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X SIMPÓSIO DE CIÊNCIA DA UNESP – DRACENA “PRODUÇÃO E CONSERVAÇÃO DE FORRAGEM” 24 a 25 de Setembro Unesp – Campus Dracena SP 249, Km 651

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X SIMPÓSIO DE CIÊNCIA DA UNESP – DRACENA

“PRODUÇÃO E CONSERVAÇÃO DE FORRAGEM”

24 a 25 de Setembro

Unesp – Campus Dracena SP 249, Km 651

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Sumário

X Simpósio de Ciência da Unesp – Dracena “Produção e Conservação de Forragem”

Dracena – SP, 24 e 25 de Setembro de 2014

A importância da alimentação artificial para abelhas Apis mellifera africanizadas (Barros, D.C.B.; Orsi, R.O.;

Kadri, S.M.; Zaluski, R. nº 3) .....................................................................................................................................6

Acompanhamento das atividades assistidas por animais (AAA) em pacientes portadores de autismo na APAE

de Dracena/SP (Carvalho, G. da S; Poiatti, M. L., Ferreira, H. M., Tomaz, A. A., Santos, G. N. B. dos nº 49) ..........8

Análise bromatológica de capim-marandu em sistema integrado de produção agropecuária (Sekiya, B.M.S.;

Santana, E.A.R.; Aranha, A.S.; Domingues, M.S.; Lupatini, G.C.; Trivelin, G.A. nº 43).............................................9

Análise bromatológica de rações para cães adultos (Cardoso, R. G. A., Oliveira, J. A., Cruz-Polycarpo, V. C. nº

16) ......................................................................................................................................................................... 12

Análise bromatológica em rações de cães filhotes (Cardoso, R. G. A., Oliveira, J. A., Cruz-Polycarpo, V. C. nº 17)

.............................................................................................................................................................................. 13

Análise econômica de uma propriedade de leite semiextensiva no município de Ilha Solteira/SP (Carli, M. E. S;

Sabbag, O. J.; Beline, M.; Ferreira, S. S. nº 15) ..................................................................................................... 17

Análise sensorial de iogurtes elaborados com Lactobacillus acidophilus e cultura láctica comercial (Andréa

Machado Lopes, Maria Luiza Poiatti, Marina Saranholi Prandini, Kathlen Fracine Leite, Paulo César da Silva

Santos, Jacqueline Antunes Martins de Almeida. nº 58)...................................................................................... 20

Análises físico-químicas de mel de abelhas jataí (Tetragonisca angustula) cultivadas em Dracena, estado de São

Paulo (Mylena de Mattos Ferreira; Daniel Nicodemo, Edison Alves da Rocha. nº 33) ........................................ 21

Aplicação de fertilizante organomineral à base de torta de filtro na adubação de cobertura no feijoeiro

(Oliveira,L.; Faustino, A.M.; Oliveira, E.L.S.; Santos, L.F.M.S.; Monteiro, L.F.G. nº 5) .......................................... 24

Atividades assistidas por cães (AAC) e os benefícios proporcionados aos alunos da Apae de Dracena/SP

(Ferreira, H. M., Carvalho, G. da S, Santos, G. N. B. dos, Tomaz, A. A., Santana, B. F., Poiatti, M.L. nº 54) ....... 27

Avaliação cinemática linear à guia e montada em cavalos atletas (Ana Carolina de Almeida Duarte , Kátia de

Oliveira, Beatriz Queiróz dos Reis , Amanda Mantovani Pereira,Giovani Augusto Campos Oliveira, Mariana

Siqueira Araújo. nº 41) ......................................................................................................................................... 28

Avaliação de características celulares de calos de meristemas de cana-de-açúcar micropropagados sob

diferentes concentrações de 2,4-D (Ventura, G; Alves, V.G.C, Figueiredo, P.A.M; Lisboa, L.A.M; Viana, R.S. nº

48) ......................................................................................................................................................................... 31

Captação de cálcio e produção de espécies reativas de oxigênio em mitocôndrias isoladas de testículo de ratos

tratados com gossipol e o efeito da vitamina E (Bizerra, P.F.V.; Tavares, M. A.; Guelfi, M.; Medeiros, H. C.;

Mazzo, M.; Mingatto, F. E. nº 30) ......................................................................................................................... 35

Características bromatológicas da silagem de milho em sistema integrado de produção agropecuária (Aranha,

H. S.; Andrighetto, C.; Aranha, A.S; Shiguematsu, M.M.S; Oliveira, M.M; Santos, J.M.F. nº 50 .......................... 38

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Características corporais de bovinos de corte submetidos a diferentes tipos de castração (Helen de Souza de

Oliveira, Monique Rabonato Antonioli, Murilo Chuba Rodriguês, João Henrique Silva Vera, Ricardo V. G. de

Soutello. nº 64) ..................................................................................................................................................... 42

Características morfoanatômicas foliares de dois cultivares transgênicos de soja (Larissa, E.T.¹; Paulo, A. M.F.²;

Ronaldo, S.V.; Lucas, A.M. L; Ana, C.; Victor, G.C.A. nº 52) .................................................................................. 45

Comportamento de cabras e cabritas em pastejo de capim- tobiatã (Panicum maximum cv. Tobiatã). (Marques,

R.O.; Leal, N.S.; Gonçalves, H.C.; Meirelles, P.R.L.; Costa, T.C; Lomele, R.L. nº 65) ............................................. 49

Comportamento do Preço do Milho no Estado de São Paulo e em Ilha Solteira (SP).

(Oliveira,B.R..;Bernardes,G.M.S.M.;Bernardes, E.M. nº 42)................................................................................. 52

Comportamento ingestivo de bovinos Nelore submetidos a diferentes protocolos de adaptação (Melo, G.F.;

Rizzieri, R.A.; Perdigão, A.; Arrigoni, M. D. B.; Millen, D. D.; Martins, C. L. nº 63) ............................................... 55

Composição química do capim-marandu consorciado com milho em sistema integrado de produção

agropecuária (Aranha, A.S.; Andrighetto, C.; Lupatini, G.C.; Mateus, G.P.; Aranha, H.S.; Giacomini, P.V. nº 47)

.............................................................................................................................................................................. 59

Consumo de dieta peletizada com diferentes níveis de fibra em detergente neutro por cabras (Marques, R.O.;

Ribeiro, M.S.; Gonçalves, H.C.; Leal, N.S.; Monteiro, V.F.; Meirelles, P.R.L. nº 67) .............................................. 62

Contagem e caracterização bacteriana de isolados do intestino de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)

alimentados com diferentes níveis de imunoestimulante (ACTIGEN) (Borgonovi, T. F.; Poiatti, M. L.; ²Takahashi,

L. S.; Junior, A. F.; Gonçalves, A. F. N.; Peres, G. S. nº 56). ................................................................................... 65

Contaminação microbiológica em embalagens plásticas destinadas a alimentos (Tomaz, A.A., Poiatti, M.L., G.S.

Peres, Prandini, S.M, Faria, M. de. Nº 62). ........................................................................................................... 69

Crescimento de casco em cabras da raça Parda Alpina e Anglo Nubiana (Leal, N.S.; Marques, R.O.; Gonçalves,

H.C.; Monteiro, V.F.; Costa, T.C.; Oliveira, I. J. nº 68) ........................................................................................... 71

Desempenho e gait score de frangos de corte suplementados com vitamina D (25-OHD3)1 (Baldo, G.A.A.;

Almeida Paz, I.C.L.; Garcia, E.A.; Molino, A.B.; Santos, L.S.; Amadori, M.S. nº 8) ................................................ 74

Difusão de tecnologias para os produtores de leite da Baixada Serrana do município de Botucatu (Silva, E.L.C;

Padovan, I; Meirelles, P.R.L.; Costa. C.; Muller L.R.; Bataglioni, I.C; Pariz, C.M., Castilhos, A.M. nº 38) .............. 78

Efeito da frequência de alimentação sobre a flutuação do consumo de matéria seca em bovinos Nelore

confinados* (Silva, J.; Carrara T. V. B.; Pereira, M. C. S.; Batista Junior, I. C; Millen,D. D. nº 24) ........................ 83

Efeito do fipronil em hepatócitos isolados de ratos previamente tratados com proadifen (Guelfi, M., Tavares,

M.A., Maioli, M.A., Mingatto, F.E. nº 22) ............................................................................................................. 87

Efeitos da somatotropina recombinante bovina (bST) na morfometria das glândulas endometriais em vacas de

corte (A.L. Baltazar; B.P. Mello; S.C. Scolari; N.P. Costa; C.M.B. Membrive. nº 44 .............................................. 91

Eficácia de drogas anti-helmínticas em equinos na região noroeste do estado de São Paulo (VERA, J.H.S.;

PACHECO, T.M.; YAMADA, P.H; SAES, I.L.; DELLAQUA, J.V.; SOUTELLO,R.V.G. nº 58) ......................................... 95

Eficiência no controle de nematóides do gênero Meloidogyne em plantas de tomate, à base de citronela

(Oliveira, L.; Souza, J.G. nº 6) ................................................................................................................................ 98

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Engenharia Agronômica e docência: uma experiência norteada pela matemática (Emanuele P. Souza, Juliana A.

Gonçalves, Tatiane P. Santos, Celso T. Miasaki, Rosana R. Socha, Perciliana F. P. Alves. nº 26) ....................... 101

Enriquecimento alimentar em aves cativas pertencentes ao Zoológico Cidade da Criança em Presidente

Prudente/SP (Silva, A. C. R., Santos, G. C. R., Moreno, M. F., Hamaji, L.P, Oliveira, J. A., Leite, K. F., Poiatti, M.L.

nº 55). ................................................................................................................................................................. 102

Estratégias de Manejo Alimentar com fontes de lipídeos para bovinos Nelore no período de pré e

confinamento (Cesar, M. T.; Arrigoni, M. D. B.; Martins, C. L.; Luís Marcelo Nave Sarti; Maria Caroline Franzói.

nº 12) .................................................................................................................................................................. 105

Fatores de Riscos Associados à Leishmaniose Visceral Canina (LVC) na Área Rural do Cinturão Verde de Ilha

Solteira, SP, Brasil (Spada, J. C. P.; Silva, D. T.; Alves, M. L.; Spada, F. P.; Ferreira, A. G.; Starke-Buzetti, W. A.5 nº

18). ...................................................................................................................................................................... 108

Fertilidade de novilhas da raça nelore resistentes, resilientes, susceptíveis avaliadas conforme o grau de

verminose ( Yamada, P. H.; Fachiolli, D. F.; Da Silva, K. M.; Oka, C. H.; Roveri, C. G. S.; Soutello, R.V.G. nº 53 )

............................................................................................................................................................................ 111

Fipronil afeta o metabolismo de proteínas no fígado de rato (Hyllana C. D. Medeiros, Emy L. Ishii-Iwamoto,

Jorgete Constantin, Fábio E. Mingatto. nº 25) ................................................................................................... 114

Flutuação de consumo de bovinos Nelore confinados submetidos a diferentes Protocolos de Adaptação (Cesar,

M. T.; Arrigoni, M. D. B.; Martins, C. L.; Perdigão, A.; Millen, D. D. nº 13) ......................................................... 118

Grupo de Estudos sobre Animais Selvagens – Geas/Unesp de Dracena: Ações e Conscientização sobre

Educação Ambiental (Oliveira, J. A., Poiatti, M. L., Leite, K. F., Santos, G. C. R, Silva, A. C. R., Moreno, M. F. nº

36) ....................................................................................................................................................................... 121

Grupo de extensão em manejo de pastagem (GEMPA) da UNESP/Campus de Botucatu (Padovan, I.M, Müller,

L.R., Meirelles, P.R.L., Costa, C., Castilhos, A.M., Silva, E. L.C.,Bataglioli, I. C. Pariz, C. M. nº 37) ..................... 123

Identificação dos níveis de degradação das pastagens no noroeste do Estado de São Paulo (Silva, H. R.; Sano, E.

E.; Marques, A. P.; Romero, C. W.N.; Hespanhol, A. N., Cassiolato, A. M. nº 4) ................................................ 124

Índice de massa corporal de equinos atletas: relato extensionista do NEQUI-UNESP/Dracena (Beatriz Queiróz

Dos Reis, Kátia De Oliveira, Ana Carolina De Almeida Duarte, Amanda Mantovani Pereira, Giovani Augusto

Campos Oliveira, Mariana Siqueira Araújo, Karina Kai, Leticia Dreossi Ballerini. nº 28) .................................... 128

Influência de Hematomas em Carcaças Bovinas Sobre a Coloração da carne ( Maria Eduarda de Souza Carli;

Marcos Chiquitelli Neto ; Mariane Beline; Yasmin de Sales Pereira; Marcelo Estremote; Andria Gigel Culik de

Menezes. nº 23) .................................................................................................................................................. 129

Influência do estresse no desmame sobre o grau de verminose em bezerros nelore no período pós-desmame

(Fachiolli, D.F.; Yamada, P.H.; Pinto, L.D.; Santi, P.F.; Vera, J.H.S.; Soutello, R.V.G. nº 40) ................................ 132

Leishmaniose visceral canina associada à presença do vetor Lutzomyia longipalpis em abrigos de animais de

Ilha Solteira-SP. (Alves, M. L.¹; Silva, D. T.¹; Spada, J. C. P.; Alcântara, L. M.S. ; Matos, J. M.; Starke-Buzetti, W. A.

nº 19) .................................................................................................................................................................. 134

Massa e rendimento de polpa dos frutos de clones de aceroleira (Nasser, M. D.; Zonta, A.; Mariano-Nasser, F.

A. C.; Cecílio, D. S. Q. nº 7) .................................................................................................................................. 137

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Metabólitos do fipronil afetam o potencial de membrana mitocondrial (Tavares, M.A., Guelfi, M.,

Medeiros,H.C.D, Mingatto, F.E., nº 34) .............................................................................................................. 140

Microbiologia intestinal de frangos de corte alimentados com dietas suplementadas com ácidos orgânicos

(Saes R. L., Saes I. L., Freschi J. B., Cruz-Polycarpo V. C. nº 10) .......................................................................... 144

Modificações morfoanatômicas foliares da cana de açúcar em função de estratégias de aplicação de

herbicidas. ( V.G.C. Alves, P.A.M. de Figueiredo, R. da S.Viana, L.A.M. Lisboa, A. Carolina, L. E. Tristão. nº 60)

............................................................................................................................................................................ 147

Parâmetros morfológicos do rúmen de bovinos Nelore submetidos a diferentes protocolos de adaptação

(Rizzieri, R. A.; Melo, G. F.; Perdigão, A.; Arrigoni, M. D. B.; Millen, D. D.; Martins, C. L. nº 61) ....................... 151

Perfil de ácidos graxos da carne de bubalinos da raça Murrah submetida a diferentes períodos de maturação

(Aranha, A.S.; Luz, P.A.C.; Andrighetto, C.; Aranha, H.S.; Di Carne, A.C.; Zanetti, L. H. nº 46) ........................... 155

Perfil físico-químico de soro de queijo elaborado com leite de cabras alimentadas com raspa de mandioca

(Leal, N.S.; Gonçalves, H.C.; Veiga-Santos, P.; Marques, R.O., Crisóstomo, C,; López, F.J.P. nº 66) .................. 159

Processo seletivo de equinos em atividade terapêutica: atividade do projeto equoterapia da UNESP/Dracena

(Mariana Siqueira Araújo, Kátia de Oliveira, Beatriz Queiroz dos Reis, Giovani Augusto Campos Oliveira, Ana

Carolina Duarte, Amanda Mantovani, Letícia Dreossi. nº 51) ............................................................................ 162

Produção e altura de corte de capim-marandu sob sombreamento submetido ao manejo de interceptação de

luz (Santana, E.A.R.; Silva, L.A.C.; Alves, T.R.R.; SILVA, J. A. II V.; Costa, C.; Meirelles, P.R.L. nº 31) .................. 163

Propriedades químicas de um Argissolo vermelho sob diferentes usos e manejo (Souza, C. L.; Bonini, C. S. B.;

Heinrichs, R.; Ibãnez, T. B.; Dourado, F. A.; Garcia, G.C.;Romeiro, E. R. nº 27) .................................................. 167

Qualidade dos fenos de tifton e alfafa sobre o perímetro abdominal de equinos (Tsuzukibashi, D.1;Oliveira, K.;

Costa, C.; Reis, B.Q.; Meirelles, P.R.L.; Protes, V.M.;Soutello,R.V.G.;Watanabe, M.J. nº 20) ............................ 171

Relação da produtividade de B. decumbens e dos atributos físicos do solo (Ibañez, T. B; Bonini, C. S. B.;

Heinrichs, R.; Dourado, F. A.; Pedro, F. G. nº 29) ............................................................................................... 174

Relações de consumo de matéria seca e peso vivo com eficiência alimentar em bovinos Nelore (Maria Isabel

Betetti, Bruno Fagundes Lage, Evelyn Rangel dos Santos, Natalia Trevizan, Joslaine Noely dos Santos Gonçalves

Cyrillo, Lúcia Galvão de Albuquerque. nº 21) ..................................................................................................... 178

Rendimento de cortes comerciais e eficiência biológica de bovinos Nelore confinados alimentados com

Cloridrato de Zilpaterol (Rizzieri, R. A.; Melo, G. F.; Brichi, A. L. C.; Costa, C. F.; Arrigoni, M. D. B.; Millen, D. D.

nº 14) .................................................................................................................................................................. 181

Resistência do anti-helmíntico moxidectina em bezerros da raça nelore na fase pós-desmame na região oeste

do estado de São Paulo (Fachiolli, D.F.; Dellaqua, J.V.T.; Souza, O.A.; Rovere, C.G.S.; Saes, I.L.;Soutello, R.V.G.

nº 40) .................................................................................................................................................................. 184

Seletividade de ingredientes em dietas para bovinos Nelore confinados alimentados com Cloridrato de

Zilpaterol (Melo, G. F; Rizzieri, R. A; Brichi, A. L. C; Costa, C. F; Filho, E. A; Martins, C. L. nº 11) ....................... 186

Silagem de planta inteira de soja com adição de milho ou polpa cítrica. (Müller, L.R.; Padovan, I.M.; Pariz, C.M.;

Meirelles, P.R.L.; Costa, C. ;Castilhos, A.M. nº 35) ............................................................................................. 189

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Suplementação com vitamina D (25-OHD3) e qualidade óssea de frangos de corte1 (Baldo, G.A.A.; Almeida

Paz, I.C.L.; Garcia, E.A.; Molino, A.B.; Amadori, M.S.; Vieira Filho, J.A. nº 9) ..................................................... 193

Termografia infravermelha na avaliação do ajuste de sela inglesa em cavalos atletas: relato extensionista do

NEQUI – UNESP/Dracena (Amanda Mantovani Pereira, Kátia de Oliveira, Leda Gobbo de Freitas Bueno, Ana

Carolina de Almeida Duarte, Mariana Siqueira Araújo, Beatriz Queiroz do Reis, Giovani Augusto Campos

Oliveira, Karina Kai. nº 45) .................................................................................................................................. 197

Uso do teste de Whiteside para diagnóstico da mastite subclínica em vacas de corte (Zanin, R.; Ludovico, C.;

Ratti Júnior, J.; Ribeiro, M.G. nº 32) ................................................................................................................... 198

Utilização do Suplemento Aminoácido Vitamínico (Promotor L®) na alimentação artificial energética de abelhas

Apis mellifera africanizadas (Barros, D.C.B.; Orsi, R.O.; Kadri, S.M.; Zaluski, R. nº 2) ........................................ 202

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A importância da alimentação artificial para abelhas Apis mellifera

africanizadas

Barros, D.C.B.¹; Orsi, R.O.²; Kadri, S.M.³; Zaluski, R.4 ¹Graduando do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu ²Professor Dr UNESP – Campus de Botucatu ³Doutorando em Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu 4Mestrando em Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu

Introdução

A criação racional de abelhas Apis mellifera africanizadas que caracteriza a apicultura é de extrema importância, pois contribui para o processo de polinização, além de possibilitar a exploração de produtos apícolas de grande importância nutricional e farmacêutica. A produção de mel, pólen, própolis, cera, geleia real e apitoxina também são de grande importância para a geração de emprego e renda, sendo que o Brasil possui grande possibilidade de maximizar a produção desses produtos, devido a sua extensão territorial e riqueza de flora apícola. Atualmente um dos desafios da apicultura é aumentar a produtividade, sendo que para isso uma das condições necessárias é garantir a manutenção das colmeias durante os períodos de escassez de floradas, quando geralmente ocorrem grandes perdas de enxames. O período de escassez de floradas conhecido como entressafra, geralmente prejudica a sobrevivência das abelhas devido à deficiência de nutrientes, o que compromete o desenvolvimento, a manutenção e a reprodução das colônias, diminuindo o tempo de vida destes insetos e favorecendo o aparecimento de doenças.

Desenvolvimento A apicultura é uma atividade de grande importância, que contribui para a manutenção e

preservação dos ecossistemas terrestres. O Brasil apresenta excelente potencial para a atividade apícola, que ainda é pouco explorada (EMBRAPA, 2013).

Uma das exigências para o desenvolvimento, manutenção, reprodução e longevidade das abelhas africanizadas ao longo do ano, é que suas exigências nutricionais sejam supridas. As necessidades nutricionais das abelhas na natureza são supridas exclusivamente por meio do alimento coletado por esses insetos. O néctar fornece os carboidratos e sais minerais, e o pólen, além de fornecer sais minerais, fornece proteínas, vitaminas e lipídeos (PAULINO, 2004).

Para evitar a perda de enxames durante os períodos de escassez de florada alguns apicultores oferecem alimentação energética e proteica para as abelhas. A alimentação artificial possibilita a manutenção dos enxames, além de preparar as colmeias para o período de produção (PAULINO, 2013).

O alimento artificial pode ser disponibilizado na forma líquida, pastosa ou sólida, tendo função de subsistência ou atuando como estimulante. A alimentação de subsistência é feita visando suprir a ausência da alimentação natural coletada nas flores. A alimentação estimulante é feita com antecedência de aproximadamente dois meses do início da florada principal, e serve para estimular a postura da rainha, aumentando a população de abelhas, consequentemente aumentando a produção apícola (WOLF, 2007).

Diversos são os alimentos energéticos utilizados no preparo da alimentação artificial para abelhas: mel residual (50 % de mel + 50 % de água), xarope de açúcar com água (60 % de água + 40 %

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de açúcar), xarope de açúcar invertido (5 kg de açúcar + 1,7 litros de água + 5 g de ácido tartárico ou cítrico), rapadura de cana de açúcar (fornecida em forma de pasta) e garapa de cana- de açúcar, são os alimentos mais utilizados pelos apicultores. O xarope de açúcar é o alimento energético de subsistência mais utilizado na alimentação das abelhas (PAULINO, 2013). Conclusão

Conclui-se que o oferecimento da alimentação artificial é imprescindível e têm efeitos positivos e diretos com o rendimento e a produção da atividade apícola e sobre a manutenção e crescimento dos enxames. Referências Bibliográficas EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção de mel. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel>. Acesso em: 15 de julho de 2013. PAULINO, F.D.G. Apicultura-Manual do agente de desenvolvimento rural: Alimentação artificial. Brasília: Sebrae, cap.13, p. 107-114, 2004. PAULINO, F.D.G. Alimentação em Apis mellifera L.: Exigências nutricionais e alimentos. Anais... 1° Simpósio de Nutrição e Alimentação Animal - XIII Semana Universitária da Universidade Estadual do Ceará - UECE, Ceará, p.56-70, 2013. WOLFF, L.F. Alimentação de enxames em apicultura sustentável. Pelotas: Circular Técnica nº 63, 2007. Disponível em: <http://www.cpact.embrapa.br/publicacoes/download/circulares/Circular_63.pdf>. Acesso em: 15 de julho de 2013.

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Acompanhamento das atividades assistidas por animais (AAA) em pacientes

portadores de autismo na APAE de Dracena/SP Carvalho¹, G. da S; Poiatti¹, M. L., Ferreira¹, H. M., Tomaz¹, A. A., Santos¹, G. N. B. dos [email protected] ¹Discentes do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, Rod. SP 294, km 651, 17900-000, Dracena, SP E-mail: [email protected];²Docente do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, E-mail: [email protected] Introdução: As atividades assistidas por animais (AAA) têm conseguido inúmeros benefícios, sendo atualmente reconhecida como um das práticas terapêuticas mais eficientes nos tratamentos de pacientes com diferentes transtornos físicos, neurológicos e emocionais. A utilização de cães na AAA tem sido bastante positiva para auxiliar pacientes com autismo. No Brasil, cerca de um milhão de pessoas são atingidas por esse transtorno que provoca distúrbios comportamentais de diferentes graus. Os principais sintomas apresentados são problemas de comunicação e linguagem, dificuldades de socialização e comportamentos repetitivos. É comprovado, como benefícios físicos, que as atividades assistidas por cães conseguem a melhora do bem-estar dos pacientes, do encorajamento das funções da fala, redução da pressão sanguínea e frequência cardíaca, além do afastamento do estado de dor. Objetivos: O objetivo do trabalho é realizar atividades assistidas por cães em pacientes autistas, vinculados à APAE de Dracena, visando benefícios físicos, mentais, sociais e emocionais. Métodos: Equipes compostas por docentes, alunos bolsistas da Proex e voluntários da Unesp de Dracena, além de profissionais da saúde e educação, vinculados ao projeto, realizam visitas semanais na APAE de Dracena. Os cães, comprovadamente sadios e dóceis, conduzidos pelas equipes são considerados co-terapeutas e efetuam as sessões de AAA que geralmente duram em torno de uma hora e meia. Os assistidos são motivados a interagir com os animais, com práticas que permitem exercícios supervisionados, passeios com os cães, brincadeiras ao ar livre, escovação e afagos na pelagem, abraços e atitudes que demonstrem o estreito contato entre paciente e o animal. Os pacientes autistas estão sendo avaliados para que possam ser comprovados os benefícios das AAA. As sessões estão sendo filmadas, fotografadas e as ações, anotadas em planilhas. Resultados: O contato com os cães têm permitido respostas mais rápidas nos pacientes, com estímulos à memória e ao aspecto cognitivo, sendo que emocionalmente, o tratamento se apresenta como uma ótima ferramenta para diminuir ansiedade, promover relaxamento, proporcionar alegria, aumentar a autoconfiança e assim, diminuir o estresse. Possibilita, ainda, benefícios sociais pela diversão e diminuição do isolamento, oportunidade de comunicação e convivência mútua, troca de informações, socialização, motivação e segurança dentro do grupo. Da mesma forma, os cães co-terapeutas também são beneficiados, pois demonstram comportamentos que expressam satisfação, alegria e carinho pela prática das atividades realizadas. Conclusão: As AAA vem conseguindo auxiliar efetivamente o tratamento dos pacientes autistas, desde que foram implantadas há quase um ano. Hoje, na presença dos animais, os pacientes conseguem responder mais rapidamente aos estímulos, demonstrando afeto e carinho, interagindo de maneira mais presente nas brincadeiras. Apresentam sinais de diminuição da ansiedade e procuram explorar mais os animais, deixando de realizar os movimentos repetitivos característicos desse transtorno. Palavras-chave: Autismo, atividade assistida, cães.

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Análise bromatológica de capim-marandu em sistema integrado de produção

agropecuária

Sekiya, B.M.S.¹; Santana, E.A.R.2; Aranha, A.S.3; Domingues, M.S.3; Lupatini, G.C.4; Trivelin, G.A.5 1Discente do curso de Engenharia Agronômica da UNESP – Campus de Dracena. [email protected] 2Discente do Programa de Pós-graduação em Zootecnia da FMVZ/UNESP, Botucatu. 3Discente do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Animal da UNESP Dracena/Ilha Solteira. 4Docente da UNESP – Campus de Dracena. 5Discente do curso de Zootecnia da UNESP – Campus de Dracena.

Introdução

A degradação das pastagens é um dos maiores problemas da pecuária brasileira, afetando diretamente a sustentabilidade do sistema produtivo (KICHEL; MIRANDA; ZIMMER, 1999). Os sistemas integrados de produção agropecuária, caracterizados pela integração de animais, plantas forrageiras e componente arbóreo em uma mesma área, é uma técnica agronômica sustentável desenvolvida para a recuperação de pastagens. Nesses sistemas, além do reestabelecimento da biomassa forrageira e aumento da capacidade de lotação da pastagem, é possível aumentar do valor nutritivo da forragem (PACIULLO et al., 2007), fornecendo também ao produtor a possibilidade de extrair grãos e outros produtos de origem animal como carne, leite, lã e fibras, o que gera aumento da renda da propriedade devido a ampla exploração econômica.

A qualidade de uma forragem é determinada pelo seu valor nutritivo e pela quantidade que é consumida pelo animal, entre outros fatores. Van Soest (1994) cita o teor de proteína bruta (PB) e a fibra em detergente neutro (FDN) como parâmetros importantes para a avaliação do seu valor nutritivo.

Melhores valores nutricionais da forragem foram observados por Paciullo et al., (2007) em U. decumbens submetidas ao sombreamento. Por outro lado, muitos estudos apontam a diminuição de produtividade de algumas espécies forrageiras submetidas ao sombreamento (MARTUSCELLO et. al., 2009).

Objetivos O objetivo do presente estudo foi avaliar a composição bromatológica de Urochloa brizantha

(Syn. Brachiaria brizantha) cv. Marandu em sistemas integrados de produção agropecuária com diferentes distâncias e arranjos de árvores.

Material e métodos O experimento foi conduzido na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA -

Polo Regional do Extremo Oeste localizado em Andradina/SP. O local situa-se a 20º53’38” de latitude sul e 51º23’1” de longitude oeste, e possui 400 m de altitude. O clima predominante na região é o Aw, caracterizando-se como tropical chuvoso com inverno seco e mês mais frio com temperatura média superior a 18ºC.O solo da área experimental é classificado como Argissolo Vermelho-amarelo Distrófico, com camada superficial arenosa e declividade média do terreno de 6%. Os dados climáticos do período experimental foram coletados pela estação meteorológica da APTA (Tabela 1).

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O plantio do eucalipto (clone i-224) e da cultura da soja foi realizado em dezembro de 2012 e a semeadura do milho com capim foi realizada em dezembro de 2013. O híbrido de milho utilizado foi BG 7049, plantado em espaçamento entre linhas de 0,80 m, sendo a forrageira utilizada Urochloa brizantha cv. Marandu, com espaçamento de 0,20 m entre linhas, sendo 8 kg ha-1 de sementes puras e viáveis.

Foram avaliados dois tratamentos em delineamento de blocos casualizados com quatro repetições, sendo estes: 1 linha - Sistema agrossilvipastoril com árvores de eucalipto plantadas em linhas simples (200 árvores ha-1) e 3 linhas - Sistema agrossilvipastoril (500 árvores ha-1), tendo ambos os tratamentos espaçamento de 3 m entre linhas e 2 m entre plantas.

O corte do capim foi realizado a 0,05 m do solo em maio de 2014. As amostras coletadas foram acondicionadas em sacos de papel e em seguida, secas em estufa de circulação forçada de ar a 65ºC por 72 horas, moídas e submetidas posteriormente às análises bromatológicas. Procedeu-se a moagem do material seco utilizando-se um moinho tipo Willey com peneira de 1 mm de malha. Para avaliação da composição químico-bromatológica da forragem, foram efetuadas as determinações de massa seca total e proteína bruta (Silva & Queiroz, 2002). Para a determinação da fibra em detergente neutro (FDN), utilizou-se o método de Van Soest (1994). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância ANOVA e ao teste de comparação de médias, Tukey ao nível de 5% de significância.

Resultados e Discussão Os valores de PB e FDN do capim-marandu nos diferentes arranjos e distâncias das linhas de

eucalipto são apresentados na Tabela 2. Os teores de PB não apresentaram diferenças (P>0,05) entre os tratamentos. O teor de PB foi inferior ao mínimo necessário para atender as exigências dos microrganismos ruminais (7% PB), segundo Detmann et al. (2010). Os baixos teores de PB se devem às condições climáticas desfavoráveis durante o período de desenvolvimento da forrageira, além de que esta estava em idade avançada na avaliação (150 dias).

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Não houve efeito significativo entre os arranjos espaciais e nem em relação às distâncias das árvores para os teores de FDN (Tabela 2). Coelho et al. (2014) avaliaram dois arranjos espaciais [linhas duplas 9 × (2 × 2m) e linha simples (9 × 2m)] e dois locais de amostragem (no centro da entrelinha e sob a copa das árvores) e encontraram diferenças (p<0,10) em função do arranjo, sendo os maiores teores em linhas duplas de árvores. Os autores afirmam que o maior teor de FDN ocorreu devido ao efeito do sombreamento sobre o aumento na produção de colmos em plantas sombreadas, que buscam luz por meio de alongamento de colmos. Pode-se dizer também que maturidade do capim em função da idade avançada (150 dias) é grande responsável pelos altos valores de FDN nas duas distâncias e sistemas.

Van Soest (1994) afirma que o teor de FDN tem grande influência sobre o consumo voluntário e valores superiores a 55-60% interferem negativamente no consumo de forragem. Desta forma, a concentração de FDN encontrada em ambos sistemas estudados esteve acima de tais valores, o que provavelmente pode restringir o consumo voluntário de animais em pastejo.

Os resultados de produção foram numericamente superiores para o sistema com uma linha de árvores comparado à de linha tripla e com maior produção de massa seca de forragem distanciada em 10 metros da linha de eucalipto comparado a dois metros. Omaior sombreamento da pastagem mais próxima ao componente arbóreo fez com que a gramínea não expressasse plenamente seu potencial de produção, provocando queda da produtividade.

Conclusões Os arranjos espaciais de eucaliptos e a distância em relação às árvores não afetaram a

composição bromatológica do capim-marandu durante a fase de formação. Referencias ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC. 1970. Official methods of analysis of the association of official analytical chemists. 11.ed. Washington, D.C. 1015p. COELHO, J.S.; ARAÚJO, S.A.C.; VIANA, M.C.M.; VILLELA, S. D. J.; FREIRE.; F.M.; BRAZ, T.G.S. Morfofisiologia e valor nutritivo do capim-braquiária em sistema silvipastoril com diferentes arranjos espaciais. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 3, p. 1487-1500, maio/jun. 2014 DETMANN, E.; PAULINO, M.F.; VALADARES-FILHO,S.C. Otimização dos recursos forrageiros basais. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 7., 2010, Viçosa. Anais... Viçosa: SIMCORTE, 2010. P.191-240. KICHEL, A. N.; MIRANDA, C. H. B.; ZIMMER, A. H. Degradação de pastagens e produção de bovinos de corte com a integração agricultura x pecuária. In: Simpósio de produção de gado de corte, 1., 1999, Viçosa. Anais... Viçosa: UFV, 1999, p. 201 - 234. MARTUSCELLO, J.A.; JANK, L.; GONTIJO NETO, M.M.; LAURA, V.A.; CUNHA, D.N.F.V. Produção de gramíneas do gênero Brachiaria sob níveis de sombreamento. R. Bras. Zootec., v.38, n.7, p.1183-1190, 2009. PACIULLO, D. S. C.; CARVALHO, C. A. B. de; AROEIRA, L. J. M.; MORENZ, M. J. F.; LOPES, F.C.F; ROSSIELLO, R. O. P. Morfofisiologia e valor nutritivo do capim-braquiária sob sombreamento natural e a sol pleno. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.42, n.4, p.573-579, abr. 2007. SILVA, D. J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos (métodos químicos e biológicos). Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2002. p.235. Van SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2.ed. Ithaca: Cornell University Press, 1994. 476p.

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Análise bromatológica de rações para cães adultos

Cardoso, R. G. A.¹, Oliveira, J. A.¹, Cruz-Polycarpo, V. C. ¹Graduando do curso de Zootecnia – UNESP – Campus de Dracena. ²Docente do curso de Zootecnia – UNESP – Campus de Dracena.

Introdução: Os alimentos para animais de estimação começaram a ser industrializados no Brasil em 1980, porém até 1994 sua produção era inexpressiva. A produção nacional dos mesmos vem apresentando um importante crescimento, tanto no volume, quanto na variedade de produtos comercializados. Este crescimento é atribuído essencialmente à praticidade, maior facilidade de armazenamento, conscientização dos proprietários de animais quanto à qualidade nutricional dos alimentos industrializados e maior disponibilidade e variedade de produtos. A indústria da alimentação animal está tão evoluída que o termo “ração”, largamente utilizada para expressar “dieta balanceada” em outras produções animais, vem sendo substituída, neste segmento, por “alimentos completos”. Muitos produtos comerciais são classificados, como completos e balanceados para todas as fases do ciclo de vida dos animais, outros, são recomendados para estágios específicos do ciclo de vida (crescimento, mantença, cães idosos). Os produtos de propósitos gerais apresentam vantagens como: conveniência, bons resultados em cães em meia-idade e têm a confiança dos proprietários em geral. Porém, possuem como desvantagem o fato de serem formulados para animais em crescimento, podendo assim, superalimentar o animal em mantença e superalimentar o animal praticante de atividades físicas. Conceitualmente, os produtos formulados para estágios específicos da vida são preferíveis. Objetivo: Avaliar se as matérias primas fornecidas nas rações dos cães estavam de acordo com os valores fornecidos pelos rótulos das embalagens das rações. Métodos: No mês de Outubro de 2013, 4 marcas comerciais de rações secas e úmidas para cães adultos comercializadas em supermercados, pet shops e casas agropecuárias da cidade de Dracena-SP, (super Premium) foram adquiridas para as análises. Foram determinados os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra bruta (FB), extrato etéreo (EE) e matéria mineral (MM). Resultados: De acordo com os resultados encontrados neste estudo verifica-se que dentre as marcas de alimentos secos e úmidos fornecidos para os cães adultos apenas o (PB) estava de acordo com os valores fornecidos pelos rótulos das embalagens, e a não conformidades dos outros podem estar relacionadas com problemas de formulação das rações ou de controle de qualidade.

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Análise bromatológica em rações de cães filhotes

Cardoso, R. G. A.¹, Oliveira, J. A.¹, Cruz- Polycarpo, V. C. ¹Faculdade de Zootecnia, UNESP – Câmpus Experimental de Dracena, e-mail: [email protected]

Introdução Nas últimas décadas ocorreu proporcionalmente um aumento da população de cães e ao estreitamento de sua relação com os seres humanos, um grande avanço quanto à nutrição e alimentação destes. O conhecimento a respeito de suas necessidades nutricionais possibilitou o crescimento do mercado de alimentos completos. Todavia, a expansão do mercado de alimentos para cães não ocorre de maneira objetiva sem o devido dispêndio com pesquisa e divulgação.

A afetividade entre os animais de estimação e os seres humanos tem propiciado melhor qualidade de vida em sociedade, além de auxiliar na recuperação de adversidades, como por exemplo, em doenças crônicas e terminais, motivando o estado psicológico dos pacientes.

O Brasil representa a quarta maior nação do mundo em população total de animais de estimação e a segunda em relação a cães e gatos, com mais de 106 milhões de animais em escala nacional, contando aves, peixes, cães e gatos (REVISTA CÃES e GATOS, 2013).

Hoje, os animais de estimação são membros da família, e com isso recebem cada vez mais atenção e tratamentos de melhor qualidade.

Dessa forma, torna-se indispensável proporcionar aos animais saúde e qualidade de vida, aumentando a longevidade e garantindo o seu bem-estar. Nesse sentido, a alimentação é primordial nesse processo, pois uma nutrição balanceada pode funcionar como importante medida de saúde preventiva. Objetivo

O objetivo deste trabalho foi avaliar a veracidade dos valores nutricionais fornecidos pelos rótulos das embalagens de rações para cães. Matérias e Métodos Foram adquiridas no mês de Outubro de 2013, aleatoriamente, 4 marcas comerciais de rações secas e úmidas para cães filhotes, comercializadas em supermercados, pet shops e casas agropecuárias da cidade de Dracena-SP, sendo do segmento super Premium, baseando-se nos critérios de Case et al. (1998).

Foram determinados os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra bruta (FB), extrato etéreo (EE) e matéria mineral (MM), segundo a metodologia de AOAC (CUNNIF, 1997).

As rações foram moídas em micro moinho em peneira de 1mm e processadas em triplicata segundo metodologia compatível com a AOAC (CUNNIF, 1997). Os valores observados (VO) foram comparados com os valores declarados (VD) no rótulo pelo fabricante. Adotando-se uma tolerância de 10% na análise, de acordo com a legislação em vigor (BRASIL, 1976), criou-se o seguinte critério de classificação quanto à adequação de rótulo: em conformidade (C) - rações que apresentaram resultados da análise laboratorial de acordo com os valores declarados no rótulo; em não conformidade (NC) - rações que apresentaram resultados da análise não de acordo com os valores declarados.

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Resultados e Discussões

Verificou-se que nas Tabelas 1 e 2 das rações secas, quanto à matéria seca (MS) e extrato etéreo (EE), 87% e 75% dos alimentos não estavam em conformidade, respectivamente. Nas análises de fibra bruta (FB) e proteína bruta (PB), 87,5% e 75% dos alimentos estavam em conformidade com os valores declarados nos rótulos, respectivamente, ou seja, apresentavam resultados de acordo com os valores declarados. Já, quanto à matéria mineral (MM), todos os alimentos analisados não estavam e conformidade com os valores declarados pelo rótulo.

Na análise de Matéria Seca e Matéria Mineral das rações secas para cães filhotes nenhum dos alimentos estavam em conformidade com os valores obtidos pelos rótulos. Na análise de Proteína Bruta, todos os alimentos estavam em conformidade com os valores declarados. Na análise de Extrato Etéreo, único alimento que não apresentou valores próximos aos fornecidos pela embalagem foi o número 1 (22,12%). Na análise de Fibra Bruta, todos os valores obtidos estavam em conformidade com os fornecidos pela embalagem do alimento: 1 (3,31%), 2 (2,90%), 3 (2,69%) e 4 (2,75%).

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Na análise de Matéria Seca das rações úmidas para cães filhotes, todos os alimentos não estavam de acordo com os valores declarados nos rótulos: 1 (52,42%), 2 (50,31%), 3 (51,31%) e 4 (50,14%).

Para a análise de Matéria Mineral, os alimentos que apresentaram conformidade com os valores fornecidos pelo rótulo foram: 1 (2,74%) e 4 (2,44%). O restante dos alimentos apresentaram valores diferentes dos valores declarados: 2 (3,62%) e 3 (3,66%).

Na análise de Proteína Bruta todos os alimentos estavam em conformidade com os valores declarados: 1 (9,40%), 2 (8,19%), 3 (8,87%) e 4 (8,10%)

Para a análise de Extrato Etéreo apenas o alimento número 2 (7,46%) estava em conformidade. O restante apresentou resultados diferentes dos que foram fornecidos pelos rótulos das embalagens. Nas análises de Fibra Bruta todos os valores estavam em conformidade: 1 (2,24%), 2 (1,83%), 3 (2,06%) e 4 (0,86%). Conclusões

Diante dos resultados encontrados neste estudo verifica-se que dentre as marcas de alimentos secos e úmidos fornecidos, conclui-se que nem todas estão de acordo com os valores fornecidos pelos rótulos das embalagens e essas não conformidades podem estar relacionadas com problemas de formulação ou de controle de qualidade. As empresas devem preocupar-se mais com os testes de rotulagem para não informar dados errôneos em suas embalagens, e assim, não prejudicar a saúde dos animais que consomem esses alimentos. Referências Bibliográficas BRASIL. Decreto nº 76.986, de 06 de janeiro de 1976. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 07 de janeiro de 1976, 1976. Seção 1, p.499.

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CÃES e GATOS. São Paulo, Sp: Curuca, 19 set. 2013. Disponível on-line em: <http://bit.ly/IXVhtW >, acesso em: 02 set. 2014. CASE, L. P.; CAREY, D. P.; HIRAKAWA, D. A. Nutrição canina e felina: manual para profissionais. Madrid: Harcourt Brace, 1998. CUNNIFF, P. Official methods of analysis of AOAC International. 16.ed. Gaithersburg: AOAC, 1997. v.1,p.1-45.

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Análise econômica de uma propriedade de leite semiextensiva no município

de Ilha Solteira/SP

Carli, M. E. S1; Sabbag, O. J.2; Beline, M.1; Ferreira, S. S.1 1 Acadêmicas do curso de Zootecnia – UNESP Campus de Ilha Solteira/SP. E-mail: [email protected] 2 Docente do curso de Agronomia e Zootecnia – UNESP Campus de Ilha Solteira/SP. E-mail: [email protected]

Introdução O Brasil possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, porém com índices zootécnicos

abaixo dos alcançados em regiões de clima temperado. Formado principalmente por animais zebuínos e seus mestiços, a exploração leiteira é caracterizada pela baixa utilização de insumos, com os animais mantidos em pastagens de baixo valor nutritivo e com produtividade baixa (VERCESI FILHO, 1999).

Segundo dados do IBGE (2012), o estado de São Paulo possui um total de 10.757.383 cabeças bovinas, com uma produção anual de 1.689.715 mil litros de leite. No município de Ilha Solteira, encontra-se um total de 26.909 cabeças bovinas, com uma produção anual de 2.505 mil litros.

O planejamento é essencial para o gerenciamento de decisões operacionais, táticas e estratégicas. Neste sentido, estudos têm sido realizados visando identificar os principais indicadores zootécnicos e econômicos que influenciam a rentabilidade dos sistemas de produção de leite no Brasil (KRUG, 2001; GOMES, 2005).

Ainda assim, os dados obtidos da apuração dos custos de produção têm sido utilizados para identificação do ponto de equilíbrio do sistema de produção de leite, bem como instrumento de apoio ao produtor no processo de tomada de decisões seguras e corretas (LOPES & CARVALHO, 2000).

Neste contexto, a necessidade de analisar economicamente a atividade leiteira é importante, pois o produtor passa a conhecer e a utilizar, de maneira diferente e econômica, os fatores de produção (terra, trabalho e capital). A partir daí, localiza os pontos de estrangulamento e concentra esforços gerenciais e/ou tecnológicos para obter sucesso na atividade e atingir os seus objetivos de maximização de custos (LOPES & CARVALHO, 2000).

Objetivo

O objetivo do presente trabalho foi analisar economicamente a atividade leiteira em um sistema semiextensivo de produção pertencente ao município de Ilha Solteira/SP.

Materiais e Métodos A propriedade fica localizada no município de Ilha Solteira/SP, com latitude 20º25'58" sul,

longitude 51º20'33" oeste e altitude de 335 m. O levantamento das informações foi realizado por meio de entrevista semiestruturada com o produtor, residente em uma área total de 6 ha no Assentamento Estrela da Ilha, o qual possui um rebanho de 12 vacas, sendo que destas, 83% encontram-se em lactação, com uma produção de 4500 litros por mês. O período de avaliação econômica foi relativo ao ciclo mensal, sendo os preços empregados referentes ao mês de Julho de 2014.

A estimativa de custo de produção do leite está de acordo com a estrutura utilizada pelo Instituto de Economia Agrícola (MATSUNAGA et al., 1976), o qual compõe-se de custo operacional efetivo (COE), com a utilização de mão de obra e insumos; o custo operacional total (COT), resultante

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do COE acrescido da depreciação linear e despesas gerais. Acrescentando-se ao COT com a remuneração do capital fixo, obteve-se o custo total de produção (CTP).

Os indicadores de rentabilidade utilizados no trabalho foram os considerados por Martin et al. (1997), sendo: receita bruta, obtida pelo fator multiplicativo da quantidade produzida e o preço recebido pelo produtor; receita líquida, pela diferença entre a receita e os custos totais; e o índice de lucratividade, correspondente a proporção da receita bruta que se constitui em recursos disponíveis, em relação à receita líquida obtida. Foi verificado ainda o ponto de nivelamento, que se refere ao mínimo que se deve produzir (em quantidade) para cobrir os custos com a produção, bem como ao preço de equilíbrio, resultante do custo total de produção sobre a produtividade obtida.

Resultados e Discussões O investimento necessário para a estrutura (capital fixo) da atividade foi de R$ 72.400,00,

sendo que o curral e a estrutura de barracão perfizeram 76% dos itens de maior investimento para o sistema leiteiro.

Com relação aos custos oriundos do sistema de produção (Tabela 1), o COE (custo operacional efetivo) resultou em R$ 2.387,80, sendo que os insumos (ração balanceada, inseminação, vacinas, medicamentos, dentre outros) corresponderam a 87% do COE. O COT (custo operacional total) foi avaliado em R$ 2.660,19, envolvendo as demais despesas e a depreciação de instalações/equipamentos, com vida útil média de 10 anos. Obteve-se ainda um CTP (custo total de produção) de R$ 2.834,19, considerando a remuneração do capital fixo da atividade.

Segundo Leone apud Furtado (2007), no gerenciamento dos custos são analisadas todas as entradas e saídas, desde insumos a produtos acabados e, portanto, auxiliam o administrador nas operações e no processo de tomada de decisão do planejamento de todas as atividades que determinam o lucro.

Na Tabela 2, têm-se os indicadores de rentabilidade para a produção de leite. Foi considerado o preço médio pago ao produtor (R$ 1,10/litro) para uma produção de 4.500 litros/mês. Desta forma, a receita bruta foi de R$ 4.950,00, apontando para uma lucratividade de 42,74%. Verificou-se ainda que para a produção cobrir os seus custos, é necessário vender 2.577 litros ou comercializar a um

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preço mínimo de R$ 0,63/litro para a quantidade produzida, inferindo que a produção nesta condição é lucrativa, representando assim, um aumento superior aproximado de 74,6% para a quantidade e preço ofertados.

Conclusões A análise da produção de leite mostra-se de extrema importância sob a ótica econômica,

apresentando bons indicadores de rentabilidade para uma renda liquida satisfatória, evidenciando assim um parâmetro básico de gestão de custos da atividade.

Referências FURTADO, E. L. Produção de mel: um estudo de caso sobre a análise do custo de produção dos apicultores associados à associação apícola caririense. 2007. Projeto de Conclusão de Curso (Bacharel em Administração) – UNIRG. 35 p. GOMES, S. T. Benchmark da produção de leite em MG. 2005. Disponível em: <http://www.milkpoint.com.br/mn/espacoabertoartigo.asp?nv=1&id_artigo=23393&area=23&perM=12&perA=2005>. Acesso em: 01 Jan 2005. IBGE. Produção da Pecuária Municipal 2012. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. KRUG, E.E.B. Estudo para identificação de benchmarking em sistemas de produção de leite no Rio Grande do Sul. 2001. 191 f. Dissertação (Mestrado em Administração para Executivos)- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. LOPES, M. A.; CARVALHO, F. M. Custo de produção do leite. Lavras: UFLA, 2000. 42 p. (Boletim Agropecuário, 32). MARTIN, N. B; SERRA, R; OLIVEIRA, M. D. M; ÂNGELO, J. A; OKAWA, H. l. Sistema “CUSTAGRI”: sistema integrado de custos agropecuários. São Paulo: IEA/SAA, 1997. p. 1-75. MATSUNAGA, M; BEMELMANS, P.F; TOLEDO, P.E.N; DULLEY, R.D; OKAWA, H; PEDROSO, I.A. Metodologia de custo utilizada pelo IEA. Agric. em São Paulo, v.23, n.1, p.123-39, 1976. VERCESI FILHO, A. E. Pesos econômicos para seleção de gado leiteiro. 1999. 77 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Escola de Medicina Veterinária/Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1999.

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Análise sensorial de iogurtes elaborados com Lactobacillus acidophilus e

cultura láctica comercial

Andréa Machado Lopes1, Maria Luiza Poiatti2, Marina Saranholi Prandini11, Kathlen Fracine Leite1, Paulo César da Silva Santos1, Jacqueline Antunes Martins de Almeida1 ¹Discentes da Faculdade de Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Campus de Dracena/SP. Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, km 651, Bairro das Antas, 17900-000, Brasil. E-mail: [email protected] ²Docente da Faculdade de Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Campus de Dracena/SP. Email: [email protected]

Introdução: Dentre os produtos lácteos, o iogurte destaca-se por possuir excelente aceitabilidade pelo mercador consumidor, sendo seu consumo considerado um hábito saudável pela maior parte da população. Este alimento consiste numa rica fonte de carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais,obtido a partir da fermentação do leite com culturas protossimbióticas de Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus. Além destas, outra cultura com potencial probiótico que pode ser utilizada pela indústria para elaboração de iogurtes é o Lactobacillus acidophilus. Objetivo: Avaliar sensorialmente iogurtes elaborados com leite integral e com baixa concentração de lactose, com adição de L. acidophilus e cultura láctica comercial. Material e Métodos: Este trabalho foi realizado no Laboratório de Tecnologia de Produtos de Origem Animal da UNESP, Campus de Dracena. Foram avaliadas oito amostras de iogurtes, elaborados a partir de leite pasteurizado, divididos em quatro tratamentos: T1 - Iogurte integral; T2 - Iogurte integral + L. acidophilus (LA-5 Chr Hansen®); T3 - Iogurte baixa lactose + cultura láctica comercial (MO 032 Sacco®); e T4 - Iogurte baixa lactose. A análise sensorial dos iogurtes foi realizada por 35 provadores não treinados (alunos, professores e servidores da Unesp de Dracena), três dias após a fabricação, sendo as amostras codificadas em T1, T2, T3 e T4, apresentadas em copos descartáveis de 200 mL cada, adicionados com e sem saborizante de morango, e avaliadas por atributos: aparência, aroma, textura, viscosidade, cor e sabor; e pontuações: ótimo, bom, regular e ruim. Resultados: Os resultados consideraram os atributos aroma (bom em 57,14% para T2 e 62,86% para T4) e sabor (bom para 40% para T3 e 48,57% para T4), recebendo as melhores classificações para os iogurtes adicionados com sabor morango. O T1 recebeu a classificação ruim em 34,29% para sabor e regular, em 45,71% para o T2, com adição do sabor morango. Os atributos aparência e cor receberam a classificação ótima nos tratamentos T3 e T4, sendo os que agradaram o maior percentual dos avaliadores. A adição de L. acidophilus conferiu maior acidez ao T2 e 14,29% foram classificadas como ruim, apesar de conferir maior aroma ao produto. Conclusões: Os melhores resultados da avaliação sensorial de iogurtes foram proporcionados pela adição de cultura láctica comercial e de baixo teor de lactose. Palavras-chave: Avaliação sensorial, cultura láctica, iogurte, Lactobacillus acidophilus.

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Análises físico-químicas de mel de abelhas jataí (Tetragonisca angustula)

cultivadas em Dracena, estado de São Paulo Mylena de Mattos Ferreira¹; Daniel Nicodemo², Edison Alves da Rocha³ ¹Discente do Curso de Zootecnia da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus de Dracena. Email: [email protected] ²Docente da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus de Dracena. Email: [email protected] ³ Assistente de Suporte Acadêmico II (Área de atuação: Química) da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus de Dracena.

Introdução

O mel é um alimento geralmente encontrado em estado líquido viscoso e açucarado, que é produzido pelas abelhas a partir do néctar recolhido das flores e processado pelas enzimas digestivas desses insetos, sendo armazenado em favos ou potes em suas colmeias para servir-lhes de alimento. O mel das abelhas sem ferrão possui 80% mais propriedades medicinais do que o mel das abelhas Apis mellifera (ARAÚJO et al., 2010).

O mel da abelha jataí (Tetragonisca angustula), além de saboroso e suave, é bastante procurado por suas propriedades medicinais. Embora essas abelhas produzam mel em menor quantidade que as Apis mellifera, esse produto tem consumidores distintos, dispostos a pagar altos preços pelo produto no mercado (CARVALHO et al., 2005). Além do mel, a jataí produz própolis, cera e pólen de boa qualidade. Apesar da sua importância enquanto produtora de mel, a legislação brasileira não dispõe de regulamentação para esse produto diferenciado do mel de Apis. O mel de meliponídeos tem um maior valor ecológico e comercial que o mel de abelhas Apis mellifera, embora a produtividade das abelhas com ferrão seja superior. Por esta razão, o mel de abelhas sem ferrão se apresenta como uma importante alternativa para agregar valor econômico aos ecossistemas brasileiros, de forma sustentável (ARAÚJO et al. 2010). Objetivo

O objetivo desse trabalho foi estudar amostras de méis de colônias de abelhas jataís criadas em Dracena, estado de São Paulo, quanto a parâmetros físico-químicos, visando conhecer as eventuais variações da qualidade desse produto que ainda não dispõe de legislação própria que estabeleça padrões de qualidade. Materiais e Métodos

Foram retiradas amostras de mel de seis colônias de abelhas jataí, cultivadas na UNESP, Campus de Dracena, no mês de Julho de 2014. Após a colheita, os méis foram colocados em potes de plásticos transparentes e mantidos em ambiente refrigerado (4º C).

A colheita foi feita pela manhã de um dia ensolarado, para evitar alteração da umidade no mel. Foram realizadas as análises de umidade, acidez livre, acidez total, acidez lactônica, pH, proteínas e cinzas (ALMEIDA-MURADIAN; BERA, 2008). Resultados e Discussões

A umidade do mel de abelha jataí obtido em Dracena variou de 26,9% a 29,3% (Tabela 1). Resultados semelhantes foram obtidos por Iwama (1977) com amplitude de 22,7 a 35,4% e Anacleto et al. (2009), que verificou variação da umidade de 23,0 a 32,5%.

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Os valores obtidos para pH variaram de 5,1 a 7,3. Os valores obtidos para pH não estão dentro da amplitude de valores encontrados em amostras de méis de diferentes espécies de meliponídeos, que geralmente variam de 3,2 a 4,5 (CORTOPASSI-LAURINO; GELLI, 1991). O pH das amostras de mel de abelhas jataí foi maior quando comparado com o valor de pH de amostras de mel das mesmas abelhas analisados por Anacleto et al. (2009) que variaram de 3,54 a 4,64. Porém Iwama (1977) obteve valores de 3,2 a 7,4, sendo a amplitude verificada no presente trabalho coerente com esses dados.

A acidez livre variou de 7,5 a 30,5 meq.kg1, a acidez lactônica de 2 a 7,5 meq.kg–1 e a acidez total de 9,5 a 32,5 meq.kg–1. Resultados encontrados para acidez livre, total e lactônica estão dentro dos parâmetros de 5,9 a 50 meq.kg–1 para méis de Apis mellifera. Para a acidez livre, uma amostra apresentou valor bem acima da média (30,5 meq.kg–1).

Os precipitados de proteínas variaram de 0 a 0,6 mL. Segundo IAL (2005), um depósito acima de 3 mL indica que o mel é de má qualidade, um depósito de 0,6 a 3,0 mL, indica que o mel é puro e, caso o mel seja adulterado, não há formação de precipitado de proteínas. As porcentagens de cinzas variaram de 0,23% a 0,70%, com valor médio de 0,40%, sendo semelhantes aos resultados encontrados por Anacleto et al., (2009) e Carvalho et al., (2005) que foram de 0,21 a 0,50% de cinzas.

O mel de Jataí obtido em Dracena, no mês de julho de 2014,apresentou umidade entre 27,1 e 29,3%.

Quanto aos índices de acidez, houvealta variaçãopara o grupo de colmeias estudadase novas análises devem realizadas para definição de amplitude aceitável para tal característica.

O pH variou de 5,0 a 7,2, o teor de proteínas de 0,0 a 0,6 e o teor de cinzas de 0,2 a 0,7. Os resultados demonstram que a legislação atual pertinente ao mel de Apis melífera não é adequada para todos os caracteres analisados do mel de abelhas jataís, reforçando a necessidade de uma legislação específica para o melde abelhas jataís. Referências ALMEIDA-MURADIAN, L. B. ; BERA, A. . Manual de controle de qualidade do mel. 1. ed. São Paulo: APACAME, 2008. 32 p.

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ANACLETO, D.A.; SOUZA, B.A.; MARCHINI, L.C.; MORETI, A.C.C.C.Composição de amostras de mel de abelha Jataí (Tetragonisca angustula latreille, 1811). Ciência e Tecnologia dosAlimentos, v.29, n.3, p.535-541, 2009. ARAÚJO, A.L.L.; FERNANDES,E.A.N.; BACCHI, M.A. Estudo da composição química do mel de abelhas sem ferrão. In: CongressoBrasileiro de Apicultura e CongressoBrasileiro de Meliponicultura, 18., 4., 2010, Cuiabá-MT, Anais..., Cuiabá-MT, 2010.CD-ROM. CARVALHO, C.A.L. et al. Mel de abelha sem ferrão: contribuiçãopara a caracterização físico-química. Cruz das Almas: Universidade Federal da Bahia/SEAGRI-BA, 2005. CORTOPASSI-LAURINO, M.; GELLI, D. S. Analyse pollinique, propriétés physico-chimiques et action antibactérienne des miels d’abeilles africanisées Apis mellifera et de Méliponinés du Brésil. Apidologie, v.22, p.61-73, 1991. INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 4.ed, São Paulo: Ed. Adolfo Lutz, 2005. IWAMA, S. Coleta de alimentos e qualidade do mel de TetragoniscaangustulaangustulaLatreille (Apidae, Meliponinae). São Paulo, 1977. 134 p. Dissertação (Mestrado em Ciências) -Instituto de Biociências, Universidade de Pão Paulo –USP.

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Aplicação de fertilizante organomineral à base de torta de filtro na adubação

de cobertura no feijoeiro Oliveira,L.1; Faustino, A.M.2; Oliveira, E.L.S.2; Santos, L.F.M.S.2; Monteiro, L.F.G.2 1Doutorando da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/Jaboticabal-UNESP. Docente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC. email:[email protected] 2Discente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC 2Discente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC 2Discente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC 2Discente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC

Introdução

O Brasil é o maior produtor mundial de feijão com produção média anual de 3,5 milhões de toneladas, para este ano a previsão é de 3,8 milhões de t. Dentre os elementos minerais essenciais o nitrogênio (N) é o que com mais freqüência limita o desenvolvimento, a produtividade e a biomassa da maioria das culturas (LOPES et al., 2004). O N, que pode ser disponibilizado às plantas e que define o potencial produtivo das culturas, provém do ar atmosférico, no caso da maioria das leguminosas, da matéria orgânica do solo, da reciclagem dos resíduos de culturas anteriores e dos fertilizantes nitrogenados de origem mineral e orgânica (KLUTHCOUSKI et al., 2009). Entretanto se não aproveitados pelas plantas pode poluir o solo e uma das formas que poderiam minimizar estas perdas seria o uso de N na forma orgânica com o uso da torta de filtro.

Nunes Júnior (2008) relata que a torta de filtro é um excelente produto orgânico para a recuperação de solos exauridos ou de baixa fertilidade, que sai da filtragem das moendas das usinas com 75-80% de umidade, e que sua composição química média apresenta altos teores de matéria orgânica e P, sendo, também, rica em nitrogênio e cálcio, além de teores consideráveis de potássio, magnésio e micronutrientes. O N encontrado na torta de filtro é orgânico, sendo que a liberação do mesmo se dão gradativamente, por mineralização e por ataque de micro-organismos no solo. Objetivo

O objetivo do trabalho foi avaliar o uso de torta de filtro como adubação de cobertura na cultura do feijão no fornecimento de N e comparar com a adubação química à base de uréia e organomineral. Material e Métodos

O experimento foi realizado na ETEC Prof. Carmelina Barbosa, localizado no município de Dracena, no setor de experimentos agrícolas da escola. A cultura utilizada foi o feijão da cultivar Pérola do grupo carioca em sistema irrigado. Foram coletadas amostras de solo nas camadas de 0 a 20 cm para realização de análise química de acordo com procedimentos descritos em Raij et al. (2001) e se aplicou 50 kg/ha de N na adubação de cobertura 30 dias após o plantio. O experimento foi instalado no dia 06 de maio de 2014 e colhido 107 dias após o plantio (DAP) e foram realizadas 3 avaliações(57, 87 e 107 DAP). O delineamento experimental foi em blocos casualizados com quatro tratamentos: T1(torta de filtro); T2 (50% do N à base de torta de filtro (TF) e 50% do N à base de uréia(organomineral)); T3 (uréia) e T4(testemunha), com quatro repetições, totalizando 16 parcelas experimentais em uma área de 3 x 2 m cada parcela. As variáveis analisadas foram altura de planta, diâmetro de caule, número de vagens e produtividade kg/ha.O resultados das análises da torta de filtro foram: Nitrogênio – N 14,8 g . Kg-1; Fósforo – 10, 0 P 20 5 g . Kg-1; Potássio – 1,0 K 2 O g . Kg-1;

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Cálcio – CaO 17,8 g . Kg-1 Magnésio – Mg O 12,0 g . Kg-1 Enxofre - S 1,7 g . Kg-1 Umidade 719,4 g. Kg-1; Matéria Orgânica 732,2 g . Kg-1 Carbono 425,7 g. Kg-1 Relação C/N 29:1.

Resultados e discussão Em todos os tratamentos analisados não houve diferença significativa entre si nas variáveis

altura de plantas, diâmetro de caule e número de vagens. Para produtividade o tratamento à base de organomineral obtiveram maiores índices produtivos em relação aos demais tratamentos, e houve efeito significativo do organomineral em comparação a testemunha. Nakayama et. al. (2013) comparando fertilizantes organominerais com fertilizantes minerais na cultura do feijão observou-se que o primeiro apresentou maior produtividade , corroborando resultados do presente estudo. Silva et.al. (2013) trabalhando com diversas doses e épocas de alicação de um determinado adubo orgânico na cultura do feijão, concluiu que não houve diferença significativa para número de vagens e produtividade comparados com a testemunha, resultado semelhante ocorreu no presente trabalho para o número de vagens, porém não para a produtividade. E um experimento realizado na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade de Engenharia/UNESP - Campus de Ilha Solteira, localizada no município de Selvíria-MS em maio de 2013 avaliando várias doses de organominerais em sulco e cobertura no feijão, concluiu-se que os modos e as doses não afetaram a produtividade da cultura e a testemunha não diferiu significativamente dos demais tratamentos. Resultados quecontrapõem o trabalho de Ferreira et al. (2009), que observou que o emprego da adubação com organomineral proporcionou aumentos significativos nos valores médios na produtividade de feijão e que se assemelha com os resultados do presente trabalho. Uma das explicações relatadas no trabalho citado na Unesp de Ilha Solteira foi o fato das baixas doses de adubo organomineral (150 a 350 kg/ha) e as boas condições nutricionais do solo, pois a mesma preocupação foi cogitada antes da instalação do presente estudo, não obstante, utilizamos doses na ordem de 3000 kg/ha de organomineral, baseados nas quantidades de N da ureia (45% N) e da torta de filtro (1,48% N). A explicação do organomineral resultar em maiores produtividades pode estar relacionado as distintas solubilidades do N químico e orgânico, o primeiro fornece N prontamente disponível e o orgânico fornecendo menos, entretanto gradualmente, ocasionando menos perdas por volatilização e lixiviação.

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Conclusão No tratamento em que se utilizou o organomineral resultou em maiores produtividades no

feijoeiro e houve diferença significativa deste tratamento com a testemunha. Referências FERREIRA, E. G.; JUNIOR, N. J. M. Biomassa microbiana do solo e produtividade do feijão submetido a diferentes tipos de adubação. In: ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 18. 2009, Londrina. Anais... Londrina-PR, CD-ROM, 2009. KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L.F.; AIDAR, H. (Ed.). Fundamentos para uma agricultura sustentável, com ênfase na cultura do feijoeiro. Santo Antônio: Embrapa arroz e feijão, 2009. 452p. LOPES, A.S. et al. Sistema plantio direto: bases para o manejo da fertilidade do solo. São Paulo: Associação Nacional para Difusão de Adubos, 2004. 110p. NAKAO, A.H. et al. Efeito de doses e modos de aplicação do organomineral sobre a produtividade do feijoeiro. In: CONGRESSO NACIONAL DE PESQUISA E FEIJÃO, 11., 2014, Londrina. Anais... Londrina: CONAFE, 2014. Disponível em: <http://www.conafe2014.com.br/>. Acesso em: 09 set. 2014. NAKAYAMA, F. T.; PINHEIRO, G.A.S.; ZERBINI, E.F. Eficiência do fertilizante organomineral na produtividade do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) em sistema de semeadura direta. Fórum Ambiental da Alta Paulista, v. 9, n. 7, p. 122-138, 2013. NUNES JÚNIOR, D. Torta de filtro: de resíduo a produto nobre. Idea News, Ribeirão Preto, v. 8, n. 92, p. 22-30, 2008. RAIJ, B. van et al. Análise química para avaliação da fertilidade de solos tropicais. Campinas: Instituto Agronômico, 2001. 285 p. SILVA, G. N. et al. Aplicação de adubos organominerais na cultura do feijão (Phaseolus vulgaris L.) In: SEMANA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO UNIARAXÁ, 10., 2013, Araxá. Anais... Araxá: Centro Universitário do Planalto de Araxá, UNIARAXÁ, 2013.

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Atividades assistidas por cães (AAC) e os benefícios proporcionados aos

alunos da Apae de Dracena/SP

Ferreira*¹, H. M., Carvalho², G. da S, Santos², G. N. B. dos, Tomaz², A. A., Santana¹, B. F., Poiatti², M.L. *[email protected] ¹Discentes do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, Rod. SP 294, km 651, 17900-000, Dracena, SP E-mail: [email protected]; ²Docente do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, E-mail: [email protected]

Introdução: A realização de tratamentos terapêuticos em portadores de necessidades especiais vem conseguindo alcançar, por meio de práticas que envolvem as atividades assistidas por cães (AAC), inúmeros benefícios aos alunos assistidos. Os pacientes têm apresentado melhoria das condições psicológicas, pedagógicas e sociais, além de diminuição do estresse e aumento da autoestima e demonstração da afetividade. Nas AAC atuam profissionais de diversas áreas da saúde e da educação, com a supervisão do médico veterinário, para garantir o bom estado nutricional e sanitário dos animais, livres de estresse ou enfermidades que comprometam a execução das ações. Objetivos: o trabalho visa promover a prática de atividades assistidas por cães co-terapeutas que interajam com os estudantes portadores de necessidades especiais, visando benefícios mentais, físicos, sociais e principalmente emocionais. Material e métodos: Equipes compostas por docentes, alunos bolsistas da Proex, voluntários da Unesp de Dracena e profissionais da saúde e educação, vinculados ao projeto, realizam ações na APAE de Dracena. Desde 2011 o projeto tem levado a aproximadamente cinquenta alunos, algumas práticas diferenciadas que auxiliam no tratamento terapêutico. Uma vez na semana, durante o período de uma hora e meia, as equipes uniformizadas e identificadas como pertencentes ao projeto, se deslocam até a APAE para desenvolverem atividades assistidas. Cães adultos sadios, de raças comprovadamente dóceis como Labrador, Golden Retriever, Boxer, Pug, Poodle, dentre outras, com vacinação e vermifugação em dia, são guiados e treinados para desenvolverem atividades assistidas que permitam exercícios supervisionados, passeios e brincadeiras ao ar livre, escovação da pelagem, afagos, abraços e atitudes que demonstrem o estreito contato entre paciente-animal. As alunas bolsistas são responsáveis pela escala das equipes, pelo agendamento do transporte e pelos registros de filmagem, fotografias e anotações sobre os progressos conquistados pelos pacientes. Resultados: Em quatro anos de existência do projeto, os benefícios podem ser comprovados pela melhora do bem-estar dos pacientes, do encorajamento das funções da fala, redução da pressão sanguínea e frequência cardíaca, além do afastamento do estado de dor. O contato com os cães, segundo relatos da equipe de profissionais que trabalham na APAE, permite respostas mais rápidas, com estímulos à memória e ao aspecto cognitivo, sendo que emocionalmente, o tratamento se apresenta como uma ótima ferramenta para diminuir ansiedade, promover relaxamento, proporcionar alegria, aumentar a autoconfiança e no grupo e assim, diminuir o estresse. Possibilitam, ainda, benefícios sociais pela diversão e diminuição do isolamento, oportunidade de comunicação e convivência mútua, troca de informações, socialização, motivação e segurança dentro do grupo. Conclusões: as AAC têm conseguido beneficiar os alunos portadores de necessidades especiais, trazendo maior satisfação e estímulo à realização das práticas terapêuticas pela grande interação com os cães do projeto. Palavras-chave: Atividade assistida, cães, portadores de necessidades especiais, terapia.

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Avaliação cinemática linear à guia e montada em cavalos atletas Ana Carolina de Almeida Duarte *1, Kátia de Oliveira², Beatriz Queiróz dos Reis ¹, Amanda Mantovani Pereira¹, Giovani Augusto Campos Oliveira¹, Mariana Siqueira Araújo¹, ¹Acadêmica(o) do Curso de Zootecnia UNESP/Dracena, ² Professora da disciplina de Equideocultura UNESP/Dracena. [email protected]

Introdução

Os métodos cinemáticos são importantes para avaliar as irregularidades de locomoção dos equinos. As avaliações cinemáticas proporcionam diversos parâmetros descritivos do movimento das articulações, como as variações angulares e lineares durante o ciclo de locomoção. Os parâmetros lineares são de mais fácil obtenção e estão constituídos pelo comprimento da passada (CP) e distância de pegadas, sendo consideradas de grande importância para avaliação da locomoção de equinos (Barrey et al., 2002). Contudo, estes parâmetros podem sofrer alteração em sua obtenção, de acordo com a maneira em que os cavalos são encaminhados à avaliação, ou seja, à guia ou montado. Esta consideração baseia-se no fato de que o cavalo está submetido aos desequilíbrios posturais do cavaleiro durante a montaria (Rosa, 2006). Neste trabalho, identificou-se uma alteração negativa na qualidade do passo do cavalo, nas situações em que os sujeitos possuíam pouca habilidade de equitação, com o encurtamento da passada pelo animal. Portanto, a investigação de metodologia para obtenção de parâmetro cinemático linear, torna-se imprescindível na identificação precoce dos distúrbios na biomecânica de cavalos atletas. Objetivo

Objetivou-se comparar metodologias de avaliação em equinos, à guia e montado, para obtenção de parâmetro cinemático linear, nos andamentos ao passo e no trote. Material e Métodos

O experimento foi realizado no haras RR – São Pedro/SP e foram utilizados 8 equínos da raça Quarto de Milha. O delineamento experimental utilizado foi em bloco casualizados, no qual cada animal foi considerado um bloco, totalizando em oito repetições por tratamento. Os cavalos foram submetidos à duas metodologias para obtenção de parâmetro cinemático linear, no qual os cavalos forma encaminhados á passarela de avaliação à guia ou montado. A avaliação montada foi feita por um cavaleiro habilitado, sendo o mesmo em todas as mensurações. A variável cinemática analisada foi o comprimento da passada (CP), nos andamentos ao passo e ao trote. Estas variáveis foram mensuradas usando análise bidimensional, por meio de videogrametria. Sendo assim, os cavalos foram filmados durante passagem pela passarela, no qual os dados foram gravados mediante uso de câmera de filmagem. Duas passadas pela raia para cada cavalo/tratamento foram realizadas ao passo em velocidade média de 1,3 m/s e ao trote à 5 m/s, monitoradas por fotocélula, de acordo com Janura et al. (2010). A captação do movimento foi feita a uma velocidade de 25 quadros/segundo, com a câmera colocada a 8m de distância, perpendicularmente, a passarela de avaliação. (Hill e Crook, 2010). Desta forma, o CP foi determinado pela distância entre sucessivos apoios do membro anterior esquerdo durante o deslocamento. As variáveis foram submetidas à análise de variância do programa computacional Statistical Analysis System (SAS, 2000). O coeficiente de variação foi usado para expressar a quantidade de variabilidade nas variáveis. O teste estatístico usou probabilidade de 5 %.

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Resultados e Discussão Na tabela 1 encontram-se os resultados, no qual o valor médio do CP ao passo de 162,22 cm

apresentou-se abaixo ao CP de 175 cm verificado para cavalos atletas (Barrey et al., 2002), bem como foi superior ao CP de 157 cm ao passo reunido (Clayton, 1995). Enquanto que o CP ao trote, no atual ensaio, resultou no valor médio de 197,13 cm, sendo inferior ao observado por Clayton (1994), para cavalos de adestramento, de 250 cm. Contudo, deve-se ressaltar que os cavalos utilizados na atual pesquisa foram da raça quarto de milha e, assim, de estrutura física menor aos cavalos de adestramento utilizado por Clayton (1994).

Ainda, não foi possível verificar diferença significativa (P>0,05) entre as metodologias de avaliação estudadas (tabela 1). Tal resposta indica que cavaleiros experientes, por apresentar domínio da equitação, não interferem na biomecânica de cavalos durante avaliação cinemática linear, similarmente ao encontrado por Arruda et al. (2011). Portanto, nas situações em que seja inviável a condução de cavalos à guia, pode-se escolher a opção de avaliação de equinos montados, mediante uso de cavaleiro experiente, por não interferir na biomecânica dos animais. Conclusão Cavalos guiados ou montados, por cavaleiro experiente, podem ser utilizados para avaliação cinemática linear, nos andamentos ao passo e no trote. Referências Bibliográficas ARRUDA, T.Z. et al. Thermographic assessment of saddles used on jumping horses. Journal Equine Veterinary Science, v.31, p. 625-629, 2011. BARREY, E. et al. Early evaluation of dressage ability in different breeds. Equine Veterinary Journal, Suppl., v.34, p.319-324, 2002. CLAYTON, H. M. Conditioning Sports Horses. Mason: Sport Horse Publ., 1994. p.271. CLAYTON, H.M. Comparison of the stride kinematics of the collected, medium, and extended walks in horses. American Journal of Veterinary Research, v.56, n.7, p.849-852, 1995. JANURA, M. et al. The influence of walking speed on equine back motion in relation to hippotherapy. Veterinary Medicine Austria, v.97, p.1-5, 2010. STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM - SAS. SAS user´s: guide statistics. Cary: 2000. 211p. ROSA, L.R. Biomechanical analysis of a horse therapy: the interference of body weight and posture of the symmetry of the quality of the practitioner step horse. In... XII Congresso Brasileiro de Equoterapia. Brasília, p.218-229, 2006.

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PROTOCOLO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA: Protocolo 16/2012 (Comissão de Ética em Uso de Animais – CEUA da UNESP/Dracena)

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Avaliação de características celulares de calos de meristemas de cana-de-

açúcar micropropagados sob diferentes concentrações de 2,4-D

Ventura, G¹; Alves, V.G.C¹, Figueiredo, P.A.M²; Lisboa, L.A.M³; Viana, R.S4 1 Discentes do Curso de Zootecnia e Engenharia Agronômica do Câmpus de Dracena – UNESP. e-mail: [email protected] 2 Docente da Faculdade de Zootecnia e Engenharia Agronômica – UNESP. e-mail: [email protected] 3 Mestre pelo programa de pós-graduação em ciência e tecnologia animal – UNESP 4 Docente da FATEC de Araçatuba

Introdução

A cana-de-açúcar foi uma das primeiras culturas industriais a ser micropropagada em escala comercial (WORLD SUGAR STATISTICS, 2005). Os primeiros trabalhos de cultivo in vitro com cana-de-açúcar registaram a regeneração de plantas a partir de calos (NICKELL, 1964; BARBA & NICKELL, 1969; HEINZ & MEE, 1969). Utilizando a técnica do cultivo in vitro é possível controlar as condições de crescimento das plantas, e assim viabilizar trabalhos com a finalidade de analisar a contribuição de hormônio do tipo auxina na cana-de-açúcar.

A micropropagação é uma alternativa ao processo convencional de propagação vegetativa por meio de colmos. Altas taxas de multiplicação de cana-de-açúcar podem ser alcançadas por esse método, com inúmeras vantagens em relação à multiplicação em campo, como a produção de grande quantidade de mudas de qualidade superior, em tempo e espaço reduzidos (MALHOTRA, 1995). OAcido 2,4-Diclorofenoxiacetico (2,4-D)é uma auxina sintética utilizada na embriogênesesomáticaem cana-de-açúcarno qualcoordenao desenvolvimento das plantas atuando em todos os níveis, desde o celular ate o sistêmicode planta inteira.As concentrações e osdiversos fatores influenciam nas funções exercidas pela auxinaequando acima de uma determinada concentração, pode assumir um duplo efeito nacultura, atuando como auxina e como um agente de estresse (FLOH et al., 2007). Objetivo

O trabalho teve o objetivo de avaliar características celulares de calos de meristemas de cana-de-açúcar micropropagados sob diferentes concentrações de 2,4-D. Material e Métodos

O experimento foi realizado no Laboratório de Morfofisiologia Vegetal da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Dracena, no período compreendido entre Junho de 2013 e Julho de 2014. Foram utilizadas gemas de cana-de-açúcar, variedade RB 86 7515, provenientes de colmos viáveis, com idade aproximada de oito meses, em estágio de primeiro corte. O material vegetal foi fornecido pela Usina Dracena, localizada em Dracena/SP.

Com a finalidade de obtenção dos ápices caulinares a serem destinados para a instalação do experimento, as gemas foram individualizadas, tratadas e em seguida, foram plantadas em vasos com capacidade volumétrica de 9 dm3 e 490,6 cm2 de área. Aos 60 dias após o plantio, cinquenta mini-toletes de cana-de-açúcar foram selecionados, seccionados e lavados em água corrente. Em seguida eliminadas as folhas, deixando somente uma porção de aproximadamente 1,5 cm de comprimento contendo o meristema apical. Os processos de assepsia alcoólica e inoculação dos ápices caulinares ocorreram dentro da Câmara de Fluxo Laminar com lâmpada UV, a fim de evitar contaminação do meio nutritivo básico (MS) e do material vegetal. Os tubos de ensaio contendo o meio nutritivo básico (MS) e todos os materiais de manuseio foram submetidos à autoclavagem antes da instalação dos ápices caulinares, a uma temperatura de 120 ± 1º C e pressão de 1 atm, durante 15 minutos .

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Os ápices caulinares foram isolados e cultivados durante 30 dias em frascos contendo 30 ml de meio nutritivo básico (MS) descrito por Murashige & Skoog (1962), com adição de hormônio sintético auxina, conforme previsto nos respectivos tratamentos descritos na Tabela 1. O material vegetal foi cultivado em câmara de crescimento vegetal com temperatura de 24±1oC, fotoperíodo de 16 horas e intensidade luminosa constante.

O experimento foi realizado em Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC) com 10 concentrações de 2,4-D e 5 repetições, sendo os tratamentos: 0, 0,125, 025, 0,5, 1,0, 2,0, 4,0, 8,0, 16,0 e 32 mg/l, totalizando 50 parcelas. Foram avaliados os seguintes parâmetros: diâmetro das células (DC), diâmetro do núcleo da célula (DN) e número de células por área (NCA). Para avaliação dos tratamentos, as variáveis foram submetidas à análise de variância pelo teste F (p<0,05) e, suas médias, comparadas entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, sendo utilizado o programa estatístico Assistat 7.6 Beta. Resultados e Discussão

Nas características diâmetro da célula (DC) e diâmetro do núcleo (DN) destacou-se o tratamento 1, no qual não recebeu a auxina sintética, contendo somente o meio nutritivo básico. Para a característica número de células por área (NCA) o tratamento 2 contendo 0,125 mg/l de 2,4-D foi superior aos demais tratamentos (Tabela 1). Halperin e Wetherell (1964) disseram que a presença de uma auxina para a indução de calos embriogênicos é imprescindível, podendo ser explicado à característica número de células por área (NCA) ter uma quantidade inferior no tratamento testemunha comparado aos outros tratamentos.

Durante os últimos anos, muitos estudos têm sido publicados analisando a embriogênese somática relacionada a um perfil de expressão gênica. No entanto, estudos que visam uma melhoria dos protocolos para a propagação em massa são realizados insuficientemente (HOENEMANN et al., 2010). Os avanços ainda são limitados pela falta da compreensão dos estímulos e condições necessárias para sua indução e controle da embriogênese somática (LIPAVSKÁ, KONRÁDOVÁ, 2004; FLOH et al., 2007).

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Conclusões

Para a variedade RB 86 7515, a presença de auxina diminuiu o diâmetro de célula e núcleo, no entanto aumentou o número de células por área na concentração de 0,125 mg/l de 2,4-D. Referencias BARBA, R.; NICKELL, L.G. Nutrition and organ differentiation in tissue culture of sugarcane – a monocotyledon. Planta, v.89, p.299-302, 1969. FLOH, E.I.S.; SANTA-CATARINA, C.; SILVEIRA, V. Marcadores bioquímicos e moleculares para estudos da morfogênese in vitro. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental; 2007;13;1992-2001. HALPERIN, W.; WETHERELL, D. F. Adventive embryony in tissue cultures of the wild carrot, Daucus carota. American Journal of Botany, v. 51, n. 3, p. 274-283, 1964. HEINZ, D.J.; MEE, G.W.P. Plant differentiation from callus tissue of Saccharum species. Crop Science, v.9, p.46-348, (1969). HOENEMANN, C.; RICHARDT S.; KRUGER, K,; ZIMMER, A.D.; HOHE, A.; RESING, S.A.; Large impact of the apoplast on somatic embryogenesis in Cyclamen persicum offers possibilities for improved developmental control in vitro. Plant Biology; 2010; 10; 77-93. LIPAVSKÁ, H.; KONRÁDOVÁ, H. Invited review: Somatic embryogenesis in conifers: The role of carbohydrate metabolism. In Vitro Cellular & Developmental Biology – Plant; 2004; 40;23-30.

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MALHOTRA, S.D. Biotechnology and sugarcane. International. Sugar Journal, v.97, p.160-163, 1995. MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A. Revised medium for rapid growth and bioassays with tobacco tissue cultures. Physiologia Plantarum, Copenhagen, v. 15, p. 473-497, 1962. NICKELL, L.G. Tissue and cell cultures of sugarcane: another research tool. Hawaii Plant Recearch, v.57, p.223-229, 1964. WORLD SUGAR STATISTICS. Kent, UK: F.O. Lichts & Agra Information Limited; 2005.

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Captação de cálcio e produção de espécies reativas de oxigênio em

mitocôndrias isoladas de testículo de ratos tratados com gossipol e o efeito

da vitamina E

Bizerra, P.F.V.*; Tavares, M. A.; Guelfi, M.; Medeiros, H. C.; Mazzo, M.; Mingatto, F. E. Laboratório de Bioquímica Metabólica e Toxicológica – LaBMeT - Unesp de Dracena Email: [email protected]

Introdução

Atualmente a nutrição animal possui papel relevante nos sistemas de produção, pois visa melhorar o aproveitamento dos alimentos, gerando menor excreção de nutrientes, possibilitando maior lucro com a atividade (MARCATO; LIMA, 2005).

O farelo de algodão vem sendo utilizado como alternativa de baratear os custos da ração, pelo seu alto valor protéico e seu baixo preço. Resíduo da obtenção do óleo de algodão, que pode ser obtido tanto pelo esmagamento mecânico do caroço como por meio do uso de solventes (IEA, 1994) o farelo de algodão possui um valor nutricional de: 32,1%PB, 89,6%MS, 1,96%EE, 36,7%FDN, 31,2%FDA e 69,7%NDT demonstram que o farelo de algodão é uma ótima fonte para produção de várias classes animais (VALADARES FILHO, 2006). Porém ele possui como fator antinutricional o gossipol, possuindo efeito oxidante, além de afetar a reprodução e a bioenergética mitocondrial podendo limitar mecanismos bioquímicos para as reações fisiológicas, sendo o gossipol um limitante para ser fornecido na alimentação animal.

A vitamina E é uma vitamina lipossolúvel presente nas membranas biológicas, contendo um grupo hidroxila através do qual rege com elétrons desemparelhados, podendo assim reduzir e estabilizar os radicais livres recém-formados (DONNELY et al. 1999; NORDBERG; ARNÉR, 2001). Objetivo

O objetivo do presente estudo foi analisar a ação do gossipol in vivo sobre a homeostase do cálcio e a produção de espécies reativas de oxigênio em mitocôndrias de testículos e o efeito protetor da vitamina E nos efeitos tóxicos da substância. Materiais e Métodos

Todo experimento foi realizado de acordo com os princípios éticos na experimentação animal determinados pela Comissão de Ética em Uso de Animais (CEUA) do Campus de Dracena (Protocolo nº 19/2012). Ratos Wistar machos com aproximadamente 200 g foram divididos em 4 grupos de 6 animais e tratados por 14 dias.

G1: recebeu óleo de milho por gavagem gástrica e dimetilsulfóxido (DMSO) + salina via intraperitoneal (i.p).

G2: vitamina E (100 mg/kg de peso vivo) em óleo de milho por gavagem e DMSO + salina i.p.. G3: gossipol (5 mg/kg de peso vivo) em DMSO + salina i.p. e óleo de milho por gavagem. G4: gossipol (5 mg/kg de peso vivo) i.p. e vitamina E (100 mg/kg de peso vivo) por gavagem.

Após o tratamento os animais foram eutanasiados por decapitação, os testículos foram coletados e homogeneizados. As mitocôndrias de testículo foram isoladas por centrifugação diferencial e foram avaliadas a captação e retenção de cálcio por método espectrofotométrico usando o corante

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arsenazo e a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) por espectrofluorimetria por meio da reação entre o amplex red e a enzima peroxidase de raiz forte.

A significância estatística dos dados experimentais foi determinada pelo teste de análise de variância (ANOVA), seguido do teste de comparações múltiplas de Newman- Keuls, sendo considerados estatisticamente significantes resultados com valores de P < 0,05. As análises foram realizadas por meio do programa GraphPad Prism, versão 4.0 para Windows, GraphPad Software (San Diego, CA, USA 03/04/2003). Resultados

Na análise de captação de cálcio houve diferença significante (P < 0,05) na captação do cálcio pelas mitocôndrias isoladas dos testículos de ratos tratados com vitamina E (G2) em relação ao controle (G1) quando essas foram energizadas com os substratos malato e glutamato (Fig. 1). Entretanto quando energizadas com succinato não houve diferença significante entre os tratamentos (Fig. 2).

Na produção de espécies reativas de oxigênio, houve diferença significante nos ratos tratados com vitamina E (G2), com gossipol (G3) e com vitamina E e gossipol (G4) em relação ao controle (G1) (Fig. 3 e Fig. 4), visto que a vitamina E é o principal antioxidante da membrana das células (THEROND et al., 1996) diminuindo a produção das ERO e o gossipol por ser um desacoplador também implica na redução da produção das ERO.

Algumas substâncias desacopladoras se associam a prótons no exterior da mitocôndria e os liberam na matriz, impedindo assim a formação do gradiente de prótons em que nestas condições, o transporte de elétrons torna-se energeticamente mais favorável e sua velocidade aumenta acarretando uma diminuição da possibilidade de que haja a formação de radicais livres.

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Conclusão

Conclui-se que o gossipol não afetou diretamente a captação de cálcio pelas mitocôndrias e que tanto o gossipol quanto a vitamina E reduziram a produção de ERO pelas mitocôndrias isoladas de testículo de ratos. Referências Bibliográficas DONNELY, E.T.; MCCLURE, N.; LEWIS, S.E.M. Antioxidant supplementation in vitro does not improve human sperm motility. Fertil. Steril., v.72, n.3, p.484-495, 1999. IEA (Instituto de Economia Agrícola). Mercado de Produtos. Informações Econômicas, v.24, n.9, p.43-50, 1994. MARCATO, S.M. AND LIMA, G.J.M.M. Efeito darestrição alimentar como redutor do poder poluente dos dejetos de suínos. Rev. Bras. Zootec., v.34, p.855-863. 2005. NORDBERG, J.; ÁRNER E.S.J. Reactive oxygen species, antioxidants, and the mammalian thioredoxin system. Free Radical Biol. Med., v.31, p.1287-1312, 2001. THEROND, P.; AUGER, J.; LEGRAND, A. and JOUANNET, P. alpha-Tocopherol in human spermatozoa and seminal plasma: relationships with motility, antioxidant enzymes and leukocytes. Mol. Hum. Reprod., v.2, n.10 p.739-744, 1996. VALADARES FILHO,S. C.; MAGALHÃES, K.A.; ROCHA JÚNIOR, V.R.; CAPELLE, E.R.; Tabelas brasileiras de composição de alimentos para bovinos. 2. ed. Viçosa: UFV, 2006. 329p. Apoio Financeiro: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP

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Características bromatológicas da silagem de milho em sistema integrado de

produção agropecuária

Aranha, H. S.1; Andrighetto, C.2; Aranha, A.S3; Shiguematsu, M.M.S4; Oliveira, M.M5; Santos, J.M.F4 1 Discente do curso de agronomia da Faculdade de Ciências Agrárias - UFGD. e-mail: [email protected] 2 Docente da Faculdade de zootecnia – UNESP/Dracena. 3 Mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Animal. 4 Discente do curso de zootecnia da Faculdade de zootecnia – UNESP/Dracena. 5 Discente do curso de engenharia agronômica da Faculdade de zootecnia – UNESP/Dracena.

Introdução

O milho é um dos grãos mais cultivados no país e tem ampla utilização na pecuária, desde silagens da planta inteira ou de apenas parte desta (grãos) até mesmo para produção de grãos que compõem as rações utilizadas na produção animal.

Os sistemas agrossilvipastoris são uma modalidade de uso da terra mais complexa que o cultivo solteiro da pastagem ou de florestas plantadas (BERNARDINO & GARCIA, 2009). A utilização do milho consorciado com capim em áreas com eucalipto possibilita o uso constante do solo permitindo a produção de carne ou leite distribuídos ao longo do ano.

É indispensável a conservação de forragens para o consumo dos animais na época seca do ano e a silagem de milho é amplamente utilizada pelos produtores. A silagem de milho é utilizada devido as características bromatológicas da planta como teor de matéria seca, fibra e carboidratos ideais tanto para produção de uma silagem de qualidade, quanto para atender as exigências nutricionais dos animais. Objetivo

O trabalho teve como objetivo avaliar a composição bromatológica da silagem de milho em consorcio com capim-marandu em sistemas com eucalipto (1 e 3 linhas) e dentro destes, duas distâncias (2 e 10 m). Material E Métodos

O experimento foi conduzido na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) de Andradina, SP. O clima predominante na região é caracterizado pelo clima tropical de altitude, com inverno seco e verão quente e chuvoso. O solo da área experimental é classificado como Argissolo Vermelho-amarelo Distrófico, com camada superficial arenosa e a declividade média do terreno é de 6%. Os tratamentos foram dois arranjos das árvores de eucalipto (1 e 3 linhas) e dentro destes duas distâncias em relação as árvores (2 e 10 m).

Entre as faixas de eucalipto foi utilizado o sistema de integração de milho com Urochloa brizantha cultivar marandu. O delineamento experimental foi em blocos casualizados em arranjo fatorial 2 x 2 (dois sistemas e duas distâncias em relação as árvores). O plantio do eucalipto foi realizado em dezembro de 2012 (clone i-224), e sucessivamente ocorreu a semeadura da cultura da soja (cultivar Potência). A semeadura do milho com capim foi realizada em dezembro de 2013.

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O híbrido de milho utilizado foi to BG 7049, com espaçamento entre linhas de 0,80 m e o capim utilizado foi a Urochloa brizantha cv. Marandu no espaçamento 0,20 m entre linhas com densidade de 4 kg de sementes puras e viáveis por hectare. Os dados climáticos do período experimental foram coletados pela estação meteorológica da APTA (Tabela 1).

A ensilagem do milho ocorreu em março de 2013 com posterior moagem das amostras para análises bromatológicas. As análises da composição bromatológica da silagem de milho foram realizadas no Laboratório de Bromatologia e Análise de Alimentos da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), campus experimental de Dracena, SP. Para moagem do material seco utilizou-se um moinho tipo Willey com peneira de 1 mm de malha. Para avaliação da composição químico-bromatológica da silagem foram efetuadas as determinações de proteína bruta segundo AOAC (ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC, 1970) e os teores de fibra em detergente neutro (FDN) foram efetuados conforme GOERING & VAN SOEST (1970).

Os dados foram submetidos a análise de variância e ao teste de comparação de médias, Tukey ao nível de 5% de significância. Resultados E Discussão

Não houve diferença para proteína bruta e fibra em detergente neutro da planta inteira de milho nos sistemas agrossilvipastoris (Tabela 2). Os dados obtidos corroboram com os de Possenti et al. (2005), que avaliaram silagem de milho em sistema convencional no qual, obtiveram 9,4% de proteína bruta e 62,6% de FDN. O teor de PB foi inferior ao mínimo necessário para atender as exigências dos micro-organismos ruminais (7% PB), segundo Detmann, Paulino e Valadares-Filho (2010).

Os teores de FDN, parecem estar relacionadas à interação da percentagem de sombra com o estádio de maturidade da planta (LIN et al., 2001; SOUSA, 2009). Em condições de elevadas percentagens de sombreamento, as plantas tendem a estiolar com o avanço da maturidade, o que pode resultar em aumentos dos teores de fibra da forrageira.

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Destaca-se no presente trabalho, que a cultura do milho foi prejudicada pela precipitação mal distribuída e abaixo da média histórica, com condições edafoclimáticas críticas para o desenvolvimento desta durante a maior parte de janeiro e fevereiro, período de maior desenvolvimento vegetativo, além da competição com o capim.

Para as distâncias de 2 e 10 metros entre as plantas forrageiras e a linha de eucalipto, que constam na Tabela 2, os resultados de PB e FDN não diferiram. Os resultados demonstraram que o sombreamento existente no espaçamento de 2 m não interferiu nas características bromatológicas da silagem de milho que foram avaliadas e apresentaram valores semelhantes (P>0,05) aos do tratamento de 10 m de distância das plantas até as árvores de eucalipto. Conclusão

Diante dos resultados obtidos, conclui-se que os teores de PB e FDN da silagem de milho foram semelhantes nos sistemas com eucalipto (1 e 3 linhas) e nas duas distâncias (2 e 10 m) avaliadas. Referências ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC. 1970. Official methods of analysis of the association of official analytical chemists. 11.ed. Washington, D.C. 1015p. BERNARDINO, F. S.; GARCIA, R. Sistemas Silvipastoris. Pesquisa Florestal Brasileira. n. 60. p. 77-87, 2009. GOERING, H.K.; VAN SOEST, P.J. Forage fiber analysis (apparatus, reagents, procedures, and some applications). Washington, DC: ARS-USDA, 1970. (Agriculture Handbook, 379). DETMANN, E.; PAULINO, M.F.; VALADARES-FILHO, S.C. Otimização dos recursos forrageiros basais. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 7., 2010, Viçosa. Anais... Viçosa: SIMCORTE, 2010. P.191-240. LIN, C.H.; MCGRAW, M.L.; GEORGE, M.F.; GARRET, H.E. Nutritive quality and morphological development under partial shade of some forage species with agroforestry potential. Agroforestry Systems, 53:269-281, 2001. POSSENTI, R.A.; FERRARI JUNIOR, E.; BUENO, M.S.; BIANCHINI, D.; LEINZ, F.F.; RODRIGUEZ, C.F. Parâmetros bromatológicos e fermentativos das silagens de milho e girassol. Ciência Rural, 35:1185-1189, 2005. SILVA, A.V.; LOPES, F.C.; OLIVEIRA, J.F.U.; GIUNTI, O.D.; BREGAGNOLI, M.; TRANCHES, T.A. Características bromatológicas de silagens isoladas e combinadas de milho, sorgo e girassol. IN: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO. 30., 2014. Anais. Salvador: Embrapa, 2014. CD-ROM SOUSA, L.F. Brachiaria brizantha cv. Marandu em sistema silvipastoril e monocultivo. 2009. 166p. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

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Características corporais de bovinos de corte submetidos a diferentes tipos

de castração Helen de Souza de Oliveira¹, Monique Rabonato Antonioli¹, Murilo Chuba Rodriguês², João Henrique Silva Vera3, Ricardo V. G. de Soutello4 ¹Aluno(a) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Dracena-SP, ²Mestrando da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia “FMVZ”, UNESP, Botucatu-SP, 3Prof. Me. da Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina, Medicina Veterinária, 4Prof. Dr. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” UNESP, Dracena-SP. E-mail: [email protected]

Introdução A pecuária brasileira vem sendo por alguns anos, uma das principais responsáveis pelas

exportações de carne do mundo. O Brasil se destaca por possuir o segundo maior rebanho bovino do mundo, com 188,5 milhões de cabeças, a Índia é o país com maior numero de cabeças do mundo, com 330 milhões, porém não consome produtos dessa origem (ANUALPEC, 2013).

O sistema de criação é uma das principais características da pecuária brasileira, onde cerca de 90% da carne produzida no Brasil é oriunda de sistema extensivo (ANUALPEC, 2013).

Em consequência da adoção desse sistema, os animais levam mais tempo para serem terminados, ocasionando um abate tardio. Uma das ferramentas adotadas para melhorar o manejo do gado, entre outras vantagens, como agregar valor ao produto final e maior aceitação comercial, é o uso da castração.

A castração é feita através da ablação testicular ou do cerceamento funcional de seus órgãos reprodutivos, o que resulta na facilidade do manejo em aspectos comportamentais, sociais e sexuais (MOURA 1996). Em meio às diferentes formas de castração estão o Burdizzo e o método cirúrgico, e em 2011 surgiu no mercado uma vacina que atua como imunocastração dos animais, onde não há atividade hormonal ou química e período de carência da vacina.

Através da castração é possível reduzir a taxa metabólica e a energia de manutenção dos animais na fase de terminação e/ou para alcançar determinadas características decarcaça, como maior deposição de gordura subcutânea que confere melhores atributos na carne. As propriedades organolépticas não são influenciadas pela castração, e ainda auxilia como proteção no decorrer do processo de resfriamento na indústria frigorifica. A castração proporciona outras vantagens como aumento do rendimento do peso do traseiro, maior padronização das carcaças e facilidade de manejo, podendo ter lotes de fêmeas e machos em conjunto sem intenção de acasalamento (KOLB, 1987; OLIVEIRA, SILVEIRA & PEDRA, 2006). Objetivo

O presente trabalho analisou as características corporais de bovinos de corte submetidos a diferentes tipos de castração avaliando a viabilidade de cada método adotado. Material E Métodos

Os dados foram coletados em uma propriedade localizada em Castilho – SP, onde foram usados 84 animais, subdivididos em quatro grupos de 21 animais por tratamento, sendo eles, imunocastração (Bopriva® – vacina que visa estimular o sistema imunológico do animal a produzir anticorpos específicos contra o fator liberador de gonadotrofinas (GnRF ou GnRH)), castração cirúrgica (orquiepididectomia bilateral, ou seja, retirada dos testículos utilizando anestesia local e

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podendo ou não ter ligadura do cordão com fio de sutura), Burdizzo (técnica de angiotripsia, mais conhecida como mecânica, onde a circulação de sangue para o testículo é interrompida) e um grupo controle (não castrado), essa divisão foi realizada de acordo com o peso que os mesmos apresentaram. Os novilhos eram oriundos do mesmo rebanho de matrizes, com a mesma condição nutricional e ambiental, com idade aproximada aos 20 meses e peso médio inicial de 360 kg. Esses animais receberam uma dieta semelhante durante todo período experimental, composta pela forrageira Uruchloa Decumbens e suplementação elaborada com 85,12% de Milho Quebrado, 9,17% de Farelo de Soja, 3,5% de Sal Mineral, 1,43% de Uréia e 0,71% deCalcário. Após esse período, com os animais já terminados e abatidos, realizou se a avaliação de suas características corporais.

Ao fim do período de coleta de dados, submeteu-se os mesmos a análises estatísticas pelo Sistema SAS, com Teste de Dunnett com p>0,05 para comparar os tratamentos contra o grupo Controle e Teste de Tukey com p>0,05 para comparação entre grupos. Resultados E Discussões

Observou-se que os tratamentos T1 e T4 se diferenciaram estatisticamente dos T2 e T3 com Ganho de Peso e Peso Final, dados apresentados na tabela 1.

Entre os tratamentos T2 e T3 que são simultaneamente castração cirúrgica e castração mecânica, não houve contestações estatísticas, o que procrastina o analisado por Soerensen (2001) que averiguou que a castração cirúrgica (orquiepididectomia bilateral) ocasionou maior Ganho de Peso em relação à mecânica, contudo como o mesmo autor descreveu, pode ter sofrido influências no momento da castração, com o emprego de aparelhos diferentes e mão de obra desqualificada que levaram a algum grau de ineficiência no método.

Na tabela 2 o maior numero de animais com peso acima de 17@ (B), e sem acabamento de gordura (F) se encontram no grupo controle, no grupo de animais inumocastrados os dados mostram maior uniformidade com carcaças entre 15 e 17@.

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Conclusões

A imunocastração obteve um resultado intermediário de característica corporal, onde apresentou rendimento de carcaça aproximado aos animais não castrados e acabamento de gordura semelhante aos castrados. Sendo assim obteve ambas as características, consideradas positivas. Por ser um método menos invasivo e com redução de perdas, nota se que é uma técnica compensatória, obtendo características de carcaça ideais e proporcionando menos estresse aos animais, o que ocasiona perda de produtividade. Referências ANUALPEC. (2013). Anuário da Pecuária Brasileira. Instituto FNP, São Paulo, SP, BR. MOURA, A. C.; LUCHIARI FILHO, A. Castração. Pecuária de Corte. São Paulo, v. 6, n. 56, p. 45-47, Maio 1996. KOLB, E. Fisiologia Veterinária. 4º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1987, 612 p. SOERENSE, B.; SOUTELLO, R.V.G. et al. Castração química, cirúrgica e mecânica de bovinos. Estudo comparativo. Revista das Ciências Agrárias e Saúde. FEA, Andradina, v.I, n.2, jul-dez, 2001, p.07-10.

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Características morfoanatômicas foliares de dois cultivares transgênicos de

soja Larissa Escalfi Tristão¹; Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo²; Ronaldo da Silva Viana³; Lucas Aparecido Manzani Lisboa4; Ana Carolina Nunes Domingues de Assumpção5; Victor Gustavo da Cunha Alves 6 ¹ Discente do Curso de Agronomia UNESP Dracena ² Docente da Faculdade UNESP Dracena ³ Docente do Curso de Agronomia UNESP Dracena 4 Docente do Curso de Agronomia UNESP Dracena 5 Docente do Curso de Agronomia UNESP Dracena 6 Discente do Curso de Agronomia UNESP Dracena

Introdução A soja (Glycine max (L.) Merr.) é uma oleaginosa originária da Ásia Oriental e introduzida no

Brasil no Estado da Bahia em 1882. Em função das condições edafoclimáticas, foi cultivada no Rio Grande do Sul com objetivos comerciais a partir do final da década de 1960. No País, a soja é a cultura que mais cresceu nas últimas décadas, sendo hoje responsável por aproximadamente 50% da área plantada de grãos. O aumento de sua produção está associado aos avanços tecnológicos, ao manejo cultural e melhor eficiência dos produtores rurais (MAPA, 2012).

Nesse contexto, está inserido o plantio de culturas geneticamente modificadas, que atualmente ocupa aproximadamente 82,7% das áreas brasileiras cultivadas com soja. As diversas atuações do melhoramento genético nas culturas agrícolas visam à tolerância destes materiais aos herbicidas, resistência a insetos e maior produtividade agrícola e tecnológica, com previsão de expansão dessas novas tecnologias em outras áreas da agricultura.

Entre as vantagens dos alimentos transgênicos, estão a maior produtividade e melhor composição nutricional; aumento na absorção de nutrientes e tolerância aos estresses relacionados a fatores abióticos como seca, calor, salinidade e toxidade de alumínio (FERREIRA, 2009).

A importância da soja reside no fato de ser uma das principais e mais baratas fontes de proteína e óleo vegetal para a segurança alimentar, pois juntamente com o milho formam a base da formulação de rações para a alimentação de aves, suínos e bovinos. Também, em razão dos avanços na indústria de alimentação humana, são utilizados na formulação de vários alimentos (PAULA; FAVERET FILHO, 1998 e COSTA; BRUM, 2008).

A combinação de técnicas de biologia molecular, assim como a transferência exógena de genes, representa uma ferramenta poderosa para introduzir novas características em uma determinada planta (GANDER et al., 1996). Nesse sentido, o conhecimento das modificações morfoanatômicas das espécies vegetais, em função de algum procedimento ou alterações genéticas, pode auxiliar os pesquisadores noaprimoramento e desenvolvimento dos tecidos vegetais, a fim de maximizar suas ações na planta. Objetivo

O objetivo deste presente trabalho foi avaliar as características morfoanatômicas foliares de dois cultivares transgênicos de soja. Material e Métodos

O delineamento experimental utilizado foi em Blocos Casualizados (DBC), com dois tratamentos, ou seja, dois cultivares de soja transgênica: Coodetec-CD219 RR e BMX-Potência RR.

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Foram consideradas 10 plantas de cada parcela como repetições. Cada parcela continha de área útil 10mx10m, totalizando100 m². Antes do plantio da soja, foi realizada a dessecagem do capim Brachiaria decumbiens com glifosato.Após 20 dias da secagem da palhada foi realizada a semeadura, respeitando a quantidade de 20 sementes por metro linear, compondo um stand de 320.000 plantas por hectare. Na adubação de plantio foram aplicados 200 kg ha-¹ de adubo na formulação 00-20-20, segundo Raij et.al,1996.Foram realizadas as adubações de cobertura com 66,5 Kg ha-1 de cloreto de potássio nos estágios de desenvolvimento V.3 – V.4 e V.5 da planta. Nos estágios V.7 ao V.9 foi realizado o controle fitossanitário contra a ferrugem asiática da soja com fungicida Piraclostrobina / Epoxiconazol na dosagem de 0,5 L ha-1 + Óleo Mineral 0,5 L ha-1. Para controle do percevejo verde foi utilizado o produto Metamidofos na dosagem de 0,7 L ha-1. Aos sessenta dias após o plantio foram retirados 10 (dez) fragmentos de folhas distintas coletadas de forma aleatória em diferentes pontos da parcela experimental, retirados da parte central do limbo. Todo material coletado foi fixado em solução F.A.A. 70 (formaldeído 37%, ácido acético e etanol 70% na proporção de 1,0: 1,0: 18,0 – V/V). Após 24 horas, foram lavados em etanol 70% e armazenados em etanol 70% até a data de realização das análises, segundo Kraus e Arduim (1997). Todos os fragmentos de tecidos vegetais receberam os procedimentos pertinentes à desidratação, diafanização, inclusão e emblocagem. Com auxílio de um micrótomo de mesa Leica, contendo lâmina de aço, foram realizadas secções transversais de 8 μm em cada fragmento foliar emblocado. Para a montagem das lâminas histológicas foi escolhida a primeira secção que apresentou o material mais preservado, ou seja, sem danos ou injúrias provocados pelo corte nos tecidos vegetais. Todas as secções escolhidas foram fixadas com adesivo de Mayer (GATEMBY; PAINTER, 1937), coradas com safranina a 1% e montadas em lâminas e lamínulas com adesivo Entellan. Todas as lâminas foram observadas em microscópio óptico Leica. As características morfoanatômicas avaliadas nas folhas foram: espessura do limbo(EL), espessura da epiderme da face inferior ou abaxial (EAB), espessura da epiderme da face superior ou adaxial (EAD), espessura do esclerênquima (EE), espessura do parênquima lacunoso (EPL), espessura do parênquima paliçádico (EPP), espessura do mesofilo (EM), diâmetro dos vasos floemáticos (DF) e diâmetro dos vasos xilemáticos (DX). Resultados e Discussão

O cultivar Coodetec-CD219 RR apresentou valores médios superiores quando comparado com o cultivar BMX Potência RR para as características foliares espessura do limbo (EL), espessura da epiderme da face inferior ou abaxial (EAB), espessura da epiderme da face superior ou adaxial (EAD), espessura do parênquima paliçádico (EPP), embora o mesmo não tenha sido observado nas variáveis espessura do parênquima lacunoso (EPL) e espessura do mesofilo (EM), que se mostraram estatisticamente iguais entre os cultivares. O cultivar Coodetec-CD219 RR apresentou também melhor desenvolvimento para a característica morfoanatômica espessura do esclerênquima (EE), diâmetro dos vasos floemáticos (DF) e diâmetro dos vasos xilemáticos (DX), segundo indicado na Tabela 1.

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Conclusão

O cultivar Coodetec-CD219 RR apresentou maiores dimensões morfoanatômicas foliares, quando comparado com o cultivar BMX-Potência RR. Referências COSTA, N. L.; BRUM, A. L. Aspectos recentes da economia da soja no Brasil. In: BRUM, A.L.; MÜLLER, P. K. (Eds.). Aspectos do agronegócio no Brasil. Ijuí: Unijuí, 2008. p. 197-223. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa Agropecuária de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA, 2006. EMBRAPA. Tecnologias de produção de soja – Paraná: 2005. Londrina: Embrapa Soja, 2004. (Sistemas de Produção, n. 5). FERREIRA, J. G. Técnicas de engenharia genética para produção de transgênicos. Revista Saúde e Ambiente, Duque de Caxias, v. 4, n. 2, p. 40-46, jul./dez. 2009. GANDER, E. S.; MARCELLINO, L. H.; ZUMSTEIN, P. Biotecnologia para pedestres. Brasília: Embrapa-SPI, 1996. 66 p. GATEMBY, J. B.; PAINTER, T. S. (Ed). The microtomist´s vademecum: a handbook of the methods of animal and plant microscopic anatomy. 10. ed. London: J & A. Churchil, 1937. KRAUS, J. E.; ARDUIM, M. Manual básico de métodos em morfologia vegetal.

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Seropédica (RJ): UFRRJ, 1997. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Cultura da soja. 2012. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/soja>. Acesso em: 16 de novembro de 2012. PAULA, S. R.; FAVERET, P. Panorama do Complexo da Soja. [S.l.]: BNDES, 2000. 14 p. RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C.. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed. Campinas: IAC, 1996. (Boletim Técnico, 100).

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Comportamento de cabras e cabritas em pastejo de capim- tobiatã (Panicum

maximum cv. Tobiatã)

Marques, R.O1; Leal, N.S1; Gonçalves, H.C2; Meirelles, P.R.L3; Costa, T.C4; Lomele, R.L.1 ¹ Discentes do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP. e-mail: [email protected] 2 Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu – SP. 3 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP, Botucatu - SP. 4 Discente do curso de Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP.

Introdução

Os caprinos têm por característica serem seletivos, por isso caminham muito pela pastagem em busca das partes mais nutritivas das forrageiras. São animais de porte baixo, cabeça pequena, boca com lábios móveis e ágeis, favorecendo a escolha de partes mais ricas dos vegetais como folhas e brotos. Por consequência, ingerem alimentos com maior teor de conteúdo celular e menor de parede celular (VAN SOEST, 1987).

Os animais desta espécie apresentam uma alta capacidade adaptativa, sobrevivendo e sendo produtivos em todas as condições de ambiente, os caprinos gastam seu tempo em atividades de pastejo, ruminação, interações sociais e ócio além da ingestão de água, defecação e micção.

O tempo dispendido para cada uma dessas atividades depende das características do pasto, condições ambientais e das exigências nutricionais do animal (MACOON, 1999). E existem diferenças entre os indivíduos e as categorias animais quanto à duração e à repartição das atividades realizadas durante o dia que parecem estar relacionadas ao apetite dos animais, as diferenças anatômicas e ao suprimento de suas exigências energéticas. Por isso, estudos em etologia vêm sendo cada vez mais utilizados no desenvolvimento de modelos que servem de suporte às pesquisas e às formas de manejo dos animais de interesse zootécnico (CARVALHO et al., 2004). Objetivo

O objetivo do trabalho foi comparar o hábito de pastejo de cabras e cabritas da raça Parda Alpina em capim tobiatã (Panicum maximum cv. Tobiatã). Material e Métodos

O projeto de pesquisa foi conduzido na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP, Campus de Botucatu - SP, na Área de Produção de Caprinos, localizada na Fazenda Lageado. Foram utilizadas 5 cabras adultas com peso médio de 70 kg no terço final de gestação e 5 cabritas com peso médio de 36 kg, todos os animais da raça Parda Alpina.

Foram feitas três avaliações em dias consecutivos com duração de 9 horas cada (das 8h00 às 17h00), os animais foram mantidos em abrigos durante a noite, seguindo o manejo habitualmente empregado para os caprinos nas fazendas da região. As avaliações foram realizadas nos dias 02, 03 e 04 de agosto de 2014, a variação da temperatura média diária foi respectivamente de 21,2ºC; 22,1ºC e 23,5ºC com zero milímetro de chuva nos três dias. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, sendo os tratamentos as duas categorias animais, com 5 repetições (5 animais por tratamento). As variáveis analisadas foram: os tempos gastos com pastejo, ruminação, ócio e interação social, quantidade de bocados por minuto, total de bocados, ingestão de água, micção e defecção.

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Os tempos de pastejo, ruminação, ócio e interação social foram obtidos por meio de observações visuais dos animais a cada 10 minutos, sendo o tempo total a somatória do total de vezes nas quais os animais foram observados em determinada atividade. Para as variáveis, ingestão de água, defecação e micção foi contato quantas vezes os animais fizeram cada uma das atividades durante as 9 horas de observação. A taxa de bocados foi obtida por meio da contagem direta do total de bocados observados no período de 1 minuto e o total de bocados foi calculado pelo produto entre a taxa de bocados e o tempo de pastejo, em minutos. Os dados observados referentes às observações a cada 10 minutos e a taxa de bocado foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. As variáveis, ingestão de água, micção e defecação foram analisadas pelo teste de Wilcoxon. As análises foram realizadas utilizando-se o pacote estatístico SAEG (UFV, 1999). Resultados e Discussões

Na tabela 1 pode ser observado o total de bocados ao longo do dia e o tempo de pastejo, ruminação, ócio e interação social de acordo com as categorias estudadas.

Com relação ao tempo de pastejo, devido à maior exigência nutricional as cabritas pastejaram por um tempo maior do que o observado para as cabras o que explica o maior tempo em ócio e ruminação dessa categoria. Todavia não foi observada diferença para o número total de bocados. PARENTE et al. (2005) observaram tempo de pastejo maior para cabritas da raça Saanen em pastagem de tifton 85 (cynodon ssp) quando comparado a cabras, o que esta de acordo com o resultado mostrado na tabela 1, porém diferente do que o encontrado no presente estudo, os autores observaram menor quantidade total de bocados para as cabritas e não obteve diferença no tempo de ruminação entre as categorias.

O tempo dispendido com interações (tabela 1) foi maior para as cabritas o que já era esperado por ser um comportamento característico de animais jovens e por essa categoria não estar tão acostumada ao ambiente de pastejo quanto às cabras adultas.

Para as atividades de ingestão de água, defecação e micção ouve diferença entre as categorias para todas as variáveis (tabela 2).

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As cabritas realizaram mais vezes as atividades de ingestão de água, defecação e micção

(tabela 2) isso se deve a terem passado menos tempo em ócio e mais tempo em interação e pastejo (tabela 1) fazendo com que ficassem um período maior ao longo do dia em movimento. Conclusão

A categoria dos animais influenciou todas as variáveis estudadas, com exceção apenas para o número total de bocados, que não apresentou diferença significativa, confirmando que animais de diferentes idades apresentam comportamentos típicos, devido principalmente às atividades lúdicas, diferenças anatômicas e necessidades nutricionais específicas de cada categoria. Referências CARVALHO, P.C.F. O processo de pastejo: desafios da procura e apreensão da forragem pelo herbívoro. In: XXXVI REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 26, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre, p.253-268. 1999. MACOON, B. (1999). Forage and animal responses in pasture-based dairy production Systems for Lactating Cows. Ph.D. dissertation, University of Florida. PARENTE, H.N; SANTOS, E.M; ZANINE, A.M; et al. Habito de pastejo de caprinos da raça saanen em pastagem de tifton 85 (cynodon ssp). Revista da FZVA. Uruguaiana, v.12, n.1, p. 143-155. 2005. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VICOSA. Sistema de Análises Estatística e genéticas – SAEG. Versão 9.0. Viçosa, MG, 2000. VAN SOEST, P.J. Interaction of feeding behavior and forage composition. In: International Conference on Goats, 4, 1987. Proceedings... Brasília: EMBRAPA, p. 971- 987, 1987.

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Comportamento do Preço do Milho no Estado de São Paulo e em Ilha Solteira

(SP)

Oliveira,B.R1.;Bernardes,G.M.S.M2.;Bernardes, E.M.3

1Discente do Curso de Zootecnia de Dracena. email: [email protected]

2Discente do Curso de Agronomia da FE/Unesp. email: [email protected]

3Docente do Curso de Zootecnia Unesp. e-mail: [email protected]

Introdução

Devido à queda no preço do milho nos últimos anos e atual inflação, a ponto de, segundo produtores, não cobrir o custo de produção em certas regiões do País, foi elaborado este resumo com a finalidade de expor o comparativo entre os preços (nominais e deflacionados) através do seguinte questionamento: houve de fato queda dos preços em termos reais? Em Sorriso (MT), por exemplo, entre 6 e 13 de junho do ano de 2013 as cotações do preço do milho cederam 7,5 % no mercado disponível (CEPEA, 2014). E ainda, avaliar, como está a situação dos preços no interior do Estado de São Paulo. Para expressar os preços em termos reais, utilizou-se o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP/DI). O CEPEA (2014) utilizou Zen (2014) o IGP-DI, na análise do preço da arroba do boi gordo. Objetivo

Obter a série histórica de preços do milho no município de Ilha Solteira e compará-la com a série do Estado de São Paulo, tanto em termos nominais quanto deflacionados. Material e Métodos

No primeiro sábado de cada mês, é realizado o levantamento de preços em Ilha Solteira por alunos do curso de Agronomia da Faculdade de Engenharia da Unesp. Em 2011 nos primeiros meses, eram cinco revendas de agropecuária que forneciam os preços regularmente, porém no final do levantamento duas agropecuárias deixaram de fornecer os dados. Assim, as médias referem-se, aos preços de três agropecuárias. Os preços foram tabulados no software Microsoft Excel, e as médias mensais utilizadas no presente estudo. Para o Estado de São Paulo, a partir do site do Instituto de Economia Agrícola (IEA), foram obtidos os preços médios mensais recebidos pelos produtores a partir de 2011, bem como o preço pago por eles pela semente de milho. Para a correção dos preços, utilizou-se o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP/DI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O preço do mês “i” expresso em moeda de Julho 2014 foi calculado, conforme consta em Pindyck e Rubinfeld (2002) da seguinte forma: Preço Real no Mês “i”: (Pi.Ii+j) /Ii ,

em que (Ii+j) é o índice acumulado em julho de 2014. Resultados e Discussão

Gráfico 1:Série de Preços do milho em Ilha Solteira (SP)

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Fonte: Resultado da pesquisa

Gráfico 2: Preços do milho Recebido pelos produtores no Estado de São Paulo

Fonte: IEA e resultado da pesquisa

Nota-se nos gráfico 1 e 2 que houve queda nos preços nominais no Estado de São Paulo, principalmente no último ano, porém praticamente se manteve em Ilha Solteira em 2013 e, ao longo do período todo, cresceram. Já os preços corrigidos, caíram nas duas referências, porém, a queda foi bem mais acentuada no Estado de São Paulo que em Ilha Solteira.

Gráfico 3: Série de Preços de Semente do milho no Estado de São Paulo

R$

po

r K

g

Em moeda corrente

Em R$ de Jul/2014

R$

po

r K

g

Em moeda corrente

Em R$ de Jul/2014

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Fonte: IEA e resultado da pesquisa

Se, por um lado, os produtores do Estado de São Paulo tiveram queda acentuada no preço do

produto que comercializam, por outro, o preço do insumo que utilizam (semente de milho), apresentado no gráfico 3, sofreu menor variação. Comparando-se, por exemplo, os meses de janeiro de 2012 com janeiro de 2013, a queda foi de 18, 72%. Comparando-se Janeiro com qualquer outro mês do período, a queda nunca foi superior a 23,05%. Conclusão

Quando os preços recebidos pelos produtores do Estado de São Paulo caíram, no comércio local de Ilha Solteira não houve repasse dessa queda para os consumidores (que utilizam o milho para alimentação animal). Em termos reais, houve redução de preços no estado 27,21%, entre Abril de 2011 e Janeiro de 2011, para os preços recebidos pelos produtores de milho.

Referências REVISTA EXAME. Preços do milho voltam a recuar, diz Cepea. versão 14/06/2013. Disponível em: <-http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/precos-do-milho-voltam-a-recuar-diz-cepea> Acesso em: 09 set. 2014. CEPEA. Demanda desaquecida por derivados pressiona valor ao produtor. In: Boletim do Leite, ano 20, n.231. Disponível em http://www.cepea.esalq.usp.br/ (acesso em 26/08/2014). Instituto Brasileiro de Economia. Índices Gerais de Preços. FGV/IBRE. Disponível em: < http://www.portalbrasil.net/igp.htm>. Acesso em: 15 ago. 2014. INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA. Preços Médios Mensais Pagos pela Agricultura. Disponível em: <http://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/Precos Medios.aspx?cod_sis=5>. Acesso em: 01 jun. 2012. PINDYCK, R. S. E D. L. RUBINFELD. Microeconomia. 5ª edição São Paulo: Prentice Hall, 2002. cap. 1 (p.11-14). VASCONCELLOS, M.A.S. Economia: micro e macro- teoria e exercícios, 3.ed., São Paulo: Atlas, 2002, 439p. ZEN, S. de. Custos de produção da pecuária de corte. Informativo Cepea. ESALQ: Piracicaba, SP. Disponível em http://www.cepea.esalq.usp.br/ . Acesso em 26/08/2014.

R$

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r K

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Em moeda corrente

Em R$ de Jul/2014

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Comportamento ingestivo de bovinos Nelore submetidos a diferentes

protocolos de adaptação

Melo, G.F.1; Rizzieri, R.A.2; Perdigão, A. 3; Arrigoni, M. D. B. 4; Millen, D. D.5; Martins, C. L. 4 1Graduando da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu. 2Graduando da Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP Botucatu 3 Pós-graduando do PPGZ da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu. Email: [email protected] 4 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu. 5 Docente da Faculdade de Zootecnia e Engenharia Agronômica - UNESP Dracena.

Introdução A utilização de níveis elevados de concentrados nas dietas de terminação de bovinos de corte

demanda maior atenção na formulação, atrelados a limitação de consumo, distúrbios nutricionais e manejo alimentar dos animais. Missio et al. (2010), observaram alterações no consumo alimentar e na ruminação de animais alimentados com esse tipo de dietas. Tendo isso em vista, medidas que possibilitem minimizar ou prevenir casos de distúrbios metabólicos, como a acidose ruminal, podem garantir maior desempenho dos animais e lucratividade do sistema.

Em estudos com diferentes protocolos de adaptação (escada e restrição) para bovinos Nelore alimentados com rações de alto teor de concentrados, verificaram maior peso de carcaça quente e rendimento de carcaça em animais adaptados por 14 dias, comparado ao de 21 dias (PARRA, 2011) e melhora na conversão e eficiência alimentar de animais restritos, adaptados por 9 ou 14 dias (BARDUCCI, 2013). No entanto, ainda não é conhecido até que ponto esse período são eficazes para a raça Nelore, sendo a diminuição de tempo de cocho viável ao sistema de confinamento devido ao fornecimento mais precoce da ração de terminação.

Com base nos fatos descritos, são necessários mais estudos que envolvam a forma e período de adaptação, os quais podem auxiliar no esclarecimento de distúrbios metabólicos decorrentes a inclusão dessas dietas, juntamente proporcionar um melhor desenvolvimento e estabelecimento da saúde ruminal, que é responsável pelo melhor aproveitamento e digestibilidade do alimento. Objetivo

Avaliar em bovinos Nelore confinados os efeitos da duração de protocolos de adaptação a rações de alto teor de concentrados no comportamento ingestivo. Material e Métodos

O estudo foi conduzido na UNESP de Botucatu, no confinamento experimental de bovinos de corte, em um período de 84 dias. Foram utilizados machos não castrados da raça Nelore (n = 120, Peso vivo (PV) = 352,03±19,61kg), provenientes de sistema de recria a pasto. O delineamento experimental foi em blocos casualizados em arranjo fatorial 2 × 2 (protocolo de escada ou restrição e duração de 6 ou 9 dias), sendo os quatros tratamentos experimentais: protocolo de escadas por 6 dias (S6) ou 9 dias (S9) e protocolo de restrição por 6 dias (R6) ou 9 dias (R9). Cada tratamento foi composto por seis baias (5 animais / baia), as quais foram consideradas as unidades experimentais para este estudo.

A adaptação de escada consistiu no fornecimento de dietas com consumo ad libitum e níveis crescentes de concentrados: dieta 1 = 61% de concentrado por 3 ou 4 dias e dieta 2 = 73% de concentrado por 3 ou 5 dias, de acordo com o tempo de adaptação (6 ou 9 dias) até ser fornecida a dieta de terminação com 85% de concentrado, sendo que as dietas foram formuladas com base na

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matéria seca (MS). Na adaptação de restrição utilizou-se a dieta de terminação limitada por quantidade e aumentou-se o oferecimento diário gradativamente até atingir o consumo ad libitum em 6 ou 9 dias, conforme a quantidade de energia líquida de ganho (ELg) das dietas equivalente dentro de cada duração para os diferentes protocolos de adaptação, ou seja, a ELg oferecida para S6 foi a mesma para R6 e para S9 a mesma para R9. As dietas foram compostas por feno de Coast cross, bagaço de cana-de-açúcar in natura, silagem de grãos úmidos de milho, milho seco, farelo de amendoim, torta de algodão, uréia e sal mineral, que foram formuladas segundo o NRC (1996) nível 2.

Os animais foram submetidos à observação visual para avaliação do comportamento ingestivo, sendo observados a cada cinco minutos, durante período de 24 horas. As observações foram realizadas no dia 3, 6 e 9 após o inicio dos protocolos de adaptação (E6, E9, R6 e R9). Foram realizadas 3 observações durante o período de adaptação. Durante as observações foram coletados dados para determinação do tempo despendido em alimentação (TAL), ruminação (TR) e ócio (TO), expressos em minutos, conforme descrito por Johnson e Combs (1991), números de refeições e de visitas ao bebedouro. Foram calculadas as eficiências de alimentação e ruminação da massa seca (EALMS e ERUMS, respectivamente) de acordo com as equações descritas por Carvalho et al. (2006). Os dados foram avaliados por análise de variância utilizando o procedimento PROC MIXED do SAS (2003) e teste de Tukey para comparar as médias (P ≤ 0,05). Resultados e Discussão

Os dados de comportamento ingestivo, encontra na Tabela 1. Os protocolos e as durações causaram mudanças no comportamento ingestivo dos animais. Os bovinos adaptados pelos protocolos de escada sofreram mudanças no conteúdo de fibra das dietas (FDN%, D1 = 38,43%; D2 = 30,25%; e Terminação = 23,74%), não sendo observadas diferenças no tempo despendido para alimentação e quantidades ingeridas no início da adaptação (transição da D1 para D2), no entanto, no dia 9, houve uma redução do tempo de alimentação, equiparando com o de restrição, que pode ser explicado pelo fornecimento da dieta de terminação aos animais adaptados para o E6, ou mesmo pela melhora na eficiência da alimentação de um quilo de matéria seca ao longo das observações.

Ronchesel (2012) adaptou bovinos Nelores utilizando os mesmos protocolos de adaptação com durações diferentes e constatou que após 13 dias de adaptação, os resultados do comportamento ingestivo foram semelhantes, independente do protocolo utilizado, recomendando a duração de 14 dias para a adaptação dos animais a dietas de alto teor de concentrados, corroborando com Barducci (2013) que recomendou durações de 9 e 14 dias. Embora haja similaridade dos resultados encontrados ao dia 9, não há indícios que os protocolos proporcionaram as mesmas condições de comportamento ingestivo após adaptação, pois a IMS e o tempo de ruminação encontravam-se diferentes entre os protocolos.

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Os animais adaptados com a duração de 9 dias, tiveram uma melhora na ingestão de um quilo de ração em relação ao tempo despendido durante as observações, este fato, pode ser devido ao tamanho de partícula (maiores; D1 > D2 > Terminação) na adaptação de E9. O tamanho de partícula das dietas do protocolo de escada e sua menor densidade energética, pois o tempo que o animal necessitou para ingerir um quilo de dieta pode ser maior pela possibilidade de seleção de ingredientes proporcionada pelo maior tamanho de partícula.

Com a ingestão de massa seca nas diferentes fases (adaptação e terminação), verificou-se uma maior ingestão das dietas com níveis crescentes de concentrado. Almeida et al. (2010) propuseram que as dietas de adaptação devem ser tipicamente fornecidas nos primeiros 7-10 dias de confinamento, sendo o critério mais importante para a troca da dieta de adaptação pela dieta efetiva, o aumento do consumo alimentar. Diante do exposto, os animais do protocolo de escada apresentaram maior IMS, indicando que os mesmos estabeleceram melhor o consumo. Conclusão Para bovinos Nelore confinados e alimentados com dietas de alto teor de concentrado, recomenda-se o protocolo em escada com 9 dias de adaptação, pelo melhor resultado no comportamento ingestivo. Referências ALMEIDA, R. et al. Fazendas de terminação. In: PIRES, A. V. Bovinocultura de corte Piracicaba: Fealq, 2010. v. 1. p. 183-202. BARDUCCI, R. S. Protocolos de adaptação às dietas com alta inclusão de concentrados para bovinos Nelore em confinamento. 2013. 100f. Tese (Doutorado em Zootecnia). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2013. CARVALHO, S. et al. Comportamento ingestivo de cabras Alpinas em lactação alimentadas com dietas contendo diferentes níveis de fibra em detergente neutro proveniente da forragem. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 35, n. 2, p. 562-568, 2006. JOHNSON, T. R.; COMBS, D. K. Effects of prepartum diet, inert rumen bulk, and dietary polyethylene glycol on dry matter intake of lactating dairy cows. Journal Dairy Science, v. 74, n. 3, p. 933-944, 1991.

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MISSIO, R. L. et al. Comportamento ingestivo de tourinhos terminados em confinamento, alimentados com diferentes níveis de concentrado na dieta. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 39, n. 7, p. 1571-1578, 2010. NRC. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of beef cattle. 7th ed. Washington: National Academic Press, 1996. 242 p. PARRA, F. S. Protocolos de adaptação à dietas com alta inclusão de concentrados para bovinos nelore confinados. 2011. 84f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2011. RONCHESEL, J. R. Comportamento ingestivo de bovinos nelore confinados com diferentes protocolos de adaptação à dieta de alto concentrado. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Botucatu, 2012. SAS INSTITUTE. SAS user’s guide: statistics. release 9.1. Cary, NC, 2003. Apoio: Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).Protocolo nº 127/2012-CEUA.

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Composição química do capim-marandu consorciado com milho em sistema

integrado de produção agropecuária Aranha, A.S1; Andrighetto, C2; Lupatini, G.C2; Mateus, G.P3; Aranha, H.S4; Giacomini, P.V5 1 Mestranda do Programa de pós graduação em ciência e tecnologia animal – UNESP, [email protected] 2 Docente da Faculdade de zootecnia – UNESP/Dracena. 3 Pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA/Andradina. 4 Discente do curso de agronomia da Faculdade de Ciências Agrárias – UFGD. 5 Discente do curso de zootecnia da UNESP/Dracena.

Introdução A pecuária brasileira possui ainda vários entraves à produtividade, como a degradação das

pastagens (TOWNSEND et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2001), a escassez de alimento volumoso para alimentação de bovinos durante o período seco do ano.

Nesse contexto, os sistemas agrossilvipastoris se destacam como opção por ser uma tecnologia moderna e conservacionista. Os sistemas agrossilvipastoris são sistemas de produção utilizados para a recuperação de pastagens degradadas, por meio do emprego de lavouras. Além, da lavoura e da pastagem, utiliza-se o componente arbóreo.

Algumas variáveis importantes que influenciam a disponibilidade de luz para o sub bosque, para obtenção de sombra moderada, são a densidade e a disposição das árvores na área de pastagem (OLIVEIRA et al., 2007; ROZADOS-LORENZO et al., 2007).

Em sistemas agrossilvipastoris, cujo arranjo espacial envolve a disposição das árvores em linhas ou renques com mais de uma linha, é possível haver influência das árvores sobre o pasto, à medida que este se distancia dos troncos.

Contudo, esses sistemas exigem a busca de maiores informações aos produtores rurais para o sucesso da atividade. Objetivo

Objetivou-se com este trabalho avaliar a composição química de capim-marandu consorciado com milho safra em sistema integrado de produção agropecuária. Material E Métodos

O experimento foi conduzido na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA, Polo Regional do Extremo Oeste localizado em Andradina/SP. O local situa-se a 20º53’38” de latitude sul e 51º23’1” de longitude oeste, e possui 400 m de altitude. O clima predominante na região é caracterizado pelo clima tropical de altitude, com inverno seco e verão quente e chuvoso. O solo da área experimental é classificado como Argissolo Vermelho-amarelo Distrófico, com camada superficial arenosa e a declividade média do terreno é de 6%. Em dezembro de 2012 foi realizado o plantio do clone de eucalipto i-224 e nas entrelinhas a cultura da soja, sendo esta da cultivar Potencia Max. Em dezembro de 2013 foi realizada a semeadura do híbrido de milho BG 7049, com espaçamento entre linhas de 0,80 m em consórcio com capim Urochloa brizantha cv. Marandu no espaçamento 0,20 m entre linhas e 4 kg de sementes puras e viáveis por hectare.

Foram utilizados dois tratamentos em delineamento de blocos casualizados com quatro repetições, sendo estes: 1 linha - Sistema agrossilvipastoril com árvores de eucalipto plantadas em linhas simples, (200 árvores ha-1) e 3 linhas - Sistema agrossilvipastoril (500 árvores ha-1), tendo

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ambos espaçamento 2 m entre plantas, 17 a 21 m entre renques e 3 m entre linhas no tratamento 3 linhas.

O corte do capim foi realizado a 0,05 m do solo em março de 2014 simultaneamente a ensilagem do milho. As amostras foram colhidas à distância de 2 e 10 m à leste das linhas de árvores, onde estas apresentavam sentido norte-sul. As amostras passaram por pré-secagem a 65oC em estufa com circulação forçada de ar por 72 horas e posteriormente foram moídas para as análises bromatológicas. Procedeu-se à moagem do material seco utilizando-se um moinho tipo Willey com peneira de 1 mm de malha. Para avaliação da composição químico-bromatológica do capim, foram efetuadas as determinações de massa seca total e proteína bruta segundo AOAC (ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC, 1970). Os teores de fibra em detergente neutro (FDN) foram determinados conforme GOERING & VAN SOEST (1970). E os teores de proteína bruta e fibra em detergente neutro foram corrigidos para matéria seca total.

Os dados foram submetidos a análise de variância e ao teste de comparação de médias, Tukey ao nível de 5% de significância. Resultados E Discussão

Os valores de proteína bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN) do capim-marandu consorciado com milho nos diferentes arranjos e distâncias das linhas de eucalipto estão na Tabela 1.

Não foram encontradas diferenças nos teores de PB e FDN do capim-marandu consorciado com milho nos diferentes arranjos de árvores e nas distâncias em relação ao tronco das mesmas. Isto se deve ao fato que as amostras foram provenientes de apenas um corte e não foram separadas morfologicamente, além da forragem encontrar-se em idade avançada na data da coleta da amostra para avaliação (150 dias). O maior teor de FDN e os baixos teores de PB encontrados podem ser explicados pelo sombreamento que promove o alongamento de colmos em plantas sombreadas e aumenta a produção de colmos e a participação destes na composição da amostra. Contudo estes dados corroboram com Oliveira et al. (2007) que trabalharam com diferentes arranjos estruturais de árvores em sistema agrossilvipastoril com eucalipto e capim-marandu obtiveram média de 6,16% de PB na forragem.

Em sistema silvipastoril com Eucalyptus grandis em linhas simples e espaçamento entre renques de 30 m formado com Urochloa decumbens no sub bosque Paciullo et al. (2009) obtiveram teor PB de 7,6% e FDN de 68,9%. Contudo, estes autores não verificaram diferenças na composição química da forragem, quando compararam o sistema silvipastoril e a pastagem em monocultivo. A literatura também mostra efeitos inconsistentes da sombra nos teores de fibra de forrageiras. Dependendo da espécie, época do ano e percentagem de sombreamento, ocorre aumento, redução

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ou ausência de efeitos do sombreamento sobre os teores de FDN de forrageiras (SENANAYAKE, 1995; DEINUM et al., 1996).

O teor de PB de 6,48%, observado na distância de 2 m das árvores (Tabela 1), está abaixo do valor crítico de 7% (MILFORD & MINSON, 1966), considerado como limitante para o consumo de matéria seca em ruminantes e para atender as exigências dos micro-organismos ruminais. Conclusão

O cultivo de capim-braquiária consorciado com milho safra em sistema agrossilvipastoril não interfere na composição química do capim nas distâncias de dois e dez metros das linhas de árvores.

Referências ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC. 1970. Official methods of analysis of the association of official analytical chemists. 11.ed. Washington, D.C. 1015p. DEINUM, B.; SULASTRI, R.D.; ZEINAB, M.H.J.; MAASSEN, A. Effects of light intensity on growth, anatomy and forage quality of two tropical grasses (Brachiaria brizantha and Panicum maximum var. trichoglume). Netherlands Journal of Agriculture Science, 44:111-124, 1996. GOERING, H.K.; VAN SOEST, P.J. Forage fiber analysis (apparatus, reagents, procedures, and some applications). Washington, DC: ARS-USDA, 1970. (Agriculture Handbook, 379). MILFORD, R.; MINSON, D.J. Intake of tropical pasture species. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE PASTAGENS, 9, 1965, São Paulo. Anais. São Paulo: Secretaria de Agricultura, 1966. p.815-822. OLIVEIRA, O.C.; OLIVEIRA, I.P.; FERREIRA, E. et al. Response of degraded pastures in the Brazilian Cerrado to chemical fertilization. Pasturas Tropicales, 13:14-18, 2001. OLIVEIRA, T.K.; MACEDO, R.L.G.; SANTOS, I.P.A. et al. Produtividade de Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu sob diferentes arranjos estruturais de sistema agrossilvipastoril com eucalipto. Ciência e Agrotecnologia, 31:748-757, 2007. PACIULLO, D.S.C.; LOPES, F.C.F.; MALAQUIAS JUNIOR, J.D.; VIANA FILHO, A.; RODRIGUEZ, N.M.; MORENZ, M.J.F.; AROEIRA, L.J.M.A. Características do pasto e desempenho de novilhas em sistema silvipastoril e pastagem de braquiária em monocultivo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.44, n.11, p.1528-1535, nov. 2009. ROZADOS-LORENZO, M.J.; GONZALEZ-HERNANDEZ, M.P.; SILVA-PANDO, F.J. Pasture production under different tree species and densities in an Atlantic silvopastoral system. Agroforestry Systems, 70:53-62, 2007. SENANAYAKE, S.G.J.N. The effects of different light levels on the nutritive quality of four natural tropical grasses. Tropical Grasslands, v.29, p.111-1114, 1995. TOWNSEND, C.R.; COSTA, N.L.; PEREIRA, R.G. Renovação de pastagens degradadas em consórcio com milho na Amazônia Ocidental. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO. 18., 2000. Anais. Uberlândia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo, 2000. CD-ROM.

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Consumo de dieta peletizada com diferentes níveis de fibra em detergente

neutro por cabras

Marques, R.O1; Ribeiro, M.S2; Gonçalves, H.C3; Leal, N.S1; Monteiro, V.F1; Meirelles, P.R.L4. ¹ Discentes do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP. e-mail: [email protected] 2 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária de Valença, Fundação Educacional Dom Andréarcoverde – Valença – RJ. 3 Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu – SP 4 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP, Botucatu - SP.

Introdução

Como a alimentação é responsável pela maior parte dos custos de produção, é fundamental para que possa continuar a ser competitiva, utilizar alimentos de menor custo sem comprometer o atendimento das exigências nutricionais, e consequentemente a produtividade e rentabilidade do criatório. A produtividade animal pode ser melhorada com o aumento do consumo de alimentos, tornando mais eficiente à digestão e o metabolismo dos animais (Church, 1988).

O estudo da fibra na nutrição de ruminantes tem grande importância uma vez que o conteúdo de fibra está relacionado com a digestibilidade e o valor energético do alimento bem como com a fermentação ruminal, podendo estar envolvido no controle da ingestão de alimentos, fatores diretamente relacionados com a produtividade animal (Carvalho, 2002).

Quando são fornecidas dietas de alta qualidade, o animal consome para atingir sua demanda energética, sendo este consumo limitado pelo seu potencial genético para utilizar a energia absorvida. Entretanto, quando são fornecidas dietas de baixa qualidade (alto conteúdo de FDN e forragens maduras), o animal se alimentará até atingir o nível de capacidade de repleção do trato digestório, havendo uma limitação física (Mertens, 1994).

A relação entre a ingestão de matéria seca e o conteúdo de FDN da ração pode ser interpretada como sendo quadrática, mostrando que existe um ponto de transição entre o controle físico e o fisiológico, no qual o efeito da massa de FDN sobre a ingestão cessa, e esta passa a ser controlada pelo valor energético da dieta. Já a ingestão de energia aumenta, linearmente, com a redução do nível de FDN da ração, até atingir um platô, o qual é dependente da exigência energética do animal (Bull et al., 1976). Objetivo

O objetivo deste trabalho foi avaliar o consumo de dietas peletizadas com diferentes níveis de fibra em detergente neutro oriundo da forragem por caprinos. Material e Métodos Este experimento foi realizado na UNESP – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, nas dependências da Área de Produção de Caprinos, localizada na fazenda Lageado, na cidade de Botucatu, SP.

Foram utilizadas 5 cabras, fistuladas no rúmen, com peso médio corporal 73,4 ± 5,4 kg, confinadas em baias individuais de 2,0 x 2,0 m com piso ripado, provida de cocho e bebedouro automático. O experimento foi conduzido no delineamento em quadrado latino 5 X 5, para avaliar os efeitos de cinco níveis de fibra em detergente neutro oriundos da forragem (FDNf). Os níveis de FDNf experimentais foram: 15, 20, 25, 30 e 35%, cada nível se referindo a um tratamento. As dietas isoproteicas balanceadas para atender as exigências nutricionais, segundo NRC (1981) para cabras em lactação, foram e compostas por feno de capim Tifton 85 que foi moído em moinho de martelo

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(40cv) em peneiras de 5 mm e posteriormente misturado aos outros componentes da dieta sendo então processada em peletizadora a seco (7,5 cv), em peletes de 1cm de comprimento com 5/16 polegadas de diâmetro. Os animais foram alimentados duas vezes ao dia, às 8h00 e às 16h00.

Cada período experimental teve duração de 21 dias, sendo 14 de adaptação e 7 dias de coleta de dados. No período de coleta as sobras foram amostradas em 10% do total diário e foi calculado o consumo. Os dados obtidos foram analisados por meio do programa computacional SAEG - Sistema de Análise Estatística e Genética, versão 9.0 (UFV, 2000). As características que apresentaram efeito significativo para tratamento (p<0,05) foram estudadas por meio de análise de regressão sendo avaliados os efeitos: linear, quadrático e cúbico. Foi adotada a equação de maior grau em que se constatou efeito da regressão e dos coeficientes de regressão (p<0,05). Caso isso não se verificasse, adotou-se a de maior coeficiente de determinação (R2). Resultados e Discussões

Observou-se efeito quadrático dos consumos de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra

em detergente neutro (FDN) e de carboidrato não fibroso (CNF), expressos em porcentagem do peso

vivo (%PV) e em quilograma de peso metabólico (kgPV 0,75)-1, (Figura 1).

O NRC (1981) recomenda consumo mínimo de 1,46kg MS/dia, 0,704kg NDT/dia e 0,124kg

PB/dia para animais em mantença com 73kg de peso vivo. Este valor encontra-se entre o mínimo consumo de MS encontrado para 15% de FDNf na dieta (1,038%PV e 0,75kgMS/dia) e o máximo para 25,69% FDNf (2,25%PV e 1, 64kgMS/dia). As exigências de NDT e de PB foram alcançadas com sobra (em média: 0,974kg/dia de NDT e 0,225kg/dia de PB), demonstrando que a ingestão de MS foi controlada fisiologicamente, ou seja, os animais consumiram até o atendimento de sua demanda energética e não em função de ocupação física pela fibra do compartimento rúmen-retículo. O consumo de MS foi baixo com o nível de 15% de FDNf na dieta, e atingiu seu máximo no nível de 25,68%, no qual se estimou um consumo de 2,25% do PV e declinou para 1,33% do PV no nível de 35% de FDNf, na dieta. Resultado inferior ao de Branco (2005) que avaliando níveis de FDNf nas dietas de cabras leiteiras constataram consumo máximo no nível de 28% de FDNf na dieta.

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O consumo de FDN apresentou comportamento semelhante ao consumo de MS, porém atingiu maior consumo (0,9%PV) no nível de 28,15% de FDNf na dieta, a partir do qual passou a haver queda no consumo de FDN, sugerindo que a partir deste ponto, passou a ocorrer efeito de repleção do compartimento rúmen-retículo. Estes resultados divergem dos observados por Branco (2005) que não encontrou efeito dos níveis de FDNf no consumo de FDN.

O máximo consumo de proteína bruta encontrado no presente estudo foi 0,47% do PV referente ao nível de 25,45% de FDNf nas dietas. O consumo quadrático verificado para o consumo de PB em função dos níveis e FDNf nas dietas, pode ser atribuído ao mesmo consumo verificado no consumo de MS, uma vez que as dietas foram formuladas para serem isoproteicas. O consumo de CNF foi maior no nível de 24,15% atingindo consumo de 0,94% do PV e assim como o consumo de PB, acompanhou o comportamento quadrático do consumo de MS. A dieta com 35% FDNf contém menor quantidade de CNF em função da menor quantidade de concentrado e maior quantidade de volumoso, em relação às outras dietas, fato que contribuiu para menor consumo deste nutriente. A dieta com 15% de FDNf apresenta maior quantidade de CNF, no entanto o baixo consumo de CNF verificado nesta dieta deveu-se ao menor consumo de MS ocorrido para a mesma. Conclusão

Os níveis de fibra em detergente neutro oriundo da forragem tiveram efeito sobre o consumo dos animais, sendo o maior consumo de MS proporcionado pelo nível de 25% de FDNf na dieta. Referências BRANCO, R.H. Avaliação da Qualidade da Fibra sobre a Cinética Ruminal, Consumo e Eficiência de Utilização de Nutrientes em Cabras Leiteiras. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2005.135p. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Federal de Viçosa, 2005. BULL, L.S.; BAUMGARDT, B.R.; CLANCY, M. Influence of calorie density on energy intake by dairy cows. Journal of Dairy Science, v.59, n.6, p.1078-1086, 1976. CARVALHO, S. Desempenho e comportamento ingestivo de cabras em lactação alimentadas com dietas contendo diferentes níveis de fibra. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa. 2002, 118p. Tese (Doutorado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, 2002. CHURCH, D.C.; El rumiante: Fisiología digestiva y nutrición. Zaragoza: Acribia, 1988. 641p. MERTENS, D.R. Regulation of forage intake. In: FAHEY Jr., G.C. (Ed.). Forage quality, evaluation, and utilization. Madison: American Society of Agronomy, p.450-493, 1994. NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC – Nutrient Requeriments of goats. Washington: D.C.: National Academy Science, 1981. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV. Sistema de análises estatísticas e genéticas – SAEG.

Versão 9.0. Viçosa, MG, 2000.

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Contagem e caracterização bacteriana de isolados do intestino de tilápia do

Nilo (Oreochromis niloticus) alimentados com diferentes níveis de

imunoestimulante (ACTIGEN).

1Borgonovi, T. F.; 2Poiatti, M. L.; 2Takahashi, L. S.; 3Junior, A. F.; 4Goncalves, A. F. N.; 1Peres, G. S. 1Curso de Zootecnia, UNESP – Campus Experimental de Dracena. 2Docente, UNESP – Campus Experimental de Dracena. 3Docente, UNESP – Campus de Botucatu 4Docente substituto da universidade do estado de Santa Catarina e-mail: [email protected] Introdução

A tilapia (Oreochromis niloticus) e uma das especies de peixes mais cultivadas em sistema intensivo no Brasil. Esta intensificacao pode contribuir para o surgimento de doencas, devido ao estresse por elevada densidade populacional. Os imunoestimulantes são considerados substancias biologicas que reduzem os efeitos nocivos do estresse e auxiliam beneficamente os mecanismos especificos e não especificos de defesa dos animais (BARROS et al., 2014). Alternativa interessante para substituir as drogas antibioticas e a utilizacao de probioticos e prebioticos nas dietas, e que favorecem o desenvolvimento de microrganismos beneficos no trato gastrintestinal (TGI), resultando em melhoria nos processos de digestao e absorcao dos nutrientes e/ou inibicao da proliferacao de bactérias patogênicas (NAKANDAKARE et al., 2013). Durante algum tempo, a levedura integral foi estudada como fonte alternativa de proteina e de vitaminas do complexo B para alimentação de peixes. No entanto, a utilização de altos níveis provocou alteracoes metabolicas, como consequencia dos constituintes da parede celular e do seu alto conteúdo em nitrogenio não proteico. Por outro lado, compostos presentes nesta levedura como os mananoligossacarideos e nucleotideos, quando utilizados em baixas dosagens, atuavam positivamente no trato digestório e microbiota intestinal (HISANO et al, 2006). Um dos prebioticos que tem recebido grande atencao e o MOS (mananoligossacarideo), que consiste em fragmentos de parede celular de Saccharomyces cerevisiae com uma estrutura complexa de manose fosforilada, glicose e proteina, eficaz na aglutinacao de bactérias patogenicas, impedindo a colonizacao e proliferacao destas populacoes no intestino (SANTURIO, 2005).

Actigen (ACT) e um prebiotico contendo mananoligossacarideos (MOS) e devido ao seu papel na imunomodulacao melhora o desempenho produtivo e a saude intestinal. O ACT foi desenvolvido usando tecnologias nutrigenomicos que permite a deteccao de alteracoes na expressao de genes em celulas intestinais, fornecendo protecao para o intestino atraves de suas propriedades de ativacao de mucina indicando que animais suplementados com o ACT pode ter um aumento na produção de muco, proporcionando maior protecao do trato gastrointestinal (CORCAO et al., 2011). Objetivo

Avaliar os efeitos da alimentação com diferentes níveis de ActigenR no desempenho produtivo dos peixes, quantificar e avaliar os efeitos sobre a população de bactérias gram-positivas e gram-negativas da microbiota intestinal de tilarias (Oreochromis niloticus). Material e Métodos

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O experimento foi conduzido no Laboratório de Aquicultura do campus experimental de Dracena, UNESP. Foram utilizadas caixas de polietileno com volume útil de 130 - L, dispostas num sistema de circulação aberto com renovação continua e aeração forcada através de sopradores de ar e pedras porosas. Utilizaram-se 24 peixes, com dietas experimentais durante 13 dias, em 04 refeições diárias (9h00; 12h00, 15h00 e 17h00). Utilizou-se imune estimulante Actigen (AlltechR), nas concentrações de 0%; 0,04%; 0,06% e 0,08%.

Os animais destinados as analises microbiológicas foram conduzidos para o Laboratório de Microbiologia da Unesp de Dracena, eutanásias com benzocaina (100 mg L-1), pesados, medidos e descontaminados externamente com álcool 70%, por imersão em recipiente de vidro durante cinco minutos. O trato digestório foi retirado, e o intestino removido assepticamente por meio de uma incisão longitudinal na cavidade celomática. O conteúdo intestinal foi separado em três regiões, anterior, media, distal, posteriormente macerados e transformados em amostras microbiológicas, em diluições seriadas contendo solução de peptona ate 10-3. As amostras foram semeadas em triplicata em placas contendo meio TSA – Agar Triptona de Soja (DifcoR), cultivadas em aerobiose e AS – Agar Sangue (HimediaR), acrescido com 7% de sangue ovino e incubadas em anaerobiose, a 28oC/48h (IRIANTO & AUSTIN, 2002).

Apos a visualização do crescimento bacteriano, foi efetuada a contagem microbiana do numero de unidades formadoras de colônias (UFC), e o resultado expresso pela media aritmética das três placas. Foram consideradas somente as placas que apresentaram contagem entre 30 e 300 UFC. As colônias observadas foram expressas em unidades formadoras de colônias (UFC/grama de intestino). Apos a quantificação, foram confeccionadas laminas para a identificação morfológica, por meio da coloração de Gram. Os isolados bacterianos foram caracterizados em gram-positivas e gram-negativas. Resultados e Discussão

Em relação ao desempenho zootécnico dos peixes, não houve diferença (P>0,05) para peso e comprimento dos animais e peso do fígado, alimentados com diferentes dietas com adição do imunoestimulante nas diferentes concentrações. Esses resultados são similares aos encontrados por Aly et al. (2008), em que não houve diferença significativa entre comprimento e peso dos animais alimentados com probioticos e prebioticos.

Os resultados microbiológicos evidenciaram a presença de bactérias em forma de bastonetes, com maior prevalência (93%) de gram-negativas e menores (7%) para gram-positivas, com arranjos em correntes. Esses resultados corroboram com os dados da literatura e comprovam que a microbiota bacteriana intestinal de organismos aquáticos, ao contrario dos organismos terrestes, e constituída predominantemente por bactérias gram-negativas.

Foram observadas também bactérias esporuladas, gram-positivas suspeitas de pertencerem ao gênero Clostridium, com esporos terminais e centrais. Na porção inicial do intestino foram isolados Streptococcus ssp, com arranjos em correntes, cocos isolados, diplococos e tétrades, e ainda, bastonetes gram-positivos. No seguinte experimento, não foi encontrado diferença no numero de bactérias (UFC/mL de intestino) entre os tratamentos, conforme apresentado na Tabela 1. Esses resultados corroboram com Grisdale-Helland et al. (2008), em que não encontraram diferenças na alimentação de salmões com dietas contendo 0,1% de MOS, citando, contudo, que a adição de MOS e o FOS (frutoligossacarideos) pode ser benéfica na produção de peixes desta espécie.

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As bactérias, ao se ligarem aos MOS, não conseguem atuar sobre os sítios de ligação dos enterocitos, e consequentemente, diminuem a competição por nutrientes entre a microbiota intestinal e o hospedeiro. Sendo assim, constata-se que o MOS pode atuar beneficamente no trato gastrintestinal dos peixes, e que, devido ao curto período de tempo que estes animais foram submetidos a dieta contendo diferentes níveis de MOS, não foi constatado nenhuma mudança significativa entre os tratamentos.

Conclusão

Não foi possível constatar diferenças significativas com a inclusão do imunoestimulante nas diferentes concentrações utilizadas. References ALY SM1, ABDEL-GALIL AHMED Y, ABDEL-AZIZ GHAREEB A, MOHAMED MF.Studies on Bacillus subtilis and Lactobacillus acidophilus, as potential probiotics, on the immune response and resistance of Tilapia nilotica (Oreochromis niloticus) to challenge infections. Fish &Shellfish Immunol. v. 25 (1-2), p.128-36, 2008. BARROS, et. al. Non-specific immune parameters and physiological response of Nile tilapia fed β-Glucan and vitamin C for different periods and submitted to stress and bacterial challenge. Fish & Shellfish Immunol. v. 39, p.188-195, 2014. CORCAO, A.A.P. et al. Use of ActigenTM- Performance, Salmonella control and antimicrobial revitalization. Science and Technology in the Feed Industry Conference. Proceedings of Alltech's 27th Annual Intern. Symposium Lexington. Kentucky. USA, 2011. GRISDALE-HELLAND, B. et al. The effects of dietary supplementation with mannanoligosaccharides, fructooligosaccharide on the growth and feed utilization of Atlantic salmon (salmon salar). Aquaculture, v.238, p.163-137, 2008. HISANO, H.; SILVA, M.D.P.; BARROS, M.M.; PEZZATO, L.E. Levedura integra e derivados do seu processamento em rações para tilaria do Nilo: aspectos hematológicos e histológicos. Acta Scientiarum Biological Science, v.28, n.4, p.311-318, 2006. IRIANTO, A. & AUSTIN, B. Use of probiotics to control furunculosis in rainbow trout, Oncorhynchus mykiss (Walbaum). Journal of Fish Diseases, v.25, n.6, p.333-42, 2002. NAKANDAKARE, I.B. et. al., Incorporação de probioticos na dieta para juvenis de tilarias-do-Nilo: Parâmetros hematológicos, imunológicos e microbiológicos. Bol. Instituto de Pesca, v.39, p.121-135. 2013.

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SANTURIO, J. A hora e a vez dos prebioticos. 2005. Disponível em:<http://www.aviculturaindustrial.com.br/PortalGessulli/WebSite/Noticias/a-horae-a-vez-dosprebioticos,14419.aspx>.Acesso m: 03 fev. 2014.

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Contaminação microbiológica em embalagens plásticas destinadas a

alimentos.

Tomaz¹, A.A., Poiatti¹, M.L., G.S. Peres, Prandini¹, S.M, Faria¹, M. de ¹Discentes do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, Rod. SP 294, km 651, 17900-000, Dracena, SP E-mail: [email protected];²Docente do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, E-mail: [email protected]

Introdução: no mundo globalizado, o mercado de embalagens está engajado ao crescimento da economia, sendo que quanto maior a produção de bens de consumo e mercadorias, maior será a necessidade por embalagens. Essa presença constante, em maior número e diversidade de embalagens, assume grande importância no que diz respeito ao transporte e armazenamento dos produtos. Possíveis perigos biológicos, físicos e químicos podem ser detectados na avaliação das características físicas, químicas e biológicas do produto, dos vários ingredientes e das etapas do processo que influenciam essas características. Perigos biológicos podem estar envolvidos na contaminação das embalagens plásticas destinadas ao acondicionamento dos alimentos, como as bactérias Gram positivas (Clostridium botulinum e C. perfringens, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e Listeria monocytogenes) e Gram negativas (Salmonella e Shigella), além de bactérias emergentes, vírus, parasitas e protozoários, micotoxinas e aflatoxinas. A transferência de substâncias da embalagem para o alimento varia de acordo com a composição do material, com o processo de fabricação da embalagem, com o nível de degradação do material decorrente dos processos de transformação, entre outros fatores. Objetivos: o presente trabalho tem por objetivo avaliar amostras de embalagens plásticas destinadas ao acondicionamento de alimentos para identificar possíveis contaminantes microbiológicos, de origem bacteriana e fúngica, e comparar com os padrões da legislação vigente. Material e Métodos: o trabalho está sendo desenvolvido junto ao laboratório de Microbiologia do Campus de Dracena. Amostras de embalagens plásticas, utilizadas em estabelecimentos comerciais do gênero alimentício, provenientes de quatro empresas estabelecidas no município de Dracena/SP, estão sendo analisadas para a detecção de microrganismos aeróbios mesófilos, coliformes totais e termotolerantes, bactérias anaeróbias facultativas e presença de bolores e leveduras. Para o isolamento de bactérias são utilizados meios de cultivo como PCA (Difco®), Caldo Lauril (Himedia®), Meio EC (Difco®) e BHI (Merck®), e para fungos, Ágar Sabouraud (Difco®). Swabs estéreis, mergulhados em solução salina, são introduzidos em toda a extensão do interior dos sacos plásticos a fim de efetuarem uma varredura uniforme dos possíveis resíduos contaminantes. Em seguida, os swabs são aplicados na superfície das placas de Petri contendo os meios específicos, em movimentos estriados, e levados para incubação. As placas para isolamento de bactérias permanecem na estufa bacteriológica por 48 horas a 37ºC. As placas para o isolamento fúngico são deixadas em temperatura ambiente por um período de cinco dias. Resultados: até o presente momento foram realizadas quatro amostras de cada empresa e os resultados parciais não apresentaram quaisquer contaminações de origem microbiana. Conclusões: pode ser comprovada a integridade microbiológica das embalagens destinadas ao acondicionamento dos alimentos, em acordo com as normas estabelecidas pela legislação vigente. Palavras-chave: Alimentos, contaminação microbiológica, Clostridium botulinum, embalagens plásticas, Salmonella.

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Crescimento de casco em cabras da raça Parda Alpina e Anglo Nubiana Leal, N.S1; Marques, R.O1; Gonçalves, H.C2; Monteiro, V.F1; Costa, T.C3; Oliveira, I. J4 ¹ Discentes do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP. e-mail: [email protected] 2 Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu – SP. 3 Discente do curso de graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP. 4 Discente do curso de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Guarulhos, São Paulo - SP.

Introdução

A criação de caprinos como qualquer outra, necessita de cuidados e atenções específicas para uma boa produtividade. A adoção de práticas inadequadas de manejo em caprinos pode comprometer o sistema produtivo e desencadear quadros clínicos com prejuízo aos animais.

Entre as ações sanitárias necessárias nos rebanhos, a que envolve a saúde dos cascos é uma das mais importantes, pois se um animal está com os cascos saudáveis, bem cortados e aprumados, ele realiza melhor todas as suas atividades, como alimentação, vida reprodutiva, produção de leite e desenvolvimento geral (TURINO, 2006).

Segundo PUGH (2004), problemas podais são as principais causas de claudicação em pequenos ruminantes e embora a maioria dos trabalhos relacione a ocorrência da pododermatite infecciosa a ovinos, caprinos também podem ser infectados e terem claudicações significantes.

As afecções podais vêm despertando, cada vez mais, o interesse de profissionais da área e criadores para seu estudo devido acarretarem perdas econômicas consideráveis à pecuária, especialmente à de leite (VOTERO, 1997). Objetivo

O objetivo do trabalho foi avaliar o crescimento do casco de cabras da raça Parda Alpina e Anglo Nubiana e verificar se existe diferença entre as raças. Material e Métodos

O projeto de pesquisa foi conduzido na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP, Campus de Botucatu-SP, na Área de Produção de Caprinos, localizadana Fazenda Lageado. Foram utilizadas 5 cabras da raça Parda Alpina e 5 cabras da raça Anglo Nubiana, todos os animais adultos e no terço final de gestação.

Os animais tiveram os cascos cortados e aprumados pela mesma pessoa antes do início do estudo no dia 01 de julho de 2014. Foram feitas três medições com intervalos de 15 dias (15/07, 30/07 e 15/08 de 2014), usando um paquímetro de metal e os animais foram mantidos confinados em baias suspensas e ripadas (10m2) com acesso a solário de concreto (20m2). As medições foram feitas em um mesmo ponto do casco do lado de fora dos membros anterior e posterior direito de cada animal.

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, sendo os tratamentos as duas raças caprinas, com 5 repetições (5 animais por tratamento). As variáveis analisadas foram crescimento em centrímetros do casco dos membros anterior e posterior direitos.

Os dados observados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. As análises foram realizadas utilizando-se o pacote estatístico SAEG (UFV, 2000). Resultados e Discussões

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A raça teve efeito significativo apenas no crescimento final avaliado, quando completaram 45 dias após terem sido casqueadas e aprumadas (Tabela 1).

Houve variação no crescimento dos cascos dos animais durante o período do experimento, não foi constatada diferença entre as raças para nenhum dos membros estudados nas duas primeiras medições, apenas no crescimento total (45 dias), onde as cabras da raça Parda Alpina tiveram um crescimento maior no membro posterior (Tabela 1).

Bokko et al (2003) estudando doenças podais em ovinos, notaram que o crescimento dos cascos anteriores supera os posteriores. Além disso, os cascos anteriores suportam cerca de 65% do peso corporal e auxiliam os posteriores na propulsão do corpo, indicando que os membros anteriores estão mais sujeitos a lesões por trauma e abalos que os posteriores. É evidente que quanto maior a demanda do exercício, mais susceptíveis ficariam os membros anteriores de apresentarem lesões (Bokko et al. 2003). No estudo foi constatadoum maior crescimento do membro posterior (Tabela 1) diferente do mencionados pelos outros autores, isso se deve ao fato das cabras estarem no final da gestação e estarem com um peso maior sobre as patas traseiras.

O crescimento dos cascos quando provoca claudicação dos membros anteriores faz com que os animais passem parte do tempo ajoelhados e ate pastejem nessa posição, e quando provoca claudicação dos membros posteriores dificultam o ato de levantar e deitar. Esse quadro prejudica a alimentação, o manejo, produção e reprodução podendo evoluir para a perda desse animal. Conclusão

Houve um crescimento médio 0,67 cm nos membros anteriores e 0,69 cm nos posteriores o que indica que o ideal seria fazer o reparo dos cascos uma vez por mês evitando assim que o animal viesse a apresentar claudicação. A raça teve influencia sobre o crescimento dos cascos com 45 dias após o casqueamento, mostrando que dependendo do rebanho a demora ou falta de cuidados com os cascos pode ser ainda mais prejudicial aos animais. Referências ABBOTT, K. A.; LEWIS, C. J. Current approaches to the management of ovine footrot. The Veterinary Journal, London, v. 169, p. 28- 41, 2005. Bokko B.P., Adamu S.S. & Mohammed A. 2003. Limb conditions that predispose sheep to lameness in the arid zone of Nigeria. Small Rumin. Res. 47(2):165-169. KALER, J. GREEN, L. E. Naming and recognition of six foot lesions of sheep using written and pictorial information: A study of 809 English sheep farmers. Preventive Veterinary Medicine, Amsterdam, v. 83, n. 1, p. 52-64, 2008.

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PUGH, D.G. Enfermidades do Sistema Músculo Esquelético. In: ______ Clínica de caprinos e ovinos. São Paulo: Roca. 2004, p. 252-256. TURINO, V.F. 2006. Pododermatite ou "Foot-Rot" dos Ovinos. Disponível em: http://www.farmpoint.com.br/default.asp?noticiaID=30828&actA=7&areaID=3&secaoID=31, acessado em 07 de set de 2014. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VICOSA. Sistema de Análises Estatística e genéticas –VOTERO, D.A.J. Afecções podais em bovinos de leite: avaliação terapêutica de Nuflor (flofenicol). Hora Veterinária, v16, n.2, 1997.

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Desempenho e gait score de frangos de corte suplementados com vitamina D

(25-OHD3)1

Baldo, G.A.A2; Almeida Paz, I.C.L2; Garcia, E.A2; Molino, A.B2; Santos, L.S2; Amadori, M.S3 1Projeto financiado pela FAPESP - Processo 2013/16554-5. 2Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu–SP. email: [email protected] 3Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados (FCA/UFGD).

Introdução

O grande crescimento da avicultura industrial veio acompanhado de maiores exigências do mercado consumidor internacional no que tange aos padrões de qualidade e segurança alimentar, associados à preservação ambiental e bem-estar animal (NÄÄS, 2008). Para estimar o bem-estar das aves, tem-se utilizado o gait score, que é a avaliação da forma como a ave caminha e que pode ser associado à alguns problemas locomotores.

A adição de vitamina D em dietas de aves é uma alternativa para melhorar o gait score, já que esta vitamina está relacionada à formação do esqueleto e absorção de cálcio e fósforo (TORRES et al., 2009). No entanto, na literatura poucos estudos são encontrados sobre a influência da suplementação com vitamina D no desempenho das aves. Objetivo

O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho e a incidência de gait score em frangos de corte suplementados ou não com vitamina D (25-OHD3). Material e Métodos

O experimento foi conduzido no setor experimental de avicultura da FMVZ/UNESP (Botucatu – SP) sob aprovação da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da FMVZ, protocolo 96/2013-CEUA. Para isto, foram utilizados 2.400 frangos de corte das linhagens Cobb 500® e Ross 308®, sexados e adquiridos com um dia de vida. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados alocado em esquema fatorial 2x2x2 (duas linhagens, dois sexos e suplementação ou não de 25(OH)D3), totalizando oito tratamentos com seis repetições de 50 aves cada.

Do primeiro ao terceiro dia de vida as aves receberam 24 horas de luz e daí em diante, 20 horas de luz (total de luz natural e artificial). O arraçoamento foi dividido em fase inicial (1 a 21 dias), crescimento (22 a 35 dias) e final (36 a 42 dias). As rações foram formuladas à base de milho e farelo de soja, seguindo as exigências nutricionais de cada fase de criação (ROSTAGNO et al., 2011) e além desta recomendação, adicionou-se 69mg/t de 25-OHD3 nas rações dos tratamentos suplementados. A ração e água foram fornecidas ad libitum.

Para avaliação de desempenho das aves foram realizadas pesagens semanais das aves, das rações fornecidas e das sobras de ração. Assim, foram avaliadas as características ganho de peso (g/ave/dia), consumo de ração (g/ave/dia), conversão alimentar (g ração/g de peso). A mortalidade foi registrada diariamente para cálculo da viabilidade (Viabilidade = 100 – % de mortalidade; expressa em porcentagem). O gait score foi avaliado aos 41 dias de criação em 100% das aves, quando foram realizadas observações subjetivas do modo em que as aves caminharam por uma distância de 1 m linear delimitado dentro dos boxes. Notas entre 0 e 5 foram atribuídas de acordo com a desenvoltura

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das aves, sendo 0 – ave que caminhou normalmente e 5 - ave que não caminhou (KESTIN et al., 1992).

Os dados obtidos foram avaliados utilizando-se programa estatístico SAS 9.2 (2004). As médias dos dados de desempenho foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de significância de 5%. Para os dados de gait score aplicou-se o teste exato de Fisher ao nível de significância de 5%. Resultados e Discussão

Houve interação (P<0,05) entre sexo e linhagem para o consumo de ração e ganho de peso (Tabela 1), sendo que os machos e a linhagem Ross 308® apresentaram maior consumo de ração e, consequentemente, ganharam mais peso. O sexo também apresentou diferença (P<0,05) para a conversão alimentar, com maiores valores para as fêmeas, resultados atribuídos ao menor desempenho das mesmas em comparação aos machos. A superioridade dos machos quanto à estas características de desempenho foi relatada anteriormente (MOREIRA et al., 2004).

A suplementação de vitamina D (25-OHD3) não influenciou (P>0,05) as características consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar. Suplementação e linhagem apresentaram interação (P<0,05) para viabilidade. A menor viabilidade foi encontrada para as aves não suplementadas da linhagem Ross 308® com melhora significativa em aves suplementadas, fato que foi invertido nas aves da linhagem Cobb 500®. Contrariamente, estudando formas (D3 e 25-OHD3) e níveis de vitamina D (20,0; 37,5; 87,5; e 137,5 μg/kg de ração) para frangos de corte machos da linhagem Cobb 700®, Brito et al. (2010) não encontrou diferença (P>0,05) para a viabilidade.

Houve diferença (P<0,05) na frequência de gait score para todas as variáveis analisadas: sexo, linhagem e suplementação (Tabela 2). As fêmeas e as aves da linhagem Cobb 500® apresentaram maior frequência de gait score 0. Segundo Alves (2012) a diferença entre o ganho de peso de machos e fêmeas pode interferir na postura corporal das aves, comprometendo a forma de caminhar.

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As aves suplementadas com vitamina D (25-OHD3) apresentaram aumento (P<0,05) na frequência de gait score 0, resultado desejável já que este é atribuído às aves

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que caminharam normalmente. Isto reforça o fato de que a alta capacidade de ganho de peso dos frangos de corte tem levado a um crescimento ósseo deficiente. Conclusão

A suplementação com vitamina D (25-OHD3) proporcionou melhor viabilidade, ou seja, maior número de aves produzindo, quando comparada às aves não suplementadas e também aumentou a frequência de aves que caminharam normalmente. Assim conclui-se que a suplementação com a vitamina D (25-OHD3) é conveniente para frangos de corte. Referências ALVES, M.C.F. Condição de equilíbrio e problemas locomotores em frangos de corte. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal da Grande Dourados–UFGD, Dourados, MS, 2013. BRITO, J.A.G. et al. Efeito da vitamina D3 e 25-hidroxi-colecalciferol sobre o desempenho, o rendimento de carcaça e a morfologia intestinal de frangos de corte. R. Bras. Zootec., v.39, n.12, 2010. KESTIN, S.C. et al. Prevalence of leg weakness in broiler chickens and its relationship with genotype. Veterinary Record, v.131, p.190-194, 1992. MOREIRA, J. et al. Efeito da Densidade Populacional sobre Desempenho, Rendimento de Carcaça e Qualidade da Carne em Frangos de Corte de Diferentes Linhagens Comerciais. R. Bras. Zootec., v.33, n.6, p.1506-1519, 2004. NÄÄS, I.A. Princípios de bem-estar animal e sua aplicação na cadeia avícola. Palestra. UNICAMP, Campinas, SP, v.70, n.2, p.105-106, 2008. ROSTAGNO, H.S. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 3. ed. Viçosa, MG: UFV, DZO, 2011, 252p. SAS Institute. 2004. SAS Use1s Guide. SAS Institute Inc., Cary, Nc. TORRES, C.A. et al. Desempenho produtivo de reprodutoras de frangos de corte sob suplementação com 25-hidroxicolecalciferol. R. Bras. Zootec., v.38, n.7, p.1286-1290, 2009.

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Difusão de tecnologias para os produtores de leite da Baixada Serrana do

município de Botucatu Silva, E.L.C*¹; Padovan, I¹; Meirelles, P.R.L2; Costa. C²; Muller L.R¹; Bataglioni, I.C¹; Pariz, C.M³, Castilhos, A.M³. 1 Graduação em zootecnia FMVZ/Unesp – Campus de Botucatu; 2 Docente FMVZ/Unesp – Campus de Botucatu; ³ Doutorado FMVZ/Unesp – Campus de Botucatu;

*[email protected]

A pecuária leiteira é uma atividade complexa, onde além da preocupação com a alimentação, sanidade, reprodução e manejo dos animais, o produtor precisa sobreviver em um ambiente de intensa competição comercial, com produtos lácteos importados a preços mais competitivos que os nacionais. Neste contexto altamente complexo e competitivo, a transferência tecnológica torna-se um elemento vital para que os produtores de leite possam usufruir de uma vida mais digna em suas propriedades rurais, enxergando-as como verdadeiras empresas rurais de elevada importância para a cadeia produtiva do leite e do agronegócio brasileiro. Levantamentos realizados pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite, a Láctea Brasil, indicam que a cadeia produtiva do leite é a maior empregadora do setor privado no Brasil, com 3,8 milhões de trabalhadores distribuídos em, aproximadamente, 1,2 milhão de propriedades. O município de Botucatu possui 1.333 Unidades de Produção Agropecuária (UPA), sendo que destas 599 (44,9%) dedicam-se a bovinocultura de leite apresentando baixos índices de produtividade. O projeto tem o objetivo de divulgar tecnologias e informações relacionadas à produção de leite para produtores dos bairros rurais da Baixada Serrana no Município de Botucatu, ampliando a inserção da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp – Campus de Botucatu junto à comunidade. As atividades tiveram início em 2013 e buscam desde então, por meio de palestras, dias de campo e visitas técnicas realizadas por alunos de graduação, pós-graduação e professores difundir as novas tendências da atividade leiteira. Tal metodologia se baseia na interação entre a equipe técnica, formada por alunos de graduação e pós-graduação, e os produtores melhorando os indicativos produtivos acarretando com isso a melhoria das condições de vida e renda das famílias participantes. A capacidade de transformação social, financeira, econômica e ambiental que a metodologia de transferência tecnológica, dos conceitos de produção intensiva e racional de leite, pode atribuir a uma propriedade leiteira reflexos positivos na gestão sustentável desta mesma propriedade, resultando na melhoria da qualidade de vida dos produtores envolvidos, como também em toda a economia do agronegócio local. Outra contribuição importante deste projeto é a tentativa de desmistificar o conceito de tecnologia, muitas vezes atrelado a investimentos vultosos com grande aporte de capital, em vez de o mesmo estar associado a resultados, sejam eles financeiros, econômicos, sociais e ambientais. Por fim, devido à multiplicidade de conhecimentos envolvidos na atividade leiteira, o projeto em tela poderá servir para despertar o interesse futuro de pesquisadores pertencentes a diferentes áreas do conhecimento, além de ser uma fonte de informação para outros estudos no campo de transferência de tecnologias para a pecuária leiteira. Palavras-chave: bovinocultura leiteira, tecnificação, inserção, produtividade. Agradecimentos: Pró-reitora de Extensão da UNESP - PROEX pela concessão de bolsa de estudos e financiamento do projeto.

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Efeito da aplicação de somatotropina recombinante bovina (bST) no dia da IATF na taxa de concepção de vacas de corte

Santana, B.F¹; Costa, N.P²; Girotto, R³; Sá Filho, M.F4; Membrive, C.M.B5 ¹Discente do curso de zootecnia /Dracena- UNESP. ²Faculdade de medicina veterinária UNESP, Araçatuba. ³Pesquisador na empresas RG Genética Avançada, Água Boa, MT 4Departamento de Reprodução animal USP, Pirassununga . 5Docente da faculdade de zootecnia- UNESP. e-mail: [email protected]

Introdução

Em rebanhos bovinos, a mortalidade embrionária precoce é uma das maiores causas de falhas reprodutivas, conforme revisado por Santos et al. (2004) e Sartori (2004). Em fêmeas bovinas de corte os principais desafios biológicos para o estabelecimento da prenhez ocorrem no período especialmente crítico compreendido entre os dias 15 e 19 após a fecundação (Binelli et al., 2001). Neste período foram reportadas perdas embrionárias de 20 a 40% em fêmeas zebuínas, grande parte atribuídas a incapacidade do concepto em promover o reconhecimento materno fetal (Machado et al., 2009). O principal regulador deste reconhecimento é o interferon-tau (IFN-τ), secretado no lúmen uterino pelo concepto (Binelli et al., 1999). A produção de IFN-τ foi positivamente correlacionada ao tamanho do embrião e concepto (Mann e Lamming, 2001).

Em bovinos o útero e o embrião apresentam receptores para o hormônio de crescimento (GH) e fator de crescimento semelhante a insulina tipo I (IGF-I) que por ação endócrina, atuam em ambas as estruturas durante o estabelecimento da prenhez (Kolle et al., 2001; Yaseen et al., 2001; Rhoads et al., 2008). De fato, experimentos realizados in vivo e in vitro permitiram evidenciar o efeito positivo do GH e IGF-I nas funções uterinas aumentando a expressão de RNAm para proteínas que constituem o histotrofo e no desenvolvimento do concepto durante o estágio de pré e peri-implantação em muitas espécies (Whates et al., 1998; Spencer et al., 1999; Kolle et al., 2002; Markham e Kaye, 2003; Bilby et al., 2006). Assim o GH e IGF-I constituem uma importante estratégia para promover um maior desenvolvimento do concepto e uma redução nas perdas embrionárias

Moreira et al. (2002b) verificaram que a administração de bST incrementou as taxas de fertilização, acelerou o desenvolvimento embrionário e melhorou a qualidade dos embriões. Moreira et al. (2002a) administraram 500mg de bST em doadoras de embriões e/ou receptoras e verificaram que a administração de bST aumentou a porcentagem de embriões transferíveis, o número de blastocistos obtidos por lavagem e as taxas de prenhez. A maioria dos trabalhos realizados com bST abordam seus efeitos em vacas leiteiras em lactação e doadoras de embrião mestiças. Até o momento existem poucas investigações realizadas em fêmeas de corte. Nesse contexto, hipotetizou-se que vacas tratadas com bST apresentam maiores taxas de concepção em vacas de corte, quando aplicado se a IATF. Objetivo

No presente estudo objetivou-se avaliar o efeito da somatotropina recombinante bovina (bST; Boostin®) na taxa de concepção, quando aplicada no dia da IATF. Material e Métodos

O experimento foi conduzido na Fazenda Santo Antônio, em Araguaiana-MG, Brasil. Foram utilizadas vacas Nelore (n=587), pluríparas, entre 40 e 70 dias pós-parto. O escore de condição corporal (escala de 1 a 5) foi de 3,01 + 0,01; 3,00 + 0,01 e 3,00 + 0,01 para o grupo Controle, bST 250 e bST 500, respectivamente. A condição ovariana foi avaliada por ultrasonografia (Aloka Ultrasound

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Diagnostic Equipament, Modelo SSD-500, Tokyo-Japão), no dia da colocação dos dispositivos, quando verificou-se 30% das fêmeas cíclicas e 70% em anestro. As fêmeas foram mantidas em pasto de Brachiaria brizantha com fornecimento de água e suplementação mineral ad libitum, e foram divididas em oito lotes de manejo, todas submetidas à IATF no mesmo dia. Os diferentes tratamentos foram equitativamente divididos em cada lote. Todos os procedimentos experimentais foram aprovados pela Comissão de Ética em Experimentação Animal da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Araçatuba, Araçatuba/SP, Brasil (Protocolo número 2013/00602). Foram utilizados dispositivos intravaginais contendo 1g progesterona (DIB®; MSV Saúde Animal) associados a uma injeção intramuscular (IM) de 2mg benzoato de estradiol (Gonadiol®; MSV Saúde Animal) no dia da colocação do dispositivo. Os dispositivos foram removidos oito dias depois, quando as vacas foram tratadas com 0,530mg de D-cloprostenol (Ciosin®; MSV Saúde Animal) e 300UI eCG (Novormon®; MSV Saúde Animal). As fêmeas foram tratadas com 1mg de benzoato de estradiol (Gonadiol®; MSV Saúde Animal), via IM 24 horas após a remoção dos dispositivos. Após 30 horas da última injeção as vacas foram submetidas à IATF.

Foi usado sêmen de um reprodutor da raça Aberdeen Angus. Três inseminadores foram divididos equitativamente entre os diferentes grupos de tratamento.Durante o procedimento de IATF as vacas receberam 5mL de solução 250mg (Grupo bST 250; n=197) ou 500mg (Grupo bST 500; n=196), aplicados via subcutânea (SC) na fosssa ísqueo-retal.O diagnóstico de gestação foi realizado 30 dias após a IATF por ultrassonografia (Aloka Ultrasound Diagnostic Equipament, Modelo SSD-500, Tokyo-Japão) com transdutor linear de 5mHz. As fêmeas foram classificadas em prenhes ou não prenhes.

Foi utilizado o programa estatístico SAS (SAS, 2009; SAS Institute, Cary, NC, USA). No modelo inicial, para análise da taxa de concepção, incluiu-se os efeitos de tratamento, lote, ECC e as interações. Nas análises considerou-se um nível de significância de 5%. Resultados e Discussão

As taxas de concepção não diferiram entre os tratamentos (p>0,05) e foram de 59,27% (115/194), 58,37% (115/197) e 65,82% (129/196) para os grupos Controle, bST 250 e bST 500, respectivamente. Recentemente, Albuquerque et al. (2012) utilizaram em vacas Nelore protocolo de sincronização similar ao utilizado neste estudo, associado aaplicação de 167 e 333mg de bST no dia da IATF. Os mesmos autores verificaram taxas de concepção de 37,4% no grupo controle, 45,4% para a dose de 167mg e 46% para as tratadas com 333mg, tendo havido efeito de tratamento, embora não tenha havido efeito de dose. Observa-se que mesmo tendo incremento na fertilidade a taxa de concepção do grupo controle foi menor (37,4%) comparado a taxa usualmente encontrada em rebanhos comerciais. Também verificaram em um segundo experimento que quando vacas Nelore foram submetidas a IATF e receberam duas aplicações de bST, na dose de 333mg no dia da IATF e onze dias após, a taxa de concepção não foi aumentada, sendo de 48% no grupo controle e 42,3% no tratado. Pode-se observar, no segundo estudo destes autores, que a taxa de concepção do grupo controle foi maior comparada ao primeiro (37,4% vs. 48%), ou seja, quando a taxa do grupo controle foi de 48% o incremento na fertilidade não pode ser observado. No presente estudo, quando o bST foi administrado no dia da IATF, na dose de 250 e 500mg, as taxas de concepção não foram aumentadas (59,27% vs. 58,37% vs. 65,82%). Nesta ocasião, verificou-se uma maior taxa de concepção no grupo controle (59,27%) comparada a taxa relatada em rebanhos comerciais de 49,1% (Baruselli et al., 2008; Sá Filho et al., 2009). Altas taxas de concepção no grupo controle também foram evidenciadas no experimento 2 deste estudo (57,3%), ocasião que não houve incremento na

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taxa de concepção. Tais evidências permitem sugerir que o bST aumenta a taxa de concepção em rebanhos de corte usualmente com menores taxas de concepção.

Em vários estudos evidenciou-se que a aplicação de bST promove um aumento progressivo nas concentrações plasmásticas de GH e IGF-I ao longo dos primeiros 7 dias, quando evidencia-se um pico destes hormônios, prosseguido de um declínio diário gradual (Ribeiro et al., 2013; Aboin et al., 2013). Desta forma, presume-se que a aplicação de bST no momento da IATF, promove maiores concentrações de bST no período que coincidiria com o início do desenvolvimento embrionário até o sétimo dia de desenvolvimento. Ribeiro et al. (2013) verificou que o GH e IGF-I além de estimular a secreção de uma maior quantidade de histotrofo, induziu a proliferação celular e promoveu efeitos anti-apoptóticos. O aumento da proliferação celular e o elongamento do concepto tornam-se extremamente importantes para prevenir a luteólise e manter a gestação (Spencer et al., 1999). Tais ações associadas potencializariam o desenvolvimento do embrião aumentado as possibilidades de sobrevivência embrionária. Considerando estes relatos, no presente experimento, seria esperado um aumento na taxa de concepção, evento que não foi caracterizado. De fato, a dose de bST para vacas de corte não está estabelecida e as respostas dos embriões ao GH in vitro foram usualmente dose-dependentes (Markham e Kaye, 2003). Possivelmente, a ausência de incremento na fertilidade decorra de uma inadequada dose utilizada, sugere-se que haja uma dose resposta que merece ser melhor averiguada Conclusão

Conclui-se que vacas tratadas com bST apresentam maiores taxas de concepção em vacas de corte, quando aplicada no dia da IATF. Referências ABOIN AC, COOKE RF, VIEIRA FVR, LEIVA T, VASCONCELOS JLM. 2013. Effects of bovine somatotropin injection on serum concentrations of progesterone in non-lacting dairy cows. Livestock Science, 154:240-245. ALBUQUERQUE JP, DIAS HP, BUENO IC, RODRIGUES ADP, PEREIRA MHC, CARVALHO ER, OLIVEIRA WVC, VASCONCELOS JLM. 2012. Uso da somatotropina bovina (bST) associada a protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) em vacas de corte. In: Anais da XXVI Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões, 360. BARUSELLI PS, MARTINS CM, SALES JNS, FERREIRA RM. 2008. Novos avanços na superovulação de bovinos. Acta Sci Vet, 36:433-448. BILBY TR, BLOCK J, DO AMARAL BC, SA FILHO O, SILVESTRE FT, HANSEN PJ, STAPLES CR, ET AL. 2006. Effects of dietary unsaturated fatty acids on oocyte quality and follicular development in lactating dairy cows in summer. J Dairy Sci, 89:3891-3903. BINELLI M, HAMPTON J, BUHI WC, THATCHER WW. 1999. Persistent dominant follicle alters pattern of oviductal secretory proteins from cows at estrus. Biol Reprod , 61:127-134. BINELLI M, THATCHER WW, MATTOS R, BARUSELLI PS. 2001. Antiluteolytic strategies to improve fertility in cattle. Theriogenology, 56:1451-1463. Kolle S, Stojkovic M, Boie G, Wolf E, Sinowatz F. 2002. Growth hormone inhibits apoptosis in vitro produced bovine embryos. Mol Reprod Dev, 61:180-186. KOLLE S, STOJKOVIC M, PRELLE K, WATERS M, WOLF E, SINOWATZ F. 2001. Growth hormone (GH)/GH receptor expression and GH-mediated effects during early bovine embryogenesis. Biol Repro, 64:1826-1834.

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MACHADO RS, SUDANO MJ, BARBOSA RT, BERGAMASCHI MACM, BINELLI M. 2009. Metodologia para obtenção de concepto bovino. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento. São Carlos, Embrapa Pecuária Sudeste, 19-22. MANN GE, LAMMING GE. 2001. Relationship between the maternal endocrine environment early embryo development and the inihibition of the luteolytic mechanisms in the cow. Reproduction, 121:175-180. MOREIRA F, BADINGA L, BURNLEY C, THATCHER WW. 2002a. Bovine somatotropin increases embryonic development in superovulated cows and improves post-transfer pregnancy rates when given to lactating recipient cows. Theriogenology, 57:1371-1387. MOREIRA F, ORLANDI C, RISCO CA, MATTOS, R. 2001. Effects of presynchronization and bovine somatotropin on pregnancy rates to a timed artificial insemination protocol in lactating dairy cows. Journal of Dairy Science, 84:1646-1659. MOREIRA, F, PAULA-LOPES FF, HANSEN PJ, BADINGA L, THATCHER WW. 2002b. Effect of growth hormone and insulin-like growth factor-I on development of in vitro derived bovine embryos. Theriogenology, 57:895-907. RIBEIRO ES, BRUNO RG, FARIAS AM, HERNÁNDEZ-RIVERA JÁ, GOMES GC, SURJUS R, BECKER LF, BIRT A, OTT TL, BRANEN JR, SASSER RG, KEISLER DH, THATCHER WW, BILBY TR, SANTOS JE. 2013. Low doses of bovine somatotropinenhance conceptus development and fertility in lactating dairy cows. Biol Reprod., 10:1-12. RHOADS ML, MEYER JP, KOLATH SJ, LAMBERSON WR, LUCY MC. 2008. Growth hormone receptor, insulin-like growth factor (IGF)-1, and IGF-binding protein-2 expression in the reproductive tissues of early postpartum dairy cows. J Dairy Sci, 91:1802-1813. SÁ FILHO OG, MENEGHETTI M, PERES RFG, LAMB GC, VASCONCELOS JLM. 2009. Fixed-time artificial insemination with estradiol and progesterone for Bos indicus cattle. I. Strategies and factors affecting fertility. Theriogenology, 72:210-218. SANTOS JE, CERRI RL, BALLOU MA, HIGGINBOTHAM GE, KIRK JH. 2004. Effect of timing of first clinical mastitis occurrence on lactational and reproductive performance of Holstein dairy cows. Anim Reprod Sci, 80:31-45. SARTORI R. 2004. Fertilização e morte embrionária em bovinos. Acta Scientiae Veterinariae, 32:35-50. SAS INSTITUTE. SAS/STAT User’s Guide. 2009. Version 9.2, SAS Institute Inc., Cary, NC. SPENCER TE, GRAY A, JOHNSON GA, TAYLOR KM, GERTLER A, GOOTWINE E, OTT TL, BAZER FW. 1999. Effects of recombinant ovine interferon tau, placental lactogen, and growth hormone on the ovine uterus. Biol Repro, 61:1409-1418. WHATES DC, REYNOLDS TS, ROBINSON RS, STEVENSON KR. 1998. Role of the insulin-like growth factor system in uterine function and placental development in ruminants. J Dairy Sci, 81:1778-1789. YASEEN MA, WRENZYCKI C, HERRMANN D, CARNWATH JW, NIEMANN H. 2001. Changes in the relative abundance of RNAm transcripts for insulin-like growth factor (IGF-I and IGF-II) ligands and their receptors (IGF-IR/IGF-IIR) in preimplantation bovine embryos derived from different in vitro systems. Reproduction, 122:601-610. Agradecimentos: A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Fundação de Desenvolvimento da UNESP (FUNDUNESP) e MSD Saúde Animal. (Protocolo número 2013/00602).

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Efeito da frequência de alimentação sobre a flutuação do consumo de

matéria seca em bovinos Nelore confinados* Silva, J1; Carrara T. V. B2; Pereira, M. C. S1; Batista Junior, I. C³; Millen,D. D4. ¹Mestrando(a) em Zootecnia, UNESP, campus de Dracena. [email protected] ²Mestranda em Zootecnia, UNESP, campus de Botucatu. 3Graduando em Zootecnia, UNESP, campus de Dracena. 4Professor Doutor, Curso de Zootecnia, UNESP, campus de Dracena. *Estudo financiado pela FAPESP. [email protected]

Introdução

A pecuária bovina de corte brasileira vem passando por mudanças significativas na produção, a alta demanda no mercado de carne vem pressionando os produtores nacionais para a intensificação dos sistemas de produção de bovinos de corte. Como resultado desta pressão, a utilização de confinamentos vem tornando-se cada vez mais importante para a cadeia produtiva da carne bovina, com número estimado de 4,3 milhões de bovinos confinados no Brasil, e um total estimado de 42,9 de cabeças abatidas (ANUALPEC, 2013).

Desta maneira, para tais parâmetros serem alcançados torna-se imprescindível o fornecimento de rações com elevados teores de energia ou carboidratos não fibrosos, principalmente o amido, pois na fase de terminação o animal apresenta elevada exigência em nutrientes, principalmente se o ganho diário de peso desejado for alto (SANTOS et al., 2004). Entretanto, a inclusão de elevados teores de amido (carboidratos rapidamente fermentescíveis) nas rações gera aumento da produção de Ácidos Graxos de Cadeia Curta (AGCC) assim como de ácido lático pelos microrganismos do rúmen, o que pode levar a problemas de ordem digestiva como a acidose, frequentemente acompanhados de diminuição e grande variação no Consumo de Matéria Seca (CMS), baixo ganho de peso, lesões na parede do rúmen e aparecimento de abscessos hepáticos (PRESTON,1998).

Para que tais prejuízos possam ser minimizados, de forma a diminuir o impacto da fermentação excessiva dos carboidratos no rúmen, algumas estratégias de manejo alimentar dos animais podem ser adotadas, tais como: adaptação gradual à ração, maior intervalo entre tratos e horários dos mesmos, maior frequência de fornecimento da ração nos currais de engorda e variação do CMS (CERVIERI et al., 2009).

Logo, oferecer a ração total dividida em maior número de parcelas ao longo do dia pode diminuir o risco de distúrbios digestivos, pois a quantidade de energia ingerida pelo animal foi menor em cada oferta, bem como a quantidade de amido, o que proporciona um ambiente ruminal mais favorável à degradação dos carboidratos pelas bactérias, e evita quedas bruscas e flutuações de pH, melhorando desta maneira o desempenho animal. Objetivo

O objetivo deste estudo foi determinar a flutuação do consumo da matéria seca em bovinos Nelore confinados e submetidos às frequências de alimentação. Material e Métodos

Este estudo foi conduzido pela UNESP, campus de Dracena, em parceria com o APTA/Andradina, foi designado para determinar os efeitos das frequências de alimentação sobre a flutuação do consumo da matéria seca na fase de adaptação, terminação e período total de confinamento em bovinos Nelore. O delineamento utilizado foi de blocos casualizados, com 12 repetições, em que 48 machos não castrados da raça Nelore (358,2±19,4kg), foram alimentados em

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baias individuais por 94 dias de acordo com os tratamentos: 1) fornecimento da ração 1x ao dia (8h), 2) 2x (8h e 14h), 3) 3x (8h, 11h e 17h) e 4) 4x (8h, 11h, 14h e 17h). Os animais passaram por período de adaptação de 9 dias, em que receberam oferta ad libitum de duas dietas de adaptação, com níveis de concentrado de 60% e 73%,com base na matéria seca. A dieta de terminação continha: 67% de grãos de milho quebrados, 14% de bagaço de cana, 9% de casca de soja, 5,5% de farelo de soja, 4,0% de suplemento mineral com ureia, 0,5% de calcáreo. A flutuação do consumo da matéria seca foi avaliada durante todo o período experimental, expressa em porcentagem e quilo, seguindo a metodologia proposta por Bevans et al. (2005), obtida pela equação:

em que: CMSD = consumo de MS do dia (kg); CMSDA = consumo de MS do dia anterior (kg). Contrastes ortogonais foram utilizados para avaliar a relação quártica, cúbica, quadrática ou linear entre as variáveis, utilizando-se o PROC MIXED do SAS (2003). Resultados e Discussão

Na fase de adaptação, a frequência de alimentação afetou a flutuação do CMS, expressa em percentagem, de forma cúbica (P = 0,05), em que os grupos de animais alimentados três e quatro vezes ao dia apresentaram a menor flutuação do CMS (tabela 1). Por outro lado, as frequências de alimentação não tiveram efeito sobre a flutuação do CMS, expressa em percentagem, durante a fase de terminação e quando considerado o período total de confinamento (P > 0,05), como mostrado na tabela 1.

Quando os dados de flutuação do CMS foram expressos em quilogramas, bovinos Nelore alimentados três vezes ao dia ainda apresentaram a menor flutuação de consumo (P = 0,05); no entanto, no período de terminação, e consequentemente no período total de confinamento, as frequências alimentares afetaram a flutuação do CMS de forma linear e quadrática (P < 0,05), em que animais alimentados três e quatro vezes ao dia apresentaram a maior flutuação

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(tabela 2).

Com o aumento da frequência, os animais alimentados três e quatro vezes ao dia apresentaram menor flutuação de CMS durante a fase de adaptação, induzindo apresentar melhor adaptação ou desenvolvimento do epitélio ruminal, o que pode ter proporcionado um ambiente ruminal mais favorável à fermentação dos substratos, corroborando com Robinson e Tamminga (1984) citam que a concentração de metabólitos ruminais é alterada quando o alimento é fornecido mais parceladamente.

Desta maneira, quando os animais são alimentados com maiores frequências de alimentação, ou seja, tem sua dieta total dividida em maior número de parcelas ao longo do dia, proporcionando possivelmente um ambiente ruminal mais favorável à degradação dos carboidratos pelas bactérias, evitando quedas bruscas e flutuações de pH, e consequentes flutuações de consumo, corroborando com Soto-Navarro et al. (2000) verificaram uma tendência de pH a ser menor em novilhos alimentados uma vez por dia em comparação com aqueles alimentados duas vezes ao dia.

Por outro lado, quando comparados com a fase de terminação expressada em quilos, os animais alimentados três e quatro vezes ao dia, no período de terminação e período total de confinamento apresentaram uma maior flutuação de CMS (1,28; 1,12 kg), em relação aos animais alimentados uma e duas vezes (0,97; 1,06 kg), corroborando com Hickman et al. (2002) relataram que os animais alimentados ad libitum poderia flutuar sua ingestão, tanto quanto 2-3 kg / dia sem efeitos adversos sobre a saúde e o desempenho. Conclusão

Na fase de adaptação, animais alimentados três e quatro vezes ao dia, apresentaram menor flutuação CMS, proporcionando um ambiente mais favorável para ação dos microrganismos ruminais, evitando quedas bruscas de pH, aumentando assim o consumo de matéria seca em consequência

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melhor desempenho dos animais. De maneira prática, alimentar bovinos Nelore no mínimo três vezes ao dia pode ser a opção mais viável. Referências ANUALPEC 2013: Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: FNP Consultoria e Comércio, p. 357, 2013. BEVANS, D. W.; BEAUCHEMIN, K. A.; SCHWARTZKOPF-GENSWEIN, K. S. et al. Effect of rapid or gradual grain adaptation on subacute acidosis and feed intake by feedlot cattle. Journal of Animal Science, v. 83, p. 1116-1132, 2005. CERVIERI, R. C.; CARVALHO, J. C. F.; MARTINS, C. L. Evolução do Manejo Nutricional nos Confinamentos Brasileiros: Importância da Utilização de Subprodutos da Agroindústria em Dietas de Maior Inclusão de Concentrado. In: Simpósio Internacional De Nutrição De Ruminantes, 2. Botucatu. Recentes avanços na nutrição de bovinos confinados: Anais... Botucatu: UNESP, Faculdade de Ciênicas Agronômicas, p. 2-22, 2009. HICKMAN, D. D.; MCALLISTER, T. A.; SCHWARTZKOPF-GENSWEIN, K. S. et al. Relationship between feeding behavior and performance of feedlot steers. Journal of Animal Science, 80(Suppl. 1):15. (Abstr.), 2002. PRESTON, R. L. Management of high concentrate diets in feedlot. In: Simpósio sobre Produção Intensiva de Gado de Corte, Campinas. Anais...Campinas: CBNA, p. 82-91, 1998. ROBINSON, P. H.; TAMMINGA, S. Present knowledge of protein digestion an aborption in ruminants, Ubers, Tierernahrg, v.12, p. 229, 1984. SANTOS, F. A. P.; PEREIRA, E. M.; PEDROSO, A. M. Suplementação energética de bovinos de corte em confinamento. In: Simpósio Sobre Bovinocultura de Corte, 5. Piracicaba. Anais… Piracicaba: FEALQ, p. 262-297, 2004. SAS INSTITUTE. SAS user’s guide: statistics. release 9.1. Cary, NC, 2003. SOTO-NAVARRO, S. A.; KREHBIEL, C. R.; DUFF, G. C. et al. Influence of feed intake fluctuation and frequency of feeding on nutrient of digestion, digesta kinectics, and ruminal fermentation profiles in limit-fed steers. Journal of Animal Science, 78:2215–2222, 2000 Agência de fomento: FAPESP, processo: 2012/02069-5 Protocolo da Comissão de Ética: 40/2012.

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Efeito do fipronil em hepatócitos isolados de ratos previamente tratados com

proadifen 1Guelfi, M.*, 1Tavares, M.A., 2Maioli, M.A., 1Mingatto, F.E., 1Laboratório de Bioquímica Metabólica e Toxicológica (LaBMeT), UNESP- Dracena/SP, 2Laboratório de Endocrinologia Animal UNESP-Araçatuba/SP.

Introdução

O fígado desempenha função central no metabolismo, pois recebe nutrientes e xenobióticos que são por ele absorvidos, transformados, armazenados e liberados no sangue além de produzir e armazenar a bile. A célula parenquimal (hepatócito) é a principal unidade funcional do fígado e tem sido extensivamente utilizada para estudar o metabolismo e a toxicidade de uma grande variedade de substâncias químicas, uma vez que propicia características adequadas ao estudo dos danos que essas substâncias e seus metabólitos podem causar. O fipronil é um inseticida de amplo-espectro de ação utilizado extensivamente para o controle de infestações parasitárias tais como pulgas, carrapatos e piolhos de cães, gatos e bovinos (Chanton et al, 2001;. Aajoud et al, 2003.). Existem relatos descritos na literatura de intoxicação em animais e humanos provocada pelo composto (Chodorowski e Anand, 2004;. Lee et al, 2010). É importante elucidar os mecanismos de hepatotoxicidade do composto para o auxílio no tratamento em caso de intoxicação por parte dos mamíferos Objetivos

Estudar o papel da biotransformação sobre os efeitos tóxicos do fipronil em hepatócitos isolados de ratos. Métodos

O presente trabalho foi submetido à avaliação pela Comissão de Ética em Uso de Animais do Campus da UNESP de Dracena sob o protocolo 03/2010. Os hepatócitos foram isolados de ratos Wistar machos (200 g de peso vivo) não tratados ou previamente tratados com proadifen (25 mg/kg de peso), um inibidor das enzimas do citocromo P450, através de perfusão com colagenase IV. Para as análises enzimáticas da lactato desidrogenase (LDH) e síntese de ATP, os hepatócitos foram incubados com diferentes concentrações de Fipronil (25, 50, 75 e 100 μM) durante 120 minutos. A síntese de ATP foi determinada por quimioluminescência pelo sistema luciferina-luciferase. A atividade das enzimas LDH foidosada por meio de kit comercial (Bioclin). A significância estatística foi determinada pela análise de variância seguida pelo teste de Dunnet. Resultados

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A diminuição da concentração de ATP em células isoladas de fígado de ratos sem tratamento prévio com proadifen iniciou-se aos 30 minutos (Fig. 1) após o início do período experimental na concentração 50 μM. Os grupos de células isoladas de ratos previamente tratados com proadifen apresentaram redução nos níveis de ATP logo aos 60 minutos na concentração 25 μM, todas as concentrações utilizadas (25, 50, 75 e 100 μM) reduziram o conteúdo de ATP intracelular, e esta queda ampliou-se em função do aumento do tempo deexposição ao composto, com exceção das concentrações mais elevadas (75 e 100 μM) que promoveram inibição máxima a partir 60 minutos, respectivamente.

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A determinação da atividade da (LDH) aplicada como forma monitoramento da viabilidade dos hepatócitos, e avaliados tanto em células isoladas de ratos não tratados ou previamente tratados com proadifen (Fig. 2).

Pode ser observada uma diminuição na viabilidade dos hepatócitos apenas aos 90 minutos, esta redução manifestou-se na adição de 50 μM no tempo 60 minutos de forma dose-dependente, permanecendo até o final do período experimental. Os hepatócitos de ratos previamente tratados com proadifen apresentaram um aumento na liberação da enzima antecipadamente aos grupos de células não tratados com o inibidor, visto que aos 90 minutos na concentração de 25 μM do fipronil induziu um aumento significativo da atividade da enzima LDH. Discussão

Na viabilidade celular observamos aumentos na liberação da enzimas LDH no líquido de incubação dos hepatócitos, o que de acordo com Grisham (1979), indica que houve uma perda de integridade da membrana plasmática dos hepatócitos, a qual não está associada apenas a lise ou

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morte das células, mas também a algumas alterações reversíveis e que resultam em aumento de sua permeabilidade (GRISHAN; SMITH, 1984).

A redução do ATP pode ter sido suficiente para diminuir a eficiência dos processos dependentes de energia e a transdução de sinais celulares mediados pelo ATP, o que segundo Eguchi et al. (1997) e Skulachev (2006), pode acarretar a morte celular. Conclusão

O fipronil apresentou toxicidade para os hepatócitos isolados de rato e a sua biotransformação influenciou nesse efeito, pois os hepatócitos com atividade metabólica normal e os previamente tratados com proadifen foram diferentemente afetados pelo inseticida. Referências bibliográficas AAJOUD, A.; RAVANEL, P.; TISSUT, M. Fipronil metabolism and dissipation in a simplified aquatic ecosystem. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v.51, p. 1347–1352, 2003. CHANTON, P.F.; RAVANEL, P.; TISSUT, M.; MEYRAN, J.C. Toxicity and bioaccumulation of fipronil in the nontarget arthropodan fauna associated with subalpine mosquito breeding. Ecotoxicology and Environmental Safety, v.52, p.8-12, 2001. CHODOROWSKI, Z, ANAND, J.S. Accidental dermal and inhalation exposure with fipronil – a case report. J. Toxicol. v.42 (2), p.189-190, 2004. EGUCHI, Y.; SHIMIZU, S.; TSUJIMOTO, Y. Intracellular ATP levels determine cell death fate by apoptosis or necrosis. Cancer Res., v.57, p.1835-1840, 1997. GRISHAM, J.W.; SMITH, G.J. Predictive and mechanistic evaluation of toxic responses in mammalian cell culture systems. Pharmacol. Rev., v.36, p.151S-171S, 1984. LEE, S.J. et al.Acute illnesses associated with exposure to fipronil - surveillance data from 11 states in the United States, 2001-2007. Clin. Toxicol. v.48 (7), p.737-744, 2010. SKULACHEV, V.P. Bioenergetic aspects of apoptosis, necrosis and mitoptosis. APOPTOSIS, v. 11, p. 473-485, 2006. Agência Financiadora: FAPESP

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Efeitos da somatotropina recombinante bovina (bST) na morfometria das

glândulas endometriais em vacas de corte

A.L. Baltazar1; B.P. Mello2; S.C. Scolari2; N.P. Costa1; C.M.B. Membrive1,3 1UNESP, Araçatuba, SP, Brasil, 16015-050; 2USP, Pirassununga, SP, Brasil, 13635-900; 3UNESP, Dracena, SP, Brasil, 17900-000; [email protected]

Introdução

Em rebanhos bovinos, a mortalidade embrionária precoce e uma das maiores causas de falhas reprodutivas. Em gêmeas bovinas de corte os principais desafios biológicos para o estabelecimento da prenhes ocorrem no período especialmente critico compreendido entre os dias 15 e 19 apos a fecundação (Binelli et al., 2001). Neste período especifico foram reportadas perdas embrionárias de 20 a 40% em gêmeas zebuínas, grande parte atribuídas a incapacidade do concepto em promover o reconhecimento materno fetal (Machado et al., 2009). Durante tal período critico, o concepto deve produzir competentemente moléculas que interagem com o endométrio inibindo a síntese de prostaglandina F2a (PGF2a). Esse reconhecimento requer que moléculas produzidas pelo concepto interajam com o endométrio para alterar a sua “pré-programarão”, bloqueando assim a secreção de PGF2a e impedindo a luteolise (Binelli et al., 1999). O principal regulador deste reconhecimento e o interferon-tau (IFN-τ), secretado no lúmen uterino pelo concepto (Binelli et al., 1999). Sua produção e correlacionada ao tamanho do embrião e concepto (Mann e Lamming, 2001). Em bovinos o útero e o embrião apresentam receptores para o hormônio de crescimento (GH) e fator de crescimento semelhante a insulina tipo I (IGF-I) que por ação endócrina, paracrina e autocrina atuam em ambas as estruturas durante o estabelecimento da prenhes (Kolle et al., 2001; Yaseen et al., 2001; Rhoads et al., 2008). O GH e IGF-I constituem uma importante estratégia para promover um maior desenvolvimento do concepto e uma redução nas perdas embrionárias. De fato, experimentos realizados in vivo e in vitro permitiram evidenciar o efeito positivo do GH e IGF-I nas funções uterinas aumentando a expressão de RNAm para proteínas que constituem o histotrofo e no desenvolvimento do concepto durante o estagio de pre e peri-implantacao em muitas espécies (Whates et al., 1789; Spencer et al., 1999; Kolle et al., 2002; Markham e Kaye, 2003; Bilby et al., 2006). Assim o GH e IGF-I constituem uma importante estratégia para promover um maior desenvolvimento do concepto e uma redução nas perdas embrionárias. Ate o momento existem poucas investigações realizadas em gêmeas de corte. Nesse contexto, considerando seu efeito estimula tório na síntese de proteínas endometriais, hipotetizou-se que a administração de somatotropina recombinante bovina (bST) promove, 15 dias apos sua aplicação, aumento no numero, perímetro e área das glândulas endometriais. Objetivos

No presente estudo objetivou-se avaliar os efeitos da somatotropina recombinante bovina (bST; BoostinÒ),15 dias apos a aplicação, na morfometria das glândulas endometriais (numero, perímetro e área total) superficiais, profundas e totais.

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Local do Experimento e Animais O experimento foi conduzido na Fazenda São Jose, localizada em Birigui- SP. Foram utilizadas 20 novilhas da raça Nelore (Bos taurus indicus) não prenhas. As gêmeas foram previamente avaliadas quanto a idade, peso e escore de condição corporal. A condição ovariana foi avaliada por ultrassonografia (Aloka Ultrasound Diagnostic Equipament, Modelo SSD-500, Tokyo-Japao), no dia da colocação dos dispositivos, quando verificou-se 40% das gêmeas cíclicas e 60% em anestro. As gêmeas foram mantidas em regime de confinamento com uma ingestão diária/animal de 1.220 kg cana de açúcar picada + 850 kg germe de milho + 500 kg polpa de laranja + 340 kg torta de algodão + 30 kg ureia + 60 kg núcleo mineral.

Sincronização das Ovulações.: Foram utilizados dispositivos intravaginais contendo 1g de

progesterona (DIBR; MSV Saúde Animal) associados a uma injeção intramuscular (IM) de 2mg de benzoato de estradiol (GonadiolR; MSV Saúde Animal) no dia da colocação do dispositivo. Os dispositivos foram removidos 8 dias apos, quando as vacas foram tratadas com 0,530mg de D-cloprostenol (CiosinR; MSV Saúde Animal) e 300UI de eCG (NovormonR; MSV Saúde Animal). As gêmeas foram tratadas com 1mg de benzoato de estradiol (BE), via IM 24 horas apos a remoção dos dispositivos. As gêmeas não foram submetidas a Inseminação artificial em tempo fixo (IATF).

Tratamento: Trinta horas apos a ultima aplicação de BE, as novilhas receberam 5mL de solução salina (Grupo Controle; n= 10) ou bST (BoostinÒ) na dose de 500mg (Grupo bST 500; n=11), aplicados via subcutânea (SC) na fossa isqueo-retal.

Coleta e preparo do tecido endometrial:. As gêmeas foram abatidas 15 dias apos a injeção de bST. Imediatamente apos o abate, um segmento do corno uterino foi removido no terço médio do corno contralateral ao corpo lúteo. O tecido foi imediatamente acondicionado em solução fixadora de formol tamponado, pH 7,0, durante 24 horas. Os fragmentos foram lavados por seis vezes consecutivas, a cada 12 horas, com solução de PBS pH 7,5. O tecido foi desidratado imergindo-o por 60 minutos em álcool 70%; posteriormente em álcool 90% por 60 minutos, seguido por duas lavagens de 60 minutos em álcool absoluto e finalmente duas lavagens de 60 minutos em xilol. O tecido foi “emblocado” em parafina (Histosec). As laminas foram submetidas por 2 horas em estufa sob temperatura de 56°C a 58°C e posteriormente foram coradas por hematoxilina-eosina (HE).

Análise das imagens:. Apos a obtenção das laminas histológicas coradas, estas foram submetidas a um sistema de analise de imagem computadorizada programado a um microscópio de luz com câmera. As fotos foram confeccionadas de 10 campos opticos selecionados aleatoriamente, sendo cinco da região superficial do endométrio e cinco da região profunda do mesmo com uma lente de aumento 10x. Posteriormente, as fotos foram analisadas através do “software” Image-ProR PLUS-The Proven SolutionTM para obtenção do numero de glândulas, perímetro (μm), área (μm2) das glândulas endometriais superficiais, profundas e totais (superficiais + profundas).

Análise Estatística:. A analise estatística foi realizada utilizando o programa estatístico SAS (versão 9.2; SAS Institute Inc., Cary, NC). Considerou-se as vacas como unidade experimental. Fez-se uma analise pontual levando em conta, no modelo, o efeito dotratamento (tratamento controle ou tratamento com bST). Na analise estatística considerando apenas o efeito de tratamento (tratamento controle ou bST), considerou-se vaca com efeito aleatório e vaca dentro de cada tratamento. As variáveis continuas foram testadas quanto a normalidade utilizando o artificio “Guided Data Analysis” do SAS e quando necessário foram transformadas conforme a sugestão do programa para alcançar a normalidade. Os dados foram analisados por analise de variância. As medias foram analisadas pelo Proc Glimmix do SAS. Em todas as analises considerou-se um nível de significância de 5%. Todos os resultados foram apresentados na forma de media •} erro padrão não transformados.

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Resultados e Discussão

Não foi observada diferença significativa (p>0.05) entre o grupo controle e bST 500 para as glândulas endometriais superficiais quanto ao numero (19,984 + 2,014 vs. 17,340 + 2,039 respectivamente; p=0,2596), perímetro (208,371 + 34,713 vs. 251,536 + 17,346mm respectivamente; p=0,2437) e área (3173,54 + 659,087 vs. 3885,92 + 476,580mm2 respectivamente; p=0,8435). Não foi observada diferença significativa (p>0.05) entre o grupo controle e bST 500 para as glândulas endometriais profundas quanto ao numero (25,566 + 2,226 vs. 29,935 + 1,683 respectivamente; p=0,2506), perímetro (170,287 + 23,807 vs. 198,817 + 10,834mm respectivamente; p=0,2437) e área (1920,89 + 254,89 vs. 2153,333 + 196,100mm2 respectivamente; p=0,3806). Não foi observada diferença significativa (p>0.05) entre o grupo controle e bST 500 para as glândulas endometriais totais quanto ao numero (45,550 + 8,063 vs. 47,275 + 2,644 respectivamente; p=0,8230), perímetro (378,658 + 55,636 vs. 450,353 + 19,632mm respectivamente; p=0,1790) e área (5094,43 + 875,523 vs. 6039,253 + 555,09mm2 respectivamente; p=0,3359). Hipotetizou-se no presente estudo que a aplicação de bST promoveria alterações na morfometria das glândulas endometriais. Os receptores para a bST e IGF-1 estão presentes no endométrio de vacas (Wathes et al., 1998) e em alta concentração nas glândulas endometriais. Sugere-se que o IGF-1 regularia a atividade secretória de tais glândulas (Moreira et al., 2002a). Portanto, o aumento nas concentrações de IGF-1 em consequência do tratamento com bST exerceria um efeito estimula tório na atividade secretória das glândulas endometriais. Tal efeito promoveria um ambiente uterino mais favorável ao desenvolvimento do embrião e concepto, facilitando a manutenção da gestação (MOREIRA et al., 2002a). Entretanto, tal efeito não foi evidenciado considerando não ter havido aumento no numero, perímetro e área das glândulas endometriais superficiais, profundas e totais. Desta forma, possivelmente a ação do bST no histotrofo decorra da maior expressão e síntese de proteínas que constituem o mesmo sem que haja uma promoção no numero de células endometriais. Conclusões

A administração de somatotropina recombinante bovina (bST) apos 15 dias da sua aplicação, não aumenta o numero, perímetro e área das glândulas endometriais. Referencias Bilby TR, Block J, do Amaral BC, Sa Filho O, Silvestre FT, Hansen PJ, Staples CR, et al. 2006. Effects of dietary unsaturated fatty acids on oocyte quality and follicular development in lactating dairy cows in summer. J Dairy Sci, 89:3891- 3903. Binelli M, Hampton J, Buhi WC, Thatcher WW. 1999. Persistent dominant follicle alters pattern of oviductal secretory proteins from cows at estrus. Biol Reprod , 61:127-134. Binelli M, Thatcher WW, Mattos R, Baruselli PS. 2001. Antiluteolytic strategies to improve fertility in cattle. Theriogenology, 56:1451-1463. Kolle S, Stojkovic M, Prelle K, Waters M, Wolf E, Sinowatz F. 2001. Growth hormone (GH)/GH receptor expression and GH-mediated effects during early bovine embryogenesis. Biol Repro, 64:1826-1834. Kolle S, Stojkovic M, Boie G, Wolf E, Sinowatz F. 2002. Growth hormone inhibits apoptosis in vitro produced bovine embryos. Mol Reprod Dev, 61:180-186. Machado RS, Sudano MJ, Barbosa RT, Bergamaschi MACM, Binelli M. 2009. Metodologia para obtenção de concepto bovino. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento. Sao Carlos, Embrapa Pecuaria Sudeste, 19-22.

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Mann GE, Lamming GE. 2001. Relationship between the maternal endocrine environment early embryo development and the inihibition of the luteolytic mechanisms in the cow. Reproduction, 121:175-180. Markham KE, Kaye PL. 2003. Growth hormone, insulin-like growth factor I and cell proliferation in the mouse blastocyst. Reproduction, 125:327-336. Moreira F, Badinga L, Burnley C, Thatcher WW. 2002a. Bovine somatotropin increases embryonic development in superovulated cows and improves post-transfer pregnancy rates when given to lactating recipient cows. Theriogenology, 57:1371-1387. Moreira, F, Paula-Lopes FF, Hansen PJ, Badinga L, Thatcher WW. 2002b. Effect of growth hormone and insulin-like growth factor-I on development of in vitro derived bovine embryos. Theriogenology, 57:895-907. Rhoads ML, Meyer JP, Kolath SJ, Lamberson WR, Lucy MC. 2008. Growth hormone receptor, insulin-like growth factor (IGF)-1, and IGF-binding protein-2 expression in the reproductive tissues of early postpartum dairy cows. J Dairy Sci, 91:1802-1813. Whates DC, Reynolds TS, Robinson RS, Stevenson KR. 1998. Role of the insulin-like growth factor system in uterine function and placental development in ruminants. J Dairy Sci,81:1778-1789. Yaseen MA, Wrenzycki C, Herrmann D, Carnwath JW, Niemann H. 2001. Changes in the relative abundance of RNAm transcripts for insulin-like growth factor (IGF-I and IGF-II) ligands and their receptors (IGF-IR/IGF-IIR) in preimplantation bovine embryos derived from different in vitro systems. Reproduction, 122:601-610. Todos os procedimentos experimentais foram aprovados pela Comissao de Etica em Experimentacao Animal da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Aracatuba, Aracatuba/SP, Brasil (Protocolo numero 2013/00602). Agradecimentos: A Coordenacao de Aperfeicoamento de Pessoal de Nivel Superior (CAPES); Fundacao de Desenvolvimento da UNESP (FUNDUNESP) e MSD Saude Animal.

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Eficácia de drogas anti-helmínticas em equinos na região noroeste do estado

de São Paulo

VERA, J.H.S1; PACHECO, T.M2; YAMADA, P.H2; SAES, I.L3; DELLAQUA, J.V3; SOUTELLO, R.V.G4 1 Prof. Ms. do curso de Medina Veterinária, FCAA/FEA, Andradina-SP. E-mail:[email protected] 2 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Animal – UNESP. 3 Acadêmicos do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, Km 651, Dracena, SP 4 Professor Dr UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, km 651, Dracena, SP

Introdução

O complexo do agronegócio equino no Brasil movimenta cerca de R$ 7,5 bilhões e gera aproximadamente de 3,2 milhões de empregos diretos e indiretos. O segmento de equinos utilizados em diversas atividades esportivas movimenta valores da ordem de R$ 705 milhões e emprega cerca de 20.500 pessoas, com a participação estimada de 50 mil atletas (LIMA et al., 2006).

Dentre todos os fatores que devem ser levados em consideração quando o assunto é sanidade animal, o parasitismo ocupa lugar de destaque devido aos prejuízos consequentes da infestação parasitária, tais como perda de desempenho em animais de corrida, cólicas gástricas e intestinais além da diarreia em potros. Dependendo da carga parasitária, os helmintos podem causar desde um pequeno desconforto abdominal acompanhado ou não de fraqueza, pelagem áspera, retardo de crescimento, hiporexia, anemia, cólicas, diarreias ou constipações até episódios fulminantes de cólica e morte (LAGAGGIO et al., 2007).

A eficácia dos tratamentos anti-helmínticos vem sendo ameaçada pela seleção de populações de helmintos resistentes, cujo número de relatos vem crescendo a cada ano em diversas partes do mundo (TRAVERSA, 2009). Objetivo

Detectar a existência da resistência anti-helmíntica em equinos na região oeste do estado de São Paulo / Brasil. Material e Métodos

Foram avaliadas 10 propriedades com criação de equinos, localizadas na região oeste do estado de São Paulo, Brasil. O estudo foi realizado no período de fevereiro a dezembro de 2013, período no qual foram selecionados 285 equinos, machos e fêmeas. Os animais foram identificados através do nome, número ou resenha. Posteriormente, foram coletadasindividualmente amostras de fezes diretamente da ampola retal. As fezes foram transportadas em sacos plásticos, acondicionadas em geladeira de transporte (Mini Fridge) a 4ºC, e encaminhadas para o Laboratório de Parasitologia da Faculdade de Zootecnia UNESP / Dracena - SP.

No período de até 24 horas, foram realizadas as contagens de ovos por grama de fezes (OPG), sendo descartados os animais que apresentaram os OPGs extremos. A distribuição dentro dos tratamentos foi feita de forma homogênea, conforme os valores de OPG e categoria animal (Potros jovens de 1 a 3 anos em fase pós desmane e cavalos e éguas adultos de 3 a 17 anos) obtendo ao final três tratamentos com mesmo número de animais de cada categoria e média de OPG semelhantes. Após a distribuição, os anti-helmínticos foram sorteados aleatoriamente para cada grupo. Em seguida foram aplicados três anti-helmínticos diferente de acordo com a dosagem recomendada pelo fabricante: Grupo I: Ivermectina (0,2 mg/kg); Grupo II: Moxidectina (0,4mg/kg); Grupo III:

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Fenbendazole (5mg/kg). Dez dias após o tratamento com os anti-helmínticos, amostras fecais foram novamente coletadas de cada animal para nova quantificação de OPG.

A técnica coprológica quantitativa foi realizada através da contagem de ovos por grama de fezes (OPG), utilizando-se o método MacMaster de Gordon e Whitlock., (1939) modificado, com um limiar de detecção de 25 ovos/gramas de fezes (OPG) (Canever, 2013). Coproculturas também foram realizadas para cada um dos grupos, pré e pós tratamento, em ambas as coletas. Resultados e Discussão

Considerando os valores de redução de ovos e limite de confiança inferior (LCI), os resultados encontrados em oito das dez propriedades analisadas apontaram sinais claros de resistência anti-helmíntica ao fenbendazol, somente variando a frequência em função da propriedade (Tabela 1). Segundo Honer e Biachin., (1989) uma redução de OPG (R-OPG) de 95-100% indica que o produto está funcionando normalmente (dentro dos limites normais de eficácia no campo).

No Brasil, a resistência dos ciatostomíneos às lactonas macrocíclicas foi encontrada por Molento et al., (2008), que avaliaram abamectina 2%, ivermectina 1,8 e 2%, moxidectina 2% e observaram eficácia de 84%, 5%, 65% e 16%, respectivamente. Apesar da resistência a essa classe de drogas ter sido diagnosticada no Brasil, ainda existem poucos relatos de resistência às lactonas macrocíclicas no mundo. Porém, Traversa et al. (2009), por meio de testes de redução na contagem de OPG, suspeitaram do início de seu desenvolvimento.

No Brasil, a resistência dos ciatostomíneos aos benzimidazóis foi relatada por Luz Pereira et al.

(1994) em três propriedades em Londrina, Paraná. Mercadante et al. (1997) notaram eficácia

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reduzida dos benzimidazois (menor que 50%) em Curitiba. Posteriormente, Canever et al. (2013) também diagnosticaram a baixa eficácia dessa classe de drogas em outros estados, comprovando a resistência aos benzimidazois no Brasil.

A resistência anti-helmíntica pode resultar em prejuízos significativos na equinocultura. Para que sejam evitadas perdas é imprescindível que a eficácia dos anti-helmínticos seja avaliada por exames coproparasitológicos periódicos. Esses devem ser selecionados de acordo com a sua eficácia em relação aos grandes e pequenos estrongilídeos, e potencial de ação em larvas encistadas. A avaliação do poder larvicida poderá diminuir a contaminação ambiental, proporcionar um melhor saúde intestinal, melhorar a imunidade do hospedeiro, evitar o desenvolvimento da resistência anti-helmíntica e reduzir os gasto com tratamentos. Conclusão

Foi possível detectar a presença da resistência anti-helmíntica ao fenbendazol e ainda a alta eficácia da ivermectina e moxidectina em rebanhos de equinos na região oeste de estado de São Paulo. Referências CANEVER, R.J.; BRAGA, P.R.C.; BOECKHC, A.; GRYCAJUCKA, M.; BIER, D.; MOLENTO, M.B. Lack of Cyathostomin sp. reduction after anthelmintic treatment in horses in Brazil. Veterinary parasitology, v. 194, p. 9-39, 2013. GORDON, H. McL.; WHITLOCK, H.V. A new technique for counting nematode eggs in sheep faeces. Journal of Commnwealth Science Industry Organization, v.12, n.1, p.50-52, 1939. LAGAGGIO, V.R.A. et al. Achados de formas parasitárias em camas de eqüinos Santa Maria-RS/Brasil. Disponível em: <http://www.hipismobrasil.com.br/teses/formas_parasitarias.asp>. Acesso em: 05 de setembro 2012. LIMA, R.A.S.; SHIROTA, R.; BARROS, G.S.C. Estudo do complexo do agronegócio cavalo. Piracicaba: ESALQ/USP, 2006, 250p. HONER & BIACHIN. Teste para quantificar a resistência de nematódeos contra produtos anti-hemínticos. Campo grande: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 1989.5 p. (comunicado técnico 20). MOLENTO, M.B. et al. Anthelmintic resistance in nematodes in Brazilian horses. Veterinary Record, v.168, p.384–385, 2008. TRAVERSA, D, et al. Species-specific identification of equine cyathostomes resistant to fenbendazole and susceptible to oxibendazole and moxidectin by macroarray probing. Experimental Parasitol, v. 121, p. 92–95. 2009. MERCADANTE, A, et al. Ocorrência de resistência aos antihelmínticos em eqüinos Puro-Sangue, na região metropolitana de Curitiba. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.6, p.246, 1997. Agência de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Nº do protocolo da Comissão de Ética em Experimentação Animal: 41/2012

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Eficiência no controle de nematóides do gênero Meloidogyne em plantas de

tomate, à base de citronela Oliveira, L.1; Souza, J.G.2 1Doutorando da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/Jaboticabal.Unesp. Docente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC. email:[email protected] 2Mestre em Agronomia pela Faculdade de Engenharia/Ilha Solteira - UNESP

Introdução

A preocupação da sociedade com o impacto das práticas agrícolas no ambiente e a contaminação com pesticidas vem alterando o cenário agrícola, resultando na presença de segmentos de mercado que visam à aquisição de produtos diferenciados (MORANDI e BETTIOL, 2009). Estudos têm relacionado o uso de agrotóxicos com a incidência de casos de cânceres e ainda a um aumento do número de suicídios entre os agricultores, devido a sua ação no sistema nervoso central. Além disso, o uso de insumos químicos são os grandes responsáveis pelo desequilíbrio do solo, sendo de suma importância encontrar alternativas imediatas para substituir, ou pelo menos diminuir, seu uso na agricultura (STOPPELLI e CRESTANA, 2005; LONDRES, 2011). O uso de extratos orgânicos é uma importante alternativa pra o controle de pragas e doenças, como os nematóides.

Os extratos de plantas inseticidas surgem como objeto de pesquisa, e vêm sendo estudados como alternativa no manejo integrado de pragas (LIMA JUNIOR, 2011), dentre elas a citronela. A citronela Cymbopogon winterianus Jowitt é originário da Índia e foi introduzido no Brasil em meados do século XVIII, sendo que até o início do século XIX, a citronela do Ceilão era a mais utilizada na produção de óleo, mas gradativamente o tipo Java veio a dominar o mercado devido a sua maior concentração de óleo essencial (BARSOTTI, 2005).

Os nematoides causam grandes prejuízos em diversas culturas, como, soja, cana-de-açúcar e tomate, sendo o de galhas um dos mais danosos. A formação de galhas é o aspecto visível da ação dos nematoides na planta hospedeira, sendo esta característica importante na definição da reação do hospedeiro a esse patógeno. Objetivo

O trabalho teve como objetivo avaliar o uso da citronela no controle de nematóides do gênero Meloidogyne em plantas de tomate, avaliando o nº de ovos/planta e o fator de reprodução (FR). Material e Métodos

O experimento foi desenvolvido em cultivo protegido no viveiro do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza da ETEC Prof. Carmelina Barbosa nomunicípio de Dracena-SP. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC), distribuídos em 2 tratamentos( citronela 10% e 20%) + testemunha com 3 repetições , totalizando 9 parcelas, o plantio foi em vasos de 5 litros, com plantas de tomate da variedade Katia (estaqueado). Para o preparo da calda de citronela, ultilizou-se folhas de citronela com água batida em um liquidificador industrial na proporção de 10% usando 1L água/100g de citronela e 20% usando 1L de água/200g de citronela. Para a obtenção do inóculo, foi realizada a técnica do liquidificador de acordo com método de Boneti & Ferraz (1981). Determinou-se a concentração de ovos/ mL, e a solução final foi diluída para 500 ovos/ mL. Foram inoculados 1500 ovos Meloidogyne por vaso, ou seja, 3 ml da solução por vaso. Cinquenta dias após a inoculação foi feita a extração do nematóide nas plantas para a contagem dos ovos e avaliação da população final dos mesmos. O fator de reprodução (FR) foi calculado dividindo-

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se o valor de cada população final de cada tratamento pelo valor da população inicial (FR=Pf/Pi). Os dados foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade, utilizando-se o software SISVAR. Resultados e discussão

Houve redução e efeito significativo nos tratamentos entre si do número de ovos/ml, portanto nos tratamentos com 20% de citronela se obteve 721 ovos/ml e nos tratamentos com 10%, 482 ovos/ml uma redução de 85% e 78%, respectivamente, em comparação com a testemunha. Nos tratamentos com 20% e 10% resultaram em fator de reprodução de 0,48 e 0,32, respectivamente. A testemunha obteve fator de reprodução de 2,14.O FR representa a população do nematóide no estádio final da cultura / população inicial do nematóide presente na ocasião de semeadura. O fator de reprodução para ser considerado um bom controle deve apresentar FR < 1, se possível igual a zero ou próximo de zero. As plantas com valores de FR > 1 são consideradas suscetíveis (COOK & EVANS, 1987).

De acordo com Oka et al. (2000) e Salgado et al. (2003), os óleos essenciais são constituídos de uma miscelânea de substâncias químicas cuja interação pode resultar em compostos que podem interferir no metabolismo do nematóide, desorganizando ouinibindo funções vitais desde as fases iniciais do desenvolvimento embrionário, bem como nos mecanismos de movimentação, em razão da possível desestruturação do sistema nervoso.

Morais, Gonçalves, Bettiol (2009), avaliando o efeito dos óleos essenciais de seis espécies medicinais (alfavaca, alecrim pimenta, capim santo, capim citronela, cidreira e eucalipto) em sete concentrações (0; 0,3125; 0,625; 1,25; 2,5; 5,0 e 10,0 ml L-1) sobre a eclosão e mortalidade de juvenis de segundo estádio (J2) de M. incógnita raça 2, concluíram que a inibição total de eclosão de ovos foi observada nos seguintes casos: em capim citronela, desde a menor concentração usada (0,3125 ml L-1), em alecrim pimenta a partir de 0,625 ml L-1, em capim santo e alfavaca de 2,5 a 10 ml L-1 e no óleo de cidreira com pelo menos 5,0 ml L-1. Sendo que a testemunha do capim citronela obteve 81% a mais de eclosão de ovos, resultado semelhante ocorreu no presente experimento com a redução de 85% no tratamento com 20% de citronela. Neves et.al (2011) avaliou, in vitro, as atividades nematostáticas e/ou nematicida de extrato botânico de citronela (Cymbopogon winterianus) sobre juvenis de Meloidogyne javanica e M. incognita e seu efeito sobre a eclosão desses nematoides. A citronela, apresentou uma redução de 76,6%, de eficiência na inativação de juvenis de M. incognita quando comparados à testemunha. Para M. javanica, o extrato de citronela foi eficiente, causando a morte de 69,1% dos juvenis em comparação à testemunha.

Com os resultados obtidos do presente experimento podemos verificar que a citronela se mostra eficaz no controle dos nematoides de galhas, além disso não é tóxica aos aplicadores e nem

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ao meio ambiente, assim é uma boa alternativa principalmente a pequenos produtores sendo facilmente encontrado e cultivado. Conclusão

O tratamento com 20% da calda de citronela foi mais eficaz no combate de nematóide de galhas, porém a calda com 10 % também mostrou um controle eficiente.

O Fator de Reprodução (FR) em ambos os tratamentos foi menor que 1, evidenciando a eficácia da citronela no controle de nematóides. Referências BARSOTTI, D. Campo limpo. 2005. Disponível em: <http://www.acampolimpo.com.br/repelentes.htm>. Acesso em: 05 out. 2005. BETTIOL W.; MORANDI, M. A. Biocontrole de doenças de plantas: uso e perspectivas. Embrapa Meio Ambiente: Jaguariúna, 2009. p. 187-208. BONETI, J.I.S.; FERRAZ, S. Modificação do método de Hussey & Barker para extração de ovos de Meloidogyne exigua de raízes de cafeeiro. Fitopatologia Brasileira, v. 6, p. 533. 1981. COOK, R.; EVANS, K. Resistance and tolerance. In: BROWN, R. H.; KERRY, B. R. (Ed.) Principles and practice of nematode control in crops. New York: Academic Press. 1987. p. 179-231. LIMA JUNIOR, A. F. Efeito de diferentes extratos vegetais no controle de Anthoscelides obtectus e Sitophilus sp. 2011. 67f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – UEG. Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis. LONDRES, F. Agrotóxicos no Brasil: um guia para ação em defesa da vida. Rio de Janeiro: Rede Brasileira de Justiça Ambiental, 2011. 188p. MORAIS, L. A. S. de; GONÇALVES, G. G.; BETTIOL, W. Óleos Essenciais no Controle de Doenças de Plantas. In: LUZ, W. C. Revisão Anual de Patologia de Plantas, Passo Fundo, v. 17, p. 257-304, 2009. NEVES, W. S. et al. Nematoides na cultura da cenoura: sintomas, disseminação e principais métodos de controle. Circular Técnica, EPAMIG, n.133, maio 2011. OKA, Y. New strategies for the control of plant-parasitic nematodes. Pest Management Science, v. 56, p. 983-988, 2000. SALGADO, S. M. L. et al. Eclosão e mortalidade de juvenis de segundo estádio de Meloidogyne exigua em óleos essenciais. Nematologia Brasileira, v. 27, p. 17-22, 2003. STOPPELLI, I. M.; CRESTANA, S. Pesticide exposure and cancer among rural workers from Bariri, São Paulo State, Brazil. Environment International, v.31, p. 731-738, 2005.

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Engenharia Agronômica e docência: uma experiência norteada pela

matemática Emanuele P. Souza¹*, Juliana A. Gonçalves1, Tatiane P. Santos1, Celso T. Miasaki1, Rosana R. Socha2, Perciliana F. P. Alves2 1Universidade Estadual Paulista, Dracena - SP, 2Faculdades de Dracena [email protected]

É comum observar que o aluno brasileiro, em sua trajetória escolar, possua um conhecimento

matemático insuficiente, o que tende a se acumular durante sua vida acadêmica, dificultando o processo evolutivo do aprendizado e prejudicando a multidisciplinariedade. Devido a essa necessidade emergencial de melhorias no processo educacional, o presente trabalho teve como objetivo apresentar aos estudantes brasileiros um novo algoritmo para a realização da operação de divisão, um atributo essencial para o desenvolvimento do raciocínio matemático, além de propiciar ao estudante de engenharia agronômica uma primeira experiência com a docência, já que o curso não oferece disciplinas voltadas a essa possível área de atuação. Nesta primeira etapa da pesquisa, buscou-se analisar situações didático-pedagógicas e, para isso, aplicou a metodologia denominada de engenharia didática, na fase das análises preliminares. O estudo teve como direção buscar dados que refletissem a realidade estudantil, aplicando dois testes de divisão em uma faculdade do interior do estado de São Paulo, com 35 alunos do curso de Pedagogia. As aplicações dos dois testes foram realizadas de forma individual, com a duração de 30 minutos para cada teste, e a exposição do novo algoritmo feita em uma hora. O primeiro teste, aplicado na primeira quinzena do mês de maio, era constituído de dez questões, sendo duas interpretativas e oito divisões expressas algebricamente e que deveriam ser resolvidas de acordo com o conhecimento prévio de cada aluno. O segundo teste, aplicado uma semana depois, foi igualmente constituído de dez questões, seguindo a mesma linha de raciocínio do primeiro, modificado apenas por novos números, possuindo as mesmas estruturas, o qual os alunos desenvolveram seguindo um novo algoritmo de resolução da operação da divisão: o método da nova chave, que lhes foi apresentado anteriormente, esclarecendo uma nova forma de pensamento e organização dos algarismos para essa operação matemática. No tocante às questões interpretativas, estas não apresentaram grande variação entre o número de acertos, logo deduziu-se que a dificuldade dos alunos poderia estar na interpretação dos enunciados. O método tradicional foi superior nas divisões, exata e inexata, composta por 2 algarismos no dividendo e 1 algarismo no divisor. Já as divisões com 3 algarismos no dividendo e 2 algarismos no divisor apresentaram pouca variação entre os testes. Ao avaliar as questões envolvendo 6 algarismos no dividendo e 2 algarismos no divisor, percebeu-se vantagens no uso do novo algoritmo, que foram visíveis no número de acertos. Na divisão exata: 18 acertos no primeiro teste e 30 acertos no segundo teste. Na divisão inexata, com 5 algarismos no dividendo e 2 no divisor, 13 acertos no primeiro teste e 24 acertos no segundo teste. Concluímos que o novo algoritmo é um método eficiente e que favorece a compreensão do aluno para a operação da divisão, gerando menos erros quando se aumenta a quantidade de algarismos no dividendo. Deve-se ressaltar que o algoritmo foi explicado uma única vez, e que os resultados obtidos são as primeiras considerações a respeito da nova chave. Os autores coadunam com a ideia que para o algoritmo exposto se tornar algo efetivo, é necessário que o aluno possa desenvolvê-lo em seu próprio tempo, estimulando o raciocínio. Palavras-chave: Educação Matemática, Ensino, Formação de professores, Operação da Divisão.

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Enriquecimento alimentar em aves cativas pertencentes ao Zoológico Cidade

da Criança em Presidente Prudente/SP. Silva¹, A. C. R., Santos¹, G. C. R., Moreno¹, M. F., Hamaji¹, L.P, Oliveira¹, J. A., Poiatti2, M.L.¹ Discentes do Curso de Zootecnia, Unesp de Dracena, ²Docente do Curso de Zootecnia, Unesp de Dracena,³Discente do Curso de Biologia, FAI-Adamantina. E-mail: [email protected]

Introdução: Os zoológicos têm papel fundamental na conservação das espécies. Em cativeiro, os animais

podem ter dificuldade em expressar suas caraterísticas naturais. O ambiente cativo, em sua maioria, é um ambiente estruturado onde os animais não têm desafios quando comparados ao ambiente natural.

Segundo Andrade e Azevedo (2011), a falta de estimulo no ambiente cativo pode causar tédio aos animais, levando-os a exibir comportamentos anormais qualitativos (aqueles não observados na natureza), e quantitativos (aqueles observados na natureza, mas sub ou superexpressados em cativeiros), sendo a exibição de comportamentos anormais um indicativo de baixas condições de bem-estar.

O enriquecimento ambiental é um processo de manejo animal que abrange uma variedade de técnicas que visam melhorar o bem-estar e a qualidade de vida dos animais. Bosso (2011) dividiu as diferentes técnicas de enriquecimento utilizadas em cinco grandes grupos, sendo considerados como: físico, sensorial, cognitivo, social e alimentar. A alimentação, de acordo com a proposta de enriquecimento alimentar, pode se transformar em algo dinâmico, desafiando as aves a procurarem seus alimentos e encontrá-los de uma forma não habitual, tornando assim as refeições mais demoradas e estimulantes. Objetivos:

O presente estudo teve como objetivo avaliar se o enriquecimento alimentar em aves cativas ocasiona melhorias no bem-estar destas aves. Material e Métodos

O estudo foi conduzido no Zoológico Cidade da Criança, em Presidente Prudente/SP, junto ao recinto em que estavam alojados um casal de mutum-de-penacho (Cras fasciolata fasciolata), no período compreendido de abril a julho de 2014, com doze horas de observações semanais. A dieta das aves baseava-se no oferecimento de frutas (banana, maçã, laranja, mamão e manga), grãos (milho, soja, lentilha), legumes e verduras (couve-flor, repolho, maxixe e pepino), ração comercial para frangos de corte (crescimento e manutenção, dependendo da idade das aves) e para poedeiras (utilizada na época reprodutiva das aves).

O critério de avaliação do comportamento das aves foi o da observação, em que sinais de estresse puderam ser identificados pela expressão dos movimentos estereotipados, como pular de galho em galho com maior freqüência, bicar as grades do recinto, sacudir a cabeça repetidamente e movimentar as penas da cabeça com maior freqüência. O período que antecedia o fornecimento da alimentação matinal e no horário de pico de visitação do público foi possível observar a maior freqüência de movimentos estereotipados das aves. Não houve medição dos níveis de estresse, apenas observou-se o menor tempo em ócio que as aves permaneciam depois de efetuadas mudanças com o enriquecimento alimentar.

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A maneira de oferecer a alimentação diária das aves foi modificada e baseada na diversidade que ocorre no ambiente natural, em que é possível observar a ingestão de larvas de insetos, cupins, gafanhotos, aranhas, moluscos e até pequenos anfíbios (CUBAS, 2006).

A partir da inclusão do enriquecimento alimentar, disponibilizaram-se fontes de proteínas, vitaminas, gordura e fósforo, por meio de grilos e larvas de tenébrios criados em laboratório, sendo que as larvas foram oferecidas vivas para que as aves pudessem expressar seus instintos naturais de captura (CELOTTI, 1990). A forma que esses alimentos foram oferecidos às aves ocorreu pela sua inclusão dentro de cocos ou escondidos em folhas de palmeiras. As frutas também foram camufladas em meio às folhas e oferecidas de maneira diferente à que vinha sendo praticada às aves. Resultados e Discussão

Considerando que os ambientes cativos apresentam pouco estímulo aos animais, deixando-os bastante entediados, estressados, com comportamentos estereotipados, até com certa agressividade (CUBAS et al., 2006), as pequenas mudanças proporcionadas pelo enriquecimento alimentar trouxeram benefícios às aves. Corroborando com os relatos de Eddy et al., (2005), essas estratégias permitiram o resgate por suas habilidades sensoriais (investigação com o bico, patas e olfato), gastando a maior parte do tempo para ter acesso aos alimentos.

Outra constatação possível de ser observada nas aves, após a introdução do enriquecimento alimentar, foi a indiferença ao público visitante. Anteriormente, as aves apresentavam certa irritação pela presença dos visitantes e insistentemente bicavam a tela do recinto. A partir do enriquecimento, houve diminuição do tempo gasto com essa prática indesejável e aumento do período em que preferiram continuar a investigação com os alimentos escondidos.

As aves estavam mais descontraídas e sociáveis, e não se incomodaram com a presença maciça do público nos finais de semana. Os mutuns são animais forrageiros e começam logo de manhã a se alimentar. Com a aplicação dessa técnica eles passavam grande parte do dia, das 08h00 até às 17h00, de maneira ativa, tentando de qualquer forma ter acesso ao alimento e até se ajudando mutuamente. A partir das estratégias com enriquecimento alimentar, segundo Eddy et al., (2005), a expressão “enriquecimento ambiental” é definida de muitas maneiras, citando que em 1925, Robert Yerkes introduziu o conceito de que a maior possibilidade de melhoria nas atividades de animais cativos encontra-se com a invenção e a instalação de um aparelho que pode ser usado para brincar ou trabalhar. Conclusão

O enriquecimento alimentar propiciou melhorias ao bem-estar das aves, na medida em que possibilitou maior interação com o ambiente, diminuição do tempo ocioso e redução dos comportamentos estereotipados. Agradecimentos

Ao Zoológico, Cidade da Criança de Presidente Prudente/SP, pela disponibilidade do local e pessoal técnico e ao GEAS/Dracena, pelo apoio incondicional. Referências ANDRADE, A. A., AZEVEDO, C. S. Efeitos do Enriquecimento Ambiental na diminuição de comportamentos anormais exibidos por papagaios verdadeiros (Amazona aestiva) cativos. Revista Brasileira de Ornitologia, São Paulo, v.19, n.1. p.56-62, 2011.

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BOSSO, P, L. Tipos de enriquecimento. 2011. Disponível em http://www.zoologicos.sp.gov.br/peca2.htmAcessado em agosto.2014 CELOTTI, S. Guia de Enriquecimento das condições ambientais do cativeiro. Inglaterra e Sociedade Zoofila Educativa (SOZED), Brasil, 1990. CUBAS, Z. S. C; SILVA, J. C. R; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de Animais Selvagens: Medicina Veterinária. São Paulo: Roca, 2006. 169p. EDDY, J. A. K. TAYLOR, S., ADAMS, K.M. USDA Perspective on environmental enrichment for animals. [S.1.:s.n], 2005.

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Estratégias de Manejo Alimentar com fontes de lipídeos para bovinos Nelore

no período de pré e confinamento

Cesar, M. T.1; Arrigoni, M. D. B.2; Martins, C. L.2; Luís Marcelo Nave Sarti3; Maria Caroline Franzói5 1Graduanda do curso de Zootecnia – UNESP/Botucatu , e-mail: [email protected] 2Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu 3Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu 4Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu

Introdução

No Brasil, há uma carência de estudos relacionados com o efeito da suplementação com fonte de lipídio protegido no desempenho dos animais destinados à produção de carne, principalmente com animais Bos indicus. O uso de fontes de lipídeos não protegidos e protegidos antes e durante o confinamento, podendo contribuir para se obter melhor desempenho e características de carcaça, refletindo, provavelmente, na melhor qualidade do produto final. Estratégias de manejo que impedem e/ou atenuam a resposta ao estresse têm sido estudadas para melhorar a produtividade e a eficiência dos sistemas de produção de gado de corte (Duff e Galyean, 2007; Arthington et al., 2008). A maioria dos ácidos graxos poliinsaturados (PUFA) provenientes dos alimentos é extensivamente modificada no rúmen (Palmquist e Jenkins, 1980), e a adição de sabões de cálcio de ácidos graxos na dieta pode fornecer a proteção desses PUFA da ação de microorganismos ruminais (Ngidi et al., 1990).

Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos da adição de fontes de lipídeos naturais e protegidos na dieta de bovinos Nelore no período de pré e confinamento sobre o desempenho e característica de carcaça. Objetivo

O objetivo neste estudo foi avaliar os efeitos da adição de fontes de lipídeos naturais e protegidos na dieta de bovinos Nelore no período de confinamento sobre o desempenho e característica de carcaça. Material e Métodos

O estudo foi conduzido no confinamento do departamento de melhoramento e nutrição animal. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com medidas repetidas no tempo, composto por três dietas caracterizando os tratamentos: (Controle) sem fonte adicional de lipídeo, (GDESP) com fonte de lipídeos proveniente de co-produtos do algodão, e (GPROT) com fonte de lipídeo protegido. Foram utilizados 120 machos da raça Nelore, com peso vivo médio inicial de 361,10 kg, e provenientes de recria a pasto. Na primeira fase, 30 dias antes do confinamento a ingestão do suplemento foi limitada a 2,320, 2,153 e 2,000 kg/dia para os tratamentos Controle, GDESP e GPROT, respectivamente. Nasegunda fase, os animais foram pesados e mantidos em baias com lotação de cinco animais/baia. Os animais receberam água e alimento à vontade, sendo tratados duas vezes ao dia. Foram avaliados: peso vivo inicial e final (PVI e PVF), ganho de peso diário (GMD), ingestão de matéria seca (IMS), conversão alimentar (CA), eficiência alimentar (EA), rendimento de carcaça, peso da carcaça quente, espessura de gordura subcutânea e proporção de gordura visceral.

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As análises estatísticas foram realizadas por meio do procedimento PROC MIXED do SAS (2003), por análise de variância e foram considerados significativos valores de P<0,05.

Foi encontrado diferença em todas as características apresentadas na tabela acima, mas destaca-se PVF e EA. O PVF maior nos tratamentos GDESP e GPROT do que no controle, da mesma forma experimento realizado por Cooke et al. (2010) com observaram aumento do ganho de peso dos animais suplementados com fonte de gordura poliinsaturada comparado com o tratamento sem gordura. Já McCartor e Smith (1978) os animais suplementados com gordura protegida apresentaram resultados positivos, obtendo maior ganho de peso, ligado a um menor consumo. A EA também foi maior nos tratamentos GPROT e GDESP comparados com o controle, e Cooke et al., (2010), revela que o ganho de peso e o consumo de alimento durante o confinamento foram otimizados, em animais recebendo dieta com suplementação de gordura protegida por sabão de cálcio durante o confinamento. Conclusão

Animais que receberam lipídeos protegidos e não protegidos tiveram melhor desempenho principalmente com relação ao peso vivo final e eficiência alimentar comparado ao grupo controle. Características de carcaça não apresentaram diferença. Referências ARTHINGTON, J. D.; QIU, X.; COOKE, R. F.; VENDRAMINI, J. M. B.; ARAÚJO, D. B.; CHASE JUNIOR, C. C.; COLEMAN, S. W. Effects of pre-shipping management on measures of stress and performance of beef steers during feedlot receiving. Journal of Animal Science, Champaign, v. 86, p. 2016-2023, 2008. COOKE, R. F.; SCARPA, A. B.; NERY, F. M.; COOKE, F. N. T.; BOHNERT, D. W. Effects of polyunsaturated fatty acid (PUFA) supplementation on forage intake and digestibility in beef cows. Oregon State University, Beef Research Report. 2010. DUFF, G. C.; GALYEAN, M. L. Board-Invited Review: Recent advances in management of highly stressed, newly received feedlot cattle. Journal of Animal Science, Champaign, v. 85, p. 823-840, 2007.

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MCCARTOR, M.M.; SMITH, G.C.; Effect of protected lipids on feedlot performance and carcass characteristics of short-fed steers. J. Anim. Sci, 47: 270-275, 1978. NGIDI, M. E.; LOERCH, S. C.; FLUHARTY, F. L.; PALMQUIST, D. L. Effects of calcium soaps of long-chain fatty acids on feedlot performance, carcass characteristics and ruminal metabolism of steers. Journal of Animal Science, Champaign, v. 68, p. 2555-2565, 1990. PALMQUIST, D. L.; JENKINS, T. C. Fat in lactation rations: review. Journal of Dairy Science, New York, v. 63, p. 1-14, 1980. SAS INSTITUTE. SAS User’s Guide: Statistics. release 9.1. Cary, NC, 2003. SCHWARTZKOPF-GENSWEIN, K.S.; et al. Effect of bunk management on feeding behavior, ruminal acidosis and performance of feedlot cattle: A review. J. Anim. Sci., Savoy, v. 81, p. E149-E158, 2003. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq) Este estudo foi aprovado conforme normas da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), sob protocolo nº 127/2012-CEUA, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Botucatu.

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Fatores de Riscos Associados à Leishmaniose Visceral Canina (LVC) na Área

Rural do Cinturão Verde de Ilha Solteira, SP, Brasil. Spada, J. C. P.¹; Silva, D. T.²; Alves, M. L.²; Spada, F. P.³; Ferreira, A. G.4; Starke-Buzetti, W. A.5 ¹ Mestre do Programa de Ciência e Tecnologia Animal, Ilha Solteira-SP Email: [email protected] ² Estudantes de pós-graduação; DBZ, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira- SP. ³ Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina - FCAA 4 Bióloga do Curso de Ciências Biológicas da Unesp de Ilha Solteira-SP 5 Professor, UNESP/Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira-SP, [email protected], Departamento de Biologia e Zootecnia. Email: [email protected]

Introdução

As leishmanioses são antropozoonoses causadas por protozoários pertencentes ao filo Sarcomastigophora, classe Kinetoplastea, ordem Trypanosomatida, família Trypanosomatidae e gênero Leishmania (ROSS, 1903). O gênero Leishmania é constituído por 30 espécies que infectam vertebrados de diferentes ordens, principalmente de répteis e mamíferos e que são transmitidas por vários invertebrados hematófagos da família Psychodidae (LAINSON, 1983).

A principal forma de transmissão do parasito para o homem e outros hospedeiros mamíferos é pela picada de fêmeas infectadas de dípteros hematófagos da família Psychodidade pertencentes aos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia, no Velho e no Novo Mundo, respectivamente. Sendo o gênero Lutzomyia subdivido em 15 subgêneros, 15 grupos e mais de 400 espécies (DEANE; DEANE, 1955).

Os levantamentos epidemiológicos sobre LVC em Ilha Solteira, SP, tem sido realizados em áreas urbanas, não incluindo a área rural. Em uma recente publicação, Paulan et al. (2013) verificaram dados altos de ocorrência de 37,7% da LVC em uma área rural, o Assentamento Estrela da Ilha, próxima do perímetro urbano, indicando a necessidade de explorar também outras áreas rurais do município, que tivessem semelhante perfil socio-econômico e geográfico, ou seja, incluindo uma população de baixa renda, vivendo em uma área rural no entorno da cidade, próxima ao perímetro urbano. Objetivo

Conhecimento dos fatores de riscos relacionados á LVC em uma área rural denominada por “Cinturão Verde” de Ilha Solteira, SP, onde o conhecimento da prevalência dessa doença, ainda era desconhecido. Material e Métodos

O trabalho foi realizado em uma área rural denominada “Cinturão Verde” do município de Ilha Solteira, que esta localizada próximo ao perímetro urbano.

Foram coletados sangue de 250 cães. As amostras de sangue foram coletadas em frascos à vácuo sem anti-coagulante. O soro imune foi utilizado para a realização dos exames sorológicos ELISA indireto e imunofluorescência indireta (RIFI).

Foi aplicado um questionário para os proprietários ou tratadores dos cães, constando identificação do animal e histórico e observações do ambiente, juntamente com o termo de consentimento dos responsáveis pelos animais. O questionário com as informações dos proprietários e a observação do ambiente foi importante para a elaboração das planilhas a serem utilizadas na análise dos fatores de riscos da LVC da área em estudo.

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Para identificar os fatores de riscos associados à ocorrência da LVC, foi realizada a análise univariada empregando-se o teste de Qui-quadrado, buscando selecionar as variáveis relacionadas com a incidência da doença (significância p ≤ 0,05). Essas análises foram realizadas no programa R versão 2.15.3 (R CORE TEAM, 2013).

Esse estudo teve seu conteúdo apresentado e aprovado pela Comissão de Ética no Uso de animais (CEUA) da Faculdade de Engenharia da UNESP de Ilha Solteira, em reunião ordinária realizada em 09 de maio de 2011, sob o número Protocolo Nº 002/2011/CEUA. Resultados e Discussão

Quando os exames sorológicos foram realizados nos 250 cães do Cinturão Verde, verificou-se a presença de anticorpos anti-Leishmania em 31,6% deles pela RIFI e de 28,8% pelo ELISA. Em outros trabalhos realizados em Ilha Solteira, a soro prevalência dessa doença em cães na área urbana variou de 10 a 14% (PAULAN et al., 2012), em assentamento rural “Estrela da Ilha” de 37,7% (PAULAN et al., 2013) e na Associação Protetora dos Animais (APAISA) de 89% (SILVA et al., 2013).

A análise dos possíveis fatores de risco associados à soropositividade para leishmaniose visceral foi efetuada através dos dados coletados com os questionários epidemiológicos aplicados aos proprietários dos cães, além da observação in situ do ambiente no Cinturão Verde, durante as visitas para coleta de material biológico. Para esse estudo, foram utilizados os resultados dos exames sorológicos ELISA e/ou RIFI para caracterizar o animal como positivo. Bastava o animal ser positivo em apenas um dos testes para ser considerado como soropositivo. Com relação ao fator cão, oito variáveis foram analisadas. No entanto apenas uma foi significativa na análise univariada (p< 0,05). Essa foi com relação ao porte do animal, ou seja, apenas os animais de porte grande (como por exemplo o Pastor, Rotwailler e outras) estavam correlacionados com susceptibilidade do animal ser infectado com Leishmania (p= 0,01254). Durante as avaliações epidemiológicas nas regiões sudeste e sul da Espanha, foi observado que a soroprevalência de LVC aumentava gradualmente com o porte do animal sendo esta característica, um fator de risco para a doença (GALVEZ et al. 2010).

Na presente pesquisa, a presença de aves (galinhas) em co-habitação com cães, demonstrou ser outro fator de risco que influenciou a presença ou a manutenção da LVC na região rural estudada. Foi observado que dos 82 cães soropositivos, 60 deles conviviam em propriedades que possuíam galinhas (P= 0,02238). Resultados parecidos foram encontrados por Azevedo et al (2008) onde avaliaram a prevalência da doença em cães em relação à co-habitação com outras espécies; galinhas foi a espécie mais frequente entre os cães positivos, seguida de suínos e equinos.

Quanto ao conhecimento do proprietário em relação à LVC, verificou-se que o fator, desconhecimento da população rural em relação essa doença, mostrou pela análise univariada uma significância capaz de influenciar nos fatores de riscos para a doença, expressando uma significância de P= 0.04869. Oliveira et al. (2006) demonstraram uma associação entre LV urbana e renda familiar, após um estudo na região metropolitana de Belo Horizonte, onde as pessoas economicamente carentes tinham menos acesso às informações e consequentemente eram menos esclarecidas. Conclusões

Três fatores de riscos estatisticamente significantes (P ≤ 0,05) associados a LVC na área rural do Cinturão Verde foram identificados: o porte grande dos cães, a presença de galinhas no local e o desconhecimento do proprietário sobre a LVC, principalmente como é transmitida e que o parasita pode infectar o homem. O local mostrou-se propício à criação dos vetores pela presença dos casos de LCV.

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Agradecimentos

À FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), pelo financiamento deste projeto, através do processo 2012/12066-3. Referências AZEVEDO, M. A. A.; DIAS, A. K. K.; PAULA, H. B.; PERRI, S. H. V.; NUNES, C. M. Avaliação da leishmaniose visceral canina em Poxoréo, Estado do Mato Grosso, Brasil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Jaboticabal, v. 17, n. 3, p. 123-127, 2008. DEANE, L. M.; DEANE, M. P. Leishmaniose visceral urbana (no cão e no homem) em Sobral, Ceará. O Hospital, Rio de Janeiro, v. 47, n. 1, p. 75-87, 1955. GALVEZ, R.; MIRO, G.; DESCALZO, M. A.; NIETO, J.; DADO, D.; MARTIN, O.; CUBERO, E.; MOLINA, R. Emerging trends in the seroprevalence of canine leishmaniasis in the Madrid region (central Spain). Veterinary Parasitology, Amsterdam, v. 169, n. 3, p. 327-334, 2010. LAINSON, R. The American Leishmaniasis: some observations on their ecology and epidemiology. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, Cleveland, v. 77, n. 5, p. 569-596, 1983. OLIVEIRA, T. M. F. S.; FURUTA, P. I.; CARVALHO, D.; MACHADO, R. Z. A study of cross-reactivity in serum samples from dogs positive for Leishmania sp., Babesia canis and Ehrlichia canis in enzyme-linked immunosorbent assay and indirect fluorescent antibody test. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Jaboticabal, v. 17, n. 1, p. 7-11, 2008. PAULAN, S. C.; LINS, A.G. S.; TENÓRIO, M. S.; PENA, H. F. J.; MACHADO. R. Z.; GENNARI, S. M. STARKE BUZETTI, W, A. Seroprevalence rates of antibodies against Leishmania infantum and other protozoan and rickettsial parasites in dogs. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Jaboticabal, v. 22, n. 1, p. 12-166, 2013. PAULAN, S. C.; SILVA, H. R.; LIMA, E. A. F.; FLORES, E. F.; TACHIBANA,V. M.; KANDA, C.; NORONHA JUNIOR, A. C. F.; DOBRE, P. R. Spatial distribution of Canine Visceral Leishmaniasis in Ilha Solteira, São Paulo Brazil. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 32, n. 4, p. 765-774, 2012. R CORE TEAM. R: a language and environment for statistical computing., Vienna: R Foundation for Statistical Computing , 2013. ISBN 3-900051-07-0, Disponível em: http://www.R-project.org/. Acesso: 12 jan 2014 ROSS, R. (1) note on the bodies recently described by Leishman-Donovan and (2) Further notes on Leishman’s bodies. British Medical Journal, Londres, v. 2, n. 1, p. 1261-1401, 1903. SILVA, D. A.; MADEIRA, M. F.; ABRANTES, T. R.; BARBOSA FILHO, C. J. L.; FIGUEIREDO, F. B. Assessment of serological tests for the diagnosis of canine visceral leishmaniasis. The Veterinary Journal, Londres, v. 195, n. 2, p. 252-253, 2013.

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Fertilidade de novilhas da raça nelore resistentes, resilientes, susceptíveis

avaliadas conforme o grau de verminose

Yamada, P. H1.; Fachiolli, D. F2.; Da Silva, K. M2.; Oka, C. H3.; Roveri, C. G. S4.; Soutello, R.V.G5 1Mestrando do PPG em Ciência e Tecnologia Animal – Unesp/Dracena e Ilha Solteira. email: [email protected] 2Mestrandas do PPG em Ciência e Tecnologia Animal – Unesp/Dracena e Ilha Solteira. 3Médica Veterinária. 4Biotecnóloga. 5Docente da Faculdade de Zootecnia - UNESP. e-mail: [email protected]

Introdução

A crescente competitividade do processo de produção de carne no país vem tornando a eficiência econômica cada vez mais importante para os criadores. Todo e qualquer fator que interfira no processo produtivo, seja estes oriundas do manejo, reprodução, nutrição ou genética, deve ser identificado e sanado. Um dos mais importantes problemas do rebanho bovino brasileiro, considerado o maior rebanho comercial do mundo, e que atinge qualquer sistema de produção a pasto, é a verminose, responsável por grande parcela de prejuízo na atividade pecuária. Frequentemente, as endoparasitoses causam alterações metabólicas, com consequente prejuízo ao desempenho do hospedeiro, sem que os animais necessariamente exibam sinais clínicos (SYKES & COOP, 1979).

Praticamente 100% dos animais criados a campo possuem uma ou mais espécies destes vermes, no entanto, a categoria de bovinos mais acometidos é a dos animais com até 20 meses de idade (LIMA, 1998). As perdas causadas pela infecção por helmintos são difíceis de serem mensuradas, porém estima-se que animais sem tratamento anti-helmíntico têm desempenho de 30 a 70 kg/ano inferior ao dos animais que recebem tratamentos profiláticos, nas condições de Brasil central (ZOCOLLER et al., 1995; SOUTELLO et al., 2001). Desta forma, estima-se que o controle ineficiente pode causar perdas de aproximadamente 68.000.000,00 de dólares/ano somente na região centro-oeste do Brasil (HONER & BIANCHIN, 1987).

O método mais utilizado no controle de helmintos nos bovinos é através da aplicação de drogas anti-helmínticas. Sendo que o uso intensivo dessas drogas, na maioria das vezes, feito sem orientação técnica adequada, com a utilização de subdoses, com intervalos e épocas de tratamentos inadequados, tem contribuído para o aparecimento de estirpes de helmintos resistentes aos diversos produtos encontrados comercialmente. A resistência anti-helmíntica é considerada um dos grandes problemasda produção animal, pois pode resultar na ausência de uma alternativa química eficaz para o controle dos helmintos em animais criados em sistema de pastejo (SONSTEGARD & GASBARRE).

Dentro de uma população de qualquer raça de animais não selecionados para resistência parasitária existem aproximadamente 10 a 20% de indivíduos considerados naturalmente “resistentes”, ou seja, indivíduos que não precisariam ou precisariam muito pouco de anti-helmínticos para o controle dos parasitas. Na mesma proporção existem os indivíduos considerados “susceptíveis”, que são os indivíduos que sempre apresentarão altos números de parasitas no seu trato gastrintestinal. Esses são considerados animais disseminadores de parasitas no meio ambiente. Existem ainda os indivíduos “resilientes”, que são animais não resistentes, mas que conseguem diminuir o efeito do parasitismo no seu desempenho produtivo (AMARANTE et al., 2004). Sabe-se que a habilidade do animal em adquirir imunidade e expressar resistência varia muito entre e dentre

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espécies, demonstrando ser um controle genético, comprovado em muitos estudos que utilizam OPG como parâmetro (GASBARRE et al., 2001). Objetivo

O objetivo deste trabalho foi avaliar a fertilidade de 100 novilhas da raça Nelore, contemporâneas, previamente avaliadas e classificadas durante 12 meses, em diferentes níveis de grau de infecção parasitária, identificadas como resistentes 20 cabaças, resilientes 60 cabeças e susceptíveis 20 cabeças. Material e Métodos

Foram avaliadas 100 novilhas da raça nelore de uma propriedade localizada na região de Dracena, oeste do estado de São Paulo, Brasil. Conveniada com a Unesp Dracena, a propriedade conta com 1,210 hectares de área, formada por Brachiariadecumbens, Brachiariabrizanta, Brachiariahumidicula e Panicummaximum, destinada a criação de bovinos da raça Nelore (cria, recria e engorda).

Foi realizado o protocolo para Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) da seguinte forma, (D0) todas as novilhas receberam um pessário vaginal de progesterona e 2 mg de Benzoato de estradiol (BE) intramuscular. No (D7) foi aplicado 12,5 mg de Prostaglandin F2 alpha (PGF2α), no (D9) aplicou-se 0,5 mg de Cipionato de estradiol (ECP) e foi retirado o pessário vaginal e no (D11) foi realizado a IATF.

Para as análises parasitológicas foram realizadas coletas de fezes para a realização de exames coprológicos, realizados a cada 28 dias, concomitantemente com a pesagem destes animais. Resultado e Discussão

A contagem de ovos por grama de fezes (OPG) para os animais resistentes, resilientes e susceptíveis foram em media de 29, 125 e 679, respectivamente, apresentando diferença significativa. E também um ganho de peso médio durante período experimental, onde os animais resistentes obtiveram 89 kg, 94,3 kg animais resilientes e 78 kg os animais susceptíveis.

A taxa de prenhez obtida nos animais considerados resistentes, resilientes e susceptíveis foi de 60%, 41,6% e 35% respectivamente. E quando considerado os três grupos, observa-se 45% de prenhez em todo o lote de novilhas.

UENO e GONÇALVES (1994) afirmaram que animais bem nutridos, ainda que portadores de helmintos em número relativamente grande, geralmente não apresentam sintomas clínicos, o mais importante é a perda no ganho de peso (PLOEGER & KLOOSTERMAN, 1993). SANSON et al. (2003) demonstraram que o controle dos nematódeos gastrintestinais está associado a significantes benefícios econômicos relacionados ao ganho de peso. Conclusão

Nas condições deste experimento, pode-se afirmar que houve uma influencia direta na taxa de prenhez das novilhas previamente avaliadas por diferentes níveis de infecção parasitária. Referências AMARANTE, A. F. T.; BRICARELLO, P. A.; ROCHA, R. A.; GENNARI, S. M. Resistanceof Santa Ines, SuffolkandIle de France lambstonaturallyacquired gastrointestinal nematodeinfections. Vet. Parasitol, v.120, p.91-106, 2004.

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GASBARRE, L. C.; LEIGHTON, E. A.; SONSTEGARD, T. Role of bovine immune system and genome in resistance to gastrointestinal nemathodes.Veterinary Parasitology, v. 98, p. 51- 64, 2001. HONER, M. R., BIANCHIN, I. Considerações básicas para um programa de controle estratégico da verminose bovina em gado de corte no Brasil. Campo Grande: EMBRAPA/ CNPGC, 53 p. 1987. LIMA, W. S. Seasonal infection pattern of gastrointestinal nematodes of beef cattle in Minas Gerais State – Brazil.VeterinaryParasitology, v. 77, p. 203-214, 1998. PLOEGER, H. W., KLOOSTERMAN, A. Gastrointestinal nematode infections and weight gain in dairy replacement stock: first-year calves. Veterinary Parasitology, v.46, p.223-241, 1993. SANSON, D. W., DEROSA, A. A., OREMUS, G. R., FOIL, L. D. Effect of horn fly and internal parasite control on growth of heifers. Veterinary Parasitology, v.117, p.291-300, 2003. SONSTEGARD, T. S.; GASBARRE, L. C. Genomic tools to improve parasite resistance.Veterinary Parasitology, v. 101, p. 387-403. 2001. SOUTELLO, R. V. G.; GASPARELLI JÚNIOR, A. G.; MENEZES, C. F.; DOURADO, H.F.; LIMA, M. A.; BAIER, M. O. Ação e importância dos anti-helmínticos em relação a produção de ruminantes. Ciências Agrárias e da Saúde, v. 1, n. 1, p. 55-59, 2001. SYKES, A. R.; COOP, R. L. Effects of Parasitism on Host Metabolism. In: The management and Disease Control of Sheep. British Council and Comonwealth Agricultural Bureaux, p. 345 – 57, 1979. UENO, H., GONÇALVES, P. E. Manual para diagnóstico das helmintoses de ruminantes. 3. Ed. Tokyo, Japan International Cooperation Agency, p.166, 1994. ZOCOLLER, M. C.; STARKE, W. A.; VALÉRIO FILHO, W. V. Ganho de peso em fêmeas da raça Guzerá tratadas com diferentes épocas de aplicação de anti-helmínticos. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA, 9, 1995, Campo Grande. Anais... Campo Grande: CBPV, p. 124, 1985.

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Fipronil afeta o metabolismo de proteínas no fígado de rato

Hyllana C. D. Medeiros(1), Emy L. Ishii-Iwamoto(2), Jorgete Constantin(2), Fábio E. Mingatto(3) 1 Pós-graduanda em Ciência Animal, UNESP, Faculdade de Medicina Veterinária, Campus de Araçatuba. 2 Laboratório de Metabolismo Hepático, Universidade de Maringá - UEM, Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Bioquímica. 3 Prof. Adj. da UNESP, Campus Experimental de Dracena. Email: [email protected].

Introdução

O fipronil é um inseticida utilizado extensivamente para o controle de infestações parasitárias tanto em plantações como diretamente nos animais. Sua ação tóxica é devido à habilidade de agir como um bloqueador não competitivo dos canais de cloro (Cl-) acoplados aos receptores do ácido γ-aminobutírico (GABA), levando o inseto à morte por hiperexcitação neuronal e paralisia (Zhao, 2004). É amplamente utilizado na medicina veterinária por ser considerada uma substância com toxicidade seletiva. Mohamed et al., (2004), porém, indica que o metabólito fipronil sulfona, resultado da biotransformação hepática do fipronil por meio do citocromo P450, possui alta afinidade de ligação com os receptores GABA de seres humanos e camundongos.

O fígado é o órgão central no metabolismo, pois está interposto entre o trato digestivo e a circulação geral do organismo. Ele é capaz de biotransformar e inativar muitos xenobióticos, convertendo-os em substâncias hidrossolúveis, facilitando, assim, a eliminação destes pelo organismo (Guillouzo, 1998). Nesse sentido, em função da importância do fígado para o organismo animal, o presente estudo verificou o efeito tóxico do fipronil sobre o metabolismo energético, com ênfase nos parâmetros relacionados ao consumo de oxigênio, gliconeogênese e ureogênese no fígado de ratos em jejum. Objetivo

Estudar os efeitos do fipronil sobre o fígado com relação a parâmetros associados ao metabolismo de carboidratos e proteínas, com o intuito de elucidar os mecanismos de toxicidade em fígados de ratos em jejum. Material e Métodos

Os procedimentos utilizando animais foram de acordo com os “Princípios Éticos na Experimentação Animal” certificado pela CEUA do Campus Experimental da UNESP de Dracena (Protocolo nº. 34/2012).

Ratos Wistar machos pesando entre 200 e 250 g receberam alimento e água ad libitum, com uma dieta padronizada para animais de laboratório. Antes dos experimentos os animais permaneceram em jejum por 24h.

Foi utilizada a técnica de perfusão não recirculante descrita por Scholz e Bücher, (1965). A L-alanina (2,5 mM) foi dissolvida no fluido de perfusão para ser infundida após 10 minutos de perfusão, nos 40 minutos seguintes foi perfundido o fipronil, pela empresa Ourofino Agronegócios (Cravinhos, SP, Brasil), dissolvido no líquido de perfusão padrão Krebs/Henseleit-bicarbonato (Krebs e Henseleit, 1932) nas concentrações de 10, 15, 25 ou 50 μM em fígados de animais em jejum por 24h foram usados para as medições de gliconeogênese e ureogênese do fígado dos animais em jejum.

Amostras do líquido perfundido foram coletadas a cada dois minutos e analisadas utilizando procedimentos enzimáticos padrões para a determinação de glicose (Bergmeyer e Bernt, 1974),

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lactato (Gutman e Wahlefeld, 1974), piruvato (Czok e Lamprecht, 1974), ureia (Bergmeyer, 1974) e amônia (Kun e Kearney, 1974). O consumo de oxigênio no meio de perfusão foi monitorado continuamente por um eletrodo de platina.

A significância estatística dos dados experimentais foi determinada pela ANOVA, seguido do teste de Newman-Keuls, aplicando o programa GraphPad Prism, versão 4.0. Resultados e Discussão

Os resultados apresentados neste estudo mostram os que o fipronil é capaz de alterar vários fluxos metabólicos ligados ao metabolismo energético. O composto foi capaz de inibir a gliconeogênese (produção de glicose a partir de ʟ-alanina) e ureogênese (produção de uréia) nos animais. A redução do consumo de oxigênio exercida pelo fipronil é, certamente, um mecanismo importante a ser considerado na medida em que indica a insuficiência da geração de ATP mitocondrial, essencial para processos biossintéticos dependentes de energia como a gliconeogênese e ureogênese (Colturato et al., 2012). Essa diminuição somada ao aumento significativo do lactato indica a ativação do chamado efeito Pasteur, o qual consiste no aumento da glicólise anaeróbica para gerar ATP na tentativa de aumentar o aporte energético quando o fígado é acometido por algum agente inibidor ou desacoplador da fosforilação oxidativa (Williams et al., 2007).

O fipronil inibiu significativamente a gliconeogênese a partir da ʟ-alanina de maneira dose-dependente, provavelmente, devido ao seu efeito inibidor sobre a fosforilação oxidativa, uma vez que essa via metabólica é dependente de energia. Da mesma forma, o fipronil inibiu a ureogênese, a qual está intimamente ligada à remoção da amônia potencialmente tóxica resultante da degradação das proteínas da dieta do sangue de mamíferos por meio do ciclo da ureia (Huntington e Archibeque,

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1999). Dessa forma, o presente estudo acrescenta dados à literatura que indicam a propriedade tóxica do fipronil, uma vez que ficou claro que o inseticida também induz danos ao metabolismo energético do fígado. Conclusão

A inibição do metabolismo energético apresentada pelo fipronil afeta de forma severa processos importantes para a manutenção da célula, como o metabolismo e síntese de macromoléculas, sistemas de transporte ativo, integridade de membranas e outros, contribuindo para a hepatotoxicidade apresentada pelo inseticida em animais e humanos. Referência BERGMEYER, H. U. Determination of urea with glutamate dehydrogenase as indicator enzyme. In: Bergmeyer, H.U. (Ed.), Methods of Enzymatic Analysis. Academic Press, New York; p. 1794–1801, 1974. BERGMEYER, H. U.; BERNT, E. Determination of glucose with glucose oxidase and peroxidase. In: Bergmeyer, H.U. (Ed.), Methods of Enzymatic Analysis. Academic Press, New York; p. 1205–1215, 1974. COLTURATO, C. P.; CONSTANTIN, R. P.; MAEDA JUNIOR, A. S.; CONSTANTIN, R. P.; YAMAMOTO, N. S.; BRACHT, A.; ISHII-IWAMOTO, E. L.; CONSTANTIN, J. Metabolic effects of silibinin in the rat liver. Chemico-Biological Interact, v. 195 p. 119-132, 2012. CZOK, R.; LAMPRECHT, W. Pyruvate, phosphoenolpyruvate and D-glycerate 2- phosphate. In: Bergmeyer, H.U. (Ed.), Methods of Enzymatic Analysis. Academic Press, New York; p. 1446-1451, 1974. GUILLOUZO, A. Liver cell models in in vitro toxicology. Environmental Health Perspectives, v. 106, n. 2, p. 511-532, 1998. GUTMANN, I.; WAHLEFELD, A. W. L. (+) lactate determination with lactate dehydrogenase and NAD+. In: Bergmeyer, H.U. (Ed.), Methods of Enzymatic Analysis. Academic Press, New York; p. 1464-1466, 1974. HUNTINGTON, G. B.; ARCHIBEQUE, S. L. Practical aspects of urea and ammonia metabolism in ruminant. Proceedings of the National Academy of Sciences, p. 27695-7621, 1999. KREBS, H. A.; HENSELEIT, H. Untersuchungen uber die Harnstoffbildung im Tier-korper. Hoppe-Seyler's Zeitschrift fur Physiologische Chemie, v. 210, p. 33, 1932. KUN, F.; KEARNEY, E. B. Ammonia. In: Bergmeyer, H.U. (Ed.), Methods of enzymatic analysis. Academic Press, New York, p. 1802-1806,1974. MOHAMED, F.; SENARATHNA, L.; PERCY.; ABEYEWARDENE, M.; EAGLESHMAM, G.; CHENG, R.; AZHER, S.; HITTARAGE, A.; DISSANAYAKE, W.; SHERIFF, M. H. R.; DAVIES, W.; BUCKLEY, N.; EDDLESTON, M. Acute human poisoning with the N- phenylpyrazole insecticide fipronil – a GABAA – gated chloride channel blocker. Journal of Toxicology - Clinical Toxicology, v. 42, n. 7, p. 955-963, 2004. SCHOLZ, R.; BUCHER, T. Hemoglobin-free perfusion of rat liver. In: Chance, B.; Estabrook, R. W.; Willianson, J. R. (Eds.). Control of Energy Metabolism. Academic Press. New York, p. 393-414, 1965. WILLIAMS, Z. R.; GOODMAN, C. B.; SOLIMAN, K. F. Anaerobic glycolysis protection against 1-methyl-4-phenylpyridinium (MPP+) toxicity in C6 glioma cells. Neurochemical Research, v. 32 p. 1071–1080, 2007.

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ZHAO, X.; YEH, J. Z.; SALGADO, V. L; NARAHASHI, T. Fipronil is a potent open channel blocker of glutamate-activated chloride channels in cockroach neurons. The Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, v. 310, n. 1, p. 192-201, 2004.

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Flutuação de consumo de bovinos Nelore confinados submetidos a diferentes

Protocolos de Adaptação Cesar, M. T.1; Arrigoni, M. D. B.2; Martins, C. L.2; Perdigão, A.4; Millen, D. D.5 1Graduanda do curso de Zootecnia – UNESP/Botucatu , e-mail: [email protected] 2Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu 4Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu 5Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu

Introdução

A pecuária nacional tem uma carência de estudos relacionados com a flutuação de consumo durante a adaptação dos animais Bos indicus. Bovinos submetidos à dietas de alto grão podem causar alterações metabólicas que podem ocasionar prejuízos produtivos e econômicos para a cadeia, influenciando diretamente o ganho de peso e conversão alimentar, refletindo no desempenho final dos animais. O protocolo de adaptação mais utilizado nos confinamentos brasileiros é o de escada, o qual aumenta gradativamente o nível de concentrado em detrimento ao volumoso, em seguida a de restrição alimentar pela energia ou quantidade de ração oferecida na terminação e outros. (Oliveira & Millen, 2011). Neste contexto, a utilização de protocolos de adaptação para bovinos Nelore são necessários e seu uso contribui para que o animal retome o seu crescimento mais rapidamente, diminuindo o tempo de cocho, possibilitando melhoras na eficiência produtiva e viabilização do sistema de confinamento. Objetivo

Avaliar os efeitos de duração de diferentes protocolos de adaptação à dieta de alto teor de concentrado sobre a flutuação do consumo de matéria seca em bovinos Nelores confinados. Material e Métodos

Foram utilizados 120 machos não castrados da raça Nelore, com peso vivo (PV) médio inicial de 352,03±19,61kg. O delineamento experimental foi em bloco inteiramente casualizado, em arranjo fatorial (2×2), sendo os fatores protocolos de adaptação e tempos de duração (6 repetições/tratamento), distribuídas em 6 blocos (baias). Tratamentos: Restrição por 6 ou 9 dias e Escada por 6 ou 9 dias. A adaptação em escada consistiu no fornecimento de dietas com níveis crescentes de concentrado até atingir o nível de concentrado desejado (Dieta 1 = 61% de 3 ou 4 dias; Dieta 2 = 73% do 4 ou 5 dia; e Terminação = 85%). Nos protocolos de restrição utilizaram-se a dieta de terminação limitada por quantidade e aumentando-se o oferecimento diário baseando-se na quantidade de energia que foram ofertadas aos animais mantidos nos protocolos de escada. Para avaliação da variação e ingestão da matéria seca (IMS) foi utilizada metodologia proposta por Bevans 1. As análises estatísticas foram realizadas pelo procedimento PROC MIXED procedure do SAS4, por análise de variância. Foram considerados significativos valores de P ≤ 0,05.

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A variação de consumo foi menor para os animais tratados com os protocolos de escada. Bevans et al. (2005), mostraram que a IMS de animais adaptados com níveis crescente de concentrado, apresentaram maior variação de consumo para uma rápida adaptação (3 dias) do que para uma adaptação gradual (15 dias), o que representa maior oportunidade de ocorrência de acidose em alguns animais, decorrente a oscilação de pH e sugeriram que bovinos podem eficientemente regular o consumo durante a adaptação gradual, consumindo mais MS durante a progressão das dietas. Tal informação mostrou-se positiva para os protocolos de escada, os quais apresentaram menor variação de consumo durante a adaptação, comparado aos de restrição.

Entretanto, esperava-se menor variação de consumo com a limitação do consumo. Choat et al., (2002) observaram menor variação de consumo em animais adaptados com restrição, limitados pela porcentagem do peso vivo (1,50 e 1,25% do PV) e com aumentos diários (0,45 e 0,23 kg/dia de MS, respectivamente) comparado a adaptação com níveis crescente de concentrado. No presente estudo, esperava-se que o consumo de ração dos animais restritos fosse semelhante, mas foi observado que a quantidade de ração oferecida extrapolou a quantidade que foi consumida pelos animais restritos durante a fase inicial, possivelmente o tempo de duração também teve influência, sendo observado um aumento rápido de ingestão de matéria seca durante as observações. Deste modo a maior variação de consumo observado deve-se a forma que o experimento foi projetado.

Schwartzkopf-Genswein et al. (2003) relataram que há uma alta correlação entre o manejo alimentar, ingestão de alimentados e desempenho animal, onde há variação na ingestão de alimentos causada por distúrbios digestivos, relacionados ao pH, sendo um dos fatores que mais tem apresentado baixo desempenho em bovinos confinados. Tal informação indica uma oportunidade maior de ocorrência de queda de pH para os animais tratados com restrição de consumo, sendo refletido no menor ganho de peso diário desses animais no período total de experimento. Conclusão Para bovinos Nelore confinados e alimentados com dietas de alto teor de concentrado, recomenda-se os protocolos escada na adaptação, em função dos resultados encontrados. Referências BEVANS, D. W. et al. Effect of rapid or gradual grain adaptation on subacute acidosis and feed intake by feedlot cattle. J. Anim. Sci. v. 83, p. 1116-1132, 2005. BROWN, M. S.; MILLEN, D. D. Protocolos para adaptar bovinos confinados a dietas de alto concentrado. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE NUTRIÇÃO DE RUMINANTES. Botucatu. Recentes avanços na nutrição de bovinos confinados: anais... Botucatu: UNESP, Fac. de Ciências Agronômicas, 2009. p. 2-22.

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CHOAT, W. T. et al. Effects of restricted versus conventional dietary adaptation on feedlot performance, carcass characteristics, site and extent of digestion, digesta kinetics, and ruminal metabolism. J.Anim. Sci. v. 80, p. 2726–2739, 2002. OLIVEIRA, C. A.; MILLEN, D. D. Levantamento sobre as recomendações nutricionais e práticas de manejo adotadas por nutricionistas de bovinos confinados no Brasil: Informações gerais e adaptação. In: 48ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ), 2011, Anais... Belém - PA. SBZ, 2011. SAS INSTITUTE. SAS User’s Guide: Statistics. release 9.1. Cary, NC, 2003. SCHWARTZKOPF-GENSWEIN, K.S.; et al. Effect of bunk management on feeding behavior, ruminal acidosis and performance of feedlot cattle: A review. J. Anim. Sci., Savoy, v. 81, p. E149-E158, 2003. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq) Este estudo foi aprovado conforme normas da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), sob protocolo nº 127/2012-CEUA, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Botucatu.

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Grupo de Estudos sobre Animais Selvagens – Geas/Unesp de Dracena: Ações

e Conscientização sobre Educação Ambiental

Oliveira¹, J. A., Poiatti², M. L., Leite¹, K. F., Santos¹, G. C. R, Silva¹, A. C. R., Moreno3, M. F. [email protected] ¹Graduandos em Zootecnia, UNESP- Campus de Dracena,²Professora Doutora, UNESP – Campus de Dracena, 3Graduando em Biologia, Faculdades Adamantinenses Integradas – FAI, Adamantina/SP.

Introdução: As estratégias de conservação geralmente têm focado a elaboração de ações específicas para reverter o status de ameaça de espécies em particular ou grupo de espécies taxonomicamente próximas. No Brasil existe uma enorme variedade de animais e todas as espécies têm significado para o equilíbrio da natureza. Além de importância científica, social, estética e econômica, a fauna silvestre é fundamental para a sustentabilidade dos ecossistemas. É o país da América do Sul com a maior diversidade de aves e também o que abriga o maior número de primatas, animais vertebrados e anfíbios do planeta. Apesar de toda esta riqueza, a fauna silvestre está sendo ameaçada por uma verdadeira exploração predatória, o desmatamento das florestas, a poluição das águas, o comércio ilegal de animais e a caça predatória são fatores que vêm exterminando muitos animais e diminuindo a riqueza da fauna. É necessário ampliar o conhecimento sobre os animais selvagens, sua bioecologia, hábitos alimentares, parâmetros fisiológicos e morfológicos normais, capacidade reprodutiva e patologia, que possibilitem sua preservação na natureza e manutenção em cativeiro. Todas essas ações podem ser interpretadas como alternativas à extinção de espécies e perda de biodiversidade. Objetivos: O projeto objetiva levar a uma maior conscientização dos alunos participantes do grupo sobre a conservação e a preservação de espécies selvagens da nossa fauna. Visa também criar uma série de ações que levem à tomada de decisões efetivas e específicas, de forma consistente e bastante complexa, do ponto de vista ambiental, por meio de discussões e palestras nas escolas de ensino fundamental e médio sobre o impacto causado ao meio pela destruição de habitat e sua fragmentação e que motivem os alunos a questionarem sobre as formas de diminuir os problemas e apresentar possíveis soluções. Materiais e Métodos: As reuniões e palestras promovidas pelo GEAS ocorrem semanalmente e são ministradas por alunos de graduação e pós-graduação, professores e profissionais da área. Os temas abordados são de assuntos que envolvem preservação de animais selvagens, características de espécies, tráfico de animais, criação comercial de animais selvagens e exóticos. O grupo é articulador das aulas da disciplina de Animais Silvestres do Curso de Zootecnia, da UNESP de Dracena, aliado à visita ao Zoológico Municipal de Bauru. Participa ativamente, com a estação de animais selvagens e dinâmica de grupo, com distribuição de cartilhas educativas sobre legislação e tráfico de animais, fornecidas pelo IBAMA, do Dia de Campus da Unesp de Dracena. Promove a integração com alunos da rede municipal e estadual de Dracena e região. Realiza visitas técnicas em Centros de Conservação e Recuperação de Animais Selvagens, em Ilha Solteira/SP e Campo Grande/MS. Resultados: A possibilidade de interagir com a comunidade local tem possibilitado complementar a formação de um profissional preocupado com a preservação da fauna e flora do ecossistema regional, com valorização das ações que permeiam as relações dos direitos e deveres do cidadão, respeitando de forma ética e garantindo o bem-estar dos animais que habitam os diferentes ambientes. Os alunos se tornam multiplicadores do conhecimento e da conscientização sobre educação ambiental e preservação dos animais selvagens.

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Palavras-chave: Animais selvagens, educação ambiental, preservação.

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Grupo de extensão em manejo de pastagem (GEMPA) da UNESP/Campus de

Botucatu Padovan, I.M*1, Müller, L.R1, Meirelles, P.R.L.2, Costa, C.2, Castilhos, A.M.3, Silva, E. L.C.1, Bataglioli, I. C. 1. Pariz, C. M.4 1Discente do curso de Zootecnia da UNESP/Botucatu; 2 Docente do curso de Zootecnia da UNESP/Botucatu ;3 Doutorando em Zootecnia pela UNESP/Botucatu; 4 Pós-doutorando em Zootecnia pela UNESP/Botucatu *[email protected]

Uma das maiores preocupações na produção de animais ruminantes em pastagem é a degradação da mesma, oriunda da não realização de práticas conservacionistas conjuntamente a pouca preocupação com a manutenção da fertilidade dos solos, base para uma produção eficiente de forragem e consequentemente do aumento da produtividade dos rebanhos criados em regime de pastagens no Brasil. Conscientes das dificuldades enfrentadas pelos pecuaristas inseridos em um mercado, a cada dia, mais competitivo e exigente, em que se torna crucial a utilização de métodos adequados de produção e de mecanismos que lhes permitam alcançar maior produtividade e qualidade do produto, foi criado em 1998, o Grupo de Extensão em Manejo de Pastagens (GEMPA) da UNESP/Botucatu, formado por alunos de graduação, pós-graduação e professores do Curso de Graduação em Zootecnia. Como a área de pastagens faz parte da base dos sistemas de produção de ruminantes no Brasil, o GEMPA procura integrar todas as disciplinas envolvidas com a produção, manejo e nutrição de animais. O grupo busca intensificar a participação do poder público, por meio da orientação aos produtores rurais nas tomadas de decisões sobre os métodos de manejo e conservação de forragem, manejos dos animais, no âmbito de suas unidades de produção, ampliando sua inserção no mercado e elevando sua renda líquida, assim como desenvolver uma visão integrada dos modelos de produção de herbívoros nos integrantes do grupo, que desenvolvem atividades de pesquisa e extensão de forma totalmente integrada. Esse conhecimento é passado aos produtores por meio de atividades de extensão e reuniões semanais, realizadas por alunos de graduação e pós-graduação dos cursos de Zootecnia, Medicina Veterinária e Agronomia da UNESP/Botucatu, o Projeto busca divulgar tecnologias voltadas ao manejo e conservação de forragens e manejo dos animais, para os pecuaristas do município de Botucatu e outros próximos, por meio de dias de campo, palestras, cursos, unidades de demonstração, cartilhas, manuais e folhetos. Com isso o GEMPA buscar elevar o nível de informações dos produtores, garantindo melhores tomadas de decisões, ampliando a inserção dos mesmos no mercado, devido à maior produtividade e qualidade do produto. Proporcionando simultaneamente, aos integrantes do grupo, uma visão integrada de todas as disciplinas envolvidas com a produção, manejo e nutrição de animais, preparando-os para o mercado de trabalho e pós-graduação. Palavras-chave: Manejo de pastagem; Extensão; Conservação de forragem. Agradecimentos: Pró-reitora de Extensão da UNESP - PROEX pela concessão de bolsa de estudos e financiamento do projeto.

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Identificação dos níveis de degradação das pastagens no noroeste do Estado

de São Paulo Silva, H. R1.; Sano, E. E.2; Marques, A. P.3; Romero, C. W.N.4; Hespanhol, A. N.5, Cassiolato, A. M.6 1Docente da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP. e-mail: [email protected] 2Pesquisador da Embrapa Cerrado. e- mail: [email protected] 3Docente da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP. e-mail: [email protected] 4Discente de Pós Graduação da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP. e-mail: [email protected] 5Docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente - UNESP. e-mail: [email protected] 6Docente da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP. e-mail: [email protected]

Introdução

Degradação de pastagem é um termo usado para designar o processo evolutivo de perda de vigor, produtividade e capacidade de recuperação natural da pastagem, tornando-a incapaz de sustentar os níveis de produção e qualidade exigidos pelos animais (KICHEL et al., 1997). A degradação dos pastos está diretamente relacionada à perda de nutrientes ocorrida através da exportação pela carne/leite, erosão, lixiviação, volatilização de nitrogênio e fixação de fósforo. Segundo MARTINS et al. (1996), a somatória destas perdas pode superar 40% do total de nutrientes absorvidos pela pastagem em um ano de crescimento, o que provoca o empobrecimento contínuo do solo e uma redução de 6% ao ano na capacidade produtiva do pasto.

Assim, na tentativa de resolver o problema de degradação das pastagens, o pecuarista busca incessantemente encontrar um “capim milagroso”. Na prática, o que se observa é uma substituição de capins mais exigentes por outros de menor exigência, porém, com menor produtividade e qualidade. Como os solos se encontram exauridos, estes pastos reformados produzem razoavelmente por um curto período, levando o produtor à nova reforma, sempre com capins menos exigentes, tornando-se assim um ciclo vicioso. Estas reformas normalmente são feitas com o mínimo de gastos e, na maioria das vezes, por meio de técnicas inadequadas, sem planejamento, agravando ainda mais o processo erosivo. Essa conjugação de fatores desfavoráveis faz com que uma das principais atividades econômicas da maioria dos municípios do Noroeste Paulista fique cada vez mais marginalizada diante de uma economia mundial que se globaliza e que, a cada dia, exige qualidade a preços menores, o que em todos os setores só é alcançada com eficiência. Objetivo

O objetivo do presente estudo foi utilizar dados edáficos e morfofisiológicos na investigação dos níveis de degradação das pastagens na região noroeste do Estado de São Paulo. Material e Métodos

As áreas testes estão localizadas na região noroeste do estado de São Paulo, nos municípios de Suzanápolis e Ilha Solteira, pertencendo à 9ª região administrativa de Araçatuba (HESPANHOL, 1996). Foi utilizado o Sistema de Posicionamento Global (GPS) para a escolha das microbacias nas quais foram instaladas as áreas testes e nos trabalhos de coleta de dados no campo durante os dois anos agrícolas analisados (2001/2002 e 2002/2003). Cada área teste tinha 100 x 100 metros (1 ha), onde foram selecionadas aleatoriamente 10 sub-áreas de 10 m2 cada. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 10 repetições por tratamento.

Para cada duas sub-áreas, foi obtida uma amostra composta da parte aérea da forrageira Brachiaria brizantha, através do duplo lançamento aleatório de um gabarito de ferro de 0,5 m2.

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Portanto, para cada área teste, foram obtidas cinco amostras compostas da forrageira para avaliação dos seguintes parâmetros: produção de matéria seca; porcentagem de forrageira na composição botânica; proteína bruta (PB); fibra em detergente neutro (FDN); fibra em detergente ácido (FDA); material mineral; produção de matéria verde; produção de matéria seca; relação matéria verde/matéria seca e altura média das plantas.

Para a análise da fertilidade e das variáveis físicas do solo, em três períodos no ano agrícola, foi realizada uma coleta aleatória de 10 amostras de solo, na profundidade de 0 a 10 cm, em cada área teste. Quando existiam, dentro da mesma microbacia, áreas com vegetação natural localizadas em cotas próximas às da área teste, foram realizadas amostragens de solos em duas datas. Foram realizadas análises químicas de rotina [(pH), matéria orgânica (MO), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), alumínio (Al), acidez potencial (H+Al), soma de bases (SB), capacidade de troca catiônica (CTC), Saturação por Alumínio (m%) e saturação por bases (V)], segundo metodologia proposta por Raij e Quaggio (1983). Concomitantemente, foram coletadas amostras para avaliação dos seguintes parâmetros físicos: densidade aparente, macroporosidade, microporosidade, resistência mecânica à penetração e tamanho médio de agregados.

Para as análises de carbono de respiração e de biomassa microbiana, foram analisadas 10 amostras compostas de quatro amostras simples de solo por tratamento. Para as avaliações dos fungos micorrízicos arbusculares autóctones, colonização micorrizica e número de esporos micorrízicos arbusculares, foram utilizadas cinco amostras compostas de oito amostras simples de solo por tratamento, e cada amostra foi considerada como uma repetição. Resultados e Discussão

Os fragmentos naturais apresentaram valores médios significativamente maiores em relação às áreas-teste para as seguintes variáveis químicas: MO, Ca, Mg, SB, CTC, V e significativamente menor para Saturação por Alumínio (m%). Assim, estes fragmentos naturais foram considerados testemunhas, em relação às áreas-teste. Na análise dainteração entre áreas testes e datas de coleta, constatou-se efeito significativo da interação para o nutriente fósforo, assim como para as variáveis pH, H+Al e Al. Na análise do teor de nutrientes entre datas de coletas, foram observadas diferenças significativas para as seguintes variáveis químicas: MO, Ca, Mg, SB, CTC e V, indicando que houve variações nos teores destas variáveis entre as cinco fenofases da Brachiaria brizantha nos dois anos agrícolas analisados. Em relação às variáveis C-CO2 liberado e número de esporos, verificou-se efeito significativo da interação entre datas de coleta e áreas testes. No desdobramento da interação, analisando o valor médio do número de esporos, constataram-se maiores valores em abril/2003, quando a forrageira se encontrava na fenofase 4 (florescimento). A colonização micorrízica não mostrou diferenças estatísticas significativas entre datas de coleta e entre áreas testes e para a interação entre datas de coleta e áreas testes. Portanto esta variável não auxiliou na identificação dos níveis de degradação das áreas-teste. Os maiores valores de carbono da biomassa microbiana foram obtidos em abril/2003, quando a forrageira se encontrava no florescimento e em agosto/2002, que corresponde à fenofase maturação/dormência. Estes valores foram estatisticamente semelhantes ao valor observado na mata em julho/2003. Na identificação dos níveis de degradação das áreas-teste, foi realizada a análise individual das variáveis físicas do solo e que também subsidiaram a definição da “Capacidade de Uso das Terras” das áreas-teste. Em relação às variáveis densidade, microporosidade, macroporosidade, porosidade total, relação microporosidade/macroporosidade, resistência mecânica à penetração e umidade gravimétrica, diâmetro médio ponderado, silte, e a relação silte argila verificou-se efeito significativo da interação

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entre datas de coleta e áreas testes. Entre as datas de coleta, diferenças significativas foram verificadas para as variáveis físicas, teor de areia e teor de argila, significando que houve variações nestas variáveis entre as cinco fenofases da Brachiaria brizantha nos dois anos agrícolas analisados. Em relação às variáveis produção de matéria seca, matéria verde na amostra, altura média de plantas, porcentagem botânica da forrageira, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido verificou-se efeito significativo da interação entre datas de coleta e áreas testes. Assim, de acordo com a classificação apresentada por Nascimento Júnior et al. (1994), para o capim Brachiaria, as pastagens de duas áreas testes encontram-se com grau de degradação avançado, levando-se em conta a produção observada no período.

Para auxiliar na identificação dos níveis de degradação dos solos nas áreas-teste, realizou-se a caracterização dos atributos do solo e da forrageira utilizados para a Classificação da Capacidade de Uso da terra através do método paramétrico de enquadramento (LEPSCH et al. 1991). Verificou-se que duas áreas-testes encontravam-se com grau mais avançado de degradação em relação às demais áreas-testes. Conclusão

Os dados edáficos (variáveis físicas, químicas e microbiológicas) e, morfofisiológicos (variáveis da forrageira), permitiram a identificação dos níveis dedegradação ambiental em áreas com pastagens na região de influência dos reservatórios das usinas hidrelétricas do Complexo de Urubupungá.

Foram identificados dois níveis de degradação nas áreas-testes ocupadas com Brachiaria brizantha, que é a principal espécie explorada nesta região, através de dados coletados em campo nas fenofases 1, 4 e 5 desta forrageira durante os anos agrícolas 2001/2002 e 2002/2003.

Além das variáveis da forrageira citadas na literatura como parâmetros indicativos de degradação, sugere-se que sejam incluídos outros parâmetros, tais como: características de qualidade da planta (PB, FDN, FDA) e capacidade de suporte do pasto, para se obter ainda maior confiabilidade na identificação dos níveis de degradação das pastagens. Referências HESPANHOL, A.N. Dinâmica agro-industrial, intervenção estatal e a questão do desenvolvimento da região de Andradina - SP. Rio Claro, 1996. 273p.Tese (Doutorado) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista KICHEL, A.N.; MIRANDA, C.H.B.; ZIMMER, A.H. Fatores de degradação de pastagem sob pastejo rotacionado com ênfase na implantação. In: FUNDAMENTOS DO PASTEJO ROTACIONADO; SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGENS, 1997, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Esalq, 1997. p.193-211 LEPSCH, I. F.; BERTOLINI, D. ESPINDOLA, C. R. Manual para levantamento utilitário do meio físico e classificação das terras no sistema de capacidade de uso. Campinas: SBCS, 1991. 189p. MARTINS, O.O.; VIVIANI, C.A.; BORGES, F.G.; LIMA, R.O. Causas da degradação das pastagens e rentabilidade econômica das pastagens corretamente adubadas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DAS RAÇAS ZEBUÍNAS, 2, 1996, Uberaba. Anais... Uberaba, 1996 (não paginado). NASCIMENTO JUNIOR, D.; QUEIROZ, D.S.; SANTOS, M.V.F. Degradação das pastagens e critérios de avaliação. In: MANEJO DA PASTAGEM, 11, 1994, Piracicaba. Anais... Piracicaba: 1994. p.107-51. RAIJ, B. van, CANTARELLA, H., QUAGGIO, J.A., FURLANI, M.A.C . Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas, Instituto Agronômico/Fundação IAC, 1997.

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Agradecimento: FAPESP: Auxílio Pesquisa Proc. nº 2001/14574-1, Período de Vigência: 01/09/2002 a 31/08/2004.

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Índice de massa corporal de equinos atletas: relato extensionista do NEQUI-

UNESP/Dracena Beatriz Queiróz dos Reis*1, Kátia de Oliveira², Ana Carolina de Almeida Duarte¹, Amanda Mantovani Pereira¹, Giovani Augusto Campos Oliveira¹, Mariana Siqueira Araújo¹, Karina Kai¹, Leticia Dreossi Ballerini¹, ¹Acadêmica(o) do Curso de Zootecnia UNESP/Dracena, ² Professora da disciplina de Equideocultura UNESP/Dracena. *[email protected]

O Núcleo de Extensão e Estudos em Equinos – NEQUI da UNESP/Câmpus Experimental de Dracena fornece assistência técnica aos haras e centros de treinamento de equinos, de maneira ativa e colaborativa com os treinadores e proprietários. A avaliação da condição corporal de cavalos atletas é de suma importância para identificar o animal que apresente condição física ruim, ou seja, muito abaixo ou muito acima do peso ideal. Sendo assim, a mesma pode ser obtida de maneira subjetiva por meio do monitoramento do escore corporal. Entretanto, o índice de massa corporal (IMC) se destaca por mensurar a condição corporal de cavalos de maneira objetiva, calculando-o por meio de parâmetros obtidos nos animais. Isto possibilita alertar e orientar os proprietários a seguir programa nutricional para recuperação de peso ou emagrecimento de seus cavalos atletas. O objetivo do trabalho foi avaliar a condição corporal de cavalos da raça quarto de milha em atividade atlética, da modalidade 3 tambores, visando adequação do programa nutricional. Foram realizadas medições em 50 cavalos da raça quarto de milha (QM), composto por 28 machos e 22 fêmeas, provenientes das propriedades equestres localizadas no município de Dracena/SP, durante o ano de 2013. As mensurações do ECC foram realizadas observando a aparência do animal e pela palpação da garupa, crista do pescoço, cernelha, costelas, parte posterior da patela, linha do dorso/lombo, área da inserção da cauda e projeção do íleo e ísquio. Para o cálculo do IMC foram realizadas aferições com auxilio de um hipômetro, para medir a altura de cernelha, colocando o cavalo em terreno plano e firme, e o uso de uma fita métrica graduada para medição de perímetro torácico, colocando a fita atrás da cernelha e contornando o tórax pela linha do cilhadouro e do comprimento do corpo, medido da articulação do ombro até a tuberosidade isquial. Sendo assim, o IMC dos animais foi estimado por meio da seguinte fórmula, IMC = peso vivo (kg) / altura²(m). Os dados das aferições para o IMC demonstraram que a média geral obtida foi de 193,03, sendo valor mínimo de 169,69 e máximo 231,96. A variação do IMC considerado como ideal para cavalos QM (modalidade 3 tambores), a partir dos dados coletados, foi de 173,87 à 214,01. Portanto, verificou-se que nenhum animal estava abaixo da condição corporal ideal, mas 15 % dos cavalos se encontravam com sobre peso. Desta forma, os treinadores e proprietários foram orientados a realizar programa alimentar com redução energética para estes animais. Palavras-chave: avaliação física, condição corporal, equino. Agradecimentos: à Pró-Reitoria de Extensão da UNESP – PROEX

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Influência de Hematomas em Carcaças Bovinas Sobre a Coloração da carne Maria Eduarda de Souza Carli(1); Marcos Chiquitelli Neto(2) ; Mariane Beline(3); Yasmin de Sales Pereira(4); Marcelo Estremote (5); Andria Gigel Culik de Menezes(6). (1)Graduanda do curso de Zootecnia, UNESP- Ilha Solteira,[email protected]; (2)Professor, UNESP/Universidade Estadual Paulista, CEP 15385-000, Ilha Solteira, SP; [email protected] (3) Graduanda do curso de Zootecnia, UNESP- Ilha Solteira;[email protected] (4)Graduanda do curso de Zootecnia, UNESP-Ilha Solteira, (5)Mestrando do curso de Zootecnia, UNESP-Ilha Solteira; [email protected] (6)Graduanda do curso de Zootecnia, UNESP-Ilha Solteira; [email protected]

Introdução

A decisão de compra da carne é influenciada pela cor mais do que qualquer outro fator de qualidade, porque os consumidores associam a coloração como um indicador de frescor e salubridade (Mancini & Hunt, 2005).

O manejo pré-abate é o conjunto de operações de movimentação que deve ser realizada com o mínimo de excitação e desconforto, proibindo-se qualquer ato ou uso de instrumentos agressivos a integridade física dos animais ou provoque reações de aflição (BRASIL, 2000).

No caso de manejo agressivo nesse momento, os animais ficarão mais estressados, resultando em prejuízos para a carcaça (hematomas) e qualidade de carne (cortes escuros- “dark cutting”), lembrando que tais prejuízos podem ser decorrentes da ação direta do homem, ao bater ou acuar os animais contra cercas, porteiras, etc., ou indireta, com a formação de lotes novos nessa etapa final da produção,desrespeitando os seus padrões de organização social e aumentando as interações agressivas(COSTA; CHIQUITELLI NETO,2003).

Portanto, é preciso manejar adequadamente esses animais procurando evitar fatores estressantes como a falta de água e manejo rude dos animais, entre outros, pois o manejo inadequado é um dos maiores fatores responsáveis pelo endurecimento e escurecimento da carcaça, hematomas e até condenação das mesmas, interferindo na produtividade final da pecuária (LUCHIARI FILHO, 2000). Objetivo

O objetivo desse trabalho foi avaliar a coloração da carne, decorrentes de hematomas presentes ou não em carcaças bovinas. Material e Métodos

O trabalho foi conduzido nas dependências da Fazenda de Ensino e Pesquisa da Faculdade de Engenharia, Campus de Ilha Solteira da Universidade Estadual “Júlio deMesquita Filho”. Foram utilizados 36 bovinos machos não castrados da raça Guzerá, com idade média de 30 ± 2 meses e peso corporal médio inicial de 450 Kg. Os animais foram identificados com brincos plásticos, adaptados às instalações e as dietas, cada animal foi alojado em baias individuais de 10 m2. A ração foi fornecida aos animais duas vezes ao dia, até o final do período experimental.

Ao final do confinamento, todos os animais foram abatidos, em frigorífico comercial no município de Ilha Solteira – SP. Na linha de abate, para a avaliação das carcaças, seguiu-se o critério descrito pela AUS-MEAT (2005). Nesse sentido, as idades da lesões foram classificadas em: recente (cor avermelhada) ou antiga (coloração amarelada), sua intensidade em: grau I (somente o tecido subcutâneo); II (tecido subcutâneo e muscular) III (tecido subcutâneo, muscular e ósseo), sua extensão (nível I: 1-10cm; nível II: 11-20cm e nível III: acima de 20cm) e localização na carcaça (traseiro, dianteiro, contrafilé e ponta de agulha).Após esse processo, as carcaças seguiram a linha de

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abate e foram para a área de esfola e em seguida para a câmara fria. Antes da entrada na câmara fria, foram retiradas amostras do Longissimus dorsi da meia carcaça esquerda para a determinação da cor por meio do colorímetro Minolta do sistema CIELAB, calibrado para um padrão branco, onde o L* representa a luminosidade, a* (intensidade de vermelho) e b *( intensidade de amarelo). Após 24 horas, outra amostra foi coletada para a realização dos mesmos procedimentos.

As análises estatísticas foram realizadas por intermédio do programa Statistical Package for Social Science for Windows (SPSS), versão 17.0. Resultados e Discussões

Para a análise estatística dos resultados das características da cor do músculo Longissimus dorsis, sobre influência do estresse causado por hematomas, foram realizadas coleta de cor antes de refrigerado e após 24 horas de resfriamento considerando os efeitos das diferentes condições com hematomas e sem hematomas.

Segundo Warriss (1990) as lesões podem se originar em qualquer momento durante o período do manejo pré-abate, na fazenda, durante o transporte, ao tempo imediatamente seguinte ao atordoamento, ou antes, da sangria.

Verificou-se que aos animais com hematomas e sem hematomas não apresentaram (P<0,05), onde não houve diferença em relação a cor da carne em todas as variáveis medidas (L*, a*, b*). Foram verificadas diferenças (P<0,05) entre os valores da coloração da carcaça em todas variáveis medidas, onde carcaças com hematomas apresentaram coloração mais escura após resfriamento de 24 horas, para L* (luminosidade) as carcaça apresentaram uma coloração média de 39,659 ± 2,533, para a* (intensidade da cor vermelha) foi apresentada cor média de 19,627 ± 1,547 e para b*(intensidade da cor amarela) a media foi obtida foi de 10,02 ± 1,773. Conclusão

Segundo os resultados obtidos, carcaças que apresentaram hematomas, obtiveram diferença em sua cor 24 horas após o abate.

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Referências BEAUFILS, E.R. Diagnosis and recommendation integrated system (DRIS). Pietermaritizburg, University of Natal, 1973. 132p. (Soil Science Bulletin, 1). FONSECA, J.A.; MEURER, E.J. Inibição da absorção de magnésio pelo potássio em plântulas de milho em solução nutritiva. R. Bras. Ci. Solo, 21:47-50, 1997. JONES, C.A. Proposed modifications for DRIS for interpreting plant analyses. Comm. Soil Sci Plant Anal, 12: 785-794, 1981. MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas. Piracicaba, Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1989. 201p. MANCINI, R.A.; HUNT, M.C. Current research in meat color. Meat Science, v. 71, p. 100-121, 2005. SILVA, L.C. Crescimento e acúmulo de nutrientes em sete cultivares de cana-de-açúcar (Saccharum spp.) na região de Coruripe-AL. Rio Largo, Universidade Federal de Alagoas, 2007. 74p. (Dissertação de Mestrado). SORIANO, H.L. Extração e eficiência na utilização de macro e micronutrientes por variedades RB de cana-de-açúcar. Rio Largo: Universidade Federal de Alagoas, 2007. 22p. (Trabalho de Conclusão de Curso). VETTORI, L. Ferro “livre” por cálculo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 15., Campinas, 1975. Anais... Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1976. p.127-128. WARRISS, P. D.; BROWN, S. N.; ADAMS, S. J. M. Relationship between subjective and objective assessment of stress at slaughter and meat quality. Meat Science, v.38, p.329-340, 1994.

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Influência do estresse no desmame sobre o grau de verminose em bezerros

nelore no período pós-desmame Fachiolli, D.F.¹; Yamada, P.H.¹; Pinto, L.D.²; Santi, P.F.²; Vera, J.H.S.³; Soutello, R.V.G.4 1 Mestranda em Ciências e Tecnologia Animal – Unesp/Câmpus de Dracena. E-mail: [email protected] 2 Discente do curso de Zootecnia - UNESP/Câmpus de Dracena. 3 Mestre em Ciências e Tecnologia Animal, Unesp – Câmpus Experimental de Dracena, Rod. SP 294, km 651, 17900-000, Dracena, SP. Telefone: 3821 8156. E-mail: [email protected] 4 Docente do curso de Engenharia Agronômica e Zootecnia - UNESP/Câmpus de Dracena. E-mail: [email protected]

Introdução

No final da fase de cria, é realizado o desmame que consiste em separar os bezerros de suas mães de uma forma abrupta, que ocorre normalmente no início da estação seca (entre março e julho).

Portanto, o desmame é uma fase muito crítica, já que os bezerros sofrem com o estresse “emocional”, devido essa separação materna, e também sofre com a substituição do leite por uma dieta com alimentos sólidos, deixando de ser um pré-ruminante, passando a ser um ruminante (OLIVEIRA et al., 2006).

Assim, o estresse que esses animais são submetidos durante e após o desmame representam alterações dos mecanismos fisiológicos que tem como finalidade a manutenção da homeostase do bezerro (PAES et al., 2012). Embora as reações do estresse aconteçam para ajudar na homeostasia, existe um lado ruim, pois nessas reações contêm elementos que podem diminuir a resistência do animal, deixando os bezerros mais susceptíveis a doenças (BREAZILE, 1988).

Portanto, o estresse causado nesse período até a total adaptação pode resultar em perdas na produção, como diminuição de peso e maior susceptibilidade a doenças e parasitoses. Objetivo

O objetivo do trabalho foi avaliar o quanto o processo de desmame influencia na eliminação de ovos de helmintos e no desempenho em bezerros machos e fêmeas da raça nelore durante a fase de pós-desmame. Material e métodos

Foram utilizados 54 bezerros contemporâneos da raça Nelore, desmamados no mesmo dia, sendo 26 fêmeas e 28 machos.

Os animais foram mantidos em piquetes formados com pastagem de Brachiaria brizantha em uma fazenda localizada no município de Castilho/SP. O delineamento experimental utilizado foi o delineamento em blocos casualizados, onde os bezerros foram divididos em dois grupos, um de machos e outro de fêmeas.

Foram realizadas análises de contagem de ovos por grama de fezes e coprocultura (D0), 7 dias após o desmame (D7) e 14 dias após o desmame (D14). Resultados e Discussão

Os resultados das contagens de ovos por grama de fezes (OPG) encontrados para fêmeas nos dias D0, D8 e D14 apresentaram média de 542, 823, 533, e para machos foram 519, 846 e 419, respectivamente.

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A identificação de larvas realizada 7 dias pós-desmame (D7) apontou uma porcentagem de: 54,27% Haemonchus spp., 25,13% Cooperia spp., 14,57% Trichostrongylus spp. e 6,03% Oesophagostomun spp. Deste modo, foi possível observar o efeito do desmame no aumento do OPG de bezerros, machos e fêmeas, nos primeiros dias após a separação das mães e uma subsequente diminuição no D14.

Isso pode ter ocorrido devido uma provável diminuição da resposta imunológica dos animais, que sofrem com o estresse do manejo pós-desmame, deixando-os mais susceptível a infecções por helmintos. Conclusão

Isso pode ter ocorrido devido uma provável diminuição da resposta imunológica dos animais, que sofrem com o estresse do manejo pós-desmame, deixando-os mais susceptível a infecções por helmintos. Referências BREAZILE, J. E. The physiology of stress and its relationship to mechanisms of disease and therapeutics. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v. 4, p. 441-480, 1988. OLIVEIRA, R. L. et al. Nutrição e manejo de bovinos de corte na fase de cria. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.7, n.1, p. 57-86, 2006. PAES, P. R. et al. O leucograma como indicador de estresse no desmame e no transporte rodoviário de bovinos da raça Nelore. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 33, n. 1, p. 305-312, 2012.

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Leishmaniose visceral canina associada à presença do vetor Lutzomyia

longipalpis em abrigos de animais de Ilha Solteira-SP Alves, M. L.¹; Silva, D. T.¹; Spada, J. C. P.²; Alcântara, L. M.S. ³; Matos, J. M.4; Starke-Buzetti, W. A.5 ¹ Estudantes de pós-graduação; DBZ, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira- SP. Email: [email protected] ² Mestre do Programa de Ciência e Tecnologia Animal, Ilha Solteira-SP ³ Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina 4 Discente do Curso de Ciências Biológicas da Unesp de Ilha Solteira-SP 5 Professor, UNESP/Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira-SP, [email protected], Departamento de Biologia e Zootecnia. Email: [email protected]

Introdução

A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma antropozoonose causada pelo parasita Leishmania infantum (sinônimo L. chagasi), e a transmissão do parasito ao homem e outros mamíferos é feita exclusivamente por meio de insetos flebotomíneos, pertencentes à Ordem Diptera, Família Psichodidae e Subfamília Phlebotominae, dos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia, no Velho e no Novo Mundo, respectivamente, com a espécie Lutzomyia longipalpis, a mais importante transmissora no Brasil (SOBRINO, 2008).

Esses mosquitos são encontrados em locais úmidos com temperaturas altas e na presença de matéria orgânica, sendo mais ativos no amanhecer e no crepúsculo, e apenas as fêmeas são hematófagas possuindo longevidade de 20 dias aproximadamente. A distribuição abrangente dos flebotomíneos nas áreas urbanas e sua enorme capacidade adaptativa aumentam as expectativas de animais saudáveis de serem infectados pelo repasto sanguíneo de animais doentes, assim, a leishmaniose deixou de ser considerada unicamente doença rural (SAVANI, 2004; BRASIL, 2006; BRASIL, 1997; REY, 1992). No Brasil, a doença é endêmica em todas as regiões e vem se expandindo geograficamente e sofrendo processo de urbanização por consequência da destruição antrópica dos hábitats dos animais reservatórios e dos vetores. A proximidade ao habitat dos flebotomíneos, condições sanitárias precárias e a presença de hospedeiros mamíferos vulneráveis (animais silvestres e cães doméstico) colocam as periferias urbanas como locais propícios para a reprodução do mosquito. Deste modo, a LV passou a ser classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das prioridades dentre as doenças tropicais. (COSTA, et al., 2007; TENÓRIO et al., 2011). Objetivo

O objetivo foi relacionar a positividade da LVC com a presença do flebotomíneo Lutzomyia longipalpis em associações protetoras de animais do município de Ilha Solteira-SP. Material e Métodos

O trabalho foi realizado em duas associações protetoras de animais (cães e gatos) do município de Ilha Solteira, São Paulo. Das associações, a APAISA (Associação Protetora dos Animais de Ilha Solteira) está localizada em uma área rural próximo ao perímetro urbano, e o Recanto Feliz (RF) situada em um bairro urbano do município. Ambas entidades estão intimamente ligadas a fragmentos de matas com vegetações remanescentes ao entorno.

Foram coletadas amostras de sangue de 65 cães pertencentes as duas associações, sendo 53 na APAISA e 12 no RF. As amostras foram submetidas ao exame de Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) conforme a técnica adaptada por Oliveira et al. (2008) para diagnóstico da LVC.

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As capturas de flebotomíneos foram realizadas por armadilhas do tipo CDC, das 17 às 07 horas, durante 3 dias consecutivos entre os meses de janeiro e agosto de 2014. Foram instaladas quatro armadilhas luminosas em cada associação, em pontos estratégicos. Os flebotomíneos capturados foram agrupados por armadilhas, e dia de captura, e anotados em uma planilha e posteriormente foram separados quanto ao sexo, e identificados quanto à espécie através de caracteres morfológicos da genitália. Resultados e Discussão

Foram capturados um total de 103 mosquitos flebotomíneos destes, 26% (27/103) fêmeas e 74% (76/103) machos. O número de insetos machos foi quase 3 vezes maior que o número de fêmeas, similar ao levantamento realizado no município de Três Lagoas-MS por Oliveira et al.(2010). Como os machos eclodem antes das fêmeas e de certa forma estes são atraídos pelo odor e dióxido de carbono liberados pelos cães, permitindo então que fiquem mais próximos dos hospedeiros, podem ajudar a explicar o porquê da superioridade numérica de machos em relação às fêmeas. A maioria dos mosquitos foi encontrada na APAISA correspondente à 64% (66/103). Por se tratar de um local na área rural e com presença de matéria orgânica em decomposição em abundância, as condições de proliferação do mosquito são maiores. De acordo com Brasil (1997) e Spada et al. (2014) os flebotomíneos L. longipalpis geralmente são mais encontrados em locais com presença de muita matéria orgânica no solo. No RF, foram capturados 36% (37/103) dos insetos.

Segundo Costa et al. (2007) a doença que estava altamente associada com o contato do indivíduos com a mata, atualmente também é registrada em focos periurbanose urbanos. O trabalho de Paulan et al. (2012) reforçou ainda a importância do vetor Lutzomyia longipalpis em se adaptar ao ambiente peridomiciliar sem a necessidade da vegetação como papel importante na dinâmica epidemiológica da doença e assim se estabelecer em diferentes ambientes.

Dos 65 cães avaliados, 49,2% (32/65) foram diagnosticados positivamente para LVC. A APAISA novamente se destacou representando 58,4% (31/53) de casos positivos. A incidência da enfermidade neste local foi verificada no estudo de Silva et al. (2014). Esta alta taxa de positividade poderia estar relacionada pelo grande número de flebotomíneos encontrados. Conclusões

Os cães abrigados nestas associações possuem grande vulnerabilidade a LVC pelo fato de se tratarem de locais com um grande fluxo de animais doentes e com a presença de flebotomíneos vetores. Portanto, as proximidades destes locais com as residências oferecem um enorme risco para a disseminação da LVC no município de Ilha Solteira. Referências BRASIL. Ministério da Saúde, Centro Nacional de Epidemiologia, Coordenação Nacional de Dermatologia Sanitária. Leishmaniose tegumentar americana no Brasil (Ferida Brava). Brasília, 1997. ______. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral. Brasília, 2006. COSTA, S. et al. Lutzomyia (Nyssomyia) whitmani s.l. (Antunes & Coutinho, 939) (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae): geographical distribution and the epidemiology of American cutaneous leishmaniasis in Brazil – Mini-review. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 102, n. 2, p. 149-153, 2007.

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OLIVEIRA, G. M. G. et al. Flebotomíneos (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae) no Município de Três Lagoas, área de transmissão intensa de leishmaniose visceral, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista Pan-amazonense de Saúde, Três Lagoas, v. 3, n. 1, p.83-94, set. 2010. OLIVEIRA, T. M. F. S. et al. A study of cross-reactivity in serum samples from dogs positive for Leishmania sp., Babesia canis and Ehrlichia canis in enzyme-linked immunosorbent assay and indirect fluorescent antibody test. Rev. Bras. Parasitol. Veterin., v. 17, n. 1, p. 7-11, 2008. PAULAN, S. C. et al. Spatial distribution of canine visceral leishmaniasis in Ilha Solteira, São Paulo, Brazil. Eng. Agrícola, v. 32, n. 4, p.765-774, 2012. REY, L. Bases da parasitologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,349 p., 1992. SAVANI, E. S. M. M. Aspectos da transmissão de leishmanioses no assentamento Guaicurus, Planalto da Bodoquera, estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. , 2002- 3. Infecção natural em animais domésticos e vetores. 2004. Tese (Doutorado) – Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. São Paulo. SILVA, D. T. et al. Comparative evaluation of several methods for Canine Visceral Leishmaniasis diagnosis. Braz. J. Vet. Parasitol., p. 1-8, 2014. SOBRINO R. et al. Characterization of widespread canine leishmaniasis amongwild carnivores from Spain. Vet. Parasitol., v. 155, p. 198-203, 2008. SPADA, J. C. P. Fatores de riscos associados à Leishmaniose visceral canina na área de cinturão verde de Ilha Solteira, SP. 2014. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia Animal) – Departamento de Biologia e Zootecnia, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira, 2014. TENÓRIO, M. S. et al. Visceral leishmaniasis in a captive crab-eating fox cerdocyon thous. J. Zoo And Wildlife Med., Departamento de Biologia e Zootecnia, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, p. 608-616, 2011

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Massa e rendimento de polpa dos frutos de clones de aceroleira Nasser, M. D.1; Zonta, A.2; Mariano-Nasser, F. A. C.3; Cecílio, D. S. Q.4 1 Pesq. Científico, Eng. Agrº, M. Sc. / APTA Regional – Alta Paulista; email: [email protected] 2 Pesq. Científico, Zootec., M. Sc. / APTA Regional – Alta Paulista; email: [email protected] 3 Eng. Agrª., Drª / Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira-UNESP; email: [email protected] 4 Discente do Curso de Agronomia das Faculdades Adamantinenses Integradas; email: [email protected]

Introdução

A importância de se estudar a acerola foi iniciada por Asenjo & Freire de Guzman (1946), quando detectaram valores de até 3300 mg de ácido ascórbico por 100 g de polpa. A aceroleira (Malpighia emarginata L.) é uma planta de fácil adaptação a diversas condições climáticas, e uma frutífera cultivada mundialmente, em regiões tropicais e subtropicais (LEME JUNIOR, 1951).

O cultivo desta frutífera está localizado principalmente nos seguintes países: Brasil, Porto Rico, Cuba e Estados Unidos (CARDOSO et al., 2003). No Brasil foram produzidas 24451 t de acerola em 3494 ha, com destaque para região Nordeste e o estado de São Paulo (IBGE, 2006). Só no Estado de São Paulo, a cultura ocupa 597 ha, sendo 260 ha localizados na região da Alta Paulista, com destaque do município de Junqueirópolis (CATI, 2008).

A seleção de aceroleiras cultivadas em pomares comerciais é fundamentada numa relação de descritores. Além do teor de ácido ascórbico contido nos frutos, Oliveira et al. (1998a,b), citam que outras características são avaliadas, entre estas se destaca a massa dos frutos, e o rendimento de polpa. Objetivo

Objetivou-se no trabalho verificar a massa e rendimento de frutos maduros de acerola de diferentes clones instalados na APTA Regional Alta Paulista, Adamantina-SP. Material e Métodos

O frutos foram coletados entre 19 e 25 de fevereiro de 2014 no Banco Ativo de Germoplasma instalado na estação experimental do Polo Regional Alta Paulista da Agência Paulista em Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, sediado em Adamantina-SP, cujas coordenadas geográficas são: latitude 21º 40` S, longitude 51º08` W e altitude de 400 m.

O clima da região é Cwa e classificado como subtropical úmido segundo a classificação de Köppen; com verão quente e chuvoso e inverno seco e ameno (Herrera et al., 1997). A precipitação média é de 1283 mm, e temperatura média anual em torno de 24 ºC (CIIAGRO, 2013).

Cada amostra foi composta de 15 frutos maduros, e os clones analisados neste trabalho foram: Olivier, Waldy-CATI 30, Cereja (BRS 236), Roxinha (BRS 237) e Frutacor (BRS 238). As plantas apresentavam 8 anos de idade, e não receberam irrigação complementar, apenas água oriunda de chuva. Logo após a colheita dos frutos maduros, as amostras foram encaminhadas para o laboratório da estação experimental, onde foram avaliadas a massa fresca de 15 frutos maduros (MF15Fr) em gramas, e a massa média por fruto maduro (MMFr) em gramas. Posteriormente, os frutos foram despolpados manualmente e peneirados, e assim verificou-se a massa da polpa de 15 frutos maduros (MP15Fr) em gramas, e o rendimento de polpa (N) em porcentagem, através do cálculo da seguinte equação:

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N = (MP15Fr ÷ MF15Fr) x 100

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 5 tratamentos (clones de aceroleira), e 3 repetições, sendo 15 frutos maduros por repetição. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade As análises foram feitas com auxílio do programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2010). Resultados e Discussão

Pela Tabela 1, observam-se valores significativamente inferiores para Olivier na massa média por fruto (5,44 g) e no rendimento de polpa (37,19 %), visto que este material predomina nos pomares instalados na Alta Paulista. Porém os resultados não diferem do clone Cereja. Waldy-CATI 30, Roxinha e Frutacor foram superiores, apresentando frutos maiores que 7 g e rendimento de polpa acima de 50%.

Brunini et al. (2004), analisando frutos de acerola de oito regiões paulistas identificaram na safra de 2003 peso médio variando de 6,92 a 9,60 g por fruto, e 50,70 a 76,95 % de polpa. Os resultados mencionados são acima da média para as variáveisanalisadas neste trabalho, mas os autores não informam o período que foi realizado a amostragem e se as plantas recebiam irrigação regularmente. Paiva et al. (2004), analisaram em 39 colheitas do ano de 2002, os clones Cereja, Roxinha e Frutacor, irrigados e cultivados em Limoeiro do Norte-CE, e verificaram peso médio por fruto de 10,8 g para Roxinha, e 41,93 % polpa, enquanto a Cereja apresentou 7,56 g por acerola e 51,90 % em rendimento de polpa.

Os dados apresentados sugerem que as medições da massa do fruto maduro e do rendimento de polpa sejam feitas em maior número ao longo do ano safra, pois os frutos podem variar suas características durante o período de colheita e da quantidade de água aplicada no pomar. Conclusões

Os frutos dos clones Waldy-CATI 30, Roxinha e Frutacor foram superiores na massa média por fruto maduro e no rendimento de polpa aos clones Olivier e Cereja.

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Referências ASENJO, C. F.; FREIRE de GUZMAN, A. R. The high ascorbic acid content of the West Indian Cherry. Science, Washington, v. 103, p. 219, 1946. BRUNINI, M. A. et al. Caracterização física e química de acerolas provenientes de diferentes regiões de cultivo. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal-SP, v. 26, n. 3, p. 486-489, 2004. CARDOSO, C. E. L.; LOPES, R. L.; ALMEIDA, C. O. Aspectos econômicos. In: RITZINGER, R.; KOBAYASHI, A. K; OLIVEIRA, J. R.P (Eds.). A cultura da aceroleira. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2003. p. 185-198. CIIAGRO - CENTRO INTEGRADO DE INFORMAÇÕES AGROMETEOROLÓGICAS. Balanço hídrico por local: Adamantina. São Paulo: SAA / IAC / CIIAGRO, 2013. Disponível em: <http://www.ciiagro.sp.gov.br/ciiagroonline/Listagens/BH/LBalancoHidricoLocal.asp>. Acesso em: 16 abr. 2014. COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA INTEGRAL – CATI. Levantamento censitário de unidade de produção agrícola do Estado de São Paulo (LUPA) 2007/2008. São Paulo: SAA / CATI / IEA, 2008. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/>. Acesso em: 2 set. 2014. FERREIRA, D. F. SISVAR – Sistema de Análise de Variância. Versão 5. 3. Lavras-MG: UFLA, 2010. HERRERA, O.M.; LEOPOLDO, P.R.; KROLL, L.B.; ZUCCARI, M.L. Agrupamento de estações climatológicas localizadas no Estado de São Paulo, utilizando-se análise multivariada. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 16, n. 3, p. 34-42, 1997. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Produção e área nos estabelecimentos agropecuários com mais de 50 pés existentes. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/agric/default.asp?t=2&z=t&o=11&u1=1&u2=1&u3=1&u4=1&u5=1&u6=1>. Acesso em: 29 maio 2014. LEME JÚNIOR, J. A vitamina C em algumas plantas brasileiras e exóticas. Revista agricultura., v. 26. P . 319-30,1951. OLIVEIRA, J. R. P.; SOARES FILHO, W. dos S.; NASCIMENTO, A. S. do; COSTA, D. da C.; MATSURA, F. C. A. V.; GOMES, J. de C.; CARVALHO, J. E. B. de; REINAHRDT, D. H.; OLIVEIRA, R. P. Programa de pesquisa de acerola: Embrapa mandioca e fruticultura. Cruz das Almas, BA: Embrapa – CNPMF, 1998 a. 28 p. (Documento, 75). OLIVEIRA, J. R. P.; SOARES FILHO, W. dos S.; CUNHA, R. B. Da. Guia de descritores de acerola: versão preliminar. Cruz das Almas, BA: Embrapa – CNPMF, 1998 b. 22 p. (Documento, 84). PAIVA, J. R. et al. Clones de aceroleira: BRS 235 ou Apodi, BRS 236 ou Cereja, BRS 237 ou Roxinha, BRS 238 ou Frutacor. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2003. 3 p. (Comunicado Técnico, 87).

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Metabólitos do fipronil afetam o potencial de membrana mitocondrial

Tavares, M.A., Guelfi, M., Medeiros, H.C.D,Mingatto, F.E., Laboratório de Bioq uímica Metabólica e Toxicológica (LaBMeT), UNESP-D racena/SP.

Introdução Devido à sua interposi ção entre o trato digestivo e a circulação geral do organismo, o fígado

desempenha uma função central no metabolismo. Ele recebe g randes quantidades de nutrientes e xenobióticos que são absorvidos por meio do t rato digestivo e veia porta. (GUILLOUZO, 1998). Fipronil é um inseticida de amplo espectro de ação utilizado extensivamente para o con role de pragas em lavouras e infestações parasitárias em animais. Ele sofre biotransformação no fígado originando dois metab ólitos, o dessulfinil e o sulfona. Mohamed et al.,200 4, encontraram resultados de intoxicação do fipronil e seus metabólitos em seres hum anos. Além disso, os metabólitos fipronil sulfona e fipronil dessulfinil também se mostr aram tóxicos para células do fígado e de intestino conforme estudos de Das et al., 2006 e Vidau et al., 2009. A ação de composto s nocivos ao organismo vivo pode atingir as mitocôndrias, que é responsável pela síntese da q uase totalidade do ATP necessário à manutenção da estrutura e função celular. Objetivo

Estudar os metabólitos do fipronil em mitocôndrias isoladas de fígado de rato, avaliando parâmetros associados à bioenergética, para elucidar os mecanismos de ação tóxica da substância. Material e Métodos

O presente trabalho foi submetido à avaliação da Comissão de Ética no Uso de Animais do Campus da UNES P de Dracena sob o protocolo nº 34/2012.

As mitocôndrias ser ão isoladas por centrifugação diferenc ial (PEDERSENet al., 1978). Ratos Wistar macho s pesando entre 180-200 g serão an estesiados com éter e eutanasiados por decaptação; o fígado será imediatamente removido, picotado em 50 mL de meio contendo sacarose 250 mM, EGTA 1mM e HEPES-KOH 10 mM, pH 7,2, a 4oC, e homogeneizado três vezes por 15 s com intervalos de 1 min em homogeneizador Potter- Elvehjen. A suspensão será centrifugada a 770 x g por 5 min e o sobrenadante resultante centrifugado a 9.800 x g por 10 min. O sedimento será resuspenso com 10 mL de meio contendo sacarose 25 0 mM, EGTA 0,3 mM e HEPES-KOH 10 mM, pH 7,2, e centrifugado a 4.500 x g por 1 5 min. O sedimento mitocondrial final se rá suspenso com 1 mL de meio contendo sacarose 250 mM e HEPES-KOH 10 mM, pH 7,2, e utilizado dentro de um período máximo de 3 h.

A proteína mitocondrial será determinada utilizando-se a reação do biureto, de acordo com Cain e Skilleter (1 987), e BSA como padrão.

O potencial de membrana das mitocôndrias energizadas (2 mg de proteína/mL) será determinado espectro fluorimetricamente no meio padrão contendo EGTA 0,5 mM (volume final de 2 mL) com o indicador safranina-O (4 µM). A variação de fluorrescência será avaliada utilizando-se um espectroflu orímetro modelo RFPC 5301 (Shimadzu, Tokyo, Japão), nos comprimentos de onda de

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505 e 535 nm para excitação e emissã o, respectivamente. Os resultados serão expressos como porcentagem em relação à fluoorescência das células controle (sem adições). Resultados e Discussão

Os resultados apreseentados neste estudo mostram que os metabólitos do fipronil causam alterações no potencial de membrana das mitocôndrias isoladas de fígado de ratos.

Com uma ação dose dependente a partir de 10 µM, o fipronnil dessulfinil (Figura 1) agiu dissipando o potencial d e membrana tanto das mitocôndrias energizadas com glutamato e malato (substratos do comp lexo I da cadeia respiratória), quanto co m succinato (substrato do complexo II); o fipronil sulfona desempenhou o mesmo efeito (Figura 2), porém de forma mais expressiva, apresenta ndo efeito a partir da concentração 1µM. Dessa forma a capacidade das mitocôndrias de sintetizar ATP é comprometida (MITC HELL,1961).

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Conclusão

Os metabólitos do fipronil, fipronil dessulfinil e fipronil sulfona afetam o potencial de membrana mitocondrial diminuindo a produção de ATP, e este efeito pode estar relacionado à toxicidade observada do fiprronil. Referências CAIN, K.; SKILLETER, D.N. P reparation and use of mitochondria in toxicological research. In: Snell, K. &Mullock, B., (Ed). Biochemical Toxicology. Oxford: IRL Press,1987, p.217- 254. DAS, P.C. et al. Fipronil induces CYP isoforms and cytotoxicity in human hepatocytes.Chem. Biol. Interac., v.164, p.200-214, 2006.

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GUILLOUZO, A. Liver cell models in in vitro toxicology. E nvironmental Health

Perspectives, v.106, n.2, p.511-532, 1998. MITCHELL, P. Coupling of phosphorylation to electron and hydrogen transfer by a chemiosmotic type of mec hanism. Nature, v.191, p.144-148, 1961. MOHAMED, F. et al. Acute h uman poisoning with the N- phenylpyrazole insecticide fipronil – a GABAA – gated chloride channel blocker. Journal of Toxicology - Clinical Toxicology, v.42, n.7, p.955-963, 2004 . PEDERSEN, P.L. et al. Preparation and characterization of mitochondria and submitochondrial particles of rat liver and liver-derived tissues.Me thods Cell.Biol., v.20, p.411-481, 1978. VIDAU,C. et al. Phenylpyra zole insecticides induce cytotoxicity b y altering mechanisms involvedin cellular energy supply in the human epithelial cell mod el Caco-2.Toxicology In Vitro, v.23, p.589-597, 2009. Apoio: FAPESP

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Microbiologia intestinal de frangos de corte alimentados com dietas

suplementadas com ácidos orgânicos Saes R. L.¹, Saes I. L.¹, Freschi J. B.², Cruz-Polycarpo V. C.³ ¹Discentes do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina – FCAA. ²Mestre Médica Veterinária formada na Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina – FCAA. ³Docente do curso de Zootecnia na UNESP-Dracena.

Introdução

A avicultura destaca-se entre as atividades do setor agropecuário mundial, com índices de produção em constante crescimento. O aumento na produção de carne de frangos foi consequência de avanços em genética, nutrição, sanidade e manejo, elevando os níveis de produtividade e desempenho (RIBEIRO, 2008).

O setor avícola tem se destacado devido a grandes investimentos tecnológicos, passando a ser uma atividade de grande importância econômica, a qual representa, atualmente, 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e movimenta mais de 10 bilhões de dólares ao ano. A produção de carne de frango chegou a 13.058 milhões de toneladas em 2011, com um crescimento de 6,8% em relação a 2010 (UBABEF, 2012).

Em virtude do rápido ciclo de produção e da grande demanda por produtos de origem avícola, a produção de frangos tem direcionado esforços nos últimos anos visando máxima produção de proteína animal em menor tempo possível. Ressalta-se que, a utilização dos antimicrobianos em várias fases do ciclo de produção das aves tem contribuído para maximizar a produtividade nesta espécie. Portanto, além do seu uso na terapia, os antimicrobianos têm aplicação em medidas de profilaxia e como promotores de crescimento. De acordo com UBABEF (2011), isto tem reduzido o valor terapêutico desses compostos tanto para o tratamento das doenças animais, quanto para sua aplicação em humanos devido ao decréscimo da susceptibilidade destes microrganismos.

O uso de antibióticos, comoaditivos promotores de crescimento na avicultura tem sido bastante questionado atualmente (MACHADO et al., 2007). Nos anos 50, pesquisadores descobriram que dosagens subclínicas de antibióticos nas rações melhoravam o crescimento e a eficiência de produção dos animais. Os antibióticos passaram, então, a serem utilizados também com esta finalidade. No entanto, é crescente a preocupação com relação ao aparecimento de cepas bacterianas resistentes a esses aditivos, e é importante pesquisar alternativas para substituí-los. Alguns promotores de crescimento podem ser utilizados para aves, como por exemplo, os acidificantes orgânicos ou ácidos orgânicos.

Ácidos orgânicos são definidos como substâncias formadas por uma ou mais carboxilas em sua molécula, também sendo denominados de ácidos graxos voláteis, ácidos graxos de cadeia curta ou ácidos carboxílicos. Todos os ácidos graxos e aminoácidos, além de outros compostos que se enquadram nessa formação, são ácidos orgânicos. Vários sãoos ácidos orgânicos utilizados na alimentação animal, sendo os mais utilizados na avicultura e na suinocultura os ácidos mais fracos de cadeia curta (C1 - C7), como o ácido acético, ácido benzóico, ácido cítrico, ácido fórmico, ácido fumárico e o ácido propiônico, que são rapidamente absorvidos pela mucosa intestinal. Estes ácidos orgânicos têm sido utilizados na alimentação animal para prevenção de algum dano e possível perda das rações, sendo uma alternativa no controle de microorganismos patogênicos no trato gastrintestinal (BELLAVER, 2005; CALVEYRA, 2010). Objetivos

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Este trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos da inclusão isolada ou associada dos ácidos orgânicos cítrico e benzóico na alimentação de frangos de corte, sendo observada a influência dos mesmos sobre a microbiologia intestinal aos 42 dias de idade das aves. Material e métodos

O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura da Faculdade de Zootecnia - UNESP - Campus de Dracena. Foram utilizados 840 pintos machos, com um dia de idade, da linhagem Cobb, obtidos em um incubatório comercial. As aves, previamente vacinadas contra Gumboro, Marek e Bouba aviária, foram criadas até os 42 dias de idade. Os animais foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado com sete repetições e quatro tratamentos: T1- ração basal (tratamento controle) - sem inclusão de ácido orgânico; T2- inclusão de ácido cítrico; T3- inclusão de benzoato de sódio; T4- inclusão da mistura de ácido cítrico e benzoato de sódio. O programa de arraçoamento foi dividido em quatro fases: pré-inicial, 1 a 7 dias; inicial, 8 a 21 dias; crescimento, 22 a 33 dias; e final, 34 a 42 dias, conforme recomendações de Rostagno et al. (2011).

Como forma de desafiar as aves do ponto de vista sanitário, aos 14 dias de idade, foi inoculado 1mL de solução contendo 1x105 oocistos esporulados de Eimeria acervulina em cada ave. Para a inoculação, todas as aves do experimento foram contidas manualmente e inoculadas, com o auxílio de uma pipeta automática, por via oral. Aos 42 dias de idade, foram retiradas sete aves por tratamento e sacrificadas por insensibilização seguida por sangria após jejum de duas horas. Retiraram-se amostras do conteúdo intestinal do jejuno das aves e as mantiveram sob refrigeração. Posteriormente, estas amostras foram analisadas para verificar a presença de enterobactérias totais, coccus gram positivos e anaeróbios totais, segundo a metodologia descrita por Danicke et al. (1999). Estas análises microbiológicas foram realizadas no Laboratório de Higiene Animal da Universidade de São Paulo - USP - Câmpus de Pirassununga. A análise dos dados foi realizada com auxílio do sistema de análise estatística SAS (2008). Primeiramente, foram realizadas as análises de normalidade dos resíduos e de homogeneidade das variâncias. Posteriormente, os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) pelo procedimento GLM a 5% de significância. Quando necessário, as diferenças entre os tratamentos foram estudadas comparando-se as médias dos quadrados mínimos calculadas pelo comando LSMEANS com o teste de Tukey. Resultados e discussão

Aos 42 dias de idade das aves, não houve interação dos fatores estudados (suplementação ou não de ácido cítrico e suplementação ou não de ácido benzóico). A utilização de ácido benzóico não proporcionou diferenças entre os tratamentos estudados, ou seja, o uso deste ácido orgânico, isolado ou associado, não influenciou na concentração de bactérias Coccus gram positivos (CG+) e Anaeróbias totais (AT) no jejuno dos frangos de corte. Já, o uso de ácido cítrico, proporcionou aumento significativo no número de ambas as colônias de bactérias (10,04 e 53,46 para CG+ e AT, respectivamente).

As análises feitas para identificar enterobactérias totais, mostraram que não haviam colônias deste tipo de bactérias no jejuno dos frangos em todos os tratamentos estudados (P>0,05). Segundo Durango e Barguil (2006), ácidos orgânicos que não estão bem separados, não dissociados, tem seu efeito reduzido, pois estando como moléculas intactas, desta maneira não conseguem penetrar na célula. Para que a atividade microbiana seja exercida com eficiência, é preciso que haja uma diminuição da permeabilidade da membrana celular bacteriana.

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Portanto, quando consegue-se atingir a acidificação desejada, ocorre uma diminuição das bactérias patógenas, devido a diminuição do pH e do substrato, desfavorecendo estas bactérias (RUTZ, LIMA, 2001), sendo comprovada a eficiência ou ineficiência dos aditivos, como observada no presente estudo. Segundo Viola et al. (2008), os resultados contraditórios obtidos com a suplementação de ácidos orgânicos nas dietas de frangos de corte possivelmente ocorrem em razão das diferenças no seu modo de ação, da condição ambiental, da dose utilizada e das respostas avaliadas. Apesar da grande variedade de trabalhos estudando a ação dos ácidos orgânicos, o uso adequado desses produtos requer maior entendimento da capacidade e de seu modo de ação nos diferentes patógenos gastrintestinais (RICKE, 2003) e morfologia intestinal. Conclusões

Com base nos resultados obtidos e sob as condições em que o experimento foi realizado, pode-se concluir que a adição do ácido cítrico aumenta a quantidade de bactérias Coccus gram positivas e Anaeróbias totais, podendo promover uma possível piora na saúde intestinal dos frangos de corte. Não observa-se efeito dos acidificantes associados e da adição do ácido benzóico isolado sobre a população microbiana do jejuno das aves em estudo. Referências bibliográficas BELLAVER, C.; AVILA, V.S.; COLDEBELLA, A.; COSTA, C.A.F.; JAENISH, F.R.F.; ARMILIATO, N. Acidificação de dietas para frangos de corte com uma mistura de ácidos orgânicos de cadeia curta. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ), 42. Anais... Goiânia: SBZ/UFG, 2005. CD ROM. CALVEYRA, J. C. Efeito da Adição de Ácidos Orgânicos e Prebióticos na Dieta sobre a Excreção de Salmonella Typhimurium em Suínos em fase de Crescimento e Terminação Infectados Experimentalmente. 2010. Dissertação (mestrado em Ciências Veterinária) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. DURANGO, Harold E. G.; Barguil, José I. P. Evaluacion in vitro de la actividad inhibitoria y/o microbicida de la molécula citrex® frente a diferentes microorganismos. 2006. Apresentação de slides. MACHADO A.M.B., DIAS E.S., SANTOS É.C.S.; FREITAS R.T.F. Composto exaurido do cogumelo Agaricus blazei na dieta de frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 36, p. 1113-1118, 2007. RIBEIRO, A. M. L.; VOGT, L. K.;CANAL, C. W.; LAGANÁ, C.; STRECK, F. Vitamins and organic minerals supplementation and its effect upon the immunocompetence of broilers submitted to heat stress. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, vol. 37, n. 4, 2008. UBABEF – União Brasileira de Avicultura. Relatório Anual - 2012. São Paulo: UBABEF 2013. RICKE, S.C. Perspectives on the use of organic acids and short chain fatty acids as antimicrobials. Poultry Sciences, v.82, n.4, p.632-639, 2003. RUTZ, Fernando; LIMA, Gustavo de. O uso de antimicrobianos como promotores de crescimentos do Brasil. 2001. Disponível em: <http:www.cnpsa.embrapa.br/abravessc/ pdf/Palestras2001/Fernando_Rutz.pdf> Acesso em: 17 jul. de 2011. VIOLA, E.S.; VIEIRA, S.L.; TORRES, C.A.; FREITAS, D.M.; BERRES, J. Desempenho de frangos de corte sob suplementação com ácidos lático, fórmico, acético e fosfórico no alimento ou na água. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.2, p.296-302, 2008. Número do protocolo da Comissão de Ética em Experimentação Animal: 12/2012

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Modificações morfoanatômicas foliares da cana de açúcar em função de

estratégias de aplicação de herbicidas.

V.G.C. Alves1;P.A.M. de Figueiredo2;R.da S.Viana3;L.A.M. Lisboa4;A.C.N.D de Assumpção 5; L.E Tristão6 ¹ Discente do Curso de Agronomia UNESP Dracena ² Docente da Faculdade UNESP Dracena ³ Docente do Curso de Agronomia UNESP Dracena 4 Docente do Curso de Agronomia UNESP Dracena 5 Docente do Curso de Agronomia UNESP Dracena 6 Discente do Curso de

Agronomia UNESP Dracena. Introdução

O crescimento do setor sucroenergético brasileiro é de fundamental importância como estratégia para suprir o mercado nacional e internacional, fornecendo combustível renovável e diminuindo a pressão para extração de combustível de origem fóssil. Entre fatores bióticos que contribuem negativamente para o aumento da produtividade agrícola da cana de açúcar o controle das plantas daninhas é um dos principais, sendo capaz de reduzir significativamente o rendimento da cultura (KUVA et al., 2003). Lorenzi (1988) destaca a redução da qualidade e quantidade de cana colhida, diminuição do número de cortes viáveis e aumento de custos de produção em cerca de 30% para cana-soca e de 15 a 20% para cana- planta, quando da presença de plantas invasoras.

O método de controle de plantas daninhas mais utilizado na cultura da cana de açúcar é o químico, em condições de aplicação de herbicidas em pré ou pós – emergência (HERNANDEZ et al. 2001), sendo uma prática bastante difundida no país. Procópio et al. (2004) enfatizam a eficácia da ação dos herbicidas, além da redução da mão de obra em grandes áreas . Conhecer a morfologia foliar, as funções dos tecidos vegetais e suas possíveis modificações frente aos danos causados pela presença de plantas invasoras, pode ser determinante na tomada de decisão quanto ao manejo adequado a ser empregado, assim como predizer os prejuízos estimados pelo não controle. Exemplos demonstram a importância do conhecimento morfoanatômico e funcional das plantas. MEDEIROS et al. (2011) constataram aumento significativo no diâmetro polar estomático quando da aplicação de nitrogênio.

Em função do exposto, os objetivos desse trabalho foram avaliar as possíveis alterações morfoanatômicas de tecidos foliares da cana de açúcar, além da qualidade tecnológica e produtividade, em função do controle de plantas daninhas pelo uso de estratégias de aplicação de herbicidas. Objetivos

Avaliar as possíveis alterações morfoanatômicas de tecidos foliares da cana de açúcar, além da qualidade e produtividade tecnológica, em função do controle de plantas daninhas pelo uso de estratégias de aplicação de herbicidas. Material e métodos

O experimento foi conduzido na Usina Dracena, localizada no município de Dracena, Estado de São Paulo, durante o período de Agosto de 2009 e Setembro de 2010. Após segundo corte de colmos, variedade RB 86 7515, a soqueira foi adubada com 350 Kg ha-1, da Formulação 15 – 05 – 30 (52,5 Kg ha-1, de N; 17,5 Kg ha-1de p2o5; 105 Kg ha-1de k2o).Após alguns dias, foram aplicados

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herbicidas de acordo com os tratamentos . Foi utilizado o Delineamento em Blocos Casualizados (DBC), envolvendo 11 tratamentos, ou estratégias de aplicação, foram T1 = Testemunha – sem controle de plantas daninhas; T2 = 2,4 ha-1 de herbicida Tebutiuron 500g 1-1; T3 = 1,76 kg ha-1, do herbicida Amicarbazone 700g kg-1; T4 = 2,43 kg ha-1 do herbicida Clomazona 400g kg-1 + Hexazinona 100g kg-1; T5 = 0,214 kg ha-1 do herbicida Imazapique 700g kg-1; T6 = 0,19 kg ha-1 do herbicida Isoxaflutol 750g kg-1; T7 = 1,65 1 ha-1 do herbicida Tebutiuron 500g 1,1 + 0,094 kg ha-1 do herbicida Isoxaflutol 750g kg-1; T8 = 0,95 kg ha-1 do herbicida Amicarbazone 700g kg-1 + 0,119 kg ha-1 do herbicida Imazapique 700g kg-1; T9 = 0,97 kg ha-1 do herbicida Amicarbazone 700g kg-1 + 0,097 kg ha-1 do herbicida Isoxaflutol 750g kg-1 ; T10 = 2,38 kg ha-1 do herbicida Diuron 468 g kg-1 + Hexazinona 132g kg-1; T11 = 1,76 kg ha-1 do herbicida Diuron 468g kg-1 + Hexazinona 132g kg-1 + 0,107 kg ha-1 do herbicida Isoxaflutol 750g kg-1.

Após um ano agrícola, ou seja, em Setembro de 2010 por ocasião da colheita, foram coletados três fragmentos foliares de cana de açúcar em cada parcela. As médias dos resultados foram utilizadas para avaliação da espessura da cutícula da face inferior da epiderme (CI); espessura da cutícula da face superior da epiderme (CS); espessura da epiderme da face inferior ou abaxial (EAB); espessura da epiderme da face superior ou adaxial (EAD); diâmetro dos esclerenquimáticos (EE); espessura do mesófilo (MF); diâmetro dos vasos floemáticos (DF); e diâmetro dos vasos xilemáticos (DX) segundo Calquist (1975).

Cada fragmento foliar coletado continha aproximadamente 5 cm, retirado da porção mediana da folha +1. Os fragmentos foram fixados em solução F.A.A 50 (Formaldeído 37%, ácido acético glacial e etanol 50% na proporção de 1,0;1,0;18,0- V\V). Após 24 horas foram armazenados em etanol 70% até a realização das análises (KRAUS & ARDIUM, 1997). Todos os fragmentos receberam os procedimentos para realização de cortes histológicos, secções transversais de 8 μm em micrótomo de mesa Leica com lâminas de aço, sendo montadas em lâminas com adesivo Entellan e coradas com safranina a 1%. As lâminas foram observadas em microscópio óptico.Foram avaliados os valores de AR(%); BRIX (%); Fibra (%); Pol (%); Pureza (%); TCH (t ha-1) e ATR (kg t-1) de acordo com CONSECANA (2006). Os resultados foram submetidos pelo teste de variância pelo teste (p<0,05) e comparados pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Resultados e Discussão

Os resultados demonstraram que as aplicações de herbicidas, de forma isolada ou em combinações, além da finalidade de controlar as plantas daninhas, de maneira geral, alteram de forma favorável a formação de tecidos da cana de açúcar. No entanto, a aplicação dos tratamentos para controle de plantas invasoras não modificou significativamente os parâmetros tecnológicos e produtivos da cana de açúcar (Tabela 2). Os resultados são discordantes daqueles encontrados em Galon et al. (2009), que observaram que a aplicação de alguns princípios ativos de herbicidas, em diferentes genótipos de cana de açúcar, provocaram reduções nos percentuais de Brix, Fibra e Pol.

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Conclusão

A aplicação dos tratamentos não interferiu significativamente nas espessuras epidérmicas abaxial e adaxial e no diâmetro dos vasos que compõem o tecido xilemático. Porém, ocorreram modificações nas espessuras da cutícula das faces inferior e superior e domesófilo, no diâmetro das células do esclerênquima e vasos floemáticos.

Os tratamentos visando o controle químico de plantas daninhas não afetaram significativamente os valores tecnológicos e de produtividade da cana de açúcar. Referências Bibliográficas ALVES, E.S & ANGYALOSSY – ALFONSO, V. Ecological trends em the Wood of some Brazilian species 1:growth rings and vessels.IAWA jornal. Amsterdan, v.21, p 3 – 30, 2000. CALQUIST, S. Ecological estrategies of xylem evolution. Berkeley: University of Califórnia Press, 1975. CASTRO, E.M.; PINTO, J.E.B.P.;SOARES, A.M.;MELO, H.C.; BERTOLUCCI, S.K.V; VIEIRA,C.V & LIMA JUNIOR, E.C.L. Adaptações anatômicas de folhas de Mikania Glomerata Sprengel (Asteraceae) em três regiões distintas das planta, em diferentes níveis de sombreamento. REVISTA BRASILEIRA DE PLANTAS MEDICINAIS, Botucatu, v.9, p. 8-16, 2007. CASTRO, E.M.;PEREIRA ,F.J.;PAIVA, R. Histologia Vegetal: estrutura e função de órgãos vegetativos. Lavras: UFLA, 2009, 234p. CONSENCANA – Conselho dos Produtores de cana de açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo. Manual de Instruções, Piracicaba, 2006.111p.

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GALON, L.: SILVA, A.A.; FERREIRA, F.A., SILVA, A.A.; BARBOSA, M.H.P.; REIS, M.R.; SILVA, A.F.; CONCENÇO, G; ASPIAZÚ, I.; FRANÇA,A.C.; TIRONI,S.P. Influência de herbicidas na qualidade da matéria-prima de genótipos de cana-de-açúcar. Planta Daninha, Rio de Janeiro, v.27,n.3,p.555-562,2009. GARDONI, L.C.P.; ISAIAS, R.M.S.; VALE, F.H.A. Morfologia e anatomia foliar de três morfotipos de Marcetia taxifolia (A.St.-HIL) DC (Melastomataceae) na Serra do Cipó , MG. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.30,n.30, p.487-500,2007. HERNANDEZ,D.D.;ALVES,P.L.C.A.; MARTINS, J.V.F. Influência do resíduo de colheita de cana-de-açúcar sem queima sobre a eficiência do imazapic e imazapic + pendimethan. Planta Daninha, Rio de janeiro, v.19, n.3,p.419-426, 2001. KRAUS, J.E.& ARDUIM,M. Manual básico de métodos em morfologia vegetal.Seropédia: EDUR, 1997.198P. KUVA, M.A.;GRAVENA, R.; PITELI, R.A.; CHRISTOFFOLETTI, P.J.; ALVES, P.L.C.A. Períodos de interferência das plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar: III- Capim-braquiária (Brachiaria decumbens) e capim-colonião (Panicum maximun). Planta Daninha, Rio de Janeiro, v.21, n.1, p.37-44, 2003. LORENZI, H. Plantas daninhas e controle na cultura de cana-de-açúcar.IN: SEMINÁRIO DE TECNOLOGIA AGRONÔMICA, 4, 1988, Piracicaba.Anais... São Paulo: COOPERSUCAR. 1988.P.281-301. MEDEIROS, L.T.; PINTO, J.C.,CASTRO,E.M.,REZENDE,AV.; LIMA,C.A. Nitrogênio e as características anatômicas, bromatológicas e agronômicas de cultivares de Brachiaria brizantha. Ciência Agrotécnica. Laveas, v.35,n.3,p598-605,2011. PEREIRA, F.J.; CASTRO, E.M.; SOUZA, T.C.; MAGALHÂES,P.C. Evolução da anatomia radicular do milho “saracura” em ciclos de seleção sucessivos, Pesquisa Agropecuárias Brasileira, Brasília, v.43,n.12,p.1649-1656, 2008. PROCÓPIO, S.O.; SILVA, A.A.; VARGAS, L. Manejo e controle de plantas daninhas em cana-de-açúcar. In: VARGAS, L.; ROMAN, E.S.. (Ed.). Manual de manejo e controle de plantas daninhas. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2004.p.397-452.

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Parâmetros morfológicos do rúmen de bovinos Nelore submetidos a

diferentes protocolos de adaptação Rizzieri, R. A.1; Melo, G. F.2; Perdigão, A.3; Arrigoni, M. D. B.4; Millen, D. D.5; Martins, C. L.6 1Graduando da Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP Botucatu. 2Graduando da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu. 3Pós-graduando do PPGZ da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu. Email: [email protected] 4Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu. 5Docente da Faculdade de Zootecnia e Engenharia Agronômica - UNESP Dracena.

Introdução

A utilização de níveis elevados de concentrados nas dietas de terminação de bovinos de corte demanda maior atenção na formulação, atrelados a limitação de consumo, distúrbios nutricionais e manejo alimentar dos animais. Missio et al. (2010), observaram alterações no consumo alimentar e na ruminação de animais alimentados com esse tipo de dietas. Tendo isso em vista, medidas que possibilitem minimizar ou prevenir casos de distúrbios metabólicos, como a acidose ruminal, podem garantir maior desempenho dos animais e lucratividade do sistema.

Em estudos com diferentes protocolos de adaptação (escada e restrição) para bovinos Nelore alimentados com rações de alto teor de concentrados, verificaram maior peso de carcaça quente e rendimento de carcaça em animais adaptados por 14 dias, comparado ao de 21 dias (PARRA, 2011) e melhora na conversão e eficiência alimentar de animais restritos, adaptados por 9 ou 14 dias (BARDUCCI, 2013). No entanto, ainda não é conhecido até que ponto esse período são eficazes para a raça Nelore, sendo a diminuição de tempo de cocho viável ao sistema de confinamento devido ao fornecimento mais precoce da ração de terminação.

Com base nos fatos descritos, são necessários mais estudos que envolvam a forma e período de adaptação, os quais podem auxiliar no esclarecimento de distúrbios metabólicos decorrentes a inclusão dessas dietas, juntamente proporcionar um melhor desenvolvimento e estabelecimento da saúde ruminal, que é responsável pelo melhor aproveitamento e digestibilidade do alimento. Obejtivo

Avaliar em bovinos Nelore confinados os efeitos da duração de protocolos de adaptação a rações de alto teor concentrados sobre a saúde ruminal. Material e Métodos

O estudo foi conduzido na UNESP de Botucatu, no confinamento experimental de bovinos de corte, em um período de 84 dias. Foram utilizados machos não castrados da raça Nelore (n = 120, Peso vivo (PV) = 352,03±19,61kg e idade ~ 24 meses), provenientes de sistema de recria em pasto. O delineamento experimental foi em blocos casualizados emarranjo fatorial 2 × 2 (dois protocolos e duas durações), sendo os quatros tratamentos experimentais: protocolo de escada por 6 dias (S6) ou 9 dias (S9) e protocolo de restrição por 6 dias (R6) ou 9 dias (R9). Cada tratamento foi composto por seis baias (5 animais / baia), as quais foram consideradas as unidades experimentais para este estudo.

A adaptação de escada consistiu no fornecimento de dietas com consumo ad libitum e níveis crescentes de concentrados: dieta 1 = 61% de concentrado por 3 ou 4 dias e dieta 2 = 73% de concentrado por 3 ou 5 dias, de acordo com o tempo de adaptação (6 ou 9 dias) até ser fornecida a dieta de terminação com 85% de concentrado, sendo que as dietas foram formuladas com base na

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matéria seca (MS). Na adaptação de restrição utilizou-se a dieta de terminação limitada por quantidade e aumentou-se o oferecimento diário gradativamente até atingir o consumo ad libitum em 6 ou 9 dias, conforme a quantidade de energia líquida de ganho (ELg) das dietas equivalente dentro de cada duração para os diferentes protocolos de adaptação, ou seja, a ELg oferecida para S6 foi a mesma para R6 e para S9 a mesma para R9. As dietas foram compostas por feno de Coast cross, bagaço de cana-de-açúcar in natura, silagem de grãos úmidos de milho, milho seco, farelo de amendoim, torta de algodão, uréia e sal mineral, que foram formuladas segundo o NRC (1996) nível 2.

Para avaliação histológica das papilas, foram coletados fragmentos de parede no recesso do saco ventral do rúmen. Essas amostras foram fixadas por 24 horas em líquido de Bouin (LILLIE & FULLMER, 1976).

As variáveis morfológicas avaliadas microscopicamente foram análise morfométrica de altura, largura, área das papilas ruminais (aumento de 5x), determinação do índice mitótico das células da camada basal do epitélio do rúmen (aumento de 40x) e mensurações da espessura de queratina no epitélio do rúmen (aumento de 10x). Os dados foram avaliados por análise de variância utilizando o procedimento PROC MIXED do SAS (2003) e teste de Tukey para comparar as médias (P ≤ 0,05).

Houve diferenças (P ≤ 0,05) de fase (Adaptação e Terminação) nos parâmetros histológicos de altura, largura e espessura de queratina das papilas ruminais, também foi encontrado interação (P ≤ 0,05) para o índice mitótico, apresentado na fig. 1.

Os resultados foram semelhantes para os protocolos e tempos de duração, apresentando diferenças entre as fases (adaptação e terminação), o que era esperado pelo fornecimento da dieta de terminação (alto teor de concentrado) após a adaptação dos animais. Furlan et al. (2011) relataram que o desenvolvimento e crescimento adequado das papilas estão estreitamente relacionados ao hábito alimentar do animal, disponibilidade e digestibilidade do alimento, e presença de concentrado na dieta. Contudo, os resultados encontrados nas análises histológicas foram similares, devido à composição da dieta final oferecida ser a mesma durante o estudo, o que permitiu um desenvolvimento e crescimento das papilas semelhante.

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O índice mitótico (IM), por sua vez, pode ser utilizado para expressar a atividade proliferativa do epitélio ruminal (TAMATE & FEEL, 1977), visto que as quantidades de células em mitose indicam o estabelecimento do crescimento das papilas. No presente estudo foram observadas que o protocolo S9 obteve menores valores de IM, observado pela melhoradaptação, permanecendo com valores baixos ao final do período experimental. Barducci (2013) ao avaliar a proliferação celular de bovinos Nelore confinados e alimentados com dietas com alto teor de concentrado observou que o protocolo de escada por 14 dias de adaptação apresentaram menor proliferação celular ao final do estudo. Tal fato mostra que na adaptação em escadas e a duração é determinante no estabelecimento do crescimento das papilas. Conclusão

Para bovinos Nelore confinados e alimentados com dietas de alto teor de concentrados, recomenda-se o protocolo em escada com duração de 9 dias em função de apresentar menor atividade ploriferativa do epitélio ruminal após a terminação. Referências BARDUCCI, R. S. Protocolos de adaptação às dietas com alta inclusão de concentrados para bovinos Nelore em confinamento. 2013. 100f. Tese (Doutorado em Zootecnia). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2013. FURLAN, R. L.; MACARI, M.; FARIA FILHO, D. E. Anatomia e fisiologia do trato gastrintestional. In: BERCHUIELLI, T.T; PIRES, A. V.; OLIVEIRA, S. G. (Eds). Nutrição de Ruminantes. 2 ed. Jaboticabal: Funep, 2011. p. 1-25.

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LILLIE, R. D.; FULLMER, H. M. (1976) Histopathologic technic and practical histochemistry. 4th edn. New York: McGraw-Hill. p. 526-527. MISSIO, R. L. et al. Comportamento ingestivo de tourinhos terminados em confinamento, alimentados com diferentes níveis de concentrado na dieta. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 39, n. 7, p. 1571-1578, 2010. NRC. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of beef cattle. 7th ed. Washington: National Academic Press, 1996. 242 p. PARRA, F. S. Protocolos de adaptação à dietas com alta inclusão de concentrados para bovinos nelore confinados. 2011. 84f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2011. SAS INSTITUTE. SAS user’s guide: statistics. release 9.1. Cary, NC, 2003. TAMATE, H.; FELL, B. F. Cell deletion as a factor in the regulation of rumen epithelial populations. Veterinary Sciense Communications, Amsterdam, v. 1, n.4, p. 359-364, 1977. Apoio: Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Este estudo foi aprovado conforme as normas da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), sob protocolo nº 127/2012-CEUA, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Botucatu.

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Perfil de ácidos graxos da carne de bubalinos da raça Murrah submetida a

diferentes períodos de maturação ARANHA, A.S1; LUZ, P.A.C2; ANDRIGHETTO, C3; ARANHA, H.S4; DI CARNE, A.C5; ZANETTI, L. H6 1 Mestranda do programa de pós graduação em ciência e tecnologia animal – UNESP, [email protected] 2 Doutoranda do programa de pós graduação em zootecnia – UNESP. 3 Docente da Faculdade de zootecnia – UNESP. 4 Discente do curso de agronomia da Faculdade de Ciência Agrárias – UFGD. 5 Discente do curso de engenharia agronômica da Faculdade de zootecnia – UNESP. 6 Mestrando do Programa de Pós Graduação em Zootecnia – UEM

Introdução

A carne de búfalo (Bubalus bubalis) aparece como mais uma alternativa e demonstra a capacidade de suprir as necessidades dos consumidores quanto à proteína animal (Francisco, 2009). Por isso, se faz necessário incentivar meios capazes de melhorar as características qualitativas da carne dessa espécie. Uma alternativa tecnológica muito difundida e utilizada pela indústria para melhorar tais características, é a maturação.

Sendo assim, a maturação natural pode ser prolongada quando se mantêm a carne embalada a vácuo, após o processo de rigor mortis sob refrigeração (temperatura em torno de 0 a 1°C), por um período de tempo após o abate que pode variar de 7 a 28 dias. O objetivo da maturação é melhorar as características organolépticas da carne, sendo as mais importantes, a maciez, a suculência e o sabor (Andrighetto et al., 2006). Objetivo

O trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar os efeitos dos diferentes tempos de maturação sobre o perfil de ácidos graxos da carne de búfalos jovens terminados em confinamento. Material e métodos

Foram utilizados 10 búfalos machos da raça Murrah, não-castrados, provenientes da Fazenda Almeida Prado, localizada no município de Bocaina/SP, com idade entre 20 a 24 meses e terminados por 100 dias em confinamento. Foi utilizada uma dieta com relação de 50:50 volumoso:concentrado, sendo a cana-de-açúcar o volumoso utilizado.

Ao final do período de permanência estabelecido no confinamento, os animais foram abatidos no Frigorífico Fribordogue, localizado no município de Bariri/SP, sob Serviço de Inspeção Estadual (SISP). A operação de abate seguiu as normas previstas pelo SISP. As meias carcaças permaneceram em câmara de resfriamento por 24 horas, após esse período foi realizada a secção entre a 8ª e 13ª costela. Todas as amostras foram transportadas ao Laboratório de Bromatologia da Faculdade de Zootecnia da UNESP – Campus Experimental de Dracena, onde foram separados os cortes transversais com aproximadamente 2,5 cm de largura em serra fita BECCARO modelo 255, seguindo o protocolo de colheita das amostras. Em seguida cada corte foi embalado a vácuo em embaladora JETVAC® para a realização das avaliações. No laboratório, as amostras permaneceram sob refrigeração (0 a 1°C) em câmara de maturação BOD – TE 371 Tecnal, por 0, 7, 14 e 21 dias e posteriormente foram congeladas até o momento das análises. Todo experimento foi realizado de acordo com os princípios éticos na experimentação animal (protocolo nº 27/2012) determinados pela Comissão de Ética em Uso de Animais (CEUA) da referida instituição. Os lipídeos totais foram determinados pelo método descrito por Bleigh e Dyer (1959), utilizando-se clorofórmio, metanol e

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água (2:2:1.8). Em seguida, foram convertidos em ésteres metílicos de ácidos graxos segundo a metodologia utilizada por Bannon et al. (1982). Em um tubo de tampa com rosca, aproximadamente 150 mg de lipídeos foram adicionados com 0,25 mol L -1 5,0 ml de solução de metóxido de sódio em metanol/éter etílico (1:1). O tubo foi vigorosamente agitado durante cerca de 3 min. Em seguida, 3,0 ml de isooctano e 15 ml de cloreto de sódio saturado foram adicionados. O tubo foi agitado vigorosamente de novo e descansado para a separação de fase. O sobrenadante foi coletado em tubos Eppendorf marcados para análise cromatográfica.

Análise cromatográfica foi realizada de acordo com a metodologia descrita por Visentainer (2012). A razão de divisão da amostra foi de 1/80. Para a identificação, os tempos de retenção FAMES foram comparados com os padrões da Sigma - Aldrich (Sigma, St. Louis, MO). Os tempos de retenção e as percentagens da área do pico foram processados automaticamente através do software Chromquest 5.0. A FAS a partir de óleo de soja e de lipídeos totais de sardinha, ambos após metilação, foram quantificados em mg g-1 de lipídeos totais através de calibração padrão interno, utilizando tricosanoate metilo como padrão interno. As análises foram realizadas no Laboratório de Águas e Alimentos da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e dez repetições por tratamento, definido em esquema de parcelas subdivididas, sendo as parcelas constituídas pelos animais e as subparcelas os dias de maturação. Os dados foram submetidos às análises estatísticas utilizando o programa SAEG 9.1 (2007) para a realização da análise de regressão polinomial para cada uma das variáveis, ao nível de significância de 5%. Resultados e discussão

Os valores médios da análise do perfil de ácidos graxos da carne de bubalinos maturada por 0, 7, 14 e 21 dias encontram-se na Tabela 1. Não foram encontradas diferenças no perfil de ácidos graxos em relação aos tempos de maturação, mas houve alteração no ácido graxo linoléico (C18:2 ω6) mesmo no menor tempo de maturação (sete dias).

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A análise de regressão linear foi significativa e decrescente para o ácido graxo linoléico, sendo esse o que compõe a maior parte dos ácidos graxos ômega-6, o qualconsequentemente também apresentou regressão linear decrescente (P<0,05). Essa diminuição nos valores pode ser justificada pela oxidação de ácido graxo ao longo do período de maturação. Segundo Geay et al. (2001), os

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ácidos graxos saturados resistem à oxidação em baixas temperaturas, ao contrário dos ácidos graxos polinsaturados, como é o caso do linoléico, que podem se oxidar e se degradarem. A oxidação dos ácidos graxos polinsaturados, em baixas temperaturas, consiste no maior processo de degradação, induzindo a rancificação da carne crua. Pode ocorrer também, durante o cozimento, a produção de vários compostos voláteis, tais como aldeídos, interferindo no sabor e no aroma da carne, pela reação de Maillard, com produção de aroma e coloração indesejável para o consumidor. Conclusões A carne de bubalinos da raça Murrah submetida a diferentes tempos de maturação sofreu mudanças significativas no perfil do ácido graxo linoleico. No entanto não foram observadas diferenças entre os tempos de maturação. Referências ANDRIGHETTO, C.; JORGE, A. M.; ROÇA, R. O.; SARTORI, D. R. Maturação da carne bovina. Revista Eletrônica de Veterinaria. REDVET, v. 7, n. 6, p. 1-6, 2006. BANNON, C. D., BREEN, G. J., CRASKE, J. D., HAI, N. T., HARPER, N. L., O’ROURKE, K. L. Analysis of fatty acid methyl esters with high accuracy and reliability. Journal of Chromatography, 247, 71-89, 1982. BLIGH, E. G.; DYER, W. J. A rapid method of total lipid extraction and purification. Canadian Journal of Biochemistry and Physiology, 37, 911-917, 1959. FRANCISCO, C. L. Caracterização histológica e bioquímica dos músculos Longissimus dorsi e Semitendinoso de bubalinos Mediterrâneo abatidos em diferentes pesos. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Botucatu – SP, 2009. GEAY, Y.; BAUCHART, D.; HOCQUETTE, J.; CULIOLI, J. Effect of nutritional factors on biochemical, structural and metabolic characteristics of muscles in ruminants, consequences on dietetic value and sensorial qualities of meat. Reproduction Nutrition Development, v.41, p.1-26, 2001. SAEG Sistema para Análises Estatísticas, Versão 9,1: Fundação Arthur Bernardes – UFV – Viçosa, 2007. Disponível em: www.ufv.br/saeg VISENTAINER, J. V. Aspectos analíticos da resposta do detector de ionização em chama para ésteres de ácidos graxos em biodiesel e alimentos. Química Nova, 35, 274-279, 2012.

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Perfil físico-químico de soro de queijo elaborado com leite de cabras

alimentadas com raspa de mandioca Leal, N.S1; Gonçalves, H.C2; Veiga-Santos, P.3; Marques, R.O1, Crisóstomo, C4; López, F.J.P1. ¹ Discentes do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP. e-mail: [email protected] 2 Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu – SP. 3 Docente da Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP, Botucatu - SP. 4 Discente do curso de Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP.

Introdução

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo - ABIQ, a produção anual de queijos no Brasil tem se mantido em cerca de 350 mil toneladas nos últimos anos, o que corresponde à produção de cerca de 3,5 milhões de toneladas de soro de queijo, utilizado principalmente como alimento animal ou para a produção de biscoitos e alimentos lácteos (PONSANO & CASTRO-GOMEZ, 1995).

O soro de queijo de cabra é um subproduto disponível a custo zero, em usinas e propriedades produtoras de queijos, porém os custos de produção de leite afeta a fabricação de queijos, e 70% desse custo de produção se dá pela alimentação animal. Nesse contexto a busca por alimentos que possibilitem a redução dos custos sem afetar a produtividade das cabras vem sendo estimulada. Na alimentação animal o milho é o alimento energético mais utilizado, porém as oscilações e o aumento no preço nos últimos anos no Brasil fizeram com que a busca por fontes alternativas, como raízes e tubérculos crescesse.

Entre as diversas fontes energéticas alternativas disponíveis, a mandioca e seus subprodutos destacam-se como substituto energético para formulação de rações para ruminantes, uma vez que seu valor nutritivo é semelhante ao do milho e pode ser produzida em praticamente todo o território brasileiro (SILVA, 2011). Objetivo

Este trabalho teve como objetivo avaliar a composição físico-química do soro do queijo tipo Boursin elaborado com leite de cabras submetidas a níveis crescentes de substituição do milho pela raspa de mandioca na dieta. Material e Métodos

Este estudo foi realizado nos departamentos de Produção Animal e de Tecnologia de Produtos de Origem Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP, Campus Botucatu. Foram utilizadas oito cabras da raça Parda Alpina após o pico de lactação, distribuídas em dois quadrados latinos e quatro níveis de substituição 0, 33, 67 e 100% do milho da dieta por raspa de mandioca.

Foram elaborados queijos tipo Boursin com leite individualizado de cada cabra por tratamento. Dois litros de leite de cada animal foram descongelados e pasteurizados individualmente a 60ºC durante 30 minutos e imediatamente resfriados até 36ºC. A seguir, para cada processamento, foi acrescentado 30g/L de coalhada e deixado em repouso por 30 minutos, em seguida foi adicionado 0,7ml/L de coalho, misturado e deixado em repouso durante mais ou menos 6 horas em temperatura ambiente, até atingir acidez de 60ºD. Após esse período, a massa foi colocada em filtro de pano estéril deixando a coalhada dessorar lentamente em geladeira (±10ºC), por aproximadamente 16 horas.

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Foi então medida a quantidade de soro produzido por cada queijo em cada tratamento e realizadas análises de pH, gordura, proteína, sólidos totais, umidade e cinzas conforme metodologia de Instituto Adolfo Lutz (2005).

Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. As análises foram realizadas utilizando-se o pacote estatístico SAEG (UFV, 2000). Resultados e Discussões

A inclusão da raspa de mandioca como coproduto só teve efeito sobre a produção de soro e sua composição quando substitui 100% do milho da dieta das cabras (tabela 1).

Segundo MORESI (1994) o soro de queijo é o subproduto resultante da fabricação de queijos, sendo obtido numa proporção média de 9:1 v/v da quantidade de queijo fabricada. O que está de acordo com os resultados encontrados no experimento (tabela 1) que teve média de 9 litros de soro para cada 1 quilo de queijo fabricado resultando, portanto, em 90% do leite utilizado na fabricação do queijo sendo transformado em soro. Sendo que o tratamento com 100% de raspa de mandioca obteve produção de soro maior em relação aos outros níveis de substituição.

A composição do soro do queijo de leite de vaca contém cerca de 6,0-6,5% de sólidos totais, sendo cerca de 4,5-5,0% de lactose, 0,8-1,1% de proteína, 0,03-0,1% de gordura, 0,5-0,8% de matéria mineral e 0,2-0,8% de ácido lático (MORESI, 1994). O mesmo teor de sólidos totais e cinzas foram obtidos no trabalho, porém os valores de gordura e proteína relatados pelo autor são mais baixos do que os encontrados (tabela 1), isso se deve ao fato do leite de cabra possuir maior teor de proteína e gordura que o leite de vaca o que resultou em um soro também mais rico nesses constituintes. Conclusão

A utilização da raspa de mandioca em substituição ao milho da dieta de cabras leiteiras quando usada sozinha (100% de substituição) aumentou a produção de soro, a quantidade de gordura e proteína do soro do queijo tipo Boursin, mas quando utilizada de 0 a 66% e misturada com milho na dieta não alterou a composição físico-química do soro do queijo tipo boursin.

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Referências IAL. Instituto adolfo lutz. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. ed.4. São Paulo, p. 270-320, 2005. MORESI, M. Cost/benefit analysis of yeast and yeast autolysate production from cheese whey. Italian Journal of Food Science, v. 6, p. 357-370, 1994. PONSANO, E.H.G.; CASTRO-GOMEZ, R.J.H. Fermentação de soro de queijo por Kluyveromyces fragilis como uma alternativa para a redução de sua carga poluente. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 15, p. 170-173, 1995. SILVA, M.J.M.S. Utilização de raspa de mandioca em substituição ao milho na alimentação de cabras saanen em lactação. 2011. 78f. Tese (Doutorado em Zootecnia). Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VICOSA. Sistema de Análises Estatística e genéticas – SAEG. Versão 9.0. Viçosa, MG, 2000. Agradecimento á CAPES e FUNDUNESP, pela bolsa de estudo e auxilio à pesquisa, respectivamente. Número do protocolo da Comissão ética em experimentação animal (CEUA – 154 / 2012).

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Processo seletivo de equinos em atividade terapêutica: atividade do projeto

equoterapia da UNESP/Dracena Mariana Siqueira Araújo*1, Kátia de Oliveira1, Beatriz Queiroz dos Reis1, Giovani Augusto Campos Oliveira1, Ana Carolina Duarte1, Amanda Mantovani1, Letícia Dreossi Ballerini1, Karina S. Soares Kai1 1UNESP/ Campus Experimental de Dracena, Zootecnia. *[email protected]

A equoterapia é uma forma de terapia que visa a utilização do cavalo como instrumento de tratamento aos praticantes portadores de deficiência ou de necessidades especiais. Existem diferentes níveis ou programas que o cavalo e o praticante podem alcançar. Este programa inicia-se com a hipoterapia, no qual o cavalo é utilizado como instrumento cinesioterapêutico, estimulando o sistema neuro-muscular do praticante. Na segunda fase, reeducação equestre, o animal é tido como instrumento pedagógico com pacientes que possuem alguma autonomia. O próximo nível é o pré-esportivo, em que o equino é usado como ferramenta de inclusão social (Miranda e Miranda, 2011). Neste sentido, entende-se que a atividade equoterápica exige, por parte dos cavalos, integridade física e mental, para que possam contribuir na recuperação dos pacientes. Este processo inicia-se fazendo uma boa escolha do cavalo, ou seja, selecionando equinos para serem utilizados nas sessões de equoterapia, tornando-os em eficientes ferramentas terapêuticas. Selecionar cavalos ideais a prática de equoterapia, visando boa conformação física e comportamental, a fim de proporcionar a reabilitação aos praticantes. Avaliaram-se dez eqüinos à prática equoterápica no município de Dracena. As variáveis físicas monitoradas nos cavalos foram: cinemática do passo, comprimento da quartela, altura do dorso, alinhamento cernelha-garupa e altura de cernelha. Quanto ao comportamento, estudaram-se as características como docilidade, obediência aos comandos e os escores de dessensibilização ao estímulo tátil, sonoro e visual. A característica que mais impossibilitou a escolha de cavalos à equoterapia foi a presença do andamento em marcha, durante a avaliação biomecânica, seguida por desvios comportamentais representado pelo escore ruim de dessensibilização ao estímulo tátil, como morder e coicear. Os cavalos que passaram pelo processo de seleção e considerados aptos à equoterapia, apresentaram região dorso-lombar regular, quartela de comprimento médio, cernelha alinhada à garupa e altura de cernelha média de 1,50 m, bem como obediência durante as avaliações. Assim, os cavalos selecionados adaptaram-se mais facilmente a nova função e possibilitaram, aos centros de equoterapia, incremento nos atendimentos aos pacientes do município de Dracena. Isto foi alcançado pela abertura de novas turmas, como a inclusão do nível pré-esportivo, como conseqüência das melhores condições físicas e mentais dos equinos. Palavras-chave: cavalo, hipoterapia, terapia assistida por animais Agradecimentos: Equoterapia APAE de Dracena e Centro de Equoterapia de Dracena

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Produção e altura de corte de capim-marandu sob sombreamento submetido

ao manejo de interceptação de luz Santana, E.A.R.¹; Silva, L.A.C.²; Alves, T.R.R.²; SILVA, J. A. II V.³; Costa, C.³; Meirelles, P.R.L³. (1)Aluna PPG Zootecnia/FMVZ – UNESP/Botucatu, [email protected] ²Aluna do Curso de graduação em Zootecnia da FMVZ – UNESP/Botucatu ³Docente FMVZ – UNESP/Botucatu, [email protected]

Introdução

A Urochloa brizantha cv. Marandu, uma das gramíneas forrageiras mais cultivadas no país, tem sido muito utilizada em função das suas características peculiares, como adaptação a variadas condições edafoclimáticas, resistência à cigarrinha das pastagens e elevada produtividade quando devidamente adubada e manejada (Andrade, 2003).

As modificações no ambiente luminoso têm merecido grande destaque por influenciarem significativamente a produtividade do pasto (Belesky, 2005) e a produção da cultivar Marandu sob sombreamento tem se destacado (Andrade et al., 2004).

A utilização de sombreamento artificial para estudos de produção forrageira sob luminosidade reduzida é ferramenta importante para elucidar respostas produtivas e o comportamento das plantas previamente à sua utilização nas integrações com lavoura e componentes arbóreos.

Critério de manejo de 95% de interceptação de luz pelas pastagens é justificado pela coleta da forrageira no ponto de equilíbrio entre a maior produtividade e teor nutricional, tendo forte relação com a altura de entrada dos animais para pastejo (Santos & Vieira, 2011). Sob luminosidade natural a altura de pastejo para as principais forrageiras está bem determinada na literatura, porém, sob condições de sombreamento, há escassez de informações na literatura. Objetivos

Avaliar a altura de corte e desempenho produtivo de capim-marandu (Urochloa brizantha cv. Marandu) submetido à redução de 30 e 60% de luminosidade sob manejo de 95% de interceptação de luz. Material e Métodos

O experimento foi conduzido na FMVZ, UNESP – Campus de Botucatu, no Setor de Forragicultura da Fazenda Experimental Lageado de Ensino, Pesquisa e Extensão. O local situa-se a 22º51’01” de latitude sul e 48º25’27” de longitude oeste, e possui 800 metros de altitude. O clima predominante na região é tropical de altitude, com inverno seco e verão quente e chuvoso. O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho Distrófico. O delineamento experimental adotado foi em blocos ao acaso com parcelas subdivididas no tempo (três cortes) em três níveis de luminosidade (luminosidade natural - representado por: 0%; redução de 30 e 60% de luminosidade, representados por 30% e 60%, respectivamente) com três repetições. A redução de luminosidade foi proporcionada por meio de telas plásticas pretas (sombrites) de 30 e 60% de interceptação da radiação solar incidente. As telas foram amarradas em armações de vigas de madeira, a 1,60 m de altura do solo. Cada parcela possuía medidas de 4 x 5 m (20 m2), com área útil para as avaliações de 12 m2 (3 x 4 m).

O período de avaliação iniciou-se em 10 de outubro de 2014, com corte de uniformização das parcelas a 15 cm de altura do solo, até 05/06/2014, sendo as produções organizadas em cortes de cada tratamento ao longo do período experimental. A data do primeiro e demais cortes foi

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determinada quando as parcelas de capim-marandu atingiram interceptação de 95% de luz, após corte de uniformização nos diferentes níveis de intensidade luminosa, sendo esta, determinada por meio de medidor de radiação fotossinteticamente ativa (AccuPAR model LP-80 PAR/LAI), sendo realizadas leituras em todas as parcelas semanalmente, no intervalo das 11 às 13 horas. As medições da radiação fotossinteticamente ativa (μmol m-2 s) foram realizadas em diferentes pontos representativos de cada parcela, acima e abaixo do dossel para cálculo da interceptação. A interceptação luminosa (IL) foi determinada pela equação: IL = 100 – ((RFA abaixo do dossel/RFA acima do dossel forrageiro) x 100). O índice de área foliar foi obtido por meio do método indireto, utilizando-se mesmo equipamento e simultaneamente às medições de IL.

Ao atingir IL de 95% foi realizado corte de amostra representativa do dossel, ao nível do solo, de todo material presente no interior de uma moldura com medidas de 0,5 x 0,5 m (0,25 m2), lançada ao acaso em cada parcela. Após cada coleta das amostras foi realizado novo corte de uniformização das parcelas com altura de resíduo de 15 cm (Valle et al., 2007). A forragem cortada do interior da moldura foi pesada, homogeneizada e retirada uma subamostra, sendo esta pesada e levada à estufa com circulação de ar forçada, para determinação da matéria parcialmente seca a 65°C. A produção de massa seca de forragem por hectare foi obtida multiplicando-se a produção de massa verde de forragem (peso da amostra total de forragem cortada do interior da moldura transformado em kg/ha) pelo respectivo teor de matéria seca de forragem de cada parcela.

Os dados foram submetidos à análise de variância utilizando-se o programa estatístico SAS® (Statistical Analysis System, 2003), versão 9.2 para Windows®, no qual o teste de Tukey foi utilizado para comparação entre médias ao nível de significância de 5%. Resultados e Discussão

Na Tabela 1 são apresentadas as datas e intervalos de corte da cv. Marandu nos diferentes níveis de luminosidade. O sombreamento de 30 e 60% favoreceu a redução de intervalos de corte por atingir mais rapidamente a interceptação de 95% de luz (Tabela 2).

Os resultados de interceptação de luz (IL, %), altura, índice de área foliar e produção de massa

seca obtidos nos níveis de luminosidades são observados na Tabela 2. Houve diferença significativa (p<0,05) para a IL apenas para condição de luminosidade natural em seu terceiro corte, ocorrido devido às condições de baixa temperatura e umidade (dados não apresentados) durante o período de desenvolvimento da forragem (Tabela 1). Para demais cortes não houve diferença, seguindo a recomendação de manejo aos 95% de IL (Santos & Vieira, 2011).

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A maior altura de corte foi observada em sombreamento mais intenso (60%) no terceiro corte (69 cm) não diferindo do sombreamento mais ameno (30%) no mesmo ciclo. Sob luminosidade reduzida, as plantas buscam luz por meio de elevação de suas folhas e alongamento de caule, permitindo melhor distribuição da radiação ao longo do perfil do dossel (Gomide et al., 2007). A menor altura foi observada no terceiro ciclo de crescimento da cv. Marandu sob luminosidade natural, decorrente do início da estação fria (Tabela 1), e não diferiu do primeiro e segundo corte na mesma condição de luz e das demais condições de luminosidade para o primeiro corte. O maior IAF foi obtido no primeiro corte sob pleno sol (Tabela 2) sendo decorrente do maior IC (Tabela 1) que favoreceu o acúmulo de material morto, afetando o positivamente o resultado pelo método utilizado. O menor IAF ocorreu no terceiro corte sob mesma luminosidade pelo fato da forrageira não ter recuperado área foliar devido às condições ambientais durante o ciclo de crescimento.

As maiores produções de capim-marandu foram obtidas em 60% no primeiro corte e pleno sol segundo corte, não apresentando diferenças do primeiro corte a pleno sol e terceiro corte do sombreamento ameno. O maior IC favoreceu a produção de forragem sob luminosidade natural devido ao longo período para acúmulo de forragem, enquanto que, para as condições de sombreamento intenso, a altura de resíduo de 15 cm prejudicou a produtividade no ciclo sequente devido a baixa área foliar remanescente. Conclusões

A altura de corte de capim-marandu é maior em luminosidade reduzida e a altura de resíduo de 15 cm prejudica a produtividade sob sombreamento intenso. A produção por ciclo de crescimento foi afetada pelo sombreamento e a redução da intensidade luminosa refletiu em maior frequência de cortes. Referências ANDRADE, C.M.S.; VALENTIM, J.F.; CARNEIRO, J.C.; VAZ, F.A. Crescimento de gramíneas e leguminosas forrageiras tropicais sob sombreamento. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.39, n.3, p.263-270, 2004. ANDRADE, F.M.E.de. Produção de forragem e valor alimentício de capim-marandu submetido a regimes de lotação contínua por bovinos de corte. 2003. 125p. Dissertação (Mestrado em

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Agronomia) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2003. BELESKY, D.P. Growth of Dactylis glomerata along a light gradient in the central Appalachian region of the eastern USA: I. Dry matter production and partitioning. Agroforestry Systems, v.65, p.81-90, 2005. GOMIDE, C.A.M, GOMIDE, J.A.; ALEXANDRINO, E. Características estruturais e produção de forragem em pastos de capim-mombaça submetidas a períodos de descanso. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.42, n.10, p. 1487-1494, 2007. SANTOS, A.G.T.; VIEIRA, A.R. Alturas de pastejo recomendadas para as principais forrageiras considerando 95% de interceptação luminosa. Cadernos de Pós-graduação da FAZU. Uberaba, v.2, 2011. VALLE, C.B.; EUCLIDES, V.; VALÉRIO, J.; MACEDO, M. FERNANDES, C.; DIAS, F.M. Brachiaria brizantha cv. Piatã uma forrageira para diversificação de pastagens tropicais. Seed News. Vol. 11, n.2., 2007.

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Propriedades químicas de um Argissolo vermelho sob diferentes usos e

manejo

Souza, C. L.¹; Bonini, C. S. B.²; Heinrichs, R.2; Dourado, F. A.¹; Garcia, G.C.3; Romeiro, E. R.3 ¹Discente do Curso de Engenharia Agronômica da UNESP Dracena. E-mail: [email protected] ²Docente da UNESP, Dracena. 3Discente do Curso de Engenharia Agronômica da UNICASTELO Fernandópolis.

Introdução

O uso sustentável dos recursos naturais, especialmente do solo e da água, tem-se constituído em tema de crescente relevância, em razão do aumento das atividades antrópicas. Consequentemente, cresce a preocupação com o uso sustentável e a qualidade desses recursos (Araujo et al., 2007). A introdução de sistemas agrícolas em substituição às florestas causa um desequilíbrio no ecossistema em que a retirada da cobertura vegetal original e a implantação de culturas, aliadas às práticas de manejo inadequadas, promovem o rompimento do equilíbrio entre o solo e o meio, modificando desta forma, suas propriedades químicas, físicas e biológicas, limitando sua utilização agrícola (Richart, A. et al., 2005).

A qualidade desses atributos propicia condições adequadas para o crescimento e o desenvolvimento das plantas e para a manutenção da diversidade de organismos que habitam o solo (Doran; Parkin, 1994). A avaliação da qualidade do solo de maneira simples e confiável é um dos desafios atuais da pesquisa. Segundo esses autores, ela pode ser medida por meio da quantificação de alguns atributos, ou seja, de propriedades físicas, químicas e biológicas, que possibilitem o monitoramento de mudanças, a médio e longo prazo, no estado de qualidade desse solo.

A qualidade do solo deve ser monitorada para detectar as mudanças que podem ser mediadas em um determinado tempo e pode ser realizadas na propriedade agrícola ou em maior escala, como microbacia hidrográfica, região e outros.

Cavalcante et al. (2007a) estudando diferentes usos e manejo do solo de Cerrado (vegetação natural (cerrado), plantio direto, plantio convencional e pastagem) verificaram que nas áreas de sistema de plantio direto apresentou acúmulo significativo de matéria orgânica, fósforo, potássio e elevação da CTC em relação aos demais sistemas estudados, além da melhoria nas condições químicas do solo. A matéria orgânica foi maior em relação ao sistema natural. As maiores variabilidades medidas por meio do coeficiente de variação foram observadas para o fósforo e o potássio, sendo que a matéria orgânica e a CTC (Capacidade de troca catiônica) apresentaram coeficiente de variação médio nos diferentes usos e manejos do solo.

O manejo do solo e da cultura são importantes condicionadores da variabilidade de atributos do solo. Solos de mesma classe taxonômica, considerados relativamentehomogêneos, podem apresentar variação em seus atributos como resultado da aplicação de diferentes práticas de manejo (Cavalcante et al., 2007b). Objetivo

Objetivou-se, portanto neste trabalho, avaliar as propriedades químicas de diferentes usos e manejo de um Argissolo vermelho em Fernandópolis- SP.

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Material e Métodos O experimento foi conduzido na área experimental da Fazenda de Ensino e Pesquisa da

Universidade Camilo Castelo Branco - UNICASTELO, Campus de Fernandópolis, SP (Fazenda Santa Rita), localizada entre as coordenadas 20°16’50” latitude sul e 50°17'43” longitude oeste e 20°18'05” de latitude sul e 50°16'26" de longitude oeste.

O clima da região, de acordo com a classificação de Koppen, é subtropical úmido, Aw, com inverno seco e ameno e verão quente e chuvoso (ROLIM et al., 2007). De acordo com a EMBRAPA (2007) a região é caracterizada por um período de 6 meses do ano com déficit hídrico e temperatura média de 23,5oC. De acordo com Oliveira et al. (1999) os solos da Fazenda Santa Rita são constituídos de Argissolos Vermelhos-Amarelos eutróficos abrúpticos A moderado textura arenosa/média relevo suave ondulado e ondulado.

O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizados, sendo 3 tratamentos e 5 repetições, totalizando 15 parcelas experimentais. Sendo os tratamentos: Área de vegetação natural; Área de cultivo de cultura perene (implantada há 15 anos, espaçamento 1 x 2 m, área sem manejo de adubação); e Área de pastagem degradada (3 ha).

Para as análises, foram coletadas amostras deformadas de solo, com trado de caneca, em três camadas de solo: 0,00–0,10; 0,10–0,20 e de 0,20–0,40 m. Para cada tratamento será utilizado amostras de solo em duplicatas para uma melhor confiabilidade dos dados. As análises químicas do solo foram realizadas de acordo com a metodologia descrita por RAIJ & QUAGGIO (1983) e foram avaliados o pH, em cloreto de cálcio, a acidez potencial (hidrogênio + alumínio) a pH 7,0 e foram calculadas as somas de bases (SB = Ca + Mg + K), capacidade de troca catiônica (CTC = SB + (H + AL)) e saturação por bases (V% = (100 x SB) / CTC).

Os dados foram analisados pela análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey (5%), no programa computacional SISVAR (FERREIRA, 2008). Resultados e Discussão

Os dados das propriedades químicas estudadas (pH em cloreto de cálcio, acidez potencial, somas de bases, capacidade de troca catiônica e saturação por bases, nas camadas de 0,00-0,10; 0,10-0,20 e 0,20- 0,40m, estão apresentados na tabela 1. Para todasas profundidades foi encontrado diferença significativa, menos para o pH na primeira camada de solo.

Os valores de pH não variam dentre os tratamentos estudados. Esse comportamento pode ser devido a não correção do solo. Já para a acidez potencial o efeito dos tratamentos foi maior no tratamento eucalipto e menor no tratamento vegetação nativa. Resultados semelhantes foram obtidos por Cavalcante et al. (2007a).

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Para a SB e CTC do solo, na camada 0,00-0,10m, a pastagem e a vegetação nativa não diferiram estatisticamente entre si, mostrando que a pastagem é um bom conservador de matéria orgânica. Dados semelhantes foram encontrados por Araújo et al. (2007). O V% neste trabalho, teve comportamento semelhante a CTC, concordando com trabalhos desenvolvidos por Cavalcante et al. (2007b). Conclusões

As propriedades químicas do solo foram bons indicadores da qualidade do solo. Os sistemas de manejo afetam as propriedades químicas do solo, ocorrendo redução da capacidade de troca de cátions e pH nos solo cultivado com eucalipto.

As áreas com o manejo conservador das propriedades químicas do solo foram em ordem decrescente: vegetação nativa, pastagem e eucalipto. Referências

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ARAÚJO,R.; GOEDERT, W. J.; MARILUSA, LACERDA, P.C. Qualidade de um solo sob diferentes usos e sob cerrado nativo. R. Bras. Ci. Solo, 31:1099-1108, 2007. CAVALCANTE, E. G. S.; ALVES, M. C.; PEREIRA, G. T.; SOUZA, Z. M. Variabilidade espacial de MO, P, K e CTC do solo sob diferentes usos e manejos. Ciência Rural, 37:394-400, mar-abr, 2007a. CAVALCANTE, E. G. S.; ALVES, M. C.; SOUZA, Z. M.; PEREIRA, G. T. Variabilidade espacial de atributos químicos do solo sob diferentes usos e manejos. R. Bras. Ci. Solo, 31:1329-1339, 2007b. DORAN, J.W.; PARKIN, T.B. Defining and assessing soil quality. In: DORAN, J.W.; COEMAN, D.C.; BEZDICEK, D.F; STEWART, B.A., eds. Defining soil quality for sustainable environment. Madison, Soil Science Society of America, 1994. p.3-21. (SSSA Special Publication, 35) EMBRAPA. Banco de dados climáticos do Brasil. Brasília: Embrapa Monitoramento por Satélites, 2007. Disponível em: http://www.bdclima.cnpm.embrapa.br/. Acesso em: 23 ago. 2014. FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Symposium, Lavras, MG, 6: 36-41, 2008. OLIVEIRA, J.B.; CAMARGO, M.N.; ROSSI, M.; CALDERANO FILHO, B. Mapa pedológico do Estado de São Paulo: legenda expandida. Campinas, Instituto Agronômico/EMBRAPA-Solos. Campinas. 1999. 64p. RAIJ B. V., QUAGGIO J. A. Métodos de análises de solo para fins de fertilidade. Instituto Agronômico de Campinas, 1983. (Boletim técnico n. 81). 31 p. RICHART, A.; TAVARES FILHO, J.; BRITO, O. R.; LLANILLO, R. F.; FERREIRA, R. Compactação do solo: causas e efeitos. Soil compacting: causes and effects. Semina: Ciências Agrárias, 26: 321-344, 2005. ROLIM, G.S.; CAMARGO, M.B.P.; LANIA, D.G.; MORAES, J.F.L. Classificação climática de Köppen e de Thornthwaite e sua aplicabilidade na determinação de zonas agroclimáticas para o estado de São Paulo. Bragantia, 66: 711-720, 2007.

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Qualidade dos fenos de tifton e alfafa sobre o perímetro abdominal de

equinos Tsuzukibashi, D.1*;Oliveira, K.2; Costa, C.3; Reis, B.Q.4; Meirelles, P.R.L.3; Protes, V.M.1;Soutello, R.V.G.2;Watanabe, M.J.5 ¹Aluna de Mestrado em Zootecnia, FMVZ, UNESP Botucatu – Lajeado, s/n - Botucatu, SP 18618-970, Brasil. e-mail: *[email protected] 2Docente da Faculdade de Zootecnia – UNESP Dracena. 3Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal (DMNA), UNESP Botucatu. 4Aluna de Graduação da Faculdade de Zootecnia – UNESP Dracena. 5Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária (DCAV), UNESP Botucatu.

Introdução

Os cavalos são herbívoros adaptados a consumir dietas contendo alto conteúdo de fibra. Contudo, o manejo alimentar que impõe o consumo de dietas contendo alta proporção de volumoso ou de qualidade nutricional ruim, resulta em incremento na massa da ingesta presente no intestino grosso do equino (PAGAN e DUREN, 2001). Esta situação é decorrente do aumento da retenção de água no trato gastrointestinal (TGI), bem como da quantidade de material fibroso não digerido (ELLIS, HOLLANDS e ALLEN, 2002). Grande quantidade de conteúdo não digerido no trato digestório, pode causar distensão abdominal, além de incremento do peso de lastro, que aumenta o custo energético de locomoção, sendo prejudicial ao desempenho atlético dos equinos (RICE et al., 2001). O aumento na distensão abdominal de equinos é bem visível quando estes animais são submetidos ao consumo de dieta composta, exclusivamente, por forragem in natura. Isto se deve ao elevado conteúdo de água e de fibra presente nos pastos (MEYER, 1995).

As implicações do tamanho do perímetro abdominal (PA) sobre o desempenho esportivo de cavalos atletas, ainda não foi alvo de investigação das pesquisas científicas. Assim como, inexistem trabalhos na literatura, que objetivem avaliar efeito do tipo e qualidade dos volumosos sobre o perímetro abdominal dos equinos. Objetivo

A pesquisa objetivou estudar o efeito da qualidade dos fenos de tifton e alfafa, em dietas isoprotéicas e isoenergéticas, sobre o perímetro abdominal de equinos. Material e Métodos

Foram utilizados seis equinos, mestiços, com idade entre seis e sete anos e PC médio de 353,83 kg, delineados em quadrado latino 6 x 6 (seis cavalos e seis períodos), resultando em seis repetições por tratamento. Os tratamentos consistiram de seis dietas, com ingestão de matéria seca total (IMS) de 2% PC, constituídas por concentrado (IMS de 1% PC) mais volumoso (IMS de 1% PC), contendo cada dieta o teor de 15% de proteína bruta (PB) e 2,63 Mcal/kg de energia digestível.

Os tratamentos foram constituídos pelas combinações de fenos, em esquema fatorial 2 x 3, ou seja, duas forragens (tifton e alfafa) e três qualidades de feno (A, B e C). A qualidade nutricional dos fenos de tifton para o tipo A, foi caracterizado por conter 13% PB e 55% de fibra em detergente neutro (FDN), o tipo B com 10% PB e 61% FDN e tipo C, 7% PB e 70% FDN. Os fenos de alfafa tipo A possuíram 18% PB e 35% FDN, tipo B, 16% PB e 43% FDN e tipo C, 14% PB e 50% FDN.

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Cada período experimental totalizou 21 dias, sendo 14 dias de adaptação e 7 dias de coleta de dados. O PA foi mensurado nos cavalos, na altura da 18ª vértebra torácica, diariamente durante todo o período experimental, porém, para a análise estatística, foram considerados os dados durante o período de coleta.

A variável PA foi submetida à análise de variância do programa computacional Statistical Analysis System (SAS, 2000). As comparações entre médias foram feitas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Quando a interação entre os fatores não foi significativa, utilizou-se a probabilidade dos efeitos principais. Resultados e Discussão

Não se verificou efeito significativo entre as dietas experimentais, contudo foi observado significância (P=0,0478) para o tipo de forragem, como efeito principal (tabela 1). O grupo de cavalos alimentado com feno de tifton obteve PA de 177,05 ± 8,14 cm, e para o grupo alimentado com feno de alfafa foi obtido um PA de 174,27 ± 8,18 cm, resultando na diferença entre as medidas de 2,78 cm (P<0,05).

O resultado encontrado na tabela 1 evidencia que, em dietas isoprotéicas e isoenergéticas, o tipo de forrageira interfere no PA dos equinos. Essa situação pode ser explicada devido ao feno de tifton apresentar maior teor de FDN, ou seja, maior proporção de fibra menos digestível, ocupando grande espaço no trato gastrointestinal dos animais, por mais tempo em relação ao feno de alfafa (MEYER, 1995). Conclusão

O tipo de forrageira consumida pelos equinos interfere na distensão do abdômen. O fornecimento de feno de alfafa promove redução do perímetro abdominal à esta espécie animal. Referências

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ELLIS, J.M.; HOLLANDS, T.; ALLEN, D.E. Effect of forage intake on bodyweight and performance.Equine Veterinary Journal, v.34, p.66-70, 2002. MEYER, H. Alimentação de cavalos. 2 ed. São Paulo, SP: Livraria Varela, 1995. 303p. PAGAN, J.D.; DUREN, S.E.Recent developments in equine nutrition.Recent Advances in Animal Nutrition in Australia, v.13, n. suppl., p.169-177, 2001. RICE, O.; GEOR, R.; HARRIS, P.; HOEKSTRA, K.; GARDNER, S.; PAGAN, J. Effects of resticted hay intake on body weight and metabolic responses to high- intensity exercise in thoroughbred horses. Proceedings 17th equine nutrition, 2001. STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM - SAS.SAS user´s: guide statistics. Cary: 2000. 211p. PROTOCOLO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA: Protocolo 44/2012 (Comissão de Ética em Uso de Animais – CEUA da UNESP/Dracena) AGÊNCIA DE FOMENTO: FAPESP

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Relação da produtividade de B. decumbens e dos atributos físicos do solo

Ibañez, T. B ¹ ; Bonini, C. S. B.²; Heinrichs, R.3; Dourado, F. A.4; Pedro, F. G.5 1 Discente do Curso de Engenharia Agronômica – UNESP Dracena. email: [email protected] 2Docente da Faculdade de Zootecnia e Engenharia agronômica – UNESP Dracena. e-mail: [email protected] 3Docente da Faculdade de Zootecnia e Engenharia agronômica – UNESP Dracena. e-mail: [email protected] 4Discente do Curso de Engenharia agronômica – UNESP Dracena. e-mail: [email protected] 5Discente do Curso de Engenharia agronômica – UNESP Dracena. e-mail: [email protected]

Introdução

O uso intensivo de áreas no Cerrado para a produção agropecuária, aliado a técnicas impróprias de manejo do solo, tem causado degradação da estrutura do solo, influenciando negativamente o desenvolvimento vegetal e predispondo o solo à degradação (Stone e Guimarães, 2005). Nessas pastagens, devido ao manejo inadequado, observa-se redução na porosidade total das camadas superficiais do solo que afetam a reserva de água disponível, especialmente à medida que a meso e a microporosidade do solo se reduzem (Balbino et al., 2001). Atributos do solo, tais como a densidade, a porosidade, a condutividade hidráulica, a curva característica de retenção de água (Balbino et al., 2004) e a resistência à penetração (Imhoff et al., 2000), têm sido comumente utilizados como indicadores de qualidade física, pela relativa facilidade de determinação e pelo baixo custo de obtenção das medidas. As alterações nas propriedades físicas do solo tornam imprescindível a utilização de espécies de cobertura capazes de romper camadas compactadas (Gonçalves et al., 2006).

As gramíneas forrageiras geram rapidamente, melhorias na qualidade física do solo, com aumento da porosidade do solo e maior estabilidade de agregados em água (Blanchart et al.,2004). Dentre as gramíneas que possuem participação expressiva nas pastagens da região do Cerrado, se encontram as gramíneas dos gêneros Panicum e Brachiaria (Braz et al., 2004 e Oliveira et al., 2007), em que poucos são os dados, na literatura, que se referem ao seu comportamento diante da condição de compactação do solo. De acordo com Centurion et al. (2007), as modificações que ocorrem na estrutura dos solos do Cerrado oriundas do intenso preparo do solo foram evidenciadas por alterações nos valores de densidade do solo, porosidade total, porosidade de aeração, armazenagem e disponibilidade de água às plantas. Objetivo

Este trabalho tem por objetivo verificar a relação entre as propriedades físicas do solo (densidade do solo e macroporosidade) e a produtividade de massa seca de B. decumbens em um Latossolo em recuperação com adubos verdes, calagem e gesso. Material e métodos

O experimento foi conduzido na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão (FEPE), no município de Selvíria - MS. Apresenta médias anuais de precipitação, temperatura e umidaderelativa do ar de: 1370 mm, 23,50 C e 70-80 %, respectivamente (DEMATTÊ, 1980). O solo da área de estudo foi classificado como Latossolo Vermelho-Escuro distrófico (DEMATTÊ, 1980), textura franco argilo-arenosa (KITAMURA, 2007).

A usina Hidrelétrica de Ilha Solteira - SP teve o início de sua construção na década de 60, sendo que da área em estudo foi retirado solo para a terraplanagem e fundação da barragem, dando origem a uma área degradada, a qual é denominada de “área de empréstimo”. Foi removida uma

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camada de 8,6 metros do perfil do solo original, sendo que o subsolo da área em estudo estava exposto desde 1969 (ALVES e SOUZA, 2008). Este solo vem sendo recuperado há 17 anos, utilizando adubos verdes, vegetação espontânea instalada, correção do solo, gesso e pastagem. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, constando de nove tratamentos e quatro repetições. A dimensão de cada parcela foi de 10 m x 10 m.

Os tratamentos foram: 1 - SM/B: Solo mobilizado e ocorrência de vegetação espontânea, 2 -MP/B: Mucuna-preta (Stizolobium aterrimum Piper & Tracy); 3 - G/FP/B: Guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp), até 1994, após substituído por Feijão-de-porco; 4 -C+MP/B:Calcário + Mucuna-preta; 5 -C+G/FP/B:Calcário + Guandu até 1994, após substituído por Feijão-de-porco; 6 - C+Ge+MP/B: Calcário + Gesso + Mucuna-preta; 7 -C+Ge+G/FP/B:Calcário + Gesso + Guandu, até 1994, após substituído por Feijão-de-porco e, duas Testemunhas: 8 – SE: Solo exposto (sem técnica de recuperação) e 9 - MA: Vegetação nativa de Cerrado. Nos tratamentos de recuperação a partir de 1999 em todas as parcelas foram implantadas Brachiaria decumbens.

No ano de 2011 foram avaliadas as seguintes propriedades do solo: macroporosidade e a densidade do solo pelo método do anel volumétrico de acordo com EMBRAPA (1997). Foram coletadas amostras indeformadas de solo, com anel volumétrico, em quatro camadas de solo: 0,00–0,10; 0,10–0,20 e de 0,20–0,40 m e em três repetições por parcela. A produção de matéria seca da braquiária foi realizada a cada três meses (meses de janeiro, abril, julho e outubro). Cada amostra corresponde às plantas contidas em 1,00 m2, foram coletadas em triplicatas em cada parcela. A massa de matéria seca foi avaliada por pesagem (estufa a 60–70º C até atingir massa constante). Os dados foram analisados pela equação de regressão linear, utilizando o Excel. Resultados e Discussões

Os dados obtidos no trabalho estão apresentados na figura 1. Nota-se relação negativa em relação a produtividade de braquiária e a densidade do solo, quanto maior a densidade menor a produtividade. Esse comportamento foi verificado nas camadas de 0-0,10 e 0,20-0,40m. Resultados semelhantes a este trabalho foram encontrados por Severiano et al. (2003) que observaram a redução de produção de matéria seca de Brachiaria decumbens com o aumento da resistência a penetração e densidade do solo. Em relação à macroporosidade era esperado uma relação positiva, quanto maior amacroporosidade maior a produtividade de braquiária.

Neste trabalho, resultados opostos foram obtidos. Balbino et al., 2001 e Balbino et al., 2004 obtiveram resultados discordantes a este trabalho.

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Conclusão

Conclui-se que quanto maior a produtividade de massa seca de B. decumbens no solo, melhor foi a recuperação das propriedades físicas do solo estudado. A densidade do solo foi um bom indicador de recuperação do solo. Referências ALVES, M. C.; SOUZA, Z. M. Recuperação de área degradada por construção de hidroelétrica com adubação verde e corretivo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, n. 06, p. 2505-2516, 2008.

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BALBINO, L.C.; BRUAND, A.; BROSSARD, M.;GUIMARÃES, M.F. Comportement de la phase argileuse lors de la dessication dans des Ferralsols microagrégés du Brésil: rôle de La microstructure et de la matiére organique. Comptes Rendus del‘Académie des Sciences, v.332, p.673-680, 2001. BALBINO, L.C.; BRUAND, A.; COUSIN, I.; BROSSARD, M.;QUÉTIN, P.; GRIMALDI, M. Change in the hydraulic properties of a Brazilian clay Ferralsol on clearing for pasture. Geoderma, v.120, p.297-307, 2004. BLANCHART, E.; ALBRECHT, A.; CHEVALLIER, T.; HARTMANN, C. The respective roles of roots and earthworms in restoring physical properties of Vertisol under a Digitaria decumbens pasture (Martinique, WI).Agriculture, Ecosystems & Environment, Amsterdam, v. 103, n. 2, p. 343-355, jul. 2004. Braz, A. J. B. P.; Silveira. P. M.; Kliemann, H. J.; Zimmermann, J.P. Acumulação de nutrientes em folhas de milheto e dos capins braquiária e mombaça. Pesquisa Agropecuária Tropical, v.34, p.83-87, 2004. CENTURION, J.F.; FREDDI, O.S.; ARATANI, R.G.; METZNER, A.F.M.; BEUTLER, A.N. & ANDRIOLI, I. Influência do cultivo da cana-de-açúcar e da mineralogia da fração argila nas propriedades físicas de Latossolos Vermelhos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 31:199-209, 2007 DEMATTÊ, J. L. I. Levantamento detalhado dos solos do Campus Experimental de Ilha Solteira (SP). Piracicaba, 1980. 131 p. (Mimeografado). EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manual de métodos de análise de solo. 2.ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA/CNPSO, 1997. 212p. GONÇALVES, W. G.; JIMENEZ, R. L.; ARAÚJO FILHO, J. V.; ASSIS, R.L.; SILVA, G. P.; PIRES, F. R. Sistema radicular de plantas de cobertura sob compactação do solo. Engenharia Agrícola, v.26, p.67-75, 2006. IMHOFF, S.; SILVA, A.P.; TORMENA, C.A. Applications of the resistance curve in the control of the physical quality of soils under grass. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, p.1493-1500, 2000. KITAMURA, E. M. Recuperação de um solo degradado com a aplicação de adubos verdes e lodo de esgoto. Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista, 2007. 117p. (Tese de Doutorado). Oliveira, T. K.; Macedo, R. L. G.; Santos, I. P. A.; Higashikawa,E. M.; Venturin, N. Produtividade de Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. marandu sob diferentes arranjos estruturais de sistema agrossilvipastoril com eucalipto. Ciência e Agrotecnologia, v.31, p.748-757, 2007. STONE, L.F. & GUIMARÃES, C.M. Influência de sistemas de rotação de culturas nos atributos físicos do solo.Santo Antônio de Goiás, Embrapa Arroz e feijão, 2005. 15p. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento). SEVERIANO, E. C.; OLIVEIRA, G. C.; SARMENTO, P. H. L.; MORAES, M. F. Alterações estruturais do solo e produção de Brachiaria decumbens em Latossolo do Cerrado. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola, Goiânia. Anais... Bauru: SBEA, 2003. CD-Rom.

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Relações de consumo de matéria seca e peso vivo com eficiência alimentar

em bovinos Nelore

Maria Isabel Betetti¹, Bruno Fagundes Lage2, Evelyn Rangel dos Santos3, Natalia Trevizan¹*, Joslaine Noely dos Santos Gonçalves Cyrillo¹, Lúcia Galvão de Albuquerque4 1Centro APTA Bovinos de Corte, Instituto de Zootecnia (IZ), Sertãozinho, SP, Brasil 2Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, 3Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, PR, Brasil 4Universidade Estadual Paulista – UNESP – Jaboticabal, SP *e-mail: [email protected]

Introdução

Na bovinocultura de corte intensiva a alimentação é o fator de maior custo. A identificação e seleção de animais mais eficientes na utilização dos nutrientes podem auxiliar na redução dos custos de produção. Ao longo dos anos diversas medidas de eficiência alimentar têm sido estudadas, entre elas a conversão alimentar, eficiência parcial de crescimento, eficiência de mantença e o consumo alimentar residual (CAR). Todas são altamente correlacionadas com eficiência alimentar, porém, também correlacionam-se com características de crescimento, com exceção do consumo alimentar residual.

A característica consumo alimentar residual, proposta por Koch et al. (1963) é definida como a diferença entre o consumo de matéria seca (ou de energia) observado, e o consumo estimado por meio de regressão, em função de peso vivo médio metabólico e ganho de peso dos animais. De acordo com Arthur et al. (2001) a utilização do CAR como critério de seleção de bovinos resultaria em animais com menor consumo de matéria seca, sem, no entanto, alterar o ganho de peso diário e tamanho corporal, permitindo, assim, a obtenção de animais mais eficientes quanto à utilização de alimentos. Objetivo

O objetivo do presente estudo foi estabelecer relações entre consumo de matéria seca, ganho médio diário, peso vivo e consumo alimentar residual (CAR) em bovinos Nelore. Material e Métodos O presente estudo foi realizado no Centro Avançado de Pesquisas Tecnológicas dos Agronegócios (APTA Bovinos de Corte), órgão do Instituto de Zootecnia do estado de São Paulo. Fica localizado no município de Sertãozinho, na região norte do estado, a 21°10´ S e 48° 5´ W. Possui clima tropical úmido e temperatura média anual de 22,5°C. Os dados utilizados foram coletados no ano de 2012, e são oriundos do Teste de Eficiência Alimentar.

O Teste de Eficiência Alimentar teve início em 14 de junho e término em 10 de outubro de 2012, perfazendo um total de 119 dias. Os primeiros 28 dias foram destinados para adaptação dos animais à dieta e às instalações, e os 91 dias restantes para coleta de dados de peso e consumo.

Foram utilizados registros de 85 novilhos da raça Nelore, com médias de idade de 270 ± 23 dias, peso inicial de 238,6 ± 41 kg. Os animais foram separados e alojados, aleatoriamente, em duas áreas de confinamento equipadas com cinco cochos do GrowSafe System® em cada uma, um sistema de monitoramento eletrônico, que utiliza tecnologia de rádio frequência para documentar padrões de alimentação dos animais. O sistema identifica e registra a visita dos animais, armazenando dados como tempo de permanência no cocho, frequência de visitas e quantidade de ração consumida.

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O CAR foi calculado pela diferença entre o consumo diário observado e o predito, baseado no ganho de peso médio diário e no peso vivo metabólico, sendo classificados como alto (>média + 0,5 DP), médio (± 0,5 DP da média) e baixo (<média – 0,5 DP).

As análises das relações entre as classes de CAR, pesos no início e final do experimento, consumo de matéria seca e da relação consumo matéria seca/peso vivo (CMS/PV, kg) foram realizadas utilizando o procedimento MIXED do SAS 9.3. Os modelos de análises incluíram os efeitos fixos de classe de CAR (alto, médio e baixo), linha de seleção (Seleção e Controle) e idade no meio do teste como covariável linear. Para análise da relação CMS/PV foram utilizados registros diários dos dez animais mais eficientes (baixo CAR) e dos 10 menos eficientes (alto CAR). A comparação de médias foi realizada pelo teste t-Student. As estimativas de correlações de Pearson entre características estudadas foram obtidas por meio do PROC CORR do SAS 9.3. Resultados e Discussão

Animais classificados como alto, médio e baixo CAR não diferiram quanto ao PI, PF e GMD (P>0,05) (Tabela 1), estes resultados eram esperados, uma vez que o modelo de regressão utilizado para obtenção do consumo estimado contempla tais características. Contudo, diferenças significativas (P<0,001) foram encontradas para o CMS entre as classesde CAR (Tabela 1), onde animais baixo CAR consumiram significativamente menos alimento que aqueles classificados como médio e alto CAR.

A Figura 1 ilustra o consumo médio de matéria seca em relação ao peso vivo dos dez animais mais eficientes e dos dez menos eficientes, durante o período total do teste de eficiência alimentar. A relação CMS/PV ao longo do experimento foi significativamente diferente (P<0,01) entre animais baixo e alto CAR, com médias de 3,48 ± 0,06 e 5,47 ± 0,05 kgMS/dia, respectivamente. Embora haja diferença entre as duas curvas, ressalta-se o fato de não haver diferença estatística nos pesos e no GMD entre animais de diferentes classes de CAR (Tabela 1). Assim, é provável que a energia requerida para mantença dos animais baixo CAR seja menor, uma vez que, para um mesmo GMD, foi necessário, no mínimo, um CMS 24,8% menor, comparado aos animais alto CAR (Tabela 1). As correlações de CAR com GMD, PI e PF não foram significativas (P>0,05), reforçando a ideia de que o CAR independe de características de crescimento, por outro lado, o CMS apresentou correlação alta (0,68) e significativa (P<0,01) com o CAR e também com todas as características estudadas (Tabela 1). Este resultado está de acordo com outros autores, que também relataram independência entre CAR e as características de crescimento como pesos e ganho de peso. (KELLY et al., 2010, SOBRINHO et al., 2011).

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Conclusão

Características de desempenho como peso e ganho de peso não são relacionadas ao consumo alimentar residual, já o consumo de matéria seca pode ser indicativo de eficiência em animais Nelore em fase de crescimento. Referências ARTHUR, P.F.; RENAND, G.; KRAUSS, D. Genetic and phenotypic relationships among different measures of growth and feed efficiency in young Charolais bulls. Livestock Production Science, v.68, p. 131-139, 2001. KELLY, A. K.; McGEE, M.; CREWS, D. H.; FAHEY, Jr. A. G.; WYLIE A. R.; KENNY, D. A. Effect of divergence in residual feed intake on feeding behavior, blood metabolic variables, and body composition traits in growing beef heifers. Journal of Animal Science, v.88, p.109-123, 2010. KOCH, R. M.; SWIGER, L. A.; CHAMBERS, D.; GREGORY K. E. Efficiency of feed use in beef cattle. Journal of Animal Science, Savoy, v.22, p.486–494, 1963. SOBRINHO, T. L.; BRANCO, R. H.; BONILHA, S. F. M.; CASTILHOS, A. M.; FIGUEIREDO, L. A.; RAZOOK, A. G.; MERCADANTE, M. A. Z. Residual feed intake and relationships with performance of Nellore cattle selected for post weaning weight. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n.4, p.929-937, 2011. Apoio: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Número do protocolo da Comissão de Ética: SIGA 1759

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Rendimento de cortes comerciais e eficiência biológica de bovinos Nelore

confinados alimentados com Cloridrato de Zilpaterol Rizzieri, R. A1; Melo, G. F2; Brichi, A. L. C3; Costa, C. F3; Arrigoni, M. D. B4; Millen, D. D5 1Discente do Curso de Agronomia da FCA de Botucatu – UNESP. e-mail: [email protected] 2Discente do Curso de Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu – UNESP. 3Mestrando(a) em Zootecnia pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu – UNESP. 4Docente da FMVZ – UNESP Botucatu. e-mail: [email protected] 5Docente da Faculdade de Zootecnia – UNESP Dracena. e-mail: [email protected]

Introdução

O Brasil é o país com o maior rebanho bovino comercial do mundo, com 190 milhões de cabeças (ANUALPEC, 2014). É também o segundo maior produtor de carne bovina com 8.53 milhões de toneladas de equivalente-carcaça no ano de 2013 (ANUALPEC, 2014).

O mercado mundial de carne se modernizou buscando atender o consumidor e ser um sistema mais produtivo e eficiente. Neste contexto, a prática de confinamento é uma alternativa, pois reduz a idade de abate dos animais, um retorno do capital investido em curto prazo, descanso das áreas de pastagens durante a seca e proporciona melhor rendimento de carcaça (LUCHIARI FILHO, 2000).

A alimentação dos animais é um aspecto importante para o sucesso do sistema de confinamento, pois além de representar aproximadamente 70% dos custos interfere indireta e diretamente na qualidade da carne (ABRAHÃO et al., 2005). O crescente número de bovinos confinados faz com que a busca por tecnologias para tornar o sistema mais eficiente se torna cada vez mais necessário.

Os beta agonistas são moléculas orgânicas cujos principais efeitos são hipertrofia muscular e diminuição na deposição do tecido adiposo, sendo o cloridrato de zilpaterol (CZ) e a ractopamina os mais utilizados na produção de bovinos confinados. Os benefícios dessas moléculas no incremento de carcaça de animais Bos taurus são bastante conhecidos, diversas pesquisas realizadas nos últimos anos constataram vantagens e entraves sobre sua utilização (HILTON et al., 2009). No entanto para animais Bos indicus, representando 75% do rebanho confinado brasileiro (MILLEN et al., 2009), a ação desse produto é pouco conhecida. Objetivo

O presente estudo teve por objetivo avaliar os efeitos da inclusão na ração de Cloridrato de Zilpaterol sobre o rendimento de cortes comerciais e eficiência biológica de bovinos Nelore, castrados e não castrados, terminados em confinamento. Material e Métodos

O estudo foi realizado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP – Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu, no confinamento experimental do Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal. Foram utilizados 72 animais machos da raça Nelore com idade aproximada de 24 meses, 36 animais castrados e 36 não castrados, com peso vivo médio inicial de 347,5 kg ± 21.61 kg, e provenientes de recria em sistema de pastejo contínuo.

O delineamento experimental foi de blocos casualizados em arranjo fatorial 2 x 2 sendo os fatores a inclusão de cloridrato de zilpaterol a ração e a categoria animal avaliada, constituindo desta forma os quatro tratamentos experimentais: castrados sem adição (0,00 mg/kg/MS) de Cloridrato de

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Zilpaterol (C); castrados com adição de 7,5 mg/kg/MS de Cloridrato de Zilpaterol (CZ); não castrados sem adição (0,00 mg/kg/MS) de Cloridrato de Zilpaterol (NC); e não castrados com adição 7,5 mg/kg/MS de Cloridrato de Zilpaterol (NCZ). Cada tratamento foi composto por seis baias (3 animais/baia), sendo estas consideradas as unidades experimentais para o estudo. A adaptação se deu na forma de escadas (step up), a qual consistiu no fornecimento de dietas com níveis crescentes de concentrado (66%; 74%) durante 19 dias, permanecendo por dez dias na primeira dieta e nove dias na segunda. A partir do 20º dia de confinamento os animais receberam a ração de terminação (84% de concentrado) até serem abatidos. Os animais foram suplementados com cloridrato de zilpaterol por 20 dias (90 a 109 dias) e abatidos no 113º dia, respeitando os três dias de carência.

Após o resfriamento das carcaças conforme procedimento frigorífico (48 horas), as carcaças foram direcionadas a desossa, onde se realizou a pesagem dos principais cortes cárneos de traseiro e dianteiro da meia carcaça esquerda de todos os animais. No dianteiro os cortes avaliados foram: Paleta, acém, peito e músculo dianteiro. Já no traseiro os cortes mensurados foram: Coxão mole, coxão duro, alcatra, patinho, lagarto, picanha, filé mignon, contra filé e músculo traseiro. As avaliações dos cortes foram mensuradas em Kg, conforme o peso de cada peça em balança de precisão, e em porcentagem (%), onde se determinou a proporção de cada corte em relação ao peso de carcaça fria correspondente (LAWRENCE et al., 2011). Para cálculo da eficiência biologia foi dividido o valor total de IMS pelo ganho total em arrobas produzidas, onde se determinou o PCQ inicial através do desconto de 50% do peso vivo. Resultados e Discussão

O maior impacto sobre os cortes comerciais está direcionado a região do quarto traseiro, reportando aumento de 3,79 kg, enquanto que o dianteiro menos expressivo foi de 1,82 kg. Entre os cortes do quarto dianteiro podemos destacar aumento de acém (940 g) e paleta (510 g), enquanto que para o quarto traseiro região de cortes mais nobres, houve aumento de coxão mole (990 g), coxão duro (380 g), patinho (550 g), alcatra (370 g), contra filé (560 g), picanha (230 g) e filé mignon (260 g).

Shook et al. (2009) em estudo similar com bovinos ½ britânicos x ½ continentais, encontraram efeito significativo para os principais cortes comerciais, principalmente para os cortes da região do traseiro, onde o impacto sobre o incremento de peso foi mais expressivo. Resultados semelhantes foram reportados por Lawrence et al. (2011) trabalhando com vacas de descarte por 20 dias de suplementação.

Segundo Kirchofer et al. (2002) existem variações entre os tipos de fibra muscular para cada músculo, sendo que acém e coxão de mole são compostos por maiores quantidades de fibras musculares glicolíticas (fibras brancas). Esse tipo de fibra, chamado também de fibra tipo II, possui maiores respostas a estímulos de beta agonistas em relação aos demais (SMITH et al., 1995). Essas afirmações podem explicar as variações de respostas, onde músculos representados por maior proporção de fibras tipo II, obtiveram maiores ganhos, por sua capacidade de hipertrofia.

O aumento sobre os principais cortes comerciais e por consequência maior ganho em carcaça refletiu em melhora sobre a eficiência biológica durante o período total de confinamento para o grupo suplementado com CZ. O consumo de massa seca para ganho de uma arroba para o grupo controle foi de 149,12 kg, enquanto que para o tratado foi de 133,14 kg, evidenciando o impacto sobre a conversão do alimento em ganho de carcaça com apenas 20 dias de suplementação. Conclusões

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Para bovinos Nelore castrados ou não castrados terminados em confinamento, a adição de 7,5 mg/kg de MS de Cloridrato de Zilpaterol por 20 dias, proporciona melhora da eficiência biológica e aumento dos principais cortes cárneos, especialmente da região do quarto traseiro. Referências ABRAHÃO, J.J.S., PRADO, I.N., PEROTTO, D., MOLETTA, J.L. Características de carcaças e da carne de tourinhos submetidos a dietas com diferentes níveis de substituição do milho por resíduo úmido da extração da fécula de mandioca. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 5, p. 1640-1650, 2005. ANUALPEC. Anuário estatístico da pecuária de corte. São Paulo: FNP Consultoria e Comércio Ltda., 2014. HILTON, G. G., MONTGOMERY, J. L., KREHBIEL, C.R., YATES, D.A., HUTCHESON, J.P., NICHOLS, W.T., STREETER, M.N., BLANTON, J.R., MILLER, M.F. Effects of feeding zilpaterol hydrochloride with and without monensin and tylosin on carcass cutability and meat palatability of beef steers. Journal Animal Sciense, v.87, p.1394–1406, 2009. KIRCHOFER, K. S., CALKINS, C. R., GWARTNEY, B. L. Fibertype composition of muscles of the beef chuck and round. Journal Animal Sciense, v. 80, p. 2872–2878, 2002. LAWRENCE, T. E., GASCH, C. A., HUTCHESON, J. P., HODGEN, J. M. Zilpaterol improves feeding performance and fabrication yield of concentrate-finished cull cows. Journal Animal Sciense, v. 89, p. 2170-2175, 2011. LUCHIARI FILHO, A. Pecuária da carne bovina. 1. São Paulo: LinBife, 134, 2000. MILLEN, D. D., PACHECO, R D. L., ARRIGONI, M. D. B. et al. A snapshot of management practices and nutritional recommendations used by feedlot nutritionists in Brazil. J. Anim. Sci., v.87, p.3427-3439, 2009. SHOOK, J. N., VANOVERBEKE, D. L., KINMAN, L. A., KREHBIEL, C. R., HOLLAND, B. P., STREETER, M. N., YATES, D. A., HILTON, G. G. Effects of zilpaterol hydrochloride and zilpaterol hydrochloride withdrawal time on beef carcass cutability, composition, and tenderness. Journal Animal Sciense, v. 87, p. 3677–3685. 2009. SMITH, S. B., DAVIS, S. K.,WILSON, J. J., STONE, R. T.,WU, F. Y.,GARCIA, D. K., LUNT, D. K., SCHIAVETTA, A. M. Bovine fast-twitch myosin light chain 1: Cloning and mRNA amount in muscle of cattle treated with clenbuterol. American Journal Physiology, v. 268: p. 858–865, 1995. - 2013/04593-6 – Número do processo FAPESP. - 23/2013 CEUA – Número do protocolo da comissão de ética em experimentação animal.

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Resistência do anti-helmíntico moxidectina em bezerros da raça nelore na

fase pós-desmame na região oeste do estado de São Paulo Fachiolli, D.F.1; Dellaqua, J.V.T.²; Souza, O.A.²; Rovere, C.G.S.³; Saes, I.L.4; Soutello, R.V.G.5 1 Mestranda em Ciências e Tecnologia Animal – Unesp/Câmpus de Dracena. E-mail: [email protected] 2 Discente do curso de Zootecnia, UNESP - Câmpus de Dracena. 3 Biotecnologa, FEA – Fundação Educacional de Andradina 4 Discente do curso de Medicina Veterinária, FEA – Fundação Educacional de Andradina 5Docente do curso de Engenharia Agronômica e Zootecnia - UNESP/Câmpus de Dracena. E-mail: [email protected]

Introdução

Em bezerros no período de desmame, onde a fase é de alta susceptibilidade aos helmintos gastrintestinais, é comum a utilização de anti-helmínticos, visando minimizar as perdas causadas por estes parasitos.

Inúmeras propriedades utilizam um único tratamento para o controle das verminoses, que é realizado no dia do desmame. A aplicação do anti-helmíntico em bezerros após o desmame ou de outras idades é realizada de forma esporádica, observada somente em algumas propriedades (CATTO e UENO, 1981).

Ainda segundo estudos de Catto e Ueno (1981), puderam avaliar bezerros na região do Pantanal Mato-grossense e observaram que as infecções assumem caráter mais grave nos animais desmamados, onde as espécies mais comuns e importantes nos bezerros lactentes e desmamados são Haemonchus similis, Oesophagotomum radiatum e Cooperia punctata, ainda é observado às espécies Neoascaris vitulorum e Strongyloides papillosus somente nos bezerros lactentes, recomendando para região do Pantanal, a intensificação do tratamento das nematodioses dos bovinos na estação chuvosa, principalmente no primeiro e segundo ano de vida dos animais. Objetivo

O objetivo do trabalho foi verificar a eficácia da moxidectina administrada em bezerros após desmame. Material e métodos

Foram utilizados 54 bezerros contemporâneos da raça nelore desmamados no mesmo dia, sendo 26 fêmeas e 28 machos, com peso médio de 154 e 170 kg, respectivamente.

Os animais foram mantidos em piquetes formados por pastagem Brachiaria brizantha, em uma fazenda localizada no município de Castilho/SP.

O delineamento experimental utilizado foi o delineamento em blocos casualizados, onde os bezerros foram divididos em dois grupos, um de machos e outro de fêmeas.

Foram realizadas análises de contagem de ovos por grama de fezes e coprocultura nos dias 0 e 7 (D0 e D7), sendo que a aplicação da moxidectina foi realizada no D0, oito dias após o desmame dos animais, administrado por via subcutânea, de acordo com a indicação do fabricante. Resultados e Discussão

Os resultados das contagens de ovos por grama de fezes (OPG) encontrados para fêmeas nos dias D0 e D7 apresentaram média de 582 e 186, e para machos foram 801 e 216, respectivamente. A identificação inicial (D0) de larvas de terceiro estágio (L3) apontou uma porcentagem de: 45,19%

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Cooperia spp., 36,40% Haemonchus spp., 13,39% Trichostrongylus spp. e 5,02% Oesophagostomun spp.

O teste de redução de ovos por gramas de fezes (R-OPG) após a aplicação da moxidectina demostrou redução de 67,99% no grupo das fêmeas e 73,05% no grupo dos machos. Essa redução foi calculada utilizando o programa RESO.

Em estudos realizados por Soutello et al. (2007), onde se avaliou a eficácia da moxidectina em 25 propriedades de bovinos naturalmente infectados com nematódeos gastrointestinais na região noroeste do estado de São Paulo, pode ser observar que o anti-helmíntico teve eficácia de 100% no teste de R-OPG em 19 fazendas e nas outras 6 fazendas, o R-OPG variou de 90% a 97,2%, não sendo observado nenhum gênero resistente à moxidectina.

Soutello et al. (2010) avaliaram 24 novilhos tratados com moxidectina e notou que o anti-helmíntico promoveu redução no número de ovos de nematódeos eliminados nas fezes de 98,3% 36 horas após a aplicação. Não foram identificadas larvas na coprocultura após o tratamento com moxidectina. Conclusão

Conclui-se que a ocorrência da resistência da moxidectina em bezerros após desmame na propriedade estudada, envolvendo os três gêneros Cooperia spp., Haemonchus spp. e Oesophagostomun spp. Referências CATTO, J.B.; UENO, A. Nematóides gastrointestinais em bovinos zebu no Pantanal Mato-Grossense. I. Prevalência, intensidade de infecção e variação estacional. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.16, n.1, p.129-140, jan. 1981. SOUTELLO, R. V. G. de. et al. Evaluation of reduction in egg shedding of gastrointestinal nematodes in cattle following administration of anthelmintics. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Jaboticabal, v. 19, n. 3, p. 183-185, jul.-set. 2010. SOUTELLO, R. V. G. de; SENO, M. C. Z.; AMARANTE, A. F. T. Anthelmintic resistance in cattle nematodes in northwestern São Paulo State, Brazil. Veterinary Parasitology., v. 148, p. 360-364, 2007.

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Seletividade de ingredientes em dietas para bovinos Nelore confinados

alimentados com Cloridrato de Zilpaterol Melo, G. F1; Rizzieri, R. A2; Brichi, A. L. C3; Costa, C. F3; Filho, E. A4; Martins, C. L5 1Discente do Curso de Zootecnia da FMVZ de Botucatu – UNESP. e-mail: [email protected] 2Discente do Curso de Agronomia da FCA de Botucatu – UNESP 3Mestrando(a) em Zootecnia pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu – UNESP 4Discente do Curso de Medicina Veterinária da FMVZ – UNESP Botucatu 5Docente da Faculdade FMVZ Botucatu – UNESP. e-mail: [email protected]

Introdução

Uma das principais características da pecuária brasileira é o sistema de produção estabelecido, no qual o sistema extensivo de criação bovina no Brasil representa mais de 90% do total da produção de carne (ANUALPEC, 2014). A utilização deste sistema é pelas condições favoráveis que encontramos em território nacional, como exemplo, as grandes extensões territoriais que ainda podemos explorar de maneira eficiente, aliado ao baixo investimento necessário para a execução quando comparado com demais modelos.

Contudo, o mercado mundial de carne se modernizou e tem buscado cada vez mais a adoção de tecnologias que atendam a nova demanda do consumidor, além da busca por um sistema mais produtivo e eficiente. Neste contexto, a prática de confinamento é uma boa alternativa, pois reduz a idade de abate dos animais (carne de animais abatidos mais jovens estão associadas com carne de melhor qualidade), um retorno do capital investido em curto prazo, descanso das áreas de pastagens durante o período de estiagem das chuvas e proporciona melhor rendimento de carcaça (LUCHIARI FILHO, 2000).

Muitos estudos foram realizados nos últimos anos, em busca de substâncias que pudessem promover incremento na produção de carne em sistemas intensivos de terminação de bovinos de corte. Entre esses promotores de crescimento podemos destacar os beta agonistas, que são substâncias de estrutura análoga aos hormônios denominados catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), são empregados na produção animal, alterando a repartição de nutrientes desviando e promovendo o crescimento e a deposição de tecido magro (BRIDI et al., 2003).

Os beta agonistas são empregados na produção animal durante a fase final de confinamento, entre 20 e 42 dias antes do abate. Dentro de sua cascata de modificações fisiológicas dentro das células musculares e adipócitas, a redução sobre a ingestão de massa seca durante o período de fornecimento é constatada por diversos autores (SCRAMLIM et al., 2010; MCEVERS et al., 2012; RATHMANN et al., 2012) envolvendo esses aditivos. Contudo, estudos envolvendo o hábito alimentar de animais suplementadoscom Cloridrato de Zilpaterol e sua possível participação sobre a ingestão de bovinos confinados é inexistente. Objetivo

Objetivou-se com o presente estudo avaliar a seletividade de ingredientes na dieta de bovinos Nelore confinados, castrados e não castrados, suplementados com Cloridrato de Zilpaterol. Material e Métodos

O estudo foi realizado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP – Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu, no confinamento experimental do Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal. Foram utilizados 72 animais machos da raça

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Nelore com idade aproximada de 24 meses, 36 animais castrados e 36 não castrados, com peso vivo médio inicial de 347,5 kg ± 21.61 kg, e provenientes de recria em sistema de pastejo contínuo.

O delineamento experimental foi de blocos casualizados em arranjo fatorial 2 x 2 sendo os fatores a inclusão de cloridrato de zilpaterol a ração e a categoria animal avaliada, constituindo desta forma os quatro tratamentos experimentais: castrados sem adição (0,00 mg/kg/MS) de Cloridrato de Zilpaterol (C); castrados com adição de 7,5 mg/kg/MS de Cloridrato de Zilpaterol (CZ); não castrados sem adição (0,00 mg/kg/MS) de Cloridrato de Zilpaterol (NC); e não castrados com adição 7,5 mg/kg/MS de Cloridrato de Zilpaterol (NCZ). Cada tratamento foi composto por seis baias (3 animais/baia), sendo estas consideradas as unidades experimentais para o estudo. A adaptação se deu na forma de escadas (step up), a qual consistiu no fornecimento de dietas com níveis crescentes de concentrado (66%; 74%) durante 19 dias, permanecendo por dez dias na primeira dieta e nove dias na segunda. A partir do 20º dia de confinamento os animais receberam a ração de terminação (84% de concentrado) até serem abatidos. A dieta final foi composta por: 15% de bagaço de cana; 1% de feno de coast cross; 70% de silagem de grãos úmidos de milho; 5,5% de farelo de amendoim; 4% de caroço de algodão; 3% de suplemento mineral; 0,8% de ureia e 0,7% de calcário. Os animais foram suplementados com cloridrato de zilpaterol por 20 dias (90 a 109 dias) e abatidos no 113º dia, respeitando os três dias de carência.

No 10° dia de fornecimento de Cloridrato de Zilpaterol (CZ), amostras da dieta total e das sobras existentes de cada baia foram coletadas para analisar a distribuição do tamanho das partículas usando-se o Penn State Particle Separator (PSPS, Nasco, Fort Atkinson, WI, EUA) como descrito por Heinrichs (1996), para então se determinar a extensão da seleção, aqual foi expressa como um índice de seleção. O PSPS é equipado com três caixas contendo ao fundo de cada uma, peneiras de diferentes diâmetros (19,0; 8,0; e 0,18 mm), dispostas umas sob as outras do maior para o menor diâmetro, e uma última caixa com fundo sólido, totalizando quatro caixas. Aproximadamente 200 g de amostra foram colocadas sobre a primeira caixa (19 mm de diâmetro), e então a PSPS foi agitada conforme descrito pela metodologia. As frações da matéria natural das amostras retidas em cada peneira e na caixa sólida foram então pesadas para se determinar a distribuição do tamanho de partículas.

O índice de seleção foi calculado como a ingestão atual / ingestão esperada para cada porção retida nas peneiras individuais. A ingestão esperada foi calculada como a distribuição do tamanho de partícula da dieta total (base na matéria natural) × a ingestão atual de matéria natural. A ingestão atual foi calculada como a quantidade de ração oferecida × a distribuição do tamanho de partículas da dieta total − a quantidade de sobras × a distribuição do tamanho de partículas das sobras (%). O índice de seleção de 1, menor que 1 e maior que 1, indicaram: ausência de seleção, seleção contra e a favor daquele tamanho de partícula presente em uma ou outra caixa, respectivamente (LEONARDI e ARMENTANO, 2003). Cada caixa indicava um índice de seleção e foi considerada uma variável dependente na análise estatística. Resultados e Discussão

A ingestão de massa seca em kg (IMS) e ingestão de massa seca em percentagem do peso vivo (IMSPV) apresentaram efeitos entre condição sexual e adição de CZ, sendo constatado que animais castrados suplementados com CZ apresentaram redução em relação ao grupo controle, enquanto que para animais não castrados não se observou diferença.

A redução sobre IMS (-880 g/dia/MS) e IMSPV durante os 20 dias de tratamento com CZ para animais castrados, pode apresentar grande vantagem em uma escala de confinamento comercial,

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onde pequenos ajustes podem resultar em melhores índices econômicos da atividade. Resultados de mesma magnitude foram encontrados por Scramlin et al. (2010), trabalhando com bovinos (½ britânicos x ½ continentais) castrados e suplementados por 30 dias com CZ, sendo observado redução de 770 g/dia/MS para o grupo tratado.

Para os resultados de seletividade dos ingredientes da dieta, as variáveis foram semelhantes sobre a inclusão de CZ, ou seja, a adição de CZ para qualquer categoria animal avaliada não proporcionou alterações na seletividade de ingredientes da ração fornecida. Conclusões

A adição de cloridrato de zilpaterol por 20 dias na ração de bovinos Nelore castrados reduz a ingestão de massa seca para o período de suplementação. O promotor de crescimento estudado não influenciou na seletividade dos ingredientes da dieta em ambas as categorias avaliadas. Referências ANUALPEC. Anuário estatístico da pecuária de corte. São Paulo: FNP Consultoria e Comércio Ltda., 2014. BRIDI, A. M., NICOLAIEWSKY, S., RUBENSAN, J.M. Efeito do genótipo halotano e de diferentes sistemas de produção na qualidade da carne suína. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p. 1362-1370, 2003. HEINRICHS, J. In evaluating particle Size of Forages and TMRs using the Penn State Particle Size Separator. Pennsylvania: Pennsylvania State University, State College, p. 9, 1996. LEONARDI, C., ARMENTANO, L. E. Effect of Quantity, Quality, and Length of Alfalfa Hay on Selective Consumption by Dairy Cows. Journal of Dairy Science, v. 86, n. 02, p.557-564, 2003. LUCHIARI FILHO, A. Pecuária da carne bovina. 1. São Paulo: LinBife, 134, 2000. MCEVERS, T. J., NICHOLS, W. T., HUTCHESON, J. P., EDMONDS, M. D., LAWRENCE, T. E. Feeding performance, carcass characteristics, and tenderness attributes of steers sorted by the Igenity tenderness panel and fed zilpaterol hydrochloride. Jounal Animal Science, v. 90, p. 4140-4147, 2012. RATHMANN, R. J., BERNHARD, B. C., SWINGLE, R. S., LAWRENCE, T. E., NICHOLS, W. T., YATES, A., HUTCHESON, J. P., STREETER, M. N., BROOKS, J. C., MILLER, M. F., JOHNSON, B. J. Effects of zilpaterol hydrochloride and days on the finishing diet on feedlot performance, carcass characteristics, and tenderness in beef heifers. Journal Animal Sciense, v. 90, p. 3301–3311. 2012. SCRAMLIN, S.M., PLATTER, W.J., GOMEZ, R.A., CHOAT, W.T., MCKEITH, F.K., KILLEFER, J. Comparative effects of ractopamine hydrochloride and zilpaterol hydrochloride on growth performance, carcass traits, and longissimus tenderness of finishing steers. Journal Animal Sciense, v.88, p.1823-1829, 2010. - 2013/04593-6 – Número Processo Fapesp - 23/2013 CEUA – Número do protocolo da comissão de ética em experimentação animal.

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Silagem de planta inteira de soja com adição de milho ou polpa cítrica. Müller, L.R.1; Padovan, I.M.1; Pariz, C.M.2; Meirelles, P.R.L.3; Costa, C. 3; Castilhos, A.M.4 1Discente do curso de Zootecnia da Faculdade Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP-Botucatu. 2Pós-Doutorando - Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal Faculdade Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP-Botucatu 3Docente da Faculdade Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP-Botucatu 4 Aluno de Doutorado da Faculdade Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP-Botucatu.

Introdução

Independentemente do sistema utilizado para suplementar os animais, a base dessa alimentação vem do alimento volumoso. Uma das formas mais comuns de armazenar o alimento é a ensilagem, que se realizada de forma correta garante o fornecimento de um alimento de alta qualidade para os animais durante o período de escassez ou mesmo para fornecer durante uma necessidade da propriedade. A silagem da planta inteira de milho, desde que corretamente produzida, destaca-se como ótima alternativa, por apresentar excelente valor nutritivo, caracterizado pela alta digestibilidade e densidade energética (ZOPOLLATTO & SARTURI, 2009). A silagem de soja surge como uma opção para aumentar o valor proteico e reduzir o custo da dieta (PEREIRA et al., 2014). A soja embora apresente um elevado valor nutritivo, apresenta algumas características que são indesejáveis para que ocorra o processo fermentativo adequado, como alto poder tampão, baixo teor de carboidratos solúveis e a umidade na hora da colheita (PEREIRA et al., 2014).

Para melhorar a fermentação na silagem de soja podem ser utilizados aditivos. Com a adição de produtos que possuem um alto teor de massa seca (MS), é possível elevar a MS do material ensilado, tornando o meio, menos favorável para que ocorra o desenvolvimento de leveduras e reduzir perdas por efluentes. Esses aditivos absorventes, além de elevarem a MS, acabam fornecendo mais carboidratos solúveis, melhorando a qualidade do substrato para que ocorra melhor fermentação (SANTOS et al., 2010). A polpa cítrica e o milho moído podem ser utilizados pelo fato de possuírem um alto teor de matéria seca e carboidratos solúveis, além da capacidade de absorver água. Objetivo

Neste estudo, objetivou-se avaliar o efeito da adição de 7%, 14% e 21% de milho ou polpa cítrica sobre a qualidade da silagem de soja. Material e Métodos

A pesquisa foi realizada na Fazenda Experimental Lageado, pertencente à FMVZ/Unesp no município de Botucatu-SP. De acordo com Köppen a classificação do climapredominante da região é do tipo Cwa, tropical de altitude, com inverno eco e verão chuvoso.

A cultivar de soja utilizada foi a BMX Potência RR (Grupo de maturação: Semiprecoce – 6,6) com hábito de crescimento “indeterminado” destinada à silagem de planta inteira. A colheita foi realizada quando as plantas se encontravam no estádio fenológico R7, que tem o início da maturação dos grãos e 50% das folhas amareladas. A colheita mecânica foi realizada a uma altura de 10-15 cm utilizando plataformas de duas linhas com espaçamento reduzido (0,45 a 0,55 entre linhas) acoplada a colhedora de forragem modelo JF C-120 (12 facas) e as partículas foram cortadas em média entre 3 e 6 mm.

Foram utilizados silos experimentais de tubo plástico rígido (PVC) de 10 cm de diâmetro e 30 cm de comprimento, acoplados por capes em cada extremidade para garantir a vedação adequada.

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Nos capes da parte superior do silo foram colocados válvulas de escape do tipo “Bunsen” para que os gases produzidos da fermentação possam sair. Nos capes da parte inferior foram introduzidos sacos de TNT com areia fina, para permitir a quantificação as perdas de matéria seca devido ao processo fermentativo. A forragem picada foi colocada dentro de cada tubo, após receber o aditivo, em camadas com auxilio de uma prensa para compactação.

No momento da ensilagem, foram feitas amostradas e fragmentadas em duas sub-amostras. A primeira sub-amostra foi pesada, seca em estufa com ventilação forçada e posteriormente moída em moinho tipo Wiley. Posteriormente, esta amostra ela colocada em estufa para determinação de matéria seca (AOAC, 1995). Destas amostras secas e moídas foram realizadas análises da composição química, visando obter os teores de proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente ácido (FDA) e lignina, segundo técnicas descritas pelo AOAC (1995). Para determinação da fibra em detergente neutro (FDN) e as correções para teores de cinzas e proteína, as análises foram realizadas conforme recomendações de Mertens (2002). O valor de energia dos alimentos foi estimado de acordo com Weiss (1999). A segunda sub-amostra foi utilizada para preparo do extrato aquoso (KUNG Jr. et al., 1984) visando a determinação dos carboidratos solúveis, pelo método da espectrofotometria (JOHNSON, 1966) e para a determinação do pH e do poder tampão conforme metodologia descrita por Plaine & McDonald (1966).

Após 45 dias de armazenamento à temperatura ambiente e à sombra, os silos foram pesados. Após a retirada do cape superior, descartou-se uma camada superficial de (7,5 cm), sendo então feita uma amostragem do restante do material ensilado e posteriormente foi realizado a analise bromatológica similar à descrita anteriormente. Todas as análises foram realizadas no Laboratório de Bromatologia da FMVZ.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com arranjo fatorial 2x4, sendo dois grupos de aditivos (Milho e Polpa Cítrica) e 4 níveis de inclusão (0,7,14 e 21%). Os dados serão analisados com os procedimentos MIXED de SAS (SAS institure Inc., Cary, NC, USA). Resultados e Discussão

Se compararmos algumas características da composição química da silagem de soja obtida no presente estudo (Tabela 1), como PB (17,2%), NDT (74,7%) com dados de silagem de milho a silagem de milho relatado por Silva (2001), podemos observar que a silagem de soja nesses quesitos é melhor, pois segundo o autor, a silagem de milho quando ensilada apresenta um NDT por volta de 60% a 70% e a PB entre 7% e 9%. Quando foram incluídos os aditivos verificou-se uma queda na porcentagem de PB e NDT, mas mesmo assim a silagem de soja continua apresentando valores superiores aos da silagem de milho.

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Em relação ao pH, verifica-se que nas silagens que receberam os tratamentos com 14 e 21% os valores aproximaram-se do que Pereira et al. (2014) recomenda, que é entra 3,8 e 4,0. A silagem que não recebeu tratamento, apresentou valores de pH muito elevados, devido ao alto poder tampão da soja, o qual impede a queda de pH. Com a adição do milho e da polpa cítrica que são aditivos absorventes de acordo com (SANTOS et al., 2010), a MS das silagens aumentou. Conclusão

A silagem de soja feita com os aditivos milho e polpa cítrica é superior a silagem de soja padrão, com melhoria no padrão fermentativo, aumento nos teores de matéria seca e manutenção de valores satisfatórios de PB e NDT. Referências AOAC 1995 Association of Official Analytical Chemists. Official Methods of Analysis, 15th Edition, Washington D.C., 1298 p. JOHNSON, R.R.; BALWANI, T.L.; JOHNSON, L.J. et al. Corn plant maturity. Effect on in vitro cellulose digestibility and soluble carbohydrate content. Journal of Animal Science, v.25, n.2, p.617-623, 1966. KUNG JR., L. et al. Added ammonia or microbial inocula for fermentation and nitrogenous compounds of alfalfa ensiled at various percents of dry matter. Journal of Dairy Science, v.67, p.299-306, 1984. MERTENS, D.R. Gravimetric determination of amylase-treated neutral detergent fiber in feeds with refluxing in beakers or crucibles: collaborative study. Journal of AOAC International, v.85, p.1217-1240, 2002. PEREIRA, Odilon Gomes et al. OTIMIZAÇÃO DE DIETAS À BASE DE SILAGEM DE SOJA. Disponível em: <http://www.simcorte.com/index/palestras/6_simcorte/simcorte7.pdf.>. Acesso em: 12 jul. 2014. Playne M and McDonald P 1966 The buffering constituents of herbage and of silage. Journal of Science of Food and Agriculture 17: 264-268 SANTOS, M.V.F, et al. FATORES QUE AFETAM O VALOR NUTRITIVO DA SILAGEM DE FORRAGEIRAS TROPICAIS. Archivos de Zootecnia, v. 59, p.25-43, mar. 2010. SAS (Statistical Analysis System) 1985 Guide for personal computer. Fifth Edition, SAS Institute. North Carolina, USA.

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SILVA, José Marques da. SILAGEM DE FORRAGEIRAS TROPICAIS: .. 2001. Disponível em: <http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/GCD51.html>. Acesso em: 18 ago. 2014. WEISS, W.P. Energy prediction equations for ruminant feeds. IN: CORNELL NUTRITION CONFERENCE FOR FEED MANUFACTURES, 61., 1999. Proceedings… Ithaca: Cornell University, p.176-185, 1999. ZOPOLLATO, M.; SARTURI, J.O. Optimization of the animal production system based on the selection of corn cultivars for silage. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON FORAGE QUALITY AND CONSERVATION, 1., São Pedro, 2009. Proceedings… Piracicaba: FEALQ, 2009. p.73-90.

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Suplementação com vitamina D (25-OHD3) e qualidade óssea de frangos de

corte1 Baldo, G.A.A2; Almeida Paz, I.C.L2; Garcia, E.A2; Molino, A.B2; Amadori, M.S3; Vieira Filho, J.A2 1Projeto financiado pela FAPESP - Processo 2013/16554-5. 2Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu – SP. email: [email protected] 3Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados (FCA/UFGD).

Introdução

O osso está intimamente relacionado ao crescimento do animal e passa por adaptações constantes na sua constituição, podendo estar hipertrofiado quando é mais exigido, ou atrofiado quando em desuso (BARBOSA et al., 2010). Alguns fatores são associados à qualidade óssea, tais como sexo (RATH et al., 1999), idade (YALÇIN et al., 2001), taxa de crescimento (LETERRIER, 1998), cruzamentos comerciais, nutrição (BORGATTI et al., 2009) e temperatura ambiente (BRUNO et al., 2007).

A composição óssea consiste em 70% de cálcio e fósforo, os 30% restantes são compostos de matéria orgânica, principalmente colágeno (BRUNO, 2002). Sendo assim, a vitamina D pode ser uma alternativa para melhorar a qualidade óssea já que participa da regulação e manutenção dos níveis plasmáticos de cálcio e fósforo (CHAMPE et al., 2006). Hoje está disponível um metabólito formado à partir da vitamina D para uso na alimentação animal, o 25-(OH)D3. O propósito deste produto é disponibilizar mais vitamina D, de modo que ocorra diminuição nos gastos energéticos com a metabolização da mesma e aumentar sua eficiência no organismo (GARCIA, 2012). Objetivo

O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade óssea de frangos de corte suplementados ou não com vitamina D (25-OHD3). Material e Métodos

O experimento foi conduzido no setor experimental de avicultura da FMVZ/UNESP (Botucatu – SP) sob aprovação da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da FMVZ, protocolo 96/2013-CEUA. Para isto, foram utilizados 2.400 frangos de corte das linhagens Cobb 500® e Ross 308®, sexados e adquiridos com um dia de idade. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados alocado em esquema fatorial 2x2x2 (duas linhagens, dois sexos e suplementação ou não de 25(OH)D3), totalizando oito tratamentos com seis repetições de 50 aves cada. O arraçoamento foi dividido em três fases: inicial (1 a 21 dias), crescimento (22 a 35 dias) e final (36 a 42 dias). As rações foram formuladas à base de milho e farelo de soja, seguindo as exigências nutricionais de cada fase de criação (ROSTAGNO et al., 2011) e além desta recomendação, adicionou-se 69 mg/t de 25-OHD3 nas rações dos tratamentos suplementados. A ração e água foram fornecidas ad libitum.

As características avaliadas foram índice Seedor, resistência e porcentagem de cinzas ósseas da tíbia e fêmur. Para isto, aos 43 dias de criação foram abatidas 182 aves por metodologia semelhante à comercial e delas retirou-se as pernas direitas. As amostras foram desossadas, secas em estufa de ventilação forçada à 105°C por 72 horas e levadas ao dessecador. O comprimento do osso foi obtido com o auxílio de um paquímetro digital e seu peso com o auxílio de uma balança analítica (precisão de 0,01 gramas). O índice Seedor foi obtido ao dividir-se o peso do osso por seu comprimento (Seedor, 1995). Posteriormente estes ossos foram submetidos à avaliação de resistência óssea por meio da análise de Shear Force, utilizando o aparelho Texture Analyser TA. XT

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Plus e sonda Blade Set HDP/BS regulado com 4 mm/s no pre test, 10 g no test e 10 mm de distância, com vão livre da diáfise do osso em 6,0 cm para tíbia e 4,0 cm para fêmur.

Para obtenção do valor de cinzas, os ossos utilizados nas avaliações descritas acima foram pesados novamente, colocados em cadinhos de porcelana, levados à mufla (600°C por 24 horas), colocados no dessecador e pesados novamente. Assim, calculou-se a porcentagem de cinzas ósseas (Porcentagem de Cinzas Ósseas = (Peso da Cinza (g) / Peso do Osso (g)) x 100)

Os dados obtidos foram avaliados utilizando-se programa estatístico SAS 9.2 (2004) e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de significância de 5%. Resultados e Discussão

O índice Seedor das tíbias e dos fêmures apresentou diferença (P<0,05) para sexo e linhagem, com maiores valores para machos e para a linhagem Ross 308® (Tabela 1). O índice Seedor das tíbias também apresentou diferença (P<0,05) para a suplementação, com menor índice de Seedor nas aves suplementadas com 25-OHD3, resultado desejável, pois quanto menor este índice, menos denso é o osso. Estudando formas da vitamina D (D3; 25(OHD)3; 1,25(OH)2D3 e 1α(OH)D3) na ração de frangos de corte machos da linhagem Cobb, Garcia et al. (2013) não encontrou diferença para o índice Seedor das tíbias e dos fêmures, diferentemente aos resultados encontrados neste estudo.

A resistência óssea das tíbias e dos fêmures apresentou diferença (P<0,05) para o sexo, sendo os ossos dos machos mais resistentes, provavelmente por serem mais grossos.

Para porcentagem de cinzas ósseas, houve interação (P<0,05) entre linhagem e suplementação com vitamina D (25-OHD3) para as tíbias (Tabela 2). As aves da linhagem Ross 308® apresentaram maior (P<0,05) porcentagem de cinzas que as aves da linhagem Cobb 500® e, para esta última, a suplementação com vitamina D (25-OHD3) proporcionouaumento para a característica em questão. Em um experimento conduzido por Silva et al. (2001), ao passo que aumentou-se o nível de suplementação de vitamina D3 (0, 5.000, 10.000 e 15.000 UI/kg), houve aumento na porcentagem de cinzas ósseas da tíbia de pintos de corte machos da linhagem Hubbard (14 dias de idade).

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Conclusão

Para as tíbias, a suplementação com vitamina D (25-OHD3) foi efetiva, pois proporcionou ossos menos densos (menor índice Seedor) e aumentou a porcentagem de cinzas ósseas (linhagem Cobb 500®). Referências BORGATTI, L.M.O. et al. Biodisponibilidade relativa de fósforo em ingredientes com baixoteor de fitato determinada com base na mineralização óssea de frangos de corte. R. Bras. Zootec., v.38, n.10, p.1901-1906, 2009. BRUNO, L.G.D. Desenvolvimento ósseo em frangos de corte: Influência da restrição alimentar e da temperatura ambiente. 72 p. Tese (Doutorado). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual de Paulista - UNESP. Jaboticabal, 2002. BRUNO, L.D.G. et al. Influence of early qualitative feed restriction and environmental temperature on long bone development of broiler chickens. Journal of Thermal Biology, v.32, p.349-354, 2007. CHAMPE, P.C. et al. Bioquímica ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2006. 533p. GARCIA, A.F.Q.M. Utilização de vitamina D e seus metabólitos na alimentação de frangos de corte. 59 pp. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Universidade Estadual de Maringá. Maringá, 2012. GARCIA, A.F.Q.M. et al. Use of vitamin D3 and its metabolites in broiler chicken feed on performance, bone parameters and meat quality. Asian-Aust J Anim Sci, v.26, p. 408-415, 2013. LETERRIER, C. et al. Reducing growth rate of broiler chickens with a low energy diet does not improve cortical bone quality. British Poultry Science, v.39, n.1, p.24-30, 1998. RATH, N.C. et al. Comparative diferences in the composition and biomechanical properties of tibia of seven- and seventy-two-week-old male and female broiler breeder chickens. Poultry Science, v.78, n.8, p.1232-1239, 1999. SAS Institute. 2004. SAS Use1s Guide. SAS Institute Inc., Cary, Nc. SEEDOR, J.G. The biophosphanate alendronate (MK-217) inhibit bone loss due to ovariectomy in rats. J. Bone Miner. Res., v.4, p. 265-270, 1995.

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SILVA, F.A. et al. Efeitos do ácido L-Glutâmico e da Vitamina D3 na Composição Química de Fêmures e Tibiotarsos de Pintos de Corte. Rev. bras. zootec., v.30, n.6S, p.2078-2085, 2001. YALÇIN, S. et al. Effects of strain, maternal age and sex on morphological characteristics and composition of tibial bone in broilers. British Poultry Science, v.42, n.2, p.184-190, 2001.

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Termografia infravermelha na avaliação do ajuste de sela inglesa em cavalos

atletas: relato extensionista do NEQUI – UNESP/Dracena Amanda Mantovani Pereira*¹, Kátia de Oliveira1, Leda Gobbo de Freitas Bueno¹, Ana Carolina de Almeida Duarte¹, Mariana Siqueira Araújo¹, Beatriz Queiroz do Reis¹, Giovani Augusto Campos Oliveira¹, Karina Kai1 UNESP/ Campus Experimental de Dracena *[email protected]

O Núcleo de Extensão e Estudos em Equinos – NEQUI da UNESP/Dracena fornece assistência técnica aos haras e centros de treinamentos de equinos. Dentre as atividades oferecidas pelo NEQUI, encontra-se a avaliação do ajuste de sela no dorso de cavalos atletas. A avaliação do ajuste de sela possibilita verificar pontos de pressão excessivos, que induzem a um distúrbio de perfusão sanguínea, de diferentes magnitudes, resultando na alteração da produção de suor até o desenvolvimento de úlcera na cartilagem da escápula e lombalgia. A tecnologia termográfica infravermelha é um método não invasivo por imagem, que permite detectar alterações na temperatura de superfície da pele (Tp), por radiação infravermelha. Áreas da pele com elevação de calor sinalizam desenvolvimento de processo inflamatório, enquanto que o decréscimo na Tp indica prejuízo vascular ou neural. Portanto, tal prática é uma ferramenta útil, aos treinadores e cavaleiros, para identificar selas com ajuste deficiente ao cavalo, e assim, minimizar a incidência de problemas lombares, que causam desvios comportamentais e diminuem a performance esportiva dos equinos. Neste sentido, objetivou-se avaliar o ajuste de sela do tipo inglesa em cavalos da raça puro sangue inglês, mediante uso da termografia infravermelha. Foram atendidos dez cavalos da raça Puro Sangue Inglês, especializado na modalidade equestre de salto. Monitorou-se a dinâmica da Tp da região torácica de cada cavalo, antes e imediatamente após término do exercício, mediante o uso de câmera termográfica Thermal Imager, colocada a uma distância de 1,5 m do animal. Para realização do exercício teste, os cavalos foram encilhados e montados pelo mesmo profissional habilitado e trabalhados em pista coberta, com piso de areia, por 16 min (5 min ao trote e 3 ao galope, nos sentidos horário e anti-horário, para cada andamento). Observou-se formação de grande área de pressão, com acentuada elevação na Tp na região torácica, às selas inglesas com estreitamento do cepilho. Esta configuração de sela permitiu que a parte inferior da mesma, se posicionasse diretamente sobre os processos vertebrais torácicos, implicando no desenvolvimento de processo inflamatório no local, com possibilidade de formação de úlcera na cartilagem da escápula. Outro resultado encontrado referiu-se à presença de dois pontos de pressão sobre o dorso do cavalo, localizados na cernelha e outro sobre as últimas vértebras torácicas. Este tipo de imagem termográfica foi característico às selas com deficiência na capacidade de distribuir, de forma homogênea, o peso do cavaleiro, criando os dois pontos de alta pressão, conhecido pelo termo de “ponte”. Tal situação foi observada em selas inglesas com falta de manutenção e/ou fora do prazo de validade, que também estão relacionadas ao estabelecimento de lombalgia nos equinos. Portanto, a termografia infravermelha demonstrou-se ser uma ferramenta importante no processo de avaliação do ajuste de sela em equinos. Os desajustes das selas ao dorso do cavalo podem favorecer o desenvolvimento de processos inflamatórios no local, culminando na ocorrência de lombalgia e úlcera na cartilagem da escápula. Palavras-chave: equinos, equitação, lombalgia. Agradecimentos: Grupo de Zootecnia de Precisão da FEAGRI/Unicamp.

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Uso do teste de Whiteside para diagnóstico da mastite subclínica em vacas de

corte Zanin, R1; Ludovico, C2; Ratti Júnior, J3; Ribeiro, M.G2; Listoni, F.J.P3; Domingues, P.F2 1Discente do Curso de Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/Botucatu - UNESP. e-mail: [email protected] 2Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/Botucatu - UNESP 3Funcionário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/Botucatu - UNESP Introdução

A mastite caracteriza-se por processo inflamatório da glândula mamária, sendo mais frequente em animais com aptidão para produção leiteira, porém, pode ocorrer também em animais de raça de corte (DOMINGUES et al., 1996; DOMINGUES e LANGONI, 2001).

Segundo Corrêa e Corrêa (1992) a mastite é a inflamação de glândula mamária, em geral provocada pela presença de microrganismos. Acarreta alterações na composição do leite e aumento das células somáticas.

O termo células somáticas do leite é utilizado para designar todas as células presentes no mesmo, incluindo as de origem sanguínea (leucócitos) e as de descamação do epitélio glandular secretor. No entanto, em uma glândula mamária infectada, as células de defesa correspondem de 98 a 99% das encontradas no leite (PHILPOT e NICKERSON, 2002).

Níveis elevados de células somáticas podem provocar queda no valor nutritivo do leite, diminuindo principalmente os níveis de proteínas, gordura, lactose, enzimas e minerais, como o cálcio e fósforo (DOMINGUES e LANGONI, 2001).

Outro aspecto importante é que a mastite diminui de forma significativa a produção de leite da glândula mamária (DOMINGUES et al., 1998).

De acordo com os sinais clínicos e com o tempo de evolução, a mastite pode ser classificada em mastite clínica e subclínica. Na mastite subclínica não se observa alterações macroscópicas no úbere e no leite, e a detecção deve ser realizada utilizando-se métodos indiretos ou auxiliares como o California Mastitis Test (CMT), Contagem de células somáticas (CCS), Wisconsin Mastitis Test (WMT) e Teste de Whiteside (DOMINGUES e LANGONI, 2001).

Ao contrário da forma subclínica, a mastite clínica é facilmente detectável pelas alterações visíveis no leite, como presença de grumos, pus, aquoso, entre outras. No úbere as alterações estão relacionadas com a dor, calor, vermelhidão da pele e edema (DOMINGUES e LANGONI, 2001). No Brasil existem poucos dados de pesquisa disponíveis sobre a ocorrência de mastite subclínica em vacas de corte. Objetivo

O objetivo deste trabalho foi utilizar o teste de Whiteside como método para identificar a mastite subclínica em amostras de leite provenientes de vacas de corte. Material e Métodos

Este trabalho é parte de um projeto de pesquisa que se encontra em desenvolvimento, no qual se pretende verificar a influência da mastite subclínica no peso do bezerro ao desmame. Como método adotado para identificar amostras de leite com mastite subclínica foi utilizado o teste de Whiteside.

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Neste trabalho, até o momento foram examinados 624 quartos mamários de 156 vacas da raça Nelore mantidas à pasto, na Fazenda Experimental da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Câmpus de Botucatu.

Para a coleta de amostras de leite foi realizado a contenção das vacas no brete e utilizou-se o garrote de cauda como método complementar para a imobilização das vacas. Foi realizado o exame clínico das glândulas mamárias e dos tetos das vacas. Após a contenção, procedeu-se a antissepsia dos tetos com algodão embebido em álcool 70% adicionado de iodo. Em seguida, utilizou-se toalha de papel descartável para secar os tetos e as amostras de leite foram coletadas em tubos de plástico estéreis. Após a coleta, as amostras de leite foram encaminhadas para o laboratório, sob refrigeração, em caixa isotérmica contendo gelo reciclável.

No laboratório, foi realizado o Teste de Whiteside para identificar amostras positivas para mastite subclínica, de acordo com Murphy e Hanson (1941).

O teste de Whiteside pode ser utilizado para avaliar o número de células somáticas do leite e pode ser realizado em placa de vidro lapidado (quadriculado). Utilizou-se uma placa de vidro com reticulado quadrado com 4 cm de lado e hidróxido de sódio (NaOH) em solução a 4%. A técnica foi executada de acordo com Murphy e Hanson (1941) e descrita segundo Birgel (2008) da seguinte forma: no reticulado, colocam-se 5 gotas de leite a ser testado. Em seguida adiciona-se 1 gota de solução de NaOH a 4%, fazendo-se, durante 20 segundos, homogeneização com bastão de plástico, espalhando-se a mistura em um círculo com aproximadamente 3 cm de diâmetro. Interpreta-se o resultado da reação nos casos de provas positivas pela formação de massas viscosas que, devido à homogeneização com bastão, reúnem-se em pequenos grumos brancos, dispersos em fluido translúcido, quando observados com iluminação sob a placa de vidro, as anotações dos resultados se faz interpretando como reação negativa (-) e reações positivas, de acordo com suas intensidades e característica dos grumos, respectivamente, em (1+); (2+) e (3+). Coles (1984) e Corrêa e Corrêa (1992) citam que o teste pode ser interpretado da seguinte maneira quanto à reação e número provável de células somáticas: (-) = leite homogêneo (normal/número de leucócitos abaixo de 500 x 103/mL); (1+) = leite com grumos bem destacados e finos (mastítico/número de leucócitos entre 500 x 103 e 1.500 x 103/mL; (2+) = leite com grumos e estrias coaguladas (mastítico/número de leucócitos entre 1.500 x 103 e 5.000 x 103/mL) e (3+) = leitegelificado ao centro, pode haver adesão da mistura ao aplicador, em uma massa gomosa e espessa (mastítico/número de leucócitos acima de 5.000 x 103/mL).

Importante ressaltar que neste estudo, as amostras positivas para mastite estão sendo submetidas ao exame microbiológico, para confirmar a presença de agentes infecciosos ou não. Resultados

Neste trabalho, até o momento foram examinados 624 quartos mamários de 156 vacas da raça Nelore.

Verificou-se que 11 (1,7%) quartos mamários encontravam-se atrofiados, sendo distribuídos da seguinte forma: anterior direito (n=3; 27,2%); anterior esquerdo (n=2; 18,2%); posterior direito (n=4; 36,4%) e posterior esquerdo (n=2; 18,2%).

Com relação ao número de quartos mamários afetados com mastite subclínica, observou-se a ocorrência em 64 quartos, ou seja, em 10,2% dos 624 examinados.

Das 64 glândulas mamárias com mastite subclínica detectadas pelo teste de Whiteside, 50 apresentaram a reação 1+; 13 reação 2+ e uma amostra a reação 3+.

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Discussão O leite proveniente de quartos mamários sadios contém pequeno número de células

somáticas, normalmente em torno 200 x 103 mL/leite (PHILPOT e NICKERSON, 2002). Nota-se que houve um predomínio de reação positiva no teste de Whiteside com escore 1+, estimando o número de leucócitos entre 500 x 103 e 1.500 x 103/mL (COLES, 1984; CORRÊA e CORRÊA,1992).

Haggard et al. (1983) pesquisando a prevalência e os efeitos da mastite subclínica em vacas de corte, observaram que 11,9% das vacas estavam infectadas e que os bezerros dessas vacas pesaram 12,1 Kg menos quando comparados com os pesos de bezerros de vacas não infectadas. Quanto à ocorrência de mastite subclínica verificou-se que o resultado na presente pesquisa (10,2%) de quartos mamários afetados foi similar ao encontrado por estes autores.

Domingues et al. (1998) pesquisando a influência da mastite subclínica sobre a produção de leite em bovinos, observaram as seguintes reduções: escore 1+ (15,97%); escore 2+ (21,43%) e escore 3+ (30,73%). No presente estudo pretende-se avaliar o peso do bezerro ao desmame para verificar se a redução na produção de leite, bem como as possíveis alterações na qualidade do leite possa influenciar no ganho de peso dos bezerros.

Segundo Watts et al. (1986) a produção de leite de vacas de corte é o maior fator que pode afetar o ganho de peso em bezerros no desmame.

Há escassez de informações sobre a ocorrência de mastite em vacas de corte no Brasil, portanto, espera-se que este estudo contribua com dados sobre as possibilidades de diagnóstico da mastite em vacas de corte, utilizando-se métodos indiretos como o teste de Whiteside, por se tratar de técnica simples e de baixo custo. Conclusões

Conclui-se que o teste de Whiteside pode ser utilizado como método indireto de diagnóstico de mastite subclínica em vacas de corte.

Pode-se, a partir dos resultados observados neste estudo, sugerir o teste de Whiteside como ferramenta para avaliar a saúde da glândula mamária em vacas de corte. Referências BIRGEL, E.H. Semiologia da glândula mamária de ruminantes. In: FEITOSA, F.L.F. Semiologia veterinária: A arte do diagnóstico. 2ed. São Paulo: Roca, 2008. 735p. COLES, E.H. Patologia clínica veterinária. 3ed. São Paulo: Manole, 1984. 566p. CORRÊA, W.M.; CORRÊA, C.N.M. Enfermidades infecciosas dos mamíferos domésticos. 2ed. Rio de Janeiro:MEDSI, 1992. 843p. DOMINGUES, P.F.; LANGONI, H.; ROCHA, G.P. et al. Influência da mastite subclínica no peso do bezerro nelore. R. bras. Med. Vet. v.18, p.102-105, 1996. DOMINGUES, P.F.; LANGONI, H. PADOVANI, C.R. Influência da mastite bovina subclínica sobre a produção de leite. Vet e Zoot., v.10, p.99-106, 1998. DOMINGUES, P.F.; LANGONI, H. Manejo sanitário animal. Rio de Janeiro: EPUB, 2001. 210p. HAGGARD, D.L.; FARNSWORTH, R.J.; SPRINGER, J.A. Subclinical mastites of beef cows. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.182, n.6, p.604-606, 1983. MURPHY. J.M.; HANSON, J.J. A modified Whiteside test for detection of chronic bovine mastitis. Cornell Vet., v.31, p.47-55, 1941. PHILPOT, W.N.; NICKERSON, S.C. Vencenco a luta contra a mastite. Campinas: Westfalia, 2002. 192.

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WATTS, J.L.; PANKEY, J. W.; OLIVER, W.M. et al. Prevalence and effects of intramammary infection in beef cows. J. Anim. Sci., v.62, p.16-20, 1986.

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Utilização do Suplemento Aminoácido Vitamínico (Promotor L®) na

alimentação artificial energética de abelhas Apis mellifera africanizadas Barros, D.C.B.¹; Orsi, R.O.²; Kadri, S.M.³; Zaluski, R.4 ¹Graduando do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu ²Professor Dr UNESP – Campus de Botucatu ³Doutorando em Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu 4Mestrando em Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu

Introdução

A criação racional de abelhas Apis mellifera africanizadas caracteriza a apicultura, que contribui para a polinização de cultivos agrícolas e da vegetação nativa, além de possibilitar a exploração de produtos apícolas. Um dos desafios da apicultura é aumentar a produtividade, sendo que para isso uma das condições necessárias é garantir a manutenção das colmeias durante os períodos de escassez de floradas, quando geralmente ocorrem grandes perdas de enxames, o que compromete o desenvolvimento, a manutenção e a reprodução das colônias, diminuindo o tempo de vida destes insetos. Uma das alternativas para manutenção dos enxames nesse período é o fornecimento de alimentação artificial energética e proteica, procurando atender as exigências nutricionais das abelhas. Atualmente uma alternativa utilizada por muitos apicultores, visando reduzir os altos custos de fornecer algumas dietas para a manutenção dos enxames, é a utilização de um suplemento alimentar conhecido como Promotor L®. No entanto, a utilização desse suplemento não tem efeitos comprovados sobre a manutenção e crescimento dos enxames. Desenvolvimento

A apicultura é uma atividade de grande importância, que gera emprego e renda, contribuindo também para a manutenção e preservação dos ecossistemas terrestres. O Brasil apresenta características propícias de flora e clima, que aliadas à adaptação das abelhas africanizadas, proporcionam um excelente potencial para a atividade apícola, que ainda é pouco explorada (EMBRAPA, 2013).

Para evitar a perda de enxames durante os períodos de escassez de florada alguns apicultores oferecem alimentação energética e proteica para as abelhas. A alimentação artificial possibilita a manutenção dos enxames, além de preparar as colmeias para o período de produção (PAULINO, 2013).

A suplementação dos enxames com o Promotor L® na entressafra vem sendo utilizada por muitos apicultores devido ao alto custo de fornecimento de algumas dietas (CASTAGNINO, 2006). Promotor L® é um suplemento alimentar que contém completa gama de vitaminas e aminoácidos essenciais (CANTO e FIBRA, 2013).

Estudos realizados por Castagnino et al. (2006), utilizando o Promotor L® associado ao açúcar invertido para estimular o crescimento da população de abelhas africanizadas, não apresentou resultado satisfatório para o aumento da área de cria de enxames, quando comparado com exames alimentados somente com açúcar invertido, além de ser observada a mortalidade de alguns enxames que receberam o suplemento. Estudos realizados por Santos et al. (2008), verificaram que após o fornecimento de alimentação artificial, ocorria aumento na área de cria, possibilitando maior produção apícola. Conclusão

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Conclui-se que a utilização do suplemento Promotor L® não tem efeitos comprovados sobre a manutenção e crescimento dos enxames.

Na literatura os efeitos da suplementação de enxames utilizando Promotor L® juntamente a alimentação artificial permanecem inconclusivos, não conhecendo os efeitos observados em estudos realizados se devem ao alimento energético fornecido, ou aos efeitos do Promotor L®. Tornam-se necessários estudos mais aprofundados sobre seu papel na manutenção de enxames em períodos de entressafra. Referências CANTO E FIBRA. Promotor L. Disponível em: <http://www.cantoefibra.com.br/Framefarma/PromotorL.htm>. Acesso em: 17 de maio de 2013. CASTAGNINO, G. L.; ARBOITTE, M.Z.; LENGLER, S.; GARCIA, G.G.; MENEZES, L.F.G. Desenvolvimento de núcleos de Apis mellifera alimentados com suplemento aminoácido vitamínico, Promotor L. Santa Maria: Ciência Rural, v. 36, n. 2, p. 685-688, 2006. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção de mel. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel>. Acesso em: 15 de julho de 2013. PAULINO, F.D.G. Alimentação em Apis mellifera L.: Exigências nutricionais e alimentos. Anais... 1° Simpósio de Nutrição e Alimentação Animal - XIII Semana Universitária da Universidade Estadual do Ceará - UECE, Ceará, p.56-70, 2013. SANTOS, W.D.; BARBOSA, R.S.; ALVES, T.T.L. Alimentação artificial em Apis: implicações para a apicultura catarinense. Anais...17º Congresso Brasileiro de Apicultura e de Meliponicultura. Belo Horizonte, n.2, p. 87-93, 2008.