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WAGNER RIBEIRO DE CASTRO BONINI A TECNOLOGIA NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS NO SETOR PÚBLICO AGRÁRIO – CASO IAPAR LONDRINA 2011

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WAGNER RIBEIRO DE CASTRO BONINI

A TECNOLOGIA NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS NO SETOR PÚBLICO AGRÁRIO – CASO IAPAR

LONDRINA 2011

1

WAGNER RIBEIRO DE CASTRO BONINI

A TECNOLOGIA NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS NO SETOR PÚBLICO AGRÁRIO – CASO IAPAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura, como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista. Orientador: Prof. Mestre Azenil Staviski

LONDRINA 2011

2

WAGNER RIBEIRO DE CASTRO BONINI

A TECNOLOGIA NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS NO

SETOR PÚBLICO AGRÁRIO – CASO IAPAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura, como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Mestre Azenil Staviski Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dr. Paulo Eduardo de Lacerda Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dr. Saulo Fabiano Amâncio Vieira

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, ___ de ____________ de 2011

3

AGRADECIMENTOS

A Deus, sempre presente.

A minha esposa, Ana Lucia e minhas filhas, Paula e Laísa, pelo

incentivo e colaboração.

Ao Professor Mestre Azenil Staviski, pela atenção e orientação

dispensada no desenvolvimento deste trabalho.

4

BONINI, Wagner Ribeiro de Castro. A Tecnologia na Administração de Materiais no Setor Público Agrário – Caso Iapar. Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura, como requisito parcial ao Título de Especialista, Londrina, 2011.

RESUMO

O propósito deste trabalho é caracterizar e traçar a estrutura e o funcionamento do setor de administração de materiais em uma Instituição Pública de Pesquisa, reconhecendo a necessidade do uso de novas tecnologias na rotina do setor. A ideia é explanar sobre a administração de produtos, destacando o almoxarifado como um setor de grande relevância na movimentação de todos os materiais da Instituição. Além disso, pretende-se realçar a função desenvolvida pelo almoxarife e apresentar as fases operacionais do processo de aquisição de materiais, mostrando que, nesse contexto, a internet desempenha um papel de grande relevância. Quem não tem conhecimentos básicos de informática enfrenta dificuldades para se inserir e se manter no mercado de trabalho. A sociedade cobra profissional capaz de utilizar a web, com o propósito de agilizar, organizar e buscar melhores resultados. Sendo assim, é intenção deste trabalho analisar a real necessidade do uso da internet nos suprimentos de materiais em um Instituto de Pesquisa. O trabalho pode contribuir como subsídio para novos estudos a serem realizados na área. Para aprofundar o tema, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, além de utilizar a experiência do autor, que atua há mais de duas décadas na área de administração de materiais.

Palavras-chave: Materiais, Estoques, Gestão, Tecnologia, Internet.

5

BONINI, Wagner Ribeiro de Castro. The Technology in the Material Management in a Public Agrarian Sector – Case Iapar. Work Conclusion Course presented for the Graduate Course in Public Administration for Managers of the State System of Agriculture – as a partial requirement for the Specialist Title, Londrina, 2011.

Abstract

The purpose of this paper is to characterize and measure the structure and functioning of the administration of materials in a public institution of research, recognizing the need to use new technology in the industry. The idea is to discuss the administration of products, highlighting the storeroom as a sector of great relevance in moving all the materials of the institution. In addition, we highlight the function developed by almoxarife and presenting operational phases of the process of acquisition of materials, showing that the internet plays a role of great importance. Those who do not have basic knowledge of computing face difficulties to enter and remain in the labor market. The society collects professionals able to use the web to streamline, organize and get better results. Thus, it is the intention of this work to analyze the real need of internet use in supplies of materials at a Research Institute. The work can contribute as allowance for further studies to be conducted in the area. To deepen the theme, a bibliographic search was conducted, in addition to using the experience of the trader, who works for more than two decades in the area of administration of materials.

Key Words: Materials, Stocks, Management, Technology, Internet.

6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Mapa da Estrutura Física do IAPAR no Estado do Paraná.....................61

Figura 2 – Organograma do Iapar com o foco no Setor de Almoxarifado................62

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Demanda Histórica Financeira demonstrada em porcentual ..................64

8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10

1.1 Objetivo Geral .....................................................................................................11

1.2 Objetivos Específicos ..........................................................................................11

1.3 Justificativa..........................................................................................................11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................ .................................................12

2.1 ASPECTOS DA TECNOLOGIA - EVOLUÇÃO E ADEQUAÇÃO NA

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ....................................................................................12

2.1.1 Conceito da Tecnologia....................................................................................12

2.1.2 História da Tecnologia......................................................................................12

2.1.3 Histórico do Computador..................................................................................13

2.1.4 Surgimento da Internet.....................................................................................19

2.1.5 História e Conceito da Administração de Materiais..........................................22

2.1.6 Tecnologia da Informação e Comunicação......................................................24

2.2 GESTÃO, LOGÍSTICA E ORGANIZAÇÃO DE MATERIAIS COM O USO DA TECNOLOGIA ...26

2.2.1 Organização do Setor de Administração de Materiais .....................................26

2.2.2 Gestão de Estoque ..........................................................................................28

2.2.3 Almoxarifado ....................................................................................................29

2.2.4 Almoxarife (Gestor de Materiais)......................................................................30

2.2.5 Procedimentos de Controle..............................................................................31

2.2.5.1 Classificação de Materiais.............................................................................31

2.2.5.2 Identificação de Material ...............................................................................32

2.2.5.3 Método de Identificação ................................................................................32

2.2.5.4 Sistema de Codificação ................................................................................33

2.2.5.5 Cadastramento de Material ...........................................................................33

2.2.5.6 Catalogação de Material ...............................................................................35

9

2.3 FASES OPERACIONAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS........................................36

2.3.1 Previsão de Materiais.......................................................................................36

2.3.2 Aquisição de Material (Reposição de Estoque).................................................38

2.3.3 Descrição do Material para Compra.................................................................39

2.3.4 Demanadas Sazonais ......................................................................................40

2.3.5 Classificação Abc.............................................................................................41

2.3.6 Lote Econômico e Ponto de Pedido.................................................................42

2.3.7 Prazos de Entrega............................................................................................42

2.3.8 Recebimento ....................................................................................................43

2.3.9 Condições de Armazenamento ........................................................................47

2.3.10 Fornecimento (Distribuição de Materiais).......................................................48

2.3.11 Arquivamento .................................................................................................51

2.4 SISTEMA DE INFORMAÇÃO ......................................................................................53

2.4.1 Registro de Informações (Processamento de Dados) .....................................53

2.4.2 Banco de Dados (Informações dos Resultados)..............................................54

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..............................................................58

4 BREVE HISTÓRICO, ESTRUTURA FÍSICA E ORGANOGRAMA D O

IAPAR.............................................. ................................................... ......................59

4.1 BREVE HISTÓRICO DO IAPAR..... ...........................................................................59

4.2 ESTRUTURA FÍSICA DO IAPAR NO ESTADO DO PARANÁ ..........................................61

4.3 ORGANOGRAMA DO IAPAR....................................................................................62

5 DESCRIÇÃO DO ALMOXARIFADO E ANÁLISE DA DEMANDA... ......................63

5.1 DESCRIÇÃO DO ALMOXARIFADO..............................................................................63

5.2 ANÁLISE DA DEMANDA ...........................................................................................64

6 CONCLUSÃO ........................................ ................................................................66

REFERÊNCIAS.........................................................................................................68

10

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta a rotina do setor de administração de

materiais em uma Instituição Pública de Pesquisa, enfatizando a importância do

setor do almoxarifado, que é o responsável pela movimentação de todos os

produtos. O profissional que atua no setor, denominado almoxarife, dentre outras

áreas, deve ter conhecimento de processos administrativos e de finanças, para

desempenhar com eficiência a função.

O estudo pretende mostrar também a importância do uso da internet

no trabalho de suprimentos de materiais, apresentando os avanços tecnológicos na

sociedade moderna e as vantagens trazidas pelos novos recursos. Com isso, é

possível contribuir para que outros profissionais busquem conhecer e aprimorar-se

no uso da internet.

Diante da realidade imposta pelo mundo moderno e globalizado, e

com o advento das novas tecnologias, questiona-se de que forma é possível aplicar

as inovações e quais as vantagens da utilização da internet na administração de

materiais.

Numa Instituição Pública de Pesquisa, o uso da tecnologia em seus

diferentes setores, atua como ferramenta importante facilitando as ações e

operações cotidianas. Agrega valores que possibilitam alcançar o controle e

consolidação do perfeito funcionamento da organização.

Além da estrutura formal e material, toda instituição apresenta

estrutura social e humana. Neste sentido, as relações interpessoais em diferentes

funções operacionais, servem de apoio para as decisões estratégicas que geram

qualidade, produtividade e recursos tecnológicos.

No decorrer da pesquisa será apresentado o conceito de tecnologia,

o histórico do computador e da internet, além de conceitos referentes à

administração de materiais.

Expõe como se dá a gestão, a logística e a organização dos

materiais na Instituição de Pesquisa; narra a rotina do setor do almoxarifado e

mostra o trabalho desempenhado pelo almoxarife, profissional que coordena e

supervisiona o processo de suprimento de produtos. As fases operacionais e a

forma como se realiza os registros das informações, também são tópicos relatados

11

durante o estudo. Em todas as etapas mostra-se de que maneira a internet pode

contribuir para facilitar e agilizar o processo.

Este trabalho poderá contribuir como subsídio para os profissionais e

novos estudos a serem realizados nesta área.

1.1 OBJETIVO GERAL

Demonstrar a importância da utilização da internet, no trabalho de

suprimentos de materiais em um Instituto Público, com mais de trinta anos de

Pesquisa no Setor Agrário.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar os aspectos históricos da tecnologia.

Expor a estrutura e o funcionamento do Setor de Administração de

Materiais do IAPAR.

Reconhecer a relevância do almoxarifado na gestão de materiais.

Apontar as fases operacionais da administração de materiais.

Destacar o sistema de informações na gestão de materiais.

1.3 JUSTIFICATIVA

O presente estudo de caso foi realizado no Instituto Agronômico do

Paraná – IAPAR. Uma Instituição de Pesquisa Agropecuária cuja missão é gerar e

difundir conhecimentos científicos e tecnológicos para o desenvolvimento sustentado

da agropecuária paranaense.

O progresso tecnológico faz parte da realidade atual e mostra-se

cada dia mais útil nos diversos segmentos da sociedade.

Considerando que o IAPAR gera uma demanda com o atendimento

dos programas de pesquisas, este estudo aponta a necessidade do uso da internet

nos serviços de administração de materiais nesta Instituição Pública de Pesquisa,

que prestando serviços a comunidade, deve zelar pela excelência.

12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ASPECTOS DA TECNOLOGIA - EVOLUÇÃO E ADEQUAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE

MATERIAIS

2.1.1 Conceito da Tecnologia

A palavra tecnologia vem do grego technologia (tratado sobre a

arte). É um termo utilizado para o conjunto de conhecimentos que são embasados,

principalmente, em princípios científicos, que possibilitam uma evolução na

capacidade das atividades humanas. O termo revolução tecnológica pode ser

conceituado como as invenções, descobertas ou criações do homem que afetam de

forma profunda, ampla e generalizada, os conhecimentos, os costumes e as práticas

cotidianas do seu meio. As grandes revoluções tecnológicas manifestaram-se de

acordo com as necessidades e anseios do homem em determinadas épocas.

De acordo com Oliveira (2006, p. 139 apud Lima), “A tecnologia tem

o potencial de alavancar mudanças na vida das pessoas, na forma como trabalhar,

na dinâmica das empresas, enfim, em tudo”. Nesse sentido, Lima (2000, p. 27),

observa que os recursos sofisticados, gradualmente vão se tornando cada vez mais

simples.

2.1.2 História da Tecnologia

A história da tecnologia está relacionada à origem das ferramentas e

também das técnicas necessárias para produzir circunstâncias práticas às coisas.

Está ligada diretamente com a história da ciência e sua influência se dá no modo

como os seres humanos alcançaram o conhecimento básico e necessário para

inventar utilidades. A exploração da natureza e do universo pelo homem depende

exclusivamente dos avanços tecnológicos, que resultam em crescimento econômico,

13

além de agregar conhecimentos às pessoas e afetar diretamente no custo benefício

da sociedade.

A tecnologia é quase tão antiga quanto a história da humanidade.

Por meio dela, é possível realizar atividades complexas, que eram consideradas

inatingíveis em outras épocas. As tecnologias chegaram a converter recursos

naturais em ferramentas, transformando materiais brutos em produtos finais úteis.

Madjarof (2009), afirma que o início do pensamento tecnológico

nasceu juntamente com a formação das ideias dos grandes filósofos como Platão,

Aristóteles e outros. O século 19 é o período das grandes conquistas científicas,

sendo muitas delas ligadas à tecnologia, tais como: eletricidade, comunicações,

motores, automóveis e outros. Neste período, houve uma “explosão” de temas e

descobertas, que gerou uma onda de otimismo em relação ao futuro.

2.1.3 Histórico do Computador

Antes do século do XVII as máquinas eram apenas instrumentos de

cálculos. Exemplo disto é o período em que a navegação e a astronomia eram os

pontos centrais das atenções. Os especialistas destas atividades utilizavam

processos de cálculos, em que a simplificação das operações, hoje conhecida como

prostaférese, consistia na transformação dos produtos em somas ou diferenças, com

funções trigonométricas

Uma ferramenta importante foi os logaritmos, invenção que se deu

próximo ao início do século XVII, pelo Escocês Napier e outros matemáticos que na

época trabalhavam com ele. Sua função era realizar simplificações, multiplicações,

divisões, além de efetuar somas e subtrações.

Com o passar do tempo, novas máquinas e ferramentas foram

sendo criadas com o intuito de facilitar a vida do homem. A primeira máquina

mecânica de calcular, no entanto, surgiu em 1642, criada pelo físico matemático,

Blaise Pascal (1623-1662). Ela foi sendo aperfeiçoada pelo alemão, também

matemático, Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1726), que também foi um dos

14

criadores do cálculo moderno, principalmente pela arte de combinar, sendo

precursor dos princípios da computação moderna. Leibniz fez com que a máquina

de calcular passasse para o sistema de alavanca de girar, que executava quatro

operações básicas.

Em 1895, Ediin construíu o primeiro instrumento com capacidade de

somar, subtrair, multiplicar e dividir, sem a necessidade da alavanca. Longe de ser

programável como os computadores, consistia apenas em entradas de números e

não em instruções para execução dos cálculos.

A ideia de programar uma máquina é concebida no século XVIII,

mais especificamente no ano de 1801, por Joseph Marie Jacquard. Era uma

máquina de tecer com uma leitora automatizada de cartões perfurados, que

apresentava as instruções para tear.

Baseado na invenção de Jacquard, um professor de matemática de

Cambridge, Charles Babbage, cria uma máquina de calcular controlada por cartões.

Por meio de diferenças, era possível calcular polinômios. Por ser um calculador

analítico, a máquina era considerada complexa e é a que mais se assemelha aos

computadores de hoje.

Babbage foi quem teve a ideia da primeira máquina de impressão,

mas não conseguiu construí-la devido à falta de recursos financeiros. Trabalhando

junto de Babbage, uma jovem moça chamada Ada Augusta, em meados de 1843,

criou o cálculo de sequência. Ela lançou a instruções “loop”, que quer dizer “voltar a

repetir uma sequência de cartões e/ou saltar cartões, caso seja preciso”. Até 1936,

não apareceu nenhuma invenção parecida com a de Babbage e Ada.

Porém, em 1936 os primeiros computadores eletro-mecânico foram

construídos pelo engenheiro Alemão Konrad Zuse. O projeto, no entanto, foi parado

durante a Segunda Guerra Mundial.

Na guerra, a marinha americana em parceria com a Universidade de

Harvard, desenvolveu um computador. O projeto encabeçado pelo professor Howard

Aiken foi fundamentado no calculador analítico de Babbage. Paralelamente, em

segredo, o Exército Americano criou um computador a válvulas, projetado para

calcular trajetórias balísticas. O feito só foi divulgado no final da guerra.

15

Durante a primeira metade do século XX, que abrange o período de

1900 a 1949, os computadores foram usados para cálculos complexos, dedicados

para áreas científicas e de engenharia. As máquinas apresentavam qualidade

superior e mais eficiência do que as calculadoras criadas até então. Mas, no início,

os computadores eram voltados para projetos bastante específicos, ficando limitadas

as suas funcionalidades. Foi apenas na década de 1950, que os computadores

nasceram como o cérebro eletrônico da humanidade.

Assim, Vaskevitch (1995, p. 11), conta que, “Durante a primeira

metade do século, os computadores eram curiosidades científicas usadas apenas

para cálculos complexos científicos e de engenharia”.

Pelas suas características, o computador não passava de uma

evolução das máquinas de calcular. Ninguém acreditava que no futuro estas

máquinas teriam memórias e aceitariam instruções para execução de tarefas

programadas dentro de um conceito binário, permitindo registros e combinações de

dados, com apenas dois algarismos, sendo o número zero e o número um. Nesta

época, a despesas com TI (Tecnologia da Informação) não fazia parte dos

orçamentos.

Em 1957, chegou o Univac-120, o primeiro computador no Brasil,

adquirido pelo Governo do Estado de São Paulo, usado para calcular todo o

consumo de água na capital. Equipado com 4.500 válvulas, fazia 12 mil somas ou

subtrações por minuto e 2.400 multiplicações ou divisões, no mesmo tempo.

No ano de 1959, a empresa Anderson Clayton compra um Ramac

305 da IBM, sendo o primeiro computador do setor privado brasileiro. A empresa foi

uma das primeiras, fora dos Estados Unidos, a usar esse computador.

Na década de 1960, as pessoas começaram a perceber que no

futuro os computadores com inteligência artificial, poderiam chegar a substituir a

criatura humana na realização de determinadas atividades.

Na visão de Vaskevitch (1995, p. 13), explica “No futuro, pensavam

as pessoas, os computadores poderiam ser capazes de processar letras, palavras,

conceitos e até mesmo, potencialmente, emoções”.

16

Em função do desenvolvimento dos Sistemas Operacionais, os

computadores passaram a ser vistos como máquinas de negócios e de grande

potencial para o mercado. Baseado em bancos de dados, o sistema de informação

começou a ganhar maior visibilidade nesta época.

A primeira “desilusão” com relação ao computador aconteceu nos

anos de 1960, quando descobriram que ele não tinha a capacidade de aprender

sozinho e que não era um cérebro eletrônico capaz de substituir o homem, conforme

previam.

Os computadores voltados para os negócios começaram a surgir no

final da década de 1960, sendo a grande realização do período. O computador era

uma ferramenta fantástica para automação de processos complexos. Vários

sistemas operacionais foram desenvolvidos, sendo que alguns permitiam o

compartilhamento. Significando que, o sistema ficava disponível para ser

operacionalizado simultaneamente por outros usuários através da rede. Com isso,

as despesas com TI passaram a girar em torno de 0,5% e 10% do orçamento,

deixando algumas organizações apavoradas com a quantidade de dinheiro gasto

com informática.

Não podemos esquecer de mencionar o ano de 1961, que ficou

marcado com o surgimento do primeiro computador não comercial. A máquina era

totalmente nacional, sendo projetada e construída no Brasil. A criação foi

apresentada como trabalho de conclusão do curso de engenharia eletrônica no ITA,

com auxílio financeiro do CNPq de 350 dólares. Os alunos, José Ellis Ripper,

Fernando Vieira de Souza, Alfred Wolkmer e Andras Vásárhelyi, sob a coordenação

do chefe da Divisão de Eletrônica do ITA, o professor Richard Wallauschek,

construíram o computador batizado de "Zezinho".

Utilizando cerca de 1500 transistores e diodos de fabricação

nacionais, produzidos pela Ibrape, subsidiária da Philips, o primeiro computador

projetado no Brasil sem fins comerciais tinha capacidade para fazer vinte operações.

Era um computador didático, para uso em laboratório. A máquina foi desmontada

por alunos das turmas seguintes, para novos estudos e experiências.

17

Em 1962, foi instalado um computador científico também na

Universidade de São Paulo (USP), no Centro de Cálculo Numérico da Escola

Politécnica da instituição. A máquina era conhecida como IBM-1620.

Com a missão de modernizar e dar agilidade aos setores

estratégicos da administração pública, em 1964, foi criado o Serpro (Serviço Federal

de Processamento de Dados), que consistia em um órgão público.

No período de 1968 à 1972, nascem os bancos de dados, os

terminais, as redes e o armazenamento definitivo em disco. Com isso, as

corporações ficaram ainda mais atreladas à tecnologia, utilizando banco de dados

on-line (em tempo real), que era conectado e “alimentado” por terminais em rede.

Nos anos de 1970 criou-se um cenário promissor para o futuro, com a introdução do

banco de dados, deixando informações sempre atualizadas e organizadas,

permitindo que as empresas operassem com mais velocidade e eficiência. Nessa

época, o mercado era dominado pelos Mainframes, computadores grandes que

ficavam fechados em ambientes refrigerados operados por técnicos de informática.

As despesas com o setor persistiam na faixa de 0,5% a 10%.

Com a expansão do setor da informática, em 1969, passou a existir

o curso superior em Ciência da Computação na Universidade de Campinas

(UNICAMP).

Segundo Vaskevitch (1995, p. 15),

No final dos anos 60, os computadores tornaram-se realmente indispensáveis a qualquer grande organização. [...] as organizações investiram muito em departamento de informática, programadores, equipes profissionais e de suporte e softwares de aplicativos personalizados. [...], a maior parte das organizações estava apavorada com a quantidade de dinheiro gasto com a tecnologia da informação.

Outra data que marcou a história foi o dia 18 de julho de 1974,

quando aconteceu a fundação da COBRA (Computadores e Sistemas Brasileiros

Ltda). Foi a primeira empresa brasileira a desenvolver, fabricar e comercializar

computadores.

Seguindo adiante, os anos de 1980 ficaram marcados pela

engenharia dos programas desenvolvidos para computadores. Sendo eles,

18

denominados de software (suporte lógico de uma sequência de instruções) e

aplicativos (programa de computador para aplicação de tarefas práticas).

Destacando, o dBase, WordStar, MultiMate, VisiCalc e 1-2-3, programas fáceis de

aprender e utilizar.

Ainda em meados dos anos de 1980 começaram a aparecer os

computadores pessoais (PC). No mundo tinha aproximadamente 30 mil mainframes,

os computadores de grande porte. Nesta década, os computadores pessoais já

mostraram que vieram para ficarem. Durante este período aconteceram importantes

evoluções, com a criação de interfaces gráficas, periféricos, hardawares e outros

suprimentos de informática. Os gastos com TI pularam para os níveis de 3% a 35%

dos orçamentos organizacionais.

Em 29 de outubro de 1984, é Sancionada a Lei nº 7.232 que

estabelecia os princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Informática,

criando a reserva de mercado de informática no Brasil. Reserva de mercado é uma

política governamental que impedia legalmente a importação de um determinado

seguimento de produtos. A pretensão era, a proteção e o desenvolvimento da

indústria nacional, bem como, estimular a pesquisa científica no país.

Durante a década de 1990, os computadores pessoais reinaram em

praticamente todo o mundo. No ano de 1997, chegaram a superar a comercialização

de televisores nos Estados Unidos. Por outro lado, nesta mesma década, houve um

crescimento e a consolidação das transações online. Em 1999 discutiam o provável

“bug” do milênio, em que poderia colocar em risco os bancos de dados existentes

nos computadores. Esse termo era usado para se referir a um problema previsto,

para ocorrer em todos os sistemas informatizados na passagem do ano de 1999

para 2000. Onde, as datas eram representadas por somente 2 dígitos, sendo assim,

os programas assumiriam o 19 na frente para formar o ano completo. Em suma,

quando o calendário mudasse de 1999 para 2000 os computadores iriam entender

que estavam no ano de "19" + "00", ou seja, o sistema iria identificar a data, como

sendo o ano de 1900, e não, o ano de 2000. Neste sentido, os bancos de dados

existentes nos computadores seriam reconhecidos como lançamentos futuros,

lançados indevidamente. Evidentemente, que seriam subtraídos para regularização

19

dos saldos. Se ocorresse, seria um desastre coletivo. Por fim, houve poucas falhas

decorrentes do Bug do milênio, apesar do pânico.

Na década de 2000, por conseguinte, houve um crescimento nas

aquisições de computadores portáteis (Laptop, notebook e netbook). Consolidando

assim, o comércio virtual eletrônico. O crescimento a todo vapor da tecnologia da

informação e da comunicação desafiava as estratégias dos negócios, pois passaram

a substituir o espaço físico pelo domínio virtual. O que se vê é que até o momento,

os computadores, independentemente do tamanho físico, estão reinando absoluto

na preferência da tecnologia da informação e comunicação, tendo um futuro

promissor no Brasil e no mundo.

2.1.4 Surgimento da Internet

A tecnologia da Internet teve início em 1969 com um projeto do

governo americano chamado ARPANET (Advanced Research and Projects Agency -

Agência de Pesquisas em Projetos Avançados). O objetivo era criar uma rede de

laboratório, interligando as universidades e instituições de pesquisa e militares. A

origem dessa rede ocorreu no auge da Guerra Fria. A ARPANET tinha a missão de

comandar e controlar a defesa dos Estados Unidos. Uma versão de laboratório de

rede foi gerada no começo dos anos de 1970. No início, a rede tinha poucos centros

e ligava um pequeno grupo de universidades e centros de pesquisas nos Estados

Unidos.

Os arquivos de informações eram desmontados e divididos em

vários pacotes para serem transportados e remontados em forma de dados no

computador destinatário. Tudo acontecia através da rede que integra a internet. Os

computadores se comunicavam entre si, enviando e recebendo pacotes com

“pedaços” das informações. O primeiro comutador de pacotes, o aplicativo de

protocolos NCP (Network Control Protocol - protocolo de comutação de pacote

original), foi considerado inadequado. Por isso, o TCP/IP (Transmission Control

Protocol - Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP (Internet Protocol -

Protocolo de Interconexão) foram criados e atualmente permanecem como sendo os

20

comutadores de protocolo base da internet. A preferência por estes aplicativos se dá

porque, além de serem comutadores de pacotes, contêm endereços eletrônicos para

entrega, que possibilitam os usuários se comunicarem, trocarem arquivos, dentre

outras funções.

De acordo com Eddings (1994, p. 26),

O TCP/IP divide os dados do aplicativo do usuário em pacotes TCP. Cada pacote possui um cabeçalho com o IP, endereço do computador destinatário, informações para montar os dados novamente e informações para garantir que os pacotes não sejam corrompidos.

Em meados da década de 1970, a rede foi ampliada por pontos

internacionais, que na maioria das vezes eram centrais de segurança dirigidas pelos

aliados da Guerra Fria. O crescimento foi lento, ligando de início apenas os

pesquisadores das principais universidades.

No começo, a internet tinha poucos serviços, sendo o e-mail o mais

utilizado. O FTP (transferência de arquivos), Telnet (acesso de sessões em hosts),

dentre outros serviços, foram criados e aprimorados com o decorrer do tempo.

Com a riqueza da tecnologia, o desenvolvimento da ARPANET

aconteceu com rapidez no final dos anos 1970 e início dos anos 1980. O motivo

principal da aceleração era que os pesquisadores acreditavam que se ficassem fora

da rede estariam fora de ação. Percebendo que a ARPANET havia se convertido em

uma rede de pesquisadores das Universidades, o Departamento de Defesa dos

Estados Unidos cessou a missão de comandar e controlar a pesquisa e retirou a

parte militar da Agência ARPANET.

Em meados dos anos 1980, foi criada a NSF (National Science

Foundation) serviço responsável pelas transmissões de longa distância, que ficou

conhecido como NSFNET. Em consequência, a ARPANET, que já era antiga e

apresentava serviços mais lentos teve suas atividades encerradas. Com o objetivo

de levar os dados para locais sem abrangência da rede, as universidades criaram

um consórcio sem fins lucrativos e ampliaram as linhas de transmissões. Foi nesse

momento que a rede passou a ser conhecida mundialmente como INTERNET.

Ao longo da década de 1980, a internet, devido à contínua expansão

das atividades, teve avanços das interligações de diversas instituições dos EUA e de

21

outros países, dando origem a uma grande rede. Eddings (1994, p. 01) salienta que

“A internet é uma sociedade cooperativa que forma uma comunidade virtual,

estendendo-se de um extremo ao outro do globo”.

Para se ter uma ideia, atualmente “A internet vem produzindo

riqueza, promovendo crescimento econômico, criando empregos qualificados e

espalhando prosperidade” (London, 2000, p. 12).

Nos Estados Unidos, os líderes dos consórcios estavam

convencidos do potencial comercial da internet, mas devido a política da NFS

(National Science Foundation) ainda continuava sem fins lucrativos. Para evitar tal

restrição, vários consórcios se uniram e passaram a responder como organizações

lucrativas, com propósitos comerciais internacionais. A consolidação das estruturas

representou uma abertura para a participação comercial na rede, que começou a

crescer significativamente. Começando um mundo novo, em 1991, a Tim Berners-

Lee do CERN, introduz o WWW (World Wide Web – Rede de Alcance Mundial),

conhecida também como WEB ou Site. A ferramenta possibilita a exibição de

páginas de hipertexto, ou seja, documentos que podem conter todo o tipo de

informação: textos, fotos, animações, trechos de vídeo, sons e programas variados.

O WWW foi a base para que Marc Andreesen lançasse o Mosaic para Unix em

fevereiro de 1993. Neste mesmo ano, mais precisamente no mês de agosto, é

lançada uma versão para o Windows.

Sendo base do conceito da Internet, o primeiro navegador da Web

foi o Mosaic. Apresenta simplicidade nos comandos e facilidade de navegar de uma

página para outra e pelos sites. Os navegadores desenvolveram uma interface

gráfica para facilitar a navegação dos usuários, que passaram a navegar pela

internet por meio do mouse.

A expansão da internet foi grande e rápida, passando pelo meio

acadêmico, comercial e migrando para o setor público em 1995. No Brasil, a internet

chegou em 1991 pela RNP (Rede Nacional de Pesquisa), com o foco nas redes das

universidades e centros de pesquisas. Mas, logo as interligações começaram

também a se expandirem para os órgãos federais e estaduais.

22

Em 1995, o Ministério das Comunicações de Ciência e Tecnologia

implantou o uso da Internet para operações comerciais. Com isso, os provedores

contratavam as conexões junto com a RNP e, posteriormente, com a Embratel.

Até o momento, o Brasil possui diversas redes principais espalhadas

pelo país, sendo conhecidas como backbones, que significa rede principal da

Internet, que é por onde passam todos os dados, levando-os para qualquer ponto do

planeta.

Cada vez mais presente, e crescendo de maneira rápida, a Internet

continua sendo o principal serviço de conectividade. A rede se apresenta como uma

das principais inovações tecnológicas, fazendo com que o ser humano migre do

mundo real para o digital. Turbilhões de dados são transmitidos em pacotes pelo

TCP-IP (Transmission Control Protocol e Internet Protocol). Utilizando novos meios

de conexões, cliente/servidor, satélite, telefonia ou sinal de antena, celular, televisão

LED e outras tecnologias disponíveis, como WiMax (Tecnologia de banda larga sem-

fio), capaz de atuar como alternativa a tecnologias como cabo e DSL, é possível se

conectar 24 horas em qualquer lugar do mundo. Estes processos causam impacto

em nosso meio e a tendência é que novas tecnologias continuem surgindo.

De acordo com Oliveira (2006, p. 144, apud Lima), “[...] pode-se

acessar a Internet em sua residência pela televisão e o conteúdo multimídia da

televisão pelo celular, em qualquer lugar, abrindo-se uma infinidade de

oportunidades em termos de serviços e negócios”.

2.1.5 História e Conceito de Administração de Materiais

Primeiramente, cabe apresentar um breve histórico para explicar em

que momento os conceitos de administração de materiais começaram a ser

utilizados. O início de tudo foi na pré-história e o termo foi usado para explicar o

estudo de períodos sem registros. É a época anterior à utilização da escrita, em

meados de 4000 a.c. A pré-história começa com o surgimento do homem e vai até o

início do uso da escrita, sendo dividida em três grandes períodos: paleolítico,

mesolítico e neolítico.

23

No período neolítico da pré-história (em meados de 8000 a.c), o

homem começou a estabelecer uma relação com o meio ambiente. Ele colhe da

natureza tudo o que necessita para a sua sobrevivência e a de sua família.

Com o passar do tempo, o homem começou a cultivar e a controlar a

origem de seu alimento. Assim e cada vez mais, a sobrevivência passou a depender

das mãos produtoras do homem. Para tanto, o ser humano precisou buscar

conhecimentos para aprimorar sua produção e otimizar seu serviço. O homem

começou comercializar materiais e se preocupar com procedimentos até então

desconhecidos, como o armazenamento e a distribuição de produtos.

É neste período que os conceitos da administração de materiais

começam a ser colocados em prática. Por exemplo, muitas vezes, a produção

colhida era maior que a demanda de consumo, e o volume excedente da produção

era devidamente estocado e controlado. Deste modo, não havia o desabastecimento

de materiais. Nesta época, os avanços na área de transporte também são

marcantes com a invenção da roda, dando início a um dos conceitos de Logística.

Para Ballou (1993.p 17),

[…] a logística [...] estuda como a administração pode prover maior nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controles efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.

Para explicar o significado de administração de materiais, cabe

conceituar o termo cadeia de suprimentos. Segundo Cooper & Ellram (1993, p. 3),

“[...] o conceito da cadeia de suprimentos representa uma filosofia de gerenciamento

do fluxo dos materiais, desde o fornecedor até o cliente final”.

A administração de materiais também tem essa finalidade, à medida

que consiste em dispor produtos para consumo, em quantidade adequada,

qualidade satisfatória e com economia.

Operações da administração de recursos materiais, tem o início na

identificação do fornecedor, na compra do bem ou serviço, seguindo com o

recebimento do produto, o registro, o armazenamento e o controle do material.

Também é necessário expedir os suprimentos, de modo a apoiar os diversos setores

da organização.

24

A administração de materiais vai além do que o mero controle de

estoques, abrangendo um amplo espaço de relações interdependentes, que bem

administrados evita transtornos e desperdícios.

2.1.6 Tecnologia da Informação e Comunicação

Em 1964, o filósofo e educador Marshall McLuhan (1911-1980),

defendia que o meio era a mensagem. Em sua tese, ele atribuía de que a

mensagem não estava em seu conteúdo, e sim no meio que se utilizava para sua

transmissão.

A partir da década de 90, com as chegadas de novas tecnologias de

informações, o mercado (negócios) provocava mudança profunda nas atividades,

tanto na instituição pública, como na organização privada. Com as alterações, surge

uma série de incertezas e conflitos. Se de um lado, produziam risco ao fracasso, por

outro lado, originavam grandes oportunidades de crescimento para as organizações.

Nos tempos modernos, vivemos a era da globalização, além do

crescimento da rivalidade no mercado de trabalho e em outros setores da

sociedade. A exigência por resultado é maior, a economia oscila, novas tecnologias

aparecem constantemente e há uma rápida obsolescência do conhecimento. Tudo

isso inspira os gestores a buscarem novos métodos para alcançar lucro e sucesso.

A tecnologia vem cada vez mais se inserindo na vida das pessoas e

desempenhando papel fundamental nas organizações. Muitas vezes colabora para

reduzir custos, aumentar a produtividade, melhorar a qualidade do ambiente de

trabalho e obter mais lucro.

É fundamental ressaltar que a expansão dos recursos

disponibilizados pela tecnologia permitirá aos usuários acesso a informações a

qualquer momento, em qualquer lugar, de forma interativa e simultânea. O ser

humano precisa se adaptar aos progressos que a nova realidade impõe, a fim de se

inserir e se manter no mercado de trabalho, além de ampliar seus conhecimentos e

relacionamentos. De acordo com London (2001, p. 93), “[...] a ignorância será uma

opção e não uma condenação, […]”.

25

A tecnologia também tem influência direta nas instituições públicas,

que podem prestar melhores serviços à população no âmbito da saúde, educação,

segurança e outros. O objetivo deste trabalho é discutir o uso da tecnologia da

internet no setor de administração de materiais em uma instituição pública. O desafio

é gerar estratégias de atendimento online.

Para Pfaffenberger (1998, p. 17), “Se você começar a se concentrar

nas necessidades do cliente e parar de pensar em que ramo de atividade se

encontra, começará a enxergar novas oportunidades”.

A necessidade de compreender esta realidade e de modificá-la se torna premente à medida que as organizações, tanto públicas como privadas, necessitam aumentar seus níveis de competência e produtividade, o que atualmente só é possível mediante o uso eficiente e eficaz do recurso de informação (KUGLER e FERNANDES, 1984, p. 60).

Promovendo uma reflexão em torno do atendimento ao cliente

usuário, percebemos uma realidade mutante, alicerçada nas imposições de uma

sociedade digital, exigindo qualidade e agilidade na prestação de serviços.

Minimizar o impacto da tecnologia ou retardar seu uso é optar por

estratégia suicida. Adaptar-se a votatilidade do conhecimento, sempre que houver

avanço tecnológico, permite interatividade com as inovações.

No contexto, com o advento da internet, possibilita utilizar redes de

dados privados de networks, e criando vínculo de comunicação, com o uso da

Internet e com a tecnologia de plataforma cruzada, será possível vincular-se a

fornecedores e usuários.

A criação de uma Extranet, que é uma intranet, totalmente baseada

na tecnologia da internet, voltada a atender as necessidades da comunicação de

acesso aos bancos de dados na organização, permite, o acesso por autenticação de

senha ao servidor, dos clientes usuários de longa distância ou não, na forma

interativa, simultânea e eficaz.

Na era da tecnologia da informação, é importante dar oportunidades

aos funcionários das instituições para que eles possam colaborar com o processo,

criando grupos na intranet, para discutir e compartilhar metas, missões,

programações, documentos, orçamentos, informações de recursos, dados técnicos,

26

além das diretrizes institucionais. É um sistema de base de conhecimentos

corporativos, com a participação de todos.

Dessa forma, é possível otimizar tempo, bem como eliminar as

disfunções. Por outro lado, a interação dos funcionários por meio da internet reduzirá

gastos com viagens, podendo estimular a criação descentralizadas de núcleos de

conhecimentos corporativos.

Apresentou-se neste capítulo, as fases da tecnologia e da

administração de materiais, conceituando e traçando sua evolução. O próximo,

abordará aspectos básicos do uso da tecnologia, mostrando sua organização e

logística no gerenciamento e processo da gestão de materiais.

2.2 GESTÃO, LOGÍSTICA E ORGANIZAÇÃO DE MATERIAIS COM O USO DA TECNOLOGIA

2.2.1 Organização do Setor de Administração de Materiais

A estrutura organizacional da Instituição, dentro da necessidade de

controlar, busca formas de organizar materiais e procedimentos variados. Para

proporcionar estas soluções, utilizam-se fases operacionais e os mais variados

controles. A estrutura administrativa desenvolve metodologia para o setor de

administração de materiais, com a missão fundamental de gerenciar o processo de

suprir as necessidades da organização.

No cumprimento dos preceitos legais, a criação da estrutura

organizacional da administração de materiais obedece a normas, diretrizes e

procedimentos, que suprem as necessidades da Instituição.

Fundamentado nestes preceitos, será apresentado o sistema

organizacional que desenvolve as atribuições específicas de atividades afins do

setor de administração de materiais.

Segundo Rezende (2008, p. 17),

Incorporando a exigência de um maior dinamismo nas organizações, as estruturas organizacionais podem ser dinamizadas e

27

sistematizadas em três níveis: corpo técnico ou operacional; corpo gestor; e alta administração.

É preciso definir critérios, a estrutura funcional de cargos, assim

como a política de gestão de estoques, em suas fases operacionais e, por

conseguinte, as metas, que auxiliam a lidar com o suprimento contínuo e ininterrupto

de materiais.

Fernandes (1987, p. 43) considera necessário,

[…] dotar a administração dos meios necessários aos suprimentos de materiais imprescindíveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelos menores custos”.

A estrutura organizacional da administração de materiais se constitui

em três sistemas: o planejamento, que atua na classificação de material e gestão de

estoque; as compras, que cadastra o fornecedor, comissão de licitação e compra

direta; e o almoxarifado, que atua na logística do recebimento, armazenagem,

controle e distribuição de materiais. Cada uma das subfunções tem o objetivo

predeterminado dentro do sistema. Pode-se sustentar que a eficiência do

almoxarifado está diretamente relacionada à eficiência das atividades do setor de

compras.

O sistema de logística é uma das subfunções na estrutura de

administração de materiais. Composto por planejamento, execução e controle,

abrange também o transporte, movimentação, abastecimento, armazenagem e

colocação dos materiais tramitados.

Pela conotação, esta subfunção evidencia a necessidade da

utilização de um sistema informatizado. Todavia, a logística é um processo agregado

a todas atividades em uma organização, promovendo recursos, equipamentos e

informação. Integrando em um único sistema, todos os atos realizados nas

operações, de modo, a exigir maior atenção do gestor.

Referindo-se a necessidade da informatização, Caiçara Júnior e

Paris (2007, p. 30) declaram que, “Tal automatização permitiu uma maior integração

desses serviços e, consequentemente, uma maior rapidez em sua execução”

Os principais modelos dos sistemas das organizações são gestão

autoritária; gestão democrática; gestão participativa e gestão situacional.

28

Conforme Rezende (2008, p. 5),

A gestão participativa é a mais indicada para a tecnologia da informação e seus recursos, definindo políticas, controlando resultados e fazendo com que os sistemas de informação sejam totalmente abertos, transparentes e efetivos.

Complementando a estrutura organizacional, Araújo (1980, p. 30)

salienta que “[...] o grande industrial norte americano Carnegie dava mais

importância à organização existente em seu estabelecimento do que ao

equipamento, ao material e às instalações [...]”. Resposta dada a uma pergunta de

um banqueiro que o perguntou; Se tivesse que escolher entre a perda da

organização e a perda das instalações, qual seria a sua escolha? Na visão de

Carnegie, o material de uma empresa pode ser substituído e renovado em período

relativamente curto, enquanto a estrutura organizacional não seria refeita no mesmo

prazo.

2.2.2 Gestão de Estoque

Segundo Fernandes (1987, p. 52), “A gestão de estoques é,

basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valores econômicos e

destinados aos suprimentos das necessidades futuras de material, numa

organização”.

No entanto, pode-se conceituar a gestão de estoques como o

processo que assegura a disponibilidade de produtos através da atividade de

administração do inventário, bem como do planejamento, do controle de saldos dos

itens de estoques e de validade dos produtos.

A gestão de estoques visa, em primeira instância, a manutenção dos

recursos levantados pelo inventário, em nivelamento permanente e harmônico com

as políticas de investimento. É claro que essa prática é obtida pela conservação do

estoque mínimo, sem risco de suprimentos essenciais e equilibradas com o fluxo de

consumo.

Para Fernandes (1987, p. 53), “Ter noção clara das diversas

naturezas de inventário, dentro do estudo da administração de material, evita

29

distorções no planejamento e indica à gestão a forma de tratamento que deve ser

dispensado a cada um deles, [...]”.

Complementando essa afirmação, é importante salientar que cada

espécie de inventário segue comportamentos próprios e sofre influências distintas,

sujeito a regras e princípios de controles impostas pelas necessidades individuais.

Vale enfatizar que novas tecnologias foram aplicadas na área de

gestão de materiais e colocou-se em prática uma visão moderna dentro dos

princípios de eficiência e eficácia. Do mesmo modo, o desafiador cenário globalizado

assume importante posição no estabelecimento das regras para desempenhar um

melhor e mais eficaz controle sobre os materiais de consumo. É fundamental uma

renovação processual independentemente dos procedimentos normalmente

adotados.

2.2.3 Almoxarifado

Define-se almoxarifado como o local onde os materiais estão

estocados para serem oportunamente distribuídos aos setores que deles se

abastecem na Instituição.

Segundo Araújo (1980, p. 25),

A missão do Almoxarifado, qualquer que seja a classe, é servir de intermediário, dando abrigo provisório a certos produtos (...) (...) orientará no sentido de dar maiores facilidades para as entradas e saídas dos produtos, para que o seu estágio seja o mais breve possível e para que o estoque se torne suficiente para as necessidades normais.

Corroborando com o conceito de almoxarifado, considera-se como

um setor organizado, responsável pelas entradas e saídas de produtos, onde as

funções básicas são: receber, armazenar, distribuir, registrar informações, e otimizar

a logística, bem como não permitir o desabastecimento, suprindo de forma segura e

contínua os setores. É importante se empenhar no lema: prever para prover.

Quanto à localização do almoxarifado, recomenda-se que seja em um local

estratégico, de fácil acesso, com bom monitoramento de segurança, aberto e bem

ventilado. É interessante que as dependências sejam niveladas ao solo, com

30

inexistência de escadas de acesso a outros pavimentos. Os depósitos devem ser

organizados e desimpedidos, dando lugar ao livre movimento, permitindo a

otimização logística.

Araújo (1980, p. 40) afirma que,

Quanto mais perto do centro consumidor ele (o almoxarifado) estiver instalado melhor será, pois, sendo sua localização fora de órbita das atividades comuns , sempre mais morosos serão os fornecimentos, por vezes exigindo condução para transporte.

Em sua afirmação, Araújo não aconselha a localização do

almoxarifado fora do meio de trabalho, pois, localizado estrategicamente, permite o

fácil acesso dos interessados, que economizarão tempo em idas e vindas para

retirar os materiais.

De acordo com Viana (2002, p. 256),

[…] atualmente quase não existe a antiga ideia sobre depósitos, que sempre eram no pior local [...] os materiais que ali entravam eram colocados de qualquer forma [...] também existia uma mão de obra desqualificada sem nenhum tipo de preparação. Por meio de recursos e de modernas técnicas, essa situação primitiva originou sistemas de manuseio bem sofisticados, o que provocou redução de custos, aumento significativo da produtividade e maior segurança nas operações de controle, com a obtenção de informações precisas e em tempo real.

A participação tecnológica no sistema de administração do

almoxarifado consolida a necessidade contínua do processo de reformulação e

modernização.

2.2.4 Almoxarife (Gestor de Materiais)

O responsável pela gestão administrativa do almoxarifado é

denominado de almoxarife. A palavra é de origem árabe e vem de “al-xarif”,

denominação que se dava ao homem de confiança do Sultão, responsável pela

guarda dos bens.

31

O almoxarife é responsável pela administração e organização do

setor, coordena e supervisiona os processos e a cadeia de suprimentos desde o

fornecedor até o usuário final.

Para desempenhar a função, é necessário relacionar-se bem com as

pessoas, a fim de interagir com todos os setores, servindo de apoio. As atividades

de armazenagem exigem um profissional responsável, com perfil de administrador,

com capacidade de observação e alto grau de organização. Além disso, o

profissional precisa ter capacidade de direção, habilidade de racionalização,

conhecimento técnico dos materiais, potencial para assimilação e adaptação, senso

de oportunidade, manter-se a par do controle geral, com o propósito de fornecer

informações quando solicitado.

É preciso encarar os desafios para uma gestão inovadora,

considerando as reformulações e os avanços tecnológicos nos sistemas de

administração de almoxarifados. Tal realidade exige do almoxarife um perfil que

corresponda às necessidades qualificadas ao cargo.

2.2.5 Procedimentos de Controle

2.2.5.1 Classificação de Materiais

Os materiais adquiridos pela Instituição Pública para utilização em

diversos setores são classificados em materiais de consumo e materiais

permanentes.

São considerados materiais de consumo os que são consumidos e

acabados pelo seu próprio uso, sendo necessária a substituição periódica dos

mesmos, sempre considerando seu tempo de validade. Estes materiais apresentam

menor custo para aquisição em relação aos permanentes. Exemplos: impressos

padronizados, tintas, agrotóxicos, alimentos, produtos de limpeza, ferramentas,

canetas, papel, etc.

32

O impresso padronizado é todo modelo criado ou aprovado pelo

setor normativo da Instituição, devidamente especificado e codificado para uso

interno. É vedada qualquer alteração sem anuência prévia do setor normativo.

Já os materiais permanentes são os bens móveis e imóveis da Instituição.

Apresentam maiores custos para aquisição e normalmente são de porte maior.

Exemplo: computadores, tratores, automóveis, estufas, centrífugas, câmara fria,

telefone, etc.

Os materiais permanentes necessitam ser submetidos a

determinados serviços, tais como: manutenção, conserto, reparação, recuperação,

instalação, limpeza de bens móveis ou imóveis. Também são considerados serviços

os materiais empregados pelos empreiteiros e demais executantes de trabalhos

realizados pela Instituição de Pesquisa, inclusive a mão de obra correspondente.

2.2.5.2 Identificação de Material

Segundo Fernandes (1987, p. 238), “[...] para que os controles

sobre os materiais fossem introduzidos ou dinamizados e a programação atingisse

seus objetivos, era necessário que os itens se tornassem conhecidos e identificados

de maneira própria […]”.

Ainda de acordo com Fernandes (1987, p. 239-240),

A identificação do material é o primeiro e o mais importante passo para a classificação do material e consiste na análise e no registro dos principais dados individualizadores que caracterizam e particularizam um item em relação ao universo de outros materiais existentes na empresa.

2.2.5.3 Método de Identificação

O método adotado para identificação é o descritivo, em que o

detalhamento do material é pormenorizado, apresentando todas as particularidades,

que caracterizam a individualização do material, sem as referências dos fabricantes.

33

Conforme Fernandes (1987, p. 241), o método descritivo

[…] é utilizado para especificar os materiais que, para a sua identificação, necessitam de particularizações descritivas ou que não apresentam referências comerciais que, de modo geral, por si só, já caracterizam e individualizam determinados tipos de material.

2.2.5.4 Sistema de Codificação

De acordo com Araújo (1980, p. 277), “A codificação dos materiais,

[...] é a única forma conhecida de fazer cessar toda e qualquer confusão, no controle

geral dos almoxarifados [...]”.

Após a identificação detalhada, o material tem um código do item

que simboliza sua identidade. A atribuição do código garantirá maior agilidade e

segurança no processamento de dados do material, maximizando e otimizando as

operações, bem como as avaliações dos resultados.

De acordo com Araújo (1980, p. 89), ”A especificação correta de um

material é a base segura para uma padronização perfeita e uma codificação

eficiente”.

Um dos métodos praticados em Instituições é o decimal de

classificação. O processo consiste em uma adaptação simplificada do sistema criado

pelo bibliotecário americano, Melville Louis Kossuth Dervey.

O método decimal é baseado na associação de três grupos com

sete números. Os dois primeiros números são utilizados para classificar o grupo, os

dois seguintes para individualizar o subgrupo e os três subsequentes para distinguir

o material.

2.2.5.5 Cadastramento de Material

Com o advento da informática, no que diz respeito ao cadastramento

do material, o sistema passou a gerar um código, acrescido por um dígito

denominado “verificador”. Sendo assim, o material é cadastrado por meio de grupo,

subgrupo, item e pelo dígito verificador.

34

Dessa forma, é possível controlar e acusar erros causados por

falhas humanas no processamento, garantindo melhor qualidade no sistema de

informações.

No cadastramento por código decimal simplificado, os dois primeiros

números que classificam o grupo agregam os materiais semelhantes entre si. Há 99

possibilidades de ajuntamento.

Individualizar o subgrupo significa subdividir os itens, de acordo com

as semelhanças. Comporta-se igualmente ao cadastramento por código decimal

simplificado com 99 subgrupos.

Os três subsequentes números são para distinguir o material. Não é

significativo. Utiliza-se apenas um número da vez, para cadastrar ordenadamente o

produto. Pode-se cadastrar até 999 itens no sistema.

Fernandes (1987, p. 252) salienta que, “O cadastramento visa,

portanto, ao registro em computador dos dados identificadores do material e do

código por que será conhecido o item na empresa [...]”.

Como exemplo, a “caneta esferográfica”, com um código gerado

pelo sistema, número: 15 03 023 – 1.

Respeitando o detalhamento pela ordem grupo, subgrupo, item, e o

dígito verificador, tem-se:

a) grupo, o número 15 é os dois primeiros dígitos, que classifica o

grupo em “Materiais de Expediente”;

b) subgrupo, o número 03, estabelece os dois seguintes dígitos, que

individualiza o subgrupo, que agrupa produtos de características

semelhantes, denominado em “Materiais de Escritório”;

c) item, o 023, são os três subsequentes números, que servem para

distinguir o material “caneta esferográfica”, é o número da vez, no

momento do cadastro; dígito verificador: o 1 é o número dado

pelo sistema no momento do cadastro. O dígito verificador é

destinado para controlar possíveis falhas humanas, durante a

digitação em lançamentos de dados.

35

2.2.5.6 Catalogação de Material

As experiências acumuladas demonstram que a catalogação de

material deve conter as informações necessárias e específicas, de modo que reúna

todos os dados de identificação, codificação, descrição detalhada, unidade de

fornecimento, preço médio da última comercialização do material em questão.

Nesse sentido Fernandes (1987, p. 259), salienta que, “O importante

na catalogação é usar de simplicidade, objetividade e concisão dos dados gerados,

bem como, ainda, permitir o fácil acesso e rapidez na pesquisa”.

Entende-se então que o principal objetivo é difundir a uniformização

da linguagem, levando em consideração a padronização das descrições, que devem

ser adequadas para as necessidades da organização.

Dessa maneira, para Fernandes (1987, p. 259), a catalogação ”[...]

consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjunto de dados relativos aos itens

identificados, codificados e cadastrados, de modo a facilitar a sua consulta [...]”.

Ressaltando a importância da catalogação, Fernandes (1987, p.

259) diz, que se houver “[...] demora na consulta e localização do dado procurado a

catalogação está deixando de cumprir seus objetivos [...]”.

A catalogação de material deve oferecer opções otimizadas na

localização de qualquer informação, prevista pelo sistema a respeito do material

pretendido.

Os resultados das informações no cadastramento dos materiais,

permitirão ao banco de dados um gerenciamento eficiente, evitando redundância,

com o fortalecimento da integridade das informações, além de reduzir os custos.

Para serem úteis, segundo Rezende (2008, p. 9), “A informação não

pode ser generalizada, ou seja, cada informação é expressa no seu detalhe, é

específica, exclusiva, determinada. Não pode ser múltipla, estendida, abrangente ou

confusa”.

Abordado sobre gestão e sua logística na organização de materiais

no setor Público, o próximo capítulo expõe questões mais detalhadas, sobre as

fases operacionais e suas importâncias.

36

2.3 FASES OPERACIONAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

2.3.1 Previsão de Materiais

Entende-se por previsão tudo aquilo que representa uma antevisão

das necessidades para um período de tempo determinado ou para uma situação

específica.

No preparo das previsões no setor de administração de materiais,

deverão ser levados em consideração, entre outros fatores, o consumo de cada

material, no último ano ou nos dois últimos anos, registrados no sistema de dados

no almoxarifado. Deve-se considerar também a gestão de estoque. De acordo com

Fernandes (1987, p. 55), ”A previsão consiste, basicamente, na projeção, para o

futuro, dos dados históricos da demanda, em que determinada probabilidade de

ocorrência é esperada”.

Todas as previsões serão elaboradas de conformidade com um

planejamento, que deve ser elaborado pela Instituição, sempre visando proporcionar

boas condições de trabalho a todos os setores e profissionais. Nesse sentido,

Gonçalves e Schwember (1979, p. 6), salienta que, ”A principal finalidade de um

sistema de previsão é o fornecimento de informações de maneira a antecipar tanto

quanto possível as variações da demanda e suas implicações no Planejamento [...]”.

Por isso, em busca de um bom gerenciamento, todos os materiais

relacionados nas previsões deverão obedecer a uma correta classificação, descrição

rigorosa e minuciosa das características dos materiais. No momento de abastecer os

setores com os produtos solicitados, deve-se considerar se os materiais são

estocáveis ou não estocáveis.

Os estocáveis são aqueles que genericamente e pelo uso tradicional

e reiterado, permitem previsão de consumo. Os não estocáveis, são os bens móveis

que podem oferecer riscos ou qualquer outro inconveniente à sua estocagem.

Também se enquadram em não estocáveis os produtos não compreendidos na lista

de estocáveis.

Na manutenção de estoques, o almoxarifado, setor responsável pela

distribuição dos materiais, deverá considerar o estoque máximo e mínimo. Entende-

37

se por estoque máximo a quantidade de cada material de consumo que deve ser

estocado para atender à demanda de um período pré-estabelecido, respeitando a

natureza do produto, sua disponibilidade financeira e condições de armazenamento.

O estoque mínimo nada mais é do que a quantidade mínima para

um período pré-estabelecido. Por definição, é a quantidade mínima que deve existir

em estoque, que se destina a cobrir eventuais retardamentos no ressuprimento,

objetivando a garantia do funcionamento ininterrupto e eficiente do processo, sem o

risco de faltas. Também há o estoque de segurança, que será a quantidade mantida

além do estoque mínimo, consistindo no período desde a solicitação de compra do

material até a entrega e armazenamento do mesmo. “Esta quantidade é calculada,

multiplicando-se a média do consumo diário, pela quantidade de dias do período

gasto para recebimento e armazenamento de um determinado produto”. (Araújo,

1980).

Os estoques de materiais de grande volume e os de elevado custo

devem ser reduzidos ao máximo, sem prejuízo do fornecimento normal. Na fixação

do limite de estoque, o almoxarifado deve cuidar para que o acervo possibilite o

atendimento normal das requisições, enquanto se processa a nova aquisição,

consideradas as peculiaridades da compra.

Deve-se evitar a estocagem, por longo tempo dos materiais

perecíveis ou vencimentos do prazo de validade e aqueles que possam deteriorar-

se, como por exemplo: farinha de trigo, colas, fitas adesivas etc.

Quando o estoque atingir o nível mínimo, deverá ser iniciado o

processo de compra para reposição, reexaminando a demanda para fins de aferição

e correção dos novos limites. Quando o estoque atingir a metade do nível mínimo,

só deverão ser atendidos os pedidos urgentes e sempre que possível, em

quantidades reduzidas. Os quantitativos a serem estabelecidos para fins de

aquisição deverão ser o resultado da diferença entre o estoque máximo e o físico

existente na prateleira.

Pedidos em grandes quantidades de um determinado material, para

atender a uma situação específica e bem definida, não devem provocar o aumento

das quantidades normalmente estocadas em função da demanda, a fim de não

serem estabelecidos limites falsos de estocagem.

38

É indispensável a participação dos setores técnicos na estimativa

para o estabelecimento dos limites máximos de estocagem de material de consumo

de uso específico, a fim de possibilitar o atendimento normal da demanda.

Os modelos impressos padronizados cujo consumo seja diminuto e,

por isso, considerada onerosa a sua impressão, poderão deixar de ser estocados,

devendo sua reprodução ser solicitada pelo usuário. No início de cada exercício, o

almoxarifado poderá incluir, se conveniente, na sua previsão, os modelos impressos

padronizados.

Somente se justifica a confecção de impressos para estoque quando

o consumo do modelo padronizado permitir seu perfeito uso.

Os modelos padronizados pelo setor normativo da Instituição, só

poderão ser impressos por iniciativa do almoxarifado. Quando da criação de novos

impressos ou alteração, a proposição deverá ser encaminhada ao setor normativo,

que examinará do mérito para providências necessárias.

Em suma, uma gestão de previsão de materiais competente e

efetiva, só é possível em um ambiente com sistema de informação e recursos

informatizados adequados. Neste sentido, Caiçara Júnior e Paris (2007, p. 31-32),

salientam: “[...] a informática permitiu um ganho para a própria gestão pública, por

meio da maior eficiência de seus processos internos [...]”.

2.3.2 Aquisição de Material (Reposição de Estoque)

A aquisição é o meio como o material de custeio, ou de investimento,

é requerido para a reposição do estoque, para o consumo regular ou para o uso

eventual.

Dias (2005, p. 19), afirma que “[...] o objetivo do estoque é otimizar o

investimento, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, minimizando as

necessidades de capital investido em estoque”.

No que diz respeito aos materiais a serem adquiridos, seja para

atendimento da requisição de compra ou para composição ou reposição de estoque,

o almoxarifado emitirá uma requisição de pedido de compra, contendo um centro

componente de despesas para alocação dos custos.

39

Os materiais listados no pedido de compra deverão estar claramente

descritos, especificados, identificados com suas unidades de medidas apresentadas

de forma clara e usual de mercado. Os pedidos de compra serão emitidos nos

seguintes casos:

a) quando determinado material estocado atingir o nível mínimo

previsto. Neste caso o pedido deverá evidenciar o seguinte:

“REPOSIÇÃO DE ESTOQUE”, e será emitido separado de

qualquer outro;

b) o pedido de compra deverá enunciar, para efeito de alocação de

custo, o número do componente de despesa e código por item

solicitado. Além de apresentar o nome do requisitante, faz-se

necessário à autorização do responsável pelo centro de custo;

c) quando houver a necessidade de contratação de serviços será

emitido o pedido, baseado em memorando ou documento

equivalente, devidamente visado pelo Setor de Compra (ou

Patrimônio), sendo que os demais procedimentos serão idênticos

aos da compra de materiais.

2.3.3 Descrição do Material para Compra

Na reposição de estoque, segundo Araújo (1980, p. 90), “A

especificação perfeita equivale a uma amostra real e concreta; não permite dúvidas

nem deixa margem para oferta de similares”.

Nas Instituições Públicas, seguindo os aspectos legais, as

aquisições de materiais deverão adequar-se pela caracterização do objeto, com o

cuidado na identificação, descrevendo da forma mais detalhada possível, para não

dar margem de dúvidas.

Ressalta-se que na legislação vigente, até o momento, veda a

indicação de marcas nas aquisições de materiais nas Instituições Públicas,

garantindo assim, o princípio constitucional da isonomia. Isto é, o princípio da

igualdade, oferecendo a mesma oportunidade a todos os interessados, sem nenhum

tipo de favorecimento a qualquer participante.

40

Vale lembrar que quanto mais detalhada a descrição do material,

melhor será para o processo de compra, em que a precisão e a eficiência resultarão

na satisfação do usuário.

2.3.4 Demandas Sazonais

Segundo Fernandes (1987, p. 141),

A previsão de estoque, baseando-se em ocorrências de demandas passadas, só atinge o grau de eficiência esperado quando existe certa probabilidade de estas ocorrências reproduzirem em ciclos de planejamento sucessivos. Projetar, portanto, o passado no futuro é admitir que o evento analisado terá o mesmo comportamento anterior [...].

Todas as teorias de estoque estão relacionadas à previsão do

consumo. A demanda histórica determina as estimativas futuras de consumo, tendo

como suporte básico, o consumo médio mensal, calculado pelo número de períodos

desejados, resultando nas quantidades estimadas para compra.

O cálculo para encontrar a média aritmética, pode ser de um período

semestral ou anual, demandado do banco de dados. É claro que a demanda está

sujeita a uma série de fatores aleatórios que podem produzir variações nas

quantidades previstas. É de fundamental importância a determinação de um limite

de confiança para as quantidades estimadas.

Quando o consumo é superestimado, poderá causar a mensuração

de erros entre a quantidade prevista e a quantidade real.

Nos casos de efeitos sazonais, a demanda tem o comportamento de

alto consumo em um determinado período. As razões que determinam as

sazonalidades de certos materiais são facilmente identificadas e mensuradas.

Segundo Gonçalves e Schwember (1979, p. 22),

[...] a decisão de utilizarmos modelos sazonais na previsão de demandas pode ser muito bem retratada através da identificação das razões pelas quais a procura de um produto é abundante em um período e escassa em outro.

41

A Instituição Pública de Pesquisa tem suas demandas sazonais mais

fortes em dois momentos. O primeiro devido à aprovação do orçamento no início de

ano e o segundo na liquidação das verbas no final de ano. Outras influências

conjunturais também ocorrem, tais como as inovações tecnológicas (equipamentos,

reagentes químicos, fertilizantes, agrotóxicos), fenômenos climáticos, etc...

Neste contexto, a tecnologia da informação oferece vantagens, uma

vez que é possível utilizar os métodos de previsão, ferramentas para estimativas e

projeções de demanda, com a principal finalidade de controlar e planejar os

estoques, mediante o acompanhamento das informações previstas e reais,

registradas no banco de dados.

Com isso, se garante o abastecimento de materiais, neutralizando as

sazonalidades nos suprimentos. Tudo isso com base em métodos de controles de

ajustamento e projeções eficientes, devido as informações que são manipuladas,

entre as inúmeras aplicações.

2.3.5 Classificação ABC

Desenvolver a capacidade de análise e interpretação é o que

consiste o método de classificação denominado ABC. Com ele, é possível identificar

os itens que exigem maior cuidado em relação a outros, em razão do valor de

investimento. Os itens classificados na classe A, têm uma grande relevância e são

bastante utilizados pelos profissionais do setor, que dependem deles para o

desempenho de suas funções. Os da Classe B, por sua vez, representam a zona

intermediária, sendo menos importantes do que os A. Por fim, os itens da Classe C

desempenham um papel de menor importância no cotidiano do setor.

Segundo Gonçalves e Schwember (1979, p. 133), “Na administração

geral a grande contribuição da análise ABC é criar a disciplina de diferenciar o

importante do acessório [...]”. Ainda de acordo com Gonçalves e Schwember, o

objetivo do método ABC é identificar os itens mais significativos para a gestão

financeira, separando o essencial do trivial.

42

2.3.6 Lote Econômico e Ponto de Pedido

O lote econômico é uma expressão final para calcular a quantidade

ótima de compra, produzindo o menor custo total. Em suma, o lote econômico de

compras é o equilíbrio entre o custo de posse e o custo de aquisições, sendo

recomendado para materiais com demanda regular e constante.

Em alguns casos, existem restrições ao emprego do lote econômico.

Os fatores de limitações são: falta de espaço para armazenagem, natureza do

material e tempo de vida útil.

O ponto de pedido significa suprir novamente o setor. Isto acontece

quando o estoque remanescente atingir determinado nível. O objetivo é manter o

fluxo regular de consumo previsto para o período correspondente ao prazo de

entrega dos fornecedores. Este nível é denominado de estoque mínimo, que é

também definido como estoque de segurança.

Segundo Viana (2002, p. 45), “[...] para equacionar a problemática

do quanto e quando ressuprir foi à adoção de procedimentos como grau de controle,

tamanho do estoque e quantidade de reposição, norteado pelo critério da

classificação ABC”.

2.3.7 Prazos de Entrega

Segundo Araújo (1980, p. 80), “É importante nos contratos, existir

uma cláusula bem redigida com referência à época da entrega da mercadoria. Estas

ressalvas são necessárias, principalmente, em se tratando de materiais e matérias-

primas sujeitos a transportes demorados [...]”.

Os prazos de entrega de materiais ou de prestação de serviços

constantes nas autorizações de compras, das notas de empenho ou contratos,

devem ser sistematicamente controlados pelos setores de compra e almoxarifado.

Se a entrega do material ou a execução do serviço não forem

efetuadas na data prevista, ou não for regularizado ou substituído o material

recusado, o almoxarifado em conjunto (ou não) com o setor de compra, manterá

43

contato com o fornecedor ou prestador de serviços, esclarecendo os motivos do

atraso.

Na hipótese de se firmar um novo prazo de entrega, este só será

formalizado com o consentimento do requisitante interessado, principalmente, se o

período de utilização do material estiver determinado.

Quando não for possível ou conveniente aumentar o prazo, e houver

a necessidade de cancelar a aquisição, o almoxarifado deve formalizar a

comunicação do fato ao fornecedor.

Os avanços tecnológicos permitiram que a comunicação passasse a

ser realizada de outra forma, otimizando a logística entre o fornecedor e o

comprador. O advento da internet, como tecnologia da informação e comunicação,

vislumbra o gerenciamento das informações e possibilita comunicações mais

rápidas.

A tecnologia do sistema de informação e comunicação, além de

informar, tem transparência. Tudo em um ambiente mais ágil e flexível.

A internet mudou a forma das instituições trabalharem,

principalmente no que diz respeito à informação e à forma de comunicação. É

possível disponibilizar aos interessados as informações necessárias em tempo real,

para acompanhamento e gerenciamento do fluxo da logística do objeto requerido.

Desde a elaboração, autorização para custeio, licitação, homologação e finalização

do atendimento com a entrega/recebimento.

2.3.8 Recebimento

Na Instituição Pública, o almoxarifado deve ser um departamento

organizado, que atua em quatro funções básicas: receber, armazenar, controlar e

distribuir. Dessa forma, segundo Fernandes (1987, p. 194),

[…] a concentração no almoxarifado de toda e qualquer operação de

entrada e saída de material,[...] apresenta a vantagem de canalizar, para

um único ponto convergente, as atividades de recebimento e fornecimento

de material, independente de origem, natureza, finalidade, destino ou

estado de conservação dos itens.

Cumpre notar que compete ao almoxarifado o recebimento de todo e

qualquer material que der entrada, sob qualquer forma na Instituição.

44

Tratando-se de semoventes, veículos, máquinas, equipamentos

agrícolas, madeiras, combustíveis e outros materiais que pela sua natureza,

reconhecidamente, não seja aconselhável a sua guarda em almoxarifado, o

recebimento e aceite dar-se-ão pelo setor especializado. Tal setor deve remeter em

seguida toda a documentação de entrega do material ao almoxarifado, para

promover a baixa na documentação e somente após essas providências o setor

requisitante poderá fazer uso do material adquirido.

Os responsáveis pelo recebimento e aceite desses materiais,

considerados extra-estocados, estão sujeitos à tomada de contas, por se tratar de

materiais de imediata utilização, ficando o setor que detiver a guarda do material

obrigado a proceder à inclusão dele no seu inventário por tratar-se de materiais de

consumo.

No caso de patrimonialização e afixação dos números de registros

patrimoniais dos bens recebidos pelo almoxarifado, ficará a cargo do setor de

patrimônio da organização, que participará da entrega ao usuário.

Em se tratando de bens móveis extra-estocados ou adquiridos

através de suprimentos, a afixação dos números de registro patrimonial é de

responsabilidade do setor de patrimônio, devendo este ser cientificado pelo setor de

almoxarifado tão logo receba a documentação respectiva.

No empenho e/ou na autorização de compra, deverá figurar sempre

o prazo de entrega do material ou a conclusão do serviço, sendo uma de suas vias

remetida, obrigatoriamente, ao almoxarifado, através do setor de compras, quando

se tratar de aquisição de todo e qualquer material e serviço.

O material recebido do fornecedor deverá vir acompanhado de uma

via da autorização de compra junto a uma via da nota de empenho, seguido da 1ª

via da nota fiscal, ou nota fiscal fatura e/ou nota fiscal eletrônica.

O recebedor checará na presença do entregador a quantidade e a

especificação do material, com a nota de empenho e a nota fiscal, fatura ou

eletrônica, recusando irregularidades quando existirem.

De acordo com Araújo (1980, p. 115),

O direito de conferir não poderá ser negado a quem adquire qualquer coisa e, considerando tal razão, embora na parte externa dos volumes a serem recebidos figure o número de unidades neles contido, bem como outros detalhes elucidativos, ao comprador assiste, por lei, o direito de abrir, examinar, contar, comprovar,

45

confrontar com a amostra em seu poder, podendo recusar, devolver, pôr à disposição, não receber, tudo aquilo que não estiver fielmente dentro das bases da transação efetuada, fora, portanto, das praxes comerciais em vigor.

No recebimento da remessa por transportadora, o documento competente de entrega será o conhecimento de frete, em que constará a modalidade contratada na prestação de serviço. Este documento incluirá a discriminação do número da nota fiscal, fatura ou eletrônica, além da espécie e a quantidade ou peso da mercadoria, bem como o valor do frete.

Uma vez conferida e aceita a mercadoria, é necessário consignar o

endosso de aceite no canhoto e no corpo da nota fiscal, fatura ou eletrônica,

também no conhecimento de frete.

O almoxarifado procederá os registros necessários e encaminhará

sob protocolo, a nota fiscal, fatura ou eletrônica, ao setor de contas a pagar.

Providenciará a estocagem dos materiais estocáveis e enviará para o setor de

expedição os materiais não estocáveis para proceder a distribuição aos respectivos

requisitantes usuários.

O material produzido ou manufaturado pela própria Instituição

deverá ser entregue, invariavelmente, acompanhado por uma comunicação de

fabricação do material, na qual o referido deverá constar claramente a especificação

do produto.

Na apropriação do custo ou valor unitário, o órgão responsável pela

produção ou manufatura deverá considerar apenas o material empregado para o

produto final, desprezando totalmente a mão de obra, quando se tratar de material

de produção própria da Instituição.

A documentação do material manufaturado será remetida ao

almoxarifado, que promoverá os registros e as baixas. O documento de

comunicação de fabricação poderá ser o documento equivalente a nota fiscal.

A verificação ou conferência de material por amostragem é

admissível em caráter excepcional, desde que o órgão responsável pelo

recolhimento, exame e aceite, comprove não ter condições e meios de realizar essa

atividade específica em condições normais. Assim mesmo, se não forem bens

móveis (materiais permanentes), pois estes, obrigatoriamente e sem exceção,

46

devem ser conferidos em sua totalidade pela especificação da autorização de

compra e nota de empenho.

Tratando-se de serviço, cabe ao setor beneficiado ou responsável

pela fiscalização e aceitação, declarar se a execução obedeceu rigorosamente às

especificações da autorização de compra empenhada ou contratada, em poder do

órgão responsável e se tem condições de ser aceito incondicionalmente.

Se o material recebido depender de vistoria para sua aceitação, o

almoxarifado solicitará pelo meio mais prático e seguro, ao setor especializado

essas providências.

O setor ou pessoa especializada, incumbida da vistoria, deve ter

todas as condições possíveis de trabalho, a fim de não retardar a aceitação e a

distribuição do material e, consequentemente, o pagamento ao fornecedor. É

importante ressaltar que em hipótese alguma, o almoxarifado deverá receber

material desacompanhado de documento de entrega.

Os bens móveis, por estarem sujeitos ao controle de registro

patrimonial e ao termo de responsabilidade, em hipótese alguma e sob pena de

responsabilidade, deve ser recebido pelo setor usuário, sem que antes tenha

passado pelo almoxarifado e atendidas as condições estabelecidas para o

fornecimento desses materiais, salvo que pela sua natureza, reconhecidamente, não

seja aconselhável a sua guarda em almoxarifado.

A crescente influência da tecnologia da informação, com o

surgimento do comércio virtual, oferece oportunidade da automação dos controles

de processo, bem como inspeções automáticas na identificação de barra dos

materiais. É possível receber e processar dados, melhorar a velocidade, a

confiabilidade e o custo/benefício nos processos. Mas devemos observar que ainda

existem casos em que a automação não consegue substituir o procedimento

manual. Nunca é demais lembrar que a evolução da tecnologia é irreversível,

colaborando para que o desempenho das tarefas seja cada vez melhor, além de

reduzir custos.

47

2.3.9 Condições de Armazenamento

Como já mencionado, todo material recebido pela Instituição, exceto

que pela sua natureza não seja aconselhável a sua guarda, será armazenado no

almoxarifado, em local adequado e previamente determinado, grupado em lotes e

identificados, a fim de facilitar a sua rápida localização e conferência, quando for o

caso.

Segundo Araújo (1980, p. 147), “Os almoxarifados instalados em

edifícios térreos apresentam a vantagem de toda a movimentação dos materiais ser

mais segura e rápida, proporcionando maior facilidade para as cargas e descargas

dos caminhões”.

O responsável pelo almoxarifado deve atentar para que o material

esteja sempre protegido, contra roubo, incêndio, umidade ou outras ocorrências,

devendo comunicar por escrito, à chefia imediata, qualquer irregularidade havida nas

instalações dos depósitos.

No caso de medicamentos ou outros materiais com prazo de

validade determinado ou sujeitos a deterioração, estragos ou inutilização pelo

simples decurso do tempo, o responsável pelo almoxarifado notificará, com a devida

antecedência, o término de prazo por escrito à chefia imediata para providências

cabíveis.

Desde que o volume de material a ser armazenado e a importância

das atividades a serem desenvolvidas justifique a criação de depósitos, esta medida

poderá ser adotada por proposição formalizada pelo responsável do setor de

suprimentos e com a concordância do gerente administrativo. Araújo (1980, p. 28),

salienta que “A guarda e a estocagem de material obedecem a sistema e modos

geralmente fixado pelo tipos a serem mantidos em custódia”.

Se autorizada a criação de um depósito, será o seu responsável designado através

de ato formal, ficando sujeito à tomada de contas, controle e demais exigências

previstas em normas e atos específicos que vierem a serem criados.

De acordo com Fernandes (1987, p. 200),

É através da formulação e da aplicação de regras ou normas específicas de armazenagem que se processa uma estocagem correta. [...] A armazenagem de material deve ser feita segundo determinados preceitos e regras básicas, cuja aplicação deve

48

considerar não somente os aspecto internos e a peculiaridades de cada almoxarifado, mas também a natureza e o tipo dos materiais cujas características exijam, na maior parte das vezes, soluções individuais de estocagem.

O responsável pela administração de materiais, em seu

planejamento, deve considerar o nível adequado para os materiais armazenados,

corroborando na eficácia dos suprimentos, o que influi diretamente nas atividades da

Instituição.

A arte de armazenar é uma competência do almoxarife. Quando se

trata da instalação (acomodações) de almoxarifados, existe a probabilidade de

aparecer situações inesperadas, no entanto, medidas de precauções devem ser

adotadas, a fim de evitar eventuais prejuízos. Na maioria dos casos de instalação,

se faz necessário realizar adaptações, dentro de um planejamento adequado para

um bom sistema de armazenamento.

Para a Instituição, os materiais armazenados representam um ativo

importante do capital, onde, prova a aplicação contínua e importante dos recursos

investidos em custeio. Constitui uma forma confiável e relevante, a disponibilização

para o domínio e controle das informações sobre os materiais armazenados.

O setor de almoxarifado é considerando, um dos locais mais

importantes na Instituição. É fundamental ressaltar necessidade de haverem

incentivos voltados aos avanços tecnológicos, o que preconiza o desenvolvimento

contínuo com criatividade e inovação. O novo modelo de avanços, disponibilizará em

tempo real todas informações referentes às atividades dos materiais, em trânsito,

armazenados e movimentados.

2.3.10 Fornecimento (Distribuição de Materiais)

Como já mencionado no decorrer do trabalho, o almoxarifado é um

departamento da administração que atua como fornecedor e armazenador de

materiais, atendendo a demanda dos diversos departamentos da Instituição.

O fornecimento de materiais é executado mediante o recebimento da

requisição, devidamente preenchida e autorizada pelo responsável requisitante. De

modo algum, o almoxarifado deverá fornecer material sem a requisição.

49

A requisição será emitida em 03 (três) vias, que recebem uma

numeração sequencial no almoxarifado, que analisa a quantidade razoável e a

identificação detalhada do material requisitado. Se a requisição for julgada excessiva

ou incompleta, o funcionário do setor deve entrar em contato com o requisitante para

os esclarecimentos necessários.

Em se tratando de materiais disponíveis em estoque, o sistema

virtual de atendimento do almoxarifado, processará o pedido na quantidade

compatível, com a demanda histórica verificada, efetuando a baixa das quantidades

nos saldos existentes em estoque. No ato da entrega, obterá a assinatura do

recebedor. Se o material solicitado não tiver disponibilidade em estoque, mas tiver

um de material similar, caberá ao almoxarifado comunicar-se com o requisitante,

definindo a sua aceitação ou não. Havendo a substituição, o almoxarifado procederá

a baixa da requisição.

Se for objeto de compra, a 1ª via será encaminhada ao setor

competente para a aquisição. A 2ª via ficará no setor de almoxarifado para efetivar o

atendimento quando o material chegar. A 3ª via é devolvida ao requisitante usuário

para controle, acompanhamento e após a liquidação, deverá arquivada.

Na hipótese da quantidade atendida pelo estoque for insuficiente por

razões sazonais, o requisitante responsável deverá fundamentar a quantidade

superestimada, para elaboração da compra.

Quando uma requisição for parcialmente atendida e o restante for

objeto de compra, durante o processamento, o sistema reconhecerá a pendência e

quando o material chegar, será procedido o atendimento e liquidação.

O setor de almoxarifado deverá recusar requisição emitida em

desacordo com o estabelecido, sempre orientando os procedimentos necessários.

Durante o atendimento da requisição, de modo a evitar erro na

entrega ou envio do material ao usuário final, recomenda-se passar por uma última

conferência interna. Desta maneira, evita-se a falha humana, como previne

possíveis diferenças nas quantidades dos materiais estocados.

No entanto, para as bases físicas distantes, após os procedimentos

de atendimento e conferência final, providencia-se o acondicionamento dos

materiais em embalagens adequadas. Isso acontece através da elaboração de um

documento competente, solicitando ao setor responsável pelo transporte o envio dos

volumes ao destino final.

50

O setor responsável por toda e qualquer saída de material do

almoxarifado é designado de expedição. Tendo como atribuições a manutenção e

atualização do controle das solicitações de transportes, pendentes e liquidados.

Deve-se manter contato com o setor de transportes, visando esclarecer eventuais

atrasos ou irregularidades nos materiais transportados. É importante manter-se a par

da situação geral da expedição, visando fornecer informação quando solicitado.

A sazonalidade é provocada por uma quantidade de consumo

inesperada, acima ou abaixo da média histórica demandada. Neste sentido, é

fundamental trabalhar com habilidade, bom senso e até mesmo com ousadia, a fim

de otimizar a logística, não permitindo o desabastecimento e suprindo os setores de

forma segura e contínua.

Rezende (2008, p. 15), sustenta que, “Os sistemas de informação

podem constituir-se em ferramentas de solução de problemas na organização”,

aumentando a capacidade do gestor de analisar apropriadamente o problema e

tomar efetivas decisões.

Para Rezende, inúmeros fatores são importantes na solução de

problemas, um deles é o sistema de informação ser visto e utilizado como um

diferencial nas organizações. Complementando essa afirmação, Rezende (2008, p.

13) afirma que, “A informação oportuna é a antítese da informação do passado e a

que não gera um cenário futuro e indiscutível”. O autor diz ainda que toda e qualquer

informação de qualidade inquestionável, porém antecipada, pode ser chamada de

informação oportuna.

Sistemas de informação e comunicação, independente de seu nível

ou classificação, facilitam os processos de tomada de decisões na identificação de

sazonalidades, bem como nos consumos superestimados, controlando os momentos

oportunos e demandando a redução dos custos.

Segundo Rezende (2008, p. 14), “O sistema de informação

organizacional pode ser conceituado como a organização e seus vários subsistemas

internos, contemplando ainda o meio ambiente externo”. Rezende contempla as

organizações por utilizarem o sistema de informação e comunicação, na forma

virtual.

51

2.3.11 Arquivamento

Com o desenvolvimento e aperfeiçoamento da escrita, o homem

passou a entender e a perceber a importância da informação, assim como valorizar

a documentação. Considerando a implantação da prática de registrar e documentar

uma série de processos e procedimentos, surgiram suportes, a fim de guardar e

preservar toda a documentação. Para atender esta necessidade, nascem os arquivo.

No mandato do presidente Fernando Collor, em 08 de janeiro de

1991, foi sancionada a lei de nº 8159, que decreta no Artigo 1º, que “é dever do

Poder Público a gestão documental e a de proteção especial a documentos de

arquivo, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento

científico e como elementos de prova e informação”.

Os arquivos têm como função essencial a disponibilização das

informações, apresentando o levantamento de documentos de maneira ordenada e

prática, o que auxilia no planejamento e na tomada de decisões.

O processo de arquivamento está presente no cotidiano da

sociedade, bem como na tecnologia da informação, dentro do gerenciamento

eletrônico de documento. De acordo com Gorbea, Garcia-Diaz e Vela (1979, p. 17),

“[...] arquivar é a arte de colocar e conservar numa mesma ordem, devidamente

classificados, toda correspondência, documentos e outros papéis [...]”. Por meio do

arquivamento, ainda segundo o autor “é possível localizar os documentos no

instante em que solicitados”.

A prática de arquivamento também está presente no almoxarifado.

Neste local, os métodos utilizados para arquivamento são: o alfabético, o numérico e

o cronológico. O alfabético utiliza o mesmo padrão das listas telefônicas e dos

dicionários. Este método é executado diariamente, no caso de autorizações de

compras e notas de empenhos.

O numérico, por sua vez, obedece ao método decrescente e é

aplicado para as requisições. Este tipo de arquivamento é executado diariamente.

Por fim, tem-se o arquivamento cronológico, que é dividido por data e é aplicado

para outros documentos como: relatórios, correspondências, memorandos, ofícios e

outros papéis administrativos.

52

No que diz respeito à prática de arquivar papéis, Gorbea, Garcia-

Diaz e Vela (1979, p. 18), ressaltam que “[...] é preciso ter sempre em conta que

esta conservação e ordenação planejada de documentos deve ser responsabilidade

de pessoas competentes e versadas nas modernas normas de arquivar.” A pessoa

responsável pelo arquivo deve ter algumas características, tais como: conhecimento

das regras para classificar alfabeticamente e conhecimento das sequências

alfabéticas e numéricas.

Todo sistema de arquivamento depende, em grande parte, das sequências numéricas, alfabéticas ou de outra combinação de ambas. [...] A sequência alfabética é a que mais se usa. Seu conhecimento não consiste meramente em poder recitar as letras na ordem em que aparecem no alfabeto, mas em poder indicar que letra precede ou segue outra letra sem ter de recitar o alfabeto inteiro. (GORBEA; GARCIA-DIAZ; VELA, 1979, p. 18)

A pessoa que lida com o arquivo também deve ter conhecimento de

abreviaturas, especialmente de cidades, estados e de correspondência comercial. O

profissional também tem que ter habilidade para ler e contar com algumas

qualidades pessoais, como boa visão e boa memória.

De acordo com Gorbea, Garcia-Diaz e Vela (1979, p. 19),

O arquivista deve possuir boa visão, visto que terá que ler cada documento em sua totalidade ou em grande parte para poder determinar a forma correta de arquivá-lo. O Possuir boa memória torna-se sumamente valioso para o arquivista já que deverá lembrar-se das regras para classificar alfabeticamente, as sequências alfabéticas, números, nomes, endereços e outros pormenores envolvidos no processo de arquivar.

Com o advento da informática e o crescimento dos arquivos

eletrônicos, a partir dos anos 80, os bancos de dados passaram a desempenhar

importante função nos ambientes virtuais, substituíndo de certa forma o arquivo

morto documental de papéis. Neste momento, nascem os desafios para o

desenvolvimento dos negócios, totalmente voltados à tecnologia da informação e da

comunicação. É necessário implantar estratégias para assumir o controle das

inovações tecnológicas na sociedade, na cultura, na educação e nas organizações.

Implementou-se neste capítulo os pontos das fases operacionais.

Na sequência, o capítulo 05 explora o sistema de informação, fazendo

considerações sobre o processamento de dados e informações de resultados.

53

2.4 SISTEMA DE INFORMAÇÃO

2.4.1 Registro de Informações (Processamento de Dados)

As atividades de registros são de competência do setor de

almoxarifado, compreendendo os lançamentos da movimentação dos materiais para

uso ou consumo dos diversos setores da Instituição.

Recomenda-se que o registro dos materiais seja diário e feito

exclusivamente por processamento de dados, sendo digitado a partir dos

documentos da movimentação.

Primeiramente, que sejam lançadas notas fiscais, faturas ou

eletrônicas e na seqüência, a baixa das requisições e entrega dos materiais

comprados, devolvidos ou retirados de serviços.

O registro eletrônico deve ser atualizado, bem como os cálculos

estatísticos de preços, sendo disponibilizado em tempo real, para consultas e

informes gerenciais.

De acordo com Gil (1979, p. 104):

Uma das tarefas mais importantes em sistemas que usam processamento eletrônico de dados é a atualização, que consiste em atividades realizadas para inclusão, exclusão e alteração dos dados constantes em um arquivo-mestre, segundo as indicações obtidas de um arquivo de movimento.

O processamento de controle de materiais, durante a execução de

baixas deve indicar o preço total, calculado pelo preço médio unitário, que deve ser

atualizado sempre que houver nova entrada.

O valor do material em estoque (VME) é obtido multiplicando-se o

último preço médio constante no registro, pela quantidade em estoque e o

ajustamento do valor, quando houver.

O cálculo do preço médio unitário (PMU), para determinado artigo, é

o resultado da soma do valor deste material em estoque (VME), mais o valor da sua

nova aquisição (VNA), dividido pela soma da quantidade em estoque (QE), mais a

quantidade adquirida (QA) do material em pauta, resultando a seguinte fórmula para

cálculo do preço médio:

54

QAQE

VNAVMEPMU

++=

O cálculo do preço médio é obtido com a aproximação de duas

casas decimais e o valor do ajustamento provocado pela utilização do preço médio,

sendo eliminado no fim de cada exercício ou quando o estoque chegar ao zero.

Com a tecnologia nos registros de informações, as planilhas

processadas serão automaticamente atualizadas, acarretando em um ganho

significativo na eficiência dos processos, que será muito mais rápido e abrangente. A

contínua expansão da atividade exige maior precisão nos registros. Com a

determinação nítida de objetivos, é possível enfrentar situações atípicas da gestão

inovadora. Os registros de informações são beneficiados com o advento da internet,

resultando em um ganho positivo nos processos.

Segundo Caiçara Júnior e Paris (2007, p. 29), “Atualmente é quase

inimaginável pensar na gestão financeira de uma empresa sem a utilização das

facilidades oferecidas pela informática”.

A informação é um recurso inesgotável. Quando é planejada e

disponibilizada corretamente, aumenta a qualidade do serviço e facilita as decisões.

A informação trabalhada possibilita oportunidades e gera

conhecimento. Os registros de informações devem ser específicos, exclusivos e

determinados. Com isso, é possível tanto para o gestor quanto para o usuário ter

uma visão geral e gerencial da atividade, realizando um melhor planejamento.

Rezende (2008, p. 14), salienta que:

Os sistemas de informação, independentemente de seu nível ou classificação, objetivam auxiliar os processos de tomada de decisões na organização. Se os sistemas de informações não se propuserem a atender a esse objetivo, sua existência não será significativa para a organização.

2.4.2 Banco de Dados (Informações dos Resultados)

O sistema de informação é essencial no ambiente organizacional,

uma vez que utiliza a informação para a coordenação de fluxo de trabalhos,

ajudando os empregados ou gerentes na tomada de decisões, na análise e

55

visualização de problemas e na resolução de outros tipos de situações. Os sistemas

de informação fazem isso através de um ciclo de três atividades básicas: a entrada,

o processamento e a saída.

Segundo Beal (2007, p. 19), o sistema de informação “[...] visa

atender as necessidades específicas de gestores que precisam de informações

consolidadas sobre a execução orçamentária e financeira, para acompanhamento e

controle de suas unidades”. Na visão de Beal, o sistema de informação classifica-se

em categoria operacional, gerencial e estratégica.

Complementando, Beal (2007, p. 129), observa que:

A informação relevante, precisa, clara, consistente e entregue oportunamente a seus usuários ajuda na formulação, execução e avaliação de estratégias, na ampliação de mercados, no aperfeiçoamento de processos e produtos e na oferta de serviços melhores e mais rápidos para os clientes.

Dessa forma, as informações registradas pelo movimento são

obtidas através de métodos precisos e consistentes, que são buscados junto ao

banco de dados. O almoxarifado disponibiliza virtualmente, bem como emite

periodicamente o relato físico e financeiro dos resultados da movimentação, em

impresso padronizado ou não, e as informações da movimentação de materiais, que

ficam no banco de dados do setor de almoxarifado. A administração de materiais

tem grande importância neste contexto de informação.

De acordo com Gil (1979, p. 107), “[...] as informações ou dados

recebidos devem ser armazenados enquanto forem necessários para qualquer uso.

Sofrem cálculos, como adição, subtração, multiplicação e divisão, para a produção

dos resultados desejados”.

O almoxarifado realizará periodicamente o inventário físico e

financeiro dos materiais estocados, bem como dos materiais em tramitação no ato

do levantamento. Além disso, apresentará o balanço geral da organização, tanto

para verificações gerenciais, quanto para auditoria, quando houver necessidade.

O inventário, que é o controle geral de todos os bens, deve ser feito

anualmente, atendendo a legislação complementar de orçamento da União. O artigo

96, da Lei nº 4320/64 determina: “O levantamento geral dos bens móveis e imóveis

terá por base o inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos

de escrituração sintética na contabilidade”.

56

Pessoas alheias ao almoxarifado, indicadas pela administração da

organização participam do inventário. Porém, é indispensável o acompanhamento

do responsável pelo almoxarifado.

No que diz respeito à administração de materiais em uma Instituição

Pública, a Lei da União regula a ação popular nº 4717/65, em seu artigo 1º, que

define o patrimônio público como “o conjunto dos bens e direitos pertencentes aos

entes da administração pública direta ou indireta”.

O que caracteriza o patrimônio público é o fato de pertencer a um

ente público (União, Estado, Município, autarquia ou empresa pública). Sendo

“público”, pertence a todos os cidadãos, ou seja, a uma coletividade, que deve ser

preservado e protegido por todos.

A Constituição Federal em seu artigo 129, Inciso III, atribui ao

Ministério Público a obrigação de apurar e punir os responsáveis por danos e/ou

desvios de bens públicos.

Além do Ministério Público, outros órgãos são encarregados de

exercer o controle de maneira administrativa, preventiva e repressora, na proteção

do patrimônio público. Estes órgãos são o Tribunal de Contas, Corregedorias, entre

outros.

O controle do almoxarifado, se dá pelo conjunto de procedimentos,

que integram o sistema de movimentação e ações relacionadas a sua gestão,

consolidada e documentada, conforme legislação de execução orçamentária e

financeira.

De acordo com Fernandes (1987, p. 47), “[...] um sistema de

informações transmite, acumula, processa e armazena dados, propiciando desta

forma, meios para o estabelecimento da comunicação entre as partes [...]”.

Mais uma vez, fica claro a necessidade de inovação constante,

valoriza a gestão estratégica da informação, dentro dos sistemas de informações

organizacionais, ancorado na tecnologia da informação e da comunicação.

Na visão geral, existem várias formas de classificar sistemas de

informação. Em uma delas, a fundamentação é baseada em três pilares. O primeiro

é o sistema de informação operacional, que trabalha com dados detalhados sobre as

operações físicas e financeiras.

O segundo é o sistema de informação gerencial, que compacta os

dados operacionais em grupos, para facilitar a tomada de decisão do gestor.

57

O terceiro consiste no sistema de informação estratégica, em que o

processo é estruturado em informações gráficas, dados, estatísticas, simulações e

comparações complexas, facilitando a tomada de decisão estratégica e executiva.

Diversos fatores comprovam que a informação de qualidade possui

um valor significativo para as Instituições.

58

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente estudo é uma pesquisa documental, exploratória,

utilizando de vasto referencial bibliográfico e do conhecimento adquirido pelo autor

que atua há mais de duas décadas em administração de materiais no IAPAR.

59

4 BREVE HISTÓRICO, ESTRUTURA FÍSICA E ORGANOGRAMA D O IAPAR

4.1 BREVE HISTÓRICO DO IAPAR

O Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR é vinculado à Secretaria

da Agricultura e do Abastecimento - SEAB, é o órgão de pesquisa que dá

embasamento tecnológico às Políticas Públicas de Desenvolvimento Rural do

Estado do Paraná.

Foi criado pela Lei Estadual nº 6.292 de 29 de junho de 1972, tendo

por finalidade básica a pesquisa técnico-científica e a formação e treinamento de

pessoal especializado, visando o desenvolvimento da agricultura. O seu 1º Estatuto

foi aprovado pelo Decreto 2.555 de 25 de setembro do mesmo ano - agora uma

fundação de direito público - que tem seus objetivos ampliados para estudos,

pesquisas e experimentações do interesse do Estado do Paraná, não apenas no

Norte do Estado.

Em 1975, foi inaugurada a sua Sede em Londrina e consolidado o

Sistema Estadual de Pesquisa.

A partir de 1976 o Governo Federal, através da Empresa Brasileira

de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, passou a cooperar financeiramente com a

pesquisa estadual, passando, delegando ao IAPAR todas as responsabilidades

executivas e incorporando ao sistema estadual suas bases físicas regionais.

Em 1978, pelo Decreto nº 6.095, o IAPAR teve aprovado o seu 2º

Estatuto, que objetivou adequar a estrutura da instituição à nova realidade em que

se achava inserida, permitindo-lhe, por outro lado, uma organização interna mais

apropriada face ao seu próprio desenvolvimento na época.

Em 16 de julho de 1991, foi transformado em Autarquia Estadual

pela Lei 9.663/91.

A missão do Iapar, é promover o desenvolvimento da agropecuária

paranaense por meio da geração de conhecimentos científicos e tecnológicos

adequados à realidade social e econômica dos produtores, que possibilitem,

60

respeitando o meio ambiente, produzir alimentos saudáveis e produtos de qualidade

para a agroindústria.

O Iapar, abrange todo o Paraná: a Sede, em Londrina, dois Pólos

Regionais de Pesquisa (Curitiba e Ponta Grossa), 16 Fazendas Experimentais, 23

Estações Agrometeorológicas (também utiliza dados coletados em outras 37

estações do Simepar) e 25 laboratórios de diferentes áreas de especialidade para

pesquisa e prestação de serviços. Na sede, em Londrina, há também um centro de

treinamento, equipado com auditório e alojamento.

Formado por cerca de 772 funcionários. Mais de 110 pesquisadores

(a maioria com doutorado e pós-doutorado), que desenvolvem 15 programas de

pesquisa (Agroecologia, Algodão, Arroz, Café, Cereais de Inverno, Culturas

Diversas, Feijão, Forrageiras, Fruticultura, Manejo do Solo e Água, Milho, Produção

Animal, Propagação Vegetal, Recursos Florestais, Sistemas de Produção).

As tecnologias do IAPAR se distinguem pelo rigor científico e um

profundo respeito à realidade dos agricultores e ao ambiente, sem perder de vista as

exigências dos consumidores e as necessidades da agroindústria.

61

4.2 Estrutura Física Do IAPAR No Estado Do Paraná Figura 1 – Mapa da Estrutura Física do IAPAR no Estado do Paraná. Fonte – Informações Institucionais do IAPAR 2011.

Município de Londrina como Sede e os demais Municípios que agregam suas

Estações Experimentais e Laboratórios.

Todas as unidades desta Instituição de Pesquisa contam com a Administração de

Suprimentos de Materiais proveniente do Almoxarifado da Sede.

Paranavaí

Umuarama

Cascavel

Foz do Iguaçu Francisco Beltrão

Pato Branco

Guarapuava Ponta Grossa Guaraqueçaba

Morretes Curitiba

Cerro Azul

Lapa Fernandes Pinheiro Palmas

Irati

Telêmaco Borba

Joaquim Távora Bandeirantes

Cambará Bela Vista do Paraíso

Nova Cantu

Clevelândia

Planalto

Laranjeiras do Sul

Palotina

Xambrê

Medianeira

Londrina Ibiporã

Estação Experimental Unidade Benef. Sementes Estação Agrometeorológica Laboratório de Solos

SEDE do IAPAR Unidade Referênc. Pesquisa

Municípios com Estação Experimental do IAPAR Municípios SEM Estação Experimental do IAPAR

Santa Helena

Itaipulândia

Mal. Cândido Rondon

Municípios com Bases Náuticas

Sta Tereza do Oeste

62

4.3 ORGANOGRAMA DO IAPAR

Figura 2 – Organograma do IAPAR com o foco no Setor de Almoxarifado. Fonte – Elaborado pelo Autor

Diretor-Presidente

Diretoria Técnico-Científica Diretoria de

Administração e Finanças

Diretoria Recursos Humanos

Área de Tecnologia

da Informação

Área de Transportes Área de Serviços Gerais

Área de Reproduções Gráficas

Setor de Compras

Recepção

Setor de Almoxarifado

Expedição

Setor de Patrimônio

Processamento Armazenagem

Área de Suprimentos e Patrimônio

Área de Contabilidade e Finanças

SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

Conselho de Administração

Áreas Técnicas

Áreas de Apoio Técnico

Estações Experimentais

63

5 DESCRIÇÃO DO ALMOXARIFADO E ANÁLISE DA DEMANDA

5.1 DESCRIÇÃO DO ALMOXARIFADO

Almoxarifado é o local onde os materiais são recebidos, guardados,

registrados e expedidos aos setores de uma instituição que dele se abastecem. O

profissional responsável pela gestão do almoxarifado é o almoxarife.

O almoxarifado do IAPAR conta com cinco funcionários (entre

efetivos e estagiários), que são orientados e acompanhados pelo almoxarife, na

execução de suas funções neste setor.

Está dividido em seções com atribuições bem definidas:

a) seção de recepção - recebe todos os materiais comprados,

devolvidos ou retirados de serviços;

b) seção de guarda - responsável pela prática de entradas,

arrumações e separações dos materiais em estoque;

c) seção de registros - responde pelo processamento de dados

físicos e financeiros das entradas e saídas de todos os materiais

de consumo;

d) seção de expedição - controla toda e qualquer saída de material

do almoxarifado.

Sua estrutura física compõe-se de três depósitos: Depósito Central,

Depósito de Fertilizantes e Depósito de Defensivos Agrícolas.

Atua com Sistema Operacional Informatizado em ambiente MS-

DOS, na linguagem Dataflex.

Desenvolve controle de estoque por demanda controlada e trabalha

com a rotatividade de aproximadamente 800 itens no estoque, distribuídos em 17

grupos e 66 subgrupos.

64

5.2 ANÁLISE DA DEMANDA

O quadro abaixo apresenta por amostragem o registro em

porcentagem, da demanda histórico-financeira dos materiais movimentados no

almoxarifado do IAPAR, nos últimos 20 anos.

Tabela 1 – Demanda Histórica Financeira demonstrada em porcentual.

Item

Materiais

Década de 90

Década de 2000

Década de 2010

Média

01 Impressos 0,3% 0,4% 0,2% 0,3% 02 Expediente (Informática) 7,0% 10,0% 13,0% 10,0% 03 Limpeza e Higiene 4,0% 3,0% 4,0% 3,7% 04 Copa e Restaurante 6,0% 5,0% 7,0% 6,0% 05 Manutenção 16,0% 17,0% 18,5% 17,2% 06 Embalagens 6,0% 5,0% 4,0% 5,0% 07 Segurança – EPI 3,0% 2,0% 4,0% 3,0% 08 Reprodução Gráfica 4,0% 2,0% 3,0% 3,0% 09 Insumos Agrícolas 42,0% 47,0% 34,0% 41,0% 10 Laboratório 8,0% 7,0% 10,0% 8,3% 11 Ambulatório 0,3% 0,1% 0,2% 0,2% 12 Veterinário 2,0% 1,0% 1,0% 1,3% 13 Agrometeorologia 1,0% 0,4% 0,5% 0,6% 14 Outros 0,4% 0,1% 0,6% 0,4%

TOTAL PORCENTUAL 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% Fonte – Sistema Operacional CEDEC – Controle de Estoque por Demanda Controlada – IAPAR.

Com base nos dados expostos, observa-se que o consumo de

Insumos Agrícolas (fertilizantes e defensivos) apresenta a média de 41% do

orçamento gasto em suprimentos na Instituição. Justifica o fato de ser uma

Instituição de Pesquisa Agrária.

Em segundo, com média de 17,2%, detecta-se o grupo de Materiais

de Manutenção (combustíveis, pneus, ferramentas, materiais elétricos, hidráulicos,

marcenaria, serralheria, pintura, materiais de manutenção geral, materiais de

manutenção para veículos leves, médios e pesados, e materiais de manutenção

para tratores e implementos agrícolas). Materiais imprescindíveis que oferecem

condições de segurança e qualidade ao trabalho desenvolvido.

65

Em terceiro, verifica-se com a média de 10%, o grupo de Materiais

de Expediente, tendo como peso principal os suprimentos de informática.

Reconhece nesta análise a importância da tecnologia na organização.

Percebe-se em quarto lugar, com a média de 8,3%, o grupo

Laboratório (reagentes químicos, instrumentos e vidrarias). Os laboratórios são

importantes locais de análises e experimentos que apóiam os resultados das

pesquisas.

66

6 CONCLUSÃO

O estudo desenvolvido sobre administração de materiais permitiu

verificar que desde a pré-história há preocupação com esta prática, que exige

conhecimento e organização.

Dentre as muitas atividades desenvolvidas em uma Instituição

Pública de Pesquisa, a administração de materiais exige um setor próprio para

desempenhar a tarefa, que é o almoxarifado. Considerando sua atuação, o

almoxarifado contribui para o bom andamento e organização de uma Instituição.

O estudo mostrou que o setor atua no recebimento, armazenamento,

registros e fornecimento de materiais, bem como na reposição de estoque, a

elaboração do inventário físico e financeiro dos materiais, atentando-se para que

haja suprimento com quantidade e qualidade suficientes, a fim de não comprometer

o funcionamento da Instituição. É importante para a empresa contar com este tipo de

atendimento.

Ao realizar esta pesquisa, foi possível compreender de maneira mais

racional a importância de aprimorar os conhecimentos, organizar o trabalho e

manipular os materiais evitando riscos e prejuízos que poderão advir do

desinteresse ou desconhecimento de quem responde pela administração do

almoxarifado.

O trabalho também mostrou que o surgimento de novas tecnologias,

exige dos gestores condições estratégicas para alavancar mudanças. A tecnologia

assume um papel fundamental no mundo organizacional, em busca de redução de

custos, otimização do tempo e melhor qualidade nos serviços oferecidos.

Com a tecnologia da informação, os gestores e os usuários serão

beneficiados com os recursos de acesso aos bancos de dados em tempo real,

acompanhando de forma interativa e simultânea com possibilidade de intervir no

processo.

As atividades de planejamento são essencialmente focadas para o

futuro, visando atingir metas, direcionando as decisões de curto prazo e os

resultados provocados pela rápida evolução tecnológica. No mundo atual, a

comunicação tem possibilitado o surgimento de redes e o aparecimento de

linguagem para aplicativos voltados para os usuários finais, aperfeiçoando a

67

constituição de acesso ao banco de dados, facilitando e contribuindo para a

eficiência da administração.

O êxito da administração de materiais, só se dá em função do

conjunto integrado e planejado entre o setor de compras e o almoxarifado,

amparado por uma política de cooperação, definida por normas regulamentadas.

O advento da internet no mundo atual desafia o nosso

conhecimento. Necessitamos aumentar o uso eficiente do recurso de informação,

estimulando os níveis de competência e a produtividade no setor público.

Este trabalho é resultado de uma larga experiência profissional do

autor, somada a uma vasta pesquisa em diferentes literaturas sobre o tema, que

proporcionaram mais segurança e consciência da responsabilidade de bem cumprir

a função de gestor de materiais. Apontou a importância do almoxarifado,

reconhecendo a tecnologia como recurso facilitador das ações operacionais da

organização.

Tratando-se de um estudo da administração de materiais do IAPAR,

poderá este trabalho contribuir como subsídio para novos estudos e profissionais

nesta área.

68

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