voce tambem e responsabel

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VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL Você Também é Responsável Dom & Ravel [mostra as estatísticas de analfabetos, tantos estádios do Maracanã] Eu venho de campos, subúrbios e vilas, sonhando e cantando, chorando nas filas [a platéia do teatro tem demarcados os 15 % de analfabetos, que estão dentro de tapumes de panos, dificultando o ver] seguindo a corrente sem participar me falta a semente do ler e contar [grita para a platéia:] eu sou brasileiro anseio um lugar suplico que parem pra ouvir meu cantar: você também é responsável, então me ensine a escrever eu tenho a minha mão domável, eu sinto a sede do saber do saber, do saber [telão mostra os belos cenários das plantações, que não são dos operários e dos analfabetos] Eu venho de campos, tão ricos, tão lindos cantando e chamando. São todos bem-vindos [seguem-se os presidentes do Brasil e todas as favelas e misérias] a nação merece maior direção. [(ao entrar cada espectador terá recebido um lápis): neste momento todos levantam os lápis, substituindo o tradicional gesto da mão fechada] Marchemos pra luta de lápis na mão; [as favelas descem em efeito especial os morros como se fossem morenas das geleiras derramando-se sobre os centros das cidades] eu sou brasileiro, anseio um lugar, suplico que parem pra ouvir meu cantar: Você também é responsável então me ensine a escrever eu tenho a minha domável, eu sinto a sede do saber do saber, do saber do saber do saber

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a música enquantro teatro

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VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL Você Também é Responsável

Dom & Ravel

[mostra as estatísticas de analfabetos, tantos estádios do Maracanã]

Eu venho de campos, subúrbios e vilas, sonhando e cantando, chorando nas filas

[a platéia do teatro tem demarcados os 15 % de analfabetos, que estão dentro de tapumes de panos,

dificultando o ver] seguindo a corrente sem participar me falta a semente do ler e contar

[grita para a platéia:] eu sou brasileiro anseio um lugar

suplico que parem pra ouvir meu cantar: você também é responsável, então me ensine a escrever eu tenho a minha mão domável, eu sinto a sede do saber

do saber, do saber

[telão mostra os belos cenários das plantações, que não são dos operários e dos analfabetos]

Eu venho de campos, tão ricos, tão lindos cantando e chamando. São todos bem-vindos

[seguem-se os presidentes do Brasil e todas as favelas e misérias]

a nação merece maior direção. [(ao entrar cada espectador terá recebido um lápis):

neste momento todos levantam os lápis, substituindo o tradicional gesto da mão fechada]

Marchemos pra luta de lápis na mão;

[as favelas descem em efeito especial os morros como se fossem morenas das geleiras derramando-se sobre

os centros das cidades] eu sou brasileiro, anseio um lugar, suplico que parem pra ouvir meu cantar:

Você também é responsável então me ensine a escrever

eu tenho a minha domável, eu sinto a sede do saber do saber, do saber do saber do saber