webquest fernando pessoa, descobrimentos e sebastianismo

15
1 WebQuest Fernando Pessoa, Os Descobrimentos e o Sebastianismo

Upload: profteresa

Post on 11-Mar-2016

225 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Resultado dos trabalhos das turmas 9ºA e B (2008/2009)

TRANSCRIPT

Page 1: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

1

WebQuest

Fernando Pessoa,

Os Descobrimentos

e o

Sebastianismo

Page 2: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

2 Capítulo I

Quem foi Fernando Pessoa?

Fernando António Nogueira Pessoa nasceu a 13 de Julho de 1888 em Lisboa no

Largo de São Jorge pelas 15 horas e 30minutos. Fernando Pessoa é considerado,

juntamente com Camões, o maior poeta da língua portuguesa.

Viveu na época do modernismo e a sua principal característica é a anomalia.

A herança de Fernando Pessoa é, sem dúvida, um dos maiores tesouros do

nosso país.

Morreu de cólica hepática aos 47 anos a 30 de Novembro de 1935, na mesma

cidade onde nasceu.

A sua última frase foi escrita na língua inglesa "I know not what tomorrow will

bring... " ("Eu não sei o que o amanhã trará").

Notícia da morte de Fernando Pessoa

Page 3: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

3

Numa das suas obras escreveu:

"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, não há nada

mais simples. Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.

Entre uma e outra todos os dias são meus."

Page 4: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

4 Capítulo II

Como foi a época da Expansão em Portugal?

Eu, Dr. Emeritus Ebicus considero que a expansão Portuguesa foi uma

época magnífica pois foi altura em que Portugal se expandiu, ficando assim,

reconhecido Internacionalmente.

Foi com a conquista de Ceuta (impulsionada pelo João I e Infante D.

Henrique) em 1415, que os célebres Descobrimentos se iniciaram. Estes foram

uma grande contribuição para o desenvolvimento Português.

Portugal estando bastante facilitado devido á sua situação geográfica, á

prática de actividades piscatórias e ao elevado conhecimento técnico e científico

de navegação, com o objectivo de alargar o território, ter acesso directo ao

mercado de certas matérias-primas, expandir a fé cristã e melhorar a qualidade

de vida iniciou a sua exploração geografico-marítima com a descoberta das ilhas

atlânticas. A Madeira (re)descoberta entre 1419 e 1420 e o arquipélago dos

Açores em 1427, por navegadores enviados pelo Infante D. Henrique. A

exploração económica das ilhas foi dirigida para a agricultura e a pecuária.

Em simultâneo, com a passagem do cabo Bojador por Gil Eanes em 1434,

as descobertas prosseguiram para o Norte de África (onde se encontravam os

mouros) chegando assim ao Rio do Ouro, a Arguim, às ilhas de Cabo Verde e á

Serra Leoa entre 1436 e 1460.

Com o reinado de D.Afonso V, Portugal ainda na costa africana,

conquistou Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger (de 1458 a 1471) graças a Fernão

Gomes que, tempo mais tarde passou a ter o direito ao comércio naquela costa,

explorando assim o golfo da guiné até ao cabo de Santa Catarina, estabelecendo

uma fortaleza em S.Jorge da Mina. Os portugueses com a exploração africana,

desenvolveram o comércio de ouro, do marfim, das especiarias africanas

(malagueta) possibilitando a expansão da língua portuguesa.

D. João II, com o objectivo de chegar á Índia através do Atlântico Sul

recuperou o monopólio comercial. Em 1482, Diogo Cão atingiu a foz do rio

Zaire e cinco anos mais tarde, Bartolomeu Dias dobrou o cabo das Tormentas,

mais tarde denominado de cabo da Boa Esperança por este, ter constituido a

Page 5: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

5 abertura do caminho para a Índia pelo Oceano Índico, tendo sido assim mais

uma vitória portuguesa.

Com o conflito entre Portugal e Castela, surgiu a necessidade da assinatura

de um novo contrato, o Tratado de Tordesilhas (1494). Este, possibilitou a

definição do território português, instituindo assim a doutrina do mare clausum.

No reinado de D. Manuel I, Vasco da Gama e a sua armada foram os

primeiros navegadores a chegar á Índia em 1498. Enquanto, Pedro Álvares

Cabral pensava que estaria a chegar á Índia também, desviou-se um pouco para

oeste chegando assim, ao Brasil no ano de 1500. A exploração económica deste

país esteve ligada ao pau-brasil, ao cultivo da cana-de-açúcar e outros.

Como podem ver, os descobrimentos portugueses praticamente só

trouxeram benefícios para Portugal. Sendo na minha opinião, a época de maior

expansão em Portugal.

Page 6: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

6 Capítulo III

O que é o Sebastianismo?

O D. Sebastião Esperança é um especialista em Sebastianismo. O vosso

grupo far-lhe-á uma entrevista onde ele vai explicar o que é, afinal, o

Sebastianismo.

Jornalista: Boa tarde. Posso fazer-lhe umas perguntas?

D. Sebastião Esperança: Boa tarde. Pode sim, com certeza.

Jornalista: Qual é o seu nome?

D. Sebastião Esperança: Sebastião Esperança.

Jornalista: Que idade tem?

D. Sebastião Esperança: 24 anos.

Jornalista: Então e, o seu nome e idade correspondem ao de D. Sebastião,

o recente rei desaparecido?

D. Sebastião Esperança: Exactamente. O próprio.

Jornalista: E a que se deveu o seu desaparecimento? O povo murmurava

que um dia voltaria a aparecer do nevoeiro, mas por algumas pessoas isto era

visto como uma lenda, um mito.

D. Sebastião Esperança: Parece que não. É só o que posso dizer.

Jornalista: Qual o motivo de tal acontecimento? Quer dizer… o seu

desaparecimento e conseguinte reaparecimento foi… bem… invulgar e

questionável!

D. Sebastião Esperança: O que se sucedeu foi o seguinte… estava eu numa

batalha, por sinal a de Alcácer Quibir.

Jornalista: Sim...

D. Sebastião Esperança: Foi então que, no meio do nevoeiro, eu perdi os

sentidos, por ter sido esfaqueado.

Jornalista: Ah, e como sobreviveu?

D. Sebastião Esperança: Eu sempre fui muito resistente às adversidades.

D. Sebastião Esperança:

Page 7: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

7 O Sebastianismo foi um movimento místico-secular que ocorreu em

Portugal na segunda metade do século XVI como consequência da morte do rei

D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.

O poeta português Fernando Pessoa, em seu livro Mensagem, faz uma

interpretação sebastianista da História de Portugal, em busca de um patriotismo

perdido. O poema reinterpreta a História de Portugal em função de uma

ressurreição de um passado heróico ("é a Hora!").

As Consequências da Morte de D. Sebastião

Muitos foram os relatos dirigidos com relação à morte de d. Sebastião. Alguns

diziam que o Desejado morrera ao lado de outros combatentes, outros

mencionavam que o rei teria desaparecido em meio à batalha de Alcácer Quibir,

outros ainda relataram que o monarca fugiu em combate para não ser

executado. O que podemos afirmar é que com a ausência do Desejado, Portugal

mergulhara num colapso político, visto que o menino-rei não teve oportunidade

para se casar, consequentemente, não deixou nenhum herdeiro para o trono

luso. Diante desta situação, o reinado português finalmente estaria nas mãos da

Espanha, sob a anexação ao reino de Castela e ao domínio dos Felipes. Portugal

sofrera com o trágico fim do rei, revelando amargura para o futuro e melancolia

ao relembrar o passado. O sebastianismo ganhou força e difusas formas neste

ambiente de desilusão e ao mesmo tempo, esperança no possível retorno do

monarca que desaparecera misteriosamente na batalha de Alcácer Quibir.

Page 8: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

8 Capítulo IV

Análise do poema "Mar Português"

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

O poema “Ma Português” é composto por duas estrofes, cada uma

formada por seis versos.

Como já referido anteriormente, o poema refere-se aos Descobrimentos.

A primeira estrofe retrata o facto de os familiares (mães, filhos, futuras

esposas…) ficarem preocupados com os marinheiros que vão em aventura, com

objectivo de dobrar o cabo Bojador.

A segunda estrofe refere-se como o verso diz “Quem quer passar além do

Bojador; Tem que passar além da dor.”, ou seja, nada se consegue sem esforço.

Também podemos concluir que o mar tem o seu lado mau, ou seja, o facto de

este ser perigoso, mas também tem o seu lado bom, que é reflectir o céu e a

esperança.

Os recursos estilísticos presentes no poema são, a personificação, a

enumeração…

Page 9: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

9 Após a análise do poema “Mar Português” de Fernando Pessoa, podemos

concluir que este se inspirou num acontecimento histórico do nosso país, para

redigir o poema em questão.

Na nossa opinião, compreende-se bem a mensagem que o autor quer

transmitir para os seus leitores.

Page 10: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

10 Capítulo V

Análise do poema "Mostrengo"

O Mostrengo

O mostrengo que está no fim do mar

Na noite de breu ergueu-se a voar;

À roda da nau voou três vezes,

Voou três vezes a chiar,

E disse, «Quem é que ousou entrar

Nas minhas cavernas que não desvendo,

Meus tectos negros do fim do mundo?»

E o homem do leme disse, tremendo,

«El-Rei D. João Segundo!»

«De quem são as velas onde me roço?

De quem as quilhas que vejo e ouço?»

Disse o mostrengo, e rodou três vezes,

Três vezes rodou imundo e grosso.

«Quem vem poder o que só eu posso,

Que moro onde nunca ninguém me visse

E escorro os medos do mar sem fundo?»

E o homem do leme tremeu, e disse,

«El-Rei D. João Segundo!»

Três vezes do leme as mãos ergueu,

Três vezes ao leme as reprendeu,

E disse no fim de tremer três vezes,

«Aqui ao leme sou mais do que eu:

Sou um Povo que quer o mar que é teu;

E mais que o mostrengo, que me a alma teme

E roda nas trevas do fim do mundo,

Manda a vontade, que me ata ao leme,

De El-Rei D. João Segundo!»

Page 11: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

11 O poema tem por título “Mostrengo”, por autor “Fernando Pessoa”, por

fonte “Segunda Parte | Possesio Maris” e o seu tema são “Os Descobrimentos”.

IV - O Mostrengo

O mostrengo que está no fim do mar

Na noite de breu ergueu-se a voar;

À roda da nau voou três vezes,

Voou três vezes a chiar,

E disse, «Quem é que ousou entrar

Nas minhas cavernas que não desvendo,

Meus tectos negros do fim do mundo?»

E o homem do leme disse, tremendo,

«El-Rei D. João Segundo!»

«De quem são as velas onde me roço?

De quem as quilhas que vejo e ouço?»

Disse o mostrengo, e rodou três vezes,

Três vezes rodou imundo e grosso.

«Quem vem poder o que só eu posso,

Que moro onde nunca ninguém me visse

E escorro os medos do mar sem fundo?»

E o homem do leme tremeu, e disse,

«El-Rei D. João Segundo!»

Três vezes do leme as mãos ergueu,

Três vezes ao leme as reprendeu,

E disse no fim de tremer três vezes,

«Aqui ao leme sou mais do que eu:

Sou um Povo que quer o mar que é teu;

E mais que o mostrengo, que me a alma teme

E roda nas trevas do fim do mundo,

Manda a vontade, que me ata ao leme,

De El-Rei D. João Segundo!»

Segunda Parte | Possessio Maris

Fernando Pessoa – Mensagem

Page 12: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

12 Mostrengo vem de Monstro (o Adamastor); e classifica uma pessoa mal

feita de corpo, um estafermo, uma pessoa vadia/ inútil.

A 1ª Estrofe fala de um monstro que se ergue perante a presença da nau

de D. João II. A 2ª relata que o monstro enfrenta a nau. A 3ª diz-nos que D.

João II o enfrenta com determinação.

As repetições existentes em cada uma das estrofes do poema servem para

intensificar e enfatizar as ideias que se pretendem transmitir.

As opiniões:

Cintia: Este poema retrata uma parte dos descobrimentos de uma forma

muito original e simples com uma linguagem daquele tempo. Tem uma

óptima mancha gráfica e torna-se fácil de analisar.

Ana: Na minha opinião é um bom poema, pois faz referência aos

descobrimentos e tem uma linguagem fácil.

William: Acho que este poema retrata/conta os descobrimentos de uma

forma simples e rápida de ler. É um texto muito original e apresenta uma

boa linguagem.

Ruben: O poema retrata uma parte dos descobrimentos de uma maneira

simples e interessante, tem uma linguagem fácil, o que facilita a sua leitura.

Page 13: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

13 Capítulo VI

Análise do poema "Horizonte"

Horizonte

O mar anterior a nós, teus medos

Tinham coral e praias e arvoredos.

Desvendadas a noite e a cerração,

As tormentas passadas e o mistério,

Abria em flor o Longe, e o Sul sidério

‘Splendia sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa -

Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta

Em árvores onde o Longe nada tinha;

Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:

E, no desembarcar, há aves, flores,

Onde era só, de longe a abstracta linha.

O sonho é ver as formas invisíveis

Da distância imprecisa, e, com sensíveis

Movimentos da esp’rança e da vontade,

Buscar na linha fria do horizonte

A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte

Os beijos merecidos da Verdade.

O poema “Horizonte” de Fernando Pessoa tem como tema os

descobrimentos portugueses (século XVI).

Na nossa opinião na primeira estrofe do poema quando o autor utiliza o

pronome pessoal “nós” que se poderá referir a todo o povo português. Um

povo que tinha medos mas que conseguiu descobrir “coral, praias e arvoredos”,

ou seja, outras terras como Cabo Verde, os arquipélagos dos Açores, da Madeira,

Brasil e muitas outras regiões. Este poema tem referências à noite, à cerração e às

Page 14: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

14 tormentas, que são precisamente os medos que existiam, as inseguranças que se

sentiam e talvez a pobreza que o nosso país vivia, antes dos descobrimentos.

Porém com o início dos descobrimentos, "abria em flor o Longe". O longe que

nos sugere as grandes esperanças dos portugueses de tentar alcançar os seus

objectivos, onde o horizonte importante de ser desvendado e de ser atingido. O

facto desta palavra estar em letra maiúscula talvez reforce o seu significado,

longe, longínquo, mas, contudo e por fim se abre em flor. Mais uma vez, este

longe, que se abre em flor, na nossa opinião dá-nos a ideia de todas as

conquistas realizadas pelos portugueses. A referência do poema às naus

portuguesas reforça, evidentemente a época dos descobrimentos, pois tais

embarcações foram utilizadas pelos portugueses para desvendar grande parte das

terras desconhecidas.

Na segunda estrofe predomina um pouco a descrição pois existem

sucessivas aproximações de um plano mais afastado (linha abstracta da longínqua

costa) para planos mais próximos (erguer da encosta e descoberta de sons e

cores).

Na última estrofe talvez exista uma associação do horizonte ao sonho pois

o sonho é conseguir captar o horizonte (formas invisíveis e longínquas), que com

a ajuda da vontade e da esperança essas tornam-se objectos concretos.

Nos versos 16 e 17, consideramos que ocorre uma passagem de algo

abstracto para concreto com a revelação do mistério, pois o abstracto é algo

misterioso e incerto que irão descobrir e o concreto poderá ser a descoberta ou,

especificamente, o que se descobriu.

Os recursos de estilo presentes no poema são a enumeração e descrição.

A opinião do nosso grupo altera-se. Na nossa opinião o poema é

interessante pois permite várias interpretações, no entanto é um pouco confuso,

dificultando a sua interpretação. Com base na análise do poema pensamos que

Fernando Pessoa mostra muito orgulho em Portugal dos descobrimentos, pois

foi uma das etapas da história mais importantes e enriquecedoras para Portugal e

para os portugueses. Pois Pessoa demonstra neste poema bastante respeito e

admiração. Este poema também demonstra o empenho e a vontade dos

navegadores portugueses, pois se não fossem eles o Império português seria

muito mais reduzido e consideramos também que a época dos portugueses,

Page 15: WebQuest Fernando Pessoa, Descobrimentos e Sebastianismo

15 como já mencionamos foi muito enriquecedora, pois os portugueses conheceram

novas culturas, novas matérias-primas, novas línguas e muito mais! Também

concluímos que a partir da linha abstracta do Horizonte podemos criar

objectivos concretos.

Agrupamento de Escolas da Charneca de Caparica

2008/2009

Resultado da WebQuest realizada pelas turmas 9ºA e B, Prof.Teresa Pombo