voz da experiência

31
1 OS ASPECTOS MAIS IMPORTANTES DA CULTURA EMPRESARIAL JAPONESA" C.P. CARLOS KASUGA OSAKA Diretor Geral de Yakult, S.A. de C.V. APRESENTADA NA PRIMEIRA CONVENÇÃO NACIONAL DE EMPREENDEDORES UNIVERSITÁRIOS Traduzido por Mercio Cezar Basso

Upload: mercio

Post on 10-Jul-2015

807 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: Voz da Experiência

1

“OS ASPECTOS MAIS IMPORTANTES DA CULTURAEMPRESARIAL JAPONESA"

C.P. CARLOS KASUGA OSAKA Diretor Geral de Yakult, S.A. de C.V.

APRESENTADA NA PRIMEIRA CONVENÇÃO NACIONAL DE EMPREENDEDORES UNIVERSITÁRIOS

Traduzido por Mercio Cezar Basso

Page 2: Voz da Experiência

2

"Sou filho de imigrantes japoneses que nos anos 30 tiveram a grande visão de escolher esta terra e com maneiras japonesas me fizeram. De fabricantes japoneses porém montado no México”.

O tema que me designaram no dia de hoje Trabalho em equipe, é muito comum no Japão.

Me encho de muito orgulho e esperança que existam jovens que tratem de lutar para ser empresários e não estudam para buscar emprego em outros lugares. O que precisamos em nosso país é criar empregos.

Page 3: Voz da Experiência

3

Japão é um país muito pequeno, porém tem 124 milhões de habitantes, tem os 10 maiores bancos do mundo, tem o índice educativo e de longevidade mais alto do mundo, tem o índice de criminalidade mais baixo do mundo e seu produto nacional é igual ao que produzem França, Inglaterra e Alemanha juntos.

A que se deve essa grande produtividade? É uma grande história, uma grande tradição, vou dar-lhes alguns “toques" para que sejam magníficos empresários nesta nação.

Page 4: Voz da Experiência

4

Analisando as diferenças entre Japão e México, vejo quatro diferenças importantes:

Atitude diante da Natureza

A educação

A religião

Atitude diante da própria vida.

Page 5: Voz da Experiência

5

A EDUCAÇÃO::

Na América Latina ensina-se muito a educação instrutiva, de conhecimentos. Aosnossos pais lhes preocupa o 5, o 6, o 8. Porém, e a educação formativa? Que valores são os ensinados em nossas escolas?

Esta educação relaciona-se com a educação necessaria num Empresário de Sucesso.

Entre os valores que temos que levar em conta estão: a honestidade, a pontualidade, ea limpeza.

Page 6: Voz da Experiência

6

Existem quatro passos para ser um empresário de excelência. Estes passos são: o bem ser, o bem fazer, o bem estar e o bem ter.

Honesto, pontual e disciplinado. Por exemplo: aquí estão cerca de 600 pessoas. Se o conferencista chega 10 minutos tarde, estamos perdendo 6.000 minutos nesta nação. Por isso não podemos brincar com o tempo e menos com o tempo das demais pessoas.

1. O “bem ser”:

Page 7: Voz da Experiência

7

O princípio fundamental do respeito: se não é teu deve ser de alguém. Se esta caneta a encontraste num escritório deve ser de alguém,então devolva-a. Se encontras um relógio ou umanel e não é teu, deve ser de alguém, se encontras uma carteira jogada na rua e não étua, deve ser de alguém e se encontras numafesta uma senhora, e não é tua deve ser de alguém. Se todos respeitássemos todas essas coisas, viveríamos melhor.

Sou um fabricante dos brinquedos Kay “como Kay no hay”. Nesta empresa não há chaves em nenhum lado.

Page 8: Voz da Experiência

8

Vou comentar como conseguí meus funcionários. Eu comprava o jornal que os rapazes vendem à tarde. Lhes dava 100 pesos e tinham que devolver $ 99.50. Eu os pagava com notas de $100 e falava que voltaria às 6 para pegar o troco.

Muitos não me devolveram, porém os que me devolveram são os que atualmente tem um futuro, são eles os atuais executivos e diretores, por isso eu tenho tanta fé neste país porque as pessoas com as quais trabalho sabem trabalhar em equipe.

Page 9: Voz da Experiência

9

Como os japoneses somos pequenos. A professora nos pedia para calcular o volume de uma gaiola para pássaros sem utilizar nenhum instrumento, com puro cálculo visual.

É por isso que quando os japoneses vão a qualquer exposição no mundo, regressam ao hotel e sem câmaras de vídeo ou fotografías fazem os planos dessas máquinas e as melhoram.

Page 10: Voz da Experiência

10

Eu tenho enviado os meus técnicos a exposições em Hamburgo e lhes pergunto ¿Que viram?, Me respondem : “um urso”, e que tem o urso?. Lhes pergunto as medidas, o volume ou material dos ursos e não sabem dizer algo com exatidão.

Faça as coisas bem. Se vais nadar faça-o bem, se vais estudar faça-o bem e se vais fazer amor hoje à noite, faça-o bem, entregue-se.

2. O “bem fazer”:

Page 11: Voz da Experiência

11

3. O “bem estar” :

“bem ter”.

As pessoas que são um “bem ser“ e dão à família e à sua escola mais do que receberam, chegarão a esta etapa, e os que seguem estas três etapas nesta ordem, cedo ou tarde chegarão a um

Page 12: Voz da Experiência

12

Atitude diante da natureza

Se teu pai e tua mãe plantaram uma árvore quando naceste, essa árvore que agora tem uns 20 anos, a essa árvore a queres. Sim, realmente sim, porque significa muito para ti.

Em cada ato importante da vida planta umaárvore: quando casares plante uma árvore, quandonascer um filho teu planta uma árvore, quando entrares no primário, plante umaárvore, antes de qualquerevento realmente importante, plantem uma árvore.

Page 13: Voz da Experiência

13

Porém se aquela árvore a semeia o governo,não me importa nada, porém é a mesma árvore.

Por isso, a juventude tem que ser empreendedora. Nos queixamos da contaminação e da erosão de nossos países, porém se cada um plantasse uma árvore em cada momentoimportante de sua vida, o País seria outro.

É importante que cada um de nós façamos nossas próprias coisas para que as amemos.

Page 14: Voz da Experiência

14

A RELIGIÃO:

Depois que os japoneses terminaram decochichar, o chefe levantou-se e lhes disse:“Visitamos muitas empresas e cremos que o trabalhador latinoamericano é muito mais hábil, porém hoje estivemos num povoado e nos demos conta por que as relações entre os empregados ea empresa são tão deficientes”.

Num programa de televisão ao qual me convidaram eu estava como tradutor e a um grupo de trabalhadores japoneses, perguntaram: Qual é a diferença entre os trabalhadores japoneses e os ocidentais?

Page 15: Voz da Experiência

15

O que vimos na feira, é que os dois povossão iguais: Gostam das peregrinações, os tambores, os amuletos, os foguetes, etc., porémvocês vão aos templos pedir e esperar, e no Shintoismo nós vamos oferecer.

A que me refiro com lista de oferecimentos ?

Por isso, nos demos conta que ossindicatos dos ocidentais apresentam lista de pedidos e os sindicatos japoneses apresentamlista de oferecimentos. Pequena porém grande diferença.

Page 16: Voz da Experiência

16

Se fabricamos 1000 Datsun, oferecemos no ano seguinte fabricar 1200. Que oferece a empresa?. Temos 5 % de erros na produção, oferecemos reduzí-los a 3 %. Que oferece a empresa?.

Com lista de pedidos não é possível,pedimos mais dias sem trabalho, mais férias, mais 13º, que no nosso aniversário nos paguem o triplo.

Com base nesses oferecimentos, as empresas japonesas tem conseguido um erro 0, qualidade total e "Just in time" ou "Justo a tempo".

Page 17: Voz da Experiência

17

ATITUDE DIANTE DA PRÓPRIA VIDA :

Esse elefantinho quando era pequeno o mantinham atado com uma corda pela patinha e ele quería ser livre. Quería ser livre. Machucou a patinha, sangrou e depois saiu um calo nãosomente na perna, senão também na cabeça, de que “eu não posso”, - e já não pode.

O elefante do circo levanta a tromba e por que no escapa sendo um elefante? Por que não é livre como os outros elefantes? Porque ocorre a ele o que a muitos de nós nos ocorreu quando éramos pequenos.

Page 18: Voz da Experiência

18

E assim há muitos jóvens que chegam a ter 20 anos e que já são adultos, tem seus diplomas e “já não podem", Por que desgraçadamente não podem? Porque desde pequenos estiveram escutando todos os dias: é um bruto, é a vergonha da família, es um malcriado, sempre te reprovam.

Então, esse jovem chega a ser grande e como o elefante, em determinada hora o único que faz é sair para trabalhar, dar as voltas que tem que dar, nem uma a mais nem uma a menos, move a tromba, termina e o levam à sua jaula e alguém lhe traz o que comer. Assim são muitos empregados que não fazem nada mais do que o essencial.

Page 19: Voz da Experiência

19

Que devem fazer? Que o objetivo de hoje seja ser feliz e disfrutar do que faço, preparem-se para que seu objetivo de vida não seja que chegue logo as cinco horas da tarde. Que triste!

Sabe minha equipe de desenho que o quedesenham nesta nação não havía, que graças a suas idéias está saindo um produto novo de seus projetos.

Minha gente sabe que são ajudantes deDeus, que todos os dias estão criando produtos que dão alegria às crianças o que levam saúde a seus filhos.

Page 20: Voz da Experiência

20

Assim, há pais de famílias, professores, empresários, que todos os dias estão criando fracasados. Porém também há professores, pais de família, empresários e chefes que todos os dias estão criando triunfadores.

É muito diferente, creiam-me, trabalhar assim.

Temos que mudar a mentalidade das pessoas e dos jovens em nossas escolas que tiveram ou vão ter a chance de ocupar um lugar nas universidades e que são somente três ou quatropor cento da elite de uma nação.

Temos uma obrigação com nosso país.

Page 21: Voz da Experiência

21

Por que não criam suas próprias empresas? Porém não imaginem sua primeira empresa com dois hectares de comprimento, Não! Não! Como começamos todos os empresários? Tinham capital. Não, não é certo!

Eu conheço muitos Libaneses, Israelitas, Espanhois, que chegaram a estes países com uma mão na frente e outra atrás, sem amigos, sem conhecer o idioma e os costumes, porém com uma fé em si mesmos, chegaram nestes países e trabalharam, trabalharam muito e agora são os empresários destas nações.

Page 22: Voz da Experiência

22

Porém que ocorre com um povo qualquer? Vejam vocês o comportamento de um povo qualquer. Onde for, há festa do povo, se celebra San Agustin o Santo Tomás, o patrono do povo e é quase toda a semana em festa. Que fazemos nós? Dança, foguete e festa. E os espanhóis? Abrindo suas padarias desde as quatro da manhã até as dez da noite e vejam os Israelitas trabalhando e trabalhando. Nós não, pois é dia de festa do povo. Como? São Francisco vai me castigar?

Page 23: Voz da Experiência

23

Vejam a diferença do trabalho. Joga nosso time de futebol…festa. Os anglosaxões arrumando o carro, limpando, pintando a parede, engraxando a porta, podando. O japonês arrumando seu jardim, trabalhando. Nós não. É domingo! e como hoje é domingo; Como queres que trabalhe?

Eu falo com meus trabalhadores. Vêem o que eu aprendí de todos eles: gente que viveu nos cinturões da miséria, gente que depois vai se superando pouco a pouco. Cada vida, de cada ser humano, é um ensinamento.

Page 24: Voz da Experiência

24

A obrigação do empresário, os que tivemos a fortuna de ter estudado, não é nada mais do que fazer dinheiro. É trabalhar, trabalhar e dar educação.

Sou diretor de uma empresa. Temos 20 anos nesta empresa. Que fazemos?

Havia um cientista japonês ao qual lhe chamou muito a atenção, que as crianças quando estão tomando leite materno nunca ficam doente do estômago e descobriu que a mãe, no leite materno produz um lactobacilo, o qual foi extraído do leite materno para fazê-lo viver no leite de vaca. Em cada frasquinho existem mais de 8.000.000.000 de lactobacilos.

Page 25: Voz da Experiência

25

Atualmente vendemos muitos frasquinhos diáriamente. Meus trabalhadores são os mais bem pagos da região. A divisão de rendimentos que recebem é o que receberam em um ano inteiro de salário.

Nenhum centavo. Assim é como as empresas dos japoneses crescem. Quando ainda não completam 20 anos, nós, não retiramos nem a parte japonesa nem a parte nacional. É puro investimento e reinvestimento.

Porém, Quanto retira o empresário nestes quinze anos que temos de existência?

Page 26: Voz da Experiência

26

Quero que entendam vocês futuros empresários, jovens que estão na universidade pensando: Que vamos fazer? É como o namoro. Quando fazem o Plano de Negócios, é a concepção.

A Gravidez, quando constroem a fábrica. E quando a inauguram, é o nascimento. Depois já têm um bebê. Dentro dos três primeiros anos têm que cuidá-lo todos os dias, com o único objetivo de fazê-lo crescer.

Page 27: Voz da Experiência

27

Porém em nossos países 84% de todas as empresas novas quebram nos 3 primeiros anos de vida, porque os papais querem que o “bebê” lhes dê carro último modelo, tapete, ar condicionado, móveis de primeira e uma secretária de mini saia. Pois quebra!

Depois vem a adolescência e depois chegam a ser adultos. É quando as empresas japonesas começam a repartir os dividendos entre os sócios.

Page 28: Voz da Experiência

28

Assim é como crescem as empresas japonesas, por isso são empresas multimilionárias e empresários pobres. E a diferença de salário entre o trabalhador de mais baixo nível e o presidente da companhia é oito vezes .

Na pirâmide da nossa nação, querem tornar-se ricos no segundo ano com essa empresa que montam. Vão a 20 anos de prazo, invistam tudo o que ganhem, dêem tudo a seu filho que é sua nova empresa e verão como cresce. Verão como se faz adulto. Sim, e de que vivemos? De saudações? Podem ter um salário, porém não sangrem a empresa.

Page 29: Voz da Experiência

29

Quero terminar com um conto que me contou meu pai, diz assim:

Havía um bosque no qual vivíam muitos animaizinhos. De repente este bosque incendeia-se e todos os animaizinhos começam a fugir. Somente há um pardalzinho que vai ao rio, molha suas asinhas, voa sobre o bosque incendiado e deixa cair uma gotinha de água, tratando de apagar o incêndio. Vai ao rio molha suas asinhas, voa sobre o bosque incendiado e deixa cair uma ou duas gotinhas de água, tratando de apagar o incêndio.

Page 30: Voz da Experiência

30

Passa um elefante e grita ao pardalzinho: Não seja tonto! Fuja como todos! Não vês que vais te queimar? O pardalzinho vira-se e lhe diz: Não!, este bosque me deu tudo, família, felicidade; me deu tudo o que tenho e lhe tenho tanta lealdade que não me importa que morra, porém vou tratar de salvar este bosque. 

  Diante dessa atitude, Deus se compadece dele e deixa cair uma tormenta, e o incêndio se apaga.

Vai ao rio, molha suas asinhas e revoa sobre o bosque incendiado e deixa cair uma o duas gotas de água.

Page 31: Voz da Experiência

31

E este bosque volta a ser verde e a florescer, e todos os animaizinhos regressam e voltam a ser felizes, mais felizes do que eram.

Jovens de todas as idades, eu comparo este bosque com cada um dos nossos países, talvez estejamos num grande incêndio, numa grande crise política, social, econômica e moral; porém eu peço a vocês que todos os dias deixemos cair uma ou duas gotinhas de suor e de trabalho. Se fizerem assim, sua nação os agradecerá e Deus os abençoará.