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XXXII SEMANA MÉDICA – MEDICINA ESPORTIVA: ORIENTANDO E EXERCITANDO A SAÚDE QUARTA-FEIRA (07/05/2014) - MANHÃ APRESENTAÇÃO DE TRABALHO ORAL (ANFITEATRO)
Neste segundo dia de
evento, foram apresentados os
trabalhos orais, segue abaixo o
resumo de cada trabalho:
ISOQUERCETINA:
BIODISPONIBILIDADE E
MECANISMO DE AÇÃO
Apresentador: Guilherme Di Camillo Orfali Banca Examinadora: Denise Goncalves Priolli; Thalita Rocha; Mario Ângelo Claudino; Alessandra Gambero; Vitor Piquera
A manhã inicia-se com a
apresentação oral do trabalho do
aluno Guilherme Orfali que
demonstra o método que foi
utilizado para realizar o trabalho.
O aluno explica que a
Isoquercitina é um flavonóide,
comparando a biodisponibilidade
da rutina, quercetina e Q3G.
A dieta hiperlipídica
aumenta a absorção de
quercitina e isoquercitina. A
Isoquercitina apresenta vários
efeitos farmacológicos: o
principal deles é o fato desse
flavonóide ser antioxidante
diminuindo a peroxidação
lipídica, aumentando a absorção
da vitamina C e diminuindo a
depleção da gutationa. Estudos
apontam que a quercitina glicona
tem maior ação antioxidante,
mas esses são efeitos in vitro
que podem não ter efeitos in
vivo.
O segundo efeito
farmacológico apontado no
trabalho é o anti-inflamatório,
basicamente pelo mecanismo de
inibição da cox-2. Outros efeitos
são efeitos antialergênico,
antiasmático,
antiproliferativo/quimiopreventivo,
este último sendo de extrema
importância para a pesquisa
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deste trabalho. Também há o
efeito neuroprotetor devido a
antioxidação e aumento da
concentração de níveis
intracelulares de colesterol.
Os outros efeitos são:
antidiabéticos, anti-hipertensivos/
cardioprotetor por aumento de
diurese, antioxidacão, aumento
de óxido nítrico. Os efeitos
pleiotrópicos também são
importantes, pois alteram a
composição da placa de ateroma
dando maior estabilidade a ela. O
efeito antiviral inibe a replicação
viral por diminuir vários fatores
que a célula infectada produziria.
Portanto, a isoquercitina
tem muitos efeitos benéficos,
para tanto, deve se ter mais
estudos visando sua ação e
utilização terapêutica.
Neste momento, foi aberta
discussão entre o aluno e banca.
AVALIAÇÃO DA
TERAPEUTICA NÃO
MEDICAMENTOSA EM
PACIENTES HIPERTENSOS EM
POSTO DE SAÚDE DA
FAMILIA NILDA COLLI EM
BRAGANÇA PAULISTA
Apresentadora: Gabriela Silva Santos Banca Examinadora: Denise Goncalves Priolli; Thalita Rocha; Mario Ângelo Claudino; Alessandra Gambero; Vitor Piquera
A manhã segue com o
trabalho de Gabriela Santos que
visa avaliar a terapêutica não
medicamentosa em pacientes
hipertensos em posto de saúde
da família Nilda Colli em
Bragança Paulista.
A aluna explica que o
trabalho foi proposto pela alta
freqüência da doença
hipertensiva em consultas neste
posto de saúde e devido ao
seguinte dado que impactou o
estudo: no ano 2010 houveram
mil mortes nos EUA.
O objetivo da pesquisa foi
analisar se o hipertenso tem
conhecimento e adere à
terapêutica medicamentosa e
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também se ele atribui
importância a essa terapêutica.
Além disso, a intenção é abordar
quais as terapêuticas mais
utilizadas.
Foi explicado o método
para a realização do trabalho e a
montagem do questionário
utilizado para a pesquisa o qual
foi elaborado com uma
linguagem simples e bem
objetiva que facilitasse o
entendimento do paciente. Este
questionário foi composto por 10
perguntas.
O resultado mostra que a
idade média dos entrevistados foi
de 56, 2 anos. Além disso,
quando perguntado se sabiam o
que era a hipertensão 60%
afirmou que sim. Foi perguntado
se os pacientes acreditavam se a
doença tem cura e metade
respondeu que acreditam que
sim. Outra pergunta foi se o
medico explicou se há tratamento
para pressão alta sem
medicamento e 73% responde
que não e a mesma porcentagem
faz o uso de medicamento
contínuo.
Porém, apesar de não
terem sido orientados pelos seus
médicos, 93% são adeptos a
terapêutica não medicamentosa
fazendo exercício físico e
controle alimentar. A medida não
medicamentosa mais freqüente
foi o lazer e a alimentação e a
menos freqüente foi o exercício
físico.
Nenhum dos pacientes
referiu o lazer como uma
terapêutica medicamentosa, mas
eles têm consciência de que não
ficar nervoso, nem estressado
melhoram os níveis pressóricos.
Verificou-se que ainda há
muito que se conhecer sobre os
hábitos do paciente hipertenso e
que isso pode ser mandatório na
escolha da terapêutica mais
eficaz e completa,
individualizando e elaborando
alternativas as dificuldades
biopsicossociais que podem ser
encontradas. Tem que haver
uma abordagem centrada na
pessoa, melhorando a qualidade
de vida de cada paciente.
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Foram realizadas
perguntas a aluna neste
momento da apresentação.
REATIVIDADE VASCULAR DE
ARTÉRIAS MESENTÉRICAS
APÓS ADMINISTRAÇÃO DE
FLAVONÓIDES EM RATOS
OBESOS
Apresentadora: Isabela Marina Ressineti Mendes Banca Examinadora: Denise Goncalves Priolli; Thalita Rocha; Mario Ângelo Claudino; Alessandra Gambero; Vitor Piquera
A programação tem seu
seguimento com a exposição do
trabalho da aluna Isabela
destacando a reatividade
vascular de artérias mesentéricas
após administração de
flavonóides em ratos obesos.
A aluna destaca que a
obesidade é uma doença
multifatorial e muito comum em
diversos países. Além disso, é
um importante fator de risco
cardiovascular principalmente
pelo desbalanço entre
substâncias oxidantes e
antioxidantes, determinando o
estresse oxidativo.
O obeso é um individuo
portador de inflamação crônica e
com aumento de espécies
reativas de oxigênio. Isso
contribui para que haja um
prejuízo na reatividade vascular
desses indivíduos.
A substância estudada foi
o grupo dos flavonóides, que são
compostos polifenoicos derivado
de plantas. Um deles é a
hesperidina, abundante em frutas
cítricas, mas com baixa
biodisponibilidade por apresentar
uma baixa absorção intestinal.
Foi exposto o objetivo
deste trabalho que consiste em
avaliar os efeitos crônicos em
ratos obesos do uso de
flavonoides. Neste momento a
aluna explicou o método
utilizado. Este envolve o tempo
de tratamento que foi de 12
semanas, sendo que nas ultimas
8 semanas foi administrado o
flavonoide.
Durante a realização do
trabalho, avaliou-se peso,
gordura e processamento
histológico da artéria (a artéria
utilizada foi a mesentérica
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superior). A experimentação
contou com a artéria dissecada e
fixada em paraformaldeído.
Os resultados
apresentados mostram que os
flavonoides não foram capazes
de impedir o aumento do peso e
o acúmulo de gordura. Também
foi apresentado que o grupo do
controle tem relaxamento efetivo
dos vasos após a administração
da acetilcolina, o que não
acontece nos obesos. Os três
grupos estudados não tiveram
alterações morfológicas.
Portanto os flavonoides
não interferiram no controle de
peso e no acúmulo de gordura
em dieta hiperlipídica.
Por fim, a aluna conclui
que a disfunção vascular é por
acúmulo de efeitos oxidantes.
Foram realizadas
perguntas para a aluna.
RELAÇÃO DA EXPRESSÃO DE
MARCADORES DE HIPÓXIA E
APELINA EM ANIMAIS EM
COLITE AGUDA
Apresentadora: Camila Henrique Moscato Banca Examinadora: Denise Goncalves Priolli; Thalita Rocha; Mario Ângelo Claudino; Alessandra Gambero; Vitor Piquera
O seguimento do evento se
dá pelo trabalho apresentado
pela Camila Moscato que explica
a relação da expressão de
marcadores de hipóxia e apelina
em animais em colite aguda.
A inflamação intestinal
ocorre pela quebra da barreira do
epitélio, ocorrendo
posteriormente o recrutamento
de células inflamatórias. Dessa
forma, causa inflamação local
podendo gerar hipóxia.
A aluna estudou os efeitos
da apelina, uma proteína
endógena que tem função de
proliferação celular. Ela ainda
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destaca que há um aumento de
oxido nítrico nos tecido
inflamados, interferindo na
produção de oxigênio.
O objetivo do estudo foi
analisar o efeito da proteína
apelina em animais com colite.
Para isso, foram analisados três
grupos: um de colite aguda, outro
de colite crônica e o terceiro foi o
grupo controle.
Os animais foram
sacrificados e as amostras foram
analisadas. A partir daí,
primeiramente caracterizou-se a
colite pelo peso dos animais e
pela área macroscópica.
A partir de protocolos a
aluna citou que cada sinal de
inflamação acrescentava pontos
no escore.
Decorrente da analise dos
resultados o grupo referente a
colite aguda apresentou índices
maiores de inflamação do que o
grupo controle, além de perda de
peso e aumento da enzima
mieloperoxidase, alteração
estrutural do epitélio, aumento do
HIF, aumento do pelina, aumento
do VEGF e da óxido nítrico
sintetase.
Já na colite crônica
observou-se um aumento da
mieloperoxidase, perda de peso
com aumento da hipóxia, inibição
do HIF, aumento leve da apelina
e aumento do VEGF.
Em relação aos tratados
com LNAME houve um aumento
do HIF, VGEF e apelina.
Como conclusão é possível
dizer que há uma relação entre a
hipóxia e a inflamação, sendo
que o óxido nítrico influencia na
hipóxia inibindo HIF.
Foram atribuídas
perguntas a aluna.
INVESTIGAÇÃO DO
POTENCIAL CITOTÓXICO/
APOPTOTICO DA RUTINA
ENZIMATICAMENTE
MODIFICADA
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Apresentador: Renato Colenci Banca Examinadora: Denise Goncalves Priolli; Thalita Rocha; Mario Ângelo Claudino; Alessandra Gambero; Vitor Piquera
O trabalho de Renato
Colenci investiga o potencial
citotóxico/apoptótico da rutina
enzimaticamente modificada. O
aluno ressalta a importância do
câncer de cólon retal que em
2011 causou, em média, 14.000
mortes no Brasil.
Os fatores de risco
associados a esta patologia são
relacionados à dieta rica em
gorduras e carnes e pobre em
fibras e em cálcio. Outros fatores
como idade, pólipos e doença
inflamatória também contribuem.
Os fatores protetores
relacionados ao câncer de cólon
são: a realização de atividade
física e a dieta rica em alimentos
vegetais. Esses alimentos,
contém como fatores protetores
vitaminas e flavonoides, os quais
tem estrutura polifenóica. Os
flavonoides mais comum são as
quercitina e a rutina as quais tem
alta distribuição nos alimentos,
mas baixa absorção e
biodisponibilidade. Para tanto,
uma das alternativas é a redução
dessa molécula o que facilita a
distribuição nos diversos tecidos.
Em relação a rutina os
resultados são controversos em
relação a sua ação anti-tumoral.
Na leucemia não diminuem a
apoptose, mas no câncer de
próstata e tumor hepático há
ação efetiva. Então apresenta um
efeito linhagem dependente.
Já ao se tratar da
quercitina observa-se uma ação
bifásica: em baixas
concentrações tem aumento da
proliferação e em altas
concentrações tem uma redução
da proliferação. Portanto, ela tem
uma ação em diferentes fases do
ciclo celular demonstrando uma
ação dose dependente e célula
dependente. A quercitina
também tem um papel
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antioxidante. Contudo, em altas
concentrações são pro oxidantes.
O aluno expõe o objetivo
do trabalho: avaliar in vitro a
ação da rutina em células de
adenocarcinoma de colón. Foi
explicado o método utilizado para
a realização do trabalho.
Os resultados indicam que
não houve indução de apoptose
inicial, o que está de acordo com
algumas literaturas. A apoptose
tardia também não teve aumento
significante, porém encontramos
o resultado inverso do esperado:
aumento da viabilidade celular.
As células com maior
concentração tiveram indução
significante em relação ao
controle.
O aluno conclui que há um
aumento da viabilidade celular
com correlação dose
dependente. A ação antioxidante
pode ser uma explicação para o
resultado obtido. Além disso, os
estudos in vivo são necessários
para verificar uma possível ação
antitumoral.
Neste momento, a banca
examinadora realizou uma serie
de perguntas ao aluno.
ESTUDO DO CRESCIMENTO
TUMORAL DA LINHAGEM Ht-
29 DE ADENOCARCINOMA DE
CÓLON EM CAMUNDONGOS
ATÍMICOS
Apresentador: Davi Fioravanti Gimenez substituído por Renato Colenci Banca Examinadora: Denise Goncalves Priolli; Thalita Rocha; Mario Ângelo Claudino; Alessandra Gambero; Vitor Piquera
O trabalho evidenciando o
estudo do crescimento tumoral
da linhagem Ht-29 de
adenocarcinoma de cólon em
camundongos atímicos é
apresentado pelo aluno Renato
Colenci que substituiu o aluno
apresentador Davi.
Os camundongos atímicos
são preferidos para realização do
estudo porque eles apresentam
uma resposta T suprimida. O
aluno destaca o trabalho como
de extrema importância porque
analisa a historia natural da
doença em cima da curva de
crescimento, que será
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responsável por promover a
terapêutica adequada.
O objetivo do trabalho
caracteriza-se pela análise do
crescimento tumoral em modelo
de xenoenxerto heterotópico de
adenocarcinoma de cólon.
Esses animais, por serem
imunossuprimidos, tiveram que
ter um cuidado especial com
materiais esterilizados, sala com
pressão positiva, temperatura,
umidade e iluminosidade
controlada além de brinquedos
estéreis.
O estudo analisou 5
animais avaliados por 6 semanas
e foi realizado xenotransplante
retirando células para cultura e
administrando injeção
subcutânea no dorso do animal.
Em relação ao crescimento
tumoral, foi feita mensuração
diária do volume. Após isso foi
feito o sacrifício dos animais e
realizou-se a análise
anatomopatológica.
Os resultados
apresentados mostram 100% de
sucesso do implante. Na
literatura esse sucesso varia de
60 a 100%. O tumor tem
aderência a planos profundos
com presença de mitoses
atípicas, acidofilia no citoplasma,
células de anel de Sinete e
crescimento tumoral
característico de
adenocarcinoma pouco
diferenciado.
O crescimento tumoral tem
curvas com período de
ascendência e descendência.
Primeiro, tem redução do
tamanho tumoral e
posteriormente, tem expansão
logarítmica dessas células que,
depois de um platô, tem uma
ascensão novamente.
Macroscopicamente foi
visualizada uma massa bem
visível e aderida a planos
profundos. O trabalho teve
bastante sucesso, principalmente
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quando se analisa a curva de
crescimento.
Foram realizadas
perguntas ao apresentador ao
final da apresentação
USO PROFILÁTICO DOS
FLAVONÓIDES RUTINA E
ISOQUERCITINA NO
ADENOCARCINOMA
COLERRETAL
Apresentador: Julio César Martins Valdivia Banca Examinadora: Denise Goncalves Priolli; Thalita Rocha; Mario Ângelo Claudino; Alessandra Gambero; Vitor Piquera
O uso profilático dos
flavonoides Rutina e
Isoquercitina no adenocarcinoma
colorretal é o tema do trabalho de
Julio Cesar que destaca que o
câncer é a segunda causa mais
comum de morte nos EUA. Com
relação ao câncer colorretal, este
é o quarto câncer mais comum
no mundo e o segundo mais
frequente em países
desenvolvidos. Este câncer tem
igual incidência em ambos os
sexos.
No Brasil, ocorre com
maior frequência em regiões
mais desenvolvidas e a taxa de
cura nessas regiões é em média
60%.
Em relação a terminalidade
da vida, assim que a doença tem
seu início desenvolvido, por mais
que sejam introduzidas diferentes
terapêuticas, o indivíduo não
voltará mais a ter seu estado
inicial de saúde e tende a evoluir
para a óbito. Devido a isso,
propõe-se uma atuação
profilática no tratamento dessa
patologia.
O objetivo deste trabalho
foi avaliar a atividade anti-
proliferativa e antioxidante dos
flavonoides. O aluno explicou o
método realizado para o trabalho
relatando que os camundongos
receberam a droga antes do
implante tumoral.
Os camundongos atímicos
são os que foram utilizados para
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o estudo que contou com o grupo
controle, rutina e isoquercitina.
O tratamento foi realizado
antes do implante tumoral por
técnica de gavagem e a dose
administrada foi de acordo com a
massa do animal. Foi
administrada uma injeção
subcutânea, no dorso do animal,
de células tumorais após 7 dias
que administrou a rutina.
Posteriormente,
homogeniza-se esses tumores,
mistura com ácido e depois
resfria e centrifuga.
Como resultados a taxa de
sucesso do implante foi 100%. A
intercorrência apresentada foi
morte de um camundongo por
sepse.
Com relação ao peso, o
grupo com maior ganho de peso
foi o controle. Em relação ao
crescimento tumoral, no sétimo
dia o grupo com isoquercitina
teve o menor crescimento
tumoral em relação ao grupo
controle e rutina. Abordando a
curva de crescimento tumoral foi
possível observar uma perda de
significância estatística e o
crescimento tumoral foi igual nos
3 grupos isso porque a
isoquercitina perdeu seu efeito,
pois foi administrada por apenas
7 dias. O maior dano oxidativo
ocorreu no grupo da
isoquercitina, porque os lipídios
de membrana desestabilizam as
células e levam a morte celular.
O aluno foi submetido a
perguntas pela banca
examinadora.
FOTOTERAPIA DINÂMICA NO
TRATAMENTO DO
OSTEOSSARCOMA
Apresentador: Filipe de Oliveira Carvalho Banca Examinadora: Denise Goncalves Priolli; Thalita Rocha; Mario Ângelo Claudino; Alessandra Gambero; Vitor Piquera
A manhã dessa quarta
feira encerra-se com o trabalho
oral do aluno Filipe de Oliveira
Carvalho, que aborda como tema
a fototerapia dinâmica no
tratamento do osteossarcoma. O
aluno define osteossarcoma
como neoplasia maligna de
origem mesenquimal com
produção de osteóide.
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O osteossarcoma ocorre
frequentemente em jovens e
adolescentes com leve
predileção para homens. Tal
patologia se apresenta com dor,
principalmente à noite, massa
palpável. LDH e fosfatase
alcalina são achados frequentes.
Os locais de difícil acesso
são a calota craniana e a coluna
vertebral sendo que o
acometimento da calota craniana
é rara, mas muito letal. O
diagnóstico é essencialmente
anatomo-patológico. Com isso,
visa-se a importância de buscar
novas terapêuticas em locais de
difícil acesso devido ao fato de
ser um tumor agressivo e a
terapêutica atual pouco eficaz.
Há poucos dados na literatura
tratando tal assunto.
O aluno relatou o método
que foi utilizado para a realização
do trabalho.
Em relação aos resultados
in vitro as células tinham um
manejo diferente do modelo in
vivo. As células ficavam
incubadas 24 horas com
fotosensibilizador e depois elas
eram irradiadas. A atividade
metabólica era inversamente
proporcional ao
fotosensibilizador. A
fotosensibilização induziu a
redução da atividade metabólica
da célula que diminui com o
aumento da concentração do
fotossensibilizador.
A irradiação é fundamental
para promover o efeito
fotodinâmico nas concentrações
terapêuticas. Em relação ao
conteúdo protéico, a fototerapia
que conta com fotosensibilizador
seguida da irradiação induz a
redução do conteúdo protéico
que diminui progressivamente
quando aumenta a concentração
do fotosensibilizador.
A fototerapia diminui a
sobrevivência da célula, que não
consegue se dividir e progredir
na proliferação celular. Aumenta
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também com a concentração do
fotosensibilizador. Em relação as
ROS, usando manitol e azida de
sódio, percebeu-se que esses
compostos foram inibidores da
fototerapia.
Na curva de sobrevida
observa-se uma baixa taxa de
mortalidade dos animais mesmo
com o óbito programado.
Em relação ao volume do
tumor de calota craniana,
naqueles que receberam a
fototerapia, que é imprescindível,
percebe-se controle do volume
tumoral.
Para concluir o aluno
expôs que a fototerapia inibiu o
crescimento e a viabilidade
celular in vitro e inibiu o
crescimento do tumor in vivo
chegando a diminuir o volume
tumoral. Foi ressaltado que é
uma terapia promissora.
Para finalizar as
apresentações de trabalho dessa
manhã, foram realizadas
perguntas da banca examinadora
ao aluno.
PALESTRAS NO SALÃO NOBRE (MANHÃ) MÓDULO III- CARDIOLOGIA DO ESPORTE AVALIAÇÃO PRÉ
PARTICIPAÇÃO DO ATLETA
AMADOR E PROFISSIONAL
Moderador: Dr. Murillo Antunes HUSF
Bragança Paulista
Dr. Ricardo Contesini: Especialista em
Cardiologia pela SBC/AMB; Pós
Graduado em Medicina Esportiva pelo
CEMAFE/UNIFESP; Médico da Sessão
de Cardiologia do Esporte do Instituto
Dante Pazzanese de Cardiologia;
Médico do Setor de Sport Check Up do
HCor; Editor Adjunto de Cardiologia do
Esporte da Revista do DERC.
O palestrante iniciou a
palestra ressaltando a importância
de uma avaliação específica para
evitar mortes súbitas no esporte. As
atividades físicas são divididas em
inúmeros graus e possuem um
equilíbrio risco/benefício diferente,
portanto os atletas que praticam
algum tipo de atividade de alta
intensidade sempre precisam de
uma avaliação completa.
Alguns esportistas não
respeitam o limite de seu corpo e
agregam maiores riscos para a
ocorrência de morte súbita, e como
maior causa desta temos a
miocaridopatia hipertrófica em
indivíduos abaixo de 35 anos e
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doença cardiovascular em maiores
de 35 anos.
O coração, como qualquer
músculo, também precisa ser
avaliado para saber se está
preparado para a atividade do aleta.
Existem hoje diretrizes que guiam o
profissional da saúde sobre a
atividade que cada paciente deve
seguir, de acordo com sua
capacidade e necessidade físicas,
já que o coração do atleta possui
alterações fisiológicas e estruturais
em resposta ao treinamento físico
intenso.
Antes de qualquer atividade
física relevante devem ser
realizados um exame físico
completo, principalmente
cardiológico, exames laboratoriais,
RX, ecocardiograma com doppler,
ECG, RM e teste ergométrico até
exaustão. A avaliação de ser feita
para os esportes coletivos antes do
inicio dos campeonatos e
competições e sempre que o atleta
apresentar alguém sintoma. Na
realização de esportes radicais, a
avaliação deve ser semestral e,
para portadores de doenças
prévias, tri ou quadrimestral.
Para atividades que visam o
lazer, são suficientes o ECG e os
exames laboratoriais. Além disso, é
importante sempre perguntar se o
atleta apresentou já algum sintoma
durante suas atividades.
Todo atleta ativa seu sistema
parassimpático, e sua frequência
cardíaca é de costume abaixo de 70
bpm em repouso, influenciada
também pela vasodilatação
existente, que melhora a
performance do mesmo.
O ECG deve ser realizado
para todos os indivíduos,
independentemente da idade, da
presença de doença cardiovascular,
e para esportistas máster e idosos
são necessárias outras avaliações;
lembrando que no ECG e ECO de
atletas podem ser comuns
alterações fisiológicas. O teste
cardiopulmonar também é um
exame de alta relevância para
avaliação de atletas competitivos.
Concluindo, os critérios de
elegibilidade devem incluir a
ausência de alterações
cardiovasculares potencialmente
fatais em esportistas que praticam
atividade física, potencialmente
extenuantes, e portadores de
cardiopatia estrutural estão contra
indicados à prática de atividade
competitivos.
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ATESTADO MÉDICO PARA
ATIVIDADE FÍSICA NO LAZER E
NO ESPORTE
Moderador: Dr. Murilo HUSF Bragança Paulista Dr. Ricardo Contesini: Especialista em Cardiologia pela SBC/AMB; Pós Graduado em Medicina Esportiva pelo CEMAFE/UNIFESP; Médico da Sessão de Cardiologia do Esporte do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia; Médico do Setor de Sport Check Up do HCor; Editor Adjunto de Cardiologia do Esporte da Revista do DERC
A procura por atestados
médicos para a prática de
atividades físicas cresceu, este é
uma certificação simples e por
escrito do que o médico esta vendo,
naquele momento, não há prazo de
validade para o atestado, de forma
consciente. É um direito assegurado
do paciente, sendo proibido negá-lo.
Para seu fornecimento é preciso
letra legível, assinatura e CRM do
médico, entretanto o CID só é
colocado com autorização do
paciente.
Para a prática de
atividade física a anamnese e
exame físico são a base para
oferecer um atestado de forma
segura, e sempre constar se é para
lazer ou exercícios de maiores
intensidade. Sempre deixar explícito
para qual atividade a pessoa esta
apta, sabendo quais patologias
podem inviabilizar o exercício físico.
No caso de dúvida não se deve
oferecer o atestado, e caso
necessário pedir a avaliação de um
especialista para o quadro do
paciente.
Há vários erros nos
atestados, como os que não
explicam as ressalvas de cada
paciente, e o erro pode ter
conseqüências graves para o
paciente e inclusive para o médico
que forneceu o documento. Cada
atestado é regido pelo código de
ética medica e código de defesa do
consumidor e código pena, logo há
um exercício legal de grande
escala. Estudos revelam que no
estado de São Paulo uma
porcentagem assustadora é
composta por atestados falsos e/ou
de forma errada. Para a prática das
atividades físicas em academias,
hoje, é lei a apresentação de um
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atestado, e a renovação é
imprescindível.
Por fim, foi explicada a forma
correta de fazer um atestado, para o
paciente saudável, para o
incapacitado de realizar atividades
físicas e para afastar um paciente
de suas atividades, além do bem do
paciente garantimos nossa
segurança.
O CORAÇÃO DA MULHER
ATLETA
Moderador: Dr. Murilo HUSF Bragança Paulista Dra. Clea Colombo: Graduação em Medicina e residência em Cardiologia na FCM-Unicamp; Especialista em Cardiologia, Ergometria e Reabilitação pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC); Especialista em Medicina do Esporte pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE); Médica da Cardiofit Campinas e voluntária da Cardioesporte do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia em SP
A palestra teve início com
as diferenças fisiológicas entre
os sexos, mesmo obtendo
resultados parecidos na prática
esportiva, algumas claras e
outras não tão evidentes. Na
antiguidade, as mulheres eram
apenas premiadoras para os
atletas masculinos, o tênis e o
golfe foram os primeiros esportes
que as mulheres tiveram acesso
nas olimpíadas. A maratona de
1984 foi a primeira composta
somente por mulheres. Mas
somente nas olimpíadas de
2012, todas as delegações, pela
primeira vez, tiveram a presença
feminina.
As atividades físicas
crônicas denotam o
modelamento cardíaco, com
mudanças que permitem a
desempenho do atleta, e assim
temos o coração do atleta com
uma hipertrofia ventrículo
esquerdo de forma homogênea e
simétrica.
A mulher tem a frequência
cardíaca maior em relação ao
homem no repouso, mas, no
esforço, a mesma frequência
cardíaca é atingida. O volume
sistólico é menor na mulher em
qualquer momento, e o O2
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absoluto é diminuído. A
magnitude de adaptação da
mulher não atinge os números do
sexo masculino, mesmo
praticando exercícios da mesma
forma. Dentre os exames o ECG
é sempre de destaque para
ambos os sexos.
O aumento da cavidade
cardíaca esquerda é semelhante
ao dos homens, mas a
espessura da parede do
ventrículo esquerdo na mulher
não atinge uma hipertrofia
importante, não passa de 13 mm.
Elas não atingem o indicativo
Gray zone é uma zona que gera
dúvida se é um crescimento
fisiológico ou patológico, de 13
até 15 mm de crescimento. Isso
é de suma importância para
prevenção de mortes súbitas por
cardiopatia hipertrofia, mas os
estudos para as atletas femininas
ainda é escasso e sem muitas
especificações. Não há como
afirmar com toda certeza os
motivos das diferenças entre os
sexos, mas sabe-se que o
tamanho corporal, e menor
massa muscular, menor
quantidade de andrógenos
disponíveis, fatores genéticos,
são os prováveis determinantes.
Como conclusões, homens
e mulheres se adaptam de
maneira diferente ao exercício
físico, apesar do controle
cardiovascular e desempenho
aeróbico serem semelhantes,
porém as adaptações estruturais
são diferentes, sendo que
mulheres apresentam menos
alterações ao ECG e no
ecocardiograma, com massa
ventricular menor e ausência de
hipertrofia importante.
EXERCÍCIO FÍSICO E
SÍNDROME METABÓLICA
Moderador: Dr. Murilo HUSF Bragança Paulista Dra. Clea Colombo: Graduação em Medicina e residência em Cardiologia na FCM-Unicamp; Especialista em Cardiologia, Ergometria e Reabilitação pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC); Especialista em
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Medicina do Esporte pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE); Médica da Cardiofit Campinas e voluntária da Cardioesporte do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia em SP
A síndrome metabólica é
um conjunto de fatores de risco
para doença cardiovascular e
DM, que apresenta relação com
a gordura abdominal e aumento
da resistência de insulina e
existem dados que comprovam
que a síndrome metabólica tem
grande impacto na mortalidade
geral.
A palestrante citou os
critérios para o diagnóstico da
síndrome metabólica e salientou
que o principal vilão para a
patologia é o sedentarismo, que
altera a fisiologia, ações
hormonais e disfunções
microvasculares. Por outro lado,
a atividade física ajuda a diminuir
os fatores de risco determinados
pela síndrome metabólica, e
quanto maior o tempo de
inatividade do indivíduo, maior o
risco de morte em relação àquele
que pratica uma atividade leve.
Foi demonstrada a
influência do exercício físico no
perfil do metabolismo lipídico, e
consequente diminuição do risco
de doenças cardiovasculares;
influência no metabolismo da
insulina, com conseqüente
diminuição na prevalência da
hiperglicemia, e presença de DM
2, com melhora da hemoglobina
glicada.
A resposta do
metabolismo ao exercício
aeróbico e resistido (força)
também foi um ponto de
destaque. Há influencia
diretamente na PA, com melhora
principalmente no exercício
aeróbico, tanto no normotenso, e
mais evidente no hipertenso,
podendo diminuir até 3mmHg as
pressões sistólica e diastólica,
estudos ainda comprovam m que
a diminuição da PA demostra
queda na morbi/morbitalidade.
Os Exercícios resistidos
não tem impacto na perda de
peso, mas metabolicamente é
muito importante, com aumento
da massa muscular, permitindo o
favorecimento do metabolismo,
19
principalmente no controle
glicêmico, em suma atua na
perda de massa gorda e
aumento da massa magra,
aumentando a taxa metabólica
basal.
Tanto o exercício aeróbico
como o resistido tem efeitos
benéficos para atuar na síndrome
metabólica, promovendo bem
estar. Há recomendações
estabelecidas para cada tipo de
exercício, possibilitando seus
efeitos positivos, foI mostrado
também as recomendações para
cada grupo, como os
hipertensos, atentando para o
exercício aeróbico assistido, e os
pacientes com alteração
glicêmica, estabelecendo que
não fiquem mais de dois dias
inativo. Concluindo temos que,
os benefícios da combinação
entre exercícios aeróbicos e
resistidos para o paciente com
síndrome metabólica já esta
comprovada.
MÓDULO IV-
GINECOLOGIA DO ESPORTE
AVALIAÇÃO PRÉ-
PARTICIPAÇÃO DA MULHER-
ATLETA: ASPECTOS
GINECOLÓGICOS
Moderadora: Dra. Tathiana Parmigiano Dra. Tathiana Parmigiano: Médica do departamento de Ginecologia do esporte da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
A ginecologia do esporte é
um tema relativamente novo, e trata
de mulheres atletas, tanto que
algumas seleções já possuem uma
ginecologista em seu quadro. Na
avaliação de cada atleta é
importante garantir a saúde ao
longo da prática esportiva. Na
Grécia antiga, era dito que as
mulheres não deveriam participar de
nenhum tipo de esporte, excluindo
totalmente o sexo feminino do
padrão esportivo. Mas, atualmente,
20
há um aumento na participação
feminina nos esportes.
A avaliação pré-participação
associa a avaliação rotineira mulher
a exames complementares
específicos, sendo assim as
consultas periódicas insubstituíveis.
O profissional que avalia a atleta
mulher deve englobar prevenção, o
diagnóstico e tratamento.
Existem hoje diversas
adaptações para que a mulher
possa exercer a atividade física
competitiva, como a possibilidade
de adequar os ciclos menstruais às
competições, a fim de evitar que
fatores relacionados a alterações
hormonais possam interferir no
desempenho.
Na primeira consulta voltada
aos aspectos ginecológicos da
atleta, esta passa por uma
anamnese normal, e recebe
diversos interrogatórios específicos
para uma atleta constituídos de
dados como IMC, histórico
esportivo, antecedentes
ginecológicos e sexuais, avaliação
de seu relacionamento com o
técnico, sua vontade sobre o
período das competições, sintomas
da TPM, informações sobre DSTs,
prevenção de fratura de estresse, e
se vai anualmente ao ginecologista.
Além desses
questionamentos, é avaliada
possível incontinência urinária e
aspectos nutricionais que, quando
alterados, devem ser motivo de
encaminhamento para avaliação
nutricional, destacando, assim, a
importância do trabalho
multidisciplinar no cuidado da
mulher atleta.
Concluindo, é fundamental
que o profissional esteja ciente das
particularidades das atletas e que a
avaliação ginecológica seja um
complemento ao cuidado à saúde
da mulher atleta.
TRÌADE DA MULHER ATLETA:
UM PERIGO SUBESTIMADO
Moderadora: Dra. Tathiana Parmigiano - UNIFESP Dra. Silvia Casseb: Médica, formada na faculdade de medicina de Sorocaba, ginecologista pelo hospital Leonor Mendes de Barros- Casa Maternal - SP, pós graduação em medicina do esporte pela UNIFESP, escola paulista de medicina.
21
Antigamente, a Tríade da
Mulher Atleta era constituída por
três principais distúrbios:
desordem alimentar, amenorreia
e osteoporose prematura, que,
hoje, foram substituídos por um
conceito mais amplo que
abrange balanço energético
negativo (calorias ingeridas x
calorias gastas), oligomenorréia
e osteopenia.
Muitos fatores influenciam
na origem dessa tríade, e um
deles é a dificuldade de
determinação do balanço
energético, tanto por omissão por
parte da atleta da quantidade de
alimentos ingeridos, quanto pela
qualidade de suas refeições. O
profissional da saúde deve estar
atento às porcentagens de
proteínas, colágeno, vitamina K e
B12 ingeridas pela atleta.
Modalidades esportivas
que deixam o corpo à mostra ou
que cujas categorias são
determinadas pelo peso corporal,
levam às atletas a modificarem
seus hábitos alimentares, porque
acreditam que é necessário
alcançar uma imagem
“adequada”. O problema se
encontra no fato de que, muitas
vezes, essas atletas não fazem
isso de forma saudável. Estes,
portanto, são considerados
esportes de risco para
comportamento alimentar
inadequado.
Além disso, existem as
denominadas esportistas de
risco, que têm tendência a
desenvolver um comportamento
alimentar inadequado, por
perfeccionismo, baixa auto
estima, e dietas crônicas.
O primeiro risco existente
na prática física feminina e que é
subestimado está relacionado às
alterações menstruais que quase
sempre passam despercebidas
pelo profissional responsável
pela avaliação da atleta ou são
omitidas pelas mesmas.
A diminuição da densidade
mineral óssea também deve ser
22
detectada precocemente, pois
representa um importante fator
de risco. Algumas adolescentes
apresentam anormalidades
hormonais e não fazem o pico de
densidade óssea no período
correto, sendo que à
densitometria óssea, há uma
baixa densidade mineral óssea.
A fisiopatologia da tríade
tem início no estresse psicológico
e competitivo que aumenta o
volume de treino e diminui o
consumo de energia, gerando um
balanço energético negativo,
que, alterando o metabolismo
hormonal feminino, levam aos
distúrbios menstruais e
consequente diminuição da
densidade óssea.
Para finalizar, foi discutido
o tratamento, que a princípio,
deve ser multidisciplinar e
realizado com grande atenção, já
que qualquer alteração é válida,
independentemente da
especialidade médica. Este pode
ser feito de duas formas, de
acordo com os sintomas
apresentados: não farmacológico
e farmacológico, sendo o
acompanhamento psiquiátrico é
necessário na presença de
bulimia e anorexia.
DOENÇAS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS: A
REALIDADE NO ESPORTE
Moderadora: Dra. Tathiana Parmigiano – UNIFESP Dra. Natalia Gomes: Médica do departamento de Ginecologia do esporte da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
A palestrante iniciou o
assunto definindo as DST’s e
apresentando seus meios de
transmissão e alguns exemplos.
Destacou que o comportamento
dos atletas difere do
comportamento de não atletas,
principalmente na adolescência,
influenciado pelo estilo de vida
que o esporte oferece,
principalmente pelo contato
precoce com o sexo oposto.
23
A seguir, demonstrou que
o risco de transmissão do HIV é
extremamente baixo, já o de
transmissão da hepatite B é
extremamente elevado, assim
como a hepatite C,
principalmente em halterofilistas;
e todos estão fortemente
relacionados ao
compartilhamento de agulhas e
seringas contaminadas. Estudos
demonstraram que as DST’s
estão presentes em quase 50%
das mulheres atletas, sendo a
mais prevalente o HPV.
Estudos e pesquisas
demonstram que a maioria dos
atletas, de ambos os sexos, não
tem conhecimento sobre as
DST’s, e, quem tem esse
conhecimento, apresenta uma
visão errônea sobre o assunto.
Portanto, fica claro que a
avaliação pré-participação
representa a oportunidade ideal
de rastreamento de DST’s nos
atletas; e que a idéia de sexo
seguro deve ser fundamentada
nas prevenções primária e
secundária, já que os atletas
representam um grupo de risco
de destaque para DST’s.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM
ATLETAS: O PAPEL DA
FISIOTERAPIA
Moderadora: Dra. Tathiana Parmigiano – UNIFESP Dra. Camila Garcia de Carvalho: Bacharel em Fisioterapia pelo Centro Universitário São Camilo; Especialista em Uroginecologia pela Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (UNIFESP); Mestranda no Setor de Ginecologia do Esporte na Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM).
A palestrante destacou no
início que atletas mulheres
constituem um grupo de risco
para desenvolvimento de
incontinência urinaria e fecal,
prolapso órgãos pélvicos e
disfunções sexuais. A seguir,
apresentou a definição de
incontinência e suas
classificações, sendo de esforço,
de urgência e mista.
24
Vale ressaltar que existe
uma escassez de estudos sobre
a prevalência da incontinência
urinária das mulheres atletas,
porém, entre as pesquisas
realizadas, a prevalência de
incontinência urinaria é alta,
sendo a mais prevalente a de
esforço.
A incontinência interfere,
principalmente, em aspectos
sociais e psicológicos. A maioria
das atletas dizem que há
influência na autoestima, na
concentração, levando a
alteração no desempenho
esportivo, na performance e até à
mudança de modalidade. E o
risco de incontinência está
associado ao maior impacto.
As principais teorias que
determinam a perda urinária por
esforço são a ausência de
contração do assoalho pélvico, e
a sobrecarga e aumento da
pressão para o assoalho pélvico,
juntamente à diminuição da força
de contração. Por outro lado,
existem mulheres que já
apresentam os fatores de risco,
mas o exercício extenuante
antecipa a incontinência urinária.
O papel do fisioterapeuta é
realizar uma avaliação completa,
incluindo anamnese minuciosa,
informações sobre sistema
urinário e sexual, exame
ginecológico, presença de apnéia
à contração pélvica, testes
neurológicos, avaliar da
contração reflexa do assoalho
pélvico, e exames específicos,
como perineometria. Após esta
avaliação, é traçada a conduta
que consiste principalmente em
orientações comportamentais,
tanto para prevenção como
tratamento; além de técnicas
específicas para diminuição de
perda urinária pelo fortalecimento
da musculatura do assoalho
pélvico. O tratamento
farmacológico tende a melhorar a
função neuromuscular,
aumentando o tônus muscular.
Portanto, o treinador deve
estar preparado para encorajar o
fortalecimento do assoalho
pélvico, além de ter amplo
conhecimento da anatomia e
fisiologia desta região corporal.
25
QUARTA DE TARDE
MÓDULO V
ATLETA OLÍMPICO E
PARAOLÍMPICO NO BRASIL
A FORMAÇÃO DO ATLETA
OLÍMPICO NO BRASIL
Palestrante: Dr. Carlos Tadeu Moreno, Médico ortopedista especialista e medicina esportiva, coordenador do Centro Olímpico de São Paulo, consultor médico do Clube de futebol Red Bull. Moderador: Prof. Frank Beretta – medico formado na USF, especialista em cirurgia de joelho e artroscopia e traumatologia do esporte no instiuto COHEN, medicina esportiva pela UNIFESP
Nesta tarde, o Dr Carlos iniciou a
palestra comentando do atleta e
sua formação no Brasil, citando o
COB – comitê olímpico brasileiro
– que organiza grandes eventos
do Brasil em jogos olímpicos.
Comentou do programa atleta na
escola promovido pelo COB,
onde os jovens são incentivados
ao esporte desde o colégio, para
democratizar o acesso ao
esporte. Lá eles incentivam os
jogos escolares da juventude,
que vão desde a etapa escolar
até a regional e nacional para se
tornarem atletas profissionais. O
COB visa no investimento na
formação de atletas brasileiros,
especialmente na formação
inicial da vida do esportista com
formação de leis de incentivo,
clubes privados e universidades,
promovendo o desenvolvimento
de estudos, para o crescimento
do esporte no pais. Existe
também o instituto olímpico
brasileiro - IOP (faz parte do
COB) – que através de cursos de
capacitação, oferece o apoio ao
atleta para que ele se torne
profissional. O curso que se
destaca é a academia brasileira
dos treinadores – focado no
esporte de alto rendimento.
Dentre os esportes, o judô e o
voleibol apresentam melhor infra-
estrutura no departamento
médico, além de patrocínios mais
expressivos.
26
O Atleta inicial do IOP é a
criança, que são em sua maioria
crianças carentes – uma
porcentagem muito pequena vai
se tornar um atleta profissional,
sendo necessário talento e
dedicação pra isto. Existe a
responsabilidade
educacional/social de retirar
essas crianças da rua, e as
maneiras de entrar no centro
olímpico envolvem a seleção dos
mais talentosos, sendo eles
convidados a ficar pra melhor
dedicação aos treinos, os
técnicos também ajudam nessa
seleção. O atendimento para
inclusão da criança funciona
através de uma pré avaliação no
centro social – irá avaliar direitos
e deveres, condições da criança
e dialogo com os pais. Se toda a
parte social for aprovada ela vai
para o centro de medicina de
esporte, e lá irá passar por uma
secretaria – ganhando um
prontuário medico; em seguida
pela enfermagem – que vai
verificar os sinais vitais e
anamnese. É feito o
eletrocardiograma no momento
da avaliação física e médica para
liberação para os treinos se
estiver tudo normal. O
desenvolvimento maturacional é
avaliado pelas escalas de Turner
e isso vai ajudar em que tipo de
atividades no esporte ela vai se
dedicar mais de acordo com a
idade. Existe também as áreas
de ginecologia, fundamental para
orientação da higiene e em
relação a vida sexual. A nutrição,
uma área muito importante para
o atleta, faz palestras de
orientação em relação a dieta –
devendo se levar em
consideração o nível sócio
econômico do atleta. Existe o
atendimento odontológico e
psicológico, além do laboratório
de fisiologia e maquinas de
isocinetica para avaliação de
força muscular. Fisioterapia
lidera o recorde de atendimento,
é feito o tratamento preventivo
desses jovens atletas para
contribuir com a diminuição do
número de lesão. Existe a
farmácia com medicamentos
caso sejam necessários e esta
orienta quanto ao dopping.
27
Sendo que toda essa
multidisciplinaridade vai contribuir
para que a criança se torne um
atleta profissional e seja
transferida para outros clubes.
OS ESPORTES
PARAOLÍMPICOS E A
EXPERIÊNCIA BRASILEIRA
Palestrante: Dr. Lucas Leite – UNIFESP e coordenador da CBDV Moderador: Prof. Frank Beretta – medico formado na USF, especialista em cirurgia de joelho e artroscopia e traumatologia do esporte no instituto COHEN, medicina esportiva pela UNIFESP
O Dr. Lucas começou a
palestra falando que a avaliação
médica do atleta paraolímpico é
parecida com a dos olímpicos
para a participação dos jogos. Os
Atletas com uma deficiência
específica é que, além dessa
avaliação geral que todos os
atletas passam, vão ser
consultados por médicos
especialistas na sua deficiência.
Participam dos jogos
paraolímpicos os portadores de
deficiências físicas, sensoriais,
visuais. Dependendo do local dos
jogos, os atletas sofrem um
processo de aclimatação para
irem adaptados ao clima do país
onde irão jogar, como aconteceu
nos jogos de Londres em 2012,
sendo a preocupação com o bem
estar do atleta dedicada até o
ultimo detalhe.
Dentre os esportes
paraolímpicos o Dr. Lucas citou
alguns: o atletismo (é tanto
masculino como feminino, com
deficientes físicos ou visuais),
basquetebol em cadeiras de
rodas, bocha (dos quais
participam paralisados cerebrais
com deficiências severas),
esgrima em cadeira de rodas,
natação (feminino e masculino
com deficiência visual), ciclismo,
voleibol sentado (pacientes com
deficiência locomotora), vela,
judô, tiro esportivo, tiro com arco,
tênis em cadeira de rodas e de
mesa, rúgbi em cadeira de rodas,
remo (percurso único de
28
1000m.), halterofilismo, goalball,
futebol de sete, hipismo, futebol
de cinco (exclusivo para cegos).
Na Alemanha em sua
primeira participação nos jogos
paraolímpicos, o Brasil já foi
ganhador de medalha e hoje o
Brasil é a sétima potência
paraolímpica do mundo. A
previsão para os jogos no Rio de
janeiro em 2016 é que seja
alcançado em quinto lugar.
ESPORTE PARAOLÍMPICO:
NOÇÕES DE CLASSIFICAÇÃO,
COMO ATUA O MÉDICO E
MINHA EXPERIÊNCIA EM
LONDRES
Palestrante: Dra. Giovanna Medina - Médica ortopedista especialista em cirurgia do ombro e cotovelo pela UNICAMP; Médica do Comitê paraolímpico Brasileiro (CPB) Moderador: Prof. Frank Beretta – medico formado na USF, especialista em cirurgia de joelho e artroscopia e traumatologia do esporte no instiuto COHEN, medicina esportiva pela UNIFESP
A Dr. Giovanna iniciou a
última palestra da tarde,
relatando que é medica do
esporte paraolímpico atendendo,
principalmente, as modalidades
de judô e natação. Comentou
também um pouco da história
dos esportes paraolímpicos, que
se iniciou no século passado em
Stoke na Inglaterra. O marco foi
em 1960 com os primeiros jogos
paraolímpicos nas olimpíadas
oficiais. A última edição dos
jogos paraolímpicos contou com
mais de 4000 atletas
paraolímpicos de diversas
modalidades – atingindo o maior
numero de atletas em relação
aos outros jogos.
Em seu trabalho, a Dr.
Giovanna evidenciou que os
atletas paraolímpicos chegam
perto dos recordes dos olímpicos
e se saem melhor do que as
mulheres olímpicas, deixando
claro o potencial que esses
atletas têm em superar seus
próprios limites.
29
A classificação desses
atletas se baseia em ter
autorização e certificados de que
podem participar de jogos
paraolímpicos e tem como
objetivos equalizar atletas e ser
justo. Esses atletas devem
participar de esportes específicos
de acordo com o tipo de
comprometimento de força
muscular, deficiências de
membros ou congênitos,
diferença de comprimentos dos
membros inferiores e baixa
estatura. Além disso, é verificado
se o atleta possui uma hipertonia,
ataxia, atetose, etc.
Atualmente existe uma
dedicação para o tratamento
médico desses atletas - com um
departamento especifico e com
médicos para cada modalidade.
Em SP existem os centros de
referência para o atletismo e
natação, que além do tratamento
especifico também precisam do
multidisciplinar.
Na Inglaterra existe a Vila
Olímpica e Paraolímpica, sendo
altamente rigorosa a fiscalização
dentro da vila, que possui prédios
de apartamento mobiliados para
estadia do atleta durante treinos
e jogos, assim como academias
para trabalhos funcionais dos
atletas, refeitório com
funcionamento 24 horas, há
vários quiosques com barracas
de alimentos com lanches de
graça, existe o espaço de
recreação, além wi-fi em toda vila
e salão de beleza. Os comitês
paraolímpicos levam seus
próprios estoques de
medicamentos para a Vila
Olímpica e Paraolímpica, assim
como a fisioterapia levam seus
aparelhos. Lá dentro contém uma
policlínica com todas as
especialidades e que é dotada de
sala de exames com US,
Tomografia e Ressonância
Magnética para dar o total
suporte ao atleta que sofre algum
tipo de lesão. Este espaço busca
promover o melhor bem estar
dos atletas olímpicos e
paraolímpicos durante sua
estadia, oferecendo todo tipo de
conforto e centros de treinamento
para cada modalidade.
30
QUARTA-FEIRA (NOITE)
MINICURSO 07/05/14
IMOBILIZAÇÕES NO ESPORTE –
TEÓRICO E PRÁTICO
Dr. Michel Youssef - médico da associação Portuguesa de Desportos
Dr. Michel inicia sua palestra
esta noite abordando o tema
relacionado a imobilizações no
esporte.
O palestrante afirma que os
médicos devem ter conhecimento
básico de ACLS e Suporte Básico
de Vida (BLS).
O BLS requer sistematização
e enfatiza a RCP precoce. O
primeiro passo do BLS é verificar se
a vítima esta respondendo, verificar
se a vítima esta respirando. O
segundo passo é chamar a ajuda
(emergência 192) e pedir um
desfibrilador. Nesse momento, o
palestrante mostra para a platéia
um desfibrilador e como este
funciona. O terceiro passo é
verificar se a vítima tem pulso, mas
somente pessoas bem treinadas
conseguem realizar esse passo. Se
não sentir o pulso ou estiver em
dúvida iniciar a RCP.
A RCP é iniciada
comprimindo o tórax com freqüência
de 100 compressões por minuto
com força e rapidez permitindo o
retorno total do tórax após a
compressão.
O quarto passo é a
desfibrilação. Uma pá é colocada na
linha paraesternal direita e a outra
no ictus cordis. Primeiro verificar se
é um ritmo chocável ou não. A
fibrilação ventricular e taquicardia
ventricular são ritmos chocáveis.
Dr. Michel afirma que após a
morte súbita, do jogador Serginho
31
do time São Caetano em 2004,
causada pela cardiomiopatia
hipertrófica, começou existir maior
estímulo para a abertura da
residência de medicina do esporte.
Na época questionou-se o
atendimento ao jogador.
O palestrante passou um
vídeo sobre a imobilização cervical.
Primeiro deve-se estabilizar a
coluna cervical, enquanto outro
médico mede o ângulo da
mandíbula até inserção do
esternocleidomastóideo para
verificar o tamanho adequado do
colar cervical. Neste momento,
demonstrou a colocação do colar
realizando a prática com o auxilio de
uma aluna da platéia.
Foram transmitidos outros
vídeos demonstrando como utilizar
o colar cervical e a prancha para
estabilizar um paciente em
diferentes posições.
Após o último vídeo
Dr. Michel mostrou alguns
dispositivos utilizados pelos
médicos do esporte, além de expor
aos alunos talas feitas de alumínio
moldável e recobertas por material
espumoso. Explicou que existem
três tipos de curvas que são
utilizadas para deixar a tala mais
rígida.
Para imobilizar são
necessários apenas dois materiais:
a tala e a atadura elástica. É
importante citar que a tala também
pode ser utilizada como colar
cervical.
Nesse momento Dr. Michel
começou a demonstrar os tipos de
imobilizações com o uso de tala de
forma prática.