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1 As informações existentes neste estudo são meus pensamentos, meus e de muitos irmãos comprometidos com o evangelho de Jesus. Tem como finalidade levar aos trabalhadores ou dirigentes espíritas que lidam com a desobsessão, a um melhor entendimento acerca dos métodos pelos quais se é possível identifica-la e trata-la com relativa segurança. Minha intenção ao acrescentar estas humildes ideias e experiências, foi a de somar com as de todos os colaboradores para servir melhor na seara do mestre Jesus. Ao final deste trabalho esta inserido o livro “DESOBSESSÃO” de Francisco Candido Xavier para maior esclarecimento. Todo meu aprendizado foi realizado no GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO” – São Bernardo do Campo – SP, e pesquisas em livros, vídeos, internet e praticas nos trabalhos dentro da Casa Espírita. “Não deixo que as duvidas paralisem minhas ações. Tomo sempre decisões que preciso tomar em minha vida, mesmo sem ter a certeza absoluta mas contando com auxilio espiritual que sou intuído, porque entendo que a omissão é o maior pecado”.

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Page 1: xo que as duvidas paralisem minhas ações. Tomo … Não há quem se cure se não tiver o firme proposito de sua reforma intima. Como diz Jacob Melo “se o assistido tiver BOA VONTADE,

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As informações existentes neste estudo são meus pensamentos, meus e de muitos irmãos comprometidos com o evangelho de Jesus. Tem como finalidade levar aos trabalhadores ou dirigentes espíritas que lidam com a desobsessão, a um melhor entendimento acerca dos métodos pelos quais se é possível identifica-la e trata-la com relativa segurança. Minha intenção ao acrescentar estas humildes ideias e experiências, foi a de somar com as de todos os colaboradores para servir melhor na seara do mestre Jesus. Ao final deste trabalho esta inserido o livro “DESOBSESSÃO” de Francisco Candido Xavier para maior esclarecimento. Todo meu aprendizado foi realizado no GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO” – São Bernardo do Campo – SP, e pesquisas em livros, vídeos, internet e praticas nos trabalhos dentro da Casa Espírita.

“Não deixo que as duvidas paralisem minhas ações. Tomo sempre decisões que preciso tomar em minha

vida, mesmo sem ter a certeza absoluta mas contando com auxilio espiritual que sou intuído,

porque entendo que a omissão é o maior pecado”.

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Sabemos que a obsessão é um desequilíbrio da função mental de fundo espiritual sempre presente na vida do ser humano. Seu tratamento foi mistério e motivos de ilações alquímicas em todos os tempos até a nossa moderna medicina. Allan Kardec nos ensina em sua obra que com o Espiritismo, conseguiu-se uma explicação racional para o fenômeno, demonstrando suas causas, classificando seus efeitos e apontando caminhos para sua cura. Nos tempos atuais, devido ao crescimento desmedido da população e sua decadência moral, os inúmeros problemas sociais que enfrenta o mundo, a obsessão tornou-se um verdadeiro flagelo, provocando desentendimentos, vícios, anomalias psicológicas, suicídios e outros males do gênero.

A ciência humana muitas vezes não aceita os conceitos Espíritas a respeito do assunto, deixando de oferecer oportunidades de cura para inúmeros pacientes que a procuram. O evangelho bem vivido é a única saída para o alívio e cura da obsessão, principalmente a luz da Doutrina Espírita. Frente a essa situação de emergência por que passa a humanidade, nós espíritas temos que nos esforçar para termos um bom entendimento das causas da obsessão e dos métodos que podemos utilizar para cuidarmos dos que são vitimados por ela. A obsessão é ainda um dos maiores entraves para o desenvolvimento do ser. Allan Kardec afirmou que nunca seriam demais as providências destinadas a combater sua influência daninha.

A Doutrina Espírita nos ensina que tudo deve progredir. E para sabermos se a ajuda espiritual ministrada em nossa casa está sendo suficientemente útil, depois de 5 semanas consecutivas de tratamento, por exemplo, faz-se uma nova triagem de comparação com o período anterior ao tratamento. O atendimento pode estar no melhor nível, mas se não passa pela triagem não temos uma avaliação da eficácia do tratamento, é preciso melhorar a metodologia utilizada adequando as pessoas a doutrina não a doutrina as pessoas. O que se tem observado num considerável número de encaminhamento é a necessidade urgente de se aperfeiçoar o trabalhador, muitas vezes eles que deveriam ser os pacientes. Necessário dizer que em hipótese nenhuma deve se colocar médiuns ou pessoas que esteja em desenvolvimento mediúnico nos setores de triagem, tal procedimento poderá trazer interferências nocivas nas decisões relacionadas aos pacientes, salvo raríssimas exceções em que se nota uma conduta moralmente evangelizada no médium.

No tratamento utilizado, inclui-se a melhoria das atividades medianímicas, o desenvolvimento de médiuns seguros, flexíveis, comprometidos com o amor. Os diálogos com os irmãos obsessores ou protetores dos pacientes deve fluir mais do coração de que do intelecto. Na literatura espírita temos vários trabalhos falando do

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tema desobsessão, porém em sua grande maioria, foram escritos por autores desabituados com as praticas diárias da obsessão. São teóricos que pouco entendem do lado prático do tratamento; o lavrador que planta cenoura jamais colhera mandioca, o conhecimento a disciplina fazem prosperar uma colheita farta e segura. Esses estudos deixam a desejar quanto à seriedade e realidade prática das instituições espíritas que os promovem. Repetem antigos e mal interpretados conceitos, teses redundantes que pouco acrescentam ao conhecimento de quem precisa mudar. A finalidade desse trabalho é colaborar para minimizar essas deficiências. No movimento Espírita existe muita confusão a respeito do que seja a obsessão e de como se caracteriza. Hoje, um dos obstáculos para a sua cura está nas dificuldades que se tem para identifica-la, devido às mudanças dos projetos das sombras. Frequentemente ela é confundida com a simples influência de Espíritos sofredores ou com as influencias negativas que todo ser humano recebe. Pode-se comparar este erro mais ou menos como o do médico, que ao examinar o paciente, confundiu tuberculose com resfriado. Há aqueles que confundem obsessão com mediunidade a ser desenvolvida.

A obsessão, afirmam, deve ser curada com o desenvolvimento da mediunidade ou com o trabalho do paciente no campo da assistência social. Eis um grave erro que pode levar a consequências danosas. O mesmo que um médico prescrevesse para a cura de uma grave doença, que seu paciente estude medicina ou trabalhe no hospital. A obsessão é uma doença de fundo moral que deve ser tratada por métodos lógicos e racionais ensinados pela Doutrina Espírita. Se haverá atividade mediúnica ou não na vida do paciente, isto será definido depois do tratamento e pode depender de uma série de fatores que deverão ser avaliados pelo dirigente de sessões ou responsável pela orientação da casa. Necessário ao observador deter-se em alguns detalhes para identificar corretamente o processo obsessivo. Só assim, poderá tratá-lo com sucesso.

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Não há quem se cure se não tiver o firme proposito de sua reforma intima. Como diz Jacob Melo “se o assistido tiver BOA VONTADE, não obterá êxito em seu tratamento, porque a palavra “BOA” antecedendo a ação da “VONTADE”, vai sempre dispersar o direcionamento em favor as suas acomodações”. Desta forma a influenciação dos espíritos mal intencionados mantem o assistido em seu padrão vibratório anterior, denso, ligado a vida material. O padrão vibratório dos bons espíritos é sutil, e eles não podem descer para nos ajudar, veja que quando estamos nervosos com determinado assunto ou situação não conseguimos nem mesmo fazer uma prece, o que temos a fazer e elevar nossos pensamentos em amor, compreensão, paciência, perdão, caridade ao próximo, enxergar o outro como individuo, filho de Deus, que também esta aqui em sua jornada de progresso moral pelas provas e expiações.

Ainda de acordo com o Herculano Pires, o Centro Espírita deve se tornar uma fortaleza espiritual para a grande batalha de implantação da verdade cristã na terra, seus membros devem estar bem preparados e fortalecidos para atender a todos com disposição e desejo de auxiliarem-se mutuamente.

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A implantação da verdade nunca encontrou e nunca encontrará terreno fácil, sempre será uma grande batalha! Observemos, nem mesmo os movimentos que se dizem “cristãos” praticam a essência da verdade trazida por Jesus há mais de 2000 anos. Pode-se dizer (esquematizando) que a mediunidade intelectual é a faculdade que um ser humano possui de separar seu períspirito de seu corpo físico, em maior ou menor extensão, deixando as alavancas de comando deste último aos Espíritos desencarnados que o rodeiam. Ocorre que os resultados obtidos pelo médium dependem do meio espiritual no qual ele se situa. Se ele for de pouca elevação espiritual estará rodeado de Espíritos da mesma ordem, o que pode levar à obsessão e à possessão. Se ele estiver em um nível espiritual elevado, estará rodeado de Espíritos guias ou protetores, ajudando-o em sua missão mediúnica e protegendo-o das agressões de

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Espíritos que frequentemente são mais inconscientes que mal intencionados, mas que são, entretanto, perturbadores e nefastos. De maneira geral, a palavra obsessão é empregada em sentido pejorativo porque a obsessão por Espíritos inconscientes é aquela que é a mais frequentemente constatada. Em um sentido mais amplo, dizemos que a mediunidade é uma obsessão por Espíritos elevados na escala de elevação espiritual. A mediunidade é uma porta aberta ao Invisível. O médium está envolvido por Espíritos protetores que repelem as más influências, se tem consciência da alta importância de sua missão mediúnica. Caso se deixe levar por seus próprios instintos, os Espíritos guias não podem mais protegê-lo e ele cai sob a influência de Espíritos obsessores. Allan Kardec falava das escolhas da mediunidade: o orgulho e a cupidez (o personalismo). Essas são duas formas de obsessão. A obsessão apresenta caracteres diversos, e precisamos distinguir com precisão os resultantes do grau de constrangimentos e da natureza dos efeitos que estes estão produzindo. Allan Kardec em O Livro dos Médiuns nos ensina que a palavra obsessão é, portanto um termo genérico pelo qual se designa o conjunto desses fenômenos, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação. Allan Kardec esclarece e faz uma definição clássica e assim define a obsessão: A obsessão é a ação persistente de um espírito mau ou ignorante sobre uma pessoa. Apresentando características muito diversas, desde a simples influência de ordem moral, sem sinais exteriores perceptíveis, até a completa perturbação do organismo e das faculdades mentais. O Evangelho Segundo o Espiritismo, explica que é o domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas pessoas e são sempre os espíritos inferiores que procuram dominar, pois os bons não exercem nenhum constrangimento. Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Se chegarem a dominar alguém, identificam-se com a vítima e a conduz inconscientemente como se faz com uma criança.

Também no Livro dos Médiuns, vemos que as obsessões são o domínio que os espíritos adquirem sobre algumas pessoas, provocando-lhes desequilíbrios psíquicos, emocionais, orgânicos e alterações de personalidade. Esta é a definição básica que Allan Kardec deu a ela. Como causa fundamental da obsessão ele apontou inúmeras fraquezas de ordem moral e as sintetizou em sua grande obra. A Doutrina Espírita ensina que todos nós recebemos a influência dos bons e dos maus espíritos, explicando que se trata de um processo natural por meio do qual a criatura é estimulada a experiências evolutivas. No entanto, quando um espírito atrasado se apega a uma pessoa, e sua influencia perniciosa torna-se constante,

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então se pode classifica-la como obsessão. Os sintomas que caracterizam a obsessão variam de caso para caso, desde simples efeitos morais passando por manias, fobias, alterações emocionais acentuadas, alterações na estrutura psíquica como dificuldades de concentração, subjugação de órgãos ou de todo corpo físico, até a completa desagregação da normalidade psicológica, e em alguns casos produzindo até a loucura.

No tratamento da obsessão é preciso saber distinguir seus efeitos, daqueles outros causados pelas influências naturais do meio mais ou menos passageiras, e das alterações emocionais oriundas do próprio psiquismo do paciente. Existem pessoas que procuram o Centro Espírita portando desequilíbrios psicológicos que, embora possam beneficiar se dos ensinamentos da Espiritualidade, também necessitam do apoio de terapeutas. A relação com a vida atual, a própria educação que recebeu ou seu passado reencarnatório trouxeram-lhes traumas e condicionamentos que os fazem sofrer. O estudo da Doutrina e as palestras públicas poderão ajudar esses indivíduos na recuperação da normalidade almejada, mas o entrevistador ou orientador não deve dispensar a competente orientação profissional do médico quando achar isso necessário. Evidente que o entrevistador ou dirigente do Centro Espírita tem de saber diferenciar a obsessão das outras anomalias psíquicas. Existem algumas regras gerais que podem ser observadas, mas o que vai ajuda-los em profundidade, será a experiência em torno dos casos examinados.

O fenômeno obsessivo apresenta sinais morais, psicológicos ou características físicas, que o trabalhador deve aprender a identificar. Na obsessão, observa-se um constrangimento da vontade do paciente, um incomodo que parece não ceder a nenhuma providência. Na simples influencia de sofredores isso não ocorre, nela, só se observa à tristeza apática, a melancolia, às vezes crises de choro, sem maior gravidade. Algum Espírito pode estar alterando emocionalmente, ou influenciando, sem que isto seja obsessão. Os sintomas abaixo relacionados podem ser indicadores de processos obsessivos já desenvolvidos ou em fase de desenvolvimento. Se permanecerem constantes em uma pessoa, pode-se suspeitar com grande margem de acerto que esteja sob o império da obsessão.

São eles: - Amor próprio. - Idolatria e egolatria. - Ausência de valores éticos. - superstição. - Antagonismos emocionais e afetivos.

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- Incontinências Sexuais. - Autoritarismo e prepotência. - Desvios sexuais. - Belicosidade. - Inveja, usura, avareza. - Ciúme. - Mágoas e ressentimentos. - Cobiça. - Maledicência. - Complexo de culpa. - Manias. - Complexo de grandeza. - Medos. - Complexo de inferioridade. - Morbidez. - Complexo de pobreza. - Narcisismo. - Complexo de riqueza. - Ódio. - Complexo de superioridade. - Orgulho, vaidade. - Desconfiança. - Paixões emocionais. - Desequilíbrios de qualquer natureza. - Pessimismo. - Dificuldades de esquecer e perdoar. - Predisposições mórbidas. - Disputas de poder. - Raiva, rancores. - Egoísmo. - Remorso. - Fanatismos. - Sensualismo. - Agressividade. - Sentimentos de vingança. - Ambição desmedida. - Sexolatria. - Vícios: fumo, álcool, drogas, tóxicos e outros.

O que caracterizará o fenômeno obsessivo é a insistência desses estados mórbidos em incomodar a pessoa, no seu dia a dia predispondo-a ao desequilíbrio.

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Ainda no campo dos sintomas, pode-se afirmar que nas simples influenciações espirituais, as entidades envolvidas normalmente são espíritos sofredores ou ignorantes que podem ser afastados facilmente do campo psíquico do paciente, através de passes e evangelização. Antigamente nas obsessões provocadas por espíritos maus os diferentes sintomas apresentavam-se com tendências agravantes e doentias, observava-se uma insistência da entidade em agredir o obsediado ou interferir na sua mente, afetando a normalidade. Hoje essa ação é tão sutil e prolongada que o observador terá que ser bem experiente para detecta-las.

O responsável pelo atendimento na casa espírita precisará ter experiência suficiente para detectar a obsessão e providenciar seu tratamento com relativa segurança, e descobrir as causas que levara o paciente a cair sob o domínio do obsessor é de importância vital para os que lidam com o tratamento da obsessão. Sabemos através dos ensinamentos de Allan Kardec, que no fundo de todas as perturbações espirituais residem às fraquezas morais, as imperfeições da alma, que são as portas de entrada para a influência estranha.

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Allan Kardec nos ensina que as principais causas da obsessão são provenientes de quatro fontes distintas:

Causa moral.

Resgate do passado.

Contaminações.

Auto-obsessão.

Causa moral: Há duas situações que podem levar a pessoa ou grupo a ser vitimados pela obsessão de fundo moral: Em geral encontram-se pessoas de pouco adiantamento moral e com o psiquismo ainda dominado por pensamentos inferiores. A conduta dessas pessoas em torno de ações e pensamentos atraem espíritos imperfeitos que se afiniza com elas. No começo da relação verifica-se tão somente uma interferência em algumas atitudes do indivíduo, mais tarde, aparece num delicado mecanismo de influenciação, onde as vontades e os desejos são trocados entre perturbados e perturbadores. A seguir, a vontade dos obsediados vai aos poucos sendo substituída habilmente pela dos obsessores, instalando-se o fenômeno obsessivo. Este tipo de obsessão é comum e a maioria de seus portadores nem percebem que dividem sua vida mental, emocional e sentimental com uma entidade do mesmo nível ou pior. Nas empresas, nas organizações religiosas e políticas e principalmente nas federações e centros espíritas são infindas as oportunidades de realização destes nefastos projetos. Atitudes como formação de grupinhos que manipulam situações onde parece pairar no ar alguma coisa que veda a participação de pessoas esclarecidas e experientes, dificuldades de diálogo educativo com as pessoas de fora do grupo, senão os diálogos que os colocam numa posição de destaque e que enalteçam os seus interesses e alimenta sua vaidade, atitudes ocultas pelo ego, em que demonstram largos interesses pelas classes sociais e econômicas dos visitantes, dos trabalhadores da casa e principalmente dos pacientes, preferências por pacientes por motivos eróticos e outras coisas do gênero.

Nesse tipo de obsessão não há grandes chances de sucesso no tratamento. O que se pode conseguir é uma melhora relativa, pois não há como mudar bruscamente o nível evolutivo de uma pessoa, fazendo-a entender conceitos que sua frequência mental e maturidade espiritual que ainda não tem condições de compor.

Por esse motivo o tratamento deve ser acompanhado pela Triagem em períodos curtos (máximo 5 semanas de tratamento de desobsessão), para que o

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assistido retorne a uma avaliação e que, considero ser de extrema importância, o retorno com o mesmo entrevistador. Depois desta primeira avaliação, o assistido deve voltar periodicamente à Triagem com qualquer membro da equipe que esteja disponível.

O Dirigente dos trabalhos assim que percebe perturbação em qualquer membro do grupo, deve tomar as devidas providencias resguardando-os do ataque das regiões umbralinas, afastando-os dos setores e colocando-os onde o estrago é bem menor e providencia tratamento urgente. Quando isso não acontece, eles minam a resistência dos mais fracos e estabelece suas diretivas de distorções dos ensinamentos das luzes do evangelho, trabalhando para o mal dentro do bem. Vedam todas as possibilidades de o grupo receber ajuda de fora e cria rotas que levam a maioria em direção aos seus lacaios de outras casas também já comprometidas e se aproveitam dos valores morais da doutrina e promovem verdadeiros absurdos no panorama global do Espiritismo.

Resgate do passado: Os comprometimentos no passado através de ligações vibratórias encontram-se os pacientes que tiveram educação deficitária no lar, na religião ou na escola. A inferioridade do mundo terreno, seus costumes e sistemas educativos, estimulam no ser humano ou permitem o desenvolvimento das paixões e o afastam de Deus. Estruturas psicológicas mal coordenadas provocam nas pessoas condutas desregradas, levando-as a se sintonizarem com espíritos inferiores e pelo mesmo mecanismo citado acima, forma-se o processo obsessivo. Nesses casos, o tratamento será mais fácil, pois se trata de um problema que uma simples orientação bem conduzida pode resolver. Em outras situações a lei de ação e reação, ou causa e efeito, regula esses processos de ajustes entre as partes envolvidas, permitindo que as consequências deste plantio mal feito deem seus frutos com vistas ao aprendizado de todos. Seu comportamento e frequência moral atraem os desafetos desencarnados, que vendo consumida a fase da infância de seu inimigo muitas vezes por segurança escondida pelos técnicos do departamento de reencarnações, inicia sua influencia maléfica sobre ele. Com o passar do tempo instala-se a obsessão, apresentando maior ou menor gravidade, segundo as circunstâncias que cercam cada caso.

Contaminações: Allan kardec em a Gênese, fez um importante estudo sobre os fluidos espirituais. Examinando suas colocações, pode-se concluir que os ambientes materiais possuem uma espécie de atmosfera espiritual criada pelas pessoas que vivem interagindo e se relacionando. Entende-se daí, que, os prostíbulos, bares, lanchonetes, algumas Igrejas, alguns ambientes domésticos, os locais de trabalho e de diversões, ou qualquer ambiente em que as permissividades os constituam em verdadeiros núcleos de magnetismo espiritual inferior, criados

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pelos pensamentos dos que os frequentam. Aprendemos que nesses ambientes constituídos por pessoas mais ou menos imperfeitas, associam-se espíritos desencarnados com tendências afins. Nas investigações em torno da obsessão, verificou-se que frequentadores de ambientes espirituais onde predominam a presença de espíritos inferiores, como em alguns centros de Quimbanda, Candomblé, Umbanda e ironicamente espíritas, podem ficar contaminados com suas influências.

Tal domínio se forma em virtude da sintonia mental dos frequentadores com os espíritos que habitualmente vão ali. Denominou-se essas obsessões de contaminação. Os espíritos inferiores que militam nesses ambientes ajudam as pessoas interferindo em suas vidas, causando-lhes contrariedades ou efeitos materiais que iludem os que não possuem conhecimento das verdades ensinadas pelo Consolador. Quando o compromissado frequentador se afasta desses lugares, a influência dos maus espíritos nem sempre cessa, salvo quando os levam inconscientemente para realizarem trabalhos que atendam interesses de organizações espirituais inferiores e então os fazem pensar que se libertaram, mas continuam com suas influências. Outros, ao notarem que estão perdendo suas vítimas, podem instalar a desarmonia emocional e mesmo material na vida dos envolvidos. As obsessões causadas por contaminações são mais frequentes do que se imaginam. As contaminações também podem ocorrer através das atividades de centros espíritas mal orientados. Quando pessoas novatas, sem estudo ou preparo, são colocadas em setores críticos como passes, palestras, triagem, finanças ou em reuniões mediúnicas para exercerem suas faculdades, é muito comum caírem sob o domínio de espíritos obsessores. Tal é o domínio mental que deixa as pessoas cegas do raciocino, terminando como vítimas da fascinação obsessiva. Muitos grupos espíritas dominados por entidades ignorantes e malévolas são verdadeiros focos de contaminações espirituais, que prejudicam os que ali vão buscar ajuda e orientações para suas vidas. Trabalham como linha de montagem sem o mínimo comprometimento com a doutrina. Notando se um ligeiro afastamento dos pacientes, que não se sentindo bem, são levados pelos seus protetores a outras instituições.

Na auto-obsessão: Vemos neste caso, que a mente da pessoa enferma encontra-se numa condição doentia semelhante às neuroses. Uma situação onde ela atormenta a si mesmo com pensamentos dos quais não consegue se livrar. Há casos mais graves em que o paciente não aceita que seu mal resida nele mesmo. As causas deste tipo de obsessão residem nos problemas anímicos do paciente, ou seja, nos seus dramas pessoais, dessa ou de outras encarnações. São traumas, remorsos, culpas e situações provindas da intimidade do ser, lhes prejudicando a normalidade psicológica. Quando se examinam esses casos mediunicamente, pode-se encontrar

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espíritos atrasados ou sofredores associados à vida mental dos doentes, mas as comunicações indicam que eles estão ali por causa da sintonia mental com o obsediado, não que querem agravar seu mal, pois não são os causadores dele. A causa central desse tipo de obsessão reside no paciente, que se auto-atormenta, numa espécie de punição a si mesmo. A mente de um auto-obsediado é fechada em si mesma e é preciso abri-la para a vida exterior se quisermos ajudá-lo. A psicoterapia convencional pode e deve ser utilizada no tratamento da auto-obsessão. Juntando-se a ela a terapia espírita fundamentada no evangelho e no ascendente moral dos membros do grupo. O tratamento abrirá a prisão psíquica em que o indivíduo vive, libertando-o da sua própria escravidão mental. Importante lembrar que esse tipo de obsessão tem muitas variantes, o que dificulta o seu perfeito diagnóstico por pessoas não bem esclarecidas na Doutrina e nem com abalizada experiência. Esse tipo de obsessão possui causas e consequências, sinais diversificados que requerem análise detalhada de todas as suas nuances.

Na patologia obsessiva é muito comum se encontrar casos de obsessão que envolva a responsabilidade familiar nas causas da enfermidade. A maioria das famílias são formadas por Espíritos que viveram juntos em encarnações passadas e cometeram delitos graves contra alguém que mais tarde, por guardar ódio no coração, tornou-se um obsessor. Quando nas investigações em torno da obsessão se suspeitar desse envolvimento, convém que a família do perturbado seja convidada a frequentar a casa Espírita pelo menos durante o período de tratamento. Isso poderá facilitar e apressar a obtenção de resultados satisfatórios. Durante esse período de estadia da família nas sessões públicas, a Espiritualidade terá condições de inspirar bons pensamentos e resoluções junto aos seus membros, ajudando-os a encontrar novos caminhos para suas vidas. Mesmo sem ter esse tipo de envolvimento, é muito importante que a família do assistido seja conscientizada de sua participação a fim de dar o apoio necessário ao doente, ajudando sobremaneira na recuperação deste, sabendo agir com equilíbrio.

Os tratamentos “SAMARITANOS” são indicados para esta patologia obsessiva, porque mesmo que a família por vários motivos não queira vir a Casa para tratamento, possa recebê-lo através deste trabalho.

A desobsessão não exige do enfermo que atinja o grau de santidade para que seja liberto do seu obsessor, às vezes basta que ele mude algumas atitudes perante a vida ou sua maneira de ver certas coisas para que a libertação aconteça com a mudança de frequência. A experiência nos tem mostrado casos em que a cura é demorada e outros onde não se conseguem resultados satisfatórios tão cedo. Mas a maioria das enfermidades obsessivas pode ser aliviada em pouco tempo de tratamento. No passado, alguns estudiosos do Espiritismo afirmaram não existirem

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técnicas para se tratar da obsessão e chegaram a depositar nas mãos dos enfermos e dos Espíritos ou do tempo, a solução de casos, que se classificavam desde os mais comuns, até os mais graves. Na patologia obsessiva como vemos as coisas não é tão simples assim. Em todos nós existem fatores predisponentes e as providências precisam ser observadas nesse procedimento terapêutico, para que se consiga libertar definitivamente uma pessoa obsedada do seu obsessor.

A desobsessão envolve uma série de condutas tendo em vista livrar o obsediado de sua prisão mental. A técnica básica do tratamento da obsessão fundamenta-se na doutrinação dos espíritos envolvidos, encarnados e desencarnados. Doutrinar significa instruir e é isso que precisa fazer com o paciente, com sua família, e com os espíritos que lhe atormentam. Allan Kardec afirma que a pessoa obsediada precisa trabalhar para seu melhoramento moral, e diz textualmente, que a cura de todos os casos de obsessão tem solução através desse esforço de ambos. Portanto, a equipe de desobsessão deverá ajudá-lo nesse procedimento de auto-melhoramento.

A equipe de “TDM” – Tratamento da Depressão pelo Magnetismo vem ao encontro dessas necessidades, envolvendo os assistidos em um ambiente acolhedor, tecnicamente apropriado para este tratamento.

Importante salientar que as reuniões de palestras públicas são as que se reveste de maior gravidade, justamente porque se encarrega de despertar um novo cristão, sábio, bom e justo. Nas casas onde se levam as obsessões a sério, o nível das palestras é item que passa por constante avaliação. Em todos os casos de obsessão inclusive os mais graves, serão fundamentais que o paciente tenha instrução semanal na sala de entrevistas. A doutrinação direta é a situação em que a pessoa enferma está sem condições de agir por sua vontade ou tomar decisões a respeito de sua conduta. Em todos os casos de obsessão faz-se também necessário, e acima de tudo, agir sobre o obsessor, para o qual na vida, o médium deve dar exemplos para ter autoridade, sendo que essa autoridade só é dada pela superioridade moral. A autoridade, que é fruto das marcas do Cristo Jesus. Quanto maior forem estas, tanto maior será a autoridade.

Allan Kardec ordenou o fenômeno obsessivo segundo certas características e graus de intensidade que lhe é próprio e que facilitam entender a gravidade de cada caso. Ele classificou a obsessão em três categorias distintas, segundo seu grau de periculosidade e de manifestação.

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Obsessão simples.

Fascinação.

Subjugação.

Na obsessão simples, ocorre um grau de constrangimento que se limita a perturbar a vontade, emoção e psiquismo da pessoa obsediada. O Espírito inferior incomoda o indivíduo, mas não domina em profundidade seu psiquismo. Alguém que tenha o sono perturbado por pesadelos, pode estar sendo vítima de uma obsessão simples. No entanto, se os efeitos provocados por esses sonhos ruins permanecem significativamente parte do dia incomodando o enfermo, o caso pode ser classificado como uma subjugação moral. Pacientes portadores de depressões de caráter leve a mediana, podem ser vítimas de obsessões simples. Porém, se a situação psicológica degenerar na predominância de maus pensamentos no trânsito mental, a situação também pode ser colocada na classe de subjugação moral. Pequenos tiques e manias, também podem ser classificados como obsessão simples. Caso esses cacoetes se tornem constantes, o fenômeno obsessivo poderá ser classificado como subjugação física. Em resumo, a obsessão simples é, como o próprio nome o diz, uma interferência espiritual não grave. Mas, é importante citar que algumas obsessões simples, se não forem cuidadas adequadamente, poderão se degenerar em formas mais graves, tais como a subjugação e a fascinação. Portanto, todos os casos de obsessão merecem a maior atenção. A fascinação é o processo de obsessão mais grave. Allan Kardec ainda é quem assim se refere, falando dessa situação obsessiva. A tarefa do setor de desobsessão se torna mais fácil, quando o obsedado, compreendendo a sua situação, oferece o concurso da sua vontade e das suas preces.

Dá-se o contrário quando, o seduzido pelo espírito fascinador, se mantém iludido quanto a qualidades das entidades que o domina, e ele mesmo repele qualquer assistência, pois casos de fascinação, sempre são infinitamente mais rebeldes do que a mais violenta subjugação. Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar da ação contra o obsessor. Allan Kardec no Evangelho segundo o espiritismo, nos diz que na fascinação, existe um mecanismo de profunda ilusão instalada na mente enferma do paciente. Ele afeta as faculdades intelectuais, distorcendo o raciocínio, a capacidade de julgamento e a razão da vítima, e se vale da sua própria ignorância e dificuldade de compreender um estado de espírito moralmente sadio.

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Nisso o obsessor o engana explorando suas fraquezas morais, iludindo-o com uma falsa realidade. Um fascinado raramente admite que está obsedado. O defeito moral que canaliza a fascinação é o estímulo para o orgulho e a vaidade. Bons valores mediúnicos já se perderam por causa da supervalorização que algumas pessoas deram ao seu amor próprio. Os espíritos fascinadores são atores hipócritas, ardilosos, sorrateiros, irascíveis e não possuem qualquer receio de se enfeitar com padrões vibratórios e fluidos conhecidos pelos médiuns ou se identificar com nomes honrados, e assim, levarem suas vítimas a tomarem atitudes ridículas perante a espiritualidade superior. A fascinação é mais comum do que se pensa. Atualmente, em grande escala atinge o movimento Espírita como uma doença moral, e isso é muito sério, eles buscam os setores centrais e mais importantes como postos chaves nas federações e centros espíritas, e ardilosamente se implantam sutilmente nas mentes invigilantes, querem um exemplo dessa mórbida influencia: Tentem desalojar alguns desses postos. Outros são responsáveis pela edição de um bom número de livros antidoutrinários e comprometedores existentes no mercado da literatura espírita. Essas obras são escritas por médiuns e escritores vaidosos, que sob o império da fascinação, não se dão conta do ridículo a que se submetem. Também é a fascinação a responsável por inúmeras condutas esdrúxulas observadas em centros espíritas, tais como, a entoação de cânticos rotineiros, utilização de roupas e paramentos nas sessões, palmas fluídicas e aquela mórbida transformação da sala de trabalhos em tribuna versando anedotário inútil, desrespeitando a função de pronto-socorro espiritual.

Esquecendo eles que o humor sadio é sempre bem vindo nas casas espíritas, pois as vibrações do sorriso quando nascem do coração também são remédios para muitos irmãos. Os intelectuais, embora instruídos, não estão livres da fascinação. Alguns desses indivíduos, por confiarem excessivamente no seu pretenso saber, tornam-se instrumentos de espíritos fascinadores e passam a divulgar no movimento Espírita conceitos antidoutrinários nocivos à fé espírita. Allan Kardec alerta para outro grave perigo o da fascinação de grupos espíritas inteiros. Afoitos e inexperientes podem cair vítimas de espíritos fascinadores que se comprazem em exercer seu domínio sobre todos aqueles que lhes dão ouvidos, manifestando-se algumas vezes como guias e outros. A fascinação também pode cair sobre grupos experientes que se julguem maduros o suficiente para ficarem livres de sua danosa influência. O orgulho, os sentimentos de superioridade são a porta larga para a entrada dos espíritos fascinadores. Portanto, deve-se tomar todo o cuidado quando na direção de centros Espíritas e das sessões de atividades mediúnicas. Os dirigentes são alvos preferidos dos espíritos hipócritas que, dominando-os, podem mais facilmente dominar o grupo. A subjugação é um tipo de obsessão que apresenta um elevado grau de domínio moral do paciente. Quando a subjugação é moral, diferencia-se da fascinação, porque o paciente sabe que está obsediado.

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Na fascinação, as vitimas discutem e tomam atitudes muitas vezes irascíveis e não percebem. É fácil identifica-los, confundem a dura frieza espiritual com autodisciplina, e desequilibra-se com muita facilidade na defesa de seus pontos de vistas. Adquire posturas superiores e não aceitam o dialogo sobre estudos espirituais com pessoas que julguem inferiores e se acontecem é sempre poucas palavras, pois o obsessor não o deixa por muito tempo perto de pessoas que podem esclarecê-lo. No fascínio que subjuga ocorre um intenso domínio do espírito obsessor no plano fluídico, que em alguns momentos, chega a quase completa incorporação, levando a pessoa a agir acreditando que está defendendo os ideais da casa e da doutrina, não percebem o ridículo a que se expõe.

É importante citar que se estas pessoas não forem cuidadas adequadamente, poderão se degenerar em formas mais graves, tais como a imantação ao corpo espiritual da vitima, provocando-lhe crises de ordem moral, com consequentes reflexos no corpo físico. André Luiz deixa isso bem claro em algumas de suas obras e fala das crises provocadas por esta categoria de obsessão e são por demais

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perigosas. Há alguns anos o desenvolvimento do processo de subjugação, se iniciava primeiro no plano moral, depois de encontrada a sintonia adequada, ele evoluía para a homogeneização fluídica que mais tarde, o levaria ao domínio no períspirito e dos centros de força do doente. Em seguida, começavam a aparecer às crises que afetam o corpo físico, como intolerância nervosa, trejeitos, agressões e mais tarde quedas semelhantes a convulsões.

Hoje recentes pesquisas, mostram uma variante nos métodos das organizações das trevas. A habilidade de muitos grupos de psicólogos do mundo astral inferior, treinados objetivando lograr êxito onde outras organizações falharam, tentam novo modelo de trabalho, encontrando nas lides espíritas, um numero quase infinito de brechas morais e um campo imenso propenso à fascinação. Aprenderam que não podem mais agir de forma ostensiva, então começaram a promover as obsessões lites. Nesse novo modelo, estão comprovadamente tendo mais sucesso. A formula sutil de minar a resistência moral foi deflagrada. As suas ambições voltaram se para um campo maior, em vez de um indivíduo, as pretensões agora são os grupos, em particular os que estão de alguma forma voltado às obrigações sociais, mas é no panorama espírita que vem engrossando sua fileira de incautos, devido ao descaso aos altos compromissos da criatura com o evangelho. E agindo de dentro para fora nas instituições, deixa bem claro seu sarcasmo contra o divino Cordeiro de Luz, e podem ter certeza, teremos

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que vigiar bem nossa casa mental, os ocorridos no subdistrito morzine na França estão hoje em larga escala cada dia mais evidentes.

"Assim, quando conseguimos transmutar-nos em amor, ante os companheiros que sofrem estamo-nos colocando no sentido e na direção que segue todo o Universo e se me fosse pedido o segredo da doutrinação, diria apenas uma palavra: AMOR!". Hermínio C.Miranda

Roteiro da Desobsessão

Para aqueles que querem praticar a auto-desobsessão, Herculano Pires oferece o roteiro seguro norteando os passos para a nossa busca de uma melhora interior. Veja aqui!

Roteiro da Desobsessão

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1. Ao acordar, diga a si mesmo: Deus me concede mais um dia de experiências e aprendizado. É fazendo que se aprende. Vou aproveitá-lo. Deus me ajuda. (Repita isso várias vezes, procurando manter essas palavras na memória. Repita-as durante o dia). 2. Compreenda que a obsessão é um estado de sintonia da sua mente com mentes desequilibradas. Corte essa sintonia ligando-se a pensamentos bons e alegres. Repila as ideias más. Compreenda que você nasceu para ser bom e normal. As más ideias e os maus pendores existem para você vencê-los, nunca para se entregar. 3. Mude sua maneira de encarar os semelhantes. Na essência, somos todos iguais. Se ele está irritado, não entre na irritação dele. Ajude-o a se reequilibrar, tratando-o com bondade. A irritação é sintonia de obsessão. Não se deixe envolver pela obsessão do outro. Não o considere agressivo. Certamente ele está sendo agredido e reage erradamente contra os outros. Ajude-o que será também ajudado. 4. Vigie os seus sentimentos, pensamentos, palavras e ações nas relações com os outros. O que damos, recebemos de volta. 5. Não se considere vítima. Você pode estar sendo algoz sem perceber. Pense nisso constantemente, para melhorar as relações com os outros. Viver é permutar. Examine o que você troca com os outros. 6. Ao sentir-se abatido, não entre na fossa. É difícil sair dela. Lembre-se de que você está vivo, forte, com saúde e dê graças a Deus por isso. Seus males são passageiros, mas se você os alimentar eles durarão.

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É você que sustenta os seus males. Cuidado com isso. 7. Frequente a instituição espírita com que se sintonize. Não fique pulando de uma para outra. Quem não tem constância nada consegue. 8. Se você ouve vozes, não lhes dê atenção. Responda simplesmente: Não tenho tempo a perder. Tratem de se melhorar enquanto é tempo. Vocês estão a caminho do abismo. Cuidem-se. E peça aos Espíritos Bons, em pensamento, por esses obsessores. 9. Se você sente toques de dedos ou descargas elétricas, repila esses espíritos brincalhões da mesma maneira e ore mentalmente por eles. Não lhes dê atenção nem se assuste com esses efeitos físicos. Leia diariamente, de manhã ou à noite, ao deitar-se, um trecho de O Evangelho Segundo o Espiritismo e medite sobre o que leu. Abra o livro ao acaso e não pense que a lição é só para você. Geralmente é só para os obsessores, mas você também deve aproveitá-la. No caso de visões a técnica é a mesma. Nunca se amedronte. É isso que eles querem, pois com isso se divertem. Esses pobres espíritos nada pode fazer, além disso, a menos que você queira brincar com eles, o que lhe custará seu aumento da obsessão. Corte as ligações que eles querem estabelecer com você, usando o poder da sua vontade. Se fingirem ser um seu parente ou amigo falecido, não se deixe levar por isso. Os amigos e parentes se comunicam em sessões regulares, não querem perturbar. 10. Não se deixe atrair por macumbas e as diversas formas de mistura de religiões africanas com as nossas crendices nacionais. Não pense que alguém lhe pode tirar a obsessão com as mãos. Os passes têm por finalidade a transmissão de fluidos, de energias vitais e espirituais para fortificar a sua resistência. Não confie em passes de gesticulação excessiva e outras fantasias. O passe é simplesmente a imposição das mãos, ensinada por Jesus e praticada por Ele. É uma doação humilde e não uma encenação dança ou ginástica. Não carregue amuletos nem patuás ou colares milagrosos.

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Tudo isso não passa de superstições provindas de religiões das selvas. Você não é selvagem, é uma criatura civilizada capaz de raciocinar e só admitir a fé racional. Estude o Espiritismo e não se deixe levar por tolices. Dedique-se ao estudo, mas não queira saltar de aprendiz a mestre, pois o mestrado em espiritismo só se realiza no plano espiritual. Na Terra somos todos aprendizes, com maior ou menor grau de conhecimento e experiência. Fonte: José Herculano Pires

* * * * * * * *

Alberto Cabelleira Filho - Instrumento na mão da espiritualidade levando o

Evangelho de Jesus aos homens de vontade, modificando o homem velho em o

homem novo.

Blog: http://albertocabelleira.wordpress.com/

"Você não pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas você pode começar agora

e fazer um novo fim. "

BIBLIOGRAFIA

http://ideiasdacaca.blogspot.com.br/2012_09_02_archive.html

Daniela Souto: http://vozesdalem.blogspot.com.br/2012/06/obsessao-e-desobsessao-como-atuam-os.html Do livro “Desobsessão”- André Luiz – Psicografia de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira. Obras de Allan Kardec – Emmanuel - Pesquisas no Google

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DESOBSESSÃO

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E WALDO VIEIRA

DITADO PELO ESPÍRITO ANDRÉ LLUIZ

(15)

Série André Luiz

1 - Nosso Lar

2 - Os Mensageiros

3 - Missionários da Luz

4 - Obreiros da Vida Eterna

5 - No Mundo Maior

6 - Agenda Cristã

7 - Libertação

8 - Entre a Terra e o Céu

9 - Nos Domínios da Mediunidade

10 - Ação e Reação

11 - Evolução em Dois Mundos

12 - Mecanismos da Mediunidade

13 - Conduta Espírita

14 - Sexo e Destino

15 - Desobsessão

16 - E a Vida Continua...

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ÍNDICE

UM LIVRO DIFERENTE

DESOBSESSÃO

CAPITULO 1 = PREPARO PARA A REUNIÃO: DESPERTAR

CAPITULO 2 = PREPARO PARA A REUNIÃO: ALIMENTAÇÃO

CAPITULO 3 = PREPARO PARA A REUNIÃO: REPOUSO FÍSICO E MENTAL

CAPITULO 4 = PREPARO PARA A REUNIÃO: PRECE E MEDITAÇÃO

CAPITULO 5 = SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: CHUVA

CAPITULO 6 = SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: VISITAS

CAPITULO 7 = SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: CONTRATEMPOS

CAPITULO 8 = IMPEDIMENTO NATURAL

CAPITULO 9 = TEMPLO ESPÍRITA

CAPITULO 10 = RECINTO DAS REUNIÕES

CAPITULO 11 = CHEGADA DOS COMPANHEIROS

CAPITULO 12 = CONVERSAÇÃO ANTERIOR Á REUNIÃO

CAPITULO 13 = DIRIGENTE

CAPITULO 14 = PONTUALIDADE

CAPITULO 15 = MOBILIÁRIO PARA OS TRABALHOS

CAPITULO 16 = CADEIRAS

CAPITULO 17 = ILUMINAÇÃO

CAPITULO 18 = ISOLAMENTO HOSPITALAR

CAPITULO 19 = APARELHOS ELÉTRICOS

CAPITULO 20 = COMPONENTES DA REUNIÃO

CAPITULO 21 = VISITANTES

CAPITULO 22 = AUSÊNCIA JUSTIFICADA

CAPITULO 23 = CHEGADA INESPERADA DE DOENTE

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CAPITULO 24 = MÉDIUNS ESCLARECEDORES

CAPITULO 25 = EQUIPE MEDIÚNICA: PSICOFÔNICOS

CAPITULO 26 = EQUIPE MEDIÚNICA: PASSISTAS

CAPITULO 27 = LIVROS PARA LEITURA

CAPITULO 28 = LEITURA PREPARATÓRIA

CAPITULO 29 = PRECE INICIAL

CAPITULO 30 = MANIFESTAÇÃO INICIAL DO MENTOR

CAPITULO 31 = CONSULTAS AO MENTOR

CAPITULO 32 = MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (1)

CAPITULO 33 = MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (2)

CAPITULO 34 = MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (3)

CAPITULO 35 = MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (4)

CAPITULO 36 = MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (5)

CAPITULO 37 = ESCLARECIMENTO

CAPITULO 38 = COOPERAÇÃO MENTAL

CAPITULO 39 = MANIFESTAÇÕES SIMULTÂNEAS (1)

CAPITULO 40 = MANIFESTAÇÕES SIMULTÂNEAS (2)

CAPITULO 41 = INTERFERÊNCIA DO BENFEITOR

CAPITULO 42 = ATITUDE DOS MÉDIUNS (1)

CAPITULO 43 = ATITUDE DOS MÉDIUNS (2)

CAPITULO 44 = MAL-ESTAR IMPREVISTO DO MÉDIUM

CAPITULO 45 = EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (1)

CAPITULO 46 = EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (2)

CAPITULO 47 = EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (3)

CAPITULO 48 = EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (4)

CAPITULO 49 = EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (5)

CAPITULO 50 = INTERFERÊNCIA DE ENFERMO ESPIRITUAL

CAPITULO 51 = RADIAÇÕES

CAPITULO 52 = PASSES

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CAPITULO 53 = IMPREVISTOS

CAPITULO 54 = MANIFESTAÇÃO FINAL DO MENTOR

CAPITULO 55 = GRAVAÇÃO DA MENSAGEM

CAPITULO 56 = PRECE FINAL

CAPITULO 57 = ENCERRAMENTO

CAPITULO 58 = CONVERSAÇÃO POSTERIOR Á REUNIÃO

CAPITULO 59 = REOUVINDO A MENSAGEM

CAPITULO 60 = ESTUDO CONSTRUTIVO DAS PASSIVIDADES

CAPITULO 61 = SAÍDA DOS COMPANHEIROS

CAPITULO 62 = COMENTÁRIOS DOMÉSTICOS

CAPITULO 63 = ASSIDUIDADE

CAPITULO 64 = BENEFÍCIOS DA DESOBSESSÃO

CAPITULO 65 = REUNIÓES DE MÉDIUNS ESCLARECEDORES

CAPITULO 66 = REUNIÕES DE ESTUDOS MEDIÚNICOS

CAPITULO 67 = REUNIÕES MEDIÚNICAS ESPECIAIS

CAPITULO 68 = VISITA A ENFERMO

CAPITULO 69 = VISITA A HOSPITAL

CAPITULO 70 = CULTO DO EVANGELHO NO LAR

CAPITULO 71 = CULTO DA ASSISTÊNCIA

CAPITULO 72 = ESTUDOS EXTRAS

CAPITULO 73 = FORMAÇÃO DE OUTRAS EQUIPES

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UM LIVRO DIFERENTE

“E perguntou-lhe Jesus, dizendo: “Qual é o teu nome?” E ele disse: “Legião”, porque tinham entrado nele muitos demônios.” — LUCAS, versículo 8, capítulo 30.

Atendendo ao trabalho da desobsessão nos arredores de Gádara, vemos Jesus a conversar

fraternalmente com o obsesso que lhe era apresentado, ao mesmo tempo que se fazia ouvido

pelos desencarnados infelizes.

Importante verificar que ante a interrogativa do Mestre, a perguntar-lhe o nome, o médium,

consciente da pressão que sofria por parte das Inteligências conturbadas e errantes, informa

chamar-se “Legião”, e o evangelista acrescenta que o obsidiado assim procedia “porque tinham

entrado nele muitos demónios”.

Sabemos hoje com Allan Kardec, conforme palavras textuais do Codificador da Doutrina

Espírita, no item 6 do capítulo 12º, “Amai os vossos inimigos”, de “O Evangelho segundo o

Espiritismo”, que “esses demônios mais não são do que as almas dos homens perversos, que

ainda se não despojaram dos instintos materiais”.

No episódio, observamos o Cristo entendendo-se, de maneira simultânea, com o médium e com as entidades comunicantes, na benemérita empresa do esclarecimento coletivo, ensinando-nos que a desobsessão não é caça a fenômeno e sim trabalho paciente do amor conjugado ao conhecimento e do raciocínio associado à fé.

Seja no caso de mera influencia ção ou nas ocorrências da possessão profunda, a mente

medianímica permanece jugulada por pensamentos estranhos a ela mesma, em processos de

hipnose de que apenas gradatizamente se livrará. Daí ressalta o imperativo de se vulgarizar a

assistência sistemática aos desencarnados prisioneiros da insatisfação ou da angústia, por

intermédio das equipes de companheiros consagrados aos serviços dessa ordem que, aliás,

demandam paciência e com preensão análogas às que caracterizam os enfermeiros dedicados ao

socorro dos irmãos segregados nos meandros da psicose, portas a dentro dos estabelecimentos

de cura mental.

Sentindo de perto semelhante necessidade, o nosso amigo André Luiz organizou este livro

diferente de quantos lhe constituem a coleção de estudioso dos temas da alma, no intuito de

arregimentar novos grupos de seareiros do bem que se pro ponham reajustar os que se vêem

arredados da realidade fora do campo físico. Nada mais oportuno e mais justo, de vez que, se a

ignorância reclama o devotamento de professores na escola e a psico patologia espera pela

abnegação dos médicos que usam a palavra equilibrante nos gabinetes de análise psicológica, a

alienação mental dos Espíritos desencarnados

exige o concurso fraterno de corações amigos, com bastante entendimento e bastante amor para

auxiliar nos templos espíritas, atualmente dedicados à recuperação do Cristianismo, em sua

feição clara e simples.

Salientando, pois, neste volume, precioso esforço de síntese no alívio aos obsessos, através

dos colaboradores de todas as condições, rogamos ao Senhor nos sustente a todos — tarefeiros

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encarnados e desencarnados — na obra a realizar, porqüanto obsidiados e obsessores, cons-

ciente ou inconscientemente arrojados à desorientação, no mundo ou além do mundo, são irmãos

que nos pedem arrimo, companheiros que nos integram a família terrestre, e o amparo à família

não é ministério que devamos relegar para a esfera dos anjos e sim obrigação intransferível que

nos compete abraçar por serviço nosso.

EMMANUEL

Uberaba, 2 de janeiro de 1964

(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier.)

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DESOBSESSÃO

Terapêuticas diversas merecem estudos para a supressão dos males que flagelam a

Humanidade. Antibióticos atacam processos de infecção, institutos especializados examinam a.

patologia do câncer, a cirurgia atinge o coração para sanar o defeito cardíaco e a vacina constitui

defesa para milhões. Ao lado, porém, das enfermidades que supliciam o corpo, encontramos, aqui

e além, as calamidades da obsessão que desequilibram a mente.

Para lá das teias fisiológicas que entretecem o carro orgânico de que se vale o Espírito para

o estágio educativo no mundo, é possível identificar os quadros obscuros de semelhantes

desastres, nos quais as forças magnéticas desajustadas pelo pensamento em desgoverno assi-

milam forças magnéticas do mesmo teor, estabelecendo a alienação mental, que vai do tique à

loucura, escalando por fobias e moléstias-fantasmas. Vemo-los instalados em todas as classes,

desde aquelas em que se situam as pessoas providas de elevados recursos da inteligência

àquelas outras onde respiram companheiros carecentes das primeiras noções do alfabeto,

desbordando, muita vez, na tragédia passional que ocupa a atenção da imprensa ou na insânia

conduzida ao hospício. Isso tudo, sem relacionarmos os problemas da depressão, os desvarios

sexuais, as sindromes de angústias e as desarmonias domésticas.

Espíritos desencarnados e encarnados de condição enfermiça sintonizam-se uns com os

outros, criando prejuízos e perturbações naqueles que lhes sofrem a influência vampirizadora,

lembrando vegetais nobres que parasitos arrasam, depois de solapar-lhes todas as resistências.

Refletindo nisso e diligenciando cooperar na medicação a esses males de sintomatologia

imprecisa, imaginamos a organização deste livro (1), dedicado a todos os companheiros que se

interessam pelo socorro aos obsidiados — livro que se caracteriza por absoluta simplicidade na

exposição dos assuntos indispensáveis à constituição e sustentação dos grupos espíritas

devotados à obra libertadora e curativa da desobsessão. Livro que possa servir aos recintos

consagrados a esse mister, estejam eles nos derradeiros recantos das zonas rurais ou nos

edifícios das grandes cidades, cartilha de trabalho em que as imagens (2) auxiliem o

entendimento da explicação escrita, a fim de que os obreiros da Doutrina

(1) O Espírito André Luiz convidou os médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier a psicografarem com ele o presente volume, responsabilizando-se ambos pelos capítulos de números ímpares e pares, respectivamente. (2) As fotografias que ilustram este volume representam gentileza dos companheiros de

ideal e pertencem aos arquivos da Exposição Espírita Permanente da CENTRO ESPÍRITA

C., de Uberaba, Minas.

Espírita atendam à desobsessão, consoante os princípios concatenados por Allan Kardec.

Nenhuma instituição de Espiritismo pode, a rigor, desinteressar-se desse trabalho

imprescindível à higiene, harmonia, amparo ou restauração da mente humana, traçando

esclarecimento justo, seja aos desencarnados sofredores, seja aos encarnados desprovidos de

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educação íntima que lhes sofram a atuação deprimente, conquanto, às vezes, involuntária.

Cada templo espírita deve e precisa possuir a sua equipe de servidores da desobsessão,

quando não seja destinada a socorrer as vítimas da desorientação espiritual que lhe rondam as

portas, para defesa e conservação de si mesma.

Oferecemos, desse modo, estas páginas despretensiosas aos que sintam suficiente amor

pelos que jazem transviados nas trevas das ilusões e paixões em que se consomem, circunscritos

aos marcos estreitos da ignorância, na Terra e além da Terra, nos tormentos e desvarios do “eu”.

E entregando-as aos amigos que nos possam acolher o desejo de acertar e avaliar conosco a ex-

tensão e a gravidade do problema, recordemos, reconhecidamente, junto de todos eles, que o

Espiritismo é o Cristianismo Restaurado e que o pioneiro número um da desobsessão,

esclarecendo Espíritos infelizes e curando obsidiados de todas as condições, foi exatamente

Jesus.

ANDRE LUIZ

Uberaba, 2 de janeiro de 1964

(Página recebida pelo médium Waldo Vieira.)

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PREPARO PARA A REUNIÃO: DESPERTAR

No dia marcado para as tarefas de desobsessão, os integrantes da equipe precisam, a ri-

gor, cultivar atitude mental digna, desde cedo.

Ao despertar pela manhã, o dirigente, os assessores da orientação, os médiuns incorpora-

dores, os companheiros da sustentação ou mesmo aqueles que serão visitas ocasionais no grupo,

devem elevar o nível do pensamento, seja orando ou acolhendo idéias de natureza superior.

Intenções e palavras puras, atitudes e ações limpas.

Evitar deliberadamente rusgas e discussões, sustentando paciência e serenidade, acima de

quaisquer transtornos que sobrevenham durante o dia.

Trata-se de preparação adequada a assunto grave: a assistência a desencarnados menos

felizes, com a supervisão de instrutores da Vida Espiritual.

Imaginem-se os companheiros no lugar dos Espíritos necessitados de socorro e compreen-

derão a responsabilidade que assumem.

Cada componente do conjunto é peça importante no mecanismo do serviço. Todo o grupo é

instrumentação.

2

PREPARO PARA A REUNIÃO: ALIMENTAÇÃO

A alimentação, durante as horas que precedem o serviço de intercâmbio espiritual, será

leve.

Nada de empanturrar-se o companheiro com viandas desnecessárias.

Estômago cheio, cérebro inábil.

A digestão laboriosa consome grande parcela de energia, impedindo a função mais clara e

mais ampla do pensamento, que exige segurança e leveza para exprimir-se nas atividades da

desobsessão.

Aconselháveis os pratos ligeiros e as quantidades mínimas, crendo-nos dispensados de

qualquer anotação em torno da impropriedade do álcool, acrescendo observar que os amigos

ainda necessitados do uso do fumo e da carne, do café e dos temperos excitantes, estão

convidados a lhes reduzirem o uso, durante o dia determinado para a reunião, quando não lhes

seja possível a abstenção total, compreendendo-se que a posição ideal será sempre a do

participante dos trabalhos que transpõe a porta do templo sem quaisquer problemas alusivos à

digestão.

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PREPARO PARA A REUNIÃO: REPOUSO FÍSICO E MENTAL

Após o trabalho, seja ele profissional ou doméstico, braçal ou mental, faça o seareiro da de-

sobsessão o horário possível de refazimento do corpo e da alma.

Repouso externo e interno.

Relaxe, com ideações edificantes.

Abstenção de pensamentos impróprios.

Aspirações para cima.

Distância de preocupações inferiores.

Preparação íntima, podendo incluir leitura moralizadora e salutar.

Formação de ambiente particular respeitável, de cujos agentes espirituais, enobrecidos e

puros, se valham os instrutores para a composição dos recursos de alívio e esclarecimento aos

irmãos que, desenfaixados da veste física, ainda sofrem.

Os responsáveis pelas tarefas da desobsessão devem compreender que as comunicações

reclamam espontaneidade e que o preparo a que nos referimos é de ordem geral, sem a fixação

da mente em exigências ou gratificações de sentimento pessoal.

4

PREPARO PARA A REUNIÃO: PRECE E MEDITAÇÃO

Pelo menos durante alguns minutos, horas antes dos trabalhos, seja qual for a posição que

ocupe no conjunto, dedique-se o companheiro de serviço à prece e à meditação em seu próprio

lar.

Ligue as tomadas do pensamento para o Alto.

Retire-se, em espírito, das vulgaridades do terra-a-terra, e ore, buscando a inspiração da

Vida Maior.

Reflita que, em breve tempo, estará em contacto, embora ligeiro, com os irmãos

domiciliados no Mundo Espiritual, para onde irá igualmente, um dia, e antecipe o cultivo da

simpatia e do respeito, da compaixão produtiva e da bondade operosa para com todos aqueles

que perderam o corpo físico sem a desejada maturação espiritual.

Dessa forma, estará caminhando para a colaboração digna com os benfeitores

desencarnados que são os legítimos ministradores do bem.

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5

SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: CHUVA

Hora de sair para a reunião.

Necessário vencer os percalços que o tempo é capaz de oferecer.

Não raro, é a promessa de aguaceiro iminente ou a ventania forte, comparecendo por em-

pecilhos habituais.

Chuva ou frio...

O integrante da equipe não se prenderá em casa por semelhantes obstáculos.

Conservará, sempre à mão, o agasalho preciso e enfrentará quaisquer desafios naturais,

consciente das obrigações que lhe competem.

6

SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: VISITAS

Na lista dos impedimentos naturais, um existe dos mais freqüentes: a visita inesperada.

Compreende-se o constrangimento dos companheiros já prestes a sair de casa para o

serviço espiritual.

Em alguns casos, é um parente necessitando de palavras amigas; de outros, um

companheiro reclamando atenção.

Que isso não seja tomado à conta de óbice insuperável.

O tarefeiro da desobsessão esclarecerá o assunto delicadamente, empregando franqueza e humildade, sem esconder o móvel da ausência a que se vê compelido, cumprindo, assim, não apenas o dever que lhe assiste, como também despertando simpatia nos circunstantes e assegu-rando a si mesmo o necessário apoio vibratório.

7

SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: CONTRATEMPOS

Na série de obstáculos que, em muitas ocasiões, parecem inteligentemente determinados a

lhe entravarem o passo, repontam os mais imprevistos contratempos à frente do servidor da

desobsessão.

Uma criança cai, explodindo em choro...

Desaparece a chave de uma porta...

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Um recado chega, de improviso, suscitando preocupações...

Alguém chama para solicitar um favor...

Certo familiar se queixa de dores súbitas...

Colapso do sistema de condução...

Dificuldades de trânsito...

O colaborador do serviço de socorro aos desencarnados sofredores não pode hesitar.

Providencie, de imediato, as soluções razoáveis para esses pequeninos problemas e siga ao

encontro das obrigações espirituais que o aguardam, lembrando-se de que mesmo as festas de

natureza familiar, quais sejam as comemorações de aniversário ou os júbilos por determinados

eventos domésticos, não devem ser categorizados àconta de obstrução.

8

IMPEDIMENTO NATURAL

Circunstâncias existem que pesam na balança do trabalho por obstáculos naturais.

Uma viagem inesperada, por exemplo.

Pode acontecer que a obrigação profissional assim o exija.

Noutros casos, a moléstia grave comparece em casa ou na pessoa do próprio cooperador,

obstando-lhe o comparecimento à reunião.

Temos ainda a considerar o impedimento por enfermidades epidêmicas, qual a gripe, e, em

nossas irmãs, é razoável aceitar como motivos justos de ausência os cuidados decorrentes da

gravidez e os embaraços periódicos característicos da organização feminil.

Surgindo o impasse, é importante que o companheiro ou a companheira se comunique,

rápido, com os responsáveis pela sessão, atentos a que se deve assegurar a harmonia do esforço

de equipe tanto quanto possível.

9

TEMPLO ESPÍRITA

À medida que se nos aclara o entendimento, nas realizações de caráter mediúnico,

percebemos que as lides da desobsessão pedem o ambiente do templo espírita para se

efetivarem com segurança.

Para compreender isso, recordemos que, se muitos doentes conseguem recuperar a saúde

no clima doméstico, muitos outros reclamam o hospital.

Se no lar dispomos de agentes empíricos a benefício dos enfermos, numa casa de saúde

encontramos toda uma coleção de instrumentos selecionados para a assistência pronta.

No templo espírita, os instrutores desencarnados conseguem localizar recursos avançados

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do plano espiritual para o socorro a obsidiados e obsessores, razão por que, tanto quanto nos seja

possível, é aí, entre as paredes respeitáveis da nossa escola de fé viva, que nos cabe situar o

ministério da desobsessão. Razoável, ainda, observar que os servidores de semelhante

realização não podem assumir, sem prejuízo, compromissos para outras atividades medianímicas,

antes ou depois do trabalho em que se comprometem a benefício dos sofredores desencarnados.

10

RECINTO DAS REUNIÕES

O recinto das reuniões pede limpeza e simplicidade.

A mesa, com alguns dos livros básicos da Doutrina Espírita, de preferência «O Livro dos

Espíritos», «O Evangelho segundo o Espiritismo» e um volume que desenvolva o pensamento

kardequiano, conjugado aos ensinamentos do Cristo, estará cercada pelas cadeiras devidas ao

número exato dos componentes da reunião, apresentando-se despida de toalhas, ornamentos,

recipientes de água e objetos outros.

Em seguida à fila dos assentos, colocar-se-ápequena acomodação, seja um simples banco

ou algumas cadeiras para visitas eventuais.

Um relógio será colocado à vista ou à mão, seja numa parede, no bolso ou no pulso do dirigente,

para que o horário e a disciplina estabelecida não sofram distorções, e o aparelho para a

gravação de vozes, na hipótese de existir no aposento, não deverá perturbar o bom andamento

das tarefas e será colocado em lugar designado pelo orientador dos trabalhos.

11

CHEGADA DOS COMPANHEIROS

Os benfeitores espirituais de plantão, na obra assistencial aos irmãos desencarnados

sofredores, esperam sempre que os integrantes da equipe alcancem o recinto de serviço em

posição respeitosa.

Nada de vozerio, tumulto, gritos, gargalhadas.

Lembrem-se os companheiros encarnados de que se aproximam de enfermos reunidos,

como num hospital, credores de atenção e carinho.

A obra de socorro está prestes a começar.

Necessário inclinar o sentimento ao silêncio e à compaixão, à bondade e à elevação de

vistas, a fim de que o conjunto possa funcionar em harmonia na construção do bem.

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CONVERSAÇÃO ANTERIOR Á REUNIÃO

Há sempre margem a conversações no recinto para os que chegam mais cedo, cabendo

aos seareiros do conjunto evitar a dispersão de forças em visitas, mesmo rápidas, mas impróprias,

a locais vizinhos, sejam casas particulares ou restaurantes públicos.

Compreensível rogar aos colaboradores da tarefa a total abstenção de temas contrários à

dignidade do trabalho que vão desempenhar.

Evitem-se os anedotários jocosos, as considerações injuriosas a quem quer que seja.

Esqueçam-se críticas, comentários escandalosos, queixas, azedumes, apontamentos

irônicos.

Toda referência verbal é fator de indução.

Se somos impelidos a conversar, durante os momentos que precedem a atividade

assistencial, seja a nossa palestra algo de bom e edificante que auxilie e pacifique o clima do

recinto, ao invés de conturbá-lo.

13

DIRIGENTE

O dirigente das tarefas de desobsessão não pode esquecer que a Espiritualidade Superior

espera nele o apoio fundamental da obra.

Direção e discernimento. Bondade e energia.

Certo, não se lhe exigirão qualidades superiores à do homem comum; no entanto, o

orientador da assistência aos desencarnados sofredores precisa compreender que as suas

funções, diante dos médiuns e freqüentadores do grupo, são semelhantes às de um pai de família,

no instituto doméstico.

Autoridade fundamentada no exemplo.

Hábito de estudo e oração.

Dignidade e respeito para com todos. Afeição sem privilégios.

Brandura e firmeza.

Sinceridade e entendimento.

Conversação construtiva.

Para manter-se na altura moral necessária o diretor dispensarà a todos os componentes de

conjunto a atenção e o carinho idênticos àqueles que um professor reto e nobre cultiva perante os

alunos, e, como se erguerá, perante os instrutores Espirituais, na posição de médium es

clarecedor mais responsável, designará dois três companheiros, sob a orientação dele próprio a

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fim de que se lhe façam assessores em serviço e o substituam nos impedimentos justificados.

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PONTUALIDADE

Pontualidade — tema essencial no quotidiano, disciplina da vida.

Administrações não respeitam funcionários relapsos.

Em casa, estimamos nos familiares os compromissos em dia, os deveres executados com

exatidão.

Habitualmente não falhamos no horário marcado pelas personalidades importantes do

mundo, a fim de corresponder-lhes ao apreço.

A entrevista com um industrial...

A fala com um Ministro de Estado...

Nas lides da desobsessão, é forçoso entender que benfeitores espirituais e amigos outros

desencarnados se deslocam de obrigações graves da Vida Superior, a fim de assistir-nos e

socorrer-nos.

Pontualidade é sempre dever, mas na desobsessão assume caráter solene.

Não haja falha de serviço por nossa causa. Não se pode esquecer que o fracasso, na

maioria das vezes, é o produto infeliz dos retardatários e dos ausentes.

A hora de início das tarefas precisa mostrar-se austera, entendendo-se que o instante do

encerramento é variável na pauta das circunstâncias.

Aconselhável se feche disciplinarmente a porta de entrada, 15 minutos antes do horário

marcado para a abertura da reunião, tempo esse que será empregado na leitura preparatória.

15

MOBILIÁRIO PARA OS TRABALHOS

O mobiliário no recinto dedicado à desobsessão não apenas necessita estar escoimado de

objetos e apetrechos que recordem rituais e amuletos, simbolos e ídolos de qualquer espécie,

mas também deve ser integrado por peças simples e resistentes.

A mesa deve ser sólida e as cadeiras talhadas em madeira, lembrando, sem adornos

desnecessários, a austeridade de uma família respeitável.

Se tivermos de acrescentar algo, aditemos dois bancos, igualmente de madeira, para visitas

casuais ou para o socorro magnético a esse ou àquele companheiro do grupo quando necessite

de passe, a distância do circulo formado em comunhão de pensamento.

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Evitarmos tapetes, jarros, telas e enfeites outros, porquanto o recinto é consagrado, além de tudo, ao alívio de Espíritos sofredores ou alienados mentais autênticos, necessitados de ambiente limpo e simples, capaz de auxiliá-los a esquecer ilusões ou experiências menos felizes vividas na Terra.

16

CADEIRAS

As cadeiras para a reunião merecem apontamentos particulares.

Evite-se o uso de poltronas que sugiram a sesta, como também o emprego de móveis des-

providos de qualquer anteparo, à feição de tamboretes que imponham desconforto.

Utilizemo-nos de cadeiras, pesadas na constituição, para frustrar os impulsos de queda ou

de agitação excessiva, habituais nos médiuns em transe, mas construídas em estilo singelo, com

o espaldar amplo e alto que suporte com firmeza os seareiros empenhados no socorro espiritual

aos irmãos perturbados, além do plano físico.

Evitem-se as cadeiras desconjuntadas ou rangedoras que só ruídos desnecessários e per-

turbações outras provocam no ambiente.

17

ILUMINAÇÃO

A iluminação no recinto será, sem dúvida, aquela de potencialidade normal, na fase

preparatória das tarefas, favorecendo vistorias e leituras.

Contudo, antes da prece inicial, o dirigente da reunião graduará a luz no recinto, fixando-a

em uma ou duas lâmpadas, preferivelmente vermelhas, de capacidade fraca, 15 watts, por

exemplo, de vez que a projeção de raios demasiado intensos sobre o conjunto prejudica a

formação de medidas socorristas, mentalizadas e dirigidas pelos instrutores espirituais,

diretamente responsáveis pelo serviço assistencial em andamento, com apoio nos recursos

medianímicos da equipe.

As lâmpadas devem ser situadas a distância da mesa dos trabalhos para se evitarem aci-

dentes.

Nas localidades não favorecidas pela energia elétrica, o orientador da reunião diminuirá no

recinto o teor da luz empregada.

18

ISOLAMENTO HOSPITALAR

A desobsessão abrange em si obra hospitalar das mais sérias.

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Compreenda-se que o espaço a ela destinado, entre quatro paredes, guarda a importância

de uma enfermaria, com recursos adjacentes da Espiritualidade Maior para tratamento e socorro

das mentes desencarnadas, ainda conturbadas ou infelizes.

Arrede-se da desobsessão qualquer sentido de curiosidade intempestiva ou de formação

espetaculosa.

Coloquemo-nos no lugar dos desencarnados em desequilíbrio e entenderemos, de pronto, a

inoportunidade da presença de qualquer pessoa estranha a obra assistencial dessa natureza.

O amparo e o esclarecimento aos Espíritos dementados ou sofredores é serviço para quem

possa compreendê-los e amá-los, respeitando-lhes a dor.

Daí nasce o impositivo de absoluto isolamento hospitalar para o recinto dedicado a semelhantes serviços de socorro e esclarecimento, entendendo-se, desse modo, que a desobsessão, tanto quanto possível, deve ser praticada de preferência no templo espírita, ao invés de ambientes outros, de caráter particular. Nesse sentido, é importante que os obreiros da desobsessão, notadamente os médiuns

psicofônicos e os médiuns esclarecedores, visitem os hospitais e casas destinadas à segregação

de determinados enfermos, para compreenderem com segurança o imperativo de respeitosa

cautela no trato com os Espíritos revoltados e desditosos.

19

APARELHOS ELÉTRICOS

Os aparelhos elétricos, no recinto, quando a desobsessão seja efetuada em lugar capaz de

utilizá-los, devem ser restritos a uma lanterna elétrica, destinada a serventia eventual, e, quando

seja possível, a um aparelho para gravação de vozes das entidades, notadamente aquelas que se

caracterizam por manifestações construtivas, para que se lhes fixem os ensinos ou experiências

com objetivo de estudo.

Repitamos que o grupo apenas usará o aparelho para gravação de vozes, quando

semelhante medida esteja em suas possibilidades, sem que isso seja fator essencial e inadiável à

realização do programa em pauta.

O dirigente da reunião ou o companheiro indicado para o manejo desses engenhos precisa,

porém, estar atento, verificando-lhes o estado e o funcionamento, antes das atividades da equipe,

prevenindo quaisquer necessidades, de maneira a evitar aborrecimentos e atropelos de última

hora.

20

COMPONENTES DA REUNIÃO

Os componentes da reunião, que nunca excederão o número de quatorze, conservem, acima de tudo, elevação de pensamentos e correção de atitudes, antes, durante e depois de cada tarefa. Nenhuma preocupação com paramentos ou vestes especiais.

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Compenetrem-se de que se acham no recinto exercendo fraternalmente um mandato de

confiança.

Na Doutrina Espírita não há lugar para fé cega. Evitem-se, no entanto, no ambiente da

desobsessão, pesquisas ociosas e vãs indagações, críticas e expectações insensatas.

Todos os componentes da equipe assumirão funções específicas. Num grupo de 14

integrantes, por exemplo, trabalharão 2 a 4 médiuns esclarecedores; 2 a 4 médiuns passistas e 4

a 6 médiuns psicofônicos.

Os médiuns esclarecedores e passistas, além dos deveres específicos que se lhes assinala,

servirão, ainda, na condição de elementos positivos de proteção e segurança para os médiuns

psicofônicos, sempre que estes forem mobilizados em serviço. Imprescindível reconhecer que

todos os participantes do conjunto são equiparáveis a pilhas fluídicas ou lâmpadas, que estarão

sensibilizadas ou não para os efeitos da energia ou da luz que se lhes pede em auxílio dos que

jazem na sombra de espírito. Daí o imperativo do teor vibratório elevado nos componentes da

reunião, a fim de que os doentes da alma se reaqueçam para o retorno ao equilíbrio e ao

discernimento.

Os componentes encarnados da reunião não se rendam ao sono nas tarefas dedicadas à

desobsessão, para se evitarem desdobramentos desnecessários da personalidade, cabendo-nos

salientar igualmente que nas reallzações dessa natureza não devem comparecer quaisquer outras

demonstrações ou experiências de mediunidade.

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VISITANTES

O serviço de desobsessão não é um departamento de trabalho para cortesias sociais que,

embora respeitáveis, não se compadecem com a enfermagem espiritual a ser desenvolvida, a

benefício de irmãos desencarnados que amargas dificuldades atormentam.

Ainda assim, há casos em que companheiros da construção espírita-cristã, quando solici-

tem permissão para isso, podem ter acesso ao serviço, em caráter de observação construtiva;

entretanto, é forçoso preservar o cuidado de não acolhê-los em grande número para que o clima

vibratório da reunião não venha a sofrer mudanças inoportunas.

Essas visitas, no entanto, devem ser recebidas apenas de raro em raro, e em circunstâncias

realmente aceitáveis no plano dos trabalhos de desobsessão, principalmente quando objetivem a

fundação de atividades congêneres. E antes da admissão necessária é imperioso que os

mentores espirituais do grupo sejam previamente consultados, por respeito justo às responsa-

bilidades que abraçam, em favor da equipe, muito embora saibamos que a orientação das ativi-

dades espíritas vigora na própria Doutrina Espírita e não no arbítrio dos amigos desencarnados,

mesmo aqueles que testemunhem elevada condição.

Compreende-se que os visitantes não necessitem de comparecimento que exceda de 3 a 4

reuniões.

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AUSÊNCIA JUSTIFICADA

Freqüentemente, surge o caso da impossibilidade absoluta de comparecimento desse ou

daquele companheiro às atividades predeterminadas.

Uma viagem rigorosamente inadiável...

Um problema caseiro de grave expressão...

Exigência profissional inopinada...

Enfermidade súbita...

Que o amigo numa situação assim não olvide o compromisso em que se acha incurso na

obra de desobsessão e expeça um aviso direto, sempre que possível com antecedência mesmo

de horas ou minutos, ao dirigente da reunião, justificando a ausência, para evitar indisciplinas que

ocorrerão fatalmente, no campo mental do grupo, através de apreensões e considerações

descabidas.

De qualquer modo, ainda mesmo com número reduzido de participantes, a reunião pode ser

efetuada.

23

CHEGADA INESPERADA DE DOENTE

Em algumas ocasiões aparece um problema súbito: a chegada de enfermos ou de

obsidiados sem aviso prévio, sejam adultos ou crianças.

Necessário que o discernimento do conjunto funcione, ativo.

Na maioria dos acontecimentos dessa ordem, o doente e os acompanhantes podem ser

admitidos por momentos rápidos, na fase preparatória dos serviços programados, recebendo

passes e orientação para que se dirijam a órgãos de assistência ou doutrinação competentes,

trabalho esse que será executado pelos componentes que o diretor da reunião designará.

Findo o socorro breve, retirar-se-ão do recinto.

Nesses casos se enquadram igualmente os obsessos apenas influenciados ou fixados em

fase inicial de perturbação, para os quais o contacto com os comunicantes, menos felizes ou

francamente conturbados, sem a devida preparação, é sempre inconveniente ou prejudicial, pela

suscetibilidade e pelas sugestões negativas que apresentam na semilucidez em que se

encontram.

Diante, porém, dos processos da obsessão indiscutivelmente instalada, o grupo deve e

pode acolher o obsidiado e seus acompanhantes, acomodando-os no banco ou nas cadeiras,

colocados à retaguarda, onde receberão a assistência precisa.

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MÉDIUNS ESCLARECEDORES

Na equipe em serviço, os médiuns esclarecedores, mantidos sob a condução e inspiração

dos Benfeitores Espirituais, são os orientadores da enfermagem ou da assistêncià aos sofredores

desencarnados. Constituídos pelo dirigente do grupo e seus assessores, são eles que os instru-

tores da Vida Maior utilizam em sentido direto para o ensinamento ou o socorro necessários.

Naturalmente que a esses companheiros compete um dos setores mais importantes da

reunião.

Vejamos alguns dos itens do trabalho fundamental que se lhes assinala:

1. Guardarem atenção no campo intuitivo, a fim de registrarem, com segurança, as suges-

tões e os pensamentos dos benfeitores espirituais que comandam as reuniões;

2. Tocar no corpo do médium em transe somente quando necessário;

3. Estudar os casos de obsessão, surgidos na equipe de médiuns psicofônicos, que devam ser tratados na órbita da psiquiatria, a fim de que a assistência médica seja tomada na medida aconselhável; 4. Cultivar o tato psicológico, evitando atitudes ou palavras violentas, mas fugindo da doçura

sistemática que anestesia a mente sem renová-la, na convicção de que é preciso aliar raciocínio e

sentimento, compaixão e lógica, a fim de que a aplicação do socorro verbalista alcance o máximo

rendimento;

5. Impedir a presença de crianças nas tarefas da desobsessão.

Outros aspectos de suas funções são lembrados nos capítulos 13 e 32 a 37.

25

EQUIPE MEDIÚNICA: PSICOFÔNICOS

Na obra da desobsessão, os médiuns psicofônicos são aqueles chamados a emprestar

recursos fisiológicos aos sofredores desencarnados para que estes sejam socorridos. Deles se

pede atitude de fé positiva, baseada na certeza de que a Espiritualidade Superior lhes acompanha

o trabalho em moldes de zelo e supervisão. Compreendendo que ninguém é chamado por acaso

a tarefa de tamanha envergadura moral, verificarão facilmente que, da passividade construtiva

que demonstrem, depende o êxito da empreitada de luz e libertação em que foram admitidos.

Atentos à função especial de colaboradores e medianeiros em que se acham situados, é

justo se lhes rogue o cuidado para alguns pontos julgados essenciais ao êxito e à segurança da

atividade que se lhes atribui: 1 — desenvolvimento da autocrítica; 2 — aceitação dos próprios

erros, em trabalho medianímico, para que se lhes apure a capacidade de transmissão; 3 —

reconhecimento de que o médium é o responsável pela comunicação que transmite; 4 — abs-

tenção de melindres ante apontamentos dos esclarecedores ou dos companheiros, aproveitando

observações e avisos para melhorar-se em serviço; 5 — fixação num só grupo, evitando as

inconveniências do compromisso de desobsessão em várias equipes ao mesmo tempo; 6 —

domínio completo sobre si próprio, para aceitar ou não a influência dos Espíritos desencarnados,

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inclusive reprimir todas as expressões e palavras obscenas ou injuriosas, que essa ou aquela

entidade queira pronunciar por seu intermédio; 7 — interesse real na melhoria das próprias

condições de sentimento e cultura; 8 — defesa permanente contra bajulações e elogios, conquan-

to saiba agradecer o estímulo e a amizade de quantos lhes incentivem o coração ao cumprimento

do dever; 9 — discernimento natural da qualidade dos Espíritos que lhes procurem as faculdades,

seja pelas impressões de presença, linguagem, eflúvios magnéticos, seja pela conduta geral; 10

— uso do vestuário que lhes seja mais cômodo para a tarefa, alijando, porém, os objetos que

costumem trazer jungidos ao corpo, como sejam relógios, canetas, óculos e jóias.

26

EQUIPE MEDIÚNICA: PASSISTAS

Entre os seareiros do bem que integram o conjunto, destaca-se, como sendo de particular

valimento, a colaboração dos médiuns passistas, que permanecerão atentos ao concurso eventual

que se lhes peça, no transcurso da reuniao.

Diligência e devotamento.

Vigilância e espontaneidade.

Agora é um problema que irrompe entre os próprios colegas de atividade; em seguida, um

que outro médium psicofônico possivelmente caído em exaustão; depois, o pedido de auxílio para

esse ou aquele dos assistentes a lhes solicitarem concurso, e, por fim, a assistência de rotina, na

fase terminal do trabalho.

Os medianeiros do passe traçarão a si mesmos as disciplinas aconselháveis em matéria de

alimentação e adestramento, a fim de corresponderem plenamente ao trabalho organizado para o

grupo em sua edificação assistencial, entendendo-se que os médiuns esclarecedores, se

necessario, acumularão também as funções de médiuns passistas, mas não a de psicofônicos, de

modo a não se deixarem influenciar por Espíritos enfermos.

27

LIVROS PARA LEITURA

Os livros para leitura preparatória no grupo serão, de preferência:

1. «O Evangelho segundo o Espiritismo».

2. «O Livro dos Espíritos».

3. Uma obra subsidiária que comente os princípios kardequianos à luz dos ensinamentos do

Cristo.

Bastarão esses recursos, porqüanto neles sintonizar-se-ão os assistentes no mesmo

padrão de pensamento, em torno dos temas vitais do Espiritismo Cristão, compondo clima

vibratório adequado ao trabalho em mira.

«O Livro dos Médiuns» e obras técnicas correlatas não devem ser lidos nas reuniões de

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desobsessão, mas sim em oportunidades adequadas, referidas nos capítulos 66 e 72.

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LEITURA PREPARATÓRIA

A leitura preparatória, que não ultrapassará o tempo-limite de 15 minutos, constituir-se-á,

preferentemente, de um dos itens de «O Evangelho segundo o Espiritismo», seguindo-se-lhe uma

das questões de «O Livro dos Espíritos», com um trecho de um dos livros de comentários

evangélicos, em torno da obra de Allan Kardec.

Efetuada a leitura, o dirigente retirará os livros de sobre a mesa, situando-os em lugar

próprio.

O contacto com o ensino espírita, antes do intercâmbio com os irmãos desencarnados, ain-

da sofredores, dispõe o ambiente à edificação moral, favorecendo a integração vibratória do grupo

para o socorro fraterno a ser desenvolvido.

O conjunto evitará entretecer comentários ao redor dos temas expostos, atento que precisa

estar em uníssono, à recepção das entidades enfermas em expectativa, quase sempre aguar-

dando alívio com angustiosa ansiedade.

Repitamos, assim: o dirigente providenciará a leitura, aproximadamente quinze minutos

antes do momento marcado para o início do intercâmbio, pronunciando a prece de abertura,

depois de lida a página última, com o que se iniciarão, para logo, as tarefas programadas.

29

PRECE INICIAL

Sobrevindo o momento exato em que a reunião terá começo, o orientador diminuirá o teor

da iluminação e tomará a palavra, formulando a prece inicial.

Cogitará, porém, de ser preciso, não se alongando além de dois minutos.

Há quem prefira a oração decorada; todavia, é aconselhável que o dirigente ore com suas

próprias palavras, envolvendo a equipe nos sentimentos que lhe fluem da alma.

A prece, nessas circunstâncias, pede o mínimo de tempo, de vez que há entidades em

agoniada espera de socorro, à feição do doente desesperado, reclamando medicação substancial.

Em diversas circunstâncias, acham-se ligadas desde muitas horas antes à mente do médium

psicofônico, alterando-lhe o psiquismo e até mesmo a vida orgânica, motivo pelo qual o socorro

direto não deve sofrer dilação.

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MANIFESTAÇÃO INICIAL DO MENTOR

Feita a oração inicial, o dirigente e a equipe mediúnica esperarão que o mentor espiritual do

grupo se manifeste pelo médium psicofônico indicado.

Essa medida é necessária, porqüanto existem situações e problemas, estritamente

relacionados com a ordem doutrinária do serviço, apenas visíveis a ele, e o amigo espiritual, na

condição de condutor do agrupamento, perante a Vida Maior, precisará dirigir-se ao conjunto,

lembrando minudências e respondendo a alguma consulta ocasional que o dirigente lhe queira

fazer, transmitindo algum aviso ou propondo determinadas medidas.

Esse entendimento, no limiar do programa de trabalho a executar-se, é indispensável à

harmonização dos agentes e fatores de serviço, ainda mesmo que o mentor se utilize do

medianeiro tão-só para uma simples oração que, evidentemente, significará tranqüilidade em

todos os setores da instrumentação.

31

CONSULTAS AO MENTOR

Começada a reunião, o dirigente, por vezes, tem necessidade de ouvir o mentor espiritual

para o exame de assuntos determinados.

Freqüentemente, é um amigo que deseja acesso à reunião e que não pode ser acolhido

sem a consulta necessária; de outras, é a localização mais aconselhável para as visitas que

venham a ocorrer, é a ministração de socorro medicamentoso ou magnético a esse ou àquele

companheiro que se mostre subitamente necessitado de assistência, é a pergunta inevitável e

justa em derredor de problemas que sobrevenham no mecanismo da equipe, ou o pedido de

cooperação em casos imprevisíveis.

Nessas circunstâncias, o dirigente esperará que o mentor finalize a pequena instrução de

início, através do médium responsável, e formulará as indagações que considere inevitáveis e

oportunas.

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MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (1)

As manifestações de enfermos espirituais irão até o limite de uma hora a uma hora e meia,

na totalidade delas, para que a reunião perdure no máximo por duas horas, excluída a leitura

inicial.

O Espírito desencarnado em condição de desequilíbrio e sofrimento utiliza o médium

psicofônico (ou mais propriamente, o médium de incorporação), com as deficiências e angústias

de que é portador, exigindo a conjugação de bondade e segurança, humildade e vigilância no

companheiro que lhe dirige a palavra.

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Natural venhamos a compreender no visitante dessa qualidade um doente, para quem cada frase precisa ser medicamento e bálsamo. Claro que não será possível concordar com todas as exigências que formule; no entanto, não é justo reclamar-lhe entendimento normal de que se acha ainda talvez longe de possuir. Entendamos cada Espírito sofredor qual se nos fosse um familiar extremamente querido, e

acertaremos com a porta íntima, através da qual lhe falaremos ao coração.

Neste e nos próximos capítulos são indicadas algumas atitudes naturais dos médiuns

psicofônicos em transe.

33

MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (2)

Os médiuns esclarecedores, pelo que ouçam do manifestante necessitado, deduzam qual o

sexo a que ele tenha pertencido, para que a conversação elucidativa se efetue na linha psicoló-

gica ideal; analisem, sem espírito de censura ou de escândalo, os problemas de animismo ou mis-

tificação inconsciente que porventura venham a surgir, realizando o possível para esclarecer, com

paciência e caridade, os médiuns e os desencarnados envolvidos nesses processos de mani-

festações obscuras, agindo na equipe com o senso de quem retira criteriosamente um desajuste

do corpo sem comprometer as demais peças orgânicas; anulem qualquer intento de discussão ou

desafio com entidades comunicantes, dando mesmo razão, algumas vezes, aos Espíritos infelizes

e obsessores, reconhecendo que nem sempre a desobsessão real consiste em desfazer o

processo obsessivo, de imediato, de vez que, em casos diversos, a separação de obsidiado e

obsessor deve ser praticada lentamente; e pratiquem a hipnose construtiva, quando necessário,

no ânimo dos Espíritos sofredores comunicantes, quer usando a sonoterapia para entregá-los à

direção e ao tratamento dos instrutores espirituais presentes, efetuando a projeção de quadros

mentais proveitosos ao esclarecimento, improvisando idéias providenciais do ponto de vista de

reeducação, quer sugerindo a produção e ministração de medicamentos ou recursos de

contenção em favor dos desencarnados que se mostrem menos acessíveis à enfermagem do

grupo.

34

MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (3)

No curso do trabalho mediúnico, os esclarecedores não devem constranger os médiuns

psicofônicos a receberem os desencarnados presentes, repetindo ordens e sugestões nesse sen-

tido, atentos ao preceito de espontaneidade, fator essencial ao êxito do intercâmbio.

Os esclarecedores permitirão aos Espíritos sofredores que se exprimam pelos médiuns

psicofônicos tanto quanto possível, em matéria de desinibição ou desabafo, desde que a integrida-

de dos médiuns e a dignidade do recinto sejam respeitadas, considerando, porém, que as

manifestações devem obedecer às disciplinas de tempo.

Os médiuns, sejam eles esclarecedores ou psicofônicos, sustentarão o máximo cuidado para não prejudicarem as atividades espirituais que lhes competem. Alimentando dúvidas e atitudes suspeitosas, inconciliáveis com a obra de caridade que se dispõem a prestar, muitas vezes põem a perder excelentes serviços de desobsessão, por favorecerem a intromissão de Inteligências perversas.

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Os médiuns de qualquer grupo de desobsessão, como aliás acontece a todo espírita, são

chamados a honrar sempre e cada vez mais as obrigações de família e profissão, abstendo-se de

todas as manifestações e atitudes suscetíveis de induzi-los a cair em profissionalismo religioso.

Compreendam os dirigentes e seus assessores que o esclarecimento aos desencarnados

sofredores é semelhante à psicoterapia e que a reunião é tratamento em grupo, cabendo-lhes,

quando e quanto possível, a aplicação dos métodos evangélicos. Observando, ainda, que a parte

essencial no entendimento é atingir o centro de interesse do Espírito preso a idéias fixas, para que

se lhes descongestione o campo mental, devem abster-se, desse modo, de qualquer discurso ou

divagação desnecessária.

35

MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (4)

Convém observar que há médiuns psicofônicos para quem os Amigos Espirituais designam

determinados tipos de manifestantes que lhes correspondam às tendências, caracteres, formação

moral e cultural, especializando-lhes as possibilidades mediúnicas.

Urge não confundir esse imperativo do trabalho de intercâmbio com o chamado animismo

ou supostas mistificações inconscientes.

36

MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (5)

Os médiuns esclarecedores permanecerão atentos aos característicos dos manifestantes

em desequilíbrio, de vez que entre estes se encontram, freqüentemente, sofredores que com-

parecem pela primeira vez, bem como os reincidentes sistemáticos, os companheiros infelizes do

pretérito alusivo aos integrantes da reunião e recém-desencarnados em desorientação franca, os

suicidas e homicidas, os casos de zoantropia e de loucura, os malfeitores trazidos à desobsessão

para corrigendas e os irmãos tocados de exotismos por terem desencarnado recentemente em

terras estrangeiras, as inteligências detidas no sarcasmo e na galhofa, os vampirizadores

conscientes e inconscientes interessados na ocultação da verdade, e toda uma extensa família de

Espíritos necessitados, nos vários graus de sombra e sofrimento que assinalam a escala da

ignorância e da crueldade.

Imperioso observar que todos são carece-dores de compreensão e tratamento adequados,

cada qual na dor ou no problema em que se exprimem, exigindo paciência, entendimento, socorro

e devotamento fraternais.

Desobsessão não se realiza sem a luz do raciocínio, mas não atinge os fins a que se

propõe, sem as fontes profundas do sentimento.

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ESCLARECIMENTO

O dirigente do grupo, que contará habitualmente com dois ou três assessores em exercício

para o trabalho do esclarecimento e do amparo reeducativo aos sofredores desencarnados,

assumirá o comando da palavra, seja falando diretamente com os irmãos menos felizes, através

dos médiuns psicofônicos, seja indicando para isso um dos auxiliares.

A conversação será vazada em termos claros e lógicos, mas na base da edificação, sem

qualquer toque de impaciência ou desapreço ao comunicante, mesmo que haja motivos de indu-

ção ao azedume ou à hilaridade. O esclarecimento não será, todavia, longo em demasia,

compreendendo-se que há determinações de horário e que outros casos requisitam atendimento.

A palestra reeducativa, ressalvadas as situações excepcionais, não perdurará, assim, além de dez

minutos.

Se o comunicante perturbado procura fixar-se no braseiro da revolta ou na sombra da

queixa, indiferente ou recalcitrante, o diretor ou o auxiliar em serviço solicitará a cooperação dos

benfeitores espirituais presentes para que o necessitado rebelde seja confiado à assistência de

organizações espirituais adequadas a isso. Nesse caso, a hipnose benéfica será utilizada a fim de

que o magnetismo balsamizante asserene o companheiro perturbado, amparando-se-lhe o

afastamento da cela mediúnica, à maneira do enfermo desesperado da Terra a quem se admi-

nistra a dose calmante para que se ponha mais facilmente sob o tratamento preciso.

38

COOPERAÇÃO MENTAL

Enquanto persista o esclarecimento endereçado ao sofredor desencarnado, é imperioso

que os assistentes se mantenham em harmoniosa união de pensamentos, oferecendo base às af

irmativas do dirigente ou do assessor que retenha eventualmente a palavra.

Não lhes perpasse qualquer idéia de censura ou de crueldade, ironia ou escândalo.

Tanto o amigo que orienta o irmão infortunado quanto os companheiros que o escutam

abrigarão na alma a simpatia e a solidariedade, como se estivessem socorrendo um parente dos

mais queridos, para que o necessitado encontre apoio real no socorro que lhe seja ministrado.

Forçoso compreender que, de outro modo, o serviço assistencial enfrentaria perturbações

inevitáveis, pela ausência do concurso mental imprescindível.

O dirigente assumirá a iniciativa de qualquer apelo à cooperação mental, no momento em

que a providência se mostre precisa, e ativará o ânimo dos companheiros que, porventura, se

revelem desatentos ou entorpecidos, desde que o conjunto em ação é comparável a um dínamo

em cujas engrenagens a corrente mental do amparo fraterno necessita circular equilibradamen te

na prestàção de serviço.

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MANIFESTAÇÕES SIMULTÂNEAS (1)

Os médiuns psicofônicos, muito embora por vezes se vejam pressionados por entidades em

aflição, cujas dores ignoradas lhes percutem nas fibras mais íntimas, educar-se-ão, devidamente,

para só oferecer passividade ou campo de manifestação aos desencarnados inquietos quando o

clima da reunião lhes permita o concurso na equipe em atividade. Isso, porque, na reunião, é

desaconselhável se verifique o esclarecimento simultâneo a mais de duas entidades carecentes

de auxílio, para que a ordem seja naturalmente assegurada.

Ainda quando o sensitivo tenha as suas faculdades assinaladas por avançado sonambu-

lismo, deve e pode exercitar o autodomínio, afeiçoando-se à observação e ao estudo, a fim de

colaborar na vigilância precisa, desincumbindo-se, com segurança, do encargo da enfermagem

espiritual que lhe é atribuído.

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MANIFESTAÇÕES SIMULTÂNEAS (2)

Só se devem permitir, a cada médium, duas passividades por reunião, eliminando com isso

maiores dispêndios de energia e manifestações sucessivas ou encadeadas, inconvenientes sob

vários aspectos.

Em todas as circunstâncias, o médium a serviço da desobsessão não se pode alhear da

equipe em que funciona, conservando a convicção de que dentro dela assemelha-se a um órgão

no corpo, e que precisa estar no lugar que lhe é próprio para que haja equilíbrio e produção no

conjunto.

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INTERFERÊNCIA DO BENFEITOR

Em algumas ocasiões, tarefa em meio, aparece um ou outro desencarnado em condições

de quase absoluto empedernimento.

Tal desequilíbrio da entidade pode coincidir com algum momento infeliz da mente

mediúnica, estabelecendo desarmonia maior.

O fenômeno é suscetivell de raiar na inconveniência. Assim sendo, o mentor espiritual, se

considerar oportuno, ocupará espontaneamente o médium responsável e partilhará o serviço do

esclarecimento, dirigindo-se ao comunicante ou ao médium que o expõe, ficando, por outro lado, o

dirigente com a possibilidade de recorrer à intervenção do orientador referido, se julgar ne-

cessário, rogando-lhe a manifestação pelo psicofônico indicado, a fim de sanar o contratempo.

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ATITUDE DOS MÉDIUNS (1)

O médium de incorporação, como também o médium esclarecedor, não podem esquecer,

em circunstância alguma, que a entidade perturbada se encontra, para eles, na situação de um

doente ante o enfermeiro.

No socorro espiritual, os benfeitores e amigos das Esferas Superiores, tanto quanto os

companheiros encarnados, quais o diretor da reunião e seus assessores que manejam o verbo

educativo, funcionam lembrando autoridades competentes no trabalho curativo, mas o médium é o

enfermeiro convocado a controlar o doente, quanto lhe seja possível, impedindo a este último

manifestações tumultuárias e palavras obscenas.

O médium psicofônico deve preparar-se dignamente para a função que exerce,

reconhecendo que, não se acha dentro dela à maneira de fantoche, manobrado integralmente ao

sabor das Inteligências desencarnadas, mas sim na posição de intérprete e enfermeiro, capaz de

auxiliar, até certo ponto, na contenção e na reeducação dos Espíritos rebeldes que recalcitram no

mal, a fim de que o dirigente se sinta fortalecido em sua ação edificante e para que a equipe

demonstre o máximo de rendimento no trabalho assistencial.

43

ATITUDE DOS MÉDIUNS (2)

Ainda mesmo quando o médium é absolutamente sonâmbulo, incapaz de guardar lembran-

ças posteriores ao socorro efetuado, semidesligado de seus implementos físicos dispõe de recur-

sos para governar os sentidos corpóreos de que o Espírito comunicante se utiliza, capacitando-se,

por isso, com o auxílio dos instrutores espirituais, a controlar devidamente as manifestações.

Não se diga que isso é impossível. Desobsessão é obra de reequilíbrio, refazimento, nunca

de agitação e teatralidade.

Nesse sentido, vale recordar que há médium de incorporação normal e médium de

incorporação ainda obsidiado. E sempre que o médium, dessa ou daquela espécie, se mostre

obsidiado, necessita de socorro espiritual, através de esclarecimento, emparelhando-se com as

entidades perturbadas carecentes de auxílio.

Realmente, em casos determinados, o medianeiro da psicofonia não pode governar todos

os impulsos destrambelhados da Inteligência desencarnada que se comunica na reunião, como

nem sempre o enfermeiro logra impedir todas as extravagâncias da pessoa acamada; contudo,

mesmo nessas ocasiões especiais, o médium integrado em suas responsabilidades dispõe de

recursos para cooperar no socorro espiritual em andamento, reduzindo as inconveniências ao mí-

nimo.

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MAL-ESTAR IMPREVISTO DO MÉDIUM

Todo serviço na Terra prevê a possibilidade de falhas compreensíveis.

O automóvel, comumente, sofre perturbações em determinados implementos, a meio da

viagem.

Um tear interrompe a tecelagem pela exaustão de uma peça.

Na desobsessão, o mal-estar é suscetível de sobrevir num médium ou num dos colaborado-

res em ação, principalmente no que tange a uma crise orgânica francamente imprevista.

Verificado o incidente, o companheiro ou a irmã necessitada de assistência permanecerá

fora do círculo em atividade, recolhendo o amparo espiritual do ambiente, quando o mal-estar não

seja de molde a se lhe aconselhar o recolhimento imediato em casa.

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EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (1)

Evite o médium as posições de desmazelo na acomodação entre os companheiros, quando

se ache sob a influência ou presença dos desencarnados em desequilíbrio, e controle as

expressões verbais, empenhando-se em cooperar na administração do benefício aos Espíritos

sofredores, frustrando a produção de gritos e a enunciação de palavras torpes.

Não olvidem os medianeiros que o recinto empregado nos serviços da desobsessão é com-

parável à intimidade respeitável de um hospital.

46

EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (2)

Os medianeiros psicofônicos nunca admitam tanto descontrole que cheguem ao ponto de

derribar móveis ou quaisquer objetos, tumultuando o ambiente.

Lembrem-se de que não se encontram à revelia das manifestações menos felizes que ve-

nham a ocorrer.

Benfeitores desencarnados estão a postos, na reunião, sustentando a harmonia da casa, e

resguardarão as forças de todos os médiuns em serviço para que se desincumbam com limpeza e

dignidade das obrigações que lhes assistem.

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EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (3)

Atitude positivamente desaconselhável é a de permitir que comunicantes enfermos ensaiem

qualquer impulso de agressão.

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EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (4)

Dever inadiável impedir que os manifestantes doentes subvertam a ordem com pancadas e

ruídos que os médiuns psicofônicos conseguem facilmente frustrar.

49

EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (5)

Os médiuns psicofônicos evitem a. todo custo, em qualquer período da reunião, vergar a

cabeça sobre os braços.

Essa atitude favorece o sono, desarticula a cooperação mental e propicia ensejo a fácil

hipnose por parte de enfermos desencarnados.

50

INTERFERÊNCIA DE ENFERMO ESPIRITUAL

No curso da manifestação de determinado Espírito menos feliz, é possível a interferência de

outra entidade desditosa ou perturbada que compareça, arrebatadamente, por intermédio desse

ou daquele médium psicofônico ainda fracamente habilitado ao controle de si próprio.

Em alguns lances da desobsessão, o Espírito que interfere chega mesmo a provocar

elementos outros do conjunto, citando-os de forma nominal para que se estabeleçam

conversações marginais sem nenhum interesse para o esclarecimento.

O dirigente tomará providências imediatas para que se evite desarmonia ou tumulto,

designando sem delonga o assessor que se incumbirá da necessária solução ao problema, a fim

de que a interferência não degenere em perturbação, comprometendo a ordem e a segurança do

esforço geral.

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RADIAÇÕES

Rogando aos companheiros reunidos vibrações de amor e tranqüilidade para os que so-

frem, o diretor do grupo, terminadas as tarefas da desobsessão propriamente ditas, suspenderá a

palavra, pelo tempo aproximado de dois a quatro minutos, a fim de que ele mesmo e os inte-

grantes do círculo formem correntes mentais com as melhores idéias que sejam capazes de ar-

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ticular, seja pela prece silenciosa, seja pela imaginação edificante.

Todo pensamento é onda de força criativa e os pensamentos de paz e fraternidade, emiti-

dos pelo grupo, constituirão adequado clima de radiações benfazejas, facultando aos amigos es-

pirituais presentes os recursos precisos à formação de socorros diversos, em benefício dos

companheiros que integram o círculo, dos desencarnados atendidos e de irmãos outros, necessi-

tados de amparo espiritual a distância.

Um dos componentes da equipe, nomeado pelo diretor do conjunto, pode articular uma

prece em voz alta, lembrando, na oração, os enfermos espirituais que se comunicaram, os desen-

carnados que participaram silenciosamente da reunião, os doentes dos hospitais e os irmãos

carecentes de socorro e de alívio, internados em casas assistenciais e instituições congêneres.

52

PASSES

Os médiuns passistas, logo que o conjunto entre no silêncio necessário às radiações,

segundo as instruções traçadas pelo dirigente, se deslocarão dos lugares que lhes sejam

habituais e, conquanto se mantenham no trabalho íntimo das ideações construtivas, para

auxiliarem no apoio vibratório aos sofredores, atenderão aos passes, ministrando-os a todos os

componentes do grupo, sejam médiuns ou não.

Semelhante prática deve ser observada regularmente, de vez que o serviço de

desobsessão pede energias de todos os presentes e os instrutores espirituais estão prontos a

repor os dispêndios de força havidos, através dos instrumentos do auxílio magnético que se

dispõem a servi-los, sem ruídos desnecessários, de modo a não quebrarem a paz e a

respeitabilidade do recinto.

Fora dos momentos normais, os médiuns passistas atenderão aos companheiros

necessitados de auxílio tão-só nos casos de exceção, respeitando com austeridade disposições

estabelecidas, de modo a não favorecerem caprichos e indisciplinas.

53

IMPREVISTOS

O grupo deve contar com imprevistos.

Existem aqueles de natureza externa a que não se pode dar atenção, quais sejam

chamamentos inoportunos de pessoas incapacitadas ainda para compreender a gravidade do

trabalho socorrista que a desobsessão desenvolve, batidas à porta já cerrada, por irmãos do

círculo, iniciantes e retardatários, ainda não afeitos àdisciplina, ruídos festivos da vizinhança e

barulhos outros, produzidos vulgarmente por insetos, animais, viaturas, etc.

Há, porém, os embaraços no campo interno

da reunião, dentre os quais se destacam a luz apagada de chofre ou o mal-estar súbito de al-

guém.

Nesses casos, o dirigente da casa tomará providências imediatas para que os problemas

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em curso se façam compreensivelmente atendidos.

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MANIFESTAÇÃO FINAL DO MENTOR

Aproximando-se o horário de encerramento, o dirigente da reunião, depois de verificar que

todos os assuntos estão em ordem, tomará a palavra, explicando que as atividades se acham na

fase terminal, solicitando aos presentes pensamentos de paz e reconforto, notadamente a

benefício dos sofredores.

Em seguida, recomendará aos médiuns passistas atenderem ao encargo que lhes compete

e solicitará da assembléia a continuidade da atenção e do silêncio, para que o médium indicado

observe se o orientador espiritual da reunião ou algum outro instrutor desencarnado deseja

transmitir aviso ou anotação edificante para estudo e meditação do agrupamento. Se a casa

dispõe de aparelho gravador, é importante que a máquina esteja convenientemente preparada e

em condições de fixar a palavra provável do comunicante amigo.

Na hipótese de verificar que o orientador desencarnado não deseja trazer nenhum aviso ou

instrução, o médium indicado dará ciência disso ao dirigente, a fim de que ele profira a prece final

e, em seguida, declare encerrada a reunião.

55

GRAVAÇÃO DA MENSAGEM

O diretor da reunião, se existe no grupo a possibilidade de gravação da mensagem final,

que possa servir na edificação comum, não se alheará do trabalho dessa natureza, conquanto

designe esse ou aquele companheiro para auxiliá-lo.

Responsabilizar-se-á diretamente pelo material de que os benfeitores espirituais se uti-

lizarão, fazendo-se zelador atencioso do aparelho gravador e dos respectivos implementos,

compreendendo que os serviços programados para cada reunião devem ser executados sem

atropelos ou omissões.

O grupo ouvirá atenciosamente a palavra do comunicante amigo, seja ele o orientador da

casa ou algum benfeitor recomendado por ele.

Freqüentemente, o visitante encaminhado à reunião pelo mentor pode não ser um luminar

da Espiritualidade Maior, e sim um companheiro recém-convertido à Verdade, disposto a relatar

as próprias experiências, quase sempre esmaltadas de lembranças dolorosas, ocorrência essa

que se verifica objetivando-se o conforto ou a edificação.

De qualquer modo, a palavra do visitante espiritual, pelo médium, deve ser ouvida com o

respeito máximo, procurando-se nela, acima de qualquer preceito gramatical, o sentido, a lógica, a

significação e a diretriz.

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PRECE FINAL

A oração final, proferida pelo dirigente da reunião, obedecerá à concisão e à simplicidade.

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ENCERRAMENTO

Terminada a prece final, o diretor, com uma frase breve, dará a reunião por encerrada e fará

no recinto a luz plena.

Vale esclarecer que a reunião pode terminar, antes do prazo de duas horas, a contar da

prece inicial, evitando-se exceder esse limite de tempo.

58

CONVERSAÇÃO POSTERIOR Á REUNIÃO

Claro que terminada a reunião se sintam os integrantes da equipe inclinados a entrelaçar

pensamentos e palavras na conversação construtiva, porqüanto, se a alegria da obrigação

cumprida não lhes marca o íntimo, algo existe na equipe a ser necessariamente retificado.

Euforia de confraternização, reconforto do dever nobremente atendido.

Não raro, surge a oportunidade da prosa afetiva em torno de um café ou enquanto se es-

pera condução.

Falemos, cultivando bondade e otimismo.

Importante que a palestra não descambe para qualquer expressão negativa.

Se um dos desencarnados sofredores emitiu conceitos menos felizes, ou se um dos

médiuns em ação não conseguiu desincumbir-se corretamente das atribuições que lhe foram

conferidas em serviço, evitem-se com empenho reprovações, criticas, motejos, sarcasmos.

Compreendamos que uma equipe para a desobsessão se desenvolve e se aperfeiçoa com

serviço e tempo, como qualquer outra empresa produtiva, e algum comentário desairoso,

destacando deficiências e males, constitui prejuízo na obra do progresso e na consolidação do

bem.

59

REOUVINDO A MENSAGEM

Ainda no recinto ou nos dias subseqüentes, é aconselhável que os lidadores da

desobsessão, quando seja necessário, reouçam a mensagem educativa, obtida na fase terminal

das tarefas, caso haja sido gravada. Procurar — repitamos — nas frases do comunicante a

essência e a orientação. Por outro lado, abster-se do impulso da divulgação, sem estudo.

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Cabe refletir que as primeiras instruções para a criatura reencarnada se verificam no plano

doméstico. A criatura humana recebe dos pais e dos instrutores do lar conselhos e indicações

inesquecíveis, mas, por isso, nem todos podem ser ençaminhados às tipografias para o trabalho

publicitário. Ninguém se lembrará de enviar uma advertência maternal qualquer para a imprensa,

conquanto um aviso de mãe seja sempre uma peça preciosa para os filhos a que se destine.

O dirigente, na hipótese da recepção de mensagens destinadas à propagação, precisará

joeirá-las em rigorosa triagem, solicitando, para esse fim, o concurso de companheiros habituados

às lides culturais e doutrinârias, com autoridade bastante para emitir opiniões, verificando,

igualmente, se as instruções obtidas não coincidem, na forma literal, com essa ou aquela página

espírita, mediúnica ou não, já consagrada na leitura comum, embora o fundo moral seja res-

peitável.

60

ESTUDO CONSTRUTIVO DAS PASSIVIDADES

Ë interessante que dirigente, assessores, médiuns psicofônicos e integrantes da equipe, fin-

da a reunião, analisem, sempre que possivel, as comunicações havidas, indicando-se para exame

proveitoso os pontos vulneráveis dessa ou daquela transmissão.

As observações fraternas e desapaixonadas, nesse sentido, alertarão os companheiros da

mediunidade quanto a senões que precisem evitar e recordarão aos encarregados do

esclarecimento pequenas inconveniências de atitude ou palavra nas quais não devem reincidir.

De semelhante providência, efetuada com o apreço recíproco que necessitamos sustentar

uns para com os outros, resultará que todos os componentes da reunião se investirão, por si mes-

mos, na responsabilidade que nos cabe manter no estudo constante para a eficiência do grupo.

Se os médiuns esclarecedores julgam conveniente a atenção desse ou daquele médium

psicofônico em determinado tema de serviço espiritual, chamá-lo-ão a entendimento particular,

evitando-se a formação de suscetibilidades, salientando-se que os próprios médiuns psicofônicos,

se libertos de teias obsessivas, são os primeiros a se regozijarem com o exame sincero do

esforço que apresentam.

61

SAÍDA DOS COMPANHEIROS

A saída dos companheiros realizar-se-á nos moldes da discrição seguidos na entrada.

Evitar-se-ão gritos, gargalhadas, referências maliciosas, anedotário picante.

O serviço da desobsessão reclama a tranqüilidade e o respeito que se deve a um sanatório

de doenças mentais.

Considerem os companheiros dessa sementeira de amor que estão sendo, muitas vezes,

seguidos e observados por muitos enfermos desencarnados que lhes ouviram, com interesse, as

exortações e os ensinos, no curso da reunião, e será contraproducente, além de indesejável,

qualquer atitude ou comentário pelos quais os tarefeiros do socorro espiritual desmanchem,

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invigilantes, os valores morais que eles próprios construíram na consciência e no ânimo dos

Espíritos beneficiados.

62

COMENTÁRIOS DOMÉSTICOS

De volta a casa, convém que os servidores da desobsessão silenciem qualquer nota

inconveniente acerca de transmissões, influências, fenômenos ou revelações havidas na reunião.

Se os comunicantes se referirem a problemas infelizes, como sejam crimes, ofensas, má-

goas ou faltas diversas, cabe-nos recordar que a obra da desobsessão, no fundo, é libertação das

trevas de espírito e não existe libertação das sombras sem esquecimento do mal.

Conversas acerca de quaisquer maníf estações ou traços deprimentes do amparo espiritual

efetuado estabelecem ímãs de atração, criando correntes mentais de ação e reação entre os

comentaristas e os que se tornam objeto dos comentários em pauta, realidade essa que faz de

todo desaconselháveis as referências sobre o mal, de vez que funcionam à maneira de bisturis

visíveis, revolvendo inutilmente as chagas mentais dos enfermos desencarnados que foram aten-

didos, arrancando-os do alívio em que estão mergulhados, para novas síndromes de angústia.

Isto, porém, não impede que médiuns esclarecedores, médiuns psicofônicos e

companheiros outros analisem determinadas passagens da palavra ou da presença das entidades

sofredoras, em círculo íntimo, para estudo construtivo, com efeitos na edificação do bem, ao modo

de especialistas num simpósio conduzido com discrição.

63

ASSIDUIDADE

Assiduidade é lição que colhemos na escola da Natureza, todos os dias.

Lavradores enriquecem os celeiros da Humanidade, confiando na pontualidade das

estações.

A desobsessão, para alcançar os objetivos libertadores e reconfortativos a que se propõe,

solicita lealdade aos compromissos assumidos.

Aprendamos, durante a semana, a remover os empecilhos que provavelmente nos visitarão

no dia e na hora prefixados para o socorro espiritual aos desencarnados menos felizes.

Observemos a folhinha, estejamos atentos às obrigações que os Benfeitores Espirituais

depositam em nossas mãos e nas quais não devemos falhar.

Muito natural que a ausência não justificada do companheiro a três reuniões consecutivas

seja motivo para que se lhe promova a necessária substituição.

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BENEFÍCIOS DA DESOBSESSÃO

Erraríamos frontalmente se julgássemos que a desobsessão apenas auxilia os

desencarnados que ainda pervagam nas sombras da mente.

Semelhantes atividades beneficiam a eles, a nós, bem assim os que nos partilham a

experiência quotidiana, seja em casa ou fora do reduto doméstico, e, ajuda, os próprios lugares

espaciais em que se desenvolve a nossa influência.

Reuniões dedicadas à desobsessão constituem, bastas vezes, trabalho difícil, pois, em

muitas circunstâncias, parece cair em monotonia desagradável, não só pela repetição freqüente

de manifestações análogas umas às outras, como também porque a elas comparecem, durante

largo tempo, entidades cronicificadas em rebeldia e presunção. Isso, porém, não pode e não deve

desencorajar os tarefeiros desse gênero de serviço, de vez que nenhum pesquisador encarnado

na Terra está em condições de avaliar os benefícios resultantes da desobsessão quando está

sendo corretamente praticada.

Todos possuímos desafetos de existências passadas, e, no estágio de evolução em que

ainda respiramos, atraímos a presença de entidades menos evolvidas, que se nos ajustam ao

clima do pensamento, prejudicando, não raro, involuntariamente, as nossas disposições e

possibilidades de aproveitamento da vida e do tempo. A desobsessão vige, desse modo, por

remédio moral específico, arejando os caminhos mentais em que nos cabe agir, imunizando-nos

contra os perigos da alienação e estabelecendo vantagens ocultas em nós, para nós e em torno

de nós, numa extensão que, por enquanto, não somos capazes de calcular. Através dela,

desaparecem doenças-fantasmas, empeços obscuros, insucessos, além de obtermos com o seu

apoio espiritual mais amplos horizontes ao entendimento da vida e recursos morais inapreciáveis

para agir, diante do próximo, com desapego e compreensão.

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REUNIÓES DE MÉDIUNS ESCLARECEDORES

Os médiuns esclarecedores não podem alhear-se do imperativo de entendimento recíproco

e estudo constante em torno das atividades que lhes dizem respeito.

Para isso, reunir-se-ão, periodicamente, ou quando lhes seja possível, para a troca de

impressões, à luz da Doutrina Espírita, analisando tópicos do trabalho ou apresentando planos

entre si com o objetivo de melhoria e aperfeiçoamento do grupo.

Semelhantes reuniões são absolutamente necessárias para que se aparem determinadas

arestas da máquina de ação e se ajustem providências a benefício das obras em andamento.

Esses ajustes, à maneira de sodalícios doutrinários, constituem, ainda, meios de atuação segura e

direta dos mentores espirituais do grupo para assumirem medidas ou plasmarem advertências,

aconselháveis ao equilíbrio e ao rendimento do conjunto.

Os médiuns esclarecedores não devem esquecer que, ao término de cada tarefa de

desobsessão, quase sempre ficam indagações e temas de serviço que, com tempo e madureza

de raciocínio, merecem analisadas, a benefício geral.

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REUNIÕES DE ESTUDOS MEDIÚNICOS

As reuniões de estudos mediúnicos, de ordem geral, no grupo, são necessárias.

No curso delas, em dias e horários que não sejam os prefixados para a desobsessão, os

esclarecedores e os companheiros ouvirão os medianeiros da equipe, registrando-lhes as consul-

tas e impressões, a fim de que os problemas suscitados pelas faculdades e indagações de cada

um sejam solucionados à luz dos princípios espíritas conjugados ao Evangelho de Jesus.

Aconselha-se-lhes o estudo metódico de «O Livro dos Médiuns», de Allan Kardec, e todas

as obras respeitáveis que se relacionem com a mediunidade.

Os benfeitores desencarnados e os Espíritos familiares estudam sempre a fim de se

tornarem mais úteis na obra da educação e do consolo junto da Humanidade Terrestre.

É imprescindível que os lidadores encarnados estudem também.

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REUNIÕES MEDIÚNICAS ESPECIAIS

Em determinadas circunstâncias, as reuniões mediúnicas podem surgir como sendo

necessárias a fins determinados.

Nessa hipótese, realizar-se-ão sem qualquer prejuízo para as reuniões habituais.

Para que isso aconteça, porém, é claramente preciso que o mentor espiritual do

agrupamento trace instruções especiais.

Noutros casos, o próprio grupo, através do dirigente, proporá ao mentor espiritual a

realização de reuniões dessa natureza para atender a equações de trabalho socorrista,

consideradas de caráter urgente.

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VISITA A ENFERMO

Algumas vezes, a equipe dedicada a desobsessões é chamada ao contacto com

determinado enfermo, retido no próprio lar.

Indiscutivelmente que a visita deve ser feita, havendo possibilidades para isso,

aconselhando-se, porém, que o grupo se faça representar por uma comissão de companheiros

junto ao doente.

Essa comissão terá o cuidado de recolher o endereço do irmão necessitado, para que o

grupo preste a ele a assistência possível.

Na visita a qualquer doente, a equipe deve abster-se da ação mediúnica, diante dele, no

que tange à doutrinação e ao socorro aos desencarnados sofredores, reservando-se semelhante

tarefa para o recinto dedicado a esse mister.

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VISITA A HOSPITAL

Um grupo dedicado ao trabalho da desobsessão é constantemente requestado à prestação

de serviço. Em meio aos pedidos diversos de concurso e auxílio, aparecem as solicitações de vi-

sita a hospitais.

Considerando a hipótese do atendimento, é

importante que o conjunto de serviço se represente por irmãos do círculo habilitados a

desincumbir-se da obrigação, de modo construtivo, isto é, mantendo no trato com o enfermo ou

com os enfermos atitudes edificantes de reconforto, sem mostras de impressionabilidade doentia

e sem manifestações mediúnicas extemporâneas, das quais, em tantos casos, se prevalecem os

Espíritos conturbados para agravar sintomas e perturbações nos irmãos alienados ou doentes a

que se vinculam em processos obsessivos.

A comissão representativa do agrupamento anotará nomes e endereços dos visitados, para

cooperação oportuna, dosando a ministração de conceitos em torno dos temas da obsessão,

quando em conversa com os enfermos ainda desprovidos de conhecimento espírita, a fim de que

a orientação curativa se lhes implante na mente, a pouco e pouco, de maneira segura.

É imperioso observar que os médiuns psicofônicos auxiliarão com mais eficiência se

puderem conhecer, de perto, os enfermos que lhes solicitam socorro, e os médiuns

esclarecedores muito aproveitarão no trato com os estabelecimentos de cura mental, aprendendo

a técnica de conversar com os Espíritos perturbados, no exemplo e na experiência dos

enfermeiros dignos, junto aos doentes complexos. Urge também que o comando socorrista

observe as normas vigentes na organização hospitalar visitada, comportando-se de tal modo que

não lhe fira os princípios.

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CULTO DO EVANGELHO NO LAR

Todo integrante de uma equipe de desobsessão precisa compreender a necessidade do

culto do Evangelho no lar.

Pelo menos, semanalmente, é aconselhável se reúna com os familiares ou com alguns

parentes, capazes de entender a importância da iniciativa, em torno dos estudos da Doutrina

Espírita, à luz do Evangelho do Cristo e sob a cobertura moral da oração.

Além dos companheiros desencarnados que estacionam no lar ou nas adjacências dele, há

outros irmãos já desenfaixados da veste física, principalmente os que remanescem das tarefas de

enfermagem espiritual no grupo, que recolhem amparo e ensinamento, consolação e alívio, da

conversação espírita e da prece em casa.

O culto do Evangelho no abrigo doméstico equivale a lâmpada acesa para todos os

imperativos do apoio e do esclarecimento espiritual.

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CULTO DA ASSISTÊNCIA

Outro aspecto de serviço que os obreiros da desobsessão não podem olvidar, sem prejuízo,

é a assistência aos necessitados.

Entidades sofredoras ou transviadas, a quem se dirige a palavra instrutiva nas reuniões do

agrupamento de socorro espiritual, acompanham, em muitos casos, aqueles mesmos que as

exortam aos caminhos da paciência e da caridade, examinando-lhes os exemplos.

A assistência aos necessitados, seja através do pão ou do agasalho, do auxílio financeiro

ou do medicamento, do passe ou do ensinamento, em favor dos que atravessam provações mais

difíceis que as nossas, não é somente um dever, mas também valioso curso de experiências e li-

ções educativas para nós e para os outros.

Nesse propósito, é impossível igualmente esquecer que os irmãos em revolta e desespero,

que nos ouvem os apelos à regeneração e ao amor, não se transformam simplesmente à força de

nossas palavras, mas, sobretudo, ao toque moral de nossas ações, quando as nossas ações se

patenteiam de acordo com os nossos ensinamentos.

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ESTUDOS EXTRAS

É forçoso que os seareiros da desobsessão não se circunscrevam, em matéria de atividade

espírita, aos assuntos do grupo.

A fim de enriquecerem o próprio grupo com valores necessários à educação coletiva e à

renovação de cada companheiro, é imprescindível aceitem o estudo nobre, qualquer que ele seja,

nos arraiais da Doutrina Espírita ou fora deles, para que progridam em discernimento e utilidade

na obra de recuperação que lhes cabe, iluminando convicções e dissipando incertezas.

Aprender sempre e saber mais é o lema de todo espírita que se consagra aos elevados

princípios que abraça.

E na faina da desobsessão é preciso entesouremos conhecimento e experiência, para que

os instrutores Espirituais nos encontrem maleáveis e proveitosos na extensão do bem que nos

propomos cultivar e desenvolver.

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FORMAÇÃO DE OUTRAS EQUIPES

O conjunto de colaboradores da desobsessão, por força do trabalho realizado, costuma

dilatar-se, em número, gradativamente, mas não admitirá integrantes novos sem que esses

integrantes demonstrem a preparação natural, a ser adquirida nas reuniões públicas de Doutrina

Espírita.

Baseado em «O Livro dos Médiuns» (item 332), ultrapassada a quota de quatorze participes

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do conjunto, o diretor da casa auxiliará os companheiros excedentes na formação de nova equipe

que, temporariamente, pode agir e servir sob a orientação do agrupamento em que nasceu.

O círculo novo contará, desse modo, com instruções sadias para consolidar-se, à maneira

de aparelho consciente, cujas peças se ajustarão ao lugar próprio, esparzindo frutos de fraterni-

dade e esclarecimento no amparo efetivo aos que sofrem, porqüanto o rendimento do serviço lhe

e, em tudo, o fator básico.

A obra redentora da desobsessão continuará, dessa forma, providencialmente garantida

pelos corações decididos a trabalhar pelos companheiros mentalmente tombados em perturbação

e conflitos, depois da morte, e pelos que, na Terra mesmo, padecem aflitivos processos de

obsessão oculta ou declarada, para a supressão dos quais só o amor e a paciência dispõem de

fortaleza e compreensão suficientes para sustentar a tarefa libertadora até ao fim. Isso porque a

obsessão é flagelo geminado com a ignorância, e, se apenas a escola consegue dissipar as

sombras da ignorância, somente a desobsessão poderá remover as trevas de espírito.

Fim