voz ativa 03

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Um jornal a serviço da construção do PODER POPULAR Ano 2 - No. 3 MAI/JUN 2016 Petrópolis - RJ LEIA TAMBÉM: 1 o de Maio - Dia de luta da Classe Trabalhadora__ pg.4 1a Semana da Memória, Verdade e Justiça de Petrópolis__pg.4 Aniversário de Lenin__pg.5 Comunidades organizadas e floridas__pg.7 Cantinho da Literatura__pg.8 Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro em Petrópolis__pg.7 Aniversário de Marx__pg.8 ATENÇÃO: Cresce número de abusos sexuais em Petrópolis__pg.8 UJC - PETRÓPOLIS / wwwfacebook.com/UJCpetropolis Após ocuparem a faculdade para pedi- rem o fim do sucateamento, alunos querem mostrar que são capazes de contribuir com o espaço, realizando regularmente a limpeza do local, e com o apoio de moradores da locali- dade que emprestaram um cortador de grama, conseguiram até mesmo fazer a limpeza dos jardins do local, além de promoverem debates e sessões de cinema para a comunidade ao redor. Infelizmente os alunos paralisaram a ocupação no dia 2 de maio, mas possuem a intenção de voltar após as férias para continuar a reivindi- car melhoras. LEIA MAIS SOBRE A CRISE NA EDUCAÇÃO E A OCUPAÇÃO DAS ESCOLAS NAS PGS 2 E 3. A Nação Fulni-ô esteve na Praça da Liberdade em Petrópolis e no consór- cio CEDERJ para colocar as dificuldades que os povos indígenas brasileiros passam, pela perda de seus territórios, pela precarização que a FUNAI vem sofrendo e também pela morte de centenas de indígenas por latifundiários. Sabemos que nas últimas décadas as tribos indígenas passam por um extermínio político e classista, pouco lembrado e apenas considerado pelos setores da esquerda no Brasil. O conservadorismo brasileiro luta pelo esqueci- mento das nações indígenas, para efetivar - sem problemas - um extermínio já corrente nos dias atuais, por outro lado a juventude comunista (UJC) luta por mais direitos aos povos indígenas e por mais conquistas, pautando a demarcação das terras indígenas como pauta necessária! LEIA MAIS SOBRE A QUESTÃO INDÍGENA NA PÁGINA 5. Alunos da FAETERJ fazem bonito ocupando a faculdade Nação Fulni-ô e UJC, lutando juntas!

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Jornal editado pela UJC-Petrópolis

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Page 1: Voz Ativa 03

Um jornal a serviçoda construção doPODER POPULAR

Ano 2 - No. 3MAI/JUN 2016

Petrópolis - RJ

LEIA TAMBÉM:1o de Maio - Dia de luta da Classe Trabalhadora__ pg.41a Semana da Memória, Verdade e Justiça de Petrópolis__pg.4Aniversário de Lenin__pg.5Comunidades organizadas e floridas__pg.7Cantinho da Literatura__pg.8Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro em Petrópolis__pg.7Aniversário de Marx__pg.8ATENÇÃO: Cresce número de abusos sexuais em Petrópolis__pg.8

UJC - PETRÓPOLIS / wwwfacebook.com/UJCpetropolis

Após ocuparem a faculdade para pedi-rem o fim do sucateamento, alunos querem mostrar que são capazes de contribuir com o espaço, realizando regularmente a limpeza do local, e com o apoio de moradores da locali-dade que emprestaram um cortador de grama, conseguiram até mesmo fazer a limpeza dos jardins do local, além de promoverem debates e sessões de cinema para a comunidade ao redor. Infelizmente os alunos paralisaram a ocupação no dia 2 de maio, mas possuem a intenção de voltar após as férias para continuar a reivindi-car melhoras.

LEIA MAIS SOBRE A CRISE NA EDUCAÇÃO E A OCUPAÇÃO DAS ESCOLAS NAS PGS 2 E 3.

A Nação Fulni-ô esteve na Praça da Liberdade em Petrópolis e no consór-cio CEDERJ para colocar as dificuldades

que os povos indígenas brasileiros passam, pela perda de seus territórios, pela precarização que a FUNAI vem sofrendo e também pela morte de centenas de indígenas por latifundiários. Sabemos que nas últimas décadas as tribos indígenas passam por um extermínio político e classista, pouco lembrado e apenas considerado pelos setores da esquerda no Brasil. O conservadorismo brasileiro luta pelo esqueci-mento das nações indígenas, para efetivar - sem problemas - um extermínio já corrente nos dias atuais, por outro lado a juventude comunista (UJC) luta por mais direitos aos povos indígenas e por mais conquistas, pautando a demarcação das terras indígenas como pauta necessária!LEIA MAIS SOBRE A QUESTÃO INDÍGENA NA PÁGINA 5.

Alunos da FAETERJ fazem bonito ocupando a faculdade

Nação Fulni-ô e UJC, lutando juntas!

Page 2: Voz Ativa 03

Vivendo e fazendo HistóriaMARÇO

02-6/3/1919 III Congresso Mundial da Internacional Comunista 09/3/1934 Nascimento de Yuri Gagarin, primeiro cosmonauta (1968)18/3-28/5/1871 Comuna de París27/3/1968 Morte de Yuri Gagarin

ABRIL

12/4/1961 URSS lança primeira missão espacial tripulada da História16/4/1961 Declaração de Cuba como estado socialista

MAIO

01/5 Dia internacional dos Trabalhadores02/5/1945 Tomada de Berlim pelo Exército vermelho05/5/1818 Nascimento de Karl Marx

VOZ ATIVA 03 / MAI/JUN 20162

VOZ ATIVA

Ano 3 - No. 3

Maio 2016

Petrópolis - RJ

Edição:Secretaria da UJC

Petrópolis

PETRÓPOLIS/ RJ

FLISOL, uma conquista dos estudantes petropolitanos

Nota sobre a determinação do MPE de retorno às aulas nas escolas ocupadas em CamposComando da União dos Estudantes de Campos - UEC

Estamos vivenciando um mo-mento histórico que ficará marcado para sempre. Essa é a maior greve dos últimos anos da Educação. Porém, junto com os professores, nós, estudantes, assumimos um papel importantíssimo nessa luta, che-gando a sermos considerados pelos pro-fessores como protagonistas da greve que se iniciou no dia 2 de março. Tomamos as ruas com manifestações, mostrando ao governo toda nossa insatisfação com a si-tuação do Ensino Público e em apoio aos nossos professores. Durante as manifestações, vimos a necessidade de uma entidade para repre-sentar o movimento estudantil de Campos e decidimos então criar a UEC, uma en-tidade autônoma a governos e construída para luta, que continuará após a greve. Em menos de 15 dias ocupamos 7 escolas a exemplo do que acontece em todo Estado. No último dia 25, o MPE de Cam-pos determinou que as diretoras devem voltar para as escolas ocupadas e que as aulas retornem. Porém o MPE não tem a legitimidade política de intervir num mo-vimento democrático de reivindicação que a cada dia mais se espalha pelo estado e que mais e mais pessoas apoiam. Exigimos que respeitem nosso direito de manifesta-ção! Ocupamos porque o governo não nos deixou escolha, abandonando a educação em péssimas condições de estudo e pela perseguição feita por professores que es-tavam furando greve com os alunos que se manifestavam como queria o governo. Não se pode criminalizar um mo-vimento que é LEGÍTIMO e PACÍFICO, que tem como único objetivo a melhoria na qualidade da Educação Pública! Resis-tiremos até o fim, ninguém pode impedir o direito de exercermos nossa cidadania!

O Festival Latino-americano de Instalação de Software Livre - FLISOL ocorreu na FAETERJ, mesmo que o governo do estado do Rio de Janeiro busque precarizar a educação do estado os alunos e a direção local da FAETERJ organizaram com grande exito a primeira edição, no município de Petrópolis. “Seu principal objetivo é promover o uso de Software Livre, mostrando ao público em geral sua filosofia, abrangência, avanços e desenvolvimento. Para alcançar estes objetivos, diversas comunidades locais de Software Livre (em cada país/cidade/localidade), organizam simultaneamente eventos

em que se instala, de maneira gratuita e totalmente legal, Software Livre nos computadores dos participantes. Além disso, paralelamente acontecem palestras, apresentações e workshops, sobre temas locais, nacionais e latino-americanos sobre Software Livre, em toda a sua expressão: artística, acadêmica, empresarial e social.”

Page 3: Voz Ativa 03

Na noite do dia 29, numa sexta-feira, represen-tantes do MUP e da oposi-ção da direção majoritária da UEE, fizeram uma roda de discussões na FAETERJ (primeira escola ocupada no município de Petrópo-lis em 2016) para debater a atual situação da educação brasileira hoje controlada por grandes empresas, Kro-ton e Anhanguera (maior empresa de ‘educação’ do mundo). Nessa perspectiva vemos a educação brasileira não busca resolver os proble-mas da classe trabalhadora. A educação brasileira é vista por essas empresas e pelos atuais políticos como uma mer-cadoria para se comprar e vender. O MUP propõem uma alter-nativa para esse modelo educacional, no qual a educação popular orientada

na participação dos alunos, por exem-plo, na construção dos currículos. Compreende-se que a educação é um instrumento de fermentação cultural e científica, onde seja feita discussões e a problematizações sobre as necessi-dades mais prementes dos trabalhado-res e trabalhadoras. O MUP luta para que a educação brasileira seja uma Educação Popular, ou seja, uma trin-cheira das reivindicações populares.

VOZ ATIVA 03 / MAI/JUN 2016 3PETRÓPOLIS/ RJ

Ocupação na FAETERJ, um exemplo de luta estudantilCristiano Rabelo Feliciano

Após um mês da adesão dos professores da FAETERJ Petrópolis a greve dos servidores estaduais, um grupo de alunos ocupou a instituição em apoio à causa dos servidores pú-blicos e em prol de mudanças na ins-tituição. A ocupação ocorreu no dia 14 de Abril pela manhã e neste mo-mento já contava com membros da UJC, que vieram para lutar e somar a nossa causa. Desde o início tivemos uma ocupação complicada, a institui-ção não conta com um Diretório Aca-dêmico ou qualquer tipo de lideran-ça estudantil e neste caso, contamos com uma adesão pequena de alunos da instituição a ocupação. Além dis-so, após quatro dias de ocupação tive-mos a debandada de um movimento social que também estava apoiando a ocupação. Não obstante, a ocupação seguiu e a UJC continuou conosco durante todo esse momento.

Com mais de 15 dias de ocu-pação realizamos a manutenção bá-sica do jardim frontal da instituição, rodas de conversas e debates. Inclusi-ve realizamos um debate sobre a crise na educação com a presença da União da Juventude Comunista (UJC), a União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ), o Movimen-to de Universidade Popular (MUP). Conseguimos apresentar nossa pauta com as reivindicações estudantis para a direção da FAETEC que até agora não respondeu de forma satisfatória e também não apresentou nenhuma solução para os problemas relatados.

Apesar disso, a ocupação ser-viu de ótima ferramenta para integrar alunos interessados pelo crescimento da instituição e acreditamos em fu-turo próximo teremos um Diretório Acadêmico conciso na unidade. E com este diretório teremos mais for-ças para lutar por mudanças estrutu-rais e necessárias na unidade.

Alunos reagem à crise da educação ocupando escolas e faculdades em Petrópolis O momento é de calamidade na educação pública no estado do Rio, só até o final do ano passado as dívi-das da educação já chegavam à R$ 285

milhões, só com alimentação a dívida passava dos R$ 10 milhões. Com essa situação Petrópolis já iniciou o ano com parte dos seus professores em greve e agora vemos a reação dos alu-nos que estão ocupando seus lugares de ensino para pedir melhoras na edu-cação. Até o momento estão ocupadas a FAETERJ localizada no Quitandi-nha e a escola Dom Pedro II localiza-da no centro da cidade, parte dos alu-nos e membros de organizações como UJC (União da Juventude Comunista) e UNE (União nacional dos estudan-

tes) estão dormindo nas ocupações e fazendo a manutenção e limpeza dos locais Essa onda de ocupações que foi iniciada com escolas em São Paulo para impedir que o governo as fechas-se vem se alastrando pelo país dando exemplo e ostentando conquistas para os estudantes, atualmente no Rio de Janeiro são mais de 60 ocupadas. Para manter as ocupações os alunos estão pedindo doações de alimentos e pro-dutos de limpeza, que podem ser en-tregues nos locais ocupados.

Educação não é mercadoria e a juventude é combativaComando da União dos Estudantes de Teresópolis - UET

A União dos Estudantes de Teresópolis é uma entidade que obje-tiva unificar os grêmios estudantis, no caso das escolas, e dos diretórios aca-dêmicos, no caso das universidades. Também pretendemos fomentar a criação dessas entidades nos ambien-tes de ensino onde ainda não existem. Somos um articulador político que visa representar a totalidade dos estu-dantes de Teresópolis e seus interes-ses. Aos interessados em participar da Comissão de Reorganização da UET, entrar em contato com a página.

“Quem não se move não sente as cor-rentes que o prendem.”

MUP e UEE organizandoa juventude

Page 4: Voz Ativa 03

1° DE MAIO - DIA DE LUTA DA CLASSE TRABALHADORA POR NENHUM DIREITO A MENOS

VOZ ATIVA 03 / MAI/JUN 20164PETRÓPOLIS/ RJ

O feminismo classista tem sua origem na luta das mulheres trabalha-doras, internacionalmente organizadas contra a opressão patriarcal e a explo-ração capitalista. Não adianta alcançar a igualdade jurídica de direitos sociais e políticos se não transformarmos ra-dicalmente a sociedade, superando as atuais formas de propriedade privada da terra, de propriedade dos bens de pro-dução e da divisão social do trabalho. A nossa luta não é pelo o direito de sermos exploradas como nossos irmãos traba-lhadores, mas sim pela transformação radical política, econômica e cultural da sociedade. O poder pelo qual lutamos é o Poder Popular, pela participação dire-ta e efetiva das mulheres na organização política na luta contra o capitalismo. Por isso o Coletivo Classista Feminista Ana Montenegro conclama todas as mulhe-res trabalhadoras a irem às ruas neste Primeiro de Maio, dia de luta e resistência contra todas as formas utilizadas pelo capitalismo e pelo imperialismo de nos amordaçar, oprimir e explorar. Olhando com atenção as atuais condições políticas e econômicas brasileiras e a atual crise do capitalismo, constata-mos quão dramáticos são os resultados dessa con-juntura para a vida das mulheres trabalhadoras, mães e estudantes. Os cortes nos direitos básicos para o pagamento da dívida, as terceirizações, a pre-

carização das condições de trabalho, o desemprego, o atraso no pagamento dos salários atingem princi-palmente as trabalhadoras pois, é sobre as mulheres que recai o cuidado com a saúde e educação da famí-lia, como também os trabalhos mais precarizados, onde praticamente nenhum direito é garantido. A permanência nos empregos, nas escolas e faculdades é comprometida pelo simples fato de ser mãe e por não ter a garantia de creches nos locais de trabalho e estudo. Hoje, no Brasil, mesmo as mulheres repre-sentando 50% da força de trabalho, a soma de seus

salários ainda é 30% inferior à soma dos salários dos homens. As mulheres ocupam os postos de trabalho com as condições mais precárias, em serviços terceirizados, com tarefas análogas ao serviço doméstico. Somos duplamente exploradas, pois juntamente com os bai-xos salários cai sobre nossos ombros as tarefas domésticas e de reprodução, que sequer são reconhecidas como trabalho, mas sim como uma obrigação feminina. Ir às ruas neste Primeiro de Maio é for-talecer a resistência contra a retirada de direitos e impedir que as propostas de ajuste fiscal recaiam sobre as trabalha-doras e trabalhadores. É ser contra um governo de conciliação de classe e con-tra a proposta de um novo governo que pretende aprofundar a pauta contra as/os trabalhadores, aprovando uma nova Reforma da Previdência e flexibilizando

os direitos trabalhistas. Assim, somos contra o im-peachment, pois lutamos pela a garantia das poucas liberdades democráticas conseguidas através das lu-tas dos trabalhadores. Mas não nos somamos na de-fesa do governo do PT, que investe cada vez mais na retirada de nossos direitos para satisfazer o capital.

Só a luta da classe trabalhadora pode cons-truir uma nova sociedade!

A saída é pela esquerda!

Primeiro de maio na praça No dia primeiro de maio o PCB/UJC Petrópolis organizaram uma aula pú-blica intitulada, “A crise e a saída para a classe trabalhadora”, aonde os professores André Rodrigues e Bruno Seabra abriram a discussão. Foram abordados temas que estão diretamente ligadas as demandas dos trabalhadores, como as diversas gre-ves que vem ocorrendo, as Mps 664 e 665, a situação da edução pública entre outras. Também discutiu-se sobre o processo de impedimento da presidente da república, afirmando que o PT favoreceu os ricos a conseguirem altas taxas de lucros a custa do suor do trabalhador e com um governo do PMDB a classe trabalhadora sofrerá mais dificuldades.

Na semana do dia 1 à 7 de abril a Comissão da Verdade de Petrópolis organizou a I Semana da Memória, Verdade e Justiça em Petrópolis,

a abertura da semana se deu com uma vigília na casa da morte (casa aonde houveram inúmeras torturas e apenas uma pessoa que passou pela casa sobreviveu - Inês Etienne Romeu) também tiveram diversas atividades culturais para relembrar e discutir as atrocidades ocorridas durante a ditadura civil-militar brasileira. A criação da Comissão da Verdade de Petrópolis ocorreu em 2015 e “tem como objetivo esclarecer fatos ocorridos na cidade durante o período do Regime Militar (1964-1985)”. O PCB Petrópolis esteve presente nas atividades e na organização da I

Semana da Memória, Verdade e Justiça em Petrópolis. O Partido Comunista Brasileiro lutará não apenas por Memória e Verdade, mas também, por Justiça. Por isso, não basta a apuração e a investigação do período, exigimos a punição dos torturadores, que até hoje estão ilesos. E, sobretudo, enquanto o capitalismo não for superado, novas ditaduras irão atormentar a classe trabalhadora.

1a Semana da Memória, Verdade e

Justiça em Petrópolis

Page 5: Voz Ativa 03

UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA - PETRÓPOLIS / wwwfacebook.com/UJCpetropolis

Aniversário de Lenin

VOZ ATIVA 03 / MAI/JUN 2016PETRÓPOLIS/ RJ

No dia 22 de abril de 1870, na cidade de Simbirski, nascia Vladi-mir Ilicht Ulianov, mais conhecido com o pseu-dônimo de “Lenin”. Foi o principal dirigente da Re-volução Russa e líder do Partido Bolchevique que a partir de 1921 se chama-ria Partido Comunista da União Soviética. Notável pela sua contribuição prática e teó-rica para o proletariado mundial, Lenin tem par-ticipação fundamental na formulação da estrutura organizativa do instru-mento de vanguarda da

classe operária: o Partido Co-munista. Lenin protagoni-zou, como líder e dirigen-te, a principal revolução social do século XX, que mudou radicalmente a correlação de forças a nível internacional e es-timulou pelo exemplo da Revolução Russa, a luta dos povos e a criação de Partidos Comunistas ao redor do mundo.

Gabriel Justen

Nas ultimas décadas e anos, começamos a nos deparar com cons-tantes ataques aos indígenas e seus direitos a vida e a terra, – ressaltamos porém que esses ataques sempre fo-ram feitos, todavia apenas agora se fazem mais aparentes e visíveis em nossos meios de informação – tratas-se portanto de ataques efetuados pelo governo federal, em uma política de convivência entre o mesmo e o gran-de capital, principalmente o agrone-gócio. Em 1988 com a nova consti-tuição, poucas melhorias teriam sido conquistadas pelo povo indígena, me-lhorias essas que foram se perdendo em projetos de políticas neoliberais, pelos sucessivos governos tucanos e petistas, que garantiam o monopólio capitalista sobre a terra, criminalizan-do assim muitas vezes os movimentos indígenas e buscando homogeneizar as culturas, mas é importante ressaltar que a degradação e destruição das ter-ras indígenas, ameaça diretamente a sobrevivência das tribos, uma vez que a terra para elas significa muito mais do que um espaço econômico de pro-priedade privada, mas, principalmen-te um significado de sustentabilidade, memória, cultura e identidade, uma condição vital para reprodução histó-rica desses povos. A total paralisação do gover-no federal com o compromisso da de-marcação de terras indígenas, mostra um total descompromisso do mesmo com a vida dos povos, além de agravar a situação na relação dos povos com o capital, pois os agentes do capital, sem a menor preocupação continuam com a política ilegal de mineração em territórios indígenas, exploração de matérias primas em prol do lucro dos ricos. Com o descaso da política do governo federal ainda se cria uma política que favorece o agronegócio em detrimento a economia familiar e intensifica o campo de domínio dos

latifundiários, que reflete diretamente na destruição ambiental e aumento do uso de agrotóxicos e transgênicos causando graves impactos sociais e visando a intensificação do lucro, os latifundiários expulsam índios dessas regiões e muitas vezes assassinam aos mesmos para que possam manter de forma “tranqüila” seus lucros . Para além desses fatores o parlamento burguês, em especial a bancada ruralista, vem fazendo ampla pressão para modificação em pautas de leis indígenas, o mais claro desses ataques é a criação da PEC215 que tira da mão do executivo e passa a mão do legislativo o direito sobre a demar-cação de terras indígenas – visto que hoje o nosso parlamento burguês é ainda extremamente conservador e reacionário, tal medida seria um re-trocesso imenso a luta indígena pela terra, visto que as demarcações pode-riam ser canceladas por votação em maioria simples. Nós da UJC, acreditamos que o nefasto quadro que o movimento indígena vive, não será resolvido den-tro do modelo e da economia capita-lista, uma vez que esse modo de pro-dução possui em sua essência, a lógica do lucro, da degradação ambiental, da mercantilização da terra e da explora-ção do homem pelo homem. Sendo assim, apenas a luta permanente com mobilização e pressão contínua para que o governo brasileiro dê garantias e ampliação dos direitos indígenas pode melhorar o quadro, porém, será

A questão indígena e os dias atuais

apenas através do Poder Popular que conseguiremos superar as demandas das comunidades indígenas, tornan-do-se assim universais e estejam uni-ficadas a toda diversidade de lutas dos trabalhadores e explorados, buscando assim uma expressão política alter-nativa de poder dos trabalhadores contra o estado burguês e o capital, defendemos uma política de mudança radical e profunda, apenas uma socie-dade socialista, desencadeada por um poderoso processo de lutas populares, será capaz de resolver os problemas vividos pelo conjunto dos setores po-pulares, incluindo os povos indígenas,

que devem se unir na luta também anticapitalista e imperialista, em favor desse novo modelo! No que diz respeito à causa indígena, defendemos:- Demarcação/homologação imediata de todas as terras indígenas no terri-tório nacional - Contra as obras capitalistas e neode-senvolvimentistas nos Territórios In-dígenas, como a Transposição do Rio São Francisco e a Usina Hidrelétrica de Belo Monte - Contra os ataques institucionais que ferem os direitos indígenas, como a Portaria 303 e a PEC 215

Page 6: Voz Ativa 03

ENTRE EM CONTATO E VENHA CONSTRUIR A UJC - OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!!!

VOZ ATIVA 03 / MAI/JUN 20166PETRÓPOLIS/ RJ

O que é ser feliz? Camila Filardi

Nos dias de hoje, a felicidade parece vir em um embrulho, num pacote comprado em alguma loja com o preço alto e a aparência que diz: “Olhe para mim, eu sou feliz”. Mas será mesmo que pode-mos comprar a felicidade? Existe o argumento que dinheiro não com-pra felicidade, mas que sem dinheiro, uma pessoa não pode ser feliz. De fato, para alguém que não tem nada e necessita de dinheiro para sobreviver e ter o mínimo de conforto que um ser humano deve ter, dinheiro pode significar ser feliz, mas para quem tem o suficiente mais dinheiro não nos traz felicida-de. Nos iludimos com a ideia de que precisamos de bens materiais, que precisamos de status e que nossa aparência importa. Essa ideia não nos é natural, ela surgiu pela cultura do capitalismo e do controle de massa, uma cultura que nos induz a achar que preci-samos fazer parte do mundo do consumo para ser-mos alguém, precisamos nos vestir, tratar de nossos corpos, usarmos determinados itens e acessórios, tudo, de acordo com os padrões estabelecidos pela indústria, que na verdade, quer ter lucro em cima da ideia de felicidade. Por isso, feliz mesmo é aquele que não segue os padrões, não por ser rebelde, mas por criar seu próprio padrão, de imagem, de status e de necessidades. Almejamos bens materiais para satisfazermos desejos do corpo, mas esses desejos, após serem supridos, logo são substituídos por mais desejos, assim como o açúcar libera dopamina no cérebro, fazendo com que queiramos mais e mais açúcar. Perpetuamos esses desejos de uma maneira que ficamos cegos e só conseguimos enxergar a abs-

tinência criada por esses desejos. O capitalismo causa isso, nos faz achar que só podemos ter felicidade se estivermos de acordo com os padrões impostos pela mídia, que é a maior e mais poderosa ferramenta de controle de massa. Temos inúmeros exemplos sendo expostos e exigi-dos a todo momento, na televisão, na internet, nas ruas, fazendo com que acreditemos ser aquele o exemplo a ser seguido, induzindo-nos a trabalhar para comprarmos coisas, coisas que nos darão sta-tus e uma imagem aceita pela sociedade cega pelo capitalismo. Mas o que ocorre de fato, é que esses valo-res não foram criados para o nosso bem, são valores que sustentam as indústrias, para que poucas pes-soas sejam beneficiadas à custo da desgraça da so-ciedade. Desgraça porque ao invés de darmos valor ao que importa, muitos acabam se escravizando por um ideal que não é real, por metas extrínsecas, que vem do exterior, coisas que podemos obter. Mas o que realmente importa? É simples, precisamos bus-car valores intrínsecos, metas que estão relaciona-

dos com o nosso pscicológico. Em primeiro lugar, boas relações. Sem bons amigos e pessoas para po-dermos contar em momentos difíceis, nos isolamos, nos deprimimos e vivemos uma vida solitária e tris-te. Construir bons relacionamentos é essencial para o ser humano. O crescimento pessoal de cada um também atribui para um futuro próspero, desenvol-ver habilidades, descobrir quem somos, buscar em nós mesmos o que gostamos e como gostamos faz parte da trindade da felicidade. Além disso, ter um senso de comunidade também é importantíssimo, o desejo de ajudar os outros reverbera em nossas vi-das, nos trazendo sentimentos e experiências grati-ficantes. Precisamos cuidar do ambiente em que vi-vemos e da comunidade com quem compartilhamos esse ambiente. As pessoas que priorizam os valores instrínsecos são mais vitais, menos ansiosas, menos deprimidas, mais felizes. Não seguir os valores im-postos pelo capitalismo é libertador e essencial para a busca da verdadeira felicidade e contentamento. A vida é curta demais para não sermos felizes.

A UJC – Petrópolis organizou dois saraus (13/2 19/3). Nesses espaços foi discutido o momento político

atual, numa perspectiva da classe trabalhadora, moradores do entor-no da BR 040 falaram sobre as di-ficuldades que enfrentam (a CON-CER busca demolir suas casas) e o movimento de hip-hop comentou da realidade e dificuldade de fazer arte urbana, além de muita poesia de qualidade e roda de hip-hop. Vamos organizar outros sa-raus nesse anos, a UJC em Petrópo-lis está buscando aperfeiçoar esses encontros, sempre na tentativa de não repetir os erros e buscando es-tar em contato com os diversos mo-vimentos culturais de Petrópolis.

Juventude, cultura e política

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VOZ ATIVA 03 / MAI/JUN 2016 7PETRÓPOLIS/ RJ

O Centro de Defesa dos direitos hu-manos – CDDH disponibilizou mudas de ipê--amarelo para os moradores do entorno da BR040 na reunião que ocorreu no dia 28 de abril na vila das sete casas, as reuniões ocor-rem quinzenalmente em diferentes comunida-des da BR040. O município de Petrópolis co-memora o dia do ipê-amarelo em 28 de junho,

O objetivo do plantio dessas mudas é construir junto com os moradores uma iden-tidade entre as comunidades da BR040 para reforçar a luta pela moradia, e também para embelezar as comunidades com árvores florí-feras.

Os participantes das reuniões são tra-balhadores e trabalhadoras de Petrópolis, em outros momentos mencionou-se que o ipê--amarelo é a Flor Nacional (declarada em 1961 pelo presidente Jânio Quadros), mas, para além disso, deixou-se claro que os trabalhado-res não tem uma pátria, e o que os unem é a luta contra exploração.

No dia 23 de abril re-presentantes o Coletivo Femi-nista Classista Ana Montene-gro vieram em Petrópolis para discutir sobre os alguns temas que afetam as mulheres tra-balhadoras, em contraponto ao pensamento do feminismo liberal que busca individuali-zar as pautas feministas. Fa-lou-se sobre aborto, o sistema de saúde na perspectiva da

mulher, assistência estudan-til, terceirização, as MPs 664 e 665, privatização do SUS e sobre as pautas LGBTs. “O ANA acredita nas trabalhadoras, nas estudan-tes que estão nas ruas lutando e construindo o Poder Popular para a ruptura rumo a uma sociedade socialista, que pode construir um cotidiano sem violência.”

Organizando para vencer Atenção!Cresce número de abusos em Petrópolis Com a fragilida-de da seguran-ça pública em Petrópolis, so-mente nos três primeiros me-ses desse ano foram registra-dos 16 casos de abuso sexual, o mesmo número de casos que ocorreram durante todo o ano de 2015. São constantes as denuncias de falta de iluminação publica e de patrulhas policiais nos bairros mais afastados do centro da cidade, já que enquanto sobram policiais para vigiar as mansões do cen-tro as comunidades continuam esquecidas.

Trabalhadores sofrem com a crise enquanto ricaços fazem leilão de vinhos

Bem no meio da crise onde o trabalhador está economizando cada centavo, a pousada Locanda Della Mimosa localizada em Bonsucesso realizou no sábado dia 23 um leilão de vinhos onde algumas garrafas como a de petrus margaux podem chegar ao valor de R$ 9.000,00, pode até parecer piada de mau gosto com a cara de quem tem que trabalhar o mês inteiro para ganhar o salário mínimo, mas infelizmente essa é a nossa realidade, o patrão leva o lucro enquanto o empregado só leva desaforo.

Comunidades organizadas e floridas

Page 8: Voz Ativa 03

VOZ ATIVA 03 / MAI/JUN 20168PETRÓPOLIS/ RJ

Aniversário de Karl Marx No dia 5 de maio de 1818, nascia Karl Heinrich Marx, na cidade Trèves, ao sul da Prússia - um dos reinos que compunha a fragmentada Alemanha. O jornalista, filósofo, sociólogo foi grande responsável pela organização operária no mundo todo, além de iniciar a produção intelectual acerca do materialismo histórico e fundar a Associação Internacional dos Trabalhadores, em 1864, dando força, visibilidade e solidificando a luta dos povos e pelos povos para sua libertação. Marx detém influência mundial até os dias atuais, no campo da economia, filosofia, sociologia, teologia e política, além disso, suas obras inspiraram grandes marcos de dimensão histórica, como a Revolução Russa, Cubana, Chinesa, a libertação dos países africanos etc,

além de contribuir atualmente para a luta, organização e formação política para movimentos sociais, sindicatos, grupos partidários e autônomos no mundo inteiro. Karl Marx deteve grande influência histórica, dando impulso às classes proletárias do mundo todo para a sua união.

Matheus Maricato

Eis que surge a resistência no mundo cinzento, em suas roupas de cimento E aparecem as cores que doce e gentilmente vestem as flores Uma pequena abelha lidera a colmeia contra os encarceradores da pureza da ideia Encancerados, eles mesmos, pelo pesado paletó Sufocados pela gravata azul em seu nobre nó. O cimento só de ver verde fica O coração dá palpite quando palpita E a vida da via que via a ida e a vinda das abelhas Surpreendeu-se ao ver-se surpreender-se Com a vida de ida e vinda das abelhas. É claro que incomodou as aranhas de vãos interesses Seres sem ser, que dão mais valor ao ter e não entendem os dizeres

Acontece que a vida de vindas e idas das abelhas Era mais bela que a vida monótona nas luxuosas teias A verdificação cheia de vida se levantava contra as edificações pintadas de cinza Ora, se as flores davam vida às abelhas e não aos senhores Que viviam no cimento com suas teias e corpos podres Como poderiam permitir algo tão perigoso ressurgir? A dona abelha nunca se prendia às teias, e já se mostrara demasiada perigosa Foi aí que o Mais Alto Aranha chamou a pequena abelha para uma formal prosa. Mal sabiam os senhores dos vãos interesses, que a abelha dominava os versos e os dizeres

Posso dar-te o amor verdadeiro, dentre todos os falsos, pequenino aventureiro Posso dar-te a imortalidade, dentre todos os animais, para viveres por toda a eternidade Posso dar-te tudo o que desejares, se te esqueceres de tua luta insana lá nos pomares Posso dar-te tudo, se abaixares a arma e o escudo Se te esqueceres das flores que não respondem aos teus senhores.

À abelha, que não tinha senhores, as palavras não conseguiram apagar a centelha.Nada possuía, apenas sentia. Nada lhe faltava, pois tudo ao seu redor apenas a completava A abelha à aranha fitava e por instantes de segundo vira sua colmeia por trás do ser que lhe falava Fez-se verso no momento como sempre se fizeraE pela primeira vez em muitas primaveras, as flores ressurgiram por todo o planeta, agora tomado de poetas.

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