você na mídia - limites saudáveis entre a vida real e a vida virtual

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Palestra ministrada pelo professor Pedro Cordier, CEO da StartUp Equilibra Digital, na III semana de Administração da Unime, no Teatro Jorge Amado, dia 02 de outubro de 2012

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FORMAÇÃO Mestrando CIBERCULTURA (UFBA - aluno Especial);

Pós-Graduado em Jornalismo Digital (UNINTER); Extensão em Marketing Online (UFBA);

Graduação em Administração com habilitação em Marketing (ESAMC); Profissionalização em Web-design (SENAI);

Extensão em Marketing Político Digital (ministrado por Martha Gabriel); Especialização em Marketing e Propaganda (MERCATOR);

Centenas de horas de cursos, palestras e seminários... Especialista em Comunicação, Criatividade e Conectividade.

OCUPAÇÃO CEO da StartUp Equilibra Digital Solutions;

Primeiro CREATIVE TECHNOLOGIST do N/ NE do Brasil (Agência Única); Professor Universitário e Professor do MBA em Mídias Sociais (FBB)

Editor do BLOG Conectividade (portal iBahia) Editor do Sempre Bahia (4 milhões page views/ mês e 14.000 followers no twitter);

Palestrante e consultor na área de Marketing Digital.

Quais as tendências para 2011?

1º lugar, em 2012, da categoria Reconhecimento de Marca com o case “Tweetdoor” pela Internacional Newsmedia Marketing Association (INMA), uma das mais tradicionais premiações do planeta sobre iniciativas de marketing para veículos de comunicação.

Capa da revista ProXXIma (maior revista de marketing digital do Brasil) com a ilustração “Yes, We did it”, escolhida entre 100 criações.

"O homem cria as ferramentas e,

subsequentemente, as ferramentas

recriam o homem".

Essa frase de Marshall McLuhan traduz de forma simples e brilhante a conexão da tecnologia com a evolução da humanidade.

Uma das primeiras tecnologias dominadas pela

humanidade e que alavanca a nossa evolução é o fogo.

A partir daí, o homem começa a cozinhar os alimentos e isso

modifica o tipo de nutrientes absorvidos pelo cérebro, fazendo com que ele ficasse mais denso e

nos tornasse mais inteligentes.

Além do cérebro, o fogo permitiu proteção contra animais, aquecimento e

luz durante a noite e isso nos trouxe possibilidades sociais que transformaram

nossos hábitos e costumes.

Assim, o homem cria o fogo e o fogo recria o homem.

Mais recentemente, algumas tecnologias introduzidas em nossas vidas no século passado,

como o carro, a escada rolante e o controle remoto, por exemplo, são responsáveis por

queimarmos em média 700 calorias a menos por dia hoje. Sabem qual a consequência disso?

Está aumentando a obesidade na

raça humana!

Nenhuma tecnologia é neutra. As tecnologias sempre afetam a humanidade em algum grau - de algumas formas, nos beneficiam. De outras, nos prejudicam.

Por isso, é essencial estarmos sempre atentos às novas tecnologias que emergem em nossas vidas, pois elas certamente nos afetarão.

No entanto, acompanhar as transformações tecnológicas e os impactos que elas nos causam não é uma tarefa fácil e torna-se cada vez mais difícil.

Por que temos que estar em todas as redes sociais?

Por que desconfiamos de alguém que não está

no Facebook?

Por que, ao chegar uma notificação em nosso smartphone

que fomos marcados em uma foto, temos que parar tudo naquele

exato instante para conferir?

Por que nos intoxicamos com essas novas redes digitais e

ficamos online praticamente o dia inteiro?

Todas essas são perguntas ainda sem respostas claras.

O fato é que essas chamadas redes sociais fazem parte de uma nova revolução digital que impacta nossas relações com as pessoas e com as marcas.

Há pensadores contemporâneos que classificam esse cenário como uma

verdadeira revolução, a exemplo do que foi o surgimento da escrita, a revolução industrial, a revolução

gutemberguiana da imprensa ou a revolução francesa séculos atrás.

E somos obrigados a concordar.

A internet é uma plataforma que favorece as conexões e, consequentemente, a colaboração, o compartilhamento, as inovações.

Inovação pode acontecer em várias etapas e na conexão de várias pequenas ideias e as redes sociais favorecem isso.

Favorecer a sugestão das pessoas, amigos, clientes, nas redes é importante.

Usar grupos de discussão e fazer perguntas é muito importante, pois, pode-se colher informações, palpites, dicas e muitas ideias valiosas para melhorar processos, modelos de negócios, produtos, atendimento.

Pessoas diferentes de nós. Em lugares diferentes.

Vendo coisas diferentes. Percebendo coisas diferentes...

Estão encontrando pessoas como elas,

descobrindo causas e formando “tribos”, comunidades...

Ao mesmo tempo em que encontram pessoas diferentes e

formam novas tribos e vão somando novos conhecimentos, ferramentas.

Estamos cada dia

mais multi...

Entre tantos motivos, podemos perceber que na “sociedade em rede”, a inovação

deixou de depender dos gênios e eurekas individuais para ser uma propriedade

emergente das redes sociais de colaboração, em todo o seu processo de

desenvolvimento e difusão.

“O acaso Favorece a mente conectada.

Podemos analisar as redes sociais sob diversos aspectos.

Um deles é como plataformas

mercadológicas onde as marcas criam pontos de contato com seus

consumidores e demais públicos de interesse.

A partir do momento que uma empresa decide criar um fanpage ou

um perfil no Twitter, precisa ter ciência de que está abrindo a guarda,

pois acaba de deixar escancarada uma porta “digital”, ou seja, um

porta online, mais nefrálgica, mais exposta e mais mensurável.

Ela acaba de criar um “touch-point” tão importante quanto o

seu 0800, tão importante quanto o balcão de sua loja ou um

anúncio publicitário, e até mesmo tão importante como a forma que

se relaciona com um fornecedor.

Afinal tudo comunica a marca.

Quer expor sua marca nas redes sociais?

Prepare-se, capacite-se, planeje e crie um processo, atue de

forma relevante e muito, mas muito criteriosa.

Lembre-se que o antigo consumidor mudou, evoluiu

para PROSUMIDOR!

Aguçando nossa capacidade de

conexão...

Iremos perceber que vivemos todos

num mundo BETA...

Ávido por compartilhamento

e colaboração...

Vender não é mais questão de atingir

o público alvo...

E sim de interagir com as pessoas...

Atingir o público alvo? ALVO = estático, sem voz ativa, passivo.

Interagir com o PROSUMIDOR! PROSUMIDOR = conectado, propagador, consciente, pró-ativo.

Não há como controlar a voz ativa do PROSUMIDOR!

CRÍTICA ELOGIO (minimizar) (maximizar)

ACABOU O CONTROLE!!

Pode-se também, analisar as redes sociais como esses novos

ambientes digitais onde se constroem novas formas de lidar com situações antigas.

Ligar para dar parabéns para 3, 4, 7 aniversariantes no mesmo dia,

custa dinheiro, tempo e disposição.

Hoje, basta utilizar uma rede social online, como o Facebook, por

exemplo, para dar os parabéns!

Há quem prefira nem ligar e nem dar parabéns via Facebook, e

simplesmente “curte” a mensagem de parabéns de um terceiro.

Assunto resolvido!

Nesse novo ecossistema digital, todos tendem a criar um discurso narcísico, afinal a troco de quê eu deveria expor nesses espaços que eu estou triste, que terminei meu

namoro ou então dizer que aquele novo emprego que consegui não

vai nada bem.

Todos estão fazendo vigília sobre tudo que posto, publico e compartilho.

Há quem tenha adotado recentemente o chamado

“detox digital” ou processo de desintoxicação digital, afinal essas coisas viciam e ceifam nossa atenção durante boa

parte do dia, certo?

Se você sair do Facebook, vai perceber que a rede social não mata sua conta e te dá a opção

de deixá-la adormecida.

Você pode voltar quando bem entender, como se nada tivesse acontecido.

O problema é se você sair do Facebook e

ninguém perceber!

As pessoas estão cada vez mais conectadas e o

Facebook é um dos maiores expoentes

dessa conexão em rede.

Mais de 50 milhões de brasileiros usam a rede

de Mark Zuckerberg.

Detox digital?

Obrigado, mas ainda não.

Afinal, como é que eu iria ser convidado para fazer essa

apresentação e divulgá-la sem o meu Facebook?

Agora tudo muda mais rápido, inclusive nosso cérebro

Até o final do Século XX, o ciclo de vida das tecnologias era maior do

que o ciclo de vida humano.

A partir da década de 1990 temos testemunhado uma aceleração tecnológica, de forma que hoje o ciclo de vida das tecnologias é muito menor do que o ciclo de vida humano.

Se no Século XX, entre o nascimento e morte das pessoas haviam poucas mudanças tecnológicas (o rádio, a TV, o carro, o telefone, etc., sofreram poucas transformações em décadas), hoje, a cada 18 meses as tecnologias mudam.

Em algumas áreas, como nas mídias sociais, computação e

telecomunicações, as tecnologias chegam a mudar

várias vezes por ano.

Assim, o ambiente tecnológico torna-se cada vez mais complexo e

interconectado com o corpo humano e, portanto, nos

transformando de forma cada vez mais rápida e intensa, inclusive o nosso principal órgão, o cérebro.

As transformações no cérebro ao longo da evolução da humanidade são responsáveis pelas mudanças

no mundo para chegarmos à civilização atual.

Hipócrates, considerado o pai da medicina ocidental, dizia que

“o cérebro é a fonte de toda alegria, prazer e riso e também

de toda tristeza, desânimo, pesar e lamentações”.

Desta forma, as transformações no cérebro

transformam nossa vida.

As novas mídias e o nosso hipercérebro

Com a crescente disseminação tecnológica e melhorias na banda larga, estamos nos "esparramando" cada vez mais nas plataformas digitais.

A capacidade de processamento e memória dos computadores expande o nosso cérebro: guardamos números de telefones e informações nos celulares, nos notebooks, na web.

O nosso ser se amplia para nossos perfis online no

Facebook, Twitter, LinkedIn etc.

Quanto mais conexão, mais nos tornamos híbridos de corpo biológico

e ciberespaço transitando constantemente entre o ON e OFF line.

Estamos nos tornando cíbridos.

Se a tecnologia fora do nosso corpo já nos transformava, qual

será o seu impacto fazendo cada vez mais parte de nós?

Multitasking: o paradigma do cérebro viciado

Pesquisas recentes mostram como as tecnologias digitais têm afetado nosso cérebro.

Um dos impactos mais importantes é do multitasking – fazer várias

coisas ao mesmo tempo.

A pressão social para que consigamos dar conta de tudo é muito grande.

Por exemplo, em média, trocamos 37 vezes de janela ou checamos e-mails em cada hora.

Em 2008 as pessoas consumiram 3 vezes mais informações por dia

do que em 1960.

No artigo "Attached to Technology and Paying a Price", do New York Times, um neurocientista da Universidade da Califórnia disse que "A interatividade ininterrupta é uma das mais significantes mudanças de todos os tempos no ambiente humano. Estamos expondo nossos cérebros a um ambiente e pedindo que façam coisas que não estamos necessariamente evoluídos para fazer. Sabemos que há consequências".

De acordo com outro estudo, da Hewlett-Packard, "os trabalhadores distraídos por email e telefonemas sofrem uma queda de QI duas vezes maior do que observado em fumantes de maconha".

O multitasking, entre outras coisas, diminui a nossa memória,

criatividade, capacidade de decisão e vicia.

Nicolas Carr, afirmou há alguns anos que o Google

estava nos deixando burros.

Por outro lado, outros estudos sugerem que a busca ativa mais o cérebro do que a leitura – na imagem ao lado, o cérebro

da esquerda está lendo um livro e o da direita está fazendo busca na internet.

O infográfico "Google and Memory" baseia-se em diversos estudos que indicam transformações causadas pelo Google no nosso cérebro.

Uma delas é o fato de não lembrarmos mais de informações, mas onde encontrá-las. Esse fenômeno foi batizado de Google Effect.

O artigo "Is the on slaught making us crazy?" da revista Newsweek

(jul/2012) traz inúmeros estudos que mostram impactos negativos

da internet no nosso cérebro e no nosso comportamento.

Outro artigo, da Digital Trends, sugere que o

Facebook pode destruir o seu cérebro, diz estudo.

Por outro lado, inúmeros outros estudos comprovam benefícios

decorrentes do uso das tecnologias digitais, como no caso em que

empreendedores que usam redes sociais têm mais confiança, ou

no estudo que mostra que usar computador faz bem à saúde mental

dos idosos, entre outros.

Afinal, tudo isso nos faz bem ou nos faz mal?

Pesquisas são conduzidas diariamente ao redor do planeta que continuam a analisar o impacto das tecnologias em nosso cérebro.

Se não sabemos ainda exatamente quais desses impactos são benéficos ou não, sabemos por certo que eles acontecem.

E você? Tem pensado sobre isso? Cada vez mais precisamos refletir

sobre o que usamos no dia a dia e observar o quanto isso nos afeta

positiva ou negativamente.

O que percebemos que está nos prejudicando de alguma maneira, não devemos consumir ou usar de forma automática ou por modismo.

Devemos refletir constantemente pois estamos em permanente transformação.

Você deve ser o agente de análise do seu mundo sem esperar por

estudos, pois as tecnologias mudam mais rapidamente do que

os estudos e o nosso cérebro podem acompanhar.

Reflexão e bom-senso são as palavras que devem nos reger

nesse tsunami de mudanças.

Referências:

“Cérebro e Tecnologia: o bit nosso de cada dia” (Martha Gabriel) “Desintoxicação digital? Ainda não!” (Marcos Hiller) “Marketing 2.0: Atingir x Interagir” (Pedro Cordier)

Referências: “Cérebro e Tecnologia: o bit nosso de cada dia” (Martha Gabriel) “Desintoxicação digital? Ainda não!” (Marcos Hiller)