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PT Bruxelas, 22 de outubro de 2020 REUNIÃO PLENÁRIA 16, 17 E 18 DE SETEMBRO DE 2020 SÍNTESE DOS PARECERES ADOTADOS O presente documento pode ser consultado nas línguas oficiais no sítio Web do CESE, no seguinte endereço: http://www.eesc.europa.eu/pt/our-work/opinions-information-reports/ plenary-session-summaries Os pareceres mencionados podem ser consultados em linha através do motor de busca do CESE: https://dmsearch.eesc.europa.eu/search/opinion EESC-2020-03595-00-01-TCD-TRA (EN) 1/75

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PT

Bruxelas, 22 de outubro de 2020

REUNIÃO PLENÁRIA

16, 17 E 18 DE SETEMBRO DE 2020

SÍNTESE DOS PARECERES ADOTADOS

O presente documento pode ser consultado nas línguas oficiais no sítio Web do CESE, no seguinte endereço:

http://www.eesc.europa.eu/pt/our-work/opinions-information-reports/plenary-session-summaries

Os pareceres mencionados podem ser consultados em linha através do motor de busca do CESE:

https://dmsearch.eesc.europa.eu/search/opinion

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Índice

1. MERCADO ÚNICO, PRODUÇÃO E CONSUMO..................................................................3

2. UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA, COESÃO ECONÓMICA E SOCIAL................8

3. EMPREGO, ASSUNTOS SOCIAIS E CIDADANIA.............................................................18

4. COMISSÃO CONSULTIVA DAS MUTAÇÕES INDUSTRIAIS........................................25

5. AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO RURAL E AMBIENTE...................................28

6. TRANSPORTES, ENERGIA, INFRAESTRUTURAS E SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO..........................................................................................................................37

7. RELAÇÕES EXTERNAS.........................................................................................................44

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A reunião plenária de 16, 17 e 18 de setembro de 2020 foi assinalada por uma cerimónia de fim de mandato com mensagens em vídeo de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, David Sassoli, presidente do Parlamento Europeu, e Maroš Šefčovič, vice-presidente da Comissão Europeia, e contou com a participação de Klara Dobrev, vice-presidente do Parlamento Europeu, e Giuliano da Empoli, escritor, jornalista e fundador do grupo de reflexão Volta.

Os pareceres adotados na reunião plenária foram os seguintes:

1. MERCADO ÚNICO, PRODUÇÃO E CONSUMO

O Mercado Único Digital – Tendências e oportunidades para as PME

Relator: Pedro Almeida Freire (Grupo dos Empregadores – PT)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2017-01768-00-01-AC

Pontos principais:

O CESE constatou, durante as audições realizadas em alguns países selecionados a respeito do índice de digitalidade da economia e da sociedade 2019 (Bélgica, Alemanha, Portugal e Roménia), que muitas pequenas e médias empresas europeias, em particular as micro e pequenas empresas (93% das empresas da Europa), demoraram a adotar soluções digitais. As PME que deram este passo afirmaram ter enfrentado numerosos obstáculos à implantação das soluções digitais.

O CESE:

˗ recomenda que sejam envidados todos os esforços para suprimir o principal obstáculo, que consiste na ausência de uma cobertura otimizada do território pela rede de alta velocidade;

˗ propõe que o ensino escolar disponha de cursos obrigatórios de tecnologias digitais e que as pequenas e médias empresas possam beneficiar de serviços de formação sobre estas ferramentas. Além disso, é necessário apoiar e promover mais formações contínuas adaptadas e a preços acessíveis para os trabalhadores independentes, os gestores de pequenas e médias empresas e respetivos empregados.

˗ insta a uma harmonização fiscal neste domínio, uma vez que a concorrência leal entre as pequenas e médias empresas e as grandes empresas é essencial para o bom funcionamento do mercado interno;

˗ considera que o acesso das pequenas e médias empresas ao financiamento é prioritário para apoiar os investimentos realizados pelas PME para se adaptarem à transformação digital da sociedade, do comércio e dos padrões de consumo e à internacionalização das trocas comerciais.

Contacto: Silvia Staffa(Tel.: 00 32 2 546 83 78 – correio eletrónico: [email protected])

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Estratégia para as PME

Relatora: Milena Angelova (Grupo dos Empregadores – BG)

Correlator: Panagiotis Gkofas (Grupo Diversidade Europa – EL)

Referência: COM(2020) 103 finalEESC-2020-01450-00-01-AC

Pontos principais:

O CESE:

˗ insta a Comissão Europeia a aplicar a estratégia seguindo uma abordagem coerente, integrada e transversal, colocando as pequenas e médias empresas no centro de todas as principais decisões políticas, nomeadamente no que respeita ao Pacto Ecológico Europeu e à estratégia industrial, mas também à definição do orçamento da União Europeia e ao desenvolvimento dos instrumentos necessários para executar o Plano de Recuperação da Europa;

˗ defende a aplicação da governação a vários níveis; a nível da UE, deve existir um grupo de trabalho sobre as pequenas e médias empresas, transversal às diversas direções-gerais, destinado a assegurar que:

o o princípio «pensar primeiro em pequena escala» é aplicado em todos os domínios de intervenção com impacto nas pequenas e médias empresas, em especial no que diz respeito ao Plano de Recuperação da Europa, ao Programa InvestEU, ao Instrumento de Apoio à Solvabilidade e ao Plano de Investimento do Pacto Ecológico Europeu;

o a aplicação da «estratégia de nova geração para as pequenas e médias empresas» e da Lei das Pequenas Empresas é devidamente realizada e avaliada no âmbito do exercício do Semestre Europeu e no painel de avaliação das pequenas e médias empresas entretanto criado;

o os Estados-Membros assumem um compromisso forte para com a aplicação da Estratégia para as pequenas e médias empresas, já que muitas políticas da UE falharam devido a reações negativas, inação ou subterfúgios, incluindo sobrerregulamentação, a nível nacional;

o as organizações que representam as pequenas e médias empresas e os parceiros sociais têm um papel central e reforçado e podem dar contributos construtivos, que a proposta atual da Comissão Europeia não prevê;

o o conceito de ecossistemas como domínios prioritários para o financiamento apenas é introduzido após consultas exaustivas com as organizações que representam as pequenas

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e médias empresas a nível da UE, nacional e regional, a fim de garantir que este conceito reflita adequadamente a situação real das pequenas e médias empresas, uma vez que esta medida se afigura demasiado ambiciosa.

˗ solicita à Comissão Europeia que elabore uma «estratégia de nova geração para as pequenas e médias empresas», que deve fazer um ponto da situação das medidas de apoio às pequenas e médias empresas no Plano de Recuperação da Europa, a fim de as ajudar a atenuar internamente os efeitos negativos do confinamento, do distanciamento social e das medidas de segurança sanitária e a recuperar rapidamente.

Contacto: Silvia Staffa(Tel.: 00 32 2 546 83 78 – correio eletrónico: [email protected])

Reforço das empresas sociais sem fins lucrativos

Relator: Krzysztof Stanisław Balon (Grupo Diversidade Europa – PL)

Referência: Parecer exploratórioEESC-2020-01962-00-01-AC

Pontos principais:

O CESE:

˗ defende o reforço das empresas sociais e de outras organizações da economia social que reinvestem a totalidade de eventuais lucros em missões de interesse geral ou sem fins lucrativos e preconiza um apoio específico a essas entidades;

˗ defende que se deve aditar ao Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia um protocolo sobre os diferentes tipos de empresa, em moldes semelhantes aos do Protocolo (n.º 26) relativo aos serviços de interesse geral, que defina distintamente empresas sociais sem fins lucrativos;

˗ considera que o apoio a entidades da economia social sem fins lucrativos deve tornar-se um elemento do painel de indicadores sociais no âmbito do Semestre Europeu.

Contacto: Marie-Laurence Drillon(Tel.: 00 32 2 546 83 20 – correio eletrónico: [email protected])

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Turismo e transportes em 2020 e mais além

Relator: Panagiotis Gkofas (Grupo Diversidade Europa – EL)

Referência: COM(2020) 550 finalEESC-2020-02964-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

˗ considera que a Comunicação da Comissão Europeia – Turismo e transportes em 2020 e mais além (COM(2020) 550final) deve ser um instrumento estratégico para repensar o modelo sustentável da União Europeia (UE) para o turismo e os transportes;

˗ solicita um pacote abrangente de medidas, com orientações e recomendações que visem os seguintes objetivos:

o O restabelecimento seguro dos transportes e da conectividade após a adoção de um acordo-quadro político comum para todos os Estados-Membros da UE;

o A definição de um plano estratégico comum da UE para ajudar os Estados-Membros a aplicar medidas económicas e de apoio destinadas às pequenas e médias empresas do setor do turismo, aos restaurantes, aos hotéis, às agências de viagens, aos guias turísticos, etc.;

o enquanto se aguarda uma vacina, secunda a ideia de um passaporte sanitário da UE através de um Formulário de Saúde Pública de Localização do Passageiro uniformizado, bem como códigos QR, em conjugação com uma plataforma multilingue de assistência na saúde;

o criar imediatamente um mecanismo europeu para acompanhar a aplicação das medidas de apoio para as pequenas e médias empresas e os trabalhadores, em especial no que respeita à liquidez, à concessão de empréstimos e à transparência nas medidas de apoio;

˗ considera urgente realizar um diálogo social intensivo e uma agenda política substancial com vista a negociar convenções coletivas setoriais atualizadas para os setores do turismo e dos transportes, que incluam as pequenas e médias empresas e as organizações representativas das pequenas e médias empresas mais afetadas pela COVID-19.

Contacto: Alice Tétu(Tel.: 00 32 2 546 82 86 – correio eletrónico: [email protected])

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Dever de diligência

Relator: Thomas Wagnsonner (Grupo dos Trabalhadores – AT)

Correlatora: Emmanuelle Butaud-Stubbs (Grupo dos Empregadores – FR)

Referência: Parecer exploratórioEESC-2020-02926-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

˗ afirma que é tempo de a Comissão Europeia agir e apresentar aos Estados-Membros e ao Parlamento Europeu uma proposta de legislação relativa ao dever de diligência que reconheça a responsabilidade com base nas normas atuais e proporcione um quadro jurídico claro e seguro para as empresas europeias;

˗ considera que as obrigações decorrentes do dever de diligência devem cobrir sobretudo os impactos ambientais. Tais obrigações devem ser consideradas fundamentais para uma conduta empresarial sustentável e merecer elevada prioridade nas cadeias de valor mundiais;

˗ considera que um quadro relativo ao dever de diligência pode ser realizado através de uma norma acordada e aplicada com recurso à imposição de sanções proporcionadas, eficazes e dissuasivas, devendo a responsabilidade basear-se na violação de um conjunto de direitos humanos claramente definido;

˗ salienta que há que assegurar os seguintes padrões de qualidade num ato legislativo vinculativo:

o definições claras e linguagem compreensível;

o disposições que garantam a segurança jurídica e a viabilidade, em especial no que respeita ao direito aplicável, a requisitos de prestação de informações proporcionados respeitando o sigilo de empresa legítimo.

Contacto: Claudia Drewes-Wran(Tel.: 00 32 2 546 80 67 – correio eletrónico: [email protected])

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2. UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA, COESÃO ECONÓMICA E SOCIAL

Análise da governação económica 2020

Relatora: Judith Vorbach (Grupo dos Trabalhadores – AT)Correlator: Tommaso Di Fazio (Grupo Diversidade Europa – IT)

Referência: COM(2020) 55 final EESC-2020-00732-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

˗ congratula-se com a análise em apreço e apela a uma reforma para estabelecer uma governação económica centrada na prosperidade, que foque uma série de objetivos estratégicos fundamentais, tais como o crescimento sustentável e inclusivo, o pleno emprego e o trabalho digno, e evite efeitos assimétricos nos Estados-Membros;

˗ considera que, após a futura desativação da cláusula de derrogação de âmbito geral do Pacto de Estabilidade e Crescimento, a melhor forma de avançar não seria um «regresso à normalidade», mas sim uma «viragem» para um quadro de governação económica revisto e reequilibrado do seguinte modo:

o tornar as finanças públicas sustentáveis a longo prazo e corrigir os desequilíbrios macroeconómicos: reconhecendo que as dificuldades económicas dificultam sobremaneira a consolidação orçamental; dando prioridade ao crescimento sustentável e inclusivo sem deixar de ter em conta os multiplicadores orçamentais; assegurando receitas suficientes através do combate ao planeamento fiscal agressivo e à fraude fiscal; aplicando indicadores simétricos que tenham em conta tanto os excedentes como os défices; atribuindo maior preponderância ao emprego e ao desenvolvimento social no âmbito do procedimento relativo aos desequilíbrios macroeconómicos;

o assegurar que as políticas orçamentais visam tanto a sustentabilidade como a estabilização a curto prazo: reduzindo fortemente a influência de indicadores questionáveis do ponto de vista económico e técnico; dando mais ênfase ao aumento das receitas; realizando análises adicionais em caso de desvios significativos;

o realizar reformas fundamentais e estimular o investimento sustentável: aplicando a «regra de ouro» e preservando o montante dos ativos públicos necessários para assegurar a produtividade e a prosperidade futuras; aplicando um plano de investimento estratégico; fazendo depender o apoio público de critérios sustentáveis e sociais;

o apresentar um quadro de governação económica assente na solidariedade com responsabilidade: desenvolvendo soluções em conjunto com os países afetados, em pé de

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igualdade, em caso de desvios significativos; reforçando o papel do Parlamento Europeu; chamando à participação em maior grau os parceiros sociais e a sociedade civil; tornando obrigatória a consulta ao CESE;

o aprofundar a União Económica e Monetária da seguinte forma: aplicando uma função de estabilização, a fim de prosseguir uma política anticíclica comum; combatendo as consequências desastrosas da crise da COVID-19 com base na solidariedade; emitindo um instrumento de dívida comum a longo prazo acompanhado de medidas para repartir a carga fiscal de forma equitativa; aprofundando a União Bancária e a União dos Mercados de Capitais para continuar a consolidar o mercado único, através de regulamentação eficaz;

˗ apela para que, na Conferência sobre o Futuro da Europa, se debata, enquanto tema central, de que forma se deve adaptar as disposições do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia em matéria de governação económica à atual realidade económica da UE.

Contacto: Alexander Alexandrov(Tel.: 00 32 2 546 98 05 – correio eletrónico: [email protected])

Revisão da Agenda Territorial da UE, da Carta de Leipzig e da Agenda Urbana da UE

Relator: Petr Zahradník (Grupo dos Empregadores – CZ) Correlator: Roman Haken (Grupo Diversidade Europa – CZ)

Referência: Parecer exploratórioEESC-2020-01847-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

˗ recomenda a plena integração das novas circunstâncias e dos novos parâmetros que surgiram após a entrada em vigor da atual Carta de Leipzig (ver ponto 2.2) no teor da nova Carta, de modo a assegurar a sua compatibilidade, no plano funcional, com o futuro Quadro Financeiro Plurianual da UE e a sua articulação com o processo do Semestre Europeu. A nova Carta deve igualmente ter em conta o impacto e as consequências da pandemia de COVID-19 no desenvolvimento económico, social, ambiental e territorial dos Estados-Membros;

˗ chama a atenção para o previsível aumento das perturbações e dos riscos (económicos, sanitários, ambientais, informáticos, etc.) e propõe integrar uma referência explícita à necessidade de considerar sistematicamente a resiliência na nova Carta de Leipzig sobre as Cidades Europeias Sustentáveis;

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˗ congratula-se com o texto relativo à Agenda Territorial 2030 e apoia os seus pilares fundamentais sustentados na justiça, nas preocupações ambientais e na necessidade de integrar a dimensão territorial em todos os domínios pertinentes da administração pública;

˗ regozija-se igualmente por a Agenda Territorial 2030 lhe proporcionar a oportunidade de participar no respetivo processo de aplicação;

˗ está consciente da considerável margem de manobra existente para optar por uma abordagem integrada no âmbito do desenvolvimento territorial e urbano, bem como dos benefícios de uma abordagem deste tipo, tais como as sinergias dos seus efeitos, a redução dos custos e a interligação funcional do conteúdo dos projetos apoiados;

˗ assinala igualmente que há margem de manobra para uma abordagem integrada no que diz respeito à possibilidade de conjugar recursos financeiros públicos e privados, a fim de reforçar capacidades e de partilhar riscos em benefício do desenvolvimento territorial e urbano, com base no controlo democrático, na governação transparente e na responsabilização;

˗ apoia incondicionalmente o equilíbrio entre os diferentes tipos de territórios na utilização dos instrumentos de desenvolvimento territorial e urbano. Recomenda a utilização dos instrumentos de apoio mais adequados em função dos tipos de territórios visados, respeitando o princípio da subsidiariedade;

˗ salienta a importância dos novos modelos e aspetos do desenvolvimento das aglomerações urbanas e das áreas metropolitanas como fatores essenciais para melhorar a competitividade global da UE através da sua abertura;

˗ no entanto, está plenamente consciente da importância de proteger e apoiar as regiões periféricas e ultraperiféricas, territórios principalmente rurais, com vista à integração mais adequada dos mesmos no desenvolvimento regional moderno e sustentável;

˗ recomenda que se assegure o maior grau possível de coordenação entre a Agenda Urbana e a política de coesão territorial. Este objetivo pode ser alcançado através de parcerias funcionais entre zonas urbanas e rurais, bem como de projetos integrados que visam reforçar a sustentabilidade e a resiliência dos sistemas económicos, sociais e ambientais locais dos municípios, dos seus territórios funcionais e das suas periferias rurais;

˗ insta a Comissão Europeia a apoiar o intercâmbio de experiências que gradualmente conduzam à elaboração de recomendações metodológicas relativas aos riscos emergentes e à resiliência no contexto da elaboração e da avaliação dos planos de desenvolvimento urbano e regional;

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˗ observa que, por um lado, as áreas metropolitanas e as aglomerações urbanas – graças à concentração de recursos e à diversificação das atividades económicas – estão bem posicionadas para serem os polos de crescimento da economia nacional no seu conjunto e funcionarem como pontos de contacto no contexto da abertura económica e da globalização. Por outro lado, está plenamente consciente da necessidade de um desenvolvimento mais equilibrado de toda a economia nacional, incluindo nas zonas rurais e periféricas;

˗ defende firmemente uma representação mais equilibrada, à luz do princípio da parceria, em matéria de desenvolvimento urbano e regional;

˗ observa que, na prática, a abordagem territorial integrada é principalmente aplicada nas zonas rurais (LEADER/DLBC), bem como nas aglomerações urbanas funcionais e áreas metropolitanas.

Contacto: Georgios Meleas(Tel.: 00 32 2 546 97 95 – correio eletrónico: [email protected])

Combater a fraude fiscal, a elisão fiscal e o branqueamento de capitais

Relator: Javier Doz Orrit (Grupo dos Trabalhadores – ES)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-00997-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

˗ propõe a criação de um pacto europeu para combater eficazmente a fraude fiscal, a evasão fiscal, a elisão fiscal e o branqueamento de capitais;

˗ insta as instituições europeias e os Estados-Membros a disponibilizarem os recursos financeiros e humanos necessários para a aplicação eficaz da legislação europeia em vigor;

˗ considera que a erradicação das atividades criminosas dos paraísos fiscais devia ser um objetivo prioritário da UE;

˗ apoia o novo plano de ação em matéria de luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, e considera que é urgente aplicá-lo;

˗ apoia as medidas propostas, como o estabelecimento de um conjunto único de regras da UE e a criação de um órgão europeu de supervisão com poderes diretos para controlar e investigar;

˗ considera que a UE e os Estados-Membros devem manter posições comuns em instâncias internacionais, como o Grupo de Ação Financeira – GAFI (OCDE), o G20 e a ONU;

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˗ insta a que as medidas tomadas tenham em conta a legislação europeia em matéria de proteção de dados e a jurisprudência sobre a matéria do Tribunal de Justiça, bem como procurem que impliquem o mínimo possível de encargos administrativos e financeiros adicionais para os Estados-Membros e as entidades obrigadas;

˗ solicita à Comissão Europeia que analise a lista atual de jurisdições não cooperantes e coloque a possibilidade de estabelecer critérios suplementares;

˗ congratula-se com a introdução de indicadores fiscais no Semestre Europeu;

˗ solicita que se proceda à abolição progressiva dos regimes de cidadania ou de residência para investimentos, criados em determinados Estados-Membros;

˗ apoia uma solução global para a tributação das sociedades com uma importante presença no setor digital, no âmbito do projeto da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos, mas, se não for alcançado um acordo até ao final de 2020, a UE deve retomar a sua iniciativa de tributação das grandes empresas da economia digital;

˗ considera que a Diretiva Antielisão Fiscal deve ser revista de modo a incluir regras para o tratamento fiscal no tocante às jurisdições de baixa tributação e o repatriamento de dividendos ou ganhos de capital que não tenham sido tributados no estrangeiro;

˗ insta a Comissão a realizar um estudo sobre o papel das empresas de fachada na fraude fiscal, na evasão fiscal, na elisão fiscal e no branqueamento de capitais e a reagir aos resultados com legislação adequada;

˗ convida a Comissão e os Estados-Membros a estudarem o conceito de tributação mínima efetiva dos lucros das empresas e a sua eventual aplicação;

˗ propõe que os acordos comerciais ou económicos da UE incluam, em conformidade com os princípios e as regras da Organização Mundial do Comércio, um capítulo com cláusulas contra crimes fiscais, o branqueamento de capitais e o planeamento fiscal agressivo e sobre a cooperação entre as administrações fiscais.

Contacto: Gerald Klec(Tel.: 00 32 2 546 99 09 – correio eletrónico: [email protected])

O Estado de direito e o seu impacto no crescimento económico

Relator: Jukka Ahtela (Grupo dos Empregadores – FI)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-01261-00-01-AC

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Pontos principais:

O CESE:

˗ sublinha que o enfraquecimento do Estado de direito afetará o funcionamento da sociedade, os direitos fundamentais e a sociedade civil, bem como a economia;

˗ insta a Comissão Europeia a envidar esforços no sentido de medir o impacto económico do Estado de direito, tendo em conta a componente material, mas também a componente processual do Estado de direito;

˗ saúda os esforços da Comissão Europeia e de outras instituições com vista a desenvolver instrumentos adequados para defender os valores da UE e promover uma cultura do Estado de direito;

˗ considera que a eficácia dos instrumentos existentes ainda poderia ser objeto de melhorias e que estes instrumentos poderiam ser complementados por medidas que incidam no Estado de direito, embora mais eficazmente orientadas para as considerações económicas;

˗ insta a Comissão a acelerar a integração da importância do Estado de direito no Semestre Europeu enquanto um dos principais elementos de uma economia competitiva e sustentável;

˗ recomenda a criação de processos de acompanhamento e revisão nacionais, que incluam representantes da sociedade civil e os parceiros sociais;

˗ reitera o seu apelo à criação de um fórum anual das organizações da sociedade civil, que contribuiria para o ciclo de análise anual do Estado de direito através da sua representação diversificada;

˗ apela para o reforço do apoio financeiro e prático às organizações que defendem e promovem o Estado de direito e os direitos fundamentais;

˗ sublinha a importância de sancionar o incumprimento do Estado de direito, caso contrário, o valor do estatuto de membro da UE diminui para todos os membros cumpridores;

˗ preconiza uma campanha de sensibilização a fim de alertar os cidadãos da UE para a importância do Estado de direito.

Contacto: Krisztina Perlaky-Tóth(Tel.: 00 32 2 546 97 40 – correio eletrónico: [email protected])

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O papel da política de coesão na transformação da economia

Relator: Gonçalo Lobo Xavier (Grupo dos Empregadores – PT)

Referência: Parecer exploratórioEESC-2020-01921-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

˗ exorta a Comissão Europeia a abordar a política de coesão como um instrumento fundamental para enfrentar os enormes desafios que resultam da pandemia de coronavírus. É urgente reagir rapidamente, e os meios financeiros destinados a ajudar e a apoiar os Estados-Membros devem ser mobilizados em conformidade com os critérios pertinentes, mas também de forma resoluta;

˗ concorda que as prioridades da Presidência alemã devem centrar-se nestes novos condicionalismos e preconiza medidas de proteção do emprego e dos direitos sociais em toda a União;

˗ está convicto de que qualquer plano de recuperação para a Europa deve ter em conta as repercussões da crise, e em especial a dependência da Europa em relação a outras regiões económicas no que toca a produtos e serviços específicos. É manifesto que a Europa deve refletir sobre a sua política comercial, promover a inovação e tirar partido da sua estratégia de especialização inteligente assente nas regiões e numa abordagem industrial setorial;

˗ considera que a digitalização dos serviços deve continuar a ser uma prioridade para todos os Estados-Membros. A crise atual demonstrou que são necessários serviços mais simples e mais completos para apoiar todos os europeus, em especial os que precisam de mais assistência;

˗ concorda que ainda é necessário investir em sistemas de banda larga completos para permitir que as zonas rurais desenvolvam uma agricultura e atividades turísticas modernas. Os instrumentos da política de coesão têm descurado esta necessidade, ou em todo o caso a atenção dos Estados-Membros não se tem focado nas oportunidades existentes ao abrigo dos programas financeiros;

˗ está firmemente convicto de que o comércio eletrónico é fundamental para a «nova normalidade», devido ao impacto da COVID-19 na sociedade e na economia. Será necessário prever diferentes opções, tanto para as empresas como para os consumidores. As pequenas e médias empresas também podem beneficiar desta nova abordagem, pelo que os fundos estruturais devem ser repartidos de forma que as empresas descubram novos mercados e novas oportunidades;

˗ reputa urgente proteger as pequenas e médias empresas e a sua sustentabilidade. Assim, as ferramentas europeias convencionais já disponíveis, como o Fundo Social Europeu, deverão ser utilizadas;

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˗ chama a atenção para a necessidade de promover e criar as condições adequadas ao aumento dos investimentos públicos em programas de formação ao longo da vida e mecanismos correspondentes, a fim de que as pessoas possam adaptar as suas competências às necessidades do mercado atual, assim como para dotar as gerações futuras de novas competências;

˗ também concorda que o Pacto Ecológico Europeu deve ser apoiado e exorta a Comissão Europeia a prestar mais esclarecimentos aos Estados-Membros, por exemplo, sobre a forma como se pode utilizar os 40 mil milhões de euros do Fundo para uma Transição Justa para «descarbonizar» a economia;

˗ acolhe favoravelmente a Iniciativa REACT-EU, ao abrigo da qual serão investidos 55 milhões de euros para apoiar a política de coesão, mas exorta a Comissão Europeia a informar rapidamente os Estados-Membros e a clarificar as condições e os critérios de repartição das dotações, tendo em conta que devem ser repartidas até ao final de 2022;

˗ recomenda que sejam asseguradas consultas, bem como a participação intensiva das organizações da sociedade civil, na definição das políticas regionais.

Contacto: Georgios Meleas(Tel.: 00 32 2 546 97 95 – correio eletrónico: [email protected])

COVID-19: Alterações ao RDC, ao FEDER e ao Fundo de Coesão

Relator: Mihai Ivașcu (Grupo Diversidade Europa – RO)

Referência: COM(2020) 452 final – 2018/0196 COD COM(2020) 450 final – 2018/0197 CODEESC-2020-02766-00-01-AC

Pontos principais:

O CESE:

˗ subscreve plenamente a iniciativa da Comissão de utilizar o orçamento da UE para mobilizar o investimento e proporcionar apoio financeiro durante a recuperação pós- COVID-19;

˗ considera que algumas alterações à proposta de Regulamento Disposições Comuns são absolutamente necessárias e acolhe com agrado a intenção de simplificar e tornar mais flexíveis os sete fundos em regime de gestão partilhada;

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Page 16:  · Web viewA Comissão Europeia deve proceder o mais rapidamente possível a uma revisão da decisão relativa aos serviços de interesse económico geral no que respeita ao grupo-alvo

˗ considera que as flexibilidades propostas constituem a abordagem adequada numa situação económica e social complexa e permitem aos Estados-Membros utilizar os fundos disponíveis onde estes são mais necessários. A recuperação pós-COVID-19 deve respeitar os princípios da sustentabilidade e prever uma correlação de esforços entre o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, os fundos no âmbito da política de coesão e outros programas europeus;

˗ por outro lado, manifesta a sua insatisfação com as disparidades existentes no modo como os diversos Estados-Membros incluem e envolvem os parceiros sociais e as organizações da sociedade civil na elaboração dos acordos de parceria e na criação e execução dos programas, bem como nos comités de monitorização;

˗ considera que se deve prestar particular atenção às regiões gravemente afetadas pela crise da COVID-19 e que enfrentam as maiores dificuldades para relançar uma retoma económica sustentada. A inclusão social e a redução das disparidades, tanto entre os Estados-Membros como entre as diversas regiões, são e devem continuar a ser a principal prioridade dos fundos no âmbito da política de coesão;

˗ concorda que uma maior flexibilidade temporal é absolutamente necessária e apoia a proposta de permitir a realização de transferências no início do período de programação ou em qualquer outro momento durante a fase de execução;

˗ considera que assegurar medidas temporárias para permitir a utilização dos fundos em circunstâncias excecionais aumentará a confiança e corrigirá os desequilíbrios económicos. O forte aumento previsto da dívida pública terá um impacto importante na economia, se não for assegurado um apoio adequado através de todos os meios necessários;

˗ considera fundamental permitir que o orçamento da UE seja mais flexível na presença de choques adversos, em particular os que não têm uma origem económica;

˗ recomenda que a UE adote políticas para melhorar a cooperação transfronteiriça em tempos de crise. A melhoria dos protocolos e o reforço da colaboração permitiriam uma resposta europeia otimizada e rápida a qualquer tipo de catástrofe.

Contacto: Georgios Meleas(Tel.: 00 32 2 546 97 95 – correio eletrónico: [email protected])

Mecanismo de crédito ao setor público e alteração ao Fundo para uma Transição Justa

Relator: Petr Zahradník (Grupo dos Empregadores – CZ)

Referência: COM(2020) 453 final – 2020/0100 COD COM(2020) 460 final – 2020/0006 CODEESC-2020-02765-00-00-AC

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Pontos principais:

O CESE:

˗ apoia firmemente e congratula-se com o aumento significativo das dotações do Fundo para uma Transição Justa, a fim de facilitar a transição de uma economia e uma sociedade com utilização intensiva de carbono para uma economia e uma sociedade mais modernas, sustentáveis e diversificadas;

˗ está profundamente convicto de que, para alcançar o melhor resultado possível no processo de transição justa, é extremamente importante não só disponibilizar recursos financeiros suficientes, modernizados e direcionados para domínios precisos de apoio, como também flexibilizar a interpretação das regras em matéria de auxílios estatais;

˗ congratula-se com a proposta de mecanismo de empréstimo do setor público, que considera inovadora, original e fortemente reclamada pelas entidades do setor público no seu processo de transição climática;

˗ sublinha que, depois das novas propostas relacionadas com o plano de recuperação e o Instrumento de Recuperação da União Europeia (Next Generation EU), o Mecanismo para uma Transição Justa tem uma oportunidade real de se tornar num instrumento muito importante do futuro Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, com benefícios não só para o Pacto Ecológico Europeu, mas também para a recuperação e a reconstrução após a COVID-19;

˗ exorta as instituições competentes da UE a acelerarem, tanto quanto possível, os trabalhos preparatórios, de aprovação e de execução do Mecanismo para uma Transição Justa adaptado, a fim de o tornar operacional em breve. Neste contexto, o fator tempo afigura-se crucial;

˗ congratula-se com a atenção específica dada pelo mecanismo de empréstimo do setor público às regiões menos desenvolvidas no processo de transição justa;

˗ está convicto de que a ideia inovadora em que se baseia o mecanismo de empréstimo do setor público pode servir igualmente de fonte de inspiração para produtos financeiros de tipo idêntico ao nível dos Estados-Membros;

˗ considera que os critérios de seleção da elegibilidade, bem como os domínios de investimento propostos são extremamente pertinentes para efeitos de uma transição justa;

˗ também acolhe favoravelmente e apoia o financiamento adicional a favor do Programa InvestEU e o seu regime específico para uma transição justa, que aumenta as possibilidades de utilizar instrumentos financeiros no processo de transição justa.

Contacto: Georgios Meleas(Tel.: 00 32 2 546 97 95 – correio eletrónico: [email protected])

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3. EMPREGO, ASSUNTOS SOCIAIS E CIDADANIA

Salários mínimos dignos em toda a Europa

Relatores: Stefano Mallia (Grupo dos Empregadores – MT) Oliver Röpke (Grupo dos Trabalhadores – AT)

Referência: Parecer exploratórioEESC-2020-00358-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE:

˗ frisa que, no contexto da recessão económica provocada pela pandemia de COVID-19, há que adotar políticas coordenadas e decisivas a curto e médio prazo para salvaguardar o emprego e os rendimentos, bem como para permitir um relançamento rápido e sustentável das atividades económicas e assegurar a competitividade e o bom funcionamento de um modelo social e económico. São necessários empregos de qualidade e salários justos – incluindo salários mínimos dignos em toda a Europa –, como parte da solução. Os fatores económicos, nomeadamente a produtividade e a sustentabilidade das empresas, devem também ser tidos em consideração.

˗ salienta que os salários, incluindo os salários mínimos, são um aspeto importante do modelo de economia social de mercado da União Europeia e que garantir salários mínimos dignos em todos os Estados-Membros contribuiria para realizar uma série de objetivos da UE. Os salários estão relacionados com a situação económica de um país, região ou setor e as mudanças podem ter impacto no emprego, na competitividade e na procura macroeconómica;

˗ reconhece a preocupação manifestada em relação a uma possível ação da UE neste domínio. As principais preocupações residem no facto de a UE não ter competência em matéria de «remuneração», nem em matéria de níveis salariais, e na circunstância de a sua ação poder interferir com a autonomia dos parceiros sociais e minar os sistemas de negociação coletiva;

˗ congratula-se com o facto de a Comissão reconhecer que há margem para a UE fomentar o papel da negociação coletiva no apoio à fixação de salários mínimos adequados. As medidas de apoio à negociação coletiva poderiam fazer parte da ação da UE em matéria de salários mínimos, respeitando simultaneamente os diferentes sistemas nacionais de relações laborais;

˗ congratula-se com a oportunidade de continuar a contribuir para o debate sobre as medidas que poderão ser adotadas a nível europeu, tendo em conta as diferentes realidades nos Estados-Membros e a divisão de competências entre a União Europeia (UE) e o nível nacional;

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˗ considera que a forma mais eficaz de reduzir a pobreza no trabalho é através de salários mínimos dignos e de políticas integradas de inclusão ativa, centradas nas pessoas, que promovam o acesso a um rendimento mínimo adequado, a serviços de emprego e a empregos de qualidade, bem como a serviços sociais essenciais e de facilitação;

˗ tem em devida consideração a complexidade das questões envolvidas neste debate e reconhece que os salários mínimos não são a solução milagrosa para todos os problemas. No entanto, uma abordagem comum da UE, que trace objetivos políticos claros a cumprir pelos Estados-Membros, através de diferentes meios, e assegure a participação dos parceiros sociais no âmbito de sistemas de negociação coletiva eficientes, poderia garantir a salvaguarda tanto dos direitos dos trabalhadores a uma remuneração justa e à liberdade de associação como das necessidades dos empregadores no que se refere à produtividade e à competitividade.

Contacto: June Bedaton e Sophie Zimmer(Tel.: 00 32 2 546 81 34 – correio eletrónico: [email protected]) (Tel.: 00 32 2 546 95 64 – correio eletrónico: [email protected])

Proteção dos migrantes menores não acompanhados na Europa

Relatora: Özlem Yildirim (Grupo dos Trabalhadores – FR)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-02281-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

- manifesta a sua preocupação com a situação dos estrangeiros menores não acompanhados, que constituem um dos grupos mais vulneráveis no contexto da migração;

- recomenda vivamente que o princípio do «interesse superior da criança» prevaleça sobre qualquer legislação nacional e internacional;

- exorta a União Europeia a desenvolver uma abordagem coerente e harmonizada da proteção dos estrangeiros menores não acompanhados na Europa;

- convida a Comissão Europeia a elaborar uma diretiva relativa à proteção dos estrangeiros menores não acompanhados que sirva o interesse superior da criança;

- reitera o seu apelo aos Estados-Membros para que assegurem que as crianças que se encontram em situação irregular sejam, acima de tudo, protegidas como crianças que são;

- insta os Estados-Membros a prevenirem todo e qualquer ato de violência contra as crianças migrantes, criando, para o efeito, vias de migração seguras, legais e regulares;

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- recorda uma vez mais que é liminarmente proibido deter crianças, independentemente do seu estatuto administrativo, e condena veementemente esta prática;

- recorda que todo e qualquer estrangeiro menor não acompanhado deve ser assistido por um tutor responsável;

- recorda que um jovem que se apresente como menor deve ser considerado como tal até que haja uma decisão judicial transitada em julgado;

- solicita aos Estados-Membros que avaliem a menoridade com base num conjunto de fontes de prova, mas defende que se deixe de recorrer aos exames aos ossos uma vez que não são fiáveis;

- propõe que se realize uma série de estudos de acompanhamento centrados em subtemas específicos, dada a dificuldade de abordar no parecer todas as questões e princípios relacionados com os estrangeiros menores não acompanhados.

Contacto: Annemarie Wiersma(Tel.: 00 32 2 546 95 9376 – correio eletrónico: [email protected])

Trabalho digno na economia das plataformas

Relator: Carlos Manuel Trindade (Grupo dos Trabalhadores – PT)

Referência: Parecer exploratórioEESC-2020-01859-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

- defende que as questões que se colocam no trabalho das plataformas devem ser tratadas e solucionadas à luz, em especial, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Agenda Digital e do Pilar Europeu dos Direitos Sociais;

- constata que a economia das plataformas tem ainda um peso diminuto, embora apresente potencial de crescimento;

- regista que as plataformas têm «geralmente impacto positivo na economia»1, contribuindo tanto para a criação de emprego e inovação, a flexibilidade e autonomia do trabalhador, como para assegurar rendimento aos trabalhadores (muitas vezes como secundário) e permitir a participação no emprego de pessoas vulneráveis;

1 JO C 303 de 19.8.2016, p. 54.

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- nota que existem riscos que não podem ser minimizados: (i) para o trabalhador, a negação de direitos básicos, incluindo direitos de organização e contratação coletiva; precariedade; baixos rendimentos; a intensificação do trabalho; fragmentação exacerbada do trabalho à escala global; não inscrição dos trabalhadores na segurança social; (ii) para a sociedade, o risco acrescido de concorrência assente numa deterioração das normas sociais, com consequências nefastas também para os empregadores, que ficam sujeitos a pressões concorrenciais insustentáveis, e para os Estados-Membros, que perdem receitas fiscais e contribuições para a segurança social;

- regista a controvérsia sobre os conceitos relacionados com as plataformas, em particular o de plataforma enquanto «empregador» e não «intermediário entre a oferta e a procura» e o de «trabalhador por conta de outrem» e de «trabalhador por conta própria», pois tem consequências para os seus direitos;

- insta a Comissão e os Estados-Membros a desenvolverem esforços para clarificar estes conceitos e a caminharem no sentido da uniformidade de conceitos para tornar digno o trabalho na economia das plataformas;

- recomenda que, tendo em conta a soberania dos Estados-Membros em questões sociais, sejam elaboradas orientações para ajudar a esclarecer o estatuto de emprego nas plataformas; considera que, na economia das plataformas, deve assegurar-se que todos os trabalhadores têm acesso a um conjunto de direitos e proteções, independentemente do estatuto do emprego ou tipo de contrato, garantindo que a vantagem competitiva de alguns operadores não possa ser conseguida pela via do não cumprimento de obrigações e responsabilidades;

- recomenda que sejam esclarecidas as responsabilidades de todas as partes envolvidas em questões como saúde e segurança, proteção de dados, seguros e responsabilidade legal, no sentido de avaliar, ajustar e harmonizar as regulações existentes;

- sublinha que o diálogo social e a contratação coletiva devem desempenhar um papel de primeiro plano a todos os níveis pertinentes, no pleno respeito da autonomia dos parceiros sociais;

- considera que se deve garantir que as plataformas forneçam informações que permitam transparência e previsibilidade para todas as partes interessadas. Neste sentido, deve proceder-se ao registo das plataformas em cada Estado-Membro, devendo ser criada uma base de dados na UE para se monitorizar o desenvolvimento da economia das plataformas.

Contacto: Ana Dumitrache (Tel.: 00 32 2 546 81 31 – correio eletrónico: [email protected] )

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FSE+ / Proposta alterada

Relator-geral: Krzysztof Balon (Grupo Diversidade Europa – PL)

Correlator-geral: Carlos Manuel Trindade (Grupo dos Trabalhadores – PT)

Referência: COM(2020) 447 final – 2018/0206 CODEESC-2020-02948-00-00-AC

Pontos principais:

O Regulamento FSE+ não dispõe de fundos adequados para responder às necessidades da política de coesão social. Por essa razão, o CESE opõe-se firmemente à redução da dotação financeira total afetada ao FSE+ para o período 2021-2027.

Em vez disso, o CESE reitera o apelo para que sejam afetados 30% dos recursos totais da política de coesão económica, social e territorial ao FSE+ e sejam reservados 30% dos recursos deste último a medidas de inclusão social;

O CESE é expressamente favorável ao cofinanciamento das operações no âmbito do FSE+ pelo Mecanismo de Recuperação e Resiliência. O recurso ao FSE+ para financiar operações de apoio às transições ecológica e digital deve centrar-se na melhoria de competências e na requalificação, em complementaridade com os demais fundos europeus no âmbito do Quadro Financeiro Plurianual e do Mecanismo de Recuperação e Resiliência.

Embora considere a afetação de 5% das dotações ao combate à pobreza infantil um mínimo absoluto, o CESE apoia a proposta de aumentar a dotação mínima para a integração dos NEET (jovem que não trabalha, não estuda, nem segue uma formação) para 15%.

Tendo em conta o papel do FSE+ na aplicação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, o CESE insta a Comissão Europeia a acompanhar melhor a situação social dos Estados-Membros no quadro do Semestre Europeu, com base num conjunto adequado de indicadores sociais.

O CESE insiste na afetação de fundos suficientes para o reforço das capacidades dos parceiros sociais e de outras organizações da sociedade civil que prestam serviços financiados pelo FSE+.

O CESE reitera o seu apelo para que a economia social passe a ser um objetivo específico distinto do FSE+.

No que se refere à supressão da vertente Saúde do FSE+, importa reconhecer os cuidadores informais como um grupo-alvo no âmbito do FSE+.

O CESE recomenda a introdução de um considerando que clarifique que não existem restrições quanto ao acesso dos refugiados, requerentes de asilo e migrantes a medidas financiadas pelo FSE+.

Contacto: Judite Berkemeier(Tel.: 00 32 2 546 9897 – correio eletrónico: [email protected])

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Programa UE pela Saúde

Relator-geral: Antonello Pezzini (Grupo dos Empregadores – IT)

Correlator-geral: Alain Coheur (Grupo Diversidade Europa – BE)

Referência: COM(2020)405 final – 2020/0102 CODEESC-2020-02821-00-01-AC

Pontos principais:

O CESE insta as instituições europeias e os Estados-Membros a demonstrarem vontade política para estabelecer um «pacto de saúde para o futuro da Europa», em linha com os valores fundamentais da União Europeia, incluindo a solidariedade europeia, e com os compromissos assumidos a nível internacional e europeu.

O CESE solicita ao Parlamento Europeu que lidere as negociações com o Conselho tendo em vista o aumento dos recursos financeiros consagrados ao Programa UE pela Saúde e aos demais instrumentos que promovem sinergias no domínio da saúde, bem como um recurso específico aos fundos do Mecanismo Europeu de Estabilidade a fim de pôr termo à austeridade.

O CESE apela para a adoção de orientações europeias a fim de responder às necessidades dos mais vulneráveis, como as pessoas em situação precária, os idosos e as pessoas com deficiência – nomeadamente quando vivem em estruturas de acolhimento com muitos hóspedes –, que, em toda a Europa, foram duramente atingidos pela pandemia e pelas suas consequências.

O CESE propõe que seja implantado um mecanismo de coordenação e de intervenção rápida a nível europeu o mais rapidamente possível.

É necessário criar imediatamente um grupo de trabalho, composto por peritos, que atue enquanto coordenador de conhecimentos e recursos para conectar em rede os melhores centros de virologia e epidemiologia e as melhores competências em matéria de diagnóstico.

O CESE considera que o Programa UE pela Saúde só poderá alcançar resultados tangíveis através de uma abordagem inclusiva, que associe as organizações internacionais (incluindo a Organização Mundial da Saúde), a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e os intervenientes no domínio da saúde mais próximos da realidade dos cidadãos, bem como da avaliação regular dos objetivos.

O CESE destaca o valor dos profissionais de saúde e solicita uma atenção constante para acautelar as respetivas necessidades em termos de formação, estruturas, equipamentos de proteção e bem-estar económico e social.

O CESE apoia firmemente as parcerias público-privadas europeias no domínio da saúde, à luz do exemplo da Empresa Comum «Iniciativa sobre Medicamentos Inovadores 2», e apoia os esforços conjuntos destinados a revitalizar a dimensão tecnológica e produtiva europeia, associando mais

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estreitamente as comunidades científicas e sanitárias da Europa, rumo a um verdadeiro espaço europeu da saúde.

Contacto: Valeria Atzori(Tel.: 00 32 2 546 8774 – correio eletrónico: [email protected])

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4. COMISSÃO CONSULTIVA DAS MUTAÇÕES INDUSTRIAIS

Contratos públicos nos serviços de limpeza e de manutenção

Relator: Diego Dutto (Grupo Diversidade Europa – IT)Correlator: Nicola Konstantinou (EL-Cat. 2)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-01563-00-00-AC

Pontos principais:

A Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e os Estados-Membros devem criar os instrumentos de apoio necessários para promover a utilização de contratos públicos estratégicos no intuito de uma aplicação sistemática de critérios estratégicos que sejam sustentáveis, transparentes, ambiciosos e vinculativos, a fim de assegurar um nível mais elevado de normas sociais e de qualidade nos contratos públicos.

Para assegurar que os serviços de limpeza se centram na qualidade e não no preço, o princípio da transparência deve ser respeitado tanto pelo cliente como pelo contratante.

A Comissão Europeia e os Estados-Membros devem tomar a iniciativa de combater o trabalho não declarado e de continuar a melhorar as condições laborais no setor da limpeza. Uma regulamentação reforçada e mecanismos de aplicação mais sólidos, tais como critérios salariais e negociação coletiva no setor, podem contribuir para uma concorrência leal, normas sociais mais elevadas e emprego de qualidade.

O CESE considera que, para além das convenções coletivas, haverá que desenvolver salvaguardas adicionais para respeitar os princípios da não discriminação e da igualdade de tratamento dos trabalhadores.

O CESE recomenda que as condições de sustentabilidade, os direitos laborais e as convenções coletivas de trabalho de aplicação geral sejam respeitados em toda a cadeia de subcontratação.

O CESE insta os Estados-Membros a dedicarem especial atenção, caso ainda não o façam, a todas as obrigações legais e contratuais relativas a aspetos de saúde e segurança no trabalho, sociais, ambientais e de sustentabilidade, verificando eficazmente o seu cumprimento, na fase de execução dos contratos públicos no setor dos serviços de limpeza.

O CESE recomenda que as diretivas da UE relativas aos contratos públicos solicitem ou exijam aos Estados-Membros que excluam a aplicação do critério do preço mais baixo para a seleção das propostas, que fixem um limite de 30% para a pontuação a atribuir ao preço em comparação com a pontuação a atribuir à qualidade, e que assegurem, através de cláusulas sociais específicas, a estabilidade do emprego dos trabalhadores empregados ao abrigo do contrato, como reconhecido nos regimes de trabalho da empresa e respeitando as convenções coletivas.

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A Comissão Europeia deve incentivar os Estados-Membros a lançarem um processo de acreditação ou um sistema de qualificação destinado a contratantes que pretendam ser elegíveis para contratos públicos de serviços de limpeza.

O CESE defende que as instituições da UE, os Estados-Membros e os órgãos de poder local e regional devem adotar uma abordagem abrangente para a aquisição de serviços de limpeza. Esta abordagem deve evitar soluções de compromisso entre condições ambientais e laborais e promover, em vez disso, a coesão social, as normas laborais, a igualdade de género e os objetivos ambientais propostos pelo Pacto Ecológico da Comissão Europeia.

Contacto: Amelia Muñoz Cabezón(Tel.: 00 32 2 546 95 8373 – correio eletrónico: [email protected])

A mineração digital na Europa: novas soluções para a produção sustentável de matérias-primas

Relator: Marian Krzaklewski (Grupo dos Trabalhadores – PL)Correlatora: Hilde Van Laere (BE-Cat. 1)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-01559-00-00-AC

Pontos principais:

A digitalização do setor das matérias-primas da UE oferece uma oportunidade única para reforçar a resiliência das cadeias de aprovisionamento industrial europeias, melhorar o desempenho ambiental do setor dos minerais e aumentar a transparência e o diálogo com os cidadãos e as comunidades afetadas pelas atividades de mineração.

As empresas mineiras que iniciaram a transformação digital registaram melhorias em matéria de segurança, de sustentabilidade, de produtividade e de obtenção de margens. No entanto, a combinação da melhoria da conectividade, da mobilidade, da aprendizagem automática e das operações autónomas levanta questões éticas, sociais e regulamentares.

O CESE salienta a importância de se dispor de uma estrutura de rede global e abrangente de informações sobre minerais para apoiar a transformação digital e a tomada de decisões informadas a nível da UE. Além disso, reconhece o trabalho desenvolvido pelo Centro Comum de Investigação (JRC) na criação e manutenção de um sistema de informação europeu sobre matérias-primas.

O CESE considera que a transformação digital do setor das matérias-primas da UE deve ser acompanhada de medidas de proteção de dados e reconhece a necessidade de uma aplicação rigorosa dos regimes de proteção de dados sensíveis.

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O CESE recomenda a elaboração de um roteiro regulamentar da UE que aborde os desafios suscitados pela transformação digital do setor das matérias-primas e incida sobre temas como a cibersegurança, a inteligência artificial, a automatização, a governação a vários níveis e a mineração marítima e espacial.

O CESE considera que a digitalização da indústria das matérias-primas minerais é crucial para combater a crise económica causada pela pandemia de COVID-19 e para fomentar a aplicação do Pacto Ecológico Europeu e do Plano de Recuperação da UE. Neste contexto, é fundamental promover os investimentos na digitalização da extração e transformação de matérias-primas minerais primárias (mineração) e secundárias (reciclagem).

O CESE insta a Comissão Europeia a assegurar que os parceiros sociais do setor extrativo sejam integrados e consultados pelas instituições europeias no processo de elaboração de políticas e em qualquer iniciativa da UE que afete o setor das matérias-primas minerais.

Contacto: Amelia Muñoz Cabezón(Tel.: 00 32 2 546 95 8373 – correio eletrónico: [email protected])

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5. AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO RURAL E AMBIENTE

Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030

Relator: Antonello Pezzini (Grupo dos Empregadores – IT)Correlator: Lutz Ribbe (Grupo Diversidade Europa – DE)

Referência: COM(2020) 380 finalEESC-2020-00896-00-01-AC

Pontos principais:

O Comité Económico e Social Europeu (CESE) congratula-se com os esforços envidados pela Comissão Europeia no sentido de desenvolver uma Estratégia de Biodiversidade para 2030 como uma das vias para a concretização do Pacto Ecológico Europeu e do quadro mundial para a biodiversidade proposto pela Convenção sobre a Diversidade Biológica.

Na UE, há que intensificar de forma significativa os esforços no sentido de proteger os recursos naturais que subsistem, através de campanhas contínuas de sensibilização e de comunicação destinadas à sociedade em geral, e aos jovens em particular, salientando os aspetos positivos das medidas de proteção. Para alcançar este objetivo, o CESE considera que é necessário, tal como defendido pela Comissão, ampliar as áreas protegidas, em particular as estritamente protegidas, limitando, tanto quanto possível, o impacto na agricultura e na silvicultura, embora tal não seja, de modo algum, suficiente para travar o declínio da biodiversidade. Por conseguinte, o CESE entende que devem ser intensificados consideravelmente os esforços para recuperar os habitats e combater o declínio das espécies devido, principalmente, à aplicação incorreta do quadro jurídico e à falta de financiamento das medidas necessárias.

O CESE lamenta que o novo Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 da UE não contenha qualquer indício de uma integração plena, eficaz e coerente da biodiversidade, o que considera ser um sinal preocupante de que ainda existem discrepâncias significativas entre as palavras e os atos.

O CESE sublinha que a proteção da biodiversidade não pode ser financiada pelos agricultores nem pelos proprietários florestais. Pelo contrário, assegurar este «bem e valor público» deve tornar-se numa oportunidade interessante de obtenção de rendimentos para ambos.

Contacto: Conrad Ganslandt(Tel.: 00 32 2 546 82 75 – Correio eletrónico: [email protected])

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Do prado ao prato: uma estratégia de alimentação sustentável

Relator: Peter Schmidt (Grupo dos Trabalhadores – DE)Correlatora: Jarmila Dubravska (Grupo dos Empregadores – SK)

Referência: COM(2020) 381 finalEESC-2020-00994-00-00-AC

Pontos principais:

Na opinião do Comité Económico e Social Europeu (CESE), uma política alimentar abrangente da UE deverá assegurar i) a sustentabilidade económica, ambiental e sociocultural, ii) a integração entre setores, domínios de intervenção e níveis de governação, iii) processos de decisão inclusivos e iv) uma combinação de medidas obrigatórias (regulamentares e fiscais) e de incentivos (majoração dos preços, acesso a crédito, recursos e seguros) para acelerar a transição para sistemas alimentares sustentáveis. A estratégia proposta não reflete suficientemente estes objetivos.

A única forma de estabelecer sistemas alimentares sustentáveis a longo prazo é assegurar preços justos dos alimentos (que reflitam os custos reais de produção para o ambiente e a sociedade). A UE e os Estados-Membros devem adotar medidas para assegurar que os preços à saída da exploração são superiores aos custos de produção e que os regimes alimentares saudáveis se tornam mais facilmente acessíveis. Para o efeito, será necessário recorrer a toda a gama de instrumentos de governação pública, desde medidas orçamentais diretas a abordagens baseadas na informação, de modo a tornar visíveis os verdadeiros custos.

Sem mudanças nas políticas comerciais da UE, os objetivos da estratégia não serão realizados. O Comité insta a UE a assegurar uma verdadeira reciprocidade de normas nos acordos comerciais preferenciais.

Contacto: Arturo Iñiguez(Tel.: 00 32 2 546 87 68 – correio eletrónico: [email protected])

Rumo a uma participação estruturada dos jovens no domínio do clima e da sustentabilidade

Relator: Cillian Lohan (Grupo Diversidade Europa – IE)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-01552-00-00-AC

Pontos principais:

O aspeto intergeracional das políticas no domínio do clima e do desenvolvimento sustentável e respetivos mecanismos de execução deve refletir-se numa participação forte e relevante dos jovens em

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Page 30:  · Web viewA Comissão Europeia deve proceder o mais rapidamente possível a uma revisão da decisão relativa aos serviços de interesse económico geral no que respeita ao grupo-alvo

todas as etapas dos processos de decisão da UE, desde a elaboração de propostas e iniciativas legislativas até à execução, monitorização e acompanhamento.

A execução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável através do Pacto Ecológico Europeu requer uma nova abordagem de um modelo de governação multilateral mais inclusivo que coloque os jovens no centro do processo de participação e vá muito além de reuniões ad hoc e de meras consultas.

O CESE propõe o estabelecimento de mesas-redondas da juventude para o clima e a sustentabilidade, a organizar pelo Comité em colaboração com a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu.

Propõe igualmente a inclusão de um delegado da juventude nas reuniões da delegação oficial da UE às Conferências das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. Além disso, o CESE propõe a inclusão de um delegado da juventude como membro adicional da delegação do CESE que tem estatuto de observador nesses eventos.

O CESE empenhar-se-á em dar força à voz dos jovens e das organizações da juventude, tendo em conta as suas ideias nos pareceres relacionados com o clima e a sustentabilidade, solicitando proativamente os contributos dos representantes da juventude e convidando-os de forma continuada a participarem como oradores nos eventos do Comité. Além disso, solicitará que, noutras instituições da UE, como o Parlamento Europeu, sejam concedidas aos representantes da juventude as mesmas oportunidades de se fazerem ouvir.

Contacto: Stella Brozek-Everaert (Tel.: 00 32 2 546 92 02 – correio eletrónico: [email protected])

Rumo a uma estratégia da UE para o consumo sustentável

Relator: Peter Schmidt (Grupo dos Trabalhadores – DE)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-01596-00-00-AC

Pontos principais:

A forma como consumimos hoje – a um ritmo elevado e numa trajetória de «extrair, produzir e descartar» – não é sustentável face aos limites do planeta.

Embora a UE disponha de vários instrumentos políticos adequados que podem servir de base, ainda não existe uma abordagem global em matéria de consumo sustentável, que deveria estar no centro do Pacto Ecológico Europeu.

O objetivo do parecer é formular recomendações para uma política europeia abrangente para o consumo sustentável, que abarque, por exemplo, a alimentação, a mobilidade, a habitação e os estilos de vida, como parte do Pacto Ecológico Europeu e como complemento do pacote de medidas relativas à economia circular. Presta especial atenção ao impacto dessa política nas populações vulneráveis e nos agregados familiares que auferem baixos rendimentos.

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É necessária uma estratégia para o consumo sustentável, de modo a criar um enquadramento para os Estados-Membros e o setor privado abordarem o consumo tanto dos agregados familiares como do setor público. O parecer salienta que uma tal política deve equilibrar cuidadosamente as três dimensões da sustentabilidade, contribuindo assim para a consecução não só do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 12, mas de todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. O aumento da sustentabilidade do consumo não deve sobrepor-se a outros objetivos sociais, como a justiça social, a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida.

Contacto: Monica Guarinoni(Tel.: 00 32 2 546 81 27 – correio eletrónico: [email protected])

Uma abordagem integrada para as regiões vulneráveis da UE

Relator: Josep Puxeu Rocamora (Grupo dos Empregadores – ES)Correlatora: Dilyana Slavova (Grupo Diversidade Europa – BG)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-01454-00-00-AC

Pontos principais:

As zonas remotas rurais e de montanha e as regiões periféricas, ultraperiféricas e do Ártico estão sujeitas a limitações objetivas, como a falta de massa crítica (demográfica ou económica), dificuldades de acesso, etc. Ao mesmo tempo, de modo inverso, o congestionamento das zonas urbanas e a pressão sobre os seus recursos naturais (ar, água e solo) estão a aumentar.

A política agrícola comum deve atuar em estreita concertação com as políticas regionais e de coesão, a fim de assegurar um desenvolvimento territorial equilibrado enquanto consideração e requisito aplicável a todas as decisões políticas cujo impacto tenha uma dimensão local.

Contacto: Arturo Iñiguez(Tel.: 00 32 2 546 87 68 – correio eletrónico: [email protected])

Compatibilidade da Política Comercial da UE com o Pacto Ecológico Europeu

Relator: John Bryan (Grupo Diversidade Europa – IE)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-01349-00-00-AC

Pontos principais:

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O Comité Económico e Social Europeu (CESE) acolhe favoravelmente o Pacto Ecológico Europeu, em especial a Estratégia do Prado ao Prato e a Estratégia de Biodiversidade, que são ambiciosas, terão um impacto significativo na agricultura e no setor agroalimentar da União Europeia (UE) e desempenharão um papel central nos futuros acordos comerciais.

O CESE considera que a UE deve responder à crise da COVID-19 com a aplicação urgente do Plano de Recuperação da União Europeia, a fim de relançar a economia da União e voltar a colocá-la em pleno funcionamento o mais rapidamente possível, tendo em atenção os riscos sanitários e ambientais. O Pacto Ecológico deve fazer parte integrante da recuperação.

Num contexto em que a crise da COVID-19 coloca a economia mundial face a uma recessão sem precedentes, um comércio justo, baseado em regras e com condições de concorrência equitativas, é mais importante do que nunca para impulsionar a retoma económica. Tanto um mercado único da UE funcional e aberto como o comércio internacional são essenciais. O CESE considera que a UE não pode permitir que a sua política comercial recue para uma posição defensiva.

A UE deve retirar, entre outros, os seguintes ensinamentos fundamentais da crise da COVID-19:

- A importância vital do conceito de «Uma só Saúde», da segurança alimentar e da soberania alimentar para a Europa;

- a necessidade de uma política agrícola comum forte e de uma cadeia de abastecimento sustentável e resiliente para os alimentos e produtos essenciais relacionados com a saúde;

- a necessidade de a UE dispor de um orçamento de recursos próprios forte e adequadamente financiado para enfrentar a crise;

- a importância do comércio e da proteção do mercado único da UE para evitar a renacionalização e uma repetição de acontecimentos como o Brexit.

O CESE solicita uma análise aprofundada, acompanhada de uma avaliação de impacto pormenorizada, do impacto da Estratégia do Prado ao Prato e da Estratégia de Biodiversidade do Pacto Ecológico nos acordos comerciais, na agricultura e no setor agroalimentar da UE.

É amplamente reconhecido que o comércio agrícola desempenha um papel central na realização da maioria, senão mesmo da totalidade, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e que a Organização Mundial do Comércio tem uma função importante a desempenhar na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o que será muito mais difícil de alcançar sem um mecanismo eficaz de comércio multilateral.

O CESE propõe que todos os futuros acordos comerciais da UE incorporem a Estratégia do Prado ao Prato e a Estratégia de Biodiversidade do Pacto Ecológico enquanto normas globais em matéria de sustentabilidade, embora reconheça que a integração e a aplicação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e de normas mais rigorosas no âmbito de acordos comerciais multilaterais são extremamente difíceis. A curto prazo, afigura-se viável realizar mais progressos na inclusão dos

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Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e de normas ambientais e sociais essenciais nos acordos comerciais bilaterais.

A UE tem de garantir que os acordos comerciais não externalizem o problema da desflorestação e não provoquem o seu aumento noutros países.

O CESE considera essencial que a viabilidade e a competitividade da agricultura e do setor agroalimentar da UE não sejam degradadas pela imposição de custos e normas mais elevados decorrentes da Estratégia do Prado ao Prato e da Estratégia de Biodiversidade do Pacto Ecológico, que os concorrentes não estão dispostos a aceitar e aplicar.

O CESE considera que tem de existir muito mais coerência e coordenação entre políticas da UE como a Estratégia do Prado ao Prato e a Estratégia de Biodiversidade do Pacto Ecológico, a política agrícola comum, a política comercial e a política social.

A agricultura, em consonância com o modelo de explorações agrícolas familiares da UE, tem um papel vital a desempenhar na execução da Estratégia do Prado ao Prato e da Estratégia de Biodiversidade do Pacto Ecológico, sendo, por isso, essencial um orçamento adequado para a política agrícola comum, que responda aos requisitos adicionais impostos aos agricultores.

Por outro lado, a conversão de terras para a produção biológica implica uma diminuição da produção, cujo impacto deve ser avaliado. É necessário intensificar a investigação para definir melhor o que é «biológico» e avaliar a contribuição líquida real da agricultura «biológica» para a sustentabilidade global, incluindo a biodiversidade.

Todos os acordos comerciais da UE devem respeitar as normas sanitárias e fitossanitárias da UE e aderir ao princípio da precaução.

Contacto: Monica Guarinoni(Tel.: 00 32 2 546 81 27 – correio eletrónico: [email protected])

Equivalência das inspeções – sementes de cereais na Ucrânia

Relator único Arnold Puech d'Alissac (Grupo dos Empregadores – FR)

Referência: COM(2020) 137 final – 2020/0053 CODEESC-2020-02029-00-01-AC

Pontos principais:

O CESE assinala que algumas normas não estão plenamente alinhadas com os requisitos da UE, nomeadamente as relativas à distância de isolamento das sementes certificadas de sorgo, que são inferiores, à pureza varietal das linhas parentais utilizadas para a produção de sementes híbridas de milho e à taxa de sementes de outras espécies para as sementes certificadas de milho. O CESE concorda com a proposta legislativa em apreço, sob reserva, porém, da obtenção prévia das garantias necessárias que demonstrem que as limitações identificadas no relatório de auditoria foram corrigidas,

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Page 34:  · Web viewA Comissão Europeia deve proceder o mais rapidamente possível a uma revisão da decisão relativa aos serviços de interesse económico geral no que respeita ao grupo-alvo

que as normas de produção na Ucrânia estão agora estritamente em conformidade com os requisitos europeus e que a ausência de concorrência desleal está assegurada.

Os produtores ucranianos têm acesso a determinadas moléculas proibidas na UE. Estas divergências provocam uma distorção da concorrência e permitiriam a entrada no território da União Europeia de produtos que não cumprem as normas sanitárias e ambientais da UE. As diferenças mais significativas incluem o acesso a substâncias ativas utilizadas na erradicação de ervas daninhas das parcelas agrícolas, como a atrazina (proibida na UE desde 2003) ou o acetocloro (proibido na UE desde 2012). No que diz respeito à proteção contra pragas, os produtores ucranianos continuam a ter acesso a substâncias ativas da família dos neonicotinoides, algumas das quais são proibidas na UE, como a clotianidina, o tiametoxame ou, muito em breve, o tiaclopride.

Contacto: Arturo Iñiguez(Tel.: 00 32 2 546 87 68 – correio eletrónico: [email protected])

Digitalização e sustentabilidade – situação atual e necessidade de ação na perspetiva da sociedade civil

Relator: Peter Schmidt (Grupo dos Trabalhadores – DE)Correlator: István Komoróczki (Grupo dos Empregadores – HU)

Referência: Parecer exploratórioEESC-2020-01918-00-00-AC

Pontos principais:

O Comité Económico e Social Europeu (CESE) insta à adoção de políticas que promovam uma maior integração dos nossos valores societais na economia digital, assegurando assim o desenvolvimento de uma economia digital do bem-estar tão inclusiva quanto possível, que permita que tanto os trabalhadores como os consumidores, as pequenas e médias empresas, as grandes empresas e os intervenientes económicos sem fins lucrativos dela tirem partido de igual modo, em particular nas zonas rurais. Estas políticas incluem os seguintes aspetos:

- desenvolver uma política orçamental para assegurar que as empresas do setor digital paguem a sua justa parte de impostos;

- elaborar uma legislação específica em matéria de proteção de dados no local de trabalho com base no Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados;

- adaptar a legislação em vigor à era digital, a fim de regular os mercados de plataformas digitais;

- promover software e aplicações de código aberto;

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Page 35:  · Web viewA Comissão Europeia deve proceder o mais rapidamente possível a uma revisão da decisão relativa aos serviços de interesse económico geral no que respeita ao grupo-alvo

- adotar uma abordagem de «dinheiro público, dados públicos», a fim de disponibilizar publicamente os dados de investigações financiadas por fundos públicos;

- desenvolver uma política estratégica de governação dos dados, incluindo «fundos de dados públicos».

O CESE insta os governos nacionais e locais a apoiar as plataformas cooperativas de partilha. Apela igualmente para que se promovam cadeias de produção de tecnologias da informação e comunicação transparentes, equitativas e ecológicas, assim como normas ambiciosas em matéria de energia, e para um alargamento da Diretiva Conceção Ecológica da UE, e solicita à Comissão Europeia que:

- adapte a legislação da UE, por forma a tornar as compras em linha mais sustentáveis, e desenvolva políticas responsáveis em matéria de embalagem, entregas e devoluções de encomendas;

- proteja os pequenos operadores no mercado contra as plataformas monopolistas;

- desenvolva um conjunto abrangente de critérios e indicadores para produtos de software sustentáveis e um passe digital de produto;

- melhore o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados no que diz respeito à suficiência e à combinação dos dados;

- imponha restrições à publicidade em linha, a fim de criar espaços sem anúncios publicitários.

A pandemia de COVID-19 levou a uma diminuição repentina e significativa do transporte, da produção e do consumo; o aumento da utilização de tecnologias da informação e comunicação reduziu as práticas de trabalho e os estilos de vida com uma utilização intensiva de energia. O CESE insta à adoção de medidas políticas adequadas para ajudar a consolidar estes aspetos positivos após a pandemia, o que suscita, evidentemente, questões mais vastas sobre a eficiência energética da «nuvem» e dos centros de dados que a sustentam. Por exemplo:

- estabelecer um inventário dos centros de dados da UE (abrangendo a eficiência energética, o ciclo de vida, os materiais de construção, etc.) e um regime de excelência, a fim de assegurar que os centros de dados mais eficientes em termos energéticos se tornem a norma;

- exigir que os novos centros de dados sejam 100% eficientes em termos energéticos;

- utilizar a inteligência artificial para apoiar a transição climática e energética;

- propor medidas para soluções de inteligência artificial sustentáveis.

O CESE louva os projetos da UE em curso como o REMOURBAN ou o MAtchUP, reconhecendo a importância central do desenvolvimento de cidades inteligentes sustentáveis, com abordagens inovadoras em matéria de mobilidade integrada, energia e turismo.

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Contacto: Anna Cameron (Tel.: 00 32 2 546 82 28 – correio eletrónico: [email protected])

Medidas de conservação e de execução – NAFO

Relator: Gabriel Sarró Iparraguirre (Grupo Diversidade Europa – ES)

Referência: COM(2020) 215 final – 2020/0095 CODEESC-2020-02842-00-00-AC

Pontos principais:

O Comité Económico e Social Europeu (CESE) considera necessário transpor para o direito da União as medidas de conservação e de controlo adotadas pela Organização das Pescarias do Noroeste do Atlântico (NAFO), com o objetivo de assegurar a sua aplicação uniforme e efetiva na UE.

No entanto, o Comité considera que a proposta apresentada não prevê um mecanismo rápido para transpor as normas adotadas pela NAFO e não resolve o problema da necessidade de atualizá-las anualmente.

O CESE é favorável a um mecanismo mais rápido e simples, pelo que propõe um regulamento constituído por um único artigo, no qual se determine que a União Europeia deve imperativamente aplicar à sua frota as normas adotadas pela NAFO.

O CESE alerta para os riscos associados à introdução do sistema de atos delegados, que confere à Comissão o poder de legislar sem ter de recorrer aos procedimentos ordinários.

Contacto: Arturo Iñiguez(Tel.: 00 32 2 546 87 68 – correio eletrónico: [email protected])

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6. TRANSPORTES, ENERGIA, INFRAESTRUTURAS E SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Implantação segura de redes 5G – Conjunto de instrumentos da UE

Relator: Alberto Mazzola (Grupo dos Empregadores – IT)Correlator: Dumitru Fornea (Grupo dos Trabalhadores – RO)

Referência: COM(2020) 50 final EESC-2020-00956-00-00-AC

Pontos principais:

O Comité Económico e Social Europeu (CESE) saúda a iniciativa dos Estados-Membros e da Comissão Europeia de proceder à verificação da situação no que respeita à aplicação, por parte dos Estados-Membros, das medidas recomendadas nas conclusões do conjunto de instrumentos que identifica medidas estratégicas e técnicas, bem como medidas fundamentais de segurança no âmbito da implantação do ecossistema 5G.

O CESE considera que – face à crescente complexidade e variedade de aplicações da tecnologia 5G – esta verificação do ecossistema 5G, assim como das ações da competência da Comissão com vista à salvaguarda da cibersegurança das redes 5G e da diversidade da cadeia de valor 5G, da normalização técnica e da certificação, do investimento direto estrangeiro, da defesa comercial e da concorrência, das obrigações de serviço público, da contratação pública e ainda da ciberdiplomacia, deve prender-se com a segurança geopolítica, com a segurança das infraestruturas e dos dados, assim como com a proteção da saúde, nos termos do artigo 168.º, n.º 1, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia.

Segundo o CESE, é importante que o ecossistema europeu 5G assegure integridade, confidencialidade, responsabilidade administrativa e operacional, segurança, fungibilidade do abastecimento, interoperabilidade dos componentes de hardware e software, normas técnicas e regulamentares comuns, continuidade de serviço, fiabilidade de fluxo e proteção dos dados, cobertura em todas as zonas, mesmo que escassamente povoadas, clareza de comunicação com o utilizador como sujeito ativo no mercado digital e ainda adesão dinâmica às orientações da Comissão Internacional para a Proteção contra as Radiações Não Ionizantes para a proteção da saúde da população, reduzindo a radiação o mais possível.

O CESE exorta a Comissão a acompanhar rigorosamente os progressos na implantação e real utilização da tecnologia 5G e insta os Estados-Membros a acelerar ainda mais o processo e a zelar por uma execução responsável.

Em particular, o CESE considera fundamental avaliar o perfil de risco dos fornecedores e impor restrições adequadas aos fornecedores considerados de alto risco. O CESE mantém ainda a recomendação de que haja, pelo menos, dois fornecedores por país, em que pelo menos um deles seja europeu e possa garantir a segurança dos dados politicamente sensíveis e o respeito pelas restrições em matéria de saúde.

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O CESE recomenda o reforço da ciberdiplomacia europeia, para que a UE assegure condições mais equilibradas e recíprocas em matéria de trocas comerciais e investimento, especialmente no que diz respeito ao acesso das empresas ao mercado, subsídios, contratos públicos, transferências de tecnologia, propriedade industrial e normas sociais e ambientais.

Contacto: Agota Bazsik(Tel.: 00 32 2 546 8658 – correio eletrónico: [email protected])

Energia: participação das mulheres em pé de igualdade no século XXI

Relatora: Laure Batut (Grupo dos Trabalhadores – FR)Correlatora: Evangelia Kekeleki (Grupo Diversidade Europa – EL)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-01515-00-01-AC

Pontos principais:

O CESE recomenda à Comissão que inste todas as autoridades de decisão a criarem condições de acesso à energia para todos, reduzirem a pobreza energética e recolherem dados qualitativos e desagregados por género, acompanhados de indicadores adequados; reforçarem e fazerem cumprir a legislação em vigor e; preverem uma política específica de igualdade de género no setor da energia.

O Comité convida igualmente a Comissão a instar todas as autoridades de decisão a criarem igualdade de condições na formação profissional no setor da energia nos Estados Membros e a nível europeu, um «colégio europeu de Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática, bem como condições de igualdade no mercado de trabalho no setor da energia.

No que diz respeito ao mercado de trabalho no setor da energia, o CESE convida a Comissão a instar todas as autoridades de decisão a apresentarem os dados desagregados por género relativos a todas as vertentes do setor, incluindo as energias renováveis; analisarem quais são as oportunidades para as mulheres, evitando que a transição energética e a transição digital sejam armadilhas para a carreira e o salário das mulheres; instaurarem medidas vinculativas relativas à transparência dos salários e das remunerações, condição prévia para uma verdadeira igualdade salarial a todos os níveis.

Além disso, o Comité recomenda que a Comissão inste todas as autoridades de decisão a desenvolverem o diálogo social e as convenções coletivas por toda a Europa no que diz respeito à igualdade nas empresas do setor da energia; ajudarem a mudar as mentalidades das mulheres recorrendo a modelos a seguir e criar uma rede europeia designada «Teams-Europe». Do mesmo modo, devem ser tomadas medidas para mudar as mentalidades dos homens e os conteúdos das formações em gestão.

Contacto: Laura Ernšteina(Tel.: 00 32 2 546 91 94 – correio eletrónico: [email protected])

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Entre uma super-rede transeuropeia e as ilhas energéticas locais

Relator: Lutz Ribbe (Grupo Diversidade Europa – DE) Correlator: Thomas Kattnig (Grupo dos Trabalhadores – AT)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-01448-00-00-AC

Pontos principais:

O Comité Económico e Social Europeu (CESE) assinala que a transição energética não é apenas uma questão tecnológica, mas representa um enorme desafio social e político. O futuro sistema energético europeu deverá incluir tanto elementos centralizados como descentralizados, e a sua organização não poderá conduzir à arbitrariedade. Num sistema centralizado, a criação de valor concentra-se geralmente em alguns intervenientes. Num sistema descentralizado, os consumidores podem participar na criação de valor como clientes ativos, comunidades de cidadãos para a energia, agricultores, pequenas e médias empresas e empresas municipais. Por conseguinte, o rumo a conferir ao novo sistema energético, mais do que uma mera questão técnica é uma questão eminentemente política.

No que diz respeito às consequências nas políticas económicas e sociais, o CESE reitera a sua perspetiva de que os sistemas energéticos descentralizados dão importantes impulsos ao desenvolvimento regional e podem gerar um impacto nas regiões com a criação de novos postos de trabalho especializado e de alta qualidade. Coloca-se a questão fundamental de saber se esta «rede de eletricidade» enquanto infraestrutura crítica, sendo um monopólio natural e tendo em vista uma segurança de aprovisionamento sustentável, não deveria ser pública, sobretudo atendendo a que foi criada e desenvolvida com recurso a avultados investimentos públicos.

Contacto: Alessandro Rizzi(Tel.: 00 32 2 546 8679 – correio eletrónico: [email protected])

Acesso universal a habitação digna, sustentável e acessível a longo prazo

Relator: Raymond Hencks (Grupo dos Trabalhadores – LU)Correlator: András Edelényi (Grupo dos Empregadores – HU)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-01076-00-00-AC

Pontos principais:

A crise sanitária, económica e social provocada pela COVID-19 revelou a gravidade da crise da habitação a preços acessíveis que os Estados-Membros enfrentam há anos. Embora a política de habitação continue a ser uma competência dos Estados-Membros, a escassez de habitação digna e a preços acessíveis na União Europeia exige um plano de ação europeu para a habitação que inclua um conjunto de medidas coerentes e compreensíveis para os cidadãos europeus, destinadas a apoiar os

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Estados-Membros, as regiões e os municípios europeus a relançar de forma sustentável a oferta de habitações sociais e acessíveis.

Antes de mais, a UE deve assegurar um verdadeiro direito universal à habitação, nomeadamente por meio de um regulamento setorial adotado de acordo com o processo legislativo ordinário, que estabeleça os princípios e defina as condições para fornecer, mandar executar e financiar habitações acessíveis e dignas, em conformidade com o artigo 14.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia.

Neste contexto, o CESE apoia a iniciativa da Comissão que visa estabelecer uma ligação entre o Pilar Europeu dos Direitos Sociais e o Semestre Europeu, o que, no domínio da política de habitação, deve resultar num melhor acompanhamento da reforma da habitação social, da acessibilidade física e económica da habitação, bem como da eficácia dos subsídios de habitação.

A instituição de um «fundo europeu de investimento na habitação acessível, digna e adequada», destinado à criação e manutenção de habitações a preços moderados, permitiria à UE tornar as suas ações e as suas políticas mais compreensíveis e coerentes para os cidadãos europeus, nomeadamente no âmbito do futuro plano para os edifícios previsto no Pacto Ecológico e do futuro plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

A Comissão Europeia deve proceder o mais rapidamente possível a uma revisão da decisão relativa aos serviços de interesse económico geral no que respeita ao grupo-alvo para a habitação social e especificar que a política de habitação não pode ter como único objetivo apoiar as pessoas em risco de pobreza, devendo garantir uma habitação digna, acessível e comportável a longo prazo para todos os cidadãos. Neste contexto, a Comissão deve propor uma definição comum do conceito de custos de habitação excessivos, uma metodologia harmonizada de avaliação dos encargos de habitação excessivos, uma regulamentação normativa contra a retenção especulativa de habitações vazias e de terrenos para construção, e um enquadramento das práticas de conversão de habitações acessíveis em alojamentos turísticos para arrendamento de curto prazo.

Por último, o CESE solicita à Comissão que organize anualmente uma cimeira europeia da habitação acessível, que reúna todas as partes interessadas, a fim de analisar a aplicação e o acompanhamento deste plano de ação europeu para a habitação acessível, com base num relatório anual sobre a situação da habitação na UE.

Contacto: Agota Bazsik(Tel.: 00 32 2 546 8658 – correio eletrónico: [email protected])

Uma estratégia europeia para os dados

Relator: Antonio García del Riego (Grupo dos Empregadores – ES)

Referência: COM(2020) 66 final EESC-2020-01042-00-00-AC

Pontos principais:

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O Comité Económico e Social Europeu (CESE) congratula-se com a proposta da Comissão de uma estratégia para os dados que defina a partilha transetorial de dados como prioridade e melhore a utilização, a partilha, o acesso e a governança de dados, através de medidas legislativas e setoriais específicas. Uma estratégia de dados ambiciosa pode dar resposta à necessidade premente de reforçar as capacidades de dados da UE.

O CESE apoia a proposta da Comissão relativa à conceção global da arquitetura de dados da UE, que visa reforçar os direitos das pessoas no que diz respeito à utilização, à proteção e ao controlo dos seus dados, bem como sensibilizá-las. No entanto, o CESE insta a Comissão a desenvolver uma estratégia mais clara para aperfeiçoar o seu quadro em matéria de dados, propõe que se clarifique a estratégia no que se refere ao seu financiamento e formula recomendações para colmatar o défice de competências.

O CESE é de opinião que o desenvolvimento, na Europa, de plataformas baseadas em dados deve refletir os valores europeus e focar-se nas pessoas. O CESE considera que a atual abordagem centrada no consumidor deve também ter em conta a questão do controlo humano e abarcar uma dimensão ética em termos de utilização de dados.

Ademais, o CESE considera que a realização do mercado único é uma prioridade essencial para o funcionamento de espaços comuns de dados. Tendo em conta a sensibilidade dos dados partilhados, o CESE insiste na necessidade de salvaguardar a proteção da confidencialidade dos dados pessoais, através de mecanismos de consentimento, controlo, sanção e supervisão, bem como de garantir a sua anonimização (e a impossibilidade de serem desanonimizados).

O CESE recomenda à Comissão que defina na sua estratégia a opção recomendada para o conceito de propriedade dos dados. Os debates jurídicos em curso geram incertezas relativamente ao que as pessoas podem exigir.

O CESE defende o reforço do diálogo com a sociedade civil e lembra a necessidade de fornecer às pequenas e médias empresas orientações mais claras sobre os mecanismos de partilha de dados, uma vez que ambos os aspetos serão fundamentais para alargar a participação em espaços de dados. O CESE recomenda ainda que a Comissão assegure que o quadro jurídico permita a igualdade de acesso aos dados entre todas as empresas, grandes e pequenas, e aborde a questão do poder de mercado das plataformas dominantes.

O CESE insiste na urgência de melhorar as competências e a literacia digitais através da educação e da formação, nomeadamente com base no Quadro de Competências Digitais, incentivando os Estados-Membros a melhorarem a educação ao longo da vida para as competências que serão mais procuradas no futuro, em todos os níveis de ensino. Por último, mas não menos importante, o CESE convida a Comissão a clarificar e reforçar o papel das autoridades competentes, das organizações de consumidores e dos organismos independentes, que se revela pertinente para assegurar a governação das iniciativas setoriais, o cumprimentos das obrigações pelas empresas, bem como a orientação, o aconselhamento e a formação dos utilizadores.

Contacto: Laura Ernšteina(Tel.: 00 32 2 546 91 94 – correio eletrónico: [email protected])

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O futuro do transporte aéreo da UE, durante e após a crise da COVID-19

Relator: Thomas Kropp (Grupo dos Empregadores – DE)

Referência: Parecer de iniciativa EESC-2020-01239-00-00-AC

Pontos principais:

A aviação é um dos setores mais fortemente afetados pela crise da COVID-19, com consequências dramáticas para as receitas de todas as partes interessadas na cadeia de valor da aviação, bem como para os seus trabalhadores.

Os Estados-Membros da União Europeia (UE) estão dispostos a apoiar todos os setores económicos no processo de recuperação. Não obstante, é pouco provável que as atividades económicas mundiais retomem os níveis pré-COVID-19 num futuro próximo. Por este motivo, o CESE insta a Comissão Europeia a elaborar um roteiro abrangente para a recuperação do setor europeu da aviação no seu conjunto; este plano de ação deve incluir recursos específicos para apoiar todos os subsetores e os respetivos trabalhadores.

A crise da COVID-19 exige que se faça uma distinção clara entre a fase de recuperação do setor da aviação a curto prazo e a garantia da competitividade internacional do setor e de condições de concorrência equitativas a médio/longo prazo.

A preservação de postos de trabalho de qualidade e de condições de trabalho adequadas constitui um requisito essencial para manter uma mão de obra qualificada, sem a qual não é possível garantir uma competitividade sustentável. Por conseguinte, a contratação e formação contínuas de trabalhadores qualificados na cadeia de valor da aviação é um pré-requisito para a recuperação da aviação europeia.

Os passageiros devem obter garantias sobre as condições em que os bilhetes pré-pagos serão reembolsados em caso de cancelamento durante a presente crise.

O CESE insta a Comissão a alcançar e manter um equilíbrio adequado entre as medidas de recuperação necessárias para ultrapassar a crise da COVID-19 e os ajustamentos previstos na regulamentação financeira decorrente do Pacto Ecológico Europeu. O CESE exorta a Comissão a evitar impor encargos financeiros e/ou regulamentares suplementares ao setor, sobretudo numa fase de recuperação, quando todo o setor se encontra extremamente debilitado do ponto de vista financeiro.

Contacto: António Ribeiro Pereira (Tel.: 00 32 2 546 9363 – correio eletrónico: [email protected])

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Acordo relativamente à construção e exploração por concessionários privados de uma ligação fixa do canal da Mancha

Referência: Parecer da Categoria C COM(2020) 622 final – 2020/0160 COD EESC-2020-03940-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE decidiu subscrever o texto proposto.

Contacto: Birgit Fular(Tel.: 00 32 2 546 90 44 – correio eletrónico: [email protected])

Regras de segurança e de interoperabilidade ferroviárias na ligação fixa do canal da Mancha

Referência: Parecer da Categoria C COM(2020) 623 final – 2020/0161 COD EESC-2020-03941-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE decidiu subscrever o texto proposto.

Contacto: Birgit Fular(Tel.: 00 32 2 546 90 44 – correio eletrónico: [email protected])

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7. RELAÇÕES EXTERNAS

UE e África: concretizar uma parceria para o desenvolvimento equitativo baseada na sustentabilidade e em valores comuns

Relatores: Dimitris Dimitriadis (Grupo dos Empregadores – EL) Dilyana Slavova (Grupo Diversidade Europa – BG)Thomas Wagnsonner (Grupo dos Trabalhadores – AT)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-01715-00-01-AC-TRA

Pontos principais:

A base comum de qualquer intervenção política no âmbito de uma parceria equitativa para o desenvolvimento com África deve assentar numa abordagem multidimensional, articulando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o respeito pelos direitos humanos universais, incluindo os direitos fundamentais, o direito a um ambiente saudável e a liberdade de empresa.

O CESE preconiza a promoção da vida digna e de boas perspetivas, a criação de uma classe média e o apoio a parcerias equitativas mediante o reforço das estruturas democráticas sustentáveis do ponto de vista social e liberal em África.

O CESE salienta que a estratégia da UE para África deve centrar-se no desenvolvimento e congratula-se com a Zona de Comércio Livre Continental Africana.

O CESE reitera o importante papel da sociedade civil organizada no Acordo de Parceria ACP-CE.

O CESE salienta que o investimento a longo prazo em infraestruturas intra-africanas faz sentido em termos económicos, é ecologicamente sustentável e gera capacidades de produção, ao passo que uma abordagem centrada unicamente nas exportações para o estrangeiro é insustentável. A colaboração económica intercontinental deverá favorecer a produção local em África, cujos principais setores devem ser a agricultura sustentável, a energia e a economia circular. Por conseguinte, é imprescindível estabelecer sistemas de avaliação que associem, em larga medida, a sociedade civil organizada.

Contacto: Cédric Cabanne(Tel.: 00 32 2 546 9355 – correio eletrónico: [email protected])

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Contributo da sociedade civil para a agenda verde e o desenvolvimento sustentável dos Balcãs Ocidentais no âmbito do processo de adesão à UE

Relatora: Dragica Martinović Džamonja (Grupo dos Empregadores – HR)Correlator: Pierre Jean Coulon (Grupo dos Trabalhadores – FR)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-02228-00-00-AC

Pontos principais:

O parecer trata de dois grandes temas atuais, o alargamento e a Agenda Verde, que integra a nova crise da COVID-19, e salienta a importância de assimilar os Balcãs Ocidentais no Pacto Ecológico Europeu.

O CESE tem apoiado e continua a defender firmemente o alargamento da União Europeia aos seis países dos Balcãs Ocidentais, desde que cumpram os critérios necessários para a adesão.

O CESE entende que a recuperação da crise da COVID-19 deve reforçar as políticas ecológicas e que a transição ecológica tem de ser parte integrante de um plano de recuperação abrangente e voltado para o futuro nos Balcãs Ocidentais.

Tendo em conta os investimentos significativos e as adaptações regulamentares necessárias, o CESE está fortemente convencido de que os parceiros sociais e as organizações da sociedade civil têm um papel particularmente importante a desempenhar na transição para uma sociedade mais ecológica e mais sustentável, sobretudo no que diz respeito a determinados contextos políticos específicos nos Balcãs Ocidentais.

O CESE recorda que os Balcãs Ocidentais são altamente sensíveis aos impactos das alterações climáticas, que provocam danos na saúde em geral e na economia, e precisam de agir urgentemente para melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos, em especial das crianças e dos jovens, por meio de uma transição justa para um modelo mais ecológico, tendo em mente o princípio de «não deixar ninguém para trás».

O CESE apela para que as futuras ações de ecologização dos Balcãs Ocidentais sejam adaptadas aos desafios específicos da região, incluindo um quadro regulamentar adequado, atividades transfronteiriças, soluções tecnológicas inovadoras, energia produzida e consumida localmente e eficiência energética, transportes urbanos sustentáveis, redes rodoviárias e ferroviárias, participação pública e privada, tecnologias da informação e comunicação (TIC) e instalação de Internet de alta velocidade, medidas agroalimentares, etc.

O CESE entende que os desafios nos Balcãs Ocidentais podem ser transformados em oportunidades através do investimento na investigação e na inovação, da aprendizagem e da adoção de abordagens alternativas, da economia circular, da gestão de resíduos, de energia mais ecológica e de soluções de conectividade, bem como de medidas ativas para proteger a riqueza da região em termos de biodiversidade.

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O CESE salienta a importância de desenvolver as competências ecológicas no âmbito de estratégias nacionais e regionais ativas de ensino/formação e de competências, com especial destaque para a igualdade de género, em cooperação com os intervenientes pertinentes e no âmbito de um diálogo social eficaz.

O CESE salienta que a boa governação e as instituições democráticas, o Estado de direito, o êxito das políticas anticorrupção, a luta contra a criminalidade organizada, o respeito pelos direitos humanos e a segurança têm de ser devidamente aplicados nos Balcãs Ocidentais. Uma vez que a ecologização da economia exige um investimento substancial, é imperativo recordar que o Estado de direito é um fator essencial para garantir um clima empresarial eficaz e atrair investimento privado e investimento direto estrangeiro.

Contacto: Ana Dujmovic(Tel.: 00 32 2 546 8290 – correio eletrónico: [email protected])

Avaliação do papel da sociedade civil nas estruturas de participação no âmbito do Acordo Comercial União Europeia-Colômbia/Peru/Equador

Relator: Giuseppe Iuliano (Grupo dos Trabalhadores – IT)

Referência: Relatório de informaçãoEESC-2020-01342-00-01-RI

Pontos principais:

O acordo comercial multilateral é atualmente objeto de uma avaliação, que deverá ser adotada pela Comissão Europeia até ao final de 2020. De acordo com os dados da Comissão Europeia, no plano económico, o acordo comercial multilateral funciona bem, com o aumento do volume das trocas comerciais, em 2017, da UE com a Colômbia, o Peru e o Equador.

O CESE considera que a avaliação deve ter plenamente em conta a questão de saber se o acordo comercial multilateral está a promover os direitos humanos e as condições económicas e ambientais, como prometido. Tal está em sintonia com a Comunicação Conjunta ao Parlamento Europeu e ao Conselho – União Europeia, América Latina e Caraíbas: unir esforços em prol de um futuro comum, publicada em 2019, que considera prioritário os acordos promoverem «o desenvolvimento sustentável, os direitos humanos e a boa governação».

O CESE assinala insuficiências na concretização dos compromissos no que diz respeito aos direitos reconhecidos nas convenções fundamentais da Organização Internacional do Trabalho e no próprio título «Comércio e Desenvolvimento Sustentável» do acordo comercial multilateral.

Para o CESE, é particularmente grave que, após anos de melhoria, haja um ressurgimento da violência na Colômbia. Embora a assinatura do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, em 2016, tenha sido recebida com esperança pela comunidade internacional, muitas

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organizações colombianas consideram que a paz está em risco e exigem responsabilidades ao novo governo pelo facto de, entre 2016 e 2019, 777 pessoas (sindicalistas, dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos) terem sido mortas no país.

O CESE considera necessário aumentar a eficácia dos mecanismos de participação da sociedade civil existentes no âmbito do acordo comercial multilateral.

O CESE lamenta que os governos dos países andinos tenham adiado a composição e o reconhecimento dos grupos consultivos internos, que não dotem os seus membros de recursos financeiros para deslocações a reuniões e que o Governo do Peru não facilite o funcionamento de um grupo consultivo interno autónomo.

O CESE congratula-se com o envolvimento e o apoio humano e material da Comissão Europeia na participação da sociedade civil. Estima necessário que a Comissão Europeia inste os governos dos países andinos a assumirem a responsabilidade pelo funcionamento dos grupos consultivos internos dos seus países e pela deslocação dos seus representantes.

O CESE solicita que a avaliação inclua a necessidade de reconhecer formalmente as reuniões anuais conjuntas dos grupos consultivos internos das quatro Partes e que o Subcomité de Comércio e Desenvolvimento Sustentável organize uma reunião anual com todos os grupos consultivos internos, a fim de estabelecer um diálogo institucionalizado, e responda formalmente a todas as questões levantadas pelos mesmos.

Os efeitos da pandemia de COVID-19, tanto na Europa como nos países andinos, estão a causar danos terríveis à saúde de milhões de pessoas e requerem medidas para reforçar os sistemas de saúde e de proteção social. As restrições temporárias à livre circulação não devem conduzir à discriminação dos indivíduos, incluindo os migrantes ou os grupos mais vulneráveis, nem reduzir as oportunidades de diálogo.

O CESE considera que a UE e os governos dos países andinos devem redobrar de esforços para garantir que a participação da sociedade civil no acordo não é impedida pela pandemia, proporcionando formas de consulta telemática quando as reuniões presenciais não forem possíveis. A sociedade civil e respetivas organizações têm um papel fundamental a desempenhar na resposta global à pandemia, pelo que se deve garantir a sua inclusão agora mais do que nunca.

Contacto: Sara Nanino(Tel.: 00 32 2 546 88 78 – correio eletrónico: [email protected])

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Mercados do carbono: emergência, estruturação e desafios para a indústria europeia

Relatora: Emmanuelle Butaud-Stubbs (Grupo dos Empregadores – FR)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2020-02395-00-00-AC

Pontos principais:

Há vários mercados do carbono a funcionar no mundo, e o Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia não é um caso isolado.

A Comissão Europeia deveria acompanhar estes mercados locais do carbono a fim de identificar boas práticas que poderão ser úteis para a revisão do Sistema de Comércio de Licenças de Emissão e das diretivas relativas à energia.

O conhecimento e a compreensão de outros mercados do carbono também são essenciais para adaptar o mecanismo de ajustamento das emissões de carbono nas fronteiras, que deve ser aplicado de forma diferenciada aos países com mercados do carbono e aos países sem mercados do carbono.

A atual pandemia de COVID-19 não deve fazer abrandar as ações no domínio do clima, quer ao nível quer europeu quer ao nível internacional. Isso significa que o Pacto Ecológico Europeu deve ser aplicado segundo o calendário previsto.

O mínimo atraso afastar-nos-ia do objetivo da neutralidade carbónica até 2050. Mais importante ainda, os pacotes de retoma devem ser alinhados pelos objetivos da UE em matéria de clima e harmonizados com o objetivo do Pacto Ecológico Europeu.

O CESE considera que a adoção do artigo 6.º do Acordo de Paris constitui uma oportunidade fundamental para reforçar a ação climática após 2020. Assim, exorta a Comissão Europeia a obter um mandato claro dos Estados-Membros para alcançar o compromisso necessário para a adoção das orientações para a aplicação do artigo 6.º na COP 26, em 2021.

O CESE apoia a política do Pacto Ecológico Europeu e solicita que a Comissão Europeia apresente as diferentes propostas nos próximos meses como previsto, incluindo a relativa ao mecanismo de ajustamento das emissões de carbono nas fronteiras. Um mecanismo desse tipo possa criar condições equitativas para a maioria dos setores mais intensivos em CO2 na UE.

À medida que a UE explora futuras modificações do seu Sistema de Comércio de Licenças de Emissão, há que prestar especial atenção à configuração do mercado e às experiências com a entrada em funcionamento dos diversos sistemas de comércio de licenças de emissão em toda a América do Norte.

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O CESE apoia a abertura do diálogo com países terceiros a fim de debater o conteúdo e o impacto das medidas aplicáveis ao carbono nas fronteiras nas suas exportações para a UE. Este diálogo deve assumir uma forma diferente com os países que têm políticas ambiciosas em matéria de clima (como o Canadá) e com os países sem tais políticas (Estados Unidos, China, Rússia, etc.).

O CESE reitera que é necessário associar e harmonizar os diferentes instrumentos disponíveis para combater a crise climática e defende a harmonização das abordagens das diferentes jurisdições, com o fim último de lançar um sinal de tarifação comparável em todas as diferentes jurisdições.

Contacto: Maarit Laurila(Tel.: 00 32 2 546 9739 – correio eletrónico: [email protected])

Cadeias de abastecimento sustentáveis e trabalho digno no comércio internacional

Relatora: Tanja Buzek (Grupo dos Trabalhadores – DE)

Referência: Parecer exploratórioEESC-2020-02161-00-00-AC

Pontos principais:

As cadeias de abastecimento mundiais desempenham um papel fundamental e complexo nas atividades económicas a nível mundial e no comércio mundial. O crescimento económico, a criação de emprego e o empreendedorismo são, contudo, questionados por dados factuais que demonstram as suas repercussões negativas nas condições de trabalho e na sustentabilidade em algumas cadeias de abastecimento.

A crise provocada pela COVID-19 revelou retrocessos graves associados a cadeias de abastecimento altamente fragmentadas e não diversificadas. Expôs a vulnerabilidade da saúde e da segurança dos trabalhadores, realçando as violações de direitos humanos. O comércio terá de desempenhar um papel fundamental na promoção de uma retoma económica sustentável. No entanto, são necessários instrumentos mais fortes para estabelecer uma agenda empresarial, comercial e de investimento responsável do ponto de vista social e ambiental.

As cadeias de abastecimento mundiais têm de se tornar mais resilientes, diversificadas e responsáveis. São necessárias ações ambiciosas a fim de assegurar que as cadeias de abastecimento mundiais contribuem para um modelo económico e social mais justo, baseado na sustentabilidade e no trabalho digno.

Muitas empresas da UE estão positivamente empenhadas nas questões dos direitos humanos, da sustentabilidade e da responsabilidade social das empresas, na aplicação de orientações e princípios internacionais. Estas medidas voluntárias conduziram a algumas mudanças de comportamento positivas, mas são necessárias melhorias.

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É necessário, com caráter de urgência, um quadro regulamentar mais eficaz e coerente para alcançar o trabalho digno, o respeito pelos direitos humanos e a sustentabilidade nas cadeias de valor e de abastecimento mundiais e promover objetivos sociais e ambientais globais e da UE, bem como a concorrência leal entre os operadores económicos, e apoiar as atividades económicas europeias.

O CESE insta a Comissão Europeia a desenvolver um plano de ação europeu em matéria de direitos humanos, trabalho digno e sustentabilidade nas cadeias de abastecimento mundiais, baseando-se no diálogo social e numa abordagem multilateral. Enquanto quadro geral, tanto para as políticas como para as iniciativas legislativas, o plano de ação deve:

- ser ambicioso, abrangente e transversal, reconhecendo os papéis complementares dos diferentes intervenientes;

- abranger uma definição ampla de direitos humanos, incluindo os direitos dos trabalhadores e os direitos sindicais, e basear-se numa série de instrumentos internacionais, nomeadamente as convenções da Organização Internacional do Trabalho;

- promover uma conduta empresarial responsável e assegurar o respeito pelos direitos humanos e dos objetivos sociais e ambientais da UE nas atividades e nas suas cadeias de abastecimento;

- apoiar as empresas e as pequenas e médias empresas na adoção de uma abordagem responsável em matéria de conduta empresarial e assegurar condições de concorrência equitativas para as empresas.

O CESE considera que a UE se encontra numa posição privilegiada para impulsionar os progressos a nível multilateral nesta matéria e assegurar a coerência das políticas mundiais e apela a instrumentos internacionais mais eficazes e vinculativos, apoiando em particular um tratado vinculativo das Nações Unidas sobre empresas e direitos humanos e uma Convenção da Organização Internacional do Trabalho sobre o trabalho digno nas cadeias de abastecimento.

Um plano de ação europeu deve ter como prioridade uma iniciativa legislativa transetorial vinculativa sobre o dever de diligência em matéria de direitos humanos e a conduta empresarial responsável, com ferramentas de vias de recurso e de aplicação, abrangendo todas as empresas estabelecidas ou com atividades na UE, bem como o setor público, e responder às necessidades e aos condicionalismos específicos das pequenas e médias empresas. O dever de diligência deve abranger explicitamente os direitos dos trabalhadores e os direitos sindicais, que constituem uma parte essencial do trabalho digno. As suas características particulares, incluindo em matéria de responsabilidade das empresas, serão objeto de um parecer específico do CESE, que deverá ser adotado na mesma reunião plenária.

Em termos de outras iniciativas legislativas da UE, o plano de ação deve incluir, nomeadamente:

- uma revisão ambiciosa da Diretiva Divulgação de Informações Não Financeiras;

- medidas legislativas relativas aos deveres dos conselhos de administração;

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- condicionalidade e incentivos associados a todos os instrumentos de recuperação e instrumentos de financiamento da UE;

- os procedimentos de contratação pública devem apoiar e promover eficazmente o dever de diligência em matéria de direitos humanos e a conduta empresarial responsável pelas empresas nas respetivas atividades e cadeias de abastecimento, incluindo o trabalho digno.

O plano de ação deve incluir igualmente medidas não legislativas, tais como iniciativas de sensibilização dos consumidores, dos investidores e de outras partes interessadas, bem como incentivos às empresas responsáveis que vão além das obrigações jurídicas e apoio específico às pequenas e médias empresas para a introdução de políticas em matéria de dever de diligência.

O diálogo social transetorial e setorial europeu e o diálogo social nacional devem contribuir para a sua aplicação. Os trabalhadores e os sindicatos devem fazer parte da solução.

As questões relacionadas com o comércio no âmbito dos objetivos do plano de ação devem estar refletidas na próxima revisão da estratégia comercial da UE. A política comercial e de investimento pode impulsionar e assegurar uma aplicação mais uniforme das normas por parte dos investidores e dos governos. Deve exigir-se aos investidores estrangeiros o cumprimento do dever de diligência antes de poderem beneficiar de um acordo de investimento internacional;

- os acordos de comércio livre devem promover boas práticas sobre a forma de integrar os critérios ambientais e sociais em contratos públicos, não devendo limitar, de modo algum, a respetiva aplicação;

- o novo alto responsável pela aplicação dos acordos comerciais deve dispor de instrumentos mais robustos para assegurar o cumprimento dos compromissos em matéria de comércio e desenvolvimento sustentável;

- um painel de peritos reformulado deverá poder desencadear um mecanismo de resolução de litígios entre Estados, que preveja penalidades ou sanções financeiras, bem como vias de recurso para a parte lesada;

- um secretariado independente do trabalho e um mecanismo de apresentação de queixas coletivas devem complementar a aplicação dos capítulos sobre comércio e desenvolvimento sustentável;

- cabe reforçar consideravelmente o impacto das recomendações do Grupo Consultivo Interno sobre as investigações relativas a infrações em matéria de comércio e desenvolvimento sustentável;

- as novas abordagens em matéria de conflitos laborais devem ponderar vias de recurso contra as empresas em incumprimento e considerar, além disso, um sistema inspirado nas medidas anti-dumping da UE que abranja o dumping social;

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- o CESE propõe associar reduções dos direitos aduaneiros à aplicação efetiva das disposições em matéria de comércio e desenvolvimento sustentável;

- por último, a UE deve assegurar a ratificação das convenções da Organização Internacional do Trabalho por parte dos parceiros antes da sua celebração, para que estes possam fazer parte integrante do acordo. A cláusula dos «elementos essenciais» deve ser alargada para abranger as convenções fundamentais e atualizadas da Organização Internacional do Trabalho ratificadas por todos os Estados-Membros da UE, devendo a Organização Internacional do Trabalho ser associada ao acompanhamento da aplicação das suas convenções no âmbito de acordos de comércio livre.

Contacto: Delphine Galon (Tel.: 00 32 2 546 92 06 – correio eletrónico: [email protected])

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