web asp net

23
A disciplina procura apresentar e discutir alguns fundamentos teóricos e metodológicos para o trabalho docente na Educação Infantil, para os conhecimentos de matemática. Ao entrar na escola, a criança inicia um processo de construção de conhecimento lógico-matemático que deve partir de suas experiências, de sua vivência, para, gradativamente, atingir um nível de formalização. Entendemos que, quanto mais significativo e interessante for esse contato inicial com a matemática, melhor dar-se-á o desenvolvimento desses conhecimentos. Assim, os resultados das pesquisas podem dar um subsídio importante para que o professor ofereça, aos alunos da Educação Infantil, oportunidades para o desenvolvimento lógico- matemático. Objetivo da Disciplina Refletir sobre o desenvolvimento do conhecimento lógico-matemático; Discutir o processo de construção do conceito de número, pela criança, e a influência do processo de classificação e seriação no mesmo; Conhecer diferentes alternativas pedagógicas para o ensino e a aprendizagem da matemática na Educação Infantil, tais como jogos e resolução de problemas.Conteúdo Programático: Tipos de conhecimento segundo Piaget: conhecimento físico, social e lógico-matemático. Estágios de desenvolvimento cognitivo da criança. Classificação e seriação. Construção do conceito de número. Alternativas pedagógicas para o ensino e aprendizagem da Matemática: jogos e Resolução de Problemas. RCNEI para Matemática. O pensamento de Jean Piaget 1 Em nossos encontros anteriores, analisamos algumas metodologias adequadas para o trabalho com matemática na Educação Infantil. Lembramos de que nessa fase de

Upload: dchampion1

Post on 06-Nov-2015

223 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

ASP.NET DESENVOLVENDO SOFTWARE

TRANSCRIPT

A disciplina procura apresentar e discutir alguns fundamentos tericos e metodolgicos para o trabalho docente na Educao Infantil, para os conhecimentos de matemtica. Ao entrar na escola, a criana inicia um processo de construo de conhecimento lgico-matemtico que deve partir de suas experincias, de sua vivncia, para, gradativamente, atingir um nvel de formalizao. Entendemos que, quanto mais significativo e interessante for esse contato inicial com a matemtica, melhor dar-se- o desenvolvimento desses conhecimentos. Assim, os resultados das pesquisas podem dar um subsdio importante para que o professor oferea, aos alunos da Educao Infantil, oportunidades para o desenvolvimento lgico-matemtico. Objetivo da Disciplina Refletir sobre o desenvolvimento do conhecimento lgico-matemtico; Discutir o processo de construo do conceito de nmero, pela criana, e a influncia do processo de classificao e seriao no mesmo; Conhecer diferentes alternativas pedaggicas para o ensino e a aprendizagem da matemtica na Educao Infantil, tais como jogos e resoluo de problemas.Contedo Programtico:Tipos de conhecimento segundo Piaget: conhecimento fsico, social e lgico-matemtico. Estgios de desenvolvimento cognitivo da criana. Classificao e seriao. Construo do conceito de nmero. Alternativas pedaggicas para o ensino e aprendizagem da Matemtica: jogos e Resoluo de Problemas. RCNEI para Matemtica.O pensamento de Jean Piaget1 Em nossos encontros anteriores, analisamos algumas metodologias adequadas para o trabalho com matemtica na Educao Infantil. Lembramos de que nessa fase de ensino, primordial que o professor conhea e respeite as caractersticas de cada fase de desenvolvimento do aluno. Somente a partir desse conhecimento, que o professor da Educao Infantil pode proporcionar aos seus alunos atividades que os auxiliem na construo do conhecimento lgico-matemtico.

A construo do conhecimento lgico-matemtico, nessa fase, ir subsidiar a aprendizagem futura dos alunos em matemtica, ou seja, essa fase, quando bem trabalhada pelo professor, constitui um alicerce que sustentar o desempenho subsequente dos outros nveis de ensino.Como vimos durante as aulas, a criatividade do professor, aliada ao conhecimento terico, o diferencial que pode garantir aos alunos o acesso a uma escolha de qualidade, almejada por todos os profissionais comprometidos com a Educao.Vamos iniciar conhecendo um pouco mais a respeito das idias de Piaget. Piaget tinha formao de bilogo. Essa formao influenciou seu trabalho no sentido de procurar as explicaes biolgicas para o desenvolvimento da inteligncia nos sujeitos. Seus estudos estavam baseados na concepo de que os atos biolgicos dos seres humanos so atos de adaptao ao meio fsico e as atividades mentais dos seres humanos tambm so atividades biolgicas, portanto, submetem-se s mesmas leis que governam a atividade fsica. Assim, as atividades mentais tambm buscam a adaptao do sujeito ao meio fsico que os ajudam a organizar o ambiente. Nesse processo de organizao e adaptao ao ambiente, que o sujeito desenvolve sua inteligncia. Para refletir:

Esse um ponto muito importante a ser considerado por ns, professores: Quanto mais diversificadas, desafiadoras e inovadoras forem as atividades que propomos aos nossos alunos, maiores sero as oportunidades de desenvolvimento cognitivo.Embora Piaget no tenha desenvolvido sua teoria voltada para o processo de ensino e aprendizagem do ponto de vista educacional, foi a partir de sua epistemologia gentica, que o construtivismo emergiu como uma tendncia pedaggica. Nessa perspectiva, o construtivismo teve uma influncia positiva sobre a prtica mecnica da matemtica, pois o conhecimento obtido a partir da interao do sujeito com o objeto e o meio.O construtivismo sofreu crticas, foi se transformando devido contribuies de outras reas, ampliando seus pressupostos. Muitas dessas crticas partiram de interpretaes equivocadas da Teoria de Piaget, que no era vinculada Educao. Mas, muitas contribuies foram sendo incorporadas ao construtivismo, chegando a uma forma menos radical.Nos itens abaixo, voc poder observar os pressupostos bsicos que pontuam a tendncia pedaggica alicerada no construtivismo: O conhecimento ativamente construdo pelo sujeito e no passivamente recebido do ambiente. O vir a conhecer um processo adaptativo que organiza o mundo experiencial de uma pessoa.

De acordo com esses pressupostos bsicos, o professor da Educao Infantil precisa ter uma postura pedaggica que contribua para que a criana, na Educao Infantil, construa conhecimento lgico-matemtico. Assim, apresento para vocs, algumas reflexes para anlise. So apontamentos necessrios para a compreenso do papel do professor e de sua prtica pedaggica para o ensino de matemtica: A criana precisa alfabetizar-se matematicamente. Esse processo de alfabetizao um processo gradativo de construo de noes lgico-matemticas, que serviro como embasamento para as futuras construes formais desse conhecimento; A criana precisa ser respeitada em sua forma de pensar, de registrar e de comunicar seu pensamento. Muitas vezes, a criana expressa seu pensamento de uma forma diferente da do adulto, mas isso no significa que ela esteja errada. Lembre-se: a criana est em fase de construo, de alfabetizao matemtica; No podemos conceber a matemtica como uma construo terica, sem qualquer relao com a prtica social. Ao contrrio, nesse processo de alfabetizao, a matemtica est presente em nosso cotidiano, de muitas formas diferentes. Cabe ao professor, aproveitar essas oportunidades como possibilidades de construo de conhecimento pelo aluno; O ensino de matemtica deve desenvolver o raciocnio, a criatividade, o esprito crtico, pois aprender matemtica muito mais que manejar frmulas e fazer clculos. Em se tratando da Educao Infantil, a experincia, a investigao, a descoberta so os contextos em que devem ser desenvolvidos os conhecimentos matemticos.

Atividade de frum:

Diante de toda essa discusso e de tudo que voc desenvolveu nessa aula, v ao frum e faa a postagem das suas concluses acerca da questo a seguir:Tendo em vista os dois pressupostos bsicos que pontuam a tendncia construtivista, qual deve ser a postura de um professor da Educao Infantil ao planejar as atividades de matemtica para seus alunos?Para encerrar a nossa Web-aula, convido vocs para assistirem a um vdeo que conta um pouco da histria e o pensamento de Piaget. um vdeo de qualidade, organizado por pesquisadores da rea. Vale a pena conferir!Avaliao:

A avaliao ser composta pela participao no frum e por uma prova,composta de questes objetivas e dissertativas no final da unidade.Concluso:

Como vocs puderam perceber durante essa Web-aula, o pensamento de Jean Piaget, a respeito do desenvolvimento cognitivo dos indivduos, influenciou o contexto educacional no sentido de proporcionar aos estudantes metodologias que colaborassem para a construo do conhecimento de forma ativa. Nesse contexto, a transmisso de conhecimento do professor passa a ser considerada uma prtica obsoleta. importante que o professor da Educao Infantil conhea as metodologias mais atuais para melhorar a sua prtica pedaggica.Web Aula 2Conceitos fundamentais da teoria piagetianaAnteriormente, ns conhecemos um pouco do estudo de Piaget e de sua aplicao na educao.

Nessa Web-aula, nosso objetivo estudar alguns conceitos bsicos da teoria de Piaget. Evidentemente, o que apresento para vocs uma sntese desses conceitos principais. Para um melhor aprofundamento, interessante a leitura das obras de Piaget.

Para compreender como se d o processo de organizao e adaptao do indivduo, Piaget estabeleceu quatro conceitos cognitivos bsicos: Esquema: so estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os sujeitos, intelectualmente, adaptam-se e organizam o meio. Os esquemas podem se compreendidos como conceitos ou categorias que se adaptam e modificam-se com o desenvolvimento mental, tornando-se cada vez mais refinadas; Assimilao: este processo se d quando o sujeito relaciona um estmulo que recebe do meio a esquemas j existentes, ou seja, um processo cognitivo de colocar novos eventos em esquemas que o sujeito j possui. A assimilao ocorre continuamente e o ser humano consegue assimilar um grande nmero de estmulos ao mesmo tempo. A acomodao no gera mudana nos esquemas; Acomodao: quando uma pessoa recebe um novo estmulo, natural que ela tente assimil-lo a esquemas j existentes. Quando um novo estmulo no se adqua a nenhum dos esquemas disponveis, necessrio que o sujeito crie um novo esquema, no qual possa encaixar o novo estmulo ou, modifique um esquema prvio, de modo que o novo estmulo possa ser includo. O processo de acomodao promove uma mudana na estrutura cognitiva do sujeito; Equilibrao: um processo de passagem do desequilbrio para o equilbrio. O equilbrio o balano entre os processos de assimilao e acomodao. J o desequilbrio pode ser considerado como um estado de conflito cognitivo, quando a criana espera que algo acontea de uma determinada forma e isso no ocorre. A equilibrao permite que a experincia externa seja incorporada na estrutura interna.

Em todos esses processos, para que a criana se desenvolva cognitivamente, necessrio que ela receba estmulos do meio, ou seja, as aes fsicas e mentais da criana sobre o meio so uma condio necessria para o seu desenvolvimento cognitivo.Para assimilar e acomodar novos estmulos, a criana precisa estar em contato com objetos, com o meio, ou seja, necessria ao. E essa ao, como vimos, necessria para a construo de trs tipos de conhecimento: conhecimento fsico, conhecimento lgico-matemtico e conhecimento social.Para refletir:

Os esquemas das crianas, s vezes, no esto em harmonia com os esquemas dos adultos. Por isso, os professores devem estar atentos: a organizao da criana sempre adequada ao seu nvel de desenvolvimento. No h organizaes erradas, mas sim, organizaes cada vez melhores.Atividade de frum:

Aps a leitura e a anlise do que foi exposto at o momento, v ao frum e faa a postagem das suas concluses a respeito da seguinte questo:As atividades repetitivas ou de memorizao contribuem para o desenvolvimento cognitivo da criana? Por qu?Outro aspecto importante para considerarmos a respeito dos estudos de Piaget, diz respeito aos estgios de desenvolvimento cognitivo da criana. De maneira geral, ele reuniu os estgios de desenvolvimento cognitivo da seguinte forma: Sensrio-motor: de 0 a 2 anos. Pr-operatrio: de 2 a 7 anos. Operaes concretas: de 7 a 11 anos. Operaes formais: de 11 a 15 anos.

importante esclarecer que, nesses estgios, o desenvolvimento contnuo e cumulativo. Cada nova etapa fundamentada nas anteriores e toda criana passa por estes nveis de desenvolvimento nessa mesma ordem, porm, em ritmos diferentes.Vamos nos concentrar agora um pouco no estgio pr-operacional, pois, nesse estgio, que se encontram a maioria das crianas da Educao Infantil. Esse estgio foi subdividido em trs subestgios: De 2 a 3 anos e meio ou 4 anos: marcado pelo aparecimento da funo simblica, com a linguagem, os jogos simblicos e a imitao deferida. Nessa etapa, a criana s consegue operar com o que est prximo e no tempo presente; De 4 a 5 anos e meio: inicia o processo de representao por meio de desenhos do que pensa. A criana comea a usar smbolos mentais, imagens ou palavras para representar objetos ausentes. Livra-se do pensamento aqui e agora; De 5 anos e meio a 7 anos: a fase intermediria, entre a conservao e a no-conservao. Ocorre tambm a articulao entre a classificao e seriao. o perodo de preparao para as operaes concretas, em que a criana forma o conceito de nmero e suas relaes.

Piaget j distribuiu esses estgios de outras formas em diferentes ocasies. As idades tambm podem oferecer uma pequena variao.O quadro, a seguir, apresenta uma sntese de algumas outras caractersticas do estgio pr-operacional:PERODO PR-OPERACIONAL

CentralizadorasNo pensam, simultaneamente, em diversos aspectos de uma mesma situao. No imaginam que um copo de gua alto possa conter a mesma quantidade de gua que um copo baixo e largo. Diferenciam precariamente a realidade e a fantasia.

IrreversveisRevelam a incapacidade de perceber que uma ao ou uma operao pode tomar ambas as direes. Parece-lhes que a mesma quantidade de gua contida em dois copos iguais no seja a mesma quando transvasa para dois copos diferentes. Distinguem a mo direita da esquerda, mas no compreendem que um mesmo objeto possa estar, simultaneamente, direita em relao a uma coisa e esquerda em relao outra.

AntitransformadorasConcentram-se na sucesso de diferentes quadros, mas no conseguem entender o estado e o significado da transformao de um para outro estado. No conseguem pensar de maneira lgica e em seu dilogo misturam causa e efeito. (Exemplo: A menina caiu do cavalo porque... quebrou uma perna).

TransdutivasVo do particular para outro particular, sem levar em conta o geral. No associam: tomei chuva=fiquei resfriado, mas refletem que se dois fatos ocorrem na mesma poca entre um causa o outro.

EgocntricasIncapacidade de ver as coisas do ponto de vista do outro. a compreenso centrada em si prprio.

Fonte: baseado em Antunes, 1999Aprofundando o conhecimento:

Leia o texto e, em seguida, responda as seguintes questes:Clique sobre o link para ver o texto:http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_02_p047-051_c.pdfFaa uma sntese das principais idias abordadas no texto lido, nos aspectos destacados a seguir:a) Diferena entre desenvolvimento e aprendizagem.b) O que caracteriza o perodo da Educao Infantil.c) Algumas caractersticas do perodo sensrio-motor.d) O que caracteriza a funo simblica para Piaget.e) O que o autor aponta como aplicaes da teoria de Piaget na prtica pedaggica.Avaliao:

A avaliao ser composta pela participao no frum e por uma prova composta de questes objetivas e dissertativas no final da unidade.Concluso:

Como vimos, o perodo pr-operacional fundamental para o desenvolvimento de noes lgico-matemticas, que sero necessrias para o desenvolvimento da criana nas etapas seguintes. Nessa fase, o professor no deve se esquecer de que a criana necessita de ao, de manipulao, do uso de materiais concretos para o seu desenvolvimento. Lembramos, ainda, de que , a partir da ao fsica sobre o objeto, que criana comea a estabelecer as aes mentais, que dar-se-o a partir das relaes que a criana vai estabelecendo entre o que vivencia e experimenta.Referncias:

PIAGET, Jean. O Nascimento da Inteligncia na Criana. Traduo de lvaro Cabral e Cristiane Monteiro Oiticica. Rio de Janeiro : Zahar, 1975. ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulao das mltiplas inteligncias. Petrpolis, RJ : Vozes, 1999.Web Aula1O Trabalho interdisciplinar entre Matemtica e Literatura Infantil.A Educao Infantil um nvel de ensino que apresenta uma caracterstica, na qual deve ser sempre explorada pelo professor: a possibilidade do trabalho interdisciplinar.Ao abordar qualquer tema com os alunos da Educao Infantil, o professor pode explorar uma gama de contedos de maneira interdisciplinar, uma vez que o aluno desse nvel apresenta uma formao global e no compartimentada.Muitos contedos podem ser abordados pelo professor de forma interdisciplinar. Depende da criatividade e de um pouco de conhecimento.

Nesse sentido, de contribuir para a formao interdisciplinar do professor, o objetivo dessa web-aula apresentar uma abordagem metodolgica desenvolvida por Ktia Stocco Smole, que promove a interface entre a resoluo de problemas e a Literatura Infantil. Todo professor da Educao Infantil utiliza livros de literatura em suas aulas. Essa uma prtica comum nas escolas. O que propomos aproveitar esse momento para trabalhar, tambm,y a resoluo de problemas com os alunos. Como e por que a Literatura Infantil pode colaborar para a resoluo de problemas

Segundo a autora, se um determinado material usado em aulas de matemtica estiver adequado s necessidades de desenvolvimento da criana, as situaes-problema colocadas a ela, enquanto manipula esse material, fazem com que haja interesse e sentimento de desafio na busca por diferentes solues aos problemas propostos (SMOLE, 2000, p. 72).Diante dessa perspectiva, necessrio refletir um pouco em como, normalmente, se desenvolve o trabalho com a resoluo de problemas em sala de aula. De modo geral, os problemas que apresentamos aos nossos alunos so do tipo padro, ou seja, eles podem ser resolvidos com a aplicao imediata de algum tipo de algoritmo. A tarefa da criana, nessa situao, identificar qual a operao necessria, aplic-la com os dados explicitamente apresentados no enunciado e fornecer ao professor uma resposta nica correta.Assim, a maioria dos problemas que trabalhamos com nossos alunos, acaba se transformando no que deveria ser uma atividade de investigao, levantamento de hipteses, testes de possibilidades, acaba se transformando numa tarefa enfadonha, de formular e responder questes, gerando uma busca frentica por uma sentena matemtica, na qual satisfaa o professor.A resoluo de problemas abordada pelo professor, somente com as caractersticas citadas acima, pode contribuir para formar um aluno sem autonomia, sem criatividade diante de novos desafios, com uma postura de fragilidade diante de situaes que exijam intuio, confiana e anlise. A resoluo de problemas uma atividade complexa, que no pode ficar reduzida apenas a uma sentena matemtica, por meio da qual o aluno chega a uma soluo seguindo regras j estabelecidas. com um enfoque diferenciado que a resoluo de problemas deve ser abordada em salas de Educao Infantil. Nessa fase, no necessrio que o aluno resolva as situaes propostas pelo professor recorrendo ao uso de um algoritmo, mas a criana pode utilizar-se de outras maneiras para expor seu raciocnio, como desenhos, esquemas e tambm, oralmente.No devemos encarar as atividades de resoluo de problemas como um contedo isolado dentro do currculo. Ao contrrio a resoluo de problemas uma metodologia de trabalho, atravs da qual os alunos so envolvidos em fazer matemtica, isto , eles se tornam capazes de formular e resolverem, por si, questes matemticas e atravs da possibilidade de questionar e levantar hipteses adquirem, relacionam e aplicam conceitos matemticos (SMOLE, 2000, p. 74).Sob esse enfoque, a resoluo de problemas uma tarefa que possibilita criana comunicar suas idias, sua forma de pensar, investigar relaes, criar conexes entre o conhecimento informal, que traz para a escola e o conhecimento formal, desenvolvido pela escola. Mas essa mudana de postura exige que o professor busque outras fontes e a Literatura Infantil, explorada via metodologia da resoluo de problemas, um recurso que pode ser usado com essa finalidade.Qual a vantagem de se usar a Literatura Infantil?

Os livros infantis no exigem do leitor outras informaes alm daquelas presentes no texto ou de sua prpria vivncia; A literatura facilmente acessvel e proporciona diversos contextos e mltiplas possibilidades de explorao; Estimula a leitura e a interpretao de diversas situaes; Possibilita ao aluno aprender novos conceitos a partir do conhecimento que j possui; Estimula o debate, o dilogo, a crtica e a criao; Valoriza o uso de diferentes estratgias na busca por uma soluo: desenho, oralidade, dramatizao, tentativa e erro, entre outros.

Como selecionar os livros de Literatura Infantil?

Ao selecionar um livro, o professor precisa refletir se os assuntos que o livro aborda tm relao com o mundo da criana e com seus interesses. Se a linguagem, os valores e a apresentao do livro esto adequados ao desenvolvimento psicolgico e intelectual da criana. Ou seja, so cuidados que o professor deve ter ao trabalhar com qualquer material.No que se refere Matemtica, o professor pode selecionar um livro que aborda alguma noo matemtica especfica ou que possibilita um contexto favorvel resoluo de problemas. Ao utilizar livros infantis, podemos provocar pensamentos matemticos por meio de questionamentos ao longo da leitura. Relato de uma experincia:

Este trabalho foi desenvolvido com crianas da Educao Infantil e a obra utilizada foi Sabe de quem era aquele rabinho? de Elza Csar Sallut, Editora Scipione.O livro conta a histria de um elefante que resolve viajar e oferece uma festa de despedida para seus amigos. No decorrer da festa, uma foto de recordao tirada e nessa foto aparece um rabinho estranho. Esse fato motivo de espanto para todos na festa, que tentam descobrir quem o dono daquele rabinho.

O trabalho inciou-se com a professora contando a histria para os alunos e, aps essa etapa, a professora desenvolveu com seus alunos outras abordagens, como dramatizaes, fantoches, dobraduras dos animais, etc.O livro usado tinha as pginas numeradas. A professora aproveitou esse fato para realizar um trabalho de contagem, escrita de nmeros, ordenao e sequncia.Antes de chegar ao desfecho da histria, a professora suspendeu a leitura e questionou aos seus alunos se algum sabia de quem era aquele rabinho e quais dos animais que apareciam no texto possuam rabos parecidos com aquele.A discusso foi muito proveitosa. Os alunos se empenharam em descobrir de quem era o rabinho apresentando. Aps os debates, suas respostas em forma de desenho e escrita.Os desenhos dos alunos foram expostos na sala, de modo que todos tivessem acesso concluso de cada um.Alm dessa atividade de resoluo de problemas, tambm o livro pode ser aproveitado para o trabalho com mais questes matemticas: Quantos animais foram festa? Qual o animal mais pesado que estava presente? Qual o animal mais leve? E o mais alto? E o mais baixo? Quais e quantos animais que esto presentes na festa, mas no esto na capa do livro?

Essas questes podem parecer simples, mas os alunos ficam muito envolvidos e, para responder a cada uma delas, necessrio que os alunos voltem sempre ao texto, possibilitando vrias leituras da histria.

Atividade de frum:

Selecione um livro de literatura infantil que voc conhece e gosta. Faa um breve relato da histria (no se esquea de colocar a referncia) e exemplifique algumas abordagens que pode ser desenvolvidas com essa histria para o desenvolvimento de noes matemticas. Faa a postagem do frum. Lembre-se de que, quanto mais detalhado for seu relato, maior a sua colaborao para o frum.

Para saber mais:

A pesquisadora Ktia Stocco Smole a coordenadora geral do Grupo Mathema, que tem como objetivo pesquisar e experimentar novos mtodos de ensino e aprendizagem, com materiais e recursos pedaggicos que contribuam para o processo educativo e a melhoria do ensino.No site do Mathema voc encontra discusses e sugestes para a Educao Infantil como o uso de jogos, das brincadeiras infantis, da literatura e de materiais didticos que trazem contribuio para o trabalho com a matemtica. Visite o site, vale a pena conferir: http://www.mathema.com.br/Avaliao:

A avaliao ser composta pela participao no frum e por uma prova composta de questes objetivas e dissertativas no final da unidade.

Concluso:

Como vimos, so muitas possibilidades de explorao que os livros de Literatura Infantil podem proporcionar para a construo do conhecimento lgico-matemtico na Educao Infantil. O papel do professor, nesse processo, de dar condies para a atividade criativa do aluno. Abordagens tradicionais e repetitivas fornecem aos alunos poucas oportunidades de explorao em diversas situaes. O professor deve estar atento para que as atividades selecionadas por ele contribuam de fato para despertar, em seus alunos, o gosto pela descoberta, pela explorao e pela pesquisa, que so fundamentais para a construo do conhecimento lgico-matemtico.

Referncias:

SMOLE, Ktia Stocco; CNDIDO, Patrcia; STANCANELLI, Renata. Matemtica e Literatura Infantil. Belo Horizonte: Editora L, 1999.SMOLE, Ktia Stocco. A matemtica na Educao Infantil: a teoria das inteligncias mltiplas na prtica escolar. Porto Alegra: Artes Mdicas Sul, 2000.Web Aula 2O Uso dos Jogos no Ensino da MatemticaEmbora muitos autores estudem a importncia do trabalho com jogos nas aes pedaggicas, utilizaremos a fundamentao piagetiana, complementando alguns aspectos j abordados nas tele-aulas.Antes de iniciarmos a fundamentao piagetiana dos jogos, vamos ver o que os Referenciais Curriculares Nacionais para Educao Infantil nos orientam.Segundo o RCNEI, a educao infantil, historicamente, configurou-se como o espao natural do jogo e da brincadeira, o que favoreceu a ideia de que a aprendizagem de contedos matemticos se d, prioritariamente, por meio dessas atividades. Nesse aspecto, a participao ativa da criana e a natureza ldica e prazerosa, inerentes a diferentes tipos de jogos, tm servido de argumento para fortalecer essa concepo, segundo a qual se aprende Matemtica brincando.Podemos considerar esses argumentos corretos, porque se contrapem orientao de que, para aprender Matemtica, necessrio um ambiente em que predomine a rigidez, a disciplina e o silncio. Entretanto, devemos ser cautelosos para que os jogos e brincadeiras no sejam utilizados na educao Infantil como a manipulao livre, sem uma finalidade muito clara, ou seja, a ao pedaggica envolvendo o uso de jogos, brincadeiras e materiais manipulveis deve ter sempre o objetivo de proporcionar momentos de aprendizagem.Embora a natureza do jogo propiciar, tambm, um trabalho com noes matemticas, importante refletir que o seu uso no significa, necessariamente, a realizao de um trabalho matemtico. A livre manipulao de peas e regras, como j dissemos, anteriormente, por si s no garante a aprendizagem.Para que o jogo se torne uma estratgia de aprendizagem, necessrio que as situaes sejam planejadas e orientadas pelo adulto, no caso o professor, visando a uma finalidade de aprendizagem, isto , proporcionar criana algum tipo de conhecimento, alguma relao ou atitude. Para isso, necessrio haver uma intencionalidade educativa, o que implica planejamento e previso de etapas pelo professor, para alcanar objetivos predeterminados e extrair do jogo atividades que lhe so decorrentes (RCNEI, vol.3, 1998, p. 210-211).

Como pudemos perceber, o uso dos jogos e materiais manipulveis importante para a aprendizagem de matemtica, desde que o professor tenha claro, em seu planejamento, quais so os objetivos que ele pretende atingir, quais noes matemticas que podem ser desenvolvidas por meio daquele material, qual a idade mais adequada, etc. Em suma, o jogo por si s no garante a aprendizagem matemtica.Atividade de frum:

Nos links abaixo, voc pode acessar dois tipos de jogos para crianas. Um um quebra-cabea, como esses convencionais, mas para ser jogado pelo computador. O outro um jogo de raciocnio lgico, chamado de Jogos Boole, em que, conforme a dica que aparece na frase, a criana encaixa a pea. Jogue esses dois jogos e suas variaes, depois reflita sobre a questo:Quais os objetivos e os contedos ou noes matemticas que podem ser desenvolvidos pelo professor ao trabalhar com seus alunos?

Faa a postagem no frum, comentando o que achou dos jogos e respondendo a questo solicitada. Voc pode colaborar tambm, postando no frum outros jogos que voc conhece.Clique para acessar os jogos:

http://www.jogosboole.com.br/flash/jogovermelhodemo.swfhttp://infantis.jogosja.com/Jogo-Puzzle-do-Ruca.aspxAgora, vamos retomar nossa fundamentao a respeito dos jogos, na perspectiva do construtivismo piagetiano. Segundo Piaget (1978), existem trs tipos de estruturas mentais que surgem sucessivamente durante as brincadeiras da criana: o exerccio, o smbolo e a regra. Vamos falar um pouco a respeito de cada um. Jogos de exerccio: essa fase caracteriza o estgio sensrio-motor de desenvolvimento e manifesta-se entre zero a dois anos e acompanha o indivduo durante toda a sua vida (da infncia idade adulta). O jogo de exerccio (at os dois anos) constitudo pelas exploraes sensrio-motoras que a criana realiza. Nessa fase, a criana repete aes motoras por prazer e no pela sua utilidade (como por exemplo: morder objetos, jogar objetos, colocar e tirar areia de um recipiente qualquer, etc). A caracterstica principal desse tipo de jogo a repetio de movimentos e aes. O pensamento, nessa fase, no lgico, a criana resolve seus problemas pelo ato reflexo. De zero a dois anos, a estimulao cognitiva deve acontecer por meio de exerccios ldicos que envolvam o funcionamento motor; Jogos simblicos: Nessa fase, que vai de dois a cinco anos, aproximadamente, a criana deixa de buscar apenas satisfao motora e passa a sentir prazer no faz de conta. Quando a criana est brincando, ela cria situaes imaginrias em que se comporta como se estivesse no mundo dos adultos. Assim, a criana experimenta diferentes papis sociais, tendendo a reproduzir, nesses jogos, as relaes predominantes do seu meio. Esses jogos de faz de conta possibilitam criana a realizao de sonhos e fantasias, revelam conflitos, medos, angstias, auxiliando no alvio de tenses e frustraes. Durante essa fase, as crianas resolvem seus problemas utilizando a linguagem e, como esto numa fase intermediria de construo do pensamento lgico, s vezes perecem compreender as orientaes de um adulto, entretanto, num curto intervalo de tempo, voltam a agir como se no tivessem entendido; Jogos de regras: o jogo de regras comea a manifestar-se por volta dos cinco anos e desenvolve-se, principalmente, entre sete e doze anos. Nessa fase, as estruturas cognitivas da criana amadurecem e ela passa a compreender a importncia das regras de um jogo e jogam para vencer. Este tipo de jogo continua durante praticamente toda a vida do indivduo, nos esportes, no trabalho, etc. Durante esse perodo, importante que o ensino de matemtica utilize jogos para desenvolver conceitos matemticos de maneira geral.

Para refletir:

Conhecer o referencial terico dos jogos, mesmo que de maneira sucinta como foi apresentado aqui, permite ao professor a possibilidade de estruturar sua prtica docente de forma mais produtiva, com a metodologia mais adequada para cada fase de desenvolvimento da criana. Os professores so muito criativos, conhecem muitos jogos e materiais que podem ser usados durante as aulas. Entretanto, se ele conhece a teoria que fundamente a sua prtica, certamente vai conseguir uma maior eficcia no uso dos materiais que dispe. Conseguir aliar teoria e prtica um desafio constante na vida do professor.Aprofundando o conhecimento:

Agora que voc j melhorou seus conhecimentos acerca do uso dos jogos em aulas de matemtica, exponho algumas sugestes que podem ser melhoradas e aproveitadas por todos. Lembre-se: as adequaes necessrias a cada realidade faz parte da criatividade de cada professor. Jogo de tabuleiro: Material: um tabuleiro individual contendo 20 divises, um dado comum, tampinhas ou fichas para preencher as casas do tabuleiro.Modo de jogar: na vez de cada jogador, ele joga o dado e coloca no tabuleiro o nmero de tampinhas indicado no dado, um em cada casa. Quem encher o tabuleiro primeiro vence o jogo. Pode tambm ser jogado ao contrrio: inicia com o tabuleiro cheio e as tampinhas so tiradas conforme o nmero que sai no dado, o vencedor quem esvaziar o tabuleiro primeiro. Jogo de cartas:Material: baralho de cartas de s a dez.Modo de jogar: as cartas devem ser distribudas igualmente entre os participantes. Cada jogador deve arrumar suas cartas viradas para baixo numa pilha. Cada jogador vira a carta superior da sua pilha e comparam os nmeros. O jogador que virar a carta com o maior valor pega todas as cartas para si e as coloca em um monte separado. O jogo continua at terminarem as pilhas. Vence o jogo aquele que terminar com o maior nmero de cartas. Blocos lgicos:Material: algumas peas de blocos lgicos colocados em uma sacola que no seja transparente.Modo de jogar: a criana coloca a mo dentro da sacola e, por meio do tato, tenta adivinhar que pea , identificando o nmero de lados. Pode ser jogado tambm assim: o adulto seleciona uma pea e vai dando dicas para as crianas que tentam adivinhar que pea . Por exemplo: tem trs lados (tringulo).Avaliao:

A avaliao ser composta pela participao no frum e por uma prova composta de questes objetivas e dissertativas no final da unidade.Concluso:

Usar jogos na Educao Infantil uma tarefa muito rica e gratificante, tanto para professores quanto para os alunos. Nessa web-aula, vocs puderam compreender que o uso desse recurso didtico deve ser criterioso, no sentido de que os jogos abordados com as crianas sejam realmente atividades que colaborem para o processo de aprendizagem. O responsvel por esses cuidados o professor. Cabe a ele definir o jogo mais adequado para cada idade, ter clareza dos objetivos, das possibilidades e das limitaes que o material oferece. Referncias:

PIAGET, J. A epistemologia gentica. In Coleo Os Pensadores. So Paulo, Abril Cultural,1978.Referencial curricular nacional para a educao infantil /Ministrio da Educao e do Desporto, Secretaria de Educao Fundamental. Braslia: MEC/SEF, 1998.