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19 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica ÀREAS DE CONHECIMENTO 2 – ENGENHARIAS

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Page 1: XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica · Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária INTRODUÇÃO: ... primeira fase foi realizado a imersão da Elódea e da Musa accuminata

19 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

ÀREAS DE CONHECIMENTO

2 – ENGENHARIAS

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ANÁLISE E TRATAMENTO DE ESGOTO EMPRESARIAL DE LAVANDERIAS A PARTIR

DE MUSA ACUMINATA “RED DACCA” EM COMPARAÇÃO COM MÉTODO

ADSORVENTE ALTERNATIVO

Orientanda: Bianca Alves Góes,

Orientador: Esp. Dicesar Correia

Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária

INTRODUÇÃO: A maior fonte de contaminação dos recursos hídricos superficiais são os

rejeitos sanitários residenciais e resíduos provenientes de atividade industrial, que podem

alterar significativamente diversos componentes presentes na água, alterando qualidade

física, química e biológica dessa. Analisando todo o contexto de importância da qualidade

de água, o projeto em questão propõe a análise dos parâmetros de contaminação presente

em efluentes de lavanderias, devido ao alto nível de produtos químicos dispersos na água e

a importância do tratamento e a qualidade desse em empresas, lavanderias, por serem

grandes poluidoras. Diante do interesse por novas tecnologias de tratamento de efluentes,

que associem boas taxas de remediação, eficiência no tratamento de resíduos industriais e

atenção na atualidade, devido às cobranças por partes dos agentes ambientalistas

fiscalizadores, comunidade, entre outros, a utilização de adsorventes vem ganhando

visibilidade, entretanto, diante da necessidade de estudos para maior embasamento desses

materiais e sua eficácia no tratamento de efluentes proveniente de lavanderias o presente

trabalho conduziu a análise de dois materiais adsorventes, sendo estes, Musa acuminata

red dacca, popularmente conhecida como banana roxa e Egéria densa, planta aquática

macrófita. OBJETIVOS: Este trabalho, tem como objetivo principal, avaliar a capacidade de

aplicação da Musa acuminata red dacca e da Egéria densa como biossorventes residuais

em processos de tratamento de efluentes de lavanderia. MÉTODO: Visando os testes com

sistemas alternativos de tratamento de água, foram selecionadas duas matérias primas para

início dos experimentos, sendo estas, a Musa acuminata red dacca, conhecida como

banana roxa ou vermelha e a planta aquática Egéria densa, popularmente conhecida como

Elódea. Para utilização da Musa acuminata red dacca foi realizado a secagem da casca da

banana em forno a 130°C. Quanto a planta aquática Elódea foi retirada da represa de

acumulação de Jundiaí, localizada no Parque da Cidade do município de Jundiaí. Na

primeira fase foi realizado a imersão da Elódea e da Musa accuminata red dacca em dois

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béqueres de 1.000ml, contendo 500ml de água. O material permaneceu em estufa por 12

dias, posteriormente foi retirado para filtragem e análise. Na segunda fase de testes, foi

realizado novamente a imersão da Musa accuminata red dacca e Egéria densa na água de

lavanderia, entretanto desta vez em recipientes maiores. A terceira fase consistiu na

imersão da Elódea com maior predominância de raízes em um recipiente com maior

quantidade de água de lavanderia, visando melhor resistência da planta aquática. Para

análises de cloreto e alcalinidade, foram realizados o preparo de soluções de Ácido Sulfúrico

e Nitrato de Prata, após preparação das mesmas, as soluções foram padronizadas para

realização dos testes. Demais testes foram realizados por meio da sonda multiparâmetros,

YSI ProDSS, instrumento portátil para a medida de diversos parâmetros críticos - oxigênio

dissolvido, turbidez, pH, ORP, condutibilidade, condutibilidade específica, total de sólidos

dissolvidos. RESULTADOS E DISCUSSÃO / DESENVOLVIMENTO: O primeiro teste

realizado foi em dois béqueres de 1000ml, foi adicionado 500ml de água de lavanderia junto

a amostras da casca de banana roxa (Musa accuminata red dacca) e Elódea (Egéria

densa). As amostras foram mantidas em uma estufa por 12 dias, quando retiradas foi

possível observar a formação de uma camada gelatinosa no béquer com casca de banana,

bem como fermentação do material. Quanto o béquer com a planta aquática Elódea,

observou-se a formação de forte odor das algas, pois as mesmas haviam entrado em estado

de senescência devido falta de luminosidade e espaço reduzido. Em uma análise preliminar

foi mensurado o pH das amostras em seu estado inicial, ou seja, o efluente de lavanderia,

que apresentou pH alcalino (12), a casca de banana roxa, na qual foi exposta a água

destilada para análise do pH, apresentando pH ácido (5), e da mesma maneira a planta

aquática, também com pH ácido (5). Após o período de exposição, constatou-se que ambas

as amostras apresentaram pH 7, isso devido neutralização do pH da água de lavanderia

como o pH ácido da casca de banana e da macrófita. A segunda fase de teste foi realizada

visando a utilização de recipientes maiores, para melhor adaptação das algas (E. densa),

pois na primeira fase as algas acabaram não resistindo ao ambiente limitado e sem luz.

Após um período de doze dias as amostras foram filtradas e analisado o pH das mesmas,

visando conferir se o resultado obtido seria o mesmo que na 1° fase. Observou se

novamente que a E. densa entrou em estado de senescência, possivelmente devido à

pouca quantidade de água no recipiente e precipitação de parte do efluente do recipiente

devido a temperatura no período. Na terceira fase, a E. densa foi submersa no efluente,

entretanto conforme maior necessidade da água foi necessária nova coletada de água,

sendo assim, apresentando algumas características distintas da amostra utilizada

anteriormente. Da mesma forma, foi realizado o teste com a casca de banana roxa,

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utilizando também maior quantidade de água. As amostras permaneceram em exposição

por um período de 12 dias, mesmo tempo que os demais testes. Após o período, notou-se

que houve a formação de uma camada gelatinosa na superfície do recipiente com

macrófitas, entretanto as algas não entraram em processo de senescência. Salienta-se que

a amostra utilizada na terceira fase de testes apresentou uma tonalidade maior que a

amostra utilizada nos testes anteriores devido ao tipo de tecido lavado na lavanderia da qual

foi retirada as amostras de água. A tonalidade da água também ficou mais clara que nos

demais testes, possivelmente devido as algas terem permanecido vivas, não entrando em

processo de decomposição durante o período de exposição. Quanto a amostra com a casca

de banana constatou-se o mesmo resultado dos testes da primeira e segunda fase. As

amostras da terceira fase de testes também obtiveram pH dentro dos parâmetros

esperados, assim como amostras anteriores, mantendo o padrão. Observou-se o nível de

oxigênio dissolvido baixo, ou seja, a água analisada não possui demanda suficiente de

oxigênio dissolvido para sobrevivência de peixes. Quanto a condutância especifica, nota-se

índice mais elevado na amostra exposta a casca de banana, enquanto a amostra com a

planta aquática apresentou uma redução de mais da metade dos níveis apresentados na

amostra original. Em relação aos níveis de Sólidos Totais Dissolvidos (TDS) fica claro a

capacidade da E. densa de absorver os resíduos. Quanto a amostra exposta na casca de

banana, vale ressaltar que os níveis de TDS se encontram elevados devido as propriedades

físicas da mesma e a quantidade utilizada para os testes, portanto os níveis elevados de

TDS não desmerecem a capacidade da Musa accuminata red dacca. Observa-se que a

turbidez da amostra com macrófitas está mais baixa que a amostra com casca de banana,

isto se deve as propriedades físicas do material utilizado, pois a Musa accuminata tem como

característica sua forte coloração, e a água absorveu boa parte dessa propriedade.

CONCLUSÕES OU CONSIDERAÇÕES FINAIS: Contatou-se que, ambos os materiais

absortivos utilizados, foram capazes de corrigir o pH, isto devido à reação de neutralização

quando misturado um ácido e uma base. O processo de neutralização ocorre em cerca de

três minutos devido as propriedades da água (alcalina) e da biomassa (ácida). Por meio da

realização de três fases de testes foi possível concluir que a Musa acuminata e a Egéria

densa possuem maior rendimento quando expostas a maior quantidade de efluente e em

espaço amplo, principalmente as algas, pois as mesmas passam por um processo de

adaptação no meio. Salienta-se que o teste realizado em espaços reduzidos com pouca

quantidade de água fez com que as macrófitas entrassem em estado de senescência,

prejudicando o tratamento da água devido dispersão da matéria orgânica da própria alga.

Foi possível observar que a amostrada que passou pelo filtro de carvão apresentou uma

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tonalidade mais escura, portanto a mesma absorveu a coloração do carvão ativado presente

no filtro, ou seja, elevou os níveis de turbidez. Em síntese ambos os materiais utilizados

possuem capacidade para tratamento de efluentes industriais, embora alguns parâmetros

estejam fora dos valores máximos permitidos ou não alcance os níveis ideias, como os

níveis de oxigênio dissolvido, tais podem ser corrigidos quando implantados dentro de um

sistema de tratamento, visando aperfeiçoamento e correção do processo.

PALAVRAS-CHAVE: Saneamento. Biomassa. Biossorventes.

REFERÊNCIAS:

AMBIENTE BRASIL. Água Doce. Macrófitas aquáticas. Disponível em:

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agua/doce/index.html

&conteúdo=./agua/doce/artigos/macrofitas.html. Acesso em: 21/03/2006.

BARCELOS, R.T; FERREIRA, O.M. Os Impactos de lançamentos dos efluentes das

lavanderias no córrego Barro Preto do Município de Trindade- GO, 2009.

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ANÁLISE DO PROCESSO DE REABILITAÇÃO E REFUNCIONALIZAÇÃO DE ÁREA

CONTAMINADA EM SÃO PAULO-SP

Orientanda: Valéria Aparecida Fernandes

Orientador: Dr. André Luiz da Conceição

Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária

INTRODUÇÃO: As regiões metropolitanas, em sua maioria, vivenciam problemas

crescentes de expansão urbana, com limitações para o crescimento horizontal e vertical das

cidades. Ao mesmo tempo, as áreas urbanas centrais passaram por um esvaziamento de

comércios e industrias, gerando inúmeros espaços vazios (SILVA, 2002). As antigas

fábricas, localizadas em centros urbanos, frequentemente possuíam alto risco de

contaminação, seja pelo processo produtivo em si ou pelos resíduos produzidos, que

associado ao déficit na legislação vigente à época de suas instalações e início de produção,

contribuíram para a vasta degradação ambiental e contaminação dos recursos naturais.

Segundo Cunha (1997) as áreas contaminadas podem ser definidas como locais que

exibem a presença de substâncias tóxicas distribuídas de forma não controlada nos

diferentes compartimentos do ambiente, as quais, em função do nível de concentração

existente, determinam riscos potenciais à saúde dos seres vivos e/ou prejuízos à qualidade

dos recursos naturais. O termo brownfields é bem conhecido nos Estados Unidos e países

europeus, com comuns sinônimos na língua nativa, sendo sua tradução literal para o

português como “campos escuros/marrons”, contudo, não existe um consenso quanto ao

seu uso. É definido pela EPA (United States Environmental Protection Agency), como

instalações comerciais e/ou industriais abandonadas, cuja reutilização é dificultada por

contaminação ambiental, mas com potencial de uso (EPA, 1999). Comumente são áreas em

regiões centrais e com infraestrutura adequada, sendo interessante que essas áreas

passem por processo de reabilitação e, quando contaminadas, serem refuncionalizadas,

como residencial, comercial ou industrial leve, de forma a não promover riscos à população

e ao meio ambiente, bem como evitar o uso de áreas preservadas. Em vista da quantidade

significativa dessas áreas na Região Metropolitana de São Paulo, o objetivo do presente

estudo foi analisar uma área anteriormente industrial, comprovadamente contaminada,

localizada na região de Santo Amaro no município de São Paulo, que passou por processo

de reabilitação e refuncionalização para uso residencial. OBJETIVOS: O objetivo geral foi

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analisar o processo de reabilitação de uma antiga área industrial contaminada na região de

Santo Amaro, localizada na zona sul de São Paulo-SP, que passou por processo de

reabilitação e requalificação urbana. Além dos objetivos secundários propostos, como a

compreensão de conceitos relacionados a áreas contaminadas e brownfields, estudo dos

benefícios da refuncionalização de brownfields, análise do processo de reabilitação de áreas

contaminadas pela CETESB e estudo do processo de industrialização e desconcentração

industrial paulistana, tendo como área de estudo o bairro de Santo Amaro. MÉTODO: Trata-

se de um estudo de caso pautado nos pressupostos metodológicos do modelo qualitativo.

Como meio de investigação, esse trabalho foi baseado na pesquisa documental

retrospectiva junto a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), associado a

revisão bibliográfica sobre o assunto em comento e a área de estudo. A área de estudo se

restringiu a um quarteirão na região de Santo Amaro, localizada na zona sul do município de

São Paulo, com área total aproximada de 38.500m². DESENVOLVIMENTO: A análise

retrospectiva da área evidenciou que no ano de 1931 uma fábrica se instalou inicialmente

produzindo tubos para televisores e a partir de 1968 lâmpadas incandescentes e

fluorescentes. No ano de 1994 a área passou por estudos ambientais que evidenciaram a

existência que contaminantes em concentrações que exigiam investigações no solo e

concentrações que exigiam intervenção nas águas subterrâneas. A empresa procedeu a

remediação do solo no ano de 1995 e no ano seguinte iniciou a rede de monitoramento das

águas subterrâneas (POLI E NETO, 2005). No ano de 2004 a CETESB solicitou atualização

do passivo ambiental da área, com constatação de persistência da contaminação das águas

subterrâneas que necessitavam de intervenção, apesar da constatação de redução contínua

das concentrações. Em 2006, a empresa encerrou suas atividades, e no ano seguinte

comercializou a área junto a uma construtora, que assumiu o passivo ambiental do local. A

construtora realizou novas investigações da área para fins de mudança de uso e ocupação

do solo para residencial, com constatação da necessidade de remediação devido risco de

inalação por trabalhadores e futuros moradores de COV (Compostos Orgânicos Voláteis),

que são substâncias com elevada pressão de vapor, ou seja, são facilmente vaporizados às

condições de temperatura e pressão ambientes, são de risco ao meio ambiente e à saúde

humana devido a toxicidade e tendência a biocumulação (MARTINS, 2004). Posteriormente

à aplicação da técnica de remediação air sparging e soil vapor extraction foi constatado que

as concentrações dos COV estavam abaixo dos limites de tolerância, demonstrando a

eficácia do método. O local foi seccionado em 4 lotes para fins construtivos, com três torres

em cada lote, totalizando 1056 unidades habitacionais. Até a realização do presente estudo,

três dos quatros lotes já tiveram sua construção finalizada e receberam o Termo de

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Reabilitação para o Uso Declarado. O presente estudo evidenciou que o processo de

reabilitação da área e sua refuncionalização como residencial foi exequível, com a devida

assessoria técnica e acompanhamento do órgão ambiental. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A

literatura estudada para formulação do presente estudo demonstrou que a região

metropolitana de São Paulo vivenciou diferentes ciclos de uso e ocupação do solo,

passando da cafeicultura para altamente industrial, seguido do processo de

desconcentração industrial, que contribuiu para a formação de brownfields na região. Tais

áreas estão presentes no tecido urbano, localizadas em áreas com infraestrutura existente e

já urbanizada, sendo que sua refuncionalização deve ser prioridade, a fim de limitar a

expansão da mancha urbana a locais ainda preservados e reinserir essas áreas como úteis

na região, sendo de importância e necessidade contínua de políticas públicas destinadas

especificamente a essas áreas, a fim de recuperá-las adequadamente e incentivar sua

refuncionalização no tecido urbano. O presente estudo cumpriu o objetivo de expor o

processo de reabilitação e refuncionalização de uma antiga área fabril contaminada que fora

reabilitada e refuncionalizada como residencial, demonstrando a possibilidade de reinserir

um brownfields no tecido urbano como residencial, habitando o espaço, valorizando a região

e minimizando o risco à saúde humana e ambiental para padrões aceitáveis.

PALAVRAS-CHAVE: Brownfields. Refuncionalização. Área Contaminada.

REFERÊNCIAS: CUNHA, R. C. A. Avaliação de risco em áreas contaminadas por fontes industriais desativadas – estudo de caso. Dissertação (Doutorado), Universidade de São Paulo. São Paulo, 1997. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-02042014-150225/pt-br.php>. Acesso em: 22 abr. 2017. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY - EPA. Cost estimating tools and resources for addressing sites under the brownfields initiative. Washington: EPA, 1999. Disponível em: <https://nepis.epa.gov>. Acesso em: 22 abr. 2017. MARTINS, D.O. Estudo do controle de emissões de compostos orgânicos voláteis em tanques de armazenamento de produtos químicos. 2004. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal da Bahia. Bahia, 2004. Disponível em: <http://www.teclim.ufba.br/site/material_online/dissertacoes/dis_dirceu_de_o_martins.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2018.

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POLI, M. M.; NETO, J. L. Resposta ao auto de infração nº 33001942 emitido pela CETESB. Sylvania do Brasil Iluminação limitada, 2005.

SILVA, A. C. M. A. A importância dos fatores ambientais na reutilização de imóveis industriais em São Paulo. Dissertação (Mestrado), Universidade de São Paulo. São Paulo, 2002. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3134/tde-05042004-123542/pt-br.php>. Acesso em 02 mar. 2018.

AGRADECIMENTO OU SUPORTE FINANCEIRO: Agradecimentos ao Programa de

Pesquisa e Iniciação Científica do Centro Universitário Padre Anchieta – UniAnchieta e ao

CNPq, através do programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC pelo

apoio financeiro à pesquisa.

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SUBSTITUIÇÃO/REDUÇÃO DO USO DE NITRATO E/OU NITRITO POR COMPOSTOS

DE ORIGEM NATURAL EM EMBUTIDOS; PRESERVANDO OS ASPECTOS

MICROBIOLÓGICOS

Orientanda: Daniela Lima dos Santos

Orientador: Me. Claudemar José Trevisam

Curso: Engenharia de Alimentos

INTRODUÇÃO: Conforme a Instrução Normativa n°4, de 31 de março de 2000, publicada

pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento, entende-se por linguiça o produto cárneo

industrializado, obtido de carnes de animais de açougue, adicionados ou não de tecidos

adiposos e ingredientes, embutido em envoltório natural ou artificial e submetido ao

processo tecnológico adequado. Um dos embutidos mais consumidos no Brasil, devido ao

sabor satisfatório, preço acessível e fácil preparo é a linguiça frescal. Todos os estudos

apontam para o crescimento contínuo devido à prática no preparo e à atual vida agitada dos

consumidores (UNISALESIANO, 2013). No processamento de linguiça são comumente

utilizados ingredientes como carne mecanicamente separada, gordura, água, gelo e sal.

Além desses ingredientes em comum, também são utilizados estabilizantes, conservantes,

antioxidantes, acidulantes, corantes, realçadores de sabor, reguladores de acidez e aromas.

A adição desses aditivos tem como objetivo melhorar características de textura, sabor,

coloração e conservação dos produtos, porém a utilização de nitritos e nitratos tem sido

questionada devido à associação de formação de compostos nitrosaminas, em níveis

baixos, mas possivelmente tóxicos em alguns produtos que utilizam a cura como parte do

processamento. Para Oliveira (2005), o uso destes aditivos é altamente discutido em virtude

da possibilidade de originarem compostos nitrosos de ação carcinogênica, como a N-

nitrosodimetilamina e a monometilnitrosamina. Além disso, esses compostos estão

presentes de forma natural em muitos outros alimentos, incluindo vegetais. Porém, a

justificativa para a utilização de nitritos e nitratos está na capacidade antimicrobiana, em

especial, na possibilidade do crescimento de Clostridium bitulinum. (FENNEMA 2010).

Atualmente, estudos tem demonstrado o interesse do consumidor por produtos de origem

natural devido à associação de produtos comumente produzidos pela indústria, com

modificações genéticas em plantas e animais, hormônios, pesticidas e antibióticos

(BENEDICTI, 2014). Durante a produção de produtos cárneos, a adição de sais de cura é

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29 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

tratada com atenção exclusiva, devido aos potenciais riscos que podem ser conferidos à

ingestão de altas quantidades (BENEDICTI, 2014). Podem ser substituídos pela adição

direta no nitrito, alguns extratos vegetais, naturalmente ricos em nitrato, eles possuem

grande influência na oxidação lipídica dos produtos cárneos devido ao seu efeito

antioxidante e atualmente é comum utilizar-se deles na substituição de antioxidantes

sintéticos, pois os extratos de vegetais apresentam a capacidade de melhorar a capacidade

oxidativa e aumentar a vida de prateleira dos mesmos (BENEDICTI, 2014). O aipo

(Apiumgraveolens L.) tem origem do sul da Europa e é cultivado nas regiões Sul e Sudeste

do Brasil. Pode alcançar de 60 a 90 cm de altura, possui caule verde claro e folhas verde

escuras bem segmentadas e folíolos serrilhados. Possui ação antioxidante, estomáquica,

contra gases intestinais, refrescante e atividade anti-inflamatória. Em sua composição

encontram-se cloreto de sódio, ferro, derivados de tiofeno, sulfurados voláteis, alina, alcina e

vitaminas (A, B1, B2, B5, C e E). (BENEDICTI, 2014). OBJETIVOS: Este trabalho teve

como objetivo o desenvolvimento de uma linguiça frescal, alterando a quantidade de nitrito e

nitrato utilizados em formulação comercial sem modificar as características microbiológicas

do produto, com a finalidade de se obter produtos de qualidade e com baixo custo de

produção, através da adição de extrato de aipo na formulação como fonte da substituição

dos sais de cura. Além de comparar os resultados de análises microbiológicas de uma

linguiça frescal vendida nos mercados com a desenvolvida no projeto. MÉTODO: O primeiro

passo foi pesquisar a respeito dos ingredientes necessários em uma formulação de linguiça

comum e quais eram as reações que ocorriam entre eles para que se obtivesse um

resultado satisfatório perante o mercado, posteriormente, foram feitas alterações de acordo

com a necessidade do projeto. Após tomada a decisão dos ingredientes e quantidades

necessários, a paleta e o toucinho foram cortados em cubos e moídos. Posteriormente, a

mistura de carnes foi pesada para que a partir da massa obtida pudéssemos calcular a

quantidade dos demais ingredientes. Os condimentos foram pesados e incorporados à

mistura e esta foi acondicionada na embutideira para preenchimento da tripa. As linguiças

foram armazenadas em geladeira pelos 7 dias subsequentes para realização da análise

microbiológica. O ágar manitol salgado e a água peptonada foram preparados conforme a

instrução contida nos rótulos dos produtos. Foi colocado 11,1g de ágar em 100mL de água

destilada. Misturou-se até se obter uma suspensão uniforme. A mistura foi aquecida com

frequente agitação para que a dissolução fosse completa. Em seguida, todos os materiais

utilizados foram colocados em autoclave com as dissoluções a 121°C durante 15 minutos.

Posteriormente os materiais foram direcionados para o fluxo laminar com a luz ultravioleta

ligada e permaneceram durante 20 minutos para que o DNA das bactérias fosse quebrado,

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inibindo seu crescimento. Foi diluído 25g de linguiça em 225mL de água peptonada 0,5 %.

Em seguida as diluições (10 -1) foram colocadas na quantidade de 0,1 mL em placas de petri

e espalhadas com alça de drigalsky. As ponteiras utilizadas para a diluição da linguiça foram

de 0,1mL. As placas foram colocadas em estufa a 37°C por 48 horas. Posteriormente, foi

realizada a contagem de colônias e a técnica de coloração de gram. A análise de

determinação de nitrito foi realizada de acordo com o método de determinação de nitritos

utilizando espectrofotometria descrito no IAL. RESULTADOS E DISCUSSÃO /

DESENVOLVIMENTO: De acordo com a RDC N° 12, de 02 de janeiro de 2001, a

quantidade de Estafilococos. Coagulase positiva/g não deve ultrapassar 5x103 e na amostra

desenvolvida, esse crescimento teve uma média de 6,3X103. Esse resultado insatisfatório

pode ter sido ocasionado pela insuficiência de nitrito desenvolvido a partir do extrato de

aipo, que fez com que a atividade antimicrobiana não fosse eficaz. O que se comprova a

partir da média da análise de nitrito obtida 7,38 mg/kg. Entretanto a amostra de mercado

também apresentou resultado elevado apesar de conter mais nitrito. CONCLUSÕES OU

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A condução desse trabalho permitiu a elaboração de linguiça

tipo frescal com substituição de nitrito de sódio por uma fonte natural de nitrato obtendo uma

cura orgânica para linguiça tipo frescal, resultados que garantem a viabilidade tecnológica

dessa reformulação promovendo apelos mais saudáveis para essa categoria de produto

cárneo. Paralelamente, a insuficiência de nitrito formado a partir do nitrato do extrato de aipo

pode estar ligada ao tempo de cura de 7 dias que foi usado devido ao cronograma da

Instituição, logo foi sugerido o desenvolvimento de novas propostas como a utilização de

bactérias nitrato redutoras junto com o extrato de aipo e alteração no tempo para início da

realização de análises.

PALAVRAS-CHAVE: Linguiça. Nitrito. Aipo.

REFERÊNCIAS:

BENEDICTI, Carolina. Produção de linguiça frescal (toscana) través de cura natural com extrato de aipo (apium graveolens). 2014. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2343/1/CM_COALM_2013_2_04.pdf>. Acesso em: 07/04/2017. BRASIL, (31 de março de 2000) Instrução Normativa n°4 de 31 de março de 2000, Anexo III “Regulamento técnico de identidade e qualidade de linguiça.” CORREIA, Lucyanne Maria Moraes, Multiplicação de microbiota autóctine e de

Staphylococcus aureus inoculado em linguiças frescais produzidas com diferentes

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concentrações de sais de cura. Disponível em:

<http://www.posalim.ufpr.br/Pesquisa/pdf/dissertaLucyanneC.pdf>. Acesso em: 10/10/2017.

FENNEMA, Owen, DAMODARAN, Srinivasan, PARKIN, Kirk L. Química de Alimentos. 4°

edição. 2010

OLIVEIRA, Ana Paula de. CARNICER, Aline Nunes, AMARAL, Jacira de Fátima do,

ANDRIOLI, Laura Gabrieli Rodrigues, Monitoramento dos npiveis de nitrito encontrados em

linguiças artesanais comercializadas em Lins. Disponível em:

<http://www.unisalesiano.edu.br/simposio2013/publicado/artigo0198.pdf> Acesso em:

12/09/2017.

OLIVEIRA, Milyan Jorge, ARAÚJO, Wilma M. C., BORGO, Luiz Antônio, Quantificação de

nitrito e nitrato em linguiças tipo frescal - Ciência e Tecnologia de Alimentos 2005.

Disponível em:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=395940076018> Acesso em:

22/06/2017.

AGRADECIMENTO OU SUPORTE FINANCEIRO: Agradeço aos professores da graduação

e em especial ao meu orientador Claudemar José Trevisam, por todo apoio e aprendizado

concedido, que mesmo em momentos de dificuldade não deixou de me amparar e me fez

continuar, sempre com muita paciência. Agradeço aos amigos e familiares pelo incentivo no

decorrer do projeto e ao Programa Institucional de Pesquisa de Iniciação Científica do

UniAnchieta, que proporcionou a oportunidade de aprendizado e desenvolvimento de novos

conhecimentos.

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32 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

DESENVOLVIMENTO DE UMA SISTEMÁTICA ORGANIZACIONAL PARA

TRABALHOS COM RESÍDUOS QUÍMICOS E REAGENTES VENCIDOS EM

INSTITUIÇÕES DE ENSINO

Orientanda: Thaynan Borges Oliveira,

Orientador: Me. Antônio César Teixeira de Toledo

Curso: Engenharia Química

INTRODUÇÃO: Em laboratórios de ensino há grande variedade de produtos químicos e as

universidades utilizam cerca de 1% dos resíduos perigosos (ALBERGUINI et al, 2006). De

acordo com ABNT (1987), resíduos são restos da atividade humana. O ato de proteção

ambiental de 1990 do Reino Unido destaca, na sessão 75, que resíduo significa qualquer

substância que constitua um efluente, sucata ou outra substância não desejável derivada da

aplicação de algum projeto, e também qualquer substância que necessite ser descartada

devido às más condições ou contaminação. Em maior ou menor grau pode vir a trazer riscos

à saúde pública, provocando mortalidade, doenças ou acentuar índices de enfermidade já

existente, e também riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado e descartado

de forma inadequada, devido às suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas

(Lippel et al. 2003). Outro grande problema, é o descumprimento das normas e

procedimentos de segurança para utilização dos produtos químicos, o que pode ocasionar

acidentes. Os acidentes geralmente são ocasionados por atitudes simples, como não leitura

de rótulos, armazenamento inadequado de frascos e principalmente pelo uso de produtos

vencidos. Alguns produtos químicos apresentam curto prazo de validade e outros, quando

armazenados de maneira inadequada, sofrem deterioração acelerada. Todo produto

químico quando vencido é considerado como inapropriado para utilização, pois, estes não

podem passar por processo de reaproveitamento, reciclagem ou uma possível recuperação

e revalidação, sendo, portanto, inadequados para o uso. No Brasil, todo produto

comercializado precisa conter em seu rótulo um determinado prazo de validade (Lei do

Código do Consumidor, Lei 8078 de 11 de setembro de 1990), porém, atualmente, tem-se

intensificado as pesquisas que estudam as possibilidades existentes de revalidação deste

prazo, uma vez em que o produto estiver seguramente em condição de reuso. Segundo a

Portaria Nº 500/MS/SNVS, de 09 de outubro de 1997, “estabilidade é a capacidade de um

produto de manter suas características originais conforme suas especificações de pureza,

qualidade e potência”. OBJETIVOS: Realizar uma gestão adequada de reagentes químicos

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33 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

vencidos em instituição de ensino com o foco na implantação de um programa que auxilie

na revalidação e reaproveitamento de produtos químicos fora da data de validade.

MÉTODO: A metodologia do projeto foi realizada em uma escola estadual na cidade de

Campo Limpo Paulista - Escola Quinze de Outubro - que conta com um laboratório de

Química que apresentava muitos reagentes químicos vencidos. A implantação da

metodologia iniciou-se com o processo de inventário no qual realizou-se o levantamento de

todos os reagentes existentes na escola a fim de realizar um adequado controle do estoque

dos reagentes e resíduos ali presentes. Os produtos armazenados foram organizados

conforme: reagentes químicos, quantidades de frascos de cada item, data de validade,

estado físico e sua grandeza existente no frasco. Todas as informações levantadas no

inventário foram organizadas em uma planilha de controle de reagentes químicos cujo

possui uma fórmula que avisa quando o reagente estiver vencido. Posteriormente, cada

frasco foi separado em ordem alfabética visando a facilidade de buscar e monitorar os

mesmos. O Processo de revalidação dos reagentes vencidos baseou-se em literaturas

especializadas e nos testes e levantamento de informações documentados no projeto de

Iniciação Cientifica da ex-aluna de Engenharia Química, Amanda Caroline Pereira, o qual

comprovou a viabilidade de revalidar um produto químico vencido. O programa de

revalidação reagentes químicos vencidos disponível no link

https://reagente.herokuapp.com/login é uma ferramenta desenvolvida à princípio para ser

utilizada na escola Quinze de Outubro, porém esta também pode ser útil a todas as

instituições de ensino sejam elas escolas de ensino fundamental, médio e técnico ou em

instituições de ensino superior. Este programa será utilizado como uma ferramenta

auxiliadora para que um técnico de laboratório realize o processo de revalidação de um

reagente vencido através da busca automatica todas as informações encontradas na Ficha

de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) disponível no site da CETESB

(http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/produto_consulta_completa.asp).RESULTAD

OS E DISCUSSÃO / DESENVOLVIMENTO: Durante o desenvolvimento do projeto, foi

possível observar que, infelizmente, grande parte das instituições de ensino que dispõem de

laboratórios com estoque de reagentes químicos não empenham-se em gerenciar estes de

maneira correta e segura. Os problemas de desorganização, superlotação, bagunça, bem

como de armazenamento incorreto dos frascos, foram solucionados com a implantação

dessa sistemática e gestão simples, de fácil acesso, barata e muito eficiente. O resultado

obtido após a metodologia implantada foi melhorar o gerenciamento dos reagentes,

promover a revalidação dos vencidos e questionar a autenticidade e efetividade dos prazos

indicados genericamente pela indústria fornecedora de produtos químicos, bem como

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34 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

também evitar um acidente ou contaminação do meio ambiente em seus principais biomas:

a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera. CONCLUSÕES OU CONSIDERAÇÕES FINAIS: Por

intermédio deste trabalho de pesquisa, espera-se a conscientização por parte das

instituições de ensino afim de que ações sejam criadas com o objetivo de minimizar os

riscos e perigos de acidentes letais que o armazenamento incorreto pode causar

(queimaduras, intoxicação, derramamentos e explosão) seja para a sociedade que vive ao

redor da região aonde a escola esteja situada como para o meio ambiente. Espera-se

também, evitar que estes reagentes fora do prazo de validade sejam descartados de

maneira incorreta, preservando-os e os reutilizando em salas de aulas. Sendo assim, dar

utilidade aquilo que teoricamente não seria mais útil.

PALAVRAS-CHAVE: Resíduos e Reagentes Químicos. Tratamento de Resíduos. Gestão

de Laboratórios.

REFERÊNCIAS:

ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004: Resíduos

Sólidos: classificação. Rio de Janeiro, 1987. 63 p.

ALBERGUINI, Leny Borghesan, et al. Tratamento de resíduos químicos: Guia prático para a

solução dos resíduos químicos em instituições de ensino superior. São Carlos: RiMa, 2006.

19 p.

LIPPEL, M. Modelo de gerenciamento de resíduos sólidos de saúde para pequenos

geradores. 2003. 120 f.. Dissertação (Mestrado em Ciências e Engenharia de Produção) –

Pós Graduação em Ciência e Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa

Catarina, Florianópolis, 2003.

Lei do Código do Consumidor Lei 8078/1990. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm. Acesso em 29 de abri. 2017.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 500/MS/SNVS, de 9 de outubro de 1997, p. 91.

Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/portarias/500.pdf. Acesso em 20 de abri.

2017.

AGRADECIMENTO OU SUPORTE FINANCEIRO: BIC/UNIANCHIETA

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35 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

ESTUDO DA CORROSÃO EM LATAS DE LIGAS DE ALUMÍNIO PARA BEBIDAS

CONTENDO GENGIBRE E ANTOCIANINAS OBTIDAS POR EXTRAÇÃO DO REPOLHO

ROXO E DO HIBISCO

Orientanda: Lígia Meyer Pacheco Delboni

Orientadora: Dra. Marina Rodrigues de Aguiar

Curso: Engenharia de Alimentos

INTRODUÇÃO: A cor é uma das primeiras características que atraem as pessoas ao

consumo de alimentos e de bebidas, além disso, é comum a associação de cor a sabor. Daí

a importância do papel dos corantes nos produtos alimentícios, (DOSSIÊ, 2009). Além

disso, aditivos como aromatizantes, ajudam a melhorar a percepção do sabor dos alimentos

e bebidas. Seja o corante natural ou artificial, ele será sempre, essencialmente, uma

substância química com potencial para interagir com o ambiente que o contenha. Isto é, o

corante tanto terá efeitos no corpo humano, afetando ou não a saúde, como interagirá com o

recipiente que o armazena – a sua embalagem. Dentre os corantes fornecedores da cor

vermelho tem-se os orgânicos naturais, como as antocianinas de frutas e/ou hortaliças (INS

163i) e o extrato de casca de uva (INS 163ii). Há os corantes artificiais Vermelho 40 (INS

129) e o Ponceau 4R (INS 124), nomenclatura segundo Anvisa (2015). A antocianina natural

responsável pelo vermelho pode ser facilmente extraída utilizando-se água, tanto do repolho

roxo, (GUIMARÃES, ALVES e ANTONIOSI, 2012), como do hibisco, (SINDI et.al., 2014). As

soluções obtidas do repolho roxo foram estudadas por Delboni e Aguiar (2017), em projeto

de Iniciação Científica. As soluções aquosas obtidas com hibisco têm sido reportadas sob

duas vertentes. Uma delas tratando dos benefícios à saúde destas soluções (AWE et.al.,

2013; SINDI, MARSHAL e MORGAN, 2014). A outra, tratando do potencial de inibição à

corrosão de alumínio (HOSARY, SALEH e DIN, 1972; NOOR, 2009). Como soluções

naturais tendem a se degradarem mais rapidamente, a adição de gengibre, primeiramente

visto como aromatizante, também poderá aumentar o tempo de conservação das soluções

de antocianina (AJAYI, LESSOR e AKINWUNMI, 2016). Considerando-se os vários tipos de

embalagens usuais na indústria de alimentos e bebidas e o fato de as antocianinas serem

corantes naturais fotossensíveis, isto é, podem ter sua cor alterada pela ação da luz, optou-

se pela lata de ligas de alumínio. Entretanto, o manuseio de latas de alumínio pode acarretar

deformações que, eventualmente, poderão afetar a qualidade do produto que acondicionam,

pela corrosão da lata. O presente trabalho trata da investigação da deterioração de latas de

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36 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

alumínio por bebidas não alcoólicas contendo soluções de antocianinas extraídas do

hibisco, com e sem a presença de soluções de gengibre. Faz, também, uma comparação do

comportamento das latas em relação à corrosão, frente às soluções de antocianina

extraídas de repolho roxo. OBJETIVOS: O objetivo principal do trabalho foi avaliar se o uso

de antocianina, como corante natural, extraída de hibisco poderia provocar corrosão em

latas de alumínio. Uma vez que a literatura cita o gengibre como agente protetor contra

corrosão, também se optou por estudar sua adição às soluções de hibisco. Pode-se, então,

descrever como objetivos específicos: o estudo das características das antocianinas de

hibisco, como estruturas e tipos; estudo dos processos de corrosão e prevenção contra

corrosão metálica; avaliação do pH e sua influência na corrosão ou inibição da corrosão de

embalagens de alumínio para latas, em meio aquoso, utilizando-se, solução de hibisco e

solução de hibisco com solução de gengibre; avaliação da mudança de tonalidade ou cor

dos corantes descritos, em função do pH da solução aquosa; avaliação da corrosão de latas

de alumínio, por perda de massa, com as soluções descritas. MÉTODO: O hibisco seco foi

comprado em uma loja de produtos naturais (Saúde Natural – produtos naturais). O hibisco

foi triturado em liquidificador doméstico, sempre na mesma velocidade e tempo. A extração

da antocianina do hibisco seguiu o padrão descrito por Sindi, Marshall e Morgan (2014), que

utilizaram diferentes temperaturas e tempos para a extração do conteúdo de antocianinas

contidos no hibisco. Usou-se água deionizada a 25°C, 50°C e 100°C, deixando a extração

ocorrer por 3, 5 ou 10 minutos. Após cada período de extração, fez-se uma filtração, usando

o papel filtro quantitativo (Unifil – Faixa Branca) para que se retivesse o pó de hibisco,

deixando passar apenas o extrato líquido de forma a não causar qualquer tipo de

interferência na leitura espectrofotométrica. Ao longo das extrações foi se fazendo um

estudo do comportamento da solução em relação à cor e pH, este último avaliado com

pHmetro MS Tecnopon. Seguindo o trabalho de Touba, Zakaria e Tahereh (2011), a

obtenção do extrato de gengibre foi precedida da imersão do gengibre por dois minutos em

álcool etílico 90%, para que possíveis contaminações presentes no gengibre não

acarretassem problemas na padronização e/ou na integridade dos extratos de hibisco. Após

a imersão, o gengibre foi triturado até que virassem uma pasta no liquidificador. A literatura

descreve que para cada 100g da pasta fossem adicionados 100 mL de água deionizada.

Quando a proporção foi determinada e feito o acréscimo da água, o extrato foi agitado para

que houvesse separação das fases sólida e líquida, seguida de filtração. Para a avaliação

espectrofotométrica utilizou-se o equipamento SMARTSpectro, LaMotte. Os ensaios de

corrosão em amostras com 1 cm2 obtidas de latas de alumínio de refrigerantes, foram

realizados utilizando-se a fonte de tensão DC Power Supply – FA 3005, corrente medida

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37 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

com multímetro True RMS Multimeter – Instrutherm MD-700, uma célula eletrolítica de

acrílico com contra-eletrodo de platina. As amostras de alumínio eram pesadas antes de

depois do ensaio de corrosão em balança analítica AX200-Shimadzu e visualizadas no

microscópio metalográfico Coleman/ XJP-200TF. As soluções para os ensaios de corrosão

foram preparadas por diluição do extrato puro em 10 e 20 mL de água deionizada e, em 10

e 20 mL de água carbonatada obtida com 0,0051g de bicarbonato de sódio em 300 mL de

água. A essas soluções foram adicionados NaCl para obtenção de 50, 100 e 250 mg Cl-/kg

de solução. Os ensaios também foram realizados com os extratos sem diluição.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Visualmente, nenhuma amostra de alumínio apresentou

alteração após ensaio de corrosão. Entretanto, o registro de variação de massa apontou a

amostra ensaiada em solução de hibisco e gengibre em presença de 50mg Cl-/kg, como

tendo perdido 13,24% de massa, seguido de 7,85% de perda de massa para hibisco e

gengibre em 250 mg Cl-/kg. Aliás, todos os ensaios com soluções de hibisco e gengibre

tiveram perdas de massa maiores do que os ensaios em que se utilizou apenas solução de

hibisco, demonstrando que na concentração utilizada, o gengibre, apesar de conservar por

mais tempo a solução livre de microrganismos, promove a dissolução do alumínio da lata.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados obtidos da pesquisa realizada no presente

trabalho de iniciação cientificam a possibilidade real de utilização de solução de hibisco

como corante natural em bebidas armazenadas em latas de alumínio e, também, solução de

hibisco com gengibre, para preservação da bebida, substituindo ou diminuindo os

conservantes químicos artificiais usados, porém, não se recomendaria o uso de embalagens

de alumínio. Além disso, com a vantagem ser um alimento funcional, a solução de hibisco

mostrou-se também, menos corrosiva que a solução de repolho roxo em latas de alumínio.

PALAVRAS-CHAVE: Antocianina. Hibisco e Gengibre. Corrosão em Alumínio.

REFERÊNCIAS:

AJAYI, O. A.; LESSOR, A. G.; AKINWUNMI, O. O. Quality evaluation of Zobo (Hibiscus

sabdariffa) juice preserved with Moringa (Moringa oleifera) or Ginger (Zingiber officinale)

extracts at different storage conditions. Journal of Microbiology, Biotechnology and Food

Sciences, [s.l.], v. 6, n. 1, p.730-736, 1 ago. 2016. Slovak University of Agriculture in Nitra.

Disponível em: http://dx.doi.org/10.15414/jmbfs.2016.6.1.730-736. Acesso em: 15 de março

de 2017.

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38 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Classificação dos corantes

caramelos II, III e IV e dos demais corantes autorizados para uso em alimentos. Informe

Técnico, (2015) n.68, p-17. Disponível em:

http://portal.anvisa.gov.br/wps/connect/d6f7f20049eeae0f9409d54df7b1305/IT_68_2014_Cla

ssifica%C3%A7%C3%A3o+corantes+caramelos.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em: 10 de

abril de 2016.

AWE, F. B. et al. Antioxidant properties of cold and hot water extracts of cocoa, Hibiscus

flower extract, and ginger beverage blends. Food Research International, [s.l.], v. 52, n. 2,

p.490-495, jul. 2013. Elsevier BV. Disponível em:

http://dx.doi.org/10.1016/j.foodres.2013.01.021. Acesso em: 15 de março de 2017.

DELBONI, L. M. P.; AGUIAR, M. R. Avaliação do potencial de corrosão de latas de ligas

de alumínio para bebidas contendo corantes artificiais e antocianinas obtidas da

extração do repolho roxo. 2017. 60 f. Relatório de Pesquisa de Iniciação Científica,

CNPq/PIBIC, Curso de Engenharia de Alimentos, Centro Universitário Padre Anchieta,

Jundiaí, 2017.

DOSSIÊ ESPECIAL. Dossiê Corantes. Food Ingredients Brasil, (2009) n. 9, p. 40-59.

Disponível em: http://www.revista-fi.com/materias/106.pdf. Acesso em: 01 de fevereiro de

2016.

GUIMARÃES, W., ALVES, M.I.R.; ANTONIOSI Fo, N.R. Antocianinas em extratos vegetais.

Quim. Nova, 35 (2012), n. 8, p. 1673-1679. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/qn/v35n8/v35n8a30.pdf. Acesso em: 20 de abril de 2016.

HOSARY, A. A. El; SALEH, R. M.; DIN, A. M. S. El. Corrosion inhibition by naturally

occurring substances – I. The effect of Hibiscus subdariffa (Karkade) extract on the

dissolution of Al and Zn. Corrosion Science. Grã-Bretanha, p. 897-904. mar. 1972.

NOOR, E. A. Potential of aqueous extract of Hibiscus sabdariffa leaves for inhibiting the

corrosion of aluminum in alkaline solutions. Journal of Applied Electrochemistry, [s.l.], v.

39, n. 9, p.1465-1475, 27 fev. 2009. Springer Nature. Disponível em:

http://dx.doi.org/10.1007/s10800-009-9826-1. Acesso em: 20 de março de 2017.

SINDI, H. A.; MARSHALL, L. J.; MORGAN, M. R.A. Comparative chemical and biochemical

analysis of extracts of Hibiscus sabdariffa. Food Chemistry, [s.l.], v. 164, p.23-29, dez.

2014. Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.foodchem.2014.04.097. Acesso

em: 15 de março de 2017.

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39 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

TOUBA, E. P.; ZAKARIA, M.; TAHEREH, E. Anti-fungal activity of cold and hot water

extracts of spices against fungal pathogens of Roselle (Hibiscus sabdariffa)

in vitro. Microbial Pathogenesis, [s.l.], v. 52, n. 2, p.125-129, fev. 2012. Elsevier BV.

Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.micpath.2011.11.001. Acesso em: 20 de março de

2017.

AGRADECIMENTO OU SUPORTE FINANCEIRO: Agradecemos ao UniAnchieta pela

permissão de uso de laboratório, equipamentos e reagentes, e ao CNPq, pelo suporte

financeiro com bolsa de Iniciação Científica PIBIC.

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40 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

MAPEAMENTO E ANÁLISE DE IMPACTO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS DA SERRA

DO JAPI NO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ/SP

Orientanda: Camila Moreno de Paula

Orientadora: Dra. Raquel Carnivalle Silva Melillo

Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária

INTRODUÇÃO: A Serra do Japi é uma área de conservação ambiental no Estado de São

Paulo, importante para a conservação de nascentes e preservação dos recursos hídricos e

da biodiversidade animal e vegetal. Outro aspecto fundamental é sua riqueza hídrica que

rendeu o nome de “castelo de águas” (FUNDAÇÃO SERRA DO JAPI, 2017). A avaliação de

impacto ambiental (AIA), trata-se de uma avaliação prévia dos impactos de um projeto,

pontuando as características ambientais com o intuito de evitar ou prevenir a ocorrência de

efeitos indesejáveis ao meio ambiente devido a implantação de um projeto (CETESB, 2014).

As matrizes de AIA são essenciais para a organização das informações e análise das

atividades impactantes e são parte dos estudos de impacto ambiental (BARROS &

MONTICELLI, 1998). Dessa forma, o projeto contribui ao fornecer informações importantes

sobre como as atividades desenvolvidas na região podem afetar a preservação da Serra do

Japi. OBJETIVOS: O objetivo geral do projeto: mapear as atividades realizadas na Serra do

Japi, em Jundiaí. Os objetivos específicos são: (1) Levantar as atividades econômicas

desenvolvidas naquele local; (2) Selecionar, confirmar localização e mapear as atividades

listadas; (3) Identificar as atividades potencialmente impactantes ou em desacordo com a

legislação vigente; (4) Desenvolver uma matriz de avaliação de impacto ambiental para as

atividades potencialmente impactantes. MÉTODO: A partir de mapas disponibilizados no

site da Fundação da Serra do Japi, foi delimitada a área objeto de estudo, então, foram

identificados os nomes das ruas no interior daquele polígono. Verificou-se os Códigos de

Endereçamento Postal correspondentes aos logradouros, para consulta dos processos

referentes ao licenciamento ambiental na página da internet da Companhia Ambiental do

Estado de São Paulo (CETESB). Os empreendimentos foram separados de acordo com o

tipo do documento emitido e vigência das licenças e agrupados de acordo com seus tipos de

atividades. Com base nas características das atividades, os dados foram submetidos a

análise em planilha tipo matriz de avaliação de impacto ambiental estilo Matriz de Leopold.

As localizações foram obtidas através das informações constantes nas licenças e pontuadas

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41 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

inicialmente com auxílio do programa Google Earth Pro, os pontos e imagem foram

dispostos e georreferenciados como auxílio do software QGIS. RESULTADOS E

DISCUSSÃO / DESENVOLVIMENTO: Para avaliação dos impactos ambientais das

atividades, foram consideradas as LPIOs e LOs vigentes. Para definir as atividades mais

relevantes naquela área, foram selecionados 43 empreendimentos. Com 22 tipos de tipos

de atividades diferentes: (1) Fabricação de fitas adesivas de material plástico; (2) Fabricação

de correias e esteiras de borracha para máquinas; (3) Centro de distribuição de correias; (4)

Fabricação de móveis e esquadrias de madeira; (5) Serviço de usinagem (torno, fresa, etc);

(6) Fabricação de motores, peças e acessórios para motocicletas; (7) Confecção de

equipamentos de segurança industrial, n.e; (8) Fabricação de painéis de comando, controle

de energia e propaganda; (9) Posto de abastecimento de veículos; (10) Fabricação de

produtos alimentícios em conserva; (11) Montagem e armação de estruturas metálicas para

construção civil; (12) Fabricação de esquadrias de metais não ferrosos; (13) Fabricação de

argamassas e artefatos de gesso; (14) Fabricação de equipamentos eletrônicos para

automação industrial; (15) Fabricação de ferramentas manuais e suportes metálicos; (16)

Serviços de pintura industrial; (17) Fabricação de fraldas descartáveis; (18) Serviços de

fiação de fibras sintéticas; (19) Gráfica; (20) Fabricação de artefatos de plásticos; (21)

Fundição de metais não ferrosos; (22) Comércio atacadista de caminhões, peças e

acessórios para veículos e aparelhos industriais. Para análise na Matriz Leopold, foi

considerada como metodologia de pontuação a severidade, variando entre: 10 = Grande, 5

= Média e 1 = Pequena e a frequência: 1 = Atípico e 10 = Típico. Os impactos ambientais

analisados para o meio físico, foram: alteração da qualidade do ar; alteração da topografia;

redução da drenagem do solo; interferência na qualidade das águas e emissão de ruído.

Para o meio biótico foram considerados: supressão de vegetação e perturbação na

biodiversidade. Com relação ao meio antrópico, foram analisados: geração de resíduos

perigosos; aumento de trânsito caminhões; aumento de população flutuante e geração de

resíduos domésticos. Os resultados obtidos na Matriz Leopold permitiram identificar as

atividades com maior pontuação e, assim, impacto mais significativo. Tais atividades

identificadas foram: fabricação de fitas adesivas de material plástico; fabricação de correias

e esteiras de borracha para máquinas; confecção de equipamentos de segurança industrial,

n.e; fabricação de argamassas e artefatos de gesso; fabricação de equipamentos

eletrônicos para automação industrial; e serviços de fiação de fibras sintéticas. Como

resultado da análise na Matriz, pôde-se notar que a maioria dos empreendimentos estão

localizados na porção nordeste da área de gestão da Serra do Japi, na borda mais próxima

à área mais adensada do município, em terreno referente à área de amortecimento da

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42 XI Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica

reserva biológica. CONCLUSÕES OU CONSIDERAÇÕES FINAIS: É fato que todo tipo de

atividade econômica gera um certo tipo de impacto na sociedade e no meio ambiente, neste

contexto, a legislação vigente e medidas como zoneamento e as próprias contrapartidas

impostas pelos órgãos ambientais têm grande importância para manter áreas naturais e

evitar que haja degradação ambiental. Notou-se no entanto, que a ocupação por atividades

com potencial de impacto adentra áreas de remanescentes, o que alerta sobre a

possibilidade de danos a uma área fundamental para a manutenção de serviços ambientais

como fornecimento de água potável, estabilização do clima e ar de qualidade.

PALAVRAS-CHAVE: Meio Ambiente. Avaliação de Impacto Ambiental. Serra do Japi.

REFERÊNCIAS:

BARROS, F.P. & MONTICELLI, J.J. Aspectos Legais. In: OLIVEIRA, A.M.S. & BRITO,

S.N.A. (Eds.). Geologia de Engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de

Engenharia (ABGE), 1998. Cap. 33, p.509-515.

COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, Decisão De Diretoria Nº

217/2014/I, 06 de agosto de 2014. Dispõe sobre a aprovação e divulgação do “Manual para

Elaboração de Estudos para o Licenciamento Ambiental com Avaliação de Impacto

Ambiental no âmbito da CETESB”.

JUNDIAÍ. Lei complementar n°417, de 29 de dezembro de 2004. Cria o Sistema de Proteção

das Áreas da Serra do Japi; e revoga dispositivos do Plano Diretor. Disponível em:

http://sapl.camarajundiai.sp.gov.br/sapl_documentos/norma_juridica/8464_texto_con

solidado.pdf. Acesso em: 10/02/2018.

SANCHEZ, L.E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina

de textos, 2013.

AGRADECIMENTO OU SUPORTE FINANCEIRO: Ao Centro Universitário Padre Anchieta;

Dra. Raquel Carnivalle Silva Melillo; Engº Agrônomo Daniel Fernando de Andrade Queiroz;

Geógrafa Eliane Aparecida Estevam de Oliveira; Dra. Luciana Barros Naves; Marcos de

Faria