xi congresso nacional cientistas em ação · “eu, as rochas e o mundo”, escola secundária de...

123
1 XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Upload: lediep

Post on 11-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

– 1 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

– 2 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

– 3 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

XI CONGRESSO NACIONAL CIENTISTAS EM AÇÃO

Centro Ciência Viva de Estremoz Pólo de Estremoz da Universidade de Évora

14, 15 e 16 de abril de 2016

Comissão Organizadora: Coordenação Pedagógica – Rui Manuel Soares Dias Acompanhamento Científico e receção de resumos – Vânia Silva Produção – Susana Campos Webdesign – Eduardo Pereira Colaboradores – Equipa CCVEstremoz: Alexis Soares, André Paiva, Alice Carretas, Cristina Fonseca, Eduardo Pereira, Fátima Lourenço, Florbela Cebola, Francisco Nascimento, Isabel Leal Machado, João Paulo Maneta, Joana Pardal, Mariana Antunes, Noel Moreira, Patrícia Pereira, Rosário Falcato, Rui Dias, Rute Canhoto, Sandra Espada, Susana Campos e Vânia Silva. Direção do CCVEstremoz - Rui Dias e Isabel Leal Machado

Comissão Científica: Professor Doutor Galopim de Carvalho – Museu de História Natural Professor Doutor Rui Dias – Instituto de Ciências da Terra (ICT), Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora (ECTUÉ), Laboratório de Investigação de Rochas Industriais e Ornamentais (LIRIO), CCVEstremoz Mestre Isabel Leal Machado – ECTUÉ, CCVEstremoz Professora Ana Basaloco – Serviços de Educação do Município de Estremoz Comunicadora de Ciência Vânia Silva – CCVEstremoz Professora Isabel Moreira – Agrupamento de Escolas de Estremoz, Escola Sebastião da Gama, Professora Bibliotecária Professora Fátima Lourenço – Destacamento do Ministério de Educação no CCVEstremoz Paleontólogo e Museólogo Simão Mateus – Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) e Museu da Lourinhã (ML) Professora Marta Matos – Escola Secundária de Estremoz, Professora Bibliotecária Professora Rosário Falcato – Destacamento do Ministério de Educação no CCVEstremoz Professor Doutor António Ribeiro – Centro de Geologia da Universidade de Lisboa (UL), Dep. Geologia da Faculdade de Ciências da UL, Museu Nacional de História Natural e da Ciência (UL) Professora Doutora Helena Adão - Departamento de Biologia da ECTUÉ Professora Doutora Teresa Fernandes - Departamento de Biologia da ECTUÉ Comunicadores de Ciência – CCVEstremoz

Comissão de Honra: Professor Doutor Galopim de Carvalho – Museu de História Natural Vice-Presidente do Município de Estremoz – Francisco Ramos Diretor da ECTUÉ – Mourad Bezzeghoud Diretor Executivo do CCVEstremoz – Rui Dias Professor Doutor António Ribeiro – Centro de Geologia da Universidade de Lisboa (UL), Dep. Geologia da Faculdade de Ciências da UL, Museu Nacional de História Natural e da Ciência (UL)

– 4 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

ÍNDICE Nota de Apresentação

PRÉMIO GALOPIM DE CARVALHO – 1.º Ciclo do Ensino Básico

Quem é o Cientista? – Prof. Galopim de Carvalho 9

Um papagaio no galinheiro 14

“Dar nós em fios de água”, E.B. 1 S. Bento do Cortiço 17

“O Degelo e as alterações climáticas”, Centro Educativo Alice Nabeiro 18

“Porque é que os icebergues flutuam?”, Colégio Salesiano de Évora 19

“Vulcões, as chaminés do nosso planeta”, E.B. João Pedro Andrade 20

“Acabou-se a cola! E agora?”, E.B. 1 Glória 22

“Água e azeite, amigos separáveis”, E.B. 1 S. Bento do Cortiço 23

“Densidade”, E.B. João Pedro Andrade 24

“Apagou-se a luz! E agora?”, E.B. 1 Glória 25

“Da cortiça, uma marmita”, E.B. João Pedro Andrade 26

PRÉMIO DOLOMIEU – 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico

Quem foi o Cientista? – Déodat Dolomieu 30

Conversas em torno da Terra – Falhas normais e inversas & Outras coisas mais… 31

“E se as abelhas desaparecessem do planeta Terra”, E.B. Sebastião da Gama 45

“Instinto Natural”, Centro Educativo Alice Nabeiro 47

“De que forma diferentes líquidos reagem quando congelados?”, Colégio São Tomás 50

“Porque é que os light sticks brilham?”, Colégio São José 53

“Poderá ser a água da chuva uma ameaça para a vida”, E.B.I. Pias 55

“Das ondas gravitacionais à nuvem eletrónica”, Centro Educativo Alice Nabeiro 56

“Será que o cheiro tem sabor?”, Colégio São Tomás 57

“Qual o ambiente em que a fruta se conserva melhor”, Colégio São José 59

– 5 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

“Qual o índice Biótico do Biocharco da pedreira de Estremoz?”, E.B. Sebastião da Gama 61

“Porque é que a coca-cola faz bolinhas?”, Colégio São Tomás 63

“Poluição luminosa: será preocupante?”, Agrupamento de Escolas de Coruche 64

“Porque razão quando misturamos num copo (…)”, Colégio São Tomás 66

“Quando os feijões mágicos deixam de ser mágicos…?”, Colégio Salesiano de Évora 69

“Porque é que o céu é azul?”, Colégio São José 71

“Geologia da Cal”, Centro Educativo Alice Nabeiro 73

“Poluição luminosa – Auditoria da iluminação pública em Torres Novas”, Escola Secundária Maria Lamas

76

“Porque é que o álcool se evapora facilmente?”, Colégio São José 78

“Que pode fazer um cidadão comum para reduzir o uso de combustíveis fósseis?”, E.B. Sebastião da Gama

79

“Porque é que não nascem plantas na areia?”, Colégio São José 81

“Será que as cores que vemos são as cores reais dos objectos?”, Colégio São Tomás 83

PRÉMIO ANTÓNIO RIBEIRO – Ensino Secundário

Quem é o Cientista? – Prof. António Ribeiro 85

Os oceanos não são eternos 86

“How to survive in Daphnia’s world”, Escola Secundária Augusto Gomes 94

“Impotância da fruta na digestão”, Escola Secundária Augusto Gomes 97

“Crateras de impacto: das experiências com argila à elaboração de modelos digitais”, Escola Secundária de Loulé

99

“Porto de ondas”, Agrupamento de Escolas de Castro Verde 101

“Sensibilização sobre os malefícios do tabaco”, Escola Secundária Augusto Gomes 102

“As Culturas hidropónicas aos serviço da qualidade humana”, Escola Secundária Augusto Gomes

104

“Proposta de um percurso urbano de interpretação paleontológica e geológica em Loulé”, Escola Secundária de Loulé

107

“Eu, as rochas e o mundo”, Escola Secundária de Amadora 109

– 6 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

“Bactérias e Higiene Oral”, Escola Secundária Augusto Gomes 110

“ Um mundo por descobrir: fotografia e ilustração científica”, Agrupamento de Escolas de Castro Verde

112

“Dinâmica microbiana no fabrico de iogurte”, Escola Secundária Augusto Gomes 113

“Osmose em ação”, Agrupamento de Escolas de Castro Verde 116

“Influência das chuvas ácidas no crescimento e desenvolvimento das plantas”, Escola Secundária Augusto Gomes

118

“Special Ordinary Species”, Escola Secundária Augusto Gomes

120

– 7 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Nota de Apresentação

As ciências e as tecnologias atingiram nos dias de hoje, um papel extremamente importante na

sociedade. Torna-se fundamental que os cidadãos criem e desenvolvam hábitos e competências

no campo das ciências experimentais e das tecnologias, áreas por excelência, onde se

manuseiam materiais, aprendem técnicas e se verifica como os processos naturais se

desenvolvem. As atividades práticas tendem, atualmente, a ocupar um lugar de destaque e

insubstituível, reclamando um espaço próprio nos currículos de ciências. A sua utilização é vista

cada vez mais, como uma estratégia importante e necessária de ensino-aprendizagem.

Por outro lado, tendo em vista a importância fundamental da troca de experiências e ideias

entre as pessoas, a sua discussão e a importância fundamental do poder reconhecer-se que

afinal podemos estar errados, sem que isso constitua um problema, surgiu no ano letivo de

2005/2006 a 1ª edição do que é atualmente o "Congresso Nacional Cientistas em Ação”.

Pretende-se com o Congresso Nacional “Cientistas em Ação” desenvolver o contato e a troca de

ideias entre cientistas, os alunos e professores, promovendo a colocação dessas ideias à

observação dos outros, podendo admitir-se que se está errado... no âmbito da divulgação e

partilha da cultura científica e tecnológica. Com âmbito nacional, pretende-se também

promover o espírito científico dos jovens, através da realização e desenvolvimento de projetos

científicos nos quais o ensino experimental das ciências se revela como uma prioridade.

O presente Livro de Resumos está organizado em três capítulos, correspondentes aos três

galardões de dia 14, 15 e 16, respetivamente:

- Prémio Galopim de Carvalho, (1.º Ciclo do Ensino Básico);

- Prémio Dolomieu, (2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico)

- Prémio António Ribeiro, (Ensino Secundário)

A Comissão Organizadora.

– 8 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

PRÉMIO GALOPIM DE CARVALHO

1.º Ciclo do Ensino Básico

– 9 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

QUEM É O CIENTISTA?

Professor Doutor Galopim de Carvalho

Nascido em 1931, António Marcos Galopim de Carvalho é um eborense com obra realizada nos

domínios da ciência e da cultura e, além disso, um cidadão interventor com largas provas dadas

e reconhecidas aos mais variados níveis do Estado, da comunicação social e do público, em

geral.

Como professor leccionou várias disciplinas (era assim no seu tempo) no Departamento de

Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa, de 1961 a 2001, Sedimentologia no Instituto de

Geografia da Faculdade de Letras de lisboa, de 1965 a 1981, Sedimentologia na Universidade

dos Açores, de 1990 a 1993, de Geologia de Portugal, na Universidade do Algarve, de 1996 a

1998, e de Mineralogia e Geologia na Cooperativa Arco, na década de 1990.

Como investigador, para além das cerca de oitenta participações (e mais de uma centena de

comunicações) em congressos e outras reuniões científicas no país e fora dele, e do grande

número de artigos científicos que publicou, ressaltam duas obras fundamentais na Geologia e

na Paleontologia portuguesas:

- a tese de doutoramento, sobre a Geologia da Bacia Terciária do Tejo, concluída há 45 anos,

mas de uma actualidade reconhecida pelos seus pares;

- um estudo inovador de Paleontologia sistemática sobre Briozoários do Cenozóico português,

num total de 68 espécies, algumas novas para a ciência. Neste estudo, publicado em 1971, criou

uma metodologia de análise quantitativa para a identificação específica, que foi adoptada no

vol. 68 da Faune de France, publicado em 1966.

Criou e dirigiu uma dezena de projectos de investigação nas áreas da Paleontologia, da

Estratigrafia e da Geologia Marinha. Nesta última, em colaboração com o Prof. Alveirinho Dias,

seu ex-aluno, criou e sedeou no Museu Nacional de História Natural (MNHN), a primeira escola

– 10 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

de Geologia Marinha, em Portugal, na qual se formaram mais de uma dezena de doutores, hoje

investigadores de muito mérito neste domínio, ao serviço das nossas Universidades e

Laboratórios do Estado.

No domínio da Paleontologia e com o apoio da Câmara Municipal. da Batalha, criou ali um

Laboratório de Paleontologia dos Dinossáurios, como pólo do MNHN, financeiramente

suportado pela autarquia, que assumiu, igualmente, os custos das escavações realizadas no

concelho.

Concebeu e conduziu os estudos que levaram à criação, em Viseu, do projeto do

geomonumento do Monte de Santa Luzia (Prémio Nacional do Ambiente – Autarquias, em

1997) e do Museu do Quartzo – Centro de Interpretação Galopim de Carvalho, único à escala

mundial, inaugurado em 2012 pelo Ministro da Educação.

Além de professor foi geólogo prático, no terreno, sendo um dos poucos docentes

universitários com nome ligado à cartografia geológica do País, com levantamentos nas regiões

de Castelo Branco, Castro Verde, Évora, Monte Trigo, Moura, Ponte de Sor, Santiago do Cacém,

Sines e Tomar. Nesta sua actividade descobriu e estudou as primeiras jazidas portuguesas de

palygorskite e de bentonite, dois tipos de argilas de elevado interesse económico. Reconheceu

e estudou, ainda, as importantes jazidas de areias siliciosas de Coina e Rio Maior, essenciais à

grande indústria vidreira.

Ministrou cursos em diversas universidades portuguesas e proferiu lições e conferências em

todas elas e em numerosas escolas do Continente e das Ilhas e em Macau, do Básico ao

Secundário. Proferiu, ainda, conferências no Rio de Janeiro, Luanda, Madrid, Paris, Bruxelas,

Londres, Estrasburgo, Munchehagen (Hanôver, Alemanha), Toronto e Drumheler (Alberta,

Canadá).

No dia da sua jubilação, em 2001, a Faculdade de Ciências de Lisboa proporcionou-lhe uma

cerimónia que fez história. O grande auditório completamente esgotado nos seus cerca de 800

lugares (como nunca acontecera ou voltou a acontecer e actos semelhantes), tinha gente em

todas as coxias a assistir à sua última lição, “Geologia e Cidadania”. Na primeira fila, o ex-

Presidente Ramalho Eanes, o Ministro da Ciência, Prof. Mariano Gago, o Reitor da Universidade,

Prof. Barata Moura, o Director da Faculdade, Prof. Pinto Paixão, o Presidente da JNICT, Prof.

Ramôa Ribeiro e o Presidente da Fundação da UL Prof. David Ferreira quiseram testemunhar-

lhe o seu apreço.

Como homem de cultura, entrou tarde na literatura, que Natália Correia classificou de

“etnografia ficcional”, com cinco livros publicados, entre 1993 e 2008, e revelou-nos uma sua

faceta menos conhecida, no domínio das artes plásticas, com algumas exposições de desenho,

pintura e escultura, num total de três dezenas de obras.

– 11 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Enquanto cidadão, revelou-se um divulgador na área das ciências da Terra. Como tal publicou

uma dezena de livros e numerosos artigos em múltiplos jornais e revistas; proferiu palestras em

todo país (em Bibliotecas Municipais, Centros Culturais, Sociedades Recreativas etc.); promoveu

as mais visitadas exposições, com centenas de milhar de visitantes, e introduziu em Portugal,

em 1998, as feiras anuais de minerais, gemas e fósseis, com 28 edições cumpridas, sempre

frequentadas por milhares de interessados, ávidos e em número crescente.

Ainda como cidadão, foi interventor activo na defesa e valorização do nosso património

geológico e paleontológico, numa luta cívica que fez escola, deu frutos e que conta já com

múltiplos seguidores. Neste domínio de actividade, concebeu e tem vindo a divulgar o conceito

de Exomuseu da Natureza. Os sítios (geomonumentos e geossítios) classificados no âmbito dos

Protocolos que assinou, em nome do MNHN, com as autarquias de Évora, Lisboa, Setúbal e

Viseu, foram aceites por estas como pólos da Universidade de Lisboa nos respectivos concelhos.

Em reconhecimento da sua actividade nos domínios mencionados o Presidente Mário Soares

distinguiu-o com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada – Ciências,

Artes e Letras.

Nesse mesmo reconhecimento, o Presidente Jorge Sampaio incluiu-o, como representante da

comunidade científica, na comitiva que o acompanhou na sua viagem de Estado ao Brasil, em

1977.

Também o Governo decidiu homenageá-lo, através do Ministério da Educação, dando o seu

nome à Escola Básica 2+3 de Pego Longo (Sintra),em 1999, nome que, em 2002, tornou

abrangente a todo o Agrupamento de Jardins de Infância e Escolas da zona.

O reconhecimento, pela comunicação social, da sua actividade, em prol da divulgação da ciência

mereceu-lhe prémio “Bordalo da Ciência”, em 1994.

A organização ambientalista QUERCUS, conferiu-lhe, em 1995, o Prémio Nacional do Ambiente.

Pela sua colaboração no processo de candidatura de Sintra a Património Mundial da UNESCO, a

autarquia concedeu-lhe a Medalha de Prata do município.

Évora, a sua terra natal, distinguiu-o, em 2000, com a Medalha de Ouro de mérito municipal.

Em 2003 foi distinguido com o Prémio Prestígio Mais Alentejo (Ciência).

Em 2006, a Associação Portuguesa de Museologia, concedeu-lhe o Prémio APOM (melhor

personalidade do ano na área da museologia).

Pelo trabalho desenvolvido na musealização da jazida com pegadas de dinossáurios da Pedreira

do Galinha, a Câmara Municipal de Ourém atribuiu-lhe a Medalha de Ouro do município.

A culminar uma caminhada ao serviço da divulgação científica foi galardoado este ano de 2013,

com o Grande Prémio Ciência Viva – Montepio.

LIVROS PUBLICADOS

– 12 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Dirigidos aos ensinos secundário e superior e à divulgação científica publicou:

1965 – Sedimentologia aplicada à Geomorfologia, edição policopiada do Centro de Estudos

Geográficos da Universidade de Lisboa.

1968 – Contribuição para o Conhecimento Geológico da Bacia Terciária do Tejo, Mem. Serv.

Geol, de Portugal, NS, nº 15, Lisboa

1971 - Briozoários do Terciário Português, edição do Centro de Estudos de Geologia da F.C.U.L.

1977-78 – Geologia, Vols. I, II e III, edição do Ministério da Educação (Ano Propedêutico).

1980 – Geologia, Volume I – A Terra, em colaboração com G. Pereira, J. Brandão, O. Vau

e P. Baptista, Livraria Popular Francisco Franco, Lisboa.

1981 – Vol. II – Geodinâmica, em colaboração com G. Pereira, J. Brandão, O. Vau e P. Baptista,

Livraria Popular Francisco Franco, Lisboa.

1989 – Dinossáurios, edição da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, Colecção Natura.

1991 – A Vida e Morte dos Dinossáurios, em colaboração com Nuno Galopim de Carvalho,

Gradiva.

1991 – Geologia do Arquipélago da Madeira, em colaboração com J. Brandão, edição do Museu

Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa.

1994 – Dinossáurios e a Batalha de Carenque, Editorial Notícias.

1995 – Mineralogia e Cristalografia, edição da Universidade Aberta.

1996 – Morfogénese e Sedimentogénese, edição da Universidade Aberta.

1997 – Petrogénese e Orogénese, edição da Universidade Aberta.

2000 – Guadiana Antes de Alqueva, edição da Direcção Geral do Ambiente, Évora.

2000 – Introdução ao Estudo dos Minerais, com uma 2ª edição em 2002, Âncora Editora.

2002 – Introdução ao Estudo do Magmatismo e das Rochas Magmáticas, Âncora Editora.

2002 – Dinossáurios – Uma Nova Visão, em colaboração com J. P. Barata e Vanda Santos,

Âncora Editora.

2003 – Geologia Sedimentar, Volume I, Sedimentogénese, Âncora Editora.

2004 – Geologia Sedimentar, Volume II, Sedimentologia, Âncora Editora.

2006 – Geologia Sedimentar, Volume III, Rochas Sedimentares, Âncora Editora.

2007 – Como Bola Colorida, Âncora Editora.

2008 – Contos da Dona Terra, em colaboração com M. H. Henriques e M. J. Moreno. Comissão

Nacional da UNESCO e C.M. de Cascais. Soc. Industrial Gráfica.

2011 - Dicionário de Geologia, Âncora Editora

2012 – Era uma vez…com Ciência, Âncora Editora.

2012 – Conversas com os Reis de Portugal, Âncora Editora

– 13 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

2014 – Evolução do Pensamento Geológico, nos contextos filosófico, religioso, social e político

da Europa. Âncora Editora.

2015 – As Pedras e as Palavras. Âncora Editora.

Em preparação – Geotoponímia.

No domínio da literatura de ficção publicou:

1993 - O Cheiro da Madeira, Editorial Notícias, mais duas edições em 1995 e 2002,

Âncora Editora.

1995 - O Preço da Borrega, Editorial Notícias.

1997 - Os Homens Não Tapam as Orelhas, Editorial Notícias.

2002 - Com Poejos e Outras Ervas, Âncora Editora, reeditado pelo Círculo de Leitores,

em 2004.

2008 - Fora de Portas, Memórias e Reflexões, Âncora Editora.

Em preparação – Porta Nova.

– 14 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

“Como em todas as histórias ficcionadas que tenho escrito, elaboradas com propósitos de

divulgação de conhecimentos, dirigidas a infantis e juvenis, os objectos e os animais têm a

capacidade de ver, ouvir e sentir. Podem pensar e falar uns com os outros e possuem a

preparação científica necessária ao desenrolar do discurso.” – Galopim de Carvalho

UM PAPAGAIO NO GALINHEIRO

Embora constantemente interrompida por cantantes e sonoros có-có-ró-cós, a noite decorrera

tranquila no galinheiro, sob o alpendre do quintal onde, durante muitas horas do dia, brincavam

o Domingos e os irmãos mais novos, a Francisca e o Mateus, nascidos no mesmo dia com

intervalo de minutos. Durante a noite, dentro daquele recinto fechado com rede de arame, o

galo, todo empertigado, cantara o tempo todo, não deixando descansar as muitas

companheiras, algumas delas, boas poedeiras, os quatro marrecos e o grande peru que ali

engordava à espera do Natal.

Mal raiava o Sol a agitação das aves aumentava, na espera de que alguém lhes distribuísse a

ração matinal de milho e couve cortada miudinha e lhes abrisse a porta da prisão para que, na

largueza do quintal, esgravatassem em liberdade, em busca suplemento alimentar tão do seu

gosto. Ao lado, numa coelheira, sob o mesmo alpendre, os seus moradores entretinham-se,

silenciosos, a consumir os restos do molho de ervas que lhes sobrara da véspera. Ao fundo do

quintal, na outra ponta, uma grande marrã dava de mamar a um ninhada de pequenos leitões,

enquanto aguardava, paciente, as sobras da casa, restos de cozinha bem mais saborosos do que

as rações que a indústria disponibilizava aos criadores destes e de outros animais.

Aconteceu que, naquela manhã, mal clareava a aurora, abeirou-se do galinheiro, um colorido e

bem-falante papagaio. Importado do Brasil, no âmbito de uma actividade comercial sem

escrúpulos, que não respeita os valores da Natureza, esta ave fora comprada por uns vizinhos a

viverem paredes meias. Aproveitando um buraco na rede, o papagaio entrou naquele espaço

morno e húmido, causando grande alvoroço entre os residentes. Espantadas e, ao mesmo

tempo curiosas, face àquele intruso nunca antes visto, todas as aves se calaram e se

amontoaram, receosas, a um canto, longe do estranho visitante. Feito valentão, e com isso,

manter o domínio da capoeira, o galo aproximou-se do recém-chegado e perguntou:

- Quem és tu e o que fazes aqui?

- Eu sou um dinossáurio moderno, com penas e tudo: Fugi da casa aqui ao lado, onde

me prendiam, dia e noite, acorrentado a um poleiro. Ouvia-te cantar durante a noite e ouvia as

diferentes vozes dos teus e das tuas companheiras, em liberdade todo o dia. Só pensava em vir

– 15 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

para a vossa companhia. Esta noite consegui libertar-me e aqui estou, finalmente, como um

parente próximo que precisa de ajuda.

- Um parente próximo? - Estranhou o galo, sem querer acreditar no que estava a ouvir. - Nós

não somos dinossáurios nem tu te pareces nada com esses monstros, há muito desaparecidos.

Somos todos aves, como as avestruzes, as águias, as gaivotas, os pombos que temos aqui, no

pombal por cima de nós, e os pardais que entram por esse buraco, para virem comer tudo o

que lhes possa servir de alimento. Não somos dinossáurios, somos aves. – rematou.

- Ai isso é que são! – Insistiu o papagaio, fugido do seio de uma família que sabia muito destas

coisas de ciência, e que ele, sempre de ouvido atento, foi aproveitando para aprender o que

ninguém antes lhe tinha ensinado, lá na floresta amazónica onde o tinham capturado.

- Mas, então, não é verdade que esses grandes répteis se extinguiram todos, há muitos milhões

de anos? – Voltou ao assunto o rei da capoeira.

- Não. Não é verdade! – Respondeu o papagaio. – Quando da grande mortandade causada por

um enorme meteorito que caiu na Terra, houve um pequeno grupo de dinossáurios corredores

que resistiu. Se vocês tivessem tido a oportunidade de ver o filme do Parque Jurássico, tinham

visto o Velociraptor, um dinossáurio desse grupo. Depois, com o passar dos muitos milhões de

anos, esses sobreviventes foram-se tornando cada vez mais parecidos com as aves. Os seus

ossos foram ficando cada vez mais leves e os seus corpos ganhando penas. Os braços

transformaram-se em asas e, pouco a pouco, alguns deles aprenderam a voar.

- Não pode ser! – Respondeu o galo, desconfiado de uma história tão difícil de acreditar. – Estás

a fazer de nós um bando de ignorantes e ainda por cima, parvos. Lá por vires do estrangeiro,

não te armes em esperto e no direito de te divertires à nossa custa Se assim fosse, tínhamos aí

pássaros do tamanho do Tiranossauro. – Rematou, por fim, seguro de si e da verdade que

julgava conhecer.

- Estais muito enganados! O que vos estou a dizer tem vindo a ser confirmado pelos cientistas

de todo o mundo. – Atalhou, com convicção, o papagaio. – Olhem para os nossos pés e pernas e

vejam que termos escamas como as cobras e os lagartos, ou seja, como os répteis. Olhem para

o bico que a natureza nos deu, que é como o de muitos dos dinossáurios que se podem ver nos

museus. Toda a gente sabe que eles nasciam por ovos como nós.

Nesta fase da discussão, o papagaio entendeu, por bem, chamar de novo a atenção daqueles

seus parentes, ainda meio confusos.

- Vocês não sabem, mas eu sei que os nossos esqueletos, embora diferentes entre si, têm a

mesma organização. Há muito que os paleontólogos, isto é, as pessoas que estudam os fósseis

deixados pelos seres vivos do passado, suspeitavam que nós descendíamos dos dinossáurios,

mas só nos últimos anos se descobriram fósseis em número e variedade suficientes, que

– 16 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

permitem provar que somos todos da mesma família, ou seja, que somos parentes uns dos

outros.

Nesta altura da conversa, o Domingos, trazendo a ração da manhã, abriu a porta de rede. De

imediato, as aves calaram-se e só o papagaio falou, mas apenas para dizer:

- Olá!

- Ó mãe! – Correu a criança, a gritar. – Temos um papagaio no galinheiro!

– 17 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Dar nós em fios de água

Margarida Timóteo, Miguel Brás e Rodrigo Marçalo1 & Florbela Vaqueiro

2

1-Alunos da Escola Básica de S. Bento do Cortiço 2-Docente da Escola Básica de S. Bento do Cortiço

Finalidade: Este trabalho tem como principal objetivo estudar a polaridade das moléculas de água e a atração das forças intramoleculares das mesmas.

Material: - Água. - Duas garrafas de refrigerante de 2 litros (PET). - Um compasso, ou algo semelhante, para furar a garrafa. - Corante alimentar, se quisermos colorir a água.

Método: 1ª experiência: - Encher a garrafa com água.

- Se quisermos colocamos algumas gotas de corante dentro da água.

- Fechar a garrafa com a tampa e agitar um pouco para misturar bem a água e o corante.

- Colocar a garrafa dentro de um recipiente de plástico e elevá-la, arranjando um apoio.

- Colocar um outro recipiente de plástico em frente à garrafa, para poder recolher a água que

vai escorrer pelos furos que vamos fazer na garrafa.

- Fazer dois furinhos, com o bico do compasso a cerca de 2 milímetros um do outro.

- Tirar a tampa da garrafa. Quando a água começar a escorrer, passamos os dedos pelos fios

de água e apertamo-los como se os estivéssemos a amarrar e verificamos que estes unem-se.

- Se passarmos a mão em frente ao fio de água, ele volta a separar-se.

2ª experiência:

- Encher a garrafa com água.

- Se quisermos colocamos algumas gotas de corante dentro da água.

- Fechar a garrafa com a tampa e agitar um pouco para misturar bem a água e o corante.

- Colocar a garrafa dentro de um recipiente de plástico e elevá-la, arranjando um apoio.

- Colocar um outro recipiente de plástico em frente à garrafa, para poder recolher a água que

vai escorrer pelos furos que vamos fazer na garrafa.

- Fazer dois furinhos, com o bico do compasso a cerca de 10 milímetros um do outro.

- Tirar a tampa da garrafa. Quando a água começar a escorrer, passamos os dedos pelos fios

de água e apertamo-los como se os estivéssemos a amarrar e ver os fios não se unem.

Conclusão: Na 1ª experiência verificou-se que: As moléculas de água são polares, isto é, são atraídas umas para as outras através de forças intermoleculares. Quando passamos as mãos pelos dois fluxos de água, as moléculas aproximam-se e "começam a andar juntas", não se voltando a separar. Mas quando passamos a mão em frente ao fluxo de água, ela deixa de correr por momentos, e quando volta a correr, os fios de água estão separados. Na 2ª experiência verificou-se que: A distância influencia a atração das forças intramoleculares das moléculas de água e se aumentarmos essa distância a atração diminui, não conseguindo unir os fios de água.

– 18 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

O Degelo e as alterações climáticas Modelação da paisagem e o ciclo da água

Eduardo Mursa, Miguel Miranda, Duarte Corado e Tomás Mafra

1 & Carlos Pepê

2

1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro 2-Docente do Centro Educativo Alice Nabeiro

Finalidade:

-Estudar o ciclo da água e a sua importância para o equilíbrio do planeta Terra;

-Estudar a estrutura do planeta e duas dinâmicas;

-Perceber a importância da atmosfera na regulação do clima e da temperatura;

- Conhecer o que é o efeito de estufa, a camada de ozono e quais os gases atmosféricos

responsáveis por ambos fenómenos;

-Identificar os factores que levam ao aquecimento global;

-Perceber como o degelo é uma prova das alterações climáticas e quais as suas

consequências:

-Perceber como o avanço do gelo nos glaciares altera a morfologia das paisagem e modela a

mesma;

- Quais as condutas e regras que devemos assumir para tentar reduzir os efeitos da poluição

na atmosfera e por conseguinte o aquecimento global.

Conteúdos: Meteorologia, Alterações climáticas, biologia, geologia e efeito de estufa.

Resumo: Os nossos alunos tiveram uma tarefa especial! Transformar a maquete desenvolvida no CEAN em 2008 e que se conserva intacta ao longo destes anos numa nova abordagem. O estudo dos glaciares e o degelo provocado pelo aumento do aquecimento global, a transformação da morfologia do solo com base no avanço do gelo e as consequências que a diminuição dos glaciares apresentam para os países com costa, são alguns exemplos dos conteúdos promovidos neste trabalho. Os alunos desenvolveram a transformação da maquete, realizaram experiências relativas ao ciclo da água e procuraram acções concretas para diminuir a pegada carbónica do Centro Educativo Alice Nabeiro e assim contribuirmos para a redução do

aquecimento global localmente.

– 19 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Porque é que os icebergues flutuam? Álvaro Junqueira, Eduardo Janeiro, Constança Gonçalves e Jaime Lopes

1 & Jainete Massuça

2

1-Alunos da Escola Salesiana de Évora 2-Docente da Escola Salesiana de Évora

Finalidade: Será que o tamanho dos icebergues altera a profundidade a que ficam? Os icebergues são de água doce, porque será que flutuam? Os icebergues ao flutuarem ficam com uma percentagem à superfície. Essa percentagem visível varia com o tamanho? Vamos descobrir o que são os icebergues, a sua localização e os motivos de estarem congelados.

Material: - Um aquário com água - Sal - Gelo de vários tamanhos e dimensões - Um retroprojector para projectar as atividades desenvolvidas pelos alunos - Uma mesa

Discussão:

Vamos verificar que os icebergs flutuam porque estes são constituídos maioritariamente por água doce. Uma vez que a água doce tem menor densidade do que a água salgada, pelo princípio de Arquimedes os icebergs flutuam. O gelo que se forma deixa ficar umas “bolsinhas” de ar no seu interior, portanto é uma bóia e flutua. O seu tamanho não interfere na percentagem que fica à superfície, uma vez que todos os icebergs só deixam aparecer à superfície da água 10 %, ficando os restantes 90 % escondido dentro de água. Logo o tamanho em nada interfere na visualização à superfície.

– 20 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Vulcões, as chaminés do nosso planeta Simular uma erupção vulcânica

Daniel Bizarra, Susana Duarte, Diogo Silva e Nuno Silva

1 & Paulo Fonseca

2

1-Alunos da Escola Básica João Pedro de Andrade de Ponte de Sor 2-Docente da Escola Básica João Pedro de Andrade de Ponte de Sor

Finalidade: Este trabalho tem como principal objetivo simular uma erupção vulcânica.

Material: - Placa de madeira - Frasco de vidro - Cola - Barro - Vinagre - Bicarbonato de sódio - Corante alimentar (vermelho) - Detergente da loiça - Goblé - Vareta de vidro - Colher

Método:

Esta experiência é dividida em duas etapas.

- Na primeira vamos construir o nosso modelo de vulcão

Como fazer?...

1. Cola o frasco de vidro no centro da base de madeira com a abertura

para cima.

2. Reveste o frasco com barro, de modo a construíres uma

montanha vulcânica. O frasco deve ficar bem escondido mas

cuidado para não tapar a abertura.

– 21 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

3. Enfeita o vulcão a teu gosto e deixa secar.

Conclusão:

Acabaste de simular um vulcão em erupção dado que a reação do vinagre com o bicarbonato

de sódio parecia mesmo lava a sair de um vulcão.

Porque é que isso acontece?

Na química temos alguns elementos que são classificados como ácidos e outros como bases.

Quando eles se encontram ocorre uma reação química que é diferente conforme as

substâncias misturadas.

No caso da nossa reação química, temos o vinagre que é ácido misturado ao bicarbonato de

sódio que é base, um dos novos produtos dessa mistura é um gás, o dióxido de carbono (que é

perigoso, mas na nossa experiência a sua quantidade é muito pequena para apresentar

perigo). Esse gás gera as bolhas dando o efeito de erupção.

– 22 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Acabou-se a cola! E agora?

Afonso Bento, Matilde Bravo, Ana Poeiras e João Maltez1 & Maria Vitória Malhadas e Maria

Antónia Parrulas2

1-Alunos da Escola Básica de Glória 2-Docentes da Escola Básica de Glória

Questão-problema: Será que do leite se pode fazer cola?

Finalidade: Descobrir como fazer cola com leite

Material: - Copos - Filtro de café - Vinagre ou limão - Leite - Bicarbonato de sódio - Colher

Método: - Encher o copo até três quartos e completar o resto com vinagre ou limão e mexer com uma colher; - Aguardar alguns minutos; - Coar a mistura coagulada com o filtro de café e aguardar alguns minutos; - Retirar do filtro de café a coalhada obtida; - Adicionar uma colher de chá de bicarbonato de sódio e mexer muito bem durante algum tempo até deixar de fazer espuma; - Realizar o teste de colagem em papel, madeira, cartão,…

Conclusões: A caseína é a principal proteína presente no leite e na presença de um ácido precipita. Foi o que aconteceu quando se juntou ao leite, um ácido (vinagre ou limão). Ao juntar o bicarbonato de sódio formou-se uma nova substância (caseinato de sódio) que tem propriedades adesivas.

– 23 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Água e azeite, amigos separáveis

Alexandre Sádio, Catarina Pardal, Maria Inês Papança1 & Florbela Vaqueiro

2

1-Alunos da Escola Básica de S. Bento do Cortiço 2-Docente da Escola Básica de S. Bento do Cortiço

Finalidade: Este trabalho tem como principal objetivo estudar a densidade, estrutura e polaridade de alguns líquidos.

Material: - Dois copos de plástico transparente - Duas pipetas conta- gotas - Azeite - Vinagre - Água

Método: 1ª experiência: - Encher o copo até metade com água. - Encher a pipeta conta - gotas com azeite e deixar cair algumas gotas na água do copo. - Verificar que as gotas do azeite ficam a flutuar na água. 2ª experiência: - Encher o copo até metade com água; - Encher a pipeta conta - gotas com vinagre e deixar cair algumas gotas na água do copo. - Verificar que as gotas do vinagre não ficam a flutuar na água porque se misturam na mesma.

Conclusão: Na 1ª experiência verificou-se que: A água é conhecida como solvente universal porque uma grande quantidade de substâncias se dissolve nela. Porém, isso não acontece com todas as substâncias, como mostra o caso do azeite. Como a grande maioria sabe, ao colocarmos azeite na água, eles não se misturam. Formam-se duas fases, sendo que o óleo fica na parte de cima, por ser menos denso que a água. Por isso, o azeite é chamado de hidrofóbico, que vem de hidro, que significa “água”, e fóbico, “fobia” ou “aversão”. Na 2ª experiência verificou-se que: Verificou-se que as gotas do vinagre não ficaram a flutuar na água porque se dissolveram na mesma porque elas possuem densidade, estruturas e até polaridades semelhantes.

– 24 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Densidade

Afonso Carloto, João Alves Matilde Bizarra e Rafaela Albino1 & Maria Beatriz Branco e Paula

Beato2

1-Alunos da Escola Básica João Pedro de Andrade de Ponte de Sor 2-Docente da Escola Básica João Pedro de Andrade de Ponte de Sor

Finalidade: Este trabalho tem como principal objetivo abordar a temática da “Densidade” de uma maneira

dinâmica, mostrando que nem todos os líquidos de misturam, provocando “Um vulcão de lava”

de demonstra precisamente a resistência de dois líquidos à sua mistura.

Material:

- Garrafas vazias de refrigerante ou frascos

- Óleo alimentar

- Foco de luz

- Tinta líquida colorida

- Água

- Comprimidos efervescentes

- Funil

Método: - Projetar fotos de algumas situações experimentais realizadas na sala de aula, de observação

de elementos com diversas densidades.

- Verter o óleo nas garrafas de refrigerantes ou frascos (cerca de 6 dl).

- Verter a água (2, 5 dl por garrafa).

- Deitar algumas gotas de tinta colorida.

- Juntar alguns comprimidos efervescentes partidos.

- Apontar o foco de luz para verificar a movimentação dos líquidos.

Conclusão: Na experiência, verificou-se que: Apesar da movimentação dos líquidos provocada pela efervescência , a água com tinta colorida

vem momentaneamente à superfície, regressando de imediato à base da garrafa,

demonstrando que líquidos de densidades diferentes não se misturam. O óleo, menos

denso; manter-se-á à superfície enquanto a água se manterá na base da garrafa, provocando o

chamado “a alternância das cores entre o fundo e a superfície”, fenómeno particularmente

belo devido à movimentação das diversas cores.

– 25 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Apagou-se a luz! E agora?

André Lopes, Guilherme Aldeagas, Afonso Letras e Filipa Gonçalves1 & Maria Vitória Malhadas

e Maria Antónia Parrulas2

1-Alunos da Escola Básica de Glória 2-Docentes da Escola Básica de Glória

Questão-problema: Será que podemos fazer uma vela usando azeite?

Finalidade: Descobrir como fazer uma vela usando azeite.

Material: - Laranja - Faca - Tesoura - Azeite - Fósforos

Método:

- Cortar a laranja ao meio.

- Com a tesoura, cortar em volta do miolo branco da laranja. É necessário ter cuidado para não

cortar a base desse miolo. Fazer cortes também entre a casca e a polpa.

- Com o dedo, retirar toda a polpa (que pode ser comida! Hum!), deixando a laranja

praticamente branca, com uma espécie de pavio no centro.

- Deixar a laranja secar dois dias, de preferência ao sol.

- Encher a casca da laranja com o azeite, deixando cerca de 3 cm de pavio. Se o pavio estiver

muito grosso, cortar um pouco.

- Esperar que o azeite suba no pavio e acender usando os fósforos. É preciso ter paciência

porque demora algum tempo a acender.

- Tomar muito cuidado para não queimar a mão e não realizar a experiência sem ter a ajuda de

um adulto.

Conclusões: O “segredo” desta experiência é o fenómeno da capilaridade, que faz com que líquidos tenham

a tendência de preencher tubos muito pequenos. Isso acontece nas velas, por exemplo, em

que a parafina líquida percorre o pavio, vencendo a força da gravidade.

A capilaridade existe porque existe uma atração entre as moléculas dos líquidos e dos sólidos.

Esse fenómeno é muito importante para as plantas, pois ajuda na circulação de líquidos dentro

delas.

A experiência da vela de laranja aproveita os canais microscópicos da laranja para usar o

fenómeno da capilaridade: o azeite penetra no pavio e sobe, formando uma vela.

Curiosidade A chama da vela aumenta ao longo do tempo. Uma laranja cheia de azeite dura cerca de seis horas, podendo ser recarregada durante esse tempo. Se a casca estiver ainda húmida não funciona.

– 26 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

De cortiça, uma marmita

Bruno Laranjo, Inês Cardina, João Teodoro e Margarida Silva1 & Paula Reis e Paula Beato

2

1-Alunos da Escola Básica João Pedro de Andrade de Ponte de Sor 2-Docente da Escola Básica João Pedro de Andrade de Ponte de Sor

Questão-Problema: Porque é que os pastores alentejanos utilizavam o tarro para levar as suas refeições para o campo?

Finalidade: Este trabalho tem como principal objetivo identificar uma das propriedades da cortiça: a sua capacidade como isolante térmico. Surgiu da curiosidade suscitada pela observação de tarros de cortiça expostos na escola ou presentes (como objetos decorativos) em casa de alguns alunos.

Conteúdos:

- Propriedades da matéria: a temperatura - Aplicação do conhecimento científico na vida quotidiana - Controlo e medição de variáveis

Material: - 3 Recipientes feitos de diferentes materiais, com tampa (cortiça, alumínio, plástico, vidro) - 4 Copos de vidro iguais que encaixem nos recipientes - 4 Termómetros - 1 Relógio - 0,5 litros de água - Tablets (com a tabela de verificação e para registro fotográfico) - Chaleira - Goblé

Método: Experiência - Aquecer a água na chaleira, sem deixar ferver; - Transferir para os 4 copos a mesma quantidade de água e registar a temperatura (a quantidade de água dependerá do volume dos copos e dos recipientes escolhidos); - Colocar um copo em cada recipiente e tapar com as respetivas tampas; - Medir a Temperatura da água de cada um dos copos, de 15 em 15minutos, durante uma hora; - Registar os resultados obtidos na Tabela 1; - Responder às questões da Ficha da atividade experimental.

– 27 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Tabela 1 – Registo da temperatura da água nos quatro momentos de medição efetuados

Medição/ Tempo

Temperatura da água

Recipiente de

cortiça

Recipiente de

alumínio

Recipiente de

plástico

Copo

destapado

1ª medição: 15

min.

2ª medição: 30

min.

3ª medição: 45

min.

4ª medição: 60

min.

Observações:

Ficha 1 (Exemplo de algumas das questões trabalhadas)

a) Porque foi utilizado um copo que não foi colocado em nenhum recipiente? Resposta: para servir de controlo, ou seja, podemos observar como varia a temperatura da água no mesmo local, sem estar em nenhum recipiente.

b) Quais foram as variáveis que conseguimos controlar durante a experiência? Resposta: temperatura, tempo e tipo de recipiente.

c) Que temperatura se registou na água do recipiente de cortiça ao fim de 30 minutos de experiência? E ao fim de uma hora?

Resposta: ______ ______

d) A Temperatura da água no interior dos recipientes aumentou ou diminuiu ao longo do tempo?

Resposta: Diminuiu.

e) Qual foi o recipiente em que a Temperatura variou mais lentamente? Resposta: No recipiente de cortiça.

f) Com a realização desta experiência podemos confirmar que uma das propriedades da cortiça é:

Resposta: Isolamento térmico.

g) Se fosses fazer um lanche no campo, e quisesses levar chá, em qual dos recipientes utilizados na experiência o levarias?

Resposta: No tarro.

h) Que atividade experimental poderias elaborar para verificar se o tarro também preservava os alimentos frescos? E que conclusões pensas que terias?

Resposta: realizar uma atividade semelhante, mas em vez de aquecer a água usar água com gelo, ou então uma garrafa de água fresca (colocada no frigorífico algum tempo). Penso que o tarro também conservaria a água mais fresca devido ao isolamento térmico proporcionado pela cortiça.

Conclusão:

– 28 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Na experiência verificou-se que o recipiente de cortiça foi o que manteve a temperatura mais

elevada passados os 60 minutos da experiência.

Concluímos, assim, que o motivo pelo qual os pastores alentejanos (alguns deles nossos

antepassados) guardavam e transportavam o seu almoço para os campos, em tarros de

cortiça, está relacionado com o conhecimento empírico das propriedades da cortiça enquanto

material isolante. O seu bom isolamento térmico permitia que os alimentos fossem conservados

a uma temperatura ainda próxima da atingida na sua confeção, decorridas algumas horas após

terem saído do lume. De salientar que o tarro era manufaturado com os recursos fornecidos

pelo meio ambiente que circundava o pastor, que sempre soube ser criativo para tirar o máximo

partido do potencial desta matéria-prima proveniente do sobreiro (Quercus Suber L.).

– 29 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

XI Congresso Nacional Cientistas em

Ação

PRÉMIO DOLOMIEU

2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico

– 30 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

QUEM FOI O CIENTISTA?

Déodat Dolomieu (1750-1801)

Dolomieu começou a sua carreira militar na ordem dos Cavaleiros de Malta; o local onde decorre este Concurso é o único Convento que esta ordem religiosa/militar teve em Portugal. Aos 18 anos teve um duelo, onde matou um membro e companheiro da ordem. Por esta infração foi condenado à morte, mas por interceção do Papa Clemente XII, foi libertado um ano depois. Durante uma das suas saídas de campo nos Alpes Tiroleses (Itália), descobriu uma rocha carbonatada que, ao contrário do calcário, não reagia ao ácido. Publicou estas observações em 1791 no jornal de Physique; No ano seguinte, a rocha foi nomeada dolomito. O Dolomito, é uma rocha resistente aos vários tipos de meteorização, tanto física como química; por isto, esta rocha tende a originar relevos que sobressaem da paisagem; por exemplo o castelo de Estremoz, está instalado num relevo devido à existência de dolomitos.

– 31 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Falhas normais e inversas & outras coisas mais

O princípio da continuidade lateral das camadas, que corresponde à última das três leis

fundamentais da estratigrafia estabelecidas por Nichola Steno (1638-1686), afirma que as

camadas horizontais se prolongam lateralmente até as suas espessuras se anularem nos limites

das bacias de sedimentação onde se depositaram. Por isso, sempre que observamos (fig. 1A)

que as camadas se interrompem bruscamente contra estruturas planares que as deslocam (i.e.

rejeitam), podemos considerar que estas estruturas correspondem a falhas que são posteriores

ao processo de sedimentação. Estas falhas resultaram das rochas terem sido sujeitas a tensões

superiores à sua resistência.

Figura 1- Diferentes tipos de estruturas associadas à rutura de materiais rochosos

deformados naturalmente: A- Sequência de falhas afetando camadas de arenitos do

Triásico (Praia da Ponta Ruiva, região de Sagres);

B- Zona de cisalhamento afetando um filão ácido intruído em granodiorito (Roses,

Cabo Creus, NE de Espanha).

Evidentemente que as falhas não afetam apenas rochas sedimentares estratificadas e podem

ser encontradas em todos os tipos de rochas (i.e. sedimentares, ígneas ou metamórficas).

Um outro aspecto que importa referir desde já é que a utilização do termo falha restringe-se a

estruturas essencialmente planares, isto é, estruturas em que a "espessura" é muito inferior à

"extensão" do plano de falha. Verifica-se que em profundidade (i.e. em regiões onde a pressão

litostática e a temperatura são maiores) os materiais rochosos quando sujeitos a deformação

não apresentam uma descontinuidade brusca como acontece com as falhas referidas

anteriormente.

Com efeito, a deformação deixa de se concentrar num "plano" passando a haver uma

zona mais larga na qual os materiais sofrem estiramento a qual é denominada zona de

cisalhamento (fig. 1B). Se pensarmos em estruturas importantes à escala crustal (e.g. a falha de

Santo André nos Estados Unidos, ou a da Vilariça no Noroeste de Portugal) é de esperar que nas

zonas mais superficiais quando o limite de rutura das rochas é ultrapassado se gerem falhas e

que em profundidade a deformação seja acomodada por zonas de cisalhamento (fig. 2). As

falhas estão associadas a um regime de deformação que consideramos frágil, enquanto as

– 32 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

zonas de cisalhamento são típicas dos regimes dúcteis caracterizadas por um comportamento

plástico acentuado dos materiais. Evidentemente que, como acontece em quase todos os

processos naturais existe uma transição gradual entre estes dois tipos de regime, falando-se

então em regimes semi-frágeis, semi-dúcteis ou comportamentos frágil-dúctil e dúctil-frágil.

Figura 2- Relação entre falhas e zonas de cisalhamento com a profundidade assinalando-se de

um modo esquemático as regiões de comportamento frágil, semi-frágil e dúctil

Contudo é importante referir que são frequentes situações (fig. 3) em que a zona deformada

apresenta alguma espessura (e) mas em que a deformação que se observa é essencialmente

frágil, caracterizando-se por fragmentos angulosos das litologias mais competentes. Nestas

situações não se pode falar em zonas de cisalhamento onde a deformação é

predominantemente dúctil, dizendo-se então que estamos em presença de uma caixa de falha.

– 33 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Figura 3- Caixa de falha afetando uma bancada de calcários

(Praia da Ponta Ruiva, região de Sagres).

SISTEMÁTICA DAS FALHAS

A classificação de falhas mais utilizada tem em consideração essencialmente os aspetos

relacionados com a sua cinemática, isto, é, com a movimentação relativa entre os blocos

adjacentes ao plano de falha. Neste tipo de abordagem é possível considerar três tipos

principais de falhas (fig. 4):

- Uma falha diz-se normal (fig. 4A) quando o bloco que assenta por cima do plano de falha (a

que geralmente se chama teto) desceu em relação ao outro bloco (que é normalmente

designado por muro);

- Uma falha diz-se inversa (fig. 4B) quando o bloco situado por cima do plano de falha subiu em

relação ao outro bloco;

- Uma falha diz-se um desligamento quando os dois blocos adjacentes se movem um em

relação ao outro sem que haja subidas ou descidas de um em relação ao outro. Os

desligamentos podem ser esquerdos (fig. 4C) ou direitos (fig. 4D), consoante a movimentação

relativa entre os blocos; existem diversos modos de distinguir os esquerdos dos direitos, um

deles imagina a existência de um eixo de rotação entre os blocos (a vermelho na imagem)

bastando então observar o sentido de rotação desse eixo.

– 34 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Figura 4- Principais tipos de falhas quanto à movimentação relativa entre os blocos:

A- Falha normal; B- Falha inversa;

C- Desligamento esquerdo; D- Desligamento direito.

É importante referir que, como se pode verificar nas definições anteriores, se fala sempre de

movimentos relativos entre blocos pois muito dificilmente se consegue saber se ambos se

moveram ou se foi apenas um deles; no entanto, em termos desta sistemática o que está em

causa são apenas os movimentos relativos entre os blocos.

Importa também esclarecer que a designação normal não tem qualquer significado estatístico e

por isso as falhas normais não são nem mais nem menos abundantes que os outros tipos de

falhas; conforme veremos mais à frente, são mais abundantes em determinados ambientes

tectónicos e menos noutro tipo de ambientes. O que acontece é que este tipo de falhas foi

inicialmente definido numa região onde predominavam e por isso foram consideradas a

situação "normal".

Um caso particular de falhas inversas e que, pela sua importância convém salientar, são os

chamados carreamentos e cavalgamentos; em ambos os casos trata-se de falhas com

movimentação do tipo inverso, muito pouco inclinadas e que tiveram um transporte do bloco

superior em relação ao bloco inferior de vários quilómetros. A distinção entre estes dois tipos

de falhas é um pouco arbitrária, aplicando-se o termo cavalgamento se o deslocamento é

inferior a 20 km e o termo carreamento para movimentações superiores.

É evidente que os casos representados na figura anterior são situações extremas e, na maior

parte dos casos, as falhas apresentam diversas componentes de movimentação; na figura 5

apresentam-se as principais situações.

– 35 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Figura 5 - Principais tipos de falhas com movimentação mista: A- Falha normal esquerda;

B- Falha inversa esquerda; C- Falha normal direita;

D- Falha inversa direita.

Apesar dos casos já referidos abranger um leque extremamente variado de situações, existem

outros que não podem ser classificadas de acordo com o esquema anterior.

No caso do plano da falha ser vertical e haver apenas uma componente de movimentação

vertical (fig. 6A), não faz sentido esta ser considerada como falha normal ou inversa pois

nenhum dos blocos está situado sobre o plano de falha; nesta situação a falha é classificada

apenas como vertical, sendo esta informação complementada com indicações sobre a

movimentação dos blocos (e.g. falha vertical com subida do bloco NW em relação ao bloco SE).

Por outro lado, se a falha é horizontal (fig. 6B) ela não pode ser considerada normal ou inversa,

pois embora haja claramente um bloco sobre o plano de falha este não subiu ou desceu em

relação ao outro; também aqui se descreve a falha como horizontal indicando para onde se

deslocaram os blocos (e.g. falha horizontal com o bloco superior a deslocar-se para SW em

relação ao inferior).

Figura 6 - Alguns tipos de falhas associadas a orientações particulares dos planos: A- Falha

vertical;

B- Falha horizontal.

– 36 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Existem falhas cuja inclinação diminui em profundidade chegando a horizontalizar-se (fig. 7);

tais falhas são designadas de lístricas. Se na parte mais inclinada ela for, por exemplo normal,

nos setores onde ela é horizontal a sua classificação tem que ser diferente, não fazendo sentido

em termos cinemáticos ser classificada como um todo. No entanto, repare-se que mais

importante do que classificar uma falha, é perceber a sua génese, sendo a sistemática apenas

uma forma de facilitar a descrição do observado.

Figura 7- Falha lístrica associada a um regime extensivo.

Um outro caso da complexidade de classificação de falhas resulta de uma falha que é

posteriormente dobrada. Considere-se, por exemplo, uma falha inversa (fig. 8A) que

posteriormente é dobrada em antiforma (fig. 8B); a interferência de deformações sobrepostas

leva a que, a falha passe a possuir setores que, do ponto de vista cinemático podem ser

considerados como inversos adjacentes a outros que apresentam uma cinemática normal.

Apesar da classificação desta falha ser difícil de enquadrar nos tipos considerados no início, mais

uma vez é de realçar que as sistemáticas são apenas auxiliares na descrição da Natureza e que,

o que é importante é a compreensão da génese das estruturas observadas.

Figura 8 - Exemplo de dobramento de uma falha pré-existente: A- Falha inversa inicial;

B- Dobramento em antiforma da estrutura anterior.

REJEITOS E REJEITOS

– 37 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

A movimentação induzida pela falha leva a que dois pontos que estavam previamente

adjacentes (A e A' na figura 9) tenham ficado separados; esta distância é designada por rejeito

real da falha ou simplesmente rejeito da falha (Rr). Por vezes utilizam-se também as

designações de rejeito horizontal (Rh) e de rejeito vertical (Rv) para as separações dos pontos A

e A' medidas, respetivamente, na horizontal e na vertical.

Figura 9 - Tipos de rejeito associados a uma falha.

A adição vetorial do rejeito horizontal e do vertical dá o rejeito real.

RELAÇÕES ENTRE FALHAS

A análise geométrica realizada até agora tratou as falhas como estruturas isoladas. No entanto,

por motivos que ultrapassam este texto, um mesmo campo de tensões tende a gerar duas

famílias de falhas do mesmo tipo (i.e. normais ou inversas), simétricas em relação a um plano

vertical e que são designadas por falhas conjugadas. Quando consideradas no seu conjunto

estas falhas tendem a definir blocos que se movimentam uns em relação aos outros. Tanto no

caso dos ambientes convergentes como nos divergentes, as falhas conjugadas tendem a gerar

(fig. 10) associações de blocos levantados (horsts) intercalados com blocos abatidos (grabens).

A diferença principal é que as associações associadas a situações extensivas (fig.10A) levam a

um aumento do comprimento medido perpendicularmente à direção das falhas, enquanto as

situações compressivas (fig. 10B) originam a diminuição do mesmo comprimento.

– 38 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Figura 10 - Associações de blocos levantados e abatidos obtidos em ambientes divergentes (A) e

convergentes (B).

No que diz respeito às falhas conjugadas do tipo desligamento, elas tendem a ocorrer em duas

famílias subverticais, uma com movimentação esquerda e a outra direita (fig. 11).

Figura 11 - Desligamentos conjugados.

FALHAS E TECTÓNICA DE PLACAS

Por motivos que não iremos aprofundar neste texto, verifica-se que os eixos principais das

tensões tectónicas tendem a ser perpendiculares ou paralelos às superfícies livres, isto é, a

superfícies através das quais não é possível transmitir tensões entre os blocos que estão em

contacto; ora a superfície da Terra é uma superfície livre. Deste modo os elipsóides de tensão

(que representam o estado de tensão em cada ponto) possíveis de aqui ocorrerem são aqueles

que apresentam uma das tensões principais verticais (teoria de Anderson). Isto leva a três

– 39 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

orientações possíveis dos elipsóides de tensão e, por conseguinte, a três tipos principais de

falhas conjugadas (fig. 12):

- inversas se a tensão máxima (σ3) está vertical;

- normais se a tensão mínima (σ1) está vertical;

- desligamentos se a tensão intermédia (σ2) está vertical.

Fig. 12- Orientação dos principais campos de tensão existentes à superfície da Terra de acordo

com a teoria de Anderson e geometria dos sistemas de falhas conjugadas por eles originados.

A- Ambientes convergentes; B- Ambientes divergentes;

C- Ambientes conservativos.

Repare-se que o conceito de superfície livre não se aplica apenas à superfície de contacto entre

a Terra sólida e a atmosfera/hidrosfera. Com efeito, na litosfera existem outras superfícies

subhorizontais que, de um modo aproximado podem ser aproximadas a superfícies livres; é o

que acontece com numerosos contactos litológicos ou até com descontinuidades principais

como a de Mohorovicic. Por isto, mesmo quando se observam estruturas formadas a maior

profundidade, os campos de tensão que as produziram continuam a tendencialmente

apresentarem as tensões principais subhorizontais e verticais.

De tudo o que já foi referido, em especial da teoria de Anderson, é possível concluir que:

- Nas fronteiras de placas onde existe convergência existe tendência acentuada gerarem-se

falhas do tipo inverso, pois a direção de compressão máxima está horizontal;

- Nas fronteiras de placas onde existe divergência, as falhas tendem a ser do tipo normal, pois a

direção de compressão máxima está agora vertical;

– 40 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

- Nas fronteiras de placas conservativas, como acontece na zona da falha de Santo André,

tendem a predominar os desligamentos, pois é a tensão intermédia que está agora na vertical.

Uma situação particular que por vezes é confundida com desligamentos, é o que acontece com

as chamadas falhas transformantes que segmentam as cristas oceânicas (fig. 13). Em virtude

da génese de crosta oceânica ao longo das cristas, verifica-se que a movimentação de

desligamento está apenas restrita aos setores entre cristas (assinalados a amarelos), pois fora

das cristas os fundos oceânicos de um e de outro lado das falhas deslocam-se no mesmo

sentido; por isto, a sismicidade concentra-se apenas nos troços entre as zonas de rifte onde os

dois blocos se deslocam em sentido contrário.

Figura 13 - As transformantes são um caso muito particular de desligamento, pois ao longo da

direção do plano de falha as movimentações relativas entre os blocos vão variando.

Contudo, importa salientar que apesar dos diferentes tipos de falhas terem tendência em

ocorrerem em ambientes tectónicos diferentes, verifica-se que muitas vezes surgem juntos

devido a problemas de compatibilização da deformação; no entanto, mesmo nestas situações

um dos tipos de falhas tende a dominar.

CLASSIFICAÇÃO; NEM SEMPRE POSSÍVEL

Importa referir que muitas vezes os conceitos anteriores são difíceis de aplicar em situações

reais devido à falta de elementos. Com efeito, quando se observa as figuras 4 a 6, a

movimentação entre os blocos não oferece dúvida apenas porque estão desenhados os

contornos dos blocos; ora estes blocos não têm existência real e apenas são desenhados por

facilidade de visualizar os conceitos. Conforme é fácil de deduzir, a classificação do tipo de falha

implica sempre o conhecimento do movimento relativo entre os blocos adjacentes; é pois

imprescindível possuir-se indicadores desse movimento. Um dos indicadores mais comuns é a

existência de estrias no plano de falha; com efeito, o atrito entre os blocos durante o seu

deslocamento fica muitas vezes materializado por estrias induzidas pelas asperezas existentes

nas pa- redes das falhas (fig. 14). A existência e o estudo destas estrias são extremamente

importantes pois elas marcam a direção de movimento (e por vezes o sentido); nas figuras 4 a 6

as estrias estão assinaladas por traços curtos azuis.

– 41 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Figura 14 - Estrias num plano de falha em calcários, notando-se igualmente o aspeto brecheado

da superfície igualmente induzido pela movimentação relativa entre os blocos; por serem sub-

horizontais indicam tratar-se de um desligamento.

Ao se estudarem falhas (quer no campo, quer na análise de mapas geológicos) um dos erros

mais frequentes que se cometem é proceder-se à sua classificação sem que na realidade se

saiba qual é a direção de movimento. Embora as situações de erro sejam inúmeras, alguns

exemplos ajudam a ilustrar os perigos inerentes a uma classificação sem a existência de

marcadores de movimento.

Considere-se o caso de um monoclinal afectado por um desligamento esquerdo puro (i.e.

apenas com movimentação segundo a horizontal; fig. 15); se esta estrutura aparecer cortada

por uma arriba vertical veremos uma situação de falha normal aparente. Se não houver o

cuidado de procurar indicadores de movimento (e.g. estrias, que terão que estar

subhorizontais) a falha será classificada como normal o que está errado.

Figura 15 - Movimentação normal aparente induzida por um desligamento a afetar um

monoclinal.

Considere-se agora a interpretação de um mapa que mostra um monoclinal cortado por uma

falha com uma separação esquerda aparente (fig. 16). No entanto, como se trata de um

– 42 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

monoclinal, esta separação pode ter resultado de vários tipos de movimento. Com efeito, por

exemplo, quer um desligamento esquerdo puro quer uma falha inclinando para leste e normal

podem explicar o padrão observado em planta; e estas são apenas algumas das soluções

possíveis, pois se considerarmos falhas com movimentação mista são possíveis muitas outras

soluções. Por isso, na ausência de outros dados não é possível optar por uma solução.

Figura 16 - Algumas das soluções tridimensionais possíveis para um mapa onde um monoclinal

cortado por uma falha apresenta uma separação esquerda aparente.

No entanto, existem algumas situações muito particulares em que é possível tirar algumas

conclusões mesmo na ausência de indicadores cinemáticos. Considere-se um corte em que

camadas horizontais aparecem cortadas por uma falha (fig. 17) e onde é possível observar uma

separação de falha normal. Neste caso podemos concluir que teve que haver sem dúvida uma

componente de falha normal, pois apenas movimentações de desligamento são incapazes de

alterar as cotas de camadas horizontais. Mas mesmo assim, não é possível garantir que não

tenha havido também uma qualquer componente de desligamento associada.

Figura 17- Um desligamento a afetar camadas horizontais nunca poderá explicar por si só

componentes de movimentação normal (ou inversa) identificadas em corte.

Do mesmo modo, a existência de superfícies de referência verticais são particularmente úteis

na interpretação de regiões afetadas por falhas (fig. 18).

– 43 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Com efeito, se apenas houver movimentações na vertical, as superfícies de referência nunca

serão rejeitadas; por isso, se num mapa for visível, por exemplo um filão vertical rejeitado, isto

implica necessariamente que teve que haver uma componente de desligamento.

A existência de dobras representa também normalmente uma situação favorável para a

interpretação da cinemática das falhas. Consideremos a situação mais geral com os flancos a

inclinar em sentidos opostos. Se tivermos um antiforma cortado por uma falha normal e erosão

posterior (fig. 19), a representação desta situação em mapa mostra que o padrão de

afloramento mais extenso corresponde sempre ao bloco que teve uma movimentação relativa

de subida.

Figura 18 - Apenas movimentações na vertical sã o incapazes de produzir separações

horizontais num marcador vertical.

Figura 19 - Padrão de afloramento característico de um antiforma cortado por uma dobra com

movimentação segundo a vertical.

– 44 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

No caso de um sinforma cortado por uma falha normal e tendo sofrido erosão posterior, a

situação é semelhante só que agora em mapa o padrão de afloramento mais largo corresponde

ao bloco que teve uma movimentação relativa de descida (fig. 20).

Figura 20 - Padrão de afloramento característico de um sinforma cortado por uma dobra com

movimentação segundo a vertical.

Finalmente, se considerarmos uma dobra, qualquer que seja a sua forma (i.e. sinforma ou

antiforma), cortada por um desligamento puro, verifica-se que a largura do padrão de

afloramento em mapa se mantém constante de um lado e doutro da falha (fig. 21).

Figura 21 - Os desligamentos puros a afetarem dobras, quando observados em mapa por si só

nunca produzem variações de espessura do padrão de afloramento entre ambos os blocos.

Os exemplos anteriores levam a perceber a enorme diversidade de situações possíveis, o que

torna extremamente difícil ilustrar todos os casos. No entanto, tendo em consideração o que foi

exemplificado torna-se fácil a interpretação de novas situações.

Rui Dias

Abril 2016

– 45 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

E se as abelhas desaparecerem do Planeta Terra?

Teresa Brandão, Beatriz Carriço, André Bernardo, António Barros

1 & Mª de Fátima Oliveira

2

1- Alunos de 5ºano / Sócios do clube de Ciências EcoGama da Escola Básica Sebastião da Gama de Estremoz 2- Docente da Escola Básica Sebastião da Gama de Estremoz

Finalidade: Com este trabalho, temos a finalidade de dar a conhecer as consequências catastróficas, caso as abelhas desapareçam da nossa Biosfera e como prolongar a sua sobrevivência nos ecossistemas competitivos atuais.

Material: Para os abrigos das abelhas solitárias: - Várias latas metálicas de diferentes tamanhos - Jornais - Cortiça ralada - Cola Para os vasos: - Material para reciclar como garrafões de água - Solo franco - Sementes de plantas - 1 Fio de lã ou atacador velho de sapatos Para os rebuçados caseiros contra a tosse e a irritação da garganta: 1- Caneca de açúcar mascavado ½ - Caneca de água 1- Colher de sopa de sumo de limão 1- Colher de sopa de mel ½- Colher de chá de gengibre em pó ½- Colher de cravinho em pó; 1- Tabuleiro metálico; 1- Folha de papel vegetal; - Fogão.

Método: “Quando as abelhas desaparecerem da face da Terra, os humanos têm apenas quatro anos de vida.”

Albert Einstein Foi com esta frase, que muitos creem ter sido proferida pelo próprio Einstein, que começámos este projeto nas aulas de Ciências Naturais. Assim, pesquisámos sobre o assunto e procurámos saber qual a importância das abelhas, porquê o alarmismo dos apicultores, a presença da vespa asiática que dizima uma colónia inteira de abelhas, a Varrose…As colónias das abelhas estão em colapso. Quais as causas? Quais as consequências para nós humanos, parte desta biodiversidade? Que podemos fazer para evitar o colapso total das abelhas?

1ª Estratégia - Sensibilizar a população para apostar na alimentação

das abelhas através de vasos nas varandas, janelas, quintais, etc.

(vasos que não têm águas que possam servir de refúgio às larvas de

insetos, como o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus Zica!).

2ª Estratégia - Fazer abrigos para abelhas solitárias, evitando a sua

morte e permitir que façam a polinização de que tanto precisamos!

– 46 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

3ª Estratégia - Continuar a usar o mel com moderação em produtos caseiros como os rebuçados

contra a tosse e irritação da garganta.

Conclusões:

Com este projeto, tomámos conhecimento da preocupação da

maioria dos apicultores e dos biólogos que nos alertam para esta

problemática da sobrevivência das nossas abelhas ibéricas, que são

polinizadoras essenciais. Sem elas, mais fome, mais doenças e mais

morte apareceriam no nosso Planeta.

Assim, queremos sensibilizar o público em geral para a proteção

das abelhas polinizadoras, para que possamos apostar cada vez

mais na agricultura biológica e na cultura de espécies vegetais atrativas para as abelhas e

construir abrigos para as solitárias. Pretendemos também que haja uma proibição efetiva do

comércio de espécies de abelhas exóticas/invasoras como o caso da vespa asiática.

– 47 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Instinto Natural Migração do Grou comum como agente de desenvolvimento

Rafael Pepê

1 & Carlos Pepê

2

1- Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro 2- Docente do Centro Educativo Alice Nabeiro

Objetivos:

- Descobrir as características do Grou Comum;

- Desvendar hipóteses para a capacidade do Grou Comum em navegar longas

distâncias nas suas rotas migratórias;

-Reconhecer as rotas migratórias do Grou comum e suas alterações ao longo dos

anos;

- Relacionar alterações na rota migratória e as alterações climáticas;

-Estudar no local a zona de invernada de Campo Maior do Grou comum;

- Identificar oportunidades de desenvolvimento com base no turismo ornitológico;

Conteúdos:

-Ornitologia;

-Migrações;

-Alterações Climáticas;

-Turismo ornitológico;

- Clima e Geografia

Resumo: Este projeto fala-nos sobre as migrações dos grous- comuns (Grous-Grous), outros animais e

aves migratórias e de como se orientam na sua viagem até Campo Maior. As migrações são

fundamentais para a sobrevivência de muitas espécies que seguem o seu instinto natural. Devido

a capacidades únicas e singulares de navegação as aves migratórias em particular conseguem

efectuar deslocações incríveis na procura de melhores condições de vida. Hoje, em pleno sec.

XXI, o Homem continua a migrar, ele próprio na procura de melhores condições de vida. As aves

como o Grou-comum, fazem movimentos pendulares magníficos, superando a cordilheira Alpina

em grupos bem coordenados em com esforço de equipa! É um espectáculo único.

– 48 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Grou-comum (Grous grous)

Os grous são aves migratórias que vêm dos países do norte da Europa (Escandinávia, Norte da

Alemanha e Finlândia) para Campo Maior passando por vários locais como Galhocanta (Espanha)

onde descansam e se separam em grupos mais pequenos. Os grupos mais audazes deslocam-se

para oeste, sendo o ponto mais a oeste da sua rota Campo Maior. Procuram o inverno moderado

e as nossas bolotas ricas em amido para se alimentarem.

O Grou é adepto de alimentos ricos em amido como a batata e claro a nossa rica e nutricional

Bolota. Os nossos montados de Azinho (com bolotas bastante saborosas e doces) é o palco ideal

para umas férias de Inverno. Existem muitas outras rotas que espalham o Grou-comum pela

geografia do sul da Península Ibérica. Mais para sul, o número de Grous que chegam nas rotas

está a diminuir muito em parte devido às alterações climáticas que com o aumento da temperatura

mais a norte, possibilita a esta espécie fixar-se com menos esforço e tempo de viagem nas nossas

paragens. As nossas barragens e lagoas próximas aos montados são fundamentais para as zonas

de dormitório, uma vez que esta ave tem hábitos limícolas, procriando em lagoas na primavera

nos países do norte da Europa. Temos então reunidas as condições para uma magnifica

invernada, pelo que o Rafael surge com a ideia de após estudar esta actividade e de ter ajudado

no GEDA (ONGA de Campo Maior) a criar a Rota dos Grous e um observatório, criar agora uma

atividade que atrai turistas Nórdicos que venham passar também eles o seu inverno a Campo

Maior, seguindo o seu instinto natural e vendo as mesmas aves que dão colorido e alegria aos

seus campos e lagoas no Verão.

– 49 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Queremos assim provar que podemos gerar desenvolvimento em localidades como Ouguela, com

base no turismo ornitológico, e dar a conhecer fenómenos únicos de sobrevivência que nos devem

inspirar enquanto Humanos!

Bibliografia:

Guia de aves de Portugal e Europa (SPEA), Documentos interno do GEDA, fotografias do GEDA e

recolha do Rafael Pepê (vídeo, aúdio e fotografia), documentos e folhetos da rede de percursos

pedestres Feel nature da CIMAA. Sitios na web: aves de Portugal, WWW.geda.pt.

– 50 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

De que forma diferentes líquidos reagem quando congelados?

Diogo Fortunato1 & Paula Gonçalves

2

1- Alunos do Colégio de São Tomás 2- Docente do Colégio de São Tomás

Hipótese:

Há um aumento do volume devido ao gás no líquido.

Material:

- Água

- Água das Pedras

- Cerveja

- Coca-cola

- Ice Tea

- Vinho

- Azeite

- Pompete

- Pipeta Graduada

- Gobelés

- Conta-gotas

- Frascos

- Caneta de acetato

- Congelador

Procedimento:

- Colocar 60mL de um líquido num frasco com a ajuda de uma pipeta e uma pompete e marcar

a altura do líquido com a caneta de acetato.

- Colocar os frascos no congelador durante 17 horas.

- Retirar os frascos do congelador e medir a diferença entre alturas

- Registar os valores.

Resultados:

Líquido - Variação de Altura, em média:

– 51 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Conclusão: 1ªconclusão: O gás faz aumentar muito mais o volume nos líquidos que o contêm do que nos

líquidos sem este.

2ªconclusão: Dos líquidos com gás, a água das pedras foi o que aumentou mais em volume e a

cerveja o que aumentou menos. Isto é explicado pois a quantidade de CO2 (dióxido de

carbono) contida na cerveja é de 5,5g/L, na coca-cola é de 6,2g/L e na água das pedras é de

6.06g/L. Apesar da quantidade de CO2 seja menos na água das pedras do que na coca-cola,

Líquido Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Média Fotografia

Água 6mm 7mm 5mm 6 mm

Água das Pedras

23mm 23mm 24mm 23mm

Cerveja 13mm 14mm 14mm 14mm

Coca-cola 16mm 18mm 15mm 16mm

Ice Tea 5mm 5mm 5mm 5mm

Vinho 1mm 4mm 3mm 3mm

Azeite 0mm 0mm 0mm 0mm

– 52 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

esta diferença de volume é explicado pois a água das pedras não contém apenas CO2 mas

também N2 (nitrogénio). Para além disso, a água das pedras é naturalmente gaseificada, isto

é, esta brota à superfície saída de uma nascente termal aquecida por magma.

3ªconclusão: O azeite não aumentou de volume, o que me leva a concluir que apenas os

líquidos que contêm H2O (água) aumentam de volume quando congelados, devido às pontes

de hidrogénio que se formam entre um átomo de oxigénio de uma molécula e o átomo de

hidrogénio de outra molécula. O congelamento faz fortalecer as pontes de hidrogénio já

existentes na água no estado líquido (imagem 1). Nos líquidos gaseificados, o gás vai-se

penetrar por entre estas formações, criando um espaço, aumentando ainda mais o seu volume.

Fig.1 – Pontes de Hidrogénio

– 53 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Por que é que os light sticks brilham?

Rita Tatá Mira1 & Catarina Rito

2

1-Aluno do Colégio de São José, Ramalhão 2-Docente do Colégio de São José, Ramalhão

Finalidade:

Este trabalho tem como principal objetivo estudar como é constituído um light stick e por que é

que ele brilha.

Material:

- light stick

- tesoura

- telemóvel (luz negra)

Método:

1ª experiência:

- Cortar um light stick ao meio e ver como ele é constituído.

- Misturar as substâncias e observar.

Observação:

O light stick é constituído por um tubo de plástico que contém uma substância incolor. Dentro

deste tubo de plástico, encontra-se um pequeno tubo de vidro com uma substância de cor

amarela, no seu interior.

Quando se parte o tubo de vidro e as duas substâncias se misturam, emite luz fluorescente.

Tentativa:

Fazer um light stick utilizando marcadores fluorescentes.

Material:

- Marcadores de várias cores

- Água

- Telemóvel (luz negra)

Método:

- Cortar o marcador e retirar a tinta.

- Juntar a tinta do marcador com água.

- Com a sala escurecida e com o telemóvel (luz negra) observar se, as soluções de diferentes

cores emitem luz fluorescente.

Observação:

- Só as soluções de cor amarela e verde emitem luz

fluorescente.

– 54 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Conclusão:

- Dentro dos light sticks há uma espécie de ampola, de um vidro muito fininho quase

impercetível, dentro dele existe uma substância, o luminol, que em contacto com o líquido de

fora (água oxigenada) emite uma luz que pode ter várias tonalidades.

- O fenómeno físico-químico observado denomina-se de quimiluminescência.

– 55 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Poderá a água da chuva ser uma ameaça para a vida?

Manuel Louro Coelho1 & Maria José Mariano

2

1- Aluno da Escola Básica Integrada de Pias, Agrupamento de escolas nº1 de Serpa 2- Docente da Escola Básica Integrada de Pias, Agrupamento de escolas nº1 de Serpa

Finalidade: Observar os efeitos/consequências das chuvas ácidas sobre as plantas.

Material e reagentes: - Flores e folhas (viçosas) - Enxofre - Água - Papel indicador de pH - Colher de combustão - Isqueiro - Recipiente de vidro com tampa

Procedimento: Prepara o recipiente com as flores e o papel indicador de pH. Introduzir a colher, previamente aquecida, com o enxofre dentro do recipiente. Fechar completamente o recipiente. Deixar arder o enxofre numa atmosfera húmida. Observar o efeito nas flores e folhas expostas aos produtos das reacções ocorridas.

Conclusões: O papel indicador foi progressivamente alterando a sua cor. Comparando com a escala de cores verificou-se que dentro do recipiente o ambiente chegou a um pH de 2, extremamente ácido. Após algum tempo de exposição aos produtos das reacções as pétalas das flores foram alterando as suas cores originais, foram murchando e mostrando vestígios de queimaduras. As folhas foram apresentando as pontas frágeis.

Antes

Antes Depois

– 56 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Das ondas gravitacionais à nuvem electrónica A semelhança entre os dois universos: O Incrivelmente grande e o

incrivelmente pequeno

Rodrigo Raimundo1 & Carlos Pepê

2

1- Aluno do Centro Educativo Alice Nabeiro 2- Docente do Centro Educativo Alice Nabeiro

Objetivos: - Estudar a origem e formação do universo; - Divulgar a outros alunos conhecimentos sobre o universo e suas leis; - Estudar a teoria atómica e sua evolução; - Criar um friso com a história do universo e do planeta terra em 3 dimensões para divulgação do projeto; - Criar uma teoria de comparação entre a teoria atómica da nuvem electrónica e a organização do universo com base nas forças e ondas gravitacionais e campos magnéticos. Conteúdos: Física; Química; Teoria da relatividade; Nuvem electrónica; Ondas gravitacionais Resumo: A exploração do mundo da física e das suas regras por um lado e o mundo da química por outro, coloca ao Rodrigo uma série de ideias e hipóteses comparativas entre ambas. Surge daí a ideia de comparação entre as forças internas e a sua estrutura no mundo atómico e as novas provas sobre a organização do universo e as ondas gravitacionais. Este projeto é uma tentativa de criação de uma teoria unificadora que tentar aproximar ambos universos. As semelhanças entre os modelos atómicos, o sistema solar e o universo despertam a curiosidade do Rodrigo que tentará aqui explanar as suas hipóteses para explicar a coesão e organização universal.

– 57 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Será que o cheiro tem sabor?

Diogo Miguel Rodrigues Duarte1 & Maria Francisca Ferreira Carmo

2

1- Aluno do Colégio de São Tomás 2- Docente do Colégio de São Tomás

Finalidade:

Este trabalho tem como principal objetivo confirmar se o cheiro tem sabor.

Material:

- Uma venda

- Uma mola

- Um prato

- Uma colher

- Café

- Canela

- Orégãos

- Caril

Método:

Na 1ª experiência testou-se a seguinte hipótese:

Se colocarmos uma venda e uma mola no nariz de uma pessoa, ao provar os diferentes

alimentos, consegue distingui-los?

1ª Experiência:

- Colocar a venda

- Colocar a mola no nariz

- Dar a provar o café, o caril, os orégãos e a canela

Na 2ª experiência testou-se a seguinte hipótese:

Se colocarmos apenas a venda na pessoa, ao provar os diferentes alimentos, consegue

distingui-los?

2ª Experiência:

- Colocar a venda

- Dar a provar o café, o caril, os orégãos e a canela

Resultados:

Na 1ª e 2ª experiência verificou-se que:

Pessoa 1 - adulto

Ingredientes Venda e mola (1ª

experência)

Venda (2ª experiência)

Café Não conseguiu distinguir Conseguiu distinguir

Caril Não conseguiu distinguir Conseguiu distinguir

Orégãos Não conseguiu distinguir Conseguiu distinguir

Canela Não conseguiu distinguir Conseguiu distinguir

– 58 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Pessoa 2 - criança

Ingredientes Venda e mola (1ª

experência)

Venda (2ª experiência)

Café Conseguiu distinguir Conseguiu distinguir

Caril Não conseguiu distinguir Conseguiu distinguir

Orégãos Conseguiu distinguir Conseguiu distinguir

Canela Não conseguiu distinguir Conseguiu distinguir

Conclusão:

Procedeu-se à pesquisa e chegou-se à conclusão que o cheiro está ligado ao sabor, sendo por

isso que, no geral, não se consegue distinguir os diferentes alimentos com a privação do olfato.

Verificou-se também que a criança conseguiu distinguir dois dos alimentos, o café por ter um

sabor forte e intenso, e os orégãos por terem uma textura diferente (“folhinhas”).

Por esta razão, quando estamos constipados, muitas vezes não conseguimos distinguir bem os

alimentos que ingerimos.

– 59 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Qual o ambiente em que a fruta se conserva melhor?

Joana Caetano1 & Miguel Tristany

2

1-Aluno do Colégio de S. José Ramalhão 2-Docente Colégio de S. José Ramalhão

Finalidade:

Este trabalho tem como principal objetivo estudar se a temperatura e o arejamento têm

influência na conservação da fruta.

Material:

Tipos de fruta:

- Maçã

- Banana

- Laranja

- Kiwi

- Uva

- Pêra

Locais de conservação da fruta:

- Frigorífico (5º)

- Congelador (-15º)

- Sala (22º)

- Sala (22º) em caixa fechada (sem ar mas

com luz)

- Estufa (38º)

- Exterior (temperatura variável)

Método:

- Colocar a fruta em caixas de cartão nos seis locais definidos.

- Passada uma semana, retirar a fruta do congelador e deixei descongelar.

- Avaliar e fotografar cada peça de fruta.

- Passada mais uma semana avaliar e fotografar de novo cada peça de fruta

Observação: RESULTADOS 1ª SEMANA

1 SEMANA Maçã Pera Banana Laranja Uvas Kiwi

Frigorífico S/A S/A

Algumas

lesões com 6

cms

S/A Um pouco

enrugadas S/A

Congelador Castanha Castanha Preta S/A Castanhas Aberto e

amassado

Sala Mais

mole

Picada e

lesão

Muitas lesões

com 3 cms

Coberta

de bolor S/A S/A

Caixa

fechada S/A S/A

Algumas

lesões e mole N/R

Bolor e

buracos

Mole e um

pouco

enrugado

Estufa

Lesões

com 3

cms

Lesão 4

cms Acastanhada Mole Enrugadas S/A

Exterior Lesão 2

cms

Picada 6

mm Lesão 5 cms Mole S/A S/A

– 60 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

RESULTADOS 2ª SEMANA

2 SEMANA Maçã Pera Banana Laranja Uvas Kiwi

Frigorifico

Igual com

algumas

lesões

Igual com

uma picada

e algumas

lesões

Preta S/A Ainda mais

enrugadas S/A

Congelador Castanha

Castanha

mas

enrugada

Preta e

com

fungos

Com

bolor

Deitaram

liquido e

com bolor

Deitou

água,

aberto,

coberto de

bolor

Sala Mole Igual com

uma lesão

Quase

cobertura

de lesões

Coberta

de bolor

Algumas

com bolor Enrugado

Caixa

fechada S/A

Algumas

lesões

Muitas

lesões N/R

Deitaram

líquido e

com bolor

S/A

Estufa Algumas

lesões

Lesão

aumentou

Castanho

escuro S/A Enrugadas S/A

Exterior Lesão 4

cms

Lesão 10

cms

Várias

lesões

com 7

cms

Mole S/A S/A

Conclusão:

A temperatura ambiente (22ºC) causa muitos problemas de conservação.

A refrigeração é um bom método de conservação da maioria dos frutos, com a exceção da

banana.

A congelação é um péssimo método de conservação da fruta, pois destrói totalmente os frutos.

Um ambiente fechado é mau para a conservação, pois causa o aparecimento de fungos.

Pelo menos no inverno o exterior pode ser uma boa opção, pois as temperaturas são frescas e

não gastamos energia.

S/A – Sem alteração N/R – Não realizado

– 61 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Qual o Índice Biótico do Biocharco da pedreira de Estremoz?

Bernardo Clímaco, Mariana Lopes, João Machado, Sandra Quaresma1 & Mª de Fátima

Oliveira2

1- Alunos / Sócios do clube de Ciências EcoGama da Escola Básica Sebastião da Gama de Estremoz 2- Docente da Escola Básica Sebastião da Gama de Estremoz

Finalidade:

Com este trabalho temos a finalidade de dar a conhecer o índice biótico (que nos indica a

qualidade da água através da comunidade de animais que lá habitam) de um Biocharco

encontrado numa das nossas pedreiras já inativas de Estremoz, local onde houve durante

alguns anos extração de mármore.

Material:

SAÍDA DE CAMPO LABORATÓRIO

1- Mapa de Estremoz;

1- Camaroeiro com rede para capturar

macroinvertebrados;

Vários frascos de plástico com boca estreita

e larga;

Vários pares de luvas e sacos de recolha;

1- Tabuleiro;

1- Máquina fotográfica;

1- Panfleto para recolha de informação;

Indicadores químicos para os parâmetros

físico-químicos da água e seringa para

recolha de solo;

Sapatos adequados, coletes refletores, boné

e lápis.

1- Caixa de luz com tabuleiro branco e fonte

luminosa;

1- Lupa;

1- Pinça e agulha de dissecação;

Várias amostras recolhidas no local

designado;

5- Caixas de Petri;

1- Chave dicotómica para identificar

macroinvertebrados;

1- Panfleto já preenchido com os dados da

saída de campo;

1- Tabela de referência para o Índice Biótico.

Método:

Nas aulas de Ciências Naturais aprendemos que a água

é muito importante para os seres vivos e que vários tipos

de poluição podem afetar a sua qualidade. Tentámos

medir a poluição de um meio aquático numa saída de

campo a uma pedreira agora inativa, onde encontrámos

um Biocharco, um charco de água de uma

biodiversidade considerável.

Assim, usámos dois

métodos:

1º - Realizámos no local de recolha análises químicas à água com

indicadores para a presença de nitratos, fosfatos, pH, CO2 ou a

dureza… Os resultados foram registados no nosso panfleto de

saída de campo.

2º - Sabendo que podemos medir o nível de poluição de uma massa de água através da

observação das comunidades de animais aí existentes, fizemos um arrasto com um

– 62 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

camaroeiro, para recolha de amostras e observámos a comunidade de macroinvertebrados que

no Biocharco habitavam.

Em laboratório, com o apoio da Chave para Identificação de Macroinvertebrados

Bentónicos de Água Doce de Bárbara Bis e Grazyna Kosmala (Polónia), de uma lupa e de

uma caixa de luz por nós construída, identificámos os animais recolhidos. Marcámos a

pontuação de cada animal (numa tabela disponível em www.charcoscomvida.org), somámos os

pontos e dividimos pelo número de espécies de animais que encontrámos e que estão na

referida tabela. Encontrámos o Índice Biótico, que foi registado no nosso panfleto de saída de

campo.

Conclusões: No 1º método verificámos há uma fraca incidência de fosfatos, ausência de nitratos e baixa concentração de CO2, apesar de uma dureza acentuada e de um pH alcalino que não estávamos à espera. Contudo, considerámos valores indicativos de um Biocharco com um nível de poluição baixo. No 2º método verificámos que o Índice Biótico se situa entre 4 e 5, o que indica água moderadamente poluída (foram identificados Caracóis de água doce, Carochas, Larvas de mosquitos, Alfaiates e Escorpiões-de-Água).

– 63 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Porque é que a Coca-Cola faz bolinhas?

Diana Ferreira e Maria Isabel Dias1 & Maria Francisca Ferreira Carmo

2

1-Alunos do Colégio de São Tomás 2-Docente do Colégio de São Tomás

Finalidade:

Este trabalho tem como principal objetivo perceber porque a Coca-Cola faz bolinhas.

Material:

- Coca-Cola

- Fanta

- Água com gás

- Água mineral natural

- Palhinha

- Copos de plástico

Método:

Na 1ª experiência testou-se a seguinte hipótese:

Apenas a Coca-Cola faz bolhinhas?

1ª Experiência:

- Colocar cada bebida dentro de um copo com gás.

- Observar

Na 2ª experiência testou-se a seguinte hipótese:

Se soprarmos com uma palhinha os líquidos também irão fazer bolhinhas?

2ª Experiência:

- Soprar com a palhinha para dentro dos copos com as bebidas

- Observar

Resultados e Conclusão:

Na 1ª experiência verificou-se que:

A Coca-Cola, a Fanta e a água com gás faziam bolhinhas.

Na 2ª experiência verificou-se que:

Todas as bebidas faziam bolhinhas.

Procedeu-se à pesquisa de um ingrediente (gás) comum entre a Coca-Cola, a Fanta e a água

com gás e concluiu-se que estas três possuem dióxido de carbono na sua composição.

– 64 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Poluição luminosa: Será preocupante?

Bruno Amaral, Filipa Felismino, Eduardo Luís1 & Jacinto Castanho

2

1-Alunos do Agrupamento de Escolas de Coruche 2-Docente do Agrupamento de Escolas de Coruche

Fundamento:

Acostumados com a beleza do céu, aplaudimos o facto de Thomas Edison ter o sonho de "luz

para as massas", mesmo que a luz fosse usada para iluminar o céu. Agora percebemos que,

como as pirâmides do Egito ou as montanhas de Machu Pichu, o céu, que todos nós podemos

observar sem os inconvenientes de uma viagem longa e cara, deve ser considerado património

da humanidade e protegido como tal.

A poluição luminosa tem consequências graves para várias espécies animais e apenas os

morcegos parecem beneficiar dela. Os seres humanos, além de terem perdido contacto com

esta beleza natural, são afetados por ela, especialmente com as implicações para o

agravamento do cancro da próstata e da mama. Na verdade, os efeitos na saúde podem vir a

ser a razão mais importante para controlar a poluição luminosa. O desperdício de energia pela

iluminação excessiva é produzido principalmente pela queima de combustíveis fósseis, o que

implica diretamente a poluição do ar e o aumento de dificuldades respiratórias para as pessoas

com doenças pulmonares ou outros problemas médicos.

O combate à poluição luminosa também é visto como um exemplo de uma melhor iluminação,

energia e economia de recursos.

Por isso, é muito importante, especialmente para nós jovens, educarmo-nos nesta área.

Desenvolvimento:

Para o desenvolvimento deste trabalho fotografámos bons e maus exemplos de iluminação na

zona onde habitamos e construímos uma maquete onde ilustramos pedagogicamente a boa e

má iluminação.

– 65 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Conclusão: A questão da poluição luminosa é de grande importância e transversal a várias áreas do conhecimento e da nossa vida, nomeadamente Astronomia, Física, Biologia, Ambiente e Economia.

Bibliografia: Mizon, B., Light Pollution, Springer-Verlag London Limited, London, 2002

Castanho, J., Poluição luminosa, tese de mestrado apresentada na Universidade do Porto,

Porto, 2009.

Almeida, G., http://www.meteorito.com.br/arquivos/ArtigoPL1_AIA.PDF

– 66 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Por que razão quando misturamos um copo com água doce e um copo com água salgada o resultado é sempre salgado?

Diogo Gonçalves

1 & Paula Gonçalves

2

1-Aluno do Colégio de São Tomás 2-Docente do Colégio de São Tomás

Hipótese 1: A água com sal tem algum constituinte mais intenso do que a água com açúcar. Material: - Açúcar

- Sal refinado

- Sal grosso

- Balança

- Termómetro

- Copos de plástico

- Colher

- Copo medidor

Procedimento 1: - Pesar o sal grosso e o açúcar em diversas quantidades;

- Medir 50 ml de água no copo medidor;

- Juntar ao copo onde se tem o açúcar e o sal grosso a água e dissolver-se o máximo possível

com a colher;

- Sentir o sabor da mistura;

Resultados 1: Tabela 1: Resultados para diferentes quantidades de sal grosso, açúcar e água.

Sal Açúcar Água Resultado

5g 5g 50 ml Salgado

5g 10g 50 ml Salgado

10g 5g 50 ml Salgado

5g 25g 50ml Salgado

1g 10g 50ml um pouco salgado

0,5g 10g 50ml um pouco salgado

Hipótese 2: Usando um tipo de sal mais fino seja mais simples de dissolver e não se sentirá o sabor tão salgado. Procedimento 2:

– 67 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Repetir o procedimento 1 mas desta vez usando sal refinado. Resultados 2: Tabela 2: Resultados para diferentes quantidades de sal refinado, açúcar e água.

Sal Açúcar Água Resultado

5g 5g 50 ml Salgado

5g 10g 50 ml Salgado

10g 5g 50 ml Salgado

5g 25g 50ml Salgado

1g 10g 50ml um pouco salgado

0,5g 10g 50ml um pouco salgado

Hipótese 3: Ao aumentar a temperatura da água, o sal será dissolvido com mais facilidade e não iremos sentir tanto sabor salgado. Procedimento 3: Repetir o procedimento 2 mas variando a temperatura da água. Resultados 3: Tabela 3: Resultados para diferentes quantidades de sal refinado, açúcar e água a diferentes temperaturas.

Sal Açúcar Água Temperatura da

água Resultado

5g 5g 50 ml 50 ºC Salgado

5g 10g 50 ml 75 ºC Salgado

10g 5g 50 ml 100 ºC Salgado

Conclusões: Na experiência 1 verificou-se que o sal se sentia menos nos ensaios com maior quantidade de

açúcar (10 e 20 vezes mais açúcar que sal), isto é, sentia-se sabor doce mas ainda sobressaia

o sal.

Colocou-se a hipótese de isto se verificar pelo facto do sal ser grosso e não se conseguir

dissolver tão bem mas com a experiência 2 voltamos a ter a mesma conclusão: para ensaios

de maior quantidade de açúcar, o gosto de sal ainda se fazia sentir, portanto, o sal refinado

dissolve-se melhor na água do que o sal grosso mas talvez não tenha sido o suficiente para

fazer desaparecer o sabor salgado.

Posteriormente, procedemos à dissolução do açúcar e sal refinado em águas a diferentes

temperaturas mas o sabor salgado intensificou-se e por isso chegamos à conclusão que a água

– 68 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

quente ajuda à dissolução mas não deixamos de sentir o sabor salgado, o que significa que a

dissolução do sal na água é importante mas o facto de sentirmos o sabor salgado sobreposto

ao doce será devido a algo que não a quantidade e a solubilidade dos compostos em questão

mas ao paladar seletivo da língua.

A perceção dos gostos amargo, doce, salgado e ácido é feita pelas papilas gustativas,

recetores sensoriais do paladar na língua. Como podemos ver na imagem 1, a região que sente

o gosto salgado também pode sentir sabores doces, e é por isso que alguns adoçantes deixam

um gosto amargo após a ingestão. Eles estimulam tanto as papilas desse local que podem

causar o efeito oposto. Por esta razão concluo que apesar das solubilidades em água do sal e

do açúcar serem diferentes (tabela 1) e as suas estruturas moleculares também (imagem 2) o

facto de sentirmos sempre sabor salgado se deve à nossa perceção de sabores na língua se

sobreporem.

Imagem 1: Zonas do paladar da língua

Tabela 1: Solubilidades do sal (NaCl) e açucar (sacarose) em água, a 20ºC

Composto Solubilidade

Cloreto de sódio NaCl (sal) 356 g/L

Sacarose C12H22O11 (açúcar) 1970 g/L

Imagem 2: Estrutura da sacarose (açúcar) e do Cloreto de sódio (sal)

Sacarose Cloreto de sódio

– 69 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Quando os feijões mágicos deixam de ser mágicos…

Sofia Silva, Manuel Teigão, Mafalda Barahona, Maria Franco

1 & Patrícia Mateus

2

1-Alunos do Colégio Salesiano de Évora 2-Docente do Colégio Salesiano de Évora

Objetivos:

- Despertar o gosto pelas ciências experimentais.

- Compreender o funcionamento do sistema urinário: Como funcionam os rins?

Hipótese:

- Como limpar o organismo das substâncias tóxicas quando os rins deixam de funcionar?

- Propriedades da água: pressão e densidade

Procedimentos:

- Apresentação, em sala de aula, dos trabalhos realizados pelos alunos sobre a função

excretora: sistema urinário.

- Visita de estudo à Unidade de Hemodiálise, do Hospital do Espirito Santo.

- Construção de uma maqueta que esquematiza o trabalho renal, como sistema de limpeza

do organismo.

- Realização de duas experiências sobre a água.

Conclusão:

À semelhança do homem, o próprio organismo humano, diariamente precisa de livrar-se do

lixo que produz. Para tal, existem umas estruturas denominadas RINS que “como por magia”

purificam o sangue. Quando essas estruturas morrem, para o que organismo não acumule

desperdícios é preciso recorrer a dispositivos externos.

O desafio foi compreender como estas unidades funcionam, bem com as suas subestruturas.

Os rins são órgãos vitais que mantêm o sangue limpo e o balanço químico, filtram a água e

os resíduos em excesso, e também produzem hormonas que mantêm os ossos fortes e o

sangue saudável.

– 70 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

– 71 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Por que é que o céu é azul?

Francisco Caneira1 & Carla Pedro

2

1-Aluno do Colégio de São José, Ramalhão 2-Docente do Colégio de São José, Ramalhão

Finalidade:

Este trabalho tem como principal objetivo perceber por que é que o céu é azul.

Material:

-Fonte de luz branca (lanterna)

-Prisma triangular de vidro

-Parede branca

-Tubos de ensaio com soluções coloridas

-Papel celofane azul, verde e vermelho

Método:

1ª experiência:

-apontar a fonte de luz em direção ao prisma

-observar o espetro obtido

2ª experiência:

-entre a fonte de luz e o prisma colocar um tubo de ensaio com uma solução colorida (ou papel

celofane)

-observar o espetro obtido

Resultados:

Na 1ª experiência verificou-se que o espetro obtido apresentava as cores vermelho, laranja,

amarelo, verde, azul, anil e violeta.

Na 2ª experiência verificou-se que o espetro obtido dependia da cor da solução/papel celofane

que se colocava entre a fonte de luz e o prisma triangular. Uma solução de cor azul, por

exemplo, ao ser atravessada por um feixe de luz branca, absorve as cores vermelho e verde,

obtendo-se um espetro na zona dos azuis e violeta.

Conclusão:

A luz branca é policromática, ou seja, é constituída por um conjunto de sete cores

monocromáticas que quando desfragmentadas por um prisma ou líquido transparente resultam

nas cores vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Estas cores apresentam-se na

forma de um arco-íris.

Conclui-se que a cor que uma solução/papel celofane apresenta resulta da transmissão dessa

cor por parte dos corpúsculos que a constituem, absorvendo as outras cores. No espetro obtido

faltam as cores que correspondem às cores que foram absorvidas.

Através de pesquisa bibliográfica sabe-se que a atmosfera possui cerca de 20% de oxigénio e

que, no estado líquido, o oxigénio apresenta a cor azul. Desta forma, será o oxigénio o principal

fator que faz com que o céu seja azul, pois:

- sendo azul, no estado líquido, tende a absorver as cores vermelho, amarela e verde;

– 72 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

- quando a luz é difundida pelas moléculas de oxigénio, as cores que são espalhadas são o

azul e o violeta.

Conclui-se também, por pesquisa bibliográfica, que o nosso olho tem mais dificuldade de

detetar os comprimentos de onda associados à cor violeta. Razão pela qual, o céu nos parece

azul e não violeta.

– 73 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Geologia da Cal Exemplo no território e suas influências – estudo de caso

Gabriel Costeira e Afonso Mexia

1 & Carlos Pepê

2

1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro 2-Docente do Centro Educativo Alice Nabeiro

Objetivos: - Estudo geológico dos afloramentos de calcários em

três pontos de estudo e suas relações com zonas

metamórficas de afloramentos de cristas quartzíticas;

- Análise de amostras de rochas recolhidas;

- Entrevistas e partilha de saberes entre gerações para

melhor entendermos o funcionamento das pedreiras de

rocha calcária e o funcionamento das caleiras;

- Investigar as aplicações e importância da cal até 1965

nas zonas de estudo;

- Valorizar a cal e a sua história como agente de promoção da nossa região, rica em pontos

geológicos de interesse educativo e pedagógico.

Pedreiras e caleiras da referta de Degolados _ Campo Maior

Conteúdos:

- Geologia;

- Caleiras;

- Tradições e turismo geológico e patrimonial

Fornos e pedreiras de Casal de Santo Amaro _ Penacova

Resumo:

A importância da cal como elemento fundamental para a construção no Alentejo é inegável.

Com a descoberta de zonas de afloramentos calcários em diversos pontos da nossa geografia,

foi só esperar pelo seu uso com recurso à ciência para se iniciar os processos de calcinação e

– 74 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

transformação destas rochas em pedra de cal. A criação de fornos para calcinação foi surgindo

associada às zonas de afloramentos calcários, facilitando assim o processo de transformação.

Encontrámos três exemplos diferentes na geografia nacional para reforçar o nosso estudo. A

pedreira e fornos de Casal de Santo Amaro, Penacova (Distrito de Coimbra), terra natal da

família do Gabriel, as pedreiras e fornos da Escusa (Distrito de Portalegre, Concelho de

Marvão) e ainda as pedreiras e fornos da Referta de Degolados (Distrito de Portalegre,

Concelho de Campo Maior).

A rocha calcária que aflora nestes três locais (em diferentes quantidades e qualidade), foi o

suficiente para criar uma indústria de transformação relevante até 1965 no caso da Escusa e

Degolados e até aos anos 80 em Penacova. O processo de produção de cal consiste em

calcinar o carbonato de cálcio ou de cálcio e magnésio a temperaturas entre os 900ºC e os

1100ºC, libertando dióxido de carbono e obtendo o óxido de cálcio ou o óxido de cálcio e

magnésio.

CaCO3 + Calor ⇒ CaO + CO2

Descobrimos ao longo deste estudo que a cal foi muito importante na industria da construção

civil, quer para a construção de muros, paredes e claro para dar a cor branca ao Alentejo. As

casas no início do século passado eram pintadas com pigmentos coloridos (azul, amarelo,

cinzento, vermelho escuro), dado o preço e a pouca oferta de produtos. A cal foi sem duvida

uma grande descoberta que veio modificar a forma como se construía pois permitia a sua

aplicação enquanto fortificante de paredes e muros de pedra, consolidando os mesmos. Foi no

entanto a pintura e a criação de esgrafito nas fachadas de casas mais ricas (exemplo de

Campo Maior) que deu grande relevância à cal. O calor abrasador do Alentejo foi assim

dissipado com ajuda da cal que melhorava a eficiência energética dos edifícios. Ainda hoje a

nossa vila é pintada religiosamente todos os anos com toneladas de cal, deixando Campo

Maior literalmente branco. Sobraram para contar a história os rodapés coloridos que os

Alentejanos deixaram como marca do passado. Descobrimos muitas vezes as cores originais

dos edifícios quando por abandono a cal salta e reaparecem as cores antigas.

Queremos ainda exemplificar o processo antigo de produção de cal, segundo os modelos dos

locais referidos com a criação de duas maquetes e os processos que nos foram passados por

antigos funcionários ainda vivos. Fica desde já um agradecimento pela ajuda prestada e pela

memória viva.

É também objetivo do Gabriel e do Afonso, levantar uma hipótese que os intrigou desde o início

e que se prende com a proximidade nos três casos estudados de afloramentos de quartzito

perto das zonas calcárias.

– 75 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Casal de Santo Amaro

Escusa_ Marvão

Referta de Degolados_ Campo Maior

Hipótese: Em locais que sofreram pressão e elevação de cristas quartzíticas por processos

metamórficos podemos também encontrar a montante afloramentos de calcários dolomíticos de

cor escura sem a presença de fósseis do período câmbrico e silúrico (origem dos calcários tipo

das zonas de estudo), mas com potencial para a produção de pedra de cal.

Bibliografia:

Entrevista ao Senhor Manuel Marrafa, antigo trabalhador nas pedreiras de Degolados, visitas

de estudo e pesquisas na web e registos da Biblioteca de Penacova

Poluição luminosa – Auditoria da iluminação pública em Torres Novas

– 76 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Ana Rodrigues, Catarina Alves, Joana Carola

1 & Nelson Correia

2

1-Alunos da Escola Secundária Maria Lamas, Torres Novas 2-Docente da Escola Secundária Maria Lamas, Torres Novas

Resumo:

A poluição luminosa é a iluminação exterior excessiva ou inapropriada, na forma de: brilho

excessivo que provoca desconforto visual, brilho do céu noturno, luz que ilumina locais

desnecessários e conjuntos excessivos de fontes luminosas brilhantes e confusas1. Este tipo

de poluição bloqueia a visibilidade dos astros2

(Fig. 1), afeta os seres vivos3, prejudica a

saúde4

e a segurança5

humana, e é um desperdício de energia6. Para evitar este problema,

os candeeiros devem apenas iluminar o chão, para que a luz não se disperse pela atmosfera

(Fig. 2).

No presente trabalho, realizámos uma auditoria da iluminação pública em Torres Novas,

fotografando os candeeiros de noite e comparando com os vários tipos de candeeiros, de

modo a identificar a respetiva forma de iluminação. Esta análise permitiu-nos concluir que

a maioria dos candeeiros provoca poluição luminosa devido a uma má ou muito má

iluminação. As fotografias dos candeeiros foram publicadas num mapa online acessível em

http://goo.gl/W62Xbk (Fig. 3), de modo a localizar as fontes de poluição luminosa em Torres

Novas.

Fig. 3 – Mapa de Torres Novas com a localização dos candeeiros.

Para contribuir para a diminuição da poluição luminosa, enviámos uma carta para o

presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, solicitando para se tomar medidas de

Fig. 1 – Diferença entre o céu noturno numa cidade

e num local com o céu escuro.

Fig. 2 – Diferentes tipos de candeeiros e respetiva forma de iluminação.

– 77 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

forma a reduzir a poluição luminosa em Torres Novas e sugerindo a substituição ou alteração

de alguns candeeiros e respetivas lâmpadas, de acordo com a certificação da International

Dark-Sky Association7.

Finalmente, realizámos um vídeo8 para divulgar as causas e consequências da poluição

luminosa, e as medidas a tomar para reduzir este tipo de poluição.

Em 2014, o presente trabalho

9 foi apresentado em Kaunas, Lituânia, no âmbito do projeto

Comenius “Dive in the Sky”10

e recebeu o terceiro prémio no concurso internacional Dark Skies Rangers “Vamos Apagar as Luzes para Acender as Estrelas!”

11 (Fig. 4).

Referências Bibliográficas

1 http://www.darksky.org/light-pollution-topics/light-pollution-matters

2 http://www.darksky.org/light-pollution-topics/night-sky-heritage

3 http://www.darksky.org/light-pollution-topics/the-environment

4 http://www.darksky.org/light-pollution-topics/ill-health

5 http://www.darksky.org/light-pollution-topics/lighting-crime-safety

6 http://www.darksky.org/light-pollution-topics/energy-waste

7 http://www.darksky.org/outdoorlighting/about-fsa

8 https://youtu.be/32KlhR0LCQ4

9 http://prezi.com/2sihpf-arblg/light-pollution

10 http://www.diveinthesky.net/2014/03/2nd-comenius-meeting-in-kaunas-lithuania.html

11 http://dsr.nuclio.pt/concursos-dsr-2014

Fig. 4 – Logótipo do projeto Dark Skies Rangers.

– 78 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Por que é que o álcool se evapora facilmente?

Laura Jorge1 & Inês Sousa

2

1-Aluno do Colégio de São José, Ramalhão

2-Docente do Colégio de São José, Ramalhão

Finalidade: Este trabalho tem como principal objetivo compreender o motivo pelo qual o álcool se evapora facilmente.

Material: - Álcool etílico - Água destilada - Água oxigenada - Acetona - Parafina líquida - Vinagre - Copos de plástico transparente - Marcador indelével - Algodão - Quadro preto de ardósia - Venda para os olhos

Método: 1ª experiência: - Encher (até 7 cm de altura) seis copos de plástico com seis líquidos diferentes (ver “Material); - Ao fim de sete dias medir a altura dos líquidos nos copos. 2ª experiência: - Molhar dois pedaços de algodão em dois dos líquidos (tendo os olhos vendados) e espremê-los ligeiramente; - Passar os dois pedaços de algodão, ao mesmo tempo, por um quadro preto, registando qual dos líquidos evapora primeiro (será esse que ganha a “corrida”); - Repetir o processo com os restantes líquidos, sempre dois a dois.

Conclusão: Na 1ª experiência verificou-se que: os líquidos que mais se evaporaram, ao longo dos 7 dias, foram, por ordem decrescente: acetona, álcool, água oxigenada, água destilada e vinagre (empate) e parafina. Na 2ª experiência verificou-se que: os líquidos que ganharam mais “corridas” foram, por ordem decrescente: acetona, álcool, água oxigenada, água destilada, vinagre e parafina. Verificou-se existir uma relação entre a velocidade de evaporação de um líquido e o seu ponto de ebulição, tendo-se concluído que, quanto menor é o ponto de ebulição de um líquido, maior é a facilidade com que ele se evapora, à temperatura ambiente. No caso do álcool, este evapora-se facilmente porque é um líquido de uso corrente com um ponto de ebulição relativamente baixo.

– 79 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Que pode fazer o cidadão comum para reduzir o uso de combustíveis fósseis?

Joana Policarpo, Dinis Bailão, Tiago Pinto e Tiago Fernandes

1 & Mª de Fátima Oliveira

2

1- Alunos / Sócios do clube de Ciências EcoGama da Escola Básica Sebastião da Gama de Estremoz 2- Docente da Escola Básica Sebastião da Gama de Estremoz

Finalidade:

Depois do Acordo global histórico na Cimeira do Clima, em que 195 países participaram,

perguntamos: que vai fazer Portugal, no que diz respeito ao seu plano nacional, para atenuar

as alterações climáticas? Mas devemos pensar: que podemos nós fazer para ajudar Portugal a

cumprir? Foi essa a preocupação que nos fez desenvolver alguns projetos enquadrados nesta

temática, promovendo a nossa participação ativa como comuns cidadãos portugueses.

Material:

Para o forno solar:

1- Rolo de papel de alumínio;

Vários tipos de papelão recicláveis;

1- Tubo de cola UHU e cola caseira;

2- Vidros de dimensão diferentes (50x50 e 9x9).

Para a balança caseira:

2- Garrafas de água (2 e 1,5 litros);

1- Rolo de fita-cola preta;

2- Embalagens com dois pesos diferentes;

Água.

Para os detergentes de limpeza ecológicos:

1- Garrafa de vinagre de cidra;

Água

Para as velas aromáticas:

3 - Laranjas cortadas ao meio;

1 - Garrafa de óleo usado;

2- Frascos com vaporizador.

1 - Isqueiro

1 - Bisturi.

Para os sumos naturais gasosos:

1 - Espremedor manual de laranjas;

2 - Laranjas

1- Garrafa de Água Gasosa.

Para o cronómetro digital:

1- Cronómetro digital com fios de ligação e tiras de cobre e de zinco;

2- Peças de fruta.

Método:

No mês de abril comemora-se o dia da Terra (dia 22) e depois da Cimeira do clima os projetos

começaram a ser planeados, tendo em conta que qualquer cidadão deve tornar o nosso

– 80 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Planeta Terra sustentável: aplicando a política dos 5 R’s, reduzindo o

uso de combustíveis fósseis andando mais a pé, aquecendo a água

em garrafões utilizando energia solar, reutilizando garrafas de água

vazias, recuperar velhos hábitos de produzir/consumir mais produtos

regionais, recolher água da chuva, renovar os nossos hábitos, por

exemplo alimentares com produtos locais, diminuindo a pegada

ecológica e o desperdício (2016 - ano nacional de luta contra o

desperdício alimentar), reciclar nos ecopontos os resíduos não aproveitáveis, poluindo pouco o

nosso ecossistema urbano, evitando o esbanjamento dos nossos recursos hídricos/energéticos

(a energia fantasma é assustadora!) e apostando nas energias renováveis.

Assim desenvolvemos os seguintes projetos:

1º - Forno solar utilizando uma energia renovável;

2º - Balança caseira que não usa qualquer tipo de energia carregadora;

3º - Detergentes de limpeza ecológicos;

4º - Velas aromáticas 100% orgânicas;

5º - Sumos naturais gasosos;

6º - Cronómetro digital com recurso a fruta.

Conclusões:

Ficamos sempre à espera que os nossos

governantes atuem em nossa defesa, mas Portugal

somos nós: portugueses que com moderação nos

consumos, com sabedoria e gestão dos nossos riquíssimos recursos naturais

renováveis, podemos mudar o território nacional, tornando-o mais amigo do

nosso Planeta, contribuindo para conter a subida de temperatura do Planeta

somente até 1,5ºC.

Também gostaríamos de salientar a nossa total oposição contra a possibilidade de

vir a haver exploração real de hidrocarbonetos em Portugal, principalmente no Algarve, pois

consideramos que se trata de um modelo energético até 2050 completamente ultrapassado e

obsoleto e uma atividade que põe em risco o turismo, a pesca e várias áreas protegidas.

– 81 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Por que é que não nascem plantas na areia?

Francisca Lehrfeld1 & Paula Dias Agudo

2

1-Aluno do Colégio de São José, Ramalhão

2-Docente do Colégio de São José, Ramalhão

Finalidade:

Este trabalho tem como principal objetivo estudar por que é que as plantas têm dificuldade em

nascer e desenvolver-se na areia.

Material:

-Placas de petri

-Proveta

-Esguicho

-Balança

-Cadinhos

-Funil

-Papel de filtro

-Lupa

-2 tipos de terra

-Húmus

-Areia

Método:

1ª experiência:

DESCRIÇÃO da AMOSTRA

Observar as amostras a olho nu e à lupa e reparar nas suas características:

- Amostra A – Húmus

Amostra só com partículas de matéria orgânica muito grandes e pouco deterioradas

- Amostra B - Solo rico em matéria orgânica

Amostra com partículas de solo pequenas, com matéria orgânica e de aspeto compacto

- Amostra C - Solo arenoso

Solo com grandes partículas de restos de plantas, com muitos grãos de areia e pouco

compacto

- Amostra D – Areia

Amostra só com sedimentos de rocha, sem matéria orgânica e com partículas regulares e de

maiores dimensões

2ª experiência:

PESO

– 82 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Medir com a proveta 20ml de cada uma das amostras de terra e registar os seus pesos.

A B C D

PESO 6,34 g 6,67 g 16,52 g 30,87 g

3ª experiência:

Tempo de filtração

Medir com a proveta 10ml de cada uma das amostras de terra, colocar numa montagem de

filtração, adicionar 20 ml de água e registar o tempo de filtração.

A B C D

Tempo de

filtração

1’ 40’’ 2’ 20’’ 1’ 1’05’’

Observação:

Na 2ª experiência observou-se que quanto mais e maiores forem os restos de plantas (matéria

orgânica) existentes no solo, mais leve é a amostra – Amostra A.

Na 3ª experiência observou-se que, quanto mais partículas de areia tem a amostra, amostras C

e D, mais rápido é o tempo de filtração e que a amostra que tem as partículas mais pequenas,

amostra B, é a que demorou mais tempo a deixar passar a água.

Conclusão:

Analisando os resultados das experiências, pode-se concluir que:

- a amostra A - muito rica em matéria orgânica, leve e com espaços muito grandes entre

as partículas - retém a água por absorção e com os nutrientes que contém torna-se um

bom solo para o desenvolvimento das plantas.

- a amostra D - areia sem matéria orgânica - é muito porosa e permeável, porque

apresenta grandes espaços (poros) por onde a água passa com facilidade, por isso foi

a amostra que apresentou o menor tempo de filtração.

Assim…

…como a areia não tem matéria orgânica e tem grande porosidade, não retém a água e ela

escorre para zonas mais profundas, arrastando os nutrientes que iriam servir de alimento às

plantas, fazendo com que o “solo” fique pobre.

Será que as cores que vemos são as cores reais dos objectos?

– 83 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Catarina Lobão

1 & José Carlos Feitor

2

1-Aluno do Colégio de São Tomás

2-Docente do Colégio de São Tomás

– 84 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

PRÉMIO ANTÓNIO RIBEIRO

Ensino Secundário

– 85 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

QUEM É O CIENTISTA?

Professor Doutor António Ribeiro

O Professor António Ribeiro é, seguramente, um dos geólogos portugueses mais

brilhantes da sua geração, com um curriculum científico e profissional de grande valor,

com inestimáveis serviços prestados à Ciência e à Educação, tanto a nível nacional como

europeu. O seu trabalho de excelência contribuiu e continuará seguramente a

contribuir para a construção desta intrincada malha de que é feita a Ciência.

Da sua profícua e frutificante actividade científica, centrada essencialmente nos

domínios da Tectonofísica de continentes e oceanos, na Sismotectónica e na Modelação

de processos tectónicos, resultaram mais de 300 publicações científicas da

especialidade, incluindo 5 livros e 125 publicações referidas no Science Citation Index,

com 1350 citações. De referir o seu último livro, lançado no mercado em 2002,

intitulado “Soft Plate and Impact Tectonics” e dado à estampa pela conhecida editora

europeia Springer Verlag.

O Professor António Ribeiro foi ainda fundador do Laboratório de Tectonofísica e

Tectónica Experimental (LATTEX) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e

sócio fundador do Grupo de Geologia Estrutural e Tectónica (GGET) da Sociedade

Geológica de Portugal.

– 86 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Os oceanos não são eternos;

O ciclo de Wilson como resposta à dinâmica interna

Desde a década de sessenta do seculo XX que passou a ser evidente para a generalidade dos

geocientistas de que os continentes, longe de estarem imoveis, se comportavam como enormes

jangadas que se deslocavam umas em relação as outras (anexo B). Estes movimentos tinham

ate ai escapado a observação dos homens pois as velocidades a que ocorriam são da ordem dos

centímetros por ano, isto e, da mesma ordem de grandeza a que crescem as nossas unhas e…

nunca ninguém viu as unhas a crescer… No entanto, quando estes movimentos aparentemente

sem qualquer importância se repetem de uma forma continua ao longo de um tempo, tao longo

que só consegue ser expresso em milhões de anos (a unidade de tempo em geologia), a actual

distribuição dos continentes e oceanos (fig. 1) deixa de poder ser encarada como algo imutável,

passando a uma situação transitória que e o resultado de uma longa evolução ao longo dos 4

550 milhões de anos da historia do planeta onde habitamos.

Fig. 1 - A aparente imutabilidade dos continentes e oceanos não e mais do que o resultado da incapacidade dos nossos sentidos conseguirem detectar as velocidades induzidas pela

tectónica de placas (fonte: NASA, visible Earth).

Movendo-se continuamente os continentes numa Terra esférica cujo volume e praticamente

constante as colisões e rupturas são fenómenos banais a escala dos tempos geológicos (i.e.

muitos milhões de anos). É neste contexto agitado, conhecido por Tectónica de Placas, que tem

que ser procurada a evolução geodinâmica de qualquer território, no caso que nos interessa o

de Portugal. Para facilitar a compreensão desta evolução, torna-se necessário rever de uma

forma muito breve aquilo que poderíamos designar por vida e morte de um oceano e que em

termos geológicos e conhecido por Ciclo de Wilson em homenagem a Tuzo Wilson, um dos

geólogos que desempenhou um papel preponderante no estabelecimento da teoria da

tectónica de placas. Mas para percebermos os mecanismos que permitem o funcionamento do

Ciclo de Wilson, temos que ter uma ideia sobre a constituição interna do nosso Planeta.

– 87 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Se fosse possível serrarmos a Terra ao meio veríamos que esta tem uma constituição em

camadas concêntricas semelhante ao que acontece com uma cebola.

Se pensarmos apenas em termos de composição química, isto e, em quais os elementos

químicos predominantes, é possível considerar o nosso Planeta dividido em 3 camadas

principais (fig. 2A):

crusta- e a camada mais superficial, predominantemente silicatada, onde e possível

fazermos uma subdivisão maior entre uma crusta continental, com espessura media de

30 a 40 km mas que pode ter mais de 60 km nas grandes cadeias montanhosas, a qual

apresenta uma composição media "granítica" e uma crusta oceânica

predominantemente basáltica e com uma espessura media de cerca de 6 a 7 km.

manto- é a camada mais importante do nosso planeta em termos volumétricos,

estendendo-se da base da crusta até cerca de 2900 km de profundidade. É constituída

essencialmente por peridotitos, uma rocha silicatada ultramafica na qual o ferro e o

magnésio são bastante mais abundantes do que na crusta, e que e constituída

essencialmente por dois minerais, as olivinas e as piroxenas.

núcleo- estende-se desta a base do manto ate ao centro da Terra (a cerca de 6380 km

de profundidade) sendo formado por uma liga metálica onde o ferro e o elemento

predominante, embora o níquel também possa atingir valores significativos.

No entanto, quando se considera qual o estado físico com que aparecem os

constituintes da Terra, a situação e ligeiramente diferente e podemos agora considerar

5 camadas principais (fig. 2B):

litosfera- é a camada mais superficial do nosso planeta e é constituída por materiais

geológicos no estado solido. Inclui toda a crusta e a parte superior do manto tendo uma

espessura média próxima dos 200 km.

astenosfera- e a camada subjacente a litosfera em que predominam os materiais no

estado viscoso devido aos peridotitos terem aqui atingido um estado de fusão parcial. E

fundamental salientar que o termo viscoso quando aplicado a astenosfera não tem

nada a ver com a viscosidade que associamos ao mel; com efeito, a astenosfera e capaz

de fluir mas para períodos de tempo geológicos, isto e, ao longo de milhões de anos.

Por isto, se quisermos visualizar um material comum que apresente uma viscosidade

semelhante a da astenosfera, e preferível pensarmos no vidro a temperatura ambiente

– 88 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

do que no mel (nota: os vidrais das catedrais da Idade Media apresentam os vidros

ligeiramente mais espessos em baixo do que em cima, o que prova que este material foi

capaz de fluir ao longo dos seculos).

mesosfera- e a camada que se estende deste a base da astenosfera (situada a cerca de

400 km de profundidade) ate a base do manto a cerca de 2900 km de profundidade. Os

peridotitos aqui existentes apresentam-se no estado solido mesmo quando

considerados ao longo do tempo geológico.

núcleo externo- e a parte mais externa do núcleo (estende-se ate cerca de 5500 km de

profundidade) na qual a liga metálica de ferro e níquel aparece no estado líquido; e a

única camada liquida da Terra e pensa-se que e devido as correntes de convecção aqui

existentes que o nosso planeta possui o campo magnético que o caracteriza.

núcleo interno- e a parte mais interior do nosso Planeta sendo formado por materiais

no estado solido.

Fig. 2 - Estrutura interna do Planeta Terra: A- zonamento químico; B- zonamento físico.

Torna-se agora possível abordar as complexas interacções entre as várias camadas que

constituem a Terra. As desigualdades térmicas existentes no interior do nosso Planeta (a

temperatura vai aumentando em profundidade ate atingir um máximo de cerca de 5500o C no

centro da Terra) fazem com que a astenosfera e a mesosfera sejam agitadas por plumas

convectivas e correntes de convecção (deslocando-se a velocidades medidas em centímetros

por ano), que facilitam a transferência de calor para as zonas mais superficiais e, por

conseguinte, o arrefecimento do nosso Planeta. Este fluxo de calor para a superfície e

dificultado pela existência da litosfera que funciona como uma "tampa" rígida e mais fria. No

entanto, a manutenção de uma situação como a descrita anteriormente acaba por ir

– 89 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

"enfraquecendo" a litosfera sobrejacente a parte ascendente da corrente de convecção. O

"enfraquecimento térmico" da base da litosfera, associado a sua interacção com a convecção

subjacente, provoca divergência no interior da litosfera que começa a ser estirada originando

falhas normais a superfície (fig. 3). Daqui resulta uma zona mais adelgaçada da litosfera,

denominada rifte intracontinental; o melhor exemplo actual e o sem duvida o Rifte do Leste

Africano. As zonas deprimidas que são geradas por este processo tendem a concentrar a

escorrência superficial contribuindo para alimentar rios, por vezes importantes (e o caso do

Nilo) e podendo originar lagos interiores de grandes dimensões (v.g. lagos Vitoria e Niassa).

Fig. 3 - Fase precoce do Ciclo de Wilson da qual resulta um estiramento da Litosfera e a criação de uma zona deprimida.

Este é o momento em que uma massa continental, inicialmente unida, vai poder evoluir para

dar origem a individualização de dois continentes independentes. Com efeito, se o processo de

adelgaçamento descrito anteriormente continuar, acaba por levar a fracturação do anterior

bloco continental e, o espaço que fica "livre" entre os dois novos continentes passa a ser

ocupado por magma basáltico (resultado da fusão parcial do peridotito mantélico) que ascende

de zonas mais profundas; começa assim a formar-se uma "pelicula fina" (cerca de 5 a 7 km de

espessura) de basalto entre os continentes e que recebe o nome de crusta oceânica (fig. 4); o

rifte intracontinental passa a oceânico. A região do Mar Vermelho constitui um excelente

exemplo desta transição.

– 90 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Fig. 4 - O continuar da deriva dos continentes leva a formação de crusta

Oceânica predominantemente basáltica entre eles. Toda a evolução anterior cria uma zona deprimida entre os continentes, esta zona vai ser

invadida pela água dos oceanos que estavam próximos; isto faz com que a individualização de

dois novos continentes esteja sempre associada ao aparecimento de um novo oceano. Esta

situação e bastante evidente no já citado Mar Vermelho. Com efeito, o processo de separação

da península Arábica do continente africano criou uma zona deprimida que foi invadida pelas

águas do oceano Indico dando origem ao Mar Vermelho; o continuar deste processo ira

certamente acentuar o adelgaçamento litosférico nesta região passando a permitir também a

entrada de água vinda do Mediterrâneo (nota: na realidade a abertura artificial do canal do

Suez permite já que a agua do Mediterrâneo entre no Mar Vermelho).

Toda a evolução anterior e também extremamente importante por outro motivo; da origem ao

aparecimento dos locais ideais para a ocorrência de importante sedimentação. Com efeito, a

actuação dos agentes atmosféricos (em especial a agua) nos continentes origina essencialmente

fenómenos erosivos; o material resultante da desagregação das rochas e transportado pelos

rios ate aos oceanos, onde vai poder originar espessuras consideráveis de sedimentos (ate

alguns quilómetros - 4 ou 5 em muitos casos) que ao sofrerem diagénese irão originar rochas

sedimentares. A existência do Ciclo de Wilson influencia por isto de um modo decisivo o

binómio erosão nos continentes versus sedimentação nos oceanos.

O continuar do processo descrito anteriormente vai originar oceanos cada vez mais largos

devido a formação contínua de crusta oceânica; e por exemplo, o que esta a acontecer no

oceano Atlântico. No entanto, verifica-se que este processo não e capaz de se prolongar por

muito tempo; ao fim de cerca de 150 a 180 milhões de anos (como sabemos, um breve instante

em Geologia…) a litosfera oceânica torna-se instável (de uma forma simplificada podemos dizer

que esta instabilidade e devida ao aumento de densidade da litosfera oceânica induzido pelo

seu arrefecimento ao se afastar da zona de rifte onde foi gerada) e começa a mergulhar na

astenosfera; e este processo que os geólogos designam de subducção (fig. 5); um dos exemplos

mais estudados e o que faz mergulhar a litosfera oceânica do Pacifico sob a litosfera continental

da América do Sul.

– 91 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Fig. 5 - O arrefecimento da litosfera oceânica a medida que se afasta da zona de rifte torna a sua permanência a superfície instável,

levando ao início de uma subducção. A medida que a litosfera oceânica vai mergulhando as enormes forcas que se geram nas zonas

de subducção vão provocar a intensa deformação, não só dos sedimentos que se tinham

depositado nos fundos oceânicos (que por serem menos densos que o material existente na

litosfera oceânica tendem a resistir a serem subductados) mas também da própria litosfera

continental. Esta deformação intensa acaba por produzir o espessamento destes materiais

originando as Cadeias de Montanhas. Da subducção do Pacifico que acabamos de referir,

resultou a Cadeia Montanhosa dos Andes que ainda continua a crescer pois a subducção esta

activa, como o prova a existência de grandes sismos ou de vulcões activos ai existentes.

O processo de génese destes relevos acaba por ter outra consequência importante; o

espessamento dos sedimentos leva a que os materiais que ficam mais em profundidade (isto e,

mais perto do centro da cadeia de montanhas) passem a estar sujeitos a condições de pressão e

temperatura superiores as iniciais. Ocorrem então transformações mineralógicas importantes

que estão na origem das rochas metamórficas (se as transformações ocorrerem em meio

solido) ou ígneas (se as transformações envolverem uma fase liquida). Verifica-se assim que a

sistemática das rochas que e muito anterior a descoberta da tectónica de placas acaba por ter

uma relação estreita com esta; com efeito, as rochas sedimentares predominam nas fases

iniciais do ciclo de Wilson, enquanto que a génese das rochas ígneas e metamórficas esta

geralmente relacionada com fases mais avançadas deste ciclo.

O continuar do processo de subducção acaba por levar ao fecho total do oceano, iniciando-se a

fase de colisão (fig. 6). Com efeito, a desaparição total deste oceano implica necessariamente o

choque dos dois continentes que o bordejavam, o que intensifica a deformação associada a

cadeia de montanhas iniciada na fase anterior. O melhor exemplo actual de uma cadeia de

colisão e sem duvida os Himalaias formados pelo choque entre uma India que derivou para

norte e o enorme bloco Asiático.

– 92 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Fig. 6 - O continuar do processo de subducção acaba por levar ao

fecho do oceano e a colisão entre os continentes marginais. Embora ate agora se tenha apenas salientado a importância dos movimentos tectónicos na

génese das cadeias de montanhas, e importante referir que existe sempre uma forte interação

entre os processos tectónicos e os processos de meteorização / erosão; a existência dos relevos

indica-nos que durante a subducção e a colisão continental os processos tectónicos

predominam.

Como a crusta continental e muito menos densa (d ≈ 2,7) do que a crusta oceânica (d ≈ 3,0) ou

os peridotitos mantélicos subjacentes (d ≈ 3,3), resiste a seguir a crusta oceânica que mergulha

na zona de subducção. Entra-se assim num impasse, pois a deformação do material rígido que

forma os dois continentes não e fácil; e importante salientar que os materiais continentais já

metamorfizados por processos orogénicos anteriores são mais resistentes a deformação do que

os sedimentos depositados nos fundos oceânicos. As forcas responsáveis pela movimentação

dos continentes (que já vimos serem essencialmente resultantes das desigualdades térmicas

existentes no interior do nosso planeta) passam a ser incapazes de continuar o processo de

colisão e estes continentes acabam por se tornar num único bloco rígido. Daqui para a frente,

deixando de actuar os processos tectónicos que contribuíam para a manutenção e o

crescimento da cadeia de montanhas, apenas a acção da meteorização/erosão se vai fazer

sentir. Grão a grão ou em solução o enorme relevo formado pela colisão continental vai ser

destruído e transportado para os oceanos próximos pela acção implacável dos agentes

atmosféricos (em especial do sistema hidrológico) e dos processos de recuperação isostática

associados (fig. 7). Em 40 ou 50 milhões de anos (apenas um breve instante na historia da Terra)

uma vasta planície aparecera onde antes se erguia uma enorme cadeia de montanhas.

Fig. 7 - Predomínio da erosão de uma Cadeia de Montanhas nas fases finais do Ciclo de Wilson.

– 93 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Este processo que temos vindo a descrever relata apenas o que se passa num único oceano. Em

cada instante o nosso planeta esta continuamente envolvido em vários destes processos em

diferentes fases evolutivas. Desde a formação da Terra, muitos oceanos foram sendo rasgados e

fechados um pouco por toda a sua superfície, o que faz com que o número e as formas dos

continentes variem continuamente.

Estamos agora em condições de começar a olhar para a Geologia de Portugal. O melhor ponto

de partida e sem dúvida a constatação de que as rochas mais recentes (isto é, do Mesozoico e

do Cenozoico; ver coluna estratigráfica no anexo C) são essencialmente sedimentares enquanto

que as rochas mais antigas (isto e, paleozoicas e pré-câmbricas) são essencialmente

metamórficas e ígneas (fig. 8). O conhecimento do modo como actua a tectónica de placas

torna então claro que:

- a génese das rochas mais antigas esteve associada ao processo completo de abertura

e fecho de, pelo menos um oceano; ciclo Varisco e o nome deste ciclo o qual originou

uma enorme cadeia de montanhas que, no final do Paleozoico se estendeu dos

Apalaches aos Urais, abrangendo a totalidade da Ibéria.

- todo o Meso-Cenozoico português e caracterizado apenas pelas fases iniciais de um

ciclo que foi responsável pela génese da(s) bacia(s) de sedimentação onde se puderam

acumular importantes espessuras de sedimentos; ciclo Alpino e o nome pelo qual e

conhecido devido a ter sido o responsável pela génese da cadeia dos Alpes.

Fig. 8 - Os principais tipos de rochas não se distribuem no nosso país de uma forma aleatória.

– 94 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

How to survive in the Daphnia’s world? Bento, Paulo; Danho, Catarina; Simões, Daniela; Sousa, Joana

1; Faria, Hugo & Pinto, Augusta

2

1-Alunos da Escola Secundária Augusto Gomes (12º ano) 2-Docentes da Escola Secundária Augusto Gomes

Finalidade: Este trabalho tem como principal objetivo comprovar a influência de algumas substâncias

comuns (ex. cafeína, nicotina, álcool) no ritmo cardíaco de Daphnia magna, inferindo o efeito

dessas drogas nos organismos vivos (como estimulantes ou depressoras). Pretende-se, ainda,

avaliar a toxicidade de águas poluídas através da análise da sobrevivência de Daphnia magna,

utilizando os resultados obtidos para alertar alunos do 8º ano para a temática da poluição dos

oceanos.

Material: - Daphnia magna

-Cultura de microalgas (alimento);

- Garrafões cortados

- Provetas

- Pipetas

- Tesoura

- Lâminas côncavas

- Algodão

- Microscópio

- Álcool

- Cafeína

- Nicotina

- 1,5L de água de um poço

- 5L de água sem cloro

- Detergente

- Frascos de vidro

Método: 1ª experiência:

-Preparar um meio de cultura adaptado à reprodução de Daphnia magna;

-Adicionar 2 gotas desse meio de cultura numa lâmina côncava;

-Com uma pipeta de Pasteur, com a ponta cortada, recolher uma dáfnia e colocá-la na lâmina

côncava;

-Colocar alguns fios de algodão na depressão da lâmina côncava;

-Controlar o batimento cardíaco da dáfnia durante 1 minuto (3 contagens);

-Repetir este processo com diferentes substâncias, tais como: álcool (5,6%, 12% e 40%),

cafeína e nicotina (numa diluição a 60%).

2ª experiência:

-Preparar um meio de cultura adaptado à reprodução de Daphnia magna;

-Preparar, realizando sucessivas diluições, a água recolhida num poço e a água à qual foi

adicionada uma gota de detergente concentrado, de acordo com as seguintes concentrações:

100%, 75%, 50%, 25%, 12.5%, 0% (controlo);

-Encher 3 frascos com cada uma das soluções preparadas (100 ml por frasco);

-Colocar 5 juvenis de Daphnia magna por frasco. Registar o tempo do início do teste;

-Após 24 horas do início do teste, contar o número de juvenis mortos (imóveis) em cada frasco;

– 95 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

-Calcular a percentagem de juvenis mortos em cada concentração (a morte é reconhecida pela

imobilização, durante 15 segundos, após aplicação de um estímulo luminoso). Para garantir a

fiabilidade do teste, a percentagem de juvenis mortos no controlo deve ser inferior a 10%.

Resultados:

Tabela 1 Legenda: Contagem dos batimentos cardíacos, na presença de drogas comuns, de acordo com a experiência 1. Classificação do efeito dessas drogas em Daphnia magna.

Tabela 2

Legenda: Taxa de imobilização/mortalidade de Daphnia magna sujeita a diferentes concentrações de água de um poço e água com detergente, de acordo com a experiência 2. Análise dos dados:

De acordo com a tabela 1, em soluções de álcool a 5,6%, 12% e 40% verifica-se uma

diminuição do batimento cardíaco de Daphnia magna, que foi tanto menor quanto maior foi a

concentração utilizada; em soluções de cafeína e de nicotina o ritmo cardíaco aumenta,

contudo, a subida é ligeiramente menos significativa na presença de nicotina

comparativamente com a cafeína.

Com base na tabela 2, no controlo todas as dáfnias permaneceram vivas e nas soluções de

água com detergente, sem diluição (100%) ou com diluições sucessivas de 75%, 50%, 25% e

12,5% apresentaram-se inativas ao fim de 24 horas. Quanto à taxa de imobilização/mortalidade

das dáfnias em soluções com água do poço, no caso da concentração a 100% sobrevivem

todas, assim como nas concentrações de 75%, 50%, 25% e 12,5%, onde se verificam os

mesmos resultados.

Conclusão:

Solução a testar Controlo Nicotina Álcool 5,6%

Álcool 12% Álcool 40% Cafeína

Previsão do efeito

Batimentos cardíacos/min

200-300 Diminuição Diminuição Diminuição Diminuição Aumento

Resultados obtidos Batimentos

cardíacos/min

200 230 142 77 50 255

Classificação (Estimulante/De-

pressora)

Estimulante

Depressora

Depressora

Depressora

Estimulante

Concentração Controlo 100% 75% 50% 25% 12,5%

Água do poço 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Água com detergente

0% 100% 100% 100% 100% 100%

– 96 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Concluiu-se que o álcool é uma substância depressora, pois causa uma diminuição do

batimento cardíaco das dáfnias enquanto a nicotina e a cafeína são substâncias estimulantes,

que provocam um aumento do ritmo cardíaco, portanto as dáfnias são bastante sensíveis a

essas drogas. O valor encontrado para o efeito da nicotina difere do esperado pelo grupo de

trabalho, revelando-se interessante para o debate que será proposto aos alunos do 8º ano.

A Daphnia magna é bastante resistente à poluição da água de um poço, ao contrário da

poluição provocada por um detergente doméstico. Sendo este ser vivo um bioindicador da

poluição de água doce, foi reproduzida a atividade nas aulas do 8º ano de Ciências Naturais,

pois permite alertar os alunos para os efeitos da poluição aquática.

A atividade carece de mais trabalho de forma a permitir retirar conclusões acerca do CL50

(Concentração letal), implicando a necessidade de realizar mais diluições ou variando o tempo

de exposição à água com detergente.

Referências: -Kit fornecido pelo Visionarium.

– 97 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Importância da fruta na digestão

Hora, Rita; Oliveira, Inês; Rego, Sofia

1; Pinto, Abílio

2

1-Alunos da Escola Secundária Augusto Gomes (12º ano) 2-Docente da Escola Secundária Augusto Gomes

Finalidade:

Desde criança que somos incentivados a incluir fruta na nossa alimentação, com o pretexto de

que faz bem à saúde. Esta experiência tem como finalidade determinar uma outra importância

da inclusão de fruta na alimentação. Assim, utilizou-se o sumo de várias frutas, abacaxi,

papaia, kiwi e maçã, para analisar o seu efeito sobre a solidificação da gelatina.

Material:

- Gelatina

- Tubos de ensaio

- Suporte de tubos de ensaio

- Tina de vidro

- Gelo

- Fruta (abacaxi, papaia, kiwi)

- Peneira fina

- Liquidificador

- Pipetas volumétricas

- Espátula

- Faca

- Vareta de vidro

- Gobelés 250 mL

- Gobelé 500 mL

Método:

Preparação da gelatina:

1- Ferver 250 mL de água.

2- Verter o conteúdo de uma saqueta para um gobelé e juntar a água a ferver.

3- Mexer até dissolver totalmente.

4- Juntar 250 mL de água fria e reservar para posterior utilização.

Preparação dos extratos de fruta:

1- Etiquetar um gobelé com o nome da fruta a utilizar.

2- Cortar a fruta e passar pelo liquidificador.

3- Filtrar o sumo para o gobelé.

4- Diluir o filtrado com água destilada na proporção de 1:1 e guardar para posterior utilização.

5- Lavar cuidadosamente o liquidificador.

6- Repetir os passos 1 a 5 para as outras frutas a analisar.

Experiência:

1- Etiquetar 5 tubos de ensaio (1, 2, 3, 4 e 5).

2- Pipetar 4 mL de gelatina e 2 mL de água destilada para o tubo 1 (controlo).

3- Pipetar 4 mL de gelatina e 2 mL de sumo de cada fruta para os tubos 2, 3 e 4,

respetivamente.

4- Ferver o sumo de kiwi e pipetar 4 ml de gelatina e 2 mL desse sumo para o tubo 5.

5- Colocar os tubos numa tina com gelo.

6- Aguardar que o tubo 1 fique com o conteúdo sólido.

7- Inclinar todos os tubos.

8- Observar e registar os resultados.

– 98 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Resultados:

Tabela 1

Sumo analisado Grau de solidificação/gelificação

+ ++ +++ ++++

Controlo x

Abacaxi x

Papaia x

Kiwi x

Kiwi (fervido) x

Maçã x

Legenda: Grau de solidificação da gelatina, sendo que “++++” corresponde a

gelatina totalmente solidificada e “+” totalmente líquida.

Análise dos resultados:

De acordo com a tabela 1, podemos verificar que o abacaxi foi o que tornou a gelatina mais

líquida, seguido da papaia e do kiwi. Relativamente à maçã, constatou-se que tal como na

solução de controlo a gelatina ficou completamente solidificada. Comparando a solução de

sumo de kiwi não fervido com o sumo de kiwi fervido, no primeiro caso a gelatina ficou

parcialmente sólida e no segundo totalmente sólida.

Conclusão:

A gelatina de origem animal é uma proteína derivada da hidrólise parcial do colagénio, em que

as ligações moleculares naturais entre fibras separadas de colagénio são quebradas,

permitindo o seu rearranjo. A gelatina funde com o calor e solidifica quando o calor cessa.

Misturada com água a gelatina forma uma solução coloidal.

Podemos concluir, a partir dos resultados obtidos nesta experiência, que o sumo de algumas

frutas contém substâncias capazes de digerir o colagénio, impedindo que este forme uma

estrutura sólida/coloidal. São exemplo destas frutas o kiwi, o abacaxi e a papaia, que

impediram a solidificação da gelatina. Estas frutas contêm enzimas que provavelmente

intervêm nesse processo. No caso do sumo de kiwi fervido, verificou-se que, por destruição da

enzima pelo calor, este sumo não conseguiu impedir a gelificação, o que comprova que é a

ação das enzimas e não a acidez do sumo que impede a solidificação da gelatina. A maçã não

conterá enzimas capazes de degradar o colagénio, uma vez que a gelatina solidificou.

É, então, importante incluir fruta na nossa alimentação, visto que, as enzimas presentes nos

sumos das frutas ajudam a efetuar a digestão dos alimentos no ser humano, facilitando a

absorção dos nutrientes para o organismo consumir.

Para completar o presente trabalho teremos que analisar a ação destas enzimas num pH igual

ao verificado no estômago.

Referências:

Matias, Osório e Martins Pedro. 2009. Biologia 12. Areal Editores.

Moreira, Jacinta; Sant'Ovaia, Helena; Pinto, Vitor. 2015. Compreender o Corpo Humano -

Ciências Naturais - 9.º Ano. Areal Editores.

http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/19276/6_E_1_2_11_gelatina.pdf?

sequence=5 (acedida em 7/03/2016).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gelatina (acedida em 7/03/2016).

– 99 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Crateras de Impacto: das experiências com argila à elaboração de modelos digitais

Beatriz Sousa, Inês Rego, Lúcia Santiago, Pedro Pires

1 & Hélder Pereira

2

1-Alunos do Clube das Ciências da Terra e do Espaço 2-Docente do Departamento de Biologia e Geologia da Escola Secundária de Loulé

Introdução:

Anualmente muitos corpos do sistema solar, desde os planetas até aos satélites, são

bombardeados com outros corpos celestes, como por exemplo, com meteoritos. Estes

meteoritos quando embatem noutros corpos deixam marcas, às quais chamamos de crateras

de impacto.

Embora todos sejam atingidos por meteoritos, em alguns deles as marcas são mais visíveis, e

porquê? Este facto deve-se principalmente à existência de agentes de erosão como o vento

que permitem apagar as evidências do passado, tal como acontece na Terra e em Marte. O

mesmo já não acontece na Lua devido à inexistência de atmosfera, de agentes erosivos e de

atividade vulcânica e tectónica o que faz com que as crateras formadas pelos meteoritos se

mantenham intactas. Tendo em conta o tipo de superfície e dependendo da existência de

atmosfera, irão se formar diferentes tipos de crateras de impacto. Neste trabalho pretendemos

identificar o que influencia a forma e o tamanho dos diferentes tipos de crateras. E para isso

baseámo-nos nas experiências de Grove Karl Gilbert.

Material:

- Caixa de madeira

- Argila

- Bolas de diversos tamanhos

- Plástico

Métodos:

- Colocámos a argila sobre um plástico na caixa de madeira, de modo a obter-se uma camada

uniforme de espessura 5 a 6 cm.

- De seguida, lançamos as bolas de diferentes tamanhos a partir da mesma altura e com a

mesma inclinação.

- Depois, lançamos as bolas iguais, à mesma altura, com mesma velocidade, mas com

inclinações diferentes.

- Posteriormente, lançamos as bolas de tamanhos iguais a partir da mesma altura e inclinação,

mas com velocidades diferentes.

- Seguidamente, lançamos as bolas de tamanhos iguais com a mesma inclinação com a

mesma velocidade, mas a alturas diferentes.

- Observámos e registámos os resultados.

Discussão/ Conclusão:

Nesta experiência, estudámos quatro tipos de variáveis: o tamanho, a altura, a velocidade e a inclinação. Começamos por testar a primeira variável, o tamanho, onde podemos verificar que quanto maior for o objeto maior será a cratera e a sua profundidade. Seguidamente, analisámos a inclinação onde podemos concluir que a bola tem tendência a inclinar mais para o lado contrário àquele que foi lançado; por exemplo, se a bola for atirada da direita para a esquerda, a sua cratera tende a inclinar-se mais para a esquerda e vice-versa. Posteriormente testámos a velocidade, na qual verificámos que quanto maior for a velocidade, maiores serão as suas projeções. E por último, analisámos a altura que é lançada a bola na qual podemos concluir que quanto maior for a altura de lançamento maiores serão as projeções visíveis.

– 100 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Bibliografia:

http://meteoritosbrasil.weebly.com/crateras-meteoriacuteticas.html

https://www.nasa.gov/pdf/180572main_ETM.Impact.Craters.pdf

http://www.astronoo.com/pt/artigos/crateras-impacto-na-terra.html

– 101 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Porto de Ondas A simulação de uma catástrofe

Afonso Palma, Cristina Bat, Duarte Contente, PedroLuís

1 & Ana Castro

2

1-Alunos do Agrupamento de Escolas de Castro Verde 2-Docentes Agrupamento de Escolas de Castro Verde

Finalidade: O principal objetivo deste trabalho é demonstrar o porquê da ocorrência de um tsunami e as respetivas consequências, ou seja, as destruições que este provoca, como por exemplo vítimas humanas e destruição de habitats e infraestruturas.

Material: -Papel -Fósforos -Cartazes publicitários -Lixa -Cola -Palitos -X-atos -Tesouras -Tinta -Cartão -Papel Autocolante -Caixa de Fósforos -Canos -Água -Aquário (1,60 cm x 40 xm) -Areia / Cascalho-Xistos -Tábua de Madeira

Método: -Construção, num aquário, de infraestruturas humanas a partir da reutilização de materiais e posterior simulação de uma onda no seu interior: Colocar água dentro do aquário. Utilizar uma tábua de madeira para simular a movimentação de blocos rochosos nos fundos oceânicos (falhas) com a consequente ocorrência de uma onda gigante.

Fig. 1 - Protótipo da maquete: vista lateral

Conclusão: Dos tsunamis que ocorreram recentemente os mais impactantes foram os da Indonésia, a 5 de

outubro de 2010,com magnitude de 7,7, tendo atingido o arquipélago de Mentawai, frente à Sumatra.

Provocou mais de 400 mortes. No Japão, a 11 de março de 2011, um tsunami de 10 metros de

altura arrasou as costas de Sendai, nordeste do Japão, depois de um violento tremor de 8,9 de

magnitude registado frente às costas do arquipélago.

Este projeto retrata, a uma menor escala, as causas geológicas dos tsunamis, bem como as

consequências destes fenómenos os quais são impossíveis de travar e que estão associados a

enormes destruições.

Fig. 2 - Protótipo da maquete: vista frontal

– 102 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Sensibilização sobre os malefícios do tabaco

Anabela Frazão, Bruna Ribeiro, Inês Carvalho, Mariana Prisco 1 & Augusta Pinto

2

1-Alunos do 12º de escolaridade da Escola Secundária Augusto Gomes 2-Docente da Escola Secundária Augusto Gomes

Finalidade: O projeto visa sensibilizar a comunidade escolar quanto aos malefícios que o tabaco causa,

não só aos humanos, mas também ao ambiente. Quanto mais fumadores maior será a poluição

ambiental devido ao fumo e há quantidade de cigarros que são deitados ao chão.

A principal finalidade desta actividade é obter dados concretos sobre a mudança

comportamental conseguida nas pessoas que participaram na atividade, com base no inquérito

realizado antes e depois da demonstração.

Informações adicionais:

A nível ambiental

- Cerca de 5% do desflorestamento nos países em desenvolvimento é de responsabilidade das

indústrias de tabaco, pois a cada 300 cigarros produzidos, uma árvore inteira é queimada para

alimentar os fornos e estufas de secagem das folhas de fumo.

- O cultivo de tabaco exige o uso de altos níveis de agrotóxicos que contaminam o solo e o ar.

- As pontas de cigarro podem levar até cinco anos para se decomporem e estão entre os

resíduos sólidos mais encontrados em praias e esgotos.

- 25% de todos os incêndios são provocados por pontas de cigarros acesas, sejam em casa ou

em florestas.

A nível da saúde

-Os fumadores têm dez vezes mais probabilidade de desenvolver cancro;

-O tabaco provoca: impotência sexual no homem; aneurismas arteriais; complicações durante a

gravidez; úlcera o aparelho digestivo; infeções respiratórias e trombose vascular.

Material:

- 3 Garrafas (uma de 600ml e duas de 1,5ml)

- Cigarros

- Secador

- Elásticos

- Guardanapos

- Cola quente

- Inquéritos

Método:

- Cortar o bico de uma garrafa e usar como modelo para fazer um furo circular na base da

outra.

- Encaixar o bico dentro da garrafa e colocar bastante cola quente para fechar. É importante

que o encaixe fique bem fechado para segurar a água dentro.

- Fazer um furo pequeno no centro das duas tampas e tapar o furo da base (com o dedo ou fita

adesiva).

- Encher a garrafa com água, encaixar o cigarro dentro da tampa de cima, acender e destapar

o furo da base para a água sair.

- Cortar a parte de cima de uma garrafa de 600ml e encaixar na saída do secador (passar fita

adesiva para garantir que está selado).

- Encostar o bico da garrafa do secador no bico da garrafa da base da máquina.

– 103 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

- Tapar o bico de cima da garrafa com um guardanapo (usar o elástico para fechar) e ligar o

secador em baixo para forçar a saída do fumo pelo pedaço de papel.

Resultados:

Pensas fumar, pelo menos uma vez, para experimentar?

sim:20 não:38 talvez:20

A cor dos pulmões é a mesma em todas as pessoas?

Sim:7 não:67 talvez:4

O fumo do tabaco é poluente?

Sim:71 não:4 talvez:3

O facto de fumares pode prejudicar as pessoas que te rodeiam?

sim:78 não:0 talvez:0

A única consequência de fumar é a nível pulmonar?

Sim:1 não:76 talvez:1

Conclusão:

Após a análise das respostas aos inquéritos, foi possível concluir que a atividade provocou um

impacte positivo nos participantes, principalmente devido à mudança da resposta de uma das

perguntas (“Pensas fumar, pelo menos uma vez, para experimentar?”), à qual a maioria

inicialmente respondeu “Sim” ou “Talvez” e alteraram a sua resposta para “Não”. Também foi

possível concluir, ainda relativamente as respostas dos inquéritos, que a comunidade escolar

se encontra bem informada relativamente às consequências de ser um fumador, tanto passivo

como ativo.

Por fim, foi possível constatar que houve uma grande surpresa por parte dos participantes, pois

não possuíam a ideia de que fossem transportadas tantas toxinas para o pulmão através de um

só cigarro.

Referências: https://tabagismo8a.wordpress.com/consequencias-do-tabaco/

http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/os-maleficios-cigarro-e-os-danos-ao-meio-

ambiente/

http://www.manualdomundo.com.br/2013/12/conheca-o-veneno-do-cigarro-2/

– 104 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

As culturas hidropónicas ao serviço da qualidade da vida humana

Helena Rodrigues1, Luís Moreira

1, Tomás Leal

1 e Augusta Pinto

2

1-Alunos da Escola Secundária Augusto Gomes, Matosinhos

2-Docente da Escola Secundária Augusto Gomes, Matosinhos

Introdução:

Um dos maiores problemas que o mundo enfrenta, atualmente, é o significativo crescimento

populacional, que afeta diretamente a qualidade de vida das populações. Assim sendo, a tarefa

de permitir um desenvolvimento económico compatível com a preservação ambiental tem-se

tornado cada vez mais difícil.

Já são vários os estudos que comprovam a importância dos espaços verdes na saúde da

população, contudo, estes têm vindo a diminuir drasticamente. Desta forma, resta-nos procurar

alternativas que nos permitam conciliar a nosso ritmo de vida citadino com a existência de

espaços verdes, de uma forma sustentável.

A hidroponia é uma técnica de cultivo sem solo onde as raízes da planta recebem uma solução

nutritiva que contém água e todos os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento.

Finalidade:

Neste trabalho, propôs-se o estudo da eficácia de culturas hidropónicas e de que forma estas

podem constituir uma solução para o problema anteriormente relatado. Para isso, desenvolveu-

se um modelo de cultura hidropónica de alfaces e analisou-se vários parâmetros relativos à

qualidade dos vegetais obtidos.

Material:

- 2 Tubos PVC de 150 cm cada; - Berbequim;

- 2 Tubos PVC de 15 cm cada - 4 Curvas PVC

- Suporte de dimensões: C 150 X L 30 X A 40 cm; - Fita-cola;

- Motor impulsionador de água com tubo incluído; - 10 Alfaces pequenas;

- Recipiente de capacidade superior a oito litros; - Vaso com solo normal.

Método:

- Montou-se o suporte do sistema hidropónico;

- Furaram-se dois tubos de 150 cm de maneira a que dois dos buracos estivessem a 5 cm de

distância das extremidades de cada tubo e os mais interiores apresentassem 35 cm de

espaçamento entre si (cinco buracos por tubo, que foram numerados);

- Ligaram-se os dois tubos por meio de duas das curvas, estando no meio destas um outro

tubo de 15 cm, cuja disposição se assemelhava a um U.

- Colocaram-se os tubos na posição adequada com recurso à fita-cola, acrescentando-se um

outro tubo de 15 cm ao extremo do tubo por onde a solução hidropónica entrava, que o

elevava, de modo a que a gravidade auxiliasse a movimentação da água;

- Preparou-se a solução hidropónica/nutritiva na proporção de uma tampa de solução

concentrada, adquirida num horto, por cada 4 litros de água;

- Encheu-se um recipiente com 8 litros de solução nutritiva;

- Colocou-se um motor dentro do recipiente, de modo a que a solução nutritiva conseguisse

chegar às raízes;

- Removeu-se o solo cuidadosamente das raízes das alfaces;

- Adicionou-se cada uma das curvas ao extremo de cada tubo;

– 105 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

- Inseriram-se as plantas no sistema, e ligou-se o motor;

- Plantou-se uma das alfaces num vaso com solo normal, como grupo de controlo;

- Monitorizaram-se, regularmente, diversos parâmetros como o crescimento das plantas, a

largura das suas folhas e a existência de doenças ou pragas.

Resultados

Conclusões:

Comparando o desenvolvimento obtido em hidroponia das jovens alfaces com o resultado

produzido pelo grupo de controlo, constatou-se que o crescimento e a largura das folhas das

primeiras eram consideravelmente superiores aos da alface plantada em solo normal, e, como

se encontravam arrebitadas e com a sua cor natural, indicavam que se continuariam a

desenvolver com o progredir do tempo. Convém ainda referir que o facto de H1 estar a receber

água diretamente do motor terá resultado num aumento de pressão diferente daquela à qual as

plantas estão normalmente expostas, o que por sua vez estaria na origem do seu murchar.

Também, ao longo da experiência nunca se verificaram infestações quer ao nível das alfaces,

quer ao nível da solução nutritiva, o que em parte se ficou a dever à sua substituição por uma

nova de semana em semana.

Perante tais resultados, vimos, assim, a superioridade da hidroponia em relação à agricultura

tradicional, não só pela sua rapidez na aquisição de vegetais, mas também como uma técnica

de cultivo que reduz a necessidade do uso de produtos tóxicos agrícolas contribuindo, deste

modo, para a qualidade dos espaços verdes que frequentamos e permitindo a indivíduos, que

Nutrientes da

solução hidropónica

Concentração (em

percentagem)

Azoto total (N) 5,9

Amoniacal 0,5

Nítrico 1,4

Pentóxido de Fósforo 3,0

Óxido de Potássio 6,5

Boro (B) 0,02

Cobre (Cu) 0,05

Ferro (Fe) 0,06

Manganês (Mn) 0,07

Molibdénio (Mo) 0,01

Zinco (Zn) 0,01

H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 Controlo

Dia 1

Dia 5

Esq. 1 Dia 5

Dia X

Fig. 1- Sistema hidropónico montado T.1- Nutrientes da solução nutritiva e suas concentrações Esq. 1- Evolução das alfaces durante a experiência

– 106 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

não possuam terrenos, cultivar os seus próprios frutos e vegetais, pelo que, assim, se visa uma

harmonização entre aspetos económicos e ambientais.

Referências

Tudo hidroponia; http://tudohidroponia.net/

– 107 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Proposta de um percurso urbano de interpretação paleontológica e geológica em Loulé

Alexandra Carrilho

1, Gustavo Sequeira

1, Miguel Barbosa

1, Vitoria Otero

1 & Hélder Pereira

2

1- Aluno do Clube das Ciências da Terra e do Espaço 2 - Docente do Departamento de Biologia e Geologia da Escola Secundária de Loulé

Introdução:

As ruas, praças, fontes, igrejas, passeios, edifícios e monumentos das cidades são autênticas

fontes de informação, constituindo-se como catálogos geológicos e paleontológicos de

imprescindível valor científico e social. Muitas vezes despercebidas, no quotidiano, as rochas

usadas na construção das urbes apresentam uma vasta gama de possibilidades de observação

de testemunhos de processos geológicos e de vestígios biológicos pretéritos. Apesar de

comumente se pensar que estes últimos apenas podem ser identificados e observados em

locais remotos, na verdade, podem estar apenas à distância de uma pequena viagem à nossa

cidade. De facto, ainda que sejam mais acessíveis e mais facilmente observáveis no seu

contexto geológico original, em afloramentos rochosos, podemos encontrá-los nos locais mais

inusitados. Desde a bancada do nosso café favorito, até à calçada da nossa própria rua. Na

maioria dos casos, quando surgem em contexto urbano, os fósseis estão, obviamente,

associados a rochas, sobretudo no caso das rochas ornamentais.

Ao longo dos séculos, as rochas sempre tiveram um papel primordial na produção de

ferramentas líticas e mais tarde na edificação de projetos arquitetónicos. Contudo, com o

desenvolvimento científico e tecnológico as rochas foram, em muitas situações, substituídas

por materiais mais baratos e versáteis. Ao longo deste processo as rochas passaram a ser

usadas não como elementos estruturais, mas ornamentais.

Na última década vários autores realizaram trabalhos de valorização e identificação do

património geológico e paleontológico de várias cidades europeias, tais como Almada e Lisboa

(Silva, 2007, 2009), Amesterdão (van Roekel, 2011), Huelva, Sevilha e Córdoba (Cachada et

al., 2012). Recentemente, no Algarve desenvolveram-se também projetos homólogos,

nomeadamente, nas cidades de Lagos, Faro e de Tavira, tendo sido identificados neste locais

fósseis e rochas de importante valor para a reconstituição da história destas mesmas cidades

(Rodrigues et al., 2014).

Seguindo uma abordagem idêntica identificámos uma série de locais que permitiram a criação

de um percurso urbano de interpretação paleontológica e geológica na cidade de Loulé.

Descrição sumária do trabalho:

Para efetuar a observação e identificação dos locais de interesse geológico, na cidade de

Loulé, procedeu-se a um levantamento e registro fotográfico. Para recolha de informação

inerente à história e origem dos materiais utlizados nos locais em estudo, consultou-se:

-Museu Municipal;

-Arquivo Municipal;

-Arquivo de Obra Municipal;

-Biblioteca Municipal;

A identificação das rochas assim como a sua origem foi também auxiliada pela consulta do

catálogo de rochas ornamentais portuguesas. Como corolário do trabalho de pesquisa e

observação descrito, foram ainda elaborados modelos de alguns organismos fossilizados que

se podem observar ao longo do percurso. Elaborou-se ainda um pequeno vídeo que sintetiza

os aspetos de interesse geológico e paleontológico do percurso.

– 108 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Bibliografia:

Caetano, P. S., Verdial, P. H., Lamberto, V., Gomes, A. e Freire, R. V. (2006) Geologia

eclesiástica na cidade de Lisboa. O exemplo da Igreja do Convento dos Cardaes. Livro de

resumos do VII Congresso Nacional de Geologia, Estremoz, 933-936.

Carvalho, J., Manupella, G. e Moura, A. C. (2001) Calcários Ornamentais Portugueses, 37(4),

223-232.

Leite, M. R. M. e Moura, A. C. (s/d) Catálogo de Rochas Ornamentais Portuguesas. Disponível

em http://rop.lneg.pt/rop/

Rodrigues, L. A., Agostinho, M. e Manteigas, R. (2014) Geologia e Paleontologia Urbanas –

potencialidades e aplicações em três cidades do Algarve. Comunicações Geológicas, 101,

Especial III, 1359-1363.

Silva, C.M. (2007) Paleontologia e Geologia urbanas em Almada. Disponível em:

http://paleoviva.fc.ul.pt/almafossil/index/rcapleit.htm.

Silva, C.M. (2009) “Fósseis ao virar da esquina”: Um Percurso pela paleontologia e pela

geodiversidade urbana de Lisboa. Paleolusitana, n.º 1, 459-463.

van Roekel, A. (2011) Shell banks in the city. Disponível em

http://avroekel.home.xs4all.nl/kilkenny.html

Cachada, M. P., Santos, A., Alfaro, E. M., Silva, C. M. (2012) Experiencias de Aprovechamiento

Educativo Y Turístico de Recursos Geológicos en Las Ciudades de Huelva, Sevilla Y Córdoba

(Andalucía, España), Comunicaciones del XVII Simposio sobre Enseñanza de la Geología, 64-

70.

– 109 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Eu, as rochas e o mundo

Rúben Brigas e Apolo Estrela1 & Maria Areias

2

1-Alunos da Escola Secundária de Amadora 2-Docente da Escola Secundária de Amadora

Finalidade: Neste trabalho, pretendemos reconhecer e identificar as principais diferenças ao nível da

composição mineralógica entre o basalto e o granito, observando as mesmas rochas ao

microscópio. Foi testada a hipótese de que o basalto é denso, uniforme e com cristais

pequenos e pouco visíveis à vista desarmada e de que o granito possui três cristais, mica,

quartzo e feldspato e são visíveis à vista desarmada.

Para esta experiência utilizámos um microscópio petrográfico, com o objetivo de conseguir

observar todos os cristais. Os resultados obtidos com esta experiência foram muito positivos,

obtendo os resultados esperados. Nas seguintes imagens observam-se os resultados obtidos,

observando-se no granito quartzos e outros minerais e no basalto piroxenas, como se

pretendia. Conseguiu-se identificar a diferença de textura entre as mesmas rochas.

Basalto observado ao microscópio

Granito observado ao microscópio

As altas temperaturas e pressões alteram decisivamente a estrutura/organização dos minerais

contidos, justificando assim diferentes texturas cores brilhos. Concluindo assim, que a terra é

um planeta geodinâmico ativo e essa atividade traduz-se em vários fenómenos (sismos,

erupções vulcânicas, etc…) esses acontecimentos naturais depois ficam registados por

exemplo na composição mineralógica, magnetização da rocha e erosão da rocha.

Comprovando assim o nosso trabalho, que as rochas são instrumentos fulcrais para o estudo e

evolução da geologia.

– 110 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Bactérias e a Higiene Oral

Marta Silva, Ivânia Rocha, Margarida Ferreira1 & Augusta Pinto

2

1-Alunos da Escola Secundária Augusto Gomes, Matosinhos

2-Docente da Escola Secundária Augusto Gomes, Matosinhos

Finalidade:

Finalidade: A boca é uma porta de entrada de microrganismos no corpo humano. Por proporcionar um ambiente húmido que mantém uma temperatura relativamente constante entre 34 a 36°C, com um pH perto da neutralidade na maioria das áreas, suporta o crescimento de uma enorme variedade de microrganismos. A dieta de cada pessoa afeta diretamente as comunidades bacterianas. O alto consumo de açúcar leva ao desenvolvimento de algumas bactérias, que por sua vez favorecem o aparecimento de outras e também o aparecimento de cárie dentária (Sá, 2014). A higiene oral com a remoção da placa pela escovagem juntamente com os dentífricos que contêm agentes antimicrobianos melhoram a eficácia da higienização e ajudam a diminuir a carga bacteriana dentária (Sá, 2014). Este trabalho tem como objetivo demonstrar a importância de uma boa higiene oral. Pretende-se detetar a influência da lavagem dos dentes na diminuição da população bacteriana presente na boca.

Material: - Meios de cultura: placas de Petri, gase, agar, água e caldo Knorr - Cotonetes - Autoclave - Lamparina - Escova e pasta dentífrica

Método: Meio de cultura:

1. Juntar água, agar (gelatina vegetal) e caldo Knorr;

2. Filtrar com ajuda de uma gase;

3. Autoclavar para esterilizar;

4. Placar (colocar em placas de Petri);

Procedimento: 1. Numerar quatro placas (Placa 1 e Placa 2 sem lavar os dentes, Placa 3 e Placa 4 com os

dentes lavados e Placa 5 que é placa de controlo);

2. Sem lavar os dentes, esfregar um cotonete na parte interna da bochecha e colocar na

Placa 1 e Placa 2;

3. Escovar os dentes com pasta dentífrica, esfregar um cotonete na parte interna da

bochecha e colocar na Placa 3 e Placa 4;

4. Esperar que começam a aparecer resultados e ir fotografando as placas todos os dias;

Resultados: Tabela 1

Placas 1 2 3 4 5

Previsão + + - - -

Observação (Ao fim de 10

dias) + ++ ++ + -

Resultados esperados e resultados obtidos após 10 dias desde o início da experiência. + Presença de bactérias - Ausência de bactérias

– 111 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Conclusão: De acordo com os resultados obtidos, a lavagem dos dentes não foi eficaz na remoção de

algumas das bactérias presentes nos dentes, as placas com meio de cultura adequado para

alguns tipos bacterianos apresentaram resultados semelhantes, antes e após a escovagem dos

dentes com uma pasta dentífrica.

Talvez a pasta dentífrica não seja antibacteriana ou a escovagem não estivesse bem feita ou o

individuo do qual extraímos a saliva deve-se ter ficado mais tempo sem lavar os dentes (só

esteve a manhã toda, fazendo a extracção da saliva depois do alomoço).

Sugere-se que num futuro trabalho sejam testadas pastas dentífricas diferentes e também a

influência da utilização de um elixir após a escovagem dos dentes.

Referências: Carlos Eduardo Nogueira de Sá. 2014. CRIAÇÃO DA BASE DE DADOS ORALM ASSOCIADA

À BASE ORALOME _ Dissertação apresentada à Universidade Católica Portuguesa para

obtenção do grau de Mestre em Medicina Dentária. Viseu

http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/biologia_trabalhos/cultur

abacterias.htm, acedido em 8 de março de 2016.

– 112 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Um mundo por descobrir: fotografia e ilustração científica

Ana Marta Tremoceiro, Catarina Rosa, Cristiana Nascimento, Francisco Saturnino1

& Ana Castro2

1-Alunos do Agrupamento de Escolas de Castro Verde

2-Docente do Agrupamento de Escolas de Castro Verde

Finalidade:

- Observar mais pormenorizadamente a biosfera e a vida que nos rodeia;

- Capturar pormenores e momentos associados à biodiversidade.

Material:

Fotografia - Câmara fotográfica.

Ilustração Científica - Lápis e papel; - Pinça

- Lupa binocular; - Agulha de dissecação

- Vidro de relógio

Método:

Fotografia - fotografar momentos de interesse que expressem a beleza natural daquilo que

nos rodeia;

Ilustração Científica - capturar seres vivos;

- observá-los à lupa;

- ilustrar a imagem ampliada.

Conclusão:

Devido a este projeto concluímos que para além da beleza da natureza terrestre que vemos

todos os dias, existe um mundo em cada ser que merece ser conservado e estimado. É por

esta razão que devemos proteger o nosso planeta pois toda a sua riqueza, quer a vejamos ou

não, faz parte de um universo por descobrir ao qual devemos dar valor.

Figura 1 - exemplo de ilustração científica (encéfalo de um mamífero)

– 113 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Dinâmica microbiana no fabrico de iogurte

Cláudia Pires e Margarida Guerra1 & Augusta Pinto

2

1-Alunos da Escola Secundária Augusto Gomes, Matosinhos

2-Docente da Escola Secundária Augusto Gomes, Matosinhos

Colaboração do Laboratório de Microbiologia, Instituto de Ciências Biomédicas

Abel Salazar da Universidade do Porto

Finalidade:

Este trabalho tem como principal objetivo estudar a flora láctica do iogurte e os fatores que condicionam o seu desenvolvimento.

Material:

Contagem de microrganismos em 4 iogurtes distintos:

- Bico de Bunsen

- Bata, Luvas e Touca - Balança - Saco de Stomacher

- Suporte para saco - Sistema de fecho - Talheres esterilizados - Tubos de ensaio com 9 ml Triptona Sal esterilizados - Meios de cultura: MRS Agar e PCA

(Plate Count Agar); - Suporte universal - Pipetas de 1-32 ml esterilizadas - Pipetador - Recipiente com desinfetante para descartar pipetas - Marcador - Vórtex

Ingredientes:

- 4 iogurtes naturais: A(marca branca), B(marca de qualidade), C(marca branca) e D(marca de qualidade).

Fabrico de Iogurte:

- Bico de Bunsen

- Proveta esterilizada - Balança - Papel de alumínio - Placa de aquecimento - Agitador - Potenciómetro - Gobelé de vidro esterilizado (2000 ml) (n=1)

- Gobelé de vidro esterilizado (500 ml) (n=2) - Varinha mágica - Boiões de vidro esterilizados (150 ml) (n=3) - Talheres esterilizados - Estufa de Incubação - Frigorífico - Colheres de plástico (para a prova)

Ingredientes:

- Leite UHT (gordo-integral) 0,5 L

- Iogurte Natural fresco 50 g (10%)

- Leite em pó Magro 10 a 20 g ( 2 a 4 %)

- Sacarose 0 a 80 g ( 0 a 16%)

– 114 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Método:

Lavar as mãos e limpar cuidadosamente a bancada, trabalhar obrigatoriamente à chama.

> Comparar os constituintes de diferentes marcas de iogurtes e fazer a contagem de

bactérias ácido- lácticas:

- Selecionar 4 marcas de diferentes iogurtes naturais (A,B,C,D)

- Medir o pH das diferentes amostras;

- Fazer o esfregaço direto dos iogurtes numa lâmina de vidro;

- Realizar a coloração gram de todas as amostras;

- Observar as amostras ao microscópio ótico e realizar as devidas comparações;

- Sementeira em meio de cultura apropriado (MRS e PCA) e incubação a 30ºC;

- Observar as placas incubadas, fazendo a contagem das UFC (unidades formadoras de

colónias).

> Produzir 4 iogurtes, sujeitos a diferentes fatores:

- Verter 0,5 l de leite UHT no gobelé de 2000 ml;

- Aquecer ligeiramente, aproximadamente 37ºC (eliminando quaisquer resíduos antimicrobianos);

- Reforçar com 10-20g de leite em pó magro (este procedimento visa espessar o produto final,

através da força do aumento da proteína);

- Adicionar, consoante o gosto, 0 a 80 g de sacarose;

- Adicionar 50 g (10%) de iogurte natural;

- Homogeneizar muito bem sem incorporar ar;

- Medir o pH numa pequena amostra de 20 ml;

- Distribuir aproximadamente 250 ml em dois boiões (o que dará resultado a 4 iogurtes);

- Fechar hermeticamente com a tampa

- Submeter os iogurtes a diferentes factores: com e sem açúcar e incubação a 41ºC e 44ºC;

- Retirar da estufa e colocar em refrigeração;

- Realizar o teste gustativo dos diferentes iogurtes.

Resultados:

A flora específica do iogurte contém as bactérias das espécies Lactobacillus bulgaricus e

Streptococcus thermophilus, que são benéficas para saúde.

Efetuou-se a contagem de Lactobacillus a partir das placas inoculadas em meio MRS.

Por sua vez, as placas inoculadas em meio PCA permitiram a contagem dos

microrganismos totais, portanto a contagem de Streptococcus obtém-se pela subtração dos

microrganismos totais pela contagem de Lactobacillus.

Análise dos resultados:

Iogurtes Bactérias

A B C D

Lactobacillus bulgaricus 3,6×103 UFC/g 5,2×102 UFC/g 6,7×103 UFC/g 3,9×102 UFC/g Streptococcus thermophilus

9,8×108 UFC/g 2,4×109 UFC/g 8,1*108 UFC/g 2,7×109 UFC/g

– 115 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Ao contrário do que seria de esperar, os iogurtes B e D (de marca de qualidade) contêm uma menor quantidade de Lactobacillus comparativamente aos iogurtes de marca branca. Tal deve-se ao facto de as placas de MRS terem sido incubadas durante um período de tempo que poderá ter permitido o desenvolvimento de outras bactérias. Os esfregaços efetuados demostraram que os iogurtes B e D contêm uma maior quantidade de Lactobacillus, contrariando os valores obtidos pelas contagens em placa.

Conclusão:

Na experiência verificou-se que, em termos genéricos, os iogurtes de marca B e D contêm maior quantidade de bactérias ácido-lácticas que os iogurtes de marca branca.

Conclui-se, também, que durante o fabrico, a temperatura de incubação tem impacto na proliferação diferencial dos dois microrganismos envolvidos no processo fermentativo.

Assim, o iogurte incubado a uma temperatura de 44ºC desenvolveu mais Lactobacillus,

comparativamente ao iogurte incubado a uma temperatura de 41ºC.

A adição de açúcar não influencia muito a proliferação microbiana, mas influencia no teste gustativo dos iogurtes, sendo o melhor classificado o iogurte que continha açúcar.

Assim, o melhor iogurte nesta experiência foi o iogurte com açúcar e incubado a uma temperatura de 44ºC.

Referências: Costa, Paulo.2008. “Fabrico de iogurte natural”. Tecnologia Alimentar. ICBAS

– 116 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Osmose … em ação!

Catarina Faustino, Diana Lage, Isabel Peixeiro, Verónica Manuel1 & Ana Castro2

1-Alunos do Agrupameneto de Escolas de Castro Verde 2-Docente do Agrupamento de Escolas de Castro Verde

Finalidade:

Este trabalho tem como principal objetivo comprovar a existência de um movimento de água

através de uma membrana semipermeável (osmose) observando-se alterações na massa de

um ovo (perspetiva macroscópica) e alterações nos vacúolos de células vegetais (perspetiva

microscópica).

Material:

1ª experiência:

-5 ovos -1 tina -Vinagre -Mel

-Água destilada -5 copos de precipitação -Balança

2ª experiência:

-Microscópio óptico composto -Pinça -Lâminas -Agulha

-Lamelas -Conta-gotas -Papel absorvente -Marcador

-Pétalas vermelhas de uma flor -Água destilada -Solução aquosa de cloreto de sódio

(NaCl)

Método:

1ª experiência:

- Colocar cinco ovos numa tina com vinagre durante 48 horas;

- Pesar com a balança cada um dos ovos. Registar;

- Colocar cada ovo num copo de precipitação;

- Deixar um copo de precipitação vazio e colocar nos restantes:

- 200 mL de água destilada;

- 180 mL de água destilada e 20 mL de mel;

- 100 mL de água destilada e 100 mL de mel;

- 200 mL de mel

- Retirar, após uma hora, os ovos dos copos de precipitação, secá-los suavemente e pesar

novamente. Registar os valores obtidos.

fig.1-ovos mergulhados nas diferentes soluções

– 117 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

2ª experiência

- Com um marcador, identificar duas lâminas com as letras A e B;

- Com um conta gotas colocar uma gota de água destilada sobre a lâmina A;

- Cortar, na diagonal, uma pétala de uma flor e, com uma pinça, colocá-la sobre a gota de água

na lâmina A;

- Cobrir com uma lamela;

- Com um conta gotas colocar uma gota de solução aquosa de cloreto de sódio na lâmina B;

- Cortar, na diagonal, uma pétala de uma flor e, com uma pinça, colocá-la sobre a gota de

solução de NaCl na lamina B;

- Cobrir com uma lamela;

- Observar as duas preparações ao microscópio e esquematizar as observações.

fig.2- células das pétalas observadas ao microscópio

Conclusão:

Com esta atividade prática foi possível constatar a ocorrência da osmose, tanto a nível

macroscópio como a nível microscópico. Através destas atividades conseguimos compreender

que por osmose a água move-se sempre do meio hipotónico para o meio hipertónico,

independentemente das dimensões das células onde esta ocorra; na segunda experiência

poder-se-ia ter recorrido a um grupo controle, se tivesse sido utilizado um meio de montagem

com a mesma concentração que as células das pétalas das flores.

– 118 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Influência das chuvas ácidas no crescimento e desenvolvimento das plantas

Carolina Silva, Carolina Jacob, Fábio Ferreira

1 & Augusta Pinto

2

1-Alunos da Escola Secundária Augusto Gomes, Matosinhos

2-Docente da Escola Secundária Augusto Gomes, Matosinhos

Finalidade:

Este trabalho tem como principal objetivo verificar qual das duas plantas utilizadas é a mais

resistente a ambientes poluídos, neste caso, ambientes onde ocorram chuvas ácidas.

Material: - 2 espécies de plantas (Stevia rebaudiana e Laurus nobilis) - Água - Vinagre

Método: - Semear duas sementes da espécie Stevia rebaudiana e duas sementes da espécie Laurus

nobilis de modo a obter duas plantas de cada espécie (são necessários cerca de 40 dias).

Manter a sementeira nas mesmas condições de temperatura e humidade.

- Regar as plantas obtidas com água até estas atingirem uma fase de crescimento favorável ao

início da experiência.

- Regar uma planta de cada espécie com vinagre (simular as chuvas ácidas) e a outra planta

de cada espécie com água, todos dos dias, durante quatro dias.

- Observar os resultados.

Análise de resultados:

Espécie Stevia rebaudiana

Espécie Laurus nobilis

– 119 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Dia Plantas regadas com água Plantas regadas com vinagre

Observações

1.º

As plantas continuavam iguais.

2.º

Não houve grandes alterações, no entanto foi possível observar algumas folhas mortas na espécie Stevia rebaudiana, regada com vinagre.

3.º

Já foi possível observar mudanças na espécie Stevia rebaudiana regada com vinagre, como as folhas mortas, a mudança de cor de verde para acastanhado e queda de folhas. Em contraste a espécie Laurus nobilis continua a não mostras sinais de mudança.

4.º

A espécie Stevia rebaudiana, regada com vinagre, acaba por não aguentar a acidez e altera-se profundamente. Já a espécie Laurus nobilis continua a não demonstrar sinais de fragilidade.

Conclusão: Esta atividade permitiu verificar qual das duas plantas é mais resistente às chuvas ácidas e

como evolui essa planta a partir do momento em que a água foi substituída por vinagre. A

espécie Laurus nobilis é bastante resistente à acidez, visto que ao longo da experiência se

manteve igual, por isso sobreviveria num caso de chuvas ácidas reais, já a espécie Stevia

rebaudiana não aguentou mais de 4 dias e que morreu após isso, logo não aguentaria uma

situação de chuvas ácidas reais

– 120 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Special Ordinary Spices

Cátia Lopes, Cláudia Regufe e Maria Inês Lopes1 & Augusta Pinto

2

1-Alunas da Escola Secundária Augusto Gomes 2-Docente da Escola Secundária Augusto Gomes

Introdução:

Existe hoje uma teoria, bastante plausível, de que o hábito de utilizar e apreciar condimentos e

especiarias terá sido transmitido culturalmente através de gerações, e está relacionado com a

atividade antimicrobiana da maior parte destas substâncias.

Partindo deste pressuposto, realizou-se uma atividade laboratorial com o objetivo de testar as

propriedades antimicrobianas de especiarias.

O método baseou-se na análise da proliferação de uma bactéria, previamente espalhada à

superfície de um meio de cultura no estado sólido, quando associada a cada uma das cinco

especiarias escolhidas. Prevê-se que não cresçam unidades formadoras de colónias em torno

de algum agente inibidor, que, de acordo com o previsto, deverá ser uma pitada de especiaria.

Método:

1º Preparação do meio de cultura

1. Cozeram-se 200 g de frango em 0,5l de água. Verteu-se o líquido resultante para um

gobelé. Deixou-se arrefecer.

2. Filtraram-se 400ml de água de cozedura através de uma gaze dobrada em quatro e de

um funil para um balão de Erlenmeyer de 0.5l.

3. Adicionaram-se 8g de mel, 8g de ágar e 1g de bicarbonato de sódio.

4. Autoclavaram-se o meio de cultura e os materiais necessários, durante 20 minutos a

120°C.

5. Verteu-se o meio de cultura para caixas de Petri junto à chama e deixou-se arrefecer,

até solidificar.

2º Procedimento

1. Abriram-se duas cápsulas de medicamento probiótico Antibiophilus (Lactobacillus casei

variedade rhamnosus, 250mg) para uma proveta com 6ml de água esterilizada e

homogeneizou-se a solução com o apoio de uma vareta de vidro.

2. Pipetou-se uma gota de suspensão para o meio contido na placa.

3. Espalhou-se, com a pipeta volumétrica em L (adaptada) previamente esterilizada com

álcool, inflamada à chama e arrefecida no interior da placa.

4. Repetiu-se o processo para cada caixa de Petri.

5. Abriram-se quatro pequenos poços no meio de cultura com o auxílio de uma vareta de

vidro quente.

6. Colocou-se nos quatro poços de cada caixa de Petri o tempero cuja atividade se

pretendia estudar. Cada especiaria foi colocada em duas caixas de Petri diferentes e

deixaram-se duas caixas apenas com o meio de cultura e a suspensão de

medicamento (grupo de controlo).

7. Calcaram-se um pouco as especiarias nos poços, para assegurar um bom contato com

o meio.

8. Deixaram-se as placas à temperatura ambiente e observou-se periodicamente a

evolução da experiência.

9. Registaram-se fotográfica e cronologicamente os resultados.

– 121 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

Resultados:

Dentro dos resultados que obtivemos, apresentamos a evolução da proliferação

microbiana do alho moído e do sal.

Figura 1_Evolução da proliferação microbiana na caixa de Petri do alho moído (no primeiro e

sexto dias)

Figura 2_Evolução da proliferação microbiana na caixa de Petri do sal (no primeiro e sexto

dias)

Conclusão:

Perante os resultados obtidos e tendo em conta diversos imprevistos que provocaram a

alteração de várias variáveis, tais como, a falta de equipamento que nos proporcionasse um

ambiente completamente estéril, nada se pode concluir com certeza científica. Porém, pode-se

inferir que o sal e o alho possuem propriedades antimicrobianas, na medida em que apenas

foram ligeiramente afetados pela contaminação.

Referências:

Toda a informação foi consultada em: OLIVEIRA, Óscar; RIBEIRO, Elsa; SILVA, João Carlos;

Bio12 Desafios; Edições ASA.

– 122 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação

– 123 – XI Congresso Nacional Cientistas em Ação