vocal de coralistas amadores .(soprano, tenor, etc.) ... 38. dificuldade em alcançar ou cantar...
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Revista CEFAC
ISSN: 1516-1846
revistacefac@cefac.br
Instituto Cefac
Brasil
Ribeiro, Lilia Regina; Midori Hanayama, Eliana
PERFIL VOCAL DE CORALISTAS AMADORES
Revista CEFAC, vol. 7, nm. 2, abril-junio, 2005, pp. 252-266
Instituto Cefac
So Paulo, Brasil
Disponvel em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=169320502014
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252 Ribeiro LR, Hanayama EM
Rev CEFAC, So Paulo, v.7, n.2, 252-66, abr-jun, 2005
PERFIL VOCAL DE CORALISTAS AMADORES
Amateur choir: vocal profile
Lilia Regina Ribeiro (1) , Eliana Midori Hanayama (2)
RESUMO
Objetivo: levantar informaes quanto ao perfil vocal de coralistas amadores, investigando sinto-mas, hbitos, sentimentos e posturas frente voz cantada e falada. Mtodos: foram analisados osquestionrios de sade vocal de 124 coralistas amadores. Resultados: os dados encontrados apon-taram maior nmero de sintomas vocais mltiplos na voz cantada quando comparado ao nmero desintomas na voz falada. Houve associao estatisticamente significativa entre sintomas, hbitos esentimentos da voz falada e cantada com relao ao nmero de sintomas vocais encontrados navoz falada e na voz cantada. Concluso: os achados quanto ao perfil vocal de coralistas amadoresindicam que h associao entre aspectos da voz falada e da voz cantada, sendo que se faz neces-sria a investigao detalhada de ambos os padres de produo vocal, para que se garanta umaviso global dos aspectos que possam influenciar a qualidade vocal das pessoas que praticam ocanto coral amador.
DESCRITORES: Voz; Fonao; Qualidade da Voz; Sintomas; Sade
(1) Fonoaudiloga, Especialista em Voz.(2) Fonoaudiloga, Mestre em Cincias pela Universida-
de de So Paulo, Fonoaudiloga colaboradora naDiviso de Cirurgia Plstica Craniofacial do Hospitaldas Clnicas da Faculdade de Medicina da Universi-dade de So Paulo.
INTRODUO
As diferenas no funcionamento dos rgos fo-nadores definem os aspectos divergentes entre avoz falada e a voz cantada.
O canto exige alta demanda vocal, sendo queajustes neuromusculares por todo o trato vocal soefetuados para se conquistar grande diversidade deefeitos sonoros 1-4. Por este motivo, praticar o canto,mesmo que amadoramente, necessita de cuidadosvocais adequados para que no ocorram problemasvocais futuros.
Muitas publicaes apontam as diferenas fisi-olgicas entre voz falada e cantada, e tambm en-focam cuidados relativos sade vocal 2-7.
Estudos atuais indicam que o treino da voz can-tada no traz benefcios diretos voz falada 8-10,apesar de serem evidentes os ganhos na voz can-tada 11-12.
De qualquer forma, o mau uso na voz falada in-fluencia a qualidade da voz cantada, sendo a afir-mao contrria tambm verdadeira. Se h proble-mas no canto e a qualidade da voz falada est alte-rada, possvel que haja alguma alterao nas pre-gas vocais. Se a alterao s no canto, pode indi-car falta de tcnica de canto 6.
O canto coral caracterizado pela harmoniza-o de vozes em grupo, sendo que a qualidade so-nora depende do estilo musical e repertrio preten-didos. As pessoas praticam o canto amador na bus-ca apenas de prazer, fazendo desta atividade umaterapia para sua vida 13.
Em estudo realizado com cantores de coral pro-fissional, semi-profissional e amador 14, constatou-se que os cantores, principalmente os amadores,no esto bem informados quanto a conhecimentosbsicos relacionados a cuidados vocais, demons-trando falta de conscientizao das capacidades elimitaes do mecanismo vocal.
Este desconhecimento pode levar ao uso exces-sivo, mau uso ou abuso vocal, que separados oucombinados a fatores biolgicos e psicossomticos,pode resultar em sintomas crnicos ou agudos deatrito vocal, que se refere reduo das capacida-des vocais ou desgaste do mecanismo vocal. O re-lato de trs ou mais sintomas vocais j indicativode quadro severo de atrito vocal 15-16.
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Jovens coralistas (crianas e adolescentes)apresentaram altos ndices de relato de dificuldadevocal, porm este achado no foi associado estatis-ticamente, de modo geral, a comportamentos e cir-cunstncias deletrias voz. Foi constatado ape-nas que tais dificuldades vocais so compatveis comsintomas de refluxo gastroesofgico (rouquido pelamanh) e estresse emocional (insnia e fadiga) 17.
Uma pesquisa que comparou mulheres estudan-tes de canto a estudantes de profisses da rea dacomunicao constatou que os cantores apresen-taram ndices maiores de relato de sintomas com-patveis a atrito vocal. Os cantores relataram emmaior nmero do que os estudantes da rea de co-municao, na voz falada, sensao de gargantaressecada, desconforto ou dor na garganta e redu-o da extenso vocal. No entanto as razes por-que isso ocorreu no ficaram claras. Pde-se expli-car este achado pelo fato de que h realmente umasoma de abuso vocal na voz falada e uso intenso davoz cantada, levando os cantores a terem um riscomaior de sintomas compatveis a atrito vocal. Noentanto, tambm h a possibilidade deste relato desintomas estar ligado a fatores emocionais. Muitoscantores mencionaram distrbios de humor estan-do estes associados preocupao e ao cons-tante estresse com sua sade vocal, o que prova-velmente ocorre devido s cobranas quanto ao fu-turo de suas carreiras profissionais de cantor, dei-xando-os mais sensibilizados e atentos a mudan-as vocais 18.
Apesar dos estudos citados acima, ainda soescassas as pesquisas que investigam aspectosparticularizados da sade vocal de coralistas, prin-cipalmente em nosso pas.
O presente estudo objetiva levantar informaesquanto ao perfil vocal de coralistas amadores, in-vestigando sintomas, hbitos, sentimentos e postu-ras frente voz cantada e falada, com o intuito deque tais dados possam contribuir para uma inter-veno fonoaudiolgica mais especfica, direciona-da a esta populao.
MTODOS
Foram analisados os questionrios sobre sa-de vocal, adaptado de publicao anterior 18, aplica-dos em 124 coralistas amadores integrantes de 7coros de uma instituio da cidade de So Paulo.
O questionrio foi distribudo aos coralistas apsexplicao geral sobre os objetivos do estudo e daassinatura do termo de consentimento. Estes res-ponderam ao questionrio em suas residncias ouno prprio local de ensaio, devolvendo-os preenchi-dos ao regente, que posteriormente os entregou aopesquisador.
Por questes de dificuldade motora e visual, apesquisadora ajudou dois coralistas no preenchi-mento de seus questionrios. A pesquisadora se li-mitou a ler as questes e assinalar as respostasconforme indicaram os coralistas.
Os dados foram coletados no perodo de novem-bro a dezembro de 2003. Foram realizados conta-tos telefnicos posteriores para 10 coralistas cujosquestionrios encontravam-se incompletos. Nestassituaes as questes foram apenas lidas e as res-postas anotadas nos questionrios.
Os dados da questo 12 dos questionrios noforam analisados pois alguns questionrios no fo-ram preenchidos adequadamente, o que suscitoudvidas quanto ao entendimento da questo peloscoralistas. Os demais dados foram organizados esubmetidos anlise estatstica, sendo que foramutilizados os testes de igualdade de duas propor-es e teste de independncia de qui-quadrado paraverificar possveis associaes entre o nmero desintomas, tanto de voz falada como de voz canta-da, e os demais itens pesquisados relacionados ainformaes sobre a prtica do canto, hbitos vo-cais, histrico de sade vocal e aspectos emocio-nais envolvidos com a voz. O nvel de significnciaestabelecido foi de 0,05 (5%).
O projeto desta pesquisa foi avaliado e aprova-do pelo Comit de tica em Pesquisa do Centro deEspecializao em Fonoaudiologia Clnica sob o no.206/03, tendo sido considerado como sem risco, comnecessidade de consentimento ps-informado.
Questionrio de Sade VocalInstrues: por favor responda todas as questes.
1. Data ___/___/___
2. Nome __________________________________________
3. Idade ________
4. Sexo __________________
5. Estado civil [ ] solteiro(a) [ ] casado(a) [ ] outro:___
6. Profisso ________________________________
7. Canta profissionalmente? [ ] sim [ ] no
8. Qual sua classificao de voz? (soprano, tenor, etc.) ________________________
9. H quanto tempo canta em coral? ___________
10. Canta em mais de um coro? [ ] no [ ] sim.Quantos?_______
11. Pratica outro tipo de canto? Qual? ___________________
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12. Usando a tabela abaixo, por favor indique o nmero dehoras de uso de voz (por semana) que voc emprega paracada atividade listada, e para qualquer outra, mesmo que no sendo de cunho profissional, mas que tenha exigidouso significativo da voz. POR FAVOR REFIRA-SEAPENAS A ATIVIDADES EM QUE VOC ESTEVEENVOLVIDO NAS LTIMAS 4 SEMANAS.
Voc tem, nos ltimos 3 anos...
26. estado em mdicos devido a problemas vocais?[ ] sim [ ] no
27. usado medicamentos para problemas vocais?[ ] sim [ ] no
28. deixado sua voz em repouso por problemas vocais?[ ] sim [ ] no
29. feito terapia p