voz de nazaré

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www.fundacaonazare.com.br ARQUIDIOCESE DE BELÉM PE. FLORENCE DUBOIS FUNDADOR D O JORNAL CATÓLICO DA FAMÍLIA D XCVIII - Nº 555 - PREÇO AVULSO: R$1,00 E D BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 Na missa que dá início ao ministério petrino, Papa Francisco, em sua homilia dedicada a São José, falou o quanto os fiéis podem se inspirar nas virtudes do patrono da Igreja. CADERNO DOIS, PÁGINAS 1 A 5. "Sejam guardiões dos dons de Deus" w INÍCIO DO PONTIFICADO No dia 19 de março, Papa Francisco alertou os fiéis a jamais esquecerem que o verdadeiro poder é o serviço Celebração do Domingo de Ramos da início à programação para a Semana Santa na Arquidiocese Metropolitana de Belém. Jovens são convidados a viverem com intensidade esse tempo de interiorização. Leia também as orientações litúrgicas para a celebração do Tríduo Pascal. PÁGINA 6 E 7. TEMPO DE REFLEXÃO Reviver a Paixão de Jesus Cristo Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial é comemorado no dia 21 de março. Especialista e ativistas levantam a bandeira da conscientização pela eliminação do preconceito racial, às vezes inconsciente. PÁGINA 12. A Luta pelos direitos contra discriminação Vicentinos participam do Encontro Regional, em Belém, para discutir reformas na realidade social. Assessor Espiritual da Família Vicentina orienta os membros da capital paraense e anuncia os encontros nacionais. PÁGINA 5. Mudanças na Estrutura Social Na Conversa com Meu Povo, Dom Alberto Taveira fala sobre a organização do ano litúrgico que proporciona aos fiéis viverem as dimensões de sua fé. Destaca ainda os primeiros ensinamentos do Papa Francisco. PÁGINA 3. Dom Alberto: o Caminho da Páscoa Quinto Capítulo Nesta edição, dando continuidade às reflexões para o Ano da Fé e também a preparação para Páscoa, São Tomás de Aquino nos introduz para reflexão e oração no tempo litúrgico da Paixão de Cristo. Leia o quinto capítulo do Livro "Exposição sobre o Credo". CADERNO 2, PÁGINAS 7 A 8.

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Edição de 22 a 28 de Março de 2013

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Page 1: Voz de Nazaré

www.fundacaonazare.com.br

ARQUIDIOCESE DE BELÉM

PE. FLORENCE DUBOISFUNDADOR

D O JORNAL CATÓLICO DA FAMÍLIA D XCVIII - Nº 555 - PREÇO AVULSO: R$1,00

ARQUIDIOCESE DE BELÉM

ARQUIDIOCESE DE BELÉMARQUIDIOCESE DE BELÉM

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 2013

Na missa que dá início ao ministério petrino, Papa Francisco, em sua homilia dedicada a São José, falou o quanto os fiéis podem se inspirar nas virtudes do patrono da Igreja. CADERNO DOIS, PÁGINAS 1 A 5.

"Sejam guardiões dos dons de Deus"

w INÍCIO DO PONTIFICADO No dia 19 de março, Papa Francisco alertou os fiéis a jamais esquecerem que o verdadeiro poder é o serviço

Celebração do Domingo de Ramos da início à programação para a Semana Santa na Arquidiocese Metropolitana de Belém. Jovens são convidados a viverem com intensidade esse tempo de interiorização. Leia também as orientações litúrgicas para a celebração do Tríduo Pascal. PÁGINA 6 E 7.

TEMPO DE REFLEXÃOReviver a Paixão de Jesus Cristo

D i a I n t e r n a c i o n a l d a Eliminação da Discriminação Racial é comemorado no dia 21 de março. Especialista e ativistas levantam a bandeira da conscientização pela eliminação do preconceito racial, às vezes inconsciente. PÁGINA 12.

A Luta pelos direitos contra discriminação

Vicentinos participam do E n c o n t ro Re g i o n a l , e m Belém, para discutir reformas na realidade social. Assessor Espiritual da Família Vicentina orienta os membros da capital paraense e anuncia os encontros nacionais. PÁGINA 5.

Mudanças na Estrutura Social

Na Conversa com Meu Povo, Dom Alberto Taveira fala sobre a organização do ano litúrgico que proporciona aos fiéis viverem as dimensões de sua fé. Destaca ainda os primeiros ensinamentos do Papa Francisco. PÁGINA 3.

Dom Alberto: o Caminho da Páscoa

Quinto Capítulo

Nesta edição, dando continuidade às reflexões para o Ano da Fé e também a preparação para Páscoa, São Tomás de Aquino nos introduz para reflexão e oração no tempo litúrgico da Paixão de Cristo. Leia o quinto capítulo do Livro "Exposição sobre o Credo".

CADERNO 2, PÁGINAS 7 A 8.

Page 2: Voz de Nazaré

Fun da do em 5 de ju lho de 1913

FUNDADORPe. Flo ren ce Du bois, bar na bi ta

PRESIDENTEDom Alberto Taveira Corrêa

Arcebispo Metropolitano de Be lém do Pa ráVICE-PRESIDENTE

Monsenhor Marcelino FerreiraVigário geral da Arquidiocese de Belém do Pa rá

DIRETOR GERALMonsenhor Raimundo Possidônio

DIRETORA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Marluce Guerreiro Milhomem

DIRETOR DE COMUNICAÇÃO Mário Jorge Alves

DIRETOR DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS Arnaldo Pinheiro

COORDENAÇÃOFranklin Salvador (DRT/PA 2242)

CONSELHO DE PROGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO João Car los Pe rei ra

Padre Nilton Cezar ReisPadre Cláudio de Souza BarradasEDITORAÇÃO ELETRÔNICA

Sérgio Santos (DRT/PA 579)As si na tu ras, dis tri bui ção, ad mi nis tra ção e re da ção

Ave ni da Go ver na dor Jo sé Mal cher, Edi fí cio Pau lo VI, 915CEP: 66055-260, Bair ro Na za ré, Be lém - Pa rá

Te le fo nes: (91) 4006-9200/ 4006-9209. ARQUIDIOCESE DE BELÉM-PARÁ

Fax: (91) 4006-9227Re da ção: (91) 4006-9200/ 4006-9238/

4006-9239/ 4006-9244/ 4006-9245Site: www.fundacaonazare.com.br

E-mail: [email protected] veí cu lo da

Fun da ção Na za ré de Co mu ni ca ção CNPJ nº 83.369.470/0001-54

Im pres so no par que grá fi co de O Li be ral

FUNDAÇÃO NAZARÉ DE COMUNICAÇÃO

O Papa com suas palavras quer resgatar o verdadeiro sentido de ser Cristão, defender a fé e testemunhá-la para os católicos que se mundanizaram, sendo testemunho àqueles que estão longe de Deus RAFAEL FERNANDO, estudante, 15 anos

A minha impressão, como a da grande maioria dos católicos, é a de encantamento, vislumbramento e alegria em ver um Papa tão simples e humilde desejoso de levar Jesus onde for.

NÉIA MAGALHÃES, bacharel em turismo, 46 anos

Jornalista e professor

Foi Leonor Severa Miglio, uma pessoa a quem quero um bem enorme, amiga rara, quem me

deu a notícia de que o cardeal Ber-goglio havia adotado o nome de Francisco, inspirado pelo pedido do cardeal emérito de São Paulo, para que não se esquecesse dos pobres. Para um homem religioso, a menor referência que se faça aos pobres remete a Cristo, e, nessa linha, faz pensar no pobrezinho de Assis, cujo nome tomou emprestado pa-ra comandar a única e verdadeira Igreja de Jesus. Ela me disse isso de manhã cedo, logo após o encontro de Francisco com os jornalistas, e a imprensa só iria repercutir o co-mentário bem mais tarde. Por isso tive um dia quase todo para pensar, pensar outra vez, pensar de novo, nas palavras do Papa.

Um homem como ele, que veio, disse o próprio, quase do fim do mundo, tem tanto a ensinar que precisou recorrer aos símbolos silenciosos, embora eloquentes, do tipo até as pedras gritariam, se os homens não falassem de Jesus, para dizer qual o caminho que a Santa Igreja deve seguir. Novidade em suas palavras não há, porque disse que a Igreja tem que seguir os caminhos e ouvir a voz do seu fundador, Jesus, mas a ênfase que deu a isso, nas pregações, é que surpreende.

Certo de que Jesus deixou, nos Evangelhos, verdadeiras lições de humildade e de amor, o novo Bispo de Roma apenas reafirmou que devemos, como homens e como Igreja, ouvir mais o Cristo, viver mais próximo dele, estar mais atento à sua mensagem. Nada de novo precisa ser inventado (nem um novo Concílio, visto que o Vaticano II ainda não está maduro), o homem deve, isto sim, encontrar Jesus na sua Igreja.

O mundo rezava por um pastor e Deus nos deu um sábio Francisco, que ama a Igreja e, sobretudo, a sua maior riqueza, que são os pobres. Um homem como ele haverá de fazer um novo horizonte para o Cristianismo, que clama por unidade, em meio a enorme diversidade de credos que não caminham unidos como deveriam.

A lição dos pobres

João Carlos [email protected]

Economista e escritor

Quando visitei a pequena ci-dade de Assis, entre tantas coisas importantes e testemu-

nhos extraordinários de um dos maio-res Santos da nossa Igreja, vi o Cru-cifixo de São Damião que a tradição diz ter conversado com Francisco, de-clarando a célebre frase: “Reconstrói a minha Igreja”.

A princípio, o santo não havia entendido a mensagem do Senhor. A primeira capela que Francisco reconstruiu foi a da Porziuncula, hoje preservada no centro da grandiosa Basílica de Santa Maria. Francisco fez muito mais. Reuniu muitos jovens seguidores, numa das maiores Congregações que di fundem e defendem o Cristianismo pelo mundo.

Os tempos correram e numa época em que o secularismo e o relativismo

dominam os meios de comunicação, e o povo procura uma religião que satisfaça seus desejos, um santo Papa, com a saúde abalada, renunciou ao elevado cargo de Sumo Pontífice. E o inesperado Conclave elegeu um Papa Jesuíta, que adotou o nome de Francisco. Uma de suas primeiras afirmações do novo Papa, foi a de que a igreja é de Jesus Cristo e não uma “Ong piedosa”.

Para completar, é um Francisco com formação de Jesuíta, o que significa culto e apostólico. O Brasil (aliás, toda a América do Sul) deve muito aos Jesuítas na formação Católica do povo. Suas envolventes atividades atraíram o descontentamento de governantes ambiciosos, o que provocou drásticas expulsões, dos Pampas ao Amazonas.

Por três semanas seguidas escrevi nesta coluna, afirmando que não acredito na eleição dos “favoritos”. Aos 86 anos de idade, aguardei pela sétima vez a saída da fumaça branca. Só o Cardeal Pacelli foi o favorito eleito.

Resta-me com todo o fervor, com toda a fé, rezar plagiando o Cristo de São Damião:

FRANCISCO, RECONSTROI A MINHA IGREJA.

Reconstroi a Minha Igreja

José Pereira [email protected]

Panorama

Sua voz

CHARGE DOANDRÉ ABREU

Comente esta charge: [email protected]

Alegria de ser católico

lo, para conquistar corações: Jesus Cristo, o Messias esperado. “No dia seguinte, a grande multidão que tinha ido para a festa ouviu dizer que Jesus estava chegando a Jerusalém. Então apanharam ramos de palmeira e saíram ao encontro de Jesus, gritando: ‘Hosana! Bendito aquele que vem em nome do Senhor, o rei de Israel! ’ Jesus, encontrando um jumentinho, montou nele, como está dito na Escritura: ‘Não tenha medo, cidade de Sião. Eis que o seu rei está chegando, montado num jumentinho!” (Jo 12, 12-15). Ao entrar em Jerusalém montado em um jumentinho, Jesus cumpria a profecia de Zacarias (cf. Zc 9, 9). Contrariando as expectativas daquele povo, de que seria um rei político, que encerrava os poderes deste mundo, Jesus, ao chegar montado em um jumentinho sinalizava humildade e mansidão. De fato Ele não era um rei deste mundo (cf. Jo 18, 36).

Nesta semana, diante do ensinamento vivenciado por Jesus, somos convidados a meditar sobre a tentação que nos leva a montar em ‘cavalos’ que nos enaltecem e glorificam, desfigurando nossa vocação pela humildade que liberta no servir.

Engenheiro civil e escritor

O leitor, que por ventura já teve oportunidade de caval-gar, certamente que experi-

mentou a sensação de estar ‘acima’ dos outros, capaz de se deslocar velozmente em relação às passadas de um pedestre, sentir a potência muscular do animal, e depois de algum treinamento, dominá-lo com-pletamente. Recuando-se no tempo, os conquistadores que já haviam in-vadido a Palestina, chegavam mon-tados em corcéis fogosos e engala-nados. Eram conhecidos dos judeus pela arrogância de detentores dos poderes deste mundo, e a perversi-dade que caracterizava a ação do-minadora sobre povo conquistado.

Neste Domingo de Ramos, a Igreja celebra a chegada em Jerusalém de um Rei diferente, que não vinha para dominar o povo, mas para libertá-

Reinar é servir

Ivens Coimbra Brandã[email protected]

Encontro fraterno

O papa franciso é um homem abençoado por Deus, iluminado pelo Espírito Santo. A sua simplicidade e humildade nos tocam muito, nos trazem uma paz tão grande!

MAICOM LUAN BARBOSA, estudante, 19 anos

Qual a sua opinião sobre o Papa Francisco?

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 20132

Opinião

Page 3: Voz de Nazaré

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 3

Arcebispo

“Caminhar. ‘Vinde, Casa de Jacó! Caminhemos à luz do Senhor’ (Is 2,

5). Trata-se da primeira coisa que Deus disse a Abraão: caminha na minha presença e sê irrepreensível. Caminhar: a nossa vida é um caminho e, quando nos detemos, está errado. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão, na sua promessa”. Assim se pronunciou o Santo Padre o Papa Francisco, em sua primeira Homilia na Capela Sistina, quando celebrou a Santa Missa com os Cardeais participantes do Conclave.

Na Igreja primitiva o Cristianismo era chamado “Caminho” (cf. At 9,2; 19.9.23; 22,4; 24.14.22). A grande estrada percorrida por Jesus em direção a Jerusalém, onde consumou seu mistério de Páscoa, fez com que as multidões acorressem a Ele. Brotaram como ramos de oliveira os discípulos! Conversão, passagem, movimento, dinamismo para sair da escuridão para a luz, da tristeza à alegria, da morte à vida. E seus seguidores, no correr dos séculos, receberam a tarefa de espalhar as sementes da fé em todos os recantos da terra. Aos discípulos de hoje em caminho, é confiada a mesma tarefa.No júbilo que contagiou a todos, a Igreja de Jesus Cristo conheceu o novo sucessor de Pedro, para estar à frente da Igreja de Roma, que preside à caridade. Os primeiros dias de seu Pontificado testemunham o “norte” indicado pela bússola da fé, com o qual quer colocar-nos a caminho: “Cristo é o Pastor da Igreja, mas a sua presença na história passa através da liberdade dos homens: um deles é escolhido para servir como seu Vigário, Sucessor do Apóstolo Pedro, mas Cristo é o centro. Não o Sucessor de Pedro, mas Cristo. Cristo é o centro. Cristo é o ponto fundamental de referência, o coração da Igreja. Sem Ele, Pedro e a Igreja não existiriam, nem teriam razão de ser” (Encontro do Papa com os profissionais da Comunicação).Se são imensas as multidões do tempo presente, multiplicadas pelo alcance dos meios de Comunicação, maiores as responsabilidades de todos os cristãos. Com Papa Francisco à frente, apontando-nos Jesus Cristo como o único Senhor de nossas vidas, a Igreja se faça caminho, abra-se à missão, redescubra continuamente seu dinamismo interior e continue sua estrada,

para chegar aos confins da terra dos corações de todos os homens e mulheres, especialmente os mais pobres e os afastados de Deus. Ela não pode parar, mas há de caminhar sempre, uma Igreja em movimento. A sabedoria milenar da Igreja organizou o Ano litúrgico de forma a proporcionar aos fiéis cristãos beberem na única fonte do Mistério Pascal de Cristo as diversas dimensões de sua fé. A Páscoa é a festa fundamental, celebrada a cada Domingo, presente em todas as missas diárias, quando, do nascer ao pôr do sol, em toda parte, por Jesus Cristo e pela força do Espírito Santo, é oferecido ao

Pai o sacrifício perfeito (Cf. Oração Eucarística III). Celebra-se também, após a intensa preparação quaresmal, a Páscoa anual, com a qual acompanhamos os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo antes de sua Paixão, para viver, no Tríduo Pascal, seu êxodo, mistério de entrega pela nossa salvação, ressuscitando com Ele! A delicadeza pedagógica da Igreja nos conduz então à renovação anual de nosso Batismo na grande Vigília da Noite Santa e no Domingo de Páscoa. Em seguida, se quarenta dias foram dados para a preparação da Páscoa, cinquenta dias serão dedicados, até a Solenidade de Pentecostes para aprofundar a vida nova recebida, acompanhados de modo especial pelos que renascerem nos Sacramentos da Iniciação Cristã nestas solenidades pascais.Abre-se, então, a Semana Santa! O Domingo de Ramos e da Paixão começa com um convite a um caminho: “Vamos iniciar, com toda a Igreja, a celebração da Páscoa de nosso Senhor. Para realizar o mistério de sua morte e ressurreição, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Celebrando com fé e piedade a memória desta entrada, sigamos os passos de nosso Salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressurreição e de sua vida”. Na Quinta-feira santa, Jesus vai ao encontro de seus discípulos, lava-lhes os pés, deixando-nos o mandamento novo com o qual faremos continuamente a passagem do egoísmo para a comunhão e a partilha. Oferece-nos a Eucaristia, Viático para a estrada da vida, Corpo e Sangue do Senhor oferecido aos fiéis, enquanto esperamos a sua vinda. Sexta-feira Santa é dia de “Via Sacra”, caminho para o Calvário! Dali para frente, a definitiva estrada, que passa pela escuridão

O caminho da Páscoa

Dom Alberto Taveira CorrêaArcebispo Metropolitano de Belém do Pará

Conversa com meu povo

DIVULGAÇÃO

Caminhar sempre à luz do Senhor, procurando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão

do túmulo para chegar à manhã jubilosa da Ressurreição. Depois, o Senhor marca encontro na Galiléia, ordenando aos discípulos fazerem o caminho de volta ao quotidiano com a força do Ressuscitado. Quando “viaja” para o Céu, começou para a Igreja a grande viagem missionária, que continuará até a volta do Senhor, no fim dos tempos, garantindo o cumprimento de sua promessa com o penhor do Espírito Santo derramado sobre a Igreja.E retornamos a Papa Francisco em sua primeira Homilia, que nos oferece um magnífico roteiro para a Semana Santa, a Páscoa e a vida: “Eu queria que todos nós tivéssemos a coragem, sim, a

coragem, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor, que é derramado na Cruz; e de confessar como nossa única glória Cristo Crucificado. E assim a Igreja vai para diante. Faço votos de que, pela intercessão de Maria, nossa Mãe, o Espírito Santo conceda a todos nós esta graça: caminhar, edificar, confessar Jesus Cristo Crucificado”.Os cristãos e todas pessoas de boa vontade sejamos dignos das graças vividas na Igreja e com a Igreja durante este tempo! Os Ramos da fé professada, erguidos no Domingo de Ramos, expressem o nosso júbilo.

w 1ª HOMILIA Papa Francisco pregando aos cardeais na Capela Sistina

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BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 20134

Liturgia

Liturgia da Semana

Benedito Otávio ([email protected])

Santos da semana

que havia acontecido e voltaram para casa, batendo no peito. 49 Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a Galiléia, ficaram a distância, olhando essas coisas.

B) COMENTÁRIO

A m u l t i d ã o a n t e s acompanhava Jesus em seu magistério e recebia dele,cura e tantos outros benefícios. Agora a multidão o acompanha a Pilatos,até como cumplice da condenação do bem, que é o próprio Jesus. “Há pessoas que pagam o bem com o mal”; transformam o bem em mal, enquanto Jesus transforma o mal em bem. Isto já se passara com a história de José do Egito (prefigura de Cristo): “O mal que tínheis intenção de fazer-me, o desígnio de Deus o mudou em bem” (Gn 50, 20). Assim sendo, embora acusado e maltratado, Jesusfaz o bem e suplica por

todos: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” (v 34).Quanto e quanto temos que apreender na escola de Jesus! Na história da salvação!

Pilatos não encontra nenhum mal em Jesus (v 4.14.22), mas não tem caráter nem força para superar a maldade da multidão, e o entregue para ser crucificado (v 25). Pilatos parecia bom; mas na vida, “é da covardia dos bons, que se prevalecem os maus!”...E em consequência,Jesus segue pela via da amargura, com o peso da cruz, aliviado com ajuda de Cireneu (v 26). Por um lado, quem sabe oquanto e como nos valeria um Cireneu nas agruras da via de nosso calvário existencial! E por outro lado, o Cristo aceitou ser ajudado; será se aceitamos e valorizamos as ajudas que nos chegam? Atenção : o orgulho é o pior tropeço no caminho da salvação!

Jesus é crucificado entre dois ladrões: um o insulta, e o outro

o suplica. O da súplica se deu bem, é o bom ladrão;tão bom, que “roubou” até o paraíso... (v 43). Para Deus, no cômputo final, conta muito mais o coração, a disposição interna da consciência, que a situação externa das pessoas. Deus conhece o ser humano em sua totalidade: por dentro e por fora (Sl 138). O reconhecimento da culpa é chave que abre a alma para o perdão: “Nem se quer temes a Deus,... Para nós é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal... Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reinado”. (v 40-42). A resposta do mestre Sofredor foi imediata e consoladora: “em verdade eu te digo, ainda hoje estarás comigo no paraíso”. O bem não pode ser adiado; hoje, agora mesmo; no instante em que nos abrimos ao Senhor, somos beneficiados. Aprendamos, e não deixemos para depois o bem que agora podemos fazer!

Formado em Exegese pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma

A) Texto: Lc 23,1-49.

1 Toda a multidão levou Jesus a Pilatos.2Começaram então a acusá-lo dizendo: Achamos este homem fazendo subversão entre nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando ser ele mesmo Cristo, o rei. 3Pilatos o interrogou: Tu és o rei dos judeus? Jesus respondeu, declarando: Tu o dizes! 4Pilatos disse aos sumos sacerdotes e à multidão: Não encontro neste homem nenhum crime...5-46. 47 O oficial do exército romano viu o que acontecera e glorificou a Deus, dizendo: De fato! Este homem era justo. 48 E as multidões, que tinham acorrido para assistir, viram o

Padre Romeu [email protected]

22/03 - SEXTA-FEIRANossa Senhora dasDores Castelpetroso

Caravaggio, Itália, 1432. Guadalu-pe, México, 1548. Paris, França, 1830. La Salette, França, 1846. Lourdes, França, 1858. Fátima, Portugal, 1917.

Esses são os lugares e datas mais conhecidos das apari-ções de N. Sra. Há outros na África, Europa oriental e a comemoração de hoje, Castelpetroso, Itália, 1888. Co-mo as outras, N. Sra. aparece a pessoas humildes. Gio-vanna, Serafina, e outras pessoas, só que não comprova-do, sempre do mesmo jeito: de joelhos perante seu Filho morto. Na época o Santo Ofício não reconheceu, mas em 1973, Paulo VI declarou padroeira daquela região.

23/03 - SÁBADOBeata Annunciata Cocchetti - Virgem

Nascida em Rovato, Itália, 09-05-1800, ficou órfã aos sete anos. Aos 17 abriu sua casa a uma escola para meninas pobres. Aos 22, tornou-se a

primeira mulher professora em Rovato. Com a morte de sua avó, passou seis anos em Milão. Em 1831 foi para Val Ca-monica onde fundou outra escola. Mudou-se para Veneza em 1842 onde se consagrou como freira Dorotéia. Foram 40 anos dedicados à educação, principalmente de meninas e a fundação do Instituto das Irmãs Dorotéias. Faleceu em 23-03-1882. Foi beatificada em 21-04-1991.

24/03 - DOMINGO DE RAMOSSão Bernolfo - Mártir venerado em Mondovì

Em 1514, durante a consagração do altar-mor da Catedral, o bispo Lo-renzo Fieschi lembrou de ter coloca-do lá as relíquias de São Donato, e

também do mártir São Bernolfo, daí se conheceu sua his-tória. Foi bispo da cidade santa, Jerusalém. Morto esfola-do vivo, durante uma das muitas invasões sarracenas que ocorreram no sul do Piemont Atlântica entre os séc. IX e X. Foi construída no local do seu martírio uma capela. A foto ao lado é de um relicário com seus restos mortais. Também há uma pintura que mostra seu martírio.

25/03 - SEGUNDA-FEIRASão Nicodemos de Mammola - Asceta

Nasceu em Catanzaro, Itália, no iní-cio do séc. X. Teve a assistência espi-ritual de um sacerdote muito piedoso e erudito. Enquanto isso, ele avança-va nas ciências sagradas e na prática da piedade. Teve forte chamado para a vida monástica, mas a princípio foi rejeitado por ter corpo franzino e não iria suportar a rigidez do monastério. Nesta época houve muitos como Ni-codemos, preferindo vida rigorosa, vestindo roupas de pele de animais, foram conhecidos como “monges gre-gos”. Seu túmulo era muito visitado pois operava milagres.

26/03 - TERÇA-FEIRASão Lúdgero de Münster - Bispo e Confessor

Nasceu no ano 742 em Zuilen, Friesland, (atualmente, região norte da Holanda), e foi um dos grandes evangelizadores do seu tempo. Era

monge beneditino quando Carlos Magno o enviou co-mo missionário junto aos bárbaros saxões, hoje Alema-nha, aos quais soube atrair para a Igreja Católica. Foi o primeiro bispo de Münster onde fundou várias igrejas, escolas e novas paróquias. Contribuiu para a conversão de sua pátria, a Holanda. Morreu em 809.

27/03 - QUARTA-FEIRABeato Francisco Faà de Bruno - Sacerdote

O testemunho de Francisco é de perseverança, observância no que Deus nos mostra e pede em nossa vida, pois ele parecia ter já traçado

a sua. Tentou ser militar, mas não gostou da falta de fé entre eles. Teve seu doutorado em ciências exatas, sendo dedicado professor de matemática em Turim. Foi grande amigo de Dom Bosco. Ajudou muito a Igreja em diver-sas obras e fundou as Irmãs de N. Sra. do Sulfrágio. Até que, em 1875, aos 50 anos, se encontra definitivamente com a vocação e torna-se padre, para glória de Deus e salvação das almas. Faleceu em 1888.

28/03 - QUINTA-FEIRASão Cirilo de Heliópolis - Diácono e Mártir

Segundo o Martirológio Roma-no, em Heliópolis, Fenícia, Líbano de hoje, Cirilo era diácono e foi morto cruelmente sob as ordens

do imperador Juliano, o Apóstata. No tempo de Constantino, ele lutava contra o paganismo. Quando veio o império de Juliano ele foi uma das primeiras ví-timas do Apóstata. No Sinassário de Constantinopla, consta que depois de ser torturado, vieram “feras” para devorar seu fígado. Para os cristãos do oriente sua comemoração é 29 de março. Há também com-provação na História Eclesiástica, III, 7.

Homilia dominical

w Dia 22, sexta-feiraCor(roxo)Primeira leitura: Jr 20,10-13Responsório: Sl 17(18),2-3a.3bc-4.5-6.7Evangelho: Jo 10,31-42w Dia 23, sábadoCor(roxo)Primeira leitura: Ez 37,21-28Responsório: Jr 31,10.11-12ab.13

Evangelho: Jo 11,45-56w Dia 24, domingoDomingo de RamosCor(roxo)Primeira leitura: Is 50,4-7Segunda leitura: Fl 2,6-11Responsório: Sl 21(22),8-9.17-18a.19-20.23-24Evangelho: Lc 22,14-23,56 ou Lc 23,1-49

w Dia 25, segunda-feiraSEMANA SANTACor(roxo)Primeira leitura: Is 42,1-7Responsório: Sl 26(27),1.2.3.13-14Evangelho:Jo 12,1-11w Dia 26, terça-feiraSEMANA SANTACor(roxo)

Primeira leitura: Is 49,1-6Responsório: Sl 70(71),1-2.3-4a.5-6ab.15 e 17Evangelho: Jo 13,21-33.36-38w Dia 27, quarta-feiraSEMANA SANTACor(roxo)Primeira leitura: Is 50,4-9aResponsório: Sl 68(69),8-10.21bcd-22.31 e 33-34

Evangelho: Mt 26,14-21w Dia 28, quinta-feiraSEMANA SANTACor(roxo)Primeira leitura: Is 61,1-3a.6a.8b-9Segunda leitura: Ap 1,5-8Responsório: Sl 88(89),21-22.25 e 27Evangelho: Lc 4,16-21

Page 5: Voz de Nazaré

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 5

Arquidiocese

Conta a história que no século XVII, nasceu e viveu, na França, São Vicente de Paulo. Era uma época de intensas guerras, lutas de classe e também de poder. Foi nesse tempo que a proliferação da miséria e doenças ganhou fôlego, fruto de uma França desigual. Foi nesse cenário de horror que a Igreja ganhou um adepto fiel, um enviado de Deus. O padre foi canonizado, Vicente de Paulo foi canonizado pelo Papa Clemente XII, em 1737, elevado à condição de santidade, hoje, São Vicente de Paulo tem uma legião de seguidores que doa sua vida no cuidado aos pobres. A existência de São Vicente trouxe para a Igreja Católica um significado amplo de caridade. O santo acolheu e deu auxilio espiritual aos mais necessitados.

Dedicado à caridade, São Vicente criou a Instituição Internacional de Caridade, em 1617; A Congregação dos Padres da Missão também conhecido como Lazaristas, em 1625 e oito anos mais tarde, no ano de 1633, São Vicente fundou a congregação “As Filhas da Caridade”. Todos os três grupos foram criados e pensados para atender os pobres e promover a caridade.

Hoje, a Família Vicentina está presente no mundo inteiro, no Brasil são 23 grupos cadastrados e identificados pela inspiração vicentina. O carisma vicentino reúne, aproximadamente, cerca de 2 milhões de pessoas, que compõe associações, leigos, congregações de padres, freiras e entidades que seguem a espiritualidade de São Vicente de Paulo. Em Belém, a Família Vicentina promoveu um encontro para avaliar as ações feitas em 2012 e planejar o futuros encontros no último final de semana, na Casa das Irmãs da

No período de 12 a 17, o bispo auxiliar de Belém, Dom Te-

odoro Mendes, visitou as comunidades da Paróquia São Judas Tadeu, localizada no bairro da Condor.

Após a Santa Missa que aconteceu por volta das 19h, o bispo se encontrou com algumas pastorais para discutir planos e projetos. Durante sua visita, Dom Teodoro teve a oportunidade de conhecer a realidade várias famílias, doentes e as pastorais presente na paróquia. O bispo falou que a paróquia precisa de mais capelas para se fazer presente nas áreas da paróquia.

A s c o m u n i d a d e s pertencentes à Paróquia

S ã o J u d a s Ta d e u q u e receberam a Visita Pastoral foram: Nossa Senhora das Graças e Nossa Senhora de Fátima, que após a reunião com as lideranças tiveram um saldo positivo.

Para o pároco de São Judas, Pe. Antônio Moraes Oliveira, a paróquia estava precisando da presença de Dom Teodoro. “Ele veio no momento certo. Ajudou muito com seus ensinamentos, e estimulou a missão na paróquia”, explicou o pároco.

Segundo o padre, após a avaliação de Dom Teodoro, as pastorais e os movimentos se estimularam e se animaram para fazer as mudanças na paróquia, para que saia tudo bem feito.

Dom Teodoro visita o bairro do CondorBispo Auxiliar de Belém conheceu as comunidades da Paróquia São Judas Tadeu

CONHECENDO A COMUNIDADE

w FORMAÇÃO Comunidade jovem demonstra compromisso ao bispo auxiliar de Belém

FOTOS: IVAN CARDOSO

APOIO:

Família Vicentina apresenta mecanismo para combater a pobrezaCaridade.

O trabalho basilar dos vicentinos está diretamente ligado a promoção e aprimoramento das pessoas com poucos recursos. De acordo com o Assessor Espiritual da Família Vicentina, padre Mizael Pugioli: “A Família Vicentina está preocupada com a mudança de estruturas. Acabar com estruturas injustas que fortalecem o pobre manter sua condição atual, em benefícios de alguns ricos. Nosso objetivo, hoje, é trabalhar em prol das mudanças de estruturas com projetos pontuais que possam auxiliar aos pobres a saírem da pobreza e da miséria”, frisou Pugioli.

Atuante na maior parte dos estados brasileiros através de associações, e n t i d a d e s , c o n g r e g a ç õ e s e movimentos. A Família Vicentina, nos últimos 10 anos, teve um crescimento expressivo, o que ocasionou o reconhecimento da sociedade civil pelo trabalho desempenhado com os pobres. “Trabalhar com os pobres, para os pobres e com eles. Para que possam vencer as dificuldades e ajudá-los a saírem da pobreza e da miséria. Esse é o nosso norte, esse é o nosso foco”, explicou o padre Mizael.

A Família Vicentina cresceu e tomou consciência do papel que tem dentro da Igreja Católica, na prática do amor fraterno para com os pobres, dedicar a caridade não como uma virtude, mas, como uma ação efetiva para a contribuição da erradicação da pobreza em todas as regiões do Brasil, são uns dos motivos que move está iniciativa. Nosso trabalho nós entendemos que deve ser feito por nós mesmos, ele compreende a formação, a elaboração de projetos, tais como: auto-sustentabilidade. Enfim, esse é o nosso trabalho para com os pobres”, explicou o Assessor da Família Vicentina.

A preparação dos jovens é outro foco da Família. Na avaliação do padre Mizael, o encontro realizado em Madrid teve uma resposta muito positiva. “O jovem tem o ardor. A espiritualidade do carisma vicentino e o trabalho da caridade com os pobres é enganjador”, detalha padre Mizael.

w ENCONTRO Em Belém, a familia Vicentina avaliou as ações de 2012

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Semana SantaLITURGIA

A Carta aos Hebreus é o único texto do Novo Testamento que atribui ao nosso Senhor Jesus

Cristo os títulos de “Sacerdote”, “Su-mo Sacerdote” e “Mediador da Nova Aliança”, graças à oferenda do sacrifí-cio do seu corpo, antecipado na Ceia mística da Quinta-Feira Santa, con-sumado sobre a cruz e apresentado ao Pai com a ressurreição e a ascen-são ao céu (cf. Hb 9,11-15). Este texto é meditado na Liturgia das Horas da quinta semana da Quaresma - ou da Paixão, como no calendário litúrgico da forma extraordinária do Rito Ro-mano - e na Semana Santa.

Nós, sacerdotes católicos, devemos sempre contemplar Cristo e ter os mesmos sentimentos d’Ele; esta ascese acontece com a conversão permanente. Como se realiza a conversão em nós, sacerdotes? No rito da ordenação nos é pedido o ensino da fé católica, não das nossas ideias; “celebrar com devoção dos mistérios de Cristo - isto é, a liturgia e os sacramentos - segundo a tradição da Igreja”, e não segundo o nosso gosto; sobretudo, “estar cada vez mais unidos a Cristo Sumo Sacerdote, que, como vítima pura, ofereceu-se ao Pai por nós”, isto é, conformar nossa vida segundo o mistério da Cruz.

A Santa Igreja honra o sacerdote e o sacerdote deve honrar a Igreja com a santidade da sua vida - este foi o propósito de Santo Afonso Maria de Ligório no dia da sua ordenação -, com o zelo, com o trabalho e com o decoro. Ele oferece Jesus Cristo ao Pai Eterno e por isso deve estar revestido das virtudes de Jesus Cristo, para preparar-se para o encontro com o Santo dos Santos. Que importante é a preparação interior e exterior para a sagrada liturgia, para a Santa Missa! Trata-se de glorificar o Sumo e Eterno Sacerdote, Jesus Cristo.

Pois bem, tudo isso se realiza em grau máximo na Semana Santa, a Grande e Santa Semana, como dizem os orientais. Vejamos alguns dos seus principais atos, com base no cerimonial dos bispos.

1. Com a Missa in Cena Domini, da Quinta-Feira Santa, o sacerdote entra nos principais mistérios - a instituição da Santíssima Eucaristia e do sacerdócio ministerial -, assim como do mandamento do amor fraterno, representado pelo lavatório dos pés, gesto que a liturgia copta realiza ordinariamente cada domingo. Nada melhor para expressá-lo que o canto

Orientações litúrgicas para a Sexta-feira,Sábado Santo e ao Domingo de Páscoa

do Ubi caritas. Após a comunhão, o sacerdote, usando o véu umeral, sobre ao altar, faz a genuflexão e, ajudado pelo diácono, segura a píxide com as mãos cobertas pelo véu umeral. É o símbolo da necessidade de mãos e corações puros para aproximar-se dos mistérios divinos e tocar o Senhor!

2. Na Sexta-Feira Santa in Passione Domini, o sacerdote é convidado a subir ao Calvário. Às três da tarde, às vezes um pouco mais tarde, acontece a celebração da Paixão do Senhor, em três momentos: a Palavra, a Cruz e a Comunhão. Dirige-se em procissão e em silêncio ao altar. Depois de ter reverenciado o altar, que representa Cristo na austera nudez do Calvário, ele se prostra em terra: é a prosk�nesis, como no dia da ordenação. Assim, expressa a convicção do seu nada diante da Majestade divina, e o arrependimento por ter se atrevido a medir-se, por meio do pecado, com o Onipotente. Como o Filho que se anulou, o sacerdote reconhece seu nada e assim tem início sua mediação sacerdotal entre Deus e o povo, que culmina na oração universal solene.

Depois se faz a ostensão e a adoração da Santa Cruz: o sacerdote se dirige ao altar com os diáconos e lá, em pé, ele a recebe e a descobre em três momentos sucessivos - ou a mostra já descoberta - e convida os fiéis à adoração, em cada momento, com as palavras: Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo. Em sua descarnada solenidade, aqui, no coração do ano litúrgico, a

tradição resistiu tenazmente mais que em outros momentos do ano.

O sacerdote, após ter depositado a casula, se possível descalço, aproxima-se primeiramente da Cruz, ajoelha-se diante dela e a beija. A teologia católica não teme em dar aqui à palavra “adoração” seu verdadeiro significado. A verdadeira Cruz, banhada com o sangue do Redentor, torna-se, por assim dizer, uma só coisa com Cristo e recebe a adoração. Por isso, prostrando-nos diante do lenho sagrado, nós nos dirigimos ao Senhor: “Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz redimistes o mundo”.

3. A Páscoa do Reino de Deus se realizou em Jesus: oferecida e consumida a Ceia, “na noite em que ia ser entregue”; imolada sobre o Calvário na Sexta-Feira Santa, quando “houve escuridão sobre toda a terra”, mais uma vez à noite recebe a consagração da aprovação divina, na ressurreição de Cristo Senhor: por João, sabemos que Maria Madalena se aproximou do sepulcro “bem de madrugada”; portanto, aconteceu nas últimas horas da noite após o sábado pascal.

No Novus Ordo, o sacerdote, desde o início da Vigília, está vestido de branco, como para a Missa. Ele abençoa a fogo e acende o círio pascal com o novo fogo, se procede, após ter aplicado, como na liturgia antiga, uma cruz. Depois grava sobre o lado vertical da cruz a letra grega alfa e, abaixo, a letra omega; entre os braços da cruz,

IVAN CARDOSO

w EM 2012 No Sábado Santo, dom Alberto Taveira presidiu a celebração da Vigília de Páscoa na Catedral de Belém

O sacerdote na celebração do Tríduo Pascal

faz a incisão de quatro algarismos para indicar o ano em curso, dizendo: Cristo ontem e hoje. Depois, feita a incisão da cruz e dos demais sinais, pode aplicar no círio cinco grãos de incenso, dizendo: Por suas santas chagas. Depois, cantando o Lumen Christi, guia a procissão rumo à igreja. O sacerdote está à cabeça do povo dos fiéis aqui na terra,

para poder guiá-lo ao céu.É o s a c e r d o t e q u e e n t o a

solenemente Eis a luz de Cristo!. Ele o canta três vezes, elevando gradualmente o tom da voz: o povo, depois de cada vez, repete-o no mesmo tom. Na liturgia batismal, o sacerdote, estando de pé diante da fonte, abençoa a água, cantando a oração: Ó Deus, por meio dos sinais sacramentais; enquanto invoca: Desça, Pai, sobre esta água, pode introduzir nela o círio pascal, uma ou três vezes.

O signif icado é profundo: o sacerdote é o órgão fecundador do seio eclesial, simbolizado pela fonte batismal. Verdadeiramente, na pessoa de Cristo Cabeça, ele gera filhos que, como pai, fortifica com o crisma e nutre com a Eucaristia. Também em razão destas funções maritais com relação à Igreja esposa, o sacerdote não pode senão ser homem. Todo o sentido místico da Páscoa se manifesta na identidade sacerdotal, chegando à plenitude, o pl?roma, como diz o Oriente. Com ele, a iniciação sacramental chega ao cume e a vida cristã se torna o centro.

Portanto, o sacerdote, que subiu com Jesus à cruz na Sexta-Feira Santa e desceu ao sepulcro no Sábado Santo, no Domingo de Páscoa pode afirmar realmente com a sequência: “Sabemos que Cristo verdadeiramente ressuscitou dentre os mortos”.

DEPARTAMENTO DAS CELEBRAÇÕESLITÚRGICAS DO SUMO PONTÍFICE

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Semana Santa

14/03 (Quinta)06h30: Celebração Eucarística19h00: Celebração Eucarística20h00: Recital (Schola Cantorum)

21/03 (Quinta)06h30: Celebração Eucarística19h00: Celebração Penitencial (não haverá Missa)

23/03 (Sábado)07h00: Celebração Eucarística08h00 - 14h00: Campanha pela Vida (Almirante Barroso)18h30: Celebração Eucarística

24/03 (Domingo de Ramos)07h00: Bênção dos RamosProcissão com os Ramos (Concentração em frente à Escola Jarbas Passarinho - Av. Rômulo Maiorana - próximo ao Bosque)08h00: Chegada à Igreja da Santa Cruz com Santa Missa10h00: Celebração do Batismo11h30: Celebração Eucarística18h30: Celebração Eucarística

25/03 (Segunda)06h30: Celebracão Eucarística19h30: Terço dos HomensConfissões (durante o Terço)

26/03 (Terça)06h30: Celebracão Eucarística19h00: Celebracão Eucarística (Pregação: As 7 dores de Maria - Pe. Paulo Falcão)Confissões (durante a Missa)

27/03 (Quarta)06h30: Celebracão Eucarística19h00: Celebracão Eucarística - encerramento dos encontro da Campanha da Fraternidade (Pregação: mistério da Morte e Ressurreição de Cristo - Pe. Carlo Paris)Confissões (durante a Missa)

28/03 (Quinta-feira Santa)09h00: Celebração dos Santos Óleos (Catedral)17h00: Celebração da Ceia do Senhor (com as Crianças)Confissões (durante a Missa com as crianças)20h00: Calebração da Ceia do Senhor/ Adoração ao Santíssimo Sacramento (até as 24h00)

29/03 (Sexta-feira)08h00: Via Sacra com os Jovens (Igreja)Confissões (após a Via Sacra)15h00: Liturgia da Paixao do Senhor/Procissão19h00: Encenação peça: Paixão de Cristo (Pastoral Teatral)

30/03 (Sábado Santo)20h00: Celebração da Vigllla Pasca;

31/03 (Domingo de Páscoa)07h00: Celebração Eucarística09h00: Celebração Eucarística com as Crianças10h00: Celebração do Batismo11h30: Celebração Eucarística18h30: Celebração Eucarística

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA SANTA

PARÓQUIA DA SANTA CRUZArquidiocese de Belém

Av. Almirante Barroso s/n - Fone: (91) 3276-0941www.paroquiadasantacruz.com.br

[email protected]

PREPARANDO A PÁSCOA

Igreja revive os momentos da paixão e ressureição de CristoVeja a programação da Semana Santa na Arquidiocese de Belém

Começa neste fim de semana, com o Do-mingo de Ramos (24), o período alto do Cristianismo – a Semana Santa. Foram

exatos quarenta dias de preparação, por meio da Quaresma, para viver esta semana de forma intensa, com orações, jejuns, caridade e peni-tência. Durante esse período, a Igreja Católica revive os passos de Jesus durante sua paixão, morte e ressurreição. Este momento inicia no Domingo de Ramos, quando se recorda a en-trada triunfal de Jesus em Jerusalém, e termina no Domingo de Páscoa (31), com a celebração da Ressurreição de Jesus Cristo.

Padre José Gonçalo Vieira, cura da Igreja da Sé, ressalta que o tempo da Quaresma faz um

forte apelo à conversão. “Durante a Quaresma estivemos bem perto da Palavra de Deus, pois pela escuta da Palavra, chegaremos à Páscoa do Senhor. Este tempo foi também marcado pelos gestos concretos como: caridade pelos irmãos, busca do sacramento da penitência, oração mais contemplativa, fazendo um profundo retiro espiritual”.

Como objetivo de reunir os fiéis em torno das celebrações, a Arquidiocese Metropolitana de Belém preparou uma programação especial para a Semana Santa, que será transmitida ao vivo pela TV Nazaré, além disso, em cada paróquia haverá uma programação específica. Acompanhe a agenda da arquidiocese:

24/03 - DOMINGO DE RAMOS08h30 – BÊNÇÃO DOS RAMOS – Com saída da Praça do Carmo rumo à Catedral de Belém.10h – Batismo19h – MissaLeve seu Ramo.

25/03 - SEGUNDA-FEIRA SANTA16h às 19h – Confissões19h – Santa Missa

26/03 - TERÇA-FEIRA SANTA16h às 19h – Confissões18h – Santa Missa

27/03 - QUARTA-FEIRA SANTA8h – Santa Missa19h – Procissão da Fuga do Senhor(Traslado do Senhor dos Passos até a Basílica)

28/03 QUINTA-FEIRA SANTA09h – MISSA DO CRISMAPontifical de Bênção dos Óleos.Renovação das Promessas Sacerdotais.18h – MISSA DA CEIA DO SENHORLava Pés / Instituição do Sacerdócio e Eucaristia / Trasladação do SS. Sacramento para Adoração até às 24h.

29/03 - SEXTA-FEIRA SANTA07h – PROCISSÃO DO SR. DOS PASSOS. Saída da Basílica de Nazaré com a imagem do Senhor dos Passos08h – Saída da Catedral com a imagem de N. Sra. das Dores para o Encontro na Igreja das Mercês, voltando para a Catedral.11h – SERMÃO DO ENCONTRO - com Padre Glaucon Feitosa, na Igreja Nossa Senhora das Mercês16h – SERMÃO DAS SETE PALAVRAS - com Frei Eduardo Farias (capuchinho), na Capela do Colégio Santo Antônio, na Praça Dom Macedo Costa16h – AÇÃO LITÚRGICA DA PAIXÃO DO SENHORLeitura da Paixão / Oração Universal / Adoração da Cruz / Comunhão 18h – PROCISSÃO DO SENHOR MORTOOBS: Levar uma vela ou tocha para iluminar a Procissão

30/03 - SÁBADO SANTO21h00 – VIGÍLIA DE PÁSCOAOBS: Levar uma vela com proteção.

31/03 - DOMINGO DE PÁSCOA07h – Santa Missa09h – Santa Missa10h – Batismo Solene19h – MISSA SOLENE

NA CATEDRAL DE BELÉM

APOIO:

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Em Nazaré

Neste domingo (24), Domingo de Ramos, haverá solene bênção dos ramos, às 8h, na Igreja Santo Antonio Maria Zaccaria. Após a bênção, os fiéis seguirão em procissão pelas ruas 9 de Janeiro, Rua João Balby, Av. Generalíssimo Deodoro e Nazaré até chegar à Basílica Santuário, onde será presidida uma missa, às 10h.

Neste mesmo dia é comemorado o Dia Nacional de Coleta da Solidariedade. Este dia marca oficialmente a abertura da Semana Santa e também o dia da Coleta Nacional, gesto concreto da Campanha da Fraternidade, em que todas as doações financeiras realizadas pelos fiéis farão parte dos Fundos Nacional e Diocesano de Solidariedade.

Os recursos da Coleta serão destinados a projetos voltados ao controle social de políticas públicas na área de segurança; a denúncia de crimes contra a ética, a economia e gestões públicas; a denúncia do modelo punit ivo presente no sistema penal brasileiro; valorização de articulações e redes sociais populares que defendam os direitos humanos, a superação

da violência e a cultura de paz.As missas de Domingo serão celebradas às

6h30, 8h, 10h, 16h30, 18h e 20h.

Basílica de Nazaré comemora dia de São JoséApós procissão, missa reuniu muitos fiéis em missa no Santuário

PATRONO DA IGREJA

Muitos fiéis lotaram a Basílica na última terça-feira (19). É

neste dia que a Igreja recor-da solenemente a santida-de de vida do seu patrono, Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Famí-lia. Após a procissão, houve missa na Basílica Santuário, presidida por Pe. Luciano Brambilla. No altar de São José, decorado especial-mente para este dia, muitos devotos seguiam ajoelhados e tirando fotos.

Para comemorar o dia, a Basílica Santuário organizou uma programação que começou na semana anterior (15), contendo missas, orações, café da manhã para idosos, solenidade e Procissão.

SÃO JOSÉ - O culto a São José começou provavelmente no Egito, passando mais tarde para o Ocidente, onde hoje alcança grande popularidade. Em 1870, o papa Pio IX o proclamou “O Patrono da Igreja Universal” e, a partir de então, passou a ser cultuado no dia 19 de março.w ORAÇÃO Devotos celebraram o dia de São José, patrono da Igreja, modelo de pai e esposo na terça-feira (19)

COLABORAÇÃO: LUANA SANTOS

Encerra-se amanhã (23) a campanha para a escolha do novo slogan da Rádio Web da instituição. O slogan, que deve ser composto de uma frase, será usado na divulgação e execução da Rádio Web, que é transmitida por meio do endereço eletrônico da Basílica www.basilicadenazare.com.br.

Para participar é só mandar um e-mail para o correio eletrônico da Basílica a scombas i l i cadenazare@gmai l . com

contendo a sugestão do slogan, seu nome, telefone e autorização para que sua frase possa ser usada caso seja escolhida.

A Rádio Web já está no ar desde a última sexta (15). Nela, você pode escutar louvores bastando acessar o site do Santuário www.basilicadenazare.com.br/portal. Futuramente você também poderá conferir através da rádio orações e ficar por dentro da programação e notícias da Basílica.

Campanha do novo slogan da Rádio Web da Basílica vai até o dia 23

Programação de Domingo de Ramos

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Nazaré RepórterLUIZ ESTUMANO

LUIZ ESTUMANO

Membros de Evangelização da Província Marista Brasil Centro-Norte (PMBCN), Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), estiveram reunidos no último dia 13 para firmar parceria e ações conjuntas

entre as instituições para o Seminário da Semana Social Brasileira, que acontece de 20 a 22 de maio, em Brasília (DF). O evento é uma preparação para a 5ª Semana Social Brasileira, com o lema “Estado para que e para quem?", que será realizada de 02 a 05 de setembro de 2013.

No último dia 15, a Comunidade Nova Aliança, localizada no bairro do Tapanã, realizou uma evangelização de porta em porta que percorreu várias ruas do bairro, e teve como objetivo aproximar cada vez mais as pessoas da Igreja e orientar as famílias a conviverem com a realidade que enfrentam, sem perder a fé. O bairro do Tapanã é muito prejudicado pela falta de infraestrutura, saneamento básico, saúde e principalmente segurança. Dessa forma a Comunidade começou a fazer esse trabalho, que já existe há mais de 2 anos. Para Flávio Torres, a vida no bairro é tranquila, os vizinhos convivem de uma forma amigável, porém existem as desvantagens. “O governo esqueceu de nós, eles não olham para cá. Estamos

precisando de asfalto e de segurança, pois os assaltos são constantes e temos que ter bastante cuidado”, desabafou o morador. Segundo a coordenadora da Comunidade Aliança, Deolina Oliveira, ao abordarem as pessoas os missionários percebem a tristeza e a angústia que tomam conta dos corações dos moradores do bairro. “Nós percebemos que essa tristeza provém do desemprego, do abandono e também por falta de uma Igreja Católica no bairro”, disse Deolina Oliveira. Em cada conversa os missionários percebem que a realidade local reflete na rotina das famílias. Por isso, a Comunidade faz o trabalho missionário (que faz parte do carisma da comunidade) de porta em porta, para dar assistência religiosa às famílias do Tapanã.

A Paróquia Transfiguração do Senhor, no bairro do Curuçambá, em parceria com o Conselho dos Missionários Diocesano de Belém (COMIDI) realiza neste sábado, 23, às 22h, uma Vigília de Oração pelos Missionários Mártires. O encontro proporcionará um momento de reflexão e oração lembrando a situação dos cristãos no mundo inteiro. Serão realizadas também homenagens especiais aos mártires e um debate para destacar a situação dos missionários que trabalham em situação de desafio. Na ocasião serão feitas pregações e um testemunho especial de uma Irmã que foi sequestrada e irá contar como tudo aconteceu. No domingo, 24, o Setor de Juventude das Pontifícias Obras Missionárias também realiza o Dia Internacional de Jejum e Oração pelos

Missionários Mártires. No encontro será abordado o número de religiosos que são mortos por motivos ligados ao serviço social desenvolvido. No mesmo dia será lembrada a morte de Dom Oscar Romero, assassinado em El Salvador, na capela do hospital onde celebrava a Eucaristia, e de Pe. Ruggero Ruvoletto, morto em setembro de 2009, por traficantes. Também será recordado o assassinato da missionária Dorothy Stang, morta em fevereiro de 2005, em Anapu (PA), e do casal extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, mortos em uma emboscada em Ipixuina (PA), em maio de 2011. Na ocasião será destacada a iniciativa Igreja em iniciar um processo oficial para a canonização dos mártires.

Caro padre,Graça e paz, neste tempo favorável!Creio já ser do seu conhecimento a proposta da 3ª edição do curso sistemático de formação bíblica: Bíblia em Comunidade (Visão Global)-2013/2014, pois todo material informativo e a ficha de inscrição para esse curso Bíblico deveria ter chegado em suas mãos, ainda em 2012 (2º semestre).As aulas iniciaram-se no dia 17/03 (foto) e ainda há vagas, por isso o tempo para inscrição foi prorrogado.Se algum(a) paroquiano(a) quiser se inscrever, poderá fazê-lo. Para mais informações: falar com Rita Portela (na cúria): 3212-7001/7002; enviar um e-mail para [email protected] ou, ligar para Ir.Lourdes Silva, paulina: (91) 3249-1358.Agradeço sua atenção, conferindo se há pessoas interessadas em fazer esse Curso em sua paróquia. Assim, já ficará formada uma equipe que, no final do curso, atuará aí, repassando os conteúdos recebidos e, com isso, poderá contribuir na reflexão e na vivência da comunidade, nas várias áreas, entre outras, liturgia, catequese, bem como promovendo várias atividades, como retiro para os catequizandos e para os pais. Tudo isso entra no rol da animação bíblica na Igreja, como sugere a Verbum Domini.Desde já agradeço sua participação nesse esforço da formação bíblica na nossa Igreja. Em Cristo, Ir.Lourdes.

J Carta aos padres

J Comunidade Nova Aliança evangeliza no Tapanã

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou o concurso para a escolha do Hino e do Cartaz da Campanha da Fraternidade 2014, cujo tema é: “Fraternidade e Tráfico Humano”. As composições podem ser enviadas à CNBB até o dia 29 de abril, contendo apenas o nome fictício do compositor. A música deverá traduzir em linguagem poética os conteúdos do tema, lema, objetivos e demais indicativos de reflexão, entre outros. O cartaz deverá

ser enviado até o dia 3 de maio. Um júri irá escolher o melhor cartaz que será veiculado em todo o país. O ganhador receberá, gratuitamente, o manual com os subsídios da CF, acompanhado de cartazes. O nome do criador será veiculado em todos os textos impressos. Os interessados deverão acessar o site da CNBB: www.cnbb.org.br, preencher os termos de Cessão de Direitos Autorais e obedecer a todas as orientações. Boa sorte!

J Concurso da Campanha da Fraternidade 2014

J Semana Social Brasileira

J Vigília pelos Mártires

No dia 19 a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, localizada no Distrito de Icoaraci, celebrou 28 anos de fundação. O primeiro pároco foi frei Mario Paloni. Atualmente, a paróquia está sob a gestão de Pe. George Jenner. A festividade em honra à padroeira

está se aproximando. Ela acontecerá de 1 a 13 de maio com o tema “Maria, Juventude a serviço da Fé”, em alusão à Campanha da Fraternidade de 2013 e à Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no Rio de Janeiro em julho.

Padre José Bispo de Sousa é o novo vigário da Paróquia Santa Edwiges, localizado no bairro da Nova Marambaia. Pe. Zezinho, como também é conhecido, é natural de Bom Jesus da Lapa na Bahia, e chegou a Belém no último dia 19, já começando os trabalhos na paróquia. Ele tem 34 anos de idade, 1 ano de sacerdócio e faz parte da Congregação São José (Josefino de Murialdo). A Paróquia São Jorge, no bairro da Marambaia, também está com um novo vigário paroquial. Padre José Menezes da Costa tem 44 anos e veio do estado de Sergipe. Tem 2 anos de sacerdócio e pertence à Congregação dos Joselitos de Cristo. O religioso substitui o Pe. Amado Alves da Silva, que segue sua missão em São Paulo.

J 28 anos de Fátima

J Novos vigários

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FestividadesFOTOS: IVAN CARDOSO

Paróquias celebram o Patrono da IgrejaChefe da Família de Nazaré é homenageado pelos devotos

SÃO JOSÉA Paróquia de São José de Que-luz comemorou na última terça-feira (19), o dia de São

José de Queluz. As festividades se confundem com as comemorações do padroeiro São José e do cente-nário da Igreja, que completa 100 anos, em 2013. A comunidade que frequenta a paróquia organizou uma programação intensa para lou-var o santo padroeiro neste mês de março, foram 15 dias de intensas atividades para celebrar o padroei-ro. A devoção a São José levou na última terça-feira (19), uma multi-dão as ruas no Bairro de Canudos para homenagear e agradecer ao santo pelas bênçãos alcançadas. A procissão percorreu 4 km, e encer-rou as atividades durante as come-morações dedicadas ao padroeiro, que levou a participação de jovens, adultos e idosos.

Para a devota, Arlete Sena, a procissão tem um signif icado

peculiar: a de reabastecer a fé dos católicos. Para outros fiéis, São José representa paz e tranquilidade, além de ser o protetor dos moradores que residem no bairro.

São José é considerado dentro da Igreja Católica o padroeiro das famílias, quando solicitado para protegê-las de qualquer dificuldade

ou turbulências ele presta auxílio. Em entrevista ao jornal VOZ DE NAZARÉ, o pároco Frei Roan Ataíde falou da alegria de chegar ao centenário, em 2013, “um ano inteiro nos preparamos para celebrar este dia, São José é o nosso padroeiro. É o dia, também, que estamos dando graças por 100 anos de história de amor e dedicação”, comentou.

“Trabalhar para Cristo sempre nos renova, nos engrandece e nos purifica. E, trabalhar para nosso pai adotivo que é São José é uma honra e uma emoção muito grande”, detalhou a Coordenadora da Festividade de São José, Luciana Carvalho.

A procissão é o momento mais esperado da festa. E nesse momento que os moradores que vivem no entorno da Igreja encontram a oportunidade de homenagear e saldar o padroeiro das famílias. A mãe de Célia Santos, hoje com idade avançada, foi uma das percussoras da Igreja. A filha contou que a mãe ajudou a construir a Igreja e chegou até a carregar pedra e tijolos: “somos católicos praticantes e louvamos o santo. Tenho uma fé inabalável. Estou feliz por está Igreja, que está completando 100 anos de caminhada, tenha tido a participação da minha mãe, ela foi uma das fundadoras”, contou Célia.

As crianças estiveram também presentes na procissão e nas atividades em honra e glória a São

w PÁROCO Pe. Wiremberg concelebra a Missa no dia de São José w PROCISSÃO Mesmo debaixo de chuva, fiéis caminharam rumo a matriz

José de Queluz, animados com os festejos elas cantaram e entoavam o nome do padroeiro.

NO UMARIZAL

A paróquia São José, localizada no bairro do Umarizal, encerrou sua festividade na última terça-feira (19). Foram 14 dias de festa e comemorações em honra ao padroeiro da Sagrada Família, tendo como tema: “Da carpintaria de Nazaré ao lar da fé: São José nos ensina a viver a fé!”. A Santa Missa foi presidida por dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém, e concelebrada pelo pároco, Pe. Wiremberg José da Silva, às 19h e contou com a participação de muito fiéis, que logo seguiram para a Procissão Luminosa. O cortejo saiu da frente do shopping e percorreu várias ruas do bairro, chegando à igreja Matriz na qual foi celebrada a missa de encerramento da festividade.

A paróquia foi inaugurada no dia 30 de janeiro de 2011 e abrange três comunidades: São Vicente de Paulo, Nossa Senhora Mediandeira (Círculo Operário), e Capela Nossa Senhora de Loudes.

Segundo o pároco, o dinheiro arrecadado na festividade irá servir para a construção do salão paroquial, e para a manutenção e conservação do prédio onde é instalada a paróquia.

w DEVOÇÃO Fiéis homenageiam São José em procissão, em Queluz

Page 11: Voz de Nazaré

SANTA PACIÊNCIA - ANDRÉ ABREU

Q U A D R I N H O S

Na LocadoraPedro Veriano ([email protected])

Cinema & DVD

O argumento de “O Mestre” (The Master/EUA,2012) focaliza o pós-guerra (a

2ª.Mundial), e gira em torno do ex-combatente chamado Freddie Quell (Joaquim Phoenix), que aba-lado emocionalmente ao voltar da frente de batalha,encontra um se-nhor chamado Lancaster Dodd (Phlip Seymour Hoffman), pessoa simpática e ao mesmo tempo enig-mática, criadora de uma seita que chama de “A Causa”. A pregação de Dodd tem a ver com a Cientolo-gia, crença que tenta explicar tudo pela ciência e que hoje, nos EUA, conta com adeptos famosos como os atores Tom Cruise e John Tra-volta. Chega a ser mais do que uma suspeita a relação do personagem interpretado magnificamente por Hoffman, um dos melhores atores americanos do momento, com o criador do “cientificismo”,L.Ron Hubbard.Há quem ache que o dire-tor-roteirista Paul Thomas Ander-son escreveu a historia de seu filme para provocar Cruise com quem trabalhou em “Magnólia”. O certo é que o seu trabalho gerou polêmi-ca no país que o produziu.

“O Mestre” chega até nós fazendo sessões em uma sala alternativa

“mestre”, patrocina uma psicopatia no pobre rapaz que desejava, apenas, deixar de pensar nos horrores de uma guerra que ele viu de perto. O tal “mestre” questiona como Deus deixou que se fizesse uma guerra fratricida sendo Todo Poderoso e pedir em um de Seus mandamentos, que os homens não se matem. Quando Freddie passa a ter suas próprias explicações e quer levá-las ao “professor” este se esconde. O filme, portanto, é contra os preceitos materiais que negam o Criador. E põe como guias dessa critica dois grandes atores em desempenhos excelentes.

“O Mestre” ganhou 58 prêmios internacionais, foi 68 vezes candidato a outros prêmios e concorreu a 3 Oscar de interpretes.No Festival de Veneza, o mais antigo do mundo, Thomas Anderson ganhou o Leão de Prata e os dois atores a Taça Volpi.É mais um filme denso e elogiado pela critica do diretor de “Sangue Negro”, “Embriagado de Amor”e o citado “Magnolia”. Um desses filmes “cabeça”, mas com muita substancia, não apenas um malabarismo formal para endereçar o resultado a um pequeno numero de espectadores. O cinéfilo adulto deve olhar.

(Libero Luxardo) e é desses filmes que vai despertar polêmica. O problema é que não é muito fácil de ser entendido por todos os espectadores. E isto é um mal, pois a critica a uma religião que diminui a participação de Deus pode não ser perfeitamente absorvida. Na verdade Anderson, através da fala de Hoffman, exibe as contradições de quem quer explicar tudo pelo viés materialista. Dodds explica a seu pupilo que a ciência revela a gênese dos milagres atribuídos à graça divina. Como “não existe milagre” não existe Deus. E esta concepção leva a um conflito psicológico que machuca o pobre ex-combatente, no fim um alucinado que busca outra vez “o mestre” e não consegue mais ser atendido. O que se lê em “A Causa”, livro básico do oportunista que se a u t o d e n o m i n a

“O Dia em que a Terra Parou”

O blu-ray de “O Dia em que a Terra Parou” (The Day the Earth Stood Still/EUA,1951) é um dos melhores que me chegou às mãos. Além do clássico de Robert Wise (e é preciso não confundir com a refilmagem de 2008, uma aberração) traz mais de 6 documentários ligados ao roteiro de Edmund North (e história de Harry Bates). Um desses documentários, tratando da vida e obra de North,e cita a ideia messiânica do autor. Klatoo (Michael Rennie),o extraterrestre que aterrissa seu disco voador em Washington e traz uma mensagem aos sábios da Terra na época de “guerra fria” entre EUA e URSS,seria um novo Cristo. Como tal é morto e ressuscita. Tem que pregar a paz no mundo e o faz antes de partir para o céu. Esta concepção alude à necessidade de paz em momentos conturbados da vida humana. Os homens,em 1951, exibiam suas armas nucleares ameaçando a vida no planeta. E hoje? 62 anos depois o tema continua básico. Agora mesmo a Coréia do Norte ameaça a do Sul e mais países que possam interferir em seus planos de conquista. O novo Papa exige que se evangelize todos os cantos do mundo. A esperança de dias melhores está no bojo da historia de Klatoo, o et que não difere dos humanos pelo físico e por isso passa a viver como uma pessoa qualquer pedindo abrigo numa pensão e tornando-se amigo de uma criança.

Dentre os documentários no bluray está uma entrevista com uma enfermeira sobrevivente do bombardeio atômico em Hiroshima.

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 11

Entretenimento

P A L A V R A S C R U Z A D A S

eu indico O livro TEMPO DE ESPERAS de Padre Fábio de Melo. A história é belíssima, fala de dois homens que trocam cartas, um professor inteligente e culto que resolveu se esconder do mundo e um estudante de filosofia que tem o sonho de alcançar as glórias da vida acadêmica que o professor abandonou. Ao trocar cartas sinceras, percebe-se o quanto o estudante é um homem interiormente vazio, e que pra ele compreender o amor verdadeiro, foi preciso que uma outra pessoa desconhecida mostrasse o valor do tempo, o amor fraternal, a amizade e a humildade, pois a felicidade pode estar na simplicidade da vida.

ELIZANGELA MOREIRA, Gerente de loja

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A causaO filme, portanto, é contra os preceitos materiais que negam o Criador

BOA DICA

Esta obra é fruto da experiência pastoral do autor. Apresenta algumas reflexões bíblico-pastorais sobre o perdão, detendo-se par ticularmente nos ensinamentos do Novo T e s t a m e n t o . N e l a , experiência e reflexão caminham lado a lado, percorrendo um caminho em que ambas se sustentam e iluminam reciprocamente.

Através de fatos narrados de maneira descontraída, a autora leva o leitor a desejar reconhecer o valor do Sacramento da Eucaristia em sua rotina.

LIVROS E CD'S

n O PODER DO PERDÃO, REFLEXÕES BÍBLICO-PASTORAIS, DOMENICO SALVADOR(Paulinas,72págs,R$8,50)

n VIVERÁS EM MIM, CARMITA OVERBECK (Paulinas,88págs,R$10,50)

wATOR Suspeita comparação do personagem interpretado por Hoffman com criador do

“Cientificismo”

NASSRALLA

Através de fatos narrados de maneira

Através de fatos narrados de maneira Através de fatos narrados de maneira

pequeno numero de espectadores.

pequeno numero de espectadores. pequeno numero de espectadores.

O cinéfilo adulto deve olhar.

O cinéfilo adulto deve olhar. O cinéfilo adulto deve olhar.

a u t o d e n o m i n a

a u t o d e n o m i n a a u t o d e n o m i n a

Page 12: Voz de Nazaré

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 201312

Social

FOTOS: LUIZ ESTUMANO

No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20

mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os lo-cais por onde eles podiam circular. No bairro de Shaperville, os manifestan-tes se depararam com tropas do exér-cito. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a mul-tidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu a data 21 de março como o Dia Inter-nacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Até hoje muitas pessoas alegam não ter preconceito e serem incapazes de proferir atitudes discriminatórias. Mas será que o que alegam condiz com suas práticas? O que pensam e conhecem essas pesso-as a respeito do assunto?

O designer Rodrigo Lima, 26, conta que já foi “traído pela própria consciência”. Certa vez ele proferiu preconceito inconscientemente. O jovem natalense achava que não era preconceituoso, mas, há 2 anos, logo que chegou a Belém, julgou três jovens que entraram no ônibus pela cor da pele e pela forma como estavam vestidos. Rodrigo já havia sido assaltado duas vezes e julgou os três jovens baseado por estereótipos. A atitude de Rodrigo naquele dia foi a de descer do ônibus e continuar o percurso a pé. Ele teve de andar muito para chegar ao trabalho.

Hoje Rodrigo avalia que era racista sem perceber. Como ele, milhares de brasileiros têm o preconceito incutido na sua mentalidade e externam-no dia-a-dia. Para a coordenadora da especialização em Educação para Relações Etnicorraciais do Instituto Federal do Pará (IFPA), Helena Rocha, o preconceito conviveu por séculos com atos de discriminação dissimulados em preconceito social e racial. Na sua avaliação, isso conduz à impunidade generalizada em relação a condutas tidas como rotineiras, retrata o conformismo e retarda a conquista efetiva da cidadania dos discriminados.

Termos - O racismo é uma ideologia que postula a existência de hierarquia entre grupos humanos, entre negros e brancos, por exemplo. Pode se manifestar por meio de preconceito ou discriminação a indivíduos considerados de outras etnias. Já o preconceito é uma indisposição, um julgamento prévio negativo que se faz de pessoas estigmatizadas por estereótipos. É uma ideia pré-concebida ou intolerância e aversão a pessoas diferentes.

O estereótipo é uma característica atribuída a determinadas pessoas, um rótulo, um pré-julgamento. Já a discriminação é o nome que se dá a qualquer conduta (ação ou omissão) que viola os direitos das pessoas com base em critérios injustificados e injustos, tais como: etnia, sexo, idade, opção religiosa e outros.

Baseado por um estereótipo, Rodrigo foi preconceituoso ao julgar negativamente aqueles três jovens do ônibus, e expressou racismo ao hierarquizar aqueles seres humanos. O racismo foi manifestando por meio de preconceito (julgamento prévio daqueles jovens) e discriminação (Rodrigo agiu de forma injusta com os jovens, descendo até do ônibus).

Rodrigo aprendeu com aquela situação. Atualmente ele condena atitudes de racismo e luta para que acabem todas as formas de

Eles lutam pelo respeito 21 de março, Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial

DIREITOS

discriminação racial. “O racismo é tão forte no Brasil que às vezes até penso que é cultural julgar as pessoas. Parece que nós fomos educados durante anos para agir assim”, avalia. A conclusão do jovem é confirmada pela especialista da área, Helena Rocha, que explica o mito da inferioridade africana disseminado mundialmente: “a história da África é vítima de um discurso único, do olhar do dominador, do discurso de quem olhou apenas um lado desse continente".

“Não se mostra a África berço da humanidade e produtora de diamante. O Egito, por exemplo, é estudado desatrelado do continente africano. A Cleópatra nos é apresentada com fenótipo eurocêntrico”, explica a estudiosa.

A atuação no IFPA junto a estudiosos da área etnicorracial fez com que Rodrigo reavaliasse muitos dos seus conceitos. Hoje ele se considera um homem livre de atitudes discriminatórias e preconceituosas e se alegra com os avanços nas leis e iniciativas a favor do combate à discriminação racial. O número de educadores preocupados com os

debates sobre a temática etnicorracial se torna cada vez maior em função principalmente de políticas e práticas afirmativas empreendidas nos últimos anos. Esse debate vem contribuindo para a reflexão sobre o papel da escola enquanto espaço de afirmação de identidades.

Helena Rocha explica que a escola, como instituição de ensino, tem por função ensinar conhecimentos e valores indispensáveis à formação de um bom cidadão. Aprender a ser cidadão é comprometer-se com a vida da comunidade e do país. A estudiosa também esclarece que todos os seres humanos são iguais. Segundo ela, diversos teóricos afirmam que não existe a noção de raça e questionam as teorias que propõem diferenciação entre os seres humanos, inclusive pela cor da pele. Estudos da genética molecular, por exemplo, sob o concurso da genômica, são categóricos: a espécie humana é uma só e a diversidade de fenót ipos ( caracter í s t icas observáveis), bem como o fato de que cada genótipo (material intracelular) é único, são normas

Sim. Certa vez um garoto discutiu comigo e ele me disse que “não ia discutir comigo ainda mais porque eu era ‘pretinho’”.

FELIPE SAEF, 19, estudante

Você já foi vítima de preconceito racial ou já discriminou alguém?É algo que espero nunca passar, é humilhante e sem

necessidade de acontecer, pois todos somos humanos e devemos ser respeitados como tal. Sou totalmente contra quem pratica esse tipo de violência contra as pessoas.

MÁRIO MORAES REGO, 47, modelo

Eu realmente nunca sofri com isso, mas meu bisavô que era índio teve que retirar do seu nome o sobrenome “Tupinambá” em cartório de registro, pois não conseguia emprego. Os indígenas eram considerados incapazes.

RUBENS PINHEIRO, 46, servidor público

Nunca sofri preconceito ou descriminação racial. E eu acho que isso é uma coisa que não tem nada a ver. Todos nós somos pessoas iguais. Preconceito é uma coisa que eu não faço e nem gosto de ver fazerem.

EDNEI DAMASCENO, 17, estudante

da natureza. A pesquisadora indica utilizar o termo “etnia” para se referir às diferenças culturais, históricas, lingüísticas, artísticas e religiosas das pessoas. A etnia representa a consciência de um grupo de pessoas que se diferencia dos outros.

Comemoração - São muitos os motivos para comemorar o dia 21 de março. A data marca ainda outras conquistas da população negra no mundo. Ao longo da história, muitas pessoas dedicaram suas vidas à luta pelos direitos civis e pelo fim da discriminação racial. Em 20 de novembro de 1695, morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão no período do Brasil Colonial. Martin Luther King Jr foi um grande líder negro americano que lutou pelos direitos civis dos cidadãos, principalmente contra a discriminação racial. Ele sonhava com um mundo onde houvesse liberdade e justiça para todos . Sua figura ficou marcada na História da Humanidade como símbolo da luta contra o racismo. Malcolm X foi outra personalidade que se sobressaiu na luta contra a discriminação racial. “A luta é minha vida” foi uma das frases de Nelson Mandela que desde jovem, dedicou sua vida à luta contra a discriminação racial e as injustiças contra a população negra.

w CONSCIÊNCIA Rodrigo Lima assume que era racista sem perceber

w PESQUISADORA Helena Rocha diz que racismo é muito forte no Brasil

Como agir em casos de discriminação?

S e v o c ê f o i v í t i m a d e qualquer tipo de preconceito ou discriminação, é muito importante que denuncie, pois a denúncia visa combater a prática desse crime, punir o agente e garantir o direito à igualdade. Veja como proceder para denunciar o crime de discriminação ou preconceito e o crime de injúria qualificada:

- Preserve todos os detalhes do caso (horário, data, local e situação). É importante apresentar testemunhas que comprovem a ocorrência do crime;

- Registre queixa em qualquer delegacia de polícia ou, se preferir, em uma delegacia especializada para a obtenção de um boletim de ocorrência.ATENÇAO: Se você precisar de um advogado para entrar com uma ação, você pode procurar, além das entidades citadas aqui, a Defensoria Pública ou escritórios jurídicos que prestam serviço de assistência jurídica gratuita à comunidade.

Page 13: Voz de Nazaré

Caderno DoisD O JORNAL CATÓLICO DA FAMÍLIA DBELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 2013

“Não tenhais medo da bondade e da ternura”Homilia da Missa de início do Pontificado de Papa Francisco

n Fonte: Radio Vaticana

"Queridos irmãos e irmãs!

Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do ministério petrino

na solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o ono-mástico do meu venerado Predeces-sor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão.

Saúdo, com afeto, os Irmãos Cardeais e Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos Chefes de Estado e de Governo, às Delegações oficiais de tantos países do mundo e ao Corpo Diplomático.

Ouvimos ler, no Evangelho, que «José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa» (Mt 1, 24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser custos, guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: «São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo» (Exort. ap. Redemptoris Custos, 1).

Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egito e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida cotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.

Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projeto d’Ele que ao seu. E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito. E José é «guardião», porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos

Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!

Entretanto a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!

E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem «Herodes» que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher.

Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos «guardiões» da criação, do desígnio de Deus

inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para «guardar», devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura.

A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!

Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os

braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afeto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger.

Na segunda Leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou «com uma esperança, para além do que se podia esperar» (Rm 4, 18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.

Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu!

Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amém!"

(Homilia do Papa Francisco)

w SÍMBOLO DE COMPROMISSO Na missa do início do pontificado, Papa Francisco recebeu o anel do pescador

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Page 14: Voz de Nazaré

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 20132

Santo Padre Caderno Dois

n Fonte: Vaticano.va

"Vejo que estas três Leituras têm algo em comum: é o movimento. Na primeira

Leitura, o movimento no caminho; na segunda Leitura, o movimento na edificação da Igreja; na terceira, no Evangelho, o movimento na confis-são. Caminhar, edificar, confessar.

Caminhar. «Vinde, Casa de Jacob! Caminhemos à luz do Senhor» (Is 2, 5). Trata-se da primeira coisa que Deus disse a Abraão: caminha na minha presença e sê irrepreensível. Caminhar: a nossa vida é um caminho e, quando nos detemos, está errado. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão, na sua promessa.

Edif icar. Edi f icar a Igre ja . Fala-se de pedras: as pedras têm consistência; mas pedras vivas, pedras ungidas pelo Espírito Santo. Edificar a Igreja, a Esposa de Cristo, sobre aquela pedra angular que é o próprio Senhor. Aqui temos outro movimento da nossa vida: edificar.

Terceiro, confessar. Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sócio-caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não se caminha, ficamos parados. Quando não se edifica sobre as pedras, que acontece? Acontece o mesmo que às crianças na praia quando fazem castelos de areia: tudo se desmorona, não tem consistência. Quando não se confessa Jesus Cristo, faz-me pensar nesta frase de Léon Bloy: «Quem não reza ao Senhor, reza ao diabo». Quando não confessa Jesus Cristo, confessa o mundanismo do diabo, o mundanismo do demónio.

Caminhar, edificar-construir, confessar. Mas a realidade não é tão fácil, porque às vezes, quando se caminha, constrói ou confessa,

Primeira Missa do Papa Francisco com os cardeais

n Fonte: Radio Vaticana

“Deus nunca se cansa de perdoar. Não nos cansemos de pedir perdão”: primeiro Angelus do Papa

Pr imeiro domingo de Papa Francisco. Uma multidão convergiu esta manhã para a Praça de São Pedro, onde ao meio-dia, o novo Pontífice – seguindo a tradição – falou da janela dos seus aposentos, para a oração do Angelus. “O Senhor nunca se cansa de perdoar. Somos nós que nos cansamos de pedir perdão”: esta a mensagem sublinhada pelo Papa comentando o Evangelho deste domingo, retomando aliás a homilia da Missa, de manhã, na paróquia de Santa Ana, no Vaticano…

Evocando o texto evangélico, o Papa fez notar que não há, em Jesus, desprezo ou condenação, mas apenas “palavras de amor, de misericórdia, que conduzem à conversão”. “O rosto de Deus é o de um Pai misericordioso que sempre tem paciência.” “Ele tem paciência conosco, compreende-nos, está à nossa espera, não se cansa de nos perdoar se soubermos voltar a ele de coração contrito”. Referindo um livro do Cardeal Kasper, teólogo, lido recentemente, sobre a misericórdia, Papa Francisco confessou que essa leitura lhe fez muito muito bem. “Sentir misericórdia… transforma

Primeiro Ângelus do Papa Francisco

tudo… transforma o mundo”. “Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo. Temos necessidade de compreender bem esta misericórdia de Deus, este Pai misericordioso que tem tanta paciência”

O Papa contou mesmo um episódio que tanto lhe ensinou, neste aspeto. Em 1992, quando chegou a Buenos Aires a imagem (peregrina) de Nossa

Senhora de Fátima e houve uma Missa para os doentes. Veio confessar-se uma mulher simples, de muita idade, mais de 80 anos. “A senhora não tem pecados!” – disse-lhe. “Não, senhor – respondeu ela. Todos temos pecados”. “Será que o Senhor não perdoa?” “Se o Senhor não perdoasse tudo, o mundo nem sequer existia” – respondeu ela. O Papa comentou que esta resposta exprime “a sapiência

que dá o Espírito Santo, a sapiência interior que conduz à misericórdia de Deus.” “Ele (o Senhor) nunca se cansa de nos perdoar. Somos nós que por vezes nos cansamos de pedir perdão… Nunca nos cansemos, não nos cansemos nunca. / Ele é um Pai amoroso, que perdoa sempre, que tem um coração de misericórdia para todos nós. E também nós aprendamos a ser misericordiosos com todos”….

w 1º ANGELUS O sucessor de Bento XVI saúda a comunidade católica presente na Praça São Pedro para ouvi-lo

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sentem-se abalos, há movimentos que não são os movimentos próprios do caminho, mas movimentos que nos puxam para trás.

Este Evangelho continua com uma situação especial. O próprio Pedro que confessou Jesus Cristo com estas palavras: Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo, diz-lhe: Eu sigo-Te, mas de Cruz não se fala. Isso não vem a propósito. Sigo-Te com outras possibilidades,

sem a Cruz. Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor.

Eu queria que, depois destes dias de graça, todos nós tivéssemos a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz

do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor, que é derramado na Cruz; e de confessar como nossa única glória Cristo Crucificado. E assim a Igreja vai para diante.

Faço votos de que, pela intercessão de Maria, nossa Mãe, o Espírito Santo conceda a todos nós esta graça: caminhar, edificar, confessar Jesus Cristo Crucificado. Assim seja." (Homilia de Papa Francisco)

w 1ª MISSA Papa Francisco presidiu a primeira celebração eucarística no seu pontificado após o anúncio

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Page 15: Voz de Nazaré

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 3

Santo Padre Caderno Dois

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n Fonte: Radio Vaticano

Foram no d ia 18 de março apresentados o brasão e o lema do

Papa Francisco, para o seu pontificado, que mantêm os símbolos que usou en-quanto cardeal e arcebis-po de Buenos Aires. “No essencial, o Papa Francisco decidiu manter o seu brasão anterior, escolhido desde a sua consagração episcopal e caracterizado por uma line-aridade simples”, refere um comunicado da Santa Sé, divulgado pelo Padre Lom-

bardi, em encontro com os jornalistas.

O brasão contém um escudo azul coberto pelos s ímbolos da dignidade pontif íc ia (mitra entre chaves de ouro e prata entrecruzadas, unidas por um cordão vermelho), com o monograma com as letras do nome de Jesus em latim (IHS), monograma proposto por São Bernardino de Sena (séc. XV) e adotado por Santo Inácio de Loyola (séc. XVI) como emblema da Companhia de Jesus. Por

Papa Francisco mantém o brasão e o lema de arcebispoSímbolos evocam a centralidade de Cristo, juntamente com a Virgem Maria e São José

baixo, no brasão de Papa Francisco, uma estrela e uma flor de nardo, simbolizando, respet ivamente, Nossa Senhora e São José (patrono d a I g re j a , n e s t e c a s o representado de acordo com

a iconografia hispânica).O lema, “miserando

a t q u e e l i g e n d o ” , evoca uma passagem do

Evangelho segundo São Mateus: “olhou-o com misericórdia e escolheu-o”. A expressão é retirada

de uma homilia de São Beda o Venerável (séculos VII-VIII), e corresponde

a “uma homenagem à misericórdia divina”. Este lema e “programa de vida” evoca um episódio da vida do Papa argentino, que na festa de São Mateus, em 1953, “experimentou, com 17 anos de idade, de um modo muito particular, a presença amorosa de Deus na sua vida”. “A seguir a uma confissão, sentiu o seu coração ser tocado e percebeu a descida da misericórdia de Deus, que com olhar de terno amor o chamava à vida religiosa, no exemplo de Santo Inácio de Loiola”.

bardi, em encontro com os

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O brasão contém um

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Santo Inácio de Loyola

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(séc. XVI) como emblema

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da Companhia de Jesus. Por

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flor de nardo, simbolizando,

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respet ivamente, Nossa

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Beda o Venerável (séculos

Beda o Venerável (séculos Beda o Venerável (séculos

VII-VIII), e corresponde

VII-VIII), e corresponde VII-VIII), e corresponde

n Fonte: Radio Vaticano

Ao final da missa da terça-feira (19), o Papa Francisco tuitou duas vezes – duas mensagens q u e e x p re s s a m d o i s pontos cruciais da homilia proferida instantes atrás, por ocasião da cerimônia de início do seu ministério petrino.

O primeiro tuíte foi: “Guardemos Cristo na nossa vida, cuidemos uns dos outros, guardemos a criação com amor” – em

que Papa Francisco se inspirou nos atributos de São José, Padroeiro de toda a Igreja.

A segunda mensagem fala da tarefa que lhe foi confiada pelos “irmãos cardeais” , inspirados pelo Espírito Santo: “O verdadeiro poder é o serviço. O Papa deve servir a todos, especialmente aos mais pobres, aos mais fracos, aos mais pequeninos”.

Siga o Papa Francisco no twitter: @Pontifex_pt

Papa no Twitter: “O verdadeiro poder é o serviço”

O porquê do nome FranciscoCardeal Hummes: “Papa é jesuíta de coração franciscano”n Fonte: Agência Ecclesia

O Papa disse no dia 16, em Ro-ma, durante uma audiência a jornalistas, que deseja uma

“Igreja pobre e para os pobres”, inspira-da em S. Francisco de Assis.

Francisco recebeu mais de 6000 profissionais da comunicação social no primeiro ato público após ter sido eleito Papa e revelou em que circuns-tâncias se inspirou no santo de Assis para a escolha de um nome e de um programa para o pontificado.

Para o Papa, Francisco de Assis é “o homem da pobreza, da paz, o homem que ama e cuida o criado” numa oca-sião em que “nem sempre” se promove uma boa relação a natureza.

O Papa esclareceu que foram essas atitudes que o inspiraram e que confir-maram a escolha do nome no seu “co-ração”, quando terminou a contagem dos votos que o elegeram como Papa.

“Ah, como desejo uma Igreja pobre e para os pobres”, disse o Papa Fran-cisco na audiência aos profissionais da comunicação social que acompa-nharam, durante as últimas semanas, os acontecimentos relacionados com a resignação de Bento XVI e a reali-zação do Conclave.

O Papa quis esclarecer os jornalis-tas contanto “a história” da escolha do nome Francisco: “Na eleição, eu tinha junto a mim o arcebispo emérito de S. Paulo e também prefeito emérito

da Congregação para o Clero, cardeal Cláudio Hummes. Um grande amigo, um grande amigo! Quando aquilo se tornava um pouco perigoso, conforta-va-me. E quando os votos atingiram os dois terços, ouviu-se um aplauso porque estava eleito o Papa. Ele abra-çou-me e beijou-me e disse-me: não te esqueças dos pobres”.

Até ao fim do escrutínio, o Papa disse que foi pensando aquela palavra - “os pobres, os pobres” - e quando ter-minou a contagem de todos os votos, tinha o nome escolhido, inspirado em Francisco da Assis.

O Papa contou ainda, num ambien-te descontraído e em tom de graça, que outros cardeais lhe disseram para esco-

lher o nome Clemente ou Adriano, re-cordando que Adriano VI foi reforma-dor ou sugerindo que se deveria cha-mar “Clemente XV porque Clemente XIV suprimiu a Companhia de Jesus”.

A Santa Sé revelou ter recebido mais de 5500 pedidos de acredita-ção para o acompanhamento do Conclave.

w INSPIRAÇÃO Dom Cláudio Hummes (à direita) influenciou a escolha do nome Francisco

Page 16: Voz de Nazaré

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 20134

Santo Padre Caderno Dois

O a n ú n c i o d o n ovo pontífice, na última quarta-feira (13), trouxe muita movimentação e expectativa mundial.

Conhecido por um estilo de vida simples e humilde, o ex-arcebispo da Arquidiocese de Buenos Aires, na Argentina, desde 2008 cativou em poucos dias os cristãos e emocionou, principalmente aos brasileiros, ao explicar a escolha do nome Francisco para o exercício do pontificado. “Na eleição, eu tinha ao meu lado o arcebispo emérito de São Paulo, um grande amigo. Quando a coisa começou a ficar um pouco perigosa, ele começou a me tranquilizar. E quando os votos chegaram a 2/3, aconteceu

o aplauso esperado, pois, afinal, havia sido eleito o Papa. Ele me abraçou, me beijou e disse: ‘Não se esqueça dos pobres’. Aquilo entrou na minha cabeça. Imediatamente lembrei de São Francisco de Assis.”

P a d r e P l u t a r c o A l m e i d a , j e s u í t a d a Capela de Lourdes, no bairro de Nazaré, afirma que o car isma de um jesuí ta se resume no que Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, chamou de “A Maior Glória de Deus” o que para os jesuítas realiza-se na “defesa da fé e na promoção da justiça”. “A companhia surgiu no século

w DECLARAÇÃO "Há uma ação de Deus que guia os cardeais na eleição de um papa"

LUIZ ESTUMANO

Jesuíta fala sobre o Papa Francisco

Arquidiocese se alegra com a escolhaANÚNCIO

Em coletiva de imprensa, Dom Alberto falou sobre o novo sucessor de Pedro

Beatíssimo Pai,

A Arquidiocese de Belém recebeu com imensa alegria a notícia da eleição de Vossa Santidade como Sucessor de Pedro, reconhecendo nela o fruto das fervorosas orações que subiram ao Pai de Misericórdia de todas as partes do mundo.Apressamo-nos a manifestar-lhe, Santidade, nossa plena adesão fi lial ao ministério petrino que agora se realiza em sua pessoa, desejando que encontre, desde já, da parte de todos os fi éis de nossa Arquidiocese a contínua prece solicitada na Praça de São Pedro, no primeiro e jubiloso encontro com o novo Papa.Ao chegar-lhe nosso pedido de uma propiciadora Bênção Apostólica para toda a Arquidiocese, apresentamos as saudações em nome do Bispo Auxiliar Dom Teodoro Mendes Tavares, do Arcebispo Emérito Dom Vicente Joaquim Zico, Sacerdotes, Paróquias, Religiosos e Religiosas, Novas Comunidades, Pastorais, Movimentos e Serviços Eclesiais.Nesta oportunidade, afi rmo-me devotíssimo no Senhor,

Belém do Pará, 13 de março de 2013.

Sua SantidadePapa Francisco

Palácio Apostólico

CIDADE DO VATICANO

Após dois dias de Conclave, Jorge Mario Bergoglio foi eleito por 115 cardeais o no-

vo Papa da Igreja Católica no último dia 13, e se chamará Francisco. Os fiéis do mundo inteiro festejaram a eleição e rezaram para que ele possa fazer um bom papado.

E m B e l é m , o A r c e b i s p o Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa falou em entrevista coletiva na Cúria Metropolitana, sobre eleição do Papa Francisco. “O fato de ser um Papa latino-americano e que participou de eventos muito importantes como a Conferência de Aparecida, na qual foi coordenador da comissão de Redação de Documentos, nós sabemos que ali ele irá traçar o coração de toda a realidade latino-americana”, explicou o Arcebispo.

O nome do cardeal argentino não aparecia entre os mais cotados antes e durante o Conclave. A eleição surpreendeu até o Arcebispo no qual destacou que existe um sinal muito importante de que há uma ação de Deus que guia os cardeais na eleição de um Papa.

Dom Alberto Taveira disse que já teve a oportunidade de estar com Papa Francisco, antes de ser eleito, durante um evento no ano passado. ‘Para nós brasileiros e latino-americanos, a eleição é recebida com felicidade, pois é um homem muito bom. Francisco é uma pessoa muito simples no modo de ser relacionar com o mundo. Em Buenos Aires, na Argentina, ele tem

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"Há uma ação

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Em coletiva de imprensa,

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Dom Alberto falou sobre

Dom Alberto falou sobre Dom Alberto falou sobre

o novo sucessor de Pedro

o novo sucessor de Pedroo novo sucessor de Pedro

um bom relacionamento com os judeus. Manteve o contato, o diálogo o respeito com todos’, disse.

Ainda na coletiva o Arcebispo de Belém destacou três momentos marcantes na eleição do Papa. ‘Primeiro ato de saudar o povo e se dizer Bispo de Roma, porque a igreja nasceu em Roma e lá é o centro do mundo católico, foi muito lindo. “Segundo, pedir oração ao Bento XVI e antes de abençoar pediu a

oração do povo a ele mesmo”, revelou.Para Brena Marcela que frequenta a

Paróquia São Francisco de Assis, bairro do Tapanã, a eleição do Papa foi motivo de grande felicidade. “Eu estava vendo a televisão e quando eu menos esperava a fumaça apareceu, e minutos depois o Papa. Eu fiquei muito feliz porque o padre da nossa paróquia também se chama Francisco e fiquei mais feliz ainda por ele ser latino-americano”,

falou a paroquiana. Maria Jacinta de Carvalho, membro

do Apostolado de Oração da Basílica Santuário de Nazaré, disse que a escolha foi bem feita e que está muito feliz. “Eu gostei muito da escolha. Ele é uma pessoa muito humilde e ele irá fazer alguns trabalhos que irão contribuir muito para a Igreja. Ele tem outro pensamento e é muito correto”, destacou Maria Jacinta.

XVI para servir a Igreja onde fosse mais necessário e mais urgente, sempre sob as ordens do sucessor de Pedro. Este serviço

LUIZ

ESTU

MAN

O

w JESUITA Pe. Plutarco Almeida

historicamente concretizou-se de múltiplas formas"

Para ele, o anúncio do primeiro Papa jesuíta da história foi recebido com muita surpresa. “Uma vez que os jesuítas sempre se recusaram a receber cargos ou títulos na Igreja. Jamais passaria pela nossa cabeça ter um papa da Companhia de Jesus. Porém, depois de refeito da surpresa, aco lhemos com mui ta alegria e esperança, não propriamente porque o novo papa é um jesuíta, mas porque desde o primeiro momento apresentou-se como um pastor humilde e preocupado com o bem maior da Igreja”.

Padre Plutarco assinala a inda que os s inais da primeira atuação do novo Papa, que surpreendeu muitos fiéis, revelaram o carisma de um jesuíta. Ele se refere sobre a recusa do uso do carro oficial, e o uso da cruz de ferro ao invés da cruz de ouro, sugerida liturgicamente. "O jesuíta sempre foi um homem de ação. Aliás, o próprio Santo Inácio queria que os companheiros de Jesus fossem 'contemplativos na ação'. O jesuíta reza enquanto trabalha pelo Reino de Deus. Com certeza, enquanto viajava de metrô, cumprindo a sua missão, Francisco rezava!”, disse.

Page 17: Voz de Nazaré

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 5

Juventude Caderno Dois

YOUCAT

17Que significado tem o Antigo Testamento para os cristãos?

PRIMEIRA PARTE

Em que cremos

No Novo Testamento consuma-se a Revelação de Deus. Os quatro evangelhos - segundo São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João - são o coração da Sagrada Escritura e o mais precioso tesouro da Igreja. Neles mostra-se o Filho de Deus como Ele é e como vem ao nosso encontro. Nos Atos dos Apóstolos conhecemos os primórdios da igreja e a ação do Espírito Santo. Nas cartas apostólicas a vida do ser humano é iluminada, em todas as suas dimensões, pela luz de Cristo. No Apocalipse de São João antevemos o fim dos tempos.[124-130,140]

Jesus é tudo o que Deus nos queria dizer. Todo o Antigo testamento prepara a encarnação do Filho de Deus. Todas as promessas de Deus encontram em Jesus o seu cumprimento. Ser cristão significa unir-se cada vez mais profundamente à vida de Cristo. Para isso é preciso ler e viver os evangelhos. Madeleine Delbrêl diz: Através da Sua palavra, Deus diz-nos quem Ele é e o que quer; Ele di-lo definitivamente e para cada dia. Quando temos o nosso Evangelho nas mãos, devemos considerar que aí habita a Palavra que Se tornou carne para nós e nos quer atingir para recomeçarmos a Sua vida num novo lugar, num novo tempo, num novo ambiente humano.

Em preparação à Jo rnada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013), o jornal Voz de

Nazaré inicia seus estudos sobre o YOUCAT que é o Catecismo da Igreja Católica, escrito para JOVENS que querem saber em que acreditam. Desde a edição anterior começamos a seguir a numeração na ordem do Youcat das perguntas.

No Antigo Testamento, Deus mostra-se como o Criador e o sustento do mundo, como guia e educador da humanidade. Também os livros do Antigo Testamento são Palavra de Deus e Sagrada Escritura. sem o Antigo Testamento não é possível compreender Jesus. [121-123,128-130,140]

No Antigo Testamento começa uma grande história didática sobre a fé, que no Novo Testamento sofre uma decisiva viragem e atinge a meta com o fim do mundo e o retorno de Cristo. Aqui o Antigo Testamento revela-se mais do que um simples prelúdio ao Novo. Os Mandamentos e as profecias do Povo da Antiga Aliança, com as suas promessas para toda a humanidade, nunca foram revogados. Nos livros da Antiga Aliança encontra-se um insubstituível tesouro de orações e de sabedoria; em particular, os Salmos pertencem à oração quotidiana da Igreja.

18Que significado tem o Novo Testamento para os cristãos?

n Fonte: CNBB/Rádio Vaticano Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff foi recebida na manhã desta quarta-feira, 20 de março, no

Vaticano, pelo Papa Francisco, du-rante uma audiência particular. No dia de ontem, terça-feira, falando aos jornalistas a presidente afirmou que a Jornada Mundial da Juventu-de seria o “tema central” do encon-tro com o Papa Francisco.

“A Jornada – disse a Presidente -, vai atrair para o Brasil milhares de jovens católicos, que serão muito bem recebidos, como a gente sempre faz”, acrescentou. A visita ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude, em julho, deverá ser a primeira grande viagem do Papa Francisco.

O papa Francisco disse à presidente Dilma Rousseff que é necessário empenho conjunto para combater as drogas e reforçar os valores e os princípios para a juventude. Dilma foi a primeira chefe de Estado recebida por Francisco, depois da cerimônia que marcou ontem (19) o início do seu pontificado. Na conversa, o papa lembrou que a construção do futuro depende da juventude.

“[O papa] falou sobre a importância da juventude na construção do futuro da humanidade e que a Igreja [Católica], como uma instituição secular, tem no jovem um foco muito grande”, disse a presidente, após o encontro com o papa, no Vaticano.

Dilma disse que Francisco ressaltou que é fundamental, para o combate às drogas, reforçar valores e princípios. “Conversamos sobre a questão das drogas e do crack, o reforço de valores, princípios e símbolos para a juventude”, destacou.

A presidente acrescentou que o papa confirmou que participará da Jornada Mundial da Juventude, nos dias 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro. “Ele [o papa] disse que espera uma presença grande dos jovens [durante a jornada]”, contou ela. Segundo Dilma, o papa disse que pretende, depois da jornada, visitar Aparecida (SP) – onde está o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

“Ele [o papa] disse que vai a Aparecida, depois [da jornada]. Ele até me lembrou que, em 2007, esteve em Aparecida, e me deu um livro do que eles [os bispos latino-americanos] fizeram em 2007”, contou a presidente, lembrando da recomendação de Francisco de que ela “não leia o livro todo”.

“‘Você não precisa ler tudo porque

Papa Francisco recebePresidente DilmaPontífice confirmou a prensença na JMJ Rio 2013 e em Aparecida

ENCONTRO

você pode se aborrecer, então você pega o índice e vai nos assuntos que

te interessa’, ele me disse”, contou Dilma, entre sorrisos, demonstrando

o bom humor de Francisco.A presidente se disse impressionada

como o papa se comporta como uma pessoa normal. “Ele [Francisco] é o primeiro em muitas coisas: é o primeiro Francisco, primeiro jesuíta, primeiro latino-americano e primeiro argentino”, acrescentou Dilma, informando que percebeu bastante entusiasmo no papa.

A Rádio Vaticano informou que o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, ficou feliz ao receber a notícia. Porém, ainda não há maiores detalhes sobre esse acréscimo no roteiro da visita do Santo Padre ao país. “É uma notícia que me enche de alegria. Os devotos de Nossa Senhora Aparecida, em todo o Brasil, também devem estar transbordando de alegria”, disse dom Damasceno.

w AUDIÊNCIA Dilma Roussef foi a primeira chefe de estado recebida pelo Papa

FOTOS: EBC

LUIZ ESTUMANO

Page 18: Voz de Nazaré

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 20136

Igreja Caderno Dois

“Não esqueçamos esta pala-vra: Deus nunca se cansa de nos perdoar, nunca!

O problema é que nós nos cansamos, nós não queremos, nos cansamos de pedir perdão. Ele nunca se cansa de perdoar, mas nós, às vezes, nos cansa-mos de pedir perdão”. A bela reflexão do Papa Francisco, em sua primeira oração do Ângelus do domingo, 17, me fez pensar muito nas atitudes que como humano, por vezes adoto e na necessidade que tenho da misericór-dia de Deus. Sei que mesmo quando não O procuro, Ele está sempre à mi-nha espera, como o pai do filho pródi-go, desejoso da volta do jovem rebelde, que gastou seus bens com diversões efêmeras e sem sentido e na lama de seus erros, finalmente “cai em si”, toma consciência do que fez, volta à vida, pe-de o perdão do pai e é feliz.

Temos tantos erros, temos tanto de voltar para Deus, “sempre e tanto”, como dizia o poeta; precisamos muito deste colo de Pai, deste aconchego. Temos saudade do cheiro do amor divino, do olor da misericórdia que muitas vezes já nos abraçou e fez “morrer num abraço” o mal que praticamos; esta é para mim, a grande certeza do sacramento da penitência, perceber, “de dentro para fora”, que o perdão de Deus foi pleno e depois, reconciliado com Ele, tomar assento para comungar do Pão e do Vinho, Corpo e Sangue do Senhor. Como ser contingente, sei que as ações

expressam, em tantas oportunidades, o oposto do que desejo e me vejo, por vezes, cada vez mais envolvido nos erros cometidos; principalmente, no campo dos relacionamentos; sejam eles comigo mesmo, com os outros e até mesmo com Deus, quando me nego reconhecer-me imperfeito.

Penso que se soubéssemos o quanto o perdão nos livra de uma imensa carga negativa, que insiste em pesar sobre os nossos ombros e machucar nosso coração, talvez não demorássemos tanto para sair do sepulcro em que nos colocamos com desejos ruins ou mesmo indiferentes ao amor de Deus e

assim, caminhássemos a passos largos para a luz, com o objetivo de olhar novamente nos olhos de quem nos magoou e dizer, com sinceridade, que tudo acabou, que finalmente queremos que as sombras saiam do nosso íntimo, para que nos deliciemos com o sol que volta a brilhar em todo o nosso ser. Perdão é liberdade, alívio, frescor de manhã que nasce em nossa alma. Perdão é brisa suave, envolvente, barulho de cachoeira, brilho do sol no orvalho após uma noite de intensa chuva, perdão é canção de paz, cantada por nossos filhos em tom maior.

Seria talvez até simples perdoarmos

Para ser feliz

Leno Carmo ([email protected])

Sal e Luz

Bacharelando em Teologiapela Faculdade Dehoniana (SP),Pároco de São JoãoBatista e NossaSenhora das Graças (Icoaraci)

Padre Agostinho [email protected]

Um só coração e uma só alma

Na Carta do Apóstolo São Paulo à comunidade de Filipos encontra-se a

mais antiga e explícita confissão de fé na divindade de Nosso Se-nhor Jesus Cristo (cf. Fl 2,6-11); onde Ele, o homem das dores, humilhado, o Senhor diante de quem se dobram todos os joe-lhos, é a Pessoa que dá razão de ser à nossa existência.

Aq u e l e q u e “ s e n d o d e condição divina”, ou seja, “existindo em forma de Deus”, fez -homem, assumindo a fragilidade própria da carne humana, curvando sua condição gloriosa ao rebaixamento de Si mesmo, a fim de que o homem fosse elevado à condição divina, é o motivo do grande hino cristológico, motivo pelo qual Paulo conclama a comunidade a encontrar nesse grande mistério a sua redenção.

Cristo é o humilhado de Deus. Seu coração é aberto no alto da Cruz, numa liberdade sem fim, própria de alguém que “não se valeu da sua igualdade com Deus”. Pelo contrário, diferentemente de nossos primeiros pais _ Adão e Eva_, que queriam usurpar a glória de Deus, querendo tornar-se “iguais a Deus”. Eis o segredo de sua humildade e chave para a vida nova de todo ser humano:

A admirável humilhação e exaltação de Cristo

O ápice da humilhação de Cristo é a sua obediência

que o levará à morte de Cruz

DIVULGAÇÃO

w ANGELUS Reflexão do Papa Francisco, nos faz pensar na necessidade que temos da misericórdia.

quem nos magoou quando, humildes, eles nos vem tristes e arrependidos, mas na vida não é assim...Quem precisamos perdoar, muitas vezes, nos vem arrogantes e soberbos; mas afinal, deve ser nossa a iniciativa de perdoar, o imperativo do testemunho de amor daquele a quem pertencemos, “pois n’Ele vivemos, nos movemos e existimos’ (At 17:28). Cabe sim, a nós, a consciência e o compromisso de trabalhar pela paz; paz que não é ausência de guerra, mas presença de uma Pessoa, cuja melhor definição é “amor”, Jesus. Não interessa se o outro pede o perdão, nem mesmo se o quer, o que vale mesmo, para nossa salvação, é vivenciar a alegria de nos sentirmos amados por Deus e esta alegria tem sua base na pureza do coração que perdoa e assim, livra-se do peso do mal, que já sem raiz para crescer, definha-se. Livres, portanto, das amarras do pecado e do dissabor do ressentimento, podemos alçar voos cada vez mais altos, em direção ao infinito que é Deus.

N ã o s e i s e o p e r d ã o q u e experimentei dar foi compreendido, n e m m e s m o s e e m o u t r a s oportunidades novamente agirei assim; o que sei, o que tenho a certeza e convicção é que perdoar é sentir a presença de Deus, bem próximo, como um doce afago de pai, como um colo gostoso de mãe, como um sorriso “sapeca” de filho. Deus é assim, Deus é família.

fazer-se semelhante aos homens. De outro modo, observamos que o próprio homem, numa busca desenfreada de realizações deixa de ser homem, se instrumentaliza e coisifica. Se o desejo do coração do homem é grande, comece por reconhecer sua humanidade, que mesmo carregada de limitações, é o espaço da habitação e da cooperação de Deus: “Aquele que te criou sem ti, não quer te salvar sem ti”, conclamou o Doutor da graça, Santo Agostinho. Em outras palavras, podemos dizer a partir deste hino, que, Aquele que criou o homem feito carne, não quer redimi-lo a não ser pela carne, isto é, pela aniquilação de Jesus Cristo foi homem, carne e salvação.

Ao aniquilar e esvaziar-se, Cristo já mais deixou de possuir a natureza divina; o que Lhe aconteceu foi de abandonar a glória e a majestade próprias de sua união humano-divino, união misteriosa e muitas vezes incompreensível aos nossos olhos e ao nosso entendimento.

Notemos que Jesus, segundo São Paulo aos Filipenses, ao despojar-se de toda a glória, num esvaziamento total, assume outra condição, a de servo; mas não nos enganemos pensando que seja simplesmente uma condição social de escravo, é muito mais do que isso, é a “forma” de um ser pobre e dependente. Mas a quem estará nosso Senhor ligado tão radicalmente? Ao Pai. Sim, Ele recebe tudo do Pai, e devolve tudo a Ele na força do Espírito Santo. Tornou-se semelhante aos homens, e apareceu como tal, e não apenas em aparência humana. A única exceção de

Cristo em relação aos homens foi a de não possuir pecado algum (cf. Hb 4,15). Ele se apresenta sem mácula, uma humanidade nova que será o destino para aonde deve caminhar todo ser humano.

O ápice da humilhação de Cristo é a sua obediência que o levará à morte de Cruz (cf. Fl 2,8). Na cruz não há sombra e nem vestido de escuridão, nela tudo fica transparente, até Deus mesmo, pois é com o Cristo suspenso, atrativo para os corações dos homens sedento de Deus, que a humanidade ira perceber o Deus que é amor. A humilhação de Cristo foi algo sempre crescente, algo que concorreu para o ápice de sua entrega, de seu esvaziamento. Cristo foi subindo de humilhação em humilhação até a cruz. Feito homem, feito escravo, feito obediência, tido como malfeitor!

Engana-se quem quer pensar que o aniquilamento de Cristo ocasionado pelo escândalo

da Cruz fo i sua der rota . Confunde-se quem ousa viver em seu coração achando que o humilhante desfecho dessa história trágica acabou na cruz; que a cruz venceu, ou até mesmo que foi em vão a entrega de nosso Senhor. Ele foi exaltado! Isso mesmo, Aquele que se humilhara, o Pai O exaltou de um modo todo especial, numa singularidade própria do Pai que ama o Filho: “acima de tudo o que existe” (cf. Fl 2,9). O Pai, aceitando a oferta do Filho entregue na cruz em favor de toda a humanidade, na ressurreição e ascensão do homem Jesus de Nazaré, exaltou-O, glorificando para todo o sempre “dando-lhe um nome que passará a ser invoca pela multidão de todos os crentes e em todos os tempos” (cf. Hb 2,9). Este nome, carregado de autoridade e de poder, não será o mesmo que constava em sua sentença de condenação, mas sim, o nome no qual Deus mesmo é designado “Kyrios”, ou seja, “Senhor”. Destarte, diante desse nome, que está acima de todo nome, “todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (cf. Fl 2,10-11). Portanto, é deve de todo cristão compreender que Jesus Cristo não é um simples servo do Senhor que vem a ser exaltado por Deus, pois Ele é Deus que se abaixa e depois vem a ser exaltado. Que cada um possa, também, ser rebaixar para a morte do pecado, sendo na Páscoa de Cristo exalto e elevado para junto de si.

Page 19: Voz de Nazaré

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 7

Ano da Fé Caderno Dois

Como dissemos acima, a morte de Cristo consis-tiu na separação da alma

e do corpo, como na morte dos outros homens. Mas a divindade estava de tal modo ligada ao ho-mem Cristo, que, apesar de a al-ma e o corpo terem se separado entre si, a própria Deidade (30b) sempre esteve unida ao corpo e à alma de um modo perfeitíssi-mo. Eis por que no sepulcro es-tava presente o Filho de Deus, o qual desceu também com a alma aos infernos. (31)

Por quatro razões Cristo desceu com a alma aos infernos.

A primeira, para que suportasse toda a pena do pecado, e, assim, expiasse toda a culpa. A pena do pecado do homem não foi somente a morte do corpo, mas também uma punição na alma. Por que o pecado era também da alma, esta deveria ser punida pela privação da visão divina. Ora, não se tinha ainda apresentado uma satisfação para que esta privação fosse afastada. Por isso, antes do advento de Cristo, todos desciam aos infernos, até os Santos Patriarcas.

Para Cristo carregar sobre si toda a punição devida aos pecadores, quis não somente morrer, mas também descer com a a1ma aos infernos. Lê-se nos Salmos: Fui considerado como um homem caído na fossa; fiquei como um homem sem auxilio, livre no meio dos mortos (87, 5-6).

Os outros aí estavam como escravos. Cristo, como um homem livre.

A segunda razão da descida de Cristo aos infernos, foi ir em socorro de todos os seus amigos. Tinha ele os seus amigos não só no mundo, mas também nos infernos. Manifestam-se alguns como amigos de Cristo, nisto: têm caridade, Muitos estavam nos infernos que para lá desceram possuindo caridade e fé no Esperado, como Abraão, lsaac, Jacó, Davi e muitos outros ho¬mens justos e perfeitos.

Como Cristo visitara os seus amigos no mundo, e os socorrera pela própria morte, quis também visitar aqueles amigos que estavam no inferno, e socorrê-los, indo também a eles. Lê-se no Livro do Eclesiástico: Penetrarei em todas as partes interiores da terra, e verei todos os que ai dormem, e iluminarei todos os que esperam no Senhor (24,25).

A terceira razão, foi para que Cristo tivesse uma vitória perfeita contra o diabo. Alguém só tem um perfeito triunfo sobre outrem, não apenas quando o vence no campo de batalha, mas até quando ainda lhe invade a própria casa, e se apodera da sede do reino e do palácio.

Cristo já havia triunfado do diabo e já o vencera da cruz, pois se lê em São João: Agora é o julgamento do mundo, agora o príncipe deste mundo (isto é, o diabo) será lançado fora (Jo 12,31).

Para que Cristo triunfasse sobre o diabo de um modo completo, quis tirar-lhe a sede do reino e prendê-lo na sua própria casa, que é o inferno. Por isso aí desceu, tirou-lhe todos os bens, aprisionou-o e apoderou-se da sua presa. Lê-se: Despojando os principados e as sociedades, exibiu-os publicamente, triunfando deles na cruz (Col 2, 15).

Devemos considerar que como Cristo recebera o poder e a posse do céu e da terra, deveria também ter a posse do inferno, como se lê na Carta aos Filipenses: Ao nome de Jesus dobre-se todo joelho, dos que estão nos céus, na terra e nos infernos (Fil 2,10). O próprio Jesus dissera: Em- meu nome expulsarão os demônios. (Ma 16,17).

A quarta e última razão, foi para libertar os santos que estavam nos infernos. Assim como Cristo quis submeter-se à morte para libertar os vivos, da morte, quis também descer aos infernos, para libertar os que ai se encontravam: Lê-se: Vós também (Senhor), pelo Sangue do vosso testamento, tirastes os Seus que estavam presos na fossa, onde não havia água. (Zac 9,11). – Ó morte, serei a tua morte, Ó inferno, serei para ti como uma mordida. (Os 13,14). (32)

B e m q u e C r i s t o t i ve s s e totalmente destruído a morte, não destruiu completamente o inferno, mas como que o mordeu, por que não libertou todos os que nele estavam, mas somente os que

não tinham pecado mortal, nem o pecado original. Deste, foram libertados, enquanto pessoas indivíduas, pela circuncisão, e, antes da instituição da circuncisão, as crianças privadas do uso da razão, pela fé dos pais fiéis; os adultos, pelos sacrifícios e pela fé no Cristo que esperavam.

Estavam no inferno devido ao pecado original causado por Adão, do qual não poderiam ser libertados, enquanto pecado que era da natureza humana, senão por Cristo.

Deixou então os que aí desceram com pecado mortal e as crianças incircuncisas (33). Por isso disse ao descer ao inferno: Serei para ti como uma mordida (Os 13,14).

Do exposto, podemos tirar quatro ensinamentos para nossa instrução.

Primeiro, uma firme esperança em Deus, pois quando o homem está em aflição, deve sempre esperar do auxí1io divino e nele confiar. Nada há de mais sério do que cair no inferno. Se portanto, Cristo libertou os que estavam nos infernos, cada um, se é de fato amigo de Deus, deve muito confiar para que Ele o liberte de qualquer angústia. Lê-se: Esta (isto é, a sabedoria) não abandonou o justo que foi vencido (...), desceu com ele na fossa, e na prisão o não abandonou (Sab 10,13-14).

Continua na pagina 8

ARTIGO QUINTODesceu aos infernos (30a) ao terceiro dia ressurgiu dos mortos

É um capítulo mais extenso que os demais, pois trata de um mistério da fé mui-

to denso, como o da paixão, que vimos no mês anterior e que se abre para a ressurreição.

Devemos ter presente que seus ouvintes são os do povo simples de Nápoles, que vinha ás pregações de Santo Tomás de Aquino com vários questionamentos sobre o significado e as decorrências deste tema abstrato, do qual não termos experiência sensível e que o povo preenchia a esta falta com tradições culturais da cultura greco-latina (Odisséia e Eneida) e sabia criar superstições, cuidado ele, (Tomás, o “Mestre Comum” e “Doutor Angélico”) de explicar de forma concreta e profunda e salvaguardar o depósito da fé.

Cuidará especialmente de ser didático, separando e distiguindo e enumerando os vários aspectos.

Por ser um capítulo mais longo e cujo conteúdo se presta

para reflexão e oração neste tempo litúrgico da paixão, nesta pr imeira semana de março,

PREMISSA AO QUINTO CAPÍTULO

“Desceu aos infernos, ao terceiro dia ressurgiu dos mortos”

preferimos desmembrar a segundaparte da declaração de fé “Ao

terceiro dia ressurgiu dos mortos”para juntá-la ao capítulo VI, previsto para a 1º semana de abril,após a Páscoa. Este artigo VI: “subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso” tem só 3 páginas, e

nos parece mais apropriado juntá-lo com a segunda parte deste capítulo quinto, pois o integra bem com “ao terceiro dia ressurgiu dos mortos”.

O que nos diz no capítulo quinto com “Desceu aos infernos”, responde a uma expectativa do povo simples, que desejava saber

DIVULGAÇÃO

que “inferno” era este, onde se reuniam todos aqueles nossos antecessores santos patriarcas e profetas do Antigo Testamento, na espera do Messias Redentor.

O Símbolo Apostólico com esta expressão “inferno” queria indicar este lugar misterioso que na língua latina indicava com “ínferos”, isto “debaixo da terra”, onde se reuniam aquelas almas santas, na espera do Messias Libertador, que viria para completar com sua paixão e morte, os merecimentos e vida santa conduzida na fidelidade e anúncio do libertador, exercendo a virtude da esperança da glória futura

Explica, inicialmente, porque Cristo desceu “aos ínferos” com quatro razões principais e complementa com outros quatro ensinamentos para nossa instrução. Muito apropriados, aliás, nesta preparação quaresmal da Páscoa.

Parece responder à perplexidade dos dois discípulos de EmaÚs: “Não era preciso que o Cristo sofresse tudo isso e entrasse na sua glória?” (Lc, 24,26)

Pe. Ilário Govoni, sj

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BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 20138

Ano da Fé Caderno Dois

(30a) A formulação hodierna deste artigo, cuja redação data do IV século, - “Desceu à mansão dos mortos”, é mais adequada. Propriamente Cristo desceu ao “seio de Abraão” (Lc 16,23), também chamado “limbo dos justos”, onde os santos esperavam-nO ,para entrarem na visão beatífica. Os teólogos designam por “inferno” todo lugar privado desta visão: o inferno dos demônios, o purgatório, o limbo das crianças mortas sem batismo e o limbo dos justos da Antiga Lei.

Na nota nº 31, São Tomás, em texto da Suma Teológica, nos escla¬rece sobre o modo da presença de Cristo nesses “infernos”.

(30b) Usa São Tomás na mesma frase os termos divindade (“divinitas”) e deidade (“deitas”), que, de certo modo, podem ter o mesmo significado. Mas deitas precisa de maneira mais perfeita o conteúdo da essência divina.

Quer dizer que a perfeição divina, a Deitas, está acima, não apenas de tudo o que existe, mas de tudo que podemos conceber: [...] ela é uma outra perfeição, que não é nem a sabedoria, nem a bondade, nem a intelectualidade, nem nada do que são essas coisas, a Deidade, perfeição singular e transcendente, infinitamente simples. (J. H. Nicolas - Dieu Connu comme inconnu - Desclée - Paris, 1966, pág. 138).

O termo divindade é usado para exprimir a essência divina enquanto conhecida pela razão abstrativa, ao passo que os teó1ogos usam mais Deitas para exprimir a essência divina enquanto conhecida pela fé: O conhecimento da fé atinge a vida. íntima de Deus, que só se tornará perfeito na visão beatífica (cir. Garrigou Lagrange, De Deo Uno, Paris, 1937, pág. 245).

(31) A questão da descida de Cristo aos infernos é longa e claramente tratada na Suma Teológica (III, q. 52).

Na morte de Cristo, apesar de a alma ter sido separada do Corpo, nenhum dos dois foi separado da Pessoa do Filho de Deus. Por isso deve-se dizer que, no tríduo da morte, todo o Cristo estava no sepulcro, porque toda a sua Pessoa estava aí pelo corpo a ela unido; semelhantemente esteve todo no inferno, porque toda a Pessoa de Cristo estava aí devido à alma a ela unida, e também (se pode dizer) que todo o Cristo estava em toda parte devido à sua natureza divina (III, 52,3, c.).

De como Cristo esteve presente e atuou nas diversas partes do inferno, assim nos esclarece São Tomás:

De duas maneiras pode estar uma coisa em algum lugar: de uma maneira, pelo seu efeito:

dessa maneira Cristo desceu em quaisquer dos infernos, mas diversamente; no inferno dos condenados produziu o efeito de argüí-los da sua incredulidade e malícia; aos que estavam detidos no purgatório, deu a esperança de alcançarem a vida eterna; aos Santos Patriarcas, que apenas devido ao pecado original estavam no inferno, infundiu-lhes o lúmen da glória eterna. De outra maneira uma coisa é dita estar em algum lugar pela sua essência: e deste modo a alma de Cristo desceu somente ao lugar do inferno, no qual estavam deti-dos os justos, para que, aos que Ele visitava segundo a divindade interiormente pela graça, visitasse-os também segundo a alma e localmente. Desse modo, estando em uma parte do inferno, estendeu o seu efeito a todas as partes do inferno, como tendo também sofrido em um só lugar da terra, libertou todo o mundo pela sua paixão (III, 52, 2 c).

(32) São Tomás cita neste local o texto latino da Vulgata (era mors tua, o mors, morsus tuus ero, inferne - Os 13,14) e o traduzimos literalmente para dar sentido à explicação que o segue. Todavia, a tradução literal do texto hebraico é a seguinte: Onde estão, ó morte, as tuas epidemias? Onde está o teu contágio, ó abismo?.

São Paulo aplica este versículo de Oséias, cujo sentido original é a respeito da. vitória do povo israelita, à vitória de Cristo. A citação.de São Paulo (1 Cor 15,55) é em sentido livre (ver, “La Saint Bible”, tradutte en français sous la direction de l’École Biblique de Jérusalem, Paris, 1956, pp. 1221, 1525).

(33) Sobre a morte das crianças não batizadas e o seu destino eterno, ver o excelente livro de Charles Journet - La volonté divine salvifique sur les petits enfants - (Desclée de Brower Friburgo, 1958).

É sentença comum entre os teólogos que as almas das crianças, mortas sem batismo antes do uso da razão, são privadas da visão de Deus, mas não sofrem, nem por estarem privadas dessa visão, nem as penas dos sentidos.

São Tomás sempre negou que as crianças mortas em estado de pecado original sofressem qualquer pena, bem que tivesse primeiro afirma do que elas conhecessem a privação da visão (Sent. 2,33, 2a 2) e, mais tarde, o tivesse negado (De malo, 5,3): estarem privadas de tal bem (da visão beatífica)as almas das crianças não sabem, e por essa razão não sofrem, mas o que possuem pela natureza, possuem sem dor. São Roberto Belarmino admite um certo sofrimento nessas crianças (ofr. Catechismus Catholicus, q. 359, pp. 197, 479).

(34) O “Catechismus Catholicus”, elaborado

pelo Cardeal Gasparri com a participação de respeitáveis teólogos, aprovado pela Santa Sé, assim define, em Apêndice, a doutrina a respeito do inferno e do purgatório:

“Com relação ao inferno deve-se crer com fé divina:

1.º Que existe o inferno constituído pelos demônios e pelos que mor¬reram em pecado mortal, mesmo que fosse um só.

2.º Que no inferno os condenados são atormentados por dupla pena: a pena de dano e a pena dos sentidos, sendo esta principalmente de fogo.

3.º Que as penas que os condenados do inferno sofrem são eternas, e jamais terão fim, nem serão atenuadas.

4.º Que não são as mesmas penas para todos, mas diversas, confor¬me o número e a gravidade dos pecados, que mereceram a condena¬ção eterna.

E teologicamente certo, bem que não de fé, que o fogo, com o qual os condenados do inferno são atormentados, é um fogo real ou corpóreo, não metafórico. (.. .).

É disputado ainda livremente entre os teólogos: de que maneira o fogo real pode atormentar os espíritos puros, os demônios e as almas dos condenados antes da ressurreição dos corpos; qual a natureza do fogo do inferno; onde se encontra o inferno, se acima, ou abaixo da terra, se é um lugar, se é um estado. . .

Com relação ao Purgatório, é de fé:1º. Que existe o purgatório, onde são detidas

as almas dos que morrem sem pecado mortal, mas que devem ainda cumprir por algum tempo algo devido às penas.

2º. Que no purgatório as almas são punidas pela pena de dano e pela pena dos sentidos, isto é, pela privação temporal da visão beatífica e por outras graves penas.

3º. Que as penas das almas no Purgatório, quanto à duração e a dureza devidas à pena de cada um, são dissemelhantes entre si.

4º. Que as penas dos que aí estão podem se tornar mais breves e mais leves pelos sufrágios feitos em intenção das suas almas.

Não é de fé que as almas são atormentadas no Purgatório por fogo real ou corpóreo, não metafórico.(...).

Livremente se disputa: se há o fogo do Purgatório e se a sua natureza é a mesma que a do fogo do inferno, bem que tenha menor força ator¬mentadora; como esse fogo atinge as almas separadas dos corpos; em que lugar está o Purgatório; se é lugar, ou estado” (pp. 484 e 486).

NOTAS

Como Deus auxilia aos seus servos de um modo todo especial, aquele que O serve deve estar sempre muito seguro. Lê-se: o que teme ao Senhor por nada trepidará e nada temerá por que Ele é a sua esperança (Ecl 39,16).

S e g u n d o , d e v e m o s despertar em nós o temor, e de nós afastar a presunção. Pois, apesar de Cristo ter suportado a paixão pelos pecadores, e ter descido aos infernos, não libertou a todos, mas somente àqueles que estavam sem pecado mortal, como acima foi dito.

Aqueles que morreram em pecado mortal, deixou-os abandonados.Por isso ninguém que desça lá com pecado mortal espere perdão. Mas ficarão no inferno o tempo em que os Santos Patriarcas estiverem no Paraíso, isto é, para toda a eternidade. Lê-se em São Mateus: Irão os malditos para o suplício eterno, os justos, porém, para o Paraíso (25,46). (34)

Terceiro, devemos viver atentos, porque se Cristo desceu aos infernos para a nossa salvação, também nós devemos, com soli¬citude, lá descer em espírito, meditando sobre as

penas nele existentes, imitando o Santo Ezequias, que dizia: Irão os mal¬ditos para o suplício eterno, os justos, porém, para ‘O Paraíso (Is 38,10).

Desse modo, aquele que em vida vai lá pela meditação, não descerá facilmente para o inferno na morte, porque tal meditação o afasta do pecado.

Ao vermos como os homens deste mundo evitam as más ações por temor das penas temporais, como não deveriam eles muito

mais se resguardarem do pecado por causa das penas do inferno, que são muito mais longas, mais cruéis e mais numerosas? Eis porque lê-se nas Escrituras: Lembra-te dos teus últimos dias, e não pecarás para sempre (Ecle 7,40).

O quarto ensinamento tirado da descida de Cristo aos infernos, é nos ter Ele oferecido um exemplo de amor. Cristo desceu aos infernos para libertar os seus. Devemos também nós lá descer pela meditação, para auxiliar os

DIVULGAÇÃO

nossos. Eles, por si mesmos, nada podem conseguir.

Nós é que devemos ir em socorro dos que estão no purgatório. Se alguém não quisesse socorrer um ente querido que estivesse na prisão, como isso nos pareceria cruel! No entanto, ser ia muito mais cruel aquele que não viesse em socorro do amigo que está no purgatório, pois não há comparação entre as penas deste mundo e aquelas. Lê-se a esse respeito: Tende piedade de mim, tende p iedade de mim, pe lo menos vós, ó meus amigos, porque a mão de Deus me feriu (Jo 19,21); - É santo

e salutar o pensamento de orar pelos defuntos para que sejam livres dos pecados (Mc 19,46).

São auxi l iados, conforme disse Agostinho, os que estão no purgatório, principalmente por três atos: pelas Missas, pelas orações e pelas esmolas. Gregório acrescenta um quarto: o jejum. Não deve causar admiração que assim seja, porque também neste mundo o amigo pode satisfazer pelo amigo. A mesma coisa acontece com os que estão no purgatório. Cont.

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BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 9

Igreja Caderno Dois

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“Jesus, obrigada pelo dom da vida e por iluminar todos os meus caminhos para que eu possa atingir a felicidade que só vem de Ti.”

SANDRA DE FÁTIMA LUZ MORAIS, 63 anos, 23 de março

LUIZ ESTUMANO

Testemunho de FéEu estava a exatos 12 anos sem estudar.

Nem sabia que a tabela periódica tinha sofrido alterações em relação à divisão dos grupos dos metais!Sempre tive dificuldade em história e cálculos. Porém, decidi seguir em frente e investi um tempo a mais nestas disciplinas para passar no vestibular.Sou técnica em enfermagem e trabalho (das 13h às 19h) no hospital Barros Barreto no setor de radioterapia da oncologia. Gastei boa parte do meu salário com os livros das leituras obrigatórias, mas sempre com a consciência de que isso era vital para o meu sucesso futuro. Fui enfrentando simulados,aulas aos feriados e finais de semana,ENEM e as temidas provas do vestibular. Sempre quis a

Uepa, orava e estudava muito por isso! Em minhas orações pedia a Deus forças para aguentar. Costumava orar: ”Senhor, conceda-me a vitória da última vaga”. Veio o resultado da UEPA e não passei, chorei! Foram só 13 vagas e fiquei em 17° lugar geral. Fui para o 4° lugar na repescagem. Aguardei confiante a primeira repescagem e não passei! Fiquei revoltada, chorei muito, deixei amigos e familiares tristes com minha tristeza. O que eu não entendia é que o tempo de Deus exige ADESÃO. Vacilei na fé, pois não tive paciência. Na 2ª feira (18/02), antes de dormir, dobrei meus joelhos, eduquei os ouvidos e SILENCIEI meu coração. Chorei como nunca tinha chorado antes. No dia

seguinte não conseguia mais pensar em Uepa! Na sexta-feira (22/02) acordei às 10h e algo me dizia para ligar para a Uepa e liguei. O funcionário informou-me que tinha sido divulgada a segunda repescagem no Diário Oficial. Corri para ver na internet e a ÚLTIMA vaga era minha. Decidi que seria diferente e foi! Eu venci este monstro chamado vestibular...vocês TAMBÉM podem!!!

CINTIA DA SILVA MORAES, Caloura de enfermagem da UEPA, 31 anos

DIVULGAÇÃO

Parabéns para você!

22/3Cássio Alex Assunção CoelhoCícera Feitosa da SilvaGuiomarina Rocha SalesLucideia Oliveira MaiaLuiz Gonçalves dos SantosMaria de Fátima da Silva Carvalho

Maria Georgina Mesquita de FreitasMaria das Graças Lima CordeiroMaria Joana Correa CostaRui Bentes23/3Andréia do Socorro Cruz CostaKátia do Socorro Homobono SoaresMaria Marileia Modesto da CostaMaria Marly da Silva SoutoManoel Marques de OliveiraRenilde Fernandes MonteiroSolange Maria de Souza Ribeiro 24/3Adarcy Brasil Felix FonsecaEunice Serra SanchesGabriel Ramos de JesusMaria Das Graças Martins da Silva 25/3Ana Maria Fernandez MileoAntônio Henrique Matheus SouzaAraci Andrade dos SantosEvandro Raimundo da Costa PinheiroInês Pacheco NascimentoLeonidas Ernesto de SouzaLuciana de Moraes MeloMilene Velasco MachadoMirian Alcântara Carvalho26/3Maria Marilene da Silva ModestoSuzette Alves de Souza 27/3Altamira de Nazareth Vianna Oliveira

Angelina de Jesus ViannaGlafira Dias GomesIsolina Nogueira AlmeidaJosé Vianna OliveiraLucia do Socorro Oeiras BentesTereza Santa Brígida MouraYolanda Ribeiro Tavernad 28/3

André Guerreiro Milhomem de SousaCaridade Guedes FerreiraGlaucia WinbsonJosé Antenor de Carvalho NetoMaria do Carmo de Oliveira AlcântaraNilza de Souza FerreiraOrlando Rosa RodriguesWalquiria de Nazaré Correa de Souza

24/3 - Pe. Nilton César Reis25/3 - Pe. Wiremberg José da Silva28/3 - Pe. Manoel Abraão Farias Pinto

w Aniversário de ordenação dos padres e diáconos diocesanos

22/3 - Pe. Tadeu Costa Gonnçalves23/3 - Diác. Marcus Vinícius Amaral Soares23/3 - Pe. Frei Raimundo Manoel dos Reis24/3 - Pe. Francisco Monteiro Ferreira25/3 - Diác. Evandro Raimundo da Costa Pinheiro26/3 - Diác. Herson José Bentes Picanço26/3 - Pe. Ivan da Silva Conceição26/3 - Pe. Márcio Jospe Sousa Motta28/3 - Diác. João da Silva Texeira

w Aniversário natalício de padres e diáconos diocesanos

2 O que significa que Deus é todo-poderoso?

Deus se revelou como “Forte e Poderoso” (Sl 24,8), aquele ao qual “nada é impossível” (Lc 1,37). A sua onipotência é universal,misteriosa, e se manifesta ao criar o mundo do nada e o homem por amor, mas sobretudo na Encarnação e na Ressurreição do Seu Filho,no dom da adoração filial e no perdão dos pecados. Por isso a Igreja dirige a sua oração ao “Deus todo-poderoso e eterno” (“Omnipotens sempiterne Deus...”). 268-278

3 Por que é importante afirmar: “Deus criou o céu e a terra” (Gn 1,1)?

Porque a criação é o fundamento de todos os divinos desígnios salvíficos; manifesta o amor onipotente e sapiente de Deus; é o primeiro passo para a Aliança do único Deus com o seu povo; e o início da história da salvação que culmina em Cristo; é uma primeira resposta às interrogações fundamentais do homem acerca da própria origem e do próprio fim. 279-289 315

Compêndio do Catecismo da Igreja Católica

CAPÍTULO PRIMEIRO (Segunda Seção)

Creio em Deus Pai

Para reflexões durante o Ano da Fé, o jornal Voz de Nazaré continua nesta edição a publicação do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. De maneira concisa, a publicação apresenta todos os elementos essenciais e fundamentais da fé da Igreja numa visão de conjunto, todo o panorama da fé católica.

“Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra”

4 Quem criou o mundo?

O Pai, o Filho e o Espírito Santo são o princípio único e indivisível do mundo, ainda que a obra da criação do mundo seja particularmente atribuída a Deus Pai. 290-292 316

5 Para que o mundo foi criado?

O mundo foi criado para a glória de Deus, que quis manifestar e comunicar a sua bondade, verdade e beleza. O fim último da criação é que Deus, em Cristo, possa ser “tudo em todos” (1Cor 15,28), para a sua glória e para a nossa felicidade. 293-294 319

“A glória de Deus é o homem vivo e a vida do homem é a visão de Deus” (Santo Ireneu).

1 Como operam as três Pessoas divinas?

Inseparáveis na sua única substância, as Pessoas divinas são inseparáveis também em suas operações: a Trindade tem uma só e mesma operação. Mas no único agir divino cada Pessoa está presente segundo o modo que lhe é próprio na Trindade. 257-260 267

“Ó meu Deus, Trindade que adoro... pacifica a minha alma; faz dela o teu céu, a tua morada amada e o lugar do teu repouso. Que eu não te deixe jamais só, mas que eu esteja ali, toda inteira, completamente vigilante na minha fé, toda adoradora, toda entregue à tua ação criadora” (Bem-aventurada Elisabete da Trindade).

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A semana Caderno Dois

Horários de Missas na Arquidiocese de Belém

REGIÃO EPISCOPAL DE SANT’ANA

Nossa Senhora da Graça(Catedral)Cidade Velha - BelémSábado: 19hDomingo: 7h, 9h e 19hTelefone: 3223-2362/ 3225-2715

Igreja N. S. das Mercês(Reitoria)Comércio - BelémSábado: 12h e 17hDomingo: 12h e 17hTelefone: 3212-3102

Sant'Ana da CampinaComércio - BelémSábado: 12hDomingo: 7h (Col. D. Bosco) 9hTelefone: 3230-3734

São Judas TadeuCondor - BelémSábado: 18hDomingo: 7h e 18hTelefone: 3283-6020 Sta. Terezinha do Menino JesusJurunas - BelémSábado: 6h30 e 18h30Domingo: 6h30, 8h30 e 18hTelefone: 3272-2251 Santo Antônio de LisboaBatista Campos - BelémSábado: 6h30, 12h, 17h e 18h30Domingo: 8h, 11h, 17h, 18h30 e 20hTelefone: 3215-7004/ 3222-0097 Santíssima TrindadeCapina - BelémSábado: 16hDomingo: 7h, 10h, 11h30, 17h30 e 19hTelefone: 3215-7007/ 3242-4917 N. S. da ConceiçãoCidade Velha - BelémSábado: 18h30Domingo: 6h30, 8h30 e 18h30Telefone: 3215-7006 São JoséUmarizal - BelémSábado: 19hDomingo: 7h, 11h e 19hTelefone: 3230-4916

Santa LuziaJurunas - BelémSábado: 7h, 17h e 19hDomingo: 7h30 e 19hTelefone: 3271-2146

REGIÃO EPISCOPALSANTA MARIA GORETTI

São Pedro e São PauloGuamá - BelémSábado: 19hDomingo: 7h, 9h e 18h30Telefone: 3283-6021/3259-0413 São José de QueluzCanudos - BelémSábado: 6h30 e 20hDomingo: 7h, 8h30, 17h30 e 20h

Telefone: 3226-2151/ 3226-2612

São Domingos de GusmãoTerra Firme - BelémSábado: 19hDomingo: 7h, 8h30 e 19h30Telefone: 3253-2656

São MiguelCremação - BelémSábado: 18h30Domingo 7h30, 11h e 18h30Telefone: 3283-6022

Nossa Senhora de FátimaFátima - BelémSábado: 17h30Domingo: 6h45, 8h30, 17h30e 19h30Telefone: 3228-0864

Paróquia Santa Maria GorettiGuamá - BelémDomingo: 9h30 e 18hTelefone: 3283-6023

N. S. de Nazaré (Basílica Santuário)Nazaré - BelémSábado: 7h, 8h30,12h,17hDomingo: 6h30, 8h, 10h,16h30, 18h, 20hTelefone: 4009-8400

São Francisco de Assis(Capuchinhos)São Brás - BelémSábado: 19h30Domingo: 6h, 7h30,9h30,18h, 20hTelefone: 3073-1500

Santo Antônio do TucundubaGuamá - BelémSábado: 19h30Domingo: 7h e 19h30

REGIÃO EPISCOPALSANTA CRUZ

Imaculada ConceiçãoCastanheira - BelémSábado: 17hDomingo: 7h e 19hTelefone: 3277-4642

São SebastiãoSacramenta - BelémSábado e domingo: 7h; 17h e 19hTelefone: 3264-9060/3254-7354

Jesus RessuscitadoMarambaia - BelémSábado: 19hDomingo: 7h, 9h e 19hTelefone: 3277-4643

São Geraldo MagelaVal de Cans - BelémSábado: 19hDomingo: 7h30 e 18hTelefone: 3257-7950 N. S. do Perpétuo SocorroTelégrafo - BelémSábado: 19hDomingo: 7h, 8h30, 17h30 e 19hTelefone: 3264-9061

São JorgeMarambaia - BelémSábado: 19hDomingo: 7h30, 9h, 17h, 19hTelefone: 3277-4641

São Raimundo NonatoUmarizal - Belém.Sábado e domingo: 6h30 e 18hTelefone: 3277-4644

Santa CruzMarco - BelémSábado: 7h e 18h30Domingo: 7h, 9h, 11h30 e 18h30Telefone: 3277-4640/3276-0941

Nossa Senhora daConceição AparecidaPedreira - BelémSábado: 19hDomingo: 7h, 9h, 19hTelefone: 3233-4224/3276-9573

São Francisco XavierMarco - BelémSábado: 19hDomingo: 7h, 8h, 18hTelefone: 3283-3052

Nossa Senhora Mãeda Divina ProvidênciaVal de Cans - BelémSábado:19hDomingo: 7h e 19hTelefone: 3257-2388

Sagrada FamíliaCurió Utinga - Belém.Sábado: 7h e 19h30Domingo: 7h, 9h e 19h30

REGIÃO EPISCOPALSÃO JOÃO BATISTA

São João Batista eNossa Senhora das GraçasIcoaraci - Belém.Sábado: 6h30 e 20hDomingo: 7h, 10h, 18hTelefone: 3297-7250 São Francisco de AssisTapanã - BelémDomingo: 7h e 18h30Telefone: 3258-8036

Nossa Senhora de FátimaIcoaraci - BelémSábado: 20hDomingo: 7h, 19hTelefone: 3297-7251

Jesus Bom SamaritanoTapanã - Belém.Sábado: 7hDomingo: 7h30 e 19h30Telefone: 3033-2004

São Francisco das IlhasCotijuba - BelémSábado: 19h30;Domingo: 8h, 9h30, 19h30Telefone: 3247-1438

Santa EdwigesNova Marambaia - BelémSábado: 19hDomingo: 7h, 9h30, 18hTelefone: 3279-1654

N. S. Rainha da PazBengui - BelémDomingo: 7h, 9h, 18h30Telefone: 3277-4645Coração Eucarístico de JesusCatalina - BelémSábado: 19h30

Domingo: 7h, 10h e 19h

N. S. da Imaculada ConceiçãoOuteiro - BelémSábado: 8hDomingo: 7hTelefone: 3277-4648

N. S. do Bom RemédioConjunto Satélite - BelémSábado: 17h30Domingo: 7h, 18h30Telefone: 3289-5355

Natividade de NossoSenhor Jesus CristoConjunto Sideral - BelémDomingo: 7h, 9h, 18hTelefone: 3288-4250

Santo Antônio de PáduaCoqueiro - AnanindeuaSábado: 19h Domingo: 7h e 18hTelefone: 3237-8350

Santo Afonso de LigórioPratinha - BelémSábado: 19hDomingo: 8h30, 19hTelefone: 3258-1554/3274-8281

Arcanjo São MiguelUna - AnanindeuaSábado: 6h30Domingo: 7h, 20hTelefone: 3234-4674

REGIÃO EPISCOPALMENINO DEUS

N. S. AuxiliadoraAnita Gerosa(Aurá) - AnanindeuaDomingo: 7h e 18hTelefones: 3255-3828

N. S. das VitóriasAlmir Gabriel - Marituba Sábado: 19hDomingo: 7h, 19hTelefone: 3256-7655

Sagrado Coração de JesusJúlia Seffer - AnanindeuaSábado: 19hDomingo: 7h30, 9h, 18hTelefone: 3265-5413

Sagrado Coração de JesusDistrito Industrial - AnanindeuaSábado: 19hDomingo: 7h, 8h30, 17h30Telefone: 3255-9475

Menino DeusCentro - Marituba Domingo: 6h, 8h30, 18hTelefone: 3237-8351

N. S. de NazaréColônia - MaritubaDomingo: 9hTelefone: 3279-2624 N. S. das GraçasCentro - AnanindeuaSábado: 19hDomingo: 7h, 19hTelefone: 3255-2654N. S. do ÓVila - MosqueiroSábado: 19h30

Domingo: 6h30, 9h30, 19h30Telefone: (91) 3771-1278REGIÃO EPISCOPALSÃO VICENTE DE PAULO Cristo ReiGuanabara - AnanindeuaDomingo: 7h, 9h30, 19h30Telefone: 3235-1405

Divino Espírito SantoCoqueiro - AnanindeuaSábado: 7hDomingo: 7h, 9h30, 19h30Telefone: 3263-0603

Santo Inácio de LoyolaIcui Guajará - AnanindeuaDomingo: 7h, 18hTelefone: 3295-3545

São Lucas EvangelistaGuajará - AnanindeuaSábado: 19hDomingo: 7h, 9h, 18hTelefone: 3279-2621

Santa TeresinhaÁguas Lindas - AnanindeuaDomingo: 7h30, 18hTelefone: 3245-7440

N. S. de GuadalupeCoqueiro - AnanindeuaSábado: 18h30Domingo: 7h, 9h, 18hTelefone: 3245-7440

Cristo PeregrinoJaderlândia - AnanindeuaDomingo: 19hTelefone: 3237-9891

Santa Paula FrassinettiCidade Nova VI - AnanindeuaSábado: 19h30;Domingo: 6h30, 8h15, 18hTelefone: 3279-2620

Transfiguração do SenhorCuruçambá - AnanindeuaSábado: 18h30, 20hDomingo: 7h30, 19hTelefone: 3282-1274

Santa Rita de CássiaCidade Nova V - Ananindeua.Sábado: 6h30, 17h30Domingo: 6h30, 8h30,17h30, 19h30.Telefone: 3273-3191/ 3273-3310

São Vicente de PauloPaar - AnanindeuaDomingo: 7h, 8h30, 19hTelefone: 3283-8400

São José OperárioConj. Carnaúba, IcuíDomingo: 7h e 18hTelefone: (91) 3295-3545/3031-1172

Entre em contato com seu pároco ou com a secretaria da sua paróquia e solicite que nos informem para po-dermos publicar.

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AGENDA DE DOM TEODORO TAVARES

n De 22 a 28 de março

AGENDA DE DOM ALBERTO CORRÊA

w Dia 23, sábado09:00 - 13:00 - Encontro com os

Seminaristas da Obra de Maria19:30 - 20:30 - Missa na Paróquia

Nossa Sennhora do Carmow Dia 24, domingo

08:30 - 10:00 - Procissão de Ramos, saída da Igreja do Carmo para a Catedralw Dia 25, segunda-feira

08:30 - 13:00 - Segunda Reunião do Clero de 2013

16:00 - 18:00 - Confissões na Catedral da Sé

19:00 - 20:00 - Missa de posse Canônica de Dom Alberto Tvaeira Corrrêaw Dia 26, terça-feira

16:00 - 18:00 - Confissões na Catedral da Sé

20:00 - 21:30 - Reunião do Conselho de Diáconos Permanentes - CAPIDw Dia 27, quarta-feira

16:00 - 18:00 - Confissões na Catedral da Sé

19:00 - 20:00 - Assembleia das Obras Sociais da Arquidiocesew Dia 28, quinta-feira

09:00 - 11:00 - Missa da Unidade - Benção e Consagração dos Óleos na Catedral Metropolitana de Belém

18:00 - 19:30 - Missa da Ceia do Senhor, Mandamento Novo, Lava Pés e Comemoração da Instituição da Eucaristia

n De 23 a 28 de março

Os compromissos de Dom Alberto Taveira podem sofrer alterações sem aviso prévio. Os compromissos de Dom Teodoro Mendes Tavares podem sofrer alterações sem aviso prévio.

w Dia 22, sexta-feiraManhã e tarde - AudiênciaNoite - Retiro

w Dia 23, sábadoRetiro

w Dia 24, domingo09:00 - 10:00 - Celebração da

Missa com a Benção de Ramos na Comunidade de Boa Vista no Baixo Acará

17:00 - 18:00 - Celebração Eucarísticaw Dia 25, segunda-feira

08:30 - 13:00 - Segunda Reunião do Clero de 2013

16:00 - 18:00 - Missa e Encontro

com os seminaristas providentinosw Dia 26, terça-feira

Aula no Instituto Regional para Formação Presbiteralw Dia 27, quarta-feira

Audiência19:00 - 20:00 - Assembleia das

Obras Sociais da Arquidiocesew Dia 28, quinta-feira

09:00 - 11:00 - Missa da Unidade - Benção e Consagração dos Óleos na Catedral Metropolitana de Belém

18:00 - 19:30 - Missa da Ceia do Senhor, Mandamento Novo, Lava Pés e Comemoração da Instituição da Eucaristia

Page 23: Voz de Nazaré

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 11

Fundação Nazaré Caderno Dois

O SAGRADO SILÊNCIO é o programa apresentado pelo PE. NILTON REIS na sexta e no sábado santo. Ao longo de todo o dia, Pe. Nilton falará da importância e dos valores do siêncio durante esse período santo.

SEXTA - FEIRA

05h00 - Abertura da Emissora05h05 - Cura-me Senhor05h10 - Oração do Ângelus05h15 - Liturgia das horas - Láudes 05h30 - Oração do Terço - Mistérios Luminosos06h00 - Voz do Pastor 06h15 - Forrozinho da fé06h30 - A Bíblia ao alcance de todos06h50 - Caminhando na Fé06h55 - Prestando Contas07h00 - Jornal Brasil Hoje07h30 - Especial Roberto Carlos 08h00 - Retiro Quaresmal - Retiro Popular08h55 - Plantão R C R09h30 - Informe Noticias09h55 - Plantão RCR10h00 - Vitrine10h30 - Informe Notícia11h55 - Momento de Oração - Oração do Ângelus, Pai - nosso12h00 - A voz do pastor 12h15 - Cardápio Instrumental14h00 - Estação Segurança14h30 - Informe Noticias15h00 - Terço da Misericórdia15h30 - Informe Noticias15h55 - Plantão R C R16h00 - Freqüência Musical16h30 - Informe Notícia17h30 - Informe Notícia17h45 - Liturgia das horas - Vésperas17h55 - Oração do Ângelus18h00 - Voz do Pastor 18h15 - Oração do Terço - Mistérios Dolorosos18h40 - Musical Mariano19h00 - Voz do Brasil20h00 - Saudade em Versos e Canções22h00 - A voz do pastor22h30 - Jornal RNA23h00 - Programa Salmos ao Deus da Vida 23h50 - Mensagem de Encerramento00h00 - Rede Milícia Sat - Igreja no Rádio

SÁBADO

05h00 - Abertura da Emissora05h05 - Cura-me Senhor05h10 - Oração do Ângelus05h15 - Liturgia das horas - Láudes 05h30 - Oração do Terço - Mistérios Gozosos06h00 - Voz do Pastor06h30 - Questão de Fé07h00 - Jornal Brasil Hoje07h30 - Especial Roberto Carlos 08h00 - Conhecendo Jesus10h00 - Maria de Todos os Povos11h55 - Momento de Oração - Oração do Ângelus, Pai - nosso12h00 - A voz do pastor12h15 - Cardápio Instrumental14h00 - Caminho Aberto15h00 - Criança Evangelizando Criança16h00 - Evangelizando Através do Dizimo17h00 - Musical Nazaré

17h45 - Oração das Vésperas17h55 - Oração do Ângelus18h00 - Voz do Pastor18h15 - Oração do Terço - Mistérios Gozosos18h30 - Musical Mariano18h30 - Preparando a Festa19h00 - Musical Nazaré22h00 - A voz do Pastor22h15 - Domínio jovem23h50 - Mensagem de Encerramento00h00 - Rede Milícia Sat DOMINGO

05h00 - Abertura da Emissora05h05 - Cura-me Senhor05h10 - Oração do Ângelus,05h15 - Liturgia das horas - Láudes 05h30 - Oração do Terço - Mistérios Gloriosos06h00 - Voz do Pastor06h30 - Preparando a Festa07h00 - SANTA MISSA08h00 - Vem e Segue-me10h00 - Domingo Alegre11h55 - Momento de Oração - Oração do Ângelus, Pai - nosso12h00 - A voz do pastor12h15 - Cardápio Instrumental14h00 - A Vida e o Tempo - Envelhecer de Bem com a Vida 16h00 - As Mais Tocadas17h00 - Raiz do Céu17h55 - Oração do Ângelus18h00 - Voz do Pastor18h15 - Liturgia das Horas - Vésperas18h30 - Oração do Terço - Mistérios Gloriosos19h00 - Clássico Nazaré20h00 - Circuito M P B22h00 - A voz do Pastor22h15 - Especial PE. Zezinho23h50 - Mensagem de Encerramento 00h00 - Rede Milícia Sat - Igreja no Rádio

SEGUNDA - FEIRA

05h00 - Abertura da Emissora05h05 - Cura-me Senhor05h10 - Oração do Ângelus05h15 - Liturgia das horas - Láudes 05h30 - Oração do Terço - Mistérios Luminosos06h00 - Voz do Pastor 06h15 - Forrozinho da fé06h30 - A Bíblia ao alcance de todos06h50 - Caminhando na Fé06h55 - Prestando Contas07h00 - Jornal Brasil Hoje07h30 - Especial Roberto Carlos 08h00 - Retiro Quaresmal - Retiro Popular08h55 - Plantão RCR09h30 - Informe Notícia09h55 - Plantão RCR10h00 - Vitrine10h30 - Informe Notícia11h50 - Momento de Oração - Oração do Ângelus, Pai - nosso12h00 - A voz do Pastor

Escute na Rádio Nazaré

05h05 - Cura-me Senhor05h10 - Oração do Ângelus05h15 - Liturgia das horas - Láudes 05h30 - Oração do Terço - Mistérios Luminosos06h00 - Voz do Pastor 06h15 - Forrozinho da fé06h30 - A Bíblia ao alcance de todos06h50 - Caminhando na Fé06h55 - Prestando Contas07h00 - Jornal Brasil Hoje07h30 - Especial Roberto Carlos 08h00 - Retiro Quaresmal - Retiro Popular08h55 - Plantão RCR09h55 - Plantão RCR10h00 - Vitrine10h30 - Informe Notícia11h55 - Momento de Oração - Oração do Ângelus, Pai - nosso 12h00 - A voz do Pastor12h15 - Cardápio Instrumental14h00 - Direito e Cidadania14h30 - Informe Notícia15h00 - Terço da Misericórdia15h30 - Informe Notícia15h55 - Plantão R C R16h00 - Freqüência Musical16h30 - Informe Notícia17h25 - Informe Notícia17h30 - Liturgia das Horas - Vésperas17h45 - Voz do Pastor 18h00 - Novena Nossa Senhora Perpétuo Socorro18h30 - Musical Mariano19h00 - Voz do Brasil20h00 - Família em Ação22h00 - A voz do pastor22h30 - Jornal RNA23h00 - Programa Salmos ao Deus da Vida23h50 - Mensagem de Encerramento 00h00 - Rede Milícia Sat - Igreja no Rádio

QUARTA - FEIRA

05h00 - Abertura da Emissora05h05 - Cura-me Senhor05h10 - Oração do Ângelus05h15 - Liturgia das horas - Láudes 05h30 - Oração do Terço - Mistérios Luminosos06h00 - Voz do Pastor 06h15 - Forrozinho da fé06h30 - A Bíblia ao alcance de todos06h50 - Caminhando na Fé06h55 - Prestando Contas07h00 - Jornal Brasil Hoje07h30 - Especial Roberto Carlos 08h00 - Retiro Quaresmal - Retiro Popular08h55 - Plantão R C R09h55 - Plantão RCR10h00 - Vitrine10h30 - Informe Notícia11h55 - Momento de Oração - Oração do Ângelus, Pai - nosso12h00 - A voz do Pastor - Reprise12h15 - Cardápio Instrumental13h30 - Informe Notícia14h00 - Educação e Cidadania14h30 - Informe Notícia

15h00 - Terço da Misericórdia15h30 - Informe Noticia15h55 - Plantão RCR16h00 - Freqüência Musical16h30 - Informe Notícia17h30 - Informe Notícia17h45 - Liturgia das horas - Vésperas18h00 - Voz do Pastor18h15 - Oração do Terço - Mistérios Gloriosos18h40 - Musical Mariano19h00 - Voz do Brasil20h00 - Musical21h00 - Orando com Você - Com. Mar adentro.22h00 - A voz do pastor22h30 - Jornal RNA23h00 - Programa Salmos ao Deus da Vida23h50 - Mensagem de Encerramento 00h00 - Rede Milícia Sat - Igreja no Rádio

QUINTA - FEIRA

05h00 - Abertura da Emissora05h05 - Cura-me Senhor05h10 - Oração do Ângelus05h15 - Liturgia das horas - Láudes 05h30 - Oração do Terço - Mistérios Luminosos06h00 - Voz do Pastor 06h15 - Forrozinho da fé06h30 - A Bíblia ao alcance de todos06h50 - Caminhando na Fé06h55 - Prestando Contas07h00 - Jornal Brasil Hoje07h30 - Especial Roberto Carlos 08h00 - Retiro Quaresmal - Retiro Popular08h55 - Plantão RCR09h55 - Plantão RCR10h00 - Vitrine10h30 - Informe Notícia11h55 - Momento de Oração - Oração do Ângelus, Pai - nosso12h00 - A voz do pastor12h15 - Cardápio Instrumental13h30 - Informe Notícia14h00 - Entre nós14h30 - Informe Notícia15h00 - Terço da misericórdia15h15 - Igreja em Diálogo15h15 - Musical Nazaré15h30 - Informe Notícia15h55 - Plantão RCR16h00 - Freqüência Musical16h30 - Informe Notícia17h30 - Informe Notícia17h45 - Oração das Vésperas18h00 - Voz do Pastor 18h15 - Oração do Terço - Mistérios Luminosos18h40 - Musical Mariano19h00 - Voz do Brasil20h00 - Amor à igreja20h30 - Musical Nazaré21h00 - Orando com Você - Com. Shalon22h00 - A voz do Pastor22h30 - Jornal RNA23h00 - Programa Salmos ao Deus da Vida23h50 - Mensagem de Encerramento00h00 - Rede Milícia Sat - Igreja no Rádio

O S E R M Ã O D A S 7 PALAVRAS é uma das programações da Semana Santa e a TV transmitirá ao v ivo da Capela do Colégio Santo Antonio este momento que será meditado por FREI EDUARDO FARIAS, na sexta-feira, no horário das 12h às 15h.

Assista na TV Nazaré

23h20 Mãe Maria23h30 Boas Notícias23h58 Encerramento da Programação da TV

TERÇA-FEIRA

00h00 Palavra de Vida Eterna00h05 Mulher.com02h30 Conversa com Meu Povo03h00 Janela Aberta03h55 Palavra de Vida Eterna04h00 Diálogo Aberto05h00 Conversa com Meu Povo05h30 Sobre Todas as Coisas05h45 Palavra de Vida Eterna05h50 Eu Creio05h55 Consagração a Nª Sª de Nazaré05h58 Abertura da Programação da TV06h00 Terço Doloroso06h30 Conversa com Meu Povo06h55 Palavra de Vida Eterna07h00 Santa Missa08h00 Mulher.com10h15 De Mãos Dadas11h00 Atelier na TV11h45 Sobre Todas as Coisas12h00 Nazaré Notícias12h30 Palavra de Vida Eterna12h35 Desenho13h00 Igreja que Sofre13h30 Conversa com Meu Povo14h00 Desenho15h00 Novena do Perpétuo Socorro15h40 Sobre Todas as Coisas16h00 De Palavras16h30 Conversa com Meu Povo17h00 Desenho17h20 Oração da Tarde17h30 Terço Doloroso18h00 Santa Missa18h55 Palavra de Vida Eterna19h00 Nazaré Notícias19h35 Sobre Todas as Coisas19h50 Palavra de Vida Eterna20h00 Conversa com Meu Povo20h30 Igreja que Sofre21h00 Questão de Fé22h00 Nazaré Notícias22h30 Conversa com Meu Povo23h00 Palavra de Vida Eterna23h05 Sobre Todas as Coisas23h20 Mãe Maria23h30 Boas Notícias23h58 Encerramento da Programação da TV

QUARTA-FEIRA

00h00 A Palavra de Deus é Luz00h05 Mulher.com02h30 Caminhando Na Fé02h45 A Palavra de Deus é Luz02h50 Palavra de Vida Eterna03h00 Novena do Perpétuo Socorro03h40 Mãe Maria03h55 Palavra de Vida Eterna04h00 Questão de Fé05h00 Caminhando Na Fé05h15 A Palavra de Deus é Luz05h20 Palavra de Vida Eterna05h25 Fazendo Esperança05h55 Consagração a Nª Sª de Nazaré05h58 Abertura da Programação da TV06h00 Terço Glorioso06h30 Caminhando Na Fé06h45 A Palavra de Deus é Luz06h55 Palavra de Vida Eterna07h00 Santa Missa07h55 Palavra de Vida Eterna08h00 Mulher.com10h15 De Mãos Dadas

11h00 Atelier na TV11h45 Desenho12h00 Nazaré Notícias12h30 Palavra de Vida Eterna12h35 Desenho13h00 Fazendo Esperança13h30 Caminhando Na Fé13h45 A Palavra de Deus é Luz13h50 Mãe Maria14h00 Família em Foco15h00 Pensando Bem16h00 De Palavras16h30 Fazendo Esperança17h00 Caminhando Na Fé17h15 A Palavra de Deus é Luz17h20 Oração da Tarde17h30 Terço Glorioso18h00 Santa Missa18h55 Palavra de Vida Eterna19h00 Nazaré Notícias19h35 Caminhando Na Fé20h00 Encantos da Amazônia21h00 Vida Consagrada22h00 Nazaré Notícias22h30 De Coração23h00 Palavra de Vida Eterna23h05 Caminhando Na Fé23h20 Mãe Maria23h30 Boas Notícias23h58 Encerramento da Programação da TV

QUINTA-FEIRA

00h00 Palavra de Vida Eterna00h05 Mulher.com02h30 Conversa com Meu Povo03h00 Pensando Bem03h55 Palavra de Vida Eterna04h00 Encantos da Amazônia05h00 Conversa com Meu Povo05h30 Sobre Todas as Coisas05h45 Palavra de Vida Eterna05h50 Eu Creio05h55 Consagração a Nª Sª de Nazaré05h58 Abertura da Programação da TV06h00 Terço Luminoso06h30 Conversa com Meu Povo06h55 Palavra de Vida Eterna07h00 Santa Missa08h00 Mulher.com10h15 De Mãos Dadas11h00 Atelier na TV11h45 Sobre Todas as Coisas12h00 Nazaré Notícias12h30 Palavra de Vida Eterna12h35 Desenho13h00 Igreja que Sofre13h30 Conversa com Meu Povo14h00 Desenho15h00 Diálogo Aberto16h00 De Palavras16h30 Conversa com Meu Povo17h00 Desenho17h20 Oração da Tarde17h30 Terço Luminoso18h00 Santa Missa18h55 Palavra de Vida Eterna19h00 Nazaré Notícias19h35 Sobre Todas as Coisas19h50 Palavra de Vida Eterna20h00 Conversa com Meu Povo20h30 Terra Santa News21h00 Evangeliza Show22h00 Nazaré Notícias22h30 Conversa com Meu Povo23h00 Palavra de Vida Eterna23h05 Sobre Todas as Coisas23h20 Mãe Maria23h30 Boas Notícias23h58 Encerramento da Programação da TV

06h45 A Palavra de Deus é Luz06h55 Palavra de Vida Eterna07h00 Santa Missa07h55 Palavra de Vida Eterna08h00 Mulher.com10h15 De Mãos Dadas11h00 Atelier na TV11h45 Desenho12h00 Nazaré Notícias12h30 Palavra de Vida Eterna12h35 Desenho13h00 Fazendo Esperança13h30 Caminhando Na Fé13h45 A Palavra de Deus é Luz13h50 Mãe Maria14h00 Família em Foco15h00 Diálogo Aberto16h00 De Palavras16h30 Fazendo Esperança17h00 Caminhando Na Fé17h15 A Palavra de Deus é Luz17h20 Oração da Tarde17h30 Terço Gozoso18h00 Santa Missa18h55 Palavra de Vida Eterna19h00 Nazaré Notícias19h35 Desenho20h00 Caminhando Na Fé20h15 A Palavra de Deus é Luz20h20 Mãe Maria20h30 Terra Santa News20h50 Eu Creio21h00 Janela Aberta22h00 Nazaré Notícias22h30 Igreja que Sofre23h00 Palavra de Vida Eterna23h05 Caminhando Na Fé

12h20 - Cardápio Instrumental 14h00 - Saúde e Cidadania 14h30 - Informe Notícia15h00 - Terço da misericórdia15h30 - Informe Notícia15h55 - Plantão RCR16h00 - Freqüência Musical16h30 - Informe Notícia17h30 - Informe Notícia17h50- Oração do Ângelus17h45 - Liturgia das horas- Vésperas18h00 - Voz do Pastor18h15 - Oração do Terço - Mistérios Gozosos18h40 - Musical Mariano19h00 - Voz do Brasil20h00 - Crescendo na Fé21h00 - Orando com Você - Com. Maíra22h00 - A voz do pastor22h30 - Jornal RNA23h00 - Programa Salmos ao Deus da Vida23h50 - Mensagem de Encerramento 00h00 - Rede Milícia Sat - Igreja no Rádio

TERÇA - FEIRA

05h00 - Abertura da Emissora

IVAN CARDOSO

DIVULGAÇÃO SEXTA-FEIRA

00h00 A Palavra de Deus é Luz00h05 Mulher.com02h30 Caminhando Na Fé02h45 A Palavra de Deus é Luz02h50 Palavra de Vida Eterna03h00 Evangeliza Show03h55 Palavra de Vida Eterna04h00 Diálogo Aberto05h00 Caminhando Na Fé05h15 A Palavra de Deus é Luz05h20 Palavra de Vida Eterna05h25 Fazendo Esperança05h55 Consagração a Nª Sª de Nazaré05h58 Abertura da Programação da TV06h00 Terço Doloroso06h30 Caminhando Na Fé06h45 A Palavra de Deus é Luz06h55 Palavra de Vida Eterna07h00 Santa Missa07h55 Palavra de Vida Eterna08h00 Mulher.com10h15 De Mãos Dadas10h55 Palavra de Vida Eterna11h00 Atelier na TV11h45 Desenho12h00 Nazaré Notícias12h30 Palavra de Vida Eterna12h35 Desenho13h00 Fazendo Esperança13h30 Caminhando Na Fé13h45 A Palavra de Deus é Luz13h50 Mãe Maria14h00 Família em Foco15h00 De Coração15h30 De Mãos Dadas16h10 Desenho16h30 Fazendo Esperança17h00 Caminhando Na Fé17h15 A Palavra de Deus é Luz17h20 Oração da Tarde17h30 Terço Doloroso18h00 Santa Missa18h55 Palavra de Vida Eterna19h00 Nazaré Notícias19h35 Desenho19h55 Palavra de Vida Eterna20h00 Caminhando Na Fé20h15 A Palavra de Deus é Luz20h20 Mãe Maria20h30 Terra Santa News20h50 Eu Creio21h00 Caminho de Evangelização22h00 Nazaré Notícias22h30 Espaço Cultural23h58 Encerramento da Programação da TV

SÁBADO

00h00 Música Mensagem02h00 De Coração02h30 Conversa com Meu Povo03h00 Caminho de Evangelização04h00 Espaço Cultural05h00 Evangeliza Show05h55 Consagração a Nª Sª de Nazaré05h58 Abertura da Programação da TV06h00 Terço Gozoso06h30 Conversa com Meu Povo06h55 Palavra de Vida Eterna07h00 Notícias Pastorais07h45 Eu Creio07h50 JMJ08h00 Viola Brasil08h30 Igreja no Brasil09h00 Missa no Rio de Janeiro-RJ10h00 Diálogo Aberto11h00 Pesca Amazônia12h00 Notícias Pastorais

12h45 Eu Creio12h50 JMJ13h00 Viagem pela Amazônia13h30 Conversa com Meu Povo14h00 Pensando Bem15h00 Santa Missa e Adoração em São Paulo-SP16h45 Notícias Pastorais17h30 Terço Gozoso18h00 Especial Musical18h55 Palavra de Vida Eterna19h00 Encantos da Amazônia20h00 Conversa com Meu Povo20h30 Música Mensagem22h30 Conversa com Meu Povo23h00 Palavra de Vida Eterna23h05 Espaço Cultural23h59 Encerramento da Programação da TV

DOMINGO

00h00 Música Mensagem02h00 Vida Consagrada03h00 Oração e Adoração04h00 Igreja que Sofre04h30 Música Arte e Vida05h30 Sobre Todas as Coisas05h45 JMJ05h55 Consagração a Nª Sª de Nazaré05h58 Abertura da Programação da TV06h00 Terço Glorioso06h30 Igreja no Brasil06h55 Palavra de Vida Eterna07h00 Santa Missa Dominical08h00 Notícias Pastorais08h45 Eu Creio08h50 JMJ09h00 Desenho09h30 Viagem pela Amazônia10h00 Diálogo Aberto11h00 Pesca Amazônia12h00 Notícias Pastorais12h45 Eu Creio12h50 JMJ13h00 Igreja que Sofre13h30 Mãe Maria13h40 Encantos da Amazônia14h40 Ângelus14h55 Palavra de Vida Eterna15h00 Vida Consagrada16h00 Palavra de Vida Eterna16h05 Dedo de Prosa17h00 Desenho17h30 Terço Glorioso17h55 Palavra de Vida Eterna18h00 Missa Santuário Nacional de Aparecida19h00 Instrumetal Sesc Brasil20h00 Janela Aberta21h00 Espaço Cultural22h30 Palavra de Vida Eterna22h35 Questão de Fé23h35 Terço Glorioso23h58 Encerramento da Programação da TV

SEGUNDA-FEIRA

00h00 A Palavra de Deus é Luz00h05 Mulher.com02h30 Caminhando Na Fé02h45 A Palavra de Deus é Luz02h50 Palavra de Vida Eterna03h00 Encantos da Amazônia04h00 Oração e Adoração05h00 Caminhando Na Fé05h15 A Palavra de Deus é Luz05h20 Palavra de Vida Eterna05h25 Fazendo Esperança05h55 Consagração a Nª Sª de Nazaré05h58 Abertura da Programação da TV06h00 Terço Gozoso06h30 Caminhando Na Fé

Page 24: Voz de Nazaré

BELÉM, DE 22 A 28 DE MARÇO DE 201312

Palavra Final11 de fevereiro de 2013, segunda feira de carnaval. Eis que o mundo acordou com a surpreendente notícia da renúncia do hoje Papa Emérito Bento XVI. Em um dia chuvoso, eu estava em retiro interior, já em preparação para a Quarta Feira de Cinzas e para, a partir desta data, dar inicio ao Retiro Popular 2013 proposto por Dom Alberto, cujo tema nos provocara: “A quem iremos, Senhor? Nada mais oportuno diante do bombardeio de maldades a partir de então desferidas contra a Igreja. A quem, de fato, podíamos acorrer senão a Cristo, aqui incluso a Sua Igreja? Se por um lado, parecia que estávamos revivendo os tempos de perseguição do início do Cristianismo, naquele ato, a perseguição dos tempos pós-modernos, com mentiras e manipulações de notícias veiculadas na mídia, que desonravam os membros da Cúria Romana; por outro, pude perceber nas pessoas uma grande comoção, um estado de profunda contrição, uma verdadeira busca de Deus. As manifestações de carinho e amor do povo pelo então Papa Bento XVI e pela Igreja de Jesus Cristo cresceram sobremaneira em todo o mundo, obrigando os meios de comunicação a noticiar a força da fé, o que sabíamos ser a luz do Espírito Santo pairando sobre tudo. De pequenos a grandes grupos de jovens reunidos em oração no Brasil e em diversos outros países; passando por missas presididas por Padres, Bispos e Cardeais e pelas multidões que insistiam em se reunir na Praça São Pedro; até a solidão de um pobre franciscano, vestido de saco de serapilheira, descalço e segurando um cajado de madeira que, na chuva e de joelhos, rezava na mesma praça pela eleição do novo Papa, atraindo os olhares maravilhados do mundo. Alguns eventos da Igreja de Belém ocorridos neste período estamparam no semblante das pessoas esta sede de santidade, este amor a Cristo e a sua Igreja: A Vigília Eucarística do dia 15 de fevereiro (na Igreja das Mercês), o Retiro do Movimento Apostólico da Divina Misericórdia nos dias 01, 02 e 03 de março (na Igreja de São Raimundo), a Missa celebradas pelos Bispos do Regional Norte II da CNBB realizada na Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré no dia 05 de março e a Vigília Eucarística realizada neste mesmo santuário no dia 12 de março, véspera do anúncio da eleição do novo papa, o humilde Francisco. Em todos esses momentos de comunhão era visível um povo ávido de Eucaristia, ávido da Palavra, ávido de orações, ávido de proclamar a sua fé, ávido de anunciar sua adesão à Cristo e à sua Igreja, enfim, um povo ávido do Senhor... Nestes dias vivemos uma verdadeira primavera da fé, confirmando em nossa alma o porquê de professarmos a fé na Igreja, una, santa, católica, apostólica e romana.Encontramos no CIC, os fundamentos da unidade da Igreja, cujo número 813 assim nos preleciona: “A Igreja é una, graças à sua fonte: ‘O supremo modelo e princípio deste mistério é a unidade na Trindade das pessoas, dum só Deus, Pai e Filho no Espírito Santo’. A Igreja é una graças ao seu fundador: ‘O próprio Filho encarnado [...] reconciliou todos os homens com Deus pela sua Cruz, restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só Corpo’. A Igreja é una graças à sua alma: ‘O Espírito Santo que habita nos crentes e que enche e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e une-os todos tão intimamente em Cristo que é o princípio da

DIVULGAÇÃO

Glória a Ti, Igreja Santa, Templodo Senhor, cidade dos cristãos!

Caderno Dois

unidade da Igreja’”. Por outro lado, existe uma grande diversidade que se apresenta desde as origens da Igreja, a qual resulta da variedade dos dons de Deus e da multiplicidade das pessoas que os recebem, diversidades de povos e de culturas. Entretanto, a grande riqueza desta diversidade não se opõe à unidade da Igreja. A Igreja é também Santa. De fato, Cristo, Filho de Deus, com o Pai e o Espírito Santo, é proclamado como o “único santo” e, tendo amado a Igreja, amou-a como sua esposa, entregou-Se por ela para santificá-la, unindo-a a Si como seu Corpo e cumulando-a com o dom do Espírito Santo para glória de Deus. A Igreja é, portanto, o povo santo de Deus e os seus membros são chamados santos, conforme nos ensina o CIC em seu nº 823. E continua o nº 824: “A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele. Por Ele e n’Ele, torna-se também santificante. Todas as obras da Igreja tendem, como seu fim, para a santificação dos homens em Cristo e para a glorificação de Deus”. “É na Igreja que se encontra ‘a plenitude dos meios de salvação’. É nela que ‘nós adquirimos a santidade pela graça de Deus’”.A expressão católico, por seu turno, origina-se do grego “catholikón”, que significa geral, universal, contrário ao que é particular. Desde a sua origem a Igreja, fundada por Jesus, sobre Pedro e os Apóstolos, é universal e, portanto, católica. E assim o é porque a Salvação personificada em Jesus Cristo destina-se a todos os povos. Ele quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade (2Tm 2,1-5); verdade esta que foi confiada à Igreja, por meio dos apóstolos, para que fosse levada a todos os homens. Nosso Senhor mesmo manifestou este desejo ao enviar em missão os apóstolos, exortando-os:“Ide, pois e ensinai a todas as nações...” (Mt 28,19)

Cristo é o único Salvador dos homens e a Igreja constitui o seu Corpo Místico, quese prolonga na história humana

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ou “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,16). Podemos concluir, portanto, que a catolicidade da Igreja se expressa no âmbito antropológico, na abertura para toda a humanidade, em todos os tempos e lugares da Terra; e no âmbito ontológico, pois ela é depositária de toda a Verdade revelada pela Bíblia (escrita), e pela Tradição (oral); tendo recebido de Jesus Cristo a plenitude dos meios da Salvação. Com efeito, Cristo é o único Salvador dos homens e a Igreja constitui o seu Corpo Místico, que se prolonga na história humana, para salvá-los, enquanto Sacramento de Salvação (ver CIC nº 830 e seguintes).A Igreja é, ainda, apostólica, posto que fundada sobre os Apóstolos; o que se verifica em três perspectivas, a saber: 1) foi e continua a ser construída sobre o “alicerce dos Apóstolos” (Ef 2, 20), testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo; 2) guarda e transmite, com a ajuda do Espírito Santo que nela habita, a doutrina, o bom depósito, as sãs palavras recebidas dos Apóstolos; e 3) continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos Apóstolos até ao regresso de Cristo, graças àqueles que lhes sucedem no ofício pastoral: o colégio dos bispos, “assistido pelos presbíteros, em união com o sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja” (vide CIC nº 857).A nomenclatura Romana é tida como uma característica da Igreja incluída no âmbito de sua apostolicidade. Refere-se, pois, ao primado de Pedro,

cuja cátedra encontra-se em Roma, e seus sucessores, os papas:“E eu te declaro: tu és Pedro [Cepha], e sobre esta pedra [Cepha] edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16, 18-19). A palavra “Pedro” e “pedra” em aramaico são identificadas pela mesma expressão, Cepha, também transliterado Kipha. Desta feita, Pedro é a rocha da Igreja, o princípio da unidade e de estabilidade. Na antiguidade, a chave simbolizava a de autoridade; deste modo, dando a Pedro as “chaves do reino dos céus” Cristo promete que Ele vai conferir ao apóstolo o poder de governar o Igreja, no seu lugar, como seu Vigário. Por seu turno, Roma era a capital do mundo quando dominava o Império Romano; com o martírio de Pedro, ocorrido na mesma cidade, Roma renasce como a capital do Cristianismo.Sim, as marcas da Igreja foram sentidas rica e profundamente no coração humano durante todos esses dias, culminando com o imensurável contentamento que nos edificou a alma com a eleição do Papa Francisco; um pontífice que surpreendeu o mundo (e continua a surpreender) com uma humildade ímpar e desconcertante, que em pleno século XXI resgata o exemplo de Francisco de Assis e exorta-nos a retornar ao amor primeiro da Igreja, Jesus Cristo. Francisco se coloca para o mundo como um homem simples, bondoso, alegre, terno e orante, reavivando a força fundamente da nossa fé, qual seja, a flor do amor e o fruto da misericórdia. Com pequenos gestos e sinais, Sua Santidade o Papa Francisco mandou um recado ao mundo: a Igreja permanece viva e reinará pelos séculos sem fim e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E, nós, aqui em Belém, no coração da Amazônia, passados mais de vinte séculos desde a fundação da Igreja, contemplamos extasiados a vitória do Amor, a caminho da Jerusalém celeste: “Igreja Santa, Templo do Senhor, Glória a Ti, Igreja Santa, ó cidade dos Cristãos, que teus filhos hoje e sempre vivam sempre como irmãos!”Em tempo: o presente artigo inspirou-se na bela homilia proferida por Dom Alberto em missa celebrada na Basílica Santuário de Nª Sª de Nazaré no dia 05 de março; e as marcas características da Igreja referidas no presente artigo foram pensadas a partir das pregações proferidas pelos Padres Catel, Ramos e Valdeci, por ocasião da Vigília Eucarística ocorrida na mesma igreja no dia 12 de março.

MARIA ELISA BESSA DE CASTRO

Evangelização no Terceiro Milênio

Maria Elisa Bessa de CastroMovimento Apostólico da Divina MisercórdiaAdoradores Eucarístico da Igreja das Mercês

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Irmã Ângela Tutas

w ENCONTRO DOS TRÊS PAPAS Bento XVI, Papa Francisco e João Paulo II