wagner borges - apostila de chacras e mediunidade

Upload: roney-borges

Post on 15-Oct-2015

75 views

Category:

Documents


12 download

TRANSCRIPT

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    1/33

    APOSTILA DE CHACRAS E MEDIUNIDADE

    NOES BSICAS SOBRE OS CHAKRAS

    CHAKRAS E NADIS- Chakra a denominao snscrita dada aos centros de fora existentes noscorpos espirituais do homem; tambm so chamados ltus ou rodas. Quando eles esto inativosassemelham-se a rodas; quando despertam, eles tomam a aparncia de uma flor (ltus) aberta,irradiante, colorida pela freqncia da energia das ptalas (1).

    No Mundaka Upanishad define-se o chakra como o local "onde os nadis se encontram como osraios no cubo de uma roda de carruagem". Os centros so formados pelo encontro destas linhasde fora (nadis), do mesmo modo que os plexos, no corpo fsico, so formados pelo encontro denervos. Existem centros maiores, aqueles que resultam do encontro de um nmero maior de nadis(vinte e uma vezes, segundo Coquet) e os centros menores em que a confluncia dos nadis menor (2). Entre estes ltimos existem vinte e um (21) formados pelo encontro de quatorze (14)nadis e outros bem menores formados pelo cruzamento de sete (7) nadis.

    NADIS E MERIDIANOS - Os nadis so, portanto, linhas de fora que no devem ser confundidascom os nervos do corpo fsico, embora estejam em relao a eles como os chakras com os plexose rgos do corpo fsico. So condutores de energia. Os estudos de Motoyama indicam que elespodem ser comparados aos meridianos sobre os quais trabalha a acupuntura. Esta tambm aopinio de Coquet.

    No corpo etrico, denominado tambm pelos teosofistas de corpo fsico invisvel, porque nascecom o corpo fsico e com ele desaparece, os nadis se apresentam como se fossem milhares definos filamentos de gs non, entrecruzando-o em toda sua extenso (3). O nmero deles difere naliteratura hindu, pelo que se atribui um carter esotrico s quantidades apontadas: 72.000,550.000, 720.000, etc. Os mais importantes so o Sushumna, Ida, Pingala, Gandhara, Hastajihva,Kuku, Sarasvati, Pusha, Sankhini, Payaswini, Varuni, Alambhusha, Vishvodhara, Yasasvni. Os trs

    primeiros so os mais importantes, sendo que o Sushumna domina a todos os demais.

    IDA, PINGALA, SUSHUMNA - Para que se possa ter uma noo desses trs nadis ao longo dacoluna vertebral, tomemos uma srie de nmeros "8" e os coloquemos em posio horizontal,empilhando-os ao longo da coluna vertebral; teremos ento uma figura semelhante s serpentesno caduceu de Mercrio. O nadi que sobe pela esquerda Ida; o da direita Pingala; no estoporm dispostos de forma paralela, eles entrecruzam-se como nos referimos acima (4). No centrocorre um canal: o nadi Sushumna. Ao longo da coluna vai formando uma srie de confluncias,das quais a mais importante a existente no chakra frontal, onde desembocam. Ida e Pingalaesto sempre ativos, mas o Sushumna permanece inativos, pois o prana ainda no circula atravsdele (5).

    No interior do Sushumna acham-se trs outros nadis o Vajna, Chitrini, dentro do qual se encontra oBrahma nadi, ao longo do qual se elevar a energia Kundalini.

    NADI = NATUREZA - Coquet esclarece que: "Cada nadi tem uma natureza quntupla e encerracinco fibras de energia estreitamente ligadas no interior de uma bainha que os recobre. Estesfilamentos de energia so unidos uns aos outros em relaes transversais." preciso entretantonotar que cinco tipos de energia formam uma unidade e que, tomados em seu conjunto, elesformam a prpria bainha etrica. , diz-se, atravs destes cinco canais que correm os cinco pranasmaiores, vitalizando assim todo o organismo humano. No existe uma s parte do corpo que nopossua uma rede de nadis subjacente sua forma.

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    2/33

    PRANA - ESPCIES - As cinco diferenciaes do Prana no corpo humano so:

    - PRANA: estende-se do nariz ao corao e influencia particularmente a garganta e a palavra, ocorao e os pulmes;

    - SAMANA: estende-se do corao ao plexo solar e age, sobretudo, sobre o poder de assimilaodo alimento e da bebida. Est deste modo em estreita relao com o estmago;

    - APANA: particularmente ativo desde o plexo solar at a planta dos ps e age sobre os rgosde eliminao, de dejeo e da gerao. Seu poder est pois fortemente unido aos rgosgeradores e eliminadores;

    - UDANA: est situado entre o nariz e a parte superior do crnio; est em relao com o crebro,os olhos e o nariz.

    - VYANA: corresponde soma total das energias prnicas tal como repartida atravs de todo ocorpo por intermdio de milhares de nadis e nervos, assim como dos canais sanguneos, das veias

    e das artrias" (Coquet - Les akras - L"anatomie occulte de L"homme, Paris, 1982, p. 43).

    CHAKRAS MAIORES - ENUMERAO - Os chakras maiores so em nmero de sete:

    Denominao:

    1. Centro bsico ou fundamental

    2. Centro sacro ou sexual (gensico)

    3. Centro solar ou umbilical

    4. Centro cardaco

    5. Centro larngeo

    6. Centro frontal ou cerebral

    7. Centro coronrio

    Em snscrito

    MuladharaSwadhisthana

    Manipura

    Anahata

    Vishuddha

    Ajna

    Sahashara

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    3/33

    Alm destes, alguns outros so destacados nos estudos sobre chakras: o centro esplnico (dobao), "uma parte espiritual no interior do corao fsico" (6), o Alta-maior e o Bindu. O nmero dechakras mdios e menores muito grande; da alguns afirmarem que infinito o nmero doschakras.

    A enumerao varia por diversos motivos.

    Leadbeater ("Os Chakras", Ed. Pensamento) pe de lado o centro sexual (sacro) por "entender queo despertamento deste centro deve considerar-se como uma desgraa pelos graves perigos a elerelacionados", mencionando que "no plano egpcio de desenvolvimento se tomavam esquisitasprecaues para evitar tal despertamento" (vide tambm - "A vida oculta da Maonaria",Pensamento). Por isto, prefere estudar, em seu lugar, o chakra do bao (esplnico). EdgardArmond, embora assinale o sacro (gensico) alm do esplnico, ao tratar da reativao doschakras no o inclui esclarecendo que - "essa passagem no s suprimida pela sua diminutainfluncia na aplicao dos passes, mas sobretudo pelos graves e notrios viciamentos existentes

    no setor do sexo, pois seria malfica, em todos os casos, a excitao desse centro de fora"("Passes e Radiaes", Editora Aliana Esprita Evanglica) (7).

    A enumerao tambm varia de acordo com os sistemas adotados em relao aos centros. Nossistemas tibetanos de meditao, bem como na concepo budista dos centros psquicos, osagrado no considerado como centro independente, porm se acha combinado com ofundamental a formar um s centro (Anagarika Govinda, "Fundamentos do Misticismo Tibetano"',Pensamento). Andr Luiz ("Entre a Terra e o Cu", FEB) no menciona o chakra fundamental,incluindo, no entanto, o esplnico. No Yoga tibetano, por outro lado, o centro frontal e o coronrioso considerados como um s, e assim so mencionados nas escrituras (Anagarika Govinda, op.cit., pp 151/152). A escola japonesa Shingon omite o centro sagrado; indica, porm, o centro dasespduas e os dois centros situados altura dos joelhos (Coquet, op. cit., pp 14/15). O Shat-chakra-Nirupana ("Descrio dos seis centros") considera o coronrio como de ordem mais

    elevada do que os simples chakras. O Esprito White Eagle nomeia entre os sete chakras principaiso esplnico, mas omite o muladhara como centro independente, indicando, porm, o genital ousacro a que denomina de kundalini.

    LOCALIZAO DOS CHAKRAS - Os centros se acham situados nos vrios corpos espirituais;temos assim centros etricos, astrais, etc. Leadbeater faz sempre referncia aos etricos,mencionando no entanto os astrais (op. cit., cap. IV). Satyananda estuda-os no corpo astral, domesmo modo que o Esprito Andr Luiz (8). Estas diferenas devem ser levadas em conta, porqueuns so construdos com matria etrica e outros com matria astral, etc..

    Os chakras etricos esto situados na superfcie do duplo etrico (cerca de seis milmetros dasuperfcie do corpo fsico). Os centros astrais esto geralmente situados no interior do corpo astral

    (Powell e Leadbeater).Os chakras etricos transferem para o fsico as quantidades inerentes aos chakras astrais. Poroutro lado, determinados fatos fsicos repercutem pelos chakras etricos at os chakras astraisalterandoos, de modo que numa prxima encarnao esta alterao se expressar em forma dedesequilbrio ou enfermidade (9). As viciaes mentais provocam tambm graves alteraes noscentros de fora.

    INFLUENCIAO RECPROCA DOS CHAKRAS - Destaca Pierre Weil que os chakras no estoisolados uns dos outros; eles mantm uma influenciao recproca. Os chakras inferiores retm ohomem na vida animal, propiciando-lhes no entanto as energias necessrias sobrevivncia,enquanto os superiores buscam acelerar a evoluo do indivduo ("Fronteiras da Evoluo e da

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    4/33

    Morte", Vozes, p. 69). No Yoga se afirma que cada chakra constitudo metade dele mesmo emetade dos seis chakras restantes. As caractersticas funcionais de um chakra seriam assiminfluenciadas pelos outros chakras (vide para maiores detalhes, Pierre Weil, op. cit.).

    CHAKRAS, FORMAO DO CORPO ASTRAL E EVOLUO - Os chakras so responsveispela formao do corpo espiritual. o que ensina Andr Luiz ao dizer que "vibrando em sintoniauns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente estabelecem, para nosso uso, um veculode clulas eltricas, que podemos definir como sendo um campo eletromagntico, no qual opensamento vibra em circuito fechado" ("Entre a Terra e o Cu", p. 126). Esta tambm a opinioemitida por Coquet - "... os centros so as causas primarias na formao e na construo dotemplo do homem ou, em outros termos, do mecanismo da alma. , pois, normal constatar asdificuldades que tm as glndulas endcrinas de se adaptarem aos ritmos que lhes impe aconscincia objetiva em curso da evoluo e particularmente neste sculo rico de novidades. Masisto faz parte do plano de evoluo e cada um deve estar consciente disso. medida que anatureza emocional se desenvolve e o intelecto torna-se mais ativo, os centros correspondentestornam-se igualmente mais ativos e pode-se observar a emergncia de determinadas

    perturbaes. Tomemos o exemplo do centro larngeo que, em se desenvolvendo, arrasta consigouma crescente atividade do intelecto e determina assim uma grande complexidade dopensamento: ns veremos a apario de perturbaes de ordem psicolgica. Cada centrodetermina pois um nmero bem preciso de perturbaes inerentes qualidade de sua energiarespectiva" (op. cit., p. 85).

    CENTROS DE CONSCINCIA - Os chakras no so simples centros energticos, mas tambmcentros de conscincia. Esclarece a respeito Anagarika Govinda:

    "Enquanto que de acordo com as concepes Ocidentais o crebro a sede exclusiva daconscincia, a experincia yogue mostra que nossa conscincia cerebral apenas "uma" entremuitas formas possveis de conscincia, e que esta, de acordo com suas funes e natureza, pode

    ser localizada ou centralizada em vrios rgos do corpo. Estes "rgos" que coletam,transformam e distribuem as foras que fluem atravs deles so chamados de chakras ou centrosde fora. Deles irradiam correntes secundrias de fora psquica, comparveis aos raios de umaroda, s varetas de um guarda-chuva, ou s ptalas de um ltus" (op. cit., p. 145).

    Depois de destacar que os chakras so pontos nos quais as foras psquicas do corpo seinterpenetram, situando-se a sede da alma nos pontos em que o mundo exterior e interior seencontram (Novalis), conclu:

    "Por isso, podemos dizer que cada centro psquico nos quais nos tornamos cnscios destapenetrao espiritual torna-se a sede da alma, e que pela ativao ou despertar das atividades dosvrios centros ns espiritualizamos e transformamos nosso corpo" (idem p. 145/146).

    Jung considera-os tambm centros de conscincia: "uma espcie de graduao de conscinciaque vai desde a regio do perneo at o topo da cabea" ("Fundamentos de Psicologia Analtica",Vozes, 1972, p. 26). Miguel Serrano registrou uma conversao tida com Jung sobre os chakras:"Os chakras, diz Jung, so centros da conscincia e Kundalini, a Serpente gnea, que dorme nabase da coluna vertebral, uma corrente emocional que une de baixo para cima e tambm decima para baixo" ("O Circulo Hermtico" - Hermann Hesse a C. G. Jung, Ed. Brasiliense, 1970, p.71).

    E reafirmou na conversao:

    "Os chakras so centros de conscincia. Os inferiores so centros de conscincia animal. Existemoutros centros ainda abaixo do Muladhara" (p. 72) (10).

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    5/33

    Este ponto de vista tambm foi sustentado em um seminrio ("Hauers Seminar. Psychologicalcomentary by C. G. Jung", Zurich, 1932, exemplar datilografado, Bblthque de Jung - cit., porPierre Weil, "Mstica do Sexo", E. Itatiaia, pp. 104/105 e 113). Jung observa que na histria dahumanidade, o centro da conscincia sofreu variaes e, ainda agora, existem tribos como dosPueblos que situam no corao o centro de conscincia ("Fundamentos", pp. 06 e 07). Osensinamentos esotricos tambm indicam que as vrias raas-me desenvolveram determinadoscentros preferentemente (Coquet, op. cit., pp. 35/37).

    Jung interpreta estes vrios centros assinalando o grau de conscincia de cada um deles:

    Centro Fundamental - Mundo dos instintos. Consciente.

    Centro Sacro - Entrada no Inconsciente. Novo nascimento. Batismo.

    Centro Umbilical - Emoes. Paixes. O Inferno.

    Centro Cardaco - Comeo do Self. Sentimento. Pensamento e valores. Individuao.

    Centro Larngeo - Reconhecimento da independncia da psique.

    - Pensamento abstrato. Conceitos; produtos da imaginao.

    Centro Frontal - Unio do Self no todo, no no ego.

    Centro Coronrio - Nirvana.

    (cit. por Pierre Weil, "Mstica do Sexo", pp 104/105).

    A referncia aos chakras como centros de conscincia permite-nos entender uma passagem de "OLivro dos Espritos", aparentemente defasada no tempo, mesmo na poca de sua recepo. Noitem 146, Allan Kardec registrou o ensinamento dos Espritos sobre a sede da alma:

    "146. A alma tem, no corpo, sede determinada e circunscrita?

    - No; porm, nos grandes gnios, em todos os que pensam muito, ela reside mais particularmentena cabea, ao passo que ocupa principalmente o corao naqueles que muito sentem e cujasaes tm todas por objeto a humanidade.

    a) Que se deve pensar da opinio dos que situam a alma num centro vital?

    - Quer isso dizer que o Esprito habita de preferncia essa parte do organismo, por ser a o ponto

    de convergncia de todas as sensaes. Os que a situam no que consideram o centro davitalidade, esses a confundem com o fludo ou princpio vital. Pode, todavia, dizer-se que a sede daalma se encontra especialmente nos rgos que servem para as manifestaes Intelectuais emorais."

    Naturalmente que, do ponto de vista fsico, na poca de Kardec j se considerava o crebro comoa sede do pensamento, pelo que no havia razo para referncia ao corao, como sede da alma,nem outra parte do organismo fsico. A referncia, portanto, era aos chakras localizados alturado corao ou altura do crebro, com suas ligaes correspondentes, centros de ligaopreponderante da alma ao corpo fsico.

    Segundo Andr Luiz, as trs regies fundamentais no processo de liberao da alma (econseqentemente de ligao do perisprito ao corpo fsico) so: "o centro vegetativo ligado ao

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    6/33

    ventre, como sede das manifestaes fisiolgicas; o centro emocional, zona dos sentimentos edesejos, sediado no trax, e o centro mental, mais importante por excelncia situado no crebro"("Obreiros de Vida Eterna", FEB, 1956, p. 210). Isto significa que o perisprito est mais ligado adeterminadas regies. Anota Alice Bailey que na humanidade comum o centro larngeo estcomeando a despertar (Jung dizia que o europeu pensa pela garganta, Miguel Serrano, op. cit., p.71), enquanto os centros cardaco e coronrio dormem. Mas, - "No ser humano altamenteevoludo, no lder da raa, o filsofo intuitivo e o cientista, assim como nos grandes santos, ocentro coronrio e o cardaco comeam a fazer sentir sua vibrao; determinase a prioridade docoronrio e do cardaco pelo tipo de pessoa e pela qualidade de conscincia emocional e mental"("El alma y su mecanismo", Kier, B. Aires, 1967, pp. 110/1).

    A observao coincide com o ensino constante do Item 146 do "Livro dos Espritos".

    CHAKRAS E MEDIUNIDADE - Uma experincia interessante s vezes registrada nas reuniesmedinicas - alguns Espritos ao se comunicarem o fazem atravs do chakra solar (umbilical),porque o mdium psicofnico, embora emitindo a voz pela boca, sente como se ela estivesse

    saindo a partir da regio onde se localiza o umbigo (a observao, por enquanto, limitou-se acasos de Espritos necessitados).

    A comunicao medinica se opera com o auxlio dos chakras, e quanto maior o nmero dechakras envolvidos na ligao, maior a sua perfeio. Quando esta ligao no se faz como seriade desejar, a comunicao se dar atravs de comunho mental, reduzida ao mnimo a influnciasobre os centros neuropsquicos (11).

    Andr Luiz destaca a atuao dos centros na comunicao medinica, em se referindo, no livro"No Mundo Maior" (FEB), mediunidade de Eullia, mdium em desenvolvimento:

    "No entanto, o nosso antigo mdico no encontra em sua organizao psicofsica elementos afinsperfeitos: nossa colaborao no se liga a ele atravs de todos os seus centros perispirituais; no

    capaz de elevar-se mesma freqncia de vibrao em que se acha o comunicante; no possuisuficiente "espao interior" para comungar-lhe as idias e os conhecimentos; no lhe absorve oentusiasmo total pela Cincia, por ainda no trazer de outras existncias, nem haver construdo, naexperincia atual, as necessrias teclas evolucionrias, que s o trabalho sentido e vivido lhe podeconferir" (palavras do Esprito Calderaro).

    Esclarece Andr Luiz que em vista disto s atravs da boa vontade o Esprito comunicante eEullia podiam comunicar-se, e, por isto, o mdico teria que despir-se da nomenclatura e tcnicacientficas se quisesse identificar-se com a mdium. Para isso teria de adotar a -"comunhomental, reduzindo ao mnimo a influncia sobre os centros neuropsquicos" (op. cit.) (12).

    A EXISTNCIA DOS CENTROS - Ainda que toda literatura clssica do hindusmo d por

    assentada a existncia dos centros, encontramos opinies isoladas negando-lhes a realidade.Gopi Krishna sustenta a sua inexistncia por no se ter deparado com nenhum deles durante aaventura vivida com o despertamento da Kundalini ("Kundalini", Ed. Record, p. 196). Para ele aexistncia dos chakras foi sugerida como uma forma de ajudar o discpulo a concentrar-se,chamando sua ateno para "os pontos mais sensveis e mais suscetveis aos efeitos dos centroscerebrais e nervosos, bem como para simbolizar a castidade". Esclarece que ele nunca se dedicouao yoga tntrico, no qual a prtica de pranayana e a meditao nos centros nervosos soessenciais; se o tivesse feito, com a convico na existncia dos ltus, teria confundido "asluminosas formaes e discos incandescentes de luz, ao longo da medula espinhal, nas diversasjunes nervosas, por chakras ou ltus, e no meu estado de imaginao excitada teria sido levadoinclusive a perceber de forma bem viva, as letras snscritas e as deidades que presidem cadachakra, sugeridas pelas imagens j presentes em minha mente" (op. cit. p. 197).

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    7/33

    Pode-se de imediato verificar que a reserva de Gopi Krishna a respeito dos chakras devido a noter visualizado os chakras na forma descrita pelas escrituras hindus, em que cada um delesaparece com um pecolo mandlico, arrodeado de ptalas com letras snscritas, contendo no seuinterior uma forma geomtrica (Yantra), um animal (nos quatro primeiros), duas divindades (umamasculina e outra feminina) e uma letra snscrita (bija mantra). Ele viu os chakras, portanto, o queele no percebeu foram os detalhes existentes nas escrituras hindus.

    evidente que isto no seria o bastante para descartar a realidade dos chakras. Leadbeater, porexemplo, no encontrou tais alegorias e, por isto, manifesta a opinio de que "os desenhostraados pelos yogues hindus para o uso de seus discpulos so sempre simblicos, e noguardam relao com o efetivo aspecto do chakra, exceto a indicao da cor e o nmero deptalas" (op. cit., p. 115). No entanto, atesta a existncia dos chakras com o pecolo central e asptalas. Se relermos os trechos de Gopi Krishna, verificamos que, em realidade, ele se deparoucom os chakras: "as luminosas formaes e discos incandescentes de luz, ao longo da medulaespinhal, nas diversas junes nervosas". Acontece que, como sua experincia ocorreu comrepercusses sobre o corpo fsico muito evidentes, tomou ele tais discos apenas como resultantes

    das junes nervosas, j que no percebia os smbolos da literatura hindu, sem atentar queexatamente nestas junes (plexos) localizam-se no duplo os chakras etricos. No entanto, adescrio que d dos discos precisa quanto aos chakras - "... discos luminosos girando,enfeitado com luzes, ou lembram flores de ltus em plena florescncia, reluzindo aos raios de sol.O crculo de incandescncia irradiante envolvendo a cabea, tingindo s vezes com cores do arco-ris, e sustentado pela estreita faixa de luz que se move em ascenso ao longo do dueto espinhal,tambm ostenta uma inconfundvel semelhana com um ltus em florescncia. (...) Assemelha-sede fato a um deslumbrante ltus de brilho extraordinrio, tendo milhares de ptalas a denotar suasdimenses avantajadas." (op. cit. 196/197)

    OS SMBOLOS DOS CHAKRAS NA OPINIO DE MOTOYAMA - A respeito dos smbolosindicados no Shat-chakra-Nirupana de interesse conhecer a opinio de Hiroshi Motoyama. Afirma

    o pesquisador japons que, em sua prpria experincia de despertamento dos chakras, ele nuncapode perceber os smbolos referidos (op. cit., p. 238). Apesar disto, ele est convicto de que noso apenas meros smbolos, mas que h uma realidade neles. Transcrevemos alguns pargrafosda obra pela importncia das experincias relatadas a respeito.

    "Superficialmente, estes detalhes podem parecer ser meras representaes simblicas, ou talvezfiguras que podem ser visualizadas para facilitar a meditao. Contudo, os relatos de muitaspessoas que tm experimentado o treinamento espiritual comprovam muitos dos detalhes descritosaqui (no Shat-chakra-Nirupana). Por exemplo, indivduos que se concentram nos chakrasmuladhara ou swadhisthana - mesmo aqueles que no possuem qualquer conhecimento anteriordo simbolismo do chakra - freqentemente relatam o brilho semelhante a uma chama seja emredor do perneo ou abaixo do umbigo. Isto pareceria corresponder s ptalas vermelhas queesses dois chakras, segundo se diz, possuem. Eu achei plausvel que as cores designadas de

    cada chakra possam representar a colorao de sua aura na dimenso astral, e que os outrossmbolos possam ter realidade".

    " de particular interesse aqui a experincia de minha me, uma personalidade religiosa bemrespeitvel e altamente evoluda. De seus 20 a 30 anos ela praticou-o ascetismo da guafreqentemente no fundo das montanhas. Durante esta prtica ela muitas vezes viu em redor deseu corao um caractere como de um barco invertido circundado por brilhante luz dourada.Quando ela perguntou-me pela primeira vez o que era, eu no soube, mas um ano ou dois maistarde eu comecei a estudar Snscrito e li este Shat-chakra-Nirupana. Eu compreendiimediatamente que o "barco invertido" que ela descreveu no era outra coisa do que o "YAN", obija mantra do chakra anahata. Alm disso, a luz dourada que ela percebeu est provavelmenterelacionada ao tringulo dourado localizado dentro do bija (veja a figura do chakra Anahata,

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    8/33

    segundo as escrituras hindus, na obra de Leadbeater - "Os Chakras"). Em seu livro Os Chakras, oRev. C. W. Leadbeater, tambm descreve o anahata como brilhando com uma cor dourada".

    "Por conseguinte, em minha opinio, as descries dos chakras no Shat-chakra-Nirupana so maisdo que meras representaes simblicas. Eu estou de acordo com Swami Satyananda Sarasvati,que declara em seu Tantra of Kundalini Yoga, que existem numerosos mundos alm da nossaconscincia comum nas dimenses astral e causal onde estas figuras geomtricas, cores e slabaspodem realmente existir. Sem dvida, muitos detalhes iconogrficos, bem como as habilidadesparanormais e estados mentais descritos aqui (no Shat-chakra-Nirupana) como associados comcada chakra, correspondem exatamente com a experincia de vrios ascetas de muitas religiesem todas as partes do mundo" (op. cit., pp. 183/184; vide tambm pp. 238/239).

    CLARIVIDNCIA - Com isso no se quer afirmar que na vidncia e na sua interpretao nopossa haver condicionamento sua crena. As vises so sempre "coadas" atravs do vidente, ecada vidente, alm do seu ngulo personalssimo de "ver", de conceber o mundo, tambm oproduto de uma determinada cultura e de seu determinado momento histrico. O que se vobjetivamente passa pelo crivo da subjetividade do vidente. Acrescente-se a isto a Interpretao do

    objeto, isto , da viso, exatamente a parte mais difcil, porque a se torna necessrio distinguirfatos observados e projees mentais de encarnados ou desencarnados captveis pelo mdium.

    Ocorre, evidentemente, um condicionamento crena na vidncia, o que determina, comoconseqncia, seja a viso percebida e interpretada de acordo a ela. Preleciona Emmanuel que"como acontece na alimentao do corpo, a viso, no campo da alma, diferente para cada um"("Clarividncia, in Seara dos Mdiuns", FEB, p. 47). Na vidncia h de distinguir-se, comodissemos acima, o que de fato se passa no momento das projees mentais, que podem terdistintas origens. A recepo de umas e outras subordinam -se ao continente mental que traduz ocaptado em termos visuais.

    Na obra de Tereza de Jesus e de Juan de La Cruz, duas almas cuja grandeza indiscutvel,anotamos, por exemplo, a viso da Trindade. Em uma das vezes em que celebrava a missa,

    afirmou Juan de La Cruz ter visto as Trs Pessoas em uma nuvem muito resplandecente (M.Teixeira Penido, "O Itinerrio Mstico de So Joo da Cruz", Vozes, 1954, p. 61). No h umadescrio pormenorizada da viso, de modo a que nos possibilite a compreend-la fora docontexto catlico, porm uma observao feita por Juan de La Cruz a Ana de Santo Alberto nospermite avaliar o observado. Dizia ele que em companhia daquele mistrio se encontrava to bemque "sem particular auxlio do cu, ser-lhe-ia impossvel continuar em vida" (op. cit., pp. 61162).Ramakrishna fazia observao semelhante referindo-se ao samadhi, com o florescimento do ltusde mil ptalas, onde mora o Satchitdananda Shiva, o Absoluto, afirmando que o indivduo noresistia mais de 21 dias aps esse fato ("El Evangelio de Ramakrishna", tomo II, pp. 16 e 173). So desejo de servir poderia manter "o ego do Conhecimento" ou "o ego da Devoo", evitando amorte. Naturalmente que, por isto, o perodo mencionado no fatal; busca-se avisar o praticantedos perigos de uma subida de Kundalini sem os cuidados necessrios e sem o suporte fsico parasuport-lo. O que importa, no caso, perceber que os efeitos da "experincia", tanto para Juan de

    La Cruz como para Ramakrishna eram os mesmos, o que demonstra a igualdade de valor doobjeto percebido.

    Pierre Weil ao reportar-se s extraordinrias experincias de Muktanananda comparando-as comas de Juan de La Cruz e Tereza de Jesus, comenta:

    "Eles tambm descrevem esses estados de conscincia e vises parecidas, porm dentro docontexto cultural cristo. Tudo indica que a fonte de experincia a mesma; porm a mensagemvem dentro de uma codificao cultural ao alcance de cada pessoa; essa codificao feita poresse "campo informacional" do qual falam os russos" ("A revoluo Silenciosa", Pensamento, p.171).

    A mesma viso pode ser diferentemente percebida. Se o indivduo cristo a viso de uma

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    9/33

    Entidade feminina de alta hierarquia pode ser percebida como a de Maria, mas se ele hindureportar-se- a Shakti, a Me Divina. Mirra Alfassa, a Me do Ashram de Sri Aurobindo, escreveuumas certeiras palavras a respeito (13).

    certo que h experincias espirituais que sobrepassam a toda a espcie de condicionamentomental, quando o vidente se sobrepe a este. Eis, por exemplo, os fatos descritos por SwamiNikhilananda, na Introduo ao 32 vol. de "El Evangelio de Sri Ramakrishna":

    "Sri Ramakrishna ficou fascinado pela vida e ensinos de Jesus. Certo dia, estando sentado na salada casa de campo que Yad Maldick possua em Dakshineswar seus olhos se fixaram em umquadro da Virgem e do Menino. Mirando-o com intensa ateno ficou pouco a pouco embargadopor uma divina emoo. As figuras do quadro tomaram vida e os raios de luz que delas emanaramentraram em sua alma. O efeito dessa experincia foi mais forte que a da viso de Maom.Consternado exclamou: "Oh! Me (referindo-se deusa Kali), que ests fazendo?" E rompendo asbarreiras do credo e de religio, entrou em um novo reino de xtase. Cristo tomou posse de suaalma. Por trs dias no pisou no templo de Kali. Na tarde do quarto dia, enquanto estavacaminhando no Panchavati, viu acercar-se lhe uma pessoa de formosos e grandes olhos,

    expresso serena e tez clara. Ao encontrar-se os dois, ressoou uma voz no mais fundo da alma deSri Ramakrishna: "Eis aqui o Cristo, quem verteu o sangue de Seu corao para redimir ao mundo;quem padeceu um mar de angstia por amor da humanidade. Mestre de Yogues, Ele est empermanente unio com Deus. Jesus, Amor Encarnado". O filho do homem abraou o Filho daDivina Me e Se confundiu com ele. Sri Ramakrishna.experimentou sua identidade com isto, comoj havia experimentado sua identidade com Kali, Rama, Hanumm, Radha, Krishna, Brahma eMaom. O mestre entrou em samadhi e em relao intima com Brahma dotado de atributos" (p.441 vide tambm Swami Vijoyananda Ramakrishna, "Deus Homem", Ed.Vedanta, p. 41).

    CHAKRA FUNDAMENTAL (bsico) - denominado em snscrito de Muladhara (Mula = raiz;adhara = suporte) ou apenas de Adhara. Acha-se situado altura da base da coluna vertebral. formado de quatro (4) ptalas em forma de cruz: a 15 representa o desenvolvimento do reino

    mineral, a 25 do vegetal, a 34 do animal e a 45 do hominal. Powell e Leadbeater indicam a cor dasptalas como sendo de "gnea cor vermelha alaranjada"; Michel Coquet - fogo alaranjada;Aurobindo - vermelha; Tara Michael - carmesin. Nos livrosSchat-chakra-Nirupana e Sva Samhitavermelho.

    Na representao yogue deste chakra v-se um pericrdio em forma mandlica enfechando umquadrado (yantra) de cor amarelo ouro. As ptalas que envolvem o pericrdio so de um vermelhoescarlate. A slaba sagrada (bija) no meio do chakra "'Lan"'. O animal um elefante branco.

    Neste chakra se encontra adormecida a energia bsica, denominada, em snscrito, Kundalini.Ensina Coquet: "A humanidade em geral sobretudo controlada pela vontade de viver e existir;est ali um aspecto de sua conscincia que controla e organiza toda sua vida, e produz tambmisto que ns conhecemos sob o nome de reencarnao. E, do modo que o princpio de vida firma-

    se no corao, do mesmo modo a vontade instintiva e inconsciente de existir est localizada nabase da coluna vertebral" (op. cit., p.54).

    extremamente perigoso o desenvolvimento deste chakra. Exige uma disciplina dos corpos fsico,emocional e mental durante uma srie de reencarnaes, uma moral rigorosa.

    "O aspecto vida domina pois quase inteiramente o centro coccgeo, tendo este por principal funoparticipar na formao do veculo fsico. esta a razo pela qual toda a energia do centro coccgeoest centrada na procura do desenvolvimento e da perfeio ao nvel do corpo denso" (Coquet, op.cit., p. 55).

    O centro fundamental responsvel pela fora e vida das glndulassupra-renais, colocadas naparte superior de cada rim, ao nvel da primeira vrtebra lombar, que segregam importantes

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    10/33

    hormnios: a crtico-supra-renal segrega adosterona, o cortisol e andrgenos, a medula supra-renal segrega a adrenalina.

    Existem chakras mais baixos subordinados, todos eles, ao centro bsico, localizados entre o cccixe os calcanhares, controlando os instintos animais. So Atala, na planta do p; Vitala, no dorso dop; Nitala, na articulao superior da perna com o p; Sutala, no joelho; Mahatala, na parte inferiorda coxa; Rasatala, na parte superior da coxa; Talatala, na parte mdia da coxa. (Uttara-Gitta - II, 26e 27).

    O Uttara-Gitta descreve o Muladhara como:

    "O Patala, onde as cobras vivem enroscadas abaixo do umbigo, o lugar conhecido com o nomede Bhogindra. Este lugar, terrvel como o dia do juzo final e como o ardente inferno, tem tambm onome de Mahapatala. O eternamente denominado Giva, manifesta-se nesta esfera em serpentinaroda, semelhante a um crculo".

    No Muladhara se encontra a base do Sushumna nadi; ali est o lugar de reunio (kanda) da raiz de

    todos os nadis. Nesse centro localiza-se tambm o n Brahma, o 1 n a impedir a subida dekundalini. Os outros dois se encontram no centro cardaco - o n de Vishnu; e no frontal - o n deRudra ou n de Shiva.

    CENTRO ESPLNICO (do bao)- Ele no incluso nas escrituras hindu, entre os sete grandesChakras, Leadbeater, Powell e Coquet incluem-no, no entanto, ao lado dos demais em seusestudos. Por sua vez, Andr Luiz o inclui na relao que d dos mais importantes chakras doperisprito.

    Encontra-se localizado um pouco acima do centro sacro altura do bao e tem a funo deespecializar, subdividir e difundir a vitalidade oriunda do sol (Leadbeater). Em volta do pericarpoesto seis ptalas com as cores vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul e violcea. Segundo

    Coquet, o silncio que em geral fazem os textos devido ao fato dele no ter uma funo noprocesso inicitico, permanecendo apenas ligado ao processo vital, canalizando a vitalidade nadireo dos demais centros.

    "Este centro", diz Coquet, " o agente mais importante da fora inerente matria. " o maisimportante centro ativo distribuidor de energia. Nele esto colocados em contato a via negativa damatria (a energia do esprito) e a energia positiva do duplo etrico (Nous ou Prana). Deste modose produz "a centelha" entre o plano divino e o plano fsico, e isto por intermdio do corpo etrico.A vida dinmica inerente ao oxignio vitaliza o corpo penetrando a princpio pela cabea e pelocorao; entretanto uma corrente mais reduzida e ligeiramente diferente entra no corpo fsico pelobao e se eleva em direo do corao para unir-se a outra corrente" (op. cit., p.p. 79 e 80).

    "No ser humano", continua adiante, "a energia vital do sol assimilada pelo centro etrico do bao

    que , assim o chamo, a contrapartida do bao fsico. Mas o centro receptor principal se acha entreas omoplatas; est situado, precisamente, entre o centro larngeo e o centro cardaco, mas fica,entretanto, mais prximo do corao que da garganta. Um terceiro centro est situado ligeiramenteacima do plexo solar mas permanece adormecido e inativo, ao menos parcialmente, e isto porcausa das condies de vida (poluio) nas grandes cidades" (op. cit., p. 80).

    Segundo Andr Luiz, este centro regula "a distribuio e a circulao adequada dos recursos vitaisem todos os escaninhos do veculo de que nos servimos" ("Entre a Terra e o Cu", p. 128),"determinando todas as atividades em que se exprime o sistema hemtico, dentro das variaesde meio e volume sanguneo" ("Evoluo em dois Mundos", p. 27).

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    11/33

    CENTRO SAGRADO - (sacro ou genital) - denominado no Yoga de Swadhisthana: significa"one is own abode". Isto parece indicar que a morada primitiva de Kundalini situava-se nestechakra, tendo mais tarde descido para o Muladhara. Situado na regio lombar, ao nvel da partebaixa dos rgos genitais, formado de seis ptalas (14).

    Leadbeater e o Garuda Purana indicam como cor o brilho do sol; Coquet, Tara Michael,Schatchakra-Nirupana e o Siva Samhita, apontam o vermelho, e Aurobindo, o vermelho violceo-escuro.

    Na representao yogue deste chakra v-se uma mandala em cujo interior se encontra um nenfarcom oito ptalas brancas como a neve, acompanhado de uma lua crescente (Xantra), com o bijamantra "Vam" ao centro; no interior da lua existe mais oito ptalas. O animal mstico semelhante aum crocodilo makara.

    Do mesmo modo que o centro bsico (Muladhara), o sagrado recebe duas correntes particulares,uma proveniente da prpria Kundalini e a outra da vitalidade solar. A energia que a se concentra de natureza muito material.

    Segundo Coquet, "sua funo o a conversao da vitalidade que anima e sustenta o corpo fsico,como os diferentes rgos de assimilao. Este centro afeta sobretudo os rgos genitais ougnadas, que so a exteriorizao fsica" (op. cit., p. 67). No futuro, ele "dever ser perfeitamentecontrolado e a maior parte de suas atividades sero submetidas vontade e razo", sendo aenergia que alimenta os rgos sexuais transferida para a garganta, possibilitando um nvel maisalto de criao no campo do pensamento e das idias, como j comea a ocorrer entre os grandespensadores da humanidade. este o ponto de vista de Aurobindo:

    "A energia sexual utilizada pela natureza para a reproduo na sua natureza real uma energiafundamental da vida. Ela pode ser utilizada no por uma elevao, mas por uma certaintensificao da vida vital emotiva. Ela pode ser dominada e desviada dos fins sexuais e utilizadapara a criao, e a produtividade esttica, artstica ou outra, ou conservada para elevar as energias

    intelectuais. Inteiramente dominada ela pode tambm ser transformada em uma forma de energiaespiritual. Era um fato bem conhecido na ndia antiga e chamava-se a converso de Retas emOjas pelo Brahmacharya (15). Mal utilizada, a energia sexual conduz desordem e desintegrao da energia da vida e dos seus poderes" (cit. por Coquet, op. cit., p.p. 76/77).

    O descontrole do centro gensico resulta numa exacerbao do prazer sexual, no apego a outroser ou a objetos, no cime e no instinto de posse, na autoproteo. Isto repercuti inclusive na vidaaps a morte. Andr Luiz destaca o fato de que o descontrole do centro gensico impede o Espritode uma viso mais ampla da realidade, mesmo em prejuzo da prpria pessoa que s enxerga oparceiro sexual, "em vista do apego enlouquecedor aos vnculos do sexo" ("Entre a Terra e oCu",. p.27), perturbaes que acabam por eclipsar as qualidades morais j onquistadas.

    Satyananda desenvolve interessantes consideraes a respeito do Swadhisthana, como centro do

    inconsciente. Segundo ele, o centro frontal mantm uma conexo com o centro genital, e destemodo mantm sob controle a mente consciente, incluindo o inconsciente coletivo, que muito maispoderoso que a prpria conscincia individual. Por isto que apesar da maior parte das pessoasno se aperceberem do fato, o inconsciente coletivo quem controla, em grande escala, ocomportamento. O centro genital funciona assim como um computador onde so armazenadas asexperincias dirias, sejam consciente ou inconscientes, tenha importncia individual ou no.Destarte estariam ali os dados referentes s experincias e o karma que contriburam para oprocesso de evoluo humana. H uma parte do karma que existe em potncia e outra parte emque ele se encontra atualizado, mas tanto uma quanto a outra s raramente so conhecidas damente consciente do indivduo. Agora bem, se a energia vital (Kundalini) despertada, elaascende atravs dos chakras, desencadeando todo o processo de evoluo psquica, de modo quetanto o karma ativo como o inativo expandem-se e afluem conscincia. No entanto, se oindivduo incapaz de encarar a tarefa de analisar ou controlar o karma, registrado no centro

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    12/33

    genital, a energia se retrai e desce para o muladhara. O centro genital e o karma ali armazenadoseriam, para Satyananda, um obstculo bastante considervel evoluo,espiritual do homem.Da recomendar o mestre hindu que se procure primeiro despertar o chakra frontal a fim de arredareste obstculo; que a superconscincia que reside no centro frontal totalmente ciente dostrabalhos da mente inconsciente no centro genital, podendo assim controlar o karma desatrelado.

    CENTRO SOLAR - (umbilical ou gstrico) -Seu nome em snscrito Manipura, isto , "cheio dejias". No Tibet denominado Manipadma, "o adornado com jias" (Satyananda). Coquet, noentanto, indica as razes "mani" significando gema flamejante, e "pura", cidade.

    Est situado altura do plexo solar na juno das vrtebras dorsais e lombares, alguns entmetrosatrs da coluna vertebral. No se o deve confundir com o plexo solar que somente um seureflexo. Segundo Leadbeater, "sua cor predominante uma curiosa combinao de vrios matizesdo vermelho, ainda que tambm que contenha muito do verde. As divises so alternativas eprincipalmente vermelhas e verdes" (conf. Powell). Coquet indica-lhe uma cor rosa com umamistura de verde. Tara Michael di-lo apenas flamejante. Aurobindo - violeta; Satyananda - azul

    escuro. O Schat-chakra-Nirupana indica-lhe a cor azul; o Siva Samhita a dourada; e o GarudaPurana - o vermelho.

    Apesar de lhe serem apontadas de um modo geral dez ptalas, o Dhyanabindu Upanishad e oSandilya Upanishad referem-se a doze. A exteriorizao fsica encontra-se no pncreas.

    O Manipura representado como um ltus de dez ptalas de cor cinza plmbeo com letras emsnscrito em cada uma delas. Dentro do mandala se encontra um tringulo vermelho Invertido,com o bija mantra ao centro "Ram".

    "A energia solar, ensina Coquet, uma fora de natureza emocional fortemente influenciada pelosdesejos e pelos nervos sensitivos do tato. O centro solar o crebro pelo qual reage o reinoanimal; semelhantemente conscincia de uma grande parte das pessoas pouco evoludas e dos

    aspirantes sobre a senda est fundamentalmente polarizada no centro solar" (op. cit., p. 84).

    Este centro se "responsabiliza pela penetrao de alimentos e fluidos em nossa organizao"(Andr Luiz, op. cit., p. 120.; "Evoluo em dois Mundos", p. 27).

    O centro solar est relacionado em particular com o centro cardaco, o timo e o centro frontal,ligao que depende em seu funcionamento do seu desempenho satisfatrio.

    O despertamento do centro solar revela uma natureza benevolente e cheia de compaixo. Entre ospoderes que disto decorrem esto o domnio sobre o fogo, a habilidade de ver o corpo por dentro,o livrar-se de doenas e a aptido para enviar o prana ao centro cardaco; alm disto, aconcentrao sobre o manipura desenvolve a digesto (Satyananda). Leadbeater, por sua vez,assinala que seu despertar condiciona o indivduo a perceber as influncias astrais, distinguindo

    vagamente sua qualidade, possibilitando a percepo de que existem locais que so agradveis eoutros no, embora sem identificar a causa.

    Uma grande parte da energia da natureza emocional e astral se derrama pelo centro solar,devendo cada indivduo esforar-se por transmutar esta energia em aspirao, porque por ele que operam o mdium e o vidente (Coquet).

    A grande tarefa encontra-se em transferir as energias do centro solar para o cardaco. Localizadoentre os chakras inferiores e os superiores, o solar um centro de sntese onde se renem asenergias dos centros inferiores que devem ser elevadas; o ponto de fuso entre as energias dapersonalidade e as da alma. O indivduo pode optar pelo desenvolvimento espiritual, buscandoelevar a conscincia a nveis superiores ou pode preferir mant-la unida aos centros inferiores, oque o tornar egosta, egocntrico, hipersensvel, angustiado, etc. As doenas de fundo emocional,

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    13/33

    geralmente causadas pelas frustraes e inibies, encontram nele sua causa. Tambm os malesdo estmago, do intestino, as perturbaes hepticas, etc., decorrem de perturbaes no centrosolar.

    O desenvolvimento do centro solar, -como de todos os demais centros, acarreta determinadasperturbaes relacionadas com a qualidade da energia respectiva. Por isso Coquet adverte que sefaa um esforo consciente com relao ao centro solar e vida emocional, "a usura e adegradao que surgem predisporo o indivduo a uma frgil santidade, na verdade inexistente eisto por causa das energias interiores mal dirigidas e sobretudo mal empregadas". (op. cit., p. 85).Torna-se indispensvel operar a transferncia de energia para o centro cardaco.

    Coquet recomenda que as pessoas cuja conscincia ainda est fortemente localizada no centrosolar, que se exprime mais pela emoo que pela razo, devem abster-se de exercciosrespiratrios e at de exerccios cuja finalidade seja desenvolver faculdades psquicas: no 1 caso,porque os exerccios respiratrios s fariam intensificar desejos e emoes; no 2 caso, porque odesenvolvimento obtido se prender s foras Instintivas de sua natureza menos elevada.

    CENTRO CARDACO - Em snscrito denominado de Anahata (imbatvel, inviolado), estandosituado entre as omoplatas, ligeiramente esquerda da espinha dorsal. Satyananda esclarece queao contrrio do corao fsico, o espao astral ocupado por este chakra vasto e informe.

    Possui doze ptalas, correspondendo aos doze raios de sua energia primria. No entanto, o YogaKundalini Upanishad aponta-lhe 16 ptalas. Segundo Leadbeater, Powell e Tara Michael, elasseriam de uma brilhante cor de ouro; para Coquet - sua cor prxima do amarelo ou ouroincandescente; para Aurobindo o rosa dourado. Satyananda descreve-o como normalmenteescuro, tornando-se de um vermelho radiantemente brilhante quando ativado. O Schat-chakra-Nirupana atribui-lhe o vermelho; o Siva Samhita, o vermelho escuro e o Garuda Purana, odourado.

    Andr Luiz indica-o como centro da emoo e do equilbrio geral ("Entre a Terra e o Cu", p. 128),dirigindo a circulao das foras de bas e ("Evoluo em dois Mundos", p. 27).

    Ele representado por um ltus de cor escura com doze ptalas de cor vermelha em torno. Nointerior do mandala se acham dois tringulos entrelaados (estrela de Salomo), de cor cinzaesfumaado. O animal uni antlope negro e o bija a letra "Yam". Ele se torna, quando ativado, deum radiante brilho.

    o centro do amor e diz respeito ao princpio espiritual do ser.

    Leadbeater Indica um segundo ltus no corao, abaixo do maior (op. cit., p. 129). Aurobindo, noentanto, em "More Lights on Yoga"', traduzido como 32 volume da coleo "A Conscincia que v",afirma:

    "Nunca ouvi falar de dois ltus no corao; mas ele a sede de dois poderes - na frente, o vitalmais alto ou ser emocional, atrs, e escondido, o ser psquico ou alma" (p. 207).

    Como funo do centro cardaco, aponta Aurobindo, por isso, o comando do ser emocionalsuperior, da parte mais elevada do vital, com o psquico profundamente atrs (vide p.p. 203 a 205).

    "O centro do corao", ensina Coquet, "ter todas as chances de desenvolver-se armoniosamentee sem perigo se o nefito, ou o homem em geral, viver tendo em considerao sobretudo osinteresses do grupo, cultivando o sentido amplo da fraternidade e da tolerncia, amandocoletivamente e buscando servir o plano divino sem preocupao de agradar, de ser apreciado ourecompensado". Seria perigoso procurar os poderes criadores do centro larngeo antes que odespertar do centro cardaco no tenha comeado, adverte ele.

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    14/33

    Esta a atitude natural que procura cultivar o Karma-yoguin, tambm recomendado pelosinstrutores espirituais que supervisionam a elaborao da Doutrina Esprita; encontra-se retratadaem todo decorrer da vida do Cristo, que sempre fez referncia no s atuao criadora do Pai,como tambm ao magistrio divino, na revelao da Boa-Nova.

    Entre as habilidades que resultam do seu despertamento, Satyananda indica:

    a) aquisio do controle do ar;

    b) o despertar de um amor no individualista e csmico;

    c) desenvolvimento da eloqncia e do gnio potico;

    d) aquisio do poder de ter seus desejos satisfeitos;

    e) tornar o sentido do tato to sutil que pode sentir a matria astral, atravs do sentido astral,

    sensao que pode ser transmitida a outros (o sentido desse chakra a pele e o rgo ativo, ocorao).

    Motoyama acrescenta que seu despertar provoca o desenvolvimento do poder de cura psquica."Prana pode ser transmitido atravs das palmas das mos e dirigido rea doente do corpo deoutra pessoa. A tcnica bem conhecida da "imposio das mos" est provavelmente relacionadacom o estabelecimento de uma conexo Intima entre o anahata e as mos. Poderes psicocinticostambm se desenvolvem quando o anahata despertado" (op. cit., p. 231).

    CENTRO LARNGEO - Em snscrito, denomina-se Vishudda, palavra derivada de "shuddhi", quesignifica purificar. Situa-se base.e atrs da garganta, na nuca, na juno da espinha dorsal e damedula espinhal alongada, no Sushumna nadi, corresponde glndula tireide; estende-se at a

    medula alongada, envolvendo a glndula cartida, indo na direo das omoplatas, relacionando-se, ainda, com os plexos nervosos da faringe e da laringe.

    Possui dezesseis ptalas na periferia, nas quais, segundo Leadbeater, "embora haja bastante doazul em sua cor, o tom predominante o prateado brilhante, parecido com o fulgor da luz da luaquando roa o mar. Em seus raios predominam alternativamente o azul e o verde" (p. 28). Powellindica-lhe o prateado brilhante com muito azul. Aurobindo cinza; Satyananda - cinza-violeta; Schat-chakra-Nipurana - purpreo escuro; Siva Samhita - ouro brilhante; o Garuda Purana - prateado.

    representado com um ltus transparente com dezesseis ptalas de cor cinza fumaa (violeta-cinza). No pericrdio se encontra um crculo de cor branca (Yantra) envolvido por um tringulo; nocentro est o bija mantra "Ham". O animal o elefante.

    O centro larngeo tem a funo de purificar o corpo, eliminando os venenos provenientes doexterior. A glndula tireide, que corresponde ao centro larngeo, tem uma funo antitxicas. Almdisto, a conscincia criadora reside neste centro. , segundo Aurobindo, "a mente fsica, aconscincia externalizadora expressiva" (op. cit., p. 203). A expresso da verdade, atravs dopensamento, da palavra e da ao, feita atravs do centro larngeo. Para isto necessria aharmonia do centro criador ou sagrado com o larngeo, pois necessrio que as foras daqueletenham sido elevadas ao outro centro criador, o larngeo (Coquet).

    O centro larngeo o responsvel pela recepo das ondas telepticas; dali so transmitidas aoutros centros. O reconhecimento consciente pode ocorrer nestes ltimos, o por isso o indivduopode sentir como se os pensamentos de outros estivessem sendo registrados altura do centroumbilical ou de outros centros.

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    15/33

    A respeito, ensina Powell:

    "O despertar do centro astral correspondente d a faculdade de ouvir os sons do plano astral, isto, a faculdade que no mundo astral produz efeito semelhante ao que denominamos audio domundo fsico".

    "Quando o centro etrico est desperto, o homem em sua conscincia fsica ouve vozes que svezes lhe fazem todas as espcies de sugestes. Pode ouvir msica, ou outros sons menosagradveis".

    "Quando funciona plenamente, o homem se torna clariaudiente nos planos etrico e astral" ("DuploEtrico", p. 63).

    CENTRO FRONTAL - (cerebral; ltus medular) - denominado, em snscrito Ajna, cujas razessignificam "saber" e "obedecer". Ajna significa "comandar". , pois, como o nome indica, um"centro de comando".

    Localiza-se altura da raiz do nariz entre os dois olhos, no ponto onde os nadis Ida, Pingala eSushumna se encontram para formar um nico canal que segue em direo ao Sahasrara. Aosolhos do clarividente ele surge no meio da testa. tambm a opinio de Aurobindo.

    Est dividido em duas partes, cada uma das quais com 48 ptalas (= 96), por isto as escriturashindus s se referem a duas ptalas. Uma delas, segundo Leadbeater, de cor rosada, com muitoamarelo, enquanto na outra sobressai um azul-purpreo (correspondentes com as cores vitalidade- prana - que o chakra recebe). Coquet e Powell indicam as mesmas cores. Satyananda cor cinza(ele destaca que outros autores descrevem-no como transparente). preciso no esquecer queSatyananda descreve sempre os centros astrais, enquanto Leadbeater, os etricos. Aurobindoindica-lhes a cor branca.

    representado como um ltus branco resplandescente com duas ptalas. No centro do pericrdicoencontra-se um tringulo branco invertido contendo o Itara-Linga luminoso como um cristal e o bija-mantra "Om".

    A fora vital coletada atravs dos nadis distribuda parte para o Sahasrara e parte para os corposfsico, astral e causal.

    Satyananda ensina que este centro est conectado com a glndula pineal (epfise). TambmCoquet adverte haver uma "interessante relao de forma entre os dois lobos da glndula pituitria,cuja funo, especialmente ligada ao mental e aos sistemas nervosos, e por natureza dupla, comos dois lados do centro frontal".

    Para Coquet a sua principal funo estaria em desenvolver no homem uma verdadeira

    personalidade, um "ser interior", resultado das encarnaes anteriores e de milhares deexperincias. Seres que no possuem uma personalidade definida e prpria, so apenas estaesrepetidoras de pensamentos, idias e aparncias alheias, influenciados que so pela publicidade,cinema, leitura, multido e, acrescentamos, televiso. As pessoas que procuram manter umaaparncia (cultura, arte de falar, de vestir-se, etc.) agem ensaiando comportar-se como os quepossuem verdadeira personalidade e assim surge o culto, a idolatria, ou simplesmente a procurade um mestre. Isto efeito da falta de desenvolvimento do centro frontal.

    Quando um homem, pelo contrrio, observa Coquet, revela um carter idntico a si mesmo, calmo,flexvel, sereno e simptico, cujo humor sempre igual e a personalidade atraente, imponente emagntica, est sem dvida agindo corretamente pelo centro frontal.

    Para Aurobindo, este o centro de comando da vontade, da viso e do pensamento dinmico.

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    16/33

    A concentrao sobre o centro frontal geralmente feita no ponto entre as sobrancelhas.Satyananda adverte que necessrio despert-lo primeiro que qualquer outro centro. Para ele,este chakra tem o poder de dissolver o karma, auxiliando com isto a diminuir qualquer perigo quepossa surgir com a ativao do karma de nveis mais baixos.

    Segundo Satyananda, o despertar do centro frontal permite o contato com o "guru interior", a fonteinata do conhecimento e sabedoria profundos que reside no centro frontal individual ou at com o"guru exterior", o nosso anjo guardio (o guia espiritual). Alm disto, ele possibilita tambmcomunicaes telepticas e percepes clarividentes.

    "O centro cerebral", ensina Andr Luiz, "se represent a no crtex enceflico por vrios ncleos decomando, controlando sensaes e impresses do mundo sensrio" ("Evoluo em dois Mundos",FEB, p. 99; vide tambm p. 125).

    CENTRO CORONRIO - Em snscrito denominado de Sahasrara. Coquet esclarece que se lhed tambm o nome de Brahmarandhra, cuja verdadeira traduo significa "orifcio divino e

    representa a haste do chakra coronrio ou, para ser preciso, a fontanela etrica por onde escapa aalma no momento da transio" (p. 131).

    Est situado na parte superior da cabea. A aura colocada sobre a cabea dos santos correspondeao Sahasrara. Ele composto de duas partes: a parte central com doze ptalas maiores, menosativa, e outra ao redor desta com novecentos e sessenta ptalas menores, vibrando com incrvelrapidez. Ao contrrio dos demais chakras que, ao desabrocharem, voltam-se para o alto, ocoronrio mantm sempre a sua posio invertida.

    o mais luminoso dos chakras. Leadbeater descreve-o como possuidor de indescritveis efeitoscromticos, parecendo conter todos os matizes do espectro, embora seja o violeta a corpredominante; a parte central de um branco fulgurante com um ncleo cor de ouro. Coquetensina que ele surge como um maravilhoso sol, branco brilhante de mil flores douradas. O Shat-

    chakra-Nirupana descreve-o como tendo a cor de um jovem sol, portanto o branco brilhante.Motoyama indica-o como um disco de cor de ouro ou de luz rosada.

    Os livros hindus denominam -no o "ltus de mil ptalas", de cor branca e com a corola voltada parabaixo, cerca de quatro polegadas acima da parte mais alta da cabea.

    O chakra coronrio no est relacionado com nenhum plexo e sim com a glndula pineal. Arespeito, Leadbeater destaca a existncia de uma diferena de acordo com os tipos de indivduos.Em muitos deles "os vrtices do sexto e do stimo chakras astrais convergem ambos ao corpopituitrio, que em tal caso o nico enlace direto entre o corpo fsico denso e os corpos superioresde matria relativamente sutil". (...) "Mas outros indivduos, embora ainda aliem o sexto chakra como corpo pituitrio, inclinam o stimo at o seu vrtice coincidir com o atrofiado rgo chamadoglndula pineal, que, em tal caso, se reaviva e estabelece ligao direta com o mental inferior sem

    passar pelo intermedirio comum do astral" (p.p. 94/95).Andr Luiz assinala como funo sua a assimilao dos estmulos do Mundo Espiritual Superior, aorientao da forma, do movimento e da estabilidade do metabolismo orgnico e da vidaconsciencial dos Espritos encarnados ou desencarnados, supervisionando, alm disso, os outroscentros que lhe obedecem ao impulso, procedente do Esprito, porque ali se encontra exatamenteo ponto de Interao entre as foras determinantes do esprito e as foras fisiopsicossomticasorganizadas (conf. "Evoluo em dois Mundos" p.p. 26127).

    "Dele parte, desse modo, a corrente de energia vitalizante formada de estmulos espirituais comao difusvel sobre a matria mental que o envolve, transmitindo aos demais centros da alma osreflexos vivos de nossos sentimentos, idias e aes, tanto quanto esses mesmos centros,interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos rgos e demais implementos de

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    17/33

    nossa constituio particular, plasmando em ns prprios os efeitos agradveis ou desagradveisde nossa Influncia e conduta" (op. cit., p. 27).

    Pela determinao da vontade, a mente se apropria dos elementos sua volta e cria livremente,mas o centro coronrio fixa, de modo automtico, a responsabilidade correspondente a essascriaes, conduzindo ao corpo causal as seqncias das aes e Inaes, felizes ou infelizes(conf. op. cit., p. 28 e "Nosso Lar", FEB, p. 59).

    Com relao ao mecanismo de ao do centro coronrio sobre o corpo fsico e a origem dopensamento, ensina Andr Luiz - ". ..o centro coronrio, atravs de todo um conjunto de ncleos dodiencfalo, possui no tlamo, para onde confluem todas as vias aferentes cortia cerebral, comexceo da via do olfato, que a nica via sensitiva de ligaes corticais que no passa por ele(contudo, essa via mantm conexes com alguns ncleos talmicos atravs de fibras provenientesdo corpo mamilar, situado no hipotlamo), vasto sistema de governana do Esprito, portanto a,nessa delicada rede de foras, atravs dos ncleos intercalados nas vias aferentes, atravs dosistema talmico de projeo difusa e dos ncleos parcialmente abordados pela cincia da Terra(quais os da linha mdia, que no se degeneram aps a extirpao do crtex, segundo

    experincias conhecidas), verte o pensamento ou fludo mental, por secreo sutil no do crebro,mas da mente, fluido que influencia primeiro, por intermdio de impulsos repetidos, toda a regiocortical e as zonas psicossomatossensitivas, vitalizando e dirigindo o cosmo biolgico, para, emseguida, atendendo ao prprio continusmo de seu fluxo incessante, espalhar-se em torno do corpofsico da individualidade consciente e responsvel pelo tipo, qualidade e aplicao de fludo,organizando-lhe a pscosfera ou halo psquico, qual ocorre com a chama de uma vela que, em sevalendo do combustvel que a nutre, estabelece o campo em que se lhe prevalece a influencia"("Evoluo em dois Mundos", FEB, p. 99; vide tambm p. 125) (16).

    Se por um lado as energias do plano espiritual atingem, atravs do coronrio, os outros centros,por outro as energias provenientes de outros centros o atingem. Assim que ali desemboca aenergia violeta proveniente do centro larngeo e a energia amarela originria do centro cardaco.

    A ativao deste centro surge com a integrao com o Pai: a realizao da vontade de Deus, ocolocar-se integralmente, sem condies ou reticncias nas mos do Divino, o que determina a suaativao. O discpulo j no vive, mas Deus que vive nele, em Deus vive e em Deus se move,como afirma Paulo. Ali se encontra a abertura do Reino dos Cus. Juan de La Cruz grafou:"Porque logo que a alma desembaraa estas potncias (sentidos, entendimento, memria evontade) e as esvazia de tudo o que inferior (terrestre) e da propriedade de tudo que superior(apego ao celeste), ficando elas a ss sem nada disso, imediatamente Deus as emprega noinvisvel e divino, e Deus o guia nesta solido" (Cntico - 18 verso - XXXIV, n 5; 28 versoXXXV, n 5). necessrio uma completa desnudez de Esprito, uma completa "deoverso", umareorientao da alma para Deus. Quando a alma se aparta de tudo o que no Deus, "logo ficaesclarecida e transformada em Deus e Deus comunica-lhe o seu ser sobrenatural de tal maneiraque parece o mesmo Deus e teia o que tem o mes mo Deus... Esta unio faz-se quando Deusconcede alma a sobrenatural merc de todas as coisas de Deus e da alma serem uma s coisa

    em transformao participante; e a alma mais parece Deus que alma, at Deus porparticipao..." (Juan de La Cruz - "Subida do Monte Carmelo", Livros II, cap. V, n 7). Eis a umaperfeita idia do Samadhi, j que a experincia indescritvel. A alma penetra na 7 morada(Teresa de vila).

    Esclarece Leadbeater que medida que o ser cresce espiritualmente, o centro coronrio vaiaumentando at tomar toda a parte superior da cabea:

    "No princpio , como todos os demais chakras, uma depresso do duplo etrico, pela qual penetraa divina energia procedente do exterior. Mas quando o homem reconhece rei da divina luz e semostra magnnimo com tudo o que o rodela, o chakra coronrio reverte, por assim dizer, de dentropara fora, e j no um canal receptor, mas uni radiante foco de energia, no uma depresso,

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    18/33

    mas uma proeminncia ereta sobre a cabea como uma cpula, como uma verdadeira coroa deglria" (op. cit., p. 30).

    KUNDALINI

    A energia vital bsica reside no centro fundamental (muladhara). Os hindus a chamam deKundalini - o fogo serpentino. L est a concentrao energtica que supre o corpo humanoatravs dos nadis - Ida e Pingala. Esta energia no mais que a transformao do que Kardecdenominou de fluido universal; o principio vital. Confere plenamente com isto a observao deCoquet - " unicamente graas a esta energia que o mundo pode existir, e, em ltimo lugar, ela afora primitiva que est subjacente a toda a matria orgnica e inorgnica." Isto concordaplenamente com o que ensina o Esprito Galileu a respeito do fluido Csmico:

    "Esse fluido penetra os corpos, como um oceano imenso. nele que resido o princpio vital que dorigem vida dos seres e a perpetua em cada globo, conforme condio deste, princpio que, em

    estado latente, se encontra adormecido onde a voz de um ser no o chama. Toda criatura, mineral,vegetal, animal ou qualquer outra - porquanto h muitos outros reinos naturais, de cuja existncianem sequer suspeitais - sabe, em virtude desse princpio vital o universal, apropriar as condiesde sua existncia e de sua durao".

    "As molculas do mineral tm uma certa soma dessa vida, do mesmo modo que a semente doembrio, a se agruparem, como no organismo, em figuras simtricas que constituem os indivduos"(Allan Kardec "A Gnese", FEB, cap. VI, n 18).

    Na cincia ocidental, geralmente a Kundalini desconhecida como tal, pois ela res ide no corpoinvisvel. Entretanto seus reflexos so identificados na psicologia. Freud estudou-a como umaenergia sexual- a libido que diminuiria a prpria vida. Com mais correo, Jung chamou aateno de que a energia psquica no originariamente sexual - a libido para ele neutra, sujeita

    a transformaes de acordo com a orientao que lhe dada. O prprio Freud, ainda que preso energia sexual - admitiu estas transformaes a que chamou de sublimao do instinto sexual. Emrealidade, a energia psquica em seu desdobrar-se vai sendo dirigida para cada um dos vrioscentros de fora podendo cristalizar-se em um deles. A exaltao da libido sexual teria como fatora concentrao da energia psquica no centro gensico, dando quele que estuda paralelamente ofenmeno a idia de que toda energia de origem sexual. Por outro lado, de observar-se que odespertar de Kundalini provocou uma gerao anmala de smen, que vo sendo consumidos namedida em que a energia sobe em busca dos centros superiores.Uma viso parcial da questo pode dar a idia de que a energia em si de ordem sexual.

    Obstruda que se encontra sua passagem no Sushumna pelo n (granthi) de Brahma, a Kundalinino tem acesso aos demais centros em linha reta. A ruptura deste n e dos subseqentes alturado centro cardaco (n de Vishnu) e do frontal (n de Rudra), com a subida da Kundalini tambm

    pelo canal central unindo assim os trs nadis, torna-se extremamente perigosa, podendo resultarna loucura e na morte, quando mos inexperientes tentam realiz-lo. A projeo de Kundaliniatravs dos centros inverte o processo natural - que a ascenso natural se realiza depois que oscentros esto desabrochados e os canais ao longo da coluna vertebral se encontram livres. Atriangulao das energias resulta numa queima extravagante, se o indivduo no se encontradevidamente preparado fsica, mental e moralmente, determinando sua destruio. Da anecessidade de um gula para a realizao de tal ascenso. O prprio circuito de ascenso deKundalni distinto de indivduo para indivduo e vai depender do despertamento de seus centros.A medida tambm distinta. As experincias so mais ou menos profundas. As descriespropiciadas por Ramakrishna, Gopi Krishna, Motoyama e Pierre Weil conduzem a esta assertiva.Essas gradaes so prprias da experincia espiritual, e por isto Juan de La Cruz dividiu osespirituais em trs classes: principiantes, aproveitados e perfeitos. Existem, segundo ele, muitosgraus de unio. Alm disso, pode dar-se o despertar da Kundalini de modo gradual ou

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    19/33

    repentinamente, causando efeitos diversos de acordo com o desenvolvimento, constituio etemperamento dos indivduos (conf. Gopi Krishna, op. cit., p. 58).

    Eis aqui trechos do encontro de Gopi Krishna com a Kundalini, enquanto meditava:

    "De repente, como o bramir de uma cachoeira, senti um fluxo de luz liquida penetrar no crebro,atravs da modula espinhal.

    A iluminao ntima se intensificou, ficando mais forte e brilhante, o bramir aumentou, eexperimentei uma sensao de abalo que me fazia sentir como se estivesse saindo de meu corpo,Inteiramente envolto um halo de luz. impossvel descrever a experi6nca com preciso. Senti oponto da conscincia, que era eu mesmo, crescer de tamanho, circundado por ondas de luz. Fuificando cada vez maior, expandido-me para fora, enquanto o corpo, que normalmente o objetoda percepo Imediata dessa conscincia, parecia estar sumindo na distncia, at que perditotalmente a conscincia dele. Agora eu era Conscincia Pura, livre das limitaes, sem qualquerImpresso ou sensao que pudesse vir dos sentidos, imerso num oceano de luz,simultaneamente sensvel e consciente de cada ponto, expandindo-me, como se abarcasse todas

    as direes, sem qualquer barreira ou Impedimento material" (op. cit., P.P. 10/19).

    Relata Gopi Krishna que, no seu caso, houve uma subida de Kundalini atravs de Pingala, o queresultou numa alterao da temperatura do corpo, tendo ele comeado a queimar-se interiormente;foi necessrio um esforo mental para trazer a corrente de energia para o lado esquerdo, onde seencontra o nadi Ida e em seguida faz-la penetrar pelo Sushumna:

    "Deu-se UM som que lembrava um fio de nervo estalando; instantaneamente um filo prateadocomeou a deslocar-se em ziguezague ao longo da espinha dorsal, exatamente igual aosmovimentos sinuosos de uma branca serpente em fuga rpida, vertendo um, fulgente aguaceiro debrilhante energia vital, a qual em forma de cascata cala dentro do crebro, preenchendo minhacabea com um abenoado esplendor, substituindo o fogo que tinha estado atormentando-medurante as ltimas trs horas" (op. cit., p. 78).

    interessante destacar o fato de que uma luminosidade permanente passou a envolver GopiKrishna e que este passou a perceber a produ o anormal de smen vital que era absorvido pelotrabalho reticular dos nervos, na base da espinha, onde ora transformando, no muladhara, naenergia nervosa transferida para o crebro (p.p. 103 e 104). Esclarece Gopi Krishna que nosmomentos mais dramticos, uma pequena recomendao salvou-lhe a vida fazer leve refeiode 3 em 3 horas, no deixando o estmago completamente vazio (p. 73).

    Ao contrrio do que pensam certas pessoas, somente alguns sistemas tratam do trabalho diretopara ocasionar o despertar de Kundalini - a Laya-Yoga, a Hatha-Yoga e Kundalini-Yoga. Existemportanto diversos mtodos de iluminao espiritual que no tratam diretamente com odespertamento de Kundalini.

    DESPERTAMENTO DOS CHAKRAS

    Ao contrrio do que pode parecer ao observador apressado, no estudo dos chakras apresentam-setambm opinies divergentes. Isto um fato que no pode ser esquecido a fim de evitar as"pregaes" sobre chakras, quando so repetidos o ensinamento deste ou daquele autor, como setratasse da palavra nica e definitiva. As referncias que faremos a seguir, buscam destacar umpouco mais estas divergncias.

    Rajneesh (17) sustenta que Kundalini no a energia da vida, mas um dos caminhos que podemser tomados por esta fora; por isto possvel despertar a iluminao atravs de outros caminhos,embora Kundalini seja o mais curto. Neste caso, o Brahma-randhara (o ponto central do Sahasharaser o maior terminal (se for outro o caminho ele no ser o trmino). Kundalini para ele, pois,

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    20/33

    uma passagem relacionada com os chakras. Os chakras estariam, no corpo etrico, de modoesttico, "mortos" at que a energia penetrasse neles atravs da passagem Kundalini. Essa foraestaria localizada no muladhara, a que Rajneesh denomina o centro do sexo (naturalmente, comono sistema tntrico, ele une o bsico ao genital). Outros caminhos seriam utilizados pelos diversosmtodos do yoga, zen, budistas, taostas e cristos. Seriam utilizadas outras passagens que nopertencem ao duplo etrico: as do corpo astral, do corpo mental, etc. Apesar disto, mesmo nestesmtodos, pode ocorrer o surgimento de Kundalini, porque os corpos esto interligados entre si ecom os sete chakras. Qualquer dos mtodos pode levar a energia da vida a atingir o sahashara(vide "Meditao - A Arte do xtase" Cultrix/Pensamento, p. 67/86).

    A utilizao dos chakras dar-se-ia no momento em que a passagem de Kundalini bloqueada,porque o trabalho deles s necessrio para romper bloqueios. Se no existem obstculos no seperceberia, segundo Rajneesh, os chakras porque estes existem para ajudar a ascenso daenergia atravs de Kundalini. Assim, se ocorre uni bloqueio, Kundalini retrai-se; para evitar que eladesa, o chakra comea a trabalhar, tornando mais viva a energia, de modo a facilitar orompimento do bloqueio (13).

    Ao que parece Rajneesh chama de Kundalini o Brahma nadi localizado no interior do Sushumna,pois exatamente por ele que a energia vital se eleva em busca dos centros superiores.

    Posio distante a de Anagarika Govinda. Afirma este Lama que no possvel concentrar-sesobre os centros mais altos sem ter adquirido o controle sobre os centros mais baixos, "comoacreditam ingenuamente alguns "msticos" modernos" (op. cit., p. 181). No entanto, ao explicar osistema de Yoga budista, em que a Kundalini no mencionada, cita ele o "Yoga das SeisDoutrinas de Nropa" em que o discpulo aconselhado a meditar nos quatro chakras superiores,formados como um guarda-sol ou rodas de uma carruagem (coronrio, larngeo, cardaco eumbilical) (19). No sistema do budismo tntrico, ao invs de Kundalini, o princpio que ocupa ocentro de meditao o Dkini: a Khadoma Dorje Naljorma (rdorje rna-hbyor-ma; Snsc.: Vajra-Yogiu).

    "As Khadomas, semelhantes a todas as personalizaes femininas da "vidy" ou do conhecimento,tm a propriedade de Intensificar, concentrar o integrar as foras das quais elas fazem uso, atserem focalizadas num ponto incandescente e significam a chama sagrada da inspirao que leva iluminao. As Khadomas, que surgem como vises ou como imagens interiores produzidasconscientemente no decorrer da meditao, so por isso representadas como uma aura dechamas e evocadas com a slaba-semente HM, o smbolo mntrico da integrao. Elas so apersonificao do "Fogo Interior" que na bibliografia de Milarepa foi chamado "sopro acalentadordas Khadomas" que rodeia e protege o santo semelhante a um "manto puro e suave" (op. cit., p.208).

    O Swami Satyananda Saraswati, no entanto, de opinio distinta; sustenta ele que o praticantedeve primeiro procurar ativar o ckakra frontal antes de qualquer outro, porque, segundo ele, estechakra tem o poder de dissolver o Karma, auxiliando a diminuir qualquer perigo que possa surgir

    quando ativado o karma de chakras inferiores.Aurobindo, em "Bases of Yoga" (trad. bras. "Conscincia que V" vol. I), ao referir-se ao mtodo doYoga Integral, ensina:

    "No h mtodo neste Yoga a no ser concentrar-se de preferncia no corao, e chamar apresena e o poder da Me para assumir o ser e, pelas operaes de sua fora, transformar aconscincia: voc pode se concentrar tambm na cabea ou entre as sobrancelhas, mas paramuitos isto uma abertura difcil demais" (P. 32).

    Considerando que ningum to forte para superar por sua aspiraes e vontade isoladas osimpulsos das foras da natureza mais baixa, conseguindo no mximo um domnio incompleto,recomenda Aurobindo que o indivduo utilize aspirao e vontade para trazer para baixo a fora

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    21/33

    Divina, e, como isto no pode-ser feito s pelo pensamento, necessrio concentrar estaaspirao no corao (vide p. 32; vide tambm "Conscincia que V" II, p. 146). Pode tambmutilizar-se da aspirao, chamamento ou orao, para trazer a Fora Divina, ou concentrar-sesobre o corao (na cabea ou acima dela) meditando sobre a Me, chamando-a para dentro. Istono quer dizer que a Kundalini no desperte; ela se ergue para encontrar a Conscincia e a ForaDivinas acima do indivduo (p. 85). Adverte em "Lights on Yoga" (Conscincia que V II) hnecessidade de orientao para que as foras da natureza mais baixas no se misturem com aFora Divina que desde ou para evitar que poderes no divinos se apresentem como a Me divina9p. 1470. s h segurana com o centro do corao completamente aberto e o domnio dopsquico, mas isto no difcil. ondas inferiores podem emergir e perturbar o trabalho 9p. 1480.

    No cristianismo, o caminho da orao exaltado na obra de Teresa de vila e de Juan de La Cruz.Teresa de vila descreve a subida atravs das sete moradas at atingir o Castelo interior,enquanto Juan de La Cruz descreve os seis patamares. No Espiritismo o caminho da orao e dacaridade o recomendvel. necessrio, no entanto, no olvidar que as lies dos MentoresEspirituais se concentram sempre na necessidade de um despojamento do Esprito.

    A obra de Emmanuel pode ser seguida como um roteiro para o caminho espiritual, se o espritarealmente procurar execut-la ao lado da recomendao dos Espritos a Kardec sobre a auto-anlise ("Conhece-te a ti mesmo") diria, examinando constantemente o mvel de cada uma dasaes ou inaes. Se o mundo moderno no oferece as mesmas possibilidades de outrora, possvel no entanto tom-lo e aceit-lo como um desafio nossa capacidade de entrega aoSenhor Jesus. O mundo tem armadilhas redobradas que estimulam as foras mais baixas denossa natureza, em face do karma negativo que carregamos, no entanto, se centrarmos a mente etodo o nosso ser no Divino, no faltar a nosso favor o Auxlio Espiritual a sustentar-nos na porfia.Uma confiana e uma entrega totais ao poder de Deus, o trabalho da orao e da caridadedesinteressada, so condies para o desenvolvimento espiritual. Os centros superiores irodesabrochando, porque mantemos neles todo nosso trabalho. Mas preciso cuidar bem, porqueat no ltimo centmetro da estrada pode haver a queda. Dizia Teresa que s na sexta e stimamoradas, "ligadas entre si", reina apenas o sobrenatural; nos demais, at mesmo na quinta, era

    possvel a contaminao com foras satnicas e instintivas. Mas, mesmo nas Stimas Moradas,potncias, sentidos e paixes no esto sempre em paz; apesar das guerras, dos trabalhos, efadigas a alma no entanto est em paz (Moradas VIII, cap. II, n 13). E como ela advertia que nose devia crer que vises, xtases, esprito de profecia, etc., fossem sinais de perfeio, importante recordar com os Amigos Espirituais que os fatos da Mediunidade, por maisespetaculares que sejam, no induzem a considerar o mdium um santo. Como dizia Teresa - "Asantidade, bem o sei, no consiste nestes favores" ("Fundaciones", IV, 8).

    Quanto caridade, uma frase de Teresa relembrar os ensinamentos espirituais que temosrecebidos.

    "Enfim, irms minhas, aquilo com que quero concluir que no faamos torres sem fundamentos,porque o Senhor no olha tanto grandeza das obras como ao amor com que se fazem"

    ("Moradas" VII, cap. IV, n 18).No podemos deixar aqui de recordar as palavras do Senhor Jesus "Procurai em primeiro lugar oreino de Deus e sua justia e o resto vs sero acrescentado". O problema de orientao denossa conduta como um todo. Alguns, com evidente engano, situam o "resto" como sendo bensmateriais a serem incorporados ao patrimnio do aspirante; certo, porm, que a assertativa tinhaem vista as riquezas espirituais de que acumulado aquele que persevera "at o fim" no caminho.O esprita deve, pois, afastar-se do caminho abissal de buscar adquirir poderes, seja qual for omtodo. O desenvolvimento da mediunidade no deve ser fruto de nenhum aodamento. Antes, oesprita deve dedicar-se ao autoaperfeioamento. Os dons medinicos, quando existentes, devemser recebidos como acrscimo de misericrdia e aumento de responsabilidade, devendo serempregados com a nica finalidade de servir.

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    22/33

    Antes de qualquer desenvolvimento medinico indispensvel o treinamento moral, sem o que aprtica mednica s resultaria em perigo e fonte de graves perturbaes mentais. As prticasmoralizadoras no so um fim em si mesmo; o objetivo sempre o Reino, a unio com Cristo. Semelas, no entanto, nenhum caminho pode ser adentrado. Antes de fixar-se, mesmo intelectualmente,na questo do desenvolvimento dos chakras, o esprita deve redobrar os esforos no treinamentomoral, que no deve ser confundido com as atitudes farisicas de uma "falsa moral" ou de uma"moral da poca". Deve concentrar-se ele no exame da motivao de seus atos para escoim-losdos fundamentos do egosmo. Isto Indispensvel para o contato com seu verdadeiro guiaespiritual que dever Instru-lo na senda a percorrer.

    OS PODERES PSQUICOS DOS CENTROS

    (MICHEL COQUET)

    O desenvolvimento e a atividade dos centros psquicos so responsveis pela aquisio dos

    poderes de mesma natureza. Algumas palavras tornam-se pois necessrias em razo dos perigosque tais poderes podem criar.

    Os poderes ocultos tm sido unia das grandes motivaes que tem levado mais de um aspiranteao ascetsmo e s prticas ocultas. O poder foi e permanece ainda um importante tema depreocupao, e no basta repetir que ele no um fim em si mesmo ou que sua obteno noprova de nenhum modo um avano espiritual; o fato permanece atual e hoje como outroranumerosos aspirantes nessa senda tm sido profundamente perturbados pelos fenmenosauditivos ou visuais resultantes da prtica mstica.

    preciso, entretanto, reconhecer que, a atrao pelos poderes uma coisa natural, no somentepelo fato de que eles so uma conseqncia da evoluo, mas ainda porque eles so (ou supe-se ser) o smbolo de uma superioridade qual todos nos aspiramos. De outro modo os poderes

    psquicos e espirituais tm fortemente chocado o esprito daqueles que, ignorantes da naturezadas leis colocadas em ao, as consideram conto verdadeiros milagres, o que certamente eles noso.

    Todos os grandes seres do passado tm sabido utilizar e manifestar estas possibilidades psquicase espirituais. necessrio reconhecer entretanto que o fim no era o de exibir sua cincia, mas ode aplicar as leis universais do cosmo, e dos poderes que eles possuam no eram, eu o repito,mais do que a conseqncia de sua evoluo espiritual e no eram utilizados mais do que contosimples, porm maravilhosos instrumentos a servio de sua misso sobre a Terra. Trata-se deZoroastro, de Orfreu, de Gautama Buddha ou em seres como Apolnio de Tiana, o mestre Phillipede Lyon, Cagliostro, ou simplesmente os misteriosos Rosa-Cruzes, todos sem exceo foramdetentores de uma grande sabedoria, mas igualmente de grandes poderes, demonstrando destamaneira que eles tinham transcendido uma parte importante de sua natureza humana. Nos casos

    citados acima, trata-se de poderes espirituais como expresso direta da alma, poderes quecontinuam a ser prerrogativa dos seres liberado. unicamente a estes poderes que se referia oCristo quando prometeu a seus discpulos, admirados dos milagres por ele executados, que um diaeles os fariam ainda bem maiores.

    Os poderes psquicos inferiores ou superiores constituem, segundo a opinio esclarecida dosmestres da sabedoria, obstculos ao estado espiritual mais elevado e o simples fato de interessar-se por eles indicaria no estudante uma falta evidente de progresso, porque os poderes no podemser utilizados sem perigo seno depois ao abandono total de todo o desejo e paixo terrenos.Sendo assim, no momento em que o discpulo capaz de pensar em termos de conscincia degrupo e de viver profundamente de maneira fraterna e quase inteiramente despolarizado de simesmo, tendo como desgnio imediato o servio desinteressado, nesse caso unicamente, ospoderes tornam-se instrumentos dceis e teis ao servio projetado.

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    23/33

    Os perigos da aquisio de poderes a servio de seus prprios interesses tem sido claramentedemonstrado por intermdio do grande yogue Milarepa que havia utilizado (alegoricamente) duasformas de poder, primeiramente aqueles de natureza inferior, na primeira parte de sua vida, eaqueles de natureza superior na segunda parte. Explicamos a diferena: os poderes inferioresresultantes unicamente das foras e energias (animamundi) de todas as formas nos trs mundos etodos os corpos nos quatro reinos da natureza. Estes poderes so a expresso dos centrospsquicos localizados sobre o diafragma. Os poderes superiores resultam, quanto a eles, daconscincia no mais individual, mas coletiva; eles englobam os poderes interiores e colocam cadavez mais o homem em comunho com as formas de vida que se encontram nos planos superioresda conscincia (o reino dos cus). Os efeitos destes poderes superiores so chamados dediversos modos, mas exprimem de modo justo sua natureza, como por exemplo: percepointuitiva, compreenso espiritual, conhecimento direto.

    As tradies orientais tm arrolado com extrema preciso os diferentes poderes. A lista dospoderes de natureza Inferior seria muito longa, por isso consignaremos somente os oito poderesde natureza superior. Aquele que dominou de modo integral os oito poderes superiores recebe o

    titulo de Siddha, mas convm ser muito prudente e circunspecto no que concerne aos adeptos cujaa vida aquela dos Siddhas. Poucos dentre eles (sobretudo entre aqueles conhecidos na Europa)tem sabido associar um desenvolvimento espiritual paralelo. Descrevemos agora estes oitopoderes:

    1) ANIMA (exigidade). Esta a faculdade que possui o iniciado de fazer-se to pequeno quantoum tomo, ou, melhor dizendo, identificar-se com a essncia da menor parte do universo de que ele mesmo constitudo. Segundo o sr. Leadbeater, este rgo de viso formado de um pequenotubo flexvel de matria etrica terminado por uma intumescncia em forma de olho, e este olhoque, dilatando-se ou contraindo-se, permite ver o infinitamente grande (Mahima) ou, ao contrrio, oinfinitamente pequeno (Anima).

    2) MAHIMA (magnitude). Este o poder de aumentar de volume, quer dizer de alargar o crculo de

    sua conscincia e de alcanar a plenitude do conhecimento do infinitamente grande.

    3) GARIMA (gravitao). Isto relativo ao peso e massa, e se aplica lei de gravitao que umdos aspectos da lei de atrao. Um mestre japons de artes marciais conhece bem esta tcnica aoponto de que ele pode tornar-se to pesado que um agressor muitas vezes superior em peso e emfora no poder remover-lhe de uni milmetro. Este fenmeno tem igualmente sido observadosnos yogues em estado de Samadhi.

    4) LAGHIMA (levitao). Esta a possibilidade que tem o adepto de 'tornar-se mais leve que o arafastado a fora de atrao da Terra e de desligar-se dele. O exemplo mais belo que foimanifestado aos homens aquele do mestre Jesus Cristo andando sobre as guas.

    5) PRAPTI (realizar o objetivo). Aquele que possui este poder tem a capacidade de atingir seus fins

    projetando sua conscincia em todos os lugares que ele julga necessrio quer esteja sobre o planofsico ou sobre o plano csmico. Este poder foi sempre muito utilizado pelos msticos do mundointeiro. Este poder que utilizou Jesus para ensinar seus discpulos depois da crucificao: "tarde deste mesmo dia, o primeiro da semana, estando todas as portas fechadas por temor dosjudeus, no lugar onde se encontravam os discpulos, Jesus vem e coloca-se no meio deles. Ele lhediz: "Paz seja convosco" (Evangelho de So Joo 20:19). Prapti desenvolve tambm aclarividncia, clariaudincia e telepatia. Ele permite compreender a linguagem da natureza epossuir o dom das lnguas, como o receberam os apstolos de Jesus Cristo.

    6) PRAKAMYA (a vontade irresistvel). Este poder confere ao adepto a possibilidade de verrealizar-se todos seus desejos pela fora da vontade divina, quando esta vontade substituiu emparte a vontade pessoal e seus desejos esto em perfeita harmonia com o plano divino. Aperfeio deste poder tem sido atingida pelo mestre Jesus, quando, no momento de beber a taa

  • 5/25/2018 Wagner Borges - Apostila de Chacras E Mediunidade

    24/33

    amarga, exclamou para o Pai: "Que Tua vontade seja feita, e no a minha". Segundo Sivananda, oyogue provido deste poder capaz de permanecer sob a gua durante o tempo que ele deseje. tambm este poder que permite ao yogue penetrar no corpo de um outro homem e deste modoanim-lo. isto que fez, se bem em um grau altamente superior, o Cristo em animando seudiscpulo Jesus (1).

    7) VASITVA (o poder de comandar). o poder de tornar-se mestre das foras elementares danatureza utilizando o poder do som criador ou mantra. Pela palavra sagrada, as vibraes soproduzidas no ter e as diversas formas podem ser produzidas. A gente se recordar datransformao da gua em vinho pelo mestre Jesus, do mesmo modo que da multiplicao dospes. Segundo os yogues, este poder permite igualmente tornar dceis os animais selvagens,bemcomo exercer um, ascendente sobre o esprito dos seres e das coisas.

    8) ISATVA (o poder criador). Isatva se refere ao poder que tem o adepto de dispor dos elementosem suas cinco formas e de ressuscitar a vida no plano fsico, como fez Jesus Cristo com Lzaro.Muitos outros mestres tm conseguido este grande poder espiritual, tais como, TomoGershRimpoch, Babaji, para no citar outros.

    Como vamos agora constatar, cada centro desenvolve certos poderes particulares. Isto oresultado de exerccios msticos tais como o TRATAKA, Isto, a fixuo do olhar sobre um objeto.Entretanto os poderes resultam sobretudo de um tringulo constitudo da concentrao(DHARANA), da meditao (DHYANA), e do xtase contemplativo (SAMADHI), estado resultanteda subida de Kundalini. Estes trs estados so chamados de SAMYAMA. Existem, bem entendido,vias mais especficas que insistem sobre o desenvolvimento dos centros psquicos como o LAYAYOGA ou KUNDALINI YOGA; ambas includas, por outro lado, na prtica das tcnicas tntricas.Eis aqui, resumidamente, a qualidade dos poderes inerentes a cada centro psquico:

    1) O CENTRO COCCGEO confere, segundo sua prpria natureza, poderes excepcionais sobre aenergia da matria e sobretudo sobre seu aspecto negativo. Ele pois muito perigoso paraaqueles que no alcanaram uma pureza moral absoluta, pureza moral que de resto a essncia

    mesma de todos os ramos do Yoga. O poder de levitao, o controle mental e o do sopro, oconhecimento do passado e do futuro, o domnio do lquido seminal, tudo isso resulta da atividadenormal do centro coccgeo.

    2) O CENTRO SAGRADO. A cincia oriental explica que dois nadis ligam diretamente o centrosagrado a um outro centro secundrio, o BODHAKA, localizado na abbada palatina, e toda aorealizada sobre ele influencia automaticamente o outro. O centro sagrado confere o poder decontrolar a energia sutil