vulcões e sismos

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QI ~ .. lU o..

1. Vulco em erupo com emisso de materiais no estado de fuso.

2. Vulco

em erupo

com emisso

de cinzas

e fumos.

CI:

I-

1. VULCES COMO AGENTES INTERNOS MOOI FICAOORES DO GLOBO TERRESTREA superfcie terrestre apresenta aspectos muito diversos. Como, de certeza, j notaste, h montanhas, vales, plancies, praias, ou seja, paisagens muito diferentes. Desde a formao da Terra a sua superfcie tem vindo a sofrer constantes alteraes. Algumas alteraes acontecem to lentamente que no possvel apercebermo-nos delas. Por isso, ao olhares para as paisagens, mesmo para as que j conheces h mais tempo, notas que o seu aspecto geolgico no se vai alterando muito (com excepo para possveis aces do Homem). Noutras zonas do planeta, contudo, a paisagem alterada de forma mais ou menos rpida, por aco de fenmenos geolgicos violentos: os vulces e os sismos.

w Z -< ..I o..

novidade para ti. Atravs da televiso, dos jornais ou, mesmo, de livros j todos vimos e ouvimos falar de vulces e erupes vulcnicas. Mas o que , exactamente, um vulco e uma erupo vulcnica? Como se originam?

O

1.1. Origem e constituiovulces

dos

> >

As figuras 1 e 2 mostram aspectos de vulces em erupo. O material que sai do vulco parece ter origem no interior da Terra, ser muito quente e, em grande parte, lquido.Mas o que se passa no interior que este material se forme e atinja da Terra para a superfcie?

Comearemos por estudar os fenmenos vulcnicos. O vulcanismo, ou seja, a ocorrncia, na Terra, de fenmenos vulcnicos no , de certo,

A resposta cientfica a esta questo complicada e implica conhecimentos aprofundados em vrios domnios. Por agora, necessrio que compreendas que o interior da Terra na sua maioria slido (com excepo de parte da zona mais interna: o ncleo), mas pode ocorrer a fuso (passagem ao estado lquido) de material rochoso, constituindo um magma.

Vulcanismo - emisso de produtos IIquidos, slidos e/ou gasosos atravs de aberturas existentes superfcie dos continentes ou no fundo dos oceanos.

Erupo vulcnica - sada de materiais, de forma mais ou menos violenta, atravs de um vulco.

Vulco - estrutura que permite a passagem de material, a altas temperaturas, desde zonas profundas at superfcie da Terra.

Magma - material rochoso principalmente lquido ou em estado de fuso, incluindo tambm partes slidas e gasosas.

..Um vulco forma-se quando o magma transferido do interior da Terra para a superfcie. Para que a sua subida ocorra necessrio que existam, na crusta terrestre, fendas ou fracturas (ver Para Explorar) atravs das quais ele se escape. Toda a estrutura que permite a passagem do magma at superfcie terrestre constitui o vulco. Os vulces podem ter diferentes aspectos, apresentando, contudo, numa estrutura geral tpica (fig. 3) constituda por: - cmara magmtica; - chamin; - cratera. O magma acumula-se na cmara magmtica. Para que possa subir desde a cmara magmtica at superfcie terrestre tm, como j se disse, de existir uma ou vrias fendas. Esta fenda ou conjunto de fendas toma o nome de chamin. A cratera corresponde parte superior da chamin que se abre para o exterior. PARA EXPLORA.R >

O

Nuvem ardente - grande quantidade de gases e poeiras, libertados por um vulco, com elevadas temperaturas.

12. Rochas

vulcnicas.

,.. o ::I ~ Q. lU U < 111 ... .. lU Q.13. Pedra-pomes. 14. Basalto.

so denominadas rochas vulcnicas (fig. 12). So exemplo de rochas vulcnicas a pedra-pomes* (fig. 13), o basalto* (fig. 14), e outras como os traquitas e andesitos. PARA EXPLORAR

[i)l]rn~'111]a

efu-

3. O que a laVa? .-, 1~.;3L'~.

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~;:... I

I

Em funo da maior ou menor viscosidade do' magma podem formar-se diferentes aparelhos vulcnicos e ocorrem erupes com diferentes caractersticas. A partir de um vulco so"emitiIqs div~rsos lT1ateri.aJ;~\; Uns/em ~sti3.doq~fus;iQ

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,- as lavas

~

que podem, dado o seu volume, virl

Jornal de Notrcias, 14/6/91

a acumular-se em grandes extenses, consti-' tuindo as escoadas. Outros materiais - os piroclastos - encontram-se no estado slido e, conforme as suas dimenses, tomam. o nQme de Idhtzas,f/api IIi, bombas oub'fOcos;Por q;t'tlrno,l Iimportante referir os materiais gasosos que determinam de uma forma importante as caractersticas do vulcanismo, em certos tipos de vulcanismo (peleano, por exemplo) do origem s Iw-

nuvensardents.

I

.. "~

15. Giser.

16. guas

termais,

nos Aores.

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1.3. Outras manifestaes da actividade vulcnicaA actividade vulcnica no se manifesta apenas sob as formas que at agora referimos.A erupo de um vulco inicia-se, geralmente, pela emisso de gases, muitas vezes associada a pequenos tremores de terra. Segue-se, ento, a emisso de todos os materiais j ref~ridos com a formao eventual do cone vulcnico ou outra estrutura vulcnica. Numa fase em que no h emisso de lavas pela cratera, normal ocorrerem outras manifestaes que se denominam por vulcanismo secundrio. Estas manifestaes podem ser giseres, fumarolas ou guas termais. Os giseres so emisses de vapor de gua, resultantes do contacto do magma com um lenol de gua*. Esse vapor vai-se acumulando numa fenda at que, com o aumento da presso, expulso, como se v na figura 15. Os giseres tm uma actividade intermitente, ou seja, a uma libertao de vapor segue-se um perodo de tempo sem ocorrncia de emisso para, de seguida, se verificar nova libertao de vapor.vulcanismo secundrio fenmenos vulcnicos que ocorrem entre erupes vulcnicas ou aps uma erupo vulcnica. Giseres - emisses de vapor que resultam do contacto do magma com um lenol de gua.

~w Z

As guas termais (fig. 16) so guas aquecidas por um magma, mas cujo aquecimento no suficiente para a passagem ao estado gasoso. As guas termais so usadas no tratamento de diferentes tipos de doenas, dependendo da composio que apresentam. As fumarolas (figs. 1 7 e 18) so emisses de diferentes produtos gasosos na proximidade de um vulco. Podem ocorrer durante muito tempo, mesmo aps ter cessado a fase activa do vulco, ou seja, quando j no h libertao de materiais pela cratera. Nos Aores, na zona das Furnas, rosOs os fenmenos de vulcanismo (figs. 16, 17 e 18). so numesecundrio

...IQ. O

> >

guas termais - guas aquecidas por magmas.

Fumarola - emisso de vrios produtos gasosos nas proximidades de um vulco.

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...:I :: Q. ~ ... "" 7B. Fumarola nos Aores.

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- EXPLORAR L com ateno o texto:PARA---

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A Islndia ~,~ pij I ferver ds gisen!festaes das nascentes qentes. maior parte delas, situadasem fissuras da crusta terrestre, fervem sob

Ij,jJ2. Como se forma um giser?Z

I-

madas de terra ou de arfZilasa didas entre 70 e I quntes. IDesde guas termais como meio de aquecimento Hoje em dia, 77% da populao Ide aquecimento. Existem 70

' 3.0que

ljdeste tipo de calor

..,j Q. O

1. C':;' " mais?

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Aps a fase de erupo vulcnica ocorrem outras manifestaes de vulcanismo, denominadas por vulcanismo secundrio. Entre estas manifestaes c>ntam..$e 0$ g~iseres (que so emisses d vapt'Jde gUa), asfumfols (qUe so emis.. ses de diferentes produtos gasosos) e as guas termais (que so guas aquecidas pelos magamas).

~e I

(1) Procura saber o que a energia geotrmica. (2) Investiga as vantagens/desvantagens, para uSO domstico, sta orma de energia em

.. n~u~rse, trmica..

. - --

1.4. Vulcanismo

em Portugal

Os fenmenos vulcnicos alteram a superfcie terrestre desde a formao do nosso planeta. Em diferentes pontos do globo, para alm de existirem zonas de vulcanismo activo, possvel detectar outras onde aquele j ocorreu. Estas zonas de vulcanismo inactivo podem conservar a estrutura inicial do vulco ou esta pode ir sendo alterada por aco da eroso*. Quando toda a estrutura do vulco desaparece restam, como provas da ocorrncia de vulcanismo, as rochas formadas a partir da lava e os materiais expelidos pelo vulco. .. o ::I :::c.. lU Uo( Q/ ... .. lU

19. Paisagem do Complexo Lisboa.

Basltico na regio de

Actualmente, existem diversos vulces activos, tanto em zonas continentais como no fundo dos oceanos. A sua localizao ser objecto de estudo no captulo 2 da Parte B. Portugal continental, actualmente, no apresenta vulcanismo activo, mas foi j palco de actividade vulcnica. Por exemplo, na regio de Lisboa (fig. 19), no denominado Complexo Basltico de Lisboa, podem observar-se vestgios destas ocorrncias, sob a forma de rochas formadas a partir das lavas (fig. 20) e materiais expelidos pelos vulces. Outro exemplo o arquiplago dos Aores que teve origem em fenmenos de vulcanismo. Neste caso foram erupes vulcnicas submarinas as responsveis pela formao das ilhas. As diversas ilhas no se formaram todas na mesma altura; correspondem a diversos episdios de vulcanismo, sendo as mais jovens as de S. Jorge, Pico e Faial e a mais antiga a de Santa Maria (com cerca de quatro milhes de anos). Ao contrrio do que ocorre em Portugal continental, nos Aores existem vulces activos e so numerosos os fenmenos de vulcanismo secundrio (um vulco denomina-se activo no s se estiver em actividade eruptiva no momento, mas tambm se esteve em tempos recentes). Ao percorrer os Aores apercebemo-nos que a paisagem tipicamente vulcnica (fig. 21), onde so visveis crateras vulcnicas, muitas vezes transformadas em lagoas, como o caso da Lagoa das Sete Cidades (fig. 22). Ainda h poucos anos, em 1957, na regio do Faial, ocorreu uma erupo vulcnica. Foi precedida de cerca de 200 sismos e levou ao aparecimento de uma chamin submarina prxima da ponta dos Capelinhos (fig. 23). Enquanto durou a actividade vulcnica sucederam-se emisses de lava alternadas com fenmenos de natureza explosiva, o que levou a que ocorresse aparecimento e desaparecimento de ilhotas. A acumulao de materiais expelidos pelo vulco conduziu, ainda, unio do mesmo ilha do Faial, como se pode ver nos esquemas da figura 24. O vulco cessou a sua intensa actividade ao fim de oito meses.

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Io( Iw

Zo( ..,j

Q.

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20. Basaltos formados na regio de Lisboa.

21. Paisagem vulcnica dos Aores.

22. Lagoa das Sete Cidades.

23. Zona

do vulco

dos Capelinhos.

PARA

EXPLORAR

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-( o:: o:: w !-( !w Z -( ..J ~ O -( ;;. ;;.

,

IlHOTA DECINZAS

24. Consequncias

do vulco

dos Capelinhos.

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~Imagina ue o local onde qI

As consequncias dem ser variadas,

da actividade dependendo

vulcnica poda zona onde

t.-~tU~1 e"" --

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ela tem lugar e do tipo de vulcanismo envol- i vido. Os materiais emitidos pelo vulco podem levar destruio, numa zona de extenso varivel, de toda a paisagem. habitada podero ocorrer numerosas vtimas entre as populaes. Em zonas de vulcanismo activo deser implementados planos de 'proteco e evacuao das populaes. O vulcanismo tambm tem, contudo, consequncias positivas. O material "trazido" para a superfcie, pelo vulco, vai constituir uma "fonte" que permite reInovar substncias essenciais a todos os seres vivos; muitos jazigos minerais tm origem na actividade vulcnica; os giseres e guas termais tm grande utilidade para o Homem.

cnica.

/

29. Estragos devidos...

a um sismo

nos Aores.

31. Dobra nos terrenos.

o ::I :: Q.li! U

o( ai ... .. li! Q.

~o(e:,r: c:r: 1.1.1

30. Dobra numa de mo.

amostra

...

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... ..IQ.

2. SISMOS COMO AGENTES MODlflCADORES DO GLOBO TERRESTREVamos agora estudar outro tipo de fenmeno geolgico, os sismos que, tal como o vulcanismo, so agentes modificadores do globo terrestre. Os sismos, correntemente denominados por terramotos, ocorrem com maiores ou menores consequncias para as populaes (ver artigos na abertura de captulo), um pouco por todo o planeta. Em Portugal continental tambm ocorrem abalos ssmicos que, felizmente, so em geral de fraca intensidade, no causando, por isso, estragos significativos. O ltimo sismo de grande intensidade, ocorrido em Portugal continental, afectou Lisboa, em 1755, provocando consequncias catastrficas. Mas se Portugal continental no tem tido, ultimamente, registo de sismos de grande intensidade o mesmo no se poder dizer dos Aores onde se tm feito sentir diversos sismos, alguns dos quais conduziram a estragos elevados (fig. 29) e mesmo morte de algumas pessoas (l um extracto de um jornal do Porto, no Enriquecimento, onde este assunto vem referido). Mas, afinal, o que um sismo?

Um sismo, de uma forma muito simples, no mais do que o movimento repentino da superfcie terrestre. Este movimento pode ser mais ou menos violento, mas traduz-se sempre por "sacudidelas" sentidas superfcie da crusta. Vamos tentar perceber, de seguida, as causas e os efeitos dos sismos.

Oo(

2..1 Causas .

dos sismos

>

>

Um sismo resulta de uma libertao de energia pela Terra, mas que se faz de um modo repentino e, por isso mesmo, violento.A crusta terrestre e, como tal, os materiais rochosos que a constituem, est sujeita actuao de foras com diferentes intensidades e direces. As rochas so, assim, submetidas a foras que as deformam. Provas da existncia destas foras que afectam os materiais rochosos so as dobras, que so visveis a vrias escalas, quer numa amostra (fig. 30) quer nas encostas junto s bermas das estradas (fig. 31) ou, ainda, pela existncia de montanhas. Em qualquer dos casos uma dobra sempre o resultado do enrugamento (dobramento) de

~/. .,,/' z:f) da crusta ~om re~ da~ libertao. de energia ""' aquanda da fractura de materiais rachasas na interiar da crusta terrestre.Sismo - mov!m.ent,a br~co

Dobra - enrugamenta das terrenas cama cansequncia da alterao. de foras que as camprimiam.

...

o ::I ;::r= U

ao

C!.I ... ..r= Q.

32. Deformao foras.

de materiais

devido

aplicao

de

33. Formao

de uma falha.

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materiais que foram depositados em camadas horizontais. Para que estes materiais sejam dobrados necessrio que, sobre eles, actuem foras capazes de os comprimir at se dobrarem. J vrias vezes deves ter moldado plasticina (ou at mesmo barro) e sabes que possvel dobr-Ia e obter formas muito variadas sem que se fracture. Se tentares dobrar a tua rgua de plstico ou o teu lpis de madeira, provavelmente, a tua rgua ainda se ir dobrar um pouco, mas se continuares a exercer presso ela vai acabar por partir e o teu lpis pouco ou nada ir dobrar antes de partir (fig. 32). Esta diferente reaco dos materiais aplicao de foras sobre eles deve-se sua diferente composio e estrutura. Do mesmo modo que a plasticina, a rgua e o lpis, as rochas tambm reagem s presses que sobre elas actuam. E, consoante as suas caractersticas, as rochas podem, mais tarde ou mais cedo, fracturar com mais ou menos violncia. Mas o que que tais foras tm a ver com os sismos? Atingindo um certo limite, as rochas, do das foras a que esto submetidas, em resultafracturam

e deslocam-se ao longo dos dois lados da fractura (fig. 33). Dizemos neste caso que se formou uma falha ou que, no caso da falha j estar formada e se registaram movimentos, a falha est activa. Como consequncia h libertao de energia que se propaga sob a forma de ondas ssmicas. Se lanares uma pedra na gua formam-se ondas que se vo propagar (ou seja, movimentar), a partir do local onde a pedra caiu, de um modo concntrico (tanto superfcie como em profundidade). de uma maneira semelhante que as ondas ssmicas se propagam, em todas as direces, a partir do local onde se deu a libertao inicial. O meio onde as ondas se propagam evidentemente diferente. Enquanto que num

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Iw ,.JQ.

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O

caso lquidoas rochas.

-

a gua -, no outro um slido-

O ponto onde ocorre a libertao de energia, ou seja, o ponto onde o sismo tem origem denominado foco ou hipocentro. Este ponto situa-se, normalmente, no interior da crusta terrestre. , ainda, costume considerar o denominado epicentro. Este ponto obtido tirando uma vertical desde o foco at superfcie da crusta terrestre.

Falha fractura de terreno ao longo da qual h movimento dos dois blocos porela separados.

Onda ssmica - movimentos vibratrios das partculas que se propagam no interior do globo.

Foco ou hipocentro - ponto onde tem origem um sismo.

Epicentro - local que fica na superfcie terrestre na vertical do foco.

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Ondas ssmicas

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34. Propagao das ondas

ssmicas.

na interseco

desta

vertical

com a superf-

=.:: cie que se situa o epicentro (fig. 34). IIJ IAs ondas ssmicas vo dimi(1uindo de intensio( Idade medida que se afastam do foco. Assim, IIJZo( ,.j ~

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em princpio, quanto maior for a libertao de energia maior vai ser a zona afectada. Por outro lado, quanto mais afastada do foco ssmico est uma dada zona, menor vai ser a intensidade do sismo nessa zona. A extenso dos estragos ocasionados por um sismo , assim, funo no s da distncia a que a zona se encontra do foco, mas tambm da maior ou menor libertao de energia que a ocorreu. Um outro factor importante para a gravidade dos estragos o tipo de rochas da zona afectada. Como j referimos, nem todos os materiais reagem da mesma maneira actuao de foras sobre eles. Um sismo frequentemente precedido e seguido de sismos menores, os quais podem ser importantes para a previso do mesmo. Nas zonas vulcnicas comum ocorrerem sismos devido a deslizamentos e fracturas nas vizinhanas dos vulces, nomeadamente nas respectivas cmaras magmticas. Estes sismos so, por isso mesmo, denominados sismos vulcnicos.

2.2. Deteco, registo e consequndas dos sismosDo mesmo modo que o mdico faz electrocardiagramas para registar a intensidade e frequncia dos nossos batimentos cardacos, tambm se fazem registos da actividade ssmica do planeta para, por exemplo, podermos melhor prever possveis sismos e, assim, diminuir as suas consequncias. O sismgrafo (figs. 35 e 36) o aparelho que serve para detectar as ondas ssmicas. O sismgrafo est, continuamente, a efectuar registos, e se o local for afectado por um sismo, ainda que de intensidade to fraca que no seja perceptvel pelo Homem, ele regista-o. Este registo, feito normalmente numa fita de papel, denominado sismograma (fig. 37). Numa situao ideal, em que no existissem vibraes no solo, o registo seria constitudo por linhas rectas que se tornariam muito irregulares quando fossem detectadas as ondas ssmicas. Em diversos pases do mundo e em diferentes pontos desses pases, existem locais onde os sismgrafos registam continuamente a actividade ssmica - as estaes sismogrficas*. Estas estaes esto em constante contacto umas com as outras. A maioria das vezes, nos jornais e na televiso, a referncia intensidade dos sismos indicada em graus da chamada escala de Richter. Esta escala muito rigorosa, pois recorre a medies efectuadas pelos sismgrafos, contudo, e por isso mesmo, de difcil utilizao. Assim, iremos fazer referncia mais pormenorizada a outra escala de intensidade dos sismos de que, provavelmente,

35. Sismgrafo.

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Q,I ... .. ~ Q.

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O36. Esquema de um sismgrafo.

tambm j ouviste falar

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a escala de Mercalli.

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fu~5ft 'S

f 11;55'

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i~li~37. 'Sismograma.

Sismgrafo - aparelho regista continuamente intensidade das ondas ssmicas.

que a

Sismograma - registo obtido pelo sismgrafo.

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INTENSIDADE 11

INTENSIDADE IV

INTENSIDADE VI

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38. Destruies

causadas

por sismos

em funo

da sua intensidade.

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NDICE

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DESCRIO DOSEFEITOS UALITATIVOS Q ========= """"""" == ==111 ~tecta~ s pEItosinstrumentas.

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fracoligeiro

111

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========="=='== =-='=' ~= = IIIIIIII..l"1li"~ =-

Sensvel para certas pessoas; os objectos suspensos oscilam.

=

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-

Vibrao semelhan!e de um camio; carros parados deslocam-se.

111; ...... v=111=

='1;== =ligeiramenteforte

-===-a:=VII VIII

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........ =='I;

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muito forte == =""""""" destruidor

-

Sentidopela maioriadas pessoas; muitos acordam; o estuque cai; louas e janelas partem; relgiosde pndulo podem parar.

-

esSols aco)dam; seJ1saQigual de um camio contra s.

= = '=

I11III - ==::l1lI'

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:i!!=== ==

fIII'!J

Alarme;!liuitaspessoas fogem;edifCiosdeestrututas fracas so danificados. = = ===== = ==111 ==li =""""""" === = = Alarmegeral; toda a gente foge; estruturasfrgeisfortementeatingidas; ligeirasalteraes nas eStruturas. princ.ipais; l4edade:monl4mento$; obli.apesada vir.tese. q m ~inib--

IX X""""

-= = = = ==='" =' = = =desastrosocatastrfico

funda()S afectadas; canalizaes estouradas; fissuras no terreno.

~

~

=

=

-"'~ =

.....

Pnico;s os melhores edifciosse mantm;fundaes arruinadas;os carris dobram; o cho

XII

Grande pnico;.destruio total; terreno ondula; opjectos~oam.

:: c. ~UINTENSIDADEIII V

.. o ::J

INTENSIDADE X

..Esta escala, que foi inicialmente feita por Mercalli (1931), ao contrrio da de Richter, no muito precisa, mas fcil de utilizar pois no h necessidade de medies com aparelhos. A escala de Mercalli foi estabelecida com base nas destruies e na maneira como.as vibraes* associadas a sismos foram sentidas pelas pessoas (fig. 38). So considerados 12 nveis de intensidade, como se indica, no quadro da pgina 42 (adaptado da verso original). Como podes concluir da anlise da figura 38, a intensidade de um sismo pode ser to pequena que ele no sentido pelas populaes ou, no extremo oposto, pode ser to grande, que conduz destruio de todas as construes, a grandes movimentos do solo e, at mesmo, provocar um grande nmero de vtimas. Se o epicentro de um sismo ocorre no mar, pode conduzir a modificaes bruscas dos fundos marinhos. Estas alteraes levam formao de ondas que atingem alturas elevadssimas, medida que se aproximam da costa. Estas ondas tomam o nome de maremotos ou tsunamis e podem ser responsveis por graves destruies. Uma descrio do sismo de 1755, em Lisboa, d bem ideia do poder destruidor dos maremotos. Eram nove e quarenta da manh quando a enorme estrutura da Igreja de Santa Maria, em Lisboa, sofreu um violento safano, levando os candelabros a tilintar e a girar como loucos. Surgiu o pnico; [..] [oo] a cidade foi atingida por um segundo e ainda mais violento abalo, as pesadas fachadas de pedra caram para o exterior, para a praa, esmagando todos os que haviam fugido para a rua. [oo] [..) Para escaparem aos edifcios, muitas pessoas fugiram para o novo cais de mrmore, ao longo do Tejo, fora do alcance das pedras que caam. A, cerca de quarenta minutos depois do primeiro abalo e na altura do segundo, as guas do mar retiraram-se subitamente. A seguir regressaram sob a forma de uma poderosa onda, de mais de dez metros de altura, que esmagou a estrutura do cais e engoliu todos os que a se encontravam. A vaga apareceu mais duas vezes, esmagando navios, docas e armazns porturios.Extrado de Sismos e Vulces de Robert Wood

>

- -- ;~ ] ~ ~~

-- -- "tempo

L.1=que o Homem procura

IDesde

h muito

wrever a ocorrncia de sismos. A modificao .do comportamento dos animais, as alteraes' de nvel da gua dos poos e os abalos premo~nitrios podem ser indicadores de um sismo., IContudo, difcil, ou mesmo impossvel, prever a ocorrncia de um sismo de um modo preciso.

~

...

---~'IiI'.-"'~---

Com base na figura anterior compara a diferente resistnciaos sismos de editIcio$ a 4iferentes zonas do Mundo.

rA.ssim, e . sentido de. , , . clas que os mesmos ocaSionam, e necessano tomar medidas de preveno anti-ssmicas, essencialmente, nas zonas onde existe maior pro-I babilidade destes ocorrerem. A intensificao dos meios de deteco, a construo de edif~cios anti-ssmicos e a elaborao de rigorosos' ~planos de emergncia so algumas das mais jimportantes medidas de preveno e diminutol ' do impacte dos sismos. --

i

s

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s

E

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Parte

A

.

Cap(tulo

A Terra um planetadinm.i.co. Vrios so os indicadores da sua actividade interna. Em diferentes zonas do globo terrestre ocorrem fenmenos vulcnicos e ssmicos, por vezes, com consequncias catastrficas. Sob certas condies de temperatura e presso, a matria rochosa deixa de estar no estado sl ido e funde, formando-se o magma. O magma , pois, material rochoso, fundamentalmente no estado de fuso, mas contendo tambm fragmentos slidos ~ gases. O magma pode ascender na crusta, atravs de uma zona de fractura, e ser lanado na superfcie terrestre, dando origem aos fenmenos vulcnicos. Toda a estrutura que permite a ascenso do magma desde a profundidade at superfcie denomina-se vulco. Num vulco pode distinguir-se a cmara magtntica, a chamin e a cratera. Por outro lado, as foras que actuam na crusta terrestre podem levar fractura e/ou movimento das rochas dos dois lados da fractura, dando origem a fenmenos ssmicos. Ao ponto de origem do sismo d-se o nome de foco ou hipocentro. Estes

acontecimentos geol~icos podem levar destruio d\/ilas e cidad~s e a um elevado nmero de vtimas. Em funo dos estragos ocasionados pelos sismos foi esttbelect Escala de Richter -> Escala 'de Mercalli

Subida do magma

,.I

~-> Crusta(slida exterior)

",

Fracturas

"Epicentrocausados por I I

,Interior com emisso de materiais de vrios como, por exemplo, tipos , , I por exemplo

-> Manto (slido intermdio) -> Ncleo (slidoe lquido interno)

~-> Foras de compresso -> Foras de distenso

"-> Lavas-> Ejectlitos uj"..",

I t' i ; .

I I

I I

+-> guas termais -> Fumarolas

-> P~~~:;~a:~to~,

I II

-> Giseres

-> Nuvens ardentes

t-> Havaiana -> Estromboliana -> Vulcaniana -> Peleana

I

REDE

DE

CONCEITOS

I

Parte

A .. Captulo

1