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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA
AÍLA MARIA MOREIRA DE ABREU E SILVAKAMYLLA CHAVES DE BRITO
PERFIL CLÍNICO DO PACIENTE SUBMETIDO À ANGIOPLASTIA CORONARIANA
JOÃO PESSOA – PB2018
AÍLA MARIA MOREIRA DE ABREU E SILVAKAMYLLA CHAVES DE BRITO
PERFIL CLÍNICO DO PACIENTE SUBMETIDO À ANGIOPLASTIA CORONARIANA
Artigo apresentado à Banca Examinadora do Programa de Mestrado Profissionalizante do Instituto Brasileira de Terapia Intensiva - IBRATI como requisito para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva.
Orientador: Dr Prof Douglas Ferrari Co-orientadora: Dra Viña Del Mar
JOÃO PESSOA – PB2018
Perfil clínico do paciente submetido à angioplastia coronariana
Aíla Maria Moreira De Abreu E SilvaKamylla Chaves De Brito
Artigo apresentado ao Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva –
MPTI, do Instituto Brasileira de Terapia Intensiva – IBRATI, como requisito final
para obtenção do título de Mestre.
Data de Aprovação:_____/____/____
BANCA EXAMINADORA
______________________________________Orientador
______________________________________Co-orientador
______________________________________Examinador
______________________________________Examinador
______________________________________Examinador
RESUMO
A Doença Arterial Coronariana (DAC), configura-se como uma doença
multifatorial, ocasionada por diversos fatores de risco coronarianos. A DAC
ocorre em maior frequência pela obstrução da artéria coronária por placas de
ateroma e geralmente acomete indivíduos com estenose das artérias
epicárdicas. O objetivo deste trabalho é caracterizar o perfil clínico de pacientes
submetidos à angioplastia coronariana em uma unidade de terapia intensiva
em um hospital especializado em cardiologia no município de João Pessoa –
Paraíba. Metodologia: estudo exploratório descritivo de corte retrospectivo com
abordagem quantitativa. Os dados foram analisados através da avaliação de
prontuários dos pacientes submetidos à angioplastia coronariana nos meses de
junho a agosto de 2017. Resultados: foram analisados 20 prontuários. 75%
pertenciam ao sexo masculino, com idade 63,20 ± 11,21 anos. Identificou-se
entre as características sociodemográficas e clínicas da amostra estudada é
semelhante ao de estudos desenvolvidos no contexto nacional. Constatou-se
centralização do atendimento na capital João Pessoa e os pacientes
investigados não procuram os serviços de saúde no surgimento das primeiras
manifestações clínicas, gerando um retardo no tratamento. Conclusão:
Recomenda-se novas pesquisas na área sejam conduzidas para aprofundar o
perfil clínico. Além disso, sugere-se que políticas públicas sejam efetivadas no
cuidado ao paciente submetidos à angioplastia coronariana.
Palavras-chave: Perfil clínico. Angioplastia coronariana. Terapia intensiva.
INTRODUÇÃO
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) as doenças
cardiovasculares são responsáveis por 16,7 milhões de mortes anualmente,
estimativas apontam que para o ano de 2020 sejam a principal causa de
mortalidade e incapacitação (PORTELA et al, 2016). No cenário Brasileiro, no
ano de 2016, para região nordeste, foram registradas 249.234 internações
hospitalares por doenças do aparelho circulatório, com taxa de mortalidade de
12,85% para o período (DATASUS, 2017).
Dentre as doenças cardiovasculares destacam-se a doença arterial
coronariana que se manifesta por angina pectoris, infarto agudo do miocárdio,
insuficiência cardíaca, doença cerebrovascular, manifestada por acidente
vascular cerebral hemorrágico, isquêmico, e ataque isquêmico transitório; e a
doença arterial periférica.
Nesse contexto, a Doença Arterial Coronariana (DAC), configura-se
como uma doença multifatorial, ocasionada por diversos fatores de risco
coronarianos. A DAC ocorre em maior frequência pela obstrução da artéria
coronária por placas de ateroma e geralmente acomete indivíduos com
estenose das artérias epicárdicas (CARVALHO et al, 2006).
Com a introdução da intervenção coronariana percutânea na abordagem
terapêutica do paciente com DAC, lesões até então só abordadas por
procedimento cirúrgico, envolvendo uma toracotomia, passaram a ser tratadas
com um cateter balão levado até o sistema coronariano por simples punção
arterial periférica, tornando-se um dos tratamentos mais utilizados na DAC,
aliviando a angina, melhorando a qualidade de vida e, mesmo, reduzindo a
mortalidade nos casos agudos (PIEGAS; HADDAD, 2011).
Nesse sentido, a relevância deste trabalho visa à busca de informações
que ajudem a equipe multiprofissional a direcionar as condutas terapêuticas e
uma assistência de qualidade e segura ao paciente dentro do âmbito
hospitalar. Além disso, a partir de busca realizada no Portal de Revistas de
Enfermagem- RedeEnf verificou-se que os estudos envolvendo a temática
centram-se principalmente nas regiões Sul (KUHN et al, 2015) e Sudeste
(BASTOS et al, 2012; FONSECA et al, 2013), portanto torna-se relevante a
proposição de novas investigações a partir da realidade local, a fim de ampliar
o estado da arte.
OBJETIVO GERALO presente estudo teve como objetivo caracterizar o perfil clínico de
pacientes submetidos à angioplastia coronariana em uma terapia intensiva de
um hospital especializado em cardiologia no município de João Pessoa –
Paraíba.
METODOLOGIA A pesquisa exploratória visa uma primeira aproximação do pesquisador
com o tema, para torná-lo mais familiarizado com os fatos e fenômenos
relacionados ao problema a ser estudado. No estudo, o investigador irá buscar
subsídios, não apenas para determinar a relação existente, mas, sobretudo,
para conhecer o tipo de relação. A pesquisa descritiva é aquela que visa
apenas a observar, registrar e descrever as características de um determinado
fenômeno ocorrido em uma amostra ou população, sem, no entanto, analisar o
mérito de seu conteúdo. Geralmente, na pesquisa quantitativa do tipo
descritiva, o delineamento escolhido pelo pesquisador não permite que os
dados possam ser utilizados para testes de hipóteses, embora hipóteses
possam ser formuladas a posteriori, uma vez que o objetivo do estudo é
apenas descrever o fato em si (SAMPIERI; COLLADO;LUCIO, 2013).
A metodologia do estudo exploratório descritivo de corte retrospectivo
com abordagem quantitativa foi realizada em um hospital privado credenciado
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no município de João Pessoa – PB. A
população alvo do estudo foi composta de pacientes submetidos à angioplastia
coronariana.
A análise dos dados se deu a partir da avaliação de prontuários dos
pacientes internos em terapia intensiva e que passaram por angioplastia
coronariana nos meses de junho a agosto de 2017. Para caracterização da
amostra foi elaborado pelas pesquisadoras um formulário contento as
seguintes variáveis: idade, sexo, procedência, diagnóstico de síndrome
coronariana aguda, tempo que foi encaminhado ao serviço, terapêutica
utilizada, complicações pós-procedimento e desfecho da internação hospitalar
(Apêndice A). Ressalta-se que os dados da presente investigação foram
autorizados previamente pela direção da instituição hospitalar (Apêndice B).
A coleta de dados ocorreu no mês de outubro. O formulário foi
preenchido pelas pesquisadoras. A amostra final foi constituída 20 prontuários.
Os dados coletados foram tabulados no programa Excel for Windows, e
analisados por meio de estatística descritiva sendo apresentados por meio de
tabela contendo frequências absolutas e percentuais.
RESULTADOS
A amostra foi constituída de 20 prontuários. A tabela 1 apresenta as características sociais e clínicas de pacientes submetidos à angioplastia conforme se vê abaixo:
Tabela 1 - Características sociais e clínicas de pacientes submetidos à
angioplastia em um serviço especializado. João Pessoa, PB, Brasil, 2017
(n=20)
FONTE: Elaboração própria. Dados da pesquisa, 2017
VARIÁVEIS n (%)Idade (média±dp) 63,20±11,21Sexo Masculino 15 (75%) Feminino 5 (25%)Município João Pessoa 6(30%) Outros Municípios 14 (70%)Procedência Unidade de Pronto Atendimento 4(20%) Demanda espontânea 16 (80%)Procura por atendimento < 24H 5(25%) > 72H 1(5,0%) ≥1 semana 14 (70%)Tipo de SCA IAM C/SST 5 (25%) IAM S/SST 2 (10%) ANGINA 13 (65%)Artéria tratada ADA (artéria descendente anterior) 12 (60%) ACX (artéria circunflexa) 2 (10%) ACD (artéria coronária direita) 4 (20%) DG (diagonal) 2 (10%)Tratamento com stent Positivo 19 (95%) Negativo 1 (5,0%)Complicações pós procedimento Pico Hipertensivo 1 (5,0%) Sem Complicações 19 (95%)Desfecho Alta Hospitalar 20 (100%)
DISCUSSÃO
O perfil sociodemográfico caracterizou-se por pacientes com maioria do
sexo masculino, com idade média de 63,20 ± 11,21 anos, procedente de outros
municípios. Esses dados corroboram com pesquisas conduzidas no contexto
nacional (VILLELA; LEMOS, 2010; GOMES et al, 2002; PAIVA et al, 2016).
Com relação ao sexo, verifica-se que o sexo masculino foi o mais
acometido por síndrome coronariana aguda (SCA), sendo a angioplastia o
procedimento terapêutico escolhido. Esse achado corrobora com estudo
desenvolvido na região sudeste, com 52 pacientes, cujo objetivo foi caracterizar
o perfil das pessoas com infarto agudo do miocárdio (IAM) atendidas em um
serviço de emergência e verificar o tempo de chegada (delta T). Os autores
evidenciaram que 72,96% dos participantes eram do gênero masculino, com
idade média de 62,35 ± 14,66 anos, casada, poucos anos de estudo (BASTOS
et al, 2012).
É importante ressaltar que a presença de um ou mais fatores de risco
para doença aterosclerótica coronária, eleva consideravelmente a possibilidade
de ser o paciente portador de um quadro isquêmico miocárdico agudo. Entre os
fatores de risco para surgimento de quadros agudos de isquemia estão a idade
avançada, o sexo masculino, história família de doença coronária, diabetes,
hiperlipidemia, hipertensão arterial, tabagismo, insuficiência renal crônica,
infarto prévio ou doença aterosclerótica carotídea ou periférica são fatores de
risco amplamente conhecidos (REGGI; STEFANINI, 2016).
Verifica-se que 70% da amostra investigada pertenciam a outros
municípios. Esse dado chama atenção, apontado fragilidades na rede de
atenção aos cuidados de saúde ao paciente agudamente enfermo com
afecções cardiovasculares, sendo a capital João Pessoa a referência na
prestação desses serviços. Assim, considera salutar a descentralização dos
serviços, para que os pacientes agudos possam ser tratados de forma rápida,
além de desafogar os leitos de urgência e emergência do município.
Quanto à procedência da amostra, constata-se que 80% dos
investigados procuraram o serviço por demanda espontânea. Esse dado
chama atenção que os usuários não buscaram o serviço de pronto
atendimento, assim pode-se inferir que a falta de unidades de pronto retarda o
diagnóstico inicial de SCA. Adicionalmente, identificou-se que 70% procuraram
o serviço após uma semana. Desse modo, acredita-se que a efetivação da
política nacional de urgências deve ser um compromisso dos gestores
municipais a fim de subsidiar uma assistência integral e resolutiva.
Nesse sentido, verifica-se que, no Brasil, os pacientes com sintomas de
IAM não procuram imediatamente os serviços de saúde, por não reconhecerem
seus sintomas, por ausência de serviços especializados de primeiros socorros.
Adicionalmente, soma-se, a fragilidade no transporte público, dificultando a
chegada dessas pessoas ao hospital. Esses obstáculos são desafios das
autoridades de saúde pública, pois o IAM é considerado uma doença
ameaçadora à vida, demandando ações, procedimentos de alta complexidade,
serviços de saúde especializados e, ocasionando maiores custos financeiros,
além de enormes prejuízos à sociedade (BASTOS et al, 2012).
Salienta-se, outro aspecto importante na relação tempo versus
realização da intervenção coronária percutânea (ICP) primária, está na
disponibilidade desse recurso para os pacientes, considerando que não são
todos os hospitais e todas as regiões que dispõem de um centro capacitado
com tecnologias e recursos humanos para a realização da ICP primária
(CÉSAR; MORETTI, 2016).
Concernente às características clínicas, evidencia-se que pacientes
apresentaram o diagnóstico de angina estável para serem submetidos à
terapêutica de angioplastia.
Sabe-se que a angina estável é uma síndrome clínica caracterizada por
dor ou desconforto em qualquer das seguintes regiões: tórax, epigástrio,
mandíbula, ombro, dorso ou membros superiores, sendo tipicamente
desencadeada ou agravada com atividade física ou estresse emocional e
atenuada com uso de nitroglicerina e derivados. A angina usualmente acomete
portadores de DAC com comprometimento de, pelo menos, uma artéria
epicárdica. Entretanto, pode também ocorrer em casos de doença cardíaca
valvar, cardiomiopatia hipertrófica e hipertensão não controlada. Outras
situações de dor torácica ou sintomas manifestados nas regiões habituais de
sua manifestação que possuem outros diagnósticos, tais como alterações
relacionadas ao esôfago, estômago, pulmão, mediastino, pleura e parede
torácica (CÉSAR et al, 2014).
A angina pectóris é conceituada na medicina ocidental como uma
síndrome clínica caracterizada por dor ou pressão causada por fluxo sanguíneo
insuficiente ao coração. Geralmente, está relacionada à presença de obstrução
aterosclerótica no sistema coronariano que, em resposta ao esforço físico ou
ao estresse emocional, provoca déficit do suprimento sanguíneo e, portanto, de
oxigênio ao músculo cardíaco (SANTOS et al, 2017). Nessa perspectiva,
aponta-se a angioplastia com abordagem terapêutica para alívio da
sintomatologia e melhorar qualidade de vida.
A literatura aponta que os candidatos à angioplastia são: pacientes com
oclusão mínima de 70% da luz da maior artéria coronária, colocando-o em risco
de isquemia, vasta área do miocárdio e cujas condições não respondem a
tratamentos clínicos, são contraindicados a pacientes com ramo principal
esquerdo coronário sem fluxo colateral para as artérias descendente, anterior e
circunflexa, pacientes com implante de ponte de safena há mais de cinco anos
ou cujo enxerto se tornou doente e pacientes com função ventricular duvidosa
(NEVES et al, 2005).
Assim, considera-se o uso de Stent como medida de escolha no
tratamento estabelecido. De acordo com a literatura implantes tubulares feitos
de ligas metálicas (aço inoxidável 316L, cobalto, platina, titânio, titânio-níquel),
biocompatíveis e resistentes à corrosão e fraturas. Atuam primariamente
evitando o colapso vascular, funcionando como suporte à parede do vaso
(GOMES et al, 2002).
Estudo conduzido cujo objetivo foi analisar as características cirúrgicas
de pacientes operados após a intervenção coronária percutânea, com 56
pacientes, identificou que 60% dos pacientes foram tratados com implante de
um Stent (KUHN et al, 2015).
Outra pesquisa identificou que a região Sul é a que mais realizou ICPs
primárias (79,4%), seguida das regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e
Norte”. Os autores concluem também que “quanto ao tipo de Stent utilizado,
evidenciou-o uso de Stents convencionais em 96,3% e de Stents
farmacológicos em 3,7% das ICPs no contexto do IAM no Brasil (FERREIRA et
al, 2015).
Entre as principais artérias tratadas através da angioplastia constata-se que a
maioria foi à artéria descendente anterior (ADA).
A artéria coronária esquerda se origina do seio de Val - salva direito,
próxima à artéria coronária direita, com trajeto pré-pulmonar (ou pré-cardíaco),
ou seja, um trajeto anterior ao tronco da artéria pulmonar, dando origem a
ramos que se anastomosavam entre si. Dentre esses ramos identificamos uma
artéria circunflexa, duas artérias marginais e uma artéria descendente anterior,
todas de calibres mais finos que os habituais.
A ADA é a artéria com padrão mais constante em trajeto e distribuição
da circulação coronária e, habitualmente, tem origem no tronco da coronária
esquerda, percorre todo o sulco interventricular anterior e emite ramos septais
e diagonais que garantem a irrigação das paredes anterior, septal e lateral do
ventrículo esquerdo (PAIVA; OLIVEIRA, 2016).
Foi possível identificar que 100% da amostra receberam alta hospitalar.
Embora os pacientes tenham apresentado retardo na procura dos serviços, o
desfecho clínico foi favorável. Assim, verifica-se a necessidade da efetivação
das políticas públicas em saúde para se obter o melhor resultado da
terapêutica com o objetivo de restabelecer o melhor fluxo possível no menor
tempo possível, a fim de minimizar danos ao miocárdio. Cabe ressaltar que o
tempo de chegada do paciente ao serviço médico torna-se primordial para o
sucesso da abordagem clínica. Logo, quanto mais cedo o paciente chega maior
é o impacto do tempo para o início do tratamento de reperfusão (CÉSAR et al,
2014).
A elevação do retardo promoverá redução do benefício e poderá
promover maior dificuldade técnica no procedimento, no quesito
restabelecimento do fluxo coronário anterógrado normal, mas o advento de
técnicas adjuntas e a farmacologia anticoagulante e antiplaquetária potente
podem ajudar a elevar o desempenho da ICP primária nos cenários de maior
adversidade trombótica (FONSECA et al, 2013).
Sabe-se que o melhor resultado da terapia de intervenção coronária
percutânea é restabelecer o melhor fluxo possível no menor tempo possível.
Outro fato que chama atenção no desenvolvimento do estudo foi a reduzida
informação possibilitada pelo formulário de registro dos casos que dão entrada
no setor de urgência/emergência, na medida em que não descreve qual ou
quais fatores de risco o paciente apresentava quando do diagnóstico de IAM,
para maior detalhamento e cruzamento das informações. Desse modo, torna-
se essencial a necessidade de repensar os registros, com vistas a possibilitar
mais informações para futuras pesquisas, possibilitando maiores detalhes que
possam aprofundar o perfil de pacientes submetidos à abordagem terapêutica
de angioplastia, contribuindo para melhorar o sistema de informações e ações
dos serviços de saúde nos diversos níveis de atenção, com indicadores mais
precisos (FONSECA et al, 2013).
Embora não tenha sido evidenciado na amostra complicações
decorrente do procedimento, a literatura aponta que as complicações mais
comuns em pessoas submetidas a angioplastia são isquemia do miocárdio,
sangramento e formações de hematomas, hematoma retroperitoneal, oclusão
arterial, formação de pseudoaneurismas, formação de fístula arteriovenosa,
lesão renal aguda são as principais limitantes desta técnica diagnóstica e
podem variar desde eventos adversos leves e transitórios até mais graves,
como IAM ou morte (NEVES et al, 2005).
CONCLUSÃOOs achados do estudo permitiram identificar o perfil clínico de pacientes
que realizaram a ICP na cidade de João Pessoa. Identificou-se que as
características sociodemográficas e clínicas da amostra estudada é
semelhante ao de estudos desenvolvidos no contexto nacional. Observou-se
também que há uma centralização do atendimento na capital João Pessoa e
que o paciente não procura os serviços de saúde no surgimento das primeiras
manifestações clínicas, gerando um retardo no tratamento e que pode evoluir
para desfechos clínicos desfavoráveis.
Assim, consideram-se necessárias mais pesquisas voltadas para a área,
aprofundando o perfil clínico desses pacientes para que se possam
desenvolver políticas públicas capazes de alcançar a parcela da sociedade que
se encontra com mais dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
REFERÊNCIAS
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KUHN, O.T. et al. Perfil de pacientes submetidos à cateterismo cardíaco e angioplastia em um hospital geral. Revista Contexto & Saúde, v.15, n.29, p.4-14, 2015.
NEVES, J. et al. Uso de Stents no Tratamento da Coarctação da Aorta. Rev Bras Cardiol Invas, v.13, n.3, p.153-166, 2005.
PAIVA, L.A; OLIVEIRA, M.D.C. Infarto agudo do miocárdio no Sistema Único de Saúde: uma ponte longe demais para a reperfusão? Rev Bras Cardiol Invas, v.24, n.1, p.2-3, 2016.
PIEGAS, S.L; HADDAD, N. Intervenção coronariana percutânea no Brasil. Resultados do Sistema Único de Saúde. Arq Bras Cardiol, v.96, n.4, 2011.
PORTELA, R.S. et al. Prevalência de fatores de risco cardiovascular e fatores associados em usuários de unidade de saúde. Rev enferm UFPE, v. 5, n. 9, p. 3232-40, 2016.
REGGI, S; STEFANINI, E. Diagnóstico das Síndromes coronarianas agudas e modelo sistematizado de atendimento em unidades de dor torácica. Rev Soc Cardiol v.26, n.2 p.78-85, 2016.
SAMPIERI, R.H. COLLADO, C.F. LUCIO, M.P.B. Metodologia da pesquisa. 5ª ed. Porto Alegre: Penso, 2013.
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VILLELA, M.P.C; LEMOS, M.E.S. Os cuidados do enfermeiro-acupunturista ao paciente com angina estável: uma relação rumo à integridade da assistência. REME, v.14, n.4, 2010.
APÊNDICE AINSTRUMENTO PARA CARACTERIZAÇÃO DOS ASPECTOS
SOCIODEMOGRÁFICOS E CLÍNICOS DE PACIENTES SUBMETIDOS À ANGIOPLASTIA
1. Idade:_____ anos.
2. Sexo:( ) Masculino ( ) Feminino
3. Procedência:( ) João Pessoa ( ) Outros Municípios ( ) UPA ( ) Hospitais ( )
Espontânea
4. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM ):( ) Positivo ( ) Negativo
5. Tempo que procurou o serviço:( )< 24H ( ) > 24H ( )> 72H ( )> 1 SEMANA
6. Tipo de Síndrome Coronariana Aguda (SCA):( ) IAM C/SST ( ) IAM S/SST ( )Angina Instável
7. Artéria tratada:( ) ADA ( ) ACX ( ) ACD ( ) TRONCO
8. Tratamento com Stent :( ) Positivo ( ) Negativo
9. Complicações no Pós Angioplastia:( ) Hematoma ( ) Sudorese Vasovagal ( ) Dor Precordial ( ) Reinfarto
( ) Pico Hipertensivo
10.Desfecho da internação:( ) Alta hospitalar ( ) Transferência hospitalar para outra instituição ( )
Óbito
APÊNDICE BCARTA DE ANUÊNCIA PARA AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA