e com o beneficiamento do café, os produtores observaram que até mesmo as lavouras em altitudes mais elevadas foram bastante atingidas pe-los efeitos da seca, além das lavou-ras novas, pouco enraizadas. Os da-nos provocados pelo acentuado déficit hídrico estão relacionados com a má formação dos grãos e os cafés colhi-dos se apresentam na forma de con-chas, chochos, pequenos e com muitos defeitos, com catação acima da média e com grande percentual de “boias”.

O rendimento é considerado mui-

to baixo, sendo necessária uma quan-tidade maior de frutos para se obter uma saca de café beneficiado. Desta forma, a quebra observada foi maior do que a esperada. O recebimento de café nos armazéns se encerrou bem antes do que de costume e, apesar dos bons preços praticados, os produtores alegam que não haverá grandes lucros porque é baixo o volume de café.

Nas regiões Norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri, a produ-ção é estimada em 762 mil sacas de café, com uma produtividade média de 20,87 sc/ha. Dessa forma, estima--se uma redução de 1,93% na produ-ção da safra 2014 em relação à sa-fra 2013, contrariando as estimativas iniciais, em razão da forte estiagem e altas temperaturas ocorridas na re-gião ao longo dos primeiros meses de 2014, que deverão provocar perdas significativas nas lavoras.

A três regiões citadas possuem 105 municípios produtores de café, perfazendo uma área de produção de 36.512 hectares, com produtivida-des variando entre sete a oitenta sc/ha. Esta diferença de produtividade faz com que a variação percentual da região, quando da expansão dos da-dos da base amostral, os resultados se enquadram em patamares elevados de desvio padrão sob o ponto de vista da estatística.

Cerca de 40% da área cultivada nestas regiões se referem a lavouras conduzidas com baixo nível tecnoló-gico, com pouca ou nenhuma utiliza-ção de insumos, localizadas fora da área de zoneamento agrícola do café e sem acesso aos benefícios do crédito e pesquisa. Em contrapartida, as áre-as restantes se caracterizam por la-vouras de elevado nível tecnológico, irrigadas e bem conduzidas, apresen-tando produtividade média bastante elevada.

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Diariamente, mais de 2,25 bi-lhões de xícaras de café são consumidas no mundo, de

acordo com a Organização Interna-cional do Café (OIC). Este consumo expressivo exigiu uma produção de mais de 8,7 milhões de toneladas em 2013. Por conta disso, um grupo de cientistas do Brasil, Espanha, Esta-dos Unidos e França se dedicou a se-quenciar o genoma da planta de café, um empreendimento inédito. O estu-do analisou a espécie Coffea canepho-ra ou robusta, que representa 30% da produção mundial.

Pesquisas ajudam a melhorar sabor e aroma do café

O resultado tem o potencial de reinventar o cafezinho a partir de mo-dificações genéticas que podem ajudar a melhorar ainda mais o sabor, o aroma

e a produção da bebida. A contribuição brasileira foi feita pelo projeto Quali-café, que realiza estudos genéticos com o cafeeiro. Financiado em mais de R$ 1,3 milhão pela Financiadora de Estu-dos e Projetos (Finep), o projeto articu-lou 30 pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, distribuídos em insti-tuições de todas as partes do País.

As descobertas são essenciais para compreender a evolução dos ge-nes relacionados à cafeína do café, que ao contrário do que se imaginava, não possui um ancestral em comum com a do cacau ou a do chá. A cafeína, cita-da pelos pesquisadores como a princi-pal amiga química do ser humano, é utilizada pelo cafeeiro para se defen-der de insetos e potenciais concorren-tes. Para chegar a estas conclusões, es-tudiosos da Universidade de Barcelona (BadiRate) desenvolveram um softwa-re capaz de identificar quais genes se duplicam de forma recorrente em um genoma específico.

Espécie Coffea canephora ou robusta representa

30% da produção mundial

Organização Internacional do Café (OIC) estima que mais de 2,25 bilhões de xícaras de café são consumidas no mundo

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Para o gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo, a evolução da cafeicultura brasileira demonstra que as

ações de pesquisa, inovação e transferência de tecnologias contribuíram de fato para a modernização do setor

lhões de hectares, a produção de 18,9 milhões de sacas de 60kg e a produ-tividade de 8,0 sacas/hectare, com o consumo per capita de 4,3kg de café.

Passados 17 anos, de acordo com a Companhia Nacional de Abasteci-mento (Conab), houve redução da área de cultivo para 2 milhões de hectares, em 2013, e o País produziu 49,15 mi-lhões de sacas, com produtividade de 24,4 sacas/ha. Já o consumo per ca-pita, nesse mesmo período, aumen-tou para 6,4 kg. Em nível mundial, se-gundo a Organização Internacional do Café (OIC), em 1997 a produção foi de 99,7 milhões de sacas e o Brasil parti-cipou com 19% desse mercado.

Brasil produz 30% do café consumido no mundo

De cada três xícaras de café consumidas no mun-do, uma é brasileira. O País é o maior produtor mundial, com 30% da fatia global, além de lide-

rar o ranking de exportação do grão. O Brasil é o segun-do maior consumidor de café, atrás dos Estados Unidos. No entanto, especialistas afirmam que a liderança do Tio Sam está ameaçada. Essa posição brasileira é atribuída, em grande parte, à ação coordenada de centenas de pes-quisadores, técnicos e extensionistas das instituições in-tegrantes do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, com atuação nas regiões cafeeiras.

No Brasil, a evolução da cafeicultura tornou-se ex-pressiva a partir de 1997, em decorrência da criação do Consórcio Pesquisa Café, de acordo com o Informe Es-tatístico do Café, do Departamento do Café (DCaf), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A área de cultivo no referido ano era de 2,4 mi-

De cada três xícaras de café consumidas no mundo, uma é brasileira

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No ano passado, como a produ-ção mundial evoluiu para 145,2 mi-lhões de sacas e, a brasileira, para 49,15 milhões de sacas, a participação do Brasil subiu para 34% do mercado mundial, com redução de aproximada-mente 20% da área de cultivo. Contri-buíram para essa evolução, nesses 17 anos, cerca de mil projetos desenvolvi-dos no âmbito do Consórcio Pesquisa Café que geraram tecnologias, conhe-cimentos básicos, produtos e processos que beneficiaram direta e indiretamen-te o agronegócio “Cafés do Brasil”.

Para o gerente geral da Embra-pa Café, Gabriel Bartholo, a evolução da cafeicultura brasileira demonstra que as ações de pesquisa, inovação e transferência de tecnologias contribu-íram de fato para a modernização da

cafeicultura nacional. “O segredo des-ses resultados está na parceria e no atendimento às necessidades tecnoló-gicas do setor produtivo e dos demais elos do agronegócio café. Além disso, os projetos de pesquisa do Consórcio são elaborados com base em prospec-ções de demandas dos diversos seg-mentos da cadeia do agronegócio café com a participação das instituições consorciadas e parceiras”.

Bertholo afirma que todas as pesquisas, direta e indiretamente, consideram, em seu desenvolvimen-to, aspectos essenciais, como qualida-de do produto, sustentabilidade, bai-xo custo, transferência e adoção das tecnologias, conjunto de fatores que realça a ação do Consórcio e man-tém o Brasil como país de referência

e excelência na produção e exporta-ção de café. “Além disso, essa evolu-ção da cafeicultura brasileira também deve ser atribuída aos mais de 300 mil produtores de café do Brasil e de-mais entidades ligadas ao setor, que têm adotado as tecnologias geradas e sinalizado a necessidade de novas pes-quisas”, conclui.

O Consórcio Pesquisa Café foi criado em 1997 (DOU de 14-3-97) por dez instituições fundadoras liga-das à pesquisa, ensino e extensão com o objetivo de promover e desenvolver tecnologias para todos os elos do agro-negócio café com sustentabilidade ambiental, econômica e social. Para isso, o Consórcio conta atualmente com 101 instituições consorciadas e parceiras nas regiões produtoras.

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O Brasil é o maior produtor mundial de café, com 30% da fatia global, além de liderar o ranking de exportação do grão

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Brasil deve exportar até 2,7 mi t/mês até dezembro

A Associação Nacional dos Ex-portadores de Cereais (Anec) estima que o Brasil deverá

exportar entre 2 milhões e 2,7 mi-lhões de toneladas de milho por mês até o fim de 2014. O volume deveria ser de pelo menos 3,4 milhões de to-neladas para alcançar a projeção fei-ta pela Companhia Nacional de Abas-tecimento (Conab) de 21 milhões de toneladas do grão até o fim do ano comercial 2014/15, em 31 de janei-ro. Desde 1º de fevereiro até meados de setembro deste ano, o Brasil havia embarcado 7,28 milhões de toneladas de milho.

Nas safras de inverno e verão de 2013/14, o Brasil colheu 79,9 milhões de toneladas do grão, volu-me apenas 2% inferior ao recorde de 2012/13. O desempenho, no entanto, esbarra na limitação do mercado do-méstico em absorver uma quantidade suficiente deste milho. Por conta dis-so, o Brasil precisaria repetir, no últi-mo quadrimestre deste ano comercial, a performance de exportações seme-lhante à alcançada no mesmo perío-

do de 2013, quando o mundo ainda se recuperava de uma quebra de sa-fra nos EUA, maior produtor e expor-tador global.

De acordo com relatório do Ce-pea, órgão de pesquisa da Universi-dade de São Paulo (USP), esse cená-rio preocupa os comercializadores, já

que, “com o fim da colheita, os silos estão cheios, compradores estão abas-tecidos e a demanda externa apresen-ta ritmo muito lento”. A oferta global de milho no momento é ampla. O mun-do deverá terminar a safra 2014/15 com um dos maiores estoques de pas-sagem dos últimos anos, com a ajuda

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de duas safras recordes consecutivas nos Estados Unidos.

Nas primeiras três semanas de setembro, o Brasil exportou 121 mil toneladas por dia do cereal. O volume

ficou abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, de 164 mil toneladas/dia. Analistas afirmam, no entanto, que é possível haver aumen-to do fluxo de exportações nos próxi-

mos meses por conta da competitivi-dade do milho nacional no mercado. O grão brasileiro, por enquanto, está mais barato que o norte-americano e a taxa de câmbio tem favorecido.

milho

Silagem de alta qualidade ainda é desafio no campo

A silagem está entre as alter-nativas mais eficientes para produção de carne e leite no

País, entretanto, produzir uma sila-gem de alta qualidade e garantir a melhor eficiência dos animais ainda é um grande desafio no campo. Isso acontece porque a maioria dos híbri-dos de milho disponíveis no mercado brasileiro não é adequada para a pro-

dução de silagem, comprometendo o resultado em campo. De acordo com o professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Marcos Neves Perei-ra, a cultivar deve possuir grãos ma-cios de textura farinácea, para produ-zir um alimento eficiente.

“O amido é a razão da utiliza-ção do milho. A prolamina do milho se chama zeína e é ela quem vai de-

finir a dureza do grão. Grãos moles têm baixo teor de prolamina, por isso, quando ensilados, melhora a qualida-de da silagem. Isso acontece porque a degradação da prolamina continua durante a armazenagem, quebrando a dureza do grão. É importante deixar claro que milho colhido antes do pon-to ideal não converte em produção de leite, além disso, cerca de 80% do mi-

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lho disponível no mercado brasileiro é duro”, afirmou o pesquisador, durante workshop promovido pela Sementes Santa Helena, em Uberlândia, MG.

O especialista aponta como prin-cipal tendência mundial para a pro-dução de silagem de alta qualida-de a combinação de fibra longa com grãos danificados. “A silagem com fi-bra longa e grão bem triturado é o fu-turo. O mundo inteiro quer fazer isso, pois aumenta a eficiência na produ-ção de leite”, disse Pereira. Ele ain-da destacou a importância de adaptar a produção de silagem de acordo com a realidade de cada propriedade para garantir resultados. “O primeiro pas-so é avaliar o maquinário do produtor para depois definir o ponto de corte do milho, pois, se a máquina for ruim não é possível fazer a colheita tardia. Neste caso, é mais eficiente optar pela colheita precoce porque o milho ma-duro não quebra em maquina ruim. E quanto maior a partícula, mais difí-cil é para o animal digerir”, explica.

Márcio Pelegrini: “É importante lembrar sempre que a silagem é um alimento. E grande parte das perdas de silagem no País acontece por causa do ponto de colheita errado”

milho

Diante deste quadro, o engenhei-ro agrônomo e consultor independen-te, Márcio Pelegrini, elege a escolha da cultivar, a tecnologia empregada na produção e o ponto de colheita adequa-do entre os pontos fundamentais para a produção de uma silagem eficiente na conversão alimentar do rebanho. “É importante lembrar sempre que a sila-gem é um alimento. E grande parte das perdas de silagem no País acontece por causa do ponto de colheita errado”.

O I Workshop de Silagem em Uberlândia reuniu 85 participan-tes, entre produtores de carne e lei-te, empresários, engenheiros agrôno-mos, técnicos e produtores. De acordo com o diretor da Agromais, de Capi-nópolis, MG, Miguel Nisrala, o en-contro foi importante para divulgação das pesquisas em silagem. “Foi uma maneira de colocar em prática as in-formações extraídas de anos de pes-quisas”. O balanço também foi positi-vo para o diretor da Polivet, de Bom Jesus, GO, Wanderlei Borges. “Foi de grande aprendizado. Tivemos in-formações sobre qualidade de semen-tes e silagem, além de um momen-to para troca de experiências entre produtores”.

Já o engenheiro agrônomo da Cooproleite, Estevão Romeu Rabelo Neto, destacou a importância de es-colher o híbrido correto para a produ-ção de silagem. “É muito importan-te conhecer de perto as características mais importantes para a produção de uma silagem de alta qualidade e ver as principais tendências mundiais. Para se ter uma ideia, na última sa-fra, tivemos uma alta produção de vo-lumoso associada com alta qualidade de silagem. O custo da silagem é alto, por isso exige um bom planejamento e escolha correta do material”.

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Marcos Neves Pereira: “A silagem com fibra longa e grão bem triturado é o futuro. O mundo inteiro quer fazer isso, pois aumenta a eficiência na produção de leite”

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Potencial do milho de2ª safra é avaliado em MT

A Fundação Rio Verde avaliou, na segunda safra de 2014, o potencial produtivo de 56

híbridos de milho comercializados em Mato Grosso. Os resultados ob-tidos de cada material oferecem pa-râmetros e orientações ao produtor na tomada de decisões para a próxi-ma safra. “Os híbridos são avaliados em dois níveis de tecnologia e os en-saios experimentais seguem os proce-dimentos estatísticos recomendados. Este trabalho está no 11º ano de ava-liações com um número satisfatório de híbridos analisados”, disse o agrô-nomo Fabio Pittelkow.

O eixo produtivo, que engloba os municípios do entorno da BR 163 em MT, é um dos maiores produtores de

Fundação Rio Verde avaliou o potencial produtivo de 56 híbridos de milho de 2ª safra comercializados em Mato Grosso

milho

milho em segunda safra do Brasil. “A informação gerada é importante para o produtor no momento da escolha do híbrido que será plantado na próxima safra agrícola, além disso, ele tem a possibilidade de analisar um material que tem potencial para ser utilizado futuramente em uma área maior do que a utilizada experimentalmente”, afirmou o agrônomo da Fundação.

De acordo com o responsável pelo departamento de Fitotecnia e Nutrição de Plantas da Fundação, Ro-drigo Pengo, nos ensaios com os híbri-dos em dois níveis de tecnologia foram obtidas variações de produtividade de 81 a 119 sacas por hectare com o em-prego de média tecnologia e de 84,2 a 132,8 sacas por hectare com o empre-

go de alta tecnologia. “Os ensaios fo-ram semeados nas mesmas condições e estavam lado a lado no campo expe-rimental, ou seja, tiveram as mesmas condições ambientais durante todo o ciclo da cultura”, explicou.

O Boletim Técnico n° 319, divul-gado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), mostra que a produtividade média da safra 2013/14 no médio norte de Mato Grosso foi de 85,8 sacas por hectare. “Esse resultado demonstra a importância da avaliação constan-te do potencial produtivo dos híbridos disponíveis para compra na região vi-sando sempre uma melhor relação custo/benefício ao produtor rural”, complementou o agrônomo.

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tr igo

Brusone preocupa produtores do RSA brusone, doença que causa

queda no rendimento em fun-ção dos grãos deformados e

de baixo peso específico, tem preocu-pado produtores de trigo do Rio Gran-de do Sul e Santa Catarina. A incidên-cia da doença aumentou em algumas regiões dos dois estados por conta do clima quente e úmido. Epidemias de brusone acontecem em anos chu-vosos, quando a alta umidade e tem-peraturas entre 25 e 28ºC coincidem com a fase de espigamento do trigo. Este cenário é típico de regiões de tri-go no Centro-Oeste (GO e MG), Nor-te do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Nas regiões mais frias do Rio Grande do Sul e de Santa Catari-na, a brusone ocorre, eventualmen-te, em microclimas mais favoráveis, sem causar danos significativos. Os primeiros registros nesta safra foram na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, onde as lavouras estavam mais adiantadas. Para auxiliar produto-res e cooperativas catarinenses e gaú-chos, a Embrapa Trigo enviou uma equipe de técnicos que está realizan-do um levantamento em lavouras com sintomas de doença, nas diferentes re-giões produtoras, para avaliar a dis-persão da brusone.

Apesar de causadas por patóge-nos diferentes, brusone (Magnaporthe oryzae) e giberela (Gibberella zeae) possuem muitas semelhanças. Ambas são causadas por fungos que atacam as espigas, sob condições de clima úmido e quente; não existem cultiva-res totalmente resistentes; e os fungi-

cidas em uso têm demonstrado baixa eficiência no controle. Todos os fato-res listados contribuem para a dificul-dade de diagnóstico e controle destas doenças.

Giberela ou Brusone? Uma das orientações para fazer a distinção é que o fungo da brusone ataca a rá-quis, ficando restrito nas proximida-des do ponto de infecção, impedindo o enchimento dos grãos acima do local de penetração do patógeno. No caso de giberela, observa-se o progresso da cor escura na ráquis em direção à par-te inferior da espiga.

Controle - A brusone do tri-go é uma doença restrita às lavouras da América do Sul, onde conta com um grande número de hospedeiros do fungo que se dispersa através do ven-to e pode atacar mais de 50 espécies de Poaceas. Neste ano, a doença já ti-nha sido identificada em lavouras de aveia e azevém do RS no começo da safra de inverno, nos meses de abril e maio, o que contribuiu para a forma-ção do inóculo.

Na cultura do trigo, períodos de alta umidade relativa e temperaturas altas coincidindo com a fase do espi-gamento favoreceram a ocorrência de brusone. Uma das características desta doença é variação de intensida-

Esporulação do fungo Magnaporthe grisea (brusone) em espiga de trigo. Doença, mais comum em ambientes

de clima quente e úmido, causa queda no rendimento em função dos grãos

deformados e de baixo peso específico

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de entre lavouras, devido a diferenças de época de semeadura ou ainda con-dições climáticas muito específicas da localização do cultivo.

No momento, a Embrapa Trigo está conduzindo uma série de ações subsidiadas por dois macro projetos de pesquisa: “Variação genética e de virulência de Magnaporthe oryzae do trigo e de poáceas invasoras” e “Es-tratégias integradas de caracteri-zação da resistência de trigo à bru-sone”. Além da seleção genética, a pesquisa busca alternativas mais efi-cientes de controle químico, estraté-gias de manejo da cultura, controle de hospedeiros, entre outros.

No controle químico, os traba-lhos realizados indicaram que os fun-gicidas com maior eficiência para controlar a doença foram aqueles for-mulados com a mistura de estrobiluri-na + triazol, quando aplicados duas

vezes, no início do espigamento e cer-ca de 15 dias depois. Ainda assim, os produtos em uso têm demostrado bai-xa eficiência no controle. Mais infor-mações sobre o controle químico de giberela e de brusone na série de pu-blicações “Eficiência de fungicidas para o controle da brusone do trigo: resultados dos ensaios cooperativos”.

Uma ferramenta de avaliação de risco de ocorrência de epidemias de-nominada SISALERT foi desenvol-vida pela Embrapa Trigo juntamente com a Universidade de Passo Fundo. O SISALERT é uma plataforma que coleta dados meteorológicos observa-dos e de prognóstico de curto prazo para simular tanto o risco de epide-mias de brusone como o de giberela. Conhecer, de forma antecipada, o ris-co de ocorrência das epidemias pode auxiliar a tomada de decisão sobre o uso de fungicidas.

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Na ação da giberela do trigo (Gibberella zeae), observa-se o progresso da cor escura na ráquis em direção à parte inferior da espiga

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Marcela Servano

A influência da tecnologia no marketing do agronegócio foi tema central da palestra do

engenheiro mecânico e consultor Nel-son Marinelli Filho para um público de 30 pessoas ligadas ao agribusiness, re-alizada dia 1º de outubro, no Centro de Eventos do Hotel Taiwan, em Ribei-rão Preto, SP. O encontro foi organi-zado pela empresa AgroComm Brasil.

O evento reuniu profissionais que atuam em empresas e instituições como Ceise Br, TGM, Caldema, Ser-química, Ind Reunidas Colombo, E--Machine, PwC, AMI Brasil, Asher, Band, Unimage e Active Com. Usan-do a metodologia Inbound, conhecido como marketing de entrada, Nelson falou sobre as mudanças que as novas tecnologias estão trazendo para a Ges-tão de Marketing das empresas.

Marinelli explicou como as em-presas, principalmente as que traba-lham com agronegócio, podem utilizar essas novas tecnologias para melhorar a comunicação com os clientes. “Hoje, o consumidor, além de ser bem atendi-do, quer estar em contato com a em-

presa para saber em quais projetos, sejam sociais ou pessoais, ela deve in-vestir, por exemplo, se trabalha com sustentabilidade. O cliente está cada vez mais exigente”.

Durante a palestra foram mos-trados os erros mais comuns que mui-tas vezes são cometidos em uma gestão de marketing e como treinamento In-bound, oferecido pela AgroComm Bra-sil, pode ajudar nesse processo. Os par-ticipantes ficaram entusiasmados com projeto.

De acordo com o que foi apre-sentado, a metodologia Inbound é mui-to clara e busca despertar o interes-se das pessoas, dos clientes. Para que a empresa consiga chamar a atenção do cliente, ela precisa chegar ao lead, ou seja, precisa ter informações sobre quem é, o que quer, quando quer, onde quer e como o cliente que determinado produto ou serviço.

O diretor de Marketing da Cal-dema, Alexandre Martinelli, elogiou a metodologia dizendo que “realmente é preciso dar atenção a este novo clien-te, que não está apenas interessado no básico”. Martinelli também destacou a importância deste tipo de consultoria

ser oferecida no interior, uma vez que é mais comuns nas capitais.

Flavia Carille de Araujo França e Letícia Sartori Sebastião, assisten-tes de Marketing do Grupo Serquími-ca, também participaram do encontro. Para elas, a palestra foi interessante por mostrar claramente a bola da vez do marketing no Brasil. “Como esta metodologia já está sendo usada nos Es-tados Unidos e em países da Europa, as empresas brasileiras também precisa-rão buscar soluções em marketing como esta que foi apresentada”, finalizam.

Palestrante – Nelson Marinelli Filho possui graduação em Engenha-ria Mecânica pela Universidade de São Paulo - USP (1994), mestrado em Engenharia Mecânica (USP - 1997) e doutorado em Engenharia Mecânica (USP - 2002). Tem experiência na área de engenharia, com ênfase em proces-sos de fabricação e seleção econômica, atuando principalmente com processos de fabricação mecânica, acoustic emis-sion, dressing of grinding wheels, grin-ding e instrumentação.

A influência da tecnologia no marketing do agronegócio

Nelson Marinelli Filho apresentou a palestra “Metodologia Inbound: A influência da tecnologia no marketing do agronegócio”

Flavia Carille de Araujo França e Letícia Sartori Sebastião, assistentes de Marketing do Grupo Serquímica, também participaram do encontro

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tunidade para a pedologia brasileira que tem, pela frente, um enorme ter-ritório a ser mapeado”.

Mapeamento digital - Desde os anos 1960 a pedologia (estudo do solo no campo) tem a pedometria, pa-lavra derivada das gregas pedos (solo) e metron (medida) como importan-te aliada. A partir daquela época, a união entre a observação do solo na natureza e a aplicação de modelos matemáticos evoluiu muito ao unir o conhecimento prático do pedológo com os dados estatísticos e numéricos da pedologia quantitativa desenvolvi-dos nos laboratórios. Atualmente, a pedologia é uma ciência que depende das abordagens quantitativas e quali-tativas o que exige a participação de profissionais de diferentes áreas do conhecimento.

A partir da década de 1980, com o advento da geoestatística, as informações sobre o solo foram se tor-

Brasil conta com mapa digital de solos

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nando mais precisas, passando a aju-dar de maneira mais incisiva na toma-da de decisão. Naquela época, surgiu o mapeamento digital de solos (MDS) unindo geologia, geomorfologia e os fatores que influenciam na formação do solo: clima, organismos, relevo, material de origem e tempo. Graças a ele existe a possibilidade de integrar o conhecimento tácito dos pedólogos sobre as relações solo-paisagem, e a automatização de processos via ma-peamento digital de propriedades e classes de solos.

O MDS tem grande importância para responder à demanda de infor-mações no desenvolvimento das ativi-dades humanas. Entre elas, o mane-jo de solos na agricultura, a execução de zoneamentos ambientais, manejo da água na paisagem e o planejamen-to de uso da terra. Em países com me-nor extensão territorial, como a Di-namarca, o solo já está totalmente

O Programa Agricultura de Bai-xa Emissão de Carbono (ABC) do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (Mapa) será um dos beneficiados imediatos pelo mapa digital de carbono orgânico dos solos brasileiros, recém-lançado pela Embrapa. A publicação une mo-delagem matemática e conhecimen-tos levantados em campo para ajudar em diversos programas de conserva-ção de recursos naturais. O programa ABC poderá utilizá-lo para direcionar práticas de redução de emissão de ga-ses de efeito estufa.

O novo sistema tem a vanta-gem de utilizar informações ambien-tais disponíveis como dados a respei-to de solo, relevo, material de origem, clima, associando-os a métodos ma-temáticos estatísticos para inferir in-formações em locais não medidos. De acordo com a pesquisadora Maria de Lourdes Mendonça Santos, da Em-brapa Solos, pioneira nos trabalhos sobre mapeamento de solos no Brasil, um levantamento similar custaria mi-lhões de reais e anos de trabalho se executado pelas técnicas tradicionais.

“No mapeamento digital de so-los (MDS) usamos modelos matemá-ticos e estatísticos para, com base nas informações de solos existentes, pre-dizer outras que não foram medidas, mas que estão correlacionadas atra-vés das variáveis ambientais que de-terminam a formação dos solos”, diz a pesquisadora, que considera o ma-peamento digital uma ferramenta base para a tomada de decisão sobre este recurso natural. Para o professor Alexandre Ten Caten, da Universida-de Federal de Santa Catarina, “não há dúvida que o MDS oferece um vas-to campo para a pesquisa e uma opor-

Bagaço de cana é matéria prima para geração de bioenergia. Segundo especialistas Brasil precisa investir no conhecimento maior dos seus solos sob pena de ficar para trás em alguns desafios globais, como a segurança alimentar, a produção de bionergia, as mudanças climáticas e a própria sustentabilidade da agricultura brasileira

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mapeado em ótima escala de detalha-mento (1:5.000 ou maior). Mas não só os países de menor extensão inves-tem no tema. Os Estados Unidos, por exemplo, com extensão territorial se-melhante a do Brasil, possuem um de-talhamento de seus solos da ordem de 1:10.000.

“É urgente que nosso País in-vista no conhecimento maior de seus solos sob pena de ficar para trás em alguns desafios globais, como a segu-rança alimentar, a produção de bio-nergia, as mudanças climáticas e a própria sustentabilidade da agricultu-ra brasileira. Não se pode planejar o uso da terra, realizar zoneamentos e definir políticas públicas para a agri-cultura, sem o conhecimento atuali-zado do recurso solo, que juntamen-te com a água, devem fazer parte da agenda brasileira de prioridades para o setor produtivo e ambiental” diz Maria de Lourdes.

A afirmativa é confirmada pelo professor Alexandre Ten Caten. “A informação espacial sobre classes e propriedades de solos não está dispo-nível para a maioria das localidades do Brasil. O mapeamento digital, por meio das tecnologias ligadas à geoin-formação, pode potencializar nossa capacidade em conhecer a distribui-ção espacial dos solos por possibilitar que um volume maior de informações sobre os fatores de formação do solo seja processado de forma rápida e au-tomatizada”, diz ele.

Éder Martins, pesquisador da Embrapa Cerrados, no Distrito Fede-ral, aponta que para o futuro do MDS no Brasil, “é necessário desenvolver pesquisas com abrangência nacional. É fundamental o estudo de ferramen-tas metodológicas e a contínua for-mação de recursos humanos capazes de aplicar o MDS nas questões nacio-nais. Um dos desafios, por exemplo, é

o desenvolvimento de manejos do solo que permitam a captura de gases de efeito estufa, e para isso é imprescin-dível o conhecimento do comporta-mento do carbono em solos, o que o MDS pode responder”.

No País, o principal fórum de debates sobre o assunto está na Rede Brasileira de Pesquisa em Mapea-mento Digital de Solos (Rede MDS), coordenada pela Embrapa, no âmbito do CNPq. O objetivo dessa Rede é jun-tar os interessados no tema, a fim de avançar a pesquisa no assunto e ela-borar projetos em parceria, com am-pla abrangência para o mapeamento dos solos. Atualmente, a Rede MDS conta com setenta membros de vin-te instituições de ensino, pesquisa e

extensão rural nas cinco regiões do Brasil.

No exterior, o consórcio Global-SoilMap.net é o ponto de encontro dos estudiosos do assunto. Formada em 2009, a rede tem Lourdes Men-donça no grupo coordenando as ações na América Latina e Caribe. Partici-pam também do consórcio instituições como a Universidade de Columbia (Estados Unidos), o Instituto Nacio-nal de Pesquisa Agronômica (INRA--França) e a Universidade de Sydney (Austrália).

O consórcio alavancou as inicia-tivas no tema de forma global, pro-pondo avanços metodológicos, espe-cificações técnicas e a harmonização de métodos, buscando produzir um

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Pedólogo é aquele que estuda a gênese, distribuição, taxonomia e as características dos solos, ou seja um especialista em pedologia

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novo mapa mundial de propriedades de solos, usando novas tecnologias e a uma boa resolução. Esses mapas se-rão completados com opções de inter-pretação e funcionalidade para aju-dar na tomada de decisões em vários assuntos, tais como produção de ali-mentos e erradicação da fome, mu-dança climática e degradação do meio ambiente.

“Infelizmente, Dinamarca e Es-tados Unidos são exceções”, diz Ma-ria de Lourdes Mendonça. “De forma geral, há uma escassez de dados de so-los no mundo e, quando existem, são

limitados, dispersos, desatualizados e difíceis de comparar. Essa necessida-de e a crescente demanda por infor-mação sobre os solos têm alavancado o desenvolvimento do MDS”. Agora, para os estudiosos, o desafio maior vai ser o de sistematizar e entender os dados existentes e a eles adicionar os produzidos por novos sensores.

Ano Internacional do Solo - Para aumentar a conscientização so-bre o recurso solo e sua importância na agenda de desenvolvimento glo-bal, a Organização das Nações Uni-das para a Alimentação e Agricultu-ra (FAO) lançou em 2011, a Aliança Global para o Solo (GSP, da sigla em

inglês). Essa Aliança possibilitou co-locar o solo no centro dos diálogos globais, observando as necessidades nacionais e regionais, envolvendo ins-tituições e comunidades locais para melhor se apropriarem do tema e ca-talisar a coordenação de políticas pú-blicas e investimentos em solos.

Para dar mais visibilidade ao as-sunto, as Nações Unidas declararam 2015, o Ano Internacional do Solo. FAO e GSP se encarregarão das ativi-dades ao redor do mundo em colabo-ração com os países membros. O ob-jetivo é aumentar a conscientização sobre a importância do solo para a se-gurança alimentar e sobre suas fun-ções essenciais para o funcionamento dos ecossistemas.

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Mapa de Solos do Brasil elaborado pela Embrapa em 1981. A partir da década de 1980, com oadvento da geoestatística, as informações sobre o solo foram se tornandomais precisas, passando a ajudar de maneira mais incisiva na tomada de decisão

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A TIMAC Agro, empresa multinacional pertencente ao grupo francês Roullier, que se dedica ao desen-volvimento, produção e comercialização de tecno-

logias inovadoras para nutrição vegetal e animal, está in-tegrando na sua lista de produtos de fertilizantes sólidos o K-UP. Considerado pela empresa um produto revolucio-nário, o K-UP possui duas moléculas incorporadas – ACP COMPLEX e o AZAL 5 – tecnologias exclusivas e patente-adas pela empresa, que fazem o K-UP agir de forma mais inteligente nas situações em que a adubação potássica apresenta severas limitações para a agricultura.

K-UP é revolucionário porque tem na sua composição características especiais. A primeira é em relação à sali-nização. O K-UP é inteligente na redução em 89% da sa-linidade, contribuindo diretamente para a redução do cho-que salino, o que favorece o desenvolvimento das plantas. O segundo ponto está focado no combate aos efeitos da li-xiviação. O K-UP aumenta a proteção do potássio em 68% quanto à lavagem, em comparação a outros fertilizantes e, por isso, sofre muito menos pela ação da lixiviação. Assim, o potássio do K-UP é liberado, de forma progressiva, con-forme a necessidade da planta.

O terceiro aspecto está relacionado ao atendimento da necessidade nutricional da planta. O processo de absor-ção de K-UP é inteligente, pois disponibiliza potássio na quantidade e no momento exato em que a planta precisar. Essa capacidade promove o aumento na taxa de absorção de potássio e de outros nutrientes, resultando no aumento da produtividade.

A Novus International, Inc. está ansiosa pelo lança-mento de três novas versões do seu site global. Se-guindo o seu planejamento estratégico para mí-

dias digitais, a empresa já lançou seus websites regionais para China, Europa Oriental, Europa Ocidental, Turquia e Oriente Médio. Agora é a vez dos três websites destinados aos clientes da América Latina.

Como parte do empenho da empresa em se comunicar com o mercado de maneira mais efetiva, os websites estarão disponíveis em português para os clientes do Brasil e espanhol para clientes baseados em outros países da América Latina. Cada website trará produtos e serviços oferecidos na região.

Novus International lança website para clientes da AL“A Novus está comprometida em oferecer soluções

e serviços através de uma variedade de canais e estamos honrados em atender, da melhor forma, nossos clientes da América Latina” disse Luis Azevedo, gerente Geral da No-vus para América Latina e África. “Os novos websites vão oferecer plataformas específicas para a comunicação com nossos clientes e parceiros”.

O site está dividido por regiões, como Brasil; Méxi-co e América Central e América do Sul. Ao acessar o ende-reço www.novusint.com, os usuários serão direcionados de acordo com sua localização geográfica. Existe a possibili-dade ainda de escolher a região de sua preferência.

Antonio Luiz Fancelli é o coordenador do projeto no Brasil

TIMAC Agro lança nova linha de fertilizantes sólidos

Segundo o coordenador do projeto no Brasil, profes-sor e doutor Antonio Luiz Fancelli, da Universidade de São Paulo/ESALQ, o K-UP é um produto diferenciado para o mercado e para agricultura moderna e tecnificada que exi-gem, cada vez mais, produtividade e sustentabilidade. Por-tanto, a estratégia da TIMAC Agro é disponibilizar essa tecnologia para as principais regiões agrícolas do Brasil sempre com o acompanhamento e o suporte do ATC (Assis-tente Técnico Comercial), profissional que presta consulto-ria aos clientes da TIMAC Agro.

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