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Planejamento Urbano \ Home Porto Maravilha Transformação da zona portuária do Rio é complexa e inclui desde infraestrutura básica até a abertura de vias e construção de túneis. Onde hoje há uma área degradada, o plano é desenvolver o potencial construtivo de 5 milhões de m² Por Juliana Nakamura O Rio de Janeiro está apostando na revitalização da sua região portuária como meio de alavancar o desenvolvimento do município nos próximos anos. O plano é audacioso e semelhante ao que já foi feito, com sucesso, em cidades como Barcelona (Espanha), Buenos Aires (Argentina) e San Francisco (EUA). Só em infraestrutura urbana os investimentos devem passar de R$ 4 bilhões. Um dos focos é a requalificação de uma área de 1 milhão de metros quadrados com a construção de novas redes de drenagem, esgoto, água, telecomunicações e energia. A ideia é reverter a situação de abandono dessa região, que além de sua localização estratégica, próxima ao centro, tem valor histórico para a capital fluminense. A expectativa é desenvolver o potencial construtivo de até 5 milhões de metros quadrados e incrementar vocações já existentes no local, atendendo a fins comercial, residencial, de turismo, educacional, cultural e habitacional. A intervenção prevê a implantação de um novo sistema viário, com base em uma malha de vias estruturantes para integrar a área de intervenção com o centro e bairros próximos. O projeto também prevê o alargamento de um túnel existente sob o Morro da Providência e a criação de calhas ajardinadas destinadas à futura implantação de um circuito de Veículo Leve Sobre Trilho (VLT). Além de obra de infraestrutura urbana, construções monumentais abrangem o projeto do Porto Maravilha, como o Museu do Amanhã, retratado na perspectiva ao lado

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Planejamento Urbano \ Home

Porto Maravilha

Transformação da zona portuária do Rio é complexa e inclui desde infraestrutura básica até a abertura de vias e construção de túneis. Onde hoje há uma área degradada, o plano é desenvolver o potencial construtivo de 5 milhões de m²

Por Juliana Nakamura

O Rio de Janeiro está apostando na revitalização da sua região portuária como meio de alavancar o desenvolvimento do município nos próximos anos. O plano é audacioso e semelhante ao que já foi feito, com sucesso, em cidades como Barcelona (Espanha), Buenos Aires (Argentina) e San Francisco (EUA). Só em infraestrutura urbana os investimentos devem passar de R$ 4 bilhões.

Um dos focos é a requalificação de uma área de 1 milhão de metros quadrados com a construção de novas redes de drenagem, esgoto, água, telecomunicações e energia. A ideia é reverter a situação de abandono dessa região, que além de sua localização estratégica, próxima ao centro, tem valor histórico para a capital fluminense. A expectativa é desenvolver o potencial construtivo de até 5 milhões de metros quadrados e incrementar vocações já existentes no local, atendendo a fins comercial, residencial, de turismo, educacional, cultural e habitacional.

A intervenção prevê a implantação de um novo sistema viário, com base em uma malha de vias estruturantes para integrar a área de intervenção com o centro e bairros próximos. O projeto também prevê o alargamento de um túnel existente sob o Morro da Providência e a criação de calhas ajardinadas destinadas à futura implantação de um circuito de Veículo Leve Sobre Trilho (VLT).

O escopo inclui, ainda, um circuito cicloviário que permitirá a interligação da área portuária com o bairro de São Cristóvão e com a zona Sul da cidade. Vias e praças existentes devem ser reurbanizadas. Sinalização viária, iluminação pública e mobiliário urbano mais condizentes com o novo status que se deseja imprimir à região complementam o processo de revitalização. De acordo com a prefeitura, há previsão de construção de três estações de captação em tempo seco, que farão a coleta de resíduos em períodos de seca evitando acúmulo prejudicial nos períodos de chuva.

Além de obra de infraestrutura

urbana, construções

monumentais abrangem o

projeto do Porto Maravilha, como

o Museu do Amanhã,

retratado na perspectiva ao

lado

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Para se ter idéia do volume de obras contempladas no plano de revitalização, seguem alguns números:● 79 mil m de rede de água potável; ● 28 km de rede e galerias de drenagem de águas pluviais; ● 76 km de rede e galerias de esgoto; n 4 km de túneis e viadutos; ● 650 mil m² de calçadas;● 70 km de vias; ● 17 km de ciclovias;● 15 mil árvores plantadas.

Porto Maravilha é um é um conjunto de obras da Prefeitura do Rio de Janeiro, que estão sendo realizadas na Zona Portuária da cidade. O projeto visa acabar com a intensa poluição visual da região que pretende revitalizar a Zona Portuária.[1][2][3] A previsão é que as obras do projeto estejam concluídas em 2016, a tempo das Olimpíadas. O projeto prevê também uma série de serviços de limpeza, manutenção e conservação. Todo projeto será realizado pelo consórcio Porto Novo que é formado pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia. O consórcio é o vencedor da primeira Parceria Público Privada (PPP) da cidade.

Principais obrasDentre as muitas obras do projeto se destacam a construção de 4km de túneis subterrâneos; reconstrução de 700 km de redes de infraestrutura urbana (água, esgoto, drenagem); reurbanização de 70 km de vias e 650.000 m² de calçadas; implantação de 17 km de ciclovias, para incentivar o uso das bicicletas, diminuindo o fluxo de veículos na região; plantio de 15.000 árvores e a construção de três novas estações de tratamento de esgoto. As obras culminam na demolição do Elevado da Perimetral que atualmente tem circulação diária de aproximadamente 40 mil veículos, mas afeta diretamente a estética da cidade.

[editar] Principais serviçosDentre os serviços administrados pelo consórcio Porto Novo após a conclusão das obras está a conservação e manutenção do sistema viário, das praças, áreas verdes, iluminação pública, calçadas e sinalização do transito. Será implantado também a coleta seletiva de lixo e instalação de bicicletários que irão compor junto com a ciclovia o incentivo ao transporte por bicicletas. A manutenção e conservação de pontos e monumentos turísticos, históricos e geográficos também será realizada pelo consórcio que vai manter um serviço de atendimento ao cidadão.

Porto do Rio de Janeiro Porto do Rio de Janeiro

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O porta-aviões brasileiro NAe São Paulo (A-12),

antigamente da Marinha Francesa, ancorado no Porto do Rio

de Janeiro. Ao fundo, o Morro do Pão de Açúcar.

Localização

Localização Cidade do Rio de Janeiro

Detalhes

Extensão do cais 6.740 m

Armazéns 10 (65.367 m²)

O Porto do Rio de Janeiro é um porto da cidade do Rio de Janeiro, capital do estado homônimo, Brasil. Seu cais compreende as orlas marítimas do Centro e dos bairros da Gamboa, Saúde, Santo Cristo e Caju.

Estabeleceu-se numa enseada da costa ocidental da baía de Guanabara, situado a 22 54´23“ de latitude sul e a 43 10’ 22” de longitude oeste de Greenwich (coordenadas do antigo observatório Astronômico).

HistóriaEm princípios do século XX, os serviços de expedição de mercadorias para o exterior e para os estados brasileiros por via marítima e do recebimento das provindas de fora, por mar, eram efetuadas geralmente por meio de saveiros que atracavam em pontes quase todas de madeiras, “piers” ou cais de pequeno calado d’água; apenas algumas dessas construções acostavam vapores de pequena cabotagem.

Pintura ilustrando a baía de Guanabara e o Porto do Rio de Janeiro em 1841, com o Mosteiro de São Bento ao fundo.

Todas as mercadorias importadas e a bagagem dos passageiros, sujeita ao fisco aduaneiro e passivas de imposto, vinham, transportadas em saveiros, descarregar na doca da Alfândega para os armazéns que a guarneciam pelo lado de terra; exceto os gêneros despachados sobre água, que seguiam para os trapiches ou outros destinos, o carvão de pedra era descarregado na Estação Marítima da Estrada de Ferro Central do Brasil, ou para depósitos de importadores, como o da Ilha dos Ferreiros, pertencentes à "Brasilian Coal" e dotado de ponte de descarga alcançando fundos de 6 metros em águas médias.

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Os serviços de inflamáveis e de corrosivos faziam-se em trapiches sitos na Ilha dos Melões, ao Sul da enseada de São Cristóvão. Mais além da margem da enseada, bordadas pelas praias das Palmeiras e de S. Cristóvão, estavam instaladas a "Companhia Luz Stearica" e estâncias de madeira.

Entre esses estabelecimentos comerciais e industriais (com servidão sobre as águas da baía, que em número considerável achavam-se disseminados pelo litoral), compreendidos entre o trapiche Mauá, separados do Arsenal de Marinha por uma estreita rua e pela Ilha dos Melões e medindo cerca de 4.800 metros (segundo os contornos revestidos de pedra), havia apenas alguns estabelecimentos dotados de obras marítimas construídas com maior solidez e eficiência, admitindo a acostagem de embarcações de calado superior a 5 metros.

[editar] CaracterísticasO Porto do Rio de Janeiro atende aos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e sudoeste de Goiás, entre outros.[1]

É um dos mais movimentados do país quanto ao valor das mercadorias e à tonelagem. Minério de ferro, manganês, carvão, trigo, gás e petróleo são os principais produtos escoados.

Administrado pela Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), conta com 6.740 metros de cais contínuo e um píer de 883 metros de perímetro, que compõem os seguintes trechos: Cais Mauá (35.000 m² de pátios descobertos), Cais da Gamboa (60.000 m² de área coberta em 18 armazéns e pátios com áreas descobertas de aproximadamente 16.000 m²), Cais de São Cristóvão (12.100 m² em dois armazéns cobertos e uma área de pátios com 23.000 m²), Cais do Caju e Terminal de Manguinhos. Existem ainda dez armazéns externos, totalizando 65.367 m², e oito pátios cobertos (11.027 m²), com capacidade de estocagem para 13.100 toneladas, além de outros terminais de uso privativo na Ilha do Governador (exclusivo de Shell e Esso), na baía de Guanabara (Refinaria de Manguinhos) e nas ilhas d’Água e Redonda (Petrobras).[1]

Plano de revitalizaçãoe restauração da Zona Portuária do Rio de Janeiro

Praça Mauá :: Núcleo turístico, cultural e de entretenimento.

A Praça Mauá será reurbanizada, com a transferência dos terminais de ônibus intermunicipais para outra área. No subsolo, uma empresa, escolhida por licitação da prefeitura, vai operar uma garagem subterrânea com capacidade para cerca de mil veículos.

Reurbanização da Praça Mauá e do início da Av. Rodrigues Alves.

Criação de estacionamento subterrâneo com 1.200 vagas: A garagem subterrânea da Praça Mauá é uma das iniciativas de implantação de equipamentos urbanos modernos que compõem o Plano de Recuperação e Revitalização da Região Portuária - PORTO DO RIO e, por suas características, será operada sob o regime de concessão, neste caso, pelo período de 35 anos, e sem ônus financeiro para o Município.

O projeto deverá contemplar um módulo de apoio para ciclistas a ser construído no interior da garagem e voltado para exploração comercial. Este módulo deverá conter, minimamente, vestiários masculino e feminino, equipados ao todo com 10 (dez) chuveiros e demais instalações sanitárias, além de guarda-volumes. Devem ser, ainda, oferecidos locais para guarda de bicicleta na proporção mínima de 1 (uma) vaga de bicicleta para cada 10 (dez) vagas de automóveis proposta.O projeto deverá prever posto da Guarda Municipal no pavimento térreo.

O início da operação das garagens somente será autorizado após a recebimento e aprovação das obras executadas.

Renovação e reutilização do prédio da Portus 

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Instalação do sistema de VLT, ligando toda região portuária ao centro e a Santa Teresa A Secretaria Municipal de Transportes está investindo R$ 3 milhões - com recursos repassados pelo BNDES - na elaboração de um estudo de viabilidade econômico para a implantação de linhas de VLT - ou bonde moderno, no Centro. As linhas atravessarão vários trechos do Centro - como a Cinelândia e a área portuária.

Melhorias na infraestruturaCom a reurbanização da Praça Mauá, será necessária a criação de um novo acesso de veículos para a Avenida Rodrigues Alves. Uma das idéias é a construção de pistas sob a Praça Mauá. Há dúvidas se esta seria a melhor solução devido ao custo estimado das obras: R$ 40 milhões.

Tratamento acústico e estético do viaduto da Perimetral com possibilidade de captação de energia solar.As rampas de subida e descida do Elevado da Perimetral na Avenida Rodrigues Alves serão demolidas. Já o trecho que atravessa o restante do Centro será pintado de branco, incluindo os pilares, para reduzir o impacto urbanístico.

Revitalização da zona portuária do Rio já valoriza imóveis da região

Moradias do centro ficaram 83% mais caras em um ano, segundo o Secovi-Rio

Gabriela Pacheco, do R7 | 25/06/2011 às 06h00

Gabriela Pacheco / R7

No morro da Conceição, o aluguel das casas já aumentou com o anúncio do projeto Porto Maravilha

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O projeto de revitalização Porto Maravilha já valorizou os imóveis da zona portuária da cidade do Rio de Janeiro mesmo antes do início de grande parte das obras de infraestrutura, segundo o Secovi-Rio (Sindicato de Habitação). De janeiro a dezembro de 2010, a venda de apartamentos com um quarto, sala, cozinha e banheiro no centro da cidade – que engloba a área do porto – ficou 83% mais cara. No fim do ano passado, o metro quadrado valia R$ 4.523, ou seja, um apartamento de 60 m² custava R$ 271,3 mil.

O projeto da prefeitura (veja infografia abaixo) prevê que a zona portuária passe dos atuais 20 mil habitantes para 100 mil em cinco anos, prazo previsto para a conclusão das obras. O presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Antenor Barros, avalia que esse movimento é mais importante para a economia carioca do que a Copa e a Olimpíada de 2016.

- O Rio tem que pensar em crescimento não apenas por expansão, mas reaproveitar o que já tem. Os empresários têm interesses em estar numa região que terá uma clientela fixa de 100 mil habitantes, além dos turistas. A vice-presidente do Secovi, Maria Teresa Mendonça Dias, diz que a procura por imóveis já é grande. Segundo ela, dos 5 milhões de m² da zona portuária, 3 milhões serão para uso residencial.

- É um bom investimento comprar um apartamento perto do porto. Já está até difícil de achar, afinal a região é um dos focos de valorização do Rio.  

Confira também

Caixa paga R$ 3,5 bilhões em leilão de revitalização da zona portuária do Rio

Rio receberá R$ 7,6 bi para obras

Porto Maravilha altera trânsito O Fundo de Investimento Imobiliário do Porto Maravilha, do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), administrado pela Caixa Econômica Federal, também tem grandes expectativas para as moradias. O vice-presidente de fundos da Caixa, Marcos Vasconcellos, explica que a demanda por imóveis foi um dos motivos para apoiar investimentos de R$ 7,6 bilhões durante 15 anos na região.  - Entendemos como uma boa perspectiva ter uma área central com infraestrutura para atender à demanda imobiliária, pois o aluguel do Rio é um dos mais caros do país.

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Morro da Conceição: aluguel mais caro

No morro da Conceição, no bairro da Saúde (zona portuária), o aumento dos aluguéis já é realidade. O casal Maria de Jesus, de 26 anos, e Raimundo da Silva, de 30 anos, pagam R$ 470 por uma casa com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Raimundo diz que pretende comprar um imóvel na comunidade, mas que encontrar um disponível não é fácil.

- As pessoas já estão procurando bastante, porque aqui é agradável. É uma espécie de mini Santa Teresa. Para sair desse lugar, só se for para voltar para o Ceará. Futuramente, ainda vai ficar ainda melhor, atraindo gente até da zona sul.

A dona de casa afirma que já percebeu na vizinhança a mudança dos preços pedidos pelos proprietários.

- O aluguel de uma amiga aumentou de R$ 430 para R$ 550. Temos esperança de que as obras do porto vão para frente. Para quem é dono, é ótimo, mas, para quem não é, o aluguel fica mais difícil de pagar.

Moradora há 30 anos da comunidade, a dona de casa Maria José de Oliveira Garret, de 50 anos, diz esperar que a valorização e as obras do Porto Maravilha não sejam apenas passageiras.

- Estou sabendo de uma pessoa que está pedindo R$ 250 mil por uma casa de dois quartos. Se as obras não acabarem até a Olimpíada, não sei se serão concluídas depois. Em cinco anos dá para fazer muita coisa. Por enquanto, eles já começaram a mexer na água, luz e esgoto do morro.

Apresentação do ProjetoPorto Maravilha: um sonho que virou realidade

O Brasil vem apresentando um crescimento consistente nos últimos anos. O Rio de Janeiro dá claros sinais de uma nova dinâmica econômica, impulsionada pelos grandes eventos que vão ocorrer na cidade nos próximos anos. A Operação Urbana Porto Maravilha está preparando a Região Portuária, há muitos anos relegada a segundo plano, para integrar este processo de desenvolvimento.

A Lei Municipal n˚ 101/2009 criou a Operação Urbana Consorciada da Área de Especial Interesse Urbanístico da Região Portuária do Rio de Janeiro. Sua finalidade é promover a reestruturação local, por meio da ampliação, articulação e requalificação dos espaços públicos da região, visando à melhoria da qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores e à sustentabilidade ambiental e socioeconômica da área. O projeto abrange uma área de 5 milhões de metros quadrados, que tem como limites as Avenidas Presidente Vargas, Rodrigues Alves, Rio Branco, e Francisco Bicalho.

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Operação urbana é uma ação estratégica e inovadora da Prefeitura do Rio de Janeiro com pleno apoio dos Governos Estadual e Federal. Além de criar novas condições de trabalho, moradia, transporte, cultura e lazer para a população que ali vive, fomenta expressivamente o desenvolvimento econômico da região. Já estão adiantadas as obras da primeira fase, que incluem a construção de novas redes de água, esgoto e drenagem nas avenidas Barão de Tefé e Venezuela e a urbanização do Morro da Conceição, além da restauração dos Jardins Suspensos do Valongo.

Ainda em 2011, inicia-se a segunda fase de trabalhos: toda a região será reurbanizada até 2015 e um novo padrão de qualidade dos serviços urbanos será introduzido, como, por exemplo, coleta seletiva de lixo e iluminação pública eficiente e econômica. Como complemento às intervenções urbanísticas já mencionadas, pode-se citar as importantes mudanças viárias: a demolição do Elevado da Perimetral, a transformação da Avenida Rodrigues Alves em via expressa, a criação de uma nova e rota, chamada provisoriamente de Binário do Porto, e a reurbanização de 70 km de vias.

O Porto Maravilha também realizará ações para a valorização do patrimônio histórico da região, bem como a promoção do desenvolvimento social e econômico para a população. A implantação de projetos de grande impacto cultural, como o Museu de Arte do Rio de Janeiro (Mar) , na Praça Mauá, e o Museu do Amanhã, no Píer Mauá, ambos em parceria com a Fundação Roberto Marinho, darão nova cara à entrada do porto.Para coordenar o processo de implantação do Porto Maravilha, foi criada a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP), empresa de economia mista, controlada pela Prefeitura. A CDURP tem como principais funções implementar e gerir a concessão de obras e serviços públicos na região, além da administrar os recursos patrimoniais e financeiros referentes ao projeto.

Como as obras serão financiadas?

Para atrair o interesse de investidores e conseguir financiamento para as obras de renovação urbana do Porto Maravilha, a Lei Municipal Complementar n˚ 101/2009 autoriza o aumento do potencial construtivo na região, ou seja, permite a construção além dos limites atuais, com exceção das áreas de preservação, de patrimônio cultural e arquitetônico, e dos prédios destinados ao serviço público. Para explorar este novo potencial construtivo, os interessados deverão comprar os Certificados de Potencial Adicional Construtivo (CEPACs). Todo o valor arrecadado com a venda dos CEPACs é obrigatoriamente investido na melhoria da infraestrutura urbana e em serviços na região.

Principais obras:

Construção de 4 km de túneis; Reurbanização de 70 km de vias e 650.000 m² de calçadas; Reconstrução de 700 km de redes de infraestrutura urbana (água, esgoto, drenagem); Implantação de 17 km de ciclovias; Plantio de 15.000 árvores; Demolição do Elevado da Perimetral (4 km); Construção de três novas estações de tratamento de esgoto.

Principais serviços

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Conservação e manutenção do sistema viário; Conservação e manutenção de áreas verdes e praças; Manutenção e reparo de iluminação pública e calçadas; Execução de serviços de limpeza urbana; Implantação de coleta seletiva de lixo; Manutenção da rede de drenagem e de galerias universais; Manutenção da sinalização de trânsito; Instalação e conservação de bicicletários; Manutenção e conservação de pontos e monumentos turísticos, históricos e geográficos; Atendimento ao cidadão.

Regras Urbanísticas e Ambientais

Para promover um ambiente urbano saudável e sustentável, as novas edificações da região deverão obedecer a parâmetros urbanísticos e ambientais específicos:

Afastamento e recuo adequados entre as novas construções; Economia de consumo de água e reaproveitamento de águas pluviais e servidas; Economia e/ou geração local de energias limpas; Uso de aquecimento solar; Uso de telhados verdes e/ou reflexivos do aquecimento solar; Maximização da ventilação e iluminação natural; Uso de materiais com certificação ambiental; Facilitação de acesso e uso de bicicletas.

Compromissos Sociais:

Operação Urbana Porto Maravilha parte do pressuposto de que os atuais moradores devem permanecer na região portuária. Pelo menos 3% dos recursos da venda dos CEPACs serão obrigatoriamente investidos na valorização do Patrimônio Material e Imaterial da área e em programas de desenvolvimento social para moradores e trabalhadores.

Para isso são oferecidos vários estímulos, tais como:

Criação de habitações de interesse social; Instalação de creches, UPAs e escolas que atendam a densidade populacional prevista; Integração entre os diversos modais de transporte público, facilitando a acessibilidade e a

comunicação com outras áreas; Recuperação da qualidade ambiental da área; Geração de empregos diretos e permanentes na região; Regularização e formalização das atividades econômicas; Formação profissional; Criação dos Programas Porto Cultural e Porto Cidadão Apoio a iniciativas de desenvolvimento comunitário.

Principais Impactos

Aumento da população de 22 mil para 100 mil habitantes em 10 anos; Aumento da área verde de 2,46 % para 10,96%; Aumento de 50% na capacidade de fluxo de tráfego na região; Redução da poluição do ar e sonora, com a retirada da Perimetral e a redução do transporte

pesado na região; Aumento da permeabilidade do solo; Aumento e melhoria da qualidade da oferta de serviços públicos; Transformação da região em referência para a cidade.

Plano de Revitalização do Porto da Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro)

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Há coincidências entre o plano atual de revitalização do porto e o lançado no início do século 20, levando ao aterro da área que agora se pretende resgatar. A obra na então Capital Federal foi bancada pela União, depois do fracasso de três projetos privados. O empréstimo de bancos ingleses equivaleu a 46% do Orçamento federal de 1903. O porto foi inaugurado em 1910 e tinha um terço dos 3,5 km de cais. A empreiteira inglesa só concluiu a obra no ano seguinte.

O aterro uniformizou uma faixa litorânea recortada, que abrigava, em 1906, 10% dos cariocas. Na época, as famílias mais ricas já corriam para os bairros oceânicos, para viver à beira da praia. Hoje, esses bairros se estendem até o Recreio dos Bandeirantes, a 40 km de distância do centro histórico do Rio de Janeiro.

O plano atual reserva 3% dos R$ 8 bilhões para a preservação do patrimônio histórico. O cais do Valongo, onde chegavam africanos escravizados, foi desenterrado. Dividirá espaço com um VLT (veículo leve sobre trilhos) e “edifícios verdes”.

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O passado dificulta a regularização dos lotes públicos na zona. Um deles, registrado nos anos 1910, continua em nome da Prefeitura do Distrito Federal. O Rio deixou de ser capital do país, passou a capital da Guanabara, depois do Estado do Rio. Nada disso está registrado no cartório. Outros estão em nome da massa falida da Rede Ferroviária Federal como garantia de dívida trabalhista. Tudo isso dificultou durante anos a implementação do projeto de revitalização da Zona Portuária do Rio.

Claudia Antunes e Italo Nogueira (Folha de S. Paulo, 12/06/11) informam que o investimento de R$ 8 bilhões foi lançado, oficialmente, no dia 13 de junho de 2011, embora tenha sido preparado durante várias gestões da Prefeitura do Rio. Ele promete reocupar a zona portuária do Rio, parte do núcleo original da cidade, hoje repleta de galpões e sobrados antigos degradados à beira da baía de Guanabara.

Embora a Prefeitura anuncie a meta de quintuplicar em 15 anos o número de moradores (de 23 mil para 100 mil), as características do “novo porto” serão definidas pelo mercado imobiliário. Haverá incentivos financeiros para a construção de moradias na área de 4,8 km2, equivalente em São Paulo ao retângulo

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formado pelas avenidas Paulista, 23 de Maio, Brasil e Rebouças. O Rio, porém, optou por não definir o zoneamento da região.

Graças à promessa de oferta de lotes públicos (60% da União), será a maior frente aberta à construção civil na cidade desde o início da urbanização da Barra da Tijuca, nos anos 1970.

Para atrair empresários, foi permitido o aumento de gabarito, por meio da compra de títulos imobiliários. A prefeitura fez leilão do lote de 6,4 milhões de CEPAC (Certificados de Potencial Adicional Construtivo) por R$ 3,5 bilhões. O repasse chegará a R$ 8 bilhões com a regularização e a venda dos terrenos públicos.

O Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha, da Caixa Econômica Federal, arrematou por R$ 3,5 bilhões o lote único dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) na Zona Portuária do Rio de Janeiro, durante leilão promovido no dia 13 de maio de 2011 pela prefeitura. Os Cepacs são títulos mobiliários, regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que permitem a construção de edifícios mais altos do que os limites atuais permitidos pela legislação. A operação financeira prevê que o fundo, que usa recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), revenda o direito de construção a investidores interessados e, em contrapartida, repasse ao município do Rio o total de R$ 8 bilhões, ao longo de 15 anos.

Esse dinheiro vai financiar as obras da segunda fase do projeto Porto Maravilha, em cinco anos, e a manutenção de ruas e arredores da zona portuária por 15 anos. Entre as intervenções previstas, que serão pagas com os recursos provenientes do leilão, estão a demolição de parte do elevado da Perimetral, que faz a ligação entre as zonas norte e sul passando pela região central, a construção de quatro quilômetros de túneis para substituir o atual viaduto a beira-mar, a reurbanização de 70 quilômetros de vias e a reconstrução de 700 quilômetros de redes de infraestrutura urbana.

A prefeitura emitirá a ordem de serviço ao consórcio Porto Novo, formado pelas empreiteiras OAS, Carioca Engenharia e Odebrecht, para que assuma a os projetos previstos para a região. O consórcio venceu a licitação feita no fim 2010 e é responsável pela execução das obras de infraestrutura urbana por cinco anos e por serviços públicos, no período de 15 anos, como coleta seletiva de lixo, limpeza urbana, reparo de iluminação pública, recuperação de calçadas e sinalização de trânsito. A passagem de responsabilidade dos serviços para o consórcio será gradativa e deverá durar até seis meses.

O plano, esboçado antes da escolha do Rio para sediar a Olimpíada de 2016, acabou vinculado a ela. Entre as novas construções estarão as vilas de mídia e dos árbitros da competição que foramobjetos de um concurso de projetos.

A revitalização do centro histórico tem apoio de urbanistas. Para eles, a expansão horizontal do Rio dispersa os gastos públicos e não faz sentido quando já há uma região bem servida. A zona portuária conta com viadutos, metrô e estações ferroviárias. Tem acesso fácil ao Sambódromo, Tunel Santa Bárbara, Tunel Rebouças, Maracanã, Quinta da Boa Vista, Campo de São Cristóvão, Linha Vermelha, Aeroporto Galeão, Ponte Rio-Niterói. Conheço bem a região porque trabalhei anos lá perto da Estação Rodoviária no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

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“É a melhor oportunidade de estancar a febre expansionista predatória que nos acomete há décadas”, afirma Sergio Magalhães, presidente da seção regional do Instituto dos Arquitetos do Brasil. Em outras palavras, será a “agulha” que furará a bolha imobiliária no Rio depois da Olimpíada de 2016.

São apontados, porém, ao menos três riscos no plano:

1. a compra dos Cepacs para especulação, sem construção dos imóveis;2. a expulsão de moradores pobres da área; e3. a construção civil não dar conta da tarefa.

Há um quarto risco: falta de interesse pelos Cepacs. Isto porque o gabarito sem compra do Certificado de Potencial Construtivo já é suficiente para atrair o mercado. Segundo a Companhia de Desenvolvimento da Região do Porto, quatro edifícios em licenciamento contam com a compra de 76 mil Cepacs. Se o negócio é tão bom, por que nenhum consórcio privado se inscreveu para disputar o leilão?

As empresas imobiliárias refutam as desconfianças. Argumentam que, com o crescimento econômico, há deficit de salas no centro para grandes empresas e moradia para seus funcionários. Não faltará capital porque também há interesse de estrangeiros. A americana Tishman apresentou um dos 16 projetos já em licenciamento. São sete para prédios residenciais. Os investimentos comerciais irão primeiro, mas depois serão seguidos pela população residencial a se fixar próxima do local de trabalho.

Page 14: au2012unip.webnode.com · Web viewO consórcio é o vencedor da primeira Parceria Público Privada (PPP) da cidade. Principais obras Dentre as muitas obras do projeto se destacam

“A oferta de área é muito alta. Talvez fosse preciso congelar o licenciamento em outras regiões, mas a prefeitura abriu as Vargens ao mercado e está abrindo Sepetiba”, diz o arquiteto Roberto Magalhães, citando zonas longe do centro.

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Porto Maravilha

Transformação da zona portuária do Rio é complexa e inclui desde infraestrutura básica até a abertura de vias e construção de túneis. Onde hoje há uma área degradada, o plano é desenvolver o potencial construtivo de 5 milhões de m²

Por Juliana Nakamura

Dinheiro não virá dos cofres públicos

Para viabilizar as intervenções da segunda etapa do Projeto Porto Maravilha sem ter que mexer nos cofres municipais, a prefeitura lançou mão de uma estruturação financeira pouco comum. As obras serão executadas pelo consórcio Porto Novo, com quem o município firmou um contrato de R$ 7,6 bilhões, o maior já feito no Brasil na modalidade de PPP (Parceria Público-Privada). Além de construir, o consórcio irá administrar serviços na região como conservação e manutenção de vias públicas e monumentos históricos, iluminação pública, limpeza urbana e coleta de lixo domiciliar pelo prazo de 15 anos.

Alberto Silva, assessor da presidência da CDURP (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro), explica que não serão utilizados recursos da prefeitura no contrato de PPP. O pagamento das contraprestações públicas será realizado com recursos oriundos da venda de Cepacs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) e de terrenos públicos na região.

Resultado de uma operação urbana consorciada criada pela prefeitura, os Cepacs são títulos mobiliários que concedem a seu proprietário autorização para a mudança de uso e o aumento do potencial construtivo numa determinada região. Para viabilizar os certificados, a prefeitura alterou o uso predominantemente industrial da ZP (Zona Portuária) e das áreas ao seu redor e os gabaritos das edificações, de modo a incrementar a ocupação e o aproveitamento local. Em algumas áreas, a altura máxima foi ampliada de 18 m para 90 m. Além disso, todas as quadras terão IAT (Índice de Aproveitamento do Terreno) básico proposto de 1,0, com o qual os proprietários poderão construir sem nenhum ônus extra, podendo negociar adicionais construtivos.

Diferente do que ocorreu nas operações urbanas realizadas em São Paulo, no Rio de Janeiro, a Caixa Econômica Federal vai aportar os R$ 7,6 bilhões para a recuperação da infraestrutura e manutenção dos serviços públicos na região portuária. Em contrapartida, o fundo de investimentos do FGTS administrará a emissão dos Cepacs e terá prioridade na compra dos terrenos da União que existem na região. Para gerir a Operação Urbana, a prefeitura criou em 2009 a CDURP, uma sociedade de economia mista de controle do município.