x exame de ordem unificado comentado

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 1 www.espacojuridico.com Ordem dos Advogados do Brasil X Exame de Ordem Unificado Prova Tipo 1  Branca Código de Ética e Disciplina e Estatuto da OAB 01. O advogado João, que também é formado em Comunicação Social, atua nas duas profissões, possuindo uma coluna onde apresenta noticias jurídicas, com informações sobre atividades policiais, forenses ou vinculadas ao Ministério Público. Semanalmente inclui, nos seus comentários, alguns em forma de poesia, suas alegações forenses e os resultados dos processos sob sua responsabilidade, divulgando, com isso, seu trabalho como advogado. À luz das normas estatutárias, assinale a afirmativa correta. A) A divulgação de notícias, como aventado no enunciado, constitui um direito do advogado em dar publicidade aos seus processos. B) Nos termos das regras que caracterizam as infrações disciplinares está delineada a de publicação desnecessária e habitual de alegações forenses ou causas pendentes. C) Diante das novas mídias que também atingem a advocacia, o advogado pode utilizar-se dos meios ofertados para a divulgação de seu trabalho. D) A situação caracteriza o chamado desvio da função de advogado, com o prejuízo à imagem dos clientes pela divulgação. Gabarito: B. Segundo o art. 34, XIII, da Lei n.º  8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB), comete infração disciplinar o advogado que publica na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes. 02. O advogado Mário pertence aos quadros da sociedade de economia mista controlada pelo Estado W, na qual chefia o Departamento Jurídico. Não existe óbice para a prestação de serviços de advocacia privada, o que ocorre no escritório que possui no centro da capital do Estado, em horário diverso do expediente na empresa. Um dos seus clientes realiza contrato para que Mário aponha o seu visto em ato constitutivo de pessoa jurídica, em Junta

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    Ordem dos Advogados do Brasil X Exame de Ordem Unificado

    Prova Tipo 1 Branca

    Cdigo de tica e Disciplina e Estatuto da OAB

    01. O advogado Joo, que tambm formado em Comunicao Social, atua nas duas

    profisses, possuindo uma coluna onde apresenta noticias jurdicas, com informaes sobre

    atividades policiais, forenses ou vinculadas ao Ministrio Pblico. Semanalmente inclui, nos

    seus comentrios, alguns em forma de poesia, suas alegaes forenses e os resultados dos

    processos sob sua responsabilidade, divulgando, com isso, seu trabalho como advogado.

    luz das normas estatutrias, assinale a afirmativa correta.

    A) A divulgao de notcias, como aventado no enunciado, constitui um direito do

    advogado em dar publicidade aos seus processos.

    B) Nos termos das regras que caracterizam as infraes disciplinares est delineada a de

    publicao desnecessria e habitual de alegaes forenses ou causas pendentes.

    C) Diante das novas mdias que tambm atingem a advocacia, o advogado pode utilizar-se

    dos meios ofertados para a divulgao de seu trabalho.

    D) A situao caracteriza o chamado desvio da funo de advogado, com o prejuzo

    imagem dos clientes pela divulgao.

    Gabarito: B. Segundo o art. 34, XIII, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB),

    comete infrao disciplinar o advogado que publica na imprensa, desnecessria e

    habitualmente, alegaes forenses ou relativas a causas pendentes.

    02. O advogado Mrio pertence aos quadros da sociedade de economia mista controlada

    pelo Estado W, na qual chefia o Departamento Jurdico. No existe bice para a prestao

    de servios de advocacia privada, o que ocorre no escritrio que possui no centro da capital

    do Estado, em horrio diverso do expediente na empresa. Um dos seus clientes realiza

    contrato para que Mrio aponha o seu visto em ato constitutivo de pessoa jurdica, em Junta

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    Comercial cuja sede est localizada na capital do Estado W. Observado tal relato, consoante

    as normas do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa

    correta.

    A) As circunstncias indicam que no existe bice para a aposio do visto nos referidos

    atos.

    B) O fato de chefiar Departamento Jurdico de empresa, seja de que natureza for, constitui

    elemento impeditivo da aposio do visto.

    C) O exerccio da advocacia no local da sede da Junta Comercial impeditivo para a

    aposio do visto.

    D) A atuao em sociedade de economia mista estadual impede a aposio do visto

    contratado.

    Gabarito: D. Conforme disposio do art. 2, pargrafo nico, do Regulamento Geral do

    Estatuto da Advocacia e da OAB, so impedidos de visar atos constitutivos de pessoas

    jurdicas os advogados que prestem servios a rgos ou entidades da Administrao

    Pblica direta ou indireta, da unidade federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou a

    quaisquer reparties administrativas competentes para o mencionado registro. Trata-se de

    uma hiptese de impedimento, ou seja, de proibio parcial ao exerccio da advocacia, nos

    termos do art. 27 da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB).

    03. Joo, advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil,

    veio a ser indiciado por fora de investigao proposta em face de um dos seus inmeros

    clientes, no tendo o causdico participado de qualquer ato ilcito, mas apenas como

    advogado. Veio a saber que seu nome fora includo por fora de exerccio considerado

    exacerbado de sua atividade advocatcia. Contratou advogado para a sua defesa no

    inqurito criminal e postulou assistncia Ordem dos Advogados do Brasil por entender

    feridas suas prerrogativas profissionais. Observado tal relato, consoante as normas do

    Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.

    A) Ao contratar advogado para a defesa da sua pretenso, no mais cabe Ordem dos

    Advogados interferir no processo para salvaguardar eventuais prerrogativas feridas.

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    B) A atuao da Ordem dos Advogados na defesa das prerrogativas profissionais implicar a

    assistncia de representante da instituio, mesmo com defensor constitudo.

    C) A assistncia da Ordem dos Advogados est restrita a processos judiciais ou

    administrativos, mas no a inquritos.

    D) A postulao de assistncia deve ser examinada pelo Conselho Federal da Ordem dos

    Advogados que pode autorizar ou no essa atividade.

    Gabarito: B. Consoante disposio do art. 16 do Regulamento Geral do Estatuto da

    Advocacia e da OAB, o advogado receber assistncia de representante da OAB sem

    prejuzo da atuao de seu defensor , nos inquritos policiais ou nas aes penais em que

    figurar como indiciado, acusado ou ofendido, sempre que o fato a ele imputado decorrer do

    exerccio da profisso ou a este vincular-se.

    04. Nos termos do Estatuto da Advocacia existe a previso de pagamento de honorrios

    advocatcios. Assinale a afirmativa que indica como deve ocorrer o pagamento, quando no

    houver estipulao em contrrio.

    A) Metade no incio e o restante parcelado em duas vezes.

    B) Um tero no inicio, um tero at a deciso de primeira instncia e um tero ao final.

    C) Dez por cento no incio, vinte por cento na sentena e o restante aps o trnsito em

    julgado.

    D) Cinquenta por cento no incio, trinta por cento at deciso de primeiro grau e o restante

    aps o recurso, se existir.

    Gabarito: B. Segundo o art. 22, caput e 3, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da

    OAB), a prestao de servio profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos

    honorrios convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbncia.

    Salvo estipulao em contrrio, um tero dos honorrios devido no incio do servio, outro

    tero at a deciso de primeira instncia e o restante no final.

    05. A advogada Maria solicitou, no cartrio de determinada vara cvel, ter vista e extrair

    cpias dos autos de processo no sujeito a sigilo. O serventurio a quem foi feita a

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    solicitao afirmou que Maria no havia juntado procurao aos autos do processo em

    questo e, em razo disso, apenas poderia ter vista dos autos e que lhe seria vedada a

    extrao de cpias. A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.

    A) O serventurio no agiu corretamente. Mesmo no estando constituda nos autos do

    processo, Maria pode ter vista e obter cpias dos autos do processo, j que o mesmo no

    est sujeito a sigilo.

    B) O serventurio agiu corretamente. O advogado no constitudo nos autos de

    determinado processo apenas pode ter vista dos mesmos em balco, mas no pode retir-

    los de cartrio para extrao de cpias.

    C) O serventurio no agiu corretamente. Tendo em vista que Maria no estava constituda

    nos autos e que no poderia retir-los de cartrio para a extrao de cpias, o serventurio

    deveria ter providenciado pessoalmente as cpias de que Maria necessitava.

    D) O serventurio no agiu corretamente. Tendo em vista que Maria no estava constituda

    nos autos do processo, no poderia sequer ter vista dos mesmos.

    Gabarito: A. O Estatuto da Advocacia e da OAB, em seu art. 7, XIII, assegura aos advogados

    o direito de examinar, em qualquer rgo dos Poderes Judicirio e Legislativo, ou da

    Administrao Pblica em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem

    procurao, quando no estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obteno de cpias,

    podendo, ainda, tomar apontamentos.

    06. O advogado Mrio, para ilustrar a tese que desenvolvia, fez inserir, em petio por ele

    apresentada, citao de julgado inexistente. Inseriu, ainda, citao doutrinria, cujo teor foi

    completamente deturpado. A respeito da hiptese, assinale a afirmativa correta.

    A) Mrio no cometeu infrao disciplinar, pois o advogado, amparado no princpio da

    ampla defesa, deve ter liberdade para defender os interesses de seus clientes da forma que

    achar conveniente.

    B) Mrio cometeu infrao disciplinar punvel com pena de censura, nos termos do EAOAB, e

    violou dispositivo do Cdigo de tica e Disciplina da OAB.

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    C) Mrio cometeu infrao disciplinar punvel com pena de excluso, nos termos do EAOAB,

    e violou dispositivo do Cdigo de tica e Disciplina da OAB.

    D) Mrio no cometeu infrao disciplinar prevista no EAOAB, tendo apenas violado

    dispositivo do Cdigo de tica e Disciplina da OAB.

    Gabarito: B. Por fora do art. 34, XIV, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB),

    constitui infrao disciplinar a deturpao do teor de dispositivo de lei, de citao

    doutrinria ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegaes da parte

    contrria, para confundir o adversrio ou iludir o juiz da causa. O art. 36, I, do mesmo diploma

    legal estabelece que a referida infrao punvel com censura, consistente na repreenso

    oficial da conduta do infrator, sem qualquer publicidade ou divulgao que extrapole os

    prprios rgos da OAB.

    07. Joo, alm de advogado, prspero fazendeiro no Estado W. Aps fiscalizao regular,

    comunicado que seus trabalhadores esto em situao irregular, anloga de escravido.

    Nos termos do Cdigo de tica, o advogado deve

    A) ignorar a comunicao porque so separadas as atividades de advogado e fazendeiro.

    B) deixar de prestar concurso a atos que atentem contra a dignidade da pessoa humana.

    C) atuar como advogado na defesa da situao considerada irregular, ignorando as

    acusaes.

    D) defender sua atuao como fazendeiro que obedece a regras peculiares e costumeiras.

    Gabarito: B. Joo deve abster-se de emprestar concurso aos que atentem contra a tica, a

    moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana, em observncia ao disposto no art.

    2, VIII, d, do Cdigo de tica e Disciplina da OAB.

    Questo

    08. Lara, advogada, chefe do departamento jurdico da empresa Ns e Ns, que

    especializada na produo de cordas. O departamento que ela coordena possui cerca de

    cem advogados. Dez deles resolvem propor ao judicial para reclamar direitos que so

    comuns a todos, inclusive advogada chefe do departamento. Nos termos do Cdigo de

    tica, a advogada chefe do departamento deve

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    A) assumir a defesa da empresa, por fora da relao de trabalho.

    B) comunicar o fato empresa e escusar-se de realizar a defesa.

    C) indicar advogado da sua equipe para realizar a defesa.

    D) renunciar ao cargo por impossibilidade de exerccio do mesmo.

    Gabarito: B. Conforme o art. 4 do Cdigo de tica e Disciplina da OAB, o advogado

    vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relao empregatcia ou por contrato de

    prestao permanente de servios, integrante de departamento jurdico, ou rgo de

    assessoria jurdica, pblico ou privado, deve zelar pela sua liberdade e independncia. Nesse

    caso, considera-se legtima a recusa, pelo advogado, do patrocnio de pretenso

    concernente a lei ou direito que tambm lhe seja aplicvel, ou contrarie expressa orientao

    sua, manifestada anteriormente.

    Questo

    09. Um jovem advogado inicia sua carreira em seu estado natal, angariando clientes em

    decorrncia das suas raras habilidades de negociador. Com o curso do tempo, sua fama de

    bom profissional se espraia e, em razo disso, surgem convites para atuar em outros estados

    da federao. Ao contatar um cliente no Estado Y, distante mais de mil quilmetros do seu

    estado natal, surpreendido pelas autoridades de Y, com determinao restritiva ao seu

    exerccio profissional, por no ser advogado do local. A partir do exposto, nos termos do

    Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta.

    A) O advogado deve restringir o exerccio profissional ao local em que obteve sua inscrio.

    B) O advogado deve solicitar autorizao a cada processo em que atuar fora do local de

    inscrio.

    C) O advogado deve realizar Exame de Ordem em cada estado em que for atuar.

    D) O advogado pode exercer sua profisso em todo o territrio nacional.

    Gabarito: D. Com efeito, o art. 10 da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB)

    dispe que o advogado deve inscrever-se no Conselho Seccional em cujo territrio pretende

    estabelecer o seu domiclio profissional, na forma do regulamento geral. Considera-se

    domiclio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dvida,

    o domiclio da pessoa fsica do advogado. Alm da principal, o advogado deve promover a

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    inscrio suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territrios passar a exercer

    habitualmente a profisso, considerando-se habitualidade a interveno judicial que

    exceder cinco causas por ano. Portanto, o advogado pode exercer sua profisso em todo o

    territrio nacional, desde que observe a regra citada, promovendo inscries suplementares,

    quando for o caso.

    10. O advogado Francisco conhecido por sua rara habilidade no setor de contratos

    empresariais, experto nas chamadas clusulas venenosas que dificultam a quebra imotivada

    de avenas. No exerccio regular da sua profisso de advogado, apresenta-se, munido dos

    devidos poderes, em assembleia de sociedade annima, cujo controlador seu cliente. O

    presidente da assembleia no acolhe a sua presena, aduzindo falta de autorizao legal.

    Nos termos do Estatuto da Advocacia, direito do advogado

    A) ingressar em assembleia, representando seu cliente, mesmo no munido de mandato.

    B) representar seu cliente com procurao outorgada com poderes gerais.

    C) atuar em assembleia a que seu cliente possa comparecer, munido de poderes especiais.

    D) atuar excepcionalmente com autorizao do presidente da assembleia, que supre o

    mandato.

    Gabarito: C. Entre os principais direitos do advogado, estabelecidos pelo art. 7 da Lei n.

    8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB), h o de ingressar livremente em qualquer

    assembleia ou reunio de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual

    este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais (art. 7, VI, d, do EAOAB).

    Filosofia do Direito

    11. A hermenutica aplicada ao direito formula diversos modos de interpretao das leis. A

    interpretao que leva em considerao principalmente os objetivos para os quais um

    diploma legal foi criado chamada de

    A) interpretao restritiva, por levar em conta apenas os objetivos da lei, ignorando sua

    estrutura gramatical.

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    B) interpretao extensiva, por aumentar o contedo de significado das sentenas com seus

    objetivos historicamente determinados.

    C) interpretao autntica, pois apenas as finalidades da lei podem dar autenticidade

    interpretao.

    D) interpretao teleolgica, pois o sentido da lei deve ser considerado luz de seus

    objetivos.

    Gabarito: D. O mtodo teleolgico de interpretao est consagrado no art. 5 da Lei de

    Introduo s Normas do Direito Brasileiro, o qual estabelece que, ao aplicar a lei, o juiz deve

    atender aos fins sociais a que ela se dirige e s exigncias do bem comum. Em outras

    palavras, o juiz deve identificar a inteno, a finalidade, o interesse que a norma pretende

    tutelar. Para alguns doutrinadores, tal interesse se confunde com a vontade do legislador

    (mens legislatoris); outros, contudo, defendem que a interpretao teleolgica no busca a

    vontade do legislador, mas, sim, a vontade da lei (voluntas legis ou ratio legis).

    12. Manter os prprios compromissos no constitui dever de virtude, mas dever de direito, a

    cujo cumprimento pode-se ser forado. Mas prossegue sendo uma ao virtuosa (uma

    demonstrao de virtude) faz-lo mesmo quando nenhuma coero possa ser aplicada. A

    doutrina do direito e a doutrina da virtude no so, consequentemente, distinguidas tanto por

    seus diferentes deveres, como pela diferena em sua legislao, a qual relaciona um motivo

    ou outro com a lei. Pelo trecho acima podemos inferir que Kant estabelece uma relao

    entre o direito e a moral. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.

    A) O direito e a moral so idnticos, tanto na forma como no contedo prescritivo. Assim,

    toda ao contrria moralidade das normas jurdicas tambm uma violao da ordem

    jurdica.

    B) A conduta moral refere-se vontade interna do sujeito, enquanto o direito imposto por

    uma ao exterior e se concretiza no seu cumprimento, ainda que as razes da obedincia

    do sujeito no sejam morais.

    C) A coero, tanto no direito quanto na moral, um elemento determinante. na

    possibilidade de impor-se pela fora, independentemente da vontade, que o direito e a

    moral regulam a liberdade.

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    D) Direito e moral so absolutamente distintos. Consequentemente, cumprir a lei, ainda que

    espontaneamente, no demonstrao de virtude moral.

    Gabarito: B. Segundo Kant, a despeito da distino existente entre Direito e Moral, no h

    uma separao categrica entre ambos. Os preceitos da moralidade so comandos puros,

    fundados na liberdade do ser racional e na razo prtica. A verdadeira liberdade aquela

    segundo a qual o indivduo age conforme a lei moral, tornando-se responsvel por suas

    decises. Enquanto os deveres morais integram a esfera ntima do ser, que os deve respeitar

    independentemente de coeres externas, a legislao jurdica comporta deveres

    motivados por sanes.

    Direito Constitucional

    13. A Constituio brasileira no pode ser emendada

    A) na implantao do estado de emergncia e durante a interveno da Unio nos Estados.

    B) na vigncia do estado de stio e na implantao do estado de emergncia.

    C) quando em estado de stio e durante a interveno da Unio nos Municpios.

    D) na vigncia de estado de defesa, de estado de stio e de interveno federal.

    Gabarito: D. Por fora do disposto no art. 60, 1, da CRFB/88, a Constituio brasileira no

    pode ser emendada durante a vigncia de interveno federal, de estado de defesa ou de

    estado de stio. Trata-se de expressa limitao circunstancial imposta ao poder constituinte

    derivado, a qual pretende evitar que alteraes constitucionais sejam promovidas em

    momentos de fragilidade institucional.

    14. Apesar da existncia de vrios partidos polticos por fora de questes regionais,

    conjunturais e do vnculo da fidelidade partidria, comum a cada ano o surgimento de

    novas agremiaes no cenrio nacional. Quanto ao funcionamento dos partidos polticos,

    luz das normas constitucionais, assinale a afirmativa correta.

    A) Podem receber recursos financeiros de governo estrangeiro.

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    B) Devem prestar as contas partidrias perante Conselho Especial.

    C) Podem ter carter regional, representando pelo menos duas regies.

    D) Tm acesso gratuito ao rdio e televiso nos limites legais.

    Gabarito: D. Segundo o art. 17, 3, da CRFB/88, os partidos polticos tm direito a recursos do

    fundo partidrio e acesso gratuito ao rdio e televiso, na forma da lei. O art. 37 da Lei n.

    9.096/95 estabelece que a propaganda partidria gratuita, gravada ou ao vivo, efetuada

    mediante transmisso por rdio e televiso, deve ser realizada entre as dezenove horas e

    trinta minutos e as vinte e duas horas para, com exclusividade: I) difundir os programas

    partidrios; II) transmitir mensagens aos filiados sobre a execuo do programa partidrio,

    dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido; III) divulgar a

    posio do partido em relao a temas poltico-comunitrios; IV) promover e difundir a

    participao poltica feminina, dedicando s mulheres o tempo que ser fixado pelo rgo

    nacional de direo partidria, observado o mnimo de 10% (dez por cento). No se deve

    confundir a propaganda partidria, na qual so divulgadas as ideias do partido, com vistas a

    atrair novos membros, com a propaganda eleitoral, aquela que tem por objetivo captar

    votos em favor de determinados candidatos.

    15. Em relao aos remdios constitucionais, assinale a afirmativa correta.

    A) O habeas data pode ser impetrado ainda que no haja negativa administrativa em

    relao ao acesso a informaes pessoais.

    B) A ao popular pode ser impetrada por pessoa jurdica.

    C) O particular pode figurar no polo passivo da ao de habeas corpus.

    D) O mandado de segurana somente pode ser impetrado quando as questes jurdicas

    forem incontroversas.

    Gabarito: C. Consoante disposio do art. 5, LXVIII, da CRFB/88, conceder-se- habeas

    corpus sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em

    sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder. Certamente, o abuso de

    poder pressupe ato praticado por autoridade pblica, porm ilegalidades podem ser

    cometidas por qualquer pessoa, seja ela autoridade pblica ou particular.

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    16. Compete ao STF processar e julgar originariamente os litgios listados a seguir, exceo

    de um. Assinale-o.

    A) Entre Estado estrangeiro e Estado membro da federao.

    B) Entre Estado estrangeiro e municpio.

    C) Entre organismo internacional e a Unio.

    D) Entre organismo internacional e Estado membro da federao.

    Gabarito: B. Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, os

    litgios entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a Unio, o Estado, o Distrito

    Federal ou o Territrio (art. 102, I, e, da CRFB/88). Por outro lado, compete aos juzes federais

    processar e julgar as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Municpio

    ou pessoa domiciliada ou residente no Pas (art. 109, II, da CRFB/88).

    17. Preocupado com a concorrncia de eletrodomsticos produzidos na China e com o

    saldo da balana comercial, o Presidente da Repblica, no dia 1 de abril, editou medida

    provisria determinando o aumento da alquota do imposto sobre produtos industrializados

    (IPI) para os produtos provenientes daquele pas. Entretanto, passados 30 (trinta) dias, o

    Congresso Nacional rejeitou a medida provisria, no a convertendo em lei. Com base no

    caso acima, assinale a afirmativa correta.

    A) A medida provisria ter eficcia por mais 30 (trinta) dias, perfazendo o total de 60

    (sessenta) dias.

    B) A medida provisria ter eficcia por mais 30 (trinta) dias, perodo no qual poder haver

    nova tentativa de converso em lei.

    C) A medida provisria perder sua eficcia, cabendo ao Presidente da Repblica, caso

    haja interesse, reedit-la imediatamente.

    D) A medida provisria perder sua eficcia, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por

    decreto legislativo, as relaes jurdicas dela decorrentes.

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    Gabarito: D. Consoante disposio do art. 62, caput e 3 e 11, da CRFB/88, em caso de

    relevncia e urgncia, o Presidente da Repblica poder adotar medidas provisrias, com

    fora de lei, devendo submet-las de imediato ao Congresso Nacional. Caso no sejam

    convertidas em lei no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogvel uma vez e por igual perodo, as

    medidas provisrias perdero eficcia, desde a edio, devendo o Congresso Nacional

    disciplinar, por decreto legislativo, as relaes jurdicas delas decorrentes. No editado o

    decreto legislativo at 60 (sessenta) dias aps a rejeio ou perda de eficcia de medida

    provisria, as relaes jurdicas constitudas e decorrentes de atos praticados durante sua

    vigncia conservar-se-o por ela regidas.

    18. Na ausncia de lei federal estabelecendo normas gerais sobre proteo de ecossistemas

    ameaados, determinado estado da Federao editou, no passado, a sua prpria lei sobre o

    assunto, estabelecendo desde princpios e valores a serem observados at regras

    especficas sobre a explorao econmica de tais reas. Criou, ainda, fiscalizao efetiva

    em seu territrio e multou empresas e produtores que desrespeitaram a lei. Anos depois, a

    Unio edita lei contendo normas gerais sobre o tema e muitas de suas disposies

    conflitavam com a anterior lei estadual. Com relao a este caso, assinale a afirmativa

    correta.

    A) A Unio no poderia legislar, uma vez que o assunto matria de interesse local, no

    havendo justificativa para lei nacional sobre o tema. Houve invaso de competncia

    privativa dos estados.

    B) No campo das competncias legislativas concorrentes, a Unio deve legislar sobre normas

    gerais e o estado pode editar normas suplementares, mas enquanto inexistir lei federal, a

    competncia do estado plena. A supervenincia de lei geral nacional suspende a eficcia

    das disposies contrrias da lei dos estados.

    C) A lei aplicvel, no caso concreto, ser aquela que estabelecer padres mais restritivos,

    em ateno proteo do meio ambiente, no importando se tal norma a federal ou se a

    editada pelos estados-membros.

    D) O estado no poderia ter estabelecido normas prprias na ausncia de lei nacional com

    disposies gerais que definissem marcos a serem seguidos pelos estados. Em consequncia,

    so nulas todas as multas aplicadas anteriormente publicao da lei editada pela Unio.

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    Gabarito: B. Segundo o art. 24, VI, da CRFB/88, compete Unio, aos Estados e ao Distrito

    Federal legislar, concorrentemente, sobre florestas, caa, pesca, fauna, conservao da

    natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle da

    poluio. No mbito da legislao concorrente, a competncia da Unio limita-se edio

    de normas gerais, subsistindo a competncia suplementar dos Estados. Contudo, inexistindo

    lei federal acerca de normas gerais, permite-se aos Estados o exerccio de competncia

    legislativa plena, com vistas a atender as suas peculiaridades. Nesse caso, eventual

    supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspender a eficcia da lei estadual, no

    que lhe for contrrio.

    19. Ajuizada uma Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI) requerendo expressamente que

    se declare inconstitucional o Art. 2 da Lei X, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao apreciar o

    pedido, apenas declarou inconstitucional uma interpretao possvel da norma impugnada,

    sem declarar sua invalidade, e determinou que sua deciso s acarretasse efeitos a partir do

    seu trnsito em julgado. Com base na situao acima, assinale a afirmativa correta.

    A) O STF como rgo do Poder Judicirio, por fora do princpio da correlao, no poderia

    julgar de forma distinta daquela requerida pela parte autora.

    B) O STF, no controle abstrato de constitucionalidade, no est adstrito ao pedido formulado

    na inicial, podendo, inclusive, fazer uma interpretao conforme a Constituio, a despeito

    de expresso requerimento pela declarao de invalidade da norma.

    C) A modulao dos efeitos das decises do STF em Ao Direta de Inconstitucionalidade

    (ADI) possvel, desde que com a aprovao da maioria absoluta dos seus membros.

    D) O STF no pode fixar os efeitos da deciso a partir do seu trnsito em julgado, pois, em

    conformidade com o princpio da supremacia da Constituio, a pecha da

    inconstitucionalidade contamina a lei desde a sua gnese.

    Gabarito: B. Consoante entendimento firmado pela jurisprudncia do Supremo Tribunal

    Federal, a cognio em sede de ao direta de inconstitucionalidade ampla, de modo

    que o Plenrio no fica adstrito aos fundamentos e dispositivos constitucionais trazidos na

    petio inicial, realizando o cotejo da norma impugnada com todo o texto constitucional.

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    Ademais, por fora do art. 27 da Lei n. 9.868/99, a Corte Suprema, atravs da maioria de

    dois teros de seus membros e por razes de segurana jurdica ou excepcional interesse

    social, pode restringir os efeitos da declarao de inconstitucionalidade de lei ou ato

    normativo ou, ainda, decidir que ela s tenha eficcia a partir de seu trnsito em julgado ou

    de outro momento que venha a ser fixado. Trata-se da tcnica de modulao dos efeitos da

    deciso, tambm aplicada, por analogia, aos casos de controle difuso.

    Direitos Humanos

    20. Sobre as denncias e o sistema de responsabilizao por violao de Direitos Humanos,

    perante a Comisso Interamericana de Direitos Humanos, assinale a afirmativa correta.

    A) A Comisso poder responsabilizar tanto o Estado como as pessoas naturais e jurdicas, de

    direito pblico ou privado, que cometeram a violao, solidariamente.

    B) A Comisso no possui competncia para responsabilizar a pessoas naturais, podendo

    apenas determinar a responsabilidade das pessoas jurdicas, de direito pblico ou privado,

    que cometeram a violao.

    C) A Comisso poder responsabilizar tanto o Estado como as pessoas naturais e jurdicas, de

    direito pblico ou privado, que cometeram a violao. Neste caso a responsabilidade do

    Estado ser subsidiria.

    D) A Comisso no possui competncia para atribuir responsabilidades individuais, podendo

    apenas determinar a responsabilidade internacional de um Estado membro da OEA.

    Gabarito: D. Segundo o art. 41 da Conveno Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de

    So Jos da Costa Rica), promulgada pelo Decreto n. 678/92, a Comisso possui a funo

    principal de promover a observncia e a defesa dos direitos humanos e, no exerccio de seu

    mandato, tem as seguintes funes e atribuies: a) estimular a conscincia dos direitos

    humanos nos povos da Amrica; b) formular recomendaes aos governos dos Estados-

    membros, quando considerar conveniente, no sentido de que adotem medidas progressivas

    em prol dos direitos humanos no mbito de suas leis internas e seus preceitos constitucionais,

    bem como disposies apropriadas para promover o devido respeito a esses direitos; c)

    preparar estudos ou relatrios que considerar convenientes para o desempenho de suas

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    funes; d) solicitar aos governos dos Estados-membros que lhe proporcionem informaes

    sobre as medidas que adotarem em matria de direitos humanos; e) atender s consultas

    que, por meio da Secretaria Geral da Organizao dos Estados Americanos, lhe formularem

    os Estados-membros sobre questes relacionadas com os direitos humanos e, dentro de suas

    possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que lhes solicitarem; f) atuar com respeito s

    peties e outras comunicaes, no exerccio de sua autoridade, de conformidade com o

    disposto nos arts. 44 a 51 da Conveno; e g) apresentar um relatrio anual Assemblia

    Geral da Organizao dos Estados Americanos.

    Questo 21

    21. Sobre o sistema global de proteo dos Direitos Humanos, assinale a afirmativa correta.

    A) O Direito Humanitrio, a Organizao Internacional do Trabalho e a Liga das Naes so

    considerados os principais precedentes do processo de internacionalizao dos direitos

    humanos, uma vez que rompem com o conceito de soberania, j que admitem intervenes

    nos pases em prol da proteo dos direitos humanos.

    B) A Declarao Universal dos Direitos Humanos juntamente com a adoo do Pacto

    Internacional dos Direitos Civis e Polticos formam a Carta Internacional dos Direitos Humanos,

    podendo um Estado adotar ou no os seus postulados.

    C) O sistema global restringe-se Carta Internacional dos Direitos Humanos. Outros tratados

    multilaterais sobre Direitos Humanos, que se referem a violaes especficas de direitos, tais

    como Conveno Internacional contra a Tortura, so facultativos e, consequentemente, no

    so considerados como parte do sistema global.

    D) O sistema global composto por mecanismos no convencionais de proteo dos

    direitos humanos. Tais mecanismos so aqueles criados por convenes especficas de

    Direitos Humanos, de adoo facultativa para os Estados.

    Gabarito: A. Com efeito, o Direito Humanitrio, a Liga das Naes e a Organizao

    Internacional do Trabalho compem o contexto histrico do processo de internacionalizao

    e universalizao dos direitos humanos. O Direito Humanitrio, diretamente relacionado com

    a lei da guerra, restringe a atuao do Estado, assegurando o respeito a direitos

    fundamentais e a proteo de civis e militares fora de combate. A Liga das Naes, criada

    aps a 1 Guerra Mundial, reforou a relativizao da soberania dos Estados, incorporando

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    obrigaes de repercusso internacional e sanes econmicas e militares. A Organizao

    Internacional do Trabalho, por sua vez, tambm criada aps a 1 Guerra Mundial, passou a

    fixar padres internacionais para as condies de trabalho e bem estar, a serem observados

    pelos Estados-partes.

    22. A Assembleia Constituinte de 1988 reservou texto expresso para elevar os Direitos

    Humanos ao patamar de princpio fundamental no s no territrio nacional, como tambm

    nas relaes internacionais. Alm de valorizar a independncia do pas no cenrio

    internacional, consagrou a proteo dos interesses do ser humano. Considerando o texto

    constitucional do Estado-parte e a Conveno Americana de Direitos Humanos, as

    afirmativas a seguir esto corretas, exceo de uma. Assinale-a.

    A) Proibio de propaganda a favor da guerra e repdio ao terrorismo e ao racismo.

    B) Proteo judicial mesmo quando a violao de direitos fundamentais for cometida por

    pessoa atuando em funo oficial.

    C) Direito de retificao ou de resposta, que eximiro das outras responsabilidades legais.

    D) Concesso de asilo poltico em delitos polticos ou comuns, conexos com delitos polticos.

    Gabarito: C. O art. 5, V, da CRFB/88 assegura o direito de resposta, proporcional ao agravo,

    alm da indenizao por dano material, moral ou imagem. Tambm a Conveno

    Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de So Jos da Costa Rica), promulgada pelo

    Decreto n. 678/92, em seu art. 14, reconhece o direito de retificao ou resposta. O referido

    dispositivo determina que toda pessoa, uma vez atingida por informaes inexatas ou

    ofensivas emitidas em seu prejuzo por meios de difuso legalmente regulamentados e que se

    dirijam ao pblico em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo rgo de difuso, sua

    retificao ou resposta, nas condies que estabelea a lei. Saliente-se que a retificao ou

    a resposta no eximiro das outras responsabilidades legais em que se houver incorrido.

    Direito Internacional

    23. A respeito dos elementos de conexo no Brasil, assinale a afirmativa correta.

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    A) A lei da nacionalidade da pessoa determina as regras sobre o comeo e o fim da

    personalidade.

    B) A Lex loci executionis aplicvel aos contratos de trabalho, os quais, ainda que tenham

    sido celebrados no exterior, so regidos pela norma do local da execuo das atividades

    laborais.

    C) A norma do pas em que domiciliada a vtima aplica-se aos casos de responsabilidade

    por ato ilcito extracontratual.

    D) O elemento de conexo Lex loci executionis ou Lex loci solutionis o critrio aplicvel,

    como regra geral, para qualificar e reger as obrigaes.

    Gabarito: B. Questo controversa. Segundo o princpio da lex loci executionis, a relao

    jurdica trabalhista deve ser regida pelas leis vigentes no pas da prestao de servio e no

    por aquelas do local da contratao. Este era o contedo da Smula 207/TST, cancelada

    em virtude do advento da Lei n. 11.962/09, que alterou o art. 1 da Lei n. 7.064/82,

    estendendo as regras desse diploma legal a todas as empresas que venham a contratar ou

    transferir trabalhadores para prestar servio no exterior. Embora o item tenha sido objeto de

    diversos recursos, o gabarito preliminar, que considerava a assertiva correta, restou mantido.

    24. Rafael brasileiro naturalizado e casado com Letcia, de nacionalidade italiana. Rafael foi

    transferido pela empresa onde trabalha para a filial na Argentina, estabelecendo-se com sua

    esposa em Crdoba. Em 02/03/2009, l nasceu Valentina, filha do casal, que foi registrada na

    repartio consular do Brasil. De acordo com as normas constitucionais vigentes, assinale a

    afirmativa correta.

    A) Valentina no pode ser considerada brasileira nata, em virtude de a nacionalidade

    brasileira de seu pai ter sido adquirida de modo derivado e pelo fato de sua me ser

    estrangeira.

    B) Valentina brasileira nata, pelo simples fato de seu pai, brasileiro, se ter deslocado por

    motivo de trabalho, em nada influenciando o modo como Rafael adquiriu a nacionalidade.

    C) Valentina somente ser brasileira nata se vier a residir no Brasil e fizer a opo pela

    nacionalidade brasileira aps atingir a maioridade.

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    D) Valentina brasileira nata, no constituindo bice o fato de seu pai ser brasileiro

    naturalizado e sua me, estrangeira.

    Gabarito: D. Consoante disposio do art. 12, I, da CRFB/88, so brasileiros natos: a) os

    nascidos na Repblica Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes

    no estejam a servio de seu pas; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me

    brasileira, desde que qualquer deles esteja a servio da Repblica Federativa do Brasil; c) os

    nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de me brasileira, desde que sejam registrados

    em repartio brasileira competente ou venham a residir na Repblica Federativa do Brasil e

    optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

    Direito Tributrio

    25. Trs irmos so donos de um imvel, em propores iguais. Em relao ao IPTU, cada

    irmo

    A) s pode ser cobrado pelo fisco na razo de 33,33% do imposto.

    B) devedor solidrio em relao ao todo do imposto.

    C) devedor na razo de 33,3% do imposto e responsvel subsidirio pelo restante.

    D) no pode ser cobrado judicialmente pela parte de outro irmo que tenha recursos para

    pag-la.

    Gabarito: B. Segundo o art. 124 do CTN, as pessoas que tenham interesse comum na situao

    que constitua o fato gerador da obrigao principal so solidariamente obrigadas,

    inexistindo benefcio de ordem. O enunciado descreve um caso de solidariedade tributria,

    de modo que o valor total do tributo pode ser exigido de qualquer um dos irmos, surgindo

    para aquele que pagar integralmente a dvida o direito de regresso em face dos demais.

    26. Uma autarquia federal, proprietria de veculos automotores adquiridos recentemente, foi

    surpreendida com a cobrana de IPVA pelo Estado responsvel pelos respectivos

    licenciamentos, no obstante vincular a utilizao desses veculos s suas finalidades

    essenciais. Com base na hiptese sugerida, assinale a afirmativa correta.

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    A) A cobrana constitucional, por se tratar de fato gerador do IPVA.

    B) A cobrana constitucional, por se aplicar o princpio da capacidade contributiva.

    C) A cobrana inconstitucional, por se tratar de iseno fiscal.

    D) A cobrana inconstitucional, por tratar de hiptese de imunidade tributria.

    Gabarito: D. O art. 150, VI, a, da CRFB/88 estabelece que, sem prejuzo de outras garantias

    asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos

    Municpios instituir impostos sobre patrimnio, renda ou servios, uns dos outros. Trata-se de

    hiptese de imunidade recproca, a qual representa uma limitao constitucional ao poder

    de tributar. Saliente-se que as vedaes citadas no se aplicam ao patrimnio, renda e

    aos servios relacionados com a explorao de atividades econmicas regidas pelas normas

    aplicveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestao ou pagamento de

    preos ou tarifas pelo usurio, tampouco se exonera o promitente comprador da obrigao

    de pagar imposto relativamente ao bem imvel.

    27. Suponha que determinada Medida Provisria editada pela Presidenta da Repblica, em

    29/09/2012, estabelea, entre outras providncias, o aumento para as diversas faixas de

    alquotas previstas na legislao aplicvel ao imposto de renda das pessoas fsicas. Nesse

    caso, com base no sistema tributrio nacional, tal Medida Provisria

    A) no violaria o princpio da legalidade e produzir efeitos a partir da data de sua

    publicao.

    B) violaria o princpio da legalidade, por ser incompatvel com o processo legislativo previsto

    na Constituio Federal/88.

    C) no violaria o princpio da legalidade e produzir efeitos a partir de 90 (noventa) dias

    contados a partir da data de sua publicao.

    D) no violaria o princpio da legalidade e s produzir efeitos a partir do primeiro dia do

    exerccio financeiro subsequente data de sua converso em lei.

    Gabarito: D. De acordo com a norma inserta no art. 62, 2, da CRFB/88, a medida provisria

    que implique instituio ou majorao de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V,

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    e 154, II, somente produzir efeitos no exerccio financeiro seguinte, se houver sido convertida

    em lei at o ltimo dia daquele em que foi editada. Assim, no constitui violao ao princpio

    da legalidade a majorao do imposto de renda atravs de medida provisria, uma vez que

    expressamente autorizada pela Constituio. Alm disso, segundo o art. 150, 1, da

    CRFB/88, no se aplica o princpio da anterioridade nonagesimal s alteraes incidentes

    sobre o imposto de renda, exigindo-se, apenas, a observncia do princpio da anterioridade

    anual.

    28. A Unio criou um novo imposto no previsto na CRFB mediante lei complementar sobre a

    propriedade de veculos de duas rodas no motorizados, que adota fato gerador e base de

    clculo diferente dos demais discriminados na Constituio. Nessa situao, a Unio ter

    feito uso de competncia

    A) comum.

    B) residual.

    C) cumulativa.

    D) extraordinria.

    Gabarito: B. Dispe o art. 154, I, da CRFB/88 que a Unio poder instituir, mediante lei

    complementar, impostos no previstos no art. 153, desde que sejam no-cumulativos e no

    tenham fato gerador ou base de clculo prprios dos discriminados na Constituio. Embora

    a competncia legislativa residual pertena, originariamente, aos Estados (art. 25, 1, da

    CRFB/88), em se tratando de matria tributria, tal competncia residual deve ser exercida

    pela Unio.

    Direito Administrativo

    29. Nenhuma proposta foi apresentada na licitao promovida por uma autarquia federal

    para a aquisio de softwares de processamento de dados. Com relao a esse caso,

    assinale a afirmativa correta.

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    A) Um novo procedimento licitatrio deve ser realizado no prazo de at 180 dias do trmino

    do procedimento anterior.

    B) A hiptese de licitao dispensada, ainda que ela possa ser repetida sem prejuzo para

    a Administrao.

    C) A hiptese de inexigibilidade de licitao, desde que a contratao se faa no prazo

    de at 180 dias do trmino do procedimento anterior.

    D) A contratao direta admitida, se a licitao no puder ser repetida sem prejuzo para

    a Administrao.

    Gabarito: D. Nos termos do art. 24, V, da Lei n. 8.666/93, torna-se dispensvel a licitao

    quando no acudirem interessados licitao anterior e esta, justificadamente, no puder

    ser repetida sem prejuzo para a Administrao, mantidas, neste caso, todas as condies

    preestabelecidas.

    30. Um servidor pblico foi acusado de corrupo passiva e peculato. Respondeu a

    processo criminal e foi absolvido por ausncia de provas. Diante dessa situao, assinale a

    afirmativa correta.

    A) A Administrao Pblica, no caso, permanece livre para punir o funcionrio, desde que

    verifique haver desvios na conduta funcional do servidor.

    B) A deciso de absolvio do servidor sempre vincula a Administrao Pblica, que no

    poder punir o seu funcionrio.

    C) A autotutela administrativa permite desconsiderar decises judiciais contrrias lei ou s

    provas dos autos, sendo possvel a aplicao de sanes administrativas com cpias

    extradas do processo criminal.

    D) As decises da justia, que punem o servidor por qualquer crime, vinculam o Poder

    Pblico, embora as decises de absolvio nunca impeam o poder punitivo da

    Administrao.

    Gabarito: A. Segundo os arts. 121 a 126 da Lei n. 8.112/90, a qual dispe sobre o regime

    jurdico dos servidores pblicos civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas

    federais, o servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exerccio irregular de

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    suas atribuies, sendo possvel a cumulao de sanes civis, penais e administrativas,

    porque independentes entre si. A partir da leitura do art. 126 da Lei n. 8.112/90, depreende-

    se que a sentena absolutria por ausncia de provas no obsta a responsabilizao

    administrativa do servidor, somente afastada no caso de absolvio criminal que negue a

    existncia do fato ou sua autoria.

    31. A fim de permitir o escoamento da produo at uma refinaria, uma empresa pblica

    federal, que explora a prospeco de petrleo em um campo terrestre, inicia a construo

    de um oleoduto. O nico caminho possvel para essa construo atravessa a propriedade

    rural de Josenildo que, em razo do oleoduto, teve que diminuir o espao de plantio de

    mamo e, com isso, viu sua renda mensal cair pela metade. Assinale a afirmativa que indica

    a instruo correta que um advogado deve passar a Josenildo.

    A) No h bice constituio da servido administrativa no caso, mas cabe indenizao

    pelos danos decorrentes dessa forma de interveno na propriedade.

    B) A servido administrativa ilegal e Josenildo pode desconstitu-la, pois o instituto s tem

    aplicao em relao aos bens pblicos.

    C) A servido administrativa ilegal, pois o nosso ordenamento veda a interveno do

    Estado sobre propriedades produtivas.

    D) No h bice constituio da servido administrativa e no h de se falar em qualquer

    indenizao.

    Gabarito: A. A servido administrativa o direito real de gozo institudo sobre imvel de

    propriedade alheia em favor da Administrao, para a realizao de obras e servios

    pblicos. Embora no ocorra, como na desapropriao, a transferncia forada da

    propriedade do imvel, onera-se tal propriedade com o uso pblico, razo pela qual

    eventuais prejuzos causados ao particular devem ser indenizados.

    32. Oscar titular da propriedade de um terreno adjacente a uma creche particular.

    Aproveitando a expanso econmica da localidade, decidiu construir em seu terreno um

    grande galpo. Oscar iniciou as obras, sem solicitar prefeitura do municpio X a

    necessria licena para construir, usando material de baixa qualidade. Ainda durante a

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    construo, a diretora da creche notou que a estrutura no apresentava solidez e corria o

    risco de desabar sobre as crianas. Ao tomar conhecimento do fato, a prefeitura do

    municpio X inspecionou o imvel e constatou a gravidade da situao. Aps a devida

    notificao de Oscar, a estrutura foi demolida. Assinale a afirmativa que indica o instituto do

    direito administrativo que autoriza a atitude do municpio X.

    A) Tombamento.

    B) Poder de polcia.

    C) Ocupao temporria.

    D) Desapropriao.

    Gabarito: B. O poder de polcia a faculdade de que dispe a Administrao Pblica para

    condicionar ou restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais, em

    benefcio da coletividade ou do prprio Estado (art. 78 do CTN). O poder de polcia pode ser

    exercido de forma preventiva, exigindo-se que o particular obtenha anuncia prvia da

    Administrao para a utilizao do bem ou exerccio da atividade, ou repressiva, atravs da

    fiscalizao e da aplicao de sanes aos atos infracionais.

    33. As alternativas a seguir apresentam condies que geram vacncia de cargo pblico,

    exceo de uma. Assinale-a.

    A) Falecimento.

    B) Promoo.

    C) Aposentadoria.

    D) Licena para trato de interesse particular.

    Gabarito: D. Segundo o art. 33 da Lei n. 8.112/90, a qual dispe sobre o regime jurdico dos

    servidores pblicos civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais, a

    vacncia do cargo pblico decorre de exonerao, demisso, promoo, readaptao,

    aposentadoria, posse em outro cargo inacumulvel e falecimento.

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    34. Cristina, cidad brasileira comprometida com a boa administrao, descobre que

    determinada obra pblica em sua cidade foi realizada em desacordo com as normas que

    regem as licitaes pblicas, com vistas a beneficiar um particular amigo do prefeito. De

    posse de cpias do processo administrativo que comprovam a situao, pretende ingressar

    com medida judicial para a proteo do patrimnio pblico. Para combater tal situao,

    Cristina dever

    A) ingressar com ao civil pblica, que o meio apto a sanar a lesividade ao patrimnio

    pblico.

    B) propor ao penal privada subsidiria da pblica para condenar o prefeito e o particular

    beneficiado e reparar os prejuzos causados aos cofres pblicos.

    C) impetrar mandado de segurana coletivo para amparar direito lquido e certo seu e de

    todos os cidados aos princpios da legalidade e moralidade.

    D) ingressar com ao popular apta a proteger o patrimnio pblico indevidamente lesado.

    Gabarito: D. Conforme dispe o art. 5, LXXIII, da CRFB/88, qualquer cidado parte legtima

    para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade

    de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio

    histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do

    nus da sucumbncia.

    Direito Ambiental

    35. Na perspectiva da tutela do direito difuso ao meio ambiente, o ordenamento

    constitucional exigiu o estudo de impacto ambiental para instalao e desenvolvimento de

    certas atividades. Nessa perspectiva, o estudo prvio de impacto ambiental est

    concretizado no princpio

    A) da precauo.

    B) da preveno.

    C) da vedao ao retrocesso.

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    D) do poluidor-pagador.

    Gabarito: B. A Constituio de 1988 expressamente recepciona o princpio da preveno ao

    determinar, no caput do art. 225, o dever do Poder Pblico e da coletividade de proteger e

    preservar o meio ambiente para as presentes e futuras geraes. O inciso IV do 1 do

    mesmo artigo impe ao Estado o dever de exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou

    atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente,

    estudo prvio de impacto ambiental. De fato, o princpio da preveno significa que os

    perigos comprovados devem ser repelidos, evitando-se a ocorrncia de resultados danosos

    tomados por certos ou definidos. Tal preveno concretiza-se atravs de instrumentos como

    o EIA/Rima, o manejo ecolgico, o tombamento, as liminares judiciais, as sanes

    administrativas e, primordialmente, atravs de uma poltica de educao ambiental capaz

    de fazer despertar nas pessoas a necessria conscincia ecolgica.

    36. Joo, militante ambientalista, adquire chcara em rea rural j degradada, com o

    objetivo de cultivar alimentos orgnicos para consumo prprio. Alguns meses depois, ele

    notificado pela autoridade ambiental local de que a rea de preservao permanente.

    Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.

    A) Joo responsvel pela regenerao da rea, mesmo no tendo sido responsvel por

    sua degradao, uma vez que se trata de obrigao propter rem.

    B) Joo somente teria a obrigao de regenerar a rea caso soubesse do dano ambiental

    cometido pelo antigo proprietrio, em homenagem ao princpio da boa-f.

    C) O nico responsvel pelo dano o antigo proprietrio, causador do dano, uma vez que

    Joo no pode ser responsabilizado por ato ilcito que no cometeu.

    D) No h responsabilidade do antigo proprietrio ou de Joo, mas da Administrao

    Pblica, em razo da omisso na fiscalizao ambiental quando da transmisso da

    propriedade.

    Gabarito: A. Obrigao propter rem aquela atribuda a algum por sua qualidade de

    proprietrio ou titular de direito real sobre determinado bem. Segundo o art. 7 da Lei n.

    12.651/2012 (Cdigo Florestal), a vegetao situada em rea de Preservao Permanente

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    (APP) deve ser mantida pelo proprietrio da rea, possuidor ou ocupante a qualquer ttulo,

    pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado. Tendo ocorrido supresso de

    vegetao, o proprietrio da rea, possuidor ou ocupante a qualquer ttulo ser obrigado a

    promover a recomposio da vegetao, ressalvados os usos autorizados previstos na Lei. Tal

    obrigao possui natureza real e, no caso de transferncia de domnio ou posse, ser

    transmitida ao sucessor.

    Direito Civil

    37. Rogrio, solteiro, maior e capaz, estando acometido por grave enfermidade, descobre

    que pai biolgico de Mateus, de dez anos de idade, embora no conste a filiao paterna

    no registro de nascimento. Diante disso, Rogrio decide lavrar testamento pblico, em que

    reconhece ser pai de Mateus e deixa para este a totalidade de seus bens. Sobrevindo a

    morte de Rogrio, Renato, maior e capaz, at ento o nico filho reconhecido por Rogrio,

    surpreendido com as disposies testamentrias e resolve consultar um advogado a respeito

    da questo. A partir do fato narrado, assinale a afirmativa correta.

    A) Todas as disposies testamentrias so invlidas, tendo em vista que, em seu testamento,

    Rogrio deixou de observar a parte legtima legalmente reconhecida a Renato, o que

    inquina todo o testamento pblico, por ser este um ato nico.

    B) A disposio testamentria que reconhece a paternidade de Mateus vlida, devendo

    ser includa a filiao paterna no registro de nascimento; a disposio testamentria relativa

    aos bens dever ser reduzida ao limite da parte disponvel, razo pela qual Mateus receber

    o quinho equivalente a 75% da herana e Renato o quinho equivalente a 25% da

    herana.

    C) Todas as disposies testamentrias so invlidas, uma vez que Rogrio no poderia

    reconhecer a paternidade de Mateus em testamento e, ainda, foi desconsiderada a parte

    legtima de seu filho Renato.

    D) A disposio testamentria que reconhece a paternidade de Mateus vlida, devendo

    ser includa a filiao paterna no registro de nascimento; , contudo, invlida a disposio

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    testamentria relativa aos bens, razo pela qual caber a cada filho herdar metade da

    herana de Rogrio.

    Gabarito: B. Consoante disposio do art. 1.609, III, do CC/02, possvel o reconhecimento

    dos filhos havidos fora do casamento por testamento, ainda que incidentalmente

    manifestado. So herdeiros necessrios, por fora do art. 1.845 do CC/02, os descendentes,

    os ascendentes e o cnjuge, os quais possuem direito metade dos bens do falecido,

    denominada legtima. Assim, havendo tais herdeiros, a pessoa no pode dispor, em

    testamento, de mais da metade de seus bens. Na hiptese descrita pelo enunciado, Mateus

    herdar toda a parte disponvel, mas dever dividir a legtima com os outros herdeiros

    necessrios (no caso, apenas Rogrio).

    38. De acordo com o Cdigo Civil, opera-se o mandato quando algum recebe de outrem

    poderes para, em nome deste, praticar atos ou administrar interesses. Daniel outorgou a

    Heron, por instrumento pblico, poderes especiais e expressos, por prazo indeterminado,

    para vender sua casa na Rua da Abolio, em Salvador, Bahia. Ocorre que, trs dias depois

    de lavrada e assinada a procurao, em viagem para um congresso realizado no exterior,

    Daniel sofre um acidente automobilstico e vem a falecer, quando ainda fora do pas. Heron,

    no mesmo dia da morte de Daniel, ignorando o bito, vende a casa para Fbio, que a

    compra, estando ambos de boa-f. De acordo com a situao narrada, assinale a afirmativa

    correta.

    A) A compra e venda nula, em razo de ter cessado o mandato automaticamente, com a

    morte do mandante.

    B) A compra e venda vlida, em relao aos contratantes.

    C) A compra e venda invlida, em razo de ter o mandato sido celebrado por prazo

    indeterminado, quando deveria, no caso, ter termo certo.

    D) A compra e venda anulvel pelos herdeiros de Daniel, que podem escolher entre

    corroborar o negcio realizado em nome do mandante falecido, revog-lo, ou cobrar

    indenizao do mandatrio.

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    Gabarito: B. Opera-se o mandato quando algum recebe de outrem poderes para, em seu

    nome, praticar atos ou administrar interesses. A procurao o instrumento do mandato (art.

    653 do CC/02). Embora a morte ou interdio de uma das partes cesse o mandato (art. 682,

    II, do CC/02), so vlidos, a respeito dos contratantes de boa-f, os atos com estes ajustados

    em nome do mandante pelo mandatrio, enquanto este ignorar a morte daquele ou a

    extino do mandato, por qualquer outra causa (art. 689 do CC/02).

    39. Gustavo completou 17 anos de idade em janeiro de 2010. Em maro de 2010 colou grau

    em curso de ensino mdio. Em julho de 2010 contraiu matrimnio com Beatriz. Em setembro

    de 2010, foi aprovado em concurso pblico e iniciou o exerccio de emprego pblico efetivo.

    Por fim, em novembro de 2010, estabeleceu-se no comrcio, abrindo um restaurante.

    Assinale a alternativa que indica o momento em que se deu a cessao da incapacidade

    civil de Gustavo.

    A) No momento em que iniciou o exerccio de emprego pblico efetivo.

    B) No momento em que colou grau em curso de ensino mdio.

    C) No momento em que contraiu matrimnio.

    D) No momento em que se estabeleceu no comrcio, abrindo um restaurante.

    Gabarito: C. Conforme disposio do art. 5, pargrafo nico, do CC/02, para aqueles com

    idade inferior a 18 (dezoito) anos, cessa a incapacidade: I) pela concesso dos pais, ou de

    um deles na falta do outro, mediante instrumento pblico, independentemente de

    homologao judicial, ou por sentena do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 (dezesseis)

    anos completos; II) pelo casamento; III) pelo exerccio de emprego pblico efetivo; IV) pela

    colao de grau em curso de ensino superior; V) pelo estabelecimento civil ou comercial, ou

    pela existncia de relao de emprego, desde que, em funo deles, o menor com 16

    (dezesseis) anos completos tenha economia prpria. Na hiptese descrita pelo enunciado, a

    cessao da incapacidade de Gustavo ocorreu em julho de 2010, quando contraiu

    matrimnio.

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    40. Amlia e Alberto so casados pelo regime de comunho parcial de bens. Alfredo, amigo

    de Alberto, pede que ele seja seu fiador na compra de um imvel. Diante da situao

    apresentada, assinale a afirmativa correta.

    A) A garantia acessria poder ser prestada exclusivamente por Alberto.

    B) A outorga de Amlia se far indispensvel, independente do regime de bens.

    C) A fiana, se prestada por Alberto sem o consentimento de Amlia, ser anulvel.

    D) A anulao do aval somente poder ser pleiteada por Amlia durante o perodo em que

    estiver casada.

    Gabarito: C. Segundo os arts. 1.647 a 1.649 do CC/02, nenhum dos cnjuges pode, sem

    autorizao do outro, exceto no regime da separao absoluta: I) alienar ou gravar de nus

    real os bens imveis; II) pleitear, como autor ou ru, acerca desses bens ou direitos; III) prestar

    fiana ou aval; IV) fazer doao, no sendo remuneratria, de bens comuns, ou dos que

    possam integrar futura meao. Cabe ao juiz suprir a outorga, quando um dos cnjuges a

    denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossvel conced-la. A falta de autorizao, no

    suprida pelo juiz, quando necessria, tornar anulvel o ato praticado, podendo o outro

    cnjuge pleitear-lhe a anulao, at dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.

    No mesmo sentido, a Smula n. 332/STJ estabelece que a fiana prestada sem autorizao

    de um dos cnjuges implica a ineficcia total da garantia.

    41. Os vitrais do Mercado Municipal de So de Paulo, durante a reforma feita em 2004, foram

    retirados para limpeza e restaurao da pintura. Considerando a hiptese e as regras sobre

    bens jurdicos, assinale a afirmativa correta.

    A) Os vitrais, enquanto separados do prdio do Mercado Municipal durante as obras, so

    classificados como bens mveis.

    B) Os vitrais retirados na qualidade de material de demolio, considerando que o Mercado

    Municipal resolva descartar-se deles, sero considerados bens mveis.

    C) Os vitrais do Mercado Municipal, considerando que foram feitos por grandes artistas

    europeus, so classificados como bens fungveis.

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    D) Os vitrais retirados para restaurao, por sua natureza, so classificados como bens

    mveis.

    Gabarito: B. Segundo o art. 81 do CC/02, so bens imveis por destinao: I) as edificaes

    que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;

    II) os materiais provisoriamente separados de um prdio, para nele se reempregarem. Assim,

    na hiptese de os vitrais serem provisoriamente retirados do Mercado Municipal, no

    perdero a qualidade de imveis que possuam quando agregados edificao. O art. 84

    do CC/02, por sua vez, ao tratar dos bens mveis por destinao, inclui nessa categoria os

    materiais de construo nunca antes empregados, bem como os decorrentes da demolio

    de prdio. Portanto, se os vitrais forem retirados do Mercado Municipal para serem

    descartados ou para serem colocados em outra obra, sero considerados bens mveis.

    42. Joo, credor quirografrio de Marcos em R$ 150.000,00, ingressou com Ao Pauliana,

    com a finalidade de anular ato praticado por Marcos, que o reduziu insolvncia. Joo

    alega que Marcos transmitiu gratuitamente para seu filho, por contrato de doao,

    propriedade rural avaliada em R$ 200.000,00. Considerando a hiptese acima, assinale a

    afirmativa correta.

    A) Caso o pedido da Ao Pauliana seja julgado procedente e seja anulado o contrato de

    doao, o benefcio da anulao aproveitar somente a Joo, cabendo aos demais

    credores, caso existam, ingressarem com ao individual prpria.

    B) O caso narrado traz hiptese de fraude de execuo, que constitui defeito no negcio

    jurdico por vcio de consentimento.

    C) Na hiptese de Joo receber de Marcos, j insolvente, o pagamento da dvida ainda no

    vencida, ficar Joo obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar

    o concurso de credores, aquilo que recebeu.

    D) Joo tem o prazo prescricional de dois anos para pleitear a anulao do negcio jurdico

    fraudulento, contado do dia em que tomar conhecimento da doao feita por Marcos.

    Gabarito: C. Por fora da norma inserta no art. 162 do CC/02, o credor quirografrio que

    receber do devedor insolvente o pagamento de dvida ainda no vencida ficar obrigado a

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    repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo

    que recebeu.

    43. Luis, produtor de soja, firmou contrato de emprstimo de um trator com seu vizinho Joo.

    No contrato, Luis se comprometeu a devolver o trator 10 dias aps o trmino da colheita.

    Restou ainda acordado um valor para a hiptese de atraso na entrega. Considerando o caso

    acima, assinale a afirmativa correta.

    A) Caracterizada a mora na devoluo do trator, Luiz responder pelos prejuzos decorrentes

    de caso fortuito ou de fora maior, salvo se comprovar que o dano ocorreria mesmo se

    houvesse cumprido sua obrigao na forma ajustada.

    B) Por se tratar de hiptese de mora pendente, indispensvel a interpelao judicial ou

    extrajudicial para que Joo constitua Luis em mora.

    C) Luis, ainda que agindo dolosamente, no ter responsabilidade pela conservao do

    trator na hiptese de Joo recusar-se a receber o bem na data ajustada.

    D) No caracteriza mora a hiptese de Joo se recusar a receber o trator na data

    avenada para no comprometer o espao fsico de seu galpo, vez que necessria a

    comprovao de sua culpa e a ausncia de justo motivo.

    Gabarito: A. Consoante disposio dos arts. 394, 395 e 399 do CC/02, considera-se em mora

    o devedor que no efetuar o pagamento - e o credor que no quiser receb-lo no tempo,

    lugar e forma que a lei ou a conveno estabelecer. O devedor responde pelos prejuzos a

    que sua mora der causa, mais juros, atualizao dos valores monetrios e honorrios de

    advogado. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestao, ainda que

    essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de fora maior, se estes ocorrerem durante o

    atraso; salvo se provar iseno de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a

    obrigao fosse oportunamente desempenhada.

    Estatuto da Criana e do Adolescente

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    44. Acerca da colocao da criana ou do adolescente em famlia substituta na

    modalidade adoo, assinale a afirmativa correta.

    A) A adoo extingue os vnculos pretritos entre o adotado e a famlia anterior, porm,

    excepcionalmente, no caso de falecimento dos adotantes, o poder familiar dos pais naturais

    poder ser restabelecido, se atender ao melhor interesse do menor.

    B) A adoo produz os seus efeitos a partir do trnsito em julgado da sentena declaratria

    do estado de filiao, porm, se o adotante vier a falecer no curso do procedimento os

    efeitos retroagiro data do bito.

    C) A adoo depende do consentimento do adotando, se maior de 12 anos de idade, e dos

    pais do adotando ou do representante legal deste ou do guardio legal ou de fato, na falta

    dos primeiros.

    D) A adoo produz os seus efeitos a partir do trnsito em julgado da sentena constitutiva,

    porm, se o adotante vier a falecer aps inequvoca manifestao de vontade no curso do

    procedimento, os efeitos retroagiro data do bito.

    Gabarito: D. Consoante disposio do art. 47, 7, da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criana e

    do Adolescente), o vnculo da adoo constitui-se por sentena judicial, produzindo efeitos

    somente aps o trnsito em julgado. Configura exceo regra a hiptese prevista no art.

    42, 6, da referida Lei, que permite o deferimento da adoo ao adotante que, aps

    inequvoca manifestao de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de

    prolatada a sentena. Nesse caso, a adoo possuir fora retroativa data do bito.

    45. Com relao internao, observado o que prev o Estatuto da Criana e do

    Adolescente, assinale a afirmativa correta.

    A) Deve obedecer ao perodo determinado de um ano e meio, prorrogvel por igual

    perodo, para atos infracionais praticados com emprego de violncia.

    B) Deve obedecer ao perodo determinado de um ano, prorrogvel por igual perodo, para

    atos infracionais praticados sem emprego de violncia.

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    C) No comporta perodo determinado e no pode ultrapassar o mximo de trs anos,

    independente do emprego ou no de violncia no ato infracional praticado.

    D) No pode ultrapassar o perodo mximo de trs anos, quando o adolescente dever ser

    colocado em liberdade com o dever de reparar o dano no caso de ato infracional com

    reflexos patrimoniais.

    Gabarito: C. Segundo o art. 121 da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criana e do Adolescente), a

    internao constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princpios de brevidade,

    excepcionalidade e respeito condio peculiar de pessoa em desenvolvimento. Ser

    permitida a realizao de atividades externas, a critrio da equipe tcnica da entidade,

    salvo expressa determinao judicial em contrrio. A medida no comporta prazo

    determinado, devendo sua manuteno ser reavaliada, mediante deciso fundamentada,

    no mximo a cada seis meses. Em nenhuma hiptese, contudo, o perodo mximo de

    internao poder exceder a trs anos. Alm disso, a liberao torna-se compulsria aos 21

    (vinte e um) anos de idade.

    Direito do Consumidor

    46. Aurora contratou com determinada empresa de telefonia fixa um pacote de servios de

    valor preestabelecido que inclua ligaes locais de at 100 minutos e iseno total dos

    valores pelo perodo de trs meses, exceto os minutos que ultrapassassem os contratados,

    ligaes interurbanas e para telefone mvel. Para sua surpresa, logo no primeiro ms

    recebeu cobrana pelo pacote de servios no importe trs vezes superior ao contratado,

    mesmo que tivesse utilizado apenas 32 minutos em ligaes locais. A consumidora fez

    diversos contatos com a fornecedora do servio para reclamar o ocorrido, mas no obteve

    soluo. De posse dos nmeros dos protocolos de reclamaes, ingressou com medida

    judicial, obtendo liminar favorvel para absteno de cobrana e de negativao do nome.

    Considerando o caso acima descrito, assinale a afirmativa correta.

    A) A converso da obrigao em perdas e danos faz-se independentemente de eventual

    aplicao de multa.

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    B) A multa diria ao ru pode ser fixada na sentena, mas desde que o autor tenha

    requerido expressamente.

    C) A converso da obrigao em perdas e danos independe de pedido do autor, em

    qualquer hiptese.

    D) A tutela liminar ser concedida, desde que no implique em ordem de busca e

    apreenso, que requer medida cautelar prpria e justificao prvia.

    Gabarito: A. Conforme disposio do art. 84 da 8.078/90 (Cdigo de Defesa do Consumidor),

    na ao que tenha por objeto o cumprimento da obrigao de fazer ou no fazer, o juiz

    dever conceder a tutela especfica da obrigao ou determinar providncias que

    assegurem o resultado prtico equivalente ao do adimplemento. A converso da obrigao

    em perdas e danos somente ser admissvel se por elas optar o autor ou se impossvel a tutela

    especfica ou a obteno do resultado prtico correspondente. Alm disso, a indenizao

    por perdas e danos se far sem prejuzo da multa (arts. 287, 461, 4, e 461-A do CPC).

    47. Elisabeth e Marcos, desejando passar a lua-de-mel em Paris, adquiriram junto

    Operadora de Viagens e Turismo X um pacote de viagem, composto de passagens areas

    de ida e volta, hospedagem por sete noites, e seguro sade e acidentes pessoais, este ltimo

    prestado pela seguradora Y. Aps chegar cidade, Elisabeth sofreu os efeitos de uma

    gastrite severa e Marcos entrou em contato com a operadora de viagens a fim de que o

    seguro fosse acionado, sendo informado que no havia mdico credenciado naquela

    localidade. O casal procurou um hospital, que manteve Elisabeth internada por 24 horas, e

    retornou ao Brasil no terceiro dia de estada em Paris, tudo s suas expensas. Partindo da

    hiptese apresentada, assinale a afirmativa correta.

    A) O casal poder acionar judicialmente a operadora de turismo, mesmo que a falha do

    servio tenha sido da seguradora, em razo da responsabilidade solidria aplicvel ao caso.

    B) O casal somente poder acionar judicialmente a seguradora Y, j que a operadora de

    turismo responderia por falhas na organizao da viagem, e no pelo seguro porque esse foi

    realizado por outra empresa.

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    C) O casal ter que acionar judicialmente a operadora de turismo e a seguradora

    simultaneamente por se tratar da hiptese de litisconsrcio necessrio e unitrio, sob pena

    de insurgir em carncia da ao.

    D) O casal no poder acionar judicialmente a operadora de turismo j que havia liberdade

    de contratar o seguro sade viagem com outra seguradora e, portanto, no se tratando de

    venda casada, no h responsabilidade solidria na hiptese.

    Gabarito: A. Com efeito, todas as empresas integrantes da cadeia de fornecedores de

    servios respondem solidariamente pelos danos causados aos consumidores por defeitos na

    prestao dos servios contratados. Conforme disposio do art. 25, 1, da 8.078/90

    (Cdigo de Defesa do Consumidor), havendo mais de um responsvel pela causa do dano,

    todos respondem solidariamente pela reparao do mesmo.

    Direito Empresarial

    48. A respeito das diferenas existentes entre as sociedades annimas abertas e fechadas,

    assinale a afirmativa correta.

    A) A companhia ser aberta ou fechada conforme os valores mobilirios de sua emisso

    sejam admitidos ou no negociao no mercado de bolsa ou de balco.

    B) As companhias abertas podero emitir partes beneficirias, opes de compra de aes

    e bnus de subscrio.

    C) O estatuto social de uma companhia fechada nunca poder impor limitaes

    circulao das aes ordinrias, mas poder faz-lo em relao s aes preferenciais.

    D) As aes ordinrias e preferenciais de uma companhia aberta podero ser de uma ou

    mais classes.

    Gabarito: A. A companhia ou sociedade annima possui o capital dividido em aes, e a

    responsabilidade dos scios ou acionistas limita-se ao preo de emisso das aes subscritas

    ou adquiridas. Conforme disposio do art. 4 da Lei n. 6.404/76, a companhia aberta ou

    fechada conforme os valores mobilirios de sua emisso estejam ou no admitidos

    negociao no mercado de valores mobilirios.

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    49. Com relao s atribuies do Comit de Credores, quando constitudo no mbito da

    recuperao judicial, assinale a afirmativa correta.

    A) Fiscalizar a execuo do plano de recuperao judicial.

    B) Fornecer, com presteza, todas as informaes exigidas pelos credores interessados.

    C) Consolidar o quadro geral de credores e providenciar sua publicao.

    D) Apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatrio mensal das atividades do devedor.

    Gabarito: A. Segundo o art. 27, II, da Lei 11.101/05, na recuperao judicial, o Comit de

    Credores possui as seguintes atribuies a) fiscalizar a administrao das atividades do

    devedor, apresentando, a cada 30 (trinta) dias, relatrio de sua situao; b) fiscalizar a

    execuo do plano de recuperao judicial; c) submeter autorizao do juiz, quando

    ocorrer o afastamento do devedor nas hipteses previstas nesta Lei, a alienao de bens do

    ativo permanente, a constituio de nus reais e outras garantias, bem como atos de

    endividamento necessrios continuao da atividade empresarial durante o perodo que

    antecede a aprovao do plano de recuperao judicial.

    50. Lavanderias Roupa Limpa Ltda. (Roupa Limpa) alienou um de seus estabelecimentos

    comerciais, uma lavanderia no bairro do Jacintinho, na cidade de Macei, para Caio da

    Silva, empresrio individual. O contrato de trespasse foi omisso quanto possibilidade de

    restabelecimento da Roupa Limpa, bem como nada disps a respeito da responsabilidade

    de Caio da Silva por dbitos anteriores transferncia do estabelecimento. Nesse cenrio,

    assinale a afirmativa correta.

    A) O contrato de trespasse ser oponvel a terceiros, independentemente de qualquer

    registro na Junta Comercial ou publicao.

    B) Caio da Silva no responder por qualquer dbito anterior transferncia, exceto os que

    no estiverem devidamente escriturados.

    C) Na omisso do contrato de trespasse, Roupa Limpa poder se restabelecer no bairro do

    Jacintinho e fazer concorrncia a Caio da Silva.

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    D) No havendo autorizao expressa, Roupa Limpa no poder fazer concorrncia a

    Caio da Silva, nos cinco anos subsequentes transferncia.

    Gabarito: D. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para

    exerccio da empresa, por empresrio ou por sociedade empresria. O art. 1.144 do CC/02

    estabelece que o contrato que tenha por objeto a alienao, o usufruto ou arrendamento

    do estabelecimento somente produzir efeitos quanto a terceiros depois de averbado

    margem da inscrio do empresrio ou da sociedade empresria, no Registro Pblico de

    Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. De acordo com o art. 1.147 do

    mesmo diploma legal, no havendo autorizao expressa, o alienante do estabelecimento

    no pode fazer concorrncia ao adquirente, nos 05 (cinco) anos subsequentes

    transferncia.

    51. Laurentino recebeu um cheque nominal sacado na praa de Z no valor de R$ 20.000,00

    (vinte mil reais) e pagvel na praa de A. Vinte dias aps a emisso e antes da

    apresentao ao sacado foram furtados vrios documentos da residncia do tomador,

    dentre eles o referido cheque. Com base nestas informaes, assinale a afirmativa correta.

    A) A medida judicial cabvel para impedir o pagamento do cheque pelo sacado a contra-

    ordem ou oposio, que produz efeito durante o prazo de apresentao.

    B) A medida extrajudicial cabvel para impedir o pagamento do cheque pelo sacado a

    sustao ou oposio, que depende da prova da existncia de fundos disponveis.

    C) A medida judicial cabvel para impedir o pagamento do cheque pelo sacado a

    sustao ou oposio, que produz efeito apenas aps o prazo de apresentao.

    D) A medida extrajudicial cabvel para impedir o pagamento do cheque pelo sacado a

    sustao ou oposio, que est fundada em relevante razo de direito.

    Gabarito: D. Conforme o art. 36 da Lei n. 7.357/85, mesmo durante o prazo de apresentao,

    o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao

    sacado, por escrito, oposio fundada em relevante razo de direito. A oposio do

    emitente e a revogao ou contra-ordem se excluem reciprocamente. No cabe ao

    sacado julgar da relevncia da razo invocada pelo oponente.

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    52. Heliodora Moda Feminina Ltda. locatria de uma loja situada no shopping center

    Mateus Leme. Sobre o contrato de locao de uma unidade comercial em shopping center,

    assinale a afirmativa correta.

    A) O locador poder recusar a renovao do contrato com fundamento na necessidade de

    ele prprio utilizar o imvel.

    B) As despesas cobradas do locatrio no precisam estar previstas em oramento, desde

    que devidamente demonstradas.

    C) O empreendedor poder cobrar do locatrio as despesas com obras de reformas que

    interessem estrutura do shopping.

    D) As condies livremente pactuadas no contrato respectivo prevalecero nas relaes

    entre os lojistas e o empreendedor.

    Gabarito: D. Segundo o art. 54 da Lei n. 8.245/91, nas relaes entre lojistas e

    empreendedores de shopping center, devem prevalecer as condies livremente

    pactuadas nos contratos de locao respectivos e as disposies procedimentais previstas

    na referida lei. O empreendedor no poder cobrar do locatrio em shopping center: a) as

    despesas com obras de reformas ou acrscimos que interessem estrutura integral do

    imvel; b) despesas com a pintura das fachadas, empenas, poos de aerao e iluminao,

    bem como das esquadrias externas; c) indenizaes trabalhistas e previdencirias pela

    dispensa de empregados, ocorridas em data anterior ao incio da locao; d) despesas com

    obras ou substituies de equipamentos, que impliquem modificar o projeto ou o memorial

    descritivo da data do habite-se e obras de paisagismo nas partes de uso comum. As

    despesas cobradas do locatrio devem ser previstas em oramento, salvo casos de urgncia

    ou fora maior, devidamente demonstradas, podendo o locatrio, a cada 60 (sessenta dias),

    por si ou entidade de classe, exigir a comprovao das mesmas.

    Direito Processual Civil

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    53. Com relao ao incio da contagem do prazo para apresentao de resposta, em ao

    ajuizada pelo rito comum ordinrio, em face de apenas um ru, assinale a afirmativa correta.

    A) Em se tratando de citao postal, comea a correr o prazo a partir da data da juntada

    aos autos do aviso de recebimento.

    B) Em se tratando de citao por oficial de justia, comea a correr o prazo no dia seguinte

    ao do cumprimento da diligncia.

    C) Em se tratando de citao por carta precatria, comea a correr o prazo no dia em que

    a carta devolvida ao juzo de origem.

    D) Em se tratando de citao por edital, comea a correr o prazo no dia seguinte ao da

    publicao do referido edital.

    Gabarito: A. Nos termos do art. 241 do CPC, comea a correr o prazo: I) quando a citao

    ou intimao for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de recebimento; II)

    quando a citao ou intimao for por oficial de justia, da data de juntada aos autos do

    mandado cumprido; III) quando houver vrios rus, da data de juntada aos autos do ltimo

    aviso de recebimento ou mandado citatrio cumprido; IV) quando o ato se realizar em

    cumprimento de carta de ordem, precatria ou rogatria, da data de sua juntada aos autos

    devidamente cumprida; V) quando a citao for por edital, finda a dilao assinada pelo

    juiz.

    54. A respeito da penhora, assinale a afirmativa correta.

    A) A penhora no ser realizada quando o bem estiver na posse, deteno ou guarda de

    terceiro.

    B) Havendo mais de uma penhora, lavrar-se- um nico auto de penhora.

    C) Se o devedor fechar as portas da casa, a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial de

    justia providenciar o arrombamento, independente de qualquer autorizao judicial.

    D) O juiz autorizar a alienao antecipada dos bens penhorados quando houver manifesta

    vantagem.

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    Gabarito: D. A penhora o ato de apreenso e depsito de bens do devedor ou de terceiro

    responsvel, recaindo sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal

    atualizado, juros, custas e honorrios advocatcios. Efetua-se a penhora onde quer que se

    encontrem os bens, ainda que sob a posse, deteno ou guarda de terceiros (art. 659, 1,

    do CPC). Havendo mais de uma penhora, lavra-se um auto para cada uma delas (art. 664,

    pargrafo nico, CPC). possvel a alienao antecipada dos bens penhorados, quando

    sujeitos a deteriorao ou depreciao ou houver manifesta vantagem (art. 670 do CPC).

    55. A respeito da capacidade processual, assinale a afirmativa correta.

    A) Os municpios sero representados em juzo, ativa e passivamente, pelo Prefeito ou pelo

    procurador.

    B) O juiz, de plano, dever extinguir o processo sem resoluo do mrito, ao verificar a

    incapacidade processual ou a irregularidade da representao das partes.

    C) O juiz dar curador especial ao ru preso, bem como ao ru citado por hora certa, por

    edital ou por meio eletrnico.

    D) A citao dos cnjuges nas aes que versem sobre direitos reais imobilirios

    prescindvel.

    Gabarito: A. Nos termos do art. 12, I e II, do CPC, a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os

    Territrios so representados em juzo, ativa e passivamente, por seus procuradores; os

    Municpios, por seus Prefeitos ou procuradores. O art. 8 do CPC estabelece que os incapazes

    devem ser representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei

    civil. Por fora do art. 9 do mesmo diploma legal, o juiz deve nomear curador especial: I) ao

    incapaz, se no tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele;

    II) ao ru preso, bem como ao revel (art. 319 do CPC) citado por edital ou com hora certa.

    No que tange aos cnjuges, ambos devem ser citados para as aes que versem sobre

    direitos reais imobilirios (art. 10, 1, I, do CPC). Uma vez verificada a incapacidade

    processual ou a irregularidade da representao das partes, o juiz, suspendendo o processo,

    marcar prazo razovel para ser sanado o defeito (art. 13 do CPC).

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    56. A Lei n. 12.153/09 regulamenta a criao e o funcionamento dos Juizados Especiais da

    Fazenda Pblica no mbito dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios.

    Tal diploma legal trouxe importantes inovaes ordem processual vigente, buscando

    solucionar ou reduzir os problemas causados pelo elevado nmero de demandas fazendrias

    que obstam o adequado funcionamento da mquina judiciria. Consoante o exposto,

    assinale a afirmativa correta.

    A) Os Juizados da Fazenda Pblica so relativamente competentes para o processamento e

    julgamento daquelas causas cveis que versem sobre interesse dos Estados, do Distrito

    Federal, dos Territrios e dos Municpios at o valor de 60 (sessenta) salrios mnimos.

    B) expressamente vedada a concesso de quaisquer providncias cautelares e

    antecipatrias no curso do processo que importem em nus para os entes da Administrao

    Pblica Direta e Indireta que figurem no polo passivo da demanda.

    C) As microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas pela Lei Complementar

    n. 123/2006, possuem legitimidade ativa para demandar perante os Juizados da Fazenda

    Pblica.

    D) O representante legal da pessoa jurdica de direito pblico, no mbito dos Juizados

    Especiais da Fazenda Pblica, dispor de prazo qudruplo para contestar e prazo em dobro

    para recorrer.

    Gabarito: C. Nos termos do art. 2, caput e 4, da Lei n. 12.153/09, os Juizados Especiais da

    Fazenda Pblica so competentes para processar, conciliar e julgar causas cveis de

    interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios, at o valor de 60

    (sessenta) salrios mnimos. No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda

    Pblica, a sua competncia absoluta. Segundo o art. 5 do mesmo diploma legal, podem

    ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pblica: I) como autores, as pessoas fsicas e as

    microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei Complementar n.

    123/06; II) como rus, os Estados, o Distrito Federal, os Territrios e os Municpios, bem como

    autarquias, fundaes e empresas pblicas a eles vinculadas. O juiz poder, de ofcio ou a

    requerimento das partes, deferir quaisquer providncias cautelares e antecipatrias no curso

    do processo, para evitar dano de difcil ou de incerta reparao (art. 3 da Lei n. 12.153/09).

    Alm disso, no h prazo diferenciado para a prtica de qualquer ato processual pelas

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    pessoas jurdicas de direito pblico, inclusive a interposio de recursos, devendo a citao

    para a audincia de conciliao ser efetuada com antecedncia mnima de 30 (trinta) dias

    (art. 7 da Lei n. 12.153/09).

    57. A proteo possessria pode se desenvolver por meio de diversos tipos