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1 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 6
SUMÁRIO
Apresentação ------------------------------------------------- 2
Capítulo 6 ------------------------------------------------------ 3
6. Ácidos e Bases --------------------------------------------- 3
6.1. Teorias Ácido-Base ------------------------------------ 3
6.1.1. Teoria de Arrenhius --------------------------------------- 3
6.1.2. Teoria de Bronsted-Lowry ------------------------------- 4
6.1.3. Teoria de Lewis -------------------------------------------- 5
6.1.4. Comparando as três teorias ------------------------------ 6
6.2. Produto iônico da água ------------------------------- 6
6.3. Grau de ionização ------------------------------------- 7
6.4. Lei de Ostwald: Variação de α com o volume - 8
6.5. PH e POH ------------------------------------------------ 9
6.6. Titulometria ------------------------------------------- 10
EXERCÍCIOS PROPOSTOS ----------------------------- 14
GABARITO -------------------------------------------------- 16
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Apresentação
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Básicas (Física, Química e Matemática). Assistindo às aulas
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auxiliará você a adquirir o conhecimento necessário para
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Então seja Bem-vindo ao Curso de Nivelamento em
Química Elementar do PCNA. Este é o sexto de uma série
de o i t o E-books que vão lhe acompanhar durante o
curso, o professor utilizará este material como apoio às
suas aulas e é fundamental que você o leia e acompanhe as
atividades propostas.
A série “E-books PCNA-Química” foi desenvolvida
com o propósito de apresentar o conteúdo do curso de
Química Elementar.
Neste fascículo você irá encontrar o conteúdo de
Ácidos e Bases. É bom lembrar que não se pode aprender
Química sem alguns pré-requisitos, que muitas vezes não
valorizamos por acharmos simples e descomplicados,
todavia, atenção e compreensão se fazem necessária.
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3 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 6
Capítulo 6
6. Ácidos e Bases
6.1. Teorias Ácido-Base
Os ácidos e bases são conceituados de três maneiras
diferentes a partir de pontos de vista distintos:
6.1.1. Teoria de Arrenhius
Ácido é toda a substância que contendo hidrogênio,
se “dissocia” em solução produzindo ions H+.
Ex:
HCl(aq) → H+(aq) + Cl–(aq)
Base é toda a substância que em solução aquosa se
“dissocia”, produzindo ions hidróxido (OH-),
Ex:
NaOH(aq) → Na+(aq) + OH–(aq)
Arrhenius classificava as substâncias em eletrólitos e
não eletrólitos, conforme suas “moléculas” formassem ou
não íons ao entrarem em contato com a água. Aquelas que se
dissociavam totalmente eram eletrólitos fortes, as que não se
dissociavam totalmente eram eletrólitos fracos.
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6.1.2. Teoria de Bronsted-Lowry
Ácido é a espécie que cede ions H+ (prótons).
Base é a espécie que recebe ions H+.
“Ácido é definido como um doador de próton e base como
um receptor de próton”.
Uma reação de um ácido com uma base é, portanto,
uma reação de troca de prótons; se um ácido é simbolizado
por HA e a base por B, então podemos escrever uma equação
generalizada ácido-base:
HA + B ↔ A- + BH+
Porém, o produto BH+ também é capaz de doar seu
novo próton recém-adquirido para outro receptor, e é,
portanto, potencialmente outro ácido:
Ácido1 + Base2 ↔ Base1 + Ácido2
Nesta reação esquemática, a Base1 é conjugada do
Ácido1, e Ácido2 é conjugado da Base2. O termo conjugado
significa “estar conectado com”, e implica que qualquer
espécie química e sua espécie conjugada estão relacionadas
com o ganho ou perda de prótons, formando um par ácido-
base conjugado.
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6.1.3. Teoria de Lewis
Ácido é a espécie que recebe elétrons.
Base é a espécie que doa elétrons.
“Base é definida como um doador de par de elétrons e ácido
como um receptor de par de elétrons”.
Ex:
A molécula de amônia forneceu um par de elétrons e,
portanto, de acordo com a definição de Lewis é uma base, de
modo semelhante à teoria de Brönsted. O resultado da
combinação de uma base de Lewis e um ácido de Lewis é
chamado um complexo (como no exemplo da formação do
íon amônio). A ligação entre o ácido de Lewis e a base de
Lewis foi através de uma ligação covalente onde um par de
elétrons fornecido pela base ao ácido está agora sendo
compartilhados por ambas as espécies químicas que lhe deu
origem (trata-se de uma ligação covalente dativa).
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6.1.4. Comparando as três teorias
• A teoria de Arrehenius é restrita ao meio aquoso e à
presença de hidrogênio no ácido e de hidroxila na base.
• A teoria de Bronsted-Lowry abrange a de Arrehenius e
amplia o conceito para substâncias que não se
encontram em meio aquoso, mas é restrita a presença de
H+ (próton).
• A teoria de Lewis engloba as teorias de Arrehenius e
Bronsted e amplia o conceito para substâncias que não
se encontram em meio aquoso e não fazem
transferências de prótons.
6.2. Produto iônico da água
A água, segundo a teoria de Bronsted-Lowry, é
anfótera, ou seja, é um ácido e uma base. Devido ser um
eletrólito fraco, a concentração da água é praticamente
constante. Logo, a constante de equilíbrio para o sistema:
H2O(l) + H2O(l) ↔ H3O+(aq) + OH–(aq)
(Reação de auto ionização da água)
Kc= {[H3O+].[OH-]}/[H2O]
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Kw=[H3O+].[OH-]= 10-14 (25°C; 1atm) (6.1)
(Produto Iônico da Água)
6.3. Grau de ionização
A força de um ácido e de uma base pode também ser
expressa em termos de α, grau de ionização dos ácidos ou
grau de ionização das bases.
Para ácidos:
α =nº de moléculas ionizadas
nº inicial de moléculas=
𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑖𝑜𝑛𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠
nº inicial de moles (6.2)
Para bases:
α =𝑛º 𝑑𝑒 𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑖ô𝑛𝑖𝑐𝑜𝑠 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜𝑠
nº inicial de agregados iônicos (6.3)
Quanto mais forte for o ácido ou a base, maior será o
valor do numerador da fração e, obviamente, maior será o α.
Na pratica consideram-se fortes um ácido ou uma base que
estão mais de 50% ionizado ou dissociada, respectivamente,
isto é:
Eletrólito forte → α > 0,5
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É obvio que α pode ser no máximo igual a 1, situação
utópica — porque a ionização de ácidos ou dissociação de
bases são equilíbrios iônicos ― mas cômoda para a resolução
de problemas.
6.4. Lei de Ostwald: Variação de α com o volume
A constante de equilíbrio de equilíbrio dos eletrólitos
pode ser calculada se relacionarmos α com o volume da
solução, através da Lei da diluição de Ostwald.
De acordo com a reação:
𝐴𝐵 ↔ 𝐴+ + 𝐵−
𝑛(1 − 𝛼) 𝑛𝛼 𝑛𝛼
Sendo assim:
𝐾𝑖 =𝑛𝛼²
𝑉(1−𝛼) (6.4)
Onde:
Ki= Constante de equilíbrio;
n= nº de mols;
α= Grau de ionização;
V = Volume da solução.
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6.5. PH e POH
Em muitos casos, as concentrações de H+ e OH- são
expressas por números muito pequenos. Seria extremamente
incômodo trabalhar com tais números. Então utiliza-se uma
escala matemática, a escala de pH.
Matematicamente:
𝑝𝐻 = log1
[𝐻⁺] 𝑝𝑂𝐻 = log
1
[𝑂𝐻⁻]
Como o logaritmo do inverso de um número é o seu
cologaritmo, ou logaritmo negativo, tem-se que:
𝑝𝐻 = 𝑙𝑜𝑔 1
[𝐻+]= 𝑐𝑜𝑙𝑜𝑔 [𝐻+] = − log[𝐻+] (6.5)
𝑝𝑂𝐻 = 𝑙𝑜𝑔 1
[𝑂𝐻−]= 𝑐𝑜𝑙𝑜𝑔 [𝑂𝐻−] = − log[𝑂𝐻−] (6.6)
Sabe-se que, à temperatura ambiente, para a água
pura, temos a equação 6.1. Vamos aplicar logaritmos a essa
expressão:
𝑙𝑜𝑔[𝐻+] + 𝑙𝑜𝑔[𝑂𝐻−] = −14. 𝑙𝑜𝑔10
−𝑙𝑜𝑔[𝐻+] + (−𝑙𝑜𝑔[𝑂𝐻−]) = 14
pH pOH
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Em qualquer solução, pH + pOH = 14. (6.7)
Veja bem:
Quando pH = 7, [H+] = [OH-] = 10-7 → Solução neutra.
Quando pH > 7, [H+] < [OH-] = → Solução básica.
Quando pH < 7, [H+] > [OH-] = → Solução ácida.
6.6. Titulometria
Titulometria é a medição das quantidades de
reagentes a partir dos volumes das soluções que reagem. A
operação aplica-se a soluções que reagem uma com a outra,
o método é também conhecido como volumetria ou análise
volumétrica.
A operação pode ser resumida nas seguintes etapas:
1. Numa bureta está a solução titulada, que goteja sobre um
erlenmeyer contendo um volume conhecido da solução-
problema e gotas de um indicador.
2. Quando o indicador muda de cor e essa mudança
persiste, diz-se que o ponto de viragem foi alcançado.
3. Fecha-se a torneira da bureta e lê-se nela o volume da
solução titulada consumida.
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4. Nessa situação, são conhecidos o volume (V) e a
normalidade (N) da solução titulada, bem como o
volume (V1) da solução-problema.
A normalidade (N1) que se deseja conhecer é dada por:
𝑉×𝑁 = 𝑉1×𝑁1 ∴ 𝑁1 =𝑉×𝑁
𝑉1 (6.8)
A estequiometria da volumetria está baseada no
princípio da equivalência:
“Se a substância A reage com a substância B, o número de
equivalentes-grama de A e o número de equivalentes-
grama de B são iguais”.
Portanto:
𝑛. ° 𝑑𝑒 𝐸𝑔𝐴 = 𝑛. ° 𝑑𝑒 𝐸𝑔𝐵 (6.9)
Exemplo 6.1: Na neutralização de 20 mL de uma solução
de H2SO4 por meio de uma solução 0,5 N de KOH, dá-se a
viragem quando são gastos 50 mL da base. Qual a
normalidade da solução do ácido?
Solução:
Com a normalidade e volume gasto conhecido da
base utilizada na titulação para determinar a normalidade
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de uma solução ácida com volume definido, aplica-se a
equação (6.8) nos cálculos.
𝑁1 =0,5 𝑁 . 50 𝑚𝐿
20 𝑚𝐿= 1,25 𝑁
Logo, a normalidade da solução de ácido sulfúrico é
de 1,25 N.
Exemplo 6.2: 20 mL de uma solução de HCl neutralizam exatamente 80 mL de solução 0,2 mol/L de Ca(OH)2. Qual a concentração da solução de ácido? Solução:
Neste tipo de problema, é necessário conhecer a
equação da reação de neutralização e as equações de
ionização do ácido e dissociação da base.
2𝐻𝐶𝑙 + 𝐶𝑎(𝑂𝐻)2 → 2𝐻2𝑂 + 𝐶𝑎𝐶𝑙2
𝐻𝐶𝑙 → 𝐻+ + 𝐶𝑙−
𝐶𝑎(𝑂𝐻)2 → 𝐶𝑎2+ + 2𝑂𝐻−
Nota-se que a reação tem proporção de 1 mol de HCl
para 2 mols de Ca(OH)2. Logo, aplicamos a equação (6.9),
combinada com as equações (5.7), (5.8) e (5.9), obtendo:
𝑀𝐴 . 𝑋𝐴 . 𝑉𝐴 = 𝑀𝐵 . 𝑋𝐵 . 𝑉𝐵
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Com apenas um hidrogênio ionizável por molécula do ácido e dois íons hidróxidos dissociáveis por molécula da base, os valores de XA e XB são, respectivamente, 1 e 2. Logo, calcula-se a concentração molar da solução ácida.
𝑀𝐴 =0,2
𝑚𝑜𝑙𝐿 . 2 . 0,08 𝐿
1 . 0,02 𝐿= 1,6
𝑚𝑜𝑙
𝐿
Portanto, a solução ácida tem concentração igual a 1,6 mol/L.
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Aqui estão questões relacionadas ao capítulo
estudado. É importante o esforço para resolver todas as
questões. Em caso de dúvidas os monitores do programa
estão prontos para lhe ajudar. Bons estudos!
1) X, Y e Z representam genericamente três ácidos que,
quando dissolvidos em um mesmo volume de água, à
temperatura constante, comportam-se de acordo com a
tabela.
Calcule o grau de ionização para cada ácido.
2) Um técnico de laboratório descuidado quer preparar
200,0 mL de uma solução 0,025mol/L de HCl(aq), mas
usa um balão volumétrico de 250,0 mL.
(a) Qual seria o pH da solução desejada?
(b) Qual foi o pH da solução efetivamente preparada?
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3) 300 mL de uma solução 0,0175 mol/L de KOH(aq) é
preparada. 25,0 mL são pipetados da solução em um
bécher. O bécher fica em um ambiente aquecido por dois
dias, antes do uso, e nesse tempo parte da água evapora
e o volume se reduz a 18,0 mL.
(a) Qual seria o pH da solução inicialmente preparada?
(b) Qual foi o pH da solução após a evaporação?
4) Um estudante colocou Na2O sólido em um balão
volumétrico de 200 mL, que foi então enchido com água,
resultando em 200 mL de uma solução de NaOH. 5,00
mL desta solução foram, então, transferidos para outro
balão volumétrico e diluídos até 500,0 mL. O pH da
solução diluída é 11,25. Qual é a concentração de íon
hidróxido:
(a) na solução diluída?
(b) na solução original?
(c) Que massa de Na2O foi colocada no primeiro balão?