vulvovaginite

34
VULVOVAGINITES SOB A ÓTICA OBSTÉTRICA Christine Miranda Corrêa

Upload: enimar-de-paula

Post on 22-Oct-2014

68 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Vulvovaginite

VULVOVAGINITES SOB A ÓTICA OBSTÉTRICA

Christine Miranda Corrêa

Page 2: Vulvovaginite

VAGINA E VULVA NA GESTAÇÃO

VAGINA: vascularização aumentada VULVA: coloração violeta ( Sinal de Chawick)

• Secreção vaginal ácida, copiosa• Espécies de lactobacilos em maior concentração• Bactérias predominantes: LACTOBACILOS

Page 3: Vulvovaginite

VAGINA E VULVA NA GESTAÇÃO

• Gestantes comumente desenvolvem aumento

da secreção vaginal, a qual em muitas

situações NÃO é patológica;

• Fatores:

Esfoliação epitelial e bactérias Aumento da produção de muco pelas glândulas

cervicais em resposta à hiperestrogenemia

Page 4: Vulvovaginite

CORRIMENTOS GENITAIS

CANDIDÍASE

VAGINOSE BACTERIANA

TRICOMONÍASE

Page 5: Vulvovaginite

CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

1. ConceitoÉ uma infecção da vulva e vagina causada por

um fungo que habita a mucosa vaginal e diges-

tiva, crescendo quando o meio torna-se favorá-

vel para seu desenvolvimento.

2. Agentes Etiológicos Candida albicans ( 80-90% )

Candida não albicans ( 10-20% )

(C.tropicalis, C.glabrata, C.crusei, C.parapsilosis)

Page 6: Vulvovaginite

CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

3. Incidência

• Gestantes: 30 a 40 %

4. Características Clínicas

Fissura Dor vulvar Dispareunia superficial

Corrimento Disúria externa

Eritema

Prurido vulvovaginal

Edema vulvar Placas brancas

ou acinzentadas

Page 7: Vulvovaginite

CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

4. Diagnóstico

• Clínico: sinais / sintomas Não específicos

• Laboratorial: pH 4,0 – 4,5

• Microscopia:

GRAM ( esporos, pseudohifas )

MICROSCOPIA SALINA ( pseudohifas )

KOH 10% ( pseudohifas )

Page 8: Vulvovaginite

• Latex aglutinação:

Ac policlonais contra Candida

Sem benefício sobre microscopia

• Cultura: MEIO DE SABOURAUD

microscopia inconclusiva

identificação de espécies

CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

Page 9: Vulvovaginite

CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

Candida albicans em vulva

Candida sp: microscopia

Page 10: Vulvovaginite

CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

Candida albicans

Candida sp: microscopia

Page 11: Vulvovaginite

CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

5. Conduta

5.1. Orientações

• Evitar agentes irritantes

• Evitar roupas sintéticas

5.2.Tratamento

• Imidazólicos tópicos são recomendados

• Terapia oral: contra-indicada

Page 12: Vulvovaginite

CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

IMPORTANTE!!

• A identificação do fungo na cultura ou no preventivo, na ausência de sintomas não é indicação de tratamento.

• O tratamento de parceiros só deve ser realizado se houver sintomas ou se a mulher apresentar candidíase de repetição.

Page 13: Vulvovaginite

CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

Tabela de imidazólicos tópicos usados na gestação

APRESENTAÇÃO DURAÇÃO

MICONAZOL Creme a 2% 7 dias

MICONAZOL Óvulos 200mg 3 dias

MICONAZOL Óvulos 100mg 7 dias

TIOCONAZOL Creme a 6,5% DU

TIOCONAZOL Óvulos 300mg DU

ISOCONAZOL Creme a 1% 7 dias

TERCONAZOL Creme a 0,8% 5 dias

CLOTRIMAZOL Creme a 1% 6 a 12 dias

CLOTRIMAZOL Óvulos 500mg DU

NISTATINA Creme 14 dias

Page 14: Vulvovaginite

VAGINOSE BACTERIANA

1. Conceitos e Agentes Etiológicos

• Condição em que a flora vaginal normal, lactobacilar, é substituída por bactérias anaeróbias:

Gardnerella vaginallis

Mobiluncus sp

Mycoplasma hominis

Page 15: Vulvovaginite

VAGINOSE BACTERIANA

• Não é uma infecção no conceito real, mas uma má distribuição da população bacteriana que compromete a flora normal da vagina.

Williams Obstetrics, 21st edition

Page 16: Vulvovaginite

VAGINOSE BACTERIANA

2. Incidência

• The Vaginal Infectious and Prematury Study Group: 16% de 10.000 gestantes avaliadas entre 23-26 semanas

3. Prevalência

• 10 – 30%

Page 17: Vulvovaginite

VAGINOSE BACTERIANA

4. Características Clínicas

• pH vaginal > 4,5

• odor de aminas quando reage com KOH

• corrimento vaginal acinzentado, de aspecto cremoso, algumas vezes bolhoso

• dispareunia ( pouco freqüente )

Gardnerella Vaginallis

Page 18: Vulvovaginite

VAGINOSE BACTERIANA

5. Diagnóstico

• Clínico: sinais / sintomas• Microscopia: GRAM

( Nugent e col, 1991 )

“Clue Cells”

Page 19: Vulvovaginite

VAGINOSE BACTERIANA

6. Importância na Gestação

• Parto pré termo

• Rotura prematura de membranas

• Corioamnionite

• Baixo peso fetal

Page 20: Vulvovaginite

VAGINOSE BACTERIANA

6. Tratamento

MEDICAÇÕES DOSE DURAÇÃO

CLINDAMICINA 300mg 12/12h 7 dias

METRONIDAZOL 250mg 8/8h 7 dias

METRONIDAZOL 500mg 12/12h 5 dias

METRONIDAZOL 2g DU 1 dia

METRONIDAZOL creme 7 a 10 dias

Page 21: Vulvovaginite

VAGINOSE BACTERIANA

• Parceiros

Não precisam ser tratados.

Page 22: Vulvovaginite

TRICOMONÍASE

1. Conceito e Agente Etiológico

• É uma infecção causada pelo

Trichomonas vaginallisTrichomonas vaginallis, tendo como reservatório a vagina e a uretra. Na mulher, pode acometer a vulva, a vagina e a cérvice uterina, causando cervicovaginite.

• São organismos flagelados, ovóides, móveis, maiores que os leucócitos.

Page 23: Vulvovaginite

TRICOMONÍASE

2. Transmissão

• Principal forma: SEXUAL

3. Incidência

• 13% de 14.000 gestantes submetidas à cultura durante segundo trimestre

Vaginal Infections and Prematurity Study Group

( Cotch and col, 1991 )

• 10% de 300 gestantes submetidas à PCR durante pré-natal

( Witkin e col, 1996 )

Page 24: Vulvovaginite

TRICOMONÍASE

4. Características Clínicas

• Infecção sintomática é menos comum

• Corrimento amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso, com mau cheiro;

T.vaginallis

Page 25: Vulvovaginite

TRICOMONÍASE

• Prurido e/ou irritação vulvar;

• Dor pélvica ( ocasionalmente );

• Sintomas urinários

( disúria, polaciúria );

• Colpite difusa e/ou focal,

com aspecto de Framboesa

( “ Strawberry cervix” ).

• Eritema vulvovaginal;

T.vaginallis

Page 26: Vulvovaginite

TRICOMONÍASE

5. Diagnóstico

• Clínico

• Cultura: Diamond medium ( S= 85% )

• DNA ( S= 90%; E= 99,8% )

A sensibilidade da técnica depende:

Concentração dos organismos

Grau de diluição

Experiência do examinador

Page 27: Vulvovaginite

TRICOMONÍASE

6. Importância Clínica

• RPPM

• Parto pré termo

• Baixo peso fetal

Page 28: Vulvovaginite

TRICOMONÍASE

7. Tratamento

• Tratar somente após completado o primeiro trimestre;

• A tricomoníase vaginal pode alterar a citologia oncótica. Deve-se realizar o tratamento e repetir a citologia para avaliar se há persistência das alterações.

Page 29: Vulvovaginite

TRICOMONÍASE

Medicações utilizadas para tratamento tricomoníase durante GESTAÇÃO

DOSE DURAÇÃO

METRONIDAZOLMETRONIDAZOL 2g DU2g DU 1 dia1 dia

METRONIDAZOLMETRONIDAZOL 250 mg 8/8 h250 mg 8/8 h 7 dias7 dias

TINIDAZOLTINIDAZOL 2g DU2g DU 1 dia1 dia

SECNIDAZOL 2g DU 1 dia

Page 30: Vulvovaginite

TRICOMONÍASE

Medicações utilizadas para tratamento tricomoníase durante AMAMENTAÇÃO

APRESENTAÇÃO/

DOSE

DURAÇÃO

METRONIDAZOL Gel a 0,75% 7 dias

METRONIDAZOL* 2g DU

* Suspender a amamentação por 24 horas

Page 31: Vulvovaginite

TRICOMONÍASE

7.1. Via de Preferência

• ORAL

Gestantes podem ser tratadas com METRONIDAZOL após 1º Trimestre

Centers for Desease Control and Prevention, 1998

Gestantes podem ser tratadas com METRONIDAZOL após 1º Trimestre

Centers for Desease Control and Prevention, 1998

Page 32: Vulvovaginite

TRICOMONÍASE

7.3. Tratamento do Parceiro

• METRONIDAZOL 2g DU

Page 33: Vulvovaginite

BIBLIOGRAFIA• Williams: Cunningham et al. Williams Obstetrics. 21 ed.,McGraw-Hill publishing division, 2001.

• Daniels,D. et al. Clinical Effectiveness Group.National Guideline on the Management of Vulvovaginal Candidiasis.( Cochrane Review ,2000).

• Doenças Sexualmente Transmissíveis em Gestantes. Coordenação Nacional de DST e AIDS. Secretaria de Saúde do Município de Belém. 1999.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de DST/AIDS. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis. 3ªed., 1999.

Page 34: Vulvovaginite

BOA SORTE!