“vós sois deuses” uma reflexão sobre a mediunidadebvespirita.com/vos sois deuses - uma...

13
“Vós sois deuses”: Uma reflexão sobre a mediunidade Rubens Santini – maio/2013 – Distribuição gratuita

Upload: hahanh

Post on 27-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

“Vós sois deuses”:

Uma reflexão sobre a mediunidade

Rubens Santini – maio/2013 – Distribuição gratuita

2

Índice Geral

I – O que é mediunidade? ...................................................... 4

II – Ambição por diversos dons ................................................. 4

III – A mente do médium ......................................................... 5

IV - No transe mediúnico ....................................................... 6

V – O dom da psicografia ...................................................... 7

VI – O dom da psicofonia ....................................................... 7

VII – O dom da vidência ......................................................... 8

VIII – Incorporação .............................................................. 8

IX – Choque anímico ............................................................ 9

X – O que fazer quando sentir presença espiritual ............................ 9

XI – A importância da oração .................................................. 10

XII – Certas indisposições que antecedem as reuniões mediúnicas ................ 10

XIII - Conduta mediúnica ........................................................ 11

XIV – Quando o silêncio se faz necessãrio ...................................... 12

XV – A humildade na prática mediúnica ......................................... 12

XVI – Fontes bibliográficas utilizadas como pesquisa ........................... 13

3

Médium é aquele que empresta seus dons às Entidades espirituais para que

possam se manifestar às pessoas de nosso mundo.

Paulo de Tarso, na Carta aos Coríntios, enfatiza: “Cada um recebe o dom de

manifestar o Espírito para a utilidade de todos.”

Cada médium tem o seu dom, o seu trabalho mediúnico na Terra, para trazer

a voz da espiritualidade, para ajudar a humanidade na sua evolução espiritual.

Como a “Parábola dos Talentos”, o médium recebe os seus talentos, que

corresponde às responsabilidades perante Jesus, para serem multiplicados em

favor do próximo.

Desenvolvimento mediúnico, além da disciplina e educação, é a prática do

Amor.

O médium é um ser humano como outro qualquer, com suas dificuldades do

dia-a-dia, com a luta pela sua sobrevivência, além dos compromissos e atividades

assumidas com o Plano Espiritual.

O verdadeiro servidor de Jesus é conhecido por exercer as suas atividades

por um ideal, anonimamente, no silêncio e no seu equilíbrio, procurando levar o

consolo às criaturas dos dois mundos.

4

I - O que é mediunidade?

Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, nos afirma que: “Toda pessoa que sente em

um grau qualquer a influência dos Espíritos, por isso mesmo, é médium. Esta

faculdade é inerente ao homem e, por conseqüência, não é privilégio exclusivo;

também são poucos nos quais não se encontrem alguns rudimentos dela. Pode-se, pois

dizer que todo mundo é, mais ou menos, médium.”

Assim como os cinco sentidos (visão, audição, tato, olfato, e paladar), a

mediunidade é uma faculdade natural. Basta descobri-la e educá-la. A educação

mediúnica é semelhante a qualquer dom que tenhamos, seja para a música, o teatro,

a pintura, para alguma atividade profissional. Precisamos de tempo, paciência,

muito estudo e perseverança.

Existem dois tipos de mediunidade: a mediunidade natural e a mediunidade de

prova.

A mediunidade natural é aquela em que o indivíduo a conquista conforme

evolui e se moraliza. Ele adquire algumas faculdades psíquicas, aumentando a sua

percepção espiritual.

A mediunidade de prova é aquela em que, indivíduos com atraso em sua

evolução espiritual, ganha por empréstimo alguma percepções, como uma forma de ter

um instrumento para fazer a caridade, ajudando o próximo, como uma forma de quitar

débitos de reencarnações pretéritas.

Não existe o médium pronto, ou seja, aquele que está completamente

desenvolvido. Somos todos eternos aprendizes e precisamos nos manter em constantes

estudos e aperfeiçoamento.

A mediunidade não é uma “diversão” passageira, mas uma responsabilidade e um

compromisso a ser assumido tanto com o nosso mundo quanto com o mundo espiritual.

É para ser usada para ajudar o próximo (encarnado ou desencarnado) e nos será

muito importante para o nosso desenvolvimento espiritual.

o-o-o-o-o-o-o

II - Ambição por diversos dons

Hermínio C. Miranda, em “Diversidades dos Carismas”, foi muito feliz na

comparação de um médium com um artista. Ambos são muito sensíveis. O artista tem

muito de médium, ao captar inspirações muito sutis, entrando em verdadeiro transe,

para as realizações de suas obras de arte. Para um artista em potencial, não é

recomendável que queira tudo ao mesmo tempo: ser músico, pintor, dançarino, poeta,

escritor, escultor... É necessário desenvolver os talentos que lhe são natos, ao

que esteja mais inclinado. Assim também é a mediunidade. O médium iniciante, e até

mesmo os mais experientes, infelizmente tem a ambição de querer ter vários dons ao

mesmo tempo. Querem ser famosos e reconhecidos pelas suas faculdades mediúnicas.

Kardec nos adverte: “Um médium pode, sem dúvida, ter muitas aptidões,

havendo, porém, sempre uma dominante. Ao cultivo dessa é que, se for útil, deve

ele aplicar-se. Em erro grave incorre quem queira forçar de todo modo o

desenvolvimento de uma faculdade que não possua. Deve a pessoa cultivar todas

aquelas de que reconheça possuir os germes. Procurar ter as outras é, acima de

5

tudo, perder tempo e, em segundo lugar, perder talvez, enfraquecer com certeza, as

de que seja dotado.”

Emmanuel, mentor de Chico Xavier, o alertou para se concentrar suas aptidões

mediúnicas apenas na recepção de livros, que era a sua missão principal.

A especialização mediúnica é uma necessidade!

É melhor que o médium se dedique a desenvolver um ou dois dons, evitando

assim criação de problemas para si e para os Espíritos. É preferível ser eficiente

em poucas aptidões a ser incapaz em várias.

Geralmente a faculdade mediúnica mais desejada é a psicografia, pelo

recebimento de mensagens consoladoras. Mas o que dizer se todos os médiuns fossem

psicógrafos? O que seria da vidência, da psicofonia, da cura, do passe e de todas

as outras faculdades mediúnicas? Na Carta aos Coríntios (capítulo 12) Paulo de

Tarso compara os dons espirituais aos órgãos do corpo humano, temos diversos

órgãos, mas um só corpo: “Se o corpo fosse apenas olho, onde ficaria o ouvido? E

se fosse apenas ouvido, onde o olfato?” Ou seja, todo órgão tem a sua função e a

sua importância. Assim são as faculdades mediúnicas, onde cada uma tem a sua

finalidade. Não devemos ambicionar o dom de outro médium. Todos os dons são

nobres!

o-o-o-o-o-o-o

III - A mente do médium

Allan Kardec nos fornece a seguinte orientação: “Os Espíritos só têm a

linguagem do pensamento, não dispõe de linguagem articulada, pelo que só há para

eles uma língua.” Ou seja, o Espírito transmite o seu pensamento ao médium, que

por ventura o decodifica e retransmite a mensagem à pessoa destinatária.

Este é o ponto principal da mediunidade: o pensamento. A grande

responsabilidade do médium é manter o seu campo mental preparado para que possa

receber o pensamento dos Espíritos.

O médium precisa interpretar corretamente a mensagem em seu pensamento, e

com as palavras adequadas, sendo fiel ao que recebeu passar para diante.

Para isso necessário estar preparado, concentrado e com o campo mental

aberto. Mas, infelizmente, mesmo que queiramos nunca conseguiremos parar de

pensar. O controle mental exige esforço, força de vontade, muita disciplina e

concentração.

Nós, pessoas civilizadas, não temos o costume de manter a higiene corpórea

todos os dias? Também precisamos efetuar a higiene mental constantemente. Afinal,

o pensamento controla todo o nosso corpo e a saúde é conseqüência daquilo que

emitimos mentalmente. O que pensamos é que determina a nossa conduta!

Como pode o Espírito inserir seu pensamento se estamos constantemente

agitados, com preocupações nada condizentes com a manifestação mediúnica?

Jesus sempre nos recomenda o “Vigiai e Orai”. Vigiando, podemos selecionar

os bons pensamentos dos maus, controlando assim as nossas emissões mentais.

Orando, podemos abrir caminho para a atração dos bons Espíritos.

o-o-o-o-o-o-o

6

IV - No transe mediúnico

A atividade mediúnica é muito séria e não deve ser realizada se não houver

muita responsabilidade por parte do medianeiro.

Muitos são atraídos pela sua fenomenologia, mas esquecem que estas tarefas

exigem uma rotina de treinamento, algumas renúncias, muito esforço e determinação.

Procurem um Centro ou uma Federação Espírita para efetuarem seus cursos de

aperfeiçoamento e buscarem orientações.

Não pratiquem a mediunidade fora destes recintos. Não recebam Entidades

Espirituais em casa ou qualquer outro lugar que não seja um Centro Espírita, onde

tem toda proteção e amparo necessários para estas atividades.

Há uma vastíssima literatura mediúnica que foram psicografas por Chico

Xavier (vide livros de André Luiz), Divaldo Franco (vide livros de Manuel

Philomeno Miranda, Joanna de Ângelis), além das obras codificadas por Allan Kardec

para estes estudos.

No transe mediúnico, aliando os estudos teóricos com a prática, o médium irá

com o tempo aprender a diferenciar as suas emoções e pensamentos com as emoções e

pensamentos da Entidade comunicante.

O que tem que ser transmitido, geralmente, começa com uma imagem, um quadro,

um pensamento ou idéia que estiver em sua mente.

Na manifestação da comunicação, se o Espírito é calmo e tranqüilo, não é o

médium agitado que irá torná-lo agressivo e descontrolado. Mas, se o Espírito é

violento, o médium com certo equilíbrio permitirá que manifeste a sua raiva e

indignação. Ou seja, o médium é o primeiro doutrinador da Entidade espiritual. É o

médium quem controla a intensidade de agressão e violência do Espírito. Não

precisa dar murro na mesa, gritar, falar palavrões, se jogar no chão...

É possível deixar o comunicante se extravasar, mas sem tumultuar o ambiente

de trabalho mediúnico.

Daí a importância do médium ser equilibrado para conseguir ajudar o Espírito

em desequilíbrio.

o-o-o-o-o-o-o

7

V - O dom da psicografia

A psicografia é o dom mediúnico mais divulgado, devido ao maravilhoso

trabalho desenvolvido pelos grandes médiuns brasileiros Chico Xavier e Divaldo

Franco, sem desmerecer o mérito de outros trabalhadores e divulgadores do

Espiritismo.

Podemos afirmar que a psicografia é o dom de escrever sob a influência e

ação dos Espíritos. Ela pode ser mecânica (inconsciente), semi-mecânica (semi-

inconsciente) e intuitiva.

Psicografia mecânica – O Espírito atua diretamente na mão do médium. Este fica

inconsciente enquanto escreve rapidamente. Na verdade o Espírito atua sob o

pensamento do médium, onde são ativados no cérebro os centros próprios que irão

impulsionar os movimentos do braço e da mão. A Entidade comunicante não fica

segurando a mão do médium como fosse ensiná-lo a escrever.

Psicografia semi-mecânica – O médium tem certa consciência do que está escrevendo

e das idéias que são colocadas em seu pensamento pela Entidade Espiritual

comunicante.

Psicografia intuitiva – O médium tem plena consciência do que o Espírito está

ditando. A Entidade comunicante, através de seu pensamento, atua diretamente no

pensamento do médium. Enquanto na psicografia mecânica, o Espírito utiliza o

médium como se fosse uma máquina de escrever, na psicografia intuitiva o médium

atua como se fosse um interprete.

o-o-o-o-o-o-o

VI - O dom da psicofonia

A psicofonia é o dom mediúnico que permite a comunicação da mensagem

espiritual através da fala. Ela pode ser intuitiva (consciente), inconsciente ou

semi-consciente.

Nas sessões mediúnicas, é através da psicofonia que se possibilita o

atendimento aos Espíritos sofredores, onde se efetua os esclarecimentos e a ajuda

necessária através do diálogo entre doutrinador e Espírito. O médium, portanto,

verbaliza não só os pensamentos da Entidade, como também têm todas as sensações e

os sintomas que afligem este irmão sofredor. E é através também da psicofonia que

os Mentores Espirituais transmitem suas orientações e mensagens de incentivo para

o grupo mediúnico.

Psicofonia intuitiva – o transe mediúnico é superficial e o médium verbaliza, com

suas próprias palavras, o pensamento da Entidade espiritual, mantendo a

consciência de tudo que ocorre.

Psicofonia inconsciente – O médium não tem consciência do conteúdo da mensagem que

o Espírito transmite. A Entidade Espiritual utiliza as cordas vocais do

instrumento mediúnico, podendo ocorrer a mudança no timbre de voz.

Psicofonia semi-consciente – O transe é menos profundo que a psicofonia

inconsciente, mas o médium mantém alguma consciência na transmissão da mensagem.

o-o-o-o-o-o-o

8

VII - O dom da Vidência

A vidência é o dom mediúnico de enxergar o mundo espiritual sem necessidade

de entrar em transe. Temos médiuns que identificam Espíritos, paisagens e cenas em

estado de vigília, vêem normalmente acordados. Há outros médiuns que têm uma visão

interna, onde os Espíritos lhe enviam à sua mente quadros e imagens.

Geralmente, em algumas pessoas, um dos sinais de eclosão da mediunidade é

através da vidência. Nem sempre a vidência é agradável ao médium iniciante. No

começo pode ficar assustado e incomodado com o que poderá visualizar: Espíritos

sofredores vindo pedir ajuda. Neste caso, deverá procurar um Centro Espírita ou

uma Federação para buscar orientações e procurar desenvolver o seu potencial

mediúnico.

Nas sessões mediúnicas, o vidente não precisa ficar relatando a todo

instante o que está sendo visualizado, pois poderá atrapalhar os outros

trabalhadores que estão em outra faixa de sintonia. É preferível que deixe para

fazer esses relatos no final dos trabalhos.

o-o-o-o-o-o-o

VIII – Incorporação

Procurando o significado da palavra “incorporação” no dicionário Aurélio,

encontramos o seguinte: “dar forma corpórea”, “reunir ou juntar num só corpo”.

Neste mecanismo mediúnico, a impressão que se dá, pela expressão “incorporação”, é

que o Espírito entra dentro do corpo do médium e assume o controle. Esta palavra

não é apropriada para o momento do transe mediúnico.

O que ocorre é que a Entidade comunicante se aproxima do médium e há uma

união do seu perispírito com o perispírito do médium, onde a Entidade passa a

comandar os centros nervosos do aparelho mediúnico. Este controle é feito no

cérebro físico do médium via perispírito. O Espírito do médium cede o controle

parcial do seu corpo físico para a Entidade desencarnada, mas ele continua ao

lado, vigilante e atento a tudo que acontece. Se julgar necessário, poderá

interromper a comunicação a qualquer momento.

o-o-o-o-o-o-o

9

IX - Choque Anímico

Refere-se ao contato do perispírito da Entidade Espiritual com o perispírito

do médium. Quando um Espírito de baixo teor espiritual vem dar a manifestação, ou

quando nem mesmo é dada a comunicação, só este contato com o corpo mediúnico, este

choque de fluido animal (anímico), produz alterações benéficas para a Entidade

Espiritual, melhorando a sua condição psíquica e lhe proporcionando o seu

despertar espiritual. Este choque anímico é bastante proveitoso para Entidades que

tiveram desencarnação violenta, acidentados, suicidas. A manifestação para estes

Espíritos sofredores funciona como uma “transfusão de sangue”, como se fosse um

tônico revitalizante. Concluindo, toda doação energética do médium em transe em

prol ao Espírito “incorporado” é choque anímico.

o-o-o-o-o-o-o

X - O que fazer quando sentir presença espiritual

Podemos comparar um médium como um foco de luz, uma espécie de farol

iluminado. Como os Espíritos doentes, geralmente vivem num estado psíquico de

escuridão, vêem esta luz e procuram se aproximar para solicitar ajuda, ou para

ficar ao lado, pois a luz mediúnica a conforta.

E isto é uma constante na vida do médium, principalmente no dia das reuniões

mediúnicas, ou até em dias próximos a ela.

Vamos destacar dois aspectos importantes: qual atitude a adotar e quais

ações afetivas que poderão ser postas em prática.

A atitude a ser adotada, tanto para o médium, quanto para a Entidade enferma

é a paciência. O médium deve encarar esta situação com normalidade, procurar

superar os desconfortos que o Espírito lhe esteja afligindo em seu psiquismo e no

seu corpo (o médium “suga” os sintomas da enfermidade da Entidade), procurando

pedir ajuda aos seus Mentores Espirituais para superar momentaneamente este

incômodo até a hora da reunião mediúnica.

Como ação afetiva, o médium não deve rechaçar a presença de irmão espiritual

precisando de ajuda. O Plano Espiritual colocou em seu caminho para que o médium

pudesse exercer na prática a caridade. Muitas vezes, será uma Entidade Espiritual

que o médium irá dar manifestação nas reuniões mediúnicas. E os Mentores

aproximaram este irmão, precisando de socorro, para criar uma afinidade espiritual

e facilitar a manifestação. Procure orar pelo Espírito, mas com real interesse de

ajudar, procurando passar mentalmente para este irmão palavras de carinho e de

consolação.

o-o-o-o-o-o-o

10

XI - A importância da Oração

Para a grande maioria das pessoas, só se lembram de orar quando estão em

dificuldades e para pedir algo à Deus-Pai.

Quem já despertou para a realidade espiritual, sabe que a prática regular da

oração, cria ao seu redor um campo de energia positiva, formando defesas

espirituais benéficas e atraindo a boa companhia dos Mentores Espirituais.

Em especial para quem exerce a mediunidade, a prece, além do Culto do

Evangelho no Lar, são mais do que necessários para manter a sintonia com os

Espíritos que lhe ajudarão nos trabalhos práticos mediúnicos e no seu dia-a-dia.

Sintonia mediúnica não se improvisa, se conquista!

o-o-o-o-o-o-o

XII – Certas indisposições que antecedem às reuniões mediúnicas

É muito comum, na proximidade das reuniões mediúnicas, que o Plano

Espiritual procura aproximar Espíritos sofredores, atormentados e doentes, para um

contato inicial, a fim de favorecer a manifestação, ao lado do médium.

É aquele mal-estar, um enjôo persistente, aquela dor no estômago, uma

perturbação repentina... Enfim, são sintomas que a Entidade Espiritual está

sentindo, que com esta aproximação, o médium capta em seu íntimo. E muitas vezes o

médium acha que todos esses sintomas estão relacionados aos seus problemas físicos

e emocionais. E resolve faltar à reunião, ligando para o coordenador dos trabalhos

mediúnicos, avisando que não está passando bem e estará ausente naquele dia... Um

coordenador experiente e estudado, logo alertará o medianeiro sobre o que está

acontecendo e solicitará para não faltar, que logo após a manifestação, e ao

término da reunião, todos esses sintomas desaparecerão!

Com a prática do dia-a-dia, a experiência e com estudo constante o

medianeiro aprenderá a superar estes momentos.

Cultive a oração e procure dialogar mentalmente com este irmão sofredor,

alertando-a que ele está amparado e terá o socorro na hora oportuna.

o-o-o-o-o-o-o

11

XIII - Conduta mediúnica

Abaixo o texto que foi extraído do livro “Projeto Manoel Philomeno de

Miranda – Reuniões Mediúnicas – Ed LEAL” mostrando a visão de Divaldo P. Franco

sobre a finalidade das reuniões mediúnicas:

“Em seminário promovido pela USE (abril/1980) Divaldo Franco declarou que existem

pessoas que afirmam gostar das reuniões mediúnicas porque nelas vão fazer a

caridade. Este pensamento não é correto, porque, na verdade, ali é o lugar onde

vamos receber a caridade, esclareceu o médium e tribuno baiano. Justificando o seu

conceito, Divaldo, complementa: “o espírito comunicante que pressupomos estar

socorrendo é o porta-voz da caridade, porque está dizendo sem palavras: “Olhe o

que aconteceu comigo””. Se não houver uma mudança imediata no seu comportamento

moral vai acontecer a mesma coisa com você.” Então, o primeiro objetivo das

reuniões mediúnicas é a instrução dos participantes encarnados.”

Para exercer o seu mandato mediúnico, é um grande desafio para o médium

vencer as suas imperfeições, pois são elas que atraem a presença e a interferência

dos maus Espíritos. Por ser médium, ele não tem nenhum privilégio. Além das

dificuldades do seu processo evolutivo e expiatório, há também essas dificuldades

que os próprios maus Espíritos lhe proporcionam em sua vida, pois estas Entidades

desejam que a sombra e ignorância continuem em nosso planeta. Lembram do “Vigiai e

Orai”? É o exercício constante que Jesus nos pede.

O orgulho e a invigilância podem destruir os mais belos ministérios da

mediunidade. Joanna de Ângelis, mentora espiritual de Divaldo P. Franco nos

aconselha: “médium esclarecido e educado deixa de ser homem-fenômeno para

ressaltar o fenômeno de sua transformação moral e esclarecimento espiritual.”

O papel do médium é amparar e consolar as criaturas sofredoras de ambos os

lados da vida. Mas como consolar, se o médium estiver atormentando com suas dores

íntimas?

Chico Xavier deixou o seu exemplo: “a primeira necessidade do médium é

evangelizar-se a si mesmo antes de entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois,

de outro modo poderá esbarrar sempre no fantasma do personalismo, detrimento de

sua missão.”

o-o-o-o-o-o-o

12

XIV - Quando o silêncio se faz necessário

O médium vigilante jamais se envolve em falatórios, polêmicas e discussões

sem proveito.

Não deve perder tempo em ficar respondendo ofensas, pois quem se põe a

discutir com quem o ofendeu se rebaixa à sua ignorância.

Sabemos que vivemos em um mundo de expiação e provas, onde a criaturas

vinculadas ao mal é a sua grande maioria.

O papel de médium é levar o esclarecimento e a palavra consoladora. E sempre

que procura levar o bem, através da luz do amor, há sempre aqueles que procuram

destruir este caminho que está sendo percorrido.

É nesse momento que precisamos agir com inteligência e muita paciência. Não

devemos entrar nesta sintonia negativa e nem aceitar provocações. Utilize o bom

senso e fique em silêncio. O tempo se encarrega de responder ao ofensor.

O silêncio impede que o mal se propague. É uma atitude de humildade.

Muitas vezes a conduta do perdão desencoraja o agressor.

Fale no momento oportuno, deixe os ânimos se asserenarem.

Se sua consciência lhe diz que está fazendo a coisa certa, e os seus

agressores falam o contrário, silencia e continue a sua jornada na prática do bem

e na ajuda ao próximo.

O silêncio é uma arte para aqueles onde reina a paz nos seus pensamentos e

no seu coração.

Vamos ser gratos àqueles que mais nos irritam e nos agridem, pois com eles

poderemos exercitar a prática da paciência e a capacidade de perdoar.

“Abençoai os que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis.” (Paulo de Tarso –

Epístola aos Romanos – Cap. 12, versículos 9 a 14)

o-o-o-o-o-o-o

XV – A humildade na prática mediúnica

Muitas pessoas fracassam no seu mandato mediúnico por vários motivos:

• não dão atenção necessária aos estudos;

• excesso de confiança, ficando invigilantes na sua prática;

• não realizam as mudanças para corrigir falhas de conduta íntima;

• se julgam protegidas do Plano Espiritual por serem médiuns;

• ficam vaidosos com as manifestações que passam por seu intermédio.

Para exercer a mediunidade não basta somente ter boa vontade. É preciso

estar preparado e ter conhecimento para servir. Kardec, no Livro dos Médiuns, nos

alertou: “Estudai antes de praticardes”.

Todo médium é falível, daí a necessidade de fazer o que Jesus nos pediu:

“Vigiai e orai”. Tendo o estudo necessário, é possível identificar quando o

Espírito é mistificador, se fazendo passar por Espírito superior, evitando assim

em cair numa obsessão espiritual.

Pensar que por ser médium, e achar que não precisa de correção de conduta,

já é sinal de que há muita necessidade em efetuar a sua educação interior. É

justamente nas nossas falhas de comportamento é que os Espíritos inferiores vivem

aprontando com o médium.

13

Nossos Mentores Espirituais nos passam as diretrizes necessárias, não ficam

o tempo todo ao nosso lado como se fôssemos crianças. Muitas vezes nos vigiam de

longe. Temos o livre-arbítrio para fazer as nossas escolhas. Mediunidade é um

instrumento que a pessoa tem por empréstimo para quitar débitos de vidas passadas,

ajudando os dois planos de vida. Joanna de Ângelis, mentora de Divaldo P. Franco,

nos informa que quem tem a mediunidade, tem a oportunidade de realizar duas

reencarnações em uma.

Não pense que a sua mediunidade vai fazer grandes revelações e irá arrastar

multidões atrás de você. É mais fácil fracassar na mediunidade por vaidade e

orgulho do que por qualquer outro motivo. São nossos pequenos gestos, pequenas

atitudes, uma contribuição modesta, porém positiva, que irá atrair a presença dos

bons Espíritos!

Por ser médium, não se julgue superior às demais pessoas. O verdadeiro

trabalhador de Jesus é humilde nas suas atitudes.

Devemos estar no mesmo nível de respeitabilidade, de cordialidade,

dignidade, honestidade e simplicidade perante as pessoas, e principalmente, com

Deus!

o-o-o-o-o-o-o

XVI– Fontes bibliográficas utilizadas como pesquisa

(1) “O Livro dos Médiuns” - Allan Kardec.

(2) “O dom da mediunidade” – Dra Marlene Nobre.

(3) “Reuniões mediúnicas” – Projeto Manoel Philomeno Miranda.

(4) “Vivência mediúnica” – Projeto Manoel Philomeno de Miranda

(5) “Qualidade na prática mediúnica” – Projeto Manoel Philomeno de

Miranda.

(6) “Consciência e mediunidade” - Projeto Manoel Philomeno de Miranda.

(7) “Diversidade de Carismas” – Hermínio C. Miranda.

(8) “Mediunidade: caminho para ser feliz” – Suely Caldas Schubert.

(9) “Mediunidade: tudo o que você precisa saber” – Richard Simonetti.

(10) “Mediunidade” – Edgar Armond.

(11) “Médiuns, mediunidade e reuniões mediúnicas” – Rogério Coelho.

(12) “Ser médium” – Odilon Fernandes através do médium Carlos A. Baccelli.

(13) “Médiuns” – Miramez através do médium João Nunes Maia.

(14) “Filosofia da mediunidade – vol. 1” - Miramez através do médium João

Nunes Maia.

(15) “Médiuns e Mediunidade” – Vianna de Carvalho através do médium Divaldo

P. Franco.

Rubens Santini ([email protected])

Distribuição gratuita. Não é permitida a sua venda. A cópia é permitida para distribuição gratuita.

São Paulo, maio de 2013