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“MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA” Direção de Peter Webber Roteiro de Olívia Hetreed baseado no romance homônimo de Tracy Chevalier a partir da vida de Johannes Vermeer

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MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA‡ Direção de Peter Webber ‡ Roteiro de Olívia Hetreed baseado no romance homônimo de Tracy Chevalier a partir da vida de Johannes VermeerA MONA LISA HOLANDESAA pintura Moça com Brinco de Pérola (1665-6) está em exposição na Mauritshuis, em Haia, antiga residência do conde Maurício de Nassar, líder da invasão holandesa em Pernambuco (1636-44) Vermeer recorre a todas suas habilidades para lançar luz sobre a relação entre inocência e desejo. Esteja avisado de que o res

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“MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA”

• Direção de Peter Webber

• Roteiro de Olívia Hetreed baseado no romance homônimo de Tracy Chevalier a partir da vida de Johannes Vermeer

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“A MONA LISA HOLANDESA”

A pintura Moça com Brinco de Pérola (1665-6) está em exposição na Mauritshuis, em Haia, antiga residência do conde Maurício de Nassar, líder da invasão holandesa em Pernambuco (1636-44)

“Vermeer recorre a todas suas habilidades para lançar luz sobre a relação entre inocência e desejo. Esteja avisado de que o resultado não possui qualquer relação com qualquer impressão transmitida por reproduções impressas, por mais sedutoras que possam ser”. In: SCHAMA, A distância do olhar.

Numa entrevista após a publicação do romance Moça com Brinco de Pérola, a escritora Tracy Chevalier explicou as origens da admiração pelo quadro do pintor holandês Johannes Vermeer:“O que eu admiro nesse quadro é que ele me possibilita diversas leituras. Muitas vezes ele reflete meus próprios sentimentos. Algumas vezes a moça parece muito tristonha; outras vezes extremamente sedutora”.“Eu estava deitada um dia olhando meu pôster da Moça Com Brinco de Pérola do Vermeer, e tentando decidir sobre o tema do meu próximo livro. Então pensei sobre o que o Vermer teria dito ou feito para que a moça tivesse aquela expressão no rosto. Ai decidi: isto dá uma história.”

Johannes Vermeer. Moça com Brinco de Pérola, 1965-6 (Hl)

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FICHA TÉCNICA

• Gênero: Drama• Duração: 1h35m• Cor/formato: colorido,

35 mm• Lançamento: 2003• Roteiro: Olivia Hetreed

baseado no romance de Tracy Chevalier

• Direção: Peter Webber

• Fotografia: Eduardo Serra

• Música: Alexandre Desplat

• Direção de arte: Christina Schaffer

• Figurino: Dien van Straalen

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SINOPSE• Devido a dificuldades financeiras, uma jovem camponesa de 17 anos,

Griet (Scarlett Johansson), é obrigada pela família a trabalhar na casa de um pintor do século XVII, Johannes Vermeer (Colin Firth), um dos principais expoentes da “época de ouro” da pintura holandesa.

• Aos poucos, Griet e Johannes estabelecem uma cumplicidade artística que se dá pela sensibilidade estética, mas também por uma paixão platônica que não é aceita pela esposa do renomado pintor, embora a sogra faça “vista grossa”

• No filme, Griet é a “musa inspiradora” do quadro Moça com Brinco de Pérola (1665-1666)

• A história é contada na primeira pessoa por Griet que trata o pintou sempre por “ele”, transmitindo uma sensação de distanciamento que se opõe à construção da trama

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ARTE, HISTÓRIA E FICÇÃO• Sabemos muito mais sobre o ambiente em que viveu, a personalidade

do artista continua mergulhada em profundo mistério.• Segundo registros oficiais da Igreja Católica, Johannes Vermeer nasceu

em 1632, em Delft, na Holanda, casou-se aos 20 anos com Catarina, uma jovem rica, e morreu aos 43 anos, em 1675.

• Depois da morte do pintor e numa situação difícil, a viúva Catarina doou quadros ao conselho municipal em troca de uma magra pensão.

• O inventário de suas posses menciona cadeiras, berços e camas espalhados pela casa e um quadro de Jan Steen.

• Das obras que executou, 36 são reconhecidas e calcula-se que cerca de 20 estejam perdidas. Para o autor da biografia do falsário de Vermeer, essa lacuna biográfica e a expectativa da crítica facilitava a inclusão de obras no catálogo do artista: “a história, assim como a natureza, tem horror ao vácuo, e nesse terreno baldio floresceram fábulas e especulações”. In: Wynne, p. 97, 127.

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A REALIDADE É BEM OUTRA

• “A realidade talvez tenha sido bem mais melancólica que a projetada no cinema. Sabe-se que Vermeer morreu pobre e que a viúva Catarina doou quadros ao conselho municipal em troca de uma magra pensão. Pior: depois de sua morte, em 1675, o pintor foi esquecido e só renasceu para História em 1866, quando seus quadros voltaram a ser admirados pelo brilhante uso da luz e pelas composições inteligentes e cores transparentes”. In: Globo Online - 04/06/2004 - 19h21

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CONSTRUÇÃO DOS PERSONAGENS• Johannes Vermeer:• Como a biografia do pintor está envolta de profundo mistério, o filme Moça

com Brinco de Pérola apresenta um Vermeer com múltiplos perfis:• um marido passivo e ausente que se intimida com a autoridade da esposa que

diz “Mande-a embora” ou da dependência do mecenas que faz propostas indecorosas, ainda que a cozinheira diga que ele é calado, mas tem seu temperamento

• um mestre autoritário e cruel que diz: “Encontre um jeito”; “Arranje tempo”• um homem sedutor: “Tire a sua touca”; “Abra a boca”; “Molhe os lábios”• um sujeito gentil e cuidadoso: “Isto é fino demais”• uma pessoa insensível que transforma as pessoas em objetos: A sogra diz:

“Você é só uma mosca na teia dele. Todos somos”• Sob perspectiva diversa, o historiador da arte, Ernest H. Gombrich, tratou os

quadros de Vermeer como naturezas-mortas que incluem seres humanos. In: Gombrich, p. 430

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• As mulheres:• Griet, a criada: dá voz a uma personagem que percorre

um longo caminho em seu desenvolvimento como mulher, aguça a sensibilidade artística cujo desenvolvimento era negado às mulheres da época. In: http://cinemaepsicanalise.com.br/cinema/pop_moca.htm

• Catarina, a esposa: ciumenta, possessiva• A sogra: mediadora, administradora• Cornélia, a filha: carência afetiva

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Johannes Vermeer. A Vista de Delft (Hl)

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RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA• O grande mérito de “Moça com brinco de pérola” é o de fazer o

espectador da trama cinematográfica penetrar no cotidiano da cidade Delft, situada na Holanda do século XVII, assim como o de resgatar a visualidade da obra de Johannes Vermeer, caracterizada por pessoas comuns, em ambientes internos, com riqueza de detalhes:

• Detalhado panorama da vida (social, material e emocional) de uma rica cidade holandesa

• Movimentados espaços urbanos (canais, mercados etc.)• Burgueses abastados e influentes num momento de decadência da

aristocracia• Embate entre protestantes e católicos• Relação servil entre patrões e empregados• Rígidos códigos de conduta• Papel do mecenato nas artes

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Johannes Vermeer. Mulher de Azul, lendo Carta, c. 1664 (Delft/Hl)

Nas cenas de gênero de Vermeer, a narrativa é quase inexistente.

Segundo o escritor Arthur K. Weelock, no livro Johannes Vermeer, “em nenhum outro quadro Vermeer criou um contraponto tão intricado entre a moldura estrutural do ambiente e o conteúdo emocional da cena – uma jovem vestida de azul, lendo uma carta na privacidade da casa – de nenhum modo prepara o observador para a pungência dessa imagem, pois, embora a mulher não exteriorize qualquer emoção, a intensidade de seus sentimentos se expressa no contexto que Vermeer cria para ela”. Apud Wynne, p. 122

A preocupação com o figurino que remete aos personagens de Vermeer

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ALQUIMIA DAS TINTAS• Lápis-lazúli: O uso constante do ultramar é marca de Vermeer, mas não era praxe

entre os artistas da época. A pedra rara é extraída das minas do Oriente, encantara os antigos egípcios, embora os pintores a têm usado com parcimônia devido ao custo. É por isso que, numa cena do filme, o pintor holandês pede a criada para trazer uma encomenda da rua sem a esposa controladora saber.

• Goma arábica• Vinagre de vinho: verde• Óleo de linhaça• Massicote + chumbo + estanho: amarelo radiante• Ocre indiano: amarelo queimado• Ocres crus e queimados: marrons e vermelhos• Celadonite: terra verde• Marfim carbonizado: negro de fumo• Em 1842, Winsor e Newton patentearam o tubo de tinta com tampa que teve rápida

aceitação entre os pintores, cuja atividade de fazer a própria tinta era, além de caro e tóxico, muito trabalhoso.

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OBRAS DE VERMEER

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Johannes Vermeer. Diana e Suas Amigas, c. 1653-54 (Delft/Hl)

PINTURA HISTÓRICA

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Johannes Vermeer. Cristo na Casa de Marta, 1654-55 (Delft/Hl)

PRIMEIRAS OBRAS COM TEMA RELIGIOSO

Uma provável inspiração em Caravaggio e a lacuna temática entre Cristo na Casa de Marta, de 1654-55, e A alcoviteira, de 1656, deu margem para a falsificação da A Ceia em Emaús, de van Meegeren, de 1936.

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Han van Meegeren. A Ceia em Emaús, 1936 (Hl)

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Johannes Vermeer. A alcoviteira, 1656 (Delft/Hl)

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Johannes Vermeer. A Ruela, c. 1957-61 (Delft/Hl)

Uma casa com paredes semelhantes aparece inúmeras vezes como pano de fundo

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Johannes Vermeer. Aula de Música, 1662 (Delft/Hl)

AVESSO A AUTO-RETRATOS

Em A Aula de Música, Vermeer dá uma indicação discreta de sua presença na cena, por meio de um reflexo das pernas do cavalete no espelho.

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Johannes Vermeer. Alegoria da Pintura, 1666-7 (Delft/Hl)

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TEORIA ÓTICA

“A única especialidade cultural distinta ainda remanescente em Delft era a ótica; e a luz de Vermeer é a coisa que mais se aproxima de uma transcrição da teoria ótica do século 17, que imaginava a luz não como propriedade passiva e sim como uma força ativa que se deslocava, em raios, de superfícies luminosas em direção à inteligência organizadora do olho”. In: SCHAMA, A distância do olhar.

ECONOMIA DAS CORES

“A leiteira é, talvez, a obra-prima do maior mestre holandês e, no entanto, foi pintada com umas dez cores – não ais que doze. A habilidade de Vermeer consistia em combinar poucas cores, misturando pouco e usando camadas de lacas e vernizes para criar a ilusão da realidade”. In: Winne, p. 42 Johannes Vermeer. A Leiteira, c. 1647-1675 (Delft/Hl)

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A LEMBRANÇA DA LUZ

“Vermeer nos provoca, às vezes impiedosamente, com a distância intransponível existente entre a visão e a possessão; com a qualidade fugidia, desobediente da memória visual; coisas captadas numa explosão de luz estonteante e depois perdidas outra vez, na impaciência indiferente do tempo. É por isso que ele chamou a atenção de Proust, e é por isso que nos atinge em cheio”. In: SCHAMA, A distância do olhar.

Johannes Vermeer. Mulher segurando a Balança, 1665 (Delft/Hl)

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PASSAGEM DE PROUST EMEM BUSCA DO TEMPO PERDIDO

“Pois muitos anos haviam passado desde aqueles dias de Combray, quando, em nossos regressos mais tardios, eram os reflexos vermelhos do poente que eu avistava nas vidraças da minha janela. Muito outro é o gênero de vida que se leva na residência da sra. De Saint-Loup em Tansonville, outro o gênero de prazer que experimento em só sair à noite, em seguir, ao luar, esses caminhos onde brincava outrora ao sol; e o quarto onde terei adormecido em vez de preparar-me para a ceia, avisto-o de longe, quando voltamos, iluminado pelo clarão da lâmpada, único farol dentro da noite”. In: No caminho de Swann, p. 14

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A LUZ É A AÇÃO

“Enquanto um sem-número de pintores holandeses primaram em criar luz de pintura apenas sobre a tela, apenas Rembrandt e Vermeer conseguirem reproduzir a sensação exata da luz que nos encharca.Mas Rembrandt nos oferece ação iluminada, enquanto a iluminação de Vermeer é a própria ação”. In: SCHAMA, A distância do olhar.

Johannes Vermeer. Senhora escrevendo Carta com sua Criada, 1670 (Delft/Hl)

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“A ESFINGE DE DELFT”

Gombrich, A história da arte, p. 430-433

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Johannes Vermeer. A Carta de Amor, 1670 (Delft/Hl)

In: Janson, p. 271-3

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CÂMARA ESCURA

• Em 31/01/2000, chegou às bancas a revista “The New Yorker”, com um artigo de poucas páginas, do artista contemporâneo David Hockney, mas que causou alvoroço no mundo da arte porque “desvendava” o virtuosismo dos grandes mestres, ou seja, a utilização da câmera escura.

• Em meados do século XVI, segundo David Hockney, artistas da atual Holanda e do norte da Itália teriam adaptado o princípio da câmera escura às primeiras lentes de aumento que, por sua vez, projetava a imagem na tela do artista que fazia as marcações da imagem projetada com rigor de detalhes formais (perspectiva, sombreamento etc.)

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TEORIA DE DAVID HOCKNEY ACERCA DO SEGREDO DOS GRANDES MESTRES

Diante do grande alvoroço causado pela tese polêmica, os críticos de arte perguntavam: “– Como, até hoje, não se documentou o uso de lentes, como as que Caravaggio teria utilizado, ou de prismas, como os de Ingres?”

Ao jornal inglês “The Times”, David Hockney respondeu : “– Os artistas estavam simplesmente mantendo sua técnica a salvo de seus rivais. Você acha que no Vale do Silício as pessoas contam umas para as outras o que estão fazendo?”

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OS QUADROS A RENDEIRA (1664) E O ASTRÔNOMO (1668) POSSUEM UM CARIMBO DA SUÁSTICA NO VERSO DA TELA

Johannes Vermeer. O astrônomo, 1668 (Delft/Hl)

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No Terceiro Reich, a arte e a pintura tornaram cruciais. Às vésperas do suicídio e com Berlim sitiada, Hitler deixou o um testamento no qual menciona a sua coleção de arte que começou a formar quase 20 anos antes:“As pinturas de minha propriedade, que adquiri ao longo dos anos, não foram reunidas com o intuito de obter lucro pessoal, mas para a criação de um museu em minha cidade natal, Linz, às margens do Danúbio. É meu mais sincero desejo que se cumpra tal disposição”.

Durante a guerra, a coleção aumentou graças à pilhagem e ao confisco de obras de arte. O astrônomo, p. ex., fazia parte da coleção Rothschild, foi declarado “Propriedade do Terceiro Reich” no verso uma pequena suástica.Apud Winne, p. 190

Johannes Vermeer. A Rendeira, 1664 (Delft/Hl)

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Johannes Vermeer. Mulher tocando Guitarra, c. 1669-72 (Delft/Hl)

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NATUREZA-MORTA

Willem Kalf. Natureza-morta com taça da Guilda dos Arqueiros de São Sebastião, lagosta, copos, c. 1653 (Hl)

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“Se quisermos entender como se desenvolveu a arte setentrional, devemos apreciar esse infinito cuidado e paciência de Jan van Eyck. Os artistas meridionais da sua geração, os mestres florentinos do círculo de Brunelleschi, tinham desenvolvido um método pelo qual a natureza podia ser representada num quadro com exatidão quase científica. Começavam com uma estrutura de linhas em perspectiva, e construíam o corpo humano graças aos seus conhecimentos de anatomia e das leis da perspectiva.Realizou a ilusão da natureza mediante a paciente adição de detalhe após detalhe, até que a totalidade da sua pintura se convertesse num espelho do mundo visível. Essa diferença entre a arte nórdica e a arte italiana continuou sendo importante ainda por muitos anos. É um palpite fácil dizer que qualquer obra que se destaque pela representação da bela superfície das coisas, de flores, jóias ou textura das roupagens, será de um artista setentrional, muito provavelmente de um holandês; ao passo que uma pintura de contornos ousados, perspectiva clara e um domínio seguro do belo corpo humano será italiana”. In: Gombrich, p. 239-231

TRADIÇÃO DA MINÚCIA

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RETRATO DO PURITANISMO

• Pintor: “Tire a sua touca”• Mecenas: “Surpreendê-lo no ato”• Usar os brincos da esposa • Furar a orelha da empregada• Criada: “Você olhou dentro de mim”• Esposa: “É obsceno”

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ROL DE SIMBOLISMOS

• “Toda uma complicada negociação carregada de simbolismos, pois envolve as rígidas convenções e representações da época, se desenvolve entre Vermeer e Griet: a pose do corpo, o virar do rosto para o pintor, o mostrar da orelha o entreabrir dos lábios e o pedido final, a retirada da touca de criada. Chocada Griet recusa o pedido e irritado Vermeer lhe da alguns pedaços de pano que ela consegue fazer um turbante para lhe cobrir o cabelo. Porém Vermeer não fica satisfeito com o resultado, até que descobre que o que faltava era o ponto brilhante que ele usara nos outros quadros para captar a visão. Quando ele mostra os brincos de pérola de Catharina, Griet estremece. Apesar de ter plena consciência do escândalo que isso acarretaria, Vermeer, se mostra inteiramente insensível às ponderações de Griet”. In: http://cinemaepsicanalise.com.br/cinema/pop_moca.htm

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CUMPLICIDADE ARTÍSTICA

• Diálogos: “Pode alterar a luz”; “Agora você entende” X “Você não vai entender” = “Por que você não entende”; “Por que moveu a cadeira?”, entre outras

• Cenas: Griet cortando legumes, a meticulosidade da limpeza do ateliê, o cuidado com o azulejo pintado pelo pai, o espanto da sogra diante da preocupação com a limpeza da janela, o ponto de luz no brinco de pérola, entre outras

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RECEPÇÃO

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“MANEIRISMO”

• “E também é de maneirismo que se trata em Moça com Brinco de Pérola, em que uma jovem faz todo o tempo o possível para ficar parecida com a moça do quadro de Vermeer. Não por culpa dela, mas o resultado é patético. O cinema tem elementos picturais, claro, mas não é pintura”. In: FSP – 06/03/2006

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• “Para o ilustrador David Barton, os personagens de Os Simpsons são arte. Ele pega obras clássicas da pintura e as recria com cada integrante da família. Marge vira a A Moça com Brinco de Pérola, de Vermeer, enquanto Homer passa pelo pincel do mestre Rembrandt. Apu ganhou o famoso bigodinho de Salvador Dalí!”. In: FSP – 09/08/2010

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REFERÊNCIAS• BAUER, Hermann; PRATER, Andreas. Barroco. [?]: Taschen, [?].• COLI, Jorge. O que é arte. São Paulo: Brasiliense, 1984.• GOMBRICH, Ernst. História da arte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.• JANSON, H. W.; JANSON, Anthony F. Iniciação à história da arte. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.• PROUST, Marcel. Em busca do tempo perdido: o caminho de Swann – Volume 1. 6. ed. Porto Alegre/Rio

de Janeiro: Globo, 1981.• SCHAMA, Simon. A distância do olhar. Folha de S. Paulo, 31 de mar. De 1996. Caderno Mais.• WYNNE, Frank. Eu fui Vermeer: a lenda do falsário que enganou os nazistas. São Paulo: Companhia das

Letras, 2008.• http://www.estantedelivros.com/category/tracy-chevalier• http://www.pitoresco.com.br/espelho/destaques/vermeer/vermeer.htm• http://www.pitoresco.com.br/espelho/valeapena/mistifica/mistifica.htm• http://www.resenhando.com/set/s3705.htm• http://www.cranik.com/mocacombrincodeperola.html• http://cinemaepsicanalise.com.br/cinema/pop_moca.htm• http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0707200415.htm• http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0603200602.htm• http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0406200411.htm

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CRÉDITOS

Instituição: Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)Curso: Bacharelado em HumanidadesDisciplina: História da Arte e da CulturaDocente: Miliandre GarciaBlog: www.historiaculturaearte.blogspot.com

* A maioria das imagens foram extraídas da internet (Google), outras são fotos pessoais e uma parte escaneada dos livros citados