x exame de ordem unificado comentado
TRANSCRIPT
-
1 www.espacojuridico.com
Ordem dos Advogados do Brasil X Exame de Ordem Unificado
Prova Tipo 1 Branca
Cdigo de tica e Disciplina e Estatuto da OAB
01. O advogado Joo, que tambm formado em Comunicao Social, atua nas duas
profisses, possuindo uma coluna onde apresenta noticias jurdicas, com informaes sobre
atividades policiais, forenses ou vinculadas ao Ministrio Pblico. Semanalmente inclui, nos
seus comentrios, alguns em forma de poesia, suas alegaes forenses e os resultados dos
processos sob sua responsabilidade, divulgando, com isso, seu trabalho como advogado.
luz das normas estatutrias, assinale a afirmativa correta.
A) A divulgao de notcias, como aventado no enunciado, constitui um direito do
advogado em dar publicidade aos seus processos.
B) Nos termos das regras que caracterizam as infraes disciplinares est delineada a de
publicao desnecessria e habitual de alegaes forenses ou causas pendentes.
C) Diante das novas mdias que tambm atingem a advocacia, o advogado pode utilizar-se
dos meios ofertados para a divulgao de seu trabalho.
D) A situao caracteriza o chamado desvio da funo de advogado, com o prejuzo
imagem dos clientes pela divulgao.
Gabarito: B. Segundo o art. 34, XIII, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB),
comete infrao disciplinar o advogado que publica na imprensa, desnecessria e
habitualmente, alegaes forenses ou relativas a causas pendentes.
02. O advogado Mrio pertence aos quadros da sociedade de economia mista controlada
pelo Estado W, na qual chefia o Departamento Jurdico. No existe bice para a prestao
de servios de advocacia privada, o que ocorre no escritrio que possui no centro da capital
do Estado, em horrio diverso do expediente na empresa. Um dos seus clientes realiza
contrato para que Mrio aponha o seu visto em ato constitutivo de pessoa jurdica, em Junta
-
2 www.espacojuridico.com
Comercial cuja sede est localizada na capital do Estado W. Observado tal relato, consoante
as normas do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa
correta.
A) As circunstncias indicam que no existe bice para a aposio do visto nos referidos
atos.
B) O fato de chefiar Departamento Jurdico de empresa, seja de que natureza for, constitui
elemento impeditivo da aposio do visto.
C) O exerccio da advocacia no local da sede da Junta Comercial impeditivo para a
aposio do visto.
D) A atuao em sociedade de economia mista estadual impede a aposio do visto
contratado.
Gabarito: D. Conforme disposio do art. 2, pargrafo nico, do Regulamento Geral do
Estatuto da Advocacia e da OAB, so impedidos de visar atos constitutivos de pessoas
jurdicas os advogados que prestem servios a rgos ou entidades da Administrao
Pblica direta ou indireta, da unidade federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou a
quaisquer reparties administrativas competentes para o mencionado registro. Trata-se de
uma hiptese de impedimento, ou seja, de proibio parcial ao exerccio da advocacia, nos
termos do art. 27 da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB).
03. Joo, advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil,
veio a ser indiciado por fora de investigao proposta em face de um dos seus inmeros
clientes, no tendo o causdico participado de qualquer ato ilcito, mas apenas como
advogado. Veio a saber que seu nome fora includo por fora de exerccio considerado
exacerbado de sua atividade advocatcia. Contratou advogado para a sua defesa no
inqurito criminal e postulou assistncia Ordem dos Advogados do Brasil por entender
feridas suas prerrogativas profissionais. Observado tal relato, consoante as normas do
Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
A) Ao contratar advogado para a defesa da sua pretenso, no mais cabe Ordem dos
Advogados interferir no processo para salvaguardar eventuais prerrogativas feridas.
-
3 www.espacojuridico.com
B) A atuao da Ordem dos Advogados na defesa das prerrogativas profissionais implicar a
assistncia de representante da instituio, mesmo com defensor constitudo.
C) A assistncia da Ordem dos Advogados est restrita a processos judiciais ou
administrativos, mas no a inquritos.
D) A postulao de assistncia deve ser examinada pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados que pode autorizar ou no essa atividade.
Gabarito: B. Consoante disposio do art. 16 do Regulamento Geral do Estatuto da
Advocacia e da OAB, o advogado receber assistncia de representante da OAB sem
prejuzo da atuao de seu defensor , nos inquritos policiais ou nas aes penais em que
figurar como indiciado, acusado ou ofendido, sempre que o fato a ele imputado decorrer do
exerccio da profisso ou a este vincular-se.
04. Nos termos do Estatuto da Advocacia existe a previso de pagamento de honorrios
advocatcios. Assinale a afirmativa que indica como deve ocorrer o pagamento, quando no
houver estipulao em contrrio.
A) Metade no incio e o restante parcelado em duas vezes.
B) Um tero no inicio, um tero at a deciso de primeira instncia e um tero ao final.
C) Dez por cento no incio, vinte por cento na sentena e o restante aps o trnsito em
julgado.
D) Cinquenta por cento no incio, trinta por cento at deciso de primeiro grau e o restante
aps o recurso, se existir.
Gabarito: B. Segundo o art. 22, caput e 3, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da
OAB), a prestao de servio profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos
honorrios convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbncia.
Salvo estipulao em contrrio, um tero dos honorrios devido no incio do servio, outro
tero at a deciso de primeira instncia e o restante no final.
05. A advogada Maria solicitou, no cartrio de determinada vara cvel, ter vista e extrair
cpias dos autos de processo no sujeito a sigilo. O serventurio a quem foi feita a
-
4 www.espacojuridico.com
solicitao afirmou que Maria no havia juntado procurao aos autos do processo em
questo e, em razo disso, apenas poderia ter vista dos autos e que lhe seria vedada a
extrao de cpias. A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) O serventurio no agiu corretamente. Mesmo no estando constituda nos autos do
processo, Maria pode ter vista e obter cpias dos autos do processo, j que o mesmo no
est sujeito a sigilo.
B) O serventurio agiu corretamente. O advogado no constitudo nos autos de
determinado processo apenas pode ter vista dos mesmos em balco, mas no pode retir-
los de cartrio para extrao de cpias.
C) O serventurio no agiu corretamente. Tendo em vista que Maria no estava constituda
nos autos e que no poderia retir-los de cartrio para a extrao de cpias, o serventurio
deveria ter providenciado pessoalmente as cpias de que Maria necessitava.
D) O serventurio no agiu corretamente. Tendo em vista que Maria no estava constituda
nos autos do processo, no poderia sequer ter vista dos mesmos.
Gabarito: A. O Estatuto da Advocacia e da OAB, em seu art. 7, XIII, assegura aos advogados
o direito de examinar, em qualquer rgo dos Poderes Judicirio e Legislativo, ou da
Administrao Pblica em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem
procurao, quando no estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obteno de cpias,
podendo, ainda, tomar apontamentos.
06. O advogado Mrio, para ilustrar a tese que desenvolvia, fez inserir, em petio por ele
apresentada, citao de julgado inexistente. Inseriu, ainda, citao doutrinria, cujo teor foi
completamente deturpado. A respeito da hiptese, assinale a afirmativa correta.
A) Mrio no cometeu infrao disciplinar, pois o advogado, amparado no princpio da
ampla defesa, deve ter liberdade para defender os interesses de seus clientes da forma que
achar conveniente.
B) Mrio cometeu infrao disciplinar punvel com pena de censura, nos termos do EAOAB, e
violou dispositivo do Cdigo de tica e Disciplina da OAB.
-
5 www.espacojuridico.com
C) Mrio cometeu infrao disciplinar punvel com pena de excluso, nos termos do EAOAB,
e violou dispositivo do Cdigo de tica e Disciplina da OAB.
D) Mrio no cometeu infrao disciplinar prevista no EAOAB, tendo apenas violado
dispositivo do Cdigo de tica e Disciplina da OAB.
Gabarito: B. Por fora do art. 34, XIV, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB),
constitui infrao disciplinar a deturpao do teor de dispositivo de lei, de citao
doutrinria ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegaes da parte
contrria, para confundir o adversrio ou iludir o juiz da causa. O art. 36, I, do mesmo diploma
legal estabelece que a referida infrao punvel com censura, consistente na repreenso
oficial da conduta do infrator, sem qualquer publicidade ou divulgao que extrapole os
prprios rgos da OAB.
07. Joo, alm de advogado, prspero fazendeiro no Estado W. Aps fiscalizao regular,
comunicado que seus trabalhadores esto em situao irregular, anloga de escravido.
Nos termos do Cdigo de tica, o advogado deve
A) ignorar a comunicao porque so separadas as atividades de advogado e fazendeiro.
B) deixar de prestar concurso a atos que atentem contra a dignidade da pessoa humana.
C) atuar como advogado na defesa da situao considerada irregular, ignorando as
acusaes.
D) defender sua atuao como fazendeiro que obedece a regras peculiares e costumeiras.
Gabarito: B. Joo deve abster-se de emprestar concurso aos que atentem contra a tica, a
moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana, em observncia ao disposto no art.
2, VIII, d, do Cdigo de tica e Disciplina da OAB.
Questo
08. Lara, advogada, chefe do departamento jurdico da empresa Ns e Ns, que
especializada na produo de cordas. O departamento que ela coordena possui cerca de
cem advogados. Dez deles resolvem propor ao judicial para reclamar direitos que so
comuns a todos, inclusive advogada chefe do departamento. Nos termos do Cdigo de
tica, a advogada chefe do departamento deve
-
6 www.espacojuridico.com
A) assumir a defesa da empresa, por fora da relao de trabalho.
B) comunicar o fato empresa e escusar-se de realizar a defesa.
C) indicar advogado da sua equipe para realizar a defesa.
D) renunciar ao cargo por impossibilidade de exerccio do mesmo.
Gabarito: B. Conforme o art. 4 do Cdigo de tica e Disciplina da OAB, o advogado
vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relao empregatcia ou por contrato de
prestao permanente de servios, integrante de departamento jurdico, ou rgo de
assessoria jurdica, pblico ou privado, deve zelar pela sua liberdade e independncia. Nesse
caso, considera-se legtima a recusa, pelo advogado, do patrocnio de pretenso
concernente a lei ou direito que tambm lhe seja aplicvel, ou contrarie expressa orientao
sua, manifestada anteriormente.
Questo
09. Um jovem advogado inicia sua carreira em seu estado natal, angariando clientes em
decorrncia das suas raras habilidades de negociador. Com o curso do tempo, sua fama de
bom profissional se espraia e, em razo disso, surgem convites para atuar em outros estados
da federao. Ao contatar um cliente no Estado Y, distante mais de mil quilmetros do seu
estado natal, surpreendido pelas autoridades de Y, com determinao restritiva ao seu
exerccio profissional, por no ser advogado do local. A partir do exposto, nos termos do
Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta.
A) O advogado deve restringir o exerccio profissional ao local em que obteve sua inscrio.
B) O advogado deve solicitar autorizao a cada processo em que atuar fora do local de
inscrio.
C) O advogado deve realizar Exame de Ordem em cada estado em que for atuar.
D) O advogado pode exercer sua profisso em todo o territrio nacional.
Gabarito: D. Com efeito, o art. 10 da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB)
dispe que o advogado deve inscrever-se no Conselho Seccional em cujo territrio pretende
estabelecer o seu domiclio profissional, na forma do regulamento geral. Considera-se
domiclio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dvida,
o domiclio da pessoa fsica do advogado. Alm da principal, o advogado deve promover a
-
7 www.espacojuridico.com
inscrio suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territrios passar a exercer
habitualmente a profisso, considerando-se habitualidade a interveno judicial que
exceder cinco causas por ano. Portanto, o advogado pode exercer sua profisso em todo o
territrio nacional, desde que observe a regra citada, promovendo inscries suplementares,
quando for o caso.
10. O advogado Francisco conhecido por sua rara habilidade no setor de contratos
empresariais, experto nas chamadas clusulas venenosas que dificultam a quebra imotivada
de avenas. No exerccio regular da sua profisso de advogado, apresenta-se, munido dos
devidos poderes, em assembleia de sociedade annima, cujo controlador seu cliente. O
presidente da assembleia no acolhe a sua presena, aduzindo falta de autorizao legal.
Nos termos do Estatuto da Advocacia, direito do advogado
A) ingressar em assembleia, representando seu cliente, mesmo no munido de mandato.
B) representar seu cliente com procurao outorgada com poderes gerais.
C) atuar em assembleia a que seu cliente possa comparecer, munido de poderes especiais.
D) atuar excepcionalmente com autorizao do presidente da assembleia, que supre o
mandato.
Gabarito: C. Entre os principais direitos do advogado, estabelecidos pelo art. 7 da Lei n.
8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB), h o de ingressar livremente em qualquer
assembleia ou reunio de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual
este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais (art. 7, VI, d, do EAOAB).
Filosofia do Direito
11. A hermenutica aplicada ao direito formula diversos modos de interpretao das leis. A
interpretao que leva em considerao principalmente os objetivos para os quais um
diploma legal foi criado chamada de
A) interpretao restritiva, por levar em conta apenas os objetivos da lei, ignorando sua
estrutura gramatical.
-
8 www.espacojuridico.com
B) interpretao extensiva, por aumentar o contedo de significado das sentenas com seus
objetivos historicamente determinados.
C) interpretao autntica, pois apenas as finalidades da lei podem dar autenticidade
interpretao.
D) interpretao teleolgica, pois o sentido da lei deve ser considerado luz de seus
objetivos.
Gabarito: D. O mtodo teleolgico de interpretao est consagrado no art. 5 da Lei de
Introduo s Normas do Direito Brasileiro, o qual estabelece que, ao aplicar a lei, o juiz deve
atender aos fins sociais a que ela se dirige e s exigncias do bem comum. Em outras
palavras, o juiz deve identificar a inteno, a finalidade, o interesse que a norma pretende
tutelar. Para alguns doutrinadores, tal interesse se confunde com a vontade do legislador
(mens legislatoris); outros, contudo, defendem que a interpretao teleolgica no busca a
vontade do legislador, mas, sim, a vontade da lei (voluntas legis ou ratio legis).
12. Manter os prprios compromissos no constitui dever de virtude, mas dever de direito, a
cujo cumprimento pode-se ser forado. Mas prossegue sendo uma ao virtuosa (uma
demonstrao de virtude) faz-lo mesmo quando nenhuma coero possa ser aplicada. A
doutrina do direito e a doutrina da virtude no so, consequentemente, distinguidas tanto por
seus diferentes deveres, como pela diferena em sua legislao, a qual relaciona um motivo
ou outro com a lei. Pelo trecho acima podemos inferir que Kant estabelece uma relao
entre o direito e a moral. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
A) O direito e a moral so idnticos, tanto na forma como no contedo prescritivo. Assim,
toda ao contrria moralidade das normas jurdicas tambm uma violao da ordem
jurdica.
B) A conduta moral refere-se vontade interna do sujeito, enquanto o direito imposto por
uma ao exterior e se concretiza no seu cumprimento, ainda que as razes da obedincia
do sujeito no sejam morais.
C) A coero, tanto no direito quanto na moral, um elemento determinante. na
possibilidade de impor-se pela fora, independentemente da vontade, que o direito e a
moral regulam a liberdade.
-
9 www.espacojuridico.com
D) Direito e moral so absolutamente distintos. Consequentemente, cumprir a lei, ainda que
espontaneamente, no demonstrao de virtude moral.
Gabarito: B. Segundo Kant, a despeito da distino existente entre Direito e Moral, no h
uma separao categrica entre ambos. Os preceitos da moralidade so comandos puros,
fundados na liberdade do ser racional e na razo prtica. A verdadeira liberdade aquela
segundo a qual o indivduo age conforme a lei moral, tornando-se responsvel por suas
decises. Enquanto os deveres morais integram a esfera ntima do ser, que os deve respeitar
independentemente de coeres externas, a legislao jurdica comporta deveres
motivados por sanes.
Direito Constitucional
13. A Constituio brasileira no pode ser emendada
A) na implantao do estado de emergncia e durante a interveno da Unio nos Estados.
B) na vigncia do estado de stio e na implantao do estado de emergncia.
C) quando em estado de stio e durante a interveno da Unio nos Municpios.
D) na vigncia de estado de defesa, de estado de stio e de interveno federal.
Gabarito: D. Por fora do disposto no art. 60, 1, da CRFB/88, a Constituio brasileira no
pode ser emendada durante a vigncia de interveno federal, de estado de defesa ou de
estado de stio. Trata-se de expressa limitao circunstancial imposta ao poder constituinte
derivado, a qual pretende evitar que alteraes constitucionais sejam promovidas em
momentos de fragilidade institucional.
14. Apesar da existncia de vrios partidos polticos por fora de questes regionais,
conjunturais e do vnculo da fidelidade partidria, comum a cada ano o surgimento de
novas agremiaes no cenrio nacional. Quanto ao funcionamento dos partidos polticos,
luz das normas constitucionais, assinale a afirmativa correta.
A) Podem receber recursos financeiros de governo estrangeiro.
-
10 www.espacojuridico.com
B) Devem prestar as contas partidrias perante Conselho Especial.
C) Podem ter carter regional, representando pelo menos duas regies.
D) Tm acesso gratuito ao rdio e televiso nos limites legais.
Gabarito: D. Segundo o art. 17, 3, da CRFB/88, os partidos polticos tm direito a recursos do
fundo partidrio e acesso gratuito ao rdio e televiso, na forma da lei. O art. 37 da Lei n.
9.096/95 estabelece que a propaganda partidria gratuita, gravada ou ao vivo, efetuada
mediante transmisso por rdio e televiso, deve ser realizada entre as dezenove horas e
trinta minutos e as vinte e duas horas para, com exclusividade: I) difundir os programas
partidrios; II) transmitir mensagens aos filiados sobre a execuo do programa partidrio,
dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido; III) divulgar a
posio do partido em relao a temas poltico-comunitrios; IV) promover e difundir a
participao poltica feminina, dedicando s mulheres o tempo que ser fixado pelo rgo
nacional de direo partidria, observado o mnimo de 10% (dez por cento). No se deve
confundir a propaganda partidria, na qual so divulgadas as ideias do partido, com vistas a
atrair novos membros, com a propaganda eleitoral, aquela que tem por objetivo captar
votos em favor de determinados candidatos.
15. Em relao aos remdios constitucionais, assinale a afirmativa correta.
A) O habeas data pode ser impetrado ainda que no haja negativa administrativa em
relao ao acesso a informaes pessoais.
B) A ao popular pode ser impetrada por pessoa jurdica.
C) O particular pode figurar no polo passivo da ao de habeas corpus.
D) O mandado de segurana somente pode ser impetrado quando as questes jurdicas
forem incontroversas.
Gabarito: C. Consoante disposio do art. 5, LXVIII, da CRFB/88, conceder-se- habeas
corpus sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em
sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder. Certamente, o abuso de
poder pressupe ato praticado por autoridade pblica, porm ilegalidades podem ser
cometidas por qualquer pessoa, seja ela autoridade pblica ou particular.
-
11 www.espacojuridico.com
16. Compete ao STF processar e julgar originariamente os litgios listados a seguir, exceo
de um. Assinale-o.
A) Entre Estado estrangeiro e Estado membro da federao.
B) Entre Estado estrangeiro e municpio.
C) Entre organismo internacional e a Unio.
D) Entre organismo internacional e Estado membro da federao.
Gabarito: B. Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, os
litgios entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a Unio, o Estado, o Distrito
Federal ou o Territrio (art. 102, I, e, da CRFB/88). Por outro lado, compete aos juzes federais
processar e julgar as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Municpio
ou pessoa domiciliada ou residente no Pas (art. 109, II, da CRFB/88).
17. Preocupado com a concorrncia de eletrodomsticos produzidos na China e com o
saldo da balana comercial, o Presidente da Repblica, no dia 1 de abril, editou medida
provisria determinando o aumento da alquota do imposto sobre produtos industrializados
(IPI) para os produtos provenientes daquele pas. Entretanto, passados 30 (trinta) dias, o
Congresso Nacional rejeitou a medida provisria, no a convertendo em lei. Com base no
caso acima, assinale a afirmativa correta.
A) A medida provisria ter eficcia por mais 30 (trinta) dias, perfazendo o total de 60
(sessenta) dias.
B) A medida provisria ter eficcia por mais 30 (trinta) dias, perodo no qual poder haver
nova tentativa de converso em lei.
C) A medida provisria perder sua eficcia, cabendo ao Presidente da Repblica, caso
haja interesse, reedit-la imediatamente.
D) A medida provisria perder sua eficcia, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por
decreto legislativo, as relaes jurdicas dela decorrentes.
-
12 www.espacojuridico.com
Gabarito: D. Consoante disposio do art. 62, caput e 3 e 11, da CRFB/88, em caso de
relevncia e urgncia, o Presidente da Repblica poder adotar medidas provisrias, com
fora de lei, devendo submet-las de imediato ao Congresso Nacional. Caso no sejam
convertidas em lei no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogvel uma vez e por igual perodo, as
medidas provisrias perdero eficcia, desde a edio, devendo o Congresso Nacional
disciplinar, por decreto legislativo, as relaes jurdicas delas decorrentes. No editado o
decreto legislativo at 60 (sessenta) dias aps a rejeio ou perda de eficcia de medida
provisria, as relaes jurdicas constitudas e decorrentes de atos praticados durante sua
vigncia conservar-se-o por ela regidas.
18. Na ausncia de lei federal estabelecendo normas gerais sobre proteo de ecossistemas
ameaados, determinado estado da Federao editou, no passado, a sua prpria lei sobre o
assunto, estabelecendo desde princpios e valores a serem observados at regras
especficas sobre a explorao econmica de tais reas. Criou, ainda, fiscalizao efetiva
em seu territrio e multou empresas e produtores que desrespeitaram a lei. Anos depois, a
Unio edita lei contendo normas gerais sobre o tema e muitas de suas disposies
conflitavam com a anterior lei estadual. Com relao a este caso, assinale a afirmativa
correta.
A) A Unio no poderia legislar, uma vez que o assunto matria de interesse local, no
havendo justificativa para lei nacional sobre o tema. Houve invaso de competncia
privativa dos estados.
B) No campo das competncias legislativas concorrentes, a Unio deve legislar sobre normas
gerais e o estado pode editar normas suplementares, mas enquanto inexistir lei federal, a
competncia do estado plena. A supervenincia de lei geral nacional suspende a eficcia
das disposies contrrias da lei dos estados.
C) A lei aplicvel, no caso concreto, ser aquela que estabelecer padres mais restritivos,
em ateno proteo do meio ambiente, no importando se tal norma a federal ou se a
editada pelos estados-membros.
D) O estado no poderia ter estabelecido normas prprias na ausncia de lei nacional com
disposies gerais que definissem marcos a serem seguidos pelos estados. Em consequncia,
so nulas todas as multas aplicadas anteriormente publicao da lei editada pela Unio.
-
13 www.espacojuridico.com
Gabarito: B. Segundo o art. 24, VI, da CRFB/88, compete Unio, aos Estados e ao Distrito
Federal legislar, concorrentemente, sobre florestas, caa, pesca, fauna, conservao da
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle da
poluio. No mbito da legislao concorrente, a competncia da Unio limita-se edio
de normas gerais, subsistindo a competncia suplementar dos Estados. Contudo, inexistindo
lei federal acerca de normas gerais, permite-se aos Estados o exerccio de competncia
legislativa plena, com vistas a atender as suas peculiaridades. Nesse caso, eventual
supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspender a eficcia da lei estadual, no
que lhe for contrrio.
19. Ajuizada uma Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI) requerendo expressamente que
se declare inconstitucional o Art. 2 da Lei X, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao apreciar o
pedido, apenas declarou inconstitucional uma interpretao possvel da norma impugnada,
sem declarar sua invalidade, e determinou que sua deciso s acarretasse efeitos a partir do
seu trnsito em julgado. Com base na situao acima, assinale a afirmativa correta.
A) O STF como rgo do Poder Judicirio, por fora do princpio da correlao, no poderia
julgar de forma distinta daquela requerida pela parte autora.
B) O STF, no controle abstrato de constitucionalidade, no est adstrito ao pedido formulado
na inicial, podendo, inclusive, fazer uma interpretao conforme a Constituio, a despeito
de expresso requerimento pela declarao de invalidade da norma.
C) A modulao dos efeitos das decises do STF em Ao Direta de Inconstitucionalidade
(ADI) possvel, desde que com a aprovao da maioria absoluta dos seus membros.
D) O STF no pode fixar os efeitos da deciso a partir do seu trnsito em julgado, pois, em
conformidade com o princpio da supremacia da Constituio, a pecha da
inconstitucionalidade contamina a lei desde a sua gnese.
Gabarito: B. Consoante entendimento firmado pela jurisprudncia do Supremo Tribunal
Federal, a cognio em sede de ao direta de inconstitucionalidade ampla, de modo
que o Plenrio no fica adstrito aos fundamentos e dispositivos constitucionais trazidos na
petio inicial, realizando o cotejo da norma impugnada com todo o texto constitucional.
-
14 www.espacojuridico.com
Ademais, por fora do art. 27 da Lei n. 9.868/99, a Corte Suprema, atravs da maioria de
dois teros de seus membros e por razes de segurana jurdica ou excepcional interesse
social, pode restringir os efeitos da declarao de inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo ou, ainda, decidir que ela s tenha eficcia a partir de seu trnsito em julgado ou
de outro momento que venha a ser fixado. Trata-se da tcnica de modulao dos efeitos da
deciso, tambm aplicada, por analogia, aos casos de controle difuso.
Direitos Humanos
20. Sobre as denncias e o sistema de responsabilizao por violao de Direitos Humanos,
perante a Comisso Interamericana de Direitos Humanos, assinale a afirmativa correta.
A) A Comisso poder responsabilizar tanto o Estado como as pessoas naturais e jurdicas, de
direito pblico ou privado, que cometeram a violao, solidariamente.
B) A Comisso no possui competncia para responsabilizar a pessoas naturais, podendo
apenas determinar a responsabilidade das pessoas jurdicas, de direito pblico ou privado,
que cometeram a violao.
C) A Comisso poder responsabilizar tanto o Estado como as pessoas naturais e jurdicas, de
direito pblico ou privado, que cometeram a violao. Neste caso a responsabilidade do
Estado ser subsidiria.
D) A Comisso no possui competncia para atribuir responsabilidades individuais, podendo
apenas determinar a responsabilidade internacional de um Estado membro da OEA.
Gabarito: D. Segundo o art. 41 da Conveno Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de
So Jos da Costa Rica), promulgada pelo Decreto n. 678/92, a Comisso possui a funo
principal de promover a observncia e a defesa dos direitos humanos e, no exerccio de seu
mandato, tem as seguintes funes e atribuies: a) estimular a conscincia dos direitos
humanos nos povos da Amrica; b) formular recomendaes aos governos dos Estados-
membros, quando considerar conveniente, no sentido de que adotem medidas progressivas
em prol dos direitos humanos no mbito de suas leis internas e seus preceitos constitucionais,
bem como disposies apropriadas para promover o devido respeito a esses direitos; c)
preparar estudos ou relatrios que considerar convenientes para o desempenho de suas
-
15 www.espacojuridico.com
funes; d) solicitar aos governos dos Estados-membros que lhe proporcionem informaes
sobre as medidas que adotarem em matria de direitos humanos; e) atender s consultas
que, por meio da Secretaria Geral da Organizao dos Estados Americanos, lhe formularem
os Estados-membros sobre questes relacionadas com os direitos humanos e, dentro de suas
possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que lhes solicitarem; f) atuar com respeito s
peties e outras comunicaes, no exerccio de sua autoridade, de conformidade com o
disposto nos arts. 44 a 51 da Conveno; e g) apresentar um relatrio anual Assemblia
Geral da Organizao dos Estados Americanos.
Questo 21
21. Sobre o sistema global de proteo dos Direitos Humanos, assinale a afirmativa correta.
A) O Direito Humanitrio, a Organizao Internacional do Trabalho e a Liga das Naes so
considerados os principais precedentes do processo de internacionalizao dos direitos
humanos, uma vez que rompem com o conceito de soberania, j que admitem intervenes
nos pases em prol da proteo dos direitos humanos.
B) A Declarao Universal dos Direitos Humanos juntamente com a adoo do Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Polticos formam a Carta Internacional dos Direitos Humanos,
podendo um Estado adotar ou no os seus postulados.
C) O sistema global restringe-se Carta Internacional dos Direitos Humanos. Outros tratados
multilaterais sobre Direitos Humanos, que se referem a violaes especficas de direitos, tais
como Conveno Internacional contra a Tortura, so facultativos e, consequentemente, no
so considerados como parte do sistema global.
D) O sistema global composto por mecanismos no convencionais de proteo dos
direitos humanos. Tais mecanismos so aqueles criados por convenes especficas de
Direitos Humanos, de adoo facultativa para os Estados.
Gabarito: A. Com efeito, o Direito Humanitrio, a Liga das Naes e a Organizao
Internacional do Trabalho compem o contexto histrico do processo de internacionalizao
e universalizao dos direitos humanos. O Direito Humanitrio, diretamente relacionado com
a lei da guerra, restringe a atuao do Estado, assegurando o respeito a direitos
fundamentais e a proteo de civis e militares fora de combate. A Liga das Naes, criada
aps a 1 Guerra Mundial, reforou a relativizao da soberania dos Estados, incorporando
-
16 www.espacojuridico.com
obrigaes de repercusso internacional e sanes econmicas e militares. A Organizao
Internacional do Trabalho, por sua vez, tambm criada aps a 1 Guerra Mundial, passou a
fixar padres internacionais para as condies de trabalho e bem estar, a serem observados
pelos Estados-partes.
22. A Assembleia Constituinte de 1988 reservou texto expresso para elevar os Direitos
Humanos ao patamar de princpio fundamental no s no territrio nacional, como tambm
nas relaes internacionais. Alm de valorizar a independncia do pas no cenrio
internacional, consagrou a proteo dos interesses do ser humano. Considerando o texto
constitucional do Estado-parte e a Conveno Americana de Direitos Humanos, as
afirmativas a seguir esto corretas, exceo de uma. Assinale-a.
A) Proibio de propaganda a favor da guerra e repdio ao terrorismo e ao racismo.
B) Proteo judicial mesmo quando a violao de direitos fundamentais for cometida por
pessoa atuando em funo oficial.
C) Direito de retificao ou de resposta, que eximiro das outras responsabilidades legais.
D) Concesso de asilo poltico em delitos polticos ou comuns, conexos com delitos polticos.
Gabarito: C. O art. 5, V, da CRFB/88 assegura o direito de resposta, proporcional ao agravo,
alm da indenizao por dano material, moral ou imagem. Tambm a Conveno
Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de So Jos da Costa Rica), promulgada pelo
Decreto n. 678/92, em seu art. 14, reconhece o direito de retificao ou resposta. O referido
dispositivo determina que toda pessoa, uma vez atingida por informaes inexatas ou
ofensivas emitidas em seu prejuzo por meios de difuso legalmente regulamentados e que se
dirijam ao pblico em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo rgo de difuso, sua
retificao ou resposta, nas condies que estabelea a lei. Saliente-se que a retificao ou
a resposta no eximiro das outras responsabilidades legais em que se houver incorrido.
Direito Internacional
23. A respeito dos elementos de conexo no Brasil, assinale a afirmativa correta.
-
17 www.espacojuridico.com
A) A lei da nacionalidade da pessoa determina as regras sobre o comeo e o fim da
personalidade.
B) A Lex loci executionis aplicvel aos contratos de trabalho, os quais, ainda que tenham
sido celebrados no exterior, so regidos pela norma do local da execuo das atividades
laborais.
C) A norma do pas em que domiciliada a vtima aplica-se aos casos de responsabilidade
por ato ilcito extracontratual.
D) O elemento de conexo Lex loci executionis ou Lex loci solutionis o critrio aplicvel,
como regra geral, para qualificar e reger as obrigaes.
Gabarito: B. Questo controversa. Segundo o princpio da lex loci executionis, a relao
jurdica trabalhista deve ser regida pelas leis vigentes no pas da prestao de servio e no
por aquelas do local da contratao. Este era o contedo da Smula 207/TST, cancelada
em virtude do advento da Lei n. 11.962/09, que alterou o art. 1 da Lei n. 7.064/82,
estendendo as regras desse diploma legal a todas as empresas que venham a contratar ou
transferir trabalhadores para prestar servio no exterior. Embora o item tenha sido objeto de
diversos recursos, o gabarito preliminar, que considerava a assertiva correta, restou mantido.
24. Rafael brasileiro naturalizado e casado com Letcia, de nacionalidade italiana. Rafael foi
transferido pela empresa onde trabalha para a filial na Argentina, estabelecendo-se com sua
esposa em Crdoba. Em 02/03/2009, l nasceu Valentina, filha do casal, que foi registrada na
repartio consular do Brasil. De acordo com as normas constitucionais vigentes, assinale a
afirmativa correta.
A) Valentina no pode ser considerada brasileira nata, em virtude de a nacionalidade
brasileira de seu pai ter sido adquirida de modo derivado e pelo fato de sua me ser
estrangeira.
B) Valentina brasileira nata, pelo simples fato de seu pai, brasileiro, se ter deslocado por
motivo de trabalho, em nada influenciando o modo como Rafael adquiriu a nacionalidade.
C) Valentina somente ser brasileira nata se vier a residir no Brasil e fizer a opo pela
nacionalidade brasileira aps atingir a maioridade.
-
18 www.espacojuridico.com
D) Valentina brasileira nata, no constituindo bice o fato de seu pai ser brasileiro
naturalizado e sua me, estrangeira.
Gabarito: D. Consoante disposio do art. 12, I, da CRFB/88, so brasileiros natos: a) os
nascidos na Repblica Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
no estejam a servio de seu pas; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me
brasileira, desde que qualquer deles esteja a servio da Repblica Federativa do Brasil; c) os
nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de me brasileira, desde que sejam registrados
em repartio brasileira competente ou venham a residir na Repblica Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Direito Tributrio
25. Trs irmos so donos de um imvel, em propores iguais. Em relao ao IPTU, cada
irmo
A) s pode ser cobrado pelo fisco na razo de 33,33% do imposto.
B) devedor solidrio em relao ao todo do imposto.
C) devedor na razo de 33,3% do imposto e responsvel subsidirio pelo restante.
D) no pode ser cobrado judicialmente pela parte de outro irmo que tenha recursos para
pag-la.
Gabarito: B. Segundo o art. 124 do CTN, as pessoas que tenham interesse comum na situao
que constitua o fato gerador da obrigao principal so solidariamente obrigadas,
inexistindo benefcio de ordem. O enunciado descreve um caso de solidariedade tributria,
de modo que o valor total do tributo pode ser exigido de qualquer um dos irmos, surgindo
para aquele que pagar integralmente a dvida o direito de regresso em face dos demais.
26. Uma autarquia federal, proprietria de veculos automotores adquiridos recentemente, foi
surpreendida com a cobrana de IPVA pelo Estado responsvel pelos respectivos
licenciamentos, no obstante vincular a utilizao desses veculos s suas finalidades
essenciais. Com base na hiptese sugerida, assinale a afirmativa correta.
-
19 www.espacojuridico.com
A) A cobrana constitucional, por se tratar de fato gerador do IPVA.
B) A cobrana constitucional, por se aplicar o princpio da capacidade contributiva.
C) A cobrana inconstitucional, por se tratar de iseno fiscal.
D) A cobrana inconstitucional, por tratar de hiptese de imunidade tributria.
Gabarito: D. O art. 150, VI, a, da CRFB/88 estabelece que, sem prejuzo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municpios instituir impostos sobre patrimnio, renda ou servios, uns dos outros. Trata-se de
hiptese de imunidade recproca, a qual representa uma limitao constitucional ao poder
de tributar. Saliente-se que as vedaes citadas no se aplicam ao patrimnio, renda e
aos servios relacionados com a explorao de atividades econmicas regidas pelas normas
aplicveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestao ou pagamento de
preos ou tarifas pelo usurio, tampouco se exonera o promitente comprador da obrigao
de pagar imposto relativamente ao bem imvel.
27. Suponha que determinada Medida Provisria editada pela Presidenta da Repblica, em
29/09/2012, estabelea, entre outras providncias, o aumento para as diversas faixas de
alquotas previstas na legislao aplicvel ao imposto de renda das pessoas fsicas. Nesse
caso, com base no sistema tributrio nacional, tal Medida Provisria
A) no violaria o princpio da legalidade e produzir efeitos a partir da data de sua
publicao.
B) violaria o princpio da legalidade, por ser incompatvel com o processo legislativo previsto
na Constituio Federal/88.
C) no violaria o princpio da legalidade e produzir efeitos a partir de 90 (noventa) dias
contados a partir da data de sua publicao.
D) no violaria o princpio da legalidade e s produzir efeitos a partir do primeiro dia do
exerccio financeiro subsequente data de sua converso em lei.
Gabarito: D. De acordo com a norma inserta no art. 62, 2, da CRFB/88, a medida provisria
que implique instituio ou majorao de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V,
-
20 www.espacojuridico.com
e 154, II, somente produzir efeitos no exerccio financeiro seguinte, se houver sido convertida
em lei at o ltimo dia daquele em que foi editada. Assim, no constitui violao ao princpio
da legalidade a majorao do imposto de renda atravs de medida provisria, uma vez que
expressamente autorizada pela Constituio. Alm disso, segundo o art. 150, 1, da
CRFB/88, no se aplica o princpio da anterioridade nonagesimal s alteraes incidentes
sobre o imposto de renda, exigindo-se, apenas, a observncia do princpio da anterioridade
anual.
28. A Unio criou um novo imposto no previsto na CRFB mediante lei complementar sobre a
propriedade de veculos de duas rodas no motorizados, que adota fato gerador e base de
clculo diferente dos demais discriminados na Constituio. Nessa situao, a Unio ter
feito uso de competncia
A) comum.
B) residual.
C) cumulativa.
D) extraordinria.
Gabarito: B. Dispe o art. 154, I, da CRFB/88 que a Unio poder instituir, mediante lei
complementar, impostos no previstos no art. 153, desde que sejam no-cumulativos e no
tenham fato gerador ou base de clculo prprios dos discriminados na Constituio. Embora
a competncia legislativa residual pertena, originariamente, aos Estados (art. 25, 1, da
CRFB/88), em se tratando de matria tributria, tal competncia residual deve ser exercida
pela Unio.
Direito Administrativo
29. Nenhuma proposta foi apresentada na licitao promovida por uma autarquia federal
para a aquisio de softwares de processamento de dados. Com relao a esse caso,
assinale a afirmativa correta.
-
21 www.espacojuridico.com
A) Um novo procedimento licitatrio deve ser realizado no prazo de at 180 dias do trmino
do procedimento anterior.
B) A hiptese de licitao dispensada, ainda que ela possa ser repetida sem prejuzo para
a Administrao.
C) A hiptese de inexigibilidade de licitao, desde que a contratao se faa no prazo
de at 180 dias do trmino do procedimento anterior.
D) A contratao direta admitida, se a licitao no puder ser repetida sem prejuzo para
a Administrao.
Gabarito: D. Nos termos do art. 24, V, da Lei n. 8.666/93, torna-se dispensvel a licitao
quando no acudirem interessados licitao anterior e esta, justificadamente, no puder
ser repetida sem prejuzo para a Administrao, mantidas, neste caso, todas as condies
preestabelecidas.
30. Um servidor pblico foi acusado de corrupo passiva e peculato. Respondeu a
processo criminal e foi absolvido por ausncia de provas. Diante dessa situao, assinale a
afirmativa correta.
A) A Administrao Pblica, no caso, permanece livre para punir o funcionrio, desde que
verifique haver desvios na conduta funcional do servidor.
B) A deciso de absolvio do servidor sempre vincula a Administrao Pblica, que no
poder punir o seu funcionrio.
C) A autotutela administrativa permite desconsiderar decises judiciais contrrias lei ou s
provas dos autos, sendo possvel a aplicao de sanes administrativas com cpias
extradas do processo criminal.
D) As decises da justia, que punem o servidor por qualquer crime, vinculam o Poder
Pblico, embora as decises de absolvio nunca impeam o poder punitivo da
Administrao.
Gabarito: A. Segundo os arts. 121 a 126 da Lei n. 8.112/90, a qual dispe sobre o regime
jurdico dos servidores pblicos civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas
federais, o servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exerccio irregular de
-
22 www.espacojuridico.com
suas atribuies, sendo possvel a cumulao de sanes civis, penais e administrativas,
porque independentes entre si. A partir da leitura do art. 126 da Lei n. 8.112/90, depreende-
se que a sentena absolutria por ausncia de provas no obsta a responsabilizao
administrativa do servidor, somente afastada no caso de absolvio criminal que negue a
existncia do fato ou sua autoria.
31. A fim de permitir o escoamento da produo at uma refinaria, uma empresa pblica
federal, que explora a prospeco de petrleo em um campo terrestre, inicia a construo
de um oleoduto. O nico caminho possvel para essa construo atravessa a propriedade
rural de Josenildo que, em razo do oleoduto, teve que diminuir o espao de plantio de
mamo e, com isso, viu sua renda mensal cair pela metade. Assinale a afirmativa que indica
a instruo correta que um advogado deve passar a Josenildo.
A) No h bice constituio da servido administrativa no caso, mas cabe indenizao
pelos danos decorrentes dessa forma de interveno na propriedade.
B) A servido administrativa ilegal e Josenildo pode desconstitu-la, pois o instituto s tem
aplicao em relao aos bens pblicos.
C) A servido administrativa ilegal, pois o nosso ordenamento veda a interveno do
Estado sobre propriedades produtivas.
D) No h bice constituio da servido administrativa e no h de se falar em qualquer
indenizao.
Gabarito: A. A servido administrativa o direito real de gozo institudo sobre imvel de
propriedade alheia em favor da Administrao, para a realizao de obras e servios
pblicos. Embora no ocorra, como na desapropriao, a transferncia forada da
propriedade do imvel, onera-se tal propriedade com o uso pblico, razo pela qual
eventuais prejuzos causados ao particular devem ser indenizados.
32. Oscar titular da propriedade de um terreno adjacente a uma creche particular.
Aproveitando a expanso econmica da localidade, decidiu construir em seu terreno um
grande galpo. Oscar iniciou as obras, sem solicitar prefeitura do municpio X a
necessria licena para construir, usando material de baixa qualidade. Ainda durante a
-
23 www.espacojuridico.com
construo, a diretora da creche notou que a estrutura no apresentava solidez e corria o
risco de desabar sobre as crianas. Ao tomar conhecimento do fato, a prefeitura do
municpio X inspecionou o imvel e constatou a gravidade da situao. Aps a devida
notificao de Oscar, a estrutura foi demolida. Assinale a afirmativa que indica o instituto do
direito administrativo que autoriza a atitude do municpio X.
A) Tombamento.
B) Poder de polcia.
C) Ocupao temporria.
D) Desapropriao.
Gabarito: B. O poder de polcia a faculdade de que dispe a Administrao Pblica para
condicionar ou restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais, em
benefcio da coletividade ou do prprio Estado (art. 78 do CTN). O poder de polcia pode ser
exercido de forma preventiva, exigindo-se que o particular obtenha anuncia prvia da
Administrao para a utilizao do bem ou exerccio da atividade, ou repressiva, atravs da
fiscalizao e da aplicao de sanes aos atos infracionais.
33. As alternativas a seguir apresentam condies que geram vacncia de cargo pblico,
exceo de uma. Assinale-a.
A) Falecimento.
B) Promoo.
C) Aposentadoria.
D) Licena para trato de interesse particular.
Gabarito: D. Segundo o art. 33 da Lei n. 8.112/90, a qual dispe sobre o regime jurdico dos
servidores pblicos civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais, a
vacncia do cargo pblico decorre de exonerao, demisso, promoo, readaptao,
aposentadoria, posse em outro cargo inacumulvel e falecimento.
-
24 www.espacojuridico.com
34. Cristina, cidad brasileira comprometida com a boa administrao, descobre que
determinada obra pblica em sua cidade foi realizada em desacordo com as normas que
regem as licitaes pblicas, com vistas a beneficiar um particular amigo do prefeito. De
posse de cpias do processo administrativo que comprovam a situao, pretende ingressar
com medida judicial para a proteo do patrimnio pblico. Para combater tal situao,
Cristina dever
A) ingressar com ao civil pblica, que o meio apto a sanar a lesividade ao patrimnio
pblico.
B) propor ao penal privada subsidiria da pblica para condenar o prefeito e o particular
beneficiado e reparar os prejuzos causados aos cofres pblicos.
C) impetrar mandado de segurana coletivo para amparar direito lquido e certo seu e de
todos os cidados aos princpios da legalidade e moralidade.
D) ingressar com ao popular apta a proteger o patrimnio pblico indevidamente lesado.
Gabarito: D. Conforme dispe o art. 5, LXXIII, da CRFB/88, qualquer cidado parte legtima
para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade
de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio
histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do
nus da sucumbncia.
Direito Ambiental
35. Na perspectiva da tutela do direito difuso ao meio ambiente, o ordenamento
constitucional exigiu o estudo de impacto ambiental para instalao e desenvolvimento de
certas atividades. Nessa perspectiva, o estudo prvio de impacto ambiental est
concretizado no princpio
A) da precauo.
B) da preveno.
C) da vedao ao retrocesso.
-
25 www.espacojuridico.com
D) do poluidor-pagador.
Gabarito: B. A Constituio de 1988 expressamente recepciona o princpio da preveno ao
determinar, no caput do art. 225, o dever do Poder Pblico e da coletividade de proteger e
preservar o meio ambiente para as presentes e futuras geraes. O inciso IV do 1 do
mesmo artigo impe ao Estado o dever de exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente,
estudo prvio de impacto ambiental. De fato, o princpio da preveno significa que os
perigos comprovados devem ser repelidos, evitando-se a ocorrncia de resultados danosos
tomados por certos ou definidos. Tal preveno concretiza-se atravs de instrumentos como
o EIA/Rima, o manejo ecolgico, o tombamento, as liminares judiciais, as sanes
administrativas e, primordialmente, atravs de uma poltica de educao ambiental capaz
de fazer despertar nas pessoas a necessria conscincia ecolgica.
36. Joo, militante ambientalista, adquire chcara em rea rural j degradada, com o
objetivo de cultivar alimentos orgnicos para consumo prprio. Alguns meses depois, ele
notificado pela autoridade ambiental local de que a rea de preservao permanente.
Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.
A) Joo responsvel pela regenerao da rea, mesmo no tendo sido responsvel por
sua degradao, uma vez que se trata de obrigao propter rem.
B) Joo somente teria a obrigao de regenerar a rea caso soubesse do dano ambiental
cometido pelo antigo proprietrio, em homenagem ao princpio da boa-f.
C) O nico responsvel pelo dano o antigo proprietrio, causador do dano, uma vez que
Joo no pode ser responsabilizado por ato ilcito que no cometeu.
D) No h responsabilidade do antigo proprietrio ou de Joo, mas da Administrao
Pblica, em razo da omisso na fiscalizao ambiental quando da transmisso da
propriedade.
Gabarito: A. Obrigao propter rem aquela atribuda a algum por sua qualidade de
proprietrio ou titular de direito real sobre determinado bem. Segundo o art. 7 da Lei n.
12.651/2012 (Cdigo Florestal), a vegetao situada em rea de Preservao Permanente
-
26 www.espacojuridico.com
(APP) deve ser mantida pelo proprietrio da rea, possuidor ou ocupante a qualquer ttulo,
pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado. Tendo ocorrido supresso de
vegetao, o proprietrio da rea, possuidor ou ocupante a qualquer ttulo ser obrigado a
promover a recomposio da vegetao, ressalvados os usos autorizados previstos na Lei. Tal
obrigao possui natureza real e, no caso de transferncia de domnio ou posse, ser
transmitida ao sucessor.
Direito Civil
37. Rogrio, solteiro, maior e capaz, estando acometido por grave enfermidade, descobre
que pai biolgico de Mateus, de dez anos de idade, embora no conste a filiao paterna
no registro de nascimento. Diante disso, Rogrio decide lavrar testamento pblico, em que
reconhece ser pai de Mateus e deixa para este a totalidade de seus bens. Sobrevindo a
morte de Rogrio, Renato, maior e capaz, at ento o nico filho reconhecido por Rogrio,
surpreendido com as disposies testamentrias e resolve consultar um advogado a respeito
da questo. A partir do fato narrado, assinale a afirmativa correta.
A) Todas as disposies testamentrias so invlidas, tendo em vista que, em seu testamento,
Rogrio deixou de observar a parte legtima legalmente reconhecida a Renato, o que
inquina todo o testamento pblico, por ser este um ato nico.
B) A disposio testamentria que reconhece a paternidade de Mateus vlida, devendo
ser includa a filiao paterna no registro de nascimento; a disposio testamentria relativa
aos bens dever ser reduzida ao limite da parte disponvel, razo pela qual Mateus receber
o quinho equivalente a 75% da herana e Renato o quinho equivalente a 25% da
herana.
C) Todas as disposies testamentrias so invlidas, uma vez que Rogrio no poderia
reconhecer a paternidade de Mateus em testamento e, ainda, foi desconsiderada a parte
legtima de seu filho Renato.
D) A disposio testamentria que reconhece a paternidade de Mateus vlida, devendo
ser includa a filiao paterna no registro de nascimento; , contudo, invlida a disposio
-
27 www.espacojuridico.com
testamentria relativa aos bens, razo pela qual caber a cada filho herdar metade da
herana de Rogrio.
Gabarito: B. Consoante disposio do art. 1.609, III, do CC/02, possvel o reconhecimento
dos filhos havidos fora do casamento por testamento, ainda que incidentalmente
manifestado. So herdeiros necessrios, por fora do art. 1.845 do CC/02, os descendentes,
os ascendentes e o cnjuge, os quais possuem direito metade dos bens do falecido,
denominada legtima. Assim, havendo tais herdeiros, a pessoa no pode dispor, em
testamento, de mais da metade de seus bens. Na hiptese descrita pelo enunciado, Mateus
herdar toda a parte disponvel, mas dever dividir a legtima com os outros herdeiros
necessrios (no caso, apenas Rogrio).
38. De acordo com o Cdigo Civil, opera-se o mandato quando algum recebe de outrem
poderes para, em nome deste, praticar atos ou administrar interesses. Daniel outorgou a
Heron, por instrumento pblico, poderes especiais e expressos, por prazo indeterminado,
para vender sua casa na Rua da Abolio, em Salvador, Bahia. Ocorre que, trs dias depois
de lavrada e assinada a procurao, em viagem para um congresso realizado no exterior,
Daniel sofre um acidente automobilstico e vem a falecer, quando ainda fora do pas. Heron,
no mesmo dia da morte de Daniel, ignorando o bito, vende a casa para Fbio, que a
compra, estando ambos de boa-f. De acordo com a situao narrada, assinale a afirmativa
correta.
A) A compra e venda nula, em razo de ter cessado o mandato automaticamente, com a
morte do mandante.
B) A compra e venda vlida, em relao aos contratantes.
C) A compra e venda invlida, em razo de ter o mandato sido celebrado por prazo
indeterminado, quando deveria, no caso, ter termo certo.
D) A compra e venda anulvel pelos herdeiros de Daniel, que podem escolher entre
corroborar o negcio realizado em nome do mandante falecido, revog-lo, ou cobrar
indenizao do mandatrio.
-
28 www.espacojuridico.com
Gabarito: B. Opera-se o mandato quando algum recebe de outrem poderes para, em seu
nome, praticar atos ou administrar interesses. A procurao o instrumento do mandato (art.
653 do CC/02). Embora a morte ou interdio de uma das partes cesse o mandato (art. 682,
II, do CC/02), so vlidos, a respeito dos contratantes de boa-f, os atos com estes ajustados
em nome do mandante pelo mandatrio, enquanto este ignorar a morte daquele ou a
extino do mandato, por qualquer outra causa (art. 689 do CC/02).
39. Gustavo completou 17 anos de idade em janeiro de 2010. Em maro de 2010 colou grau
em curso de ensino mdio. Em julho de 2010 contraiu matrimnio com Beatriz. Em setembro
de 2010, foi aprovado em concurso pblico e iniciou o exerccio de emprego pblico efetivo.
Por fim, em novembro de 2010, estabeleceu-se no comrcio, abrindo um restaurante.
Assinale a alternativa que indica o momento em que se deu a cessao da incapacidade
civil de Gustavo.
A) No momento em que iniciou o exerccio de emprego pblico efetivo.
B) No momento em que colou grau em curso de ensino mdio.
C) No momento em que contraiu matrimnio.
D) No momento em que se estabeleceu no comrcio, abrindo um restaurante.
Gabarito: C. Conforme disposio do art. 5, pargrafo nico, do CC/02, para aqueles com
idade inferior a 18 (dezoito) anos, cessa a incapacidade: I) pela concesso dos pais, ou de
um deles na falta do outro, mediante instrumento pblico, independentemente de
homologao judicial, ou por sentena do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 (dezesseis)
anos completos; II) pelo casamento; III) pelo exerccio de emprego pblico efetivo; IV) pela
colao de grau em curso de ensino superior; V) pelo estabelecimento civil ou comercial, ou
pela existncia de relao de emprego, desde que, em funo deles, o menor com 16
(dezesseis) anos completos tenha economia prpria. Na hiptese descrita pelo enunciado, a
cessao da incapacidade de Gustavo ocorreu em julho de 2010, quando contraiu
matrimnio.
-
29 www.espacojuridico.com
40. Amlia e Alberto so casados pelo regime de comunho parcial de bens. Alfredo, amigo
de Alberto, pede que ele seja seu fiador na compra de um imvel. Diante da situao
apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) A garantia acessria poder ser prestada exclusivamente por Alberto.
B) A outorga de Amlia se far indispensvel, independente do regime de bens.
C) A fiana, se prestada por Alberto sem o consentimento de Amlia, ser anulvel.
D) A anulao do aval somente poder ser pleiteada por Amlia durante o perodo em que
estiver casada.
Gabarito: C. Segundo os arts. 1.647 a 1.649 do CC/02, nenhum dos cnjuges pode, sem
autorizao do outro, exceto no regime da separao absoluta: I) alienar ou gravar de nus
real os bens imveis; II) pleitear, como autor ou ru, acerca desses bens ou direitos; III) prestar
fiana ou aval; IV) fazer doao, no sendo remuneratria, de bens comuns, ou dos que
possam integrar futura meao. Cabe ao juiz suprir a outorga, quando um dos cnjuges a
denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossvel conced-la. A falta de autorizao, no
suprida pelo juiz, quando necessria, tornar anulvel o ato praticado, podendo o outro
cnjuge pleitear-lhe a anulao, at dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
No mesmo sentido, a Smula n. 332/STJ estabelece que a fiana prestada sem autorizao
de um dos cnjuges implica a ineficcia total da garantia.
41. Os vitrais do Mercado Municipal de So de Paulo, durante a reforma feita em 2004, foram
retirados para limpeza e restaurao da pintura. Considerando a hiptese e as regras sobre
bens jurdicos, assinale a afirmativa correta.
A) Os vitrais, enquanto separados do prdio do Mercado Municipal durante as obras, so
classificados como bens mveis.
B) Os vitrais retirados na qualidade de material de demolio, considerando que o Mercado
Municipal resolva descartar-se deles, sero considerados bens mveis.
C) Os vitrais do Mercado Municipal, considerando que foram feitos por grandes artistas
europeus, so classificados como bens fungveis.
-
30 www.espacojuridico.com
D) Os vitrais retirados para restaurao, por sua natureza, so classificados como bens
mveis.
Gabarito: B. Segundo o art. 81 do CC/02, so bens imveis por destinao: I) as edificaes
que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II) os materiais provisoriamente separados de um prdio, para nele se reempregarem. Assim,
na hiptese de os vitrais serem provisoriamente retirados do Mercado Municipal, no
perdero a qualidade de imveis que possuam quando agregados edificao. O art. 84
do CC/02, por sua vez, ao tratar dos bens mveis por destinao, inclui nessa categoria os
materiais de construo nunca antes empregados, bem como os decorrentes da demolio
de prdio. Portanto, se os vitrais forem retirados do Mercado Municipal para serem
descartados ou para serem colocados em outra obra, sero considerados bens mveis.
42. Joo, credor quirografrio de Marcos em R$ 150.000,00, ingressou com Ao Pauliana,
com a finalidade de anular ato praticado por Marcos, que o reduziu insolvncia. Joo
alega que Marcos transmitiu gratuitamente para seu filho, por contrato de doao,
propriedade rural avaliada em R$ 200.000,00. Considerando a hiptese acima, assinale a
afirmativa correta.
A) Caso o pedido da Ao Pauliana seja julgado procedente e seja anulado o contrato de
doao, o benefcio da anulao aproveitar somente a Joo, cabendo aos demais
credores, caso existam, ingressarem com ao individual prpria.
B) O caso narrado traz hiptese de fraude de execuo, que constitui defeito no negcio
jurdico por vcio de consentimento.
C) Na hiptese de Joo receber de Marcos, j insolvente, o pagamento da dvida ainda no
vencida, ficar Joo obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar
o concurso de credores, aquilo que recebeu.
D) Joo tem o prazo prescricional de dois anos para pleitear a anulao do negcio jurdico
fraudulento, contado do dia em que tomar conhecimento da doao feita por Marcos.
Gabarito: C. Por fora da norma inserta no art. 162 do CC/02, o credor quirografrio que
receber do devedor insolvente o pagamento de dvida ainda no vencida ficar obrigado a
-
31 www.espacojuridico.com
repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo
que recebeu.
43. Luis, produtor de soja, firmou contrato de emprstimo de um trator com seu vizinho Joo.
No contrato, Luis se comprometeu a devolver o trator 10 dias aps o trmino da colheita.
Restou ainda acordado um valor para a hiptese de atraso na entrega. Considerando o caso
acima, assinale a afirmativa correta.
A) Caracterizada a mora na devoluo do trator, Luiz responder pelos prejuzos decorrentes
de caso fortuito ou de fora maior, salvo se comprovar que o dano ocorreria mesmo se
houvesse cumprido sua obrigao na forma ajustada.
B) Por se tratar de hiptese de mora pendente, indispensvel a interpelao judicial ou
extrajudicial para que Joo constitua Luis em mora.
C) Luis, ainda que agindo dolosamente, no ter responsabilidade pela conservao do
trator na hiptese de Joo recusar-se a receber o bem na data ajustada.
D) No caracteriza mora a hiptese de Joo se recusar a receber o trator na data
avenada para no comprometer o espao fsico de seu galpo, vez que necessria a
comprovao de sua culpa e a ausncia de justo motivo.
Gabarito: A. Consoante disposio dos arts. 394, 395 e 399 do CC/02, considera-se em mora
o devedor que no efetuar o pagamento - e o credor que no quiser receb-lo no tempo,
lugar e forma que a lei ou a conveno estabelecer. O devedor responde pelos prejuzos a
que sua mora der causa, mais juros, atualizao dos valores monetrios e honorrios de
advogado. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestao, ainda que
essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de fora maior, se estes ocorrerem durante o
atraso; salvo se provar iseno de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a
obrigao fosse oportunamente desempenhada.
Estatuto da Criana e do Adolescente
-
32 www.espacojuridico.com
44. Acerca da colocao da criana ou do adolescente em famlia substituta na
modalidade adoo, assinale a afirmativa correta.
A) A adoo extingue os vnculos pretritos entre o adotado e a famlia anterior, porm,
excepcionalmente, no caso de falecimento dos adotantes, o poder familiar dos pais naturais
poder ser restabelecido, se atender ao melhor interesse do menor.
B) A adoo produz os seus efeitos a partir do trnsito em julgado da sentena declaratria
do estado de filiao, porm, se o adotante vier a falecer no curso do procedimento os
efeitos retroagiro data do bito.
C) A adoo depende do consentimento do adotando, se maior de 12 anos de idade, e dos
pais do adotando ou do representante legal deste ou do guardio legal ou de fato, na falta
dos primeiros.
D) A adoo produz os seus efeitos a partir do trnsito em julgado da sentena constitutiva,
porm, se o adotante vier a falecer aps inequvoca manifestao de vontade no curso do
procedimento, os efeitos retroagiro data do bito.
Gabarito: D. Consoante disposio do art. 47, 7, da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criana e
do Adolescente), o vnculo da adoo constitui-se por sentena judicial, produzindo efeitos
somente aps o trnsito em julgado. Configura exceo regra a hiptese prevista no art.
42, 6, da referida Lei, que permite o deferimento da adoo ao adotante que, aps
inequvoca manifestao de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de
prolatada a sentena. Nesse caso, a adoo possuir fora retroativa data do bito.
45. Com relao internao, observado o que prev o Estatuto da Criana e do
Adolescente, assinale a afirmativa correta.
A) Deve obedecer ao perodo determinado de um ano e meio, prorrogvel por igual
perodo, para atos infracionais praticados com emprego de violncia.
B) Deve obedecer ao perodo determinado de um ano, prorrogvel por igual perodo, para
atos infracionais praticados sem emprego de violncia.
-
33 www.espacojuridico.com
C) No comporta perodo determinado e no pode ultrapassar o mximo de trs anos,
independente do emprego ou no de violncia no ato infracional praticado.
D) No pode ultrapassar o perodo mximo de trs anos, quando o adolescente dever ser
colocado em liberdade com o dever de reparar o dano no caso de ato infracional com
reflexos patrimoniais.
Gabarito: C. Segundo o art. 121 da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criana e do Adolescente), a
internao constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princpios de brevidade,
excepcionalidade e respeito condio peculiar de pessoa em desenvolvimento. Ser
permitida a realizao de atividades externas, a critrio da equipe tcnica da entidade,
salvo expressa determinao judicial em contrrio. A medida no comporta prazo
determinado, devendo sua manuteno ser reavaliada, mediante deciso fundamentada,
no mximo a cada seis meses. Em nenhuma hiptese, contudo, o perodo mximo de
internao poder exceder a trs anos. Alm disso, a liberao torna-se compulsria aos 21
(vinte e um) anos de idade.
Direito do Consumidor
46. Aurora contratou com determinada empresa de telefonia fixa um pacote de servios de
valor preestabelecido que inclua ligaes locais de at 100 minutos e iseno total dos
valores pelo perodo de trs meses, exceto os minutos que ultrapassassem os contratados,
ligaes interurbanas e para telefone mvel. Para sua surpresa, logo no primeiro ms
recebeu cobrana pelo pacote de servios no importe trs vezes superior ao contratado,
mesmo que tivesse utilizado apenas 32 minutos em ligaes locais. A consumidora fez
diversos contatos com a fornecedora do servio para reclamar o ocorrido, mas no obteve
soluo. De posse dos nmeros dos protocolos de reclamaes, ingressou com medida
judicial, obtendo liminar favorvel para absteno de cobrana e de negativao do nome.
Considerando o caso acima descrito, assinale a afirmativa correta.
A) A converso da obrigao em perdas e danos faz-se independentemente de eventual
aplicao de multa.
-
34 www.espacojuridico.com
B) A multa diria ao ru pode ser fixada na sentena, mas desde que o autor tenha
requerido expressamente.
C) A converso da obrigao em perdas e danos independe de pedido do autor, em
qualquer hiptese.
D) A tutela liminar ser concedida, desde que no implique em ordem de busca e
apreenso, que requer medida cautelar prpria e justificao prvia.
Gabarito: A. Conforme disposio do art. 84 da 8.078/90 (Cdigo de Defesa do Consumidor),
na ao que tenha por objeto o cumprimento da obrigao de fazer ou no fazer, o juiz
dever conceder a tutela especfica da obrigao ou determinar providncias que
assegurem o resultado prtico equivalente ao do adimplemento. A converso da obrigao
em perdas e danos somente ser admissvel se por elas optar o autor ou se impossvel a tutela
especfica ou a obteno do resultado prtico correspondente. Alm disso, a indenizao
por perdas e danos se far sem prejuzo da multa (arts. 287, 461, 4, e 461-A do CPC).
47. Elisabeth e Marcos, desejando passar a lua-de-mel em Paris, adquiriram junto
Operadora de Viagens e Turismo X um pacote de viagem, composto de passagens areas
de ida e volta, hospedagem por sete noites, e seguro sade e acidentes pessoais, este ltimo
prestado pela seguradora Y. Aps chegar cidade, Elisabeth sofreu os efeitos de uma
gastrite severa e Marcos entrou em contato com a operadora de viagens a fim de que o
seguro fosse acionado, sendo informado que no havia mdico credenciado naquela
localidade. O casal procurou um hospital, que manteve Elisabeth internada por 24 horas, e
retornou ao Brasil no terceiro dia de estada em Paris, tudo s suas expensas. Partindo da
hiptese apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) O casal poder acionar judicialmente a operadora de turismo, mesmo que a falha do
servio tenha sido da seguradora, em razo da responsabilidade solidria aplicvel ao caso.
B) O casal somente poder acionar judicialmente a seguradora Y, j que a operadora de
turismo responderia por falhas na organizao da viagem, e no pelo seguro porque esse foi
realizado por outra empresa.
-
35 www.espacojuridico.com
C) O casal ter que acionar judicialmente a operadora de turismo e a seguradora
simultaneamente por se tratar da hiptese de litisconsrcio necessrio e unitrio, sob pena
de insurgir em carncia da ao.
D) O casal no poder acionar judicialmente a operadora de turismo j que havia liberdade
de contratar o seguro sade viagem com outra seguradora e, portanto, no se tratando de
venda casada, no h responsabilidade solidria na hiptese.
Gabarito: A. Com efeito, todas as empresas integrantes da cadeia de fornecedores de
servios respondem solidariamente pelos danos causados aos consumidores por defeitos na
prestao dos servios contratados. Conforme disposio do art. 25, 1, da 8.078/90
(Cdigo de Defesa do Consumidor), havendo mais de um responsvel pela causa do dano,
todos respondem solidariamente pela reparao do mesmo.
Direito Empresarial
48. A respeito das diferenas existentes entre as sociedades annimas abertas e fechadas,
assinale a afirmativa correta.
A) A companhia ser aberta ou fechada conforme os valores mobilirios de sua emisso
sejam admitidos ou no negociao no mercado de bolsa ou de balco.
B) As companhias abertas podero emitir partes beneficirias, opes de compra de aes
e bnus de subscrio.
C) O estatuto social de uma companhia fechada nunca poder impor limitaes
circulao das aes ordinrias, mas poder faz-lo em relao s aes preferenciais.
D) As aes ordinrias e preferenciais de uma companhia aberta podero ser de uma ou
mais classes.
Gabarito: A. A companhia ou sociedade annima possui o capital dividido em aes, e a
responsabilidade dos scios ou acionistas limita-se ao preo de emisso das aes subscritas
ou adquiridas. Conforme disposio do art. 4 da Lei n. 6.404/76, a companhia aberta ou
fechada conforme os valores mobilirios de sua emisso estejam ou no admitidos
negociao no mercado de valores mobilirios.
-
36 www.espacojuridico.com
49. Com relao s atribuies do Comit de Credores, quando constitudo no mbito da
recuperao judicial, assinale a afirmativa correta.
A) Fiscalizar a execuo do plano de recuperao judicial.
B) Fornecer, com presteza, todas as informaes exigidas pelos credores interessados.
C) Consolidar o quadro geral de credores e providenciar sua publicao.
D) Apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatrio mensal das atividades do devedor.
Gabarito: A. Segundo o art. 27, II, da Lei 11.101/05, na recuperao judicial, o Comit de
Credores possui as seguintes atribuies a) fiscalizar a administrao das atividades do
devedor, apresentando, a cada 30 (trinta) dias, relatrio de sua situao; b) fiscalizar a
execuo do plano de recuperao judicial; c) submeter autorizao do juiz, quando
ocorrer o afastamento do devedor nas hipteses previstas nesta Lei, a alienao de bens do
ativo permanente, a constituio de nus reais e outras garantias, bem como atos de
endividamento necessrios continuao da atividade empresarial durante o perodo que
antecede a aprovao do plano de recuperao judicial.
50. Lavanderias Roupa Limpa Ltda. (Roupa Limpa) alienou um de seus estabelecimentos
comerciais, uma lavanderia no bairro do Jacintinho, na cidade de Macei, para Caio da
Silva, empresrio individual. O contrato de trespasse foi omisso quanto possibilidade de
restabelecimento da Roupa Limpa, bem como nada disps a respeito da responsabilidade
de Caio da Silva por dbitos anteriores transferncia do estabelecimento. Nesse cenrio,
assinale a afirmativa correta.
A) O contrato de trespasse ser oponvel a terceiros, independentemente de qualquer
registro na Junta Comercial ou publicao.
B) Caio da Silva no responder por qualquer dbito anterior transferncia, exceto os que
no estiverem devidamente escriturados.
C) Na omisso do contrato de trespasse, Roupa Limpa poder se restabelecer no bairro do
Jacintinho e fazer concorrncia a Caio da Silva.
-
37 www.espacojuridico.com
D) No havendo autorizao expressa, Roupa Limpa no poder fazer concorrncia a
Caio da Silva, nos cinco anos subsequentes transferncia.
Gabarito: D. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para
exerccio da empresa, por empresrio ou por sociedade empresria. O art. 1.144 do CC/02
estabelece que o contrato que tenha por objeto a alienao, o usufruto ou arrendamento
do estabelecimento somente produzir efeitos quanto a terceiros depois de averbado
margem da inscrio do empresrio ou da sociedade empresria, no Registro Pblico de
Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. De acordo com o art. 1.147 do
mesmo diploma legal, no havendo autorizao expressa, o alienante do estabelecimento
no pode fazer concorrncia ao adquirente, nos 05 (cinco) anos subsequentes
transferncia.
51. Laurentino recebeu um cheque nominal sacado na praa de Z no valor de R$ 20.000,00
(vinte mil reais) e pagvel na praa de A. Vinte dias aps a emisso e antes da
apresentao ao sacado foram furtados vrios documentos da residncia do tomador,
dentre eles o referido cheque. Com base nestas informaes, assinale a afirmativa correta.
A) A medida judicial cabvel para impedir o pagamento do cheque pelo sacado a contra-
ordem ou oposio, que produz efeito durante o prazo de apresentao.
B) A medida extrajudicial cabvel para impedir o pagamento do cheque pelo sacado a
sustao ou oposio, que depende da prova da existncia de fundos disponveis.
C) A medida judicial cabvel para impedir o pagamento do cheque pelo sacado a
sustao ou oposio, que produz efeito apenas aps o prazo de apresentao.
D) A medida extrajudicial cabvel para impedir o pagamento do cheque pelo sacado a
sustao ou oposio, que est fundada em relevante razo de direito.
Gabarito: D. Conforme o art. 36 da Lei n. 7.357/85, mesmo durante o prazo de apresentao,
o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao
sacado, por escrito, oposio fundada em relevante razo de direito. A oposio do
emitente e a revogao ou contra-ordem se excluem reciprocamente. No cabe ao
sacado julgar da relevncia da razo invocada pelo oponente.
-
38 www.espacojuridico.com
52. Heliodora Moda Feminina Ltda. locatria de uma loja situada no shopping center
Mateus Leme. Sobre o contrato de locao de uma unidade comercial em shopping center,
assinale a afirmativa correta.
A) O locador poder recusar a renovao do contrato com fundamento na necessidade de
ele prprio utilizar o imvel.
B) As despesas cobradas do locatrio no precisam estar previstas em oramento, desde
que devidamente demonstradas.
C) O empreendedor poder cobrar do locatrio as despesas com obras de reformas que
interessem estrutura do shopping.
D) As condies livremente pactuadas no contrato respectivo prevalecero nas relaes
entre os lojistas e o empreendedor.
Gabarito: D. Segundo o art. 54 da Lei n. 8.245/91, nas relaes entre lojistas e
empreendedores de shopping center, devem prevalecer as condies livremente
pactuadas nos contratos de locao respectivos e as disposies procedimentais previstas
na referida lei. O empreendedor no poder cobrar do locatrio em shopping center: a) as
despesas com obras de reformas ou acrscimos que interessem estrutura integral do
imvel; b) despesas com a pintura das fachadas, empenas, poos de aerao e iluminao,
bem como das esquadrias externas; c) indenizaes trabalhistas e previdencirias pela
dispensa de empregados, ocorridas em data anterior ao incio da locao; d) despesas com
obras ou substituies de equipamentos, que impliquem modificar o projeto ou o memorial
descritivo da data do habite-se e obras de paisagismo nas partes de uso comum. As
despesas cobradas do locatrio devem ser previstas em oramento, salvo casos de urgncia
ou fora maior, devidamente demonstradas, podendo o locatrio, a cada 60 (sessenta dias),
por si ou entidade de classe, exigir a comprovao das mesmas.
Direito Processual Civil
-
39 www.espacojuridico.com
53. Com relao ao incio da contagem do prazo para apresentao de resposta, em ao
ajuizada pelo rito comum ordinrio, em face de apenas um ru, assinale a afirmativa correta.
A) Em se tratando de citao postal, comea a correr o prazo a partir da data da juntada
aos autos do aviso de recebimento.
B) Em se tratando de citao por oficial de justia, comea a correr o prazo no dia seguinte
ao do cumprimento da diligncia.
C) Em se tratando de citao por carta precatria, comea a correr o prazo no dia em que
a carta devolvida ao juzo de origem.
D) Em se tratando de citao por edital, comea a correr o prazo no dia seguinte ao da
publicao do referido edital.
Gabarito: A. Nos termos do art. 241 do CPC, comea a correr o prazo: I) quando a citao
ou intimao for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de recebimento; II)
quando a citao ou intimao for por oficial de justia, da data de juntada aos autos do
mandado cumprido; III) quando houver vrios rus, da data de juntada aos autos do ltimo
aviso de recebimento ou mandado citatrio cumprido; IV) quando o ato se realizar em
cumprimento de carta de ordem, precatria ou rogatria, da data de sua juntada aos autos
devidamente cumprida; V) quando a citao for por edital, finda a dilao assinada pelo
juiz.
54. A respeito da penhora, assinale a afirmativa correta.
A) A penhora no ser realizada quando o bem estiver na posse, deteno ou guarda de
terceiro.
B) Havendo mais de uma penhora, lavrar-se- um nico auto de penhora.
C) Se o devedor fechar as portas da casa, a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial de
justia providenciar o arrombamento, independente de qualquer autorizao judicial.
D) O juiz autorizar a alienao antecipada dos bens penhorados quando houver manifesta
vantagem.
-
40 www.espacojuridico.com
Gabarito: D. A penhora o ato de apreenso e depsito de bens do devedor ou de terceiro
responsvel, recaindo sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal
atualizado, juros, custas e honorrios advocatcios. Efetua-se a penhora onde quer que se
encontrem os bens, ainda que sob a posse, deteno ou guarda de terceiros (art. 659, 1,
do CPC). Havendo mais de uma penhora, lavra-se um auto para cada uma delas (art. 664,
pargrafo nico, CPC). possvel a alienao antecipada dos bens penhorados, quando
sujeitos a deteriorao ou depreciao ou houver manifesta vantagem (art. 670 do CPC).
55. A respeito da capacidade processual, assinale a afirmativa correta.
A) Os municpios sero representados em juzo, ativa e passivamente, pelo Prefeito ou pelo
procurador.
B) O juiz, de plano, dever extinguir o processo sem resoluo do mrito, ao verificar a
incapacidade processual ou a irregularidade da representao das partes.
C) O juiz dar curador especial ao ru preso, bem como ao ru citado por hora certa, por
edital ou por meio eletrnico.
D) A citao dos cnjuges nas aes que versem sobre direitos reais imobilirios
prescindvel.
Gabarito: A. Nos termos do art. 12, I e II, do CPC, a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os
Territrios so representados em juzo, ativa e passivamente, por seus procuradores; os
Municpios, por seus Prefeitos ou procuradores. O art. 8 do CPC estabelece que os incapazes
devem ser representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei
civil. Por fora do art. 9 do mesmo diploma legal, o juiz deve nomear curador especial: I) ao
incapaz, se no tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele;
II) ao ru preso, bem como ao revel (art. 319 do CPC) citado por edital ou com hora certa.
No que tange aos cnjuges, ambos devem ser citados para as aes que versem sobre
direitos reais imobilirios (art. 10, 1, I, do CPC). Uma vez verificada a incapacidade
processual ou a irregularidade da representao das partes, o juiz, suspendendo o processo,
marcar prazo razovel para ser sanado o defeito (art. 13 do CPC).
-
41 www.espacojuridico.com
56. A Lei n. 12.153/09 regulamenta a criao e o funcionamento dos Juizados Especiais da
Fazenda Pblica no mbito dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios.
Tal diploma legal trouxe importantes inovaes ordem processual vigente, buscando
solucionar ou reduzir os problemas causados pelo elevado nmero de demandas fazendrias
que obstam o adequado funcionamento da mquina judiciria. Consoante o exposto,
assinale a afirmativa correta.
A) Os Juizados da Fazenda Pblica so relativamente competentes para o processamento e
julgamento daquelas causas cveis que versem sobre interesse dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territrios e dos Municpios at o valor de 60 (sessenta) salrios mnimos.
B) expressamente vedada a concesso de quaisquer providncias cautelares e
antecipatrias no curso do processo que importem em nus para os entes da Administrao
Pblica Direta e Indireta que figurem no polo passivo da demanda.
C) As microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas pela Lei Complementar
n. 123/2006, possuem legitimidade ativa para demandar perante os Juizados da Fazenda
Pblica.
D) O representante legal da pessoa jurdica de direito pblico, no mbito dos Juizados
Especiais da Fazenda Pblica, dispor de prazo qudruplo para contestar e prazo em dobro
para recorrer.
Gabarito: C. Nos termos do art. 2, caput e 4, da Lei n. 12.153/09, os Juizados Especiais da
Fazenda Pblica so competentes para processar, conciliar e julgar causas cveis de
interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios, at o valor de 60
(sessenta) salrios mnimos. No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda
Pblica, a sua competncia absoluta. Segundo o art. 5 do mesmo diploma legal, podem
ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pblica: I) como autores, as pessoas fsicas e as
microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei Complementar n.
123/06; II) como rus, os Estados, o Distrito Federal, os Territrios e os Municpios, bem como
autarquias, fundaes e empresas pblicas a eles vinculadas. O juiz poder, de ofcio ou a
requerimento das partes, deferir quaisquer providncias cautelares e antecipatrias no curso
do processo, para evitar dano de difcil ou de incerta reparao (art. 3 da Lei n. 12.153/09).
Alm disso, no h prazo diferenciado para a prtica de qualquer ato processual pelas
-
42 www.espacojuridico.com
pessoas jurdicas de direito pblico, inclusive a interposio de recursos, devendo a citao
para a audincia de conciliao ser efetuada com antecedncia mnima de 30 (trinta) dias
(art. 7 da Lei n. 12.153/09).
57. A proteo possessria pode se desenvolver por meio de diversos tipos