vox objetiva n°09

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Revista Vox Objetiva Edição 9

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2 Vox Objetiva

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3Vox Objetiva

Prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, revela um novo capítulo no combate à corrupção no Brasil.

Amante do futebol, o governador Aécio Neves narra sua tática para as eleições.

Pesquisas animam petistas e preocupamtucanos

Os esforços internacionais para re-construir o Haiti, devastado física e politicamente.

Mais uma intervenção do presidente da Venezuela, Hugo Chávez aumenta as crí-ticas e produtos somem da prateleiras.

Conheça a terra de monumentos im-ponentes e grandiosos. Os mistérios do Egito há séculos fascinam a humanidade.

Pagamento de auxílio a familiares de condenados acirra discussão sobre sua necessidade.

Presidente Lula pode tomar uma deci-são política na hora de reequipar a FAB. Conheça os três aviões oferecidos ao Brasil

expediente

Editor E jornalista rEsponsávEl Carlos viana

Editor ExECutivoHeraldo leite

dirEtoria dE rEdaÇÃoMéltsia MendonçadiagraMaÇÃo

Cristopher KennedyKenneth anderson

lucas lopesluma Mendonça

Marcos paulo vianaCapa

Marcos paulo vianaFotograFiasodilon lagerEportagEM

giovanna ribeiroluciana HübnerWander veroni

ColaboradorEsleo pinheiro - rio de janeiro

dirEtor CoMErCialgeraldo Mendonça

atEndiMEnto, anú[email protected]

(31)3082-8092sugEstõEs, CrítiCas E rEClaMaÇõEs

[email protected]

Cristopher Kennedyjoão paulo brum

www.voxobjetiva.com.brtiragem: 20 mil exemplares

Os textos publicados nesta edição da Vox Objetiva, em forma de reportagens, são de responsabilidade direta dos editores. Os textos publicados em forma de Colunas, produzidos por colunistas convidados, expressam o pen-samento individual e são de reponsabilidade dos autores.Todos os direitos reservados. Os textos publicados na Revista Vox Objetiva só poderão ser reproduzidos com autorização dos editores.

“...O povo que conhece o seu Deus se tornará forte e ativo”. (Daniel 11:32)

Revista Vox Objetiva® é uma publicação conjunta entre Editora Fé Ltda., sediada

à rua Tiradentes, 1640, sl 302, Industrial - Contagem, MG, Cep 32230-020 e Mix Soluções em

Comunicação®, sediada à rua Tupis, 204, sl 218, Centro - Belo Horizonte, MG, Cep 30190-060

Dnit promete inaugurar Viaduto Vila Ricae acabar com o sofrimento de quem preci-sa passar pelo Viaduto das Almas.

Quanto mais atarefada a criança, maiores as chances de ela desenvolver o bruxismo.

sumário

40 Capa

16 Serra a baixo

08 Entrevista

18 Mundo

22 O coronel em apuros

54 Turismo

38 Polêmica

34 Muita responsabilidade

30 Até que enfim

24 A novela dos caças

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4 Vox Objetiva

capa desta edição pós-carna-val de Vox Objetiva expressa uma realidade que muitas gerações de brasileiros não

acreditavam ser possível. Temos um go-vernador, eleito democraticamente

- e antes de um escândalo filmado e fartamente divulgado - político conside-rado como um dos mais importantes en-tre os membros do Democratas. Partido, que por sinal, nunca teve nada de san-to em sua história de PDS, PFL, agora, “Demo”.

A prisão do mineiro José Roberto Arruda, governador de Brasília, é um sinal claro de que as instituições brasilei-ras estão funcionando cada vez melhor. Verdade, que ainda meio enferrujadas pela falta de prática e pela burocracia, mas sendo afiadas pelas críticas constan-tes da opinião pública.

A sensação entre os brasileiros co-muns de que pessoas importantes “nun-ca” são punidas e a liberdade de uma imprensa que crítica posicionamentos e cobra decisões mais rápidas de nossos juristas, têm servido como uma espécie de “amoladores” das nossas autori-dades do Judiciário, que sempre se mostraram distantes dos problemas e da realidade salarial do contribuinte que sustenta os serviços públi-cos. Ministros do Supremo, juízes, promotores ganham muito bem, obrigado!

Decidir pela prisão do ho-mem que já manchou a his-tória parlamentar brasileira ao fraudar o painel de votações do Senado juntamente com, na época também senador, Antonio Carlos Magalhães, era uma ques-tão de exemplo e de maturidade para a democracia brasileira. É bom lembrar ao leitor de Vox Objetiva, que Arruda não foi levado à pri-são na sede da Polícia Federal em Brasília por causa das imagens em que apareceu recebendo dinheiro de um suposto inimigo político. Recebeu voz de prisão depois que

edi tor ial

o Superior Tribunal de Justiça decidiu pelo pedido da Procuradoria Geral da República de que o mineiro governador de Brasília estaria tentando comprar tes-temunhas e impedir o seguimento do inquérito aberto pela PF. Para a Justiça, impedir ou ameaçar testemunhas de da-rem sua versão é crime grave, cabe pri-são. E assim foi feito. Milhões de homens e mulheres honestos deste país percebe-ram que sua indignação com o mar de lama da política brasileira nunca foi em vão. Um dia, o rato cai na ratoeira.

os “amoladores” da justiçaArruda, segundo amigos e o advoga-

do que o defende, tem se mostrado de-primido e sempre conversa com uma Bíblia na mão. É interessante que entre os evangélicos existe o conhecimento de que Satanás, o “Demo”, é um profundo conhecedor do livro sagrado para os cristãos. Como bom “advogado de acu-sação”, o querubim caído do céu aponta os erros dos homens diante do Criador usando as leis deixadas pelos profetas. Pelo menos Satanás leu o livro, o que seria difícil de acreditar por parte de Arruda. Um homem que, na época do Senado, jurou pela felicidade dos filhos diante de uma mentira, teria pelo menos um pouco de temor, não por si, mas por sua geração que agora sofre as conse-quências de uma vida política de falsida-des e sem limites para vencer eleições.

É bem provável que Arruda tenha se espelhado em outro político minei-ro famoso, mas nem menos polêmico. Ao ex-governador, Newton Cardoso, é apontada a autoria de uma frase que ficou célebre entre os que militam na imprensa mineira. “Jornalista se compra com um cheque”, teria dito o cacique e empresário ao investir no mundo dos negócios da Comunicação. Ao que pare-ce, comprou mesmo a opinião de alguns, mas não mudou a história.

Arruda, segundo os procuradores da República, teria tentado fazer o mes-

mo. “Comprar” o silêncio de um jornalista testemunha do escân-

dalo que envolve a elite da po-lítica brasiliense. Deu errado, mas mudou o rumo de nossa democracia.

Mesmo que não seja con-denado pelo escândalo, a pri-são de José Roberto Arruda

marca uma nova fase na demo-cracia brasileira. Todos devemos

ser obrigatoriamente iguais diante da Justiça, que não deve se aliar aos pode-rosos de plantão e que se crêem donos de nossas consciências.

Nós de Vox Objetiva não somos ufa-nistas, mas acreditamos no Brasil. Agora mais do que nunca.

A

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5Vox Objetiva

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6 Vox Objetiva

Zé MAyEr

Sou apaixonada pelo Zé Mayer, o Marcos, da novela “Viver a Vida”. Adorei quando abri a revista e vi uma entrevista com ele. Não sabia que ele era mineiro, muito menos que já havia morado em Congonhas. O cara é uma simpatia e de muita inteligência fora de série. Creio que ele é escalado até hoje para fazer o galã da novela das oito por ter um charme e uma virilidade que fascina, que conquis-ta. Parabéns ao repórter Léo Pinheiro que conseguiu extrair todas essas decla-rações do Zé Mayer. Já ouvi dizer que ele não é tão acessível para dar entrevistas. Isso é um feito! Vocês da Vox deram um furo e tanto!

Mirela Camargo, 32 anos – Odontóloga,

bairro Sion. BH

COnTAS

Parece até um chavão, mas janeiro é um mês cheio de contas para pagar. Entra ano e sai ano, sempre tento organizar as finanças, mas fica difícil. A matéria da re-pórter Luciana Hübner me mostrou que isso pode ser mais fácil. Basta ter organização. Recortei a tabela e vou utilizá-la. É uma dica excelente! No mais, parabenizo toda a equipe da Revista Vox pelo compromis-so editorial e ético. É uma publicação muito bem feita.

Rosa Maria Dagalberto, 37 anos – Auxiliar administrativo, bairro Santo Antônio. BH

QuAlidAdE

Mais uma vez, a Vox Objetiva conseguiu agradar pela qualidade de suas matérias. Com a oitava edição não foi diferente. Destaco três matérias que muito me agra-daram: a entrevista com José Mayer, que, para minha surpresa, é mineiro e com his-tórias bem curiosas. Segundo, a de Marcelo Torres, que se mostrou ser tão bom no texto, quanto no vídeo. E terceiro, a reportagem de Wander Veroni sobre a relação ainda meio inexplorada da TV versus redes sociais. Parabéns à equipe!

Lucas Catta Prêta, 19 anos - Estudante de jornalismo, bairro Nossa Senhora da Glória. BH.

MEiO AMbiEnTE

Antes de mais nada, parabenizo toda a equipe da Revista Vox, em especial ao repór-ter Marcelo Torres. Desde o início da Vox, os textos dele possuem dados, reflexões e nos prendem pela criatividade. Na última edição, principalmente na matéria, “Agora é com a gente”, senti falta de uma cobertura mais am-pla e analítica sobre a COP15. O evento foi um grande fiasco de 2009 e, por causa disso, deveria ter sido mais explorado. Repercutir esse evento seria um diferencial para Vox, uma vez que os líderes mundiais – a exceção do presidente Lula, ficaram omissos ao pro-blema real que os efeitos climáticos podem causar na vida existente no nosso planeta.

Juliana Damasceno, 28 anos - Publicitária, bairro Jardins das Américas. Curitiba (PR)

ESCOrPiãO

Parabenizo toda a equipe da Vox, em es-pecial ao repórter Wander Veroni, que com a sua excelente escrita, neutralidade e ética acrescenta muito valor à revista. A matéria “Calor promove surto de escorpião” merece destaque por ser tão informativa e interes-sante. Parabéns! Sucesso!

Glória Maria Fernandes, 39 anos - estu-

dante de Serviço Social, bairro Laranjeiras, Betim (MG)

inTErnET

Já acompanho o trabalho da Revista Vox há algum tempo, principalmente pela internet. Nesta edição tive a oportunidade de receber a revista impressa e adorei o conteúdo, principalmente as várias maté-rias sobre tecnologia e redes sociais. O Orkut, apesar de ser líder na internet, está perdendo o trono para novos sites que estão surgindo. Vocês foram espertos e anteciparam um assunto com bastante competência. Além disso, apesar de ter Orkut, sei pouco sobre ele e essa maté-ria me fez entender mais sobre a rede. Também parabenizo pela seção “Vox no Twitter”. Foi por meio dessa seção que descobri vários tuiteiros legais e que va-lem a pena ser seguidos.

Beth Ribeiro, 24 anos - Universitária e es-tudante de relações públicas, bairro Barra da Tijuca, RJ

Entre as sugestões de pauta, críticas ou elogios que chegam a nossa redação,

selecionamos alguns comentários a respeito da última edição da revista Vox Objetiva. Para participar, envie um e-mail

para [email protected]. Leia e fique à vontade!

VOXLEITORdo

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pol í t ica

“Em março, eu creio, Aécio assume a vice. Conversei com Roberto, com o

presidente Fernando Henrique. Acho que será irresistível à pressão, por

assim dizer, o chamamento a Aécio.” Raul Jungmann,

deputado federal (PPS-PE)

“Sobre essa questão específica, a minha resposta é muito simples: eu sequer cogito essa hipótese.”

Aécio Neves, governador de Minas

“O Serra é o candidato. Acabou”.Tasso Jereissati,

senador (PSDB-CE)

“ Perdoo, a cada dia, os que me insultam. Entendo as suas indignações

pelas forças das imagens. E, sabem por que eu perdoei? Porque só assim eu posso também pedir perdão dos meus pecados.”

José Roberto Arruda, governador do DF

“Estou cansado de gestores do tipo “Raul Seixas”, do tipo “Eu nasci há 10 mil atrás/ E não há nada nesse mundo que eu não saiba demais.”Sérgio Cabral, governador do Rio

Quem censurou, quem prendeu

sem ordem judicial, quem cassou

mandatos e quem apoiou a

ditadura militar estão anistiados.

Mas um torturador cometeu um

crime de lesa-humanidade e deve

ser punido pelo Estado como

quer a nossa Constituição.”

Cezar Britto, presidente

nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)

“O decreto de Vannucchi é para quem deseja mandar no País por muitos anos, sem oposição na imprensa nem no Congresso, sem obedecer a leis.”

Demóstenes Torres, senador (DEM-GO)

“O que não dá para entender é qual a motivação do governo para comprar tantas brigas com cachorro grande ao mesmo tempo, justamente na abertura de um ano eleitoral” Ricardo Kotscho,

jornalista

“O programa tem coisas do meu tempo, mas o fato

é que eles (do governo) combinaram uma coisa

e fizeram outra. Isso não se faz em política.” Fernando Henrique

Cardoso, ex-presidente

O melhor nome é o de Hélio Costa. Se ele não for candidato, será um golpe contra o PMDB.”Adalclever Lopes, deputado estadual (PMDB)

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entrevis ta

Passando a Bola?Aécio anuncia sua pré-candidatura ao Senado e apoio a Anastasia. Articulistas de oposição duvidam

uando perguntado a data que iria decidir o seu des-tino político para 2010, o governador de Minas Gerais

respondeu: “só no ano novo”. Insistente, o repórter perguntou: A partir de quin-ta-feira? Uma nova resposta surgiu afir-mando que só após a segunda-feira, 4 de janeiro, afinal quinta ainda seria o réveillon de 2009, corrigiu Aécio Neves, adiantando que comemoraria a festa no Rio de Janeiro.

O diálogo aconteceu durante o Jogo das Estrelas, partida de futebol beneficente or-ganizada pelo astro de futebol Zico, quan-do o meio-campista Aécio tentou driblar a imprensa nacional, que o marcava em cima para falar da sucessão presidencial.

Como bom jogador ele deu olé na maioria dos “adversários”, mas depois de receber marcação implacável, con-cedeu entrevista exclusiva para a VOX ObJETiVA, à beira do gramado do Maracanã.

A conversa foi boa e maior do que prevista já que, apesar do bom preparo físico, o governador, de 49 anos, cansou logo aos 20 minutos do primeiro tempo e pediu substituição reclamando do in-tenso calor das 15h do verão carioca, que assolava aos artistas e personalidades

que disputavam a preliminar da partida de Zico com os jogadores profissionais.

Também vítima do sol forte, a nossa equipe de reportagem procurou abri-go e se infiltrou entre os jogadores para prosseguir com a entrevista no banco de reservas para onde o político e dublê de jogador foi descansar.

No bate-bola com a nossa equipe, o governador evitou falar de seu futuro político, alegando que aquela era uma tarde de festa e confraternização e não de trabalho, mas não resistiu em discor-rer sobre suas obras quando o assunto entrava no campo esportivo e, com o passar do tempo, abriu a defesa.

Sobre as pretensões de Belo Horizonte sediar o jogo inaugural da Copa de 2014, ele foi taxativo. “Primeiro precisamos melhorar o Mineirão, adequá-lo às exi-gências internacionais da Fifa. Não há como pensar em sediar jogos de fases importantes da Copa sem deixá-lo em padrão internacional. Para isso estamos fazendo uma parceria com a iniciativa privada para investir conjuntamente R$ 120 milhões”, adiantou.

Quando perguntado se ele entraria pessoalmente na disputa pelo jogo de es-treia da Copa com o estado de São Paulo, governado pelo colega tucano José Serra,

Aécio afirmou convicto que neste jogo ele não tiraria o time de campo. “Tenho estado em constantes entendimentos com o Ricardo (Teixeira, presidente da CBF), e continuarei conversando com ele e mostrando do que Minas é capaz de fazer pelo Brasil na Copa do Mundo.”

Ainda sobre as inaugurações, o gover-nador aproveitou para articular sobre o principal projeto de seu segundo manda-to: a Cidade Administrativa, nova sede do Governo de Minas Gerais. Ele prome-teu inaugurar no mês de março o conjun-to de cinco prédios projetado por Oscar Niemeyer, construídos em um terreno na divisa dos municípios de Belo Horizonte, Vespasiano e Santa Luzia, ao custo de R$ 949 milhões. Segundo o governante, a concentração de todas as secretarias e autarquias do Estado proporcionará mais agilidade e eficiência à administra-ção pública e também reduzirá os custos operacionais do Governo.

“Pelo menos R$ 80 milhões por ano serão economizados com aluguéis que deixaremos de pagar, diminuição de cor-respondências, telefonia, transporte e até mesmo de tempo”, enalteceu, lembrando que a economia com a “máquina estatal” aumentará o aporte financeiro nas áreas social e de infraestrutura.

Q

8 Vox Objetiva Vox Objetiva

léO PinHEirO

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9Vox ObjetivaVox Objetiva 9

Foto: MARCELO VALLIN

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10 Vox Objetiva

Bola cheia

Não é só novo centro administrativo do Estado que mexe com o orgulho de Aécio e o motiva a discursar. Antes de regressar para o vestiário, durante o in-tervalo do jogo, ele agradeceu pelo me-lhor presente de Natal que poderia rece-ber: a aprovação popular.

De acordo com uma pesquisa (*) do Instituto Datafolha, divulgada exata-mente no dia 25 de dezembro, o mineiro foi indicado como o governador de me-lhor conceito do Brasil. Conquistando média 7,5 na avaliação dos entrevista-dos. Ainda segundo a pesquisa, 73% dos entrevistados consideram a administra-ção do mineiro ótima ou boa.

“Não é bom, ser o mais querido, o me-lhor avaliado por 90% do seu povo? É bom demais”, pondera Aécio, exageran-do nos índices de popularidade.

(*) Pesquisa realizada entre 14 e 18 de dezembro de 2009

Dupla de ataque

Durante a entrevista Aécio prometeu corresponder à confiança da população com total dedicação ao Estado de Minas Gerais, e pela primeira vez refutou pu-blicamente os rumores de que, após de-sistir da pré-candidatura à Presidência da República, ele poderia compor a cha-pa “puro-sangue” do PSDB – como tem sido veiculada na mídia uma possível aliança na qual o mineiro seria o Vice-Presidente da candidatura de José Serra.

“Eu não estou pensando nisso. Só que-ro pensar em Minas, por enquanto como governador e depois veremos como”, afirmou, dias antes de anunciar sua pré-candidatura ao Senado Federal.

O anúncio de Aécio soou como um ataque surpresa aos adversários e me-xeu no esquema tático das eleições mais importantes do país. O minis-tro do Trabalho e possível candidato à Presidência pelo PDT, Carlos Lupi, foi o primeiro a se pronunciar, lembrando que Aécio Neves nunca negou que, caso Serra desista, ele ainda concorra.

O sempre comedido vice-presidente da República, José Alencar, declarou, já nos primeiros dias do ano, não acreditar que o governador de Minas esteja fora do páreo das eleições presidenciais.

“O Aécio abriu espaço para que o Serra se defina. Se o Serra se candidatar a reeleição em São Paulo, o Aécio pode ser o candidato a presidente. Como

governador, o Serra tem um pássaro na mão...”, deixou no ar.

Evidentemente Alencar só trouxe à tona esta possibilidade, para evitar espe-culações sobre um possível embate entre ele e o atual governador de Minas por uma das vagas de senador por Minas. Se antes era dito no Estado que a vitória de Alencar era certa, com a entrada de Aécio no time dos candidatos ao Senado, o placar pode ser alterado. Trocadilhos à parte, esse é um jogo que promete mui-tas prorrogações. E as metáforas futebo-lísticas não param por aí.

Até mesmo o presidente Lula, recor-reu a uma delas para disfarçar a preocu-pação com a definição do futuro político de Aécio Neves. Em um café da manhã com jornalistas, o presidente disse que não tinha certeza se dois Tostões se sairiam bem no mesmo time, fazendo analogia entre Tostão, ex-craque do fu-tebol mineiro reconhecido como um dos maiores jogadores do país e a dupla Serra e Aécio.

Em resposta a Lula o governador de São Paulo também se expressou através do “futebolês”, e, colocando de lado a rivalidade interna do partido, elogiou o

“Tenho estado em constantes entendimentos com o ricardo,

e continuarei conversando com ele e mostrando do que Minas é capaz de fazer pelo brasil na Copa do Mundo”

(Aécio neves sobre a articulação com ricardo Teixeira, presidente da CbF, para trazer o jogo inaugural da Copa para bH)

“não há como pensar em sediar jogos de fases importantes da Copa sem deixar o Mineirão

em padrão internacional”(A respeito das obras no Mineirão

para a Copa de 2014)

Foto oficial do time azul tirada no intervalo: Aécio é o terceiro no alto, ao lado de Bruno Coimbra, filho de Zico. Apesar do calor o Governador voltou para o segundo tempo e ajudou a sua equipe a empatar o jogo em 6 X 6.

Foto: MARCELO VALLIN

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11Vox Objetiva

governante mineiro. “Acho que quando o jogador é muito bom dá para fazer a du-pla. Dá-se um jeito de colocar os dois em campo”, afirmou Serra, em mais uma ten-tativa de fazer uma tabelinha com Aécio.

Embora a cúpula do PSDB avalize que o projeto do partido para o governador de Minas já esteja definido e que inten-ção de Aécio seja representar o Estado na câmara alta e atuar para que seu vice, Antonio Anastasia, consiga sucedê-lo, a falta de entrosamento da equipe tucana

“não sei se dois Tostões se saem bem no mesmo time”(lula em relação a uma possível chapa Serra e Aécio)

“Acho que quando o jogador é muito bom dá para fazer a dupla. dá-se um jeito de

colocar os dois em campo”(José Serra, em resposta ao Presidente)

deixa o jogo aberto.O presidente nacional do PSDB,

Sérgio Guerra, garante que Aécio não irá concorrer ao Palácio do Planalto. Porém, o Senador, pelo Ceará, Tasso Jereissati, um dos líderes peessedebistas, deixou escapar para imprensa que é “difícil” e “improvável” Aécio mudar de posição. Todavia em nenhum momento afirmou publicamente que era impossível o parti-do indicá-lo à chapa presidencial.

A incerteza do cearense vem ao

VOX: Em que posição o senhor joga?

AÉCIO: Meio de campo, jogo na ar-mação das jogadas.

VOX: Qual é o seu time, não vai di-zer que seu coração é dividido entre a raposa e o Galo?

AÉCIO: Claro que não, rapaz. Sou cruzeirense, torcer pelo Cruzeiro es-tava na minha história antes de eu nascer.

VOX: Então foi por isso que o senhor escolheu jogar no time azul hoje?

AÉCIO: Foi o azul que me escolheu há 49 anos, não tem jeito de mudar não. Mas hoje foi coincidência. (Risos)

dois toquesFora do campo político o jogador Aécio não tirou o pé de nenhuma dividida com a nossa equipe. Já nos acréscimos respon-

deu a mais perguntas para a VOX, para em seguida encerrar a sua participação na partida entre celebridades contra o time Planet Globe, formado por artistas da Rede Globo de Televisão. O Governador não marcou gols, mas no segundo tempo ajudou o seu time, que perdia por 4 X 2, a empatar o jogo em 6 X 6. Com licença do futebol, abaixo o nosso ping-pong.

VOX: Então o senhor é um apaixo-

nado pelo clube. Costuma acompa-nhar os jogos do Cruzeiro?

AÉCIO: Acompanho desde sempre. Raul; Pedro Paulo, William, Procópio e Neco; Piazza, Evaldo e Dirceu Lopes; Natal, Tostão e Hilton Oliveira. Esse foi o primeiro grande time do Cruzeiro! O segundo foi: Raul; Nelinho, Morais, Darci Menezes e Vanderlei; Zé Carlos, Piazza e Eduardo; Jairzinho, Palhinha e Joãozinho.

VOX: Olha que eu vou pesquisar para confirmar. O senhor tem certe-za de que são essas as escalações corretas?

AÉCIO: Pode conferir!

Aécio em momento de descontração, abraçado com o anfitrião da festa, entre os atores Marcelo Serrado e dado dolabela.

encontro do que fontes seguras do dire-tório regional do PSDB de Minas Gerais revelaram a esta reportagem: Na tenta-tiva de virar o marcador, o governador pretende levar o jogo para prorrogação. Ou seja, esperará o prazo final de ins-crições das candidaturas para os cargos eletivos de 2010, para saber em qual po-sição realmente jogará.

Adversários aguardam o apito final de Aécio para começar a atacá-lo... Ou a se defender.

Foto

: MAR

CELO

VAL

LIN

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12 Vox Objetiva

bast idores

que vai motivar o eleitor a definir seu voto no próximo dia 3 de outubro? Em ou-tras palavras, qual vai ser o

tom, o mote da campanha eleitoral? A frase de um assessor do ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, é das mais citadas quando se trata de campanhas eleito-rais: “É a economia, estúpido.” O marido de Hillary e affair de Monica Lewinsky elegeu-se graças à recessão que George Bush, o pai, conseguiu colocar no país do Tio Sam. James Carville, o nome do tal assessor, enxergou ali a chance de ex-plorar as deficiências do adversário.

No Brasil recente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi elei-to, em 1994, pelos apelos do Plano Real que consegui nocautear a inflação que corroía o bolso e auto-estima dos

brasileiros. Em 1998, foi reeleito por conta de uma crise econômica mundial na qual o adversário Lula era visto como “ameaça”.

Em 2002, mais uma vez as questões econômicas pesaram na hora de votar. Os tucanos no poder se viram às voltas com taxas amedrontadoras de desem-prego e desarranjos na economia. Foi o bastante para Lula, com sua promessa de 10 milhões de empregos, levar a eleição.

Em 2006, milhares de brasileiros re-cém admitidos no clube dos consumi-dores repetiram a dose com Lula.

E EM 2010?Enquanto o PT aposta na manutenção

das conquistas sociais e na continuação de obras de infraestrutura, como o Plano de Aceleração dos Crescimento (PAC), o PSDB vem com um discurso da eficiên-cia, da modernização e do desaparelha-mento do Estado.

Esse deve ser o nó górdio da campa-nha. Mas é preciso estimular um debate mais amplo, embora, a grosso modo, a maioria das grandes questões brasileiras tenha um pé na economia e desigualda-de social do Brasil.

Entre dois caminhos

O Enquanto o PT aposta na manutenção das conquistas sociais, o PSdb vem com um discurso

da modernização e do desaparelhamento do Estado

bast idores

HErAldO lEiTE

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13Vox Objetiva

Anastasia ou Pimentel?Apoiado pelo tucano Aécio e pelo petista Fernando

Pimentel – o que até hoje provoca dissidência entre as hostes petistas – Lacerda ainda não se decidiu quem vai apoiar nas eleições para governador.

Mas além das questões partidárias, sabe que ao pre-feito da capital não resta outra escolha senão a melhor convivência possível como o governador do Estado.

Quem parte para o confronto, vê as torneiras secarem.

No plano nacional, Lacerda disse que vai apoiar o nome de Dilma Rousseff.

Mas, pela parte que lhe cabe do PSDB em sua elei-ção, pode se decidir pelo nome de José Serra, caso este decida mesmo ser o candidato tucano.

E se o Ciro Gomes – outro de seus padrinhos polí-ticos e correlegionário no mesmo PSB – resolver ser candidato à Presidência?

A seguir, as cenas dos próximos capítulos.

Quem tem uma dúvida hamletiana a resolver até o início da campanha é o prefeito de belo Horizonte, Marcio lacerda.

Juntos na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, em 1985, o deputado fede-ral Virgílio Guimarães e a ex-deputada Sandra Starling expõem as divergências do Partido dos Trabalhadores (PT) quando o assunto é candidatura Dilma Rousseff. Sandra disse que a candidatura de Dilma não é e “de ninguém, a não ser do presidente Lula”

Em carta divulgada pelo blog do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, Virgílio ques-tionou a postura de Sandra. Para o deputado, “o fato é que a Dilma representa, legítima e democrati-camente, a bandeira de lutas de todos, novos ou antigos, fundadores ou não, filiados ou simpatizantes.”

Sandra X VirgílioSandra usou sua coluna semanal pu-

blicada em um jornal da capital para alfi-netar: “Louvo saber que, supostamente,

houve um grupo com essa incumbên-cia: estranha-me que tal grupo não tenha vindo a público, no PT ou fora dele, reivindicando a paternidade de tal lançamento.”

Sandra vai mais além e critica a ten-tativa de “mineirização” da ministra, nascida em Minas, mas de trajetória

política pelo Estado do Rio Grande do Sul. “Onde estava ela quan-do ele próprio se candi-datou, como mineiro, à presidência da Câmara dos Deputados?”, indaga Sandra.

Sandra e PatruSX

Virgílio e Pimentel

Afastada da política, Sandra cogitou, inclusi-ve, ser candidata em fa-vor do ministro Patrus

Ananias, o qual apoia. Já Virgílio tem sido um dos mais incansáveis defensores de Fernando Pimentel como candidato do PT à sucessão de Aécio Neves.

Em tempo: em 1985, Virgílio Guimarães candidatou-se a prefeito de Belo Horizonte tendo como vice Sandra Starling.

Ser ou não ser?

Sandra cogitou ser candidata em favor do ministro Patrus Ananias. Já Virgílio tem sido

um dos defensores de Fernando Pimentel como candidato do PT à sucessão de Aécio Neves.

Vox Objetiva 13

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xVIRGÍLIO SANDRA

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Wander Veroni

Confira as últimas notícias que movimentaram os sites, blogs,redes sociais e estão na boca dos formadores de opinião por todo mundo

vox acontece

Um alívio para quem sofre daquela interminável dor de cabeça, também conhecida como enxaqueca. Pesquisadores norte-americanos descobriram que a doença piora com a lu-minosidade. Pela primeira vez, estabeleceram uma relação direta entre células da retina sensíveis à luz e neurônios que desempenham um papel essencial na percepção da dor du-rante as crises. A descoberta foi publicada na revista “Nature Neuroscience” e pode ajudar na busca de terapias para dimi-nuir a fotofobia - repulsa à luz - dos pacientes. Pesquisadores da Universidade Harvard perceberam que muitos deficientes visuais que tinham enxaqueca também desenvolviam foto-fobia durante as crises. A exceção ficava por conta de quem perdera o globo ocular ou o nervo óptico, o que impossibilita completamente o envio de sinais sensitivos para o cérebro.

Enxaqueca

Quatro estudantes de engenharia de Controle e Automação da UFMG foram os vencedores do torneio de Robótica promovido pela Lego Education durante a Campus Party 2010. Os mineiros Henrique Chaltein, 22 anos, Otávio Cardoso 23 anos, Gustavo Barreto 21 anos e Kayran Santana, 21 anos, criaram um robô feito de Lego e o programaram para competir em um cabo de guerra com os robôs feitos pelas outras equipes. A ChuckMayer (nome adotado pela equipe mineira em homenagem ao ator Chuck Norris) venceu outras 31 equipes na arena.

Robôs Made in Minas

Não basta amar BH,

tem de provar. A fundação BH

Conventions Visitors Bureau

quer aumentar a auto-estima

da população e divulgar o que

há de melhor na capital mi-

neira, além de estimular ações

para a preservação da cidade.

O lançamento oficial foi em 4

de fevereiro com um show,

no Chevrolet Hall, que reuniu

a banda Tianastácia e o cantor sertanejo Eduardo

Costa. De acordo com o presidente da fundação BH,

Roberto Noronha Filho, a iniciativa também prepara

a cidade para receber o grande fluxo de turistas previs-

to para desembarcar na cidade por conta da Copa do

Mundo de 2014. A campanha tem apoio da Secretaria

de Estado de Turismo de Minas Gerais do Ministério do

Turismo e a participação de ilustres belo-horizontinos.

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PeladãoAté onde vai o nosso direito à liberdade? Será que toda ma-

nifestação de nudismo tenha que ter, necessariamente, conotação sexual? Na Escócia, o ex-fuzileiro naval britânico Stephen Gough, de 50 anos, recebeu uma de-

terminação judicial daquele país no qual poderá passar o resto de sua vida na prisão se continuar a se recusar a usar roupas em público. De acordo com a reportagem do jornal “The Independent”, Gough foi considerado culpado de andar nu quando saiu da cadeia após cumprir uma sentença de 12 meses pelo mesmo motivo. A chefe de polícia Lindsay Foulis

disse que considerou liberá-lo sob fiança se ele concordasse em colocar roupas, mas o homem recusou. O ex-fuzileiro pode pegar mais 18 meses de cadeia por ter esco-

lhido um modelo de vida mais “livre”.

No início do mês de janeiro, os Estados Unidos suspenderam a proibição da entrada no país de portadores do vírus HIV, que já durava 22 anos. De acordo com o presidente Barack Obama, a medida dizendo que a proibição não era compatível com o desejo do país de ser um líder mundial na luta contra a Aids. Em 2012, os americanos vão ser anfitriões de uma reunião de cúpula bienal sobre HIV. A proibição da entrada de pessoas com o vírus HIV no país foi imposta em meio ao pânico global sobre a doença no fim dos anos 1980. A medida deixava os Estados Unidos entre um grupo de apenas 12 países, incluindo a Líbia e a Arábia Saudita, que proibiam total-mente a entrada de infectados pela Aids.

Numa tentativa de tentar diminuir o consumo de álcool da população russa, especialmente durante a época de festividades da Igreja Ortodoxa, que vai do dia 4 a 10 de janeiro, o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, decretou que o preço mínimo da vodca dobrasse no país. A garrafa de meio litro da vodca mais barata, custa atualmente cerca de R$ 3. Segundo pesquisa publicada na revista inglesa “The Lancet”, mais de 50% das mortes de pessoas entre 15 e 54 anos no período de 2001 a 2005 teve a influência de álcool. Os números de consumo de álcool na Rússia destoam. Em média, os russos bebem o equiva-lente a 18 litros de bebida alcoólica por ano, contra 5 litros de média mundial.

Segundo as autoridades sanitárias globais, mais de 2 bilhões de pessoas consomem bebidas alcoólicas no mundo. Os dependentes são es-

timados em 10% da população de cada país, em média.

Alcoolismo

HIV

Não basta amar BH,

tem de provar. A fundação BH

Conventions Visitors Bureau

quer aumentar a auto-estima

da população e divulgar o que

há de melhor na capital mi-

neira, além de estimular ações

para a preservação da cidade.

O lançamento oficial foi em 4

de fevereiro com um show,

no Chevrolet Hall, que reuniu

a banda Tianastácia e o cantor sertanejo Eduardo

Costa. De acordo com o presidente da fundação BH,

Roberto Noronha Filho, a iniciativa também prepara

a cidade para receber o grande fluxo de turistas previs-

to para desembarcar na cidade por conta da Copa do

Mundo de 2014. A campanha tem apoio da Secretaria

de Estado de Turismo de Minas Gerais do Ministério do

Turismo e a participação de ilustres belo-horizontinos.

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pol í t ica

ex-governador de Minas, Hélio Garcia, dizia que “a campanha só começa de-pois da parada”, ou seja,

as eleições só esquentam mesmo em setembro. No entanto, uma pesquisa de intenção de votos divulgada no começo de fevereiro animou petistas e preocupou tucanos. Segundo o ins-tituto Sensus, a diferença porcentual entre os pré-candidatos à presidên-cia da República, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), caiu mais de três vezes na pesquisa de segundo turno. Em novembro do ano passado, na simulação de um segundo turno, Serra tinha 46,8% das preferências de voto no segundo turno contra 28,2% de Dilma - a distância entre os dois era de 18,6 pontos porcentuais. Já no levantamento feito em janeiro, essa diferença caiu para 5,4 pontos porcentuais, com Serra tendo 44% da preferência e Dilma, 37,1%, uma dife-rença de 6,9 pontos percentuais. Se olharmos para os números de um ano atrás, a aproximação da escolhida de Lula fica mais evidente: em fevereiro de 2008, Serra tinha 57,9% dos votos

e Dilma aparecia com 9,2%.Embora os tucanos queiram passar

para o público a impressão de que tudo vai bem, os números eviden-ciam o que corre nos bastidores. O alto tucanato avalia que Dilma pode-rá empatar com Serra nas pesquisas de março e abril. Por isso, o alerta amarelo já foi aceso e muitos se an-gustiam defendendo que a aliança, ainda embrionária, entre PSDB, o Democratas (DEM) e o PPS adote um discurso mais unificado e saia às ruas. Tudo para não depender da ma-nutenção dos índices de Serra, que afinal de contas parece que ainda não se empenhou em vestir o figurino de candidato a presidente da República.

Em Minas, onde o governador Aécio Neves desfruta de uma quase unanimidade, ouviu-se que era hora de Serra desistir e passar o bastão para o mineiro. Afinal, Aécio repetiu pela centésima milionésima vez que não seria o vice do paulista. Mas, nas entrelinhas, nunca deixou escapar que poderia ser candidato. No entan-to, o governador parece mesmo dis-posto a disputar uma vaga no Senado.

Dilma se apro xima De serra e esquenta campanhaO

%HErAldO lEiTE

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Do outro lado, nas hostes petistas, a preocupação é fazer com que Dilma supere a casa dos 30%, número esti-mado da capacidade de transferên-cia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A partir deste índice, Dilma te-ria que mostrar a que veio em busca dos almejados 50% dos votos que a levariam à vitória.

Mas há quem discorde deste teto de 30% como votos transferidos di-retamente do prestígio e popularida-de de Lula. Uma pesquisa DataFolha mostra que há 15% de brasileiros que manifestam o desejo de votar no candidato apoiado pelo presidente, mas não sabem ainda que Dilma tem apoio amplo, geral e irrestrito de Lula deixando de votar nela.

CIRO GOMES No entanto, há outro componente

a embaralhar ainda mais as cartas. Dilma só chega ao empate técnico com a presença na disputa do depu-tado federal Ciro Gomes (PSB-CE) No cenário traçado sem a candidatura do deputado, a vantagem do tucano sobre a petista passa a ser de 12,2 pontos. Serra vai a 40,7%, enquanto

Dilma aparece com 28,5%. Nos bastidores, governistas come-

çam a agir para tirar Ciro do cami-nho. Apesar de manter sua candida-tura, Ciro Gomes confidenciou que se seu partido, o PSB, pedir ele abre mão. E o PSB é um dos partidos que já manifestou seu desejo de seguir o que o presidente Lula determinar.

Se a divulgação das pesquisas serviu para esquentar o debate polí-tico, o dia 3 de abril é que pode ser considerado o início da disputa pela cadeira de presidente da República Federativa do Brasil. Esta dia é ulti-ma data para todos aqueles que que-rem disputar os corações e mentes dos eleitores brasileiros deixar os cargos no Poder Executivo, o chama-do prazo de desincompatibilização. Dilma já avisou que deixa a chefia da Casa Civil. E, ao que tudo indica, José Serra deixa o Governo de São Paulo. Os números ainda lhe são favoráveis e Geraldo Alckmin, que integra sua equipe como secretário, aparece bem nas pesquisas para sucedê-lo.

Aí sim, a campanha, de fato e di-reito, tem seu início.

Dilma se apro xima De serra e esquenta campanha %

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mundo

O temPO DA RecONStRuçãO

Terremoto que devastou o Haiti mostra a necessidade de um novo modelo de crescimento para as Américas

HErAldO lEiTE

Vox Objetiva18

ão há uma estimativa oficial sobre quando tempo o Haiti levará para ser reconstru-

ído após ter sido sacudido por um terremoto no dia 12 de ja-neiro. Para a Organização das Nações Unidas (ONU) levará décadas. “Acredito que serão necessárias muitas décadas, em vez de apenas dez anos, este foi um enorme retrocesso no desenvolvimento do Haiti. Não vamos começar do zero, vamos começar abaixo do zero”, afirmou Edmond Mulet, chefe interino da missão da ONU naquele país.

O terremoto, na verdade, escancarou para o mundo a péssima qualidade de vida de milhares de haitianos. Além da destruição física, a reconstrução deve reerguer o Estado e as instituições hai-tianas. Espera-se que desta vez sem co-meter os erros do passado e que levaram o país, outrora rico e próspero, à condi-ção de mais pobre de todo o continente americano.

A seguir, a revista Vox Objetiva faz um balanço dos fatos e analisa o que aconteceu.

n O fatoTerça-feira, 12 de janeiro, 16h53 em

Porto Príncipe (19h53 em Brasília). Um terremoto de magnitude 7 na escala

Richter sacudiu a capital do Haiti, país caribenho que divide uma ilha com a República Dominicana. O epicentro foi a 15 km dali. O abalo

foi considerado o mais forte a atingir o país em 200 anos.

Calcula-se que a capital haitiana tinha entre 2,5 milhões e 3 milhões de habi-tantes. Há décadas não é feito um censo demográfico oficial devido às dificulda-des econômicas. Também não são pre-cisos os números quanto ao número de mortos, mas eles podem chegar a 200 mil pessoas. No final de janeiro, pelo menos 170 mil pessoas já haviam sido enterradas, 7 mil em uma vala comum. Os feridos são calculados em 195 mil. Ao todo, 3 milhões sofreram com o ter-remoto e 80% das construções da capital sofreram algum tipo de abalo.

A economiaA reconstrução do Haiti pode levar dez

anos e foi calculada em US$ 10 bilhões. Mesmo registrando lamentáveis índices econômico-sociais, a economia daquele país mostrava sinais de alguma recu-peração. De acordo com números do Fundo Monetário Internacional (FMI), o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado foi de 3% - a taxa mais alta entre os países caribenhos. A inflação estava sob controle e as exporta-ções aumentaram bem como a remessa de dinheiro de haitianos que moram em

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outros países, principalmente os Estados Unidos. Além da perda estrutural, eco-nomistas preveem uma queda acentu-ada no PIB com a volta da inflação e a diminuição das exportações. Além das questões macro-econômicas, o país per-deu também mão-de-obra qualificada, principalmente técnicos do governo.

As ajudas, segundo cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU), chegaram a mais de US$ 2 bilhões. As do-ações proveem de Estados, ONGs, funda-ções, empresas e particulares, segundo a lista de doadores reunida pela ONU.

Os brasileirosEntre os milhares mortos, 21 eram

brasileiros. Dezoito militares, um diplo-mata – Luiz Carlos da Costa, o segundo na hierarquia da ONU no Haiti – a mis-sionária Zilda Arns e uma mulher, cuja família pediu para não ser identificada.

E entre os militares de brasileiros, dois eram mineiros. O sargento Leonardo de Castro Carvalho, 29 anos foi sepultado em São João Del Rei. O sargento “Léo”, como era conhecido, era natural de São João Del-Rei e estava no Exército há 10 anos. Era solteiro e namorava com Patrícia Vieira Rocha, 22, com planos de casamento assim que voltasse do Haiti.

O subtenente Raniel Batista de Camargos, de 43 anos, foi enterrado em Patos de Minas. Segundo relatos da família, no momento do terremoto ele conversava, via internet, com paren-tes. Ele era Integrante do 37º Batalhão

de Infantaria Leve, em Lins, interior de São Paulo. Camargos era casado e tinha dois filhos. Aos 75 anos, Zilda Arns foi a responsável pela Pastoral da Criança. Estava no Haiti para uma série de pales-tras e estava em uma igreja no momento do terremoto. Havia acabado de proferir uma palestra para 150 pessoas. Segundo documento divulgado pela Pastoral da Criança, “O padre que estava conversan-do com ela, deu um passo para o lado. Zilda recuou um passo e foi atingida di-retamente na cabeça, quando o teto de-sabou. Ela morreu na hora e não ficou soterrada. Outros quinze sacerdotes que estavam próximos a ela faleceram”.

Uma cerimônia fúnebre na Base Aérea de Brasília homenageou os brasilei-ros. Os militares mortos vão receber a Medalha do Pacificador com Palma post mortem e a promoção post mortem, se-gundo o Exército. Eles também foram promovidos ao posto imediatamente superior e as famílias receberão ajuda financeira e os filhos, bolsas de estudo.

Um pouco de históriaColônia espanhola e depois fran-

cesa, o Haiti um dia já foi muito prós-pero graças às exportações de açúcar,

café e cacau. Ironicamente, a Revolução Francesa foi a inspiração para a liberta-ção do Haiti do jugo francês. Após uma revolta de escravos, em 1794, o Haiti tornou-se o primeiro país do mundo a abolir a escravidão.

Mas os tempos de bonança econômica deram lugar à instabilidade política. Da segunda metade do século XIX ao co-meço do século XX, 20 governantes su-cederam-se no poder. Desses, 16 foram depostos ou assassinados. Tropas dos Estados Unidos ocuparam o Haiti entre 1915 e 1934, sob o pretexto de proteger os interesses norte-americanos no país.

Até que surgiu um médico, em 1957, François Duvalier, o Papa Doc (ou pa-pai doutor). Ele perseguiu e matou opositores, perseguiu a Igreja Católica e criou a figura dos tontons macoutes (bichos-papões) - sua guarda pessoal. Morto em 1971, Papa Doc foi substitu-ído pelo filho, Jean Claude Duvalier, o Baby Doc, que continuou as atrocida-des. Após dezenas de protestos popu-lares, ele se exilou na França.

Após golpes, levantes e muita insta-bilidade política, o país vivia sob a tu-tela da Organização das Nações Unidas (ONU) por meio da Minustah – sigla para Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, em francês. Além do Brasil, participam da Minustah Argentina, Benin, Bolívia, Canadá, Chade, Chile, Croácia, França, Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru, Portugal, Turquia e Uruguai.

reerguer o Haiti pode levar dez

anos a custo de uS$ 10 bilhões

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População: 9 milhõesÁrea: 27.750 km2 (1)Produto Interno Bruto: US$ 11,1 bilhões – (R$ 19,9 bilhões) Renda per capita: US$ 1.233 – (R$ 2.219)Pobreza: 72% da população vivem com menos de US$ 2 por dia Expectativa de vida: 59,1 anosMortalidade infantil: 97 crianças em cada mil morrem antes de completar 5 anos

(1) Sergipe, o menor estado brasileiro tem 21.994 km220

AjudaUnião Europeia: US$ 575 milhões

Banco Interamericano de Desenvolvimento: R$ 200 milhõesBrasil: US$ 199 milhões – incluem a instalação de 10

UPAs, hospital de campanha para 400 pessoas, equipe de resgate, 900 militares para a força de paz da ONU

EUA: US$ 130 milhões – incluem 13 mil mi-litares, 265 médicos, 25 navios da Marinha e da

Guarda Costeira e sete aviões de cargaONU: US$ 35 milhões

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diferenças entre brasil e Haiti

População: 180 milhõesÁrea: 8.514.876,599 km2

Produto Interno Bruto: R$ 2,9 trilhões (2008)Renda per capita: R$ 15.240

Pobreza: 30% da população vivem com menos de US$ 2 por dia Expectativa de vida: 73 anos

Mortalidade infantil: 23 crianças em cada mil morrem antes de completar 5 anos

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JÚniOr brASilJornalista,mestre em

adminitração, comentarista esportivo e coordenador de

esportes da rádio itatiaia

A foRçA doS UtIlItÁRIoSoje vou falar dos utilitários.

E o que é um utilitário?Utilitário é um carro mis-

to de jipe, caminhonete e veiculo de passeio. Tem um visual pode-roso, altura maior do que a dos demais, pode ter tração nas quatro rodas, trafega em diversos terrenos e transmite a sen-sação de segurança. No Brasil estão na moda, a cada dia vem com mais equipa-mentos de segurança e sem dúvida, são muito, muito, bonitos. Enfim, são vistos como símbolos de status.

A procura por esses grandalhões aumentou muito e com a chegada de mais modelos importados, que são

objetos de desejo do consumidor, o brasileiro tem comprado cada vez mais esses veículos. É a febre dos SUVs, como também são conhecidos em in-glês: “Sport Utility Vehicles”.

Porém, alguns modelos transmitem para os passageiros as imperfeições do solo e por isso pulam muito. Eles não são tão confortáveis quanto um carro de pas-seio, possuindo a suspensão mais dura e às vezes, até mais áspera. O banco de trás não tem tanto espaço para os passageiros e outro ponto negativo, é que consomem muito combustível. Nos Estados Unidos e na Europa são considerados vilões e não são tão cobiçados. É uma mudan-ça cultural que está ocorrendo, os mais valorizados são os automóveis menores e mais econômicos. É a onda dos carros ecologicamente corretos. Isto é reflexo da preocupação de nossos governantes e da sociedade com o aquecimento global.

É normal uma pessoa comprar um uti-litário, não se adaptar e depois de pouco tempo vender, uma vez que, o conforto pode não ser tão bom quanto o visual. Mas, muitos adoram e estão plenamente satisfeitos. Quando vendem, compram outro modelo mais novo. Não querem voltar para o lugar comum.

A dica é: não compre sem testar, faça um test-drive, dirija na cidade e se pos-sível na estrada. Lembre-se que os mo-delos antigos não possuem suspensões tão modernas quantos os mais novos. As antigas não são tão confortáveis. Reflita também se o carro é o ideal para você. Ele é indicado principalmente para pes-soas que rodam em terrenos mistos. Se for adquirir um usado, teste o que for comprar, nunca um modelo mais novo. E avalie bem o mercado, pois, na hora da venda, é importante que o carro tenha um bom valor de revenda, para assim, você não perder muito dinheiro.

É isso amigos, se tiverem dúvidas, man-dem suas perguntas para a Revista Vox.

Um abraço, Júnior Brasil.

é normal uma pessoa comprar um

utilitário, não se adaptar e depois de pouco tempo vender, uma vez que, o conforto pode não ser

tão bom quanto o visual. Mas,

muitos adoram e estão plenamente

satisfeitos. Quando vendem, compram

outro modelo mais novo. não

querem voltar para o lugar comum

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veículos

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HERALDO LEITE

mundo

OS DOIS DÓLAReS De cHÁVeZconjuntura

utilizado para alimentos, saúde, importação de maquinarias e equipamentos, ciência e tecnologia, além de tudo o que estiver relacionado com o setor público, remessas familiares e envio de dinheiro a estudantes do exterior

Segundo o presidente Hugo Chávez, as mudanças foram adotadas para estimular o setor produtivo, além de reduzir importações...

Dólar a 2,60 bolívares

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esde o dia 11 de janeiro os venezuelanos convivem com dois câmbios na hora de tro-car os bolívares (a moeda lo-

cal) por dólares. Uma taxa mais baixa vale para os setores de saúde e alimentação, com cotação de 2,6 bolívares por dólar. A outra, também conhecida como dólar petroleiro, vale 4,3 bolívares por dólar, e contempla o setor automotivo, comércio e telecomuni-cações. A cotação anterior, única, era de um dólar para 2,15 bolívares. Segundo o pre-sidente Hugo Chávez, as mudanças foram adotadas para estimular o setor produtivo, além de reduzir importações.

As intervenções do governo no câmbio – em especial na economia – não são no-vidades para os pouco mais de 26 milhões de venezuelanos. No dia 21 de janeiro, Chávez assinou um decreto estatizando uma rede de supermercados pertencente a um grupo francês. Com a canetada, o presidente venezuelano determinou que os supermercados passem a fazer parte de uma rede pública socialista, que pretende vender produtos mais baratos para a po-pulação. Para Chávez, os supermercados faziam remarcação ilegal de preços e vio-lavam as leis trabalhistas.

O executivo brasileiro, hoje aposenta-do, Hélcio do Carmo, mora há 25 anos na Venezuela e, além de não poupar crí-ticas e pesados adjetivos a Hugo Chávez, relata as agruras da população com as constantes intervenções na economia. “Há dois meses não se encontra café nos supermercados. O leite também andou desaparecido, mas recentemente sur-giram caixas do produto fabricadas no Uruguai, Brasil e Argentina”, conta.

Para Hélcio, as medidas de Chávez em nacionalizar empresas, nas quais deter-mina sua margem de lucro e até o preço final, via tabelamento, acabam desesti-mulando o setor produtivo e os produ-tos desaparecem, penalizando a popu-lação. E vai mais além: “Ele [Chávez]

conseguiu sucatear as telecomunicações daqui. Não eram uma maravilha, mas funcionavam. Hoje um serviço de ma-nutenção ou instalação de novas linhas pode levar até três meses”, calcula.

Já o representante comercial Eduardo Guimarães viaja com frequência, por conta de seus negócios, à Venezuela e diz que teme pela radicalização que tomou conta do país. Mas faz uma ressalva: “São inegáveis os avanços sociais obtidos. A camada mais pobre está tendo acesso a bens e serviços que nunca teve após sécu-los de exclusão”, diz. E faz outra ressalva: “A que custo no futuro eu não sei, pois a radicalização política entre a população que apoia ou que odeia Chávez é grande e já se desenha uma quadro de guerra civil”.

Eduardo Guimarães conta suas im-pressões em seu blog do Movimento dos Sem Mídia (http://edu.guim.blog.uol.com.br/). Nele, lembra que em suas andanças pela capital Caracas sempre quer medir o grau de satisfação (ou in-satisfação) com o governo. E a todos que se relacionava durante sua viagem fazia a pergunta: “O que foi esse gover-no mudou na sua vida?” Segundo elem tanto chavistas quanto os anti-chavistas não conseguem dar respostas objetivas e quase sempre recorrem a chavões e fra-ses-feitas de cunho altamente político.

Hélcio do Carmo não tem dúvidas a respeito da popularidade de Chávez – que vem caindo, segundo os próprios institutos de pesquisa da Venezuela. “Ele controla o Legislativo, controla o Judiciário e vota leis que o perpetuam no poder. Ele vai ficar até 2012 com possibilidades de ser reeleito. É um di-tador”, afirma. Já Eduardo Guimarães, preocupa-se com a radicalização políti-ca, mas lembra que Chávez sofreu uma tentativa de golpe, o que explicaria sua resistência, e conta com o apoio das forças armadas venezuelanas. “Mas até quando?”, questiona.

OS DOIS DÓLAReS De cHÁVeZ

Entrou em vigência para as seguintes áreas:

telecomunicação, construção, elétrico,

automotivo, metalúrgico,

informático, entre outros. é o chamado

“dólar petroleiro”

Dólar a 4,30 bolívares

dHErAldO lEiTE

...mas a população enfrenta desabastecimento

de produtos básicos como café e leite

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discussão se arrasta há pelo menos 15 anos. Agora, no apagar das luzes do governo Lula, pode chegar a um fim

polêmico e cheio de vaidades. E o pior: ao contrário de decisões técnicas, o brasilei-ro pode pagar mais uma conta política.

Reequipar a Força Aérea Brasileira (FAB) comprando novos caças é um de-sejo antigo dos militares brasileiros que vestem a farda azul. Um sonho que tem preço tão alto quanto a capacidade de vôo dos jatos carregados com bombas de ataque e metralhadoras guiadas por com-putadores. Numa primeira encomenda serão 36 caças somando perto de R$10 bilhões. No total, o pacote pode chegar a 120 aviões. Sem dúvida, uma das maiores compras militares da atualidade que ga-nhou o nome de Programa F-X2.

Diante do tamanho dessa conta que será paga pelo contribuinte brasileiro, seria interessante acreditar que a deci-são final sobre quais os modelos que irão

proteger nosso espaço aéreo seja tomada pelos militares da FAB. São eles, justa-mente, que irão pilotar, dar manutenção e zelar para que o patrimônio público dure pelo menos 20 anos. Seria!

Mas em nosso país, os caminhos são sempre os mais complicados. “A decisão final sempre é política”, deixou claro o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o homem mais importante da diplomacia brasileira.

Amorim segue os passos do chefe e presidente Lula, que em setembro do ano passado anunciou um pacote de compras militares com repasse de tec-nologia a ser adquirida junto ao governo da França. O anúncio veio antes mesmo de se ouvir os militares interessados no assunto e foi feito durante a visita do presidente francês Nicolas Sarkozy ao Brasil. A cena do aperto de mão entre os presidentes logo deu lugar a uma grande corrida internacional e uma polêmica nos quartéis da Aeronáutica.

A decisão finalé sempre política... ... e nós pagamos a conta

A cena do aperto de mão entre os presidentes logo deu lugar a uma

grande corrida internacional e uma polêmica nos quartéis da Aeronáutica

CArlOS ViAnA

país

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No acordo de intenções com a França ficou estabelecido que o Brasil compraria os caças Rafale, fabricados pela Dassault, uma das maiores e mais ociosas fábricas militares do planeta. A compra brasilei-ra cairia como um bote salva-vidas em meio ao vazio da falta de encomendas internacionais pós-guerra fria e a inva-são do Iraque pelo governo Bush.

Imediatamente, os norte-americanos da Boeing, que também estavam de olho no mercado brasileiro, partiram para o ataque divulgando informações sobre preços finais dos caças F/A-18 Super Hornet e questionando a qualidade téc-nica dos rivais franceses.

Logo atrás, em menor velocidade de críticas, os suecos da Saab, criadores do Gripen NG, também atiraram contra a notícia em busca de recuperar o terreno perdido na diplomacia e junto aos mili-tares brasileiros.

Na verdade, desde o início do pro-jeto, os brigadeiros brasileiros sempre preferiram o caça sueco, apesar de ser ainda um projeto em desenvolvimento. A preferência tem razão de ser em meio ao mundo cada vez mais globalizado e nas mãos de grandes conglomerados. Em caso de conflitos armados, o Brasil precisaria ter independência na fabri-cação dos caças e dominar a tecnologia

... e nós pagamos a contados armamentos. Essa independência, ou soberania militar, como preferem al-guns, geraria ainda ao Brasil, a possibi-lidade de vender os caças fabricados em território nacional.

O TEMPO ENSINAFabricar equipamentos militares e ter

liberdade para vender os produtos já fez parte da história brasileira. Nos anos 70, o Brasil criou grandes empresas fabricantes de carros de combate, mais conhecidos como tanques de guerra, que passaram a equipar forças armadas de vários países, entre eles o Iraque, de Saddam Hussein, grande comprador de Urutus e Cascavéis fabricados pela falida Engesa. Outra de-las é a Imbel que ainda fabrica pistolas semi-automáticas.

Essa independência militar brasileira sempre incomodou os países mais ricos, seja pela disputa de mercado, seja pela possibilidade de que países fora do con-texto político e internacional – leia-se não alinhados ao interesses norte-americanos e europeus – pudessem se armar de for-ma independente e com equipamentos de qualidade. Com o fim da ditadura, o Brasil abriu mão do mercado internacional de ar-mamentos e passou a depender do forneci-mento de armas e explosivos desenvolvidos em países com tecnologia própria.

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26 Vox Objetiva

Em busca de se tornar uma

potência mundial, o brasil precisa analisar cada ponto dessa escolha. Ao

fabricar seus próprios aviões

de guerra, o país poderia multiplicar

os parceiros estratégicos

CHANTAGEM TECNOLóGICAA dependência externa ganhou destaque

quando a Embraer decidiu vender aviões de patrulhamento para a vizinha e turbu-lenta Venezuela, de Hugo Chávez. Crítico contumaz da Casa Branca e ¨desalinha-do¨ politicamente com os norte-america-nos, o acordo com o Brasil não decolou. Responsável pelos motores que equipam os aviões super-tucanos da Embraer, a norte-americana Pratt & Whitney não concordou com a venda para a Venezuela e ame-açou romper o contra-to de licenciamento. Os protestos diplomáticos brasileiros pouco adianta-ram e Hugo Chávez teve de buscar apoio no outro lado do mundo, na gela-da Rússia, fabricante dos atrasados Tupolev.

Outro exemplo históri-co veio da Argentina. Em 1982, o país vivia uma grave crise econômica e a junta militar decidiu como medida populista invadir as ilhas Falklands, conhecidas também como Malvinas, que já haviam pertencido aos ar-gentinos e foram tomadas pelos ingleses. Na época, boa parte das aeronaves da Força Aérea Argentina era francesa. Como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte, (Otan) , a França se recusou a fornecer mísseis e peças de reposição, que seriam usados contra os ingleses. A Argentina perdeu a guerra de forma vexatória, e a falta de uma boa arti-lharia aérea foi sentida pelos estrategistas.

A intransigência americana em rela-ção à Embraer calou fundo em Brasília que nem de perto quer negociar os caças F/A-18 Super Hornet. Lula está dando o troco aos americanos, ao mesmo tempo em que busca uma parceria com a França para fabricação até do primeiro submari-no nuclear verde - amarelo. O problema é saber se de fato, os franceses irão mesmo cumprir a promessa de repassar a tecno-logia dos Rafale, depois de assinado o con-trato. A Dassault se defende dizendo que se o Rafale for escolhido, os seis primeiros aparelhos serão montados na França e o restante, 30, em solo Brasileiro.

MAIS CAROSPesa em desfavor dos franceses, o fato

de que os Rafale são bem mais caros que os concorrentes. O pacote completo do Gripen pode custar R$ 5 bilhões, en-quanto os F-18 custariam R$ 8 bilhões e os Rafale, R$ 10 bilhões. Outro ponto im-portante citado pelos militares é o custo operacional de cada avião. A hora de vôo do modelo sueco custa perto de US$ 4 mil, com combustível e manutenção. Bem à

frente e mais rápidos com dois motores, e velocida-de de até 2.000 km/hora, 500 km/hora a mais que o monomotor Gripen, es-tão os concorrentes com a hora de vôo que atinge US$ 14 mil.

No relatório feito pela Comissão Coordenadora do Programa Aeronaves de Combate (Copac) e entregue ao presidente Lula, a FAB deixou cla-ro que prefere o Gripen, ou até mesmo o Super Hornet, para modernizar a frota de defesa, equi-pada atualmente apenas por desatualizados e pe-rigosos F-5. O Gripen, in-clusive, seria o preferido porque o projeto pode-ria ser desenvolvido em mão dupla juntamente com os pesquisadores do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, o ITA. Os números mostram que a

sueca Saab venderia ao Brasil cada Gripen por cerca de US$70 milhões, metade do preço dos franceses Rafale. Para tornar a situação ainda mais confusa, a Embraer foi consultada pela FAB, e deixou claro que se forem escolhidos os Rafale, como quer o presidente, a empresa não teria interesse em se juntar ao projeto. Os diretores afir-mam que o lucro seria muito pequeno em tecnologia e em negócios.

boeing F/A-18 E/F Fabricação: EUAValor: US$100 milhões R$172 milhõesVelocidade máxima: 2.000 km/horaCapacidade de carga:9,5 toneladas de material para ataque

Os três caças podem transportar bombas de precisão guiada e mísseis guiados por computador

para atingir alvos no ar e em terra.

país

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27Vox Objetiva

dassault rafale F3 Fabricação: FRANÇAValor: US$140 milhõesR$240,8 milhões Velocidade máxima:2.000 km/horaCapacidade de carga:8 toneladas de material para ataque

Saab Gripen nG Fabricação: SUÉCIAValor: US$70 milhões R$120, 4 milhõesVelocidade máxima: 1.500 km/horaCapacidade de carga:6,5 toneladas de material para ataque

VooS maiS altoSA transferência de tecnologia bélica se-

ria um estímulo importante para a econo-mia brasileira. A possibilidade de que os caças sejam fabricados no Brasil garante a redução de custos em relação à manuten-ção dos aviões em operações, bem como a possibilidade de desenvolvimento de no-vas tecnologias que garantiriam a criação

de novas patentes transformadas em di-visas para os brasileiros.

Em busca de se tornar uma potência mun-dial, o Brasil precisa

analisar cada ponto dessa escolha. Ao fabricar seus próprios

aviões de guerra, o país poderia multipli-car os parceiros estratégicos garantindo maior força internacional e gerando rique-zas para o futuro.

Alguns críticos do Programa F-X2, afirmam que o Governo deveria gastar os R$10 bilhões na melhoria das condições de vida da população mais pobre. A crítica perde força quando analisada a possibili-dade de que o investimento inicial poderia facilmente ser absorvido pelo parque in-dustrial já existente no país e gerar valores muito maiores que o orçamento inicial. Escolher os caças certos para o Brasil, não significa apenas encher os céus de aerona-ves com capacidade de voar acima da ve-locidade do som, mas principalmente, no futuro, garantir soberania e a possibilidade de se discutir um novo equilíbrio de forças entre nações desenvolvidas.

A possibilidade de que os caças sejam fabricados no brasil garante

a redução de custos em relação

à manutenção dos aviões

V

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ssim que a Cidade Admini-strativa passar a ser a sede do Governo de Minas, a Praça da Liberdade – um dos be-

los cartões-postais da capital mineira – passará a ter outras atribuições. Um dos projetos mais ousados é do deputado fe-deral Rodrigo de Castro (PSDB). O ob-jetivo – segundo ele - é criar, nessa área, o maior complexo de lazer e cultura do País.

A previsão inicial é de investimentos entre R$ 150 e R$ 200 milhões e as obras vão exigir tecnologias especiais tanto para garantir a integridade das constru-ções históricas existentes, assim como para causar o menor transtorno possível à cidade.

O projeto prevê a construção de trin-cheiras na avenida Bias Fortes, entre o Palácio da Liberdade e a Praça da Liberdade, iniciando-se na esquina da Rua da Bahia, destinando o trânsito para avenida Brasil, na esquina com a Rua Sergipe, tendo outra vertente na avenida Cristovão Colombo.

Ainda de acordo com a proposta, o Palácio da Liberdade se transforma em um espaço especialmente destinado a guardar e difundir a memória dos gran-des momentos da política mineira e bra-sileira que o tiveram como palco. Além disso, ele passará a estar aberto, perma-nentemente, à visitação, sendo somen-te utilizado pelo governo em ocasiões especiais, como recepção à autoridades estrangeiras.

Segundo o deputado, o Governo de Minas e a Prefeitura de Belo Horizonte estudam abrir licitação pública para o projeto básico; o licenciamento ambien-tal e os estudos topográficos e geotéc-nicos da região. Somente estes estudos estão orçados em R$ 450 mil.

A

liberdade de cara novaos prédios da administração pública vão se transformar em

centro cultural. o desafio agora é melhorar o trânsito na região

c idades

FOTO ATuAl

PrOJETO

Liberdade de cara nova

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29Vox Objetiva

O projeto prevê a construção de trincheiras na avenida

bias Fortes, entre o Palácio da liberdade e a Praça da liberdade, iniciando-se na esquina da rua da bahia,

destinando o trânsito para avenida brasil, na esquina com a rua Sergipe, tendo outra vertente na avenida

Cristovão Colombo

FOTO ATuAl

PrOJETO

O governador Aécio neves e o deputado federal rodrigo de Castro. A solução por baixo dos prédios históricos

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30 Vox Objetiva

Principalmente na época do calor, onde há um perigo

enorme para o motorista menos

atento por causa do pó de minério que cai dos caminhões das mineradoras

dniT garante que as novas pistas entram em operação em fevereiro substituindo o Viaduto das Almas

c idades

elo menos duas vezes por semana, a aposentada Maria da Conceição Ferreira, 68 anos, vem à Belo Horizonte

de carro com o neto para fazer tratamen-tos médicos. Moradora da cidade histó-rica de Congonhas – berço do barroco mineiro e dos 12 profetas esculpidos em pedra sabão pelo mestre Aleijadinho -, dona Conceição sente na pele os riscos da viagem na estrada, onde caminhões carre-gados de minério trafegam na mes-ma rodovia que os carros de passeio. “É uma estrada muito perigosa. P r i n c i p a l m e nt e na época do calor, onde há um perigo enorme para o mo-torista menos aten-to por causa do pó de minério que cai dos caminhões das mineradoras. Sem contar, no Viaduto das Almas, que exige muita prudência de quem passa por esse caminho”, desabafa.

E dona Conceição está certíssima. O Viaduto Vila Rica, mais conhecido como Viaduto das Almas, foi feito em curva e desafia o entendimento dos leigos. A ponte é bastante estreita e exige a aten-ção redobrada dos motoristas. O estado de conservação do trecho velho preo-cupa: vários pontos estão sem mureta de proteção e há buracos na pista. Com isso, motoristas são forçados a fazer ma-nobras arriscadas. Mas isso em breve vai mudar. Previsto para ter parte do tráfego

liberado em fevereiro deste ano, com uma estimativa para a conclusão para maio, o novo Viaduto das Almas pro-mete ser uma solução para as constantes tragédias do antigo trecho.

Rebatizado como Viaduto Vila Rica, em 1970, desde o início da década de 1980, já se cogitava a substituição do

pontilhão por ou-tro mais moderno. O novo viaduto, cujo projeto foi feito em 1998, está orçado em R$ 53 milhões e possui recursos assegura-dos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entretanto, a obra teve início apenas em 2006 e sua data de conclu-são foi adiada por três vezes: de agosto de 2008 para no-

vembro do mesmo ano; em seguida, para abril de 2009 e, atualmente, já se fala na entrega parcial em fevereiro de 2010.

O novo Viaduto Vila Rica foi cons-truído em linha reta e possui pista dupla. Graças a um afundamento no solo, o Departamento Nacional de InfraEstrutura de Transportes (Dnit) teve que fazer reparo nas obras e o pe-ríodo chuvoso atrasou os trabalhos. “O Dnit optou por fazer um novo traçado, atendendo uma demanda da população e que não traria danos ao tráfego de veí-culos durante a construção do novo tre-cho. Com isso, o optou-se por fazer uma nova licitação, que começou em março do ano passado. E, se tudo correr como

wAndEr VErOni

P

O NOVO, O VeLHO e uma estrada perigosa

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31Vox Objetiva

o previsto, vai ser entregue ainda este ano”, disse o superintendente do Dnit em Minas Gerais, Sebastião Souza.

Ainda, de acordo com o Dnit, a BR-040 representa um dos mais importantes cor-redores de transporte de cargas e passa-geiros do país que liga a Capital Federal à cidade do Rio de Janeiro, cortando o estado de Minas Gerais. O trecho onde se localiza o Vila Rica conta com um tráfego de mais de 15 mil veículos por dia.

Inaugurado pelo presidente Juscelino Kubitschek em 1957, o Viaduto das Almas fazia parte da então BR-3, ro-dovia que ligava o Rio de Janeiro até a capital mineira. Apesar do Dnit se orgu-lhar em dizer que, para a época, o pon-tilhão foi “construído em curva por ser, na ocasião, a melhor e mais moderna solução de engenharia”, os números de acidentes no local mostram exatamen-te o contrário. Até o fechamento desta edição foram mais de 200 acidentes, de acordo com a Associação Brasileira dos Caminhoneiros. Um dos casos de maior repercussão foi o ocorrido em agosto de 1969, com 30 mortos e em outubro de 1967, com 14, incluindo a apresentadora Zélia Marinho, da extinta TV Itacolomi.

O novo viaduto não traz alteração no tempo de viagem e possui duas pistas de 460 metros de extensão, que somam 21 me-tros de largura em cada sentido. As pistas serão separadas por um canteiro, possivel-mente gramado, e com mureta de concreto ou aço, de três metros de largura. Já o via-duto velho possui 262 metros de extensão por 8,5 de largura, sendo em mão dupla. O Viaduto das Almas, localizado no km 592 da BR-040, é um pontilhão que atravessa o Córrego das Almas, no limite de Itabirito e Ouro Preto, em Minas Gerais.

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motorista legal é motorista consciente.

quando fordirigir, não beba.quando beber,não dirija.

No trânsito é preciso ter sempre em mente o perigo

que você pode causar aos outros e a si mesmo. Sob

o efeito do álcool um acidente pode ser inevitável,

mesmo se o consumo for em pouca quantidade.

dirija com consciência.

www.eusoulegalnotransito.com.br

Ad_Dupla_TAXI_410x275.indd 1 01.12.09 16:22:42Diagramação Final.indd 32 23/2/2010 17:24:02

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motorista legal é motorista consciente.

quando fordirigir, não beba.quando beber,não dirija.

No trânsito é preciso ter sempre em mente o perigo

que você pode causar aos outros e a si mesmo. Sob

o efeito do álcool um acidente pode ser inevitável,

mesmo se o consumo for em pouca quantidade.

dirija com consciência.

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34 Vox Objetiva

saúde

CAdA VEZ MAiS CEdO...Pesquisa da uFMG comprova que crianças responsáveis têm o dobro de probabilidade de desenvolver o hábito de ranger os dentes

rianças com alto grau de res-ponsabilidade têm duas ve-zes mais chances de desen-volver o hábito de ranger os

dentes durante o sono – conhecido como bruxismo. A conclusão é de uma pesqui-sa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e foi coordenada pela professora Júnia Serra-Negra, do Departamento de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia. O ineditismo dos resultados chamou a atenção da co-munidade acadêmica internacional e os dados foram publicados recentemente em um dos periódicos mais importan-tes da área, o “International Journal of Paediatric Dentistry”.

São pais e mães que acham que o filho “ideal” é aquele responsável, organiza-do e estudioso. E para desenvolver esse perfil, fazem de tudo para matricular as crianças em cursos de línguas estrangei-ras, esportes, artes, música e cobram de-les responsabilidade e cumprimento das

tarefas. Estas atividades extras valorizam e estimulam os filhos, e precisam ser conciliadas com as atividades escolares e domésticas que os filhos têm a cumprir.

A pesquisa teve início em 2004, mo-tivada pelo fato de que a literatura aca-dêmica sobre bruxismo é extensa apenas quando a abordagem trata das sequelas que são deixadas pelo hábito de ranger os dentes. “Minha inquietação era com relação à prevenção, principalmente em crianças, já que, em muitos casos, o bruxismo começa na infância. Existem trabalhos que falam da relação compor-tamento versus bruxismo, mas nunca houve uma medição. E fui buscar instru-mentos para medir essa relação na psi-cologia”, conta a pesquisadora.

Em parceria com o Laboratório de Avaliação das Diferenças Individuais (Ladi) do Departamento de Psicologia da UFMG, foi definido que um questionário seria dirigido aos pais, com perguntas so-bre os hábitos das crianças e reações delas

diante de problemas cotidianos. Além disso, foram aplicados testes para medi-ção da Escala de Estresse Infantil (ESI) e escalas para avaliar traços de persona-lidade. O primeiro questionário, com dez perguntas sobre os hábitos, histórico médico e condições socioeconômicas das famílias, teve como objetivo detectar se as crianças tinham o bruxismo noturno. Posteriormente, as crianças responderam a testes que traziam questões sobre como elas lidavam com suas emoções.

Os dados foram coletados em 2006. Participaram da pesquisa 652 crianças com idade entre 7 e 10 anos das redes pú-blica e privada de Belo Horizonte. E os resultados comprovaram a desconfiança de que fatores emocionais interferem no hábito de ranger os dentes. “O bruxismo tem caráter multifatorial, ou seja, não basta levar em conta apenas os aspectos odontológicos do paciente, mas a saúde como um todo, a personalidade e o am-biente onde esse paciente vive”, comenta a pesquisadora Júnia Serra-Negra.

A conclusão da pesquisa apontou um dado preocupante: 35,3% das crianças com idade entre 7 e 10 anos têm bruxis-mo. Delas, 56,5% eram meninas e 43,5%,

CluCiAnA HÜbnEr

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35Vox Objetiva

meninos. A grande maioria delas, 89,6%, tinha idade no intervalo de 7 e 8 anos.

ATIVIDADES SIMULTâNEASO estudo envolveu diversas classes so-

ciais e concluiu que o tipo de tarefa rea-lizado por cada criança é decisivo para desenvolver ou não o hábito de ranger os dentes. “O que me chamou a atenção foi que 86% das crianças que realizavam tarefas domésticas, como arrumar o quarto, tinham bruxismo”, revela a pes-quisadora. Nas famílias de classe alta, as crianças que realizavam atividades esportivas ou artísticas apresentaram menores índices de bruxismo, mas ape-nas se a atividade fosse realizada com prazer. “Tivemos o caso de uma menina que a família insistia para que ela tivesse aulas de piano e ela não gostava. O que ela queria mesmo era tocar tambor. Isso mostra que, independente da classe so-cial, a atividade artística ou esportiva só é uma válvula de escape quando exerci-da com prazer”, conta Júnia.

A pesquisadora relata ainda que crian-ças com maior índice de vulnerabilida-de social lidam com a responsabilidade de cuidar da casa e dos irmãos menores enquanto os pais saem para trabalhar. “Independentemente da classe social, es-sas crianças têm em comum o alto senso de responsabilidade e de neuroceticismo, que é a dificuldade em lidar com a raiva, com a ansiedade e com os conflitos do cotidiano. Com isso, falta a elas tempo para ser, simplesmente, criança. E elas acabam extravasando a tensão enquanto dormem, rangendo os dentes”, analisa.

O bruxismo noturno é detectado, na maioria das vezes, pelo desgaste dos dentes e também pelo relato da famí-lia, uma vez que esse hábito desenvolve sons característicos gerados pelo atrito dos dentes. “O bruxismo é ranger dos dentes de forma a trazer sobrecarga às estruturas da boca, como a gengiva e os ossos. Por ser inconsciente (já que a pes-soa range os dentes enquanto dorme), a sobrecarga pode ser até dez vezes maior do que a que fazemos enquanto fazemos uma refeição”, exemplifica a pesquisado-ra. Outras sequelas são as dores muscu-lares, principalmente na região dos ou-vidos, e a dor de cabeça, normalmente concentrada na nuca.

Para minimizar o desgaste dos dentes, o uso de uma placa de silicone ou resi-na pode ser indicado, mas não resolve o problema. “A placa vai proteger os

Cobrança exagerada do cumprimento das

tarefas escolares

excesso de tarefas domésticas

Dificuldade em lidar com a raiva, com a ansiedade e

com os conflitos do cotidiano

assistir televisão,dormir com a luz acesa ou desligar o computador apenas quando o sono já chegou

realizar atividades esportivas

ou artísticas por prazer

Procurar um profissional apto para se orientar

o uso de uma placa de silicone ou resina durante o sono

a escolha de um local tranquilopara a criança

dormir

excesso de tarefas extras como cursos de línguas estrangeiras, esportes, artes, música

o diálogo entre pais e filhos

Hábitos que ajudam a prevenir ou atenuar o bruxismo

Hábitos que podem causar o bruxismo

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Page 36: Vox Objetiva N°09

36 Vox Objetiva

dentes, mas a criança vai ranger a pla-ca. E, por causa da fase de crescimento, a placa precisa ser trocada de três em três meses para não atrapalhar a forma-ção dos dentes e da estrutura da boca”, enfatiza.

Assistir televisão, dormir com a luz acesa ou desligar o computador apenas quando o sono já chegou também con-tribuem para o desenvolvimento do bru-xismo. “Os estímulos luminosos e sono-ros interferem no ciclo do sono. Quando a criança tem um dia tenso, um simples barulho da TV pode desencadear o ran-ger dos dentes, mesmo que ela não acor-de. Funciona mais ou menos como um gatilho. Isso porque o organismo enten-de que quando tem luz, é hora de viver, e quando estamos no escuro, é hora de dormir”, explica Júnia Serra-Negra. No caso dos computadores e vídeo-games, a lógica é a mesma. A criança sai da fren-te da tela ainda excitada e demora a se acalmar. “Por isso, o ideal é interromper esses estímulos pelo menos duas horas antes de dormir”, sugere a pesquisadora.

CRENÇASSegundo a pesquisadora, não é difícil

encontrar quem associe o nome bruxis-mo a bruxas ou bruxaria. “Não há qual-quer ligação entre os termos. Bruxismo vem do grego brugmós, que significa ran-ger os dentes. Em inglês, bruxa é witch e bruxismo é bruxism”, explica ela. Mesmo sem qualquer semelhança, muitos pais

saúde

associam que o hábito das crianças de ranger os dentes está associado à presen-ça de maus espíritos e, dentro de cada crença, procuram ajuda espiritual.

“Essa associação é tão comum que, na continuação do estudo, fiz um levanta-mento prévio e descobri que apenas 20% dos pais das crianças que participaram da primeira pesquisa sabem o que é o bruxismo. Durante todo o primeiro le-vantamento, usamos a expressão “ranger os dentes” e só agora estamos falando “bruxismo”, conta a pesquisadora.

Em 2011 as crianças que participaram do levantamento já serão adolescentes e um novo estudo será realizado como objetivo de analisar o que houve com elas:como se comportam, por quais mu-danças passaram e que impacto isso teve sobre o bruxismo que apresentavam.

diálogoNão pense que as crianças precisam ser

irresponsáveis para que fiquem livres do problema. A dica da pesquisadora é para que os pais invistam no diálogo com os filhos e avaliem se não estão exagerando ao manter a agenda dos pequenos sem-pre cheia de atividades. “Sei que quando os pais investem nos filhos desejando que eles falem mais de um idioma ou pratiquem esportes, fazem pelo bem da criança. Mas é preciso equilibrar os com-promissos para que o número de tarefas delegadas seja condizente com a idade da criança. Aquelas que têm tendência a ser responsáveis vão se cobrar mais e esse di-álogo com os pais pode ajudar”, salienta.

Outra dica é negociar com os filhos os horários das brincadeiras, principal-mente aquelas que envolvem estímulos sonoros e visuais. “Numa cidade grande como Belo Horizonte, raramente vemos crianças brincando na rua. E para que elas tenham um sono tranquilo, negocie para que a brincadeira no vídeo game ou o tempo para assistir televisão seja pela manhã ou à tarde, mesmo nos finais de semana. Um ambiente tranquilo para dormir ajuda no bem estar da criança”, aconselha. E a terceira dica é procurar um profissional apto a orientar tanto a criança quanto os pais sobre a prevenção ao bruxismo.

dra. Júnia Serra-negra, professora do departamento de Odontopediatriada Faculdade de Odontologia (uFMG)

“Minha inquietação era com

relação à prevenção, principalmente em

crianças, já que, em muitos casos,

o bruxismo começa na infância.”

O bruxismo é ranger os dentes sobrecarregando gengivas e ossos

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Page 37: Vox Objetiva N°09

37Vox Objetiva

rObSOn SÁViOPesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da

UFMG (Crisp) e do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC

Minas ( NesP).

ano de 2009 terminou com um balanço pouco animador na política nacional de segu-rança pública. Não obstante

algumas conquistas, a década de 2000-2009 foi a continuidade de um flagelo na área da segurança. Apesar da diminuição de alguns indicadores de crimes violentos observados na segunda metade da década, a partir de 2005, não temos motivos para comemorar. O número de mortes por homicídio no Brasil é vergonhosamente assustador: cerca de 37 mil brasileiros perdem a vida por ano. Em sua maioria jovens, na faixa etária entre 14 e 29 anos, pobres e negros. Este também é o perfil dos novos presidiários que entram em idade cada vez mais tenra em nossas prisões - verdadeiras masmorras que não recupe-ram nem integram os infratores à sociedade. Prova disso é que as taxas de reincidência no país chegam a alarmantes 80%.

Como se não bastasse o número de ho-micídios - a maioria fruto do adensamen-to do tráfico de drogas no país, mas uma grande quantidade motivada por ques-tões banais, devido ao número crescente de armas em poder dos cidadãos -, outros indicadores de causas externas de morta-lidade nos envergonham: são cerca de 36 mil mortes por ano no trânsito, essa nova máquina de matar que continua gerando novos criminosos sem nenhuma punição. Isto porque nossa legislação não conside-ra os assassinatos praticados por motoris-tas drogados, bêbados, irresponsáveis, em veículos sem condições de uso, como cri-mes dolosos. Afinal, até bem pouco tem-po o automóvel era acessível somente às elites que continuam impunes, num país cujo sistema de justiça criminal é leniente, moroso e altamente seletivo – às vezes efi-ciente na punição de ladrões de chinelo, mas por outro lado, crimes do trânsito, do colarinho branco, da corrupção são invi-síveis para uma justiça, em boa medida, cega e muda frente ao poder econômico.

Outros indicadores que nos assustam: a taxa de apuração de crimes pelas polícias é absurda. Homicídio, o crime mais vio-lento, que atenta contra a vida humana, tem taxa de resolutividade de cerca de 7 a 10 %. Ou seja, de cada 100 homicídios, somente 7 a 10 autores desses crimes são efetivamente punidos.

Observam-se melhorias dos indicado-res sociais; porém, temos ainda agências

públicas que amedrontam a cidadania: polí-cias que torturam, invadem residências sem ordem judicial, julgam e executam. Agentes públicos que cotidianamente rasgam a Constituição, sem serem punidos. Somente no Rio de Janeiro, mais de mil cidadãos fo-ram mortos pelas polícias no ano passado.

Mas voltemos aos números para exemplificar nosso argumento: em 1999, Belo Horizonte teve 536 homicídios. Esse número chegou a mais de 1.300 mortes em meados da década. No ano passado foram 730 assassinatos. Uma taxa de 30 homicídios por 100 mil/ha-bitantes, quando o razoável seria 10 por 100 mil. Como, então, comemorar me-lhorias nesse tipo de indicador? O que aconteceu em Belo Horizonte em termos de homicídios se aplica em boa medida às grandes cidades do país.

Apesar desses números, podemos ver algumas luzes no final do túnel: pri-meiramente, o debate sobre segurança pública amplia-se. A sociedade passa a vocalizar uma ação articulada do Estado para essa área; segurança pública como direito de cidadania.

Os municípios, antes alheios aos proble-mas da segurança, compreenderam seu pa-pel nessa política e vêm cumprindo a tarefa de ampliar os programas sociais, investindo também na prevenção ao crime e na me-lhoria da infraestrutura urbana.

O Poder Judiciário, menos encastela-do e reativo, começa a experimentar no-vas metodologias de ação.

Um segmento que precisa ser repensado é o sistema prisional brasileiro. Ineficiente e oneroso, ampliou-se soberbamente nos últimos 10 anos com a política de encarce-ramento e recrudescimento penal dos últi-mos anos. O caso do estado de São Paulo é paradigmático neste contexto. Diminuição das taxas de homicídios, mas superlotação das prisões. E as prisões continuam uma colcha de retalhos, podres, corruptas. Nosso modelo prisional precisa ser urgen-temente repensado.

Por fim, os gestores públicos nos níveis municipal, estadual e federal começam a atuar de forma articulada e cooperativa.

A década passada foi perdida para a segurança pública. Tomara que em 2010 os governos e todos os segmentos da so-ciedade colaborem na construção de um recomeço.

O

sociedade

SEgURAnçA PúBlIcA:UM REcoMEço

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Page 38: Vox Objetiva N°09

38 Vox Objetiva

A CONTADO CRIME

Auxílio reclusão pago pelo INSS a familiares de presosgera muita desinformação e divide opiniões

assunto é polêmico e as opiniões divergem: quan-do uma pessoa comete um crime e responde por ele na

prisão, o que acontece com sua família? E se a pessoa que agora está encarcera-da era a responsável por prover a renda e o sustento de seus familiares? É justo colocar em risco a sobrevivência desses dependentes devido ao erro de um só

indivíduo? São algumas pergun-tas que surgem quando se

trata do auxílio-reclusão, um benefício pago pela

Previdência Social.

Para entender melhor do que a propos-ta trata, deve-se partir do “princípio da solidariedade”, como explica o advogado Marcelo Fonseca e Silva, especialista em direito processual civil. Cumprindo com sua função de assegurar a continuida-de da renda dos contribuintes – mesmo quando esses se encontram em situações de fragilidade, invalidez ou incapacidade de gerar a sua própria –, a Previdência Social paga o auxílio-reclusão para os dependentes do encarcerado. Entende-se que receberão a bolsa aquelas pessoas (principalmente familiares) que com-provarem dependência direta da renda

obtida pelo réu e que, na situação de cár-cere, perderão a principal forma de esta-bilidade financeira. Também é necessário que o réu seja contribuinte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Mas há quem critique o auxílio-reclu-são alegando que a maioria das vítimas da violência, seja uma assalto, seja um assassinato, fica desamparada e que o Governo já gasta na manutenção de pre-sídios e na ressocialização dos presos.

É preciso entender que esse auxílio é direcionado para as famílias dos presos, e este não obtém proveito ou ganho pes-soal com o dinheiro que é encaminha-do. Marcelo explica que “os dependentes não precisam sofrer dificuldades para sobreviver devido à prisão de um dos

membros da família”.

Para entenderPrimeiramente, recebem o auxílio-

reclusão aquelas pessoas que compro-varem – através de documentos para a Previdência Social – que possuem bai-xa renda, são dependentes diretos dos ganhos obtidos pelo trabalho do preso

GiOVAnnA ribEirO

é preciso entender que esse auxílio é direcionado para as famílias dos presos, e este

não obtém proveito ou ganho pessoal

com o dinheiro que é encaminhado

polêmica

O

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e que essa é a única forma de renda da família. Encaixam-se nesse perfil social as famílias que apresentam, mensal-mente, salário-de-contribuição (que se refere às taxas e contribuições pagas à Previdência, como o INSS) de igual ou menor valor às quantias conforme tabe-la da Previdência – considera-se a data mais recente. A tabela também serve como uma análise da condição do segu-rado, já que vira uma forma de parâme-tro para se identificar a renda da família.

A bolsa que os beneficiados recebem provém, sim, de impostos. Mas somente daqueles previamente pagos pelo encar-cerado, antes da prisão. Não tem rela-ção alguma com o dinheiro do restante da população. De acordo com Fonseca, “a renda mensal [recebida do auxílio-reclusão] é equivalente àquela que o preso teria se recebesse aposentadoria por motivo de invalidez”. É através desse

referencial que é feita a sistemática de cálculo e, assim, chega-se à quantia que os dependentes receberão.

Marcelo explica que não há distin-ção de tipo de crime para que o auxílio seja obtido pela família. “Não importa se é hediondo ou um ‘deslize’. Basta se encaixar no perfil de dependente e en-caminhar a documentação necessária para que o processo possa ter início”, diz. É importante frisar que o valor to-tal do auxílio-reclusão é dividido entre todos os dependentes em partes iguais.

SUSPENSãOMas é bom ressaltar que em caso de

fuga ou qualquer modificação no cum-primento da pena, o pagamento do auxílio-reclusão será automaticamen-te interrompido. Além disso, o fim da invalidez do dependente também gera suspensão do auxílio-reclusão. Isso significa que, se em uma família de três pessoas dependentes, uma delas se tornar apta a trabalhar e conseguir um emprego, o va-lor do auxílio será reajus-tado entre os outros dois integrantes.

Mesmo com todas essas informações, o advogado Marcelo Fonseca afirma que, na verda-de, o auxílio-reclusão se trata de um processo simples, criado para atender as pessoas que têm suas vidas afetadas com um processo pri-sional. Mais informações e detalhes sobre esses e outros auxílios podem ser obtidos através do site da Previdência Social (http://www.previdenciaso-cial.gov.br).

Também é possível agendar atendimento no Ministério através do telefone 135.

“não importa se é hediondo ou um ‘deslize’. basta se encaixar no perfil

de dependente e encaminhar a documentação necessária para que o processo

possa ter início”

nA PriSãObrASil . 469.546 . Nº de habitantes: 189.612.814. 247,68 para cada 100 mil habitantes

MinAS. 48.925. Nº de habitantes: 19.850.072. 236,40 para cada 100 mil habitantes

. A maioria tem entre 18 e 24 anos e o ensino fundamental incompleto. Entre os crimes cometidos, a maio-ria cumpre pena por crimes contra o patrimônio, sendo a maior por roubo qualificado. A maior parte cumpre pena entre 4 e 8 anos

Fonte: Ministério da Justiça dados de junho de 2009

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capa

DO PALÁcIO à PRISãOGovernador José roberto Arruda passa o Carnaval preso e Justiça começa a mudar quadro de combate à corrupção no Brasil

oa parte dos brasileiros já fazia sua contagem regres-siva para o Carnaval quan-do a notícia foi divulgada:

o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) teve sua prisão decretada na quinta-fei-ra, dia 11. Acostumada com figurões que são presos e depois libertados num pis-car de olhos, a população duvidou que veria, ainda que de forma tímida e inci-piente, um pequeno passo ser dado no combate à corrupção. Mas não. Arruda passou o Carnaval preso na sede da Polícia Federal (PF) em Brasília e tudo indicava que o julgamento de seu habeas corpus só seria decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana se-guinte. Pela primeira vez na história brasileira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) pediu a prisão de um governador.

Na verdade, Arruda teve sua prisão decretada pelo STJ por conta de subor-no. O governador, segundo o processo, propôs o pagamento de propina na ten-tativa de fazer com que um jornalista, ex - aliado mentisse em depoimento à PF. A proposta teria sido feita por intermédio de um conselheiro do metrô do Distrito Federal. Ou seja, ele não foi preso por conta das denúncias de recebimento de propinas, documentadas em vídeo, ou na criação de um esquema de superfatu-ramento de obras e outras irregularida-des. Destes crimes dos quais é acusado, Arruda sequer foi indiciado.

A alta votação no STJ – a decisão foi tomada por 12 votos a 2 – e a posi-ção do ministro do STF, Marco Aurélio Mello – cuja decisão manteve o governa-dor Arruda preso, revelam que o Poder Judiciário sente que é preciso acabar com o sentimento de impunidade que cerca os políticos. Prova disso pode ser avalia-da com a decisão do ministro Fernando Gonçalves, do STJ. Relator do processo do mensalão do DEM, no mesmo dia que determinou a prisão de Arruda e an-tes mesmo que a decisão fosse divulgada, encaminhou o caso para a Corte Especial – o órgão máximo daquele Tribunal. Essa rapidez, um tanto incomum no meio jurídico, serviu para impedir que os advogados de Arruda recorressem contra a decisão do ministro Fernando Gonçalves. Assim, eles tiveram de aguar-dar pelo julgamento da Corte.

O presidente recém-empossado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, considera que a

prisão de Arruda entrará para a história. “Espero que seja um marco na luta con-tra a corrupção no Brasil. Precisávamos de uma atitude firme e corajosa do Superior Tribunal de Justiça, como pre-cisamos de outros tribunais, porque o Judiciário, neste momento, é o grande aliado da sociedade brasileira”, afirmou.

Além de Arruda, o tribunal também determinou a prisão de Rodrigo Arantes, sobrinho e secretário do governador, Welinton Moraes, ex-secretário de gover-no, o ex-deputado distrital Geraldo Naves (DEM), que agora é suplente, e Haroaldo Brasil Carvalho, ex-diretor da Companhia Energética de Brasília (CEB). Todos são

acusados de interferir nas investigações. José Roberto Arruda foi eleito pelo

Democratas (DEM), mas pediu sua desfiliação no final de 2009. Ele foi o primeiro governador a ser preso a pe-dido do STJ. Durante a ditadura militar, os então governadores Miguel Arraes (Pernambuco) e Seixas Dória (Sergipe) foram depostos e presos sob a acusação de serem “subversivos”. Desde as elei-ções de 2006, três governadores foram afastados por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): do Maranhão, Jackson Lago (PDT), da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB) e de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB).

bHErAldO lEiTE

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DO PALÁcIO à PRISãO

O OUTRO LADONa carta que enviou à Câmara

Legislativa do DF, José Roberto Arruda negou os crimes de corrupção e disse que sofre “campanha insidiosa”: “Estou consciente de que desarmei uma qua-drilha que se locupletava de dinheiro público há muitos anos, e que agora se volta contra mim de maneira torpe para confundir a opinião pública, confundir as autoridades e tramar a minha saída do Executivo, como se isso tivesse o poder de esconder as falcatruas que durante tantos anos praticaram impunemente.”

O governador tem demonstrado preocu-pação com as novas denúncias de envolvi-mento dele em atos de corrupção. A mais nova denúncia é de que Arruda teria usado a Polícia Civil para espionar o Ministério Público do Distrito Federal, onde teve iní-cio a investigação sobre o suposto esquema de corrupção em seu governo

UM MINEIRO NA HISTóRIANatural de Belo Horizonte, o minis-

tro do STJ Fernando Gonçalves faz jus à condição de mineiro. É tímido, discreto

e tido como cauteloso. Mas também na hora em que precisa ser rígido, sabe agir como ninguém. O perfil foi descrito por pessoas que convivem com ele. Algumas das quais se surpreenderam com a ati-tude - “drástica” - de mandar prender o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. No entanto, dada a cautela com que estuda os processos, to-dos concordaram que ele só tomou deci-são depois de avaliá-la exaustivamente.

Em sua decisão, o ministro justificou: “Esta conduta criminosa causa prejuízo à ordem pública e aos cidadãos que con-tribuíram com seus impostos para reu-nir no orçamento do Distrito Federal as verbas públicas que estão sendo desvia-das e apropriadas ilicitamente.”

Só que Fernando Gonçalves deixa o Superior Tribunal em abril, quando completa 70 anos e atinge a idade da aposentadoria compulsória. Fernando Gonçalves começou sua carreira na ma-gistratura em 1971, na capital mineira. Está em Brasília desde o final dos anos 80. Foi juiz federal até 1996, quando to-mou posse no STJ.

discreto e decidido.Mineiro, o ministro do STJ, Fernando Gonçalves, tomoua decisão histórica de mandar o primeiro governador eleito após a redemocratização para a cadeia

V

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ECO OMICAVOX

Dinheiro para o exterior

o Banco do Brasil passou a permitir o envio de or-dens de pagamento ao exterior via internet. as remes-sas estão limitadas a até US$ 3 mil.

propaganDa eleitoral. gratUita?

a propaganda eleitoral gratuita, que faz a maioria desligar a tV e o rádio, não é tão gratuita. estimativas da receita Federal apontam que ela vai custar r$ 850 milhões. É que os veículos de comunicação recebem isenção fiscal para transmitirem a propaganda partidária, que não é paga por partidos políticos, coligações ou candidatos. na prática, a receita “compra” o horário das emissoras, permitindo que as empresas deduzam do imposto de renda 80% do que rece-beriam caso o período destinado ao horário político fosse vendido para propaganda comercial.

Quem paga a conta?Fazendo as contas, é como se cada cidadão/eleitor pagasse r$ 4,44 para receber informa-

ções sobre candidatos e partidos. o cálculo é feito levando-se em conta a população atual do país que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está estimada em 191,5 milhões.

o Dinheiro Do Dinheiro

Fabricar dinheiro dá dinheiro. a Casa da Moeda obteve um lucro líquido de mais de r$ 320 milhões no ano passado, valor três vezes maior do que o obtido em 2008, que foi de r$ 103 milhões. o faturamento bruto chegou à casa de r$ 1,5 bilhão. além das cédulas, a Casa do Moeda engordou seus cofres confeccionando selos digitais e de papel, além de passaportes, carteiras de trabalho e outros documentos.

ECO OMICA

HErAldO lEiTE

liCença-MaterniDaDe

a ampliação da licença-maternidade de quatro para seis me-ses custará r$ 414 milhões em 2010 ao governo federal. esse é o valor que os empregadores poderão abater da declaração do imposto de renda.

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eSSaS MáQUinaS MaraVilhoSaS

o mercado de carros importados não para de crescer no Brasil. e o segmento de alto luxo não tem do que reclamar. São veículos acima dos r$ 300 mil e que cada vez mais acham compradores dispostos a desembolsar grandes quantias em busca do sonho de consumo. o mais vendido entre os luxuosos é o BMW modelo x6. Foram vendidas 400 unidades a preços a partir dos r$ 325 mil. em seguida, com 108 felizardos, vem o porsche 911, que custa em torno de R$ 495 mil. Já a Maserati Quattroporte (foto) vai ser difícil vê-la nas ruas. Somente seis brasileiros adquiriram a máquina que custa a partir de r$ 860 mil. os números foram divulgados pela associação Brasileira das empresas Importadoras de Veículos xAutomotores (Abeiva), da qual não fazem parte as míticas Ferrari, lamborghini e rolls royce.

o Dinheiro Da MoDa

nem só de modelos magricelas, roupas exóticas e pen-teados extravagantes vive o mundo da moda. a indústria do glamour, da vaidade e da elegância , que sempre pre-cisa estar se renovando, movimenta cerca de r$ 1,5 bi-lhão em somente um dos eventos do circuito, o São paulo Fashion Week, realizado na capital paulista em janeiro. Somente na organização são 3 mil funcionários, soman-do cabeleireiros, maquiadores, manicures, além do ca-chês das top models.

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a Cara noVa Do Dinheiro

Por motivos de segurança contra falsificações e vi-sando a redução de custos, o governo divulgou as mu-danças que o Banco Central fez nas cédulas de real. a nova série de notas entrará em circulação gradualmen-te até 2012, mas as notas em circulação continuarão a valer até a substituição integral. as novas notas de r$ 50 e r$ 100 serão as primeiras a circular, no primeiro semestre. as notas atenderão ainda a uma demanda dos deficientes visuais, já que poderão ser identificadas por seus tamanhos diferentes e terão marcas táteis em relevo aprimoradas em relação às já existentes.

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44 Vox ObjetivaVox Objetiva 44

A falta que ela faz

500 anos depois a seca ainda

representa um problema sem

solução. O dinheiro

público some junto com a água

meio ambiente

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luCiAnA HÜbnErs primeiras horas de 2010 sinalizaram a forte atuação que o fenômeno meteoroló-gico El Niño pode ter ao lon-

go do ano. Na noite do réveillon, a cidade de Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro, foi devastada por deslizamen-tos de terra provocados por uma intensa tempestade. De acordo com a Avaliação de Danos divulgada pela Defesa Civil do município, 52 pessoas morreram na tragédia. Dos 118 bairros de Angra dos Reis, 87 foram atingidos. Após a tragé-dia, 1.211 mil casas foram destruídas, 307 danificadas, um ponto comercial foi destruído, 73 outros pontos foram da-nificados, nove quilômetros de estradas sofreram danos e 11 quilômetros foram destruídos. E é nesse documento - o Avadan - que a prefeitura pede R$ 247 milhões para a reconstrução da cidade.

E, se por um lado, o volume de água das chuvas impressiona, em outras re-giões é a falta d´água que assusta. De acordo com o assessor de Comunicação da Defesa Civil de Minas Gerais, Major Edylan Arruda, desde o início do ano, 28 cidades mineiras já decretaram situação de emergência no Estado por causa da seca. Essas cidades estão localizadas no Norte de Minas e também nos Vales do Mucuri e Jequitinhonha. “O último pe-ríodo chuvoso nessas regiões foi regis-trado em outubro do ano passado. Isso pode representar um agravamento da seca por lá”, afirma Arruda.

Para minimizar os primeiros impac-tos da seca nessas regiões, o Governo de Minas liberou R$ 1 milhão para a compra de 662 cisternas, que estão sen-do distribuídas em 56 municípios. “As cisternas têm duas funções: a primeira delas é captar a água da chuva, uma vez que elas têm capacidade para armaze-nar 8 mil litros. A segunda função é dar dignidade a essas famílias da seguinte forma: quando o caminhão pipa passar pela cidade, ele vai encher essas cister-nas. E esses 8 mil litros de água duram de cinco a sete dias para essas famílias, que não precisarão andar quilômetros para conseguir um pouco de água”, explica o Major. Estão ainda à disposição desses municípios kits de higiene, colchões, co-bertores e cestas básicas.

Ainda de acordo com Edylan Arruda, a Defesa Civil do Estado tem duas pre-ocupações principais quando o assunto é seca: matar a fome e a sede da popu-lação que vive nas regiões atingidas.

“Fornecemos a água através dos cami-nhões pipa e das cisternas. E enviamos ainda as cestas básicas porque, com o solo seco, essas famílias perdem todo o plantio da agricultura de subsistência”, afirma.

Em 2009, o Norte de Minas e os Vales do Jequitinhonha e Mucuri registraram chuva até o mês de março. “Nossa atua-ção em 2009 foi bem menor. Mas como a última chuva nessas regiões foi em outu-bro, infelizmente estamos esperando por uma seca bem pior em 2010. A estimativa da Defesa Civil do Estado é de que mais de cem municípios decretem situação de emergência por causa da seca ainda nos primeiros meses do ano”, alerta Arruda.

CONSEqUêNCIAS SECUNDáRIAS

Outra preocupação da Defesa Civil de Minas Gerais é o surgimento das cia-nobactérias nos rios que cortam as três regiões ameaçadas pela seca. Também conhecidas como “Algas Azuis”, o apare-cimento das cianobactérias comprovam o excesso de esgoto na água do rio. “A água do rio fica muito tempo parada por-que não tem correnteza. Por isso, o rio fica esverdeado. É como se uma nata ver-de se formasse sobre ele. Isso aconteceu

há dois anos no Rio das Velhas e no Rio São Francisco.

De acordo com o Projeto Manuelzão/UFMG, as cianobactérias produzem uma toxina que pode causar problemas digestivos nas pessoas que beberem da água e coceiras naquelas que tomarem banho no rio. “O que muita gente não sabe é que não adianta ferver a água con-taminada pela alga achando que assim ela estará apta para ser usada - se ferver, a toxina aumenta. Por isso, fazemos ainda todo um trabalho de orientação junto às famílias para que elas avisem quando per-ceberem qualquer alteração na água dos rios”, alerta o Major Edylan Arruda.

A

As cianobactérias produzem uma toxina que pode causar problemas digestivos aos que beberem da

água e coceiras naquelas que tomarem banho no rio

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SoluçõeS lentaSQuando vemos, seja pela televisão ou pela internet, as

imagens impressionantes geradas pelas enchentes e pelos deslizamentos de terra, logo surgem ações de solidarieda-de às vítimas. Mas, apesar de também ser um fenômeno da natureza, isso raramente acontece com as vítimas da seca. “A seca não gera o que a imprensa chama de “boas imagens”, ela não provoca clamor popular. Associado a isso, é preciso lembrar que a seca atinge regiões rurais, onde qualquer providência que se tome para solucionar o problema ficará mais escondida do que qualquer ou-tra ação na cidade. Por isso, muitos investimentos que as prefeituras podiam fazer não são feitos”, pondera o Major Edylan Arruda. Ele afirma ainda que o efeito, tanto da en-chente quanto da seca, é o mesmo para as famílias. “Elas também perdem tudo, com exceção da casa para morar”, ressalta. E recomeçar parece ser ainda mais difícil.

A Promotoria Especializada do Rio São Francisco tenta, há mais de três anos, obrigar os 240 municípios situados na bacia em Minas a instalar as estações de tratamento de esgoto (ETE), por meio dos termos de ajustamento de conduta (TACs) ou ações civis públicas. Mas, até ago-ra, não chega a 50 o número de cidades que deu início à instalação das ETEs. Devido a uma ação desde 2001, a Prefeitura de Luz, no Centro-Oeste do estado, a 188 km da capital, foi condenada pelo Tribunal de Justiça a tratar os dejetos antes de lançá-los nas águas.

Segundo o secretário municipal de Administração de Luz, Dálcio Cristiano Chaves, embora a ação tenha tramitado em outra gestão, a atual teve que cumpri-la. “Montamos o projeto e corremos atrás de uma parceria, pois não tínhamos dinheiro para construir a ETE, orça-da em R$ 3,3 milhões. Com apoio da Codevasf e recur-sos do PAC, conseguimos aprová-lo e a licitação será aberta no dia 24. Se tudo correr bem, em seis meses a obra estará executada e nosso município com 100% do esgoto tratado”, diz.

Para o coordenador das promotorias especializadas da Bacia do Rio São Francisco, Alex Fernandes Santiago, “a impressão é de que os prefeitos resistem em fazer o tra-tamento de esgoto porque terão que cobrar o serviço da população e essa cobrança gera desgaste político”, avalia. Sobre o surgimento das algas, ele diz: “É um claro pedido de socorro do rio, que não aguenta mais tanto esgoto.”

Grande parte dos dejetos produzidos na Região Metropolitana de Belo Horizonte é carreada para o São Francisco pelo Rio das Velhas, apontado como maior po-luidor da bacia. Apolo Heringer Lisboa ressalta que a capi-tal já deu um bom exemplo, com a instalação de ETEs que vêm proporcionando o tratamento de 60% do esgotos lan-çados no Ribeirão do Onça e 30% dos resíduos do Arrudas.

ETE da cidade de luz/MG

meio ambiente

“A seca não gera o que a imprensa chama de

“boas imagens”, ela não provoca clamor popular

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47Vox Objetiva

econstituir o clima do perí-odo Medieval ganhou im-portância nos últimos anos em virtude da publicação do

Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) de que o aquecimen-to atual do planeta é devido a contribui-ções antropogênicas. A discussão sobre o aquecimento ganhou força com a pu-blicação de três climatologistas, Michael Mann, Raymond Brandley e Michael Hughes, que reconstituíram a tempe-ratura do Hemisfério Norte a partir de dados de anéis de árvores, testemunhos de gelo e corais.

Análise de informações geográficas e geológicas de diferentes partes do plane-ta mostra que o aquecimento Medieval foi um fenômeno global. Há registros do efeito do aquecimento em todas as regi-ões. A Europa foi uma das regiões que mais se beneficiou do aquecimento, pois segundo Brian Fagan, ciclos de calor pro-longados durante o período Medieval, entre os anos 800 e 1300, trouxeram esta-bilidade para o fornecimento de alimen-tos e produziram condições favoráveis que impulsionaram o desenvolvimento

de reinos maiores e poderosos.Os estudos históricos mostram

também que devido ao aquecimento Medieval, as temperaturas ficaram me-nos geladas no mar do Norte e com isto aumentaram o alcance dos vikings, que chegam à Groenlândia em 985 e fize-ram contato com tribos esquimós ame-ricanas. A península de Yucatán sofreu secas longas e severas. Para os maias, cuja vida era regulada pelas chuvas, a mudança provocou uma grave crise de abastecimento, o que acelerou o fim des-sa civilização.

Apesar de o aquecimento Medieval ter existido e influenciado o nosso planeta, se olharmos para as curvas das tempe-raturas, que são geradas a partir de re-gistros históricos e de dados meteoro-lógicos, que começaram a ser medidos em 1860, nada se compara a elevação da temperatura que o planeta sofreu nos últimos 150 anos. Modelos climáti-cos estão prevendo uma elevação ainda maior neste século, e ai surge a questão de como o ser humano, a flora e a fauna irão reagir mudanças bruscas no peque-no espaço de tempo.

ruibrAn dOS rEiS

Meteorologista, Professor do Mestrado de Geografia da PUC Minas e Coordenador do Centro de Climatologia - MG Tempo

r

Os estudos históricos mostram também que devido ao aquecimento Medieval,

as temperaturas ficaram menos geladas no mar do norte e com isto aumentaram

o alcance dos vikings, que chegam à Groenlândia em 985 e fizeram contato

com tribos esquimós americanas.

PERíodo dE AqUEcIMEnto MEdIEvAl

meteorologia

[email protected]

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48 Vox Objetiva

uem foi que disse que as mídias sociais são apenas para diversão? Há um pouco mais de dois anos, uma nova

profissão surgiu no Brasil impulsiona-da pelo fenômeno de audiência gerado pelos blogs, Orkut, YouTube, Twitter, Facebook e companhia limitada. Trata-se do analista em mídias sociais. A gros-so modo, é um profissional capaz de analisar tendências e ficar antenado com as principais discussões que são repercu-tidas ou criadas pelos internautas.

Mas não é só isso que um analista de mídia social faz. Geralmente, ele cria campanhas publicitárias dirigidas exclu-sivamente para internet, ou melhor: nas chamadas redes sociais. No país, essa nova área de atuação ainda está enga-tinhando e possui algumas agências de forte atuação no Sudeste e no Nordeste brasileiro. Um analista de mídias sociais é um profissional que pode trabalhar em agências de publicidades, empresas ou até mesmo por conta própria prestando consultoria.

A média salarial desse mais novo cam-po de trabalho está entre R$ 1.200 a R$ 5 mil, inicialmente. Mas esse valor pode até triplicar. Tudo depende da criatividade do analista e da sua percepção de ficar cons-tantemente de olho em tudo que acontece nos sites de relacionamento. Além disso, um analista nem sempre possui formação superior ou é graduado em Comunicação Social. Claro, isso depende muito de cada perfil e a capacidade de querer está inse-rido neste novo mundo.

Outra curiosidade é que nem sempre um analista de mídias sociais é, neces-sariamente, um blogueiro ou um inter-nauta influente nas redes sociais. É o que conta o publicitário paulista Gustavo Schmitz Pestana Filipe, de 26 anos, pro-prietário da agência RIOT. “Um analista de mídias sociais deve ter uma grande capacidade de organização e concen-tração. Muitas agências acreditam que contratando um blogueiro famoso te-rão a blogosfera em sua mão e conse-guirão emplacar qualquer campanha, já que o cara está inserido no meio e sabe

como funciona o segmento. Uma bobagem! O blogueiro pode ter a audiência que for, mas capacidade de organização e concentração poucos têm. Nesse caso, as agências contratam um entusiasta de mídia social, e não um analista”, revela.

Já o recifense Éden Pino Wiedemann, de 36 anos, sócio da Dani Social Media e um dos autores de uma das maiores ações de social media no Brasil – a Porto Caiu na Rede, e acredita que é possível ganhar dinheiro com a internet, mas é preciso quebrar alguns paradigmas. “A Dani tem uma semana de aberta. E, hoje trabalha em quatro projetos de ta-manhos variados, todos de empresas/ór-gãos sem histórico de uso das ferramen-tas que serão incluídas nas ações. Nunca foi tão necessário se confrontar o conhe-cimento atual, nunca foi tão necessário acreditar que existe um vasto horizonte não explorado pela frente. É necessário ter fé naquela pessoa ou empresa a quem escolheu lhe guiar nesse caminho e acre-ditar na experiência que ela tem - que apesar de pouca (esse universo ainda é pouco explorado) é maior que a sua”.

CALOTENo ano passado, houve uma experiên-

cia inédita no Brasil reunindo blogueiros de várias partes do país para participar do Porto caiu na Rede. Inicialmente, a cam-panha começou com um convite a vários blogueiros para passarem alguns dias na

Praia de Porto de Galinhas, na cidade de Ipojuca, e, Pernambuco. A missão deles era relatar o passeio com total liberda-de e, desse modo, incentivar o turismo local. A ação foi um sucesso de crítica, mas infelizmente acabou em prejuízo. A prefeitura se negou a pagar a agência Dáblio, que na época pertencia ao Éden Wiedemann, hoje sócio da agência Dani, – o que provocou polêmica na blogosfera e calou muitos analistas de mídia social que temeram comentar o assunto.

No dia em que a notícia se espalhou, vários membros do Twitter, principal-mente blogueiros, repercutiram de for-ma intensiva o calote que a organização teve com a produção e realização do projeto. “Eu sou suspeito de falar a res-peito. Afinal, fui eu que levei o calote. Não acredito que se torne praxe a atitu-de tomada pelo secretário de Turismo de Ipojuca, o sr. Diego Jatobá. Não podemos usar como referência o exemplo dele. Tanto que estamos em fase de planeja-mento de algumas ações Cai na Rede em

um olho na web, e o outro nas OPOrTunidAdES

QA média salarial desse mais novo

campo de trabalho está entre r$

1.200 a r$ 5 mil, inicialmente. Mas

esse valor pode até triplicar

r edes socias

Diante do sucesso da internet, novos profissionais são contratados para analisar ou desenvolver campanhas de publicidade voltada para os internautas

wAndEr VErOni

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49Vox Objetiva

outras cidades e estamos certos de que iremos obter o mesmo sucesso sem os

problemas para receber.”, diz Eden. Procurada pela reportagem, a prefei-tura de Ipojuca não atendeu nenhu-

ma ligação ou solicitação de esclarecimentos.

MERCADOUm mercado que

movimenta mais de U$ 25 bilhões anu-ais, apenas nos Estados Unidos. Mesmo se recupe-

rando recentemente de uma crise, o mer-cado norte - america-no para investimen-tos em publicidade online cresce a cada ano de 11% a 15%, de acordo com o analis-ta em mídias sociais Éden Wiedemann. “A previsão é que cresça

cada vez mais não só lá, mas aqui no Brasil. Somos um dos países que mais possuem participação nas redes sociais. A cada dia que passa mais gente tem a web como sua única fonte de informa-ção. A propaganda online é a única al-ternativa de atingir esse consumidor. Provavelmente, as campanhas políticas vão movimentar o mercado. Muitos er-ros vão ser cometidos. Muitos traumas serão gerados. Algumas poucas terão grandes resultados e serão utilizadas como referências.”

Mas apesar de um mercado promis-sor, um analista de mídias sociais precisa também de muita organização e ser uma pessoa antenada, como lembra Gustavo Schmitz, da RIOT. “É um trabalho bas-tante cansativo, porém muito divertido. O profissional chega passar no mínimo oito horas por dia online, principalmen-te no trabalho de campanhas complexas. O trabalho de uma agência de social me-dia (mídias sociais) é dividido em quatro etapas: planejamento, conteúdo, redação e atendimento. Em termos práticos,

primeiramente, recebemos o briefing do cliente através do atendimento. Na sequência, o planejamento desenvolve a estratégia de divulgação. Uma vez apro-vada, o conteúdo fará o contato com os blogueiros e os redatores farão a divul-gação nos demais núcleos sociais. Mas para evoluir e virar um gestor de con-teúdo, um gerente de planejamento ou um gerente de atendimento em mídias sociais, é fundamental começar como analista.”, explica.

Gustavo Schmitz, da RIOT, menciona ainda uma campanha em social media que o marcou pela simplicidade e di-recionamento a um público específico, apto a consumir determinado tipo de informação e torná-la viral. “O Nokia Guru (http://www.nokiaguru.com.br/nokiaguru/) foi um grande sucesso. Em linhas gerais, é um projeto que reconhe-ce os fãs da marca Nokia e os estimula através de prêmio material e social a ajudar os demais usuários com dúvidas sobre telefones celulares dentro dos nú-cleos sociais que estão inseridos.

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Q

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wAndEr VErOniue tal dar aquela espiadinha básica, hein? Ou melhor: que tal espiar antes mesmo do Big Brother Brasil (BBB)

estrear. Foi com essa estratégia que a TV Globo conseguiu criar uma repercussão esmagadora no Twitter e em vários blogs – no início de janeiro e de forma volun-tária, em menos de 24 horas, para divul-gar a próxima edição do reality show. O BBB10 estreou com um prêmio de R$ 1,5 milhão, o maior da TV brasileira.

O buzz (tema mais comentado en-tre os internautas) gerado se deu para comemorar a décima edição do reality show no Brasil. Fãs mais entusiasmados da atração arriscam dizer que até hoje não houve outra igual em torno da apre-sentação dos participantes. Boninho, diretor do BBB, conseguiu a proeza de despertar curiosidade no público e, principalmente, na imprensa. E, ao que parece, não vão faltar participantes exó-ticos e polêmicos neste ano.

Apesar de caminhar para a décima edição, o Big Brother Brasil ainda garan-te um interessante fôlego comercial para a emissora carioca. Além da venda do pacote de pay-per-view e de alavancar a venda de assinaturas do portal Globo.Com isso, o programa já está com todas as suas cotas de publicidade vendidas, inclusive os intervalos comerciais. Cada uma das cotas tem o valor de R$ 13,5 milhões.

RIVAISSe a ideia da Rede Record era “es-

friar” o BBB com a segunda edição de “A Fazenda”, poucos meses depois de ter encerrado a primeira edição, o tiro pa-rece ter saído pela culatra. Ao contrário da primeira edição de “A Fazenda”, que foi um verdadeiro sucesso de crítica e de público, a segunda temporada não deco-lou. A produção do programa dessa vez

escalou participantes mais conhecidos do grande público, mas que não quise-ram se mostrar por inteiro dentro do jogo. O reality passou despercebido pelo público em meio às várias mudanças de horário promovido pela emissora da Barra Funda.

Além disso, a “A Fazenda 2” não inovou, ao contrário do BBB que se reinventou nesta temporada. Apesar da terceira edição já estar confirmada por

alguns setores, será preciso criativida-de por parte da direção da Record para reinventar a “A Fazenda” e não transfor-mar o reality em uma colônia de férias de celebridades em busca de R$ 1 milhão.

Novela mexicanaO resumo diário do Big Brother fun-

ciona para o público como uma espécie de telenovela. E como um bom folhe-tim não pode faltar uma boa dose de intriga, discussões, mal entendidos, disputa pelo poder e uma história de amor. No BBB10, a empresá-ria Cláudia Colucci e o modelo Eliéser Ambrósio vivem o casal apaixonado entre tapas e beijos. Os dois causaram rápida iden-tificação no telespectador por exemplificarem uma situação corriqueira na vida real: casais que vi-vem em crise.

E por falar em ca-sais, Michel e Tessália

inauguraram o edredom do BBB10. O vídeo vazou na internet e foi um dos assuntos mais comentados do Twitter. No vídeo, não fica claro o que realmen-te aconteceu, mas pelos sussurros dos dois fica sub-entendido que algo mais “quente” sucedeu por debaixo das cober-tas. Em certo momento, meio ofegante, Michel chega a afirmar a afirmar que está “muito bom”. Em seguida, o colega de confinamento Alex entra no quarto, mas sai rapidamente ao ver o movimento

A décima edição do Big Brother Brasil aproxima tevê e redes sociais

A décima edição da casa buscou audiência em outras mídias para garantir o faturamento

Vox Objetiva

compor tamento

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51Vox Objetiva 51Vox Objetiva

alexsão paulo - sp

advogado - 36 anos

anamaraJuazeiro-Ba / petrolina - pe

pm - 25 anos

Douradoporto alegre - rs

professor de ed. física - 37 anos

Joseaneporto alegre - rsmodelo - 28 anos

debaixo do edredom. Depois que ele deixa o quarto, os gemidos aumentam e Michel afirma que Tessália é “muito linda”. Não é a primeira vez que aconte-ce algo mais picante no Big Brother. No BBB3, Tarciana e o pagodeiro Rodrigo protagonizaram uma cena parecida de-baixo do edredom.

Se a cena chocou ou não, Tessália foi a terceira eliminada desta edição alcan-çando a marca de 78% - um dos mais altos índices de rejeição. Ao sair da casa negou que tenha protagonizado as cenas quentes: “Estão doidos? Não fiz sexo, muito menos sexo oral!”, afirmou ela. E completou: “Quando ele disse que estava quente, era calor mesmo”, disparou. Tess também negou que possa fazer um filme

pornô – uma produtora já está interessa-da em ter a twitteira em seus filmes.

CôMODO MISTERIOSODe acordo com o jornalista e bloguei-

ro do R7, Daniel Castro, o BBB10 vai ter um quarto surpresa, com uma interro-gação na porta, que terá uma função na casa a cada semana. Na pri-meira semana, o quarto foi um dormitório. Em um segundo momento, ele pode ser um presente para quem atender o Big Fone. Ou ainda, pode ter surpresas desagradáveis como a volta do Quarto Branco ou ter um aspecto de cela de prisão.

Outra novidade é que os participan-tes, exceto o primeiro líder, vão ter que compartilhar as camas, pois não há lu-gar para todos os brothers dentro da casa principal e do quarto surpresa. Somente no domingo, vai ser aberta a segunda casa, um loft, que a produção do pro-grama apelidou de “puxadinho”. Pelo Twitter, o diretor Boninho, em conversa com alguns internautas deu a entender que o tão temido Quarto Branco vai vol-tar nesta edição. “Teremos quarto negro ou quarto branco?”, perguntou um dos seguidores de Boninho. Rapidamente, o diretor global respondeu: “Depois do Carnaval”.

alexsão paulo - sp

advogado - 36 anos

anamaraJuareiro - Bapm - 25 anos

ana marcelarecife - pe

estudante - 25 anos

eliésermaringá - pr

engenheiro agrônomo - 25 anos

Fernandamacatuba - sp

Dentista - 28 anos

angélicaurberlândia - mG

Jornalista - 24 anos

carlosrio de Janeiro -rJ

personal trainer - 24 anos

cláudiaribeirão preto - sp

empresária - 28 anos

sérgiosão paulo - sp

estudante - 20 anos

tessáliacuritiba - pr

publicitária - 22 anos

Dicesarsertanópolis - pr

maquiador - 44 anos

elenitaBrasília - DF

Dotora em linguística - 30 anos

elianesão paulo - sp

Dançarina - 28 anos

michelsão paulo - sp

publicitário - 30 anos

uilliamFirmino alves - BaBarman - 23 anos

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MArCElO lEiTE

vox da blogosfera

O brasil não conhece o Brasil

esporte preferido do brasi-leiro é o futebol. E o segundo esporte preferido é falar mal do Brasil. Sempre achei es-

tranho esse complexo de “patinho feio” que nutrimos desde o tempo de colônia. Tudo aqui é pior, mais zoneado, mais es-culhambado, mais “menos”: entende?

E eu sempre comprei esse peixe até sair do Brasil pela primeira vez e ver que há países em que as pessoas comem pipoca em jornal em forma de canudo. Há pessoas que fumam dentro de um elevador ao seu lado, há colegas que as-suam o nariz à mesa durante um almo-ço. Conheci lugares onde é mais fácil comprar uma pistola nove milímetros do que uma cerveja em uma lanchonete.

Eita, mundo bizarro! Esquecemos que temos um modelo de eleição in-formatizada padrão de qualidade in-ternacional, que temos tecnologia de

ponta em várias áreas como extração de petró-leo, siderurgia, produ-ção de biocombustíveis, que temos um conjunto de fundamentos econômicos sólidos que não permitiram que a crise chegasse aqui como um Tsunami. Enfim, que não somos uma Coreia do Norte ou uma Etiópia, nem também nos aproximamos de nossos vizinhos como Venezuela, Bolívia ou Equador.

Somos o Brasil: umas das maiores eco-nomias do planeta – quase 200 milhões de consumidores. Uma democracia que optou pelo progresso e a influência in-ternacional pelas vias legais e civilizadas. Não alimentamos máquinas militares e decidimos que energia nuclear é só para gerar energia elétrica e mais nada. Pregamos o livre acesso à informação e repudiamos toda e qualquer forma de censura. Defendemos o direito de falar o que quiser (ainda que ninguém o ouça) e arcar com isso.

Temos problemas aos montes assim como os colegas de primeiro mundo que viraram um chavão na linguagem quan-do queremos nos referir a algo muito bom: “coisa de primeiro mundo”. Enfim, comemos pipocas em saquinhos feitos para isso, repudiamos fumo em lugar fe-chado e achamos limpar nariz à mesa é uma porqueira sem fim.

O

não alimentamos máquinas militares

e decidimos que energia nuclear é só para gerar energia

elétrica e mais nada. Pregamos

o livre acesso à informação e

repudiamos toda e qualquer forma

de censura

* Perfil: Marcelo Leite tem 38 anos, natural de Valença, no Rio de Janeiro. Professor de Língua Portuguesa com mestrado e doutorado pela UFRJ, escritor e cronista nas horas vagas Atualmente, trabalha com gestão de ensino superior e ministra aulas em cursos de gradua-ção de Letras, Administração, Direito e outros. Criou o blog Saco de Filó (http://sacodefilo.blogspot.com). Contato: [email protected]

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@edemiltonrocha: o incidente envolvendo o Bóris Casoy e os garis faz a gente pensar se o preconceito não se tornou tão comum que o falamos aleatoriamente.

a respeito da polêmica envolvendo uma frase infeliz do jornalista Bóris Casoy, da tV Band, durante um vaza-mento de áudio no ‘Jornal da Band’ em que ele humilha os garis.

@oCriador: Vocês Me decepcionam pecando pela gula e depois Me incomo-dam rezando para emagrecer.

Fake do twitter que se faz passar por Deus critica as pessoas que exageram nas festas de fim de ano e tiram o verão para emagrecer.

@nelsonrubenstv: oK! oK! BBB 10: uma drag, um emo, um rasta, uma sapa e uma PM! Enfim, é a volta do Village People!!!

Apresentador e crítico de TV alfineta a escolha dos participantes da 10ª edição do Big Brother, exibido na tV globo.

@atihe: Campanha: Suzane Von richthofen para o BBB10 já. porque nin-guém melhor do que ela para eliminar as pessoas da casa.

Crítica, em humor negro, que faz alusão ao Caso Von richthofen e aos seleciona-dos para a 10ª edição do Big Brother.

@boninho: pedro gaguejou, produção errou, Boninho escorregou! Viva o BBB, tV ao vivo, sem plastificação!

Diretor do Big Brother, da tV globo, explica os erros da estreia da 10ª edição programa que teve até parte da vinheta da edição anterior.

@hugogloss: BoM Dia você que usa twitter e MSn pra dar indireta nos outros. Ser direto é ser feliz! Joguinho não é ten-dência! rasgue o verbo!

Um dos twiteiros mais famosos da web, em seu bom dia matinal, alfineta as pessoas que gostam de dar indireta pelas redes sociais.

@iv_blog: Conseguir um rt de alguém que você admira é quase como se fosse um autógrafo. Só que conseguir um au-tógrafo é mais fácil.

Blogueiro enaltece o fato de ganhar um retwit de uma frase por outro usuários que você admira.

@Danibey: e a série que vai substituir SoBrenatUral no horário nobre vai ser... tchan tchan tchan...Chapolin, não conta-vam com minha astucia..kkkk

Diretora artística do SBt brinca com

os internautas sobre qual série vai substituir o sucesso de “Sobrenatural”, que é vice-líder no horário nobre da tV aberta. a emissora de Silvio Santos escalou o sucesso teen “gossip girl”..

@julianaDB: Sorry, mas comentários no meu blog, reclamando de empresas, não serão aprovados devido a onda de proces-sos contra blogueiros.

Uma das blogueiras mais famosas da internet critica o fato de que comentá-rios aprovados no blog podem render transtornos jurídicos aos autores do en-dereço virtual.

@alvimdias: Acho que Guarapari (ES) já deveria ter sido oficializada como cidade de Minas gerais, uai?

Jornalista e blogueiro ironiza o litoral capixaba que é frequentado pelos mineiros no período das férias.

@fernandopiress: @pulpitoVirtual eu pro-testo contra todos que já estão matando a hebe... pô ela é uma #gracinha gente...

internauta brinca com a cirurgia no es-tômago que a apresentadora hebe Camargo, do SBt, fez no início de janeiro.

@andrepelotas: há três espécies de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas.

Piada do internauta que classifica as estatísticas como uma forma de distorção da realidade.

@marcolabento: absurdo o acontecido com a seleção de futebol de togo, nem o futebol consegue calar a intolerância, a violência e incompetência humana. triste!

protesto do internauta sobre o fato do ônibus que transportava a delegação do togo ter sido metralhado ao cruzar a fron-teira entre Congo e angola.

@lumbre26: Do ponto de vista físico, o tempo pode ser medido. no âmbito da me-tafísica, pode ser sentido. e, de acordo com a ética, deve ser vivido.

Jornalista critica o modo como alguns va-lores estão investidos na sociedade.

@midiadepressa: Que os pais, além de dar o bom exemplo, fiscalizem seus filhos, man-dando que os mesmos apanhem o papel de bala quando este for jogado no chão.

Internauta alfineta o fato de alguns pais co-brarem educação dos filhos, mas não darem o exemplo.

Frases que marcaram o mês de Janeiro 2010 no twitter:vox do twitter

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MélTSiA MEndOnçA

Nas areias quentes do passadoglorioso, um clima de mistério e grandiosidade

tur ismo

Vox Objetiva Vox Objetiva54

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O Egito é um país do norte da África que inclui a penínsu-la do Sinai, na Ásia, o que o torna um Estado transconti-

nental. Faz fronteira a oeste com a Líbia, ao sul com o Sudão e a leste com a faixa de Gaza e Israel. Possui 70 milhões de habitantes, dos quais 84% são islâmi-cos. Quase toda a população do Egito se concentra ao longo do vale do rio Nilo, nos centros urbanos como Cairo e Alexandria, em uma área de aproxima-damente um trigésimo da área do país de mais de um milhão de km².

Os primeiros registros da civilização egípcia datam de cerca de 6.000 anos atrás. Eram como um oásis no deserto, dependentes das cheias anuais do Nilo. Essa exuberante cultura floresceu até 1100 a.C., quando o Egito se dividiu em regiões autônomas. Posteriormente os egíp-cios foram conquistados pelos assírios (662 a.C.), pelos persas (525 a.C.), pe-los gregos (332 a.C.), pelos romanos, árabes, franceses e britânicos, até se tornar independente em 1922.

O Egito possui uma gran-de importância cultural e política, por isso é um dos países mais importantes do Oriente Médio. A língua oficial é o árabe, além de serem falados inglês e francês.

PASSEANDO PELO EGITO A terra dos antigos faraós é cheia de

obras grandiosas, imponentes e monu-mentais, talhadas pela natureza ou pela mão humana. A começar pelo onipre-sente deserto Saara, que cobre como ta-pete em tons amarelados 95% do terri-tório egípcio. Ou a repressa de Asswan, no Rio Nilo, a segunda maior do mundo (depois de Itaipú, no Brasil-Paraguai), com um lago artificial de 500 quilôme-tros. Ou ainda as Mesquitas, algumas das maiores do mundo árabe.

Não é a toa que vem de lá a expressão “obras faraônicas”. Mesmo o que foi er-guido sob a chancela dos antigos monar-cas egípcios ainda nos tempos modernos impressiona pelas dimensões prodigio-sas e colossais, e, principalmente, pela idéia de como e em que foi materializado.

Além das três pirâmides de Gizé, que se empinam orgulhosas e imensas entre as Sete Maravilhas do Mundo, o Egito é pontilhado de milhares de obras mo-numentais, esculpidas na pedra árida e

rígida. Obras que resistiram corajosas à ação do tempo, à intromissão da areia do deserto, aos saques e depredações de bárbaros de todas as épocas, nacionali-dades e culturas. Estar nas pirâmides, sentir a grandiosidade da Esfinge, con-templar tudo aquilo ao vivo, caminhar sob o sol escaldante do deserto é uma meditação, um profundo auto-conheci-mento, que vale por anos de análise.

O Egito não é um país caro, mesmo para os padrões brasileiros. Um passeio de charrete ou de camelo pode custar entre 5 e 10 libras egípcias (R$ 2 e R$ 4). O prato principal em um restauran-te mediano, com carne, arroz, salada e pães, custa cerca de 20 libras egípcias (R$ 8). A passagem aérea custa a partir

de US$ 960, via Munique, e algumas companhias aé-reas permitem uma para-da na cidade de conexão, como Paris.

O calor influi sobre quan-do viajar para lá. Assuã e Luxor, destinos tradicio-nais, ficam muito quentes no verão, com temperatu-ras acima de 40ºC. Melhor é ir conhecê-los entre dezem-bro e fevereiro, nos meses de inverno, quando o calor não é tão forte. No geral, os meses de meia-estação, en-

tre março e maio e de setembro a novem-bro, são agradáveis em todo o país.

Usar protetor solar, além de carregar pelo menos uma garrafa de água, dessas de litro e meio, é obrigatório. Templos e tumbas ficam em locais áridos e sem sombra. Justamente por isso, esse tipo de atração abre cedo, por volta das seis da manhã, e os visitantes podem aproveitar a hora mais fresca do dia.

Depois das 10h o calor já é intenso, e o melhor é voltar para o hotel para descan-sar e tirar uma soneca e sair só mais no final da tarde para explorar os coloridos mercados, os souqs.

Absorver o aroma e observar cores de especiarias, frutas e tecidos, além de pechinchar suvenires, é um grande pro-grama para as noites. Sem se esquecer, é claro, de descobrir o prazer de tomar chá preto ou de hibisco enquanto se fuma narguilé.

Não é regra, mas é recomendado ves-tir-se de maneira discreta, sem abusar de shorts ou regatas justas. Roupas leves de algodão, inclusive de mangas largas, para se proteger do sol, são bastante indicadas.

O deserto do Saara, cobre como tapete

em tons amarelados,

95% do território egípcio

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riO nilOé um rio localizado no nordeste do continente africano, que nasce a sul da

linha do equador e deságua no Mar mediterrâneo. Sua bacia hidrográfica abrange uganda, Tanzânia, ruanda, Quênia, república democrática do

Congo, Burundi, Sudão, Etiópia e Egito. Se forma com a confluência dos rios, branco, nilo Azul e o Atbara e é o segundo maior rio do mundo, per-

dendo apenas para o Amazonas. Ele é o astro do Cairo, a corrente sanguí-nea do Egito, que corta e recorta a metrópole com seus braços e canais,

desenhando um quadro harmonioso com pontes, barcos e restaurantes marginais. Os próprios egípcios são apaixonados pelo Nilo. Nos finais de

tarde, milhares de nativos se escoram nos parapeitos antigos das pontes, passeiam de barco ou atracam nas dezenas de bares e cafés pendurados

na ribanceira para namorar e conversar.

ÁGuAS dOS FArAóS Fora os desertos e as pirâmides egípcias, o país dos faraós reserva boas surpresas

debaixo d´água. Sharm el-Sheikh, Hurghada e dahab são pontos mundialmente desejados

para mergulho. As cidades estão extrema-mente estruturadas para receber turistas.

A vida marinha exuberante e os grandes paredões estão entre as principais atrações

do Mar Vermelho

AS GrAndES PirâMidES dE GiZé Estas três majestosas pirâmides foram construídas como tumbas reais para os reis Kufu (ou Quéops), Quéfren, e Menkaure (ou Miquerinos) - pai, filho e neto, respectivamente, depois de 2780 a.C., no antigo império egípcio. A maior delas, com 160 metros de altura e 49 andares, é chamada Grande Pirâmide, e foi construída para Kufu. A camada externa das pirâmides foi revestida com uma camada protetora de pedras vindas das pedreiras de Tura, que são polidas e tem um brilho distinto. Compostas por 1 milhão de blocos de calcário, supõe-se que cada um pese de duas a três toneladas, tendo sido levados até o alto por meio de fortes rampas, internas, feitas de uma mistura com barro que as tornava fortes como cimento. é possível que o ângulo de inclinação de seus lados tenha sido orientado cuidadosamente pelos pontos cardeais. A pirâmide de Quéops, (no meio da foto), possui 138 metros de altura e mais de 6 milhões de toneladas de pedra. Foi considerada pelos gregos antigos como uma das sete maravilhas do mundo, a única que sobreviveu aos nossos dias.

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A GrAndE ESFinGEMonumento colossal da mitologia egípcia, a Esfinge é outro destaque da mística faraônica, que é tida como um leão estendido – animal com associações solares sagra-das – com uma cabeça humana, que faz menção a de um faraó. Construída no reinado de Khafre por volta de 2465 a.C. ela foi inventada pelos egípcios do império antigo e importada da mitologia grega e objetiva uma demonstra-ção de poder, assim como as pirâmides no Egito. Possui 17 m de altura e 39 m de comprimento.

OS TEMPlOS dE Abu SiMbElA meia hora de vôo de Aswan, dedicados a ramsés ii e a sua bem-amada nefertari. Talvez o testemunho mais grandioso do poder desse magnífico faraó se encontre aqui, nos confins do Egito, na fronteira com o Sudão. Os templos também foram mudados de lugar para esca-par à inundação da grande represa de Nasser. O trabalho hercúleo de artesãos, engenheiros e arquitetos de todo o mundo foi tão monumen-tal quanto as quatro gigantescas estátuas de ramsés ii, que guardam a entrada do templo e olham para o deserto sem fim.

O TEMPlO dE ÍSiS nA ilHA dE PHilAE, EM ASwAnConstruído pelos ptolomeus, a última dinastia de

faraós gregos (Cleópatra foi a derradeira rainha dessa dinastia), foi totalmente transportado de uma ilha

para outra quando da construção da grande represa por nasser, presidente do país entre 1954 e 1970.

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TEMPlOS dE KArnAK E luXOrMais que templos, são um conjunto de santuários, colunas, pilares e obeliscos dedica-dos aos deuses tebanos e aos faraós. Têm de ser vistos durante o dia e à noite, quando o deslumbre é ainda maior. Ainda há uma avenida das esfinges ligando Karnak a Luxor.

CAirOA capital e a maior cidade do Egito se situa nas margens do rio nilo, com 7,9 milhões de habitantes e é um museu aberto com a mistura do antigo e do moderno. Caracteriza-se também pela diversidade de culturas e pessoas, sendo um monumento à diversidade. Na metrópole de 16 milhões de habitantes, convivem o moderno e o milenar, a fartura do rio e a rudeza do deserto, exotismo e simplicidade, o luxo acintoso e a miséria ofensiva, islâmicos e cristãos, costumes seculares e modismos, sensualidade e religio-sidade. Para compras, existem lojas de lembranças em todas as esquinas ou grandes shopping centers no melhor estilo ocidental. Mas imperdível mesmo é o Khan Al - Kha-lile, um bazar histórico no centro do Cairo. Costurado por mais de duas centenas de pequenas lojas e cafés, o merca-do é um grande labirinto de ruelas, cheiros e som típicos, onde os egípcios se abastecem de temperos, essências para perfumes, narguilés, lustres, jóias, tapetes e outras quinquilharias. no bairro Copta (cristão), com suas igrejas que remontam aos primeiros séculos do cristianismo e estão entre as mais antigas do mundo. E, obviamente, as mesquitas, que somam mais de mil na cidade. no centro da capital, deitado ao longo de uma das principais avenidas da metrópole, está outra atração: o maior zoológico do Oriente e o terceiro maior da Terra.

MESQuiTA dO SulTãO HASAn Construída de 1356 a 1363, na cidade do

Cairo, é uma das maiores e mais exuberantes mesquitas do mundo. Seu minarete mais alto tem 68m

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59Vox Objetiva

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60 Vox Objetiva

s dois primeiros meses do ano são sempre de corrida aos teatros na capital. De segunda a segunda, a movi-

mentação por causa dos espetáculos im-pressiona. Durante o dia, filas se formam nos pontos de venda e as linhas telefô-nicas para a compra de ingressos vivem congestionadas. À noite, é hora do show! E os espectadores chegam cedo aos tea-tros para garantir os melhores lugares na plateia. Tudo isso é resultado da busca, de milhares de pessoas, por diversão.

Neste ano, a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança che-ga à sua 36ª edição. São 53 estréias, sendo 37 peças para adultos, 12 infantis e quatro de dança. Ao todo, somam-se 121 peças espalhadas por 33 casas de espetáculos.

E, além de ampliar o cardápio cultural para quem mora ou visita a capital mi-neira, a campanha também conta com outras novidades neste ano. Uma delas é a maior comodidade para adquirir os in-gressos. 20% dos tíquetes de cada apre-sentação podem ser adquiridos pela in-ternet e o pagamento é feito com cartão de crédito. Nas compras pela web, atra-vés do site www.sinparc.com.br, é cobra-da uma taxa de acordo com a quantia de tíquetes adquiridos.

Outra novidade é o “Butecando na Campanha”, que está agitando o centro da cidade diariamente, depois da apre-sentação dos espetáculos. A ideia foi criar um ponto de encontro oficial para a classe teatral. O local escolhido fica na Avenida Augusto de Lima, 263 – Centro. O bar foi especialmente preparado para atender ao público da Campanha.

Além de oferecer comes e bebes, os visitantes podem assistir a shows e par-ticipar de gincanas culturais. O objetivo é promover um ambiente aconchegante e descontraído, onde público e artistas possam se encontrar.

Convite ao risoHá 11 anos, desde que estreou na

Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, a peça “Acredite, um espírito baixou em mim” é recordista absoluta de público. Dos 313.608 espectadores da campanha de 2009, 37.667 pessoas assis-tiram ao espetáculo, número que supera em mais de 100% o segundo colocado. O ranking é um orgulho para o produtor e ator Maurício Canguçu. “Esse espetá-

culo representa um divisor de águas da minha carreira, em todos os

sentidos. É resultado de muito traba-

lho, muita de-dicação, de superação das dificul-

dades pe-las quais já

passamos”, afirma ele.A “menina dos olhos”

da campanha tem sempre o olhar atento de todos os envolvidos na produção. “Temos o maior cui-dado com o espetáculo.

O cená-rio é trocado de tempos em tempos, fazemos novos figurinos e temos uma equipe por conta. Nossa preocupação é manter o espetáculo vivo, encantando as pessoas”, diz o ator.

De acordo com o Maurício, nenhuma apresentação é igual à outra e essa dinâ-mica agrada o público. “O Ílvio Amaral tem uma capacidade de improvisação muito grande e isso traz elementos no-vos para a comédia, dá a ela movimento. Por isso, muitas vezes encontramos pes-soas que nos contam que já assistiram o “Espírito” mais de uma vez. E elas dizem que voltam porque sabem que vão rir do mesmo jeito. Eu tenho o maior orgulho de fazer a comédia”, comemora.

Maurício atua em peças da campanha há 22 anos. E ressalta a importância da campanha para o crescimento das artes cênicas na capital mineira. “A campanha tem um poder impressionante de levar o público ao teatro. É reconhecida em todo o país. Além de ser importante para todo o segmento, ela movimenta a economia da cidade, gerando milhares de empre-gos indiretos, seja na hotelaria, para os taxistas e até para os pipoqueiros”, diz.

Ele confessa que ainda fica impres-sionado com o sucesso da montagem. “É uma peça forte, que puxa o público. Quando a Campanha de Popularização estreou no interior, em cidades como Ipatinga e Juiz de Fora, fomos convidados

Fenômeno PopularQuem passa os meses de janeiro e fevereiro em Belo Horizonte está convidado a assistir espetáculos de teatro e dança a preços acessíveis

luCiAnA HÜbnEr

O sucesso não está ligado à comédia,

mas à honestidade e à sinceridade com as quais realizamos

o trabalho.

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O

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para abrir o evento. E conquistamos projeção para o eixo Rio-São Paulo. E eu adoro viajar. Aliás, eu e o Ílvio Amaral somos dois ciganos”, conta ele aos risos. E viajar faz mesmo parte da rotina dos dois atores. Nas andanças pelo país, eles apresentam ainda outros dois espetáculos que também fazem parte da campa-nha: “Os sem vergonhas” – comédia - e “A Idade da Ameixa” - drama. “Em 2009, só tivemos folga nos fi-nais de semana de dezembro. Em todos os outros nos atuamos. Estamos há quase 4 anos em cartaz em São Paulo e já fizemos também duas temporadas de um ano cada no Rio. Estivemos também em Maceió e em cidades do interior. E ainda fazemos espetáculos fechados para empresas”, diz Maurício. O ator acre-dita que o sucesso do espetáculo é resultado de uma combinação de fatores. “Acredito em algo maior, que são os Deuses do Teatro. Eles regem tudo. O sucesso não está ligado à comédia, mas à honestidade e à sinceridade com as quais realizamos o trabalho. Até hoje passamos por dificuldades, mas o que alcançamos é uma história construída. Gosto muito de uma frase do Ayrton Senna, que diz – Quanto mais eu treino, mais sucesso eu tenho! – e o resul-tado deu nisso aí”, conta.

Teatro Adulto10 MAnEirAS inCrÍVEiS

dE dESTruir SEu CASAMEnTO2 CASAiS EM MAuS lEnçóiS

A COMédiA dOS SEXOSA idAdE dA AMEiXA

A nOiTE dAS MAl dOrMidASA PSiCOSE E O PSiCAnAliSTA

A VirGEM dE 40 - AGOrA Ou nunCAACrEdiTE, uM ESPÍriTO bAiXOu EM MiM

AH! SEMPRE TE VÍ, MAS... NUNCA TE AMEI!AlFrEdO VirOu A MãO

AMiGAS, AMiGAS... HOMEnS À PArTEArMAndO A bArrACA

AS bArbEirASAS MOnAS liSAS

AS PEriGOSAS PEruASASSEnTA QuE lÁ VEM bArrACO

ATrÁS dOS OlHOS dAS MEninAS SériASAuTO dA COMPAdECidA

bAnHEirO FEMininObEiJE-ME AnTES QuE O MundO ACAbE

bOM CriOulObrASilEirO, PrOFiSSãO ESPErAnçA

brinCAndO COM OS HOMEnSCAJU E TOTONHO, SEM PENSAR DUAS VEZES!

CAMilA bAKErCHiCO rOSA

CHuVAS, ViAGEnS, SOVACOS E CEbOlASCOMi uMA GAlinHA E TÔ PAGAndO O PATO

COMO SObrEViVEr EM FESTAS E rECEPçÕES COM buFFET ESCASSO

CrEuZA TrAZ A nEuZACrÔniCA dA CASA ASSASSinAdA

CuidAdO PrO MEu PAi nãO dESCObrirdE bÊbAdO E dE lOuCO

TOdO MundO TEM uM POuCOdESVEnTurAS dE uM dESCASAdO

dÍAriO dE uM lOuCOdOiS dE PAuS

dOn JuAn nO ESPElHOElA é O CArA

EnSAiO SObrE A OriGEM dAS linGuAS

ErVA dAninHAESSA CHuVA QuE nãO PASSA

JUCA, UM JECA EM: durA VidA dE SOlTEirO

MEU TIO É... TIA!MOrrA dE rir

SEM FAZEr XiXiMulHErES EM CriSE

nA VirAdA dO SEXOnO inÍCiO ErA O PrinCÍPiO

nO PirEXnOSSO ESTrAnHO AMOr

nOVAS dirETiZES EM TEMPOS dE PAZO diA dO bAbAdO

O luSTrEO MAridO dA MinHA MulHEr

O MElHOr dO CEGuinHOO nEGrO, A FlOr E O rOSÁriO

O nOME dElA é VAldEMArO QuE ElES PEnSAM dAQuilO

OH! OH! OH! MINAS GERAISOS EXOrCiSTAS

OS iMPOSTOrESOS INFIÉIS - NÃO CONFIE NESTA COMÉDIA!

OS SEM VErGOnHASPArEnTE nãO é GEnTE

PERIGO, MINEIROS EM FÉRIAS!POEMA dO COnCrETO ArMAdO

POR QUEM CHORAM AS SAMAMBAIAS?QuEM CASA,QuEr CASA

QuEM rir POr ÚlTiMO é rETArdAdOQUEM TEM MEDO DA VELHICE ?

QUERIDO, VOU POSAR NUA!rACHAndO OS biCO

riTMO QuEnTESãO FrAnCiSCO dE ASSiS À FOZ

SEXO TrOCAdOSOu PEQuEnA, MAS nãO SOu PEdAçO...

O MÁXiMO dE MulHEr nuM MÍniMO dE ESPAçO

Till, A SAGA dE uM HErói TOrTOTudO O QuE VOCÊ SEMPrE QuiS SAbEr SO-

brE SEXO, ESTÁ nA HOrA dE PErGunTAr.VEXAME

ViGAriSTAS - uMA COMédiA TrAiçOEirA

Dança22 SEGrEdOSAQuArElA brASilEirAbrASil dAS GErAiS COnTrACAPADANÇA BRASIL! - EM COMEMORAÇÃO AOS 30 AnOS dO GruPO SArAndEirOSdO lAdO ESQuErdO dE QuEM SObEFEiTiçO HAVAiAnOiSSO AQui nãO é GOTHAM CiTyuMA POrTA AbErTA...

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62 Vox Objetiva

Teatro Infantil Ingressos101 dÁlMATASA ArCA dE ViniCiuSA bruXinHA QuE ErA bOAA dAMA E O VAGAbundOA FAnTÁSTiCA FlOrESTAA FOrMiGA FOFOQuEirAA GATA bOrrAlHEirAS ÀS AVESSASA ilHA dA MAGiAA MAGiA dO FOlClOrEA PEQuEnA SErEiAA PrinCESA EnCAnTAdAA rEVOlTAdOS brinQuEdOSA TurMA dO urSinHO PuFFA VAQuinHA lEléACOnTECEu nO CirCO COME COME...AS HiSTóriAS dO lObO MAubrAnCA dE nEVE E OS SETE AnÕESCAMAlEãO E AS bATATAS MÁGiCASCHAPEuZinHO VErMElHO E O lObO GuArÁCindErElACriAnçAS inViSÍVEiSFliCTSJOãO E MAriAJOJÔ E PALITO EM: CHAPEUZINHO VERMEHOJOJÔ E PALITO EM: d. bArATinHA QuEr SE CASArJOJÔ E PALITO EM: O MÁGICO DE OZMOGli - O MEninO lObOO AnJO AlEiJAdinHOO GATO dE bOTASO MEninO QuE VirOu HiSTóriAO PEQUENO PRINCIPE: EM BUSCA DE UM AMIGO!OS 3 POrQuinHOSOS SAlTiMbAnCOSSOlTAndO OS biCHOSuM GATO PArA GErTrudESuMA AVEnTurA SAbOrOSA

Data: 5 de janeiro a 7 de marçoPreço: r$ 10 (preço único nos postos de venda para peça adulto, infantil e dança). nas bilheterias dos teatros os preços são dife-rentes, conforme cada estabelecimento.Postos de Venda do Sinparc: Mercado das Flores (Av. Afonso Pena, esquina com rua da Bahia, diariamente, de 9h às 19h); Shopping Cidade (Piso Goitacases – segunda a sábado, das 9h às 19h; domingo, das 12h às 18h); Sho-pping Pátio Savassi (Piso l2 – segunda a sába-do, das 10h às 19h; domingo, das 12h às 19h).*Pagamento em dinheiro.Postos de venda móveis (Doblós): Terças e quartas (das 10h às 18h)Carro 1 em Contagem (Estacionamento l do big Shopping) Carro 2 na regional Venda nova (Avenida Pe-dro Pinto, 1055)Quintas e sextas (das 10h às 18h) Carro 1 no Minas Shopping (Estacionamento) Carro 2 no barreiro (Avenida ibituruna, esqui-na com Avenida Sinfrônio brochado)Sábado e domingo (das 10h às 18h)Carro 1 na Praça da Assembleia (rua rodri-gues Caldas, próximo ao Posto Policial)Sábado e domingo (das 11h às 18h)Carro 2 na Pampulha (Avenida Otacílio negrão de lima, em frente ao Parque Guanabara)Obs: nos dias 13, 14, 15 e 16 de fevereiro, os carros estarão fora de circulação por causa do Carnaval, mas voltam no dia 17/02, a partir das 12h. Venda online: www.sinparc.com.brInformações: www.sinparc.com.br ou (31) 3271-7906

Ranking da campanha de 2009PERÍODO: 5 DE JANEIRO A 8 DE MARÇO DE 2009

QuAnTidAdE TOTAl

37.66718.54217.27016.33214.42712.4458.8648.8308.4756.208

ESPETÁCulOS ACrEdiTE, uM ESPÍriTO bAiXOu EM MiM MEu TiO é TiA 10 MAnEirAS inCrÍVEiS dE dESTruir SEu CASAMEnTO AS bArbEirAS PERIGO, MINEIROS EM FÉRIAS! COMO SObrEViVEr EM FESTAS E rEC. COM buFFET ESCASSO A VirGEM dE 40 - AGOrA Ou nunCA AlFrEdO VirOu A MãO CAJÚ E TOTONHO EM: VÃO FALAR DE COISA BOA?! MulHErES dE HOllAndA

Vox Objetiva62

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QuAnTidAdE TOTAl

37.66718.54217.27016.33214.42712.4458.8648.8308.4756.208

Sam Cahill tem tudo sob controle: uma carreira militar de sucesso, uma bela esposa e duas filhas. Seu irmão mais novo é um vagabundo que vive no limite da lei. Quando Sam é enviado ao Afeganistão, em uma missão da ONU, a harmonia entre os dois irmãos muda para sempre. Sam desaparece e sua esposa é consolada por seu irmão que, apesar de tudo, mostra que é capaz de assumir a responsabilidade por si próprio e pela família. Quando Sam consegue voltar para casa, traumatizado por ter ficado prisioneiro nas montanhas do Afeganistão, nada está como antes, e a sua família agora está sendo cuidada pelo seu irmão. No elenco estão Natalie Portman, Tobey Maguire, Jake Gyllenhaal, Bailee Madison, Patrick Flueger, Sam Shepard, Mare Winningham, Clifton Collins Jr. Um curiosidade é que o filme é uma refil-magem do longa dinamarquês exibido em 2004. Além disso, Natalie Portman volta a fazer parte de um triângulo amoroso no cinema (como no cultuado ‘Closer - Perto Demais’).

Os teatros de Belo Horizonte recebem, entre os dias 5 de janeiro e 7 de março, a 36º Campanha de Popularização do Teatro. Para esta temporada está volta aos palcos a peça “Acredite, um espírito baixou em mim”. Comédia que conta a história de um homossexual assumido, inconformado com a própria morte, que foge do céu para viver novas experiências e acaba criando uma grande confusão após incorporar num machista radical.

Serviço:Data: De 30/01 a 07/03Horário: Qui e Sex 21h, Sáb 19h e 21h, Dom 19h (exceto 19h dia 13/02 e o dia 04/03)Local: Teatro Sesi Minas. Rua Padre Marinho, 60 - Santa EfigêniaValor: R$ 10 nos postos de venda Sinparc.

Zeca Pagodinho se apresenta na capital mineira com o show “Uma Prova de Amor”, um dos maiores sucessos de sua carreira O roteiro do show que leva assinatura de Túlio Feliciano, responsável também pela direção artística. A apresentação será divi-dida em blocos que irão representar as várias homenagens, ou provas de amor feitas pelo artista através da música. Nele, sambas em tributo ao povo brasileiro, aos mitos, a malandragem e a mulher. Uma lista de 24 canções onde Zeca apresenta algumas inéditas e as que marcaram sua carreira. O show acontece no dia 27 de fevereiro, às 22h, no Chevrolet Hall, na av. Senhora do Carmo, 230 - Savassi - Belo Horizonte / MG. Ingressos a partir de R$ 60. Outras informações pelo telefone: (31) 3209-8989.

O filme conta a história da vida de Jane, uma dona de restaurante bem sucedida que depois de uma década de separação e uma relação amigável com o ex-marido, o advogado Jake, resolvem ter uma reca-ída. O problema é que Jake acabou de se casar novamente e Jane, agora, se vê como a amante. No meio dessa confusão, chega Adam, arquiteto contratado por Jane, que também está se recuperando de um di-vórcio. Ele apaixona-se por Jane e logo percebe que faz parte de um triângulo amoroso. No elenco Meryl Streep, Steve Martin, Alec Baldwin, John Krasinski, Robert Adamson, Blanchard Ryan, Hunter Parrish.

FilME “EnTrE irMãOS”. ESTAdOS unidOS – iMAGEM FilMS. ESTrEiA 12 dE FEVErEirO. 96 MiM. drAMA

PEçA TEATrAl “ACrEdiTE, uM ESPÍriTO bAiXOu EM MiM”

SHOw dO ZECA PAGOdinHO

FilME “SiMPlESMEnTE COMPliCAdO”. ESTAdOS unidOS – uniVErSAl PiCTurES. ESTREIA: 26 DE FEVEREIRO. 114 MIN DE DURAÇÃO. COMÉDIA ROMâNTICA.

no Escurinho do Cinema

Palcos & Aplausos

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64 Vox Objetiva

Comer bem

Mente Aberta

Ambiente inspirado nas autenticas “Trattorie Italiane”, onde se pode jantar roman-ticamente a luz de velas sob a batuta do chefe e sua equipe, saboreando um bom vinho, ouvindo Canções e Tarantelas Italianas. Em um ambiente requintado com ca-pacidade para 80 pessoas, o Chef Rubens Beltrão, de família mineira e influência ita-liana possui cardápio variado. O local possui área de fumantes, manobrista, ar con-dicionado e acesso a deficientes físicos. O preço dos pratos variam de R$19 a R$56. O horário de funcionamento é de terça-feira a sábado, a partir das 19h. Domingo a partir das meio-dia. O endereço é na av. do Contorno 3.588 – bairro Santa Efigênia. Belo Horizonte/MG. Informações pelo telefone: (31) 3214-0934.

Até o dia 13 de março, Belo Horizonte recebe a exposição de Stéphane Vigny. A artista plástica procura fazer uma crítica social nas suas obras e busca objetos diferentes que se confrontam. Os objetos cotidianos são a base da criação ainda que o artista não os enxer-gue envoltos numa dimensão misteriosa. Vigny procura, sim, novos olhares sobre objetos de uso comum que podem surpreender o espectador. É a primeira vez que a exposição é realizada fora da França. As peças são uma homenagem homônima “A emoção estética”, de Waltercio Caldas, 1977, obra representativa de um período importante da história da arte brasileira. A exposição acontece no Museu Inimá de Paula, na rua da Bahia, 1.201, no cen-tro de BH. Ingressos a partir de R$ 5, estudantes e maiores de 60 anos pagam meia-entrada. Informações pelo telefone: (31) 3213-4320. O horário de funcionamento é de terça-feira à domingo, do meio-dia às 18h. Visite também o site do artista: http://stephanevigny.free.fr/

A fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro ocorreu num dos momentos mais apaixonantes e revolucionários do Brasil, de Portugal e do mundo. Guerras napoleô-nicas, revoluções republicanas, escravidão formaram o caldo no qual se deu a mudança da corte portuguesa e sua instalação no Brasil. O propósito deste maravilhoso livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é resgatar e contar de forma acessível a história da corte lusitana no Brasil e tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam duzentos anos atrás. Escrita por um dos mais in-fluentes jornalistas da atualidade, 1808 é o relato real e definitivo sobre um dos principais momentos da história brasileira.

Além de ser um espaço gastronômico, o espaço abriga trabalhos dos artistas da capital para exposição. A Casa possui capacidade para 80 pessoas e possui quatro ambientes aconchegantes e um cardápio di-ferenciado. A dica de prato é o delicioso risoto de pêra, limão e fun-ghi e como sobremesa um brownie ou tiramissu. O endereço é na rua Congonhas, 527, no bairro Santo Antônio - Belo Horizonte/MG. O ho-rário de funcionamento é de terça, quarta, quinta-feira e domingo, das 17h à meia-noite. Sexta-feira e sábado, das 17h às duas da madrugada. Informações pelo telefone: (31) 3297-3864.

rESTAurAnTE TrATOriA ViA dESTrA

ARTES VISUAIS: EXPOSIÇÃO DE STÉPHANE VIGNy

LIVRO “1808”. AUTOR: LAURENTINO GOMES. 408 PÁGINAS. EDITORA: PLANETA EDITORA. PREÇO: R$ 34,90.

CASA lOunGE CAFé

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65Vox Objetiva

dicionário Aurélio classifica lobby como pressão feita por um grupo, visando influenciar decisões em favor de determi-

nados interesses.E é isso que estamos vendo hoje no Brasil

em relação a Seleção Brasileira e os jogado-res que defenderão nosso pais na Copa do Mundo África 2010.

Estou dizendo isso, porque temos assisti-do isso com uma frequência impressionan-te. Principalmente na disputa Diego Tardelli x Adriano por vaga na Seleção.

Tudo o que Adriano faz é endeusado numa velocidade incrível. Já Tardelli, passa como coisa normal. E as coi-sas que consideram erradas então....

Nossa!!Assistimos nos úl-

timos dias uma onda de criticas ao atacante do Atlético, por causa de sua comemoração nos gols, imitando uma metralhadora. Os falsos moralistas de plantão consideraram um absurdo, uma incitação à violência. Nem se deram ao tra-balho de observar que em 2009, quando se tornou o maior artilheiro do Brasil no ano, ele já comemorava assim. E mais.

Nem procuraram saber que é sua marca registrada, por causa da narração do Mário Henrique Caixa, na Itatiaia, que pronuncia seu nome como se fosse o som emitido por uma metralhadora.

Mas aí existe outro porém. Os que cri-ticaram são funcionários de uma emissora de TV e não fariam propaganda de graças pra uma emissora daqui. Sem contar que

os narradores dessa TV não tiveram a ca-pacidade criativa de inventar algo assim. É mais fácil criticar.

Ao censurarem Tardelli, tentam man-char a imagem do jogador, em detrimento ao Imperador rubro-negro.

Ainda bem que Tardelli já deu o recado e disse que não deve nada a quem o critica e que continuará da mesma forma. Pelo ges-to de personalidade.

Enquanto isso, Adriano some dos trei-nos, passa dias numa favela no Rio, mas tudo bem. Está com proble-mas pessoais e temos que entender.

Fazendo dupla com Vagner Love, já foram apelidados, bajulados, endeusados.

É uma nítida cam-panha bairrista contra um jogador que não atua em terras praia-nas. E olha que Tardelli atuou no mesmo time de Adriano.

Resta saber se o téc-nico Dunga vai em-

barcar nessa história ou vai avaliar o ren-dimento dos jogadores em campo. Aí não adianta bajulação, babação nada.

E por falar em Dunga. Tenho pena do treinador da Seleção Brasileira. Como sofre pressão. Além da disputa Tardelli x Adriano, tem que aguentar o lobby expres-so para que Ronaldinho Gaúcho volte a ser convocado.

E até que está respirando um pouco ali-viado. Imagine se Ronaldo, o ex-Fenômeno estivesse atuando bem no Corinthians....

Coitado do Dunga!!!

oS doIS lAdoS dE UMA MESMA MoEdA

Ao censurarem Tardelli, tentam

manchar a imagem do jogador, em detrimento

ao imperador rubro-negro

OEMErSOn rOMAnO

Comentarista esportivo da rádio Itatiaia

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e s p o r t e s

[email protected]

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66 Vox Objetiva

- MÃOS AO ALTO! - Se for ELEITOR, passe a carteira. - Se for DEPUTADO, passe a mala. - Se for ASSESSOR passe a cueca.

ASSAlTO

PrOVA O cara chega na papelaria e manda plastificar

uma multa por excesso de velocidade.

O balconista, curioso, pergunta

porque ele quer fazer isso:

- isso é pra prova para meus amigos que meu

CHEVETÃO 77 passa dos 80 quilômetros por hora!

r i r faz bemsor r i r também

MÁriO briTOHumorista

FrASES PArA PEnSAr

Em velório não se toca música ao vivo.

Faça como eu, seja você mesmo.

Amanhã é o hojeem relação a ontem.

Bígamo: idiota ao quadrado.

não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar.

Casamento pode até durar pouco, mas ex-mulher

é para toda vida!

Melhor escapar fedendodo que morrer cheiroso.

QuATrO ESTAçÕES

no Carnaval da bahia,

pulando atrás do trio elétrico,

o turista pergunta ao folião do lado:

- Quais são as quatro estações do ano na Bahia?

- Verão, Calor, Abafado e Mormaço.

FinAnCiAMEnTO Um homem entrou na financeira para pagar a ultima prestação de um carrinho de bebê. O funcionário agradeceu, passou o recibo e perguntou: - E o bebê, vai bem?

- Estou ótimo!

PerGUnTa CreTina Por que é que em Janeiro cai a venda do Viagra?

reSPoSTa idioTa Com o iPTU e iPVa todo mundo fica duro.

Foto

divulg

ação

CNH

O café de Minas, que sempre foi famoso, está ficando ainda melhor. O Governo do Estado lançou o Programa de Certificação de Propriedades Cafeeiras – Certifica Minas - para atestar a qualidade do café mineiro em todo o processo produtivo. O programa certifica que as propriedades produtoras estão de acordo com as exigências do comércio mundial, adotando boas práticas de produção, oferecendo um café livre de contaminação, protegendo o meio ambiente e respeitando o trabalhador. E se de um lado, ganham os cafeicultores que podem negociar melhor sua produção, de outro, ganham os consumidores que têm a garantia de levar para casa um café de qualidade superior. Até 2011 serão 1.500 propriedades certificadas em todo o Estado. Café de Minas: qualidade com certificação.

Certif iCa Minas.  É assiM que o Governo e os produtores e s tã o  M u da n d o a f o r M a d e s e  p r o d u z i r C a f É n o e s ta d o .

AdR_VOX_OBJETIVA_Certificacao_Cafe_Segunda_Fase_Seapa_20,5X27,5.indd 1 19/02/10 19:34Diagramação Final.indd 66 23/2/2010 17:28:53

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Foto

divulg

ação

CNH

O café de Minas, que sempre foi famoso, está ficando ainda melhor. O Governo do Estado lançou o Programa de Certificação de Propriedades Cafeeiras – Certifica Minas - para atestar a qualidade do café mineiro em todo o processo produtivo. O programa certifica que as propriedades produtoras estão de acordo com as exigências do comércio mundial, adotando boas práticas de produção, oferecendo um café livre de contaminação, protegendo o meio ambiente e respeitando o trabalhador. E se de um lado, ganham os cafeicultores que podem negociar melhor sua produção, de outro, ganham os consumidores que têm a garantia de levar para casa um café de qualidade superior. Até 2011 serão 1.500 propriedades certificadas em todo o Estado. Café de Minas: qualidade com certificação.

Certif iCa Minas.  É assiM que o Governo e os produtores e s tã o  M u da n d o a f o r M a d e s e  p r o d u z i r C a f É n o e s ta d o .

AdR_VOX_OBJETIVA_Certificacao_Cafe_Segunda_Fase_Seapa_20,5X27,5.indd 1 19/02/10 19:34Diagramação Final.indd 67 23/2/2010 17:28:53

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68 Vox Objetiva

É assim que o BMG trabalha: com transparência, sem deixar dúvidas quando você contrata um crédito com desconto em folha ou benefício. Isso porque, além de oferecer as melhores taxas e parcelamento em até 60 meses, queremos entender você cada dia mais.

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