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"VOS SOIS O CORPO DE CRISTO"

O LEIGO (EQUIPISTA) -PRESENÇA DA IGREJA NO MUNDO

* ESCUTAR A PALAVRA DE DEUS

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UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL

O mês de agosto é tradicionalmente dedicado pela Igreja às vocações. Inserindo-se nesta preocupação, este nümero da Carta Mensal também se volta para o chamado de Cristo feito a todos os homens: 'Vem e segue-me!'. É deste chamado que nos falam Chico e Dina, da ECIR, ao tratarem da convivência de dois sacramentos - Matrimônio e Ordem -no artigo 'Vocação e Sacerdócio', à página 7. Maria, nossa Mãe, como protótipo da vocação cristã, não poderia estar ausente deste número: um profundo e poderoso artigo do Pe. Paredes nô-la mostra como modelo dos 'apaixonados de Deus' (pg. 18).

É ainda de vocação que nos fala o artigq sobre Alec Guinness, o famoso ator britânico, à página 24. Assim, também, o texto sobre o cha­mamento dos primeiros apóstolos, proposto para nossa meditação, l: página 33. Subjacente a todos estes artigos está nossa preocupação com o tema levantado pelo próximo Sínodo dos Bispos: a Vocação dos Leigos. Dois testemunhos a respeito da reflexão dos equipistas sobre o assunto são trazidos para nossa leitura, à página 22 .

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Dois fatos dos meses recentes enchem de alegria o coração de todos aquele.s que, como nós, equipistas, estão engajados e voltados para a espiritualidade conjugal e familiar. Por um lado, a decisão tomada pela Assembléia dos Bispos do Brasil, em ltaicí, em final de abril, de incluir como Destaque do planejamento pastoral dos próximos quatro anos, o tema Família. Um relato dos principais eventos daquela Assembléia está à página 10.

Por outro lado, foi também para o Sacramento do Matrimônio que se voltaram as atenções do Papa João Paulo 11, em sua recente viagem à Ar~entina. A 'Palavra do Papa', à página 4, trata, de forma atual e quase contundente, dessa preocupação do Santo Padre.

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Como prova o espaço ocupado pelas 'Notícias dos Setores' (pg. 28 em diante). a resposta que os leitores da Carta Mensal deram a nosso apelo de maior participação, foi entusiasmante. Muitas das matérias que recebemos tiveram que ficar para os próximos números, em função das limitações que nos impõem as contingências materiais (v. 'Balanço', pg. 26!). Mas é preciso que vocês co.ntinuem assim, principalmente pro­curando orientar-nos para podermos melhor serví-los. Se nos entregarmos, a exemplo da Virgem Maria, nas mãos do Senhor, seremos todos instru­mentos de seu Espírito Santo.

Com nosso fraternal abraço,

A EQUIPE DA CARTA MENSAL

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EDITORIAL

EXULTA MEU ESPfRITO ...

Eis que chegamos no ano do 40.0 aniversário dos Estatutos. ~ uma data que queremos festejar em todo lugar. Haverá celebrações dos mais diversos tipos, como, por exemplo, peregrinações de equipes aos prin­cipais locais de devoção a Maria, ou jornadas de 'portas abertas' em paróquias para melhor fazer conhecer e compreender o Movimento.

Mas este ano de 1987 não é um fim ou um marco. Ao contrário, no imediato, é o encaminhamento para a grande peregrinação mundial a Lourdes, no final de setembro de 1988. Precisamos pensar nisso desde já, precisamos desde já nos pôr a caminho. Para ajudar a todos a cami· nharem juntos, a ERI (Equipe Responsável Internacional) está prepa­rando uma programação que será proposta a todas as equipes. ~ uma programação em duas etapas.

No primeiro momento (últimos meses de 1987): estudo dos docu­mentos de fundação, com base numa antologia que está se elaborando, com a ajuda do próprio Pe. Caffarel. De certa forma, é uma peregri­nação às fontes. ~ bom, após 40 anos, reencontrar o frescor e a inspi­ração das origens, de nos reposicionarmos diante do carisma fundador. Seremos convidados a relermos juntos estes textos fundamentais, tanto para aferirmos o grau de nossa fidelidade à vocação das equipes, quanto para encontrar, ali, um novo fôlego.

Depois desta primeira etapa, seremos convidados a tomar, como tema para nossas reuniões nos primeiros meses de 1988, o Magnificat. Como todos sabem, é o grande cântico de ação de graças da Virgem Maria, que se transformou no de toda a Igreja; é também a oração coti­diana das equipes.

No Encontro de Munich, em setembro de 1986, os Responsáveis internacionais e os Super-Regionais escolheram, em conjunto, este texto como suporte de nosso encaminhamento para Lourdes, e me encarregaram de preparar um documento de trabalho que será transmitido a todos. Na verdade, trata-se de um tema riquíssimo e particularmente adequado a este momento da vida das equipes. '

Daqui até Lourdes, procuremos reconhecer as maravilhas que o Senhor fez, também em nossas vidas. Procuremos dizer-lhe e redizer-lhe: obrigado, obrigado, obrigado! ~ uma palavra que não é tão fácil de pronunciar ... Sabemos que as crianças têm dificuldade em aprendê-lo: freqüentemente parece ficar-lhes atravessado na garganta ...

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Temos tantos motivos para 'viver em ação de graças', como diz São Paulo! A despeito das provações, das preocupações, das angústias, e das decepções que, certamente, não faltam. Não se trata de apagá-las ou de fingir ignorá-las. Pois como poderíamos? Mas mesmo toda esta parte de sombras e de morte vem inserir-se - para finalmente encontrar seu sentido - no grande movimento da esperança.

'Penso, com efeito, que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que deverá revelar-se em nós ... A criação inteira geme e sofre as dores de parto até o presente' (Rom. cap. 8).

Teremos, possivelmente, que reaprender a alegria, reaprender o sen­tido da festa. Paradoxalmente, fazemos com freqüência esta redescoberta no contato com os mais pobres. Pois o Magnificat é, justamente, o canto de ação de graças e de esperança dos pobres. Com eles e com sua porta­voz, Maria, aprendamos a cantar e a dançar nossa alegria para o Senhor: "Exulta meu espírito ... ! "

Este canto de alegria e de esperança, porém, é também uma inter­pelação direta para nós. Devemos nos sentir visados. Devemos nos sentir pressionados para nos colocarmos sob o olhar de Deus.

Uns vinte anos atrás - e desde então esta história já foi contada muitas vezes - em algum país da América Latina, uma mulher, pouco familiarizada com os textos sagrados, havia participado de uma reunião de comunidade de base. O Magnificat tinha sido cantado: "Abate os poderosos de seus tronos, eleva os humildes; sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada ... ". E a mulher tinha voltado para casa, perturbada. Era a mulher de um policial. Perguntava-se se não tinha parti­cipado, sem saber, de uma reunião subversiva.

Quanto a nós, por hábito ou por rotina, acabamos por esterilizar e até anestesiar este cântico surpreendente. Recitamo-lo tranqüilamente, sem pestanejar, sem desconfiar da tremenda reviravolta de valores e do apelo urgente a uma profunda conversão que ali estão contidos.

Seria tempo de redescobrir toda esta força, todo este dinamismo. Quatro ou cinco reuniões não serão demais para refletir nisso. Não serão demais alguns 'deveres de sentar-se'. E em Lourdes retomaremos este mesmo tema, misturando nossas colheitas respectivas. Deveríamos, assim, poder levar uma safra imensa, para depositar aos pés de Maria.

Estou me adiantando, é claro, já que o programa que anuncio é para início de 1988. Mas é preciso, desde já, nos estabelecermos na ação de graças. Precisamos, com Maria, transformar este ano de 1987 num grande canto de amor, para o Senhor que faz maravilhas. Que a cada dia deste ano, ao dizermos o Magnificat, exulte nosso espírito e estremeça em nós a esperança dos pobres!

Bernard Olivier, o.p.

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A PALAVRA DO PAPA

"O amor vem de Deus."

Em recente viagem pela América do Sul, o Santo Padre, na cidade de Córdoba, durante a Santa Missa especialmente de­dicada à família, pronunciou Homilia, da qual destacamos o trecho a seguir:

Desta grande verdade de fé , que animará a vida familiar, de­vem estar especialmente conscientes o homem e a mulher quando, ao aproximarem-se do altar, pronunciam as palavras contidas no Ritual do Sacramento do matrimônio: "Eu. . . te recebo. . . por minha mulher (ou marido), e te prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença amando-te e respeitando-te todos os dias da minha vida".

Tudo isto constitui o conteúdo da aliança matrimonial, me­diante a qual se significa e se realiza o Sacramento do Matrimônio, sacramento grande em relação a Cristo e à Igreja, como lemos na Carta aos Efésios (5, 32).

Ao mesmo tempo, essa aliança sacramental subscreve o pro­grama e os deveres que os esposos assumem para toda a vida. Cada uma das suas palavras descreve, de maneira bem concreta, como é e como deve ser o amor que os une na presença de Deus: na presença desse Deus "que nos amou primeiro", e que é a fonte e o princípio de todo o amor verdadeiro.

Neste programa de vida que contém o pacto conjugal, põe-se de relevo com clareza que o verdadeiro amor não existe se não é fiel. E não pode existir, se não é honesto. Nem sequer se dá - na concreta vocação ao matrimônio -, se não compreende um

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compromisso pleno que dure até a morte. Só um matrimônio indis­solúvel será apôio firme e duradouro para a comunidade familiar , que se baseia precisamente no matrimônio.

Na liturgia do Sacramento pergunta-se também: "estais dis­postos a receber com amor os filhos que Deus vos confiar, edu­cando-os na lei de Cristo e da Igreja?" Com isto se completam as principais características do amor matrimonial, que por sua mesma índole, por vontade de Deus, autor do matrimônio, é chamado a ser humana e cristãmente fecundo, aberto à vida.

Queridas famílias: o amor, que vem de Deus Pai, que se ma­nifesta plenamente no mistério Pascal de Cristo e que o Espírito

Santo difunde em nós é "um poderoso protetor, um sólido apoio" para o cumprimento desse programa e desses deveres; porque "o autêntico amor conjugal é assumido no amor divino e rege-se e enriquece pela virtude redentora de Cristo e pela ação salvífica da Igreja para conduzir eficazmente os esposos para Deus e aju­dá-los e fortalecê-los na sublime missão da paternidade e mater­nidade " (Gaudium et Spes, 48). Graças a esse apôio seguro encon­tramos, no nosso mundo, múltiplos aspectos positivos na situação das famílias, que são sinal da salvação de Cristo operante em nossas vidas.

Todavia não faltam sinais de preocupante degradação a res­peito de alguns valores fundamentais do matrimônio e da família . "Na raiz destes fenomenos negativos está muitas vezes uma cor­rupção da idéia e da experiência da liberdade concebida não como capacidade de realizar a verdade do projeto de Deus sobre o ma­trimônio e a família, mas como força autônoma de afirmação, não raramente contra os outros, para o próprio bem-estar egoístico" (Familiaris consortio, 6).

Nós sabemos, com a segura certeza daquele que "ama e conhece Deus " (cf. 1 Jo 4,7), que não existe autêntica liberdade quando esta se contrapõe ao amor e às suas exigências; que não existe verdadeiro respeito pelas pessoas, se se contradiz o desíg­nio divino sobre os homens.

Oponde-vos, portanto, de maneira resoluta, com a vossa pa­lavra e com o vosso exemplo, a qualquer intento de deteriorar o genuino amor matrimonial e familiar. Precisamente porque o mun­do está vivendo momentos de obscuridade e de desordem no campo da família, devemos pensar, queridos filhos, que é um momento propício . O Senhor teve confiança em vós , e destinou-vos para, mesmo no meio das dificuldades, serdes testemunhas do

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seu amor para os homens do qual deriva todo o verdadeiro amor conjugal.

·Aquele que teme a Deus de nada temerá, nem terá medo, pois o próprio Senhor é a sua esperança" (cf. Ecli. 34, 16). Com­bate i com empenho e coragem, as batalhas do amor. Uma luta que deve começar em vós mesmos e nas vossas famílias, para desterrar egoísmo e incompreensões; uma luta que procura su­focar o mal com a abundância do bem (cf. Rom 12, 17).

O amor matrimonial é certamente um grande dom·, mediante o qual dois seres humanos, homem e mulher, se entregam reci­procamente para viver um para o outro: para si mesmos e para a família. Por conseguinte, esse dom deve ser por eles agradecido ao Senhor, sendo conscientes dele e conservando-o no coração.

Ao mesmo tempo, o amor - precisamente porque supõe a total entrega de uma pessoa à outra - é simultaneamente um grande dever e um grande compromisso. E o amor conjugal é o modo particular. Assim, a união matrimonial e a estabilidade fami­liar comportam o empenho, não só de manter, mas de fazer cres­cer de maneira constante o amor e a doação mútua. Equivocam-se os que pensam que ao matrimônio seja suficiente um amor man­tido com fadiga; é justamente o contrário: os esposos têm o grave dever - contraído nas suas núpcias - de fazer que esse amor conjugal e familiar cresça continuamente.

Há os que se atrevem a negar, e também a ridicularizar, a idéia de um compromisso fiel para a vida toda. Essas pessoas - podeis estar bem certos - infelizmente não sabem o que é amar: quem não se decide a amar para sempre, é difícil que possa amar deveras um só dia. O amor verdadeiro - à semelhança de Cristo - supõe plena doação, não egoísmo; busca sempre o bem da pessoa amada, não a própria satisfação egoísta.

Não admitir que o amor conjugal pode e exige durar até à morte, supõe negar a capacidade de autodoação plena e definitiva; equivale a negar o que há de mais profundamente humano: a liber­dade e a espi ritualidade. Desconhecer, porém, essas realidades humanas significa contribuir para solapar os fundamentos da so­ciedade; porque, nesta hipótese, se poderia continuar a exigir do homem a lealdade à pátria, aos compromissos de trabalho, ao cumprimento de leis e contratos? Nada há de estranho que a di· fusão do divórcio numa sociedade seja acompanhada de uma diminuição da moralidade pública em todos os setores.

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A EC/R CONVERSA COM VOCES

VOCAÇÃO E SACERDóCIO

Nós e todos os homens, desde a criação do mundo, já fomos cha­mados a uma vocação especial: "Façamos o homem a nossa imagem e semelhança" para que dirija a terra, com tudo o que contém! Por esse ato da criação, que se repete para ·cada um segundo a orientação divina ("crescei e multiplicai-vos"), é que todos nos igualamos na mesma voca­ção humana de filhos de Deus e de gestores do universo (cf. Gn. 1, 26-31).

Mas a perfeição da vocação humana mais fortemente se manifestou na história da encarnação. Já no Concílio de Calcedônia, se declarou que em Jesus Cristo não se havia de reconhecer somente a natureza divina de filho de Deus, senão também a natureza humana de filho do homem. E por ser realmente Homem, em Cristo se consubstancia a essên­cia da dignidade e da sacralidade de todas as pessoas. Com a "humani­zação" de Deus nós já não somos somente filhos, mas irmãos e copar­ticipantes escolhidos de sua obra.

Deus se manifesta ainda uma vez a todos, representados pelos discí­pulos mais próximos de Jesus, na efusão do Espírito Santo. O homem já não está no mundo como o escolhido que passivamente, pela sua natu­reza, cumpre os objetivos de Deus. Tem agora o dom e, por isso mesmo · a vocação profética de, em Seu nome, interpretar esses desígnios. Além de filho e irmão, é agora Seu profeta.

No que diz respeito a essa grande dimensão da vocação humana, todos somos chamados, porque é a todos que Deus anseia estender não somente o seu gesto de Criador, criando, mas a salvação do Cristo e a palavra-interpretante do Espírito Santo. A essa vocação todos podem responder, com o zelo pela herança da natureza, com respeito pela digni­dade humana e amor ao próximo, com a busca incessante da verdade. E é no interior dessa vocação mais ampla que podemos compreender melhor a vocação de cristãos.

No meio de todos os povos, quis Deus distinguir o seu povo. No antigo testamento, o povo da preparação que ele guiou desde a Babi­lônia, tirou das agruras do Egipto, e instalou na Palestina. No novo testa­mento, o povo de Deus que é sua Igreja, por um lado humana e insti­tucional, por outro, divina. Somos, pois, um povo escolhido entre os povos de Deus, na esperança da vocação especial com que fomos cha­mados, formando um mesmo corpo, um mesmo espírito, assim como não há senão um só Senhor, uma só fé, e um só batismo (Efes. 4, 1-5) .

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No quadro mais geral da condição e vocação humanas, dispomos das condições peculiares da vocação de cristãos.

Pelo batismo e pelos outros sacramentos, fomos inseridos no Corpo Místico de Cristo. Somos, então, já muito mais que filhos, irmãos ou profetas, porque fomos assimilados a Ele, identificapos no próprio mis­tério de sua Palavra, de sua Verdade e de sua Vida. Todos, enquanto membros da Igreja, partilhamos dos favores e compromissos dessa voca­ção: "comum é a dignidade de membros, pela regeneração em Cristo; comum a graça de filhos, comum é a exigência da perfeição; uma só salvação, uma só esperança e indivisa a caridade" ~. A mesma igualdade de todos os homens, sem distinção de tempo e lugar, raça ou nação, constituição ou sexo, condição social ou ideologia, que nos iguala e compromete na vocação humana, agora se especifica e se particulariza na igualdade de cristãos, porque, em Jesus Cristo, todos somos um (Gl. 3,28). E ao lado da missão humana, temos agora a missão cristã que nos é conferida pela redenção e pelo batismo.

Trata-se de uma graça, de u"m dom, de um direito, mas também de um compromisso e obrigação: a de sermos todos "sacerdotes". Um dos aspectos desse "sacerdócio comum" é o de fazer tudo o que Cristo fez, e em memória do Cristo. Não somente nos momentos de mais intensa presença dEle, no ritual litúrgico, mas em todos os momentos da vida que já não é só nossa, pois é parte da vida de Cristo. Um ministério que é consagração, testemunho e apostolado permanentes.

Enfim, dentro do povo de Deus, alguns, muito mais de perto, são ainda chamados para o "sacerdócio ministerial". Pelo sacramento da ordem, os sacerdotes recebem a missão especial de ser o coração e as veias que nos animam com o sangue de Cristo que eles consagram e distribuem na eucaristia; são o cérebro, que analisa e interpreta todos os sinais exteriores no quadro teológico da palavra de Deus. Nesse duplo papel de alimentar e orientar, que lhes vem da escolha e da autoridade do próprio Jesus, são os que devem manter a unidade, a coesão, o amor e a vida que nos fazem imagem de Deus, imagem do Cristo e manifes­tação do Espírito.

A vocação sacerdotal e a vocação dos cristãos se confunde com a missão da Igreja: a de estender a todos os homens a consciência e a ação adequadas aos desígnios de Deus na criação; a de incorporar todos os homens na história da redenção e de colocar à sua disposição os instrumentos da salvação; a de traduzir em sua vida a Palavra do Espí­rito Santo, como testemunhas e profetas.

Vale a pena falar dos chamados que Deus faz a cada um. Como ouvi-Lo? No antigo testamento, Ele falava diretamente a seus escolhidos,

* Confira Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo. Vinte Anos depois áo Concílio Vaticano 11, pás .. 19 e segs., tanto para esta citação como para os parágrafos seguintes.

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nos sonhos, por meio de seus arcanjos, pelos profetas, por sinais como os da sarça ardente. Depois que instituiu a sua Igreja, é nela e por ela que nos fala. Por isso, é reunidos como Igreja, na comunidade, na equipe, na família, que o Espírito se manifesta e manifesta sua vontade em relação a nós.

E também nesse ambiente que Ele pode falar aos jovens, sobretudo para o chamado especial ao sacerdócio ministerial. E preciso que eles vivam no interior de uma comunidade e família em que a Palavra de Deus não seja somente palavras, mas esteja impregnada em todas as ações, como uma prática de vida. E é interpretando os acontecimentos nesse quadro de vida cristã que os jovens poderão descobrir a sua pró­pria vocação.

Por aí se vê o papel importante dos casais que se reúnem nas equi­pes, com o sacerdote, para aprofundar e intensificar dentro de seu lar, as condições favoráveis à manifestação do Espírito Santo. Não que de­vamos pretensiosamente esperar que Deus chame nossos filhos ao sacer­dócio. Em primeiro lugar, vivendo a vocação específica de casais cristãos, o amor de Deus e o amor ao próximo, estamos abrindo as portas e os corações dos nossos filhos e dos jovens que com eles convivam cristã­mente, para que Deus lhes fale e para que eles entendam o seu chamado e o sigam. Além disso, é nesse ambiente que poderemos multiplicar nossas orações para que Deus continue provendo sua Igreja dos sacer­dotes santos de que ela tanto necessita.

Chico e Dina

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Neste mês de agosto, transcorre o 5.0 aniversário de falecimento de Pedro Moncau. E de grande alegria no entanto, se verificar como aquele que foi o iniciador do Movimento das E.N.S. no Brasil, ainda é lembrado. Pedro Moncau não morreu, pois o seu ideal vive entre nós. -Em carta recente de Frei Domingos Maia Leite O.P. a D.a Nancy, ele recorda mais uma vez, o que Dom Benedito Ulhoa Vieira afirmou: "E um dos nossos leigos santos, canonizado no interior de todos que o conheceram."

N.R. - No próximo mês de setembro, será publicada a carta de Frei Domingos, na íntegra.

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A PALAVRA DE NOSSOS PASTORES

ASSEMBL!:IA DOS BISPOS

Embora com a defasagem decorrente dos prazos de produção de nossa Carta Mensal, damos aqui alguns dos tópicos mais impor­tantes da Assembléia de nossos bispos, que se reuniu em ltaicí, entre 22 de abril e 1.0 de maio de 1987.

a. O Episcopado definiu o Objetivo Geral e três Destaques para a pastoral do Brasil nos próximos quatro anos. Em seu con­junto o Objetivo e os Destaques oferecem a orientação e garantem a unidade para as atividades em todos os níveis da Igreja no Brasil.

"Evangelizar o Povo Brasileiro em processo de transformação social, econômica, política e cultural, anunciando a plena verdade sobre Jesus Cristo, a Igreja e o Homem, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, pela libertação integral do homem, numa crescente participação e comunhão, visando formar o Povo de Deus e participar da construção de uma sociedade justa e fra· terna, sinal do Reino Definitivo". Este o Objetivo Geral.

Além deste elemento unificador da ação eclesial no país, os bispos votaram em ltaicí três Destaques, que deverão merecer cuidadosa atenção pastoral em todos os níveis de atuação nos pró­ximos quatro anos :

- MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

-JUVENTUDE

- FAM(LIA.

b. Eleição da direção da CNBB.

Foram eleitos os seguintes novos dirigentes:

- Presidente:Dom Luciano Mendes de Almeida, bispo auxi­liar de São Paulo;

- Vice-Presidente: Dom Paulo Eduardo Andrade Ponte, arce­bispo de São Luiz do Maranhão;

- Secretár io Geral : Dom Antonio Celso Queiroz, bispo auxi­liar de São Paulo.

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Para a Comissão Episcopal de Pastoral, nas suas respectivas 'Linhas ', foram eleitos os seguintes responsáveis :

Linha LEIGOS: Dom Marcelo Carvalheira, de Guarabira, PB.

Linha MINISTERIOS: Dom Jayme Chemello, de Pelotas. RS.

Linha 2 - AÇÃO E ANIMAÇÃO MISSIONARIA: Dom Vicen­te Zico, de Belém do Pará.

Linha 3 - CATEQUESE E EDUCAÇÃO: Dom Walter Bini, de Lins, SP. (Falecido recentemente - N.R.)

Linha 4 - LITURGIA: Dom Clemente lsnard, de N. Friburgo, RJ.

Linha 5 - ECUMENISMO: Dom Aloísio Bohn, de S. Cruz do Sul, RS.

Linha 6 - AÇÃO SOCIAL: Dom Afonso Gregory, do Rio de Janeiro, RJ .

Linha 6 - COMUNICAÇÃO SOCIAL: Dom Serafim F. Araujo, de Belo Horizonte, MG.

c. Posse do novo Presidente. A emoção marcou o discurso de posse de Dom Luciano na

Presidência da CNBB, no encerramento da Assembléia. Agradeceu o testemunho de união e dedicação de todos sobretudo nos mo­mentos mais difíceis. Colocou a sua posse dentro da festa de Páscoa, do Dia do Trabalhador e do Ano Mariano. A luz da Páscos, renovou sua plena adesão a Jesus Cristo, o único Pastor e a Ele ofereceu os serviços da Conferência. Reiterou seu compromisso de servir à CNBB com dedicação e humildade, a exemplo de São José Operário. Invocou as bênçãos da Padroeira do Brasil para as atividades do novo quadriênio. Confirmou sua vontade de continuar dando ao povo o melhor de sua vida , sobretudo aos mais sofridos. Declarou que dará o máximo de sí para o bem da Igreja no Brasil.

d. O Ano Mariano no Brasil. Um dos documentos aprovados nesta 25.• Assembléia diz res­

peito ao Ano Mariano, que se estende do Dia de Pentecostes de 1987 até a Festa da Assunção de 1988 (ver C.M. de maio e de junho/julho). O documento reafirma os objetivos colocados pelo Papa e dá sugestões para o Povo de Deus viver o Ano Mariano. Diz que sua finalidade é favorecer a devoção mariana, renovando a adesão a Deus, segundo o exemplo da Virgem; destacar a pre­sença especial da Mãe de Deus na vida de Cristo e da Igreja ; promover uma leitura nova daquilo que o Concílio falou sobre a Virgem ; Incentivar uma autêntica espiritualidade mariana; envolver a Igreja toda num empenho concreto de opção pelos pobres, a fim

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de que também os não-crentes vejam o testemunho deste amor preferencial da Igreja e louvem ao Senhor.

As sugestões se colocam em três níveis: de estudo, de cele­bração e de devoção. Em nível de estudo, aprofundar a Verdade sobre Maria~ lugar de Maria no Ano Litúrgico; raízes da devoção mariana no Brasil; caráter evangélico do Rosário; presença da Virgem nas artes; o pensamento mariano de João Paulo 11, de Puebla e do Vaticano 11, através de cursos, novena em família, reuniões de base e pelos meios de comunicação social. Em nível de celebração, indicar na Diocese a igreja que será o centro do Ano Mariano; incentivar peregrinações a santuários marianos; va­lorizar as festas marianas do calendário litúrgico; motivar o povo a rezar o 'Magnificat'; promover paraliturgias, autos-marianos com crianças e jovens; valorizar os exercícios de piedade mariana co­mo o Terço, o Angelus, as Ladainhas e outros, tudo com a finali­dade de viver a solicitude de Maria pelas pessoas, sua função maternal de Porta-Voz do Filho, seu apelo à conversão. Em nível de devoção, conduzir à imitação da Virgem promovendo o culto de adoração ao Senhor; mostrar a ligação profunda entre a devoção à Virgem e o culto da Eucaristia; incentivar a reflexão ecumênica a respeito de "nossa Mãe comum"; dedicar o mês de maio. as assembléias regionais e diocesanas a celebrações marianas em 1988.

Os bispos concluem seu documento, esperando que o Ano Mariano leve "todos os cristãos" a um amor mais profundo à Virgem Maria, a uma espiritualidade cada vez mais cristã e à reali­zação da vocação universal à santidade.

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ORAÇÃO PELOS SACERDOTES Senhor Jesus Cristo, I que para testemunhar-nos o vosso amor infinito, I ins­tituíste o sacerdócio católico, I a fim de permanecerdes entre nós, pelo ministério dos padres, I enviai-nos santos sacerdotes! J Nós vos pedimos por aqueles que estão conosco I à frente de nossa comunidade, I especialmente o vigário de nossa paróquia. I Pedimos pelos missionários que andam pelo mundo, I enfrentando o cansaço, perigos e dificuldades I para anunciar a Palavra da Salvação. I Pedimos pelos que se dedicam ao serviço da cari­dade, I cuidando das crianças, I dos doentes e dos velhos, I de todos os que sofrem e estão desamparados. I Pedimos por todos aqueles que estão a serviço do vosso Reino I de Justiça, de Amor e de Paz, I seja ensinan­do, I seja abençoando, I seja administrando os sacramentos da salvação. I Amparai e confortai, Senhor, I aqueles que estão cansados e desanima­dos, I aqueles que sofrem injustiças e perseguições por vosso nome, I aqueles que se sentem angustiados diante dos problemas. I Fazei que eles todos sintam I a presença de vosso amor I e a força de vossa Providência. I Amém.

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PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇOS

"Reservar, todos os dias, o tempo necessário para um verdadeiro encontro com o Senhor."

MEDITAÇÃO

Nos primeiros tempos de vida do Movimento, este Ponto Concreto de Esforço era reservado ao Casal Responsável.

Houve um aproveitamento tão grande dos Casais Responsáveis, em decorrência desse meio de aperfeiçoamento, que a Meditação foi reco­mendada como Ponto Concreto de Esforço a todos os casais equipistas, a partir do ano de 1976.

"A meditação, - escreve Santa Teresa de Ávila -, é, a meu ver, uma relação íntima de amizade em que se conversa a sós com Deus, que, sabemos, nos ama." "A meditação pode revestir formas diversas, segundo as etapas da vida espiritual, ou também segundo as escolas. Pode ser mais metódica ou mais espontânea. Dar mais lugar à reflexão ou a atos interiores do coração ou da vontade. Simplifica-se progressivamente e tende a tornar-se, sob a ação do Espírito Santo, uma presença de Deus que habita no centro da alma".

O Movimento nos recomenda, para esse meio de aperfeiçoamento:

Reservar, isto é, pôr de parte; destacar com destinação certa; todos os dias-;-MESMO, sem "feriados", "fins de semana" etc.;

o tempo necessário e esse tempo fica ao critério de cada um; antes, reco­mendava-se que a meditação durasse dez minutos, mas agora pen­sa-se que o "tempo necessário" é aquele proporcional ao nosso Amor para com Deus; Cônego Caffarel, na sua estada no Brasil, por volta do ano de 1962, foi indagado por um casal sobre esse "tempo ne­cessário", uma vez que supunha o argüente que dez minutos era "muito tempo" e Cônego Caffarel retrucou, dizendo: - "Se você acha muito dez minutos, faça uma meditação de meia hora e logo achará que dez minutos é tempo curto demais";

para um verdadeiro encontro com o SENHOR e esse encontro exige dependência de nossa parte, e, também arrependimento. Dependên­cia que é muito mais que mera submissão (videira x sarmento), e arrependimento que é "sentimento agudo de nossa indignidade ra­dical diante da santidade de Deus".

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A "experiência" nos tem ensinado que se não reservarmos um tempo para a meditação e a realizarmos com assiduidade, não se chega a ter um verdadeiro encontro com o Senhor. Quando nos contentamos em fazer a meditação "na hora que der", não a fazemos ou a fazemos sem a serenidade necessária para tornar possível nossa inserção no Senhor (falar-Lhe e ouvir o que Ele nos tem a dizer). A "meditação" "feita às carreiras", guardadas as medidas, é como uma visita à casa paterna, do lado de fora e "berrando" um cumprimento (pode "emocionar" os vizi­nhos, que dirão: - todos os dias ele vem "ver" o pai, mas, por óbvio, não satisfaz nem ao pai nem ao próprio filho que acabará por compreen­der que está, tão só, cumprindo uma "rotina", numa injustificável falta de amor filial).

Na "Carta Mensal n.0 16 - das Equipes Novas" (Cartas antigas), há um testemunho que vale ser transcrito aqui:

"Lugar - atitude - forma de meditação: O esquema que se segue é bastante representativo da forma da minha oração: - Não sou nada. Vós sois tudo. Bom dia, aqui estou. Sou eu, ouso falar-Vos. Obrigado por me acolherdes. Ofereço-me a Vós. Amo-Vos com todas as minhas forças. O que Vos ofereço não é nada, é tudo o que tenho e que sou".

Nessa mesma "Carta Mensal n.0 16", há outros lembretes:

Dificuldades: a) - a preguiça - poderá acontecer muito. Quan­do, excepcionalmente, não tivermos tempo para a meditação, pode­remos reduzir sua duração, mas isto dentro do momento reservado para ela.

b) - a distração - neste caso, devemos pedir perdão a Deus e sua ajuda. Se Ele nos pediu, se é Sua vontade, logo posso conseguir. Devo ter confiança n'Ele. Deus quer, e se Ele o quer serei capaz porque Ele o tornará possível.

Oração-arte: - "A oração, com efeito é uma arte. Quem quer praticar datilografia, tem que se exe~citar por muitas semanas. Você que hoje toca uma sonata de Beethoven, por certo martirizou seus vizi­nhos por muitos anos. Rezar se aprende e jamais se acaba de apren­der. Cada dia mais se aprende".

Vamos meditar.

Ma. Helena e Nicolau Zarif

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NOTICIA

Faleceu em Paris, em Maio deste ano, Mareei Delpont. Perdemos um grande e devotado amigo. Casal de Ligação entre o Movimento no Brasil e a ERI (Equipe Responsável Internacional) durante 16 anos apro­ximadamente, de 1963 a 1979, Mareei, ao lado de Yvette, sua esposa, sempre dispensou a tudo o que se referia às nossas equipes, uma grande solicitude.

Aprendeu português para ler e responder os relatórios que lhes che­gavam às mãos. Na parede de sua casa, relata Pedro Moncau que lá se hospedou em 1963, havia um mapa do Brasil onde eram assinaladas as equipes e onde ele registrava os progressos de nossa expansão.

Acompanhou o Cônego Caffarel, por ocasião de sua visita, em 1972. Pouco depois de seu regresso, os sintomas de uma grave doença se manifestaram. Doença longa, que provavelmente o vitimou e cujos so­frimentos oferecia na intenção das equipes brasileiras. Estava, assim, sempre presente pelo seu carinho e, temos certeza, junto do Pai con­tinua a olhar por nós.

Que ele esteja presente em nossas preces .

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VIDA E OBRA DOS SANTOS

Santo Afonso Maria de Ligório, ex-menino prodígio, ex-advogado de 19 anos, é ordenado sacerdote aos trinta anos, em 1726. Seis anos depois, funda a con­gregação do SS. Salvador, hoje, do SS. Redentor (redentoristas). Após ter servido ao povo de Deus como bispo, por 19 anos, e com uma obra literária já bastante extensa, dedicou os últimos doze anos de sua vida à redação de outros livros, entre os quais "A prática do amor a Jesus Cristo" e "Preparação para a morte". Expressou sua devoção a Maria· com "As glórias de Maria". Morreu em 1787 e sua festa se celebra no dia de sua morte, 1. 0 de agosto. E dele a oração que segue:

ORAÇÃO DE SANTO AFONSO A NOSSA SENHORA

O Rainha e Mãe de misericórdia, que concedeis as graças a todos aqueles que vos invocam, com tanta liberalidade porque sois Rainha, e com tanto amor porque sois nossa Mãe amantíssima; a vós hoje me encomendo, eu, tão pobre de merecimentos como carregado de dívidas para com a divina justiça. Em vossas mãos, ó Maria, está a chave das misericórdias divinas. Não olvideis a minha penúria e não me abandoneis em minha pobreza. Sois tão liberal com todos, e acostumada a dar mais do que vos pedem. Mostrai a mesma liberalidade em meu favor!

Protegei-me, Senhora minha; eis o que vos peço. Nada receio se me protegeis. Não tem'o os demônios, porque vós sois mais poderosa que todo o inferno; não temo os meus pecados, porque vós com uma só palavra que faleis a Deus, podeis alcançar-me o perdão de todos eles. Tendo eu o vosso favor, não temo nem mesmo a cólera de Deus; pois basta uma súplica vossa para aplacá-lo. Enfim, se me protegeis, espero tudo, pois que tudo vós podeis.

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6 Mãe de misericórdia, eu sei que tendes prazer e vos gloriais em ajudar os pecadores wAis miseráveis, e que os podeis ajudar, contanto que não sejam obstinados. Eu sou pecador, mas não sou obstinado; quero mudar de vida. Podeis, pois, ajudar-me; valei-me e salvai-me. Ponho-me hoje nas vossas mãos. Dizei-me o que hei de fazer para dar gosto a Deus, que eu o quero fazer; e espero fazê-lo com vosso socorro, ó Maria, minha Mãe, minha luz, minha consolação, meu refúgio, minha esperança.

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VOCAÇÁO DE MARIA Protótipo da Vocação Cristã

A vocação de Maria é um chamamento a com­partilhar o destino apostólico dos cristãos sob a ação fecunda do Espírito Santo.

O núcleo da vocação cristã

Quando se dirige a um homem, a Palavra de Deus proclama somen­te que é "filho de Deus". A Palavra indica que, depois da vinda de Jesus Cristo ao mundo, todo homem se encontra na Luz da Vida, que o in­fluencia, predetermina, agrade-lhe ou não. Esta luz brilha no lugar que todo homem ocupa; atinge-o, rodeia-o e o penetra. Deus pronunciou um Sim definitivo sobre o mundo e acolheu indefectivelmente o homem, tal qual ele é, em seu pecado, como filho no seu Filho morto e ressuscitado. Esta é a Luz que transformou a perspectiva teológica de nossa huma­nidade. A vocação se deu antes de concretizar-se na vida de cada pessoa, assim como a Luz ilumina o homem, mesmo que esteja dormindo, tenha os olhos fechados ou seja cego.

De fato, dá-se a vocação, porém, quando a Luz da Vida invade o homem, perdoando-lhe o pecado e consagrando-o gratuitamente, e quan­do esta invasão é acolhida na fé e na gratidão. Nem todos os homens viveram esta experiência nem ouviram este convite. Isto não quer dizer, contudo, que haja coração humano, pensamento, querer, impulso e his­tória que, por obra do Espírito Santo, não sejam destinados a encontrar em Jesus Cristo sua perfeição e destino.

Vocação é ver-se situado na Luz da Vida e interpelado pessoal e insubstituivelmente por ela. Todo homem tem uma vocação em seu futu­ro: ser cristão. A vocação dá um novo sentido a toda a humanidade. "Os estrangeiros de hoje serão os irmãos de amanhã". A vocação leva o homem não à terra estrangeira, mas à sua própria pátria.

B este, e não outro, o núcleo da vocação cristã: iniciar e viver a experiência duma nova relação com Deus - que se converte para o homem em Luz de Vida, que penetra e revitaliza todo o seu ser, e em Pai que nos dá um novo ser. Fundamentalmente, esta é a experiência vocacional de Maria, que dá início a uma nova consciência de eleição no mundo.

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A vocação cristã é primordialmente experiência da filiação divina, que renasce de forma poderosa no húmus do nosso ser humano. Nela se dá uma nova tomada de posição diante de Deus, como filho de Deus. B um momento que estabelece nossa existência.

"Uma nova história começa, quando se produz uma vocação" B o momento em que Deus nos visita; esse encontro plenifica nosso

tempo e gera história: tempo de graça e história de salvação.

O chamamento à vida cristã é uma maneira de refratar-se, na his­tória e na humanidade, a única vocação a ser filhos de Deus, que ele mesmo incrustou em nosso ser. Não é uma nova vocação, mas sim a mesma, porém mais individualizada e personalizada.

Vocação e compromisso

Qual foi a resposta de Maria? Lucas colocou nos seus lábios uma palavra de compromisso: "Eis

aqui a serva do Senhor" (Lc 1,38). Esta é a palavra da Virgem, aquela que define totalmente a sua disponibilidade. Para Maria, crer é respon­der à sua vocação. Por isso, em sua saudação resumiu Isabel da seguinte forma o sentido do seu destino: "Bem-aventurada és tu que creste, pois hão de se cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!" (Lc 1,45).

A vocação exige um compromisso e uma atuação imediata. O con­vite de Deus, como mais tarde os chamamentos de Jesus, é incondicional, irrevogável. Nada pode interpor-se entre Deus e o convidado. Não vale dizer: "Senhor, permite-me ir primeiro ... " (Lc 9,59-62), não serve esta­belecer condições ao seguimento. Deus exige compromisso imediato: "Segue-me!" Maria mostra a prontidão e a presteza na sua resposta: "Eis aqui a serva do Senhor", e dispõe-se em seguida a visitar sua prima para contemplar o "sinal" da sua vocação. E por esta razão estaria dis­posta a abandonar José, a perder sua própria honorabilidade social, seus projetos humanos. Maria abandona tudo: seus planos, seu próprio matri­mônio . . . para com isso responder a Deus.

Maria teve que ir assimilando, aos poucos, o Evangelho. Manteve seu Sim durante sua vida inteira<1>. Sua atitude foi de extraordinária docilidade. Identificou-se tanto com seu Filho que as condenações, que sobre ele recaíam, incidiram também nela. Participou do opróbrio de Jesus, condenado como um criminoso. Sua presença na cruz representou o acolhimento do desprezo do mundo, solidária com Jesus. Ali experi­mentou a sede de Deus, que compartilhava com seu Filho (cf, Jo 19,28):

(1) "A partir do consentimento que ela fielmente prestou na Anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve" (LG 62a).

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"Assim, de modo inteiramente singular, pela obediência, fé, espe­rança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas" (LG 61 b).

Mas também ressuscitou com seu Filho na manhã de Páscoa. O aleluia pascal inundou-a de felicidade. Ela, a crente bendita, assistiu ao renascimento da vida, da fé, ao brotar do Espírito no meio da comu­nidade de Jesus (cf. At 1,14).

Mas estas circunstâncias não entristecem Maria. A vocação é fonte de felicidade. Maria está louca de alegria. Os dois convites, o do anjo (Lc 1,28) e o de Isabel (Lc 1,45), são um chamamento à felicidade: "Alegra-te!", "Bem-aventurada és tu!". Em torno dela, tudo se alegra: sua prima e a criança que traz em seu seio (Lc 1,42-45), os pastores (Lc 2,10-11), os magos (Mt 2,10), os anjos (Lc 2,10-14)<2>. Maria, a Igreja pela boca de Maria, prorrompem num canto de alegria: "Meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador ... ; desde agora, me procla­marão bem-aventurada todas as gerações" (Lc 1 ,46-48).

A felicidade de Maria contagiou, no dia de Páscoa, a comunidade­germe da Igreja. Daí em diante a expressão "Bem-aventurada és tu que acreditaste" seda dirigida simultaneamente a Maria e à Igreja, a todos os que acolhem com absoluta disponibilidade a palavra con-vocadora de Deus.

A vocação de Maria, modelo da nossa vocação

A vocação de Maria não é a mesma que a vocação duma religio­sa de clausura, nem a vocação a uma vida em .comum que acaba em si mesma; não é a vocação ao cumprimento de um horário ou duma ordem doméstica, nem é vocação a uma pobreza de regra; não é uma simples vocação ao matrimônio ou a uma submissão constante à vontade de seu esposo. Todos estes aspectos são circunstanciais; talvez necessários para a caracterização duma vocação, porém não decisivos e imprescin­díveis na sua essência. A vocação de Maria é um chamamento a com­partilhar o destino ainda indecifrável do seu Filho.

Assim é exatamente toda vocação que vem do Pai : um processo vital, uma geração espiritual. Maria, mulher jovem e audaz, aceita a aventura e pronuncia o Sim, cheio de simplicidade e de vigor. A vocação de Maria a privilegia como filha de Deus e Mãe do Filho de Deus, porém a partir da simplicidade e humildade, que derruba o orgulho, da pobreza virginal, criadora duma nova relação de amor, da abnegação que faz os demais crescerem, do amor alegre que contagia de alegria.

(2) "Manifesta-se no dia de natal, quando a Mãe de Deus mostrou, cheia de alegria, aos pastores e magos seu filho primogênito, que não lhe violou, mas sagrou a integridade virginal" (LG 57a).

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Nestas marcas de sua vocação ganham sentido e profundidade as diversas vocações na Igreja. ·

A vocação de Maria só pode ser compreendida pelos homens e mulheres que tenham experimentado, alguma vez, a paixão de Deus, pelos que sintonizam com os humildes e os pobres. Da mesma forma, a vocação do Reino de Deus só pode ser compreendida pelos que assu­mem interiormente uma atitude de pobreza espiritual. Os soberbos, os vaidosos e os auto-suficientes rejeitarão Maria e, com ela, toda forma que se inspire nela.

Quando nós batizados compreendermos que também nossa vocação é um convite à alegria - embora muitas vezes nos perguntemos angus­tiosamente: como será isto? -, que temos de viver, portanto, em cons­tante atitude de disponibilidade diante de Deus; quando nos for reve­lada a fecundidade de nossa fé e de nossa compaixão, então viveremos a nossa vocação como uma bem-aventurança e não poderemos refrear a invocação espontânea de nosso coração que diz a Maria: Mãe!

(José Cristo Rey Garcia Paredes é sacerdote claretiano, professor de teologia e diretor da revista "Vida Religiosa" em Madri, Espanha. Texto originalmente publicado na revista "Ave Maria") .

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AS E.N.S. E O S/NODO

A Carta Mensal começa a receber alguns subsídios sobre reflexões feitas em equipe ou em setor a res­peito do tema do próximo Sínodo dos Bispos: "Vo­cação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, 20 anos depois do Concílio Vaticano 11". Damos a seguir dois testemunhos a respeito.

I. TROCA DE ID:eiAS EM EQUIPE

Com base no Tema de Estudo, a nossa Equipe por sugestão do Conselheiro Espiritual Pe. Giovanni Incampo, aproveitou a Reunião Mensal para fazer um levantamento de nosso engajamento em atividades pastorais e de nossa disponibilidade para este apostolado, com vista ao chamado da Igreja para a missão específica dos leigos.

Considerando a extensão do campo que pode ser atingido, chegamos à conclusão de que todos nós temos condições para, de alguma forma, participar deste trabalho. É só escolher um caminho - de acordo com nossa personalidade, nossos "talentos", nosso carisma, NOSSA VOCA­ÇÃO - e assumir seriamente o NOSSO APOSTOLADO. Cada um - pessoalmente ou em casal - deverá enfrentar e resolver algumas difi­culdades como horários, condução, entrosamento nas pastorais e até um bom relacionamento com o Vigário da Paróquia. Tudo poderá ser supe­rado se houver o DESPOJAMENTO necessário e indispensável para assumir uma missão, principalmente quando se trata de uma MISSÃO DE APOSTOLO.

Constatamos que vários membros da Equipe já estão participando em diversas atividades, entre as quais destacamos Catequese, Liturgia e Curso de Noivos. Alguns sem mais tempo disponível, outros ainda em condições de assumir outros trabalhos. O mais interessante é que todos sentiram a necessidade de participar e até descobriram SUA VOCAÇÃO para diversas atividades.

Sabemos que como em nossa Equipe, existem dentro do Movimento muitos casais engajados em trabalhos paroquiais, comunidades, creches e outros diversos apostolados, mas há sem dúvida milhares de equipistas que tem muito para dar e, seja por falta de confiança, oportunidade e quantas vezes pelo próprio comodismo, ainda não descobriram sua VO­CAÇÃO DE LEIGO e a "riqueza" a ser transmitida a tantos "pobres" que os esperam de braços abertos.

Respeitando em primeiro lugar a própria vocação, damos, como equipistas, ênfase especial para o trabalho relativo à Pastoral Familiar. De todos nossos estudos, dos meios de aperfeiçoamento à nossa dispo-

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s1çao, das meditações diárias, dos Retiros, do Dever de sentar-se e de forma especial de nosso TESTEMUNHO DE VIDA ( ... ?) na procura da espiritualidade conjugal e familiar, quanto poderia ser transmitido a outros casais, aos jovens e principalmente àqueles que se preparam para o matrimônio ou que iniciam sua vida matrimonial, dando-lhes subsídios que os ajudem na tarefa de formar familias cristãs no meio de nossa sociedade, tão distante de Cristo!

E você? Já descobriu e ASSUMIU A SUA VOCAÇÃO?

Angela e Francisco Vifias

Equipe N. S. de MONTSERRAT

São Paulo/D

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11. DEBATES NUM SETOR

Trinta e quatro casais dos Setores de Londrina se reuniram para um debate em torno do texto dos "Lineamenta". Após palestra profe­rida pelo Pe. Giocondo, dividiram-se em seis grupos de debates e, no final do dia, fizeram uma discussão em plenário. Três foram as per­guntas propostas:

1. Qual seria, para nós leigos, o maior obstáculo para o nosso pleno crescimento e a nossa plena inserção na Igreja? (Escolher os três obs­táculos mais citados dentro do grupo de debates e responder às perguntas seguintes com base na resposta deste quesito).

- Em resumo, foram apontadas as seguintes causas de dificuldades: o comodismo dos leigos; a falta de diálogo com o clero; a falta de moti­vação por parte dos sacerdotes; a falta de preparação dos leigos e a resistência do clero às mudanças sugeridas.

2. O que nós, leigos, devemos fazer com urgência e empenho, para eliminar os obstáculos apontados?

- Em síntese, indicaram-se as seguintes soluções para maior inserção dos leigos: a luta contra o comodismo; melhorar o diálogo com o clero; procurar conhecer melhor o nosso papel de cristãos e instruirmo-nos para poder assumir este papel.

3. O que o clero deveria fazer para essa mesma finalidade? - Resumindo, os grupos propuseram que: os sacerdotes ouçam

mais os leigos; procurem trabalhar mais com eles; procurem conhecer melhor o dia-a-dia dos leigos; que se convertam mais e procurem divulgar a necessidade de inserção dos leigos.

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A CONVERSÃO DE ALEC GUINNESS

Ator fabuloso, o Alec Guinness. Sempre diferente e sempre igual, nos personagens criados ao longo de sua extensa carreira, no palco e na tela. Através de suas 'Memórias', descobre-se sua alma humilde e fraterna, fiel aos amigos, para compensar a carên­cia afetiva de uma infância sem família.

No dia 24 de março de 1956, na bela igreja de São Lourenço, de Petersfield, próximo da casa de campo dos Guinness o ator, então com 42 anos e já famoso, era admitido no seio da Igreja católica romana, por intermédio de seu amigo, o Pe. Clarke, tam­bém ex-anglicano. " Como inúmeros convertidos que me precede­ram , escreve Alec Guinness, tive a sensação de voltar ao aprisco."

Alguns meses depois, enquanto filmava 'A ponte do Aio Kwai' no Ceilão, sua esposa Merula deu-lhe a notícia que também se convertera . "Veio passar algumas semanas comigo, e assim pude­mos celebrar juntos nosso primeiro Natal católico, numa igrejinha sob os coqueiros ." Os dois tinham sido precedidos em sua con­versão por seu filho único Matthew, interno no colégio jesuíta de Beaumont.

A história desta conversão fam iliar detém um lugar central nas 'Memórias' de Alec Guinness. Apesar de sua amizade com alguns 'papistas ', era britânico demais para deixar de compartilhar com seus patrícios, sólidos preconceitos contra a Igreja católica 'romana', como dizem os anglicanos.

Para desempenhar o papel do Pe. Brown, na película tirada do romance de Chesterton, que foi filmada na Borgonha em 1955, Alec Guinness precisou vestir a batina que usavam então todos os padres católicos. E foi com esta roupa que sentiu a vontade , numa bela tarde de verão, de dar um passeio pelos campos.

"A noite tinha caído e logo, enquanto caminhava, ouvi uns passinhos apressados atrás de mim e uma voz de cr iança que me chamava: 'Padre!·. Minha mão foi agarrada por um menininho de 7 ou 8 anos, que a apertou com toda a fo~ça, enquanto corria,

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saltava e tagarelava a meu lado. Eu não tinha coragem para res­ponder a seu discurso inesgotável, pois não queria assustá-lo com meu horrível francês. O essencial é que,· evidentemente, me to­mava por um padre de verdade e, porisso, confiava totalmente em mim. De repente, com um 'boa noite, padre!' e um pequeno gesto, desapareceu no buraco de uma cerca viva. Ele tinha conseguido voltar para casa feliz e tranquilo, e eu sentí uma curiosa sensação de serenidade. Prosseguindo pelo caminho, refleti que uma Igreja, capaz de inspirar uma tal confiança a uma criança, e que tornava seus padres, mesmo desconhecidos, tão próximos dos outros ho­mens, não podia ser tão velhaca e calculadora como se dizia."

Este episódio desencadeou sua conversão final.

(Da revista Stella Maris, de Hautevllle, Sulça)

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ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

Senhor da Messe e Pastor do Rebanho, faze ressoar em nossos ouvidos teu forte e suave convite: "Vem e segue-me!" Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz.

Senhor, que a Messe não se perca por falta de operários. Desperta nossas comunidades para a Missão. Ensina nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa.

Senhor, que o Rebanho não pereça por falta de Pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres e ministros. Dá perseverança a nossos semi­naristas. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja.

Senhor da Messe e Pastor do Rebanho, chama-nos para o serviço de teu povo. Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder SIM. Amém.

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BALANÇO 1986

O Secretariado Nacional acaba de nos enviar a Demonstração de Contas do Resultado das finanças do Movimento, referente ao ano de 1986.

A nota do Secretariado esclarece , também, que a média anual de contribuição por casal (um dia de rendimentos do casal). fo i em 1986, de Cz$ 248,80.

A provisão que aparece na última linha reflete a necessidade de se fazer uma reserva (despesas e patrimônio), no final do ano, para o primeiro quadrimestre do ano seguinte, quando não _há entrada de contribuição .

RECEITAS

Contribuição . .. .. . .... .... . .... . . Encontros .... .. . . ..... . .... .. . . . . Recuperação de despesas . . .... . . . Receita financeira . . .......... .. . .

DESPESAS

Encontros ... ................. ... . Carta Mensal .......... .... ..... . Impressos Doutrinários .......... . Salários, Encargos ............... . Aluguel, Cond. Impostos .. ....... . Material Expediente . . . . ..... . ... . Telefone .................. . ...... . Correio ......................... . Fretes .......... . ............. . . . Diversos

Provisão para o período janei ro, abri l 1987 ... . ......... . .... . .

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1.368.628,21 26.986 ,60

122.907,98 124.253,31 1.642 .776,10

231.400,75 229.743,34 147.482.28 172.402,30 81.877 ,60 41 .410,35

9.231 ,80 29.180,83 14.463,74 16.001 ,25 973.194,24

669.581 ,86

1.642 .776,10

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CALENDÁRIO DE ENCONTROS E RETIROS

1. O Encontro "NOS DOIS ... AGORA!", noticiado em nossa Carta Mensal n.0 4, de Junho/Julho, foi transferido para os dias 1 a 4 de outubro, na Casa de Retiros de Barueri, SP. Maria e José Aquino aguardam as inscrições dos casais interessados ("já fizemos bodas de prata" ... "os filhos já são todos casados ou independentes" ... "somos ambos aposentados, mas ainda temos muito a dar"), pelos telefones (O 11) 62-2309 ou 263-0582.

2. Sessões de Formação, 2.0 semestre:

- 05 a 08 de setembro, em Curitiba - 09 a 12 de outubro, em Juiz de Fora.

3. Retiros programados pelos Setores:

Data Setor Local

31/07 e 02/08 Bragança Paulista Casa de Retiros 14 a 16/08 Niterói 16 e 17/08 Dracena 28 a 30/08 São Carlos Soe. S. Vicente de Paulo 29 e 30/08 V alinhos 18 a 20/09 São Paulo Barueri 19 e 20/09 Taubaté Aparecida 25 a 27/09 Vinhedo Casa de Siloé 03 e 04/10 Curitiba/C C. Retiros Mossunguê 03 e 04/10 Londrina Emaús 23 a 25/10 São Paulo Cenáculo 24 e 25/10 Rio/F 30/10 a 01/11 São Carlos Soe. S. Vicente de Paulo 06 a 08/11 São Paulo Barueri 13 a 15/11 Sorocaba C. Retiro São José 14 e 15/11 Rio/D 27 a 30/11 Rio/A

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NOT[CIAS DOS SETORES

Equipista Ordenado Sacerdote

- No dia 30 de maio último, na Catedral de São Francisco Xavier, em ltaguaí/RJ, nosso irmão Dragan Seljan recebeu a Ordem Presbiterial que lhe foi conferida pelo Revmo. Bispo Diocesano Dom Vital Wilderink. No dia seguinte, 31 de maio, às 10 horas, o novo sacerdote celebrou sua primeira missa na Catedral de São Pedro de Alcântara em Petropólis/RJ. Dragan, juntamente com sua esposa El f ie, foi um dos pioneiros das ENS na região de Petropólis e, após o retorno de Elfle à casa do Pai, Dragan já havia sido ordenado Diácono e agora completa seus votos. Ao novo Sacerdote e nosso irmão equipista dese­jamos que Deus o ilumine e o abençõe nesta nova etapa de sua vida e no exercício de sua vocação sacerdotal.

. . aprendei de 111m (llt. 11. 29]

Ilustração do convite de Dragan

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Equipes Novas - Realizada em casa de Emiliana e

Selton em Campo Grande/ MS, a 7 de Maio último, a apresentação dos casais que formarão a segunda ENS do Esta­do de Mato Grosso do Sul.

- Acaba de ser lançada em Piraci­caba/ SP a Equipe n.0 5 sob invocação de N. S. Aparecida.

- Lançada mais uma equipe em Be­lém/ PA. Trata-se da Equipe n.0 16 do Setor B e que tem como protetora N. S. da Família. Seu Conselheiro Espiri­tual é o Con. Aderson Nader, vigário de Marituba, Município de Ananindeua, vizinho à Capital. O Casal Piloto é Con­ceição e Elias, da Equipe n.0 12.

Mudança nos Quadros - Thals e Carlos Eduardo Duprat

passam o cargo de Casal Supervisor das Regiões SP-Sul I e SP-Leste para Vãnla e Walter Denarl. Estes, por sua vez, entregam a responsabilidade pela Região São Paulo Sul I para Beth e Toninha. Ainda nessa região, Mariinha e VIves passam a responsabilidade pe­lo Setor A para Rosa e Luiz e, no Se­tor O, Beth e Toninha são substituídos na sua função de Casal Responsável por Leda e Antonio Carlos.

- A 29 de março passado, durante Celebração Eucarística realizada na sa­la de conferências da Catedral - Ba­sílica de Nossa Senhora Aparecida rea­lizou-se a posse do novo casal respon­sável pela Coordenação de Aparecida/ SP Cidinha e Geraldo Braga em subs­tituição a Cldinha e Renato Phllipplni.

- Com um número de participantes aparentemente maior do que o de pra­xe, a Missa Mensal do Setor de San­tos/SP de março/ 87 viveu momentos de Intensa alegria quando Vânia e Wal­ter Denarl CRR São Paulo Sul I, atra­vés da leitura específica de cartas de Cidinha e lgar da ECIR sgradeceram a atuação de Mallú e Oswaldo e de sua equipe à frente do Setor e comunl· caram a designação de Marylene e Edson como novo CR Setor. Estes con· vidaram para Integrar a equipe do Se-

tor os casais Vlrglnla e José Alves (Eq. 1 - N. S. do Monte Serrat) e Graça e Marcelo (Eq. 6 - N. S. Rainha da Paz) para exercerem, respectiva­mente, as funções de Tesouraria e Ex­pansão.

Boletins - Após uma • parada", • O Equlpis­

ta " , Boletim Informativo do Setor D (São Paulo, Capital) da Região SP Sul I, inicia a sua • Fase 111" com a publica­ção do seu Número 1, relativo a maio de 1987. Beth e Toninha sabedores da · riqueza espiritual de cada um e que os talentos não devem ser guardados e sim usados para que possamos cres­cer juntos " solicitam a todos os equi­pistas do setor para que dêem sua colaboração efetiva sob forma de arti­gos e notícias para sua publicação.

- O Setor de Santos/SP vem fazen­do circular desde março/87 o seu bo­letim Informativo, designado " lnform­Santos " onde são citados, para o me­lhor conhecimento de todos os seus equipistas as atividades, retiros, mis­sas,. encontros com Maria e também fatos e notícias relevantes que possi­bilitam o crescimento dos casais equi­plstas daquele Setor. A equipe da Car­ta Mensal , acusando o recebimento dos três primeiros números, cumprimenta os seus · colegas da Equipe Redatora • desejando-lhes muito êxito em sua mis­são. Solicitamos que nos remetam pe­riodicamente o " lnform-Santos ".

Expansão - O Setor C-Rio I foi desmembrado,

tendo sido criado o Setor H agrupando equipes de São Conrado, Barra, Re­creio e Jacarepaguá. O Casal Respon­sável pelo novo setor é Lionidia e Elói que passam a responsabilidade do Se­tor C ao casal Maria Aparecida e Ruc­cemah, designados pela ECIR .

- Em Mogi das Cruzes/SP, o casal Anna e João substitue, na responsabi­lidade pelo Setor, a Maria dos Anjos e José Maria. Nossas orações acompa­nham a ambos os casais .

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Equipinhas - Mais de 120 jovens estiveram pre­

sentes à Missa de abertura das ativi­dades do ano das Equipes de Jovens de Ribeirão Preto/SP. A Capela estava lotada!

Apostolado - Para alegria de seu Conselheiro

Espiritual, Pe. Antonio Savio, a Equipe 8 de Ribeirão Preto/SP tendo como ob­jetivo a Inserção do Leigo na Igreja, acha-se toda ela engajada na Pastoral do Batismo da Paróquia Cristo Rei. Três dos casais, a saber, Regina e Israel, Maria Celia e Toninha, Lucia e Robson dão as palestras do Curso de Batismo para os pais e padrinhos. Os demais casais da equipe, Fátima e Joa­quim, Regina e Olisses, ajudam nas celebrações.

Despedidas - Os equipistas do Setor Jaú/SP

despedem-se carinhosamente de seus Conselheiros Espirituais Pe. Sergio e Pe. Gastão que partem " em nova pe­regrinação a serviço da Messe ". Du­rante todo o tempo em que ali perma­neceram, esses dedicados sacerdotes muito semearam, muito cultivaram e muitos frutos colheram por seu tra­balho e dedicação às suas paróquias, às comunidades, aos grupos de jovens, de casais e grupos de oração e às ENS.

- Despede-se da Eq. 01 - N. S. Auxiliadora de Piracicaba/SP o casal Margaret e Masson, que por razões de natureza profissional transfere-se para Manaus.

Volta ao Pai - Brígida, marido de Glória, da Eq.

02 de Manaus/AM em 27-03-87.

Para descrever-se a vida de Brígida seria necessário um livro, que poderia chamar-se : o evangelho segundo Brí­gida. De profissão era funcionário pú­blico não graduado e alfaiate, traba­lhando em dois expedientes e costu­rando pela noite e madrugada afora

para dar sustento à sua família de 15 filhos mais 3 adotivos. Ao longo de seus 38 anos de vida conjugal e apesar da enorme carga de trabalho jamais faltou-lhe tempo para os trabalhos da Igreja, bem como demonstrando que tempo é uma questão de prioridade. Não há em Manaus qualquer trabalho de apostolado ou movimento 51ue não tenha recebido sua particlpaçao subs­tancial: palestras, cânticos (can~ava bem). secretaria. limpeza ou cozmha (também cozinhava bem) . Ele e Glória estavam sempre prontos para servir com alegria. Apesar de sua ocupação com a comunidade jamais descuidou-se da • eclesiola" da sua família. Nas duas missas de corpo presente realizadas na Igreja de N. S. Aparecida (que dá o nome à sua equipe) seus irmãos equipistas sentiram-se não apenas "dando" os pesames à sua família, mas também "recebendo" pêsames, pois são todos membros de uma mes­ma famflia.

- Pe. Rogério. Nascido na Bélgica, há 55 anos, Sa­

cerdote da Ordem Premonastrense, há 26 anos. Com 25 anos de Brasil, dei­xou o convívio terreno abrindo grande lacuna, pois era assistente de cinco Equipes de Setor de Jaú/SP, além de dedicar tempo para 3 círculos do Diá­logo.

Formação de Quadros - Realizado no Rio de Janeiro, em

maio último Curso para casais piloto e de I igação tendo como "professores" Mary-Nize e Sergio. O curso foi elabo­rado por Lydia e Gilberto da Equipe 1-A há alguns anos e continua muito atual. As palestras são dadas no Co­légio São Vicente gentilmente cedido por seu diretor Pe. José Pires de Al­meida, C. E. da Equipe 25-C.

- Iniciado em 22-04-87 em Recife, Pe, o 2.° Curso de Pilotagem/Ligação sob coordenação de Lucia e Alcindo. Participam 7 casais que, muito anima­dos preparam-se para o exercfcio de novas responsabilidades no Movimen­to. Colaboram durante as reuniões M.

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Lucia e Plínio, coordenadores das I:NS no Recife e Ana Maria e Oscar, res­ponsáveis pela expansão do Movimento nos estados do Nordeste, exceto Per­nambuco.

- Realizado no último dia 29 de março um Encontro de Formação entre os equipistas do Recife e a Coorde­nação, com a acolhida e orientação do Pe. Barros, na Universidade Católica de Pernambuco. O encontro contou com o carinhoso concurso dos casais Cidinha e lgar, Wilma e Orlando, res­pectivamente da ECIR e Casal Regio­nal, os quais transmitiram aos presen­tes as atuais diretrizes do Movimento. O dia transcorreu repleto de graças divinas, tanto pelo contato humano en­tre os membros das diversas equipes, quanto pelo crescimento espiritual al­cançado.

- Aconteceu em Pouso Alegre/MG, no dia 14-03-87 um curso para Casais Piloto, de Ligação e um MINI-EACRE, sob a responsabilidade do casal Mar­garida e Agostinho, C. R. da Região Minas Gerais, contando com a assis­tência de Pe. Paulo Rufier, C. E. do Setor de Juiz de Fora/ MG, Participa­ram do evento 7 casais de Belo Hori­zonte, 12 de Varginha, 5 casais de Juiz de Fora e 13 casais de Pouso Alegre. Foi um dia de troca de experiências, muita espiritualidade e motivação para todos continuarem a amar mais ainda as ENS.

- Em 13 de abril passado, Frei Hugo Baggio, comandou uma tarde de refle­xão para os casais equipistas de Tau­baté/SP tendo como tema ·Nossa mis­são de leigos na Igreja e no mundo ". Foram momentos de preciosa medita­ção e troca de idéias, encerrada com a celebração da Santa Missa .

- Foi realizado em Casa Branca/SP em 03 de maio de 1987, um Encontro de Casais promovido pela Coordenação local das ENS, tendo como local o an­tigo Seminário N. S. do Desterro. Esse encontro que visa uma maior conviltên­cia cristã entre os casais , já vem sen­do realizado há vários anos e, este ano, foi coordenado pela primeira vez

pelo casal Sandra e Paulo que não me­diram esforços para que tudo se reali­zasse em perfeita harmonia.

- O Setor A de Londrina/PR fará realizar manhãs e tardes de reflexão conforme programação abaixo :

30-08-87 - Manhã de reflexão, em local a ser determinado

20-09-87 - Tarde de reflexão, em Astorga

20-12-87 - Tarde de reflexão, em Assai.

Reunião lnterequipes - O Setor de Baurú/SP realizou nos

dias 24 e 25 de maio de 1987 as suas reuniões interequipes com uma exce­lente participação, pois cerca de 80% dos casais de Baurú e Pederneiras de­ram sua adesão.

Efemérides - Comemorado com reunião festiva

realizada em 24 de maio último, em Campo Grande/MS, o primeiro aniver­sário (ocorrido em 28-05-87) na primei­ra Equipe de Nossa Senhora (N. S. Auxiliadora) do Estado do Mato Grosso do Sul. Seu Conselheiro Espiritual, Pe. Ja ir Gonçalves completou em 18-12-86 seu jubileu de prata (25 anos) de orde­nação sacerdotal.

- Os equipistas do Recife partilha­ram com o Pe. Pedro Antonio Bach, Major Capelão da Aeronáutica e CE das equipes 1, 4 e 5 as alegrias do seu 24.0 aniversário de consagração ao serviço de Deus, numa missa reali­zada em 30-03-87 na Capela de N. S. do Rosário.

- Realizou-se na Basílica de Nazaré em Belém/PA, promovida pelo Movi­mento das ENS, no último dia 13 de maio, uma reunião congregando a fa­mília equipista paraense, para algumas horas de oração em homenagem a Ma­ria Santíssima, Na ocasião foram exibi­dos slides referentes às aparições da Virgem em Medjugorje, na iuguslávia e apresentados depoimentos por lei­gos paraenses que estiveram recente­mente naquele povoado assistindo e

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testemunhando os grandes momentos de espiritualidade ali vividos.

- A Equipe n.0 7-A de Florianópo· lis/SC comemorou em 07-07-87 o seu 25.0 aniversário de fundação. Como pre­paração para o seu jubileu, a equipe reuniu-se em 7 de abril com os casais integrantes da atual equipe do Setor e com os casais que já ligaram a equi­pe para recitação e meditação do ter­ço. No dia 7 de maio a equ ipe orga-

nizou uma Hora Santa para os três Setores de Florianópolis e no dia 7 de junho o terço em equipe contou com a presença dos seus ex-Conselheiros Espirituais Pe. João Cardoso e Pe. Fran­cisco de Salles Blanchini e de seu atual assistente Pe. Valter Gõedert. No dia 18 de julho a Equipe 7 organizou uma Santa Missa comemorativa do seu ju­bi leu de prata pelas intenções de sua equipe e de todo o Movimento.

CARTAS DOS LEITORES

Agradecimentos Agradecemos ao Abeguar da equipe

14 e a Marly e Francisco da equipe 230, todos de Brasília, as gentis cartas com que nos estimulam a continuar nosso trabalho.

Jornalzinho Elizabet e Antonio Scalzo, da equipe

7 de Belo Horizonte escrevem-nos re­latando a experiência de organizar um "jornalzinho" com notfcias locais e su­gerem que os vários setores procurem comunicar-se entre si para a divul­gação das publicações dessa natureza já existentes .

Essa idéia é muito boa pois como os jornais dos setores podem ser pre­parados e postos em circulação mais rapidamente do que a CM, consegue-se mais dinamismo nas comunicações entre setores podendo-se contar com prazos menores para a divulgação de iniciativas novas que precisem de res­postas mais rápidas .

Poesia Cybelll Bizarro Wanderley envia-nos

carta agradecendo a publicação, na CM de abril, de seu poema "Dízima Periódica". Esse poema foi colhido num Boletim Paroquial de São Paulo e a sua publicação nos trouxe a alegria de re­ceber dessa grande amiga que ainda não conhecíamos outras poesias muito bonitas que poderemos aproveitar em outros números da CM.

Livros O Pe. Antônio Ciraudo Marino, do

Rio de Janeiro escreve-nos novamen­te fazendo a gentileza de sugerir livros cuja leitura considera importante para casais:

- Casar para crescer, do Pe. João Mohana.

- Amor e Sexo no Casamento, do Dr. Nilton G. Machado - Ed. Paulinas.

- Amor de Corpo e Alma, do Dr. Billings - Ed. Pauiinas.

- Adeus à Infância e Para Teus 13 Anos, de Emilio Athanasio - Ed. Vozes .

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MEDITANDO EM EQUIPE

TEXTO DE MEDITAÇÃO (Lc. 5, 1-11, 27-28)

Um dia em que a multidão se comprimia em sua volta, a fim de ouvir a palavra de Deus, e ele se achava de pé às margens do lago de Genesaré, viu Jesus duas barcas junto à praia; os pescadores haviam descido e levavam as rêdes. Subindo, pois, a uma das barcas, que era de Simão, pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra. Em seguida, sentando-se, ensinava da barca à multidão.

Quando acabou de falar, disse a Simão: "Faze-te ao largo e lançai vossas rêdes para a pesca". "Mestre, respondeu Simão, labutamos a noite inteira sem nada apanhar; mas por causa da tua palavra vou lançar a rêde".

Feito isto, apanharam tão grande quntidade de peixes, que a rêde ia rompendo. Fizeram então sinais aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los.

Vieram e encheram ambas as barcas, ao ponto de começarem a afundar. A vista disto, Simão Pedro caiu aos joelhos de Jesus, dizendo: "Afas­

ta-te de mim, Senhor, porque eu sou um pecador!" Na verdade, o espanto se apoderara dele e de todos os que estavam com ele, por causa da pesca que acabavam de fazer; e também Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão.

Mas Jesus disse a Simão: "Não temas; de agora em diante serás pescador de homens". Então, reconduziram as barcas até à terra e, deixando tudo o seguiram.

Saiu ele, depois, disto, reparou num cobrador de impostos, que se chamava Levi, sentado à recebedoria, lhe disse: "Segue-me". E, deixando tudo este se levantou e se pôs a segui-lo.

ORAÇÃO LITúRGICA

Com uma graça toda sua, mais brilhante do que a aurora do que o sol e do que a lua, sobe ao céu Nossa Senhora.

Do seu trono ofusca o brilho, Ao vir pelo céu afora, exaltada pelo Filho, que é grande antes da aurora

Mais que os Santos todos brilha, mais que os anjos irradia: se do Pai foi sempre filha, Mãe de Deus tornou-se um dia.

Mãe de Deus ao céu erguida, seja esta a prece tua: deste a Deus a nossa vida, nos concede agora a sua.

Louvor seja ao Pai e ao Filho e ao Espírito vitória, pois te alçaram deste exílio ao pináculo da glória.

(Liturgia das Horas - Assunção de Nossa Senhora)

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Um momento com a Equipe da Carta Mensal ................... .

Editorial: Exulta meu espírito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

A Palavra do Papa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

A Ecir conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

A Palavra de nossos Pastores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 O

Pontos concretos de esforço: a Meditação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Mareei Delpont . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Vida e Obra dos Santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Vocação de Maria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

As E.N.S. e o Sínodo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

A conversão de Alec Guinness . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

Balanço 1986 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Calendário de Encontros e Retiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

Cartas dos leitores ........... . . · . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

Meditando em equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

01 050 Rua João Adolfo. 118 - 9' - cj. 901 -Tel. 34 8833

São Paulo - SP