vol 2 o novo testamento-champlin-lucas - joão

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  • O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO

    M ER SIC U IO POR V tK S lC U U )

    Kusscll N o im a n Q u m p h n , Ph. D.

    VO LU M E II

    LUCAS

    JOAO

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  • REIS BOOKS DIGITAL

  • EVANGELHO DE LUCASESBOO:

    Observaes Gerais1. Autoria: U nidade de Lucas-Atos2. Data3. Propsito do Evangelho dc Lucas4. Fontes

    a. Muitas fontesb. Evangelho dc Marcosc. Qd. L 'e. A Influencia dc Paulof. Diagrama das Fontes do Evangelho de Lucas

    5 Contedo

    a. Breve esboo ^ .B . Q uando aparecem te x to s para le los cm M a teus e Lucas. a p rw w nU m o ab. Esb0C0 pormenorizado e x p o s i o em M a te u s ; em I.u c a n , a c re s c e n ta m o s a p v n a a lg u m a s n o ta s

    suplem entares.c. Material encontrado s em Lucas

    6. Bibliografia * * *

    que consubstanciam a autoria lucana desses dois documentos sagrados.

    2. DATA E LUGARVer o tratam ento mais completo sobre este assunto na

    introduo a A tos, sob o mesmo ttulo. provvel que o livro de A tos tenha sido escrito pouco

    depois do evangelho de Lucas {segundo fica subentendido no trechode Atos 1:1-3), alm do fato de que realm ente temos nos do is vo lu m es um a n ica o b ra l i te r r ia . P o r ta n to , no provvel que o autor se tenha demorado em demasia a escrever a segunda poro de sua obra. Poderamos supor que o livro dc Atos foi escrito no m uito depois de terem ocorrido os ltimos acontecimentos ali registrados, isto , quandb alguns dos * apstolos ainda estavam vivos. Ao mesmo tempo, o evangelho de Lucas e o livro de Atos devem te r sido escritos depois do evangelho de Marcos, visto que esta um a das principais fontes inform ativasdo evangelho de Lucas. Se aceitarmos os anos de 50 ou 60 D.C. como a da ta do evangelho de Marcos, ento poramos o evangelho de Lucas entre os anos 60 e 80 D.C. O livro de Atos se situaria no perodo finai desse clculo. A lg u n s crem que h ev id n c ias que ind icam que esse evangelho foi escrito aps a destruio de Jerusalm , o que tambm verdade quanto ao evangelho de M ateus, o que o situaria entre 70 e 80 D.C., como da ta de sua autoria. Todavia, pode te r p reced id o a esse aco n tec im en to : e, nesse caso , poderia ser situado entre 60 e 70 D.C. Lucas teve contactos constantes com Marcos (ver Col. 4:10,14; Filemom 24: Atos 12:12,25; 13:13; 15:37,41; II Tim. 4:11-13), pelo que teve acesso ao seu evangelho, provavelm ente pouco tempo depois de haver sido completado.

    O lugar de sua composio tem de ser deixado na rea das conjecturas, porquanto no temos qualquer evidncia positiva a esse respeito. A tradio antiga associa Lucas a Antioquia da Sria; m as, ainda que essa fosse a verdade, no poderamos afirm ar que, s por isso, Lucas ali escreveu o seu evangelho. As c id ad es de R om a, E feso e C o rin to tam b m tm sido sugeridas. No impossvel, posto que Lucas visitou tan tas testem unhas oculares dos m uitos acontecim entos, e, portanto, que tan tas viagens fez, que grande parte de seu evangelho tenha sido escrita em viagem, e que mais tarde ele reuniu o material e o editou.

    3. PROPSITO DO EVANGELHO DE LUCASO prprio a u to r d ec la ra p e re m p to ria m en te um dos

    propsitos que teve, ao escrever a sua obra, no prefcio deste evangelho (1:1-4) . M uitas pessoas haviam escrito a respeito de Jesus e sua vida admirvel, talvez de m aneiras incompletas e qui contraditrias; e Lucas desejava suprir uma narrativa em ordem e digna de confiana para Tefilo (que evidentemen- te era um alto oficial romano, possivelm ente recm-convertido

    O mesmo eminente erudito, E rnest Renan, que designou o evangelho de M ateu s com o o m ais im p o r ta n te liv ro que jamais foi escrito, declarou que o evangelho de Lucas o mais belo livro que jam ais foi escrito. Buckner B. Trawick (The New Testam ent as L iterature, Gospels and Acts, pg. 50), acredita que o evangelho de Lucas o mais amado dos livros. E amado por todos porque seu prprio autor sempre demonstrou sinais de ternura. Contentou-se em perder-se inteiramente em Algum maior do que el. e o seu livro m ostra que ele am ava humanidade com um a afeio genuna. E ra o mdico amado conforme o apstolo Paulo o chamou (ver Col. 4:14).

    1. AUTORIAVer o tratam ento muito m ais completo sobre este assunto

    naThtroduo a A tos, sob o mesmo ttulo. L tam bm dada a descrio da pessoa de Lucas no ltim o pargrafo.

    Unidade de Lucas-AtosC onsiderados ju n ta m e n te , os liv ro s do ev an g elh o de

    Lucas e dos A tos dos Apstolos representam pouco m ais do que um quarto do volume do N .T . Isso significa que Lucas contribuiu com mais material, para o volume total do N .T ., do que qualquer outro autor sagrado, porquanto Lucas-Atos contm mais material do que as treze epstolas paulinas (se no considerarmos como paulina a epstola aos Hebreus). Ainda que no h o u v esse o u tro m o tiv o alm do volum e, Lucas-A tos te r ia de se r u m a im p o r ta n te co n sid e rao no estudo do N.T. A autoria comum desses dois documentos, e o fato de que L ucas foi e sse a u to r , um fa to b v io e.

    te reconhecido. Constituem dois volumes do literrio. A passagem de Atos 1:1 m ostra que mes c o n s titu e m u m a un idade e tm origem 0 ano de 185 D.C. (no livro de Irineu, Contra 14), encontramos um a afirmao sobre a autoria dois livros. O testem unho do Canon Muratoria- do sculo I I d a era c r is t , con firm a essa

    estemunhos similares so dados por Tertuliano (Marc. IV.2),\OrgenesT Eusbio (H istria , V I.25) e Jernim o (Vir. iliustr. 7). Ppls fins do sculo II D.C. essa era um a tradio comum.rta igreja de Roma. Evidncias lingsticas comprovam as reivindicaes da autoria de Lucas, bem como

    as declaraes da tradio citada acima. Quase duas vezes mais so as palavras peculiares dos livros de Lucas e Atos, no N.T., do que nos outros dois evangelhos sinpticos e em Atos; e muitas palavras e expresses caractersticas do estilo de Lucas se en co n tram em am bos os d o cu m en to s . E ssa s declaraes tm sido desafiadas (como no livro de A.C. Clark, The Acts of the Apostles, sobre argum entos lingsticos. Mas quase universalm ente esses desafios no so reputados convincentes, especialmente luz de m uitas provas positivas

  • LUCAS

    S en h o r p ro m eteu a m esm a bno aos seus d isc p u lo s , especialmente aps a sua ressurreio. O livro de A tos d continuao ao mesmo notvel pormenor, pois neste livro que o Esprito Santo recebe mesmo proeminncia.

    L ucas sa lie n to u a vida de orao de J e s u s m ais do que qualquer dos demais evangelhos. Vemos isso logo aps o seu batismo, im ediatam ente antes de haver selecionado os doze, quando passou a noite inteira em orao, e por ocasio de sua transfigurao, e a t mesmo no m om ento da morte: Pai, em tuas mos entrego o meu esprito. A prtica da orao, por conseguinte, tornou-se comum na igreja primitiva.

    M uitos tm observado que o evangelho de Lucas demonstra um m a rc a n te in te re sse pelo p ap e l das m ulheres e a importncia delas na tradio do evangelho. Portanto, um dos propsitos de Lucas foi o de m ostrar os privilgios do sexo m ais fraco no seio da ip re ja . p o r e s sa razo que ali encontramos vrias narrativas com essa nfase: M aria, Isabel, a profetisa Ana, as filhas de Jerusalm , que lamentavam os sofrimentos e a m orte de Jesus, etc. Mulheres tambm so destacadas no livro de A tos, como Safira, Priscila, Drusila, Berenice, M aria (me de Joo Marcos), a criada Rode, Ldia, D am aris de A te n a s , as q u a tro f ilh a s de F ilip e , que profetizavam, e uma referncia incidental de que Paulo tinha uma irm (A tos 23:16).

    Lucas procurou compensar certas grandes deficincias do evangelho de Marcos, como, por exemplo, a falta de meno das aparies de Jesus aps a sua ressurreio. O propsito de Lucas era fortalecer a f na histria do sepulcro vazio, e as suas pesquisas preencheram adm iravelm ente essa necessidade.

    4. FONTES INFORM ATIVASParece perfeitam ente bvio que o prprio Lucas no foi uma

    testem unha ocular. Existem tradies que declaram que ele foi um dos setenta discpulos especiais enviados por Jesus, a fim de expandir o ministrio dos doze apstolos (conforme se v em E p ifn io , H er. 1 :12). T a lvez essa tra d i o se tenha originado da observao de que som ente Lucas registrou o m in is t rio dos s e te n ta d isc p u lo s . P orm , o p refc io do ev an g e lh o de L u cas deixa p e rfe ita m e n te c la ro que ele m esm o no era te s te m u n h a o cu la r , em bora tiv e sse tido contacto com m uitas delas. Eusbio (Histria Eclesistica, I I I .4) diz-nos que Lucas era nativo de Antioquia da Sria, e que os seus pais eram gentios (conforme tam bm indicado por Col. 4:11,14). Provavelmente se converteu desde cedo ao cristianismo, depois da inaugurao dos primeiros esforos evangelsticos da igreja. A sua histria, no livro de Atos, tem ligaes iniciais com Paulo, em Trade (ver Atos 16:10), onde a palavra ns subentende que naquele tem po o escritor era um dos companheiros do apstolo.

    a. M uitas fontes. As fontes inform ativas foram muitas, tan to escritas como orais: Lucas declara em seu prlogo (Luc. 1:1-4) que fez um intenso estudo da narrativa evanglica a fim de ser capaz de escrever um a narrativa digna de confiana e convincente da verdade sobre a grandeza de Jesus. Consultou a m uitos dos que tinham tido conhecimento em primeira mo das palavras e das aes de Jesus. provvel que muitos dos incidentes registrados no evangelho de Lucas (que no se encontram nos evangelhos de M arcos ou de Mateus), tal comoo ap a re c im en to de J e s u s , aps a su a re ssu rre i o , aos discpulos de Em as, foram acontecim entos registrados base de apenas um a ou duas testem unhas. Uma delas designada pelo nome, isto , Clopas, sendo provvel que ele quem te n h a su p rid o a h is t r ia . D eve te r h av id o m u ita s o u tra s n a r ra t iv a s e a firm a es de J e s u s , s u p r id a s a L u cas, por diversas testem unhas oculares diferentes. As histrias sobre 08 ltimos dias de Jesus, em Jerusalm , foram narradas por tais testem unhas oculares, e gradualm ente assum iram a forma de um a narrativa contnua. Paulo menciona quinhentas testemu- nhas oculares da ressurreio de Jesus, pois viram-no em determ inada ocasio; Marcos baseia sua crena no descobri- m en to fe ito pe las m u lheres; M a te u s a c re sc en ta a isso o aparecimento de Jesus aos onze, na Galilia. A narrativa de Lucas contm ainda mais pormenores, resultantes de suas p e sq u isa s p e sso a is , ao in v s d e d ep en d e r d a s trad i es a p re s e n ta d a s nos e v an g e lh o s de M arco s e M ateu s . O utro tan to pode-se dizer a respeito dos captulos finais do evangelho de Jo o , e ta lv e z tam b m do ev an g e lh o no -cann ico de Pedro. As diferenas nas verses envolvem, principalmente,

    legitimidade histrica com parativa de cada narrativa.

    ao cristianismo). Todavia, tambm possvel que Tefilo no fosse o n ico d e s tin a t r io p o rq u e L u cas pode te r t id o o interesse de suprir um evangelho em ordem e completo para leitores no-juaeus. E Lucas tam bm queria esclarecer, ao governo imperial de Roma, que os cristos no eram alguma seita sediciosa e subversiva, e nem mera faco do judasmo; pelo contrrio, que a sua mensagem universal, e, por isso mesmo, im portante para todos os povos. Tambm desejava apresentar um Salvador universal, um grande e compassivo Mdico, M estre e Profeta, que viera aliviar os sofrimentos humanos e salvar as almas dos homens. O governo romano havia aprendido a tolerar o judasm o, quase inteiramente, por te r a n tig a s e p ro fu n d as ra zes c u ltu ra is . v e rd ad e que o cristianismo tinha origem recente, m as isso no significava que no tiv e sse im p o rt n c ia u n iv e rsa l, m o tivo p o r que tambm deveria usufruir de aceitao por parte do estado rom ano . in te re s s a n te o b se rv a rm o s que e s te evange lho exerceu pouco efeito na situao poltica, e que as perseguies de forma alguma se abrandaram ; de fato, se prolongaram at os d ias de C o n s ta n tin o (300 D .C .) . P o r c o n seg u in te , a legalidade do cristianism o no foi aceita, nem por causa deste evangelho nem em vista de qualquer outro motivo.

    No podemos deixar de notar, igualmente, que a mensagem geral dos evangelhos sinpticos, e no apenas a do evangelho ae Lucas, que a igreja tinha por inteno suprim ir a sinagoga como o verdadeiro Israel, e que por isso mesmo tinha o direito de ser reconhecida e a t mesmo de ser protegida pelo estado, conforme este vinha fazendo com o judasm o. 08 cristosfo- ram perseguidostanto por Roma como pelos judeus. 08 cristos gostariam de ver removidos ambos esses fatores, ou ento, pelo menos, de ter obtido, em algum a medida, alguma proteo romana contra as aes maldosas de determinados elementos radicais, as autoridades religiosas dos judeus. Jesus comprovara ser o M essias das profecias judaicas, sobrenatu- ralmente comprovado. Somente a perverso voluntria das m assas populares judaicas havia forado Paulo e Bam ab a 8e lanarem em um a m isso e n tre os p ag o s . Os c r is t o s , portanto, em realidade no eram apsta tas do judasm o, mas representavam o verdadeiro Israel, porquanto a m assa do povo te rre n o de Is ra e l se re c u sa ra o b s tin a d a m e n te a reconhecer a mensagem de Deus, entregue por intermdio do seu prprio Messias.

    Apesar de suas origens judaicas, todavia, o cristianismo d everia se r re p u ta d o com o relig io u n iversa l, p o rq u e no reconhecia qualquer limitao racial ou cultural. 0 evangelho de L u cas tra a a genea log ia de J e s u s a t A do , e no a t A brao ; e esse fa to , por si m esm o, ex tre m a m e n te significativo, porquanto subentende universalidade. Jesu s foi declarado pelo profeta Simeo como .../uz para revelao aos gentios, e para glria do teu povo de Israel (Lucas 2:32). No evange lho de L ucas, em su se rm o in a u g u ra l, J e s u s asseverou que Elias no fora enviado s m uitas vivas de Israel, e, sim , a Sarepta, na terra de Sidom, ao passo que Eliseu no purificou nenhum dos m uitos leprosos que havia em Israel, mas to-som ente a Naam, o srio. Um sam aritano, e no um judeu, o heri de um a das m ais coloridas parbolas do evangelho de Lucas. Quando Jesu s curou os dez leprosos, apenas um, um agradecido sam aritano, regressou para louvar a Deus e dar-lhe graas. Alm desses fatos, tambm devemos notar que o prprio evangelho de Lucas prepara o caminho para o livro de Atos, que , bem definidamente, um a descrio sobre a evangelizao universal, feita pelos cristos primitivos. E a ssim que ouv im os P edro a p re g a r: R econheo p o r verdade que Deus n faz acepo de pessoas; pelo contrrio, em qualquer nao, aquele que o teme e faz o que ju sto lhe ace itvel (A to s 10:34,35). E a li, ig u a lm e n te , que encontramos as palavras de Paulo e Barnab: Eu te constitui para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvao at aos confins da terra (Atos 13:46,47). Por conseguinte, pode-se ver claramente oue um dos grandes tem as deste evangelho a universalidadeda mensagem crist.

    E xistem outros propsitos, alm dessas finalidades mais latas: Lucas d proeminncia obra do Espirito Sant . H dezessete referncias ao Esprito, no evangelho de Lucas, em comparao com as seis referncias no evangelho de Marcos, e com as doze referncias no evangelho de M ateus. Assim que, j nos c a p tu lo s de in tro d u o , lem os a in fo rm ao do en ch im en to de Jo o B a tis ta com o Espirito Santo. M aria recebeu a sua mensagem por agncia do Espirito Santo. Jesus foi batizado no Espirito Santo. O Cristo, que saiu por toda p a r te fazendo o bem , e ra g u iad o pelo E sp r i to S a n to , e o

  • LUCAS

    fonte informativa L).c. Fonte informativa Q. deriva-se do vocbulo germnico

    quelle, que significa, fonte. Cerca d eum quin todo material do evangelho de Lucas se deriva da fonte de tradies que se tem convencionado cham ar de (^. Lucas usou esse material em com um com M ateu s; m as e p ro v v e l que m u ita s d as declaraes que h no evangelho de Lucas no faam parte desse d o cu m en to , m as a n te s , rep re se n te m o u tra s fo n tes escritas ou orais s quais Lucas teve acesso. Talvez a base de grande parte desse material fossem os chamados orculos do Senhor, supostam ente obra do apstolo M ateus; e, embora esse documento tivesse sido escrito em hebraico, com o que Papias queria dizer aramaico. no impossvel que tambem e x is tis s e um a tra d u o p a ra o g re g o . A fo n te Q q u ase certam ente era um documento vazado no idioma grego. A p ro v en in c ia de q u ase to d a a fo n te in fo rm a tiv a Q p ro v av e lm en te e ra p a le s tin ia n a . Alguns tm su p o s to que M ateus usou Lucas, ou ento que Lucas usou M ateus como fo n te in fo rm a tiv a , e q u e , p o r isso m esm o, aq u ilo que se chamou de fonte inform ativa Q simplesmente um a cpia e adaptao de m ateriais que j existiam em forma escrita, em um ou o u tro d esses do is e v a n g e lh o s . P o rm , os e ru d ito s modernos, em sua maioria, duvidam dessa possibilidade. Outros duvidam da prpria existncia de Q. De qualquer maneira, as nossas declaraes sobre fontes so tentativas e no dogm ticas.

    d. Fonte inform ativa L. E sta a fonte do evangelho de Lucas, por detrs dos m ateriais que se encontram somente nesse evangelho. Sua provenincia (tal como no caso da fonte in fo rm a tiv a QX p ro v av e lm en te p a le s tin ia n a . C erca dequarenta por centodo evangelho de Lucas se deriva dessa fonte inform ativa L, a qual, mui provavelmente, em realidade era uma combinao de tradies, tan to escritas quanto orais, algum as das quais certam ente dependiam de um a nica testem unha ocular qualquer. A fonte informativaL representa as pesquisas pessoais de Lucas nas questes

    3

    . * * J n 1 T _

    Lucas. Incluso na fonte informativa L acha-se o documento de viagem, Luc. 9:51 18:4 , que descreve como que um a lenta viagem da Galilia at Jerusalm , onde so narrados muitos in c id e n te s da v id a de J e s u s , com o se tiv essem ocorrido durante essa viagem. E ntretan to , provvel que Lucas no q u ise sse que e ssa seco fo sse a ss im co m p reen d id a , m as- to-som ente estava expandindo o nosso conhecimento sobre a vida terrena de Cristo. Foi provavelm ente por acaso que essa

    -eeco foi p o s ta no fim do m a te r ia l que L u cas tom ou de Marcos por em prstim o, em cujo ponto a jornada a Jerusalm teve inicio. Tendo usado todo o material histrico de Marcos, Lucas ainda tinha m uito a ser d ito , e simplesmente ps tudo em um nico b loco, nesse p o n to , sem in ten o a lg u m a de tom -lo parte de um a longa e lenta viagem a Jerusalm . Dessa fonte inform ativa L tam bm se deriva o tratam ento especial dado por Lucas semana da paixo e s aparies de Jesus, aps a sua ressurreio, que no se encontram nos outros evangelhos. Sua considerao especial para com as mulheres, para com o ladro penitente, para com a forma como Jesus escapou da tu rb a , em N azar , a e x tra o rd in r ia pesca de Simo, a ressurreio do filho da viva de Naim, a cura de uma mulher aleijada, a cura de um homem que sofria de hidropsia, a cura de dez leprosos (com o grato sam aritano que havia entre eles), tu d o isso se d e riv a d essa fo n te in fo rm a tiv a . E ssa tradio re tra ta Jesus como profeta, m estre e mdico, tendo afinidades com a profecia judaica e sua literatura de sabedoria. A fo n te in fo rm a tiv a L era p a r tic u la rm e n te rica em p a r b o la s . E x is te m treze p a r b o la s c o n tid a s a p en as no evangelho de Lucas. (Ver a lista na seco seguinte, intitulada Contedo, sob o subttu lo M aterial encontrado s em Lucas).

    e. A in flu n c ia de P aulo . possvel, que c e r ta s das revelaes d a d a s ao ap sto lo P au lo ten h am in fluenciado algumas expresses e conceitos bsicos do evangelho de Lucas (tais como as que encontram os em Ef. 3:3; I Cor. 9:1 e 11:23). P arece h av e r c e rto p a ra le lism o n as p a la v ra s , e em ta is comparaes como Luc. 10:7 com I Cor. 10:27; Luc. 17:27-29 e 21:34,35 com I Tes. 5:2,3,6,7. A lguns tam bm acreditam que a escolha de m ateriais, no evangelho de Lucas, especialmente a poro d e riv a d a da fo n te in fo rm a tiv a L, te n h a sido in flu en c iad a pelos e n s in a m e n to s de P au lo , bem com o da associao geral que Lucas teve com Paulo. Alguns eruditos tm negado essa influncia, ou, pelo menos, tm-na diminudo

    b. Evangelho de Marcos. Quase universalmente se concorda hoje em dia que tan to M ateus como Lucas se utilizaram de Marcos como esboos histricos bsicos de seus respectivos evangelhos. As razes para essa crena so dadas no artigo da introduo a e s te co m en trio , in ti tu la d o O P rob lem a Sinptico, onde o leitor poder encontrar pormenores sobre essa idia. As fontes inform ativas do evangelho de Marcos so descritas na in tro d u o quele ev an g e lh o , pelo que e ssa s fontes, em sentido secundrio, tam bm so fontes informati- vs empregadas por M ateus e por Lucas. Lucas om ite maior poro de Marcos do que o fez M ateus (o qual empregou cerca de noventa e trs por cento do m aterial de Marcos), ao passo que Lucas conta com cerca de sessenta por cento dos seiscentos esessenta e um versculos do evangelho de Marcos, de m istura cora seu p rprio to ta l de m il, cen to e q u a re n ta e o ito versculos. Portanto. Marcos contribuiu com cerca deum terodo contedo to tal do evangelho de Lucas. Lucas segue quase exatamente a ordem de acontecim entos do evangelho de Marcos, desviando-se apenas duas vezes em sua seqncia histrica. No corpo de seu evangelho, Lucas usou cinco blocos de material do evangelho de Marcos, a saber: 4:31-44; 5:12 6:16; 8:27 9:50; 18:15-43 e 19:28 * 22:13. Jun tam ente com essas pores, Lucas entremeou combinaes dos m ateriais L e Q, ou apenas do m a te r ia l L. (V er d iscu ss es a respeito dessas outras fontes inform ativas). Os motivos de Lucas, para om itir o material de Marcos, em contraste com a atitude de M ateu s , que o u so u p ra tic a m e n te to d o , ta lv ez sejam 08 seguintes:

    1. Melhorar o estilo e o contedo do evangelho de Marcos, substituindo-o por algum outro m aterial.

    2. Omitir incidentes secundrios ou m ateriais considerados de relativa importncia.

    3. Omitir incidentes que no pareciam adaptar-se bem com a ordem e o propsito de seu evangelho, ta l como a maldio contra a figueira (Marc. 11:12-14,20-22).

    A mais notvel omisso de m aterial de Marcos, por parte de Lucas, o trecho de Marc. 6:45 - 8:26, o que alguns estudiosos chamam de A G rande O m isso . E s sa seco en ce rra 08 seguintes in c id en tes: J e s u s a n d a por so b re a g u a ; c u ra s operadas em Genezar: controvrsia com os fariseus sobre a tradio dos ancios; Jesus e a m ulher siro-fencia; cura do surdo-mudo, por meio de saliva; multiplicao dos pes para os quatro mil homens; controvrsia com 08 fariseus acerca de um sinal do cu; discurso em um a em barcao, quando Jesus e seus discpulos atravessaram o lago; e cura de um cego por meio de saliva. Alguns tm postulado um a forma mais antiga do evangelho de M arcos, ch am ad o de protomarcos, que Lucas teria usado e que no encerrava esses incidentes, mas isso no parece provvel. possvel que parte dessa seco no fizesse parte do protomarcos original, isto , Marc. 8:1-26, posto que essa seco p a ra le la a 6:30 7:37 (M arcos), e ambas comecem com a multiplicao miraculosa de pes e terminem com a travessia do lago e um a discusso entre Jesus e os seus discpulos. possvel que am bas tivessem alicerce numa nica n a rra tiv a , ou que am b a s fossem rea lm en te variaes da mesma tradio, e que uma delas (8:1-26) fosse uma adio posterior. Mas, acerca disso, no podem os ter nenhum conhecimento certo; e mesmo que o tivessemos, no explicaria as o u tra s pores onde L u cas o m ite e ssa longa seco.

    Abundam teo ria s sobre a razo pe la q u a l oco rreu essa omisso, m as em rea lid ad e nada sa b em o s com a b so lu ta certeza. Provavelmente Lucas dispunha de tan to m aterial, para possvel uso , aps su a s d iv e rsa s p e sq u isa s , que simplesmente teve de deixar de fora certas informaes, para

    ?ue seu evangelho no ficasse dem asiadam ente volumoso, arte do material de Marcos foi om itido porque Lucas, nessas passagens, em pregou o u tra s fo n te s que a p re se n ta v am contedo sim ilar. E ssa s p a ssa g e n s so: M arc. 1:16-20. a chamada de Simo. Andr, Tiago e Joo (Luc. 5:1-11., da fonte informativa L); Marc. 3:19b-3G, a controvrsia sobre Belzebu (Lucas 11:14-26, da fonte inform ativa Q); Marc. 4:26-33, parbolas do crescimento secreto da semente e da semente de m ostarda (Lucas 13:18-21, da fonte Q); Marc. 6:1-6, rejeio de Jesus em Nazar (Lucas 4:16-30, da fonte inform ativa L); M arc. 10:42-45, a firm aes so b re a verdadeira grandeza (Luc. 22:15-27, da fonte inform ativa L); Marc. 12:28c-34, indagao sobre o grande m andamento, pelo escriba (Luc. 10:25-28, da fo n te in fo rm a tiv a L; M arc. 14:3-9. uno de Jesus em Betnia (Luc. 7:36-39,44-50, da

  • 4 LUCAS

    grandemente; contudo, no podemos desconsider-la inteira- mente.f. Diagrama das fontes do evangelho de Lucas

    Q- Cerca de 1/5 do evangelho de Lucas: fonte do ensino Fales- tiniano: ditos de Jesus. Documento que Mateus tambm usou.

    Evangelho de Marcos: Esboo histrico: 1/3 do evangelho dc Lucas

    EVANGELHO SEGUNDO LUCAS

    M uitas fontes: orais e escritas

    L Material encontrado s em Lucas: Fonte pales- tiniana de histria e ensinos. Cerca de 40% do evangelho. M uitos incidentes sobre os dias finais. Aparies da ressurreio.

    Influncia de Paulo. Alguns conceitos bsicos, expresses de idia, escolha de parte do material a ser includo.

    f. Sobre os sinais, 11:29-36g. Denncia contra as autoridades, 11:37-54h. Responsabilidades e privilgios do discipulado.

    12:1-13:9i. Ensino na sinagoga no sbado, 13:10-21 j. Ensino durante a viagem, 13:22-35 k. Cura e ensinos, 14:1-24 1. Condies do discipulado, 14:25-35 m .Am or de Deus pelos perdidos, 15:1-32 n. Uso e abuso das riquezas, 16:1-310. O perdo, a f, a graa e a ingratido, 17:20-37 p. O reino e o Filho de homem, 17:1-19 q. Prtica da orao, 18:1-14 r. E ntrada no reino dos cus. 18:15-34 s. Jesus em Jeric, 18:35-19:27

    6. Ministrio de Jesus em Jerusalm, 19:28-24:12a. E ntrada, 19:28-46b. T entativas de incriminar a Jesus, 19:47-21:4c. O pequeno Apocalipse, 21:5-38d. A ltima ceia, 22:1-23e. Discursos de despedida. 22:24-38f. Aprisionam ento de Jesus, 22:39-65g. Condenao de Jesus, 22:66-23:25h. O Calvrio, 23:26-561. O tmulo vazio. 24:1-12

    7. O Cristo ressurrecto, 24:13-53a. Na estrada de Em as 24:13-35b. Aparecimento de Cristo em Jerusalm 24:36-43c. Mensagem final aos discpulos 24:44-49d. A despedida 24:50-53

    c. Material encontrado s em Lucas Milagres: No ev an g elh o de L u cas so n a rra d o s vinte

    milagres. Desses, quinze aparecem em M ateus, em Marcos ou em ambos. Um desses milagres (a pesca milagrosa) contado ex c lu s iv a m e n te por L ucas e J o o . Q u a tro m ilag res so historiados apenas por Lucas: a ressurreio do filho da viva de N aum (7:ll-17), a cura da mulher defeituosa (13-10-17), a cu ra de um hom em com h id ro p s ia (14 :1-6), a cu ra dos dez leprosos (17:11-19).

    Parbolas: O evangelho de Lucas o melhor recontador das parbolas de Jesus. Ali so preservadas trin ta parbolas, da8 quais dez so peculiares a esse evangelho: os dois devedores (7:36-50); o bom sam aritano (10:25-37); o amigo importuno (11:5-10); o rico in se n sa to (12:16-21); a fig u e ira estril (13:6-9); o intruso (14:7-11); o banquete (14:16-24); o clculo do c u s to : d u a s p a r b o la s c o n c e rn e n te s ao d iscipulado (14:28-33); a m oeda p e rd id a (15:8-10); o filho prdigo (15:11-32); o mordomo desonesto (16:1-9); o rico e Lzaro (16:19-31); o a g r ic u lto r e seu se rv o (17:7-10); a viva persistente e o juiz injusto (18:1-8); e o fariseu e o publicano (18:9-14).

    5. CONTEDOa. Breve esbooA organizao do material deste evangelho similar de

    Marcos, a saber: Introduo: Nascim ento de Joo B atista e infncia de Jesus - Caps. 1-2; B atism o e tentao de Jesus Caps. 3:1 - 4:13; ministrio na Galilia - Caps. 4:14 - 9:50; M inistrio na Peria - Caps. 9:51 10:28 ; Ministrio na Judia- C aps. 19:28 * 22:38; A p ris io n a m e n to , ju lg a m e n to s , crucificao, ressurreio e ascenso de Jesu s Caps. 22:39 - 24:53.

    b. Esboo pormenorizado1. Prefcio , 1:1-42. Nascimento e infncia de Jesus, 1:5 2:52

    a. Anunciaes a Zacarias e a Maria, 1 :5 -2 5b. Promessa a M aria sobre o nascimento de Jesus, 1:25-56c. Nascimentos de Joo B atista e de Jesus 1:57- 2:20d. Infncia e meninice de Jesu s 2:21- 52

    3. Introduo ao ministrio pblico de Jesus, 3:1 - 4:13a. Ministrio de Joo B atista 3:1-20b. Preldio do m inistrio de Jesus, com seu batismo,

    genealogia e tentao 3:21 4:13 4. Ministrio Galileu, 4:14 - 9:50

    a. Incio, volta Galilia, rejeio em Nazar 4:14-30b . M in is t rio em C afa rn au m e c e rc a n ia s , cu ra do

    endemoninhado, da sogra de Simo, chamada dos primeiros discpulos, cura de um leproso. 4:31:-5:16

    c. Controvrsias com as autoridades, cura de um paral- tico, cham ada de Levi, parbola dos convidados ao casam ento, outras parbolas, colheita de gros no sbado, a escolha dos doze. 5:17-6:11

    d . G ran d e se rm o , p a ra le lo do serm o do m o n te de M ateus. 6:12-49

    e. M inistrio de curas de Jesus. 7:1-17f. Relaes entre Jesus e Joo B atista . 7:18-35g. Relao de Jesus com um pecador penitente. 7:36-50.n. Jesu s como m estre itinerante e operador de milagres,

    parbola do semeador, da candeia e outras, parentesco espiritual, acalmando a tem pestade, o endemoninhado geraseno, a filha de Jairo, a mulher com hemorragia. 8:1-56

    i. Relaes entre Jesus eo s discpulos, misso dos doze, primeira multiplicao dos pes, confisso de Pedro, p rim e ira p red io de J e s u s so b re su a m o rte , a tra n s f ig u ra o , exorc ism o de dem nios, seg u n d a p red io de J e s u s sobre su a m o rte , d isp u ta so b re posies, amor aos discpulos desconhecidos. 9:1-50

    5. Viagem a Jerusalm, 9:51 19:27 a. Os sam aritanos hostis, 9:51-56b. Misso dos setenta, 10:1-24c. Controvrsias c perguntas, 10:25-42d. Ensino sobre a orao, 11:1-13e. Exorcismo de demnios, 11:14-28

  • 5LUCAS

    6. B IB L IO G R A F IAO com en t rio sobre Lucas 30 bu.suia sobre qua torze com en trios em srie. Na

    in trod u o Icom a lis ta de abreviaes la rgam ente usadasI estas colees so iden tificadas . A l m destes liv ro s , recom endam os os seguintes:Croed, John M a r t in , The Gospei A c c o n lin g 10 S t. L u k e : Londres: M a cm illa n

    C o.. 1930.E aston , R u rto n S co tt. The G ospel A c c o rd in g to S t. L u k e : N ew Y o rk : C harles

    S crihe r'8 & Sons, 1926.E n s lin . M o rto n S co tt. The L ite ra lu re o f the C h ris tia n M o vem e n t. p a rt 111 o f

    C hris tia n B e g inn ings, H a rp e r and B ro th e rs : N ew Y o rk : 195,T i tu s. E r ic Lane. E sse n tia ls o f N ew T estam ent S tu d y , New Y o rk : T h e Ronald

    Press. 1908.T ra w ic k . B uckner B .. The N ew T estam ent as L ite r a tu r t iG ospels and A c ts l:

    New Y o rk : Barnes und N ob le . 1964. O In te rp re le r 's B ib le est u tiliz a d o neste coment-imo pela g e n til perm isso da

    A b in g d o n -C o k iv ib u ry Press, N a s h v illc . D etta ob ra . s&o c itados, em Lucas, as a u to re s S . M a c le a n G i lm o u r , W a l te r l lu s s e ll B o w ie . J o h n K n o x , t e o rg e A r th u r B u t t r ic k e Paul Scherer. ^

    Outros incidentes: Alm do material que aborda oa milagres e as p a rb o la s , o ev an g e lh o de L u cas p rov a lg u m as informaes histricas adicionais. A histria das anunciaes a Zacarias e a Maria, a histria do nascimento de Joo B atista, a infncia de Jesus, o incidente no templo, quando Jesus tinha doze anos de idade, a nfase sobre as mulheres, a profetisa Ana, a v i v a de N aim , M arta e M aria , e a m in is tra o s mulheres. E ste evangelho tambm historia, com exclusivida- de, O julgamento de Jesus perante Herodes, certas palavras proferidas por J e s u s na c ru z , com o .. .p e rd o a - lh e s ... , o arrependimento de um dos assaltantes crucificados, a viagem at Emas e a ascenso de Jesus (se o trmino do evangelho de Marcos no autntico).

    J PREFACIO, 1:1-41:1 (Quanto a notas sobre o termo evangelho, ver M at. 1:1 e Rom. 1:16. Quanto an o ta s sobre a autoria, data, lugar de escrita,

    propsitos, fontes inform ativas, contedo deste livro, ver a introduo a este evangelho).Visto que m uitos houve que empreenderam uma narrao coordenada... Nestas palavras vemos a im portncia da base

    histrica do cristianism o, bem como a f dos primitivos cristos de que essa base era digna de confiana. G rande parte do material que forma este evangelho de Lucas lhe foi transm itida por testem unhas oculares. A indicao que ele viajou propositadamente e indagou queles que possuam conhecimento em primeira mo. Lucas deixou entendido, como tam bm fica declarado no segundo versculo, que ele mesmo no era testem unha ocular, negando assim aquela tradio que se tem criado em redor de sua p esso a , que faz dele um dos s e te n ta d isc p u lo s . (V er Epifnio Haer. 1 :12). H av ia em c ircu lao m u ito s evangelhos, alguns orais e outros escritos. provvel que entre esses figurasse tambm o evangelho de Marcos, que forma a base da narrativa histrica deste evangelho. Lucas fez uso de cerca de sessenta por cento daquele documento, ou diretam ente, ou ento, como possvel, do protomarcos, em alguma de suas formas. Lucas no era de opinio que o testem unho fora perfeito ou completamente cumprido, e lanou-se tarefa de expor uma narrativa organizada da vida e do sentido da vida de Jesus, tendo usado muitas fontes inform ativas e tendo feito pesquisas pessoais para aum entar o valor de seu evangelho. Seu evangelho no uma biografia no sentido verdadeiro da palavra, como os outros evangelhos tambm no o so, mas aproxima-se disso mais do que os demais evangelhos. Entre os muitos evangelhos que circulavam, paralelamente ao evangelho de Marcos, Lucas empregou a fonte informativa Q, os m ateriais de ensino, talvez baseados nos Orculos do Senhor, que Papias menciona como material escrito pelo apstolo M ateus. A fonte inform ativa denominada L inclui pores das tradies preservadas nos muitos evangelhos, alm de relatos individuais de diversos cristos antigos. Provavelmente se deriva do solo da Palestina. (Quanto a detalhes sobre as fontes inform ativas do evangelho de Lucas, ver a introduo a este evangelho. No artigo intitulado Fontes Informativas). * *

    1 \717/ 7(: v ,e xe m p lo de e q u ilb r io re t r ic o e de e s tru tu ra dos p e ro do s . Seu e s tilo no p erde p a ra o m e lh o r m o de lo d o g reg o , ao passo que a n a rra tiv a que se segue c a ra c te ris tic a m e n tc se m tica . N o o b s ta n te , Lucas su rge c o m o u m dos m e lho res a u to res a n tig o s d o p o n to de v is ta da p o lid e z lite r r ia e d o uso de u m b o m g re g o k o in . ( Q u a n to a u m a d is c u s s o a c e rc a d a s d iv e rs a s q u a lid a d e s de grego, e n c o n tra d a s nas pag in as do N .T . , ver a seco da in t ro d u o in t itu la d a A L in g u a g e m do N ovo Te s ta m e n to ).

    in te ressan te obse rva r q ue o p r lo g o dc Lucas se assem elha ao p r lo g o de A r ia n o , cm seu A n b a s is d e A le x a n d re .

    Sc a lg u m in d a g a r p o r q u e . a ps ta n to s h is to r ia d o re s , es ta o b ra dc h is t r ia ta m b m 111c o co rre u , q u a n d o esse a lg u m h ou ve r l id o e in ve s tig a do ta n to a q u e la s o b ra s to d a s c o m o ta m b m e s ta m in h a , q u e indague (E u s b io . H is t. E cc I. X X X .2 4 ,1 5 ). P o r estas p a la v ra s vem os q ue E usb io cons id e rava esse p r lo g o dc Lucas u m a espcic d c z o m b a ria das te n ta tiva s a n te rio re s . M a s esse p o n to d c fo rm a a lg u m a b v io nas p a la v ra s d o p r lo g o dc Lucas.

    Q u a n to n a tu reza dos evange lhos a n te rio re s , B ruce d iz ( in lo c . ) : A expresso s a lie n ta u m a srie c o n tn u a de n a rra tiv a s , em a lg u m a o rdem , q u e r t p ic a q u e r c ro n o l g ic a , c no na fo rm a de n a rra tiv a s iso ladas*. P lu m m e r d iz : E les 'o s o u tro s a u to re s ' h a v ia m p ro d u z id o a lg o p ou co m ais d o q ue m eras no tas ou co m en t rio s . Esses d o cu m e n to s , bem c o m o o de L ucas , se re fe r ia m aos a co n te c im e n to s c o m o o co rr n c ias rea liza d a s , usando os te rm o s g reg o sp le re s (c h e io ) c p h e ro ( tra z e r) , o q ue d o se n tid o de c u m p r ir ou enche r. E x e m p lo s dessa p a la v ra , e nco n tra d o s e m p a p iro s , fa la m d o t rm in o de a lg u m a q ue s to fin a n c e ira . D e issm a nn ( L ig h t f r o m th e A n c ie n t E a s t . p g . 8 6 ) fo rn e c c e x e m p lo s t i r a d o s d o s p a p ir o s e insc ri es , os q u a is in d ic a m o t rm in o de a lg u m a ta re fa ou o fa to de q ue a m e n te de a lg u m fic a ra co n v ic ta ou sa tis fe ita . O tre c h o d c R om . 4:21 em pre g a a p a la v ra p a ra in d ic a r a m a is cota i persuaso. (V e r ta m b m R om . 14:5 : H eb . 6:11 c 10:22).

    O s m u ito s evange lhos, neste caso. n o p od e m se r os evange lhos a p c rifo s , que s fo ra m e scritos m a is ta rd e . e q ue n o h a v ia m s ido a in d a in ic ia d o s q u a n d o L uca s c o m p ilo u as suas fo n te s in fo rm a tiv a s .

    1:1: Visto que muitos tem empreendido fazer uma narrao coordenada dos fatos quo entre ns se realizaram,

    * ...d o s fa to s que e n tre ns se re a l iz a ra m .. . f . tra d u o m e lh o r que a de algumas verses, as qua is , ao invs de se re a liz a ra m - d iz e m so c r id o s . Nao que a lgum as coisas e ra m c r id a s apenas; m as, nos tem pos de Lucas, certos acontec im entos se re a liz a ra m . N o apenas os evange lhos, m as to d o o N .T . p roc lam a a conv ico d c q u e . na pessoa d c Jesus, D eu s e n tro u na histria hum ana de m a n e ira sem p recedentes , o que ja m a is p o d e r ser ultrapassado. P or conse g u in te , tem os a q u i u m a in d ic a o da na tu reza n ica de Jesus e da m e n s a g e m d a re d e n o c d a t r a n s fo r m a o da humanidade, p ro p o rc io n a d a p o r Jesus. O ap s to lo P a u lo expressa a m esm a idia como se fosse u m m is t r io , a saber: O m is t r io que es tivera o c u lto dos sculos e das geraes; ago ra , to d a v ia , se m a n ife s to u aos seus s a n to s ... (Col. 1:26). Jesus in a u g u ro u u m a nova e ra , u m novo t ip o de c r ia o , um a criao e s p ir itu a l. G ra n d es a co n te c im e n to s tiv e ra m lu g a r e n tre os c ris tos prim itivos. Lucas q u e ria a p re se n ta r u m a n a r ra tiv a o rg a n iz a d a desses acontecimentos, espec ia lm en te p a ra co n h e c im e n to do m u n d o g e n tilic o . conforme somos in fo rm a d o s no te rc e iro ve rs cu lo , po is e le escreveu a u m oficial rom ano que p rovave lm en te e ra re c m -c o n v c rtid o ao c r is t ia n is m o . O evangelho dc Lucas, p o r ta n to , u m a espcie de a p o lo g ia , baseada nas narrativas dc tes tem unhas ocu la res .

    Quando a lg u m a a n tig a o b ra l ite r r ia u ltrap a ssa va os lim ite s fs ico s de u m nico volum e, e ra cos tum e escrever u m p re f c io o b ra in te ira , no com eo do p rim e iro ro lo ou cdex, re c a p itu la n d o -o no in ic io de cada ro lo ou cdex subseqente. Lucas a d o ta essa p r t ic a a q u i. cm seu p r lo g o , b e m c o m o na pauagem de A to s 1:1, p o r q ue esses do is liv ro s c o n s titu e m do is vo lum es do mesmo esforo l ite r r io . Este p r lo g o , ass im sendo, serve ta m b m de in tro d u o ao l iv r o d c A to s . U m a d e d ic a o d a o b ra e s c r it a , a a lg u m in d iv d u o , e ra ta m b m c o m u m e n t r e os l i t e r a to s , c o s tu m e esse q u e prevalece at hoje . P o rta n to , esta o b ra dc L u c a s -A to s , que c o n s t itu i cerca de um qua rto do vo lu m e to ta l d o N .T . , fo i d ed ica da a u m c e rto T e filo , conforme vemos no te rce iro ve rs cu lo . (V e r de ta lhes so b re a u n id a d e de Lucas-Atos na in tro d u o ao evange lho dc Lucas). E s te p re f c io excelen te

    O V , 2 01...aTwra( J d 15.27

  • LUCAS6

    l iv ro , dc cc rc a de q u a re n ta anos, n o d e ix a ra a sua m e m ria d ifu s a , e que p odem os c o n f ia r q ue a ap resen tao essenc ia lm en te v lid a . Q u a n to mai v iv id a deve te r s ido a im pre ss o q ue o in co m p a r ve l Jesus cxe rccu sobre a m e m ria s daque les que f in a lm e n te escreveram a seu re spe ifo . Outrossiro. n o tem os ra z o p a ra c rc r que os p r im e iro s evangelhos tivessem sido e scritos m u ito s anos aps a m o rte de Jesus, a despe ito d o fa to dc que 0 ' evange lhos com que a tu a lm e n te c o n ta m o s nas pg in as d o N .T . tivessem s ido e sc ritos c o m p a ra tiv a m e n te ta rd e .

    A l m d isso, im p o r ta n te n o ta r q ue o g ran d e im p u ls o p a ra escrever, por si m esm o serve d c c o n f irm a o da g ra n d c 7a da pessoa d c Jesus. A grandeu d o M e s tre p rovo co u u m a in tensa a tiv id a d e de escritas . (Q u a n to a detalhes sobre essa questo , ve r a seco da in tro d u o ao c o m e n t r io intitulada H is to ric id a d e ).

    ...m in is tro s d a p a la v ra . . . * P ro vave lm e n te tem os a q u i u m a refercnc d ire ta aos ap s to lo s , e m b o ra possa ser s u fic ic n tc m c n te a m p la p a ra inclu ir ou tro s im p o r ta n te s lide res c r is t o s p r im it iv o s . Essa p a la v ra usada com re lao a M a rc o s , n o tre ch o d c A to s 13:5 . O te rm o p a la v ra , neste caso, sc re fe re m ensagem e vang lica , a m ensagem que fa la sobre Jesus, c que j i a ssum ira u m a fo rm a s is te m tica . e m p re g a d a p e lo a p s to lo P au lo quase e xa ta m en te com o m esm o s e n tid o , e m I C o r. 1:18. Joo persona lizou 0 te rm o , fa ze n do com que Verbo (d o v o c b u lo grego logosO sc tornasse u m a re fe r n c ia pessoal ao C r is to e n c a rn a d o . (V e r Joo 1 :1 ).

    Este segundo ve rs cu lo , c o n fo rm e te m s id o observado no com entrio re la tiv o ao p r im e iro ve rs cu lo , sube n te n d e q ue Lucas fig u ra v a entre a segunda g e ra o de cren tes , p ro va ve lm e n te um dos p r im e iro s convertido ! dos p r im e iro s esfo ros evange ls ticos da ig re ja de Jerusa lm .

    f id e d ig n o a pessoa h is t r ic a de Jesus, e essa u m a das questes de m a io r im p o r t n c ia , p a ra nossa co ns id e ra o , ao e s tu d a rm o s os evange lhos. Pois querem os saber se 0 Jesus rea l e ra aque le q ue os evange lhos descrevem , ou ento sc o Jesus a li a p resen tado no passa dc u m Jesus teo lg ico , no m u ito sem e lhan te ao a u te n t ic o Jesus h is t r ic o . A ve rdade re lig io sa pode e x is t ir sem o a lice rce h is t r ic o , p o rq u e D eu s no est l im ita d o seqncia dos eventos h is t ric o s p a ra d e c la ra r e re v e la r a sua ve rdade aos hom ens. N o o bs ta n te , 0 c r is t ia n is m o co n ta com esse b e n e fc io a d ic io n a l dc te r e v e n to s h is t r ic o s f id e d ig n o s p o r d e t r s d o s d o g m a s . Je su s v iv e u : fo i i n d iv d u o d o ta d o de g ra n d e p o d e r , s im p a t ia e b o n d a d e , t a l c o m o os evange lhos nos in fo rm a m . E le m o rre u , m as ta m b m ressusc itou de e n tre os m o rto s . A sua v it r ia sobre a m o rte fo i d em o n s tra d a p o r acon tec im e n tos h is t ric o s d ig n o s de c o n fia n a , os q u a is fo ra m te s te m u n ha d o s p o r m u ita s pessoas. A q u e la fo rm a dc c r t ic a m o d e rn a que q u e r leva r-n o s a c re r que os evange lhos sc com pem dc tra d i e s c o m u n a is nebu losas, fra g m e n to s dc serm es acerca de Jesus, im presses e m segunda m o , e tc ., no leva cm cons ide rao os fa tos dec la rados neste p r lo g o do evange lho de Luca s , o que c o n s t itu i u m a das decla raes m a is im p o rta n te s de q ue d isp o m o s acerca da n a tu reza fid e d ig n a e da h is to r ic id a d e da nossa f c r is t .

    T O D A S as g randes perso n a lid ad e s p od e m p ro je ta r-se t o p ro fu n d a m e n te na m e m r ia de seus a n iig o s e a d e p to s , q u e u m q u a d r o v iv id o s o b re as m esm as pode ser re t id o e t ra n s m it id o m esm o depo is de m u ito s anos. Nos tem pos m odernos, tem os exem p lo s d isso na b io g ra fia de P h il l ip s B rooks, fe i ta p o r W i l l ia m I .a w re n c c , b is p o d o e s ta d o n o r te - a m c r ic a n o de M assachuse tts . N a in tro d u o ao seu liv ro , d ec la ra ele que escreveu tu d o de m e m ria , m as que o in te rv a lo e n tre o fa le c im e n to de B ro o ks c a e s c rita do

    3 na , ,3 ] a d J (A c t . 1$. 28) ec j p i r i t u i 8a n c t o iy v g ( 3) g o t 3 Ac u

    Vrios copisras, insatisfeitos ante o fa to dc que Lucas no faz qua lquer meno explcita dc inspirao, cm conexo com o ato dc escrever seu e va n g e lh o , a d ic io n a ra m as pa lavras, pareceu 'b o m ' a m im e ao Espirito S an to .. .escrever um a narrativa ordeira... i t bq vg* " go th ). O suplem ento se deriva de A tos 15:28 (parcccu bem ao Esprito Santo e a ns*).1:3: tambm a mim, depois de haver investigado tudo cuidodosamente desde 0

    o co n te d o dos c a p tu lo s 1:5 a 2 :5 2 , o evan g e lh o da in f n c ia , hem com o oe p r im e iro s a con tec im e n tos n a rra d o s so bre o m in is t r io a tiv o dc Jesus. Paulo em pre g o u a m esm a p a la v ra em A to s 2 1 :1 7 , a f im de d e s ig n a r o in c io de sua v id a e n tre os ju d e u s , an tes de sua conve rso . Lucas , que conhec ia a Tiago (A to s 2 1 :1 7 ), p rova ve lm en te ta m b m fic o u conhecendo a M a r ia , me de Jesus, a lm d c pe lo m enes a lg u n s dc seus irm o s . A lg u n s tem conjectu rado q ue L u c a s , ao e s c re v e r a s u a h is t r ia da n a t iv id a d e , la n o u m o da n a rra tiv a o r ig in a lm e n te re g is tra d a , ta lve z p re p a ra d a p o r T ia g o ou por a lg u m o u tro dos irm o s d o S e n ho r Jesus, ou e n t o p o r a lg u m a o u tra das p r im it iv a s tes tem unhas o cu la re s : ou a in d a , c o m o re s u lta d o da com binao de d iversas n a rra tiv a s o ra is , de tes te m u n ha s ocu la re s p r im it iv a s .

    * ...e x c e le n ts s im o T e f i lo . . .* O nom e desse personagem desconhecido s ig n ific a aquele que am a a Deus o u a m ig o de D eus , m as a p a la v ra um n o m e p r p r io b a s ta n te c o m u m , o q u e n o lh e d q u a lq u e r in te n o s im b lic a especia l neste evange lho . A s co n je c tu ra s acerca da identidade desse h om e m so in te rm in v e is , m as so essenc ia lm en te d es titu d as dc v a lo r , p o s to q u e n a d a s a b e m o s s o b re s u a v e r d a d e ir a id e n t id a d e . T e o fila c to (m lo c . ) diz. q ue p e rte n c ia o rd e m dos senadores rom anos, ta lv e z u m n o b re ou p r n c ip e . P ro v a v e lm e n te c r a g e n t io , e m u ito s tcrn c o n je c tu ra d o q ue m o ra v a cm R om a . O s liv ro s a n tig o s , ta l c o m o tam bm succde nos tem pos m o de rn o s , e ra m ded ica do s a a lg u m , u sua lm e n te uma pessoa im p o r ta n te ou b c m -c o n h c c id a , ou m esm o a lg u m a m ig o especial do a u to r ; e o v o lu m e de L u ca s -A to s fo i d e d ic a d o a esse Te filo . base dessa c irc u n s t n c ia podem os c o n jc c tu ra r c o rre ta m e n te q ora a 1 m ig o n tim o dc L uca s , e q ue deve te r s ido h om e m de co ns id e rve l im p o rt fR M * m undo g c n t l ic o . A l m d isso, nada podem os a f irm a r dc d e f in id o . Lucas cham ou-o dc e x c e le n t s s im o , c o n o t v e l a r q u e lo g o , S ir W i l l i a m R am sa v , in fo rm a -n o s que esse t tu lo c ra sem e lhan te ao nossa Vossa E xce l n c ia , o q u e in d ic a r ia a lg u m a a lta p o s i o o f i c ia l , p ro v a v e lm e n te d a o rd e m eqestre , f i e m p re g a d o p a ra in d ic a r F lix , no tre c h o d c A to s 23 :26. bem c o m o Festo , em A to s 26 :25, c esses hom ens e ram p ro c u ra d o re s rom anos. 0 t tu lo aparece co m fre q n c ia na lite ra tu ra g rc c o -ro m a n a p a ra in d ic a r os a lto s o f ic ia is d o gove rno . A passagem de A to s 2 3 :8 in d ic a que 0 hom em no era dc n a c io n a lid a d e ju d a ic a . O s c a p tu lo s v in te c sete c v in te e o ito d o liv ro d c A to s c o n ta m c o m a n o ta e s g e o g r f ic a s c a d a vez m a is p re c isa s (descrevendo a a p ro x im a o dc P a u lo da c ida d c dc R om a e a sua chegada a li) , c a lg u n s a c re d ita m q ue L uca s a ss im fez. p e lo m enos em p a r te porque 0 seu le ito r , T e f i lo , e s ta ria b e m fa m ilia r iz a d o co m as reas a li m encionadas, e que d isso p o d e ria t i r a r a lg u m b c n e f ic io . pos to q ue a p re c ia r ia as descries sobre sua te r ra n a ta l.

    comeo, pereceu-me bem, excelentssimo Tefilo, escrever-te uma narrao em ordem.

    * . . . ig u a lm e n te a m im m e p areceu b e m . . , L uca s achava-se espec ia lm en te capaz dc m e lh o ra r c e x p a n d ir a o b ra lite r r ia d c seus antecessores. E le conhec ia pessoa lm ente m u ita s tes te m u n ha s o cu la re s , e com a lg u m e sfo ro ps-sc ca ta de o u tra s . Desejava p ro d u z ir u m a n a rra tiv a m a is c o m p le ta e s is te m tica , e teve excelen tes o p o rtu n id a d e s p a ra c o n s e g u ir e xa tam en te isso. E ra m d ico p o r p ro fiss o , e isso lhe d ava boa m e d id a dc in s tru o , p e lo m enos m a is que as pessoas m d ia s , o que lh e p ro p ic ia v a a capac idade de faze r b o m uso das fon tes in fo rm a tiv a s . O seu g rego serve de o u tra p rova de ser h om e m c u lto , s e rv in d o ta m b m dc teste da n a tu re za f id e d ig n a da o b ra q u e e le p r o d u z iu . A p re n d e m o s d is s o , b e m c o m o d o fa to de q ue d iversos o u tro s se h a v ia m la n a d o na ta re fa de p rese rva r, em fo rm a e sc rita , as h is t r ia s e trad ies que rodeavam a v ida de Jesus, q ue a ig re ja p r im it iv a n o sc c o m p u n h a e xc lu s iva m e n te d c pessoas s im p les , p red isp os tas a a c e ita r q u a lq u e r co isa; p e lo c o n tr r io , h av ia cm seu seio e lem en tos que t in h a m respe ito p o r tes tem unhos f id e d ig n o s e p o r e x a tid o h is t r ic a . E m u m a co m u n id a d e onde m u ito s tiv e ra m a lg u m a fo rm a dc c o n ta c to d ire to com Jesus, o u p e lo m e n o s c o n ta c to n t im o c o m as te s te m u n h a s o c u la re s o r ig in a is , n o seria ta re fa f c il passar u m a o b ra fra u d u le n ta co m o o b ra d ig n a d c c o n fia n a . D eve te r h a v id o m u ita s pessoas que c u id a v a m em p rese rva r, em boa o rd e m , tu d o q u a n to se sa b ia a re spe ito d o S e n h o r Jesus. P o r sem e lhan te m o d o , no nos devem os esqucccr que, p o r m u ito s anos. c o n tin u a v a m vivos m u ito s d is c p u lo s pessoais dc Jesus, os q u a is e ra m tid os em a lta h o n ra . O te s te m u n ho deles c ra sem pre d isp o n ve l n o to ca n te a questes de fa to s h is t r ic o s ; e, base d o p r lo g o d o e v an g e lh o dc Lucas, que a q u i e n co n tra m o s , nos vss. 1-4 d o p r im e iro c a p itu lo , f ica m o s sabendo que o te s te m u n ho desses d isc p u lo s fo i co nve n ien te m e n te usado .

    * .. .d e p o is de a cu ra d a in v e s tig a o .. . , q ue a lg u m a s tra d u e s d o co m o ... te n d o segu ido tu d o bem d c p e r to ... E m m u ito s au to res que escreveram cm g re g o e n c o n tra m o s c o n s t ru e s s im i la r e s a e s ta , p a r a a s s e v e ra r fa m ilia r id a d e com o cu rso dos a con tec im e n tos . Q u a n to ao vo lu m e de seu e vange lho , Lucas obteve essa fa m ilia r id a d e p o r m e io de pesqu isas d ire ta s . O grego d iz a q u i, l ite ra lm e n te , ...d e p o is dc se g u ir cu id a d o s a m e n te ... C e rto a u to r (G a le n o ) e m pre g o u esse ve rbo p a ra in d ic a r as investigaes dos s in to m a s d a s e n fe rm id a d e s . O a d v r b io a q u i u t i liz a d o , a k r ib o s (a c u ra d a m e n te ), s ig n ific a desccr a t os m n im o s d e ta lhes , p o is sc d e riva do v o c b u lo a k ro n , q ue in d ic a o p ice de q u a lq u e r co isa .

    ....desde sua o r ig e m ...* Parece que a q u i L uca s se re fe re s questes que esto lig a d as ao com eo m esm o da v id a c do m in is t r io dc C r is to , c o m o seja.

    4 iva

  • 7IUCASe v a n g e lh o de M a rc o s , o q u a l , sem a m e n o r d v id a , fo i u m a de su as p r in c ip a is fo n te de in f o r m a o . E n t r e ta n to , e le a c re s c e n ta m u ito s p o rm e n o res derivados de o u tra s fo n te s ta m b m . L uca s c o n ta com sessenta p o r c e n to de m a te r ia l sem e lhan te a M a rc o s . (Q u a n to aos de ta lhes d isso ver a n o ta i n t r o d u t r ia a o e v a n g e lh o d c M a r c o s ) . O e s b o o d a v id a e do m in is t r io de C r is to c o m o segue:

    *N a s c im e n to m ira c u lo s o - L u c . 1 c 2 ; M a t. 1

    * In f n c ia e m e n in ic e - L u c . 2 :25 -52

    *C re s c im e n to a t a m a tu r id a d e

    O N .T . n o nos fo rn e ce q u a lq u e r re g is tro dos anos in te rm e d i r io s e n tre a m e n in ic e de Jesus e a sua id a d e a d u lta (q u a n d o s u rg iu p u b lic a m e n te , com cerca de t r in ta anos de id a d e ). E o te s te m u n h o dos evange lhos a p c rifo s ,

    ' ' J " ' 1

    ( 1 5 0 D . C . ) , f ica m o s sabendo q u e Je su s t r a b a lh o u c o m o c a r p in te i r o , p ro v a v e lm e n te te n d o s u b s t i t u d o a Jo s na o f ic in a de c a r p in t a r ia . C o m u m e n te se ace ita que Jos m o rre u q u a n d o C ris to c ra m u ito novo , posto que n e n h u m a m eno sobre e le o c o rrc , exceto d u ra n te a in f n c ia de Jesus c o com eo de sua ado lescnc ia . J u s tin o M r t i r m e nc io n ou 0 fa to de que ce rtos a rtig o s dc m a d e ira , fa b r ic a d o s p o r Jesus, e ra m p ro c u ra d o s com o re lq u ia s , em seus d ia s . possvel q ue Jesus tivesse fic a d o e n c a rre g ad o do su s te n to da .fa m lia , p o r ser o p r im o g n ito de M a r ia , n u m a fa m lia dc m u ito s f i lh o s . ( V e r a n o ta e m M a t . 1 2 :4 6 ,4 7 o n d e h u m a d is c u s s o c o m p le ta sobre os irm o s e as irm s dc Jesus). D u ra n te esse te m p o , em bora a ta re fa d o com o tra b a lh o necessrio , Jesus desenvolveu n o t ve is d im enses de v id a e s p ir itu a l, m e d ia n te a c o m u n h o com 0 P a i e com o E s p r ito S an to . T a is d esenvo lv im en tos , e n tre ta n to , o c o rre ra m nele c o m o ve rd a d e iro h om e m , to rn a n d o -s e pores in te g ra n te s de sua p e rso n a lid a d e . (N isso ele ta m b m nos m o s tro u o c a m in h o , p o rq u a n to , e m b o ra sc m a n ife s te em ns o p o d e r d o E s p r i t o , c o n tu d o , ao s e rm o s t r a n s fo r m a d o s s e g u n d o a S u a im a g e m , esses p o d e re s p a s s a m a fa z e r p a r te in t e g r a n te de nossa p e rso n a lid a d e , to rn a n d o -se v e rd a d e ira s possesses,porque da vo n ta de do P ai cc lcs te m o ld a r-n o s dessa m a n e ira ). N ad a d isso nega a d iv in d a d e dc Jesus C r is t o , m a s s e rv e p a ra a f i r m a r a q u e la v e rd a d e f re q e n te m e n te o lv id a d a , que ele ta m b m era h o m e m , c teve de desenvolver-se co n fo rm e fazem os, ao a s s u m ir a nossa n a tu re z a h u m a n a . C r is to n o ps de la d o a sua d iv in d a d e , m as esvaziou-se de seu uso (v e r F i l . 2 :6 ), a f im dc q ue pudesse ser te n ta d o em todos os p a r t ic u la re s , ta l c o m o ns o som os. (V e r as notas em M a t . 3 :1 3 : 7 :21 -23 : M a rc . 1 :29 e F i l . 2 :6 ).

    *B a t is m o L u c . 3 :23 (ce rca de 27 D .C ., q u a n d o Jesus t in h a cerca de t r in ta anos de id a d e ).

    * T e n ta o p o r S a tans - M a t . 4 .

    H ouve u m m in is t r io nas reas da G a lil ia . P er ia , J u d ia c S am aria , an tes dos m in is t r io s co nh e c ido s c o m o m in is t r io g a li le u (v e r Joo 2 ,3 e 4 ). E n tre ta n to , a lg u n s a c re d ita m q ue esses a con tec im e n tos n o tiv e ra m lu g a r n o p r in c p io d o m in is t r io dc Jesus (p e lo m enos n o os q ue o c o rre ra m na re a de J e ru s a l m ) , m a s q u e s e r ia m m a is a c e r ta d a m e n te s i tu a d o s , c ro n o lo g ic a m e n te , no f im dc seu m in is t r io , p e lo q ue ta m b m o m in is t r io dc C r is to , que u s u a lm e n te sc a ce ita co m o de tres anos de d u ra o , p e rd u ro u apenas p o r ce rca de u m a n o , c lc u lo esse fe ito dc c o n fo rm id a d e com os evange lhos s in p tico s (M a te u s , M a rc o s e Luca s . V e r n o ta em M a rco s , antes de 1 :1 , sob evange lho ). T o d a v ia , a passagem dc Joo 2 :11 a pa re n te m en te d is c o rd a dessa id ia , p o rq u e a li se d iz que o m ila g re da tra n s fo rm a o de g u a e m v in h o f o i o . . . p r in c p io . . . de se us s in a is . A lg u n s p o d e r ia m c o n t in u a r a r g u m e n ta n d o q u e esse m i la g r e fo i r e a l iz a d o e m C a n da G a lil ia , e que isso no s ig n if ic a , n cccssaria m e nte , que a passagem q ue sc s e gu e , is to , J o o 2 :1 3 - 3 :3 6 , v e n h a e m s e g u id a q u a n to o rd e m c ro n o l g ic a . D c c o n fo rm id a d e co m esse p o n to de v is ta , o evange lho d c Joo re g is tro u os cham a d o s p rim e iros in c id e n te s da pscoa, co m o seja, a e n tre v is ta co m N ico d e m o s, e , poss ive lm e n te ta m b m , o e n c o n tro com a m u lh e r s a m a rita n a . in c id e n te s que fo ra m re g is tra d o s nessa a ltu ra da n a r ra tiv a p a ra la n a r bases d o u tr in r ia s p a ra o evange lho de Joo, tendo des locado m a is p a ra 0 com eo da n a r ra tiv a in c id e n te s que s o co rre ra m m a is ta rd e no m in is t r io de Jesus. Essa te o ria e v id e n te m en te tem sido fo rm u la d a p o r causa da c irc u n s t n c ia dc q ue os evange lhos s in p tico s re g is tra m a con tec im e n tos q ue co b re m som en te o espao dc cerca de u m ano. A lg u n s a c re d ita m , p o r isso m esm o, que a a p a re n te extenso do m in is t r io de Jesus p a ra tres anos, co n fo rm e se v no evan g e lh o de Joo, p o r causa dos a co n te c im e n to s re g is tra d o s nos caps. 2-4 desse e vange lho , cm r e a l id a d e n o c u m a e x te n s o c r o n o l g ic a , m a s t o -s o m e n te u m a dcs locao de d e te rm in a d a s o co rr n c ia s , p a ra fo ra da o rd e m c ro n o l g ic a , a f im dc se rv ir dc p la n o d o u t r in r io desse evan g e lh o de Joo. A n a r ra tiv a que e n c o n tra m o s em Joo 4 :4 6 -54 , com seus p o rm e n o res in c id c n ta is (co m o no vs. 5 4 ), e n tre ta n to , n o d a p o io a essa c o n je c tu ra .

    *M in is t r io s ga lU eus. E v id e n te m e n te houve trs excurses pe la G a lil ia :1. M a t. 3 -8 ; M a rc . 1; L u c . 3 -4 Jesus v a i com os q u a tro pescadores. 2. Jesus leva os doze M a t. 10-13; M a rc . 1; L u c . 3 -5 . 3. Jesus e nv ia as doze sua fre n te (c ta m b m os se ten ta m a is ta rd e , L u c . 10 :1 -17), e va i aps c le s -M a t. 9 ,1 4 -1 8 : M a rc o s 6 -9 ; L u c . 9 -11 .

    * M in is t r io na P e r iu , d u ra n te a v iagem p a ra J e ru s a l m -M a t. 19,20 e 26; M a rc . 10 c 14; L u c . 13-16; Joo 12:2 -8.

    * S e m a n a f i n a l e m J e ru s a l m . A s h a r m o n ia s d o s e v a n g e lh o s c os co m e n ta ris ta s m a is a n tig o s , bem c o m o quase todos os in te rp re te s m a is a n t i-

    * , ' * * ............ ' ? 'apre se n ta m u m a n ic a sem ana. E n tre ta n to , a lg u n s es tud iosos de tem pos m a is recentes t m rev isado essa o p in i o , p o s to que o evan g e lh o de Joo est sendo a tu a lm e n te co n s id e ra d o c o m o m a is e x a to c im p o r ta n te , h is t ric a -

    ensinarem id ias p reconceb idas ou especulaes sem q u a lq u e r base, exceto a im a g in a o de se res h u m a n o s . L u c a s p r o c u r o u m o s t r a r q u e o Jesus h istrico exa tam en te o m esm o d e s c rito cm seu evange lho , c e m b o ra seja ele apresentado co m o in d iv d u o d o ta d o dc fa n t s tic o d ese n vo lv im e n to e sp iritua l, ta l ca rac te riza o v e rd a d e ira . C e rta m e n te que o g ra n d e im p u ls o para escrever sobre Jesus, c a sua c o n t in u a in f lu e n c ia neste m u n d o , a t os tempos a tua is , in d ic a m que e le fo i a q u ilo que os evange lhos d iz e m a seu respeito. Lucas q u e r ia q ue T e f i lo e todos os le ito re s ficassem m e lh o r in fo rm ados sobre esse g ran d e h o m e m , o m estre da G a lil ia . o q u a l. 11o tem po em que fo i e sc rito este evan g e lh o d c Luca s , c o n tin u a v a b e m v iv id o na m em ria de m u ito s q ue o co nh e ce ra m pessoa lm ente .

    A lgu n s te logos t m p re fe r id o c r ia r u m Jesus in te ira m e n te m s tic o , um C r is to q u e p o u c a ou n e n h u m a c o n e x o te m c o m os a c o n te c im e n to s h istricos, e tm assim a b a n d o n a d o q u a lq u e r te n ta tiv a de c o m p re e n d e r a vida te rrena de Jesus. M a s isso u m a ba n d o n o desnecessrio . Podem os s im pa tiza r com a id ia d c q ue a ve rdade re lig io sa no p rec isa d ep e n de r das ocorrncias h is t rica s , p o rq u e isso expressa a ve rdade . N o e n ta n to , a f crista m antem v rio s a lice rces h is t r ic o s co m o p ro va de sua va lid a de .C .H . D od d escreveu co m o segue, no to ca n te a essa questo ( H is to ry a n d the Gospel, N ew Y o rk : C ha rles S c r ib n e r s Sons, 1938, p g . 15): A lg u m a s religes podem ser in d ife re n te s aos fa to s h is t ric o s , m o v im e n ta n do -se in te iram ente no p la n o da ve rdade d e s lig ad a do tem po . O c r is t ia n is m o no pode ser in d ife re n te a isso. R epousa sobre as a firm a e s de q ue sucedeu ce rta s rie dc a c o n te c im e n to s , n a q u a l D e u s re v e lo u -s e p o r m e io de determ inadas aes, v isan d o a sa lvao dos hom ens. O u tra p a la v ra de inten>retao, com essa m esm a m ensagem , nos vem da pena dc D o n a ld M . B a ilie (G o d was in C h r is t, N ew Y o rk : C h a rle s S c r ib n e r 's Sons, 1948. pg . 52): *Sem d v id a in d isp en s ve l o re tra to a u t n t ic a d o Jesus h is t r ic o , lig a n d o a q u e la s r e iv in d ic a e s ( q u a n to s u a s ig n i f ic a o d iv in a ) , firm em ente com a re a lid a d e h is t r ic a . p a rte d isso , no sabem os p o r q u a l m otivo d iram o s essas co isas a re spe ito de u m personagem h is t r ic o em p a rticu la r, Jesus, o c a rp in te iro dc N aza r . E m sum a. no saberam os quem esse sobre quem d izem os essas coisas a d m ir v e is , c . p o r co nse g u in te , no sabemos d iz e r p o r q u a l razo as asseveram os. N o o b s ta n te , c o n fo rm e d iz W a lte r R u s s c l B o w ie ( in lo c . ) : Se a to m a d a d c c o n s c i n c ia d o Jesus h is t r ic o o p r in c p io da f , n o o f im d a m e s m a . L u c a s ja m a is se> interessou pela n a rra tiv a do que sc passou de B e lm ao C a lv r io , c o m o m era crnica. A h is t r ia que ele escreveu ta m b m te o lo g ia h is t r ia com s ign ificao, c s ig n ific a o im en sa . T ra ta -s e da h is t r ia d aq u e le q ue ve io para ser o C r is to , o re v e la d o r dc D eus , o re d e n to r. passve l escrever u m a vida de Jesus que no passe de m a is u m in te ressan te d ra m a h u m a n o . M as no era isso que Lucas escrev ia . E le t in h a a in te n o dc fa la r sobre u m a ca rre ira que transcendeu a to d a s as c a te g o ria s o rd in r ia s q ue p ro d u z iu no mera in fo rm a o s m entes dos hom ens, m as ta m b m tra n s fo rm a e s cm suas p rp ria s a lm a s .

    F ina lm en te , esta c ita o serve p a ra in te rp re ta r a in te n o d o p re f c io do evangelho de Lucas. (G e rh a rd K i t t c l , 7'Ae Jesus o f H is to ry , em G .K .A . Bell e D .A . D e issm a nn . e ds ., *M is te r iu m C h r is t i: L on d re s . L in g m a n s , Green and C o ., 1930. pg . 4 9 ): O Jesus da h is t r ia no te r ia v a lo r e nem seria in te lig ve l a m enos que viesse a ser e x p e rim e n ta d o e confessado pe la f coma 0 C ris to v ivo . P o rm , se q u ise rm o s ser lea is ao N ovo T e s ta m e n to , te re m os de re v e r te r d c im e d ia to esse ju z o . O C r is t o d a f n o te m existncia, e no passa d c ru d o e fu m a a , p a r te da re a lid a d e d o Jesus h istrico. Esses do is esto to ta lm e n te insepa rve is n o N ovo T e s ta m e n to . N cn i m esm o p o d e m o s m e d i ta r n e le s c o m o p e sso a s s e p a ra d a s . N o h palavra acerca de C ris to q ue n o se re f ira que le q ue so fre u sob P n c io Pilatos, a q u a l, ao m esm o te m p o , c o n fo rm e o evange lho , n o seja a p lic ve l a todos os hom ens, de to d o s os lug a re s e cm todos os tem pos. Q u a lq u e r um que tente p r im e iro se pa ra r os d o is , e cm segu ida descreva s u m desses aspectos, est in te ira m e n te d e s lig ad o d o N ovo T e s ta m e n to , nada te n d a cm comum com este*.

    E s te p r e f c io , p o r t a n to , in d ic a o v iv id o in te re s s e q u e e s ta v a s e n d o dem onstrado c e x p e rim e n ta d o p o r m u ita s ao te m p o dc Lucas , q u a n d o os apstolos c ou tras tes te m u n ha s ocu la re s co n ta vam as e x p e ri n c ia s que tinham tid o com o S e n ho r Jesus. A s n a rra tiv a s e ram im pre ss ion a n te s , c m u ito s se la n a ra m ta r e fa d c p re s e rv - la s em fo rm a e s c rita . Esses *pequenos evange lhos ch eg a ra m observao de Lucas, e e le c ra d o ta d o dc um a m e n te capaz, d e r e u n i r a g ra n d e m e n s a g e m d o s m e s m o s e m u m a narra tiva c o n tin u a e e xa ta das a tiv id a d e s de Jesus, desde o p r in c p io , chegando at s n a rra tiva s da re ssu rre io e da ascenso dc Jesus, que no podem ser u ltrapassadas.

    No tocante no tve l p u re za d o g re g o deste p re f c io , disse A lfo r d ( in loc .): O e s tilo p e c u lia r deste p re f c io co m seu g rego m a is p u ro do que 0 contedo do evange lho , e ta m b m m a is tra b a lh a d o e fo rm a l pode ser explicado, p a rc ia lm c n tc p o r ser co m po s i o d o p r p r io e van g e lis ta , no tendo sido tra d u z id o de fon tes in fo rm a tiv a s h eb ra icas , c o m o o res to (p o r hebra ico ele entende o a ra m a ic o ), e p a rc ia lm e n te p o rq u e os p re fc ios , especialm ente q ua n d o na fo rm a de d e d ic a t r ia , u sua lm e n te a ssum ia m u m estilo re dundan te c a r t if ic ia l . Este p re f c io fo i vazada e m excelen te grego k o in l i t e r r io , c n o u l t r a p a s s a d o p e lo s p re f c io s d c q u a is q u e r h is to r ia d o re s g re g o s , in c lu in d o H e r d o to , T u c d id e s c P o l b io . A s n arra tivas que se seguem , no c o rp o do p r p r io evange lho , em m u ito s casos podem te r t id o um a o rig e m a ra m a ic a ; c apesar de Lucas m a n te r u m bom grego do p r in c p io ao f im de sua com pos io, nota-se que cm d iversos pontos houve a in f lu n c ia sem ita .

    Nesta a ltu ra , gu isa d c in tro d u o , a p resen tam os u m b reve esboo do m in is t r io dc Je sus . U m a d a s scc es d a in t r o d u o a o c o m e n t r io , in t itu la d a Jesus. Id e n tif ic a o , M in is t r io e E nsinos, u m tra ta m e n to po rm eno rizado da v ida e da im p o r t n c ia de Jesus, c a li o le i to r pode busca r in form aes m ais deta lhadas.

    M in is t r io de C ris to : Lucas segu iu a o rd e m c ro n o l g ic a o fe re c id a pe lo

  • LUCAS8

    m a is d e ta lh e s a c e rc a desse p o n to , b e m c o m o a c e rc a d c o u tra s p a r t ic u la r id a d e s d o m in is t r io dc Jesus, ve r o a r t ig o da in t ro d u o in t itu la d o , Jesus, V ida . M in is t r io e E n s in o s ). Esse p e ro d o de te m p o , sem im p o r ta r q u a l te n h a s id o u sua d ura o , in c lu iu a e n tra d a tr iu n fa l em Jerusa lm , a p u r if ic a o do te m p lo , d iversas c o n tro v rs ia s com as a u to r id a d e s re lig iosas dos ju d e u s , que f in a lm e n te leva ra m ao seu a p r is io n a m e n to c execuo, a p re p a ra o p a ra a pscoa, a pscoa p ro p r ia m e n te d ita , a ce ia d o Senhor, a c ru c if ic a o , a re ssu rre io e a ascenso do S e n h o r Jesus.

    m ente fa la n d o , do que m u ito s pensavam a n te r io rm e n te . E x is te m ce rtos ind c io s , no evange lho de Joo, a co m e a r pe lo c a p itu lo d c im o segundo, que trc c h o p a ra le lo das seces dos o u tro s evange lhos, m enc ionados a c im a , dc que esse p e ro d o re a lm e n te p e rd u ro u a lguns meses. O evange lho de Joo p reenche m u ito s p o rm e n o res c su be n te n d id o s h is t r ic o s que os e v a n g e lh o s s in p t ic o s n e m m e n c io n a m . E p o r essa ra z o , m u ito s a tu a lm e n te crem que tem os nos evange lhos s in p tico s , a p a r t i r desse p o n to , u m a seleo de a con tec im e n tos que re a lm e n te c o b r ira m u m p e ro do de a tiv id a d e m u ito m a is lon g o d o q ue a n te r io rm e n te sc pensava. (Q u a n to a

    2. N A S C IM E N T O E IN F N C IA D E JE SU S 1:5-2:52 a. 1:5 Narrativada promessa a Zacarias, sobre o nascimento de Joo. Somente Lucas (1:5-25) contm esta h is t ria , e a fonte

    in fo rm a tiva sem a menor dv ida L. (Q uanto a notas sobre as fontes in fo rm a tivas dos evangelhos, ver o a rtigo da introduo ao com entrio in titu lado . O Problema Sinptico e tambm a in troduo a este evangelho). No impossvel que originalmente essa h is t ria pertencesse a um grupo de na rra tivas relacionadas a Joo fatista, provavelm ente preservadas em form a escrita. A evidncia que tem origem pr-crist. e, por isso mesmo, uma data mais remota. Juntam ente com outros itens in trodu t rios da prim eira parte do evangelho de Lucas, esta seco m ostra um certo estilo semita, pelo que tam bm alguns tm proposto que estas narra tivas tivessem sido orig ina lm ente escritas em aramaico, tendo sido posteriorm ente traduzidas, provavelm ente por outra pessoa que no Lucas, posto no term os prova algum a de que ele soubesse fa lar o aramaico. Outros, contudo, asseveram que o prprio Lucas, escrevendo em grego, produziu um tip o especial de expresso, im itando o estilo das narra tivas do V .T . im portante frisarm os que, sem im po rta r as nossas idias sobre as fontes, neste pa rticu la r. Lucas demonstrou considervel habilidade como autor, e jam ais fo i meramente um ed ito r que apenas com pilou m ateria l j existente.

    5 ' ev ' epev , ' , ' . * 1 Chr 24.10 6

    M a rc . 3 :6 ; saduceus, M a t. 22 :23 ; s indrio , M a t. 2 2 :2 3 ; essnios, Luc. 1 :80 c M a t. 3 :1 : c o m u n id a d e de Q u m ra m , M a t. 3:1 e L u c . 1:80.

    ...J u d ia ...* E s te te rm o e m p re g a d o a q u i. c o m o ta m b m cm A to s 4:44; 6 :1 7 : 7 :1 7 ; 2 3 :5 e A to s 1 0 :3 7 . a f im de d e s ig n a r a P a le s t in a em sua in te i r e z a . E s te c ic lo de n a r r a t iv a s p re s s u p e q u e J o o B a t is ta e Jesus te n h a m n asc id o an tes da m o rte de H erodes , ou seja, a n te s d o a no 4 A .C .

    . . . d o t u r n o d e A b ia s . . . J o s e fo [A n t iq . V I I . 1 4 .7 ) d iz - n o s q u e os sacerdotes dos ju d e u s desde m u ito h a v ia m s id o d iv id id o s cm v in te e q u a tro div ises ou - tu rn o s * . C ada u m desses tu rn o s e ra responsvel pe la adorao n o te m p lo d u r a n te u m a s e m a n a , e m in te rv a lo s s e m i- a n u a is . Z a c a r ia s p e rte n c ia d iv is o d c A b ia s , o que . d c c o n fo rm id a d e com a passagem dc I C r . 2 4 :1 0 , e ra o o i t a v o tu r n o . T a m b m le m o s q u e Is a b e l e ra d c descendncia sa ce rd o ta l, p ro va ve lm e n te f i lh a de a lg u m sacerdo te . C a d a um desses tu rn o s se rv ia d u ra n te o ito d ia s , de u m sbado ao o u tro . O servio re g u la r da sem ana c ra a in d a s u b d iv id id o e n tre as d iversas fa m lia s que c o n s t itu a m cada tu rn o . N os sbados, o tu rn o in te ir o fica va a tiv o . Nos d ias dc festa , q u a lq u e r sacerdote p o d ia u i i r - s e ao se rv io p re s ta d o no sa n tu rio . C ada d iv is o se rv ia duas vezes p o r a n o . S om ente q u a tro tu rn o s haviam re to rn a d o d o c a tiv e iro b a b il n ic o (J e d a a s , Im e r. P a s u rc H a r im ) ; m asestee fu ra m p o r sua vez s u b d iv id id o s nos v in te e q u a tro tu rn o s o r ig in a is , os qua is rcccb c ram os nom es an tig o s . N o to c a n te aos m o tivo s da in s t itu i o dos tu rn o s , M a im o n id c s d iz { H ilc h . C eie H u m ik d a h , c . 6 . sec. 1 .2 ): *N o possvel que u m h om e m oferecesse a sua o fe r ta e no estivesse ao la d o dela; mas as o fe rta s e ra m da cong regao c de to d o o Is ra e l; e n o possvel que todo o Is ra e l ficassc no tr io ao te m p o do s a c r if c io ra zo p o r que os an tig o s p ro fe ta s o rd e n a ra m que fossem esco lh idos d e n tre Is ra e l hom ens aptos , q ue tem essem o pecado , hom e n s esses q ue fo ra m c h am a d o s hom ens d a e s ta o . E fo ra m e n tS o d iv id id o s e m v in te c q u a t r o tu r n o s , de c o n fo rm id a d e com o n m e ro dos tu rn o s dos sacerdotes e le v ita s : c cm cada cstao u m deles c ra nom e a d o so b re todos, sendo c h a m a d o cabea da estao; e a cada sem ana os hom ens da es tao d aq u e la sem ana sc re u n ia m ; e aqueles que sc e n c o n tra v a m cm Je rusa l m ou p e rto , fre q e n ta v a m 0 te m p lo , com o tu rn o dos sacerdo tes c le v ita s d aq u e la sem ana; e aque les que p e rte n c ia m estao, que es tavam d is ta n te s , q u a n d o v in h a a estao, reun ia m -se na s inagoga , que o lu g a r deles . D u ra n te essa sem ana , o tu rn o ta m b m se en tregava aos e xe rc c io s e s p ir itu a is e spec ia is d o je ju m , das oraes, da le itu ra c d o e ns in o das E s c ritu ra s .

    1:5: Houve nos dias de Herodes, rei da Judia, um sacerdote chamado Zacarias, da turma de Abias; e sua mulher cra descendente de Aro, e chamava-se Isabel.

    E no com eo deste ve rs cu lo q ue desaparece o g rego koin* l ite r r io , c a t o f in a l d o segundo c a p tu lo , tem os a seco deste evange lho que m a is hebra sm os (a ra m a ic o ) re fle te . A lg u n s e ru d ito s tm destacado d iversas o u tra s seces na in tro d u o , que so passagens q ue re p re se n ta m pores d is t in ta s , d o p o n to de v is ta das fon tes . E n c o n tra m o s s im ila r d iv is o de m a te r ia l ( ta lv e z re p re se n ta nd o o t rm in o d o uso de ce rto s d ocu m e n to s que Lucas te r ia e m pre g a do co m o m a te r ia l p u ra a sua in tro d u o )e m L u c . 1:80; 2 :40 c 2 :52 . im p o r ta n te o bse rva rm o s que a q u i. nesias scees, q ue tem os as m a is a n tig a s ev idnc ias , em fo rm a de d ocu m e n to s , sobre as o rigens do c r is tia n is m o .

    .. .H e ro d e s ... *T ra ta -se d c H erodes o G ra n d e , nom eado re i da Jud ia p e lo s e n a d o r o m a n o , e m 4 0 A .C . M o r r e u c m 4 . A .C . ( Q u a n to a m e m r ia s a rqu e o l g ica s sobre e le . ve r o a r t ig o da in t ro d u o ao c o m e n t r io in t itu la d o P e r io d o I n te r te s ta m e n ta l) . S a b e -se q u e A u g u s to disse a re s p e ito de H erodes: Eu p re fe r ir ia ser um p o rc o d c H e ro d e s do que seu f i lh o - , j que esse h om em v io le n tss im o m a n d a ra assassinar seus p r p r io s f i lh o s a im de p ro te ge r a sua hegem onia . H ouve m u ito s o u tro s atos dc v io l n c ia c d io que a ss ina la ram a sua c a rre ira , in c lu in d o o assassina to dc sua esposa fa v o r ita , M a r ia m n e . S ua le m b ra n a m a is n o t ve l c a b rb a ra m a ta n a dos inocen tes dc B e lm . B em p ou co te m p o aps essa o c o rr n c ia , H erodes m o rr ia em J c r ic , 11a p r im a v e r a d o a n o 4 A .C . , d c h id r o p s ia , g a n g re n a , e u m a e n fe rm id a d e a v ilta n te . Poucos d ia s an tes h av ia te n ta d o o s u ic d io , e apenas c in c o d ia s antes de sua p r p r ia m o rte o rd e n a ra a execuo d c seu f i lh o , A n tp a trc . Som os in fo rm a d o s dc que fo i s e p u lta d o cm u m e sq u ifc de o u ro , in c ru s ta d o d c pedras prec iosas, p o r b a ix o de u m lo n g o p lio d c p rp u ra . Levava u m d ia d e m a de o u ro . N o c o r te jo estavam seus fa m ilia re s im ed ia to s , v rios re g im e n to s de so ldados, e q u in h e n to s servos c o n d u z in d o e spe c ia ria s e p e rfu m e s . F o i s e p u lta d o no h e ro d iu m . seu c a s te lo -fo rta le z a , u m a e s tru tu ra m a g n ifice n te , cu jas ru n a s ex is tem at ho je , a dez q u il m e tro s a su leste de Belm .

    ( Q u a n to u de ta lhes sobre os v rio s H erodes do N .T . , v e r as n o ta s em L u c . 9 :7 . Q u a n to a in fo rm a e s sobre o p a r t id o p o lt ic o q ue apo ia va a d in a s tia dos H erodes. ver n o ta s em M a rc . 3 :6 . Q u a n to a no tas sobre os d iversos g rup o s socia is e re lig iosos dos tem pos de Jesus, ver as segu in tes re fe renc ias : P r in c ip a is sacerdotes, M a rc . 11:27; escribas , M a rc . 3 :2 2 ; fariseus.

    6 S e O e o G , 7 7 0 0 v ' ) .

    condene cm te rm o s d e f in id o s a ju s t i a le g a lis ta que c ra p ra t ic a d a pelas a u to rid a d e s re lig io sa s dos ju d e u s , c o n tu d o , devem o-nos le m b ra r que nem to d o s os is r a e l i t a s e ra m h ip c r i t a s . A f c r is t c o n t in u a re p o u s a n d o pesadam ente sobre a h e rana e s p ir itu a l a n t ig a , e m b o ra apenas cm parte , p o rq u e o res to sc com pe das revelaes tra z id a s lu z p e lo S e n h o r Jesus C r is to . N o ju d a s m o h ib l ic o h av ia u m a fo ra e s p ir itu a l q ue p ro d u z ia a lm as re pu tad a s ju s ta s aos o lh o s de D e u s . C e rta m e n te o p r p r io Jesus serve de e x e m p lo d is s o , p o r q u a n to v e io n a q u a l id a d e d c M e s s ia s d c Is r a e l, p rese rva n do o q ue h av ia de m e lh o r no ju d a s m o de seus d ias , e re je ita n d o a escria acrescen tada pelos hom ens.

    O N .T . p ro c u ra m o s tra r-n o s que o v e rd a d e iro ju d a s m o e o c r is tia n is m o b b lic o no so opostos e nem c o n tra d it r io s e n tre s i; p e lo c o n tr r io , que o N .T . te m razes bsicas d e n tro do ju d a s m o reve lado . Isso c o n tra d iz a d ec la ra o m o de rn a d e q u e P a u lo e Jesus re a lm e n te e n s in a ra m sistem as re lig io so s d ife re n te s e n tre s i. (Q u a n to a u m a expo s i o desse p ro b le m a , ver o a r t ig o da in t ro d u o ao c o m e n t r io in t i tu la d o -4 Im p o r t n c ia de P a u lo *).

    E s te v e rs c u lo a b ra n g e t a n to a o b e d i n c ia de Z a c a r ia s e Is a b e l le i m o ra l ( m a n d a m e n to s ) c o m o a o b e d i n c ia d e le s le i c e r im o n ia l* (o rde n a na s).

    1:6: Ambos eram justos diante de Deus, andando irrepreensveis em todos os mandamentos e preceitos do Senhor.

    . . .e ra m ju s to s . . . * N ad a sabem os acerca de Z a ca ria s (c u jo nom e s ig n ific a aque le que le m b ra a Jeov- ou aquele que e le m b ra d o p o r Jeov) e de Isabe l, exceto o que lem os no evan g e lh o de Lucas . Z a c a ria s c ra sacerdo te c p a i dc Joo B a tis ta , m as n &0 devem os c o n fu n d i- lo com o m r t i r d o m esm o n o m e . m e n c io n a d o em M a t . 2 3 :3 5 . E s te Z a c a r ia s m a r t i r iz a d o p ro v a - e1 lm c n te e ra f i lh o d c J o ia d a . c o n fo rm e m e n c io n a d o em I I C r . 2 4 :2 0-2 2 . c a luso de Jesus aos m rtire s , dc A b e l a Z a ca ria s , p oss ive lm en te u m a ;xp resso u m ta n to e qu iva le n te ao nosso >do G nesis ao A po ca lipse . P o r :o nsegu in te , esta passagem n o fo rnece q u a lq u e r nova in fo rm a o acerca la pessoa que fo i p a i dc Joo B a tis ta . Isa b e l, c u jo nom e s ig n if ic a D e u s 11eu ju r a m e n to , espo sa de Z a c a r ia s , ta m b m e ra d e s c e n d e n te de ia c e rd o te s , s e n d o d e s c r ita c o m o p a r e n ta d c M a r ia , m e de Je sus , )a rcn tcsco esse que p rova ve lm en te s ig n if ic a q ue e ra m p r im a s .

    A s descries sobre essa gente c suas vidas piedosas, e m pre g a m expresses d io m t ic a s d o V . T . E ra m p r o d u to s da e d u c a o e s t r i t a d o V . T . nteressante n o ta r , em F i l . 3 :6 , q ue P a u lo ta m b m sc descreve in c u lp v e l !u a n to ju s t i a q u e h na le i , q u e a q u i e n fa t iz a d a . E m b o r a o N .T .

    7 , ' , * ev Jjoav.

  • 9LUCASB ro w n observa ( in lo c .) : A que le casal t ra n q ilo passou p o r u m a p rova . Q uase to d o s ns tem os a lg u m p o n to to r to em nossa ve reda : m as a q u i estava u m e lo na g ra n d e cade ia dos p ropsU os d iv in o s . T a l c o m o sucedeu a A b ra o e S a ra . m u ito an tes d c Isa q u e te r- lh e s s id o d a d o : o u c o m o sucedeu a E lcan a e A n a . a n te s de S am ue l ser-lhes p ro m e tid o : ou c o m o sucedeu a M a n o e sua esposa, an tes de Sanso v ir a este m u n d o , assim ta m b m acon teceu a q u i. a Z a c a ria s e Isa b e l, antes d o p re c u rs o r d o M essias te r-lhe s s ido p ro m e tid o , sem d v id a p a ra to rn a r o p resen te a in d a m a is p rec ioso , e a f im dc desp e rta r a cxpec tao p e lo m esm o. O s e sc rito res is la m ita s B e id a v i c J a l lo d in (n o A lc o r o , c. 3 ) d iz e m que Z a ca ria s t in h a n o v e n ta c nove anos de ida d e c que sua esposa t in h a o ite n ta c nove a nos de id a d e : m as no co n ta m os com recursos nem p a ra c o n f irm a r e nem p a ra n e g a r essa in fo rm a o .

    1:7: Mai no tintam f i t a i , porque Isabel ra estril, e ambos eram avonodos em 1404.

    . . . e s t r i l . , . E ssa d e c la ra o n o f o i f e i t a p a ra in d ic a r q u a lq u e r ju lg a m e n to de D eus c o n tra eles, p o r m o tiv o dc a lg u m pecado , e m b o ra fosse um a d e s g ra a , em Is r a e l, q u e u m a m u lh e r c a s a d a n o tiv e s s e f i lh o s : porquan o g e ra lm e n te os f i lh o s e ram re p u ta d o s u m a b no de D eus, algumas vezes at m esm o u m s ina l especia l d c bno , se u m casal tivesse m uitos filh o s . D eus re tra ta d o p o r m a is de u m a vez a in te rv ir no processo natura l das coisas p a ra p ro m e te r f i lh o s , c o m o nos casos de A b ra o e Sara. Jacc R aque l, Z a ca ria s e Isa b e l, e, m a is especfica e ra d ic a lm e n te , no caso de M a ria , m e de Jesus. O tre c h o de H e b . 11:11 m e nc io n a o caso dc Sara e isso serve com o u m e xe m p lo da s u p e rio r id a d e c d o p o d e r da v id a d c f.

    9 K i 30.7

    1 :8 .9

    8 S e V , ** -9 a iriiuor. iioue: TR fite () Ztir Lutli

  • LUCAS10

    . 1:12: I Zocarins, vendo-o, ficou turbado, 0 temor o assaltou.d iv in o , vem c o m o m ensagem tle e n c o ra ja m e n to e de p o d e r...

    Q u a n d o o m u n d o in v is v e l d e s v e n d a d o d ia n te d o s n o sso s o lh o s , in s t in tiv a m e n te nos reco lhem os e nos p ro c u ra m o s a fa s ta r, po rq u a n to sabem os que no sc assem elha ao m u n d o co m o q u a l tem os f ic a d o to p e rfe ita m e n te h a b itu a d o s . H m u its s im a d ife re n a e n tre 0 a lcance dc nossos se n tid o s e o a lcance de nossas a lm a s . O h om e m in te iro , e n tre tan to , trem e q u a n d o a a lm a tra n sce nd e as b a rre ira s d o te m p o c d o espao e eotra e m u m c o n ta c to m a is d i r e to c o m D e u s . C o m f r c q c n c ia , o te m o r 0 a c o m p a n h a n te o r d in r io , p e lo m e n o s e m se us e s t g io s in ic ia is , das e x pe ri nc ia s m s tica s : m as o seu re s u lta d o f in a l a p u r if ic a o , o p o d e r c 0 e n c o r a ja m e n to . E m u it o c o n s o la d o r s a b e rm o s q u e a n ossa le g t im a h a b ita o aque le o u tro m u n d o o n d e im p e ra o p o d e r e o j b i lo , e que a lg u m d ia a nossa a lm a n o m a is re tro ce d e r an te as suas rea lidades, p o rq u a n to , em re a lid a d e , o d e s tin o d o h om e m o d c u lt ra p a s s a r os anjos, sendo e xa ta m en te o que P a u lo