volume 22- nº 5 dezembro 2015

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Volume 22 – número 05 – dezembro 2015 Diabetes 2015: Várias Visões e um Objetivo: Melhoria no Tratamento do Diabetes Diabetes 2015: Várias Visões e um Objetivo: Melhoria no Tratamento do Diabetes “Colocar uma pitada de sonhos e de ousadia faz parte do meu jeito de ser. E se conseguirmos concretizar todos os nossos sonhos é por causa dos nossos colaboradores.” (Walter Minicucci, presidente da SBD gestão 2014 / 2015)

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Volume 22 – número 05 – dezembro 2015

Diabetes 2015: Várias Visões e um Objetivo: Melhoria no Tratamento do Diabetes

Diabetes 2015: Várias Visões e um Objetivo: Melhoria no Tratamento do Diabetes

“Colocar uma pitada de sonhos e de ousadia faz parte do meu jeito de ser. E se conseguirmos concretizar todos os nossos sonhos é por causa dos nossos colaboradores.”

(Walter Minicucci, presidente

da SBD gestão 2014 / 2015)

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Palavra do Presidente

Imaginei que o último editorial que tinha feito na edição anterior teria sido o mais difícil destes dois anos, mas me enganei. Só que é preciso seguir em frente e vejo, neste momento da vida, que a SBD se tornou ainda mais importante. Pensar em quem precisa

de nós, como milhões de diabéticos no país, é que faz com que ainda seja possível entender o porquê das coisas.

Nesta edição, e quando preparei a apresentação do relatório para nossa Assembleia – cujos pontos principais estão incluídos na repor-tagem nesta edição –, é que foi possível ver que foram dois anos im-portantes demais para a minha vida. Com certeza, não só para meu dia a dia, mas para os membros da diretoria. Como trabalhamos...

A todos que batalharam nesse período um agradecimento especial, e nominalmente, à minha diretoria. Hermelinda, Turatti, Troian, Rosane, Ruy, Malerbi, Luiz Antonio, Lerário, Perroti, Antonio Car-los, Levimar e Denise. Amigos, sabemos que não fizemos tudo o que gostaríamos, mas tudo o que foi possível.

A dedicação foi total do time de batalhadores dos Departamentos, Comissões, Regionais e Delegados. Estivemos juntos em diversas ati-vidades como simpósios, desenvolvimento de materiais educativos, pesquisas, projetos etc. Nosso último encontro antes da reunião da nova diretoria foi no Rio, no Dia Mundial do Diabetes no Maracanã, e agradeço a todos através do amigo Krakauer, que lutou muito para fazer um dos melhores Dias Mundiais da história.

Obrigado ao staff da SBD. Anna, Izabel e Eliana, vocês foram de-cisivas e desejo que tudo continue assim em 2016.

Aos parceiros, que fiz questão de dar os parabéns durante a Assem-bleia, meu agradecimento oficial aqui no nosso editorial. Todos são mais do que prestadores de serviço. Vestiram a camisa da SBD. Boa sorte na nova etapa.

Tentar não me emocionar nessa despedida seria pedir o impossível. Foi difícil na Assembleia e não seria diferente aqui.

Obrigado a minha família e a você, Eliana.

Walter MinicucciPresidente da SBD 2014/2015

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North America and Caribbean

2015 44.3 million2040 60.5 million

South and Central America2015 29.6 million2040 48.8 million

Africa2015 14.2 million2040 34.2 million

South East Asia

2015 78.3 million2040 140.2 million

World2015 415 million2040 642 million

Europe2015 59.8 million2040 71.1 million

Western Pacific2015 153.2 million2040 214.8 million

Middle East and North Africa

2015 35.4 million2040 72.1 million

Estimativa do número de pessoas com diabetes em todo o mundo e por região em 2015 e 2040 (20-79 anos)

1 Palavra do Presidente

3 Palavra do Editor-Chefe

4 Saúde & Ciência

6 Páginas Azuis - Dr. Walter Minicucci

8 Como Realizar a Automonitorização da Glicemia

de Forma Correta

9 Assembleia Geral da SBD

10 Um Congresso, Várias Visões e um Objetivo:

Melhoria no Tratamento do Diabetes

14 Gestão 2014/2015: Meritocracia, Participação,

Sonhos e Realidade

16 Dia Mundial do Diabetes: Um Ano para

Ficar na História

19 Importância da Genética no Tratamento da Obesidade

20 Homenagem: E Ficou a Saudade...

21 Medalha Francisco Arduíno

22 SBD Lança Manual de Diabetes em Braille

23 Projeto Vila Brasil Chega à Quinta Edição

no Congresso da SBD

24 WDC 2015: O Mundo pelo Diabetes

25 Jejuar É uma Boa

26 Pelo Brasil

27 Comunicados da SBD

28 Agenda

Índice2

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North America and Caribbean

2015 44.3 million2040 60.5 million

South and Central America2015 29.6 million2040 48.8 million

Africa2015 14.2 million2040 34.2 million

South East Asia

2015 78.3 million2040 140.2 million

World2015 415 million2040 642 million

Europe2015 59.8 million2040 71.1 million

Western Pacific2015 153.2 million2040 214.8 million

Middle East and North Africa

2015 35.4 million2040 72.1 million

Estimativa do número de pessoas com diabetes em todo o mundo e por região em 2015 e 2040 (20-79 anos)

Editorial

DIRETORIA BIÊNIO – 2014-2015Presidente: Dr. Walter Minicucci; Vice-Presidentes: Dra. Hermelinda Cordeiro Pedrosa, Dr. Luiz Alberto Andre-otti Turatti, Dr. Marcos Cauduro Troian, Dra. Rosane Kupfer e Dr. Ruy Lyra; primeiro secretário: Dr. Domingos Augusto Malerbi; segundo secretário: Dr. Luis Antonio de Araujo; tesoureiro: Dr. Antonio Carlos Lerário; segundo

tesoureiro: Dr. Edson Perrotti dos Santos; conselho fiscal:

Dr. Antonio Carlos Pires, Dra Denise Reis Franco, Dr. Levimar Rocha Araújo, Dr. Raimundo Sotero de Me-nezes Filho

SEDERua Afonso Brás, 579, salas 72/74, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, CEP 04511-011; e-mail:

[email protected], Site: www.diabetes.org.br; Tel.: (11) 3846-0729; Gerente: Anna Maria Ferreira; Secretária: Maria Izabel Homem de Mello e Eliana Andrade.

Filiada à International Diabetes Federation.

REVISTA DA SBD

Editor-chefe: Dr. Leão ZaguryPresidente da SBD: Dr. Walter MinicucciEquipe de Jornalismo: DC PressEditora: Cristina Dissat – MTRJ 17518; Redação: André Dissat, Tainá Oliveira Patrícia Bernardo; Colaboração: Pedro Pozoni Neto. Colunistas: Dr. Augusto Pimazoni e Dr. Ney Cavalcanti.Redação: Rua Haddock Lobo, 356 sala 202- Tijuca - Rio de Janeiro - RJ; Tels.: (21) 2205-0707; e-mail: [email protected], www.dcpress.com.br

As colunas e artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.Comercialização: AC Farmacêutica, tel.: (11) 5641-1870 e (21) 3543-0770, [email protected]([email protected]); Direção de Arte e Fotografia: Celso Pupo e Tom Carvalho.Periodicidade: BimestralImpressão e CTP: Melting Color Gráfica e Editora Ltda; Tiragem: 4000 exemplares.

Em 2008 aceitei o convite da en-tão presidente da SBD, Marília de Brito Gomes, para assumir a editoria da Revista Diabetes. Um

enorme desafio. Muita responsabilidade substituir meu amigo – hoje presidente – Walter Minicucci.

Minicucci e Tambascia realizaram uma grande mudança na área de comu-nicação da SBD. O Jornal da entidade, criado em 1993, precisava de renovação. Era necessário mais espaço para relatar tantas atividades, um visual mais moder-no e uma nova proposta editorial, na qual os temas passariam a ganhar outros tons. Em 2006 a revista foi lançada em São Paulo.

Quando assumi, humanizamos a pu-blicação, dando voz aos que desejassem se manifestar procurando exibir aspec-tos pessoais que os diferenciavam.

Sete anos de trabalho. Modificações se impuseram. Novos assuntos, outros formatos e muita gente jovem mostran-do seu trabalho através da nossa revista.

Ao longo do tempo fomos presen-teados com bonitas histórias, algumas divertidas, outras de superação e mui-tas de generosidade e desprendimento. Uma aproximação diferente.

Quarenta e três edições realizadas com cuidado e prazer. Conheci gente nova trabalhando muito e muitas vezes

sem recursos em favor dos diabéticos. A procura dos assuntos também era moti-vadora, as conversas com os colegas du-rante os eventos sempre se encaminha-vam para relatos pessoais de estudos em fase inicial ou finalizados e participações em atividades internacionais de grande importância. Não foram poucas as vezes que ajudei a encaminhar projetos desses “guerreiros” que lutam pelos diabéticos. Foram mais de 1.700 páginas.

Agradeço a tarefa e a confiança de todas as diretorias que me mantiveram no cargo de editor.

Como me foi informado, a SBD pas-sará por reformulação. Propostas dife-rentes estão sendo estudadas pelo pre-sidente, Luiz Turatti, que assume em janeiro de 2016.

Desejo boa sorte e agradeço a todos, em particular aos que de diferentes for-mas contribuíram para o sucesso da nos-sa revista.

Vamos em frente e como sempre de-sejando Saúde.

Saúde para todos.Feliz 2016.

Leão Zaguryeditor-chefe 2008 / 2015

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Saúde & Ciência

NA EDIÇÃO DIGITAL DA REVISTA DIABETES OS LEITORES PODEM ACESSAR OS LINKS DOS ESTUDOS APRESENTADOS NA COLUNA SAÚDE & CIÊNCIA.

Atlas Mundial de Diabetes da IDF

North America and Caribbean

2015 44.3 million2040 60.5 million

South and Central America2015 29.6 million2040 48.8 million

Africa2015 14.2 million2040 34.2 million

South East Asia

2015 78.3 million2040 140.2 million

World2015 415 million2040 642 million

Europe2015 59.8 million2040 71.1 million

Western Pacific2015 153.2 million2040 214.8 million

Middle East and North Africa

2015 35.4 million2040 72.1 million

Estimativa do número de pessoas com diabetes em todo o mundo e por região em 2015 e 2040 (20-79 anos)

Durante o World Diabetes Congress, em Vancouver, promovido pela International Diabetes Federation,

foi lançada a sétima edição do Atlas Mundial de Diabetes. O documento foi publicado pela primeira vez em 2000, durante o Congresso no México, e é produzido pela IDF, bienalmente, em colaboração com especialistas de todo o mundo. Contém dados sobre o nú-mero de casos de diabetes, prevalência, mortalidade e despesas a nível global, regional e nacional.

Os dados do Atlas são frequentemen-te citados em publicações científicas e pela mídia, sendo considerado um dos projetos mais valiosos e importantes da

IDF. O documento completo, além de gráficos, relatórios e mensagens-chaves, está disponível na versão online, com li-vre acesso, pelo endereço www.diabete-satlas.org.

A América do Norte e o Caribe foram as regiões com a maior prevalência da doença: 1 em cada 8 adultos tem dia-betes.

O aumento da prevalência de dia-betes tipo 2 está associado com níveis mais elevados de urbanização, o enve-lhecimento da população, estilo de vida sedentário e maior ingestão de açúcar. As causas do aumento da incidência de diabetes tipo 1 não são claras, segundo o documento.

DESTAQUES:• São 415 milhões de pessoas com dia-

betes no mundo e a estimativa para 2040 é de 642 milhões de pessoas.

• Em 2015, mais de meio milhão de crianças foram diagnosticadas com diabetes tipo 1.

• Uma em cada 11 pessoas tem diabetes.• O diabetes acomete com maior fre-

quência os homens.• Cerca de 215,2 milhões de homens

têm a doença, enquanto 199,5 mi-lhões são mulheres.

• 12% dos gastos globais com saúde es-tão relacionados ao diabetes - U$ 673 bilhões.

• 1 em 7 recém-nascidos é afetado pelo diabetes gestacional. n

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Pesquisa IBOPE e SBD

Foram apresentados os dados da pesquisa sobre o perfil do conhe-cimento sobre diabetes dos inter-

nautas que acessam o site da SBD. O levantamento online foi realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), com 1.106 participantes, e os resulta-dos divulgados no Congresso da SBD, pela Dra. Bianca de Almeida Pititto. Entre os destaques, está a dificuldade dos pacientes em relação à dieta do pa-

ciente diabético, pois 32% acreditam que é o maior problema no tratamento da doença.

Noventa e nove por cento já conhe-ciam ou tinham ouvido falar de diabe-tes e 89% sabiam que a doença é as-sintomática. Seis cidades participaram da pesquisa: São Paulo (42%), Rio de Janeiro (26%), Belo Horizonte (10%), Porto Alegre (8%), Recife (8%) e Bra-sília (6%). Todos os resultados serão disponibilizados no site da entidade. n

Biochip e Controle do Diabetes

O Grupo de Bioeletroquímica e In-terfaces do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP está

desenvolvendo um biochip, implantável no organismo, que servirá para detectar os níveis de açúcar no sangue e alertar o paciente e o médico sobre as medições, em tempo real.

As pesquisas da equipe iniciaram em 2008, tendo à frente o professor Frank Nelson Crespilho. O biochip consiste

em duas fibras de carbono que são in-seridas em um cateter e posicionadas dentro da veia. À medida que o sangue passa através do dispositivo, o chip con-segue medir, instantaneamente, a con-centração de açúcar no sangue. Segun-do o pesquisador, o projeto está em fase de testes e a simulação foi feita em ratos.

O biochip ainda não foi testado em seres humanos e é necessário um longo caminho de aperfeiçoamento e pesqui-

sa. Segundo Crespilho, o maior desafio atualmente é a biocompatibilidade, ou seja, criar materiais e mecanismos para que o corpo não rejeite os dispositivos. A equipe do prof. Crespilho recebe apoio institucional da Universidade e do próprio laboratório do IQSC, e tam-bém financiamento da Fapesp, CNPq, Instituto Nacional de Eletrônica Orgâ-nica (INCT-Ineo) e Rede NanoBioMed (Capes). n

Números da Neuropatia

Recentemente foram apresentados os resultados do Estudo Nacional de Neuropatia e Pé Diabético, pela

Dra. Maria Cândida Ribeiro Parisi, coor-denadora do Departamento de Pé Dia-bético da SBD. A região Sul apresentou índices menores de complicações crô-nicas nos pés, que destoaram significati-vamente das regiões Nordeste e Sudeste do país. Os maiores índices e amputa-ções e Neuropatia foram observados na

região Sudeste. O número de ampu-tações e úlceras foi elevado, mas com índices similares aos encontrados na literatura de Centros Europeus e Nor-te-americanos, em locais com menores índices de desenvolvimento. Segundo a Dra. Maria Cândida, a pesquisa apon-tou números significativos de pacientes sintomáticos expressivos, contrastando com o número de pessoas que recebe-ram algum tipo de tratamento. n

Vídeo sobre Retinopatia Diabética

Para chamar a atenção para uma das graves complica-ções crônicas do diabetes, a

retinopatia diabética, a SBD pu-blicou um vídeo na fanpage da entidade com esclarecimentos sobre o que é o problema e algu-mas formas simples de prevenção. A proposta é que o material – que tem duração de 2 minutos e 34 segundos – possa ser utilizado em consultórios e ajudar os pacientes a ficarem atentos ao problema e informá-los de que existem for-mas de prevenção. O vídeo teve a coordenação da Dra. Solange Travassos, produzi-do pela D & Sganzerla Produções, com a participação da atriz Simo-ne Soares e da paciente Renata Nacif. n

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Páginas Azuis

Dr. Walter Minicucci

“Quando saí da Faculdade, o diabetes era um tipo

de problema a que se dava pouca importância.

Mesmo nos primeiros anos de prática médica como

endocrinologista, poucos eram os que atendiam as

pessoas com a doença, ainda mais com diabetes

tipo 1. Difícil achar com quem conversar quando as

dúvidas apareciam. E não eram poucas. Por sorte,

às vezes, conseguíamos um livro da Joslin, que nos

ensinava não só como tratar a doença, mas também

o paciente. Hoje, tudo isso mudou, mas infelizmente a

epidemia de diabetes assola o Brasil e o mundo.”

(Dr. Walter Minicucci, em seu discurso de posse em 2014)

Ao criar a série Páginas Azuis, na Revista Diabetes, o Dr. Leão Za-gury tinha como objetivo falar sobre o trabalho de ex-presi-

dentes, suas dificuldades e conquistas à frente da entidade. Ao longo de várias edições, todas as histórias foram sendo retratadas, e a última foi reservada para o presidente que deixa o cargo este ano, Dr. Walter Minicucci (gestão 2014 / 2015). Com isso, a série está encerrada.

A ideia era ouvir os relatos de uma gestão recente e como o diabetes entrou na vida do Dr. Walter Minicucci. Mas nem tudo acontece como é planejado. A vida reserva algumas surpresas que so-mente mais tarde serão entendidas. Só o tempo tem esse poder.

Foi uma tarefa praticamente impossí-vel conseguir esse histórico da vida dele

em um momento tão delicado, mas por que não reformular a ideia? Afinal, o Dr. Minicucci sempre gosta de inovação, as-sociada ao lado humano de cada ideia. Hora de usar seu próprio estilo para uma homenagem.

O resumo de suas atividades em 2014 e 2015 está nesta edição, em uma repor-tagem que fez um balanço dos dois anos de seu trabalho como presidente.

As Páginas Azuis ganham, então, um formato diferente com imagens de mo-mentos que antecederam à gestão, pos-se e outras atividades neste período de trabalho. Mais adiante, elas farão todo sentido e ele poderá olhar com mais tranquilidade.

É a homenagem da Revista Diabetes ao Dr. Walter Minicucci, presidente da SBD. n

Dr. Walter Minicucci e o Dr. Michael

Hirst, presidente da International

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Atualidades

Dr. Augusto Pimazoni Netto Coordenador do Grupo de Educação e Controle do Diabetes do Hospital do Rim – Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

Como Realizar a Automonitorização da Glicemia de Forma Correta

der do nível de controle e da estabilida-de dos valores de glicemia. Quando o paciente está bem fora de controle, ele deve medir sua glicemia no mínimo seis vezes ao dia, sendo três testes antes das principais refeições e três testes realiza-dos duas horas após essas refeições, du-rante pelo menos três dias por semana. Os resultados devem ser comunicados semanalmente ao médico, que deverá realizar as correções necessárias na con-duta terapêutica.

Repetindo-se essa frequência amplia-da de testes durante algumas semanas seguidas, pode-se ter uma ideia precisa de como o controle glicêmico está evo-luindo no decorrer do tempo. Depois de obtido o adequado controle glicê-mico, a frequência de testes poderá ser reduzida para dois a quatro testes por semana, em diferentes horários do dia. A ilustração abaixo mostra a evolução favorável dos níveis glicêmicos duran-te um período de observação de cinco semanas, seguindo-se as orientações mencionadas anteriormente. O pacien-te em questão passou de uma situação

de total descontrole para uma situação de controle completo da glicemia em apenas 5 semanas. A faixa verde do grá-fico corresponde à área de normalida-de dos valores de glicemia (70 mg/dL a 160 mg/dL).

A International Diabetes Federation con-sidera a automonitorização uma práti-ca indispensável, tanto para diabetes do tipo 1 como do tipo 2, desde que obede-cidas as seguintes premissas: o paciente deve estar consciente da importância do bom controle glicêmico, além de conhecer bem como a automonitoriza-ção deve ser realizada; o paciente deverá contar com um suporte educacional de longo prazo por uma equipe multidis-ciplinar; e os dados obtidos através da automonitorização devem servir para auxiliar o médico na avaliação e na re-definição da conduta terapêutica.

Em resumo: a automonitorização é uma prática essencial para o bom con-trole do diabetes, quando praticada ade-quadamente. Mas torna-se um recurso absolutamente inútil quando praticada de forma equivocada. n

A situação do controle glicêmico no Brasil é desastrosa e altamen-te preocupante: 90% dos diabé-ticos tipo 1 e 73% dos diabéticos

tipo 2 estão com o diabetes fora de con-trole. Uma das principais causas dessa si-tuação é a falta de uma prática adequada de automonitorização da glicemia, o que retarda o diagnóstico do descontrole e não permite ao médico tomar decisões terapêuticas mais eficazes, exatamente pela falta de conhecimento do estado do controle glicêmico de seus pacientes.

A maioria simplesmente não dispõe dos monitores de glicemia e das tiras reagentes para essa prática. Dentre os que dispõem desse recurso, a grande maioria o utiliza de maneira equivoca-da, seja realizando os testes de forma totalmente aleatória e não frequen-te, seja realizando seus testes sempre à mesma hora do dia, geralmente em jejum. Assim procedendo, o paciente jamais poderá conhecer o real estado de seu controle glicêmico: ele poderá estar bem controlado nas glicemias de jejum, mas totalmente fora de controle nas glicemias realizadas duas horas após cada refeição.

Outro aspecto importante é que os testes de glicemia devem ser realizados de uma forma estruturada, visando ob-ter os valores de glicemia nos diferen-tes horários do dia. Não existe uma fre-quência previamente determinada para a realização dos testes. Tudo vai depen-

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Reunião Administrativa

A atividade administrativa mais importante da Sociedade Brasi-leira de Diabetes é a Assembleia Geral realizada, sempre, dentro

dos Congressos. A última aconteceu no dia 12 de novembro, conforme edital de divulgação da entidade.

O período previsto da reunião foi de cerca de duas horas, o suficiente para, através de uma boa dinâmica de traba-lho, discutir todos os assuntos em pau-ta. A mesa que coordenou a Assembleia foi formada pelo Dr. Domingos Malerbi, Dr. Walter Minicucci, Dr. Luiz Turatti e Dr. Antonio Carlos Lerário. A agenda de trabalho incluiu:• Relatório da gestão 2014 / 2015 (veja

reportagem nas páginas 14 e 15);• Prestação de contas;• Eleição da diretoria para o biênio

2018 / 2019;• Eleição da sede do Congresso da SBD

2019.

DIRETORIA ELEITAUma chapa apresentou a candidatura à presidência da SBD para o biênio 2018 / 2019, encabeçada pela Dra. Hermelinda Pedrosa (DF). A endocrinologista contou que refletiu bastante antes de se candi-datar e até questionou-se “se estaria à al-tura de tão importante missão”, embora tempos atrás tenha sido incentivada pelos Drs. Leão Zagury e Antonio Chacra. Ex-plicou que fundamentou a decisão nas ações que construíram o seu perfil profis-sional e pessoal nas áreas de graduação e pós-graduação, e de coordenação de po-líticas de saúde do programa de diabetes da Secretaria de Saúde do DF. Enfatizou que sentiu a confiabilidade da Sociedade ao escolher Brasília para sediar o Con-gresso sob a sua condução, que bateu recorde de público, até os dias atuais. A

endocrinologista disse que “esse caminho traduzia um modus operandi comprometi-do com um trabalho em equipe em prol da pessoa com diabetes; e que o estímu-lo de colegas, sobretudo da Dra. Adriana Forti, consolidou a motivação para a can-didatura à presidência da SBD”.

A Dra. Hermelinda já ocupou cargo de vice-presidente nas duas últimas di-retorias da SBD, presidiu a SBD DF de 2013 a 2015, e foi, por várias gestões, coordenadora do Departamento de Pé Diabético. Participou da elaboração de programas de educação no Brasil, inclu-sive internacionais como o Step by Step, foi agraciada com a Medalha da SBD (2005) e com o Prêmio Dager Moreira (2009). É membro da American Diabetes Association e Associação Latino Americana de Dia-betes; faz parte do Board Internacional do WorldWIDE e recentemente foi indicada para a vice-presidência desta entidade, que tem à frente Dr. Andrew Boulton. Ainda na área internacional é a represen-tante brasileira (e conseguiu a inclusão de mais um representante brasileiro) do International Working Group on The Diabetic Foot, Seção Oficial da International Diabe-tes Federation (IDF).

A diretoria que assume a entidade daqui a dois anos fundamentou seu plano de ação baseado em três pilares: “Educar, Transformar e Apoiar”, e está composta pelos seguintes membros: vi-ce-presidentes Dr. Gustavo Caldas (PE), Dra. Janice Reis (MG), Dr. João Eduar-do Salles (SP), Dra. Rosane Kupfer (RJ), Dra. Rosangela Réa (PR). Também compõe o grupo: Dra. Karla Melo (1ª

secretária), Dra. Fernanda Thomé (2ª secretária), Dr. Antonio Carlos Lerário (1º tesoureiro), Dr. Luiz Antonio Araujo (2º tesoureiro), Dra. Silmara Leite, Dra. Maria Regina Calsolari, Dra. Nely Cale-garo e Dra. Estela Jatene (membros do Conselho Fiscal). Outros componentes da Chapa 2018-2019 são a Dra. Adria-na Forti, assessora da Presidência; Drs. Ruy Lyra e Balduino Tschiedel, Repre-sentantes Internacionais; e Relações Go-vernamentais, Dra. Reine Chaves.

SEDE DO CONGRESSOTrês cidades apresentaram suas candi-daturas: Natal, Belo Horizonte e Reci-fe. Para que todos tivessem a mesma oportunidade foi feito um sorteio para definir a ordem de exposição, com 10 minutos cada uma.

O Dr. Tadeu Fonseca apresentou as propostas para que a sede em 2019 fosse em Natal. Vários pontos foram colocados como decisivos, como a reserva do Cen-tro de Convenções já ter sido feita – 7 a 9 de novembro de 2019 – sem custo para a SBD, de acordo com acordo com a Se-cretaria de Saúde e o Governo do Estado. Esse argumento foi um diferencial para que a cidade vencesse a disputa.

O Dr. Rodrigo Lamounier apresentou a candidatura de Belo Horizonte deta-lhadamente, mas no final abriu mão a favor de Recife. A última cidade que dis-putou foi Recife, tendo como apresen-tador o Dr. Ruy Lyra, que destacou os pontos fortes da cidade como o Centro de Convenções que está pronto para uso.

A disputa foi acirrada e os votos con-tados com cuidado. No final, 47 para Natal e 44 para Recife. Em 2019, a cida-de de Natal receberá o XXIII Congresso da SBD. A edição de 2017 será em São Paulo. n

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Diabetes 2015

Um tratamento multiprofissional requer um evento na mesma linha. Por isso, a vigésima edi-ção do Congresso da Sociedade

Brasileira de Diabetes, presidida pelo Dr. Balduíno Tschiedel, teve uma gama muito variada de temas dentro da pro-gramação.

A grade científica do Diabetes 2015, cuja coordenação ficou a cargo do Dr. Marcello Bertolluci, abrangeu todas as áreas, englobando desde estudos epi-demiológicos, pesquisas na área de tra-tamento e novas tecnologias, passando pela educação em diabetes, gestão e economia em saúde.

Durante os três dias de atividades em Porto Alegre, no Centro de Convenções FIERGS, Rio Grande do Sul, foram rea-lizados lançamentos de materiais impor-tantes para os profissionais de saúde; projetos especiais na área de enferma-gem e educação; exposições; atividades lúdicas; entrega de premiações para grandes nomes da diabetologia e para os trabalhos apresentados no evento, além da Assembleia Geral.

O Congresso reuniu um contingente de 4 mil pessoas, circulando pelas dez

Um Congresso, Várias Visões e um Objetivo:

Melhoria no Tratamento do Diabetessalas de palestras, além do espaço dedi-cado à Feira Expositora, apresentação de pôsteres e o Vila Brasil.

“Organizar um evento deste porte foi uma experiência riquíssima, cheia de emoções, cansativa, mas, acima de tudo, um aprendizado para a vida toda”, resumiu o Dr. Balduíno para um audi-tório lotado na cerimônia de abertura, no final do dia 11 de novembro. Para o Dr. Walter Minicucci, presidente da SBD, foi um Congresso feito com muita raça e empenho.

Ainda na abertura, representantes de entidades parceiras estiveram presentes: Dr. Alexandre Hohl, presidente da So-ciedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Dr. Alexander Benchimol, representando a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO); e Dr. Sergio Metz-ger, representando a Associação Diabe-tes Brasil (ADJ Brasil). Após o balanço dos trabalhos, feito pelos presidentes do Congresso e da SBD, os presentes assisti-ram à conferência “The Changing Charac-ter of the Diabetes Epidemic and its Implica-tions for Prevention”, ministrada pelo Dr. Edward W. Gregg, da Division of Diabetes

Translation, Center for Disease Control and Prevention, Atlanta, EUA.

Fechando a noite, o show da dupla Kleiton e Kledir, super aplaudida, que deu o toque de leveza à abertura.

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICAA grade científica do Diabetes 2015 foi programada aproveitando todos os horá-rios e espaços disponíveis. A evolução dos temas e da programação foi detalhada passo a passo pelo Dr. Marcelo Bertolluci em várias edições da Revista Diabetes, du-rante um ano e meio. Entre as novidades, uma das mais importantes foi a publica-ção dos resumos selecionados na DMS & Journal, a revista da SBD, que está com altíssimo fator de impacto. O Dr. Balduí-no enfatizou que além dos trabalhos em inglês, outro percentual continuou a ser publicado nos AE&M (antigo Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabo-logia), da SBEM, que definiu como “eter-na parceira científica”.

Diversos simpósios internacionais fo-ram realizados, sendo destacados os da Sociedade Argentina de Diabetes, da American Diabetes Association e da World Wide Diabetes.

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Um Congresso, Várias Visões e um Objetivo:

Melhoria no Tratamento do Diabetes

LANÇAMENTOS E ESTUDOSMuitas novidades foram previstas para serem apresentadas no Diabetes 2015, como os resultados de estudos e pro-gramas na área de pé diabético e neu-ropatia, diabetes gestacional, perfil do público em relação a conhecimentos em diabetes, saúde pública, custos de tratamento etc.

Além das palestras dentro da progra-mação científica, a SBD movimentou o estande com alguns lançamentos. Uma enorme fila se formou para receber as novas Diretrizes, considerada como um dos documentos preciosos para os pro-fissionais de saúde. O material teve a

coordenação do Dr. José Egídio e Dr. Sergio Vêncio e também está disponível, gratuitamente, para download no site da SBD. O presidente da entidade, Dr. Walter Minicucci, entregou pessoalmen-te os exemplares.

Fernanda Thomé apresentou o ma-nual em braille sobre diabetes (veja re-portagem nesta edição na página 22) enquanto as doutoras Márcia Camargo de Oliveira e Dra. Paula Pascali, do De-partamento de Enfermagem, lançaram um folder e um vídeo sobre o descar-te correto dos resíduos de tratamento. Elas mencionaram as dificuldades até a finalização dos materiais, que pas-

sou por diversas gestões, e entrará em uma nova etapa. A enfermeira Marcia leu para os presentes a mensagem que consta no folder: “O descarte é um ato de cidadania. Todos os profissionais pre-cisam ter consciência disso.”

Outro lançamento que chamou a atenção foi do SISPED - Sistema Salvan-do o Pé Diabético (ver mais informações na coluna Comunicados, página 27), di-vulgado também durante as palestras. Durante a apresentação do projeto, a Dra. Hermelinda Pedrosa, uma das pioneiras na área, elogiou o espaço do Congresso dedicado ao Pé Diabético e Neuropatia Diabética. Além do softwa-

Dr. Edward Gregg Dr. Walter Minicucci, Dr. Balduino Tschiedel e Dr. Marcello Bertolluci

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re, vários simpósios e workshops levaram números e dados sobre a complicação crônica. A Dra. Geísa Macedo explicou o início do desenvolvimento do SISPED, em Sergipe, e fez questão de agradecer ao Dr. Domingos Malerbi e Dra, Herme-linda Pedrosa, que são homenageados no início do vídeo do projeto. A Dra. Maria Cândida Parisi, coordenadora do Departamento de Pé Diabético, acredi-ta em um grande alcance do software, para os muitos profissionais de saúde que não sabem como iniciar um rastrea-mento ou acompanhamento de pacien-tes com o problema.

Ainda nessa área, foram apresenta-dos os dados do Estudo Nacional de Neuropatia e Pé Diabético (dados na coluna Saúde & Ciência). Segundo a Dra. Maria Cândida, a falta de dados motivou a realização da pesquisa para saber em que estágio está a população brasileira e se pode ser comparada a centros europeus.

“Desenhamos um estudo multicên-trico, prospectivo e observacional, e com o apoio da SBD. Dezenove centros universitários no Brasil foram incluí-dos, sendo que apenas 7 tinham ser-viços de pé diabético estabelecidos. Fo-ram 1.455 pacientes, considerada uma amostra bastante representativa. Pacien-tes relativamente jovens (menos de 60 anos), mulheres, diabetes predominan-temente do tipo 2 e com quase 15 anos de doença foram alguns dos pontos en-contrados”, explicou a coordenadora do Departamento.

PREMIAÇÕESA organização do Diabetes 2015 fez uma opção diferente nesta edição do Con-gresso. Como explicou o Dr. Balduíno, um simpósio concentrou todas as pre-miações – três da SBD, seis do Congres-so e uma conferência. Dessa forma, a cerimônia ganhou mais espaço e foi va-lorizada.

O Dr. Sergio Dib recebeu do Dr. Bal-duíno o Prêmio Francisco Arduíno; a Dra. Claudia Pieper foi homenageada com o Prêmio Dager Moreira, entregue pelo Dr. Walter Minicucci; e a Dra. Mo-nica Antar Gamba ganhou o Prêmio Sal-vando o Pé Diabético das mãos da Dra. Hermelinda Pedrosa.

Os temas livres premiados foram: • 1º Lugar - Experimental association betwe-

en diabetes and pregnancy: renal effects

for mothers in the postpartum period and possible signaling pathways involved. Instituição: Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Autores: Nathane França Silva; Natany Garcia Reis; Pâmella Francis dos Santos; Ana Paula Coelho Balbi.

• 2º lugar - Comparison between adherence assessments and blood glucose monitoring measures to predict a1c in type 1 diabetes. Instituição: UFRGS - Universidade Fe-deral do Rio Grande do Sul.

Autores: Gabriela Heiden Teló; Martina Schaan de Souza; Thaís Sturmer Andrade; Beatriz D‘Agord Schaan.

• 3º lugar - Impaired awareness of hypo-

glycemia is associated with progressive loss of heart rate variability in patients with type 1 diabetes.

Instituição: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).

Autores: Ticiana Paes Batista da Silva; Luiz Clemente Rolim; Celso Ferreira de Camargo Sallum Filho; Livia M Zimmer-mann; Fernando Malerbi; Sergio Atala Dib.

Os pôsteres premiados foram: • 1º lugar - Improving the identification of

Mody mutations by using mlpa technique in the molecular diagnostics routine.

Instituição: UNIFESP. Autores: Renata Pires Dotto; Andreia

Dra. Juliana Barreto Dra. Maria Goreti

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vidades práticas na área de educação e atividades físicas.

A exposição do Concurso Fotográfi-co – “O Diabetes e Você”, foi promovida pela Associação Botucatuense de Assis-tência ao Diabético, organizada por Bi-biana Colenci. O intuito foi mostrar a percepção do diabetes de cada pessoa.

O grupo de educação contou com um espaço para atividades práticas, em uma sala com várias estações, no qual os participantes vivenciavam expe-riências usadas nos Cursos Educando Educadores.

O Diabetes 2015 manteve a proposta de incentivar os profissionais de saúde a praticarem atividades físicas e, com isso, foi incluída a tradicional Corrida e Caminhada 5k – Mudando o Diabetes, promovida pela Novo Nordisk.

A Dra. Juliana de Paula Barreto, membro da diretoria da SBEM Espíri-to Santo, contou que começou a correr por causa das corridas em congressos. A primeira foi em Chicago e depois não parou mais. “Essa participação foi de-cisiva para motivar meus pacientes a se exercitarem e, inclusive, fazem parte de meu grupo de corrida.” Já a Dra. Maria Goreti, de São Paulo, se inspirou nos seus pacientes e agora sempre está pre-

sente nas corridas dos eventos. Ela tam-bém tem um grupo que faz a atividade regularmente.

ALGUNS TÓPICOSAs ações relacionadas ao projeto diabetes nas escolas foram apresentadas em um dos simpósios no dia 13 de novembro, co-ordenado pela Dra. Graça Camara. En-tre as palestras, a Dra. Janice Sepulveda Reis mostrou dados do IDF Kids, que é uma iniciativa da ADJ Brasil e IDF, com o apoio da SBD. Segundo informou a Dra. Janice, o Brasil ocupa o segundo lugar com mais de 2 mil downloads dos pacotes educativos, disponíveis dentro do site da IDF e link no site da SBD e ADJ.

Algumas escolas que estão no progra-ma foram avaliadas e os primeiros resul-tados apresentados durante o Congresso da IDF, em Vancouver. Os participantes assistiram a um dos vídeos educativos, criado a partir de experiências brasilei-ras, que será totalmente finalizado no início de 2016.

Estudos em epidemiologia em di-versas áreas foram abordados em um dos primeiros simpósios do Congresso, coordenado pela Dra. Sandra Ferreira Vivolo, coordenadora do Departamen-to de Epidemiologia da SBD. Os estudos BrazDiab1SG (Dra. Marilia de Brito Go-mes), ERICA (Dra. Katia Bloch), ELSA (Dr. Bruce Duncan), LINDA (Dra. Maria Inês Schmidt) e Perfil de Conhecimento do Diabetes no Brasil (IBOPE e Bianca de Almeida Brito) foram apresentados.

ENCERRAMENTOApós a sessão de premiação, o Dr. Sérgio Dib ministrou uma conferência no final da manhã, e as atividades continuaram no mesmo ritmo até à noite. Três dias sem tempo para pausa, com exceção do momento de confraternização que foi a última atividade do Diabetes 2015, outra novidade na dinâmica do evento. Depois da festa, hora de se preparar por-que no sábado - Dia Mundial do Dia-betes - centenas de atividades estariam acontecendo por todo o país.

Só depois dessa maratona é que os congressistas, organizadores e todos os envolvidos diminuíram o ritmo. Para o Dr. Balduíno, tudo pode ser melhorado. A experiência e os resultados foram po-sitivos e boas soluções podem ser ama-durecidas para a próxima edição em 2017, que acontecerá em São Paulo. n

Latanza Gomes Mathez; Luciana Fer-reira Franco; João Roberto de Sá; Leticia Schwerz Weinert; Sandra Pinho Silveiro; Fernando de Mello Almada Giuffrida; Magnus Regios Dias da Silva; André Fer-nandes Reis.

• 2º lugar - Prevalence and causes of mor-tality in a cohort of patients with type 1 diabetes (t1d) followed at state University of Rio de Janeiro.

Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Autores: Ana Paula Almeida Rainho; Marilia de Brito Gomes; Eliete Leao S. Clemente.

• 3º lugar - Effects of unsaturated fatty aci-ds on weight loss, body composition and obesity related biomarkers.

Instituição: UFRJ - Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro.

Autores: Vanessa Chaia Kaippert; Mar-celly Cunha Oliveira dos Santos Lopes; Denise Pires de Carvalho; Eliane Lopes Rosado.

ATIVIDADES PARALELAS Além da Assembleia Geral da SBD (re-portagem na página 9) e da Regional Rio Grande do Sul, a programação in-cluiu o Vila Brasil (reportagem na pá-gina 23), uma exposição de fotos, ati-

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Enfermagem, tendo como um dos desta-ques a coleta de resíduos do tratamento.

O Fórum da IDF esteve dentro do período de gestão, mas o Dr. Minicucci enfatizou que a organização e a prepara-ção foi feita pelo Dr. Balduíno Tschiedel, ex-presidente, responsável pela coorde-nação geral.

Outro evento de destaque foi o SITEC – sobre novas tecnologias no tratamento – que teve à frente uma equipe de apai-xonados pelo tema. “Muito obrigado ao Marcio Krakauer, Luis Eduardo Caliari, André Viana, Denise Franco e Mauro Scharf, que acreditaram em uma ideia inovadora”.

PUBLICAÇÕES O Dr. Minicucci mencionou a produ-ção das Diretrizes, lançadas durante o Congresso da SBD, agradecendo ao es-forço dos doutores José Egídio e Sergio Vencio. Na produção de material de atualização, também estão incluídos os Posicionamentos Oficiais. “Não posso deixar de parabenizar o Pimazoni, que conseguiu reunir um grupo de altíssi-mo nível para a elaboração dos Posi-cionamentos Oficiais.” O Dr. Minicucci cumprimentou, também, o Dr. Marcelo Bertolluci em nome de todos os que par-ticiparam do projeto e da organização científica do Congresso da SBD.

Ainda nas publicações, mas de for-mato não científico, o presidente falou sobre a Revista Diabetes, mencionando o trabalho do editor, Dr. Leão Zagury. “Sabemos que muitas atividades acon-

Meritocracia, Participação, Sonhos e Realidade

No momento de realizar um ba-lanço de uma gestão não há outra opção do que resgatar os itens definidos pela diretoria na

hora que assumiu a presidência. Dois anos depois é o momento certo para sa-ber quais metas foram colocadas em prá-tica e se os percentuais de erros e acertos foram considerados ideais. Entretanto, vale lembrar que entre o que se idea-lizou e o realizado está a vida de cada pessoa, que às vezes obriga a mudanças de rumos e novos planejamentos.

VISÃO DEMOCRÁTICAO presidente da SBD, Dr. Walter Mini-cucci, fez um balanço emocionado do trabalho à frente da SBD nos anos de 2014 e 2105 durante a Assembleia Ge-ral da entidade, no Congresso (Diabetes 2015), em Porto Alegre. Impossível não se emocionar no final de sua apresenta-ção, quando ele projetou a foto da espo-sa. Os presentes aplaudiram de pé, tan-to pelos excelentes resultados obtidos como por entender o momento de vida que ele atravessou nos últimos meses.

Quem acompanhou a posse do Dr. Minicucci no fim de 2013 pôde obser-var que a lista de propostas era exten-sa, entretanto, depois de dois anos de mandato, a diretoria tem um saldo mui-to positivo quanto ao que foi realizado. Foram poucas as metas não alcançadas. A expressão que usou para finalizar seu discurso de posse definiu seu estilo de trabalho. “O todo é maior do que as par-tes. E, em época de Copa do Mundo, é importante saber que o time é mais importante do que o capitão”, brincou o Dr. Minicucci, na ocasião, fazendo alusão à Copa que começaria no ano se-guinte, em 2014.

EVENTOS CIENTÍFICOSForam três Simpósios de Atualização, sendo um sobre Atendimento Multidis-ciplinar do Diabetes, com a participação dos Departamentos de Nutrição, Farmá-cia, Psicologia e Enfermagem; Hipergli-cemia Hospital, que originou um do-cumento sobre orientações do tema; e

“Colocar uma pitada de sonhos e de ousadia faz parte do meu jeito de ser. E se conseguirmos concretizar todos os nossos sonhos é por causa dos nossos colaboradores”.

(Walter Minicucci, presidente da SBD)

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tecem pelo país e que não teriam espa-ço para serem divulgados se não fosse a nossa Revista.” Ele esclareceu que a pu-blicação não conseguiu, no último ano, ser viável economicamente, mas sabe da importância para a SBD e foi mantida.

Agradecimentos ao Dr. Daniel Gian-nella e a Dra. Marilia de Brito Gomes, eterna editora, pela condução da Revista Científica – Diabetology & Metabolic Syn-drome. “Confesso que, na ocasião, achei que era uma grande maluquice e vejo, hoje, que foi uma decisão acertada.” Dr. Minicucci comentou sobre o altíssimo ín-dice de impacto da publicação, o maior do país das revistas científicas na área.

A TECNOLOGIA Acreditando que a tecnologia pode ser uma importante ferramenta de divulga-ção, a diretoria investiu e apostou em diversos segmentos. Um deles foi o re-lançamento do E-book, acrescido da ex-pressão 2.0. Foi desenvolvido um aplica-tivo para facilitar o acesso gratuito. O Dr. Minicucci lembrou aos presentes de di-vulgarem junto aos alunos para ampliar o conhecimento na área.

O SBD Online, um projeto de estu-do à distância, foi desenvolvido pelo Dr. Laerte Damaceno, que vinha trabalhan-do há muito tempo na ideia. “Será um grande instrumento na área que está dis-ponível dentro do site da SBD.”

Ainda em relação a esse segmento, foi aberto um espaço para podcasts, coorde-nado pelo Dr. Fernando Valente. Com nove edições, já atingiu 15 mil acessos, segundo dados apresentados no relató-rio da gestão.

Mais uma vez, um agradecimento ao trabalho do Dr. Pimazoni, que foi o editor do site da SBD, uma das maiores ferramentas de comunicação da entida-de. O Dr. Minicucci relatou algumas di-ficuldades, mas superadas pela força de vontade da equipe envolvida na atualiza-ção. Assim que assumiu, o Dr. Minicucci apresentou o novo layout e no balanço foram listados os projetos dentro do site da SBD, como o sobre Alimentação, di-recionado ao público, conduzido pelo Departamento de Nutrição.

PROJETOS O Dia Mundial do Diabetes foi mais um ponto destacado no relatório, com agra-decimentos ao Dr. Marcio Krakaeur, que comandou um grande time que traba-

lhou para que as atividades alcançassem o país inteiro, além do apoio de diversos jo-gadores e clubes de futebol. Ele lembrou que todas as informações foram reprodu-zidas no site do Dia Mundial do Diabetes.

A segunda edição do Educando Edu-cadores Sem Fronteiras foi considerada um sucesso, graças ao esforço da Dra. Claudia Pieper e Dra. Graça Câmara. “Sei do pouco apoio financeiro que a SBD deu, mas elas seguiram em frente, fazendo um belíssimo trabalho.” O Dr. Minicucci lembrou, também, que esse projeto foi criado pelo Dr. Balduíno.

Da mesma forma, mencionou o Edu-cando Educadores com a ADJ, tendo à frente o time da Dra. Denise Reis Fran-co. “Gostaria de ter apoiado mais e não consegui”, reconheceu.

O presidente definiu como “é só o co-meço” para a iniciativa em conjunto com a Sociedade de Nefrologia, capitaneada pelo futuro presidente Dr. Luiz Turatti e Dra. Hermelinda Pedrosa.

O Departamento de Saúde Ocular foi citado com ênfase no trabalho realizado pela Dra. Solange Travassos, inicialmen-te em seu consultório e que gerou um grande projeto na área de retinopatia diabética da SBD.

O Dr. Rodrigo Moreira recebeu elo-gios pela organização das coberturas dos congressos internacionais dentro do site da SBD. “Ele aceitou o desafio, convidou os comentaristas e até interrompeu a Lua de Mel para trabalhar no projeto. Se arriscou e deu certo.”

Uma importante interface entre o De-partamento de Saúde Pública e Farmae-conomia, com as doutoras Karla Mello e Luciana Bahia, foi apresentada pelo Dr. Minicucci, resultando em uma apro-ximação entre a SBD e o Ministério da Saúde. Os números da Petição Online sobre insulinas análogas, uma das ações do grupo, está atualmente com mais de 20 mil assinaturas.

Outro projeto dos dois Departamen-tos foi o da Avaliação Multidisciplinar de Cobertura da População Brasileira. A re-visão do uso de insulinas rápidas mostrou as vantagens do uso deste tratamento. “Foi um investimento necessário e muito importante”, enfatizou o Dr. Minicucci.

O SISPED, lançado durante o Con-gresso pelo Departamento do Pé Diabé-tico, foi relatado aos presentes, com um agradecimento especial à Dra. Herme-linda Pedrosa, Dra. Maria Cândida Parisi

(coordenadora do Departamento), Dra.Karla Rezende, grupo da Unifesp e ao Dr. Domingos Malerbi. O Dr. Minicucci ex-plicou que com o aplicativo será possível fazer o diagnóstico, rastrear e manter um banco de dados sobre o cuidado dos pés.

Entre os itens de sua apresentação quando assumiu a SBD, estava o projeto sobre descarte de material, um sonho antigo também do Departamento de En-fermagem. “Marcia de Oliveira e Paula Pascali foram as responsáveis pelo vídeo e pela produção dos informativos para o público. É o começo de um novo con-ceito para um descarte racional.”

Seguindo seu estilo, usando a meri-tocracia, o Dr. Minicucci seguiu apre-sentando o relatório da diretoria com muitos agradecimentos, também, aos ex-presidentes da SBD e companhei-ros em outras diretorias. “Observo uma continuidade importante no trabalho e aprendi muito. Queria agradecer par-ticularmente ao Malerbi e ao Lerário, para quem a toda hora ligava, pedindo conselhos. Também ao Egídio para sa-ber sua opinião sobre diversas questões, e só pude dar andamento a muitos so-nhos porque o Turatti me garantiu a continuidade de vários projetos.”

Dr. Minicucci ainda mencionou os en-sinamentos do Dr. Leão e do Dr. Marcos Tambascia. “Não teria sido presidente se o Leão não tivesse me ensinado muito. Foi ele que me nomeou coordenador dos departamentos. O Tambascia me permitiu sonhar alto. Entre os ensina-mentos, um em especial: o dinheiro da Sociedade deve ser para o benefício da própria Sociedade.”

Os doutores Saulo Cavalcanti e Marí-lia foram definidos como grandes inspi-radores em diversas áreas. O presidente anterior à sua gestão – Dr. Balduíno – aconselhou. “Mas acho que não aprendi bem. Não deveria ser ‘gastão’, mas por outro lado, estimulou a minha ousadia.”

Em seguida, nominalmente agrade-ceu aos parceiros – Reginaldo, Adriana, Andrea e Adriano, Malu, Cris e Celso, Beth Camarão, Rodrigo Moura e Silvio. Ao mostrar a foto da equipe SBD - Anna, Eliana e Izabel - e a confirmação da con-tinuidade do grupo na próxima gestão, uma grande manifestação de apoio dos presentes na Assembleia Geral.

No final, a foto e o carinho à sua es-posa Eliana, seguido de aplausos inter-mináveis dos presentes. n

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“Acredito que foi o melhor tra-balho dos últimos seis anos. A equipe amadureceu e este ano nos preparamos com

muita antecedência. Profissionalizamos ainda mais os caminhos e as escolhas de ações, pensando em atingir todo o Bra-sil. Uma ótima sensação. Deu tudo cer-to.” Essa foi a opinião não só do coorde-nador da campanha do Dia Mundial do Diabetes da SBD, Dr. Marcio Krakauer, mas também de todos os envolvidos com o projeto em 2015.

O trabalho ao longo do ano teve um resultado bastante positivo e uma ótima parceria entre SBD e a Sociedade Brasi-leira de Endocrinologia e Metabologia. A Campanha não apenas alcançou um grande número de pessoas, como veio repleta de novidades.

A campanha do Dia Mundial do Dia-betes vem sendo desenvolvida desde 2002, buscando sempre evoluir e con-quistar novos espaços. Para o Dr. Marcio Krakauer, foi um ano de aprendizado e aperfeiçoamento.

As novidades impactaram as redes so-ciais. A página do Facebook chegou a quase 20 mil curtidas sem qualquer in-vestimento financeiro nesta rede social. A mobilização foi totalmente espontâ-nea, o que aumentou muito o engaja-mento. No Twitter, mais de 3.600 novos seguidores e mais 4.500 postagens.

Dia Mundial do Diabetes: Um Ano para Ficar na História

REEDITADO EM 2015: CONCURSO CULINÁ-RIA SAUDÁVELO Concurso Culinária Saudável “Adoçan-do sem açúcar” é uma iniciativa da SBD e da TV Bandeirantes. O projeto passou a fazer parte da Campanha em 2014 e com o sucesso, foi criada uma série de progra-mas semanais na emissora, com a presen-ça de médicos e nutricionistas da SBD, no Programa Dia a Dia, da Band.

O Concurso foi antecipado e a parti-cipação do público foi melhor. Durante três meses, o Departamento de Nutri-ção da SBD avaliou receitas e as cinco finalistas apresentaram seus pratos no programa, com duas chegando à final: Bruna Lima e Filomena Tudischini. O prêmio foi conquistado por Bruna pelo bolo de mousse de chocolate e ela foi premiada com uma batedeira.

O júri do Concurso foi composto pelo Coordenador da Campanha, Dr. Marcio Krakauer, pela culinarista Bere-nice Andretta e pelo apresentador do programa, Daniel Bork.

ORQUESTRA PETROBRÁS SINFÔNICA O que parecia um sonho de um grupo acabou se concretizando: o apoio da Orquestra Petrobrás Sinfônica. A con-firmação aconteceu com semanas de antecedência, com direito a ensaios e planejamento. Um segredo guardado a sete chaves pela equipe.

A apresentação teve como ponto--chave o elemento surpresa na rotina de quem passava pela Cinelândia, centro do Rio de Janeiro. Por volta do meio--dia, a movimentação foi aumentando, enquanto chegavam equipes de diversas emissoras de TV – avisadas que aconte-ceria uma surpresa. No final da manhã, os músicos começaram a aparecer em frente à Câmara Municipal e, de repen-te, o recital começou.

Quem passava parava para assistir, perguntava o motivo e ouvia: é o Dia Mundial do Diabetes. Depois de algu-mas músicas, a cantora Bárbara Dias, que já vem apoiando a campanha desde 2013, finalizou cantando “Carinhoso”, de Pixinguinha. Tudo transmitido em tempo real pelas redes sociais do Dia Mundial. Os membros da Orquestra que participaram da apresentação fo-ram: David Alves, Nelson Oliveira e Vi-nicius Lugon (trompetes); Josué Soares e Francisco Soares (trompas); Jacques Guestein e João Luiz Arêas (trombones) e Carlos Vega (tuba).

O ESPORTE PELO DIABETES A campanha 2015 contou com o apoio de ícones do esporte. Zico deu o pon-tapé inicial das fotos com o símbolo do diabetes. Fred do Fluminense e Jeffer-son do Botafogo reforçaram o time na área do futebol.

Após o treino puxado na sede nas La-ranjeiras, Fred fez a sessão de fotos, sem-pre bem humorado e prestativo. O dado curioso do registro é que o assessor de imprensa do Fluminense, Marcos Benja-min, revelou que tem diabetes durante uma conversa informal com a equipe e foi presenteado com uma pulseira da campanha.

Já na sede do Flamengo, o treino do time de basquete parou para as fotos que foram compartilhadas pelo Twitter oficial do Flamengo, que tem mais de 3 milhões de seguidores. O bom rela-cionamento da equipe do Dia Mundial com os clubes foi fundamental para a participação dos atletas.

Fotos: Celso Pupo

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Além da foto com o goleiro do Bota-fogo e da Seleção Brasileira, Jefferson, o time alvinegro abriu as portas para mais iniciativas, além de postar mensagens na sua conta oficial no Twitter. Foram rea-lizadas reuniões com o departamento de marketing do clube, que incluiu o estádio Nilton Santos (Engenhão).

O Dia Mundial do Diabetes entrou em campo, literalmente. Durante a partida entre Botafogo x Santa Cruz, pela 36ª rodada da Série B do Campeonato Bra-sileiro, diversas ações foram realizadas.

Pulseiras, pins e informativos foram distribuídos para os torcedores alvine-gros, que tiveram a oportunidade de fa-zer testes de glicemia antes da partida começar. A SBD agradece, também, a Roche pelo apoio na ação. A verificação fez tanto sucesso que teve que ser pro-longada por mais uma hora.

As gandulas alvinegras levaram uma faixa de conscientização do Dia Mun-dial do Diabetes para o meio do campo. Enquanto isso, o jovem diabético Igor, filho da influenciadora digital Sarah Ru-bia, se preparava para entrar em campo com o time do Botafogo, com a camisa da Campanha. Igor entrou com Neil-ton, um dos jogadores preferidos da tor-cida. Outras crianças também usaram as pulseiras azuis.

O presidente do clube, Carlos Edu-ardo Pereira, posou para uma foto com o banner do Dia Mundial, exposto no estádio. “Contem sempre com o Bota-fogo”, declarou.

HORA DAS CELEBRIDADESAtravés de um trabalho de conscientiza-ção, artistas como Humberto Martins, Marina Elali e Cadu Pascoal deram seu apoio para a campanha, sendo fotogra-fados com o círculo azul. A Dra. Solan-ge Travassos, coordenadora do Depar-tamento de Saúde Ocular da SBD, que

sempre se engaja nas campanhas, con-versou com diversas celebridades que, inclusive, apoiaram edições anteriores para liberação das imagens, como Paula Toller e Dado Villa Lobos.

REFORÇO DIGITALA Campanha 2015 ganhou novos, e fun-damentais, aliados. Trata-se do Grupo de Influenciadores Digitais do Dia Mun-dial criado pela equipe de trabalho. Os participantes são de regiões distintas e com relevância no cenário digital com seus blogs, Fanpages e Twitter relacio-nados ao diabetes.

A proposta foi propagar as informa-ções sobre 14 de Novembro. Ana Claudia Cendofanti, Aureloyse Maximo, Daniel Ramalho, Debora Gisele, Fabiana Couto, Juliana Lessa, Luana Alves, Mark Baro-ne, Nicole Nagonegro, Pablo Silva, Pau-la Bernordi, Ronaldo Wieselberg, Sarah

Rubia, Silvia Onofre, Teresa Nunes, Katy, Lucas Xavier, Sheila Vasconcelos e Thays Gustavo, além dos endocrinologistas e membros da equipe do Dia Mundial, in-tegraram o grupo do whatsapp.

Uma das atividades foi a Blogagem Coletiva, através da publicação de tex-tos e mensagens, todas as sextas-feiras, sobre um tema escolhido pelo grupo. Além disso, foram parceiros ativos nas demais ações da Campanha.

Daniel, Juliana e Pablo, por exemplo, percorreram pontos turísticos do Rio como Maracanã e a Lagoa Rodrigo de Freitas com uma bandeira do Dia Mun-dial e distribuíram folhetos para cons-cientizar as pessoas sobre o diabetes.

“O trabalho com os blogs é extrema-mente importante, mas ir a campo é pre-ciso. Ver a reação das pessoas ao nosso discurso, dramas e, principalmente, a nossa felicidade é importante. Não fo-

Jefferson, do Botafogo e Seleção Fred, do FluminenseMarcelinho do basquete do Flamengo Zico

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ram poucos os que chegaram a comentar e dar-nos os parabéns”, relatou Daniel.

Pablo Silva enfatizou a participação de todos. “É de extrema importância participar dessa Campanha e contar com a colaboração de queridos amigos para levar informação e dar mais aten-ção ao diabetes para que mais pessoas entendam e vejam que ele não é um li-mitador”, disse.

Sarah Rubia elogiou a parceria e afir-mou, inclusive, que essa inserção oficial-mente na Campanha do Dia Mundial do Diabetes foi de grande aprendizado. “Neste ano aprendi muita coisa, amadu-reci como blogueira, como mãe de um menino com diabetes. No final, o im-portante foi divulgar a informação cor-reta. Tivemos força de vontade e vi o melhor Dia Mundial do Diabetes dos úl-timos seis anos”, finalizou.

CORRENDO PELO DIABETESVárias atividades aconteceram no dia 14 desde o início da manhã. Uma delas foi o 3º Desafio Correndo pelo Diabetes, encabeçada pela SBD Rio de Janeiro, cuja presidente é a Dra. Anna Gabriela Fuks. A concentração foi no Maracanã, em frente ao antigo Museu do Índio, com a presença de cerca de 500 pessoas.

A Dra. Anna Gabriela destacou a im-portância do evento. “O diabetes é a pri-meira doença crônica que se tornou epi-demia. São 14 milhões de diabéticos no Brasil e 3 milhões não sabem que têm. Nós trabalhamos para alertar as pesso-as”, acrescentou

No local, também foram montadas tendas com médicos especialistas, edu-cadores físicos, fisioterapeutas e nutri-cionistas. Esses profissionais fizeram testes de glicemia capilar, avaliação da população e passaram esclarecimentos sobre a doença.

TOUR PELO DIABETES Enquanto as atividades aconteciam no entorno do Maracanã, do lado de den-tro do estádio, foi montado um espaço – pelo segundo ano consecutivo – onde foram realizados testes de glicemia para os funcionários e visitantes que acom-panharam o Tour do Maracanã. Foram também distribuídos brindes, além de folhetos informativos. Cerca de mil pes-soas fazem o passeio diariamente.

A programação teve início no dia 6 de novembro quando o Grupo de

Influenciadores Digitais do Dia Mun-dial do Diabetes foi convidado para um Tour no estádio. Seis representantes dos Influenciadores tiveram a chance de vi-sitar o Maior Templo do Futebol. Além deles, estiveram presentes a Dra. Rosane Kupfer, vice-presidente da SBD, e Dra. Flavia Conceição, presidente da SBEM--RJ, representando a SBEM Nacional.

Daniel Ramalho, Juliana Lessa, Pablo Silva, Sheila Vasconcelos, Thays e o pe-queno Gustavo fizeram um passeio ines-quecível e tiveram a oportunidade de transmitir a energia da Campanha.

A ideia do passeio surgiu depois que Daniel foi barrado por um PM na entra-da do estádio, por conta de sua insuli-na, quando ia assistir a um jogo. O rápi-do incidente foi resolvido quando outro policial liberou a entrada por ter identi-ficado que tinha diabetes. Tudo resolvi-do, mas, mesmo assim, a equipe de co-municação do Maracanã fez questão de convidar o Grupo para o passeio e, as-sim, esquecer de vez o ocorrido.

A visita, assim como divulgação em redes sociais, contou com o apoio da Se-cretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Após reunião com os respon-sáveis, a área digital divulgou as ações realizadas durante a semana.

ILUMINAÇÃO PELO BRASILDiversos pontos turísticos pelo Brasil re-ceberam a iluminação azul. No Rio de Janeiro, o Maracanã e o Cristo Reden-tor ficaram algumas horas com a cor no dia 14, depois substituída pelo branco, vermelho e azul, já que no dia anterior, os atentados em Paris chocaram o mun-do inteiro. Os pontos turísticos não dei-xaram de apoiar o Dia Mundial e dividi-ram as homenagens.

Outros pontos turísticos que recebe-ram a iluminação azul foram: Pão de Açúcar, Palácio Guanabara, Assembleia Legislativa, Câmara dos Vereadores e Instituto Estadual de Diabetes e Endo-crinologia (IEDE). O Instituto, através

da parceria com a Secretaria de Saúde do Rio e a SBD, também realizou uma grande campanha no Campo de Santa-na, no Centro do Rio.

Em São Paulo foram iluminados: Bi-blioteca Mário de Andrade, Viaduto do Chá, Ponte das Bandeiras, Monu-mento às Bandeiras, Borba Gato, Pra-ça da Sé, Ponte Estaiada, Teatro Muni-cipal, Câmara Municipal e Assembleia Legislativa.

No Piauí a Ponte Estaiada também re-cebeu a iluminação azul. O local fica às margens do Rio Poti e está localizada em Teresina, capital do estado nordestino.

PEDAGIADAS ADEREM À CAMPANHAApós tomarem conhecimento da cam-panha no final de 2014, as diversas em-presas responsáveis por estradas no país se programaram para apoiar o Dia Mun-dial em 2015.

As Pedagiadas das Rodovias Nova Dutra, Bandeirantes, Anhanguera, San-tos Dumont, Marechal Rondon, Fausto Santomauro /Cornélio Pires/ Antonio Romano Schincariol e Castello Branco participaram com distribuição de pan-fletos de orientação e luminosos aler-tando a população sobre a prevenção e riscos do diabetes, durante toda a sema-na que antecedeu o dia 14/11.

TUDO EM UM SÓ LUGARUm mapa do Brasil foi criado no site – www.diamundialdodiabetes.org.br – onde todas as ações estão reunidas e podem ser acessadas. Além das redes sociais twitter e facebook, quase 600 fo-tos foram compartilhadas pela internet.

Um engajamento que ainda não ti-nha sido visto e que se espalhou não só no Brasil, mas foi notícia nos relatórios da International Diabetes Federation e na Diabetes Voice.

A SBD e a SBEM agradecem a Astra-zeneca, Boehringer Ingelheim, Lilly, MSD e Servier pelo apoio na campa-nha. Agradecem também a todo o time do Dia Mundial: Equipe da DC Press (Cris Dissat, Celso Pupo, André Dissat, Tainá Oliveira, Gigi Soares, Patrícia Ber-nardo, Tom Carvalho e Eduardo Frick), Stylo Comunicação (Elizabeth Camarão e Tatiana Velame), designer (Malu Ser-raglio), Cris Sampaio e Staff SBD (Anna Maria, Maria Izabel e Eliana).

O ano de 2015 continuará sendo co-memorado por todos por muito tempo. n

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O Polimorfismo GLY482SER do gene de PGC-1 Alfa como in-dicador de melhor desfecho metabólico, inflamatório e vas-

cular em pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica. O título em ques-tão faz parte da Tese de Doutorado da Dra. Sylka Rodovalho, apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Uni-versidade Estadual de Campinas, que destaca a importância da genética no tratamento da obesidade.

Segundo a Dra. Sylka, atualmente existe um grande questionamento de como selecionar os indivíduos para a cirurgia bariátrica usando critérios que vão além do IMC (índice de massa cor-poral). Uma grande questão relaciona-da à seleção de pacientes para cirurgia bariátrica é que os resultados pós-opera-tórios, tanto em relação aos dados antro-pométricos (por exemplo: qual será a redução de peso) bem como os resulta-dos metabólicos (por exemplo: taxa de remissão de diabetes) são heterogêneos. Além disso, não existe nenhum fator ou marcador que possa prever os melhores desfechos metabólicos da cirurgia e com isso auxiliar na seleção mais adequada de pacientes para cirurgia bariátrica.

O gene PGC1-alfa foi selecionado para ser estudado, afirmou Dra. Sylka, porque é um coativador de fatores de transcrição envolvidos em uma série de vias metabólicas relacionadas ao meta-bolismo da glicose, expressão de citoci-nas e até na termogênese. Ela informou que estudos anteriores demonstravam que o polimorfismo deste gene estava associado a doenças como diabetes tipo 2, a hipertensão e a obesidade. Entre-tanto, nenhum estudo, até aquele mo-mento, havia avaliado a associação deste polimorfismo aos resultados da cirurgia bariátrica.

A médica esclareceu que o resultado da avaliação de alguns parâmetros meta-bólicos (glicemia), inflamatórios (PCR, IL-6), antropométrico (relação cintura--quadril) e de um marcador substituti-vo de risco cardiovascular (a espessura íntima das carótidas-IMT) apresentou

Importância da Genética no Tratamento da Obesidade

redução nos indivíduos portadores do polimorfismo, quando comparados com aqueles sem o polimorfismo, após serem submetidos à cirurgia bariátrica, demonstrando que os primeiros pode-riam ter se beneficiado mais da cirurgia. A conclusão do estudo foi que a avalia-ção deste polimorfismo pode contribuir para refinar a seleção de candidatos para o procedimento invasivo.

De acordo com a doutora, esta é uma ideia para usar o conhecimento sobre a genética como parâmetro na seleção de paciente para um procedimento ci-

rúrgico. Entretanto, este conhecimen-to já auxilia na indicação de fármacos para tratamento de algumas patologias e no acompanhamento de várias do-enças. A especialista falou também da personalização do tratamento. Segundo ela, uma “ferramenta” como essa filtra e estreita ainda mais essa questão. Dra. Sylka acredita que daqui a um tempo, o mapeamento genético de uma pessoa será tão detalhado que conseguiremos identificar as doenças ou quais os genes que as pessoas têm que propiciam a ter algumas doenças. Como será a respos-ta ao tratamento a essa doença? E por último, como prevenir essas doenças e como selecionar qual que é o melhor tratamento que você pode ter para ela?

Por exemplo: opção de remédio, op-ção de cirurgia. Selecionadas de acordo com cada caso.

Dra. Sylka explicou que quando a ciência descobriu o DNA acreditou-se que havia solucionado todos os proble-mas, pois conhecendo o código genéti-co conseguia-se interferir nesse código de alguma maneira. Ela afirmou que era como se soubesse a “receita do bolo”, como fazer cada proteína, cada célula, cada órgão. Porém, a doutora em Clí-nica Médica esclareceu que a “receita” não estava toda pronta. Há outros fato-res que podem ser influenciados pelo meio ambiente e acabam interferindo quando se lê o código genético.

A médica afirmou que a combinação de fatores, como a presença de polimor-fismo e mutações nos genes, a presen-ça de fatores de transcrição que podem aumentar ou diminuir a expressão e/ou função de um gene e a interação deste gene com os fatores ambientais, leva à modificação permanente no DNA, co-nhecida como epigenética. Segundo Dra. Sylka, interfere nos genes com a mesma força da informação genética que trazemos no nosso DNA e que há uma interação entre as duas partes. Es-ses fatores podem influenciar tanto no aparecimento de doenças como interfe-rir na resposta ao tratamento destas do-enças. Para a médica, saber a influência destes fatores vai contribuir para maior conhecimento de doenças como a obe-sidade e diabetes, cuja susceptibilidade genética para se expressar necessita da presença de fatores existentes no meio ambiente ao qual se está exposto.

Para concluir, Dra. Sylka destacou o quão importante é a genética e a intera-ção dela com o ambiente, principalmen-te na questão da obesidade. “A genéti-ca é importante. Ela corresponde pelo menos a metade dos casos de extrema obesidade. Além do que trazemos de material genético dos nossos pais, te-mos ainda a interação do que chama-mos hoje de epigenética, que é a intera-ção da genética com o meio ambiente”, finalizou. n

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Homenagem

Dr. Alfredo Halpern Dr. Raul Faria Jr.

E Ficou a Saudade...

A Endocrinologia teve duas gran-des perdas no mês de novembro, em menos de 15 dias. Os douto-res Raul Faria Junior e Alfredo

Halpern entraram para sempre na his-tória da especialidade.

O Dr. Raul Faria Junior foi um dos primeiros endocrinologistas do Brasil. Curiosamente, não queria ser médico, almejava seguir a carreira militar. Con-tudo, foi reprovado na primeira tenta-tiva e na segunda ficou com pneumo-nia. Não tinha jeito, seu futuro já estava destinado a seguir a área de endocri-nologia.

Formou-se em medicina em 1947, e viveu para a profissão até os seus últimos dias de vida. Com 93 anos, chegava às 8 horas no IEDE (Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capri-glione) e saía às 17 horas como qual-quer trabalhador normal. A rotina foi assim até o seu falecimento.

Foi sócio-fundador da SBEM (Socie-dade Brasileira de Endocrinologia e Me-tabologia), fez parte da primeira ata da entidade, construindo um vínculo mui-to forte com a especialidade, buscando sempre estar presente em Congressos e eventos até quando foi possível.

Sua história com o IEDE foi traça-da desde sua criação. Convidado pelo amigo na época, Dr. Jayme Rodrigues, assumiu o cargo de diretor médico do hospital, função que exerceu até o fim da vida. Entre as homenagens em vida,

recebeu o título de Diretor Emérito. Es-teve ao lado de todos os diretores gerais desde Dr. Jayme Rodrigues, passando por Dr. Francisco Arduino, Dr. Luiz Ce-sar Póvoa, Dr. Maurício Barbosa Lima, e por último, Dr. Ricardo Meirelles.

A Dra. Rosane Kupfer, vice-presi-dente da SBD, definiu o Dr. Raul como um grande exemplo de generosidade e dedicação. “Convivi mais de 20 anos com Dr. Raul. Quando ele fez 80 anos fui encarregada de organizar uma fes-ta surpresa para ele no IEDE. Foi um acontecimento! Imagina, ainda traba-lhando aos 80 anos? Depois o tempo foi passando e ele chegou aos 90. Passei a pensar que ele era eterno e realmente fui pega de surpresa com a notícia de seu falecimento. Era uma pessoa muito generosa, ajudava a todos que lhe pe-diam, tanto pacientes como alunos. Foi um privilégio conviver com ele. Era um apaixonado pelo IEDE. Foi fundador da SBEM e ajudou o IEDE a crescer e for-mar muitos alunos”, contou.

Em outubro de 2014, foi eleito Dire-tor Emérito da instituição, cargo criado exclusivamente para ele. Além disso, foi tombado, literalmente, como patri-mônio do IEDE, com direito a registro: plaquinha 0001.

ADEUS AO DR. HALPERNNascido em São Paulo em 1941, o Dr. Alfredo Halpern foi um dos fundado-res da Associação Brasileira para o Es-

tudo da Obesidade e da Síndrome Me-tabólica (ABESO), em 1996. Se formou em medicina pela Universidade de São Paulo, em 1966, e em 1969 iniciou seu aprendizado na área de Endocrinologia e Metabologia.

Foi orientador de pós-graduação, teve vários livros publicados, com des-taque para o “A Dieta dos Pontos”, com mais de 300 mil exemplares vendidos. Foram mais de 200 artigos (nacionais e internacionais) e capítulos escritos em mais de 30 livros especializados.

Para a Dra. Rosane Kupfer, o especia-lista era de grande genialidade e inteli-gência. “Tive o privilégio de acompanhar o auge da carreira dele. Conheci o Dr. Al-fredo há 25 anos, em um memorável En-contro do IEDE realizado a bordo de um navio, onde ele foi convidado a palestrar. Era muito inteligente, espirituoso e ou-sado. Foi um speaker brilhante e ajudou a trazer o tema obesidade de volta para a Endocrinologia, como um assunto sério. Foi lamentável partir tão cedo, com tanto ainda a contribuir”, comentou.

Atualmente, o Dr. Alfredo integrava a equipe médica do Programa Bem-Estar, na TV Globo. Pela manhã, no dia do seu falecimento, a emissora fez uma home-nagem reproduzindo diversas reporta-gens com a participação do endocrino-logista. Além disso, há pouco tempo, o especialista teve um artigo publicado na maior revista de medicina do mundo, New England Journal of Medicina. n

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A HOMENAGEM E ENTREGA DA MEDALHA FRANCISCO ARDUÍNO FOI UM MOMENTO ESPECIAL NA HISTÓRIA DE VIDA DO DR. LEÃO ZAGURY. VEJA NA EDIÇÃO DIGITAL DA REVISTA DIABETES, UM VÍDEO COM A ÍNTEGRA DA MINICONFERÊNCIA, REALIZADA NO ENCONTRO DO IEDE.

Uma História de Vida e da Educação em Diabetes

Em reconhecimento à luta pela melhoria do tratamento dos dia-béticos o Dr. Leão Zagury foi homenageado em dezembro,

durante o último Encontro do IEDE, em Mangaratiba/RJ com a 1ª Medalha Francisco Arduíno. A Medalha foi cria-da em 2015 e é dedicada aos que con-tribuíram de forma significativa para o desenvolvimento da Diabetologia, pela Associação dos Ex-alunos do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do Rio de Janeiro (ASSEX), atualmen-te presidida pela Dra. Erika Paniago. A cerimônia incluiu uma miniconferência a que o homenageado deu o título de “Depoimento de uma testemunha ocu-lar da participação do IEDE na evolução do tratamento do Diabetes Mellitus”.

Emocionado, o Dr. Zagury disse que no decorrer da vida recebeu medalhas, comendas, prêmios, cidadanias e presidiu entidades. “Mas nada pode honrar mais um homem do que o reconhecimen-to dos seus pares. Tenham certeza que esta é uma das mais importantes homenagens que já me dedicaram. Muito obri-gado, sinceramente. Ao saber da indicação, meu coração se encheu de alegria porque senti que minha passagem pela terra, não foi em vão. Talvez eu tenha conseguido deixar um pouquinho de mim em cada paciente que cuidei, em cada aluno que orientei, seja a nível pessoal, seja nas lutas mais amplas”.

Afirmou que a vida profissional foi ligada a esse pioneiro da saúde, o Dr. Arduíno, e ao IEDE. “Com Arduíno, aprendi que se a medicina é uma arte, tratar diabéticos é uma das maiores. Enfrentamos juntos muitas batalhas e, na maioria, vencemos.”.

Ele iniciou seu trabalho em prol dos diabéticos com a

criação de cursos para pacientes e, a partir daí, não mais parou de trabalhar na área da educação de diabéticos. Lem-brou que falar pela primeira vez sobre Educação em Diabetes foi um desafio. “Aconteceu no Congresso de Endocri-nologia em Belo Horizonte e não foi bem aceita. Provocou muitas reações negativas da plateia. Mas, apesar das crí-ticas, não desanimei”, disse, enfatizando que a educação é uma das grandes revo-luções no tratamento do diabetes.

O Dr. Zagury é hoje, um dos últimos fundadores da SBD vivos. Em outro mo-mento da apresentação destacou parcei-ras que tinham interesse no bem dos dia-béticos. Também me mobilizei quando da elaboração do 1º Censo Nacional e do Plano Nacional de Prevenção e Con-trole, junto ao Ministério da Saúde e, posteriormente, representando o IEDE,

na sua implantação no Município do Rio”. Foi responsável pela criação de uma Unidade de Educa-

ção e Unidade do Pé Diabético do IEDE, mais um grande sonho de vida.

Com a professora Tania Zagury escreveu o livro “Diabetes sem medo” para leigos, considerado um marco na educa-ção de diabéticos no Brasil, com mais cem mil exemplares vendidos.

Era visível a emoção do Dr. Leão Zagury quando declarou que agradecia aos ex-alunos do IEDE que agora “levantam minha bandeira”. “Escolho três como representantes dos inúmeros que por mim passaram. Obrigado, Roberto, meu filho de sangue. Obrigado Erika! Obrigado Rodrigo (Mo-reira)! Vocês são um pouco meus filhos profissionais. Vocês e tantos outros que de meus alunos se tornaram meus gran-des amigos.” n

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“O Manual de Diabetes em braille vai contribuir muito para a educação em diabetes dos pacientes que têm algum tipo de deficiência visual. Mas, pode ser utilizado também por todas as pessoas.”

(Fernanda Thomé)

SBD Lança Manual de Diabetes em BrailleSBD Lança Manual de Diabetes em Braille

No último Congresso de Diabetes em novembro, em Porto Alegre, a SBD lançou mais um impor-tante projeto de educação sobre

a doença. Trata-se do Manual para Edu-cação em Diabetes para Pessoas com De-ficiência Visual. O livreto em braille é de autoria da endocrinologista Fernanda Thomé, educadora em diabetes, mem-bro do Departamento de Saúde Ocular da SBD e Delegada da Regional da ins-tituição no Maranhão. O material, que foi uma parceria da Sociedade com a Fundação Dorina Nowill para Cegos, contou com a ilustração de Larissa Ri-beiro e fotografia de Eraldo Coimbra.

A iniciativa foi apresentada pelo pre-sidente da SBD, Dr. Walter Minicucci, em seu discurso de posse em 2014. Um sonho que conseguiu concretizar e dei-xa finalizado antes do fim da gestão, que termina em dezembro de 2015.

O endocrinologista destacou que o apoio da Sociedade no desenvolvimento do manual foi institucional e financei-ro. Além disso, enalteceu a contribuição dos parceiros no trabalho. “A sensação de ver esse sonho finalizado é muito boa. Os projetos que nós imaginamos em conjunto com outras pessoas só fo-ram realizados graças ao esforço delas.

Não adianta sonhar e não conseguir concretizar, a não ser quando temos par-ceiros com muita garra, como é o caso da doutora Fernanda Thomé. Ela foi atrás de uma ideia e conseguiu”, disse.

De acordo com a doutora Fernanda, a edição do Manual em Braille foi im-pressa em fonte ampliada e possui uma versão em áudio mp3, com a descrição das imagens e leitura dos textos. A médi-ca falou sobre o cuidado especial que ti-

veram com a finalização do material. “A cartilha é em fonte ampliada e em braille. Tem ilustrações muito bem feitas.”

Ela explicou, ainda, que pode ser utilizado por todas as pessoas, indepen-dentemente da idade. “Na verdade, ela não é só para as crianças. Ela pode ser utilizada também pelos adultos. A lin-guagem é bem lúdica, mas ao mesmo tempo responsável”, disse a especialista, que ainda esclareceu que a fonte am-pliada no manual é destinada às pessoas que têm uma visão subnormal.

Quanto à versão em áudio, a médica comentou sobre o cuidado no desen-volvimento. As imagens têm descrições, mas sem inclusão de nenhuma emoção. “Não há medo ou alegria nos áudios. Tudo fica por conta da imaginação de quem está ouvindo.”

Ela complementou que o Manu-al para Educação em Diabetes para Pessoas com Deficiência Visual é um material de extrema importância na educação em diabetes, bastante inte-ressante e de alto nível. “Acredito que vai contribuir muito para a educação em diabetes dos pacientes, com foco, é claro, naqueles que têm a deficiência visual. Mas, é para qualquer pessoa”, finalizou. n

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O projeto Vila Brasil chegou à 5ª edição durante o XX Congresso da Sociedade Brasileira de Diabe-tes, realizado em novembro no Centro de Con-venções FIERGS, em Porto Alegre/RS, e presidido

pelo Dr. Balduíno Tschiedel. O presidente do Diabetes 2015 fez questão de manter a ideia em função da grande importância social do projeto. A exposição teve 60 pôste-res durante o Congresso, através de painéis padronizados, colocados em área de grande circulação no evento.

O objetivo da iniciativa é divulgar ações e projetos em diabetes realizadas pelo país, desenvolvidas por Associa-ções, Grupos, ONGs ou outras entidades. Tudo começou em 2007, no Congresso realizado em Campinas, e assim vem sendo feito regularmente em todos os congressos da SBD (2009, Fortaleza; 2011, Brasília; e 2013, em Floria-nópolis).

Praticamente todos os estados brasileiros estiveram representados na exposição, mostrando as mais variadas propostas que contribuem para o tratamento e prevenção do diabetes. Para ampliar a divulgação de todos os proje-tos, os painéis também estão disponibilizados na Fanpage do Vila Brasil, dentro do Facebook no endereço – www.facebook.com/vilabrasil. Lá, todos os pôsteres podem ser baixados e compartilhados na rede social. Este ano a pá-gina teve um aumento no número de “curtidas” e muitos compartilhamentos.

Uma das novidades em 2015 foi a participação de proje-tos realizados pelos Influenciadores Digitais do Dia Mun-dial do Diabetes, que possuem blogs e outras publicações nas redes sociais. O grupo foi representado por Daniel Ramalho (Diabetes, Esporte e Natureza), Juliana Lessa (Insulina Portátil), Pablo Silva (Eu e a Bete), Ronaldo Wie-selberg (Diabeticool.com), Silvia Onofre (João Pedro e o Diabetes) e Debora Gisele e Paula (ADJ Brasil). Confira os paineis publicados ao lado e também no Facebook. n

Projeto Vila Brasil Chega à Quinta Edição no Congresso da SBD

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Pelo Mundo

O World Diabetes Congress reuniu cerca de 12 mil pessoas em Van-couver, no Canadá, no fim de novembro. Os números, como

em todo congresso da International Dia-betes Federation, foram significativos com 220 horas de sessões científicas, cerca de mil pôsteres apresentados (inclusive de diversos brasileiros), 230 represen-tantes das associações-membro e 350 palestrantes.

Destaque também para uma das reu-niões paralelas do evento, em que o Dr. Balduíno Tschiedel, ex-presidente da SBD, foi eleito para dirigir a Região SACA (South and Central America) da IDF, cargo que assume a partir de 2018. Foi candidato único das três filiadas à IDF (SBD, ANAD/FENAD e ADJ BRA-SIL), o que pesou muito para ser eleito. “Isso mostrou uma união dessas enti-dades, que certamente contribuiu para não haver dissidência entre os demais países”, explicou o Dr. Balduíno. De acordo com o endocrinologista, mes-mo assumindo somente daqui a dois anos, ele já começa a tomar conheci-mento sobre as atividades. “O trabalho do presidente de cada Regional é apro-ximar os países-membros e mostrar à IDF o que ocorre na sua região.”

Em relação à plataforma, o Dr. Bal-duíno revelou que apresentou aos co-legas sua intenção de mergulhar fundo na área de advocacy, principalmente nas regiões mais necessitadas do continente Latino-Americano (são 18 países), nos moldes do que realizou quando presi-dente da SBD, com o programa “A SBD Vai ao Gestor”.

Além disso, destacou-se a presença brasileira na apresentação de pôsteres e temas livres e dos resultados do Proje-to Kids, feita pela Dra. Denise Franco, que vem trabalhando há muito tempo na atividade, através de uma iniciativa da ADJ Brasil.

ALGUNS DESTAQUESO ex-presidente da Internacional Diabe-tes Federation (IDF), Dr. Michael Hirst, abriu o WDC 2015, que foi até o dia 4 de dezembro. A edição deste ano con-tou com especialistas de diversos países,

WDC 2015: O Mundo pelo Diabetesabrangendo todas as áreas do tratamen-to multidisciplinar do diabetes. O britâ-nico Dr. Michael Hirst esteve à frente da entidade desde 2013. Ele se interessou pelo diabetes há cerca de 20 anos, quan-do seu filho mais novo foi diagnosticado com a doença. Na abertura, além dele, o novo presidente da IDF, o Dr. Shaukat Sadikot, falou sobre a importância de mudanças significativas no quadro do diabetes e na prevenção, incluindo os que não foram diagnosticados. Ele irá liderar a entidade até 2017.

Vários lançamentos aconteceram du-rante o WDC 2015. Entre eles, um dos mais esperados foi o Atlas Mundial do Diabetes, que está em sua sétima edi-ção. Antes da liberação do conteúdo in-tegramente, a imprensa internacional teve acesso a uma área restrita com as principais informações do documento, liberado no dia 1 de dezembro.

A IDF, desde 2000, publica e atualiza regularmente os dados sobre diabetes no mundo inteiro. A proposta surgiu por ocasião do Congresso realizado na Cidade do México, quando só existia a versão impressa, disputadíssima por toda a imprensa internacional. Em 2003, no WDC em Paris, foram incluídos na pro-gramação preliminar (encontro de pro-fissionais que trabalhavam e/ou produ-ziam Revistas de Diabetes) debates sobre o Atlas, que, posteriormente, passou a ter uma versão digital e um alcance mui-to maior. Para a IDF, a divulgação dos dados pela imprensa e o conhecimento dos profissionais de saúde sobre o tema podem fazer a diferença na tomada de decisão de políticas de saúde.

Além do Atlas, foi lançado um guia voltado para profissionais da área da saúde relacionado ao diabetes gestacio-nal. O conteúdo contou com o trabalho em conjunto da IDF e a Madras Diabetes Research Foundation (MDRF), localizada em Chennai, na Índia, tendo como base o projeto WINGS (Women in India with GDM Strategy). O objetivo é ajudar as mulheres com diabetes gestacional nos países subdesenvolvidos.

O próximo Congresso da IDF foi anunciado no fim do evento e será rea-lizado, em 2017, em Abu Dhabi. n

Fotos: Divulgação

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Ponto de Vista

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Dr. Ney Cavalcanti

Jejuar É uma BoaJejuar É uma Boa

Experiências mostram que ciclos de jejum são capazes de aumen-tar as células-tronco em vários órgãos.

O homem é um animal que se ali-menta mesmo que não esteja faminto. Também se estabeleceu que devemos in-gerir alimentos pelo menos três vezes ao dia. Inclusive alguns recomendam que o número de refeições seja ainda maior. Este padrão alimentar, sem dúvida, asso-ciado a outros fatores, contribuiu para grande epidemia que hoje nos acomete: a obesidade.

Esta condição acarreta o surgimen-to, cada vez mais recorrente, de várias doenças. Diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, câncer, entre outras.

A sociedade e a medicina não têm sido capazes sequer de estacionar o seu cres-cimento. Desde há muito é sabido que a restrição alimentar nos roedores não só é capaz de evitar o surgimento de doenças, mas também aumenta a sua longevida-de. Experiências em camundongos mos-tram que ciclos de jejum de alguns dias são capazes de reduzir a quantidade de gordura abdominal e aumentar as célu-las-tronco em vários órgãos, inclusive no cérebro - o que acarreta aumento da ca-

pacidade de aprendizado e da memória.É importante ressaltar que resulta-

dos semelhantes também foram obtidos com ciclos de dietas de baixa caloria em vez do jejum. Esclareça-se que a ingesta calórica mensal total não era diferen-te no grupo que realizava os ciclos, em comparação com um grupo controle. Apesar disso, houve diminuição ponde-ral nos ciclistas, às custas da perda da gordura abdominal. Apesar de, como foi afirmado anteriormente, não havia nenhuma recomendação de restrição dietética nos dias fora dos ciclos.

Um estudo piloto foi realizado em hu-manos. Foram feitos três ciclos de cinco dias, mensalmente. Em vez do jejum, foi utilizada uma dieta de baixíssimo valor calórico que simula os efeitos do jejum. Os resultados foram animadores. Houve melhoria dos fatores de risco para doen-ças vasculares, diabetes, marcadores de envelhecimento e perda de peso.

Ressalta-se que nenhuma restrição dietética era recomendada fora do ci-clo. Valter Longo, o pesquisador chefe, comenta que o jejum calórico total é di-fícil de ser feito e pode gerar complica-ções, embora muito raramente.

Por outro lado, dieta de baixa caloria tem igual eficiência, é fácil de ser feita

e é segura. Este mesmo autor demons-trou benefícios de jejum em cancerosos, aumentando a morte das células malig-nas e protegendo as células do sistema imunitário durante as quimioterapias.

Também enfatiza-se, mais uma vez, que a modificação dietética aconteceu apenas em poucos dias de cada mês. Nos outros, os hábitos alimentares bons ou maus não foram modificados. A sua re-comendação é de que os ciclos em pes-soas normais sejam feitos a cada três ou seis meses. Mais frequentemente em quem tem maior quantidade de gordu-ra abdominal.

Pessoas com problemas de saúde, que podem ser beneficiados com ciclos mais frequentes. Caso os resultados iniciais se confirmem, esta ideia é o único trata-mento atualmente disponível capaz de promover modificações associadas ao aumento de longevidade e duração da vida saudável.

É necessário enfatizar que esta abor-dagem só deve ser adotada por indica-ção e com supervisão médica. Estes tipos de procedimento não são indicados, en-tre outros, para os magros (entenda-se como ter IMC abaixo de 18 kg/m2 e para os diabéticos em uso de medica-ção para diminuir a glicemia). n

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Pelo Brasil

Curso em São Paulo

Nos dias 11 e 12 de março de 2016 será realizada a 18ª edição do Curso Avançado em Tratamento

do Diabetes. O evento acontecerá no Hotel Sheraton São Paulo WTC, em São Paulo. O Dr. Antonio Roberto Chacra, novamente, está à frente da coordenação.

As inscrições podem ser feitas no site: www.fernadapresteseventos.com.br. Dú-vidas e informações sobre inscrições de-vem ser enviadas para o email: [email protected] ou para o número (11) 3887-2966. n

Bem Estar Global em Salvador

A SBD participou da série Bem Es-tar Global de 2015, e a última que teve a presença da entidade foi no

evento de Salvador. A atividade foi coor-denada pela Dra. Odelisa Matos, presi-dente da Regional Bahia que, com sua equipe, conseguiu fazer cerca de 1.000 atendimentos, no período das 7h às 14 horas. A ação foi realizada dia 4 de de-zembro na Praça Osório Cardoso Villas Boas.

O evento ofereceu serviços de saúde gratuitos ao público e teve informação sobre como os diabéticos podem se exercitar com segurança.

Além de Salvador, a SBD participou ao longo do ano de outras cinco edições do projeto Bem Estar Global, que acon-teceram em Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo. n

Projeto Solidário

O projeto “Atividades Físico-Recreati-vas para Diabéticos” completou 22 anos no último mês de outubro. A

ação é uma iniciativa da Associação dos Diabéticos de Uberaba, em parceria com Vale do Rio Grande (Adurvagra), em Uberaba, Minas Gerais, e foi criada com a finalidade de incentivar e conscientizar sobre a importância do exercício físico para os diabéticos. O Dr. Samir Messias de Freitas é o coordenador da iniciativa.

As atividades acontecem no salão de reunião da Igreja de São José do Tutu-nas, na Av. Alfredo de Faria, nº 660, no horário das 7h às 8h. No total, 40 pessoas participam das aulas de forma gratuita. Em todo esse tempo, aproximadamente 3.000 pessoas participaram do evento. n

Atualização em Belém

Nos dias 20 a 23 de outubro em Be-lém, capital paraense, recebeu a décima sétima edição do Congres-

so da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o primeiro re-alizado na região Amazônica. O evento aconteceu no Hangar Centro de Con-venções e foi coordenado pelo Dr. Luiz Claudio Chaves. No total, 1.100 congres-

sistas estiveram presentes. O evento con-tou com o apoio da SBD.

Um dos principais destaques do Con-gresso foi a participação do astronauta Bernard Harris, que possui subespecia-lidade em medicina espacial e endocri-nologia. O especialista relatou suas ex-periências médicas no espaço. n

Encontro do IEDE

Em dezembro aconteceu mais uma edição do tradicional Encontro do Instituto Estadual de Diabetes e En-

docrinologia Luiz Capriglione. O evento foi realizado no mesmo local da edição anterior, no Hotel Portobello, em Man-garatiba, no Rio de Janeiro. A Dra. Erika Paniago Guedes, presidente da ASSEX (Associação de Ex-alunos do IEDE), foi a responsável pela coordenação.

O Dr. Leão Zagury, editor da Revista Diabetes, foi homenageado com o prê-mio “Francisco Arduíno”, entregue a grandes especialistas na área de diabetes e endocrinologia. O evento contou com a participação dos seguintes especialis-tas: Dr. Ricardo Meirelles, atual diretor geral do IEDE; Dra. Rosita Fontes; Dra. Rosane Kupfer; Dr. Walmir Coutinho; Dr. José Carlos Appolinário; Dra. Ros-sana Corbo; Dra. Márcia Marinho; Dr. Luiz Gallotti Póvoa; Dr. José Mauricio; Dra. Vera Leal; Dra. Cynthia Valério; Dra. Dayse Caldas; Dr. Rodrigo Moreira; Dr. Alexander Benchimol; Dra. Karen de Marca; Dra. Latife Tyszler; e Dr. Ro-berto Assumpção. n

CATD 2016

O Curso de Atualização no Tra-tamento do Diabetes chega-rá à sua décima edição em

2016. O evento acontecerá nos dias 3 e 4 de junho, no Windsor Atlântica Hotel, Rio de Janeiro, e é coordenado pelo Dr. Leão Zagury e Roberto Luís Zagury.

O curso conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes; do American College of Physicians e da Academia de Medicina do Rio de Janeiro, além de pontuação pela Comissão Nacional de Acredi-tação (CNA). As inscrições estarão disponíveis no início de 2016. n

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Comunicados SBD

Colunistas do Site

A SBD tem uma lista significativa de Colunistas para enriquecer ainda mais o seu site com os conheci-

mentos dos especialistas na área. No total, são 72 profissionais de saúde e, entre eles, o atual presidente da enti-dade, o Dr. Walter Minicucci, e o próxi-mo presidente, que assumirá em 2016, Dr. Luiz Turatti.

Os últimos artigos em destaque no site da SBD são: Controle intensivo da glicemia melhora os desfechos renais em pacientes com diabetes tipo 2 - Dr.

Augusto Pimazoni-Netto; O que Moti-va ou Desmotiva quem tem Diabetes? - Dr. Mark Barone; A Sociedade Brasi-leira de Diabetes e o Ensino a Distân-cia (EaD) - Dr. Laerte Damaceno; e GutMicrobiota, probiotics and diabetes - Prof.Dr. João Felipe Mota.

Para acessar os demais colunistas e seus artigos, basta clicar em “Colu-nistas” no menu na parte superior da homepage, ou, se preferir, digitar no navegador: www.diabetes.org.br/colu-nistas n

Nova Diretoria 2016-2017

A nova diretoria da SBD assumirá a entidade no mês de janeiro, para o biênio 2016-2017. A posse acon-

tece no dia 11 de janeiro, no Hotel Re-naissance, em São Paulo, SP. No último dia 7 de dezembro, a chapa presidida pelo Dr. Luiz Alberto Turatti realizou uma reunião na sede da entidade para traçar metas para o próximo ano.

Veja o nome dos integrantes da dire-toria que assumirá em 2016:

• Presidente:

Dr. Luiz Alberto Andreotti Turatti (SP)• Vice-Presidentes:

Dra. Reine Marie Chaves Fonseca (BA);Dra. Solange Travassos de FigueiredoAlves (RJ);Dr. Sergio Alberto Cunha Vêncio (GO);

Dr. Levimar Rocha Araujo (MG); Mauro Scharf Pinto (PR)

• 1º Secretário:

Dr. Domingos Augusto Malerbi (SP)• 2º Secretário:

Dr. Gustavo J. P. Caldas Costa (PE)• 1º Tesoureiro:

Dr. Antonio Carlos Lerario (SP)• 2º Tesoureiro:

Dr. Roberto Abrao Raduan (SP)• Conselho Fiscal:

João Eduardo Nunes Salles (SP);Dr. João Paulo Iazigi (SP);Dr. Luis Antonio de Araujo (SC)

• Assessor da Presidência:

Dr. Antonio Carlos Pires (SP)• Suplente:

Drª Rosane Kupfer (RJ) n

Software SISPAD

Depois de acompanhar de perto um software sobre Pé Diabético, a SBD, através do

Departamento de Pé Diabético, fez uma parceria com a Universidade Federal de Sergipe e lança o pro-jeto em conjunto.

O SISPED – Sistema Salvando o Pé Diabético – foi desenvolvidoem 2006 pela Universidade Fede-ral de Sergipe. O sistema combinaos achados de anamnese e examefísico, estratifica o pé dos pacien-tes diabéticos, detectando aquelesem risco de desenvolver ulcera-ções nos pés, e elabora a sugestãoinicial de conduta terapêutica ade-quada.

Entre 2014 e 2015 o Departa-mento de Pé Diabético da SBD iniciou processo de negociação junto aos idealizadores do SISPED, obtendo então a permissão para disponibilizá-lo gratuitamente no site da entidade para todos os pro-fissionais de saúde interessados. O software estará disponível, com acesso gratuito, no site da Socie-dade pelos próximos cinco anos. Ele está atualizado e a nova versão inclui também ferramenta de diag-nóstico da neuropatia diabética e um prontuário eletrônico para o seguimento dos pacientes com ul-cerações nos pés.

Este prontuário facilita o cuida-do multidisciplinar dos pacientes, uma vez que possibilita o preen-chimento dos dados em diferentes níveis de atenção à saúde. O SIS-PED foi validado e a sua eficácia foi comprovada, fazendo com que profissionais não especializados tenham uma eficácia diagnóstica semelhante à dos especialistas no manejo do pé diabético.

O lançamento oficial do soft-ware aconteceu em novembro. Para acessar o SISPED, digite em seu navegador: http://sispedsbd.com.br/. n

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Agenda

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Fevereiro 2016

Advanced Technologies & Treatments for Diabetes (ATTD 2016)Data: 3 a 6Local: Milão, ItáliaInformações: www.attd2016.com

Março 201618º Curso Avançado em Tratamento do DiabetesData: 11 e 12Local: Centro de Convenções do Hotel

Sheraton WTC, São Paulo, SPInformações: www.fernandapresteseventos.

com.br / E-mail: cursodiabeteschacra@

gmail.com.br

Abril 2016ENDO 2016Data: 1 a 4Local: Boston, EUAInformações: www.endocrine.org/endo-2016

DiabeteSul 2016Data: 8 e 9Local: Porto Alegre, RSInformações: (54) 3286-6131 / 3286-2402

XVII Encontro Brasileiro de Tireoide 2016 (EBT)Data: 21 a 23Local: Wish Serrano Resort &

Convention, Gramado, RSInformações: www.ebt2016.com.br /

(51) 3311-8969

Maio 2016

ENDOSUL 2016Data: 20 a 22Local: Master Gramado, Gramado, Rio

Grande do SulInformações: www.endosul2016.com.br /

(51) 3384-8251

Encontro Brasileiro Endocrinologia PediátricaData: 26 a 28Local: Caesar Business, São Paulo, SPInformações: www.ebep.com.br /

(11) 3849-0099

EndoRecife 2016Data: 30 de maio a 2 de junhoLocal: Sheraton Reserva do Paiva Hotel &

Convention Center, Cabo de Santo Agostinho, PE

Informações: www.endocrinologiape.com.br / (81) 2125-7473

Junho 2016Curso de Atualização no Tratamento do DiabetesData: 3 e 4Local: Windsor Atlântica Hotel, Rio de

Janeiro, RJInformações: www.acfarmaceutica.com.br

ADA 76th Scientific Sessions - American Diabetes AssociationData: 10 a 14Local: Los Angeles, EUAInformações: www.diabetes.org

XIV SINE - Simpósio Internacional de NeuroendocrinologiaData: 16 a 18 Local: Hotel Plaza São Rafael, Porto

Alegre, RSInformações: www.sine2016.com.br

Julho 2016Congresso Catarinense de Endocrinologia e MetabologiaData: 8 e 9Local: Joinville, SCInformações: www.sbemsc.org.br / (48)

3231-0336

Agosto 2016Diabetes Paraná 2016Data: 19 e 20Local: Associação Médica do ParanáInformações: www.centrodediabetescuritiba.

com.br / (41) 3023-1252 ou (41) 3240-6880

Setembro 201652nd EASD Annual MeetingData: 12 a 16 Local: Munique, AlemanhaInformações: www.easd.org

CBEM 2016Data: 20 a 24Local: Costa do Sauípe, BAInformações: cbem2016.com.br / 4007-2249

ou (51) 3086-9100

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