web viewa bacia do parnaíba também pode ser denominada bacia do maranhão ou bacia do meio norte,...

4

Click here to load reader

Upload: dangxuyen

Post on 11-Feb-2019

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Bacia do Parnaba: Evoluo Paleozoica

Docente: Francisco Matos

Discente: Davi Maciel Martins - 201608540002

A Bacia do Parnaba, localizada no nordeste do Brasil, englobando os estados do Cear, Piau, Maranho, Tocantins, Par e Bahia, considerada uma bacia sedimentar, ou seja, uma bacia em que foram depositados sedimentos de vrias pocas. No continente sul-americano, as sucesses sedimentares intracontinentais paleozoicas esto representadas em cinco depocentros, sendo 4 no Brasil e um na Argentina, tendo nomes que derivam dos grandes rios da regio, como no Brasil, as bacias Solimes, Amazonas, Parnaba e Paran.

Grandes reas sedimentares so chamadas de sinclises, bacias intracatnicas ou bacias intracontinentais, caracterizadas como uma regio de depresso em uma plataforma, com forma semi-circular a elptica. Alm de que, apresentam arcabouo estrutural e estratigrfico relativamente simples, somado a presena de enormes volumes de magma basltico, lembrando ainda que eles tm uma lenta taxa de subsidncia e um mergulho suave.

A Bacia do Parnaba tambm pode ser denominada Bacia do Maranho ou Bacia do Meio Norte, distribuindo-se por uma rea de 600.000 km2, com seu depocentro tendo 3.500 metros de espessura e sua espessura mdia de 2.000 metros. Seu limite estrutural estabelecido a noroeste pelo Arco Tocantins, a sul pelo Arco So Francisco e a norte pelo Arco Ferrer-Urbano-Santos, separando-a das bacias do Maraj e Amazonas, da Bacia do So Francisco e das bacias So Luiz e Barreirinhas, respectivamente.

Figura 1: Localizao geogrfica da bacia do Parnaba. Disponvel em

Lembrando que, a Bacia do Parnaba a que tem menor grau de estudos entre as brasileiras, ou seja, se tem poucos dados de poos profundos e dados geofsicos do interior da bacia, entretanto, ao se aliar as informaes que se tem, revela-se a existncia de um pacote basal de arenito arcosiano confinado no interior de um grben de orientao norte-sul, com idade neoproterozoica a eocambriana. Este pacote de arenito, interpretado como o preenchimento de um rifte precursor da Bacia do Parnaba, ao se seguir na fase posterior a essa, desenvolveu-se uma sinclise flexural, resultando na geometria chifre de touro.

O arcabouo estrutural, exibe um aspecto peculiar que se expressa, na sua poro oriental e meridional, por uma ampla faixa de deformao, que est associada a interceptao da zona de falhas do Lineamento Transbasiliano. As estruturas controlam, no domnio da bacia, os aulacgenos antigos e os depocentros paleozoicos, e fora das influncias apresenta-se uma deformao tnue e feies mais frequentes representadas por tectnica de placas, limitadas por falhas normais e inversas.

O embasamento da Bacia do Parnaba, d-se por duas unidades sedimentares, a Formao Riacho e o Grupo Jaibaras; a Formao Riacho composta de grauvascas, arcsios, siltitos, folhelhos vermelhos e ignimbritos, com idade proterozoica mdia ou superior. O Grupo Jaibaras, aflorante no leste-nordeste da bacia, ocorre preenchendo grabnformas, estima-se uma idade cambro-ordoviciana, composto por depsitos fluviais, aluvais e lacustres.

Acima destes, formaram-se o Grupo Serra Grande, o Grupo Canind e o Grupo Balsas, um acima do outro, respectivamente, separados por amplas discordncias geradas a partir de eventos erosionais de magnitude temporal significativa. O Grupo Serra Grande composto de trs formaes, a partir da base, se tem a Formao Ipu, com estratos de arenitos e intercalaes de folhelhos e diamictitos, depositados no landoveriano; a Formao Tiangu, com folhelhos cinza, siltitos e arenitos, depositados no aeroniano-telichiano; e a Formao Jaics, com arenitos e pelitos, depositados no neossiluriano.

O Grupo Canind composto por cinco formaes, a partir de sua base se tem a Formao Itaim, com arenitos e folhelhos de idade eifeliana; a Formao Pimenteiras, com folhelhos e arenitos finos de idade giventiana-frasniana; a Formao Cabeas, com arenitos finos e diamictitos de idade giventiana-frasniana; a Formao Long, com folhelhos, siltitos e arenitos de idade fameniana-tournasiana; e a Formao Poti, com arenitos cinza-esbranquiados, folhelhos e siltitos de idade viseana. Por ltimo, o Grupo Balsas, que composto por quatro formaes, mas apenas trs delas da Era Paleozoica, a partir da base, a Formao Piau, com arenito cinza-esbranquiado, conglomerados, folhelhos vermelho e calcrio de idade pennsylvaniano; a Formao Pedra de Fogo, com slex, calcrio creme a branco, arenitos amarelados, folhelhos e anidrita branca de idade eopermiano; e a Formao Motuca, por siltitos avermelhados e amarronzados e calcrios de idade neopermiano.

A partir da figura 2, percebemos que a diferena entre os grupos e formaes no se d apenas pelos seus depsitos, mas tambm quanto a natureza de sua sedimentao e o ambiente deposicional, como no Grupo Jaibaras, a natureza de sua sedimentao continental e seu ambiente deposicional fluvial, aluvial e lacustre. Todavia, os grupos Serra Grande, Canind e Balsas, tem a mesma natureza de sedimentao, sendo ela marinho/continental, alterando apenas o ambiente deposicional; Formao Ipu glacio-fluvial com leque deltaico; Formao Tiangu plataforma rasa; Formao Jaics fluvial entrelaado; Formao Itaim delta, mars e tempestades; Formao Pimenteiras plataforma com domnio de tempestades; Formao Cabeas plataforma com domnio martimo e fluvio estuarino periglacial; Formao Long plataforma com domnio de tempestades; Formao Poti deltas e plataformas de mars e tempestades; Formao Piau fluvial desrtico litorneo; Formao Pedra de Fogo plataforma rasa litornea com tempestades; e Formao Motuca desrtica de lacustres.

Figura 2: carta estratigrfica da Bacia do Parnaba. Retirado do boletim da Petrobras, Bacia do Parnaba, Rio de Janeiro, v. 15, n.2, maio/nov 2007.

Os estudos desses registros sedimentares devem ser feitos para contar as histrias de evoluo geogrfica, climtica e biolgica, como a influncia global, invases marinhas, entre outras. Alm da parte financeira, j que pode ser utilizado para a prospeco de recursos naturais, para aproveitamento agrcola e estudos geotectnicos, que servem para abertura de estradas, construes de barragens e planejamento de ocupao urbana.

Referncias Bibliogrficas

ALMEIDA, F. F. M.; NEVES, B. B. B.; CARNEIRO, C. D. R.. The Origin and Evolution of the South American Plataform.

BRIZI, L. A.; SHOBBENHAUS, C.; VIDOTTI, R. M.; GONALVEZ, J. H.. Geologia, Tectnica e Recursos Minerais do Brasil. CPRM, Braslia, 2003.

HASUI, Y.; CARNEIRO, C. D. R.; ALMEIDA, F. F. M.; BARTORELL, A.. Geologia do Brasil. 1 edio, editora BECA, 2012.

Boletim de Geocincias da Petrobras. Bacia do Parnaba. Rio de Janeiro, v.15, n.2, p253-263, maio/nov. 2007.