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OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA VOLUME II CAMPANHAS DE MONITORIZAÇÃO Preparado para: Preparado por: TOTAL Moçambique, SARL Consultec – Consultores Associados, Lda. Dezembro 2016

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OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE

COMBUSTÍVEL DA BEIRA

VOLUME II – CAMPANHAS DE MONITORIZAÇÃO

Preparado para: Preparado por:

TOTAL Moçambique, SARL Consultec – Consultores Associados, Lda.

Dezembro 2016

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização ii

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL

DA BEIRA

VOLUME II – CAMPANHAS DE MONITORIZAÇÃO

TOTAL Moçambique SARL

Av. Sociedade de Geografia

Edifício Maryah, 5º andar único

Baixa – Maputo, Moçambique

Telefone: (+258) 21 307 230/33

Consultec - Consultores Associados, Lda.

Rua Tenente General Oswaldo Tazama, n.º 169

Maputo, Moçambique

Telefone: +258-21-491-555

Fax: +258-21-491-578

Dezembro 2016

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização iii

ÍNDICE GERAL

1.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 7 

2.  DESCRIÇÃO DAS INSTALAÇÕES DO TERMINAL .................................................................. 7 

2.1.  LOCALIZAÇÃO ........................................................................................................................ 7 

2.2.  INFRAESTRUTURAS EXISTENTES ............................................................................................. 8 

2.3.  DESCRIÇÃO DAS ACTIVIDADES DE OPERAÇÃO DO TERMINAL .................................................. 10 

2.3.1.  Recepção de Produtos ............................................................................................. 10 

2.3.2.  Manuseamento de Produtos .................................................................................... 10 

2.3.3.  Expedição de Produtos ............................................................................................ 10 

3.  QUALIDADE DO AR .................................................................................................................. 11 

3.1.  DEFINIÇÕES......................................................................................................................... 11 

3.2.  FUNDAMENTOS TEÓRICOS .................................................................................................... 11 

3.3.  ENQUADRAMENTO LEGAL ..................................................................................................... 13 

3.3.1.  Saúde e Segurança Ocupacional ............................................................................. 15 

3.4.  CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................... 16 

3.5.  MONITORIZAÇÃO DA QUALIDADE DO AR ................................................................................ 17 

3.5.1.  Metodologia .............................................................................................................. 17 

3.5.2.  Equipamento ............................................................................................................ 18 

3.5.3.  Locais de Monitorização ........................................................................................... 18 

3.5.4.  Data de Amostragem ................................................................................................ 20 

3.6.  RESULTADOS OBTIDOS E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS .................................................. 21 

3.6.1.  Resultados Obtidos .................................................................................................. 21 

3.6.2.  Interpretação de Resultados .................................................................................... 23 

3.7.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 24 

3.8.  BOLETINS ANALÍTICOS ......................................................................................................... 25 

4.  RUÍDO ........................................................................................................................................ 34 

4.1.  DEFINIÇÕES......................................................................................................................... 34 

4.2.  FUNDAMENTOS TEÓRICOS .................................................................................................... 34 

4.3.  ENQUADRAMENTO LEGAL ..................................................................................................... 36 

4.3.1.  Ruído Ocupacional ................................................................................................... 36 

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização iv

4.3.2.  Ruído Ambiental ....................................................................................................... 40 

4.4.  CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................... 41 

4.5.  MONITORIZAÇÃO DO RUÍDO .................................................................................................. 41 

4.5.1.  Metodologia .............................................................................................................. 41 

4.5.2.  Equipamento de Medição ......................................................................................... 46 

4.6.  RUÍDO OCUPACIONAL .......................................................................................................... 46 

4.6.1.  Resultados Obtidos .................................................................................................. 46 

4.6.2.  Interpretação dos Resultados .................................................................................. 48 

4.7.  RUÍDO NO PERÍMETRO DA INSTALAÇÃO .................................................................................. 49 

4.7.1.  Interpretação dos Resultados .................................................................................. 49 

4.8.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 49 

4.9.  CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO DO SONÓMETRO .................................................................... 50 

5.  QUALIDADE DO EFLUENTE .................................................................................................... 52 

5.1.  OBJECTIVO .......................................................................................................................... 52 

5.2.  ENQUADRAMENTO LEGAL ..................................................................................................... 52 

5.3.  MONITORIZAÇÃO DO EFLUENTE ............................................................................................ 52 

5.3.1.  Metodologia .............................................................................................................. 52 

5.3.2.  Local de amostragem ............................................................................................... 54 

5.3.3.  Data de Amostragem ................................................................................................ 54 

5.4.  RESULTADOS OBTIDOS ........................................................................................................ 54 

5.5.  INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ...................................................................................... 55 

5.6.  RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................... 55 

5.7.  CERTIFICADO DE ACREDITAÇÃO DA ALS ............................................................................... 56 

5.8.  BOLETIM DE ANÁLISE ........................................................................................................... 57 

ÍNDICE FIGURAS

Figura 1 - Localização do Terminal de Granéis do Porto de Maputo e do Terminal da Total ............ 8 

Figura 2 – Planta do Terminal da Total da Beira ................................................................................ 9 

Figura 3 – Equipamento Radiello ..................................................................................................... 18 

Figura 4 – Localização dos pontos de amostragem ......................................................................... 19 

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Campanhas de Monitorização v

Figura 5 – Escala logarítmica níveis de Ruído em dB(A) ................................................................. 35 

Figura 6 – Localização dos pontos de amostragem para Ruído Ocupacional ................................. 43 

Figura 7 – Localização dos pontos de amostragem ......................................................................... 45 

ÍNDICE TABELAS

Tabela 1 – Volume de produtos manuseados no Terminal da Total da Beira .................................. 10 

Tabela 2 - Taxa de libertação média de compostos orgânicos por tonelada de combustível gasóleo

manuseado. ....................................................................................................................................... 13 

Tabela 3 – Factor de libertação média de compostos orgânicos por tonelada de combustível

gasolina ............................................................................................................................................. 13 

Tabela 4– Padrões Nacionais de Qualidade do Ar ........................................................................... 14 

Tabela 5 – Padrões internacionais da Qualidade do Ar ................................................................... 14 

Tabela 6 – Valores máximos admissíveis, NIOSH ........................................................................... 15 

Tabela 7 – Tempo de exposição ....................................................................................................... 17 

Tabela 8 – Especificações dos equipamentos .................................................................................. 17 

Tabela 9 – Locais de monitorização no perímetro da instalação ...................................................... 19 

Tabela 10 – Resultados referentes a Compostos Orgânicos BTEX ................................................. 21 

Tabela 11 – Resultados referentes a Compostos orgânicos não-halogenados ............................... 21 

Tabela 12 – Resultados referentes a Compostos orgânicos aromáticos ......................................... 21 

Tabela 13 – Resultados referentes aos Compostos Orgânicos de hidrocarbonetos de Petróleo. ... 22 

Tabela 14 - Valores padrão de ruído recomendados pela OMS ...................................................... 40 

Tabela 15 – Locais de monitorização de Ruído Ocupacional ........................................................... 42 

Tabela 16 – Locais de monitorização no perímetro da instalação .................................................... 44 

Tabela 17 – Sonometrias de Ruído Ocupacional ............................................................................. 46 

Tabela 18 – Sonometrias no perímetro da instalação ...................................................................... 49 

Tabela 19 - Padrão de emissão de efluentes líquidos de oficinas e estações de serviço................ 52 

Tabela 20 – Parâmetros a monitorizar .............................................................................................. 52 

Tabela 21 – Métodos analíticos ........................................................................................................ 54 

Tabela 22 – Resultados obtidos ........................................................................................................ 54 

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DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização vi

LISTA DE ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

BTEX BTEX é um acrónimo que dá nome ao grupo de compostos formado pelos

hidrocarbonetos: benzeno, tolueno, etil-benzeno e os xilenos (o-xileno, m-xileno

e p-xileno)

COV Composto Orgânico Volátil

dBA Decibel, unidade do nível de pressão sonora

DBO5 Demanda Bioquímica de Oxigénio, ao fim de 5 dias

DQO Demanda Química de Oxigénio

EPI Equipamento de Protecção Individual

Hz Hertz, unidade de medida para frequência

LC pico Nível de pressão sonora de pico

LAeq T Nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A de um ruído num intervalo de

tempo T

LEX Exposição pessoal diária ao ruído

LEXefect. Exposição pessoal diária efectiva

MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

MTBE Éter Metil-terciário butílico

NIOSH Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional dos Estados Unidos

NPI Australian National Pollutant Inventory

OMS Organização Mundial de Saúde

PAH Hidrocarbonetos aromáticos polihalogenados

SAO Separador de Água e Óleo

TWA Valores máximo de exposição a que poderão estar expostos os trabalhadores

durante um período máximo de 8 horas e/ou 40 horas semanais.

USEPA US Environmental Protection Agency - Agência de Protecção Ambiental dos

Estados Unidos

VLE Valores Limite de Exposição

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DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 7

1. Introdução

A Total Moçambique SARL (TOTAL) encontra-se em Moçambique desde 1991 e, na Beira,

Província de Sofala, opera actualmente um Terminal de Armazenamento, Manuseamento e

Distribuição de Combustível (Terminal da Total). O Terminal da Total possui 8 tanques de

armazenamento, sendo o mais antigo construído em 1952 e o mais recente foi construído em

2015. As operações no Terminal da Beira operadas pela Total tiveram início antes da entrada em

vigor do Regulamento do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto nº. 45/2004, de

29 de Setembro, entretanto revogado pelo decreto 54/2015 de 31 de Dezembro).

Em conformidade com o solicitado pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

(MITADER), a TOTAL pretende licenciar a operação do Terminal de Armazenamento,

Manuseamento e Distribuição de Combustível na Beira. Neste âmbito, a Consultec - Consultores

Associados, Lda (Consultec), foi contratada pela TOTAL para desenvolver o processo de

Avaliação de Impacto Ambiental deste Projecto. A Consultec é um consultor ambiental

independente registado no Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER)

(ver registo no Anexo I).

No âmbito do processo de AIA e em função da Categorização do projecto foi solicitada a a

elaboração de um Plano de Gestão Ambiental. Para a caraterização da situação de referência e

no enquadramento da legislação ambiental existente na matéria, o Decreto nº18/2004, de 2 de

Junho, uma vez que o Terminal já se encontra em operação, foi realizada uma campanha de

monitorizações ambientais que abrangeu as seguintes componentes:

Qualidade do Ar,

Ruído, e

Qualidade de Efluentes.

O presente documento apresenta os resultados obtidos no seguimento da referida campanha.

2. Descrição das Instalações do Terminal

2.1. Localização

O Terminal da Total localiza-se no do Porto da Beira, cidade da Beira, Província de Sofala.

O Terminal da Total insere-se numa zona industrial e apresenta uma área de aproximadamente

5 hectares. Na envolvente existem vários outros depósitos de combustível incluindo BP, Petromoc,

Galp e Puma.

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DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 8

Fonte: imagem: Google Earth

Figura 1 - Localização do Terminal de Granéis do Porto de Maputo e do Terminal da Total

2.2. Infraestruturas Existentes

As infraestruturas do Terminal incluem:

Infraestruturas de Recepção de Combustível,

Infraestruturas de Armazenamento de Combustível,

Infraestruturas de Expedição de Combustível,

Sistema de Combate a Incêndio,

Instalações complementares.

A seguinte Figura apresenta a planta do Terminal da Total.

Porto da Beira

Terminal Total

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 9

Figura 2 – Planta do Terminal da Total da Beira

1

2

11 4

Tubagem

Vedação

Legenda:

11

7 8

3

10

5 6

6

9

Infraestruturas:

1 Refeitório

2 Portaria

3 Armazém

4 Escritório

5 Casa bombas incêndio

6 Tanques de água (combate incêndio)

7 Tanques armazenamento

8 Armazém lubrificantes e peças sobresselentes

9 Sala de Controlo

10 Posto Abastecimento Camiões

11 SAO

12 Câmara dos grupos electrobomba

13 Câmara de válvulas

12

13

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Campanhas de Monitorização 10

2.3. Descrição das Actividades de Operação do Terminal

2.3.1. Recepção de Produtos

O combustível é fornecido por navio, que atraca no cais (no Terminal de Combustível) pertencente

ao Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM). O produto é transportado por conduta

aérea até ao Terminal da Total. O combustível é recebido directamente no tanque de

armazenamento a ser abastecido.

Antes da operação de enchimento, é necessário retirar a água do tanque de recepção. Esta

drenagem é feita através da descarga de fundo do respectivo tanque. A água é drenada para a

rede de drenos superficiais e encaminhada para o SAO. É feito o registo do volume de água

drenado.

A quantidade de combustível recebida depende da demanda dos clientes. Em média são

recebidos 4 navios por mês.

Dependendo da capacidade do navio a recepção de produto pode demorar entre 3 a 4 horas.

São retiradas amostras antes e após a recepção do produto para avaliar a sua qualidade. A

recolha de amostras e análise da qualidade do produto é efectuada por uma empresa externa.

O Terminal, também, armazena lubrificantes, num armazém dedicado. Estes lubrificantes são

recebidos, em bidons, por transporte rodoviário.

2.3.2. Manuseamento de Produtos

O volume de produtos manuseados no Terminal da Total da Beira depende da demanda dos

clientes. O principal produto manuseado é o gasóleo. A seguinte Tabela apresenta os volumes

manuseados em 2015.

Tabela 1 – Volume de produtos manuseados no Terminal da Total da Beira

Produtos Volume de combustíveis

manuseados em 2015 (m3)

Gasóleo 144,700

Gasolina 29,751

Total 174,451

Produtos Volume de lubrificantes importados

em 2015 (ton)

Lubrificantes 608

2.3.3. Expedição de Produtos

O combustível é expedido por camião. Os veículos são abastecidos no posto de abastecimento. É

efectuada a bombagem do produto dos tanques de armazenamento para o posto de

abastecimento.

A velocidade máxima de circulação no interior do Terminal é de 8 km/h.

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Campanhas de Monitorização 11

A quantidade de produtos expedidos depende da demanda dos clientes. Em média, são expedidos

entre 15 a 17 camiões de combustível por dia. O tempo de abastecimento varia entre os 35 a

40 min, dependendo da capacidade do camião.

Adicionalmente, o produto é expedido por oleoduto até ao Zimbabué.

3. Qualidade do Ar

O presente capítulo sumariza os resultados obtidos na campanha de monitorização da qualidade

do Ar realizada em Outubro de 2016 no Terminal da Beira, com o objectivo de conhecer as

concentrações de compostos Orgânicos Voláteis existente na envolvente deste Terminal de

Armazenamento, Manuseamento e Distribuição de Combustível.

3.1. Definições Composto orgânico — qualquer composto que contenha carbono e um ou mais dos seguintes

elementos: hidrogénio, halogéneos, oxigénio, enxofre, fósforo, silício ou azoto, à excepção dos

óxidos de carbono e dos carbonatos e bicarbonatos inorgânicos.

Composto orgânico volátil (COV) — composto orgânico com uma pressão de vapor igual ou

superior a 0,01 kPa a 293,15 K, ou com volatilidade equivalente nas condições de utilização

específicas. Para efeitos do presente relatório, a fracção de creosoto que exceda este valor de

pressão de vapor a 293,15 K é considerada um COV.

Emissões — quaisquer descargas de COV de uma instalação para o ambiente.

Emissões difusas — quaisquer descarga para a atmosfera, solo ou água de COV não contidos

em gases residuais e que não é feita através de um dispositivo preparado para dirigir ou controlar

tais emissões. Incluem-se nesta definição as emissões não confinadas para o ambiente exterior

através de janelas, portas, respiradouros e aberturas afins.

Valor limite de emissão — a massa de COV, expressa em termos de determinados parâmetros

específicos, de concentração, de percentagem e ou de nível de emissão, calculada em condições

normais de pressão e temperatura, que não deve ser excedida durante um ou mais períodos de

tempo.

TWA - Valores máximo de exposição a que poderão estar expostos os seres humanos durante um

período máximo de 8 horas e/ou 40 horas semanais.

3.2. Fundamentos Teóricos

Os compostos orgânicos voláteis (COV) são hidrocarbonetos cuja volatilidade lhes confere a

capacidade de se dispersar para a envolvente do seu local de emissão.

O termo "orgânico" refere-se à presença de carbono, associado a hidrogénio, mas também de

outros elementos, tais como oxigénio, enxofre, e de compostos halogenados como o cloro, fluor,

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 12

etc. Estes compostos podem ser considerados como gases com efeito de estufa porque

participam em reações fotoquímicas na atmosfera, ocasionando o aumento da concentração de

ozono, o qual a nível troposférico contribui para o Efeito de Estufa com o consequente.

A poluição provocada pelos compostos orgânicos voláteis (COV) afeta a qualidade do ar e é

potencialmente nociva para a saúde pública, sobretudo em resultado da utilização de solventes

orgânicos em determinadas atividades e instalações, em que as emissões de COV podem

contribuir para a formação local de oxidantes fotoquímicos na camada limite da troposfera.

Estes compostos podem também ter um impacto direto sobre o ser humano, a sua saúde e o seu

meio ambiente podendo em elevadas concentrações apresentar efeitos nocivos sobre animais, os

vegetais e a poluição dos cursos de água.

São conhecidos por estarem presentes nas tintas de onde são provenientes da evaporação dos

solventes. Todas as atividades relativas aos hidrocarbonetos (em particular a refinação e a

transformação) mas também as acções de armazenamento e transferência de combustíveis

apresentam o potencial de emitirem COV’s para a atmosfera.

Os locais de armazenamento de combustíveis são responsáveis pela emissão de vapores

orgânicos. Destes compostos orgânicos destacam-se os hidrocarbonetos à base de petróleo, o

Benzeno, Tolueno, Xilenos n-Hexano o Ciclohexano e outros grupos de Compostos Orgânicos

Voláteis quando presentes nos combustíveis.

De acordo com National Pollutant Inventory a taxa de libertação destes gases é função de factores

como a geometria dos sistemas de armazenamento, a frequência de enchimento dos depósitos de

combustível, a existência ou não de sistemas automatizados de libertação de vapores em excesso

assim como das condições climatéricas dos locais onde se realiza o armazenamento onde a

temperatura desempenha um papel preponderante já que temperaturas elevadas promovem

sempre algum grau de volatização de hidrocarbonetos.

As emissões de compostos orgânicos voláteis geradas nos locais de armazenamento e

abastecimento de combustíveis são consideradas como emissões fugitivas. Estas emissões

podem ser categorizadas como perdas geradas durante as operações de enchimento e

esvaziamento de um tanque. À medida que o nível do líquido aumenta, a pressão dentro do

tanque aumenta e os vapores são expelidos do tanque. A perda durante o esvaziamento ocorre

quando o ar aspirado para o tanque se torna saturado com vapor orgânico e expande-se, assim,

excedendo a capacidade do espaço de vapor. As perdas permanentes ocorrem através da

expulsão de vapor devido à expansão do vapor com posterior contracção, devido a mudanças na

temperatura e pressão barométrica. A título de exemplo a Tabela 2 apresenta a taxa média de

libertação de compostos orgânicos, expressos em kg libertados por tonelada de gasóleo

armazenado e manuseado. Estes factores de emissão representam valores médios calculados a

partir dos factores de emissão obtidos em diversas unidades industriais australianas com base nos

dados publicados pelo Australian National Pollutant Inventory (NPI) em 2012.

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 13

Tabela 2 - Taxa de libertação média de compostos orgânicos por tonelada de combustível gasóleo manuseado.

Composto orgânico

Benzeno Cumeno Cyclohexano Ethylbenzeno n-Hexano Tolueno Xylenos

Factor de emissão (g/ton)

0,49417 0,79750 0,17083 0,18500 0,26500 0,48583 0,48333

Fonte: Emission Estimation Technique- Manual for fuel and organic liquid storage, 2012 NPI.

A Tabela 3 apresenta a taxa média de libertação de compostos orgânicos, expressos em kg

libertados por tonelada de gasolina armazenada e manuseada. Os factores de emissão provêm da

mesma fonte anteriormente referida, ou seja, os dados publicados pelo NPI, 2012.

Tabela 3 – Factor de libertação média de compostos orgânicos por tonelada de combustível gasolina

Composto orgânico

Benzeno Cumeno Ciclo-hexano Ethil-benzeno n-Hexano Tolueno Xilenos

Factor de emissão (kg/ton)

0,0102225 5,41E-05 0,008626667 0,001705833 0,032165 0,0181125 0,007213333

Fonte: Emission Estimation Technique- Manual for fuel and organic liquid storage, NPI, 2012.

Refira-se também que a norma publicada pela US Environmental Protection Agency (USEPA) no

documento Emission Standard for Hazardous Air Pollutants, publicada em 2011 refere que os

terminais de armazenamento e distribuição de gasolina não deverão exceder uma emissão

superior a 80 mg/L de compostos orgânicos por litro de combustível (gasolina) transferido.

3.3. Enquadramento Legal

Os padrões de qualidade do ar, de cada país, são estabelecidos no sentido de salvaguardar a

saúde da população humana e a protecção dos ecossistemas. Tais padrões são estabelecidos

tendo em consideração as diferentes formas de absorção de compostos gasosos ou materiais

particulados presentes na atmosfera.

Em matéria de poluição, a Lei do Ambiente de Moçambique limita a “produção, o depósito no solo e

no subsolo e o lançamento na água ou para a atmosfera, de quaisquer substâncias tóxicas e

poluidoras, assim como a prática de actividades que acelerem a erosão, a desertificação, a

desflorestação ou qualquer outra forma de degradação do ambiente” aos limites legalmente

estabelecidos (Artigo n.º 9). A lei prevê o estabelecimento de padrões ambientais através de

regulamentação (Artigo n.º 10), o que veio a acontecer através do Decreto n.º 18/2004 de 2 de

Junho (Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes)

posteriormente alterado pelo Decreto nº 67/2010 de 31 de Dezembro, o qual procede à alteração e

revisão dos padrões de Qualidade Ambiental.

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 14

A nível legislativo e directamente relacionado com a Qualidade do Ar, a Lei do Ambiente proíbe o

lançamento de quaisquer substâncias tóxicas e poluidoras para a atmosfera, fora dos limites

legalmente estabelecido.

Tal como foi referido anteriormente, o Decreto n.º 18/2004 define os padrões de emissão de

poluentes para fontes fixas e móveis. Este regulamento estabelece os valores-limite nacionais de

qualidade do ar, que se encontram detalhados na Tabela 4.

Tabela 4– Padrões Nacionais de Qualidade do Ar

Poluente Unidades Padrões da qualidade do Ar

Moçambique Notas

PTS µm/m3 150 Valor médio máximo diário

60 Média Anual

NO2 µm/m3

190 Valor médio máximo horário

-- Valor médio máximo diário

10 Média Anual

SO2 µm/m3

500 Valor instantâneo - média de 10 minutos

800 Valor máximo horário

100 Máximo da média diária

40 Media Anual

CO µm/m3

30 000 Valor máximo horário

10 000 Máximo de oito horas

60 000 Máximo de 30 minutos

100 000 Máximo de 15 minutos

O3 µm/m3

160 Valor máximo horário

120 Máximo de oito horas

50 Máximo de 24 horas

70 Media Anual

Tolueno µm/m3 260 1 semana

Tetracloroetileno µm/m3 250 Máximo de 24 horas

Estireno µm/m3 280 30 minutos

Formaldeído µm/m3 10 30 minutos

Fonte: Decreto n.º 67/2010

A título de referência apresenta-se na Tabela 5 outros valores-limite/padrões da qualidade do ar

estabelecidos por outras instituições como a OMS, ou legislação de outros países como a União

Europeia e pela África do Sul, comparado com os de Moçambique.

Tabela 5 – Padrões internacionais da Qualidade do Ar

PARÂMETROS PERÍODO MOÇAMBIQUE

(µG/M3) OMS (µG/M3)

UNIÃO EUROPEIA

(µG/M3) ÁFRICA DO SUL

(µG/M3)

PM10 24 horas -- 50 50 --

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 15

PARÂMETROS PERÍODO MOÇAMBIQUE

(µG/M3) OMS (µG/M3)

UNIÃO EUROPEIA

(µG/M3) ÁFRICA DO SUL

(µG/M3)

MAA(*) -- 20 40 --

Dióxido de

enxofre

Instantâneo -- 500 -- 500

1 hora 800 -- 350 --

24 horas 100 -- 125 125

MAA(*) 40 50 20 50

Monóxido de

Carbono

1 hora 30 000 -- -- --

8 horas 10 000 10 000 10 000 --

Dióxido de Azoto

1 hora 190 200 200 376

24 horas -- -- -- 188

MAA(*) 10 40 40 94

Benzeno MAA(*) -- -- 5 5

Tolueno 1 semana 260 260 -- --

Estireno 30-minutos 280 280 -- --

Tetracloroetileno 24 horas 250 680 -- --

(*) Média Aritmética Anual.

3.3.1. Saúde e Segurança Ocupacional

A Tabela 6 apresenta as concentrações máximas admissíveis referentes a diferentes grupos de

Compostos Orgânicos Voláteis. As concentrações apresentadas traduzem os valores máximo de

exposição a que poderão estar expostos os seres humanos durante um período máximo de 8

horas e/ou 40 horas semanais. Estas concentrações máximas são provenientes do Instituto

Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional dos Estados Unidos (NIOSH). A NIOSH é uma

organização reconhecida a nível internacional que estipula requisitos para a protecção da Saúde e

Segurança Ocupacional e entre os quais define os valores limite de exposição para um conjunto

alargado de compostos orgânicos voláteis com o objectivo de assegurar a protecção da saúde

humana. A NIOSH integra o Departamento para a Saúde e Serviços Humanos Norte Americano.

Tabela 6 – Valores máximos admissíveis, NIOSH

Composto orgânico/ Grupo Valor máximo admissível

(TWA) - (mg/m3) Valor máximo admissível

(TWA) - (µg/m3) Observações/Fonte

informação alternativa

Compostos Orgânicos Halogenados

1.4-Diclorobenzeno 300 300 000 ---

Tetraclorometano 12,6 12 600 ---

Compostos Orgânicos não – Halogenados

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Composto orgânico/ Grupo Valor máximo admissível

(TWA) - (mg/m3) Valor máximo admissível

(TWA) - (µg/m3) Observações/Fonte

informação alternativa

2-Metilhexano 1600 1600 000 ---

Metilciclohexano 1600 1600 000 ---

Isooctano 2035 2035 000 Regulamento (EC) Nº 1907/2006

Metilciclopentano 1800 1800 000 Regulamento (EC) Nº 1907/2006

Compostos Orgânicos Aromáticos

1.2.3-Trimetilbenzeno 125 125 000 ---

1.2.4-Trimetilbenzeno 125 125 000 ---

1.3.5-Trimetilbenzeno 125 125 000 ---

2-Etiiltolueno 375 375 000 ---

3-Etiltolueno 375 375 000 ---

4-Etiltolueno 435 435 000 Também designado por

EtilmetilBenzeno

Isopropilbenzeno 245 245 000 pode afectar a pele por contacto

n-Propilbenzeno 245 245 000 pode afectar a pele por contacto

Compostos Orgânicos Voláteis – Hidrocarbonetos de Petróleo

n-Heptano 350 350 000 Referente a 15 minutos de

exposição

n-Hexano 180 180 000 ---

n-Nonano 1050 1050 000 ---

n-Octano 350 350 000 ---

n-Pentano 350 350 000 ---

n-Undecano 1050 1050 000 ---

Fonte: (NIOSH, 2016)

3.4. Critérios de Avaliação

Como critérios de avaliação adoptam-se os valores limite patentes no enquadramento legislativo

nacional definidos no Decreto n.º 18/2004, de 2 de Junho e Decreto nº 67/2010, de 31 de

Dezembro, assim como os critérios definidos na legislação internacional, nomeadamente África do

Sul e União Europeia. Na ausência de valores específicos para alguns dos Compostos orgânicos

avaliados comparam-se ainda as concentrações obtidas com os valores limite estipulados pelo

Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional dos Estados Unidos (NIOSH).

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Campanhas de Monitorização 17

3.5. Monitorização da Qualidade do Ar

3.5.1. Metodologia

A determinação de Compostos Orgânicos Voláteis foi realizada através de amostragem passiva.

Para tal, foram utilizados tubos de adsorção da marca Radiello No. 130, os quais são compostos

por um cilindro metálico com uma abertura de 3x8 μm e um diâmetro de 4.8 mm com 350 ± 10 mg

de carvão activado (tipo Carbograph 4). Os compostos orgânicos Voláteis são absorvidos neste

meio e posteriormente são recuperados através de desabsorção química com solventes

adequados tais como o CN2. A quantificação destes elementos foi realizada em laboratório de

análises através da técnica de cromatografia gasosa e através de espectrofotometria de massa.

As concentrações obtidas são expressas em µg/amostra e posteriormente calculadas e

convertidas em µg/m3 com base no tempo de exposição dos tubos com base na taxa específica de

absorção de cada elemento.

A campanha de monitorização foi ainda complementada com registos fotográficos e a observação

de eventuais factores externos que possam de algum modo influenciar as concentrações

verificadas nomeadamente pela análise dos padrões meteorológicos antes e durante a realização

dos ensaios. Verificou-se que a influência de factores externos (chuva forte, vento, etc.) foi

notoriamente pouco significativa durante o período de exposição das amostras.

Com base nas recomendações do manual de manuseamento do equipamento selecionou-se um

tempo de exposição contínuo de 7 dias.

Tabela 7 – Tempo de exposição

Parâmetros Tubos de adsorção Tempo de exposição

das amostras

VOC’s incluindo BTEX (Benzeno, Tolueno, Xileno e Etilbenzeno)

Radiello 7 dias

A recolha de amostras foi realizada com tubos de adsorção do Radiello específicos para os

compostos alvo de análise. Depois de exposto durante o período de amostragem, as amostras

foram devidamente individualmente marcadas, registadas e enviadas para o laboratório de

referência pertencente ao grupo ALS para posterior determinação analítica. A Tabela 8 especifica

os meios de colecta dos parâmetros a serem analisados.

Tabela 8 – Especificações dos equipamentos

Parâmetro Corpo Difusor Tubo de adsorção Placa de Suporte Abrigo exterior

COV’s e BTEX Radiello nº 120

(Branco) Tubo de adsorção nº

130 Radiello nº 121 SIM - Code 196

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Campanhas de Monitorização 18

3.5.2. Equipamento

A determinação da concentração de VOC’s foi realizada usando amostradores passivos da marca

Radiello. A Figura 3 ilustra os equipamentos utilizados na presente campanha de amostragem.

Tubos de adsorção Radiello Corpo de difusão

Radiello Placa de suporte

Fonte: Radiello, Inc., 2012

Figura 3 – Equipamento Radiello

Os amostradores passivos foram protegidos da luz solar direta e precipitação utilizando para tal os

abrigos exteriores, conforme ilustrado na figura seguinte.

Fonte: Radiello Inc., 2012

Figura 3.1 – Abrigo exterior

3.5.3. Locais de Monitorização

Com o intuito de caracterizar os níveis de Compostos Orgânicos Voláteis junto do Terminal de

Combustível da Beira, foram seleccionados cincos locais nos limites da instalação. O processo de

amostragem foi realizado de modo a garantir que as amostras obtidas sejam representativas da

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Campanhas de Monitorização 19

área de influência do Terminal pelo que se definiu a sua localização no perímetro da instalação.

Foi ainda definida uma amostra de controlo num ponto mais afastado da área do Terminal.

A seguinte tabela apresenta a localização dos pontos de monitorização, data de instalação e

duração das amostragens.

Tabela 9 – Locais de monitorização no perímetro da instalação

Identificação da amostra e do local de amostragem Instalação Desinstalação

ID amostra Coordenadas GPS

Data Hora Data Hora M P

B1 19°48'27.30"S 34°50'40.40"E 13/10/2016 12:25 20/10/2016 12:20

B2 19°48'25.30"S 34°50'34.20"E 13/10/2016 12:12 20/10/2016 12:16

B3 19°48'19.00"S 34°50'38.80"E 13/10/2016 11:30 20/10/2016 12:06

B4 19°48'21.90"S 34°50'44.10"E 13/10/2016 10:25 20/10/2016 11:58

B5 19°48'25.90"S 34°50'51.90"E 13/10/2016 13:25 20/10/2016 13:35

Fonte: Imagem Google earth

Figura 4 – Localização dos pontos de amostragem

As seguintes fotografias ilustram a instalação dos amostradores passivos nos pontos de

amostragem estabelecidos.

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Campanhas de Monitorização 20

Fotografia 3.1 – Ilustração da instalação dos equipamentos de monitorização

3.5.4. Data de Amostragem

A campanha de monitorização foi iniciada no dia 13 de Outubro de 2016 tendo terminado no dia

20 de Outubro de 2016.

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Campanhas de Monitorização 21

3.6. Resultados Obtidos e Interpretação de Resultados

3.6.1. Resultados Obtidos

As Tabela 10 a Tabela 13 resumem as concentrações dos diferentes grupos de COV’s

determinados para cada local de monitorização. No âmbito da presente monitorização foram

efectuadas as determinações analíticas para o despiste de vários grupos de compostos orgânicos

voláteis tais como: BTEX, compostos orgânicos halogenados e não halogenados, hidrocarbonetos

de petróleo, compostos orgânicos aromáticos, álcoois, aldeídos/cetonas e hidrocarbonetos

aromáticos policíclicos (PAH).

Nas Tabelas são apenas apresentados os elementos com concentrações acima dos limites de

detecção dos métodos analíticos utilizados. A listagem completa dos elementos analisados é

apresentada no Anexo I.

Tabela 10 – Resultados referentes a Compostos Orgânicos BTEX

#

Concentrações de Compostos Orgânicos Voláteis

Compostos Orgânicos BTEX Compostos Orgânicos Halogenados

Benzeno

(µg/m3)

Tolueno

(µg/m3) Etil-Benzeno

(µg/m3) Xilenos

(µg/m3)

∑ TOTAL BTEX

(µg/m3)

1.4-Diclorobenzeno

(µg/m3)

Tetraclorometano

(µg/m3)

∑ TOTAL VOC’s halogenados

(µg/m3)

B1 4,83 23 4,79 19,3 51,92 0,544 0,325 0,87

B2 2,70 10,2 2,77 11,3 26,97 0,580 <0,300 0,88

B3 3,94 15,0 4,7 19,0 42,64 0,788 <0,300 1,09

B4 2,77 12,2 4,35 17,1 36,42 0,881 <0,300 1,18

B5 0,915 2,9 1,02 3,97 8,81 0,562 <0,300 0,86

Tabela 11 – Resultados referentes a Compostos orgânicos não-halogenados

#

Concentrações de Compostos Orgânicos Voláteis

∑ Compostos Orgânicos não-Halogenados ∑ TOTAL VOC’s não-Halogenados

(µg/m3) 2-Metilhexano

(µg/m3)

Metilciclohexano

(µg/m3) Ciclohexano

(µg/m3) Isooctano

(µg/m3)

MTBE

(µg/m3)

Metilciclopentano

(µg/m3)

B1 10,27 9,16 5,83 3,02 <0,310 6,48 35,1

B2 4,70 5,51 3,63 0,645 0,379 2,94 17,8

B3 7,32 8,69 6,75 0,766 0,437 5,17 29,1

B4 5,76 6,88 4,66 0,672 <0,310 3,30 21,6

B5 1,33 2,37 1,81 <0,360 <0,310 0,947 7,1

Tabela 12 – Resultados referentes a Compostos orgânicos aromáticos

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Campanhas de Monitorização 22

# Concentrações de Compostos Orgânicos Voláteis

∑ Compostos Orgânicos Voláteis Aromáticos (g/m3)

Parâmetro / Local medição B1 B2 B3 B4 B5

1,2,3-Trimetilbenzeno 5,71 3,28 7,34 6,78 1,47

1,2,4-Trimetilbenzeno 1,25 0,729 1,74 1,64 <0,40

1,3,5-Trimetilbenzeno 1,89 1,08 2,82 2,46 <0,60

2-Etiiltolueno 2,26 1,42 3,47 3,27 0,67

3-Etiltolueno 3,96 2,29 5,33 4,85 0,92

4-Etiltolueno 1,98 1,155 2,9425 2,64 <0,55

Isopropilbenzeno 0,529 0,357 0,862 0,775 <0,340

n-Propilbenzeno 1,13 0,692 1,62 1,44 <0,350

∑ TOTAL VOC’s Aromáticos

(µg/m3) 18,71 11,00 26,12 23,86 5,30

Tabela 13 – Resultados referentes aos Compostos Orgânicos de hidrocarbonetos de Petróleo.

# Concentrações de Compostos Orgânicos Voláteis

Compostos Orgânicos Voláteis – Hidrocarbonetos de Petróleo (g/m3)

Parâmetro / Local medição B1 B2 B3 B4 B5

Fracção Hidrocarb. C10 - C11 7,6 6,42 18,2 17 <4,60

Fracção Hidrocarb. C11 - C12 <8,30 <8,30 14,7 12,5 <8,30

Fracção Hidrocarb. C12 - C13 27,0 33,0 59,0 36,0 70,0

Fracção Hidrocarb. C6-C7 33,6 13,7 23,3 18,9 4,8

Fracção Hidrocarb. C7-C8 39,1 24,8 41,9 40,1 10,4

Fracção Hidrocarb. C8-C9 35,7 29,8 68,6 64,6 14,9

Fracção Hidrocarb. C9-C10 19,2 16,8 45,9 42,4 8,65

n-Decano 5,57 4,42 13,6 <0,460 2,12

n-Dodecano 12,9 15,4 21 18,6 11

n-Heptano 9,29 5,1 10,5 9,74 2,37

n-Hexano 14,9 6,09 13,5 8,56 2,16

n-Nonano 10,2 8,87 23,1 21,8 4,31

n-Octano 10,6 7,62 19,4 17,9 3,96

n-Pentano 26 12 24,6 9,31 2,54

n-Undecano 3,14 2,42 6,82 6,24 1,24

∑ TOTAL Hidrocarbonetos de Petróleo (µg/m3)

254,8 186,4 404,1 323,7 138,5

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Campanhas de Monitorização 23

3.6.2. Interpretação de Resultados

As concentrações das espécies químicas presentes nas Tabela 10 a Tabela 13 reflectem os níveis

de compostos orgânicos voláteis presentes na envolvente do Terminal de Combustível da Beira,

no período de amostragem. A determinação analítica destes compostos orgânicos foi realizada

pelo laboratório do grupo ALS através da aplicação dos métodos de cromatografia em fase gasosa

com detecção de ionização de chama (FID) e de espectrometria de massa (MS).

Das espécies de COV’s avaliadas nos diferentes locais de amostragem instalados nas imediações

deste Terminal de combustíveis, detectou-se a presença de compostos orgânicos voláteis

pertencentes ao grupo dos BTEX, ao grupo dos compostos orgânicos halogenados e não-

halogenados assim como a presença de compostos orgânicos aromáticos e também de

Hidrocarbonetos de Petróleo. Todos estes grupos de compostos orgânicos voláteis apresentaram

concentrações que se apresentaram acima dos limites de detecção dos métodos analíticos

aplicados o que permite concluir pela presença efectiva destes elementos nos pontos de

amostragem pré-estabelecidos.

Os compostos pertencentes ao grupo dos BTEX (Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos) são

compostos orgânicos voláteis que são encontrados nos derivados de petróleo tais como a gasolina

ou o gasóleo. Em concentrações elevadas os BTEX podem ter efeitos nocivos sobre o sistema

nervoso central humano. De acordo com o valor limite estipulado pela legislação moçambicana

verifica-se que as concentrações de tolueno detectado em todas as amostras analisadas

apresentam concentrações inferiores ao valor máximo estipulado pelo Decreto nº 67/2010. O Valor

limite do benzeno encontra-se definido em padrões internacionais como os emanados pela União

Europeia e pelo Governo da África do Sul com ambos os normativos a estipular um valor máximo

admissível de 5 g/m3 no ar ambiente. Verificou-se que todas as 5 amostras analisadas

apresentaram concentrações inferiores a este valor limite.

Os compostos orgânicos halogenados são provenientes de hidrocarbonetos por substituição de

um ou mais átomos de Hidrogénio de um hidrocarboneto por átomos de halogénios como o Flúor,

o Cloro, o Bromo ou o Iodo. Nas amostras analisadas foi detectada a presença residual dos

compostos 4-Diclorobenzeno e Tetraclorometano, em concentrações que não serão susceptíveis

de afectar a saúde humana.

Os compostos orgânicos não halogenados correspondem aos hidrocarbonetos que não

apresentam a substituição dos átomos de hidrogénio por espécies halogenadas. Deste grupo

foram detectadas as seguintes espécies: 2-Metilhexano, Metilciclohexano, Ciclohexano, Isooctano,

MTBE e o Metilciclopentano. Estes compostos apresentam limites máximos de exposição

definidos no âmbito da saúde ocupacional conforme as directivas internacionais do NIOSH e do

Regulamento da União Europeia (EC) Nº 1907/2006. Verificou-se que as concentrações

determinadas no Terminal da Beira são substancialmente inferiores aos valores limite máximos de

exposição recomendados nas directivas anteriormente mencionadas, concluindo-se que estes

compostos não estão presentes em concentrações susceptíveis de afectar a saúde humana

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Campanhas de Monitorização 24

Os compostos orgânicos aromáticos detectados nas amostras analisadas são compostos

caracterizados por apresentar como cadeia principal um ou vários anéis benzénicos. Dentro deste

grupo são poucos os hidrocarbonetos que possuem características de aromaticidade para além do

benzeno e compostos relacionados. As espécies químicas que foram detectadas nas amostras

analisadas são efectivamente derivados do benzeno como é o caso do Trimetilbenzeno, do

Etiiltolueno, do Isopropilbenzeno e do Propilbenzeno. As concentrações destes compostos

orgânicos aromáticos são substancialmente inferiores aos valores máximos recomendados pelo

normativo NIOSH.

Foi também identifica a presença de compostos orgânicos voláteis pertencentes ao grupo dos

hidrocarbonetos de petróleo, sendo estes elementos constituídos por átomos de carbono e de

hidrogénio unidos tetraedricamente através de ligações covalentes. Quando presentes no ar

podem resultar da volatização de derivados do petróleo como a gasolina ou o gasóleo, indicando a

proximidade de armazenamento e/ou operações de transferência de combustíveis. Efectivamente

as amostras analisadas revelaram a presença deste tipo de COV’s dos quais se destacam as

fracções de hidrocarbonetos de cadeia longa (C6 a C13) assim como a presença de

hidrocarbonetos alcanos (n-decano a n-undecano) individualmente discriminados na Tabela 13.

Verificou-se que as concentrações determinadas são muito inferiores aos limites máximos

recomendados pelo normativo da NIOSH. Estes resultados concluem que o grau de volatização de

combustível pode ser considerada marginal.

Refira-se que no âmbito da presente campanha de amostragem foram também efectuadas as

determinações analíticas para o despiste de outros grupos de compostos orgânicos voláteis tais

álcoois, aldeídos/cetonas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH). No entanto, não foi

detectada a presença de elementos pertencentes a estes grupos. Os resultados obtidos

apresentaram concentrações inferiores aos limites inferiores de detecção dos métodos analíticos

aplicados.

Em geral, pode concluir-se que a presença dos elementos detectados no ar é típica de áreas de

armazenamento e transferência de combustíveis e que as concentrações obtidas indicam um grau

de volatização de combustível marginal.

Em todos os locais de amostragem não se verificou qualquer excedência dos valores limite

estipulados pela legislação nacional, nomeadamente no Decreto n.º 18/2004, de 2 de Junho

(Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes) e no Decreto

nº 67/2010, de 31 de Dezembro. Salienta-se, também, que não foram excedidas os limites

definidos nas diretivas internacionais. Os diferentes compostos orgânicos voláteis analisados

apresentam concentrações substancialmente inferiores aos valores máximos recomendados pela

NIOSH, o que pressupõe o cumprimento dos padrões estabelecidos no âmbito da protecção da

saúde dos trabalhadores.

3.7. Referências Bibliográficas

Decreto Nº 67/2010 - Revisão e actualização dos padrões de qualidade ambiental.

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

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Campanhas de Monitorização 25

Decreto nº 18/2004 – Regulamento dos Padrões de Qualidade Ambiental e emissão Efluentes.

NIOSH, 2016. Pocket guide to chemical hazards.

NPI, 2012. “Emission Estimation Technique Manual for Fuel and Organic Liquid Storage”.

OMS, 2000. Air Quality Guidelines for Europe.

Radiello, 2006. Radiello's Manual Sorbent Tubes.

South Africa Government, 2009. National Quality Air Standards.

UE, 2008. Directiva 2008/50/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de Maio de 2008.

USEPA, 2011. Emission Standard for Hazardous Air Pollutants.

3.8. Boletins Analíticos

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4. Ruído

O presente capítilo sumariza os resultados obtidos na campanha de monitorização de ruído

realizada em Outubro de 2016, com o objectivo de avaliar a exposição dos trabalhadores ao ruído

(Ruído Ocupacional).

4.1. Definições

Exposição pessoal diária ao ruído (LEX,8h) - o nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A,

calculado para um período normal de trabalho diário de oito horas ou para uma média semanal

dos valores diários de exposição pessoal ao ruído.

Exposição pessoal diária efectiva (LEX,8h,efect.) - a exposição pessoal diária ao ruído tendo

em consideração a atenuação proporcionada por protectores auditivos.

Nível de pressão sonora de pico (LC pico) - o valor máximo da pressão instantânea medido em

malha C.

Valores de acção inferiores e superiores - os níveis de exposição diária ou semanal ou níveis

de pressão sonora de pico que em caso de serem ultrapassados, implicam a necessidade de

desencadear medidas preventivas no sentido de garantir a redução do risco para a segurança e

saúde dos trabalhadores expostos.

Valores limite de exposição - os níveis de exposição diária ou semanal ou o nível de pressão

sonora de pico que não deve em caso algum ser ultrapassado.

4.2. Fundamentos Teóricos

O som propaga-se no espaço na forma de gradientes de pressão que, ao actuar nos tímpanos, os

fazem vibrar. Esta vibração é transformada, no aparelho auditivo, em impulsos nervosos que são

conduzidos ao cérebro. Por isso, e independentemente do tipo de som, os tímpanos apenas são

sensíveis à intensidade da pressão sonora que os faz vibrar.

Quanto à forma de propagação, esta efectua-se por muitas mais vias do que a simples

propagação através do ar, que simplisticamente se considera como única. De facto, as vibrações

sonoras viajam através de todos as interfaces de matéria que encontram, sofrendo, no entanto,

diferentes graus de atenuação em diferentes meios. A sensibilidade do sistema auditivo humano

quando submetido a elevados níveis de ruído varia de indivíduo para indivíduo. O ruído pode

assim constituir uma causa de incómodo, um obstáculo à concentração e à comunicação.

A capacidade auditiva humana apresenta valores diversos, mas em média pode-se afirmar que o

ouvido capta sons desde a frequência de 20Hz até a frequências de 20 KHz, existindo uma gama

de valores onde a sensibilidade auditiva é mais evidente: 500Hz e 6000Hz.

A escala de valores de nível de pressão sonora varia entre 0 dB(A) (limiar da audição) e 130 dB(A)

(limiar da dor). A figura seguinte ilustra a escala logarítmica dos níveis de ruído apercebida pelos

seres humanos.

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Campanhas de Monitorização 35

Fonte: CATL, 2016

Figura 5 – Escala logarítmica níveis de Ruído em dB(A)

Torna-se importante referir então, tendo em atenção a figura anterior, que não existe uma

linearidade na aritmética do decibel, uma variação de 3 dB(A), corresponde a uma duplicação da

intensidade sonora.

A perda de audição induzida pelo ruído é umas das doenças profissionais mais comuns,

representando cerca de um terço da totalidade das doenças relacionadas com o trabalho, à frente

dos problemas de pele e dos problemas respiratórios (AEST, 2002).

As dificuldades auditivas podem ser geradas por um bloqueio mecânico na transmissão do som ao

ouvido interno (surdez de transmissão) ou a danos nas células ciliadas da cóclea, que fazem parte

do ouvido interno (surdez neurossensorial). Embora seja raro, as dificuldades auditivas podem

ainda ser causadas por perturbações do processamento auditivo central (no caso de os centros

auditivos do cérebro estarem afectados).

A perda de audição induzida pelo ruído é causada, normalmente, pela exposição prolongada a

níveis de ruído elevados. O seu primeiro sintoma costuma ser a incapacidade de ouvir sons

agudos. Se o problema de excesso de ruído não for solucionado, a audição continuará a

deteriorar-se, com perda de capacidade para ouvir sons graves. Geralmente o problema afecta os

dois ouvidos. Os danos da perda de audição induzida pelo ruído são permanentes. Contudo, a

perda de audição pode ocorrer sem exposição prolongada. A exposição breve a ruídos impulsivos

(ou mesmo a um único impulso forte), como os produzidos pelo disparo de uma arma de fogo,

pelo impacto de um martelo pneumático, podem ter efeitos permanentes, incluindo a perda da

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Campanhas de Monitorização 36

audição e zumbido contínuo. Os impulsos podem ainda perfurar a membrana do tímpano,

problema que, apesar de doloroso, é reversível (OSHA,2005).

Torna-se por isso necessário quantificar limites quer de dosagem (exposição prolongada) quer

absolutos (ruídos de elevada intensidade que provocam danos permanentes mesmo sendo de

curta duração). A título de exemplo e de acordo com a directiva em vigor na União Europeia a

dosagem diária de ruído não deverá exceder 87 dB(A), e os níveis instantâneos de ruído não

poderão ir além dos 140 dB(C).

De acordo com os princípios gerais de prevenção dos riscos, caso se verifiquem níveis elevados

de ruído numa determinada organização, deverão ser implementadas medidas mitigadores de

modo a conseguir-se eliminar na origem ou reduzir ao mínimo possível, os riscos associados ao

ruído no local de trabalho (ou ruído ocupacional). Apresentam-se algumas medidas comuns

adoptadas pelas organizações para atenuar o ruído em ambiente de trabalho:

Procura adoptar métodos de trabalho alternativos que permitam diminuir os tempos de

exposição dos trabalhadores ao ruído;

Escolher equipamentos de trabalho bem concebidos, ergonomicamente adequados e que

produzam o mínimo ruído possível;

Conceber, dispor e organizar os locais e os postos de trabalho de forma adequada

evitando que estes se encontrem expostos de forma permanente a níveis de ruído

elevados;

Proporcionar informação e formação dos trabalhadores, com o objectivo de garantir uma

utilização correcta e segura dos equipamentos de trabalho, na utilização de equipamentos

de protecção individual de modo a reduzir ao mínimo a sua exposição ao ruído;

Recorrer à implementação de medidas técnicas de redução de ruído, tais como o

encapsulamento de fontes ruidosas, instalação de painéis absorventes e/ou de

equipamentos amortecedores para evitar a transmissão de ruído para as estruturas;

Desenvolver, implementar e garantir uma correcta programação das actividades de

manutenção dos locais de trabalho e de todos os equipamentos a estes associados;

Adoptar medidas de organização do trabalho, de forma a diminuir a duração da exposição

ao ruído;

Ajustar os horários de trabalho e os respectivos períodos de descanso, considerando-os

como uma possível forma de reduzir a exposição dos trabalhadores ao ruído.

4.3. Enquadramento Legal

4.3.1. Ruído Ocupacional

No que se refere à protecção da saúde dos trabalhadores, destaca-se a Lei do Trabalho

(Lei nº 23/2007, 01 de Agosto). Esta Lei especifica os aspectos relacionados com os direitos e

deveres dos trabalhadores, assim como as questões de higiene, saúde e segurança no trabalho

sendo estas normas estabelecidas no capítulo IV deste diploma legal. No artigo nº 59, ponto b), a

Lei do Trabalho refere que o empregador tem em especial o dever de garantir a observância das

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Campanhas de Monitorização 37

normas de higiene e segurança no trabalho, bem como investigar as causas dos acidentes de

trabalho e doenças profissionais, adoptando medidas adequadas à sua prevenção. Esta lei

estabelece ainda que “as entidades empregadoras devem providenciar aos seus trabalhadores

boas condições físicas de trabalho (…) e informá-los sobre o risco do seu posto de trabalho”.

Estabelece também que “sempre que necessário, as entidades empregadoras devem fornecer

equipamentos de protecção e roupas de trabalho apropriadas”, como forma de minimizar os riscos

de Saúde e Segurança. Para empresas que apresentem riscos excepcionais de acidentes ou

doenças profissionais, esta lei na alínea n.º 1, do artigo 217 obriga à criação de comissões de

segurança no trabalho, devendo os empregadores, em colaboração com os sindicatos, informar ao

órgão local competente da administração do trabalho sobre a natureza dos acidentes de trabalho

ou doenças profissionais, suas causas e consequências, após inquérito e registo dos mesmos.

Já os princípios gerais de Higiene e Segurança do trabalho são consagrados no Capítulo IV –

Artigo nº 218 desta mesma lei referem que:

Todos os trabalhadores têm direito à prestação de trabalho em condições de higiene e

segurança, incumbindo ao empregador a criação e desenvolvimento de meios adequados

à protecção da sua integridade física e mental e à constante melhoria das condições de

trabalho.

O empregador deve proporcionar aos seus trabalhadores boas condições físicas,

ambientais e morais de trabalho, informá-los sobre os riscos do seu posto de trabalho e

instruí-los sobre o adequado cumprimento das regras de higiene e segurança no trabalho.

Os trabalhadores devem velar pela sua própria segurança e saúde e a de outras pessoas

que se podem ver afectadas pelos seus actos e omissões no trabalho, assim como devem

colaborar com o seu empregador em matéria de higiene e segurança no trabalho, quer

individualmente, quer através da comissão de segurança no trabalho ou de outras

estruturas adequadas.

O empregador deve adoptar todas as precauções adequadas para garantir que todos os

postos de trabalho assim como os seus acessos e saídas sejam seguros e estejam

isentos de riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores.

Sempre que necessário, o empregador deve fornecer equipamentos de protecção e

roupas de trabalho apropriados com vista a prevenir os riscos de acidentes ou efeitos

prejudiciais à saúde dos trabalhadores.

O Decreto nº 45/2009, de 14 de Agosto, consagra o Regulamento sobre Inspecção Geral do

Trabalho vigente em Moçambique. Neste regulamento estabelecem-se as regras relativas às

actividades de inspecção, no âmbito do controle da legalidade do trabalho. O Ponto 2 do Artigo nº

4 prevê ainda responsabilidades do empregador em matéria de prevenção de riscos de saúde e

segurança profissional para o empregado.

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Campanhas de Monitorização 38

Regulamentação em vigor na África do Sul

Na África do Sul a regulamentação relativa à saúde e segurança no trabalho encontra-se patente

no Occupational Health and Safety Act 85 of 1993 - Regulations and Notices - Government Notice

R2281. Este diploma refere que qualquer operação industrial que apresente o potencial de gerar

ruído deve ser sujeita a uma monitorização específica (Controlo de Ruído Ocupacional),a qual

avaliará o potencial de Perda Auditiva Induzida pelo Ruído no local de trabalho.

Todas as pessoas expostas a um nível sonoro equivalente superior ou igual a 85 dB(A) devem ser

submetidos a testes audiométricos. É necessário que todos os registros de pesquisas e testes

audiométricos devem ser conservados durante um período de quarenta anos.

A pressão sonora máxima definida para ambientes industriais susceptíveis de afectar a saúde, a

qualidade de vida do trabalhado e a sua qualidade do trabalho são estabelecidos através dos

seguintes valores: Limiar de alerta 80 dB(A) e Limiar de perigo 85 dB(A).

De modo a satisfazer os níveis de desempenho, todos os pontos acessíveis pelos funcionários de

uma determinada organização não deverão exceder um nível máximo de 85 dB(A).

Os equipamentos de trabalho não devem exceder um nível máximo de 80 dB(A) a um metro de

distância do equipamento e a 1,60 m de altura.

As excepções podem ser consideradas para áreas que não são acedidas numa base regular.

Neste caso, deverá ser utilizado Equipamento de Protecção Individual (EPI) para poder aceder às

áreas onde os níveis de ruído ultrapassam os limiares acima indicados.

Ao abrigo dos actuais regulamentos de Saúde Ocupacional em vigor na África do Sul, a entidade

patronal tem o dever legal de reduzir o risco de danos à audição dos seus empregados através do

fornecimento de EPI’s quando a exposição ao ruído dos trabalhadores é susceptível de ser igual

ou superior ao limite de perigo de 85 dB(A). Refira-se, no entanto, que existe uma tendência

internacional para ter em conta o valor de 80 dB(A) como um nível de aviso informal (denominado

limiar de alerta inferior, consagrado em muitos regulamentos internacionais).

O nível de acção é estabelecido como o valor Exposição pessoal diária ao ruído (LEX,8h). Este

parâmetro tem em conta o nível de ruído existente na área de trabalho e o período de tempo que

os trabalhadores se encontram expostos a esses níveis de ruído. Estes valores consideram 8

horas de exposição ao ruído durante a jornada diária de trabalho.

Regulamentação em vigor na União Europeia

Na União Europeia o ruído ocupacional encontra-se regulamentado através da Directiva

n.º 2003/10/CE do Parlamento e do Conselho Europeu, de 6 de Fevereiro. Esta directiva

estabelece as prescrições mínimas de segurança e de saúde em matéria de exposição dos

trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (ruído).

Esta Directiva Europeia é aplicável a todas as actividades dos sectores privado, cooperativo e

social, da administração pública central, regional e local, dos institutos públicos e das demais

pessoas colectivas de direito público, bem como a trabalhadores por conta própria. Reveste-se de

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Campanhas de Monitorização 39

particular importância para as indústrias que apresentam, de uma forma geral, processos

produtivos com potencial para gerarem níveis de ruído significativos e passíveis de inferir riscos

para a saúde e segurança dos trabalhadores expostos.

Com base nesta regulamentação não é permitida, em situação alguma, a exposição pessoal diária

ou semanal de trabalhadores a níveis de ruído iguais ou superiores a 87 dB(A) ou a valores de

pico iguais ou superiores a 140 dB(C), sendo estes valores definidos como os Valores Limite de

Exposição (VLE) ao ruído.

A exposição do trabalhador nunca deverá ser igual ou superior ao nível sonoro contínuo

equivalente de (LEX,8h) de 87 dB(A) ou a valores máximo de pico (LCpico) iguais ou

superiores a 140 dB(C).

Estabelecem-se ainda valores de acção inferior e valores de acção superior, respectivamente.

Assim esta directiva estabelece três níveis distintos de intervenção:

Valores de acção inferiores: LEX,8h = 80 dB(A) e LCpico = 135 dB(C);

Valores de acção superiores: LEX,8h = 85 dB(A) e LCpico = 137 dB(C);

Valores limite de exposição: LEX,8h = 87 dB(A) e LCpico = 140 dB(C).

Nas actividades susceptíveis de apresentar riscos de exposição ao ruído, o empregador deve

avaliar e, se necessário, medir os níveis de ruído a que os trabalhadores se encontram expostos.

Nesta avaliação devem ser tidos em consideração os seguintes princípios:

Avaliar o nível, a natureza e a duração da exposição ao ruído dos trabalhadores,

considerando também a exposição ao ruído de características impulsivas;

A avaliação deve ser feita em concordância com os valores de acção inferiores, superiores

e os valores limite de exposição definidos pela regulamentação;

A avaliação deve ter particular atenção à possibilidade de haver trabalhadores com

especial sensibilidade aos riscos profissionais a que estão expostos;

Considerar as interferências que o ruído pode provoca na percepção adequada de sinais

de aviso, alarme e alerta necessários à redução de riscos de acidente;

Ter em conta as informações disponibilizadas pelos fabricantes dos equipamentos,

nomeadamente no que respeita aos riscos profissionais associados ao seu

funcionamento;

Garantir que os equipamentos de trabalho de substituição se encontram de acordo com os

princípios gerais de diminuição das emissões sonoras;

Ter em consideração a possibilidade de a exposição ao ruído dos trabalhadores se

prolongar para além da duração máxima de um período normal de trabalho;

Utilizar, a informação resultante da vigilância médica da saúde dos trabalhadores expostos

ao ruído laboral, respeitando as restrições definidas por legislação específica;

Garantir a disponibilidade de equipamentos de protecção auditiva com características de

atenuação adequadas às características do ruído em questão.

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Campanhas de Monitorização 40

Para além das obrigações gerais em matéria de saúde no trabalho, as entidades empregadoras

em espaço europeu devem ainda garantir uma adequada vigilância médica dos trabalhadores

expostos ao ruído, com o objectivo de detectar precocemente eventuais perdas de audição e de

tomar medidas no sentido da preservação da sua capacidade auditiva. Assim, o empregador deve

garantir a vigilância médica e audiométrica da função auditiva dos trabalhadores com a seguinte

periodicidade:

Anual (ou inferior se o médico o entender) para os trabalhadores que tenham estado

expostos a níveis de ruído superiores aos valores de acção superiores (LEX,8h = 85 dB(A)

e LCpico = 137 dB(C)).

Dois em dois anos (ou inferior se o médico o entender) para os trabalhadores que

tenham estado expostos a níveis de ruído superiores aos valores de acção inferiores

(LEX,8h = 80 dB(A) e LCpico = 135 dB(C)).

4.3.2. Ruído Ambiental

Em Moçambique foi publicado em Junho de 2004 o regulamento referente aos padrões de

qualidade ambiental e as emissões dos efluentes (Decreto nº. 18/2004, de 2 de Junho). Este

regulamento fixa as normas para a qualidade ambiental e as emissões de efluentes líquidos e

gasosos, visando o controlo e manutenção dos níveis aceitáveis de concentração dos poluentes

no ambiente.

Este decreto define que os limites para o ruído deverão ser estabelecidos pelo Ministério da Terra,

Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) em diploma específico. No entanto, até à presente

data não existem normas ou directrizes sobre o ruído em Moçambique relativas à monitorização e

avaliação da incomodidade provocada pelo ruído.

Na ausência legislação, deverá adoptar-se critérios internacionalmente reconhecidos e aceites,

como os da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A OMS recomenda determinados valores padrão e/ou guia para vários potenciais efeitos adversos

na saúde, em função de ambientes específicos (usos de terra). Na determinação dos níveis

padrão, a OMS considera as áreas habitacionais, escolares e hospitalares como sendo

usos/receptores sensíveis. A Tabela 14 apresenta os valores padrão recomendados pela OMS em

função de determinado Ambiente Específico ou utilização de um determinado espaço.

Tabela 14 - Valores padrão de ruído recomendados pela OMS

Ambiente específico/ usos da terra

Valores padrão recomendados pela

OMS (LAeq)

Tempo de referência (horas)

Efeito na saúde

Exterior de áreas residenciais (dia)

55dB(A) 16 horas (07h00 –

22h00) Incómodo sério

Exterior de áreas residências (noite)

45 dB(A) 8 horas (22h00 – 07h00) Distúrbio do sono

Áreas Industriais 70 dB(A) 24 horas ---

Fonte: BERGLUND et. al, 1999

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Campanhas de Monitorização 41

4.4. Critérios de Avaliação

Tendo em conta os diversos enquadramentos legislativos, e na ausência de um quadro legal

específico para o ruído ocupacional em vigor em Moçambique, adoptam-se os critérios emanados

pela União Europeia como valores limite de exposição dos trabalhadores ao ruído. Para efeitos da

presente avaliação do ruído ocupacional assumem-se então os três níveis de intervenção que

asseguram uma protecção adequada dos trabalhadores que exercem a sua actividade laboral no

Terminal da Total da Beira:

Valores de acção inferiores: LAeq T,8h = 80 dB(A) e LCpico = 135 dB(C);

Valores de acção superiores: LEX,8h = 85 dB(A) e LCpico = 137 dB(C);

Valores limite de exposição: LEX,8h = 87 dB(A) e LCpico = 140 dB(C).

4.5. Monitorização do Ruído

A monitorização do ruído incluiu a análise de duas componentes: Ruido Ocupacional e Ruido

Ambiente.

A caracterização da exposição dos trabalhadores ao ruído foi realizada através da verificação dos

níveis sonoros a que os trabalhadores da TOTAL estarão expostos no seu local de trabalho ao

longo da sua jornada de trabalho (ruído ocupacional). Os riscos nos locais de trabalho estão

relacionados com as características do processo de trabalho, seu ambiente e organização. Neste

sentido, a avaliação efectuada, teve em conta o tipo de actividade desenvolvida nos diferentes

postos de trabalho bem como a frequência da sua ocorrência conforme descrito nas secções

seguintes.

Adicionalmente, foi feita a análise dos níveis de ruído verificados junto aos limites do Terminal da

Total (ruído ambiental).

4.5.1. Metodologia

4.5.1.1. Ruído ocupacional

A metodologia de amostragem para avaliação do ruído ocupacional baseou-se nos requisitos

estipulados nas recomendações e normalização internacional nomeadamente a

Norma ISSO 9612:2009 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído.

Foram, também, tidos em consideração os requisitos estipulados pelo manual do sonómetro

utilizado.

Para caracterizar o ruído na instalação foram realizados estudos contínuos cobrindo, em

distribuição geográfica, as zonas normais de trabalho dos operadores, recorrendo à capacidade

integradora dos equipamentos utilizados. Foram realizadas sonometrias com o objectivo de

analisar as condições de ruído através de uma caracterização espacial da distribuição do

fenómeno do ruído, tal como é sentido pelos trabalhadores que operam numa ou em várias áreas

afectadas por diversas fontes de ruído de diferentes características. Os valores medidos pelo

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Campanhas de Monitorização 42

sonómetro correspondem ao nível sonoro contínuo equivalente, LAeq,T, ponderado A de um ruído

num intervalo de tempo T, valor expresso em dB(A).

Na generalidade, em cada local avaliado, foram realizadas sonometrias compostas por 5

medições independentes e espaçadas no tempo. Assumindo que as amostras recolhidas são

representativas das condições de trabalho durante a totalidade do período laboral, estas

amostragens foram utilizadas no cálculo do nível sonoro contínuo equivalente (LAeq,T).

Para cada local será determinado a exposição pessoal diária ao ruído calculado para um período

normal de trabalho diário de oito horas (LEX,8h).

Para o valor máximo instantâneo do nível de pressão sonora (LC pico), consideram-se as amostras

representativas das condições de ruído a que os trabalhadores se encontram expostos durante

todo o turno, tomando o máximo valor registado durante o período de amostragem e para todas as

amostras recolhidas. A incerteza associada ao método utilizado foi estimada seguindo-se o

método definido na norma ISO 9612:2009.

Quando aplicável, foi efectuada a análise de bandas de oitava, através da recolha de amostras de

nível sonoro contínuo equivalente, LAeq,T, ponderado A, cobrindo a gama de frequências,

recorrendo ao analisador de bandas de oitava. Esta análise é necessária para determinar a

conformidade dos protectores auriculares atribuídos aos trabalhadores ou para propor protectores

que garantam a atenuação de forma a baixar a exposição para valores de nível sonoro contínuo

equivalente inferiores ao nível mínimo de acção.

4.5.1.2. Locais de Monitorização

Os locais de medição foram previamente selecionados com base na descrição das actividades

que decorrem no Terminal e na identificação dos principais postos de trabalho. Foram

identificados 3 principais postos de trabalho nas instalações do Terminal da Total da Beira:

Escritório, Portaria e Posto de Abastecimento de Veículos.

A seguinte Tabela apresenta a localização dos pontos de monitorização, os parâmetros avaliados

e a duração das amostragens.

Tabela 15 – Locais de monitorização de Ruído Ocupacional

Ponto de Amostragem

Local de medição

Parâmetros Nº

Trabalhadores

Hora de Exposição diária dos

trabalhadores

Duração da Amostragem

PT1 Escritório LAeq dB(A), Lpk dB(C)

min, Lpk dB(C) max

1/3 Octave Spectrum 8 8 horas

5 Medições independentes de 3

minutos cada PT2 Portaria

LAeq dB(A), Lpk dB(C) min, Lpk dB(C) max

1/3 Octave Spectrum 3 8 horas

PT3 Posto de

Abastecimento de Veículos

LAeq dB(A), Lpk dB(C) min, Lpk dB(C) max

1/3 Octave Spectrum 3 8 horas

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A seguinte Figura ilustra a localização dos pontos de amostragem de Ruído Ocupacional.

Fonte: Imagem Google earth

Figura 6 – Localização dos pontos de amostragem para Ruído Ocupacional

As seguintes Fotografias ilustram os locais de amostragem.

PT1 - Escritório

PT2 - Portaria

PT3 – Posto de Abastecimento de

Veículos

Fotografia 4-1 – Locais de monitorização

4.5.1.3. Data de Amostragem

A campanha de monitorização foi realizada no dia 13 de Outubro de 2016.

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Campanhas de Monitorização 44

4.5.1.4. Ruído no perímetro da instalação

Como referido anteriormente, complementarmente foram também realizadas medições de ruído ao

longo do perímetro da instalação, com o objectivo de conhecer os níveis de ruído existentes nos

limites do Terminal.

A metodologia de medição de ruído no perímetro da instalação considerou os seguintes aspectos:

Recolha de dados acústicos in-situ referentes ao ruído ambiente exterior na área em

causa e respectivo registo fotográfico;

Foi assumido o indicador do ruído ambiente exterior uma vez que de acordo com os

critérios de classificação acústica estabelecidos e assumidos na presente análise, o nível

sonoro de longa duração é o LAeq, expresso em dB(A).

O intervalo de tempo de medição foi escolhido de modo a abranger todas as variações

significativas de emissão e propagação de ruído;

Em cada registo efectuado foi tida em atenção a eventual existência de ruídos

extemporâneos, não representativos do local em análise;

Em cada ponto de medição as sonometrias consistiram em 3 medições independentes de

15 minutos de duração.

4.5.1.5. Locais de Monitorização

O ruído foi medido ao longo do perímetro da instalação. A seguinte Tabela apresenta a localização

dos pontos de monitorização, os parâmetros avaliados e a duração das amostragens.

Tabela 16 – Locais de monitorização no perímetro da instalação

Ponto de Amostragem

Coordenadas (WGS84)

Parâmetros Duração da Amostragm

B1

19º48’27.3’’ S LAeq dB(A)

L10, L50, L90 dB(A)

1/3 Octave Spectrum

3 Medições independentes de 15

minutos cada

34º50’40.8’’ E

B2

19º48’25.4’’ S LAeq dB(A)

L10, L50, L90 dB(A)

1/3 Octave Spectrum 34º50’34.3’’ E

B3

19º48’18.8’’ S LAeq dB(A)

L10, L50, L90 dB(A)

1/3 Octave Spectrum 34º50’39.0’’ E

B4

19º48’21.7’’ S LAeq dB(A)

L10, L50, L90 dB(A)

1/3 Octave Spectrum 34º50’44.2’’ E

A seguinte Figura ilustra a localização dos pontos de amostragem.

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Campanhas de Monitorização 45

Fonte: Imagem Google earth

Figura 7 – Localização dos pontos de amostragem

As seguintes Fotografias ilustram os locais de amostragem.

B1

B2

B3

B4

Fotografia 4-2 – Locais de Monitorização

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4.5.1.6. Data de Amostragem

A campanha de monitorização foi realizada no dia 13 de Outubro de 2016.

4.5.2. Equipamento de Medição

Os ensaios acústicos foram efectuados com recurso à utilização de um sonómetro digital

integrador da marca 01dB, modelo Solo Black Edition, de Tipo 1. O sonómetro inclui um microfone

electrónico de alta sensibilidade e filtros de análise de bandas de oitava permitindo avaliação

estatística por banda frequência de oitava e 1/3 de oitava. O microfone está equipado com um

protector de vento para evitar sinais de baixa frequência indevidos. De notar que qualquer energia

residual assume importância irrelevante na medida em que todas as medições serão realizadas

com malha de ponderação A. O sonómetro foi previamente verificado em laboratório acreditado

(ver certificado no Anexo I) e devidamente calibrado antes e depois de cada medição.

Fonte: www. http://01db.acoemgroup.com/

Figura 4-1 – Sonómetro modelo Solo Black Edition, marca 01 dB

4.5.3. Ruído Ocupacional

4.5.3.1. Resultados Obtidos

A Tabela 10 resume as sonometrias de Ruído Ocupacional calculadas para os diferentes locais de

monitorização.

Tabela 17 – Sonometrias de Ruído Ocupacional

Ponto Amostra Inicio

Amostragem Final

Amostragem LEX (A)

LEX (A) min

LEX (A) max

L90 L50 L10 LC pico

min LC pico max

Escr

itório

Total001 13/10/2016

(08:45) 13/10/2016

(08:48) 56,7 45,6 70,0 48,1 52,8 57,9 69,2 91,5

Total002 13/10/2016

(08:50) 13/10/2016

(08:539 59,1 45,9 69,2 47,7 54,0 63,6 68,6 92,8

Total003 13/10/2016 13/10/2016 58,7 46,0 71,6 48,7 54,2 61,0 68,0 92,0

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Campanhas de Monitorização 47

(08:54) (08:579

Total004 13/10/2016

(08:57) 13/10/2016

(09:009 58,7 46,5 68,0 49,8 56,1 62,1 68,6 87,4

Total005 13/10/2016

(09:02) 13/10/2016

(09:059 58,3 46,4 69,1 48,7 54,5 62,4 68,1 87,2

Média

58,4 46,1 69,8 48,7 54,5 61,8 68,5 90,8

Porta

ria

Total006 13/10/2016

(09:11) 13/10/2016

(09:18) 60,3 48,8 76,4 50,7 54,1 63,5 74,4 103,1

Total007 13/10/2016

(09:20) 13/10/2016

(09:23) 61,0 52,6 71,9 54,3 58,9 64,1 76,2 92,7

Total008 13/10/2016

(09:25) 13/10/2016

(09:28) 60,4 51,6 69,2 55,2 59,0 63,3 75,1 94,8

Total009 13/10/2016

(09:29) 13/10/2016

(09:32) 58,5 51,2 76,8 52,7 55,0 59,2 74,3 95,2

Total010 13/10/2016

(09:35) 13/10/2016

(09:38) 57,1 50,2 70,6 51,9 54,7 58,8 74,7 96,6

Média

59,7 51,1 74,0 53,3 56,9 62,3 75,0 98,2

Post

o de

Aba

stec

imen

to d

e Ve

ícul

os Total013

13/10/2016 (09:58)

13/10/2016 (10:01) 73,6 64,4 84,3 65,8 68,6 78,1 83,2 103,6

Total014 13/10/2016

(10:02) 13/10/2016

(10:05) 79,3 75,2 88,6 76,7 77,9 82,0 90,0 103,1

Total015 13/10/2016

(10:05) 13/10/2016

(10:08) 79,8 63,3 86,4 67,5 75,4 85,2 84,0 110,5

Total016 13/10/2016

(10:09) 13/10/2016

(10:12) 73,7 66,7 85,8 67,9 71,4 76,8 84,9 103,2

Total017 13/10/2016

(10:15) 13/10/2016

(10:18) 70,1 64,8 80,5 65,9 67,4 72,6 83,7 102,9

Média

76,8 69,6 85,8 71,2 73,9 80,9 86,0 105,9

Nota: No cálculo do valor de LEX admitiu-se que o trabalhador passa 8h diárias/40h semanais a executar a sua

Função/Actividade, período durante o qual se encontra sujeito a uma exposição ao ruído representada pela dosagem

medida.

4.5.3.2. Cálculo de Incertezas

Constatou-se, através dos resultados obtidos, que nas zonas mais ruídosas o ruído medido

apresenta geralmente características próximas das estacionárias, sendo ligeiramente afectado

pela variabilidade inerente a algumas actividades realizadas neste Teminal, como por exemplo a

entrada e saída de veículos pesados. De forma a minimizar a incerteza daí decorrente, recorreu-

se à utilização de um equipamento integrador e a uma metodologia de recolha de cinco amostras

espaçadas no tempo para avaliação do ruído ocupacional. A utilização de um sonómetro

integrador permitiu efectuar de forma fidedigna o cálculo do valor do nível sonoro contínuo

equivalente, e também do valor máximo de pico da pressão sonora LCpico, independentemente do

tipo de fonte de ruído, com um erro inerente de ±0,5 dB.

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 48

Por outro lado, a recolha de cinco amostras reduz significativamente o erro inerente à

característica aleatória do fenómeno do ruído, sendo razoável apontar para uma margem de erro

global da ordem de ± 2 dB(A) para uma probabilidade de 95% de ocorrência, na generalidade dos

níveis calculados.

4.5.3.3. Interpretação dos Resultados

Face aos resultados obtidos na presente campanha pode afirmar-se que o ruído medido nas

diferentes zonas analisadas apresenta características próximas das estacionárias nas zonas mais

ruidosas, onde as emissões acústicas dominantes são provenientes dos equipamentos utilizados

em cada local.

No Escritório os níveis de ruído variaram entre um mínimo de 56,7 dB(A) e um máximo de 59,1

dB(A). 92,8 dB(C). Em termos médios obteve-se um LEX, 8h de 58.4 dB(A) e um valor máximo de

pico de 90,8 dB(C). Neste local as principais fontes de ruídos tem origem no diálogo entre

trabalhadores e funcionamento de equipamentos de escritório tais como fotocopiadoras, teclados

e telefones.

Na zona da Portaria os níveis de ruído variaram entre um mínimo de 54,7 dB(A) e um máximo de

71,0 dB(A) o nível de pico máximo atingiu os 98,2 dB(C). Salienta-se que os valores mais

elevados correspondem à passagem esporádica de veículos pesados. Em termos médios obteve-

se um LEX, 8h de 59,7 dB(A) e um valor de pico de 98,2 dB(C). Neste local a principal fonte de

ruído refere-se à circulação de veículos pesados que acedem ao Terminal da Total.

Na zona do Posto de Abastecimento os níveis de ruído variaram entre um mínimo de mínimo de

70,1 e um máximo de 79,8 dB(A), o nível máximo de pico apresentou um máximo de 110,5 dB(C).

Em termos médios obteve-se um LEX, 8h de 76,8 dB(A) e um valor de pico de 105,9 dB(C). Neste

local as principais fontes de ruído são: circulação de veículos pesados e o funcionamento das

bombas de abastecimento de combustível.

Comparando os resultados obtidos com os critérios de avaliação (ver Capítulo 3.3.1), que definem

os valores máximos para a protecção da saúde auditiva dos trabalhadores, verifica-se que os

níveis de ruído que os colaboradores da TOTAL estão sujeitos são:

Inferiores ao nível de acção inferior definido com um LAeq T,8h = 80 dB(A) e

Lc pico = 135 dB(C),

Inferiores ao nível de acção superior definido com um LEX,8h = 85 dB(A) e

Lc pico = 137 dB(C) e,

Inferiores aos valores limite de exposição definidos com um LEX,8h = 87 dB(A) e LCpico =

140 dB(C).

Mantendo-se as presentes condições de operação, pode afirmar-se que, do ponto de vista do

ruído ocupacional, os trabalhadores que operam no Terminal da Total da Beira estão sujeitos a

níveis de ruído inferiores a 80 dB(A) (nível de ação inferior), pelo que de acordo com os critérios

de avaliação não se afigura necessário dotar os trabalhadores de protectores auriculares.

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DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 49

Recomenda-se que a avaliação do ruído ocupacional nas instalações do Terminal da Total da

Beira deva ser repetida no caso em que se verifique uma alteração dos processos/actividade

desenvolvidas nesta instalação ou no caso de serem introduzidos novos equipamentos mecânicos

ou rotativos que possam contribuir para um aumento dos níveis de ruído.

4.5.4. Ruído no perímetro da instalação

A seguinte Tabela apresenta os resultados das sonometrias de ruído registadas no perímetro do

Terminal da Total da Beira.

Tabela 18 – Sonometrias no perímetro da instalação

Ponto Amostra Inicio

Amostragem Final Amostragem LAeq (A) LAeq min LAeq Max L90 L50 L10

R1

Total024 13/10/2016 11:25 13/10/2016 11:32 58,5 55,7 62,7 56,4 57,4 60,7

Total025 13/10/2016 11:33 13/10/2016 11:40 56,6 55,2 63,3 55,8 56,3 57,1

Total026 13/10/2016 11:42 13/10/2016 11:49 57,4 55,3 61,9 56,1 57 58,5

Média

57,6 55,4 62,7 56,1 56,9 59,0

R2

Total021 13/10/2016 10:52 13/10/2016 10:59 59,1 51,8 67,5 53,6 57,7 62,00

Total022 13/10/2016 11:03 13/10/2016 11:10 59,8 51,4 68,9 54,4 58,3 62,7

Total023 13/10/2016 11:12 13/10/2016 11:19 60,3 50,3 68,2 53,6 57,5 63,8

Média

59,8 51,2 68,2 53,9 57,8 62,9

R3

Total018 13/10/2016 10:24 13/10/2016 10:31 55,5 48,5 63,5 50,2 53,2 58,4

Total019 13/10/2016 10:32 13/10/2016 10:39 58,9 50,1 72,2 51,1 53,1 60,9

Total020 13/10/2016 10:40 13/10/2016 10:47 59,5 50,6 72,8 52,3 55,8 61,4

Média

58,3 49,8 71,0 51,3 54,2 60,4

R4

Total027 13/10/2016 11:53 13/10/2016 11:56 60,4 51,1 73,4 53,4 57,7 62,5

Total028 13/10/2016 11:57 13/10/2016 12:04 65,6 49,3 83,5 52,8 61,1 68,00

Total012 13/10/2016 09:45 13/10/2016 09:52 59,7 51,4 73,9 54,9 56,9 60,8

Média

62,8 50,7 79,5 53,8 59,0 64,9

4.5.4.1. Interpretação dos Resultados

Os resultados da monitorização da monitorização nos limites do Terminal da Total demonstram

que os níveis de ruído existentes são, de um modo global, reduzidos para zonas de uso industrial.

A OMS define como valor limite para uso industrial 70 dB(A). As sonometrias realizadas

apresentaram uma variação entre um mínimo de LAeq = 55,5 dB(A) e um valor máximo de LAeq=

65,6 dB(A). Em termos médios, os níveis de ruído determinados variaram entre 57,6 dB(A) e os

62,8 dB (A).

4.6. Referências Bibliográficas AEST. O impacto do ruído no trabalho. Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no

Trabalho, 2002

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DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 50

OSHA, 2005. Data to describe the link between OSH and employability,

Berglund, B; Lindvall, T; Schwela, D.H. (eds.), 1999. Guidelines for Community Noise. World

Health Organization. Geneva.

Norma ISO 9612:2009 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído

4.7. Certificado de Calibração do Sonómetro

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Campanhas de Monitorização 51

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5. Qualidade do Efluente

O capítulo relatório sumariza os resultados obtidos na campanha de monitorização de qualidade

do efluente à saída do Separador de Água e Óleo (SAO) realizada no mês de Outubro de 2016.

5.1. Objectivo

O presente programa de monitorização visa verificar se o efluente à saída do Separador de Água

e Óleo (efluente tratado) cumpre os padrões estabelecidos na legislação ambiental vigente.

5.2. Enquadramento Legal

Em Moçambique foi publicado em Junho de 2004 o regulamento dos padrões de qualidade

ambiental e emissões de efluentes (Decreto nº. 18/2004, de 2 de Junho). Este regulamento fixa as

normas para a qualidade ambiental e os padrões de emissões de efluentes líquidos e gasosos,

visando o controlo e manutenção dos níveis aceitáveis de concentração dos poluentes no

ambiente. Neste decreto são estabelecidos os padrões de emissão de efluentes para oficinas e

estações de serviço (ver seguinte Tabela).

Tabela 19 - Padrão de emissão de efluentes líquidos de oficinas e estações de serviço.

Parâmetro Físico-Químico Unidade Padrões de Qualidade

do Efluente

(Decreto Nº 18/2004)

Demanda Bioquímica de Oxigénio (DBO5)

mg/L 30

Demanda Química de Oxigénio (DQO)

mg/L 80

Óleos e Gorduras mg/L 10

Crómio mg/L 10

Zinco mg/L 2

Aumento de Temperatura ºC <= 3ºC

Estes são os critérios que serão utilizados para avaliar a conformidade da qualidade do efluente

tratado.

5.3. Monitorização do Efluente

5.3.1. Metodologia

5.3.1.1. Parâmetros monitorizados

Foram monitorizados os parâmetros resumidos na seguinte Tabela.

Tabela 20 – Parâmetros a monitorizar

Parâmetro

Demanda Bioquímica de Oxigénio (DBO5)

Demanda Química de Oxigénio (DQO)

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 53

Parâmetro

Óleos e Gorduras

Crómio

Zinco

5.3.1.2. Recolha, transporte e conservação de amostras de água

A recolha e conservação adequada das amostras de água são fundamentais para garantir

resultados fiáveis. Deste modo, neste capítulo são estabelecidos os procedimentos de recolha,

conservação e identificação das amostras, em função do local de recolha da amostra.

Fase de preparação em escritório:

Definir os pontos de monitorização;

Fazer um "checklist" de todo o material necessário, incluindo a preparação dos frascos

necessários em função dos parâmetros a monitorizar1.

Trabalho de campo:

Colocar os EPI’s necessários para proceder à operação de amostragem;

Deslocação até ao ponto de amostragem e anotar na ficha de colecta o local a monitorizar.

Registar coordenadas geográficas e tirar fotografias;

Proceder à operação de amostragem: recolha do efluente e enchimento dos frascos. Os

frascos devem ser enchidos até ao topo (para prevenir a presença de bolhas de água).

Após a operação de recolha, fechar o frasco imediatamente de modo a evitar a

possibilidade de contaminação. Os frascos que contêm ácidos devem ser cheios com

auxílio de um outro frasco pertencente ao mesmo local. Ter cuidado para não transbordar.

Após o enchimento destes frascos agitar ligeiramente para promover a mistura.

Identificar a amostra com recurso a etiquetas e anotar a hora de recolha na ficha de

colecta;

Acondicionar as amostras na mala térmica garantindo que esta possui acumuladores de

frio suficientes para conservação da amostra à temperatura recomendada. A mala, por

sua vez, deve ser inequivocamente identificada para posterior envio para o Laboratório;

Entregar as amostras no Laboratório. Garantir que as malas térmicas possuem

acumuladores de frio suficientes para conservação da amostra à temperatura

recomendada.

5.3.1.3. Equipamentos

Para a realização da amostragem foram necessários os seguintes equipamentos/materiais:

1 Para alguns parâmetros que se pretende analisar é necessário a adição de pequenos volumes de soluções

de conservação (ácidos). Estas soluções devem ser incluídas, em laboratório, no interior dos frascos.

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 54

Equipamento de Protecção Individual – óculos de protecção, capacete, fardamento, botas

de biqueira de aço;

Máquina fotográfica;

Relógio: para determinação da hora de amostragem;

Balde, para a recolha de amostras;

Recipientes para acondicionamento de amostras: recipientes apropriados de vidro e/ou

plástico, dependendo do tipo de análise que será efectuada;

Equipamento para conservação e transporte de amostras: nomeadamente saco térmico e

acumuladores de frio;

Material de identificação de recipientes de amostragem (etiquetagem);

Documentação necessária, incluindo fichas de colecta;

Luvas de laboratório;

Material para selagem (fita adesiva) e identificação das caixas térmicas para transporte

aéreo/comercial.

5.3.1.4. Métodos analíticos

As análises foram efectuadas na ALS, um laboratório internacional acreditado pela

CSN EN ISO/IEC 17025:2005 (ver certificado no Anexo I)

A seguinte Tabela apresenta os métodos analíticos de referência relativos para os parâmetros

monitorizados.

Tabela 21 – Métodos analíticos

Parâmetro Método Analítico

Demanda Química de Oxigénio (DQO) TNV 75 752 / Volumetria

Demanda Biológica de Oxigénio (DBO) EN 1899-1,2; ISO 15705;

TNV 75 7520

Óleos e Gorduras CSN 75 7506

Metais EPA 200.7, ISO 11885 / ICP-OES - Espectrofotometria de Absorção Atómica P-OES - Espectrofotometria de Absorção Atómica

5.3.2. Local de amostragem

Foi efectuado a monitorização do efluente à saída do sistema de tratamento SAO em

funcionamento (junto do posto de abastecimento).

5.3.3. Data de Amostragem

A recolha de amostras foi realizada no dia 20 de Outubro de 2016.

5.4. Resultados Obtidos

A seguinte Tabela 10 resume os resultados obtidos.

Tabela 22 – Resultados obtidos

OPERAÇÃO DO TERMINAL DE ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 55

Parâmetro Unidade Valor

Demanda Química de Oxigénio (DQO)

mg/L 622

Demanda Biológica de Oxigénio (DBO)

mg/L 40,3

Óleos e Gorduras mg/L 46,3

Crómio mg/L 0,0044

Zinco mg/L 0,0836

5.5. Interpretação dos Resultados

Conclui-se que a qualidade do efluente à saída do SAO excede os limites definidos no

Decreto nº 18/2004, de 2 de Junho, para Oficinas e Estações de Serviço, para os parâmetros

DBO, DQO e Óleos e Gorduras. Os valores de DQO determinados são muito superiores aos

definidos na legislação, de 622 mg/L (a legislação define um máximo de 80 mg/L).

5.6. Recomendações

Recomenda-se que seja efectuada a manutenção periódica do SAO, devendo ser removido o

sobrenadante a cada 2 semanas, e sempre que se justifique.

Anualmente, deverá proceder-se ao esvaziamento e limpeza do SAO.

Deverá efectuar-se a monitorização semestral do efluente à saída SAO para controlo dos padrões

de qualidade do efluente tratado, incluindo a análise dos parâmetros: DBO5 (Demanda Bioquímica

de Oxigénio, ao fim de 5 dias), DQO (Demanda Química de Oxigénio), Óleos e Gorduras, Crómio,

Zinco e Temperatura, de acordo com o definido no Anexo III do Decreto nº 18/2004, de 2 de

Junho, para Oficinas e Estações de Serviço. Em função dos resultados das análises ao efluente

descarregado pelo SAO, definir eventuais medidas adicionais de tratamento.

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Campanhas de Monitorização 56

5.7. Certificado de Acreditação da ALS

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DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL DA BEIRA

Campanhas de Monitorização 57

5.8. Boletim de Análise

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