voltar a acreditar: o meu compromisso - cds...voltar a acreditar nos valores em matéria de valores...

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Voltar a Acreditar: O Meu Compromisso

Voltar a Acreditar nos Valores

Um Partido ao teu serviço

Focados nas tuas prioridades

Escolhe uma vida melhor

Família e Sociedade

Economia

Reforma da Supervisão Financeira

Saúde

Educação

Escolhe um Estado de Confiança

Nova Direita – Novo Regime

Justiça

Segurança

Portugal na Europa e no Mundo

Escolhe o que é teu

Sustentabilidade e Ambiente

Cultura e Tradição

Mundo Rural e Valorização do Território

Conclusão

12 Medidas para Voltar a Acreditar

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Voltar a Acreditar: O Meu Compromisso

Vivemos um momento de emergência patriótica que reclama um novo rumo para o país,

para a direita, cultural e partidária e, consequentemente, para o CDS-PP.

Por um lado, a quadrilha das esquerdas unidas tomou de assalto o sistema parlamentar,

impondo à direita a regra de que, para formar governo não basta ganhar eleições, é ainda

necessário eleger a maioria dos deputados. Por outro lado, a direita, tomada pelo pânico,

perdeu sangue frio, comprometeu a estratégia, o posicionamento e a proposta.

Quanto a nós, caímos na tentação de renunciar ao que somos, impedindo que nos

identificassem. Não percebeste a nossa marca distintiva e tomaste-nos por indiferentes e,

consequentemente, por inúteis. Se nos tornámos inúteis, é legítimo presumir que não

merecemos o teu voto. O que sucedeu.

Para que nos possamos reencontrar, é essencial saberes com o que contas da nossa parte.

Afinar o tiro e calibrar o discurso não será suficiente para recuperar a tua confiança. É

essencial produzir um efeito de novidade e oferecer um paradigma renovado! Vou liderar o

CDS-PP com o propósito de o Renovar, Restruturar e Reposicionar. Surgirá então o tal novo

partido antigo que represente uma nova direita, na qual possas Voltar a Acreditar.

A Renovação do CDS-PP far-se-á conciliando novidade e experiência. Gente nova, nova

gente e gente de sempre, de quem a gente do CDS-PP sempre gostou. Reestruturar o CDS-

PP impõe um compromisso com os militantes, transparente e aberto à descentralização,

modernizando o seu modelo organizacional, apostando na formação de militantes. Exige

ainda uma revolução nas estratégias de comunicação e de interacção com as pessoas.

Portugal pede hoje ao CDS-PP para se reposicionar, e ser a Primavera que a direita tem de

atravessar para se reinventar e renascer: o partido das mensagens claras, dos valores

constantes, das pessoas e das liberdades. Devolverei coerência, previsibilidade e segurança

à palavra do CDS-PP, recuperando o património conquistado sob cerco e debaixo de fogo: a

âncora da direita no regime, a fronteira de todos os extremismos, o porto seguro dos

valores da democracia-cristã. Numa palavra, um partido de compromisso e de governo.

Poderás assim contar, entre outras propostas, com um pacote de políticas de apoio à

família, em linha com o que se faz em países que apresentam maiores Índices de

Desenvolvimento Humano. Com a apresentação de um projecto de revisão constitucional

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que reforme o actual sistema político e eleitoral, garantindo efectiva representatividade e

devolvendo aos eleitores a última palavra na escolha dos seus deputados. Uma proposta de

alteração ao sistema fiscal que equilibre em definitivo a relação entre quem tem o dever de

pagar impostos e quem tem o poder de os cobrar. A construção de um documento que

garanta uma acção concertada na área do ambiente. A elaboração de um novo contrato

social que seja um testemunho de confiança e solidariedade entre gerações. A defesa de

uma reforma equilibrada do nosso sistema de Justiça, que ponha fim aos privilégios dos

mais poderosos.

É em nome deste desígnio, e com este compromisso, que sou candidato à liderança do CDS-

PP. Apresento-te uma ideia de futuro, que devolva a esperança aos portugueses e aos

militantes do CDS-PP. Há muita estrada para andar! Vale a pena voltar a acreditar.

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Voltar a Acreditar nos Valores

Em matéria de valores e princípios, a nova direita que te apresento baseia-se em seis ideias-

chave:

Na dignidade da pessoa humana, a qual envolve (i) a defesa intransigente da vida humana,

desde a concepção até à morte natural; (ii) a garantia da liberdade do cidadão perante o

Estado, à luz do princípio da subsidiariedade; (iii) a promoção de condições sociais,

económicas, culturais e ambientais que permitam, por via do princípio da solidariedade,

uma existência humana digna ao longo de toda a vida – a defesa do Estado social;

Na família, (i) enquanto estrutura intermédia e célula básica da sociedade, em cujo contexto

se potenciam os mais importantes factores de desenvolvimento pessoal e social; (ii) núcleo

de liberdade e responsabilidade, a que o Estado reconhece nos pais o direito de serem estes

a definir os valores da educação que pretendem para os seus filhos; e na sua defesa, (iii)

através de políticas que potenciem a natalidade e que não abdiquem do (iv)combate à

ideologia do género e à sexualização da educação de crianças e jovens;

Na segurança, (i) enquanto pressuposto da justiça e do bem-estar de uma sociedade aberta,

(ii) valorizando o papel do Estado na sua organização, (iii) dignificando as Forças Armadas e

as Forças de Segurança, excluindo a admissibilidade de soluções lesivas de natureza

retroactiva e (iv) garantindo a protecção da confiança e da boa-fé dos cidadãos no seu

relacionamento com o Poder;

No trabalho, (i) expressão da própria dignidade do ser humano, enquanto colaborador e

continuador do processo de criação de valor e riqueza, (iii) instrumento de sustento

individual e de progresso material da sociedade, (iv) prestando especial atenção às justas

reivindicações dos trabalhadores, (v) à luz de um modelo de concertação e cooperação

entre trabalho e capital, fundado na Doutrina Social da Igreja;

Na ética judaico-cristã, (i) verdadeiro cimento axiológico da civilização ocidental, (ii) base da

identidade nacional, (iii) pressuposto de um Estado de direitos humanos e (iv) alicerce uma

ideologia política democrata cristã e conservadora de direita;

No reforço da identidade nacional, (i) enquanto substrato espiritual e cultural da nação

portuguesa, (ii) instrumento de reforço da Portugalidade e da essência da cidadania, (iii), (iv)

unindo as gerações do passado e do presente às gerações do futuro, (v) e de que se não

prescinde no processo de integração europeia.

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Um Partido ao teu serviço

O pior resultado de sempre do CDS-PP em eleições legislativas impõe não só que o partido

mude de rumo político, como também que se restruture enquanto organização. Propomos a

criação da figura do Director Financeiro, com poderes próprios ao nível da contabilidade e da

gestão financeira, O CDS terá que fazer muito com pouco no futuro, pelo que o exercício da

actividade política terá necessariamente que estar subordinada às reais capacidades

orçamentais do CDS e à eficaz aplicação dos seus recursos.

Defendo também o reforço dos poderes da Comissão Executiva e do Conselho de Fiscalização

no âmbito da fiscalização das contas do partido, por forma a garantir o escrutínio efectivo e

eficaz da acção da Secretária-geral e do Director Financeiro.

Ciente de que o próximo embate eleitoral do CDS-PP são as eleições autárquicas, entendo

que é preciso dotar a Estrutura autárquica nacional dos recursos humanos necessários para

dar suporte à composição das futuras listas locais do CDS-PP. Criaremos, por isso, a figura do

coordenador autárquico distrital, que trabalhará sob a direcção do coordenador autárquico

nacional, cujas principais tarefas serão a prospecção de personalidades com perfil e mérito

reconhecido na sociedade civil, no âmbito na nossa área política, susceptíveis de integrar as

fileiras do CDS-PP e de o representar perante os eleitores; bem como auxiliar as estruturas do

CDS-PP na preparação política do acto eleitoral, nomeadamente na formação política,

construção de programas e composição de listas.

Vamos focar-nos na comunicação. É vital que sejamos mais eficientes que os outros na

comunicação. Queremos comunicar directamente contigo, com os nossos militantes, com os

nossos eleitores e com todos os portugueses: para esse efeito, vamos apostar fortemente

nas redes sociais promover um rebranding da imagem, uma nova linguagem gráfica e

cromática, a par de um investimento num marketing arrojado e descomprometido. Fazer

sentido deve ser uma atitude, não um slogan.

Queremos estar próximos de ti. As bases não podem continuar a ser apenas uma nota de

rodapé em discursos de tomada de posse. Defendo o regresso das sessões de esclarecimento,

para que cada militante entenda as propostas do partido e a saiba explicar aos seus.

Proponho iniciativas recorrentes – e fora do contexto das campanhas eleitorais - de

esclarecimento de proximidade com as pessoas, que sejam mais do que “conferências

abertas” que só chegam a alguns. Promoverei a realização de conselhos nacionais específicos

para debate da actualidade política, apresentação e discussão de ideias e propostas.

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O CDS-PP não se pode limitar a ir à rua. Tem de estar permanentemente nela, aberto à

sociedade civil, no meio dos portugueses e a construir com eles a sua solução governativa

para Portugal.

O CDS precisa uma Juventude Popular autónoma, irreverente, capaz e cooperante. A JP, com

os seus quadros promissores, não pode ser a mera claque do partido, pelo que é preciso

dotá-la, dentro dos recursos disponíveis, de meios para exercer a sua actividade e renovar a

sua ligação ao partido. É imperativo dar oportunidades às novas gerações, nomeadamente

no desempenho de funções públicas.

Comprometo-me ainda a revitalizar o quadro de relações com a FTDC, criando sinergias e

assumindo compromissos comuns, para que o braço sindical do CDS-PP possa expandir-se e

alargar a sua representatividade no sector social e do trabalho em Portugal.

A formação contínua dos nossos militantes é imprescindível para sedimentar uma sólida e

duradoura identidade política no CDS. O IDL deverá posicionar-se como um instrumento

ainda mais determinante da estratégia de formação interna do partido e deve equacionar

recorrer a outros instrumentos e organizações de referência já emergentes a nível

internacional.

Precisamos de um grupo nacional coeso de autênticos “comandos” do combate político.

Inspirado na célebre máxima de João Paulo II “Não tenhais medo!”, criar defendo a criação

de um vasto programa de formação a que chamaremos de “Portugal sem medo” e que, entre

outras, deverá incluir sessões periódicas semanais abordando matérias como democracia

cristã e doutrina social da Igreja, , a verdadeira história de Portugal do sec. XIX e XX,

ideologias dos vários partidos nacionais, lei orgânica dos partidos políticos, etc., bem como

sessões de formação especializada sobre apologética (defesa verbal), lógica para uma boa

argumentação, oratória assertiva para políticos, elaboração de discursos convergentes e

convincentes, domínio nos confrontos jornalísticos e debates.

A era Digital tem obrigatoriamente de chegar ao CDS-PP e este tem , por sua vez, que adoptar

novos procedimentos e ferramentas se quiser actualizar-se e recuperar o tempo perdido e A

modernização das estratégias de comunicação do partido implica a criação de um conjunto de

soluções que vise facilitar o trabalho aos nossos militantes e dirigentes:

- Plataforma informática integrada do CDS, que incluirá uma App móvel CDS-PP militância

activa, Plataforma Dirigente Núcleo, de Dirigente Concelhio, de Dirigente

Distrital/Regional e uma plataforma destinada à Secretaria-Geral.

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i) App móvel CDS-PP Militância Activa

A App móvel CDS-PP Militância Activa permitirá ao militante gerir os seus dados pessoais,

definir preferências, interagir de modo colaborativo com dirigentes e estruturas, receber

alertas e notificações, gerir o pagamento de despesas relacionadas com a militância,

consultar a um acervo documental de índole variada e aceder a um calendário onde poderá

encontrar informação sobre os mais variados eventos realizados pelo CDS-PP.

ii) Plataforma Dirigente (núcleo, concelhio, distrital, regional)

Assegurará que todos os dirigentes têm acesso à informação e às ferramentas que

necessitam e onde poderão consultar, entre outras, listagens actualizadas de militantes,

receber alertas sobre actos administrativos e outros processos que necessitam da sua

intervenção, ou aceder a um repositório de conteúdos de apoio à sua acção política, que será

alimentado por todos os dirigentes. A plataforma funcionará ainda como uma ferramenta de

marketing, na medida em que oermitirá aos dirigentes contactar directamente os militantes.

iii) Plataforma Secretaria-Geral

O sistema informático em que todo o partido se baseia precisa de agregar mais

funcionalidades, mais transparência e simplicidade, desmaterializar procedimentos e permitir

o acesso a informação actualizada, e o contacto expedito com militantes, autarcas e

dirigentes.

iv) Plataforma informática Autarcas CDS-PP

As eleições autárquicas serão um dos pontos altos do próximo ciclo eleitoral. Esta

iniciativa pretende apoiar a formação e o apoio ao mandato dos nossos autarcas com recurso

à digitalização, permitindo formas avançadas de trabalho colaborativo e que os autarcas do

CDS-PP se consigam identificar e entrar em contacto. A plataforma, disponibilizará ainda

diversas formações de âmbito autárquico, assim como a realização de webinars sobre

diferentes temáticas.

v) Plataforma Formação

Será uma ferramenta importante na explicação das políticas propostas pelo partido a

nível nacional, e no fornecimento do argumentário político que garanta que nossos militantes

estão devidamente instruídos e que estão aptos a reproduzir a mensagem oficial do CDS-PP

nas áreas estruturantes do seu programa de acção política.

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Para acrescentar valor, os sistemas de informação devem estar construídos sobre

informação relevante, pelo que a Secretaria-Geral, em colaboração com as estruturas locais,

irá efectuar uma campanha de actualização dos dados pessoais dos militantes.

Focados nas tuas prioridades Não basta dizer que te ouvimos, temos de ser consequentes. É possível viver melhor em

Portugal e, à Direita, com o rumo que preconizo para o CDS-PP, encontrarás soluções

simples e claras para te apoiar ao longo da vida. Demos provas disso no passado e

queremos – e vamos – voltar a fazê-lo. Mas isso só será possível se escolheres Voltar a

Acreditar.

Escolhe uma vida melhor

Sabemos que a crise financeira ainda ensombra a tua vida. Todos os dias tens de ganhar o

sustento corrente da vida e, quando a tua carteira te diz que vives sob o jugo de uma

austeridade encapotada, sabes que há ainda uma página por virar nesse capítulo. Sentes

que o desemprego, a precariedade e os baixos salários – aliados a uma verdadeira tortura

fiscal – te condicionam brutalmente e te impedem de concretizares os teus sonhos. Anseias

poder aceder a cuidados de saúde, a uma justiça célere e eficaz e ao conforto da poupança

que o teu esforço, num país bem governado, deveria permitir.

Família e Sociedade

Estás, como nós, consciente da crise que poderá explodir na Segurança Social. O modelo pay

as you go, que se foi consolidando em Portugal, enfrenta um problema de sustentabilidade

grave que, sem uma profunda reforma, potenciará uma crise geracional sem precedentes e

que defraudará quem hoje contribui. Defendo, por isso, a elaboração de um novo contrato

social e uma reforma que estabeleça um modelo de plafonamento horizontal, em que, a

partir de um dado rendimento, o montante das contribuições possa ser definido num

modelo à escolha, com adesão voluntária e sem prejuízo da manutenção de taxa

contributiva base para o sistema público. A reforma da Segurança Social nunca estará

completa sem a imposição de um limite claro às pensões pagas pelo Estado. Se queremos

cumprir os objectivos de justiça da nossa Segurança Social, devemos continuar a investir no

apoio daqueles que mais precisam dele.

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Este sentido de justiça implica, desde logo, o respeito profundo por quem contribui e a

fiscalização activa de quem beneficia. O Estado tem de e proteger quem realmente precisa:

a acumulação de prestações não contributivas e subsídios a pessoas em idade activa te de

ser balizada e as prestações como o RSI devem ser alívios para a pobreza real e não

subsídios ao lazer.

Para o subsídio de desemprego cumprir o seu propósito, é necessária uma reforma

profunda do sistema, que garanta a colocação efectiva de desempregados qualificados em

funções dignas e que ofereça às empresas os incentivos financeiros e fiscais à sua absorção,

especialmente quando optam por contratos sem termo.

A contratualização das funções de solidariedade deve aprofundar-se, de forma a

constituir-se uma rede capilar com as IPSS, promovendo e reconhecendo o sector social

particular, cooperativo e social e quem, no terreno, de facto actua, eliminadas burocracias

inúteis que vão impedindo o funcionamento do sistema.

Portugal precisa que o CDS se afirme como o partido da família. Voltaremos a levar ao

parlamento um kit político de apoio à família, que promova o alargamento e maior

flexibilidade das licenças parentais, que inclua incentivos fiscais à natalidade e a

discriminação positiva das Mães trabalhadoras através de um rebate fiscal para as famílias

numerosas, que garanta o alargamento da oferta escolar ,de forma a criar uma sólida rede,

que cubra o percurso desde a creche ao pré-escolar, e que agilize os processos de adopção.

Se estás atento ao desenvolvimento tecnológico, quero dizer-te que o partido acompanhará

as profundas mudanças no mercado de trabalho. O processo de digitalização em curso

permite um trabalho mais flexível, permitindo que muitas funções sejam desempenhadas à

distância, o que trará efeitos muito positivos na conciliação da vida familiar com a profissional.

Com o advento da economia de plataformas, o surgimento das profissões que estão na base

dos nómadas digitais e os trabalhos por projectos que muitas destas pressupõem, criou a

necessidade de conceber um enquadramento legal sólido para estas novas formas de

trabalho, que não abandone os direitos dos trabalhadores, mas que também não os

acorrente a preconceitos do passado.

A ascensão de fenómenos como Inteligência Artificial, com as suas aplicações na

automatização e na robótica, trará melhorias significativas na qualidade de vida das

pessoas. No entanto, a curto prazo, poderá ter um impacto violento no emprego,

destruindo inúmeros postos de trabalho que não serão repostos de imediato.

Acompanhamos com preocupação o debate que, um pouco por todo o mundo, se vai já

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fazendo e comprometemo-nos a envolver todas as partes interessadas numa análise do

problema e na definição de propostas que permitam, no âmbito da fiscalidade, enquadrar

estes fenómenos.

Sabemos também que não aceitas continuar a trabalhar no esquema dos falsos recibos

verdes. A inflexibilidade contratual no quadro português, no qual uns são protegidos em

excesso e outros não conhecem protecção, levou algumas empresas a optar por esta

modalidade. É por isso que a ACT tem de ser munida com poderes e recursos para

combater eficientemente esta fraude e aumentar significativamente as para estas

empresas.

Sabemos também que não queres continuar arredado da formação profissional só porque

és trabalhador temporário ou trabalhas em part time, e por isso defendemos a sua

obrigatoriedade para todos os tipos de relações laborais. Mais: não aceitamos que o teu

direito à formação possa converter-se num punhado de moedas no fim do contrato. E por

isso defendemos que o teu crédito transite para uma conta individual, que possas usar para

escolher as formações que desejas fazer.

É também necessário redefinir as negociações colectivas de trabalho, atribuindo força aos

novos sectores, como alguns países fizeram, incluindo o sector das empresas de trabalho

temporário nas mesas de negociação. Neste aspecto, precisamos de rever também a

representação em sede de segurança social, onde hoje vemos a indústria sobre-

representada, em relação ao sector dos serviços.

Se és trabalhador independente e não aguentas o valor das tuas contribuições nem a

ausência de protecções a que tens direito, fica a saber que seremos a tua voz. Lutaremos

para garantir que o teu esforço é recompensado e que não estarás em situação de

desigualdade com quem tem um contrato de trabalho.

Economia

Queres que te falem verdade sobre economia. E sabes que, ao contrário do que a

propaganda do PS e das esquerdas procura transmitir, permanecem fragilidades estruturais,

toscamente mascaradas por circunstâncias extraordinárias (mercado imobiliário

inflacionado e o boom no turismo), conjunturais, de frágil sustentabilidade, e extremamente

dependentes da procura externa.

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A realidade, tal como a tua carteira a sente é, afinal, bem diferente. Ao contrário do que nos

querem fazer crer, Portugal divergiu em vez de convergir e está ainda mais longe da média

dos países da União Europeia (PIB per capita: 2000 ~64% vs. 2017 ~54% da média UE).

Portugal precisa de uma estratégia completamente nova, que rompa com o actual

paradigma de consumir avidamente a pouca riqueza que vamos gerando, e que inaugure

um tempo novo de acentuado crescimento económico e criação de riqueza, e nos coloque

no primeiro quartil dos principais estudos e relatórios de competitividade e ambiente de

negócios.

Ao Estado, neste capítulo cabe essencialmente a função de apresentar uma visão

mobilizadora que envolva e anime todos os parceiros no sentido de tornar Portugal numa

economia líder em competitividade e inovação e, bem assim, garantir: a existência das

infra-estrutura e acessibilidades necessárias para encurtar distâncias e facilitar o comércio

de bens transaccionáveis; assegurar funções de regulação de excelência promover

instrumentos de apoio (financeiros e fiscais) simples, orientados para os resultados,

assegurar relações laborais flexíveis que ataquem a precariedade e compatibilizem a aposta

na família com as principais tendências tecnológicas, bem como a eliminação de todo o tipo

de custos de contexto.

Defendemos a aposta em clusters que conjuguem a experiência e a excelência de algumas

indústrias tradicionais (têxteis, pesca, agricultura, componentes electrónicos) com

elementos de inovação tecnológica absolutamente essenciais para o aumento da

produtividade; a identificação de bens cuja extracção, produção, fabricação e/ou

transformação sejam potenciadas pelas características próprias da localização, do território,

das competências e/ou da cultura do nosso país; uma ligação umbilical entre universidades

e empresas, de modo a permitir a concretização do potencial intelectual dos jovens, ao

mesmo tempo que aproveita de modo eficiente as capacidades ao nível da investigação

(R&D) próprias do espaço académico (o que implica rever o estatuto das carreiras publicas

académicas e de investigação, alinhando-as com este desígnio); o estabelecimento de

empresas nas diversas regiões do país, procurando reverter a situação de concentração nas

regiões do litoral e, em particular, na zona da grande Lisboa e do grande Porto, no âmbito

de uma estratégia integrada de valorização do território que contribua para fixar talento,

gerações e serviços e melhorar a qualidade de vida das populações aí residentes.

É essencial que o Estado assegure uma função reguladora de excelência nos mais variados

sectores. É urgente quebrar amarras a interesses que se vão instalando e coarctando a

independência destas entidades. Defendemos assim, entidades reguladoras

verdadeiramente insubmissas, com poderes reforçados (coimas aplicadas não apenas a

entidades mas também aos seus administradores e fixadas em percentagem do seu

vencimento), modelos de governo revistos (incluindo órgãos consultivos constituídos por

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peritos nacionais e internacionais, de preferência jubilados, de integridade e independência

inquestionável), e a criação de regras de salubridade básica: limitação de mandatos e

embargo ao desempenho de funções em entidades gestoras e fiscalizadoras nos 5 anos

seguintes.

Defendemos um vigoroso corte de impostos para te libertar das amarras do Estado – em

casa e na empresa. Queremos reduzir os escalões de IRS para não prejudicar quem quer

subir no elevador social e fica encalhado a meio porque foi promovido e acabou por ficar

com o mesmo salário. Queremos isentar as horas extras do pagamento de IRS, tão

importantes para quem quer acrescentar mais uns euros ao fim do mês e se vê preso na

roda dentada da máquina fiscal. Defendemos uma descida do IRC de forma a atrair

investimento, criar emprego e com isso aumentar os salários. Pretendemos estudar uma

forma de baixar a TSU de modo a que o preço do trabalho desça e seja mais barato

contratar.

Acreditamos que os impostos, ainda que em níveis bem mais baixos que os actuais, sejam

necessários para a manutenção da vida em sociedade. Mas não subscrevemos a

arbitrariedade da máquina fiscal, a devassa da vida privada, o atentado às pessoas e

empresas que vivem tremendas dificuldades, a inversão do ónus da prova que subverte

todos os princípios de um Estado de Direito.

Acreditamos que a iniciativa privada é a chave do progresso e da prosperidade, mas é

impossível que esta cresça com a carga burocrática e regulatória em vigor. Defendemos

uma regra de ouro em que para cada regulação nova, três devam ser extintas. Queremos

um simplex em esteróides, um processo de desburocratização em que seja tão fácil criar

uma empresa como marcar umas férias. Neste sentido, também pretendemos facilitar

imenso os processos de licenciamento e reduzindo o seu custo (em tempo, burocracia e

dinheiro), em especial para a indústria.

Se vives nas grandes cidades, conheces de perto o problema da habitação e sentes que uma

especulação galopante te empurra para uma periferia cada vez mais distante. Isso não é

bom para as cidades nem para a tua vida familiar. Vamos desagravar as regras de

construção, permitindo maiores índices de ocupação do lote, limitando, em zonas-alvo

específicas, as restrições aos limites em construção em altura e permitindo maior

densidade, harmonizando a construção com espaços verdes e áreas de lazer, no respeito

pela marca e a traça de cada local. As cidades devem simplificar os seus processos de

licenciamento, de forma a tornar a experiência mais previsível, menos morosa e onerosa,

como recomendado pelo Banco Mundial. Queremos também impulsionar as Sociedades de

Investimento Imobiliário porque acreditamos que a crise habitacional se resolve permitindo

ao mercado que funcione e à oferta que cresça. O Estado é dono de um imenso parque

imobiliário devoluto e uma parte substancial deste deve ser reconduzida, através de

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concursos abertos à iniciativa privada e até ao investimento externo, para projectos

imobiliários destinados à habitação.

Reforma da Supervisão Financeira

Ao mesmo tempo que te chocas com a irresponsabilidade e a desfaçatez de alguns gestores

de bancos como o BES, o BANIF ou o Montepio, também te chocas com a incompetência

demonstrada pelas autoridades de supervisão, as quais, perante evidências de falhas na

gestão e, nalguns casos, de actos ilícitos, pouco ou nada fazem ou tardam em reagir,

negligenciando as funções que lhes são exigidas e contribuindo para o avolumar de

prejuízos que, no fim do dia, és chamado a pagar.

Choca-te também que há vários anos esteja em discussão uma reorganização do papel dos

supervisores financeiros, designadamente do Banco de Portugal, a qual tem sido

sucessivamente adiada em resultado de pressões de alguns dos próprios supervisores, que

têm como único fundamento a perpetuação de regalias e de um estatuto de imunidade à

fiscalização e ao escrutínio, por detrás de um alegado, mas injustificado, manto de

independência absoluta.

Um sistema financeiro saudável, credível e respeitado é um pilar básico do crescimento

económico. Defendemos por isso uma reforma profunda e estrutural do modelo de

supervisão financeira, que é já hoje ultrapassado, e não está preparado para dar resposta à

revolução tecnológica que se vai impondo, bem pelo contrário, não raras vezes tem

funcionado como travão à inovação financeira.

É urgente separar a supervisão prudencial da comportamental e assegurar a defesa dos

interesses dos clientes e contribuintes, rejeitando interesses corporativos, modelos de

gestão e ofertas obsoletos.

Preconizamos assim, na esteira das conclusões do grupo de trabalho nomeado para o efeito

em 2017, a adopção do modelo dualista de supervisão financeira (vulgo, modelo twin

peaks), distribuindo a supervisão prudencial e a supervisão comportamental por duas

autoridades distintas, que ao mesmo tempo agregam os três sectores: bancário,

instrumentos e serviços financeiros, e de seguros.

A própria CMVM reconhece que há hoje uma integração destes três sectores, tanto no que

respeita ao comportamento dos consumidores, como no que respeita às próprias

instituições, as quais tendem a estar presentes nos três sectores e promover ofertas

integradas.

A experiência de outras jurisdições (Reino Unido, Dinamarca ou Bélgica) demonstra que a

concentração da supervisão comportamental transversal aos três sectores, resolve

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problemas de inconsistência e ineficiência dos modelos sectoriais (ex: discussões entre

Banco de Portugal e CMVM sobre qual a autoridade com competência para regular

determinado produto ou serviço.

Noutro plano, apesar de fazer sentido harmonizar regras aplicáveis ao sector financeiro no

espaço europeu, bem como ter uma estrutura centralizada que contribua para a

estabilidade financeira da União, acreditamos que a supervisão das instituições que operam

em Portugal deve continuar a ser feita por autoridades locais. Um aprofundamento da união

bancária que concentre a supervisão e a regulação em Frankfurt e em Bruxelas não defende

os interesses dos consumidores portugueses.

Saúde

Quando recorres a um serviço de urgência sobrelotado, quando um familiar necessita de um

medicamento inovador, quando tens um amigo a sofrer sem direito a cuidados paliativos,

quando esperas por uma cirurgia, ou pensas na quantidade de pessoas sem médico de

família, revoltas-te, e bem, por os mais desfavorecidos (sem seguro ou subsistemas de

saúde) ficarem, demasiadas vezes, do lado de fora da porta e sentes, de modo cada vez mais

arrepiante, que o SNS que tanto custou a conquistar e que tanto prezas, está em risco!

Quando reparas que cada euro que gastas directamente em saúde representa mais de 25%

do gasto nacional em saúde, e que isso é mais de o dobro da média da EU, concluis que o

Estado, sem a tua autorização, desorçamentou o gasto em saúde directamente para o teu

bolso e foi “à sua vida”, deixando a tua e a do SNS em risco!

O SNS que nos habituámos a respeitar porque não distingue novos de velhos e que dedica a

pobres o mesmo cuidado que a ricos, está em risco, porque tem um modelo de gestão

anacrónico, construído numa base conceptual com mais de 40 anos, é alvo de

subfinanciamento crónico, e tem uma porta de entrada – o conhecido acesso ao sistema –

demasiadamente estreita. Concluímos contigo: o SNS tem de se modernizar.

Mas também gostas que te falem verdade. Sabes que os recursos não são ilimitados e que

teremos sempre de definir prioridades: justiça não é dar tudo a todos, justiça é dar mais a

quem mais precisa. Intuis que a solução se não resume a Lei de Bases com agenda eleitoral

e esperas de quem te representa o amplo consenso que garanta um SNS para o novo século.

O que te propomos é um SNS construído sob os pilares da autonomia de gestão, da

meritocracia, da escolha justa e racional, da descentralização de serviços especializados e

com prioridades viradas para o futuro.

Defendemos um modelo de avaliação e financiamento em que a medição dos cuidados de

saúde é baseada no valor, para o Doente – para ti – e para a Sociedade. Deverá ser

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premiado o desempenho e incentivada a competição dentro do próprio SNS. Defendemos

que o sistema seja concorrencial com os privados na remuneração dos profissionais.

O teu SNS deverá dar verdadeira prioridade à inovação e procurar novas fontes de

financiamento, criando condições para a criação, em Portugal, de uma indústria de ensaios

clínicos para medicamentos e equipamentos médicos.

Os resultados positivos das Unidades Locais de Saúde, devem ser encarados como

referência e este modelo de organização generalizado em todo o país. O teu Centro de

Saúde deverá estar equipado com meios técnicos (meios complementares de diagnóstico

como análises clínicas, exames de imagem com recurso a teleradiologia) que lhe confira

maior autonomia, e humanos (psicólogos, nutricionistas, médicos pediatras e dentistas) que

alarguem as suas valências e diminuíam a necessidade de te deslocares a uma urgência

hospitalar.

Precisamos de construir um sistema focado na prevenção. Todas as crianças em idade

escolar devem fazer um rastreio dentário, oftalmológico, e auditivo, entre outros.

Defendemos o alargamento do cheque dentista e a promoção de uma nutrição saudável

envolvendo os pais na sensibilização para o combate à obesidade infantil. Urge também

desmistificar a saúde mental começando pela escola, onde os psicólogos devem passar a ter

um papel mais activo na prevenção, detecção precoce e acompanhamento de problemas

em crianças e adolescentes que, muitas vezes, sofrem em silêncio.

Devemos também abrir a iniciativa privada dentro do serviço público de saúde (pago de

forma proporcional e solidária através dos impostos de todos os portugueses), em especial

nas áreas em que o SNS mais tem falhado: no acesso ao sistema (cuidados de saúde

primários, consultas de especialidade, cirurgias e até urgências). Como é evidente, esta

abertura implicaria um aumento da capacidade reguladora por parte do Estado. O

preconceito ideológico contra a iniciativa privada não pode nem deve conflituar com a

missão primordial de um serviço público de saúde: assegurar, de forma solidária, o acesso a

cuidados de saúde de toda a população, do litoral ao interior, do continente às ilhas.

Educação

É na tua família que devem assentar as decisões de peso. Cabe aos pais, e não ao Estado,

decidir o que é melhor para os teus filhos. A uniformização é uma barreira à resolução

dos problemas locais e a outras modalidades de ensino, roubando a pais e professores

ferramentas específicas respeitantes a problemas singulares. Deve o projecto de ensino

perpetuar o abismo social que divide ricos e pobres, retirando aos últimos a liberdade de

escolher, firmando o futuro com base numa morada? Deve a escola ser a cadeira do

determinismo, onde sucessivas gerações, socialmente segregadas e entregues à pobreza, se

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sentam e vão trocando de lugar? Ou deve esta ser a escada da ascensão social, na qual a

subida está apenas condicionada ao esforço e ao mérito? Tal como tu, defendemos a

igualdade de oportunidades e a liberdade de escolha, não apenas entre estabelecimentos

de ensino, mas também entre diferentes modelos de instrução.

Acreditamos que os alunos antecedem as escolas. Defendemos um ensino humanista e de

proximidade, que forneça respostas descentralizadas a problemas específicos. Mas a defesa

do ensino descentralizado e diverso não pode limitar-se à protecção do ensino

municipalizado. Queremos devolver poderes aos directores das escolas públicas,

permitindo-lhes adaptar a oferta educativa e o modelo de organização da escola às

necessidades reais das suas regiões, num sistema descentralizado, com diversidade

curricular.

Pretendemos que as escolas públicas também possam diferenciar-se nos currículos, na

oferta e na qualidade dos quadros docentes. Desejamos que o Estado reconheça às famílias

o direito de optar entre diversas escolas, consoante as necessidades e os interesses dos seus

filhos.

Queremos começar por alargar os contratos de associação e progredir para uma liberdade

de escolha generalizada, mas onde o dinheiro segue os alunos e, sobretudo, onde é

acautelado o lugar dos mais desfavorecidos, para que não sofram discriminações que

perpetuam o que queremos combateu em primeiro lugar. Defendemos que a comunidade,

professores e pais, se possa unir num dado espaço e criar Escolas Livres, sujeitas a serem

regularizadas pelas autoridades. Também queremos permitir o reforço do homeschooling e

atribuir benefícios fiscais aos pais que decidam ensinar os próprios filhos.

Pretendemos uma escola voltada para o futuro da digitalização, onde as STEM (science,

tech and math skills) são valorizadas, mas onde existe igualmente uma forte aposta nas

humanidades (história, filosofia) bem como um reforço sério do ensino criativo e artístico.

Numa época em que cerca de 65% das profissões que os jovens vão desempenhar ainda não

foram inventadas quando entram para a escola, importa, sobretudo, prepará-los para se

diferenciarem relativamente a fenómenos de crescente automação, digitalização e

inteligência artificial. Isso só será possível se forem mais humanos, tiverem um maior

sentido critico da histórica, do pensamento e uma enorme criatividade.

Defendemos todos os manuais tenham a opção da versão digital para que cada família

decida subtrair peso às mochilas, numa medida de carácter também ecológico. E é também

recorrendo às vantagens da digitalização que a escola deve evoluir, apoiada nas novas

ferramentas que vai tendo à sua disposição. Queremos ensino do inglês desde o 1º ano.

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Defendemos a eliminação, de uma vez por todas, do amianto nas escolas, e o investimento

em condições de conforto térmico e acústico que garantam as condições mínimas de

funcionamento e contribuam para aprendizagens sólidas e crianças felizes.

Defendemos também a existência de instrumentos centralizados para qualificar as

escolas. Para além da acção enérgica da Inspecção-Geral das Escolas, parece-nos relevante

que, no final de cada ciclo de ensino, sejam realizados exames nacionais nas disciplinas

nucleares. Estas provas ajudam a cultivar um clima de exigência e seriedade. Defendemos

a reorganização do ensino secundário, de forma a não só habilitar os alunos de maiores

competências para o ensino superior, como também possibilitar um contacto com outras

áreas, melhorando a transversalidade da sua formação e dotando-os de um contacto que

lhes permita clarificar a escolha do curso.

Os abusos constantes por parte dos gabinetes ministeriais criaram uma situação em que o

professor se vê amarrado à infindável extensão das suas tarefas não lectivas. Devem estas

ser amplamente limitadas para que tenhamos os professores exaustos com semanas e fins

de semana preenchidos graças à involuntária combinação das suas funções chave com as

de secretários das escolas e de funcionários do Ministério Público.

Queremos acabar com a violência nas escolas. A cultura de bullying é um problema e

cresceu com as redes sociais. Mas não só dentro das escolas se propagam casos de

selvajaria, como fora dela o número de assaltos é preocupante. Não é possível uma escola

de valor se não valorizamos a segurança dos que dela fazem parte.

Pretendemos responder com um verdadeiro ensino vocacional, que mais que uma solução

para o abandono escolar, que também o é, seja uma porta de excelência para o mercado de

trabalho, seguindo as melhores práticas a nível europeu. Deve este ter como objectivo a

formação de uma força laboral altamente qualificada e preparada para enfrentar os desafios

da presente revolução tecnológica. Deve ser assegurando um equilíbrio, com o Estado

como ponte, entre os pilares deste modelo, os jovens, as famílias, a comunidade e o meio

empresarial, reforçando o desenvolvimento individual, a integração social e abraçando uma

quota parte dos jovens em idade escolar, não como marginalizados do sistema educativo,

mas como chaves-mestras da engrenagem do desenvolvimento económico.

Finalmente, propomos a criação de crédito estudantil público, um pacote de benefícios

fiscais e um forte investimento em residências estudantis. Como acreditamos que as

universidades são a chave do nosso desenvolvimento tecnológico, propomos uma parceria

mais sólida entre estas e o mundo empresarial, de forma a melhor conduzir o país pela nova

era da industrialização.

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Escolhe um Estado de Confiança

Sabemos que vives num estado de permanente desconfiança no Estado. Assistes

diariamente à sua falência institucional quando procuras os seus serviços e ao seu colapso

ético e moral, quando os meios de comunicação te levam a casa uma vida pública

genericamente insalubre, tantas vezes viciada, e que acaba sempre por te mandar a conta

do desmando. Não admira por isso que, tantos governos depois, continues a não te rever

nas pessoas que te governam.

Nova Direita – Novo Regime

Exiges uma democracia de qualidade. Queres ter uma palavra a dizer na escolha dos teus

representantes. Rejeitas o “encastelamento partidário” promovido por um sistema eleitoral

de listas fechadas e bloqueadas, compostas por gente distante, que não te diz nada, e por

regra pouco diz.

Descrês dos grandes partidos incumbentes e incomodam-te as suas práticas do arco-da-

velha! Colonizam a administração abrindo portas ao clientelismo e corrupção endémicos, e

politizam a justiça ao seu mais alto nível – compreendemos bem a tua desconfiança quando

na última fronteira da defesa da constituição encontras um órgão de composição

marcadamente político-partidária.

Portugal precisa de órgãos de soberania respeitáveis e respeitados, bem como de uma

sociedade civil com corpos intermédios activos. Cabe ao CDS o papel de assegurar que, à

Direita, assim é.

Se não nos encarregarmos de fazer a história da Direita em Portugal, outros – porventura

vindos das franjas, com voz de protesto alimentando-se e amplificando o descontentamento

– a farão por nós, ou “ela mesma se fará” dispensando o nosso contributo.

O CDS encarregar-se-á de liderar um movimento plural, envolvendo a sociedade civil, de

debate e proposta aprofundados em diversos domínios, que recolha consenso alargado à

direita, e promova uma nova moral pública e um comportamento cívico que anime

verdadeira responsabilidade social.

Queremos uma reforma profunda do Sistema Eleitoral: iremos garantir maior

representatividade e democraticidade, retirando aos directórios partidários e devolvendo-te

a última palavra na escolha dos deputados: poderás finalmente escolher não só o partido,

mas também o deputado que te representa. Verás que os partidos se vão “mexer” para

apresentar listas de candidatos que possam finalmente dizer-te qualquer coisa.

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Vamos contribuir para limitar a proposta fácil e de panfleto, obrigando a que – à

semelhança do que acontece, por exemplo, no Reino Unido – os partidos acompanhem a

sua proposta de programa eleitoral com a proposta financeira e orçamental que a sustenta

e a entreguem no Parlamento, a fim de ser analisada pela UTAO (Unidade Técnica de Apoio

Orçamental), a qual sobre ela deverá emitir parecer..

Queremos aperfeiçoar o o actual regime, demasiadamente parlamentarizado, no sentido de

reintroduzir algum equilíbrio na correlação de forças entre Parlamento, Governo e

Presidente, designadamente na confiança política que o Governo deve merecer deste

último.

Vamos promover a defesa da constitucionalidade, estudando alternativas credíveis que

permitam afastar a sombra da politização das funções do Tribunal Constitucional.

Temos de dignificar a actividade política, afirmando-a enquanto nobre serviço à

comunidade, rejeitando firmemente a sua transformação em profissão ou estatuto, que

confunde o interesse público com o seu particular interesse. Defenderemos a limitação de

mandatos para todos os cargos políticos electivos; trataremos de impedir que qualquer

titular de cargo público que participe na decisão de novos benefícios, prerrogativas e

direitos aplicáveis às funções que desempenhe, delas possa beneficiar, e que que quem

tenha sido condenado por crime cometido no exercício de funções públicas se possa vir a

candidatar a qualquer cargo electivo; pretendemos , obrigar quem, estando acusado de

crime decorrente do exercício de funções públicas, e se candidata a um cargo público, deva

sempre comunicar publicamente essa situação criminal. Queremos regulamentar o

lobbying, promover a perda de mandato do titular do cargo político e/ou público

prevaricador e impedir, nos anos subsequentes, a sua candidatura a cargo político ou de

nomeação para o desempenho de funções públicas, queremos que os partidos cujos eleitos

tenham sido condenados, pela prática de corrupção, vejam a sua subvenção publica

limitada e defendemos a criação de uma ‘lista negra’ de empresas fornecedoras do Estado,

condenadas em processos de corrupção, impedindo-as de concorrera novos a

fornecimentos nos anos subsequentes.

Garantimos-te que vamos liderar o debate e a proposta na prevenção, denúncia e

combate à corrupção,

Justiça

A reforma do sistema de justiça é absolutamente essencial para recuperar o seu propósito e

a confiança dos cidadãos e para garantir que todos vivemos e trabalhamos num plano de

igualdade e onde apenas o mérito pode sustentar a distinção. Para isso, é preciso dar

sentido ao combate à corrupção, cuja centralidade exige resultados materiais; reforçar as

garantias de transparência nos processos e procedimentos públicos, acima de tudo, garantir

que o sistema judicial actua com previsibilidade, de forma compreensível e com celeridade.

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A justiça que tarda, que chega a más horas, já não é justiça e o essencial da sua missão

perdeu-se no caminho.

Um sistema de justiça eficiente deve ser a base da democracia e não podes mais continuar a

vê-lo como um mecanismo aleatório e opaco que apenas assegura a perda de tempo e de

dinheiro. As oportunidades de celeridade trazidas pela transição judicial devem ser

imediatamente aproveitadas, mas devem também ser incentivadas soluções baseadas no

acordo entre os envolvidos, particularmente para questões não criminais.

Urge aproximar a justiça das pessoas, promovendo a abertura de julgados de paz em todos

os municípios do país, que permitam a resolução eficaz e eficiente de conflitos de natureza

cível e valor reduzido, mas de enorme importância para a vida dos que neles se viram

envolvidos, ao mesmo tempo que retiram aos tribunais judiciais um volume significativo de

casos que acabam por ser relegados para último plano por manifesta falta de meios para os

atender e consequente necessidade de estabelecer prioridades.

É preciso garantir a formação continuada e a especialização de magistrados para fazer face

às exigências específicas dos processos, bem como a constituição de uma bolsa de peritos

de diversas áreas e sectores, que esteja disponível para assessorar magistrados

(procuradores e juízes) na investigação e na análise das alegações e da prova em matérias

cíveis e criminais.

Segurança

Defendemos um CDS que não deixe para trás as forças de segurança. Nunca, como agora,

se assistiu a tão desconcertante falta de estratégia e visão global, à ausência de uma ideia,

de uma linha directora, de um rumo para as forças de segurança. Estas são hoje instituições

envelhecidas, muitas vezes com falhas de recursos humanos e técnicos, e reféns de critérios

políticos arbitrários. A prioridade do Governo não está no combate ao crime, mas sim na

ausência da notícia do crime. Mais do que isso: as forças de segurança são desrespeitadas

pela esquerda pós-moderna que nos governa, que as caricatura como mais uma estrutura

de poder opressora na sociedade, e que através da sua retórica vitimizadora contribui para

o estado cada vez mais comum de falta de respeito face aos nossos polícias.

Queremos liderar o processo de modernização das forças de segurança. Queremos uma

polícia capaz de lidar com os teus problemas de insegurança, desde as ruas das cidades aos

actos de terrorismo. Confrontar a insegurança implica uma polícia na qual a comunicação, a

informação e a cooperação sejam as palavras-chave. É imperativo que o CDS defenda a

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execução de um Plano Nacional para a Polícia, concentrado nos meios materiais e

operacionais, na renovação das esquadras, na necessária desburocratização dos serviços de

segurança, na reposição urgente de efectivos – tão necessária para combater a

criminalidade nas nossas zonas metropolitanas –, na segurança coordenada dos aeroportos

portugueses, na vigilância costeira e, por fim, no policiamento de proximidade.

Se vives numa área metropolitana, sabes que a insegurança é, em locais de risco, uma

realidade. O CDS deve fazer da segurança urbana uma bandeira, e defender a criação de

brigadas de intervenção rápida para locais considerados de risco; a prevenção através da

vídeo-vigilância, a funcionar emredes municipais de vídeo-protecção; e da obrigatoriedade

da existência de câmaras de vigilância também nas próprias esquadras.

Defendemos renovada prioridade e um combate sem tréguas ao tráfico de droga e a todos

os fenómenos de criminalidade a eles associados. Entendemos que o grande tráfico deve ser

equiparado a atos de verdadeiro terrorismo, e que o consumo de drogas na via publica,

sobretudo na proximidade de escolas, deve ser punido pela lei.

Portugal na Europa e no Mundo

O CDS, tal como o conheces, enquanto partido com vocação de governo, sempre se apoiou

numa política externa realista que procurou conciliar os interesses materiais do Estado com

imperativos morais. Reconhecendo os seus interesses materiais, Portugal deve defender a

democracia pluralista, a dignidade humana, e contribuir para a construção de um mundo de

paz, solidário e sustentável. Assim, temos em conta que Portugal encontra, fruto da sua

evolução histórica, um interesse nacional permanente. A precoce afirmação do sentimento

nacional consagrado em Aljubarrota, as aventuras marítimas dos Descobrimentos, a

presença portuguesa na Ásia, em África e na América do Sul, determinaram o nosso modo

de estar no mundo e definiram as coordenadas permanentes em matéria de interesse

nacional.

Queremos, como tu, que neste complexo mundo multipolar, o CDS não esqueça a defesa

deste interesse nacional. Deve fazê-lo através da visão de um país integrado na ONU e num

sistema de alianças que nos une aos nossos parceiros. Dadas as circunstâncias, Portugal

deve ser guiado por uma estratégia multidimensional que permita a um país pequeno

prosseguir os seus interesses. Essa estratégia deve assentar em três pilares: Europa,

Atlântico e Portugalidade.

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Queremos um CDS que defende uma Europa das Nações, que coloca os Estados no centro

da sua acção. Portugal é um empenhado membro da União Europeia, em cuja adesão o CDS

foi essencial, mas não podemos ignorar a crise que ela hoje vive. O CDS deve ser claro

relativamente à UE que quer. A Europa que visamos é uma Europa útil aos seus cidadãos, e

recusamos uma UE uniformizadora, que dite as regras através dum governo central

sediado em Bruxelas. É urgente adoptar uma postura pragmática ao invés de dogmática.

Dessa maneira, recusamos claramente uma Europa Federal, que ignore o Princípio da

Subsidiariedade (expresso no Artigo 5.º, n.º 3, do Tratado da União Europeia); recusamos a

abolição da regra da unanimidade nas votações do Conselho, em matérias de fiscalidade,

política externa, segurança e defesa; e recusamos, da mesma forma, as tentativas da

Comissão Europeia de criar impostos europeus – como o “carbon border adjustment

mechanism” ou o European Digital Tax – que mais não servem do que para federalizar

através da harmonização fiscal.

E não podemos permitir que a permanente vocação atlântica de Portugal seja absorvida

pelo projecto europeu. Relembramos que este deverá ter sempre uma vocação atlântica,

em estreita cooperação com os EUA. Somos contra qualquer ideia de defesa europeia que

reduza o poder dos Estados de definir a sua política de segurança e defesa.

Somos defensores da NATO e do multilateralismo: a aliança atlântica faz sentido,

principalmente em tempos de multipolaridade do sistema internacional; e, antecipando a

saída britânica da UE, a NATO configura-se como o espaço predilecto para Portugal manter

a sua relação privilegiada com o seu parceiro atlantista, o Reino Unido. Ainda sobre a NATO,

devemos assumir o compromisso da meta de 2% do PIB para a Defesa Nacional, que deve

ser cumprido de uma forma gradual. Este compromisso deve ser encarado paralelamente a

um maior foco da defesa na ciber e bio-segurança, que pela sua própria complexidade exige

o recrutamento de pessoal altamente qualificado. Isto leva-nos a repensar o problema da

falta de atractividade da carreira militar, que deve ser colmatado através da actualização de

vencimentos e a revisão dos planos de carreira, nomeadamente a implementação de um

Quadro Permanente de Praças no Exército e na Força Aérea. Devemos pugnar pela

dignificação das Forças Armadas e pelo reconhecimento e valorização da condição militar.

Admitimos a falência do Dia da Defesa Nacional imperativo repensar este modelo e estudar

alternativas credíveis, na linha de um trabalho que tenha em conta a necessidade da

atractividade da carreira militar e da capacitação dos meios humanos indispensáveis à sua

missão

Queremos que CDS lidere a necessária defesa do legado histórico singular que Portugal

deixou no mundo. Cabe ao CDS assumir que a Portugalidade não é um anacronismo. Para

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isso, é fundamental reforçar as relações com os países de língua oficial Portuguesa. Ao

mesmo tempo que tem de ser capaz de projectar a Europa em África, Portugal deve

imprimir um carácter lusófono à sua política externa – cooperando estreitamente com os

seus parceiros no âmbito da CPLP; esta deve ser privilegiada enquanto plataforma de

cooperação política, económica, e militar com os nossos parceiros africanos e sul-

americanos, e como base para processos de cooperação paralela com outros países,

especialmente aqueles com fortes ligações históricas ao nosso país, como a China e a

Índia. Relações reforçadas no âmbito da CPLP permitem procurar fazer, finalmente, da

língua portuguesa idioma oficial da ONU. Mas a defesa do nosso legado histórico implica

fazer justiça à missão evangelizadora que Portugal protagonizou no passado: o CDS deve

defender, na política portuguesa, todos os cristãos perseguidos no mundo; a sua defesa

deve ser uma tarefa urgente do CDS no plano nacional e internacional.

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Escolhe o que é teu Sabemos que te preocupas com os teus, a tua terra, a tua comunidade e as tuas tradições.

Não dúvidas que vives em emergência climática e sabes que o colapso de ecossistemas

inteiros noutras latitudes é assunto teu. Vives em grandes cidades cada vez mais poluídas ou

em regiões do território onde a soberania não chega e a natureza se não cuida. Tens a

percepção que os recursos naturais não são infinitos e não garantem os padrões actuais de

consumo. E não te conformas com a displicência económica com que tratamos o mar.

Sustentabilidade e Ambiente

As sociedades e os centros de decisão política actuam de forma demasiado lenta, já os

riscos e ameaças ambientais aumentam rápida e drasticamente. É urgente actuar a uma

escala global.

Portugal deve fazer da neutralidade carbónica um desígnio nacional. Não basta caminhar no

sentido das metas com que já nos comprometemos, e o CDS não se contentará com menos

do que isso.

Apresentaremos um plano com metas e propostas claras apoiado nos seguintes grandes

pilares:

Transição energética (a já paleolítica conversa «do fóssil ao renovável»), mobilidade

eléctrica (na sua dúplice vantagem de redução de emissão de gases e activo de gestão de

rede energética), eficiência energética e micro-produção, gestão florestal enquanto

ferramenta de sequestro de carbono (recorrendo, preferencialmente, a espécies autóctones

com interesse económico), economia circular (no âmbito da qual a soberania alimentar e a

substituição do uso do plástico por fibras naturais são apostas na redução das emissões de

gases com efeito de estufa) e uma política integrada de transportes.

. Defendemos a elaboração de um quadro legislativo moderno orientado para promover um

sistema de transportes sustentável, que leve em linha de conta a qualidade e segurança, a

manutenção e correcta articulação das redes, a adopção de tecnologias ambientalmente

favoráveis, a prestação de serviços inovadores e suportados por tecnologias avançadas, o

investimento no capital humano, a adopção de políticas de preços justas, e planeamento

tendo em vista o desenvolvimento das acessibilidades, da intermodalidade e da

interoperabilidade.

Identificamos, como prioritárias as seguintes necessidades:

i) O país possui um grande potencial de afirmação no sector marítimo-portuário. Numa

altura em que quase 90% do comercial mundial é realizado pela via do transporte marítimo,

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as intervenções, entre outras, no Terminal 14 de Leixões, na modernização da LISCONT e no

alargamento da PSA Sines, deverão ser encaradas como investimentos prioritários.

ii) O transporte ferroviário de passageiros e de mercadorias é marginal e não corresponde

às necessidades do país, quer na mobilidade, quer na logística, quer na descarbonização da

economia. O país precisa de um forte investimento público em infra-estruturas ferroviárias

internas e de ligação internacional, visando o reforço da coesão territorial, de correcção das

assimetrias do país e de valorização dos territórios com mobilidade. Para tal, deverão ser

acauteladas, o que teimosamente continua a não acontecer, a integração do sistema

ferroviário português nas redes transeuropeias, a construção duma nova linha entre Lisboa

e Porto, assim como, a ligação com os diversos portos marítimos.

iii) A eficiência dos serviços no transporte aéreo tem vindo a recuar consideravelmente, em

bom rigor, também aqui, muito por culpa da perda competitividade no campeonato das

infra-estruturas. Evidentemente, passadas cinco décadas após o início da sua discussão, o

processo de tomada de decisão relativo à localização do futuro aeroporto de Lisboa deve ser

definitivamente concluído e encarado como um investimento prioritário para o país.

Devendo a opção, contrariamente ao já anunciado, recair pela solução Alverca, dado contar

com melhores acessos, apresentar menor impacto ambiental e acarretar menos custos face

à solução Montijo. Ainda em matéria de infra-estruturas aeroportuárias, o aeroporto do

Porto deve comportar uma nova fase de expansão, para que possa assumir cada vez mais

um importante papel no transporte aéreo do Noroeste Peninsular.

iv) No transporte rodoviário, as pesadas heranças de governações anteriores, permitem

afirmar que o país se encontra, salvo raras excepções, bem servido ao nível de infra-

estruturas. Ressalva-se, por um lado, a alteração da ligação IP3 entre Viseu e Coimbra, por

ser um troço, sem alternativas, absolutamente saturado e incapaz de servir populações

locais e, bem assim, todo o tráfego nacional e internacional de mercadorias. Por outro lado,

deverá ser criado um plano de intervenção que vise a requalificação dos principais eixos

rodoviários nacionais dotando estas estradas de sistema de wi-fi e tecnologia 5G,

estabelecendo comunicação entre a infra-estrutura e o veículo e, por conseguinte,

permitindo que sejam emitidos alertas em tempo real sobre acidentes na via e demais

problemas de circulação.

v) Por último, no transporte tubular, sector onde Portugal é um dos países da Europa com

piores infra-estruturas de combustível. O mercado nacional somente conta com duzentos

quilómetros de oleodutos, decompostos em apenas duas infra-estruturas, uma entre o

aeroporto do Porto e Leça da Palmeira e outra entre Aveiras de Cima e Sines. Uma evidente

fragilidade que ganhou novos contornos com a recente greve dos motoristas de matérias

perigosas deixando bem patente a necessidade prioritária de se garantir a construção de um

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oleoduto que abasteça o aeroporto de Lisboa, refira-se, o único aeroporto europeu da sua

dimensão que não é abastecido desta forma.

Cultura e Tradição

Tal como tu, também nós tivemos a sorte de nascer e de viver num país especial, com um

percurso histórico singular, numa nação com o seu modo próprio de se expressar, com uma

maneira particular de sentir e escrever – um país que é uma ideia, uma cultura riquíssima, e

que projectou a sua visão no mundo. Todos nós, ainda que de forma mais ou menos

reflectida, sentimos orgulho neste pedaço de terra e, sentimos nos nossos ombros a

responsabilidade de carregar nove séculos de história.

E receamos, como várias vezes nos foste avisando, o domínio da Esquerda na Cultura.

Porque ela a usa como um simples instrumento no combate ideológico e a torna num

repositório das suas narrativas. Entre estas, está o exercício de arrependimento colectivo

sobre a história que impõe aos portugueses. Para a Esquerda, a história portuguesa, e a

Cultura que dela floresceu, são intrinsecamente más; precisam de ser radicalmente

transformadas, tabula rasa. Nós negamos esta interpretação das coisas, e não queremos

deixar a Cultura refém de loucuras ideológicas.

Contarás, por isso, connosco para ter um CDS com uma política cultural própria, que se

apoie em três vectores: na memória do passado, na fruição do presente e na projecção do

futuro. Em relação ao primeiro, importa concentrarmo-nos na valorização do Património.

Devemos relembrar o passado tal como ele foi. A rejeição dos novos revisionismos

históricos implica que o CDS deve defender que o Estado garanta uma rede de Museus de

Interesse Nacional – sob a égide do Plano Nacional de Recuperação do Património, que tem

de estar dotado de autonomia financeira e decisória que leve à sua concretização. No

segundo vector, contarás connosco para cuidar das tradições portuguesas. Sabemos o

papel que o CDS deve ter na defesa das expressões culturais tipicamente portuguesas. Não

olhamos, como outros, através da lente cosmopolita do tecnocrata urbano para as tradições

particulares e locais.

Contarás também connosco para mudar a forma como se pensa a criação artística. O

Estado não deve ser provedor nestes domínios, sob pena de uma criar uma cultura de

subsídio-dependência, preferência ideológica ou a promiscuidade na gestão pública se

tornar regra. Para livrar a Cultura da “tirania” dos números e das bilheteiras, deve o CDS

propor também o mecenato, inspirado no modelo norte-americano, no qual privados

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possam ter acesso a generosos benefícios fiscais como contrapartida do apoio à criação

artística.

Contarás ainda connosco para rejeitar a a ingerência dos poderes públicos na

comunicação social. A instrumentalização dos órgãos de comunicação para fins

propagandísticos, por parte de regimes autoritários, deve-nos alertar para o perigo da

nacionalização dos mesmos Não podemos ter um canal público, pago com o dinheiro de

todos os portugueses, chefiado por direcções que estejam ao serviço do status quo ou do

partido que vai alternando no poder. A RTP e a sua administração têm de ser efectivamente

independentes, sob prejuízo da sua principal função, enquanto canal público, ser

perniciosamente distorcida. Como forma de resolver esta relação de promiscuidade entre o

poder político e o canal público, o cenário da privatização da RTP tem que estar em cima da

mesa.

E finalmente, no terceiro vector, o futuro, contarás connosco para imprimir um horizonte

ambicioso para a política cultural do CDS. O partido deve estar na vanguarda pela

concretização do Museu dos Descobrimentos; tem de constituir-se como a força política

que pretende revogar o Acordo Ortográfico de 1990. E afirmar-se como o partido de futuro

para a projecção da Cultura portuguesa, defendendo a criação de uma Biblioteca Universal

da Língua Portuguesa (com um acervo que inclua toda a produção literária e científica de

todos os Países de Língua Oficial Portuguesa, com sucursais em todos PALOPs), e o reforço

da presença oficial portuguesa no mundo lusófono e em países no qual emigração

portuguesa seja significativa, através de Dependências do Instituto Camões.

Mundo Rural e Valorização do Território

Temos perfeita consciência de que não serão novos para ti todos os problemas de coesão

territorial que dividem o interior e o litoral do país. Mas, tal como tu reconheces, nós

também temos a consciência de que não se tem feito o suficiente para colmatar o êxodo

populacional e a desvitalização económica de 2/3 do território português.

Já te falámos deste problema: para o resolver precisamos de defender uma reforma

profunda do sistema político e eleitoral. Aqui vamos debruçar-nos sobre o que precisamos

de fazer para além disso. Sabemos tão bem quanto tu que é obrigatório o CDS ter um

discurso que seja representativo do sentimento nacional. A nossa ideia de futuro para o

interior português passa essencialmente por três áreas chave: política fiscal, política

agrícola, ordenamento do território e uma cobertura de infra-estruturas e serviços

públicos adequada.

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O despovoamento que o interior do país tem sido alvo nas últimas décadas só poderá ser

colmatado através de um verdadeiro choque fiscal, tal como o partido tem (e bem)

defendido nos últimos tempos. Continuamos a acreditar que a criação de um estatuto fiscal

próprio para os territórios do interior português constitui este efeito choque tão necessário:

através da fixação de uma taxa de IRC de 10% para todas as empresas que, criando emprego

local, fazem a sua actividade nestes territórios; através da redução a metade das taxas de

IRS previstas para os contribuintes com residência fiscal no interior do país; através do

aprofundamento da isenção de IMI para os prédios urbanos usados para habitação própria e

permanente. Novos enquadramentos regulatórios e fiscal servirão também para promover

o estabelecimento de charter cities no interior do país, potencializadas pela crescente

digitalização da economia - como o que vem sendo feito em Badajoz, um caso de sucesso

analisado internacionalmente.

É também necessário ajustar o actual regime de Autorização de Residência para o

Investimento – os “vistos gold” – às prioridades do nosso ordenamento do território,

privilegiando as zonas mais carenciadas em termos demográficos. Assim, de forma a

garantir um mecanismo de captação de investimento nos territórios do interior português,

devemos circunscrever a atribuição de “vistos gold” a investimentos efectuados em

territórios de baixa densidade populacional.

Mas, tal como tu reconheces, é preciso mais ambição nesta tarefa. O sector agrícola sempre

foi uma bandeira do nosso partido. Sempre soubemos que sem mundo rural não há mundo

urbano. Entre as prioridades para o futuro da nossa agricultura está a aposta na transição

geracional no sector, que complemente uma política séria de ocupação do território com o

choque fiscal para o interior. Dentro desta política de ocupação do território está a

necessidade de defender a efectiva execução do Plano Nacional de Regadios, o seu

aprofundamento e avaliar a sua capacidade de captação de recursos hídricos, essencial para

mantermos a vantagem do clima temperado do país e, ainda mais, para fazer face a futuros

problemas decorrentes das alterações climáticas. Não podemos permitir que qualquer

calamidade natural exponha os défices estruturais de que o nosso país carece.

Visamos fazer da cooperação transfronteiriça um motor do desenvolvimento do interior.

Para isso, é imperativo investir nas linhas de comunicação e transporte: entre elas, como

mais gritante, está a reabertura da linha do Douro entre Pocinho e Barca d’Alva, que nos

leva até Salamanca.

Da mesma forma, queremos ver o CDS a defender um ordenamento florestal rigoroso e

uma política florestal que promova a rentabilidade e o uso sustentável do território. Existe a

necessidade de promover o arrendamento e a cedência para exploração de parcelas

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florestais, através da Bolsa Nacional de Terras; o que permite a viabilização dos terrenos, o

seu cuidado, e evita desgraças como as que, infelizmente, conhecemos todos os Verões.

Será imperativo o partido liderar politicamente a criação de um plano nacional para a

floresta, abrangente, focado na dinamização económica.

Não se contorna o despovoamento do interior do país sem a garantia de que uma rede

adequada de serviços públicos. Ao mesmo tempo que trabalhamos uma verdadeira

cobertura de infra-estruturas no interior português – através da renovação de vias de

transporte, da concretização de projectos rodoviários há muito adiados, e da efectiva

ligação de todas as capitais de distrito pela ferrovia –, devemos concentrar esforços na

descentralização e desconcentração de serviços públicos para fora das duas principais áreas

metropolitanas, começando por transferir a sede de empresas e institutos públicos

dedicados à exploração e gestão dos recursos naturais próprios (geológicos, água, outros).

Conclusão

A História da democracia ensina-nos que o CDS é maior do que qualquer resultado

eleitoral. O seu lugar é insubstituível e indelegável.

Esta moção projecta-nos para um futuro que não quer ser a sombra dos equívocos do

passado. Este manifesto tem o firme propósito de ser o ponto de partida para recuperar a

tua confiança.

É também um certificado de autenticidade.

Autenticidade de um património recuperado, farol de liderança à direita, que se não

contorce para agradar a franjas alternativas nem ambiciona ser produto de contrafacção.

Autenticidade de um projecto que se não deixa domar – este novo partido antigo não será

o aperfeiçoamento do esboço desse partido fascinado pela modernidade, que nos

entregam, nem o pardo decalque de um partido alegadamente bem-comportado, máscara

da divergência calculista que mais não se propõe do que a fingir mudar alguma coisa para

que tudo fique – essencialmente – na mesma.

Autenticidade de uma liderança que recusa a dimensão puramente estética da política, não

amplifica o discurso do descontentamento, nem aceita resumir-se às cores tíbias das águas

turvas onde navegam os que não sabem de onde vêm ou para onde querem levar a direita

em Portugal.

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Autenticidade do sistema de valores constantes e orientadores, verdadeira chave de

leitura da realidade e suporte da afirmação matricial de um partido doutrinário, que procura

compreender as pessoas, em vez de as mudar, e acompanhar a evolução da sociedade em

vez de impor ideias pré-concebidas e transformações radicais.

Este documento apresenta-te, de modo consequente, um punhado de causas e razões

agregadoras, que dão rosto visível ao CDS e o munem de respostas pertinentes.

Sobre a sua base, continuaremos a trabalhar para construir esse renovado paradigma onde

possas reencontrar, à direita, os valores, o programa, o discurso e as propostas nas quais

possas Voltar a Acreditar. É chegada, pois, a hora de seguir em frente.

12 Medidas para Voltar a Acreditar

­ Uma profunda reforma interna do partido, que o aproxime das bases e dos

portugueses com uma estrutura para o conduzir à era digital, com a construção de

novas plataformas online e aplicações de apoios à militância, na aposta na

comunicação, no rebranding da imagem e no marketing, e na liderança nas redes

sociais.

­ Uma agenda para a transformação digital, que apoie o empreendedorismo estabeleça um foco

no trabalho do futuro, construindo um enquadramento onde a conciliação entre as vidas

familiar e profissional está no centro.

­ Um profundo plano económico que liberte a iniciativa privada, combata o desemprego e a

precariedade e diminua consideravelmente a carga fiscal.

­ Um SNS verdadeiramente apostado na prevenção, com introdução da carreira de médico

dentista, a aposta na saúde mental e um forte investimento no apoio aos doentes oncológicos

bem como na rede de cuidados paliativos. Descentralização de serviços especializados numa

lógica de valorização integrada do território.

­ Um ensino em que a liberdade de escolha, a autonomia, a autoridade dos professores e o

apoio aos mais desfavorecidos são prioritários.

­ Uma estratégia de reforço da transparência na vida política e de combate sem tréguas para

erradicar a corrupção.

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­ Criar o Estado 4.0. Menos burocrático, menos corporativista e com uma Administração Pública

mais Ágil e eficiente.

­ Reforma do Sistema Eleitoral que garanta maior representatividade e democraticidade,

retirando aos directórios partidários e devolvendo às pessoas a última palavra na escolha dos

deputados, que poderão finalmente escolher não só o partido, mas também o deputado que as

representa.

­ Uma aposta clara na sustentabilidade, em cidades inteligentes com controlo de tráfego, uma

gestão energética limpa e eficiente e uma rede alargada de transportes públicos e partilhados

movidos a energias renováveis.

­ A criação de um enquadramento que permita uma forte atracção de investimento para o

interior do país e a fixação de empresas, de jovens talentos, numa promoção da coesão

territorial que inclui a descentralização, desconcentração e deslocalização de órgãos públicos

que hoje têm sede em Lisboa.

­ Um novo contrato social que procure garantir a sustentabilidade da segurança social, a

protecção da família e a devolva a confiança ao sistema.

­ Reforma do modelo de supervisão financeira apostando na separação da supervisão prudencial

da comportamental por duas autoridades distintas que, ao mesmo tempo, agregam os três

sectores: bancário, instrumentos e serviços financeiros, e de seguros (acompanhando a

tendência de integração da oferta destes setores).

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