xxv curso de treinamento profissional em propriedade industrial · abertos ao público e que podiam...

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XXV Curso de Treinamento Profissional em Propriedade Industrial Nível Básico SÃO PAULO 1º semestre de 2017 Coordenação: Adv. Marcello do Nascimento Eng. Adv. Alexandre Fukuda Yamashita

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XXV Curso de Treinamento Profissional

em Propriedade Industrial

Nível Básico

SÃO PAULO1º semestre de 2017

Coordenação:

Adv. Marcello do Nascimento

Eng. Adv. Alexandre Fukuda Yamashita

2

CRIAÇÕES INDUSTRIAIS PATENTES

MÓDULO 1Aula 1

SÃO PAULO1º semestre de 2017

3

(do curso da ABAPI)

Objetivo buscado

ANTES - Curso ABAPI - DEPOIS

4

5

• Breve histórico das patentes.• Patente como instrumento econômico• Espécies de proteção das criações industriais• Patentes de interesse de segurança nacional • Requisitos de patenteabilidade:

• aplicação industrial• novidade• atividade inventiva

• Suficiência descritiva• Estado da técnica e busca prévia

AGENDA DA 1a AULA - MÓDULO I

• Breve histórico das patentes.• Patente como instrumento econômico• Espécies de proteção das criações industriais• Patentes de interesse de segurança nacional • Requisitos de patenteabilidade:

• aplicação industrial

• novidade

• atividade inventiva

• Suficiência descritiva• Estado da técnica e busca prévia

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

BREVE HISTÓRICO

DASPATENTES

6

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

ANTIGUIDADE (antes do séc. V)

O mundo era pequeno, com comércio e comunicações limitadas,proteção quase inexistente, exceto algum respeito por certosemblemas e brasões. Alguns artistas colocavam símbolos em suasobras, por exemplo uma identificação cifrada. Algumas corporações deartistas usavam um símbolo em comum para identificar seusparticipantes. Não havia noções estabelecidas diferenciando marcas,patentes ou direito autoral.

IDADE MÉDIA (séculos V-XV)

A partir do século XIV, detectam-se alguns privilégios e monopóliospropiciados pelos governantes a certos escolhidos, alguns na árealiterária, outros na área técnica, em paralelo com o surgimento daimprensa e intensificação de comércio. Por exemplo, em 1330 oinventor Philippe de Cacqueray recebeu do rei Phillippe IV da França omonopólio para explorar a fabricação de vidro plano. O papa Leão X,em cerca de 1530 concedeu a Ludovico Ariosto os direitos de autorpara o poema épico Orlando Furioso.

HISTÓRIA

7

Em 1623 a Inglaterra promulga o Statute of Monopolies, alterandoo status de proteção outorgada por mera concessão do governante –por exemplo o monopólio da importação e venda de sal e especiarias –para uma proteção solicitada e propiciada pelo criador para sua obra, com tempo limitado de duração.

Era descrito como um "monopólio temporário de 14 ou 21 anosconcedido ao primeiro e verdadeiro inventor de produtosmanufaturados, dando-lhe o direito exclusivo de explorar ou fazer osmesmos produtos manufaturados“. Foi o primeiro ato legislativo quese tem notícia que veio proteger direitos de Propriedade Industrial,buscando incentivar a criatividade individual em proveito da sociedade

Esse "monopólio" era concedido por meio das chamadas "Cartas

Patentes", do latim "literae patentes", que eram documentos

abertos ao público e que podiam ser lidos sem romper o timbre real(em contrapartida às cartas fechadas, que não podiam ser lidas sem aquebra do tal timbre). Já se entendia que a divulgação sem segredosera a contrapartida da proteção da exclusividade obtida.

HISTÓRIA

8

PRIMEIRAS LEIS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL

- USA – 1787-1790 – Constituição Americana art. 1 seção 8, primeira lei sobre patentes, primeira lei federal sobre direitos autorais;

- USA 1842 – primeira lei sobre proteção ao design;

- França 1791 – primeira lei sobre patentes

- Suíça 1890 – primeira lei sobre propriedade intelectual

- Vários países europeus – leis sobre proteção aos inventores – 1810 a 1843

HISTÓRIA

9

-1752, outorga-se de um privilégio de 10 anos paraa exploração de uma máquina para descascar arroz;

- 1809, Alvará do império (condições:novidade e utilização);

-1824, Constituição Imperial - art.179 XXVI – assegurava aos inventores a propriedade de suas descobertas e invenções.

- Constituições 1891, 1934, 1946, 1967, 1969 – mantiveram a garantia aos inventores.

- Constituição 1937 – sem menção aos inventores

- Constituição 1988 – art. 5o inciso XXIX: “A lei assegurará aosautores de inventos industriais privilégio temporário para suautilização, bem como proteção às criações industriais, àpropriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outrossignos distintivos, tendo em vista o interesse social e odesenvolvimento tecnológico e econômico do País”

HISTÓRICO das patentes no Brasil

10

PRIMEIRO TRATADO INTERNACIONAL SOBRE PROPRIEDADE INTELECTUAL

Como conseqüência da evolução do comércio, em 1883

foi dado o primeiro passo que consolidou definitivamente

a Propriedade Industrial no mundo, com a realização da

Convenção da União de Paris. A Convenção é válida

até hoje, tendo passado por várias atualizações. Dos

treze países participantes originais (entre os quais o

Brasil), há hoje 176 países membros, sob a administração

da ONU, através da OMPI (Organização Mundial da

Propriedade Intelectual).

Será abordado em mais detalhe na próxima aula.

HISTÓRIA

11

12

PATENTECOMO

INSTRUMENTOECONÔMICO

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

14

MERCADOCONCORRENTE

A patente cria um ambientetemporariamente desfavorável ao acesso de concorrentes àquele mercado

14

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

LEI

PROTEÇÃO

INFORMAÇÃOTECNOLOGIA

A PATENTE É UMA ENTIDADE

MULTI FACETADA

15

“entidades tecnológicas”

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

PATENTES

E

A RELAÇÃOENTRE

INVENTORE

SOCIEDADE

Visão contratual

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

A patente é o documento que estabelece a extensão dos direitos do inventor – art. 25

A sociedade dáao inventorexclusividade, por um tempo limitado

O inventor divulga completamentesua criação

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

- O que é uma patente? É um título temporário de reserva legal de mercado (a rigor, não é monopólio...)

- Para que serve? Retorno do capital aplicado no desenvolvimento:(a) buscando a exclusão dosconcorrentes, tanto normais quantodesleais (“piratas”) – art. 42 LPI;(b) utilizando a patente como moeda. (ver, por exemplo, http://www.yissum.co.il/

Patente – instrumento econômico

18

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Art. 42 – “A patente confere ao seu titular o

direito de impedir terceiro, sem o seu

consentimento, de produzir, usar, colocar à

venda, vender ou importar com estes

propósitos:

I - produto objeto de patente;

II – processo

ou produto obtido diretamente por processo

patenteado. “

Patente – instrumento econômico

19

Obs – não é direito de exclusividade amplo ou autorização para venda.

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Vendas no mundo de US$ 1 bilhão/ano ou

US$2,7 milhões/dia (entre 1999 e 2006). Assim, a cada

dia que a patente se manteve em vigor, impedindo

terceiros, uma quantia dessa foi obtida pela companhia.

Patente – instrumento econômico

20

Caso Viagra:

Patente sofreu contestação

no mundo todo.

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Patente – instrumento econômico

http://www.wipo.int/freepublications/en/intproperty/888/wipo_pub_888_1.pdf

21

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Patente – instrumento econômico

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Patente – instrumento econômico

23

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Patente – instrumento econômico

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

25

Patente – instrumento econômico

03 fevereiro 2010

NEWPORT BEACH, Calif.--(BUSINESS WIRE)--

Acacia Research Corporation, the mother of all patent trollspatent acquisition, development and licensing company, whichwas profiled in depth by BusinessWeek just two days ago, thismorning announced that it has been awarded a total of $12.4million in a patent infringement case against Yahoo .On May 15th, 2009, a federal court jury decided that Yahoo’smessenger program with IMVironments – which revolves aroundinteractive backgrounds that users can add to IM conversations –infringes US Patent Number 6,205,432, filed by three inventorsand published back in 2001.

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

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Patente – instrumento econômico

CASOS BRASILEIROS

1. Fábio Jorge Botelho Baptista vs CSN – ferramenta patenteada

- condenada a pagar 20 milhões – não cabe mais recurso - 10

anos. (PI 9703496)

2. Bayer vs Labizoo - imidacloprid – liminar para abstenção de

comercialização, multa diária de 50 mil + perdas e danos a

serem apurados

3. Basf vs Server Química – fipronil – multa diária de R$15 mil

+ perdas e danos a serem apurados

4. Basf vs Dexter – fipronil – multa diária R$ 30 mil + perdas e

danos a serem apurados

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Art. 2o - A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o seuinteresse social e o desenvolvimento tecnológicoe econômico do País, efetua-se mediante:I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade;II - concessão de registro de desenho industrial; III - concessão de registro de marca; IV - repressão às falsas indicações geográficas; eV - repressão à concorrência desleal.

Entidades protegíveis na LPI

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Artigo 2o, incisos I e II

PATENTE DE INVENÇÃO (PI)

MODELO DE UTILIDADE (MU)

DESENHO INDUSTRIAL (DI)

CONFIGU-

RAÇÃO

FUNCIO-

NALIDADE

Entidades protegíveis na LPI

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Artigo 2o, inciso III – MARCAS

Produto, serviço, certificação, coletiva

(a) NOMINATIVA: BMW

(b) MISTA (c) FIGURATIVA (d) TRIDIMENSIONAL

Entidades protegíveis na LPI

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Artigo 2o, inciso IV - INDICAÇÃO GEOGRÁFICA

(LPI conceituação arts. 176-182, crimes arts. 192-194)

•Indicação de Procedência Refere-se ao nome geográfico (país, cidade, região ou localidade) conhecido como centro de produção, fabricação ou extração de determinado produto ou de prestação de determinado serviço. Ex: Vale dos Sinos (couro) – Paraty (aguardente)

•Denominação ou Apelação de OrigemDefine-se como o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade, que sirva para designar produto ou serviço cuja qualidade se deva, exclusiva e essencialmente, ao meio geográfico, incluídos os fatores naturais e humanos. Exemplo: Vale dos Vinhedos (vinho) / Região do Seridó do Estado da Paraíba (algodão colorido)

Entidades protegíveis na LPI

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http://www5.inpi.gov.br/menu-esquerdo/indicacao/igs-registradas/nacionais/?searchterm=indicação geográfica

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Artigo 2o, inciso IV

REPRESSÃO À CONCORRÊNCIA DESLEAL

LPI ART. 195 - INCISOS I – XIV

Entidades protegíveis na LPI

A concorrência desleal pressupõe:

(1) ato de vontade

(2) meio distinto daquele da boa prática concorrencial.

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

PATENTE DE INTERESSEDA DEFESA NACIONAL

art. 75 da LPI

33

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Art. 75. O pedido de patente originário do Brasil cujo objeto

interesse à defesa nacional será processado em caráter sigiloso e não

estará sujeito às publicações previstas nesta Lei.§ 1º O INPI encaminhará o pedido, de imediato, ao órgão competente do

Poder Executivo para, no prazo de 60 (sessenta) dias, manifestar-se sobre

o caráter sigiloso. Decorrido o prazo sem a manifestação do órgão

competente, o pedido será processado normalmente.§ 2º É vedado o depósito no exterior de pedido de patente cujo objeto

tenha sido considerado de interesse da defesa nacional, bem como

qualquer divulgação do mesmo, salvo expressa autorização do órgão

competente.§ 3º A exploração e a cessão do pedido ou da patente de interesse da

defesa nacional estão condicionadas à prévia autorização do órgão

competente, assegurada indenização sempre que houver restrição dos

direitos do depositante ou do titular.

PATENTE DE INTERESSE DA DEFESA NACIONAL

34

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

O decreto 2.553 de 16/04/98 atribuia à Secretaria deAssuntos Estratégicos (SAE) da Presidência daRepública a competência de analisar os casos deinteresse de defesa nacional.

Tal Secretaria foi extinta, não havendo notícia de queo INPI envie a qualquer órgão os pedidos de patenteconsiderados de interesse da defesa nacional.

Uma nova SAE foi criada pela Lei n° 11.754, de 23 de

julho de 2008, mas não tem tais atribuições.

PATENTE DE INTERESSE DA DEFESA NACIONAL

35

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

38

REQUISITOS DEPATENTEABILIDADE

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

CRIAÇÃO(não é mera

idéia abstrata!)

É invenção?

Tem aplicação

industrial?

Art. 15

Tem novidade?

art. 11

Tem atividade

inventiva?

Art. 13

Está fora

da lista de

exclusões?

Art. 18

PATENTE!

23

4

5

art. 10

6

39

1

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

LPI Art. 8°

“É patenteável

a invenção

que atenda aos requisitos de

(1) novidade,

(2) atividade inventiva e

(3) aplicação industrial.”

Sem invenção não há patente (arts. 8, 10, 11, 13, 15)

Invenções = entidades tecnológicas cuja existência decorre da intervenção da mão do homem.

– produtos / composições- objetos: carburador, tapete, pincel.- produtos e composições químicas:

remédios, cosméticos, alimentos.- coisas: pele artificial, circuito elétrico,

papel, kit de diagnóstico- máquinas e peças- animais, plantas

– processo/método

– uso

A EXISTÊNCIA DE INVENÇÃO

É PRESSUPOSTO DA LEI

Invenção = PI

não é MU, não é DI

40

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

- patente = documento

- descoberta = algo que existe por si só, sem

interferência da mão do homem.

- invenção = algo criado pela mão do homem,

voltado para a solução de um problema.

INVENÇÃO E DEFINIÇÕES

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

ART. 10 - NÃO SE CONSIDERA INVENÇÃO NEM MODELO DE UTILIDADE:

I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;

II - concepções puramente abstratas;

III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos,

publicitários, de sorteio e de fiscalização;

IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética;

V - programas de computador em si;

VI - apresentação de informações;

VII - regras de jogo;

VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos e de diagnóstico,

para aplicação no corpo humano ou animal, e

IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda

que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos

biológicos naturais.

INVENÇÃO – Exclusões

42

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

APLICAÇÃO INDUSTRIAL

LPI – ART.15

A invenção e o modelo de utilidade

são considerados susceptíveis de

aplicação industrial quando possam

ser

utilizados ou produzidos

em qualquer tipo de indústria.

1. “qualquer tipo de indústria.”

Conceito amplo, incluindo agricultura, mineração,

pecuária, florestal, hospitalar, caça, pesca,

cosmética, etc.

2. “... utilizados...”

Servem à indústria, por exemplo como matéria

prima, peças de fábrica, intermediários

orgânicos, etc.

3. “...produzidos...”

Aquilo que a indústria produz, ou fabrica, ou

manufatura, com qualquer serventia.

4. Ausência de aplicação industrial

- implícita

- explícita - art. 10 incisos I - IX.

PATENTEABILIDADE - 1o REQUISITO

VALE PARA PI/MU/DI

43

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

EXEMPLOS HIPOTÉTICOS

AUSÊNCIA DE APLICAÇÃO INDUSTRIAL

- sistema de fila única

- fornecimento de instruções para fazer funcionar um

dispositivo

- máquina do tempo, teletransportador, moto perpétuo

- processo de adestramento de animais

- extintor de incêndio a vácuo

APLICAÇAO INDUSTRIAL (PI/MU/DI)

44

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

NOVIDADE

LPI – ART.11

A invenção e

o modelo de utilidade

são considerados novos

quando não compreendidos no

estado da técnica.”

1. NOVIDADE É A NÃO IDENTIDADE.

É O INVERSO DA IGUALDADE!

É A DESIGUALDADE !

2. ESTADO DA TÉCNICA

Art. 11§ 1°: “O estado da técnica é

constituído por tudo aquilo tornado acessível

ao público antes da data de depósito de

patente, por descrição escrita ou oral, por uso

ou qualquer outro meio, no Brasil ou no

exterior.”

3. EXCEÇÕES :

- Período de graça art. 12

- Prioridade art. 16

- Usuário anterior art. 45

PATENTEABILIDADE - 2o REQUISITO

45

VALE PARA PI/MU/DI

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

ESTADO DA TÉCNICA

QUALQUER

UM DA

SOCIEDADE

BEM OU

INFORMAÇÃO

ACESSÍVEL

46

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Exemplo de ausência de novidade do pedido posterior

NOVIDADE (PI/MU/DI)

anterior posterior

47Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Os dois pedidos

posteriores não

apresentam novidade em

relação a este, anterior

NOVIDADE (PI/MU/DI)

48Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Exemplo de ausência de novidade do pedido posterior

anterior posterior

NOVIDADE (PI/MU/DI)

49Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Exemplo de ausência de novidade do pedido posterior

anterior posterior

NOVIDADE (PI/MU/DI)

50Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Exemplo de ausência de novidade do pedido posterior

anterior posterior

NOVIDADE (PI/MU/DI)

51Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Exemplo de ausência de novidade do pedido posterior

anterior posterior

NOVIDADE (PI/MU/DI)

52Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

MU6801556 (1988) US 5.119.975 (1992) MU7400382-8 (1994)

Exemplo de ausência de novidade de pedidos posteriores

Conta gotas com tubo pescador

NOVIDADE (PI/MU/DI)

53

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

É A IMPREVISIBILIDADE DA DIFERENÇA

1. Técnico no assunto = técnico comum, que tem todo

o estado da técnica ao seu alcance.

2. Atividade inventiva ~ combinação não óbvia de

conhecimentos anteriores. (nas palavras da antiga lei

5772, art. 9e).

3. Não há atividade inventiva por:

- modificação de forma, dimensões ou proporções.

- substituição de materiais

- inversão da ordem de dispositivos ou de operações

- mera substituição de trabalho manual por mecânico

- substituição de um elemento por outro elemento

equivalente (art.186).

ATIVIDADE INVENTIVA (requisito só de PI)

LPI – ART.15

“A invenção é dotada de

atividade inventiva sempre

que, para um técnico no

assunto, não decorra

de maneira

evidente ou óbvia

do estado da técnica.”

PATENTEABILIDADE - 3o REQUISITO

54

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

55

PATENTEABILIDADE - 3o REQUISITO

ATIVIDADE INVENTIVA NÃO É

A “POSTURA DE INVENTOR” !

- Não depende da capacidade do inventor

- Não depende do estudo do inventor

- Não depende do esforço do inventor

- Não depende do mérito do inventor

ATIVIDADE INVENTIVA

“ATIVIDADE INVENTIVA” É A

IMPREVISIBILIDADE DA DIFERENÇA !Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

INDÍCIOS DE ATIVIDADE INVENTIVA

Efeitos inusitados não sugeridos

inesperados não previstos

imprevisíveis negados

Não necessariamente inacreditáveis

sofisticados

complexos

ATIVIDADE INVENTIVA (só PI)

56

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

CASO DE AUSÊNCIA DE ATIVIDADE INVENTIVA

“ESCADA COM DEGRAUS TRANSPARENTES” :

É A SIMPLES SOMA DE UMA ESCADA

COM UM MATERIAL TRANSPARENTE

COM RESULTADOS ABSOLUTAMENTE PREVISÍVEIS

OUTROS IGUALMENTE SEM ATIVIDADE INVENTIVA

- telefone de material transparente

- sapato de material transparente

- barco de material transparente

- instrumento musical de material transparente

- parede de material transparente

- roupa de material transparente

ATIVIDADE INVENTIVA (só PI)

57

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

CASO HIPOTÉTICO DE AUSÊNCIA DE ATIVIDADE INVENTIVA

Um comprimido contendoum analgésico e um anti térmico

- NÃO HÁ INVENÇÃO...se o valor da criação reside na praticidade de unir num comprimido os dois

princípios ativos, ou na aceitabilidade comercial, sendo que tanto o analgésico quanto o anti térmico funcionam da mesma forma na composição como se estivessem isolados.

- HAVERIA INVENÇÃO…

se fosse constatada sinergia inesperada entre os componentes, por exemplo

potencializando os efeitos do conjunto quando comparados com os efeitos

individuais.

ATIVIDADE INVENTIVA (só PI)

58

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Noção de atividade inventiva: dedeira com cerdas

anterior posterior

ATIVIDADE INVENTIVA (só PI)

59Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Noção de atividade inventiva: preservativo

anterior posterior

ATIVIDADE INVENTIVA (só PI)

60Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Noção de atividade inventiva

Escova de dente com

reservatório de dentifrício no

cabo

anterior posterior

ATIVIDADE INVENTIVA (só PI)

61Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Noção de atividade inventiva

Pente para retirar piolhos do cabelo

US3.792.707 (1974) WO0008969 (2000)

posterioranterior

ATIVIDADE INVENTIVA (só PI)

62

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

HÁ INVENÇÕES QUE CUMPREM

OS REQUISITO DE PATENTEABILIDADE,

MAS NÃO SÃO PATENTEÁVEIS

Art. 18 LPI

- contrárias à moral, aos bons costumes, à segurança, à

ordem e saúde públicas;

- relativas a modificações do núcleo atômico;

- o todo ou parte de seres vivos, exceto microrganismos

transgênicos.

PATENTEABILIDADE

63

Está fora

da lista de

exclusões?

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

MODALIDADES DE “PATENTES”

PATENTE DE INVENÇÃO (PI)

MODELO DE UTILIDADE (MU)

DESENHO INDUSTRIAL (DI)

CONFIGU-

RAÇÃO

FUNCIONA-

LIDADE

PATENTEABILIDADE

64

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

ATO INVENTIVO

Requisito só de MU (BR20)

LPI – ART.14

“O modelo de utilidade

é dotado de ato

inventivo sempre que,

para um técnico no

assunto, não decorra

de maneira comum

ou vulgar

do estado da técnica.”

PATENTEABILIDADE - 3o REQUISITO SÓ MU

65

ATIVIDADE INVENTIVA

Requisito só de PI (BR10)

LPI – ART.15

“A invenção é dotada de

atividade inventiva

sempre que, para um

técnico no assunto, não

decorra

de maneira

evidente ou óbvia

do estado da técnica.”

.

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

ATO INVENTIVO

Requisito só de MU

LPI – ART.14

“O modelo de utilidade

é dotado de ato

inventivo sempre que,

para um técnico no

assunto, não decorra

de maneira comum

ou vulgar

do estado da técnica.”

1. Modelo de utilidade (art. 9°) - “É patenteável como

modelo de utilidade o

objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de

aplicação industrial, que apresente nova forma ou

disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte

em MELHORIA FUNCIONAL no seu uso ou em

sua fabricação”.

2. Conceito mais recente, medido de forma que

seja maior do que manipulação comum de

conhecimento pelo técnico no assunto, mas menor

que atividade inventiva.

3. Especulação sobre ausência de ato inventivo:

- suporte de plástico com alça para latas de óleo

PATENTEABILIDADE - 3o REQUISITO SÓ MU

66

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

67

Exemplos sugestivos de Modelos de Utilidade

ORIGINALIDADE

Requisito só para DI (BR30)

LPI – ART.197

“O desenho industrial é

considerado original

quando dele resulte uma configuração

visual

distinta,

em relação a outros

objetos anteriores”.

1. CONFIGURAÇÃO VISUAL DISTINTA.

Pressupõe comparação.

Pressupõe um observador.

2. Desenho Industrial - art. 95 - “Considera-

se desenho industrial a forma plástica

ornamental de um objeto ou o conjunto

ornamental de linhas e cores que possa ser

aplicado a um produto, proporcionando

resultado visual novo e original na sua

configuração externa e que possa servir de tipo

de fabricação industrial”.

REGISTRABILIDADE - 3o REQUISITO SÓ DI

68

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

EXEMPLOS DE ORIGINALIDADE EM FORMATO DE MASSA ALIMENTÍCIA

REGISTRABILIDADE - 3o REQUISITO SÓ DI

69

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Exemplos hipotéticos de falta de originalidade

(um em relação aos outros)

REGISTRABILIDADE - 3o REQUISITO SÓ DI

70

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

RESUMO: REQUISITOS DE PROTEÇÃO

PATENTEABILIDADE – requisitos de fundo

(*) condições de registrabilidade

(*)

71

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

PATENTEABILIDADE – requisito de forma

SUFICIÊNCIA DESCRITIVA

LPI - Art. 24

O relatório deverá descrever clara e suficientemente o objeto, de

modo a possibilitar sua realização por técnico no assunto e indicar,

quando for o caso, a melhor forma de execução.

A ausência de informação indica insuficiência descritiva:

- “feito de material especial...”

- “dispositivo montado de maneira a chegar no resultado...”

- “o fabricante fará as peças necessárias para que esta invenção tenha a

função aqui inventada...”

72

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Considerações Gerais sobre

Requisitos de Patenteabilidade

1. A obediência aos 3 requisitos é o necessário e suficiente.

2. Não são requisitos de patenteabilidade: mérito, originalidade (PI e MU),

engenhosidade, complexidade, esforço, tempo gasto no desenvolvimento,

dinheiro aplicado na pesquisa, valor econômico potencial, interesse comercial,

economia obtida.

3. “Atividade inventiva” não é a atividade de um pesquisador num momento de

êxtase inventivo – uma invenção patenteável pode ocorrer por acaso, ou ser

planejada com antecedência, desde que obedeça a definição do art. 13 da LPI.

4. O “homem da técnica” não é um cientista, é o profissional médio.

5. Pode-se patentear invenções ridículas...

PATENTEABILIDADE

73

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Invenções ridículas?

74

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

A piece of jewelry designed to adorn and

decorate the pelvic region of a human female.

The piece of jewelry comprises an anchor

member (1) which is worn within the vagina,

a decorative charm (9) and a connecting chain

(4) long enough to permit the decorative

charm to lie outside the labia comfortably.

The piece of jewelry is also an ornamental

device which provides the wearer a means to

exercise her pubococcygeus muscle.

US 6.370.912: VAGINAL JEWELRY

AND EXERCISE DEVICE

Invenções ridículas?

75

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

76

ESTADO DA TÉCNICA

E

BUSCA PRÉVIA

Novidade

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

Art. 11 - A invenção e o

modelo de utilidade são

considerados novos

quando

não compreendidos no

estado da técnica.

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

BUSCA PRÉVIA

é um levantamento do

estado da técnica para

pré-avaliar

NOVIDADE

e

ATIVIDADE INVENTIVA

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

NA PRÁTICA

NOVIDADE – não há, quando UM ÚNICO

DOCUMENTO revela integralmente a suposta

invenção.

ATIVIDADE INVENTIVA – não há, quando se

combinam dois ou mais documentos, de forma

“natural”.

79

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

BUSCA PRÉVIA

Art. 35 - Por ocasião do exame técnico, será

elaborado o relatório de busca e parecer

relativo a:

I - patenteabilidade do pedido;

II - adaptação do pedido à natureza

reivindicada;

III - reformulação do pedido ou divisão; ou

IV - exigências técnicas.

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

ENTENDIMENTO DA

INVENÇÃO

DETERMINAÇÃO DO

CAMPO TÉCNICO

BUSCA

PRÉVIA

APLICAÇÃO INDUSTRIAL FONTES DE INFORMAÇÃO

VERIFICAÇÃO DA

NOVIDADE

VERIFICAÇÃO DA

ATIV. INVENTIVA

ELABORAÇÃO DA

PATENTE

TÉCNICO NO ASSUNTO TÉCNICO NO ASSUNTO TÉCNICO

DE PATENTES

INVENTOR = TÉCNICO NO ASSUNTO

ESTADO DA TÉCNICA

BUSCA PRÉVIA

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Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

82

CONSEQUÊNCIAS DA AUSÊNCIA DE BUSCA PRÉVIAOU ANÁLISE SUPERFICIAL DO ESTADO DA TÉCNICA

- menos informações que permitam redigir boas reivindicações.

- maior chance do pedido ser rejeitado por ausência de novidadee/ou atividade inventiva.

- mesmo que o pedido seja concedido, há maior chance de existirarte anterior não detectada a tempo, capaz de derrubar a patente.

- em caso de litígio judicial, um texto sem substância sustenta malas reivindicações.

BUSCA PRÉVIA

MUITO IMPORTANTE !

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

O profissional de Propriedade Industrialque usa certas frases erradas

acaba tendo de enfrentar dragões...

83Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

- A patente da minha marca...

- O registro da minha patente ...

- A patente do meu desenho industrial...

- A atividade inventiva é a atitude criativa de um

cientista...

- A patente exige aplicação comercial ...

- É só mudar uma coisinha que foge da patente...

- Eu tenho uma patente mundial...

- Já existe uma patente igual lá fora, mas aqui no

Brasil você pode ter a sua...

- Patente de 2º uso farmacêutico não tem novidade.84Lucas M. Gaiarsa – maio 2017

85

Até a

próxima

aula.

Lucas M. Gaiarsa – maio 2017