voar na amazônia

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Agosto 2010 n 0 01 distribuição gratuíta Foto: Antonio Ximenes Empresários de 12 estados e Distrito Federal criam Associação Brasileira de Táxis Aéreos (ABTAer), no hotel Santos Dumont, em Goiânia, Goiás Págs. 03 e 04

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Publicação da ABTAer - Associação Brasileira de Táxis Aéreos.

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Page 1: VOAR na Amazônia

Agosto 2010 n0 01 distribuição gratuíta

Foto: Antonio Ximenes

Empresários de 12 estados e Distrito Federal criam Associação Brasileira de Táxis Aéreos (ABTAer), no hotel Santos Dumont, em Goiânia, Goiás Págs. 03 e 04

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Jornalista responsávelAntonio XimenesMtb: 23.984 DRT/SP

Diretor comercial Epifânio Leão

Diretor de criaçãoRicardo Litaiff

Repórter Clarice Manhã

FotógrafoFrancisco Araújo

Artista gráficaSuellen Freitas

Consultora comercial Josiane Damasceno

Conj. Jardim Yolanda, Rua B, n° 18 – Parque Dez CEP.: 69055-090 - Manaus-AMFone: +55 92 3082-4693E-mail: [email protected]

Editorial

RealidadeNasce AssociaçãoBrasileira de Táxis Aéreos03

Perfil empresarialDestaque da Rimaem transporte de malotes08

RealidadeAnac planeja multirãode recheque05

Feira7a Labace de 2010acontece em São Paulo11

AmazonasAmazonaves é líder regional14

NegóciosDallas Airmotive participa da Labace16ArtigoAviação Geral na Amazôniae o apagão estatal18

RealidadeMinistro Nelson Jobimrecebe ABTAer06

ComandantePresidente da ABTAerconta sua história12

Táxi aéreo

REALIDADE

V inte e duas empresas de táxi aéreo representando 12 estados e o Distrito Federal criaram a Associação

Brasileira de Táxis Aéreos (ABTAer) em Goiânia, no dia 28 de junho último. A primeira reunião aconteceu nas de-pendências do Hotel Santos Dumont, nas imediações do aeroporto Santa Genoveva.

Entre os presentes o senador Demóstenes Tor-res (DEM-GO) que se comprometeu em marcar uma audiência com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, com o objetivo de que a ABTAer leve às autoridades aeroportuá-rias do Brasil, o conhecimento dos problemas que afligem a categoria.

“Se algo não for feito de imediato várias empresas vão fechar, principalmente porque as carteiras dos pilotos

não estão sendo renovadas. A situação é tão crítica que em Belém e Manaus, depois do fechamento das GER (Gerências Regionais da Anac) nessas capitais, temos colegas no solo a meses, o que é grave e altamente cus-toso para as empresas. Eles, os pilotos, correm o risco de ficarem desempregados e as empresas apresentarem prejuízos irreversíveis por falta de pessoal habilitado. Isso pode trazer, novamente, o caos aéreo”, afirmou o presidente da ABTAer, Milton Arantes Costa.

Além da renovação das carteiras dos pilotos há outros gargalos junto à Anac (Agência Nacional da Aviação Ci-vil), segundo vários comandantes e donos de empresas de táxi aéreo, que participaram da fundação da associa-ção. Gilberto Scheffer, proprietário da Rima (Rio Madeira

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Índice

Em um momento em que o Brasil vol-ta a correr o risco de sofrer um apagão aéreo de grande escala, como recente-mente se observou com a crise da Gol Linhas Aéreas, que atrasou a vida de mi-lhares de passageiros, e que por isso foi multada em R$ 2 milhões, o surgimento da Associação Brasileira de Táxis Aéreos (ABTAer) vem em boa hora.

Os empresários que atuam nas cida-des onde não chegam a aviação regional e nacional de grande porte, se mobiliza-ram porque não querem continuar reféns da burocracia dos órgãos reguladores da aviação. Eles têm necessidade de ver suas reivindicações atendidas, especial-mente do recheque dos pilotos e o retor-

no das agências regionais da Anac de Manaus e Belém, que depois de fechadas passaram a onerar as empresas, que têm que ir a Brasília para resolver, o que antes era feito com naturalidade no Amazonas e no Pará.

Pagadores dos impostos e dentro da legalidade, as empresas de táxi aéreo sentem-se sangradas pelas ações das empresas clandesti-nas, que além de lhes tirar mercado de forma ilegal, também colocam em risco a vida de centenas de passageiros, por não respeitarem as normas de segurança aérea.

Os preços mais elevados dos combustíveis e dos seguros para as empresas que atuam na região Norte, especialmente na Amazônia, em relação ao restante do País, também afetam o equilíbrio da aviação civil nas áreas mais distantes da nação. Por todas essas considerações que a publicação Voar na Amazônia está em suas mãos, para ser um veículo de esclarecimento da opinião pública.

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Aerotáxi Ltda.) de Rondônia e Acre, disse que é fundamental que se faça um mutirão para o recheque dos pilotos, começando pelos asso-ciados da ABTAer. “A Anac precisa providenciar instrutores para cumprir as formalidades do check imediato”.

O comandante Heiss, da Heiss Táxi Aéreo de Belém, alertou que há outros problemas na área, como os táxis aéreos clandestinos. “Essas aeronaves ilegais não obedecem as diretrizes de segurança o que pode trazer inúmeros problemas para a aviação regional. Precisamos de mais fiscalização e punições severas para os infratores”.

Igualmente preocupado com a falta de profissionais da Anac para atender a demanda da área, o comandante Emerson Carvalho Pereira, da Amapil Táxi Aéreo Ltda, de Campo Grande, disse que a abertura de concurso para contratar novos funcionarios da Anac é muito importante para atender a demanda. “Temos que destacar, também, que a falta de padronização das agências da Anac, nacionalmente, nos preocupa”.

O comandante Cleiton Sérgio de Sousa, da CTA Táxi Aéreo de Ma-naus, observa que a categoria vai se beneficiar com a criação da ABTA er em todas as direções.Ele sustenta que uma entidade organizada tem força política, econômica, empresarial e social para fazer valer os seus pontos de vista. “Há muitos ajustes a serem feitos na nossa área e isso somente vai acontecer quando estivermos unidos no propósito de me-lhorar a aviação quanto à segurança dos passageiros, da qualidade dos serviços, dos procedimentos legais e do profissionalismo”, comentou.

REALIDADEREALIDADE

Anac planeja mutirão de recheque

A presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira, informou que planeja a realização de um mutirão para recheque de

pilotos da região Norte, mas ainda não há data prevista. Ela afirmou que os serviços das extintas Unidades Regionais (UR’s) de Manaus e Belém foram incorporados aos escritórios da Agência e postos de serviço nos aeroportos locais. Destacou, ainda, que as unidades anteriores (URs) não devem re-tornar ao funcionamento nas duas capitais. “Antes, estes escritórios tinham a denominação de UR’s, mas passaram por uma reavaliação de estrutura administrativa, pois contavam com um quantitativo de pessoal que não justi-ficava sua manutenção como Unidades Regionais. Mas apesar da mudança de nome, continuam funcionando normalmente”, disse.

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À esquerda comandante Cleiton de Souza da CTA (Amazonas), ao centro comandante Milton (presidente da ABTAer) e o comandante Gilberto, da Rima de Rondônia e Acre.

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Clandestinos Quanto ao combate dos táxis aé-

reos clandestinos, a presidente avalia que a grande dificuldade é comprovar o crime, porque, na maioria das ve-zes, os próprios passageiros dizem à fiscalização que são amigos do dono do avião, e aceitaram apenas uma carona. “O que pretendemos é conscientizar os passageiros e pilo-tos sobre os riscos para coibir essa atividade criminosa. A Anac tem uma campanha contra os táxis aéreos pi-ratas, nos aeródromos, aeroportos, aeroclubes e escolas de aviação.

O mais importante é conscientizar o passageiro e os pilotos que o táxi aéreo pirata coloca suas vidas em risco”, observou Solange Vieira . O Sindicato Nacional das Empresas de Táxi Aéreo (Sneta), também participa da campanha.

Treinamento descartado

Segundo a presidente da Anac, o órgão não tem previsão de imple-mentar um programa de treinamento específico para pilotos de táxi aéreo. Hoje, o piloto de táxi aéreo tem ha-bilitação profissional na categoria de

piloto comercial e está habilitado a fazer voos comerciais, como os de táxi aéreo, ao contrário do piloto priva-do, que só tem licença para fazer voos particulares, seja sozinho, com amigos ou família, mas nunca com a respon-sabilidade do transporte de passa-geiros. “Para se habilitar como piloto comercial é preciso no mínimo de 150 horas de voo, enquanto o piloto priva-do precisa de apenas 40 horas. Da mesma forma, o avião preparado para transportar passageiros cumpre exi-gências muito maiores de manutenção e de equipamentos do que um avião particular”, ressalta Solange Vieira.

Presidente da Anac, Solange Vieira

Foto: Celso Junior/AE

Page 4: VOAR na Amazônia

REALIDADE

06Voar na Amazônia

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, recebeu os di-rigentes da Associação Brasileira de Táxis Aéreos

(ABTAer) no dia três de agosto, em Brasília. Na ocasião, o presidente da associação, comandante Milton Arantes Costa, disse que a categoria enfrenta problemas com a demora na homologação e renovação das carteiras dos pilotos das empresas de táxi aéreo e que, em decorrên-cia desta realidade, as grandes empresas de aviação já estão sentindo os efeitos. “São os táxis aéreos os res-ponsáveis em formar a grande parte da mão de obra que atende às grandes companhias regulares da aviação ci-vil, como a Gol, por exemplo”, afirmou Costa.

Com a desmobilização dos escritórios regionais da Anac de Belém, no Pará, e de Manaus, no Amazonas, a situação ficou ainda mais delicada, o que tem levado as empresas de táxi aéreo à sede da Anac, no Distrito Federal, para resolver uma série de questões que pode-riam encontrar soluções nessas capitais do Norte, como ocorria anteriormente. “Os empresários estão tendo mais gastos e as resolução dos gargalos, como os recheques dos pilotos, está mais demorada” comentou Costa.

Jobim se mostrou preocupado com o que está ocor-rendo no setor e marcou uma nova reunião para o dia 11 de agosto com a ABTAer. Nela estiveram presentes

as autoridades da Secretaria de Aviação Civil, SAC, e da Agência Nacional de Aviação Civil, Anac. O ministro disse que a sua política é a de encontrar as respostas para os problemas da categoria de forma equilibrada e rápida.

Tripulantes

Segundo o consultor jurídico da ABTAer, comandante Georges de Moura Ferreira, o “ministro Jobim também está preocupado com a falta de tripulantes ora enfrenta-do pela GOL, cujas consequências se equiparam a um apagão aéreo”. Ferreira destacou que em decorrência de alguns procedimentos da Anac, as empresas de táxis aéreos, há cerca de um ano, vem deixando de formar e treinar novos pilotos para suprir a demanda das empre-sas de aviação comercial e regional regular.

Senadores

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), conhecido na área por ter sido o relator da CPI do Apagão Aéreo no Senado, foi quem articulou as reuniões. Como ele, também o senador Arthur Neto (PSDB-AM) acompanha a categoria.

Da esquerda para direita:Prof. Georges de Moura Ferreira, Consultor da ABTAer, Cmte. Milton Arantes Costa, Presidente da ABTAer, Ministro da Defesa, Nelson Jobim, e senador Demóstenes Torres

Ministro Nelson Jobim recebe dirigentes da Associação Brasileira de Táxis Aéreos

Foto: ABTAer/divulgação

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Se transformar em uma sólida e grande empresa car-gueira regional. Este é o sonho do comandante Gil-

berto Scheffer, 43, dono da Rio Madeira Aerotáxi Ltda. (RIMA), empresa com sete aeronaves, sendo três Sêne-cas II, dois Minuanos e dois Grand Caravan. Com 50 fun-cionários distribuídos entre Porto Velho (RO), Rio Branco, Feijó, Taraucá, Cruzeiro do Sul (AC) e Cuiabá (MT), a Rima, que é especializada em transportar malotes da Fe-braban e dos Correios, encontra-se em franca expansão com novas rotas em sua carteira.

Mais recentemente, no dia 28 de julho último, en-trou em operação o serviço de malote de compensação bancária da Febraban, na linha Manaus-Porto Velho-Rio Branco (ida e volta, de segunda a sexta-feira). Para este percurso, a empresa de Gilberto Scheffer opera com um Mitsubishi, uma parceria com a Cleiton Táxi Aéreo (CTA) de Manaus.

A Rima é conhecida pela tradição de chegar nos horá-rios pré determinados e pela sua capacidade de logística privilegiada. Gilberto Scheffer tem como uma das suas principais características o cuidado com o planejamento. “Fazemos de tudo para chegar na hora certa, por isso estamos sempre estudando as rotas e as suas alterna-tivas, para os casos de emergência com o clima ou por questões técnicas operacionais”, destaca.

Seu talento de planejador e a disciplina dos seus 23 pilotos é reconhecida profissionalmente, pois a Rima tam-bém faz o transporte do malote da Febraban nas linhas Porto Velho-Lábrea e, no Mato Grosso, de Cuiabá-Cáce-res, Pontes e Lacerda-Comodoro-Sapezal. Os planos da empresa são de expansão. Gilberto Scheffer e sua sócia Sônia Maria Grabner cogitam adquirir novas aeronaves, para poderem participar de concorrências para o trans-porte de malotes em outras rotas.

O sucesso da Rima se deve ao perfil do comandante Gilberto Scheffer, mas também ao senso financeiro de Grabner. A dupla está sempre afinada. Mas é a originali-dade e ousadia de Gilberto Scheffer que têm feito histó-ria. “Aos sete anos, lá na roça, no interior do Paraná, vi uma avião passar e disse para o meu irmão: quando eu crescer vou ser piloto”.

O Começo

Dez anos depois, Gilberto Scheffer estava no Aero-clube de Rondônia, em Porto Velho, lavando o piso dos hangares, limpando aviões e fazendo todo tipo de servi-ço para ficar o mais próximo possível de uma aeronave. Anos depois foi para Curitiba, onde fez o curso de piloto privado no Aeroporto de Bacacheri. Tudo com muitas di-

PERFIL EMPRESARIAL

Rima é referência notransporte de malotes

PERFIL EMPRESARIAL

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Transporte de correspondência dos Correios no município de Tarauacá, no estado do Acre

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7a Labace12 a 14 de agosto em São Paulo

7ª Feira Latino-Americana deAviação Executiva de Negócios

Exposição Setorial Internacional Anual

Setor: Veículos Automotores, Autopeças, Retíficas e Acessórios

Linhas de Produtos e/ou Serviços: Aviões e helicóperos para uso executivo, produtos e serviços ligados à operação, manutenção e revitalização de aeronaves.

Localização:Aeroporto de CongonhasEndereço: Avenida Washington Luís, 600 – Portão 3 – São Paulo-SP

Horários: 12h às 21h (dias úteis) e das 9h às 18h, no sábado

Promoção:Associação Brasileira de Aviação Geral – ABAGE-mail: [email protected]: www.abag.org.br

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ficuldades financeiras, mas com uma férrea vontade de ser piloto.

“Depois que me formei no Paraná voltei para Porto Ve-lho, onde trabalhei dois anos como instrutor prático. Foi uma luta danada até que em 2002 consegui adquirir um Sêneca II. Investi todas as minhas economias e em dez meses conseguir quitar a dívida. Foram US$ 150 mil sua-dos, mas muito bem investidos. Nascia a Rima”.

Com as primeiras rotas do malote da Febraban: Por-to Velho-Ariquemes-Ji Paraná-Cacoal-Rolim de Moura-Vilhena, a empresa foi ganhando musculatura e o quadro de pessoal foi aumentando, o mesmo acontecendo com a aquisição de novas aeronaves. Hoje, a Rima também transporta o malote da Febraban para Colorado e Cerejei-ras, em Rondônia.

Ajuda humanitária

As operações no Acre são as mais inusitadas. A linha para Tarauacá, especialmente na estação de chuvas (de novembro a maio) costuma transportar alimentos, remé-dios e os mais diversos tipos de equipamentos que não podem ser transportados por terra, em função das en-chentes. Não raro, as aeronaves da Rima transportam pessoas que precisam ser atendidas em Rio Branco. “So-mente quem vê o que fazemos para ajudar a população do interior da Amazônia entende o que uma empresa de táxi aéreo faz. Nós atendemos as cidades, onde as em-

presas de aviação regional e nacional não chegam.Temos uma função social decisiva nos lugares mais afastados do Brasil”, comenta Gilberto Scheffer.

Sobre o mar do Caribe

Tanto esforço para conseguir chegar a uma posição de liderança regional, naquilo que faz de melhor, levou o co-mandante Gilberto Scheffer aos Estados Unidos da Améri-ca, onde em 2009 comprou um Grand Caravan zero bala” e o trouxe pilotando, desde Wichita, no Kansas, até Porto Velho, em Rondônia, em uma viagem que ele considerou como a mais espetacular de sua vida.

“Foi uma semana sobre as planícies americanas, o mar do Caribe e a floresta amazônica. A beleza do azul e do verde do oceano me encantou. Passamos pelo Mis-sissípi, Miami, Punta Cana, Saint Martin, Ilhas Granada, Georgetown, Belém, Manaus até chegar em Porto Velho. Foi inesquecível”.

Ele conta ainda que no Caribe se emocionou ao pen-sar em sua infância de menino pobre no interior do Para-ná. Do dia em que falou para o irmão, na roça, que seria piloto. Da boa lembrança dos filhos (dois rapazes e uma menina) e da companheira Célia Regina Peres. “Posso dizer que sou abençoado por Deus. A vida de piloto e de empresário da aviação civil têm sido uma graça divina”.

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Labace (Latin American Business Aviation Con-ference and Exhibition) está na 7ª edição. Este ano, a Labace traz mais de 140 expositores e 56 aeronaves executivas. Os ingressos custam R$ 90 para os três dias. O evento é o segundo maior do gênero no mundo e se encontra em ple-na expansão, pelo interesse dos empresários na aviação executiva top.

Comandante Gilberto Scheffer da Rio Madeira Aerotáxi, de Rondônia

A próxima reunião da ABTAer será em Manaus, no Ama-zonas, no dia 28 de agosto. O encontro reunirá mais de 30 empresas de táxi aéreo. O principal tema será: “Em-presa de Táxi Aéreo, Serviço Aéreo Público”.

Teatro Amazonas, berço da ópera e da cultura amazônica

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PERFIL EMPRESARIAL FEIRA

Jato Hawker 4000 é um dos destaques da Líder Aviação na feira

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COMANDANTE

Sonho deComandante Milton Arantes Costa

A dois mil pés de altura sobre o mar da Patagônia, na Argentina, a visão de um cardume de baleias emo-

cionou o comandante e empresário Milton Arantes Costa, que começou a carreira como lavador de aviões. A pai-xão de quem viu a neve pela primeira vez, pilotando seu próprio avião, define romanticamente a trajetória do presi-dente da Associação Brasileira de Táxis Aéreos (ABTAer). “Não se escolhe ser piloto. Se nasce piloto. Essa paixão acompanha você desde menino, desde os sete ou oito anos de idade, quando se começa a voar com aeronaves de brinquedo”, define o comandante.

A criança que pulou do alto de uma caixa d’água com uma capa pendurada no pescoço, na cidade de Inhumas

(GO), sobreviveu às primeiras tentativas de vencer a gra-vidade. Aos 17 anos de idade foi trabalhar na companhia Heriner, como lavador de aviões, passou à assistente de mecânica e depois se tornou titular no posto. Foi em 1990, aos 22 anos, que Milton comprou sua primeira ae-ronave: um Cessna 172 desmontado.

Naquele momento, o sonho de pilotar decolou com as aulas técnicas de um comandante amigo. Milton apren-deu a pilotar, a fotografar e pagou o curso na AHV Escola de Aviação Civil, em 2000, com a venda de fotografias panorâmicas para revistas. Depois de formado, e com a experiência de atuação em quatro companhias, o coman-dante voou mais alto. “Minha empresa nasceu no trecho

entre Macapá e o Oiapoque. Hoje temos oito aerona-ves, 30 funcionários e voamos cinco mil horas por ano”.

Apaixonado pela aviação civil na região Amazô-nica, o comandante não esconde sua preferência por voar no céu do Norte, e avalia que é justamente a falta de estrutura da região que faz dos pilotos locais os melhores do País. “Sou brasileiro e lamento que a maior parte do meu povo não conhece a beleza da pai-sagem amazônica”.

Atento as dificuldades de acesso e qualidade de vida nas comunidades ribeirinhas do Norte, o comandante sonha em projetar uma aeronave com baixo custo de operacionalização. “A aviação civil não é acessível não por culpa nossa. Os equipamentos são muito caros, im-portados, isso exige um alto preço para manutenção”.

Admirador de Santos Dumont, o comandante ressal-ta que a aviação não se faz de um homem só, e destaca a camaradagem entre pilotos, mecânicos, controladores de voo e todos os envolvidos na decolagem, aterrissa-gem e manutenção das aeronaves.

Escolhido por unanimidade, o primeiro presidente da Associação Brasileira de Táxis Aéreos (ABTAer), traça o plano de voo para sua gestão: pretende fortalecer o segmento de táxi aéreo brasileiro e intensificar a comu-nicação dos empresário do setor com a Agência Nacio-nal de Aviação Civil (Anac). “Com diálogo, organização e mobilização politico-empresarial vamos atingir os nos-sos objetivos”.

Sequestro e explosão Os 24 anos de aviação civil do comandante Milton se

traduzem em histórias emocionantes. Em 1999 ele deco-lou de Goiás em um Sêneca 3, e voou até a Patagônia, na Argentina e Cordilheira dos Andes, no Chile. “Foi uma viagem de 22 dias, a mais marcante da minha carreira. Ver a neve tão branca, do alto, é inexplicável. É a imagem da paz, que tem muito a ver com a minha fé”, lembra. Foi nesta viagem que o comandante assistiu, do auto, o balé das baleias nas águas frias da Patagônia.

O comandante também passou por horas difíceis nos céus. Em 1999 foi seqüestrado em pleno voo e somente foi solto pelos sequestradores na fronteira do Brasil com o Paraguai. A aeronave foi roubada. Em 2001, o piloto escapou de uma explosão imediatamente após o pou-so de emergência no aeroporto de Macapá. “Não tenho explicações para que aconteceu, são momentos como este que reforçam a minha fé em Deus, e me fazem pensar que existe uma missão pra mim aqui”.

Não se escolhe ser piloto. Se nasce piloto. Essa paixão acompanha você desde menino, desde os sete ou oito anos de idade, quando se começa a voar com aeronaves de brinquedo”. Milton Arantes Costa

Comandante

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Com apenas uma pequena aeronave Corisco, na rota de malotes, Macapá/Oiapoque, a PEC iniciou suas atividades em 2004

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AMAZONAS AMAZONAS

Com uma frota de 14 aviões de diversos modelos – bimotores e turboélices – Amazonaves é uma das

maiores empresas de táxi aéreo da região Norte. Seus 80 funcionários diretos e 36 pilotos atendem a diversos mu-nicípios do Amazonas, Roraima e Acre. Bem aparelhada, a empresa conta com uma oficina para aviões a pistão e motores turboélice. Ela atende uma média de cinco aero-naves por semana de outras empresas em seu hangar, no Aeroclube de Flores, em Manaus. Toda a sua frota está no ar. Recentemente um Grand Caravan foi adquirido. Outras aeronaves, dentre elas um hidroavião, vão se incorporar a moderna frota.

Administrada pelos irmãos Geraldo Luiz Picão e An-tônio Picão Neto, há doze anos ela opera com excelên-cia nas áreas mais longíncuas da Amazônia brasileira. A criação da oficina se deu para atender as aeronaves pró-prias, mas também à demanda existente entre as outras empresas da aviação civil que atuam na região. “Há seis

anos criamos uma infraestrutura de mecânica e manu-tenção, que nos permitiu economizar mais, ao cuidarmos diretamente dos nossos aviões. Há dois anos ampliamos os serviços para terceiros”, disse o comandante Antônio Picão Neto.

Malotes

Pela sua eficiência e cuidados especiais com a se-gurança, a empresa conquistou há quatro anos o direito de transportar o malote para documentos da Febraban e há sete anos o dos Correios. As cidades de Coari, Tefé, Carauari, Eirunepé, São Paulo de Olivença, Maués, Pa-rintins, entre outras no Amazonas, são beneficiadas com suas operações nessas áreas.

Amazonaves até poderia atuar em outros municípios como Itamarati, Envira, Ipixuna, Juruá, Japurá, Santo An-tônio do Içá, Tapauá, Canutama, no transporte de malo-

tes oficiais, se as pistas dessas localidades, na maioria com 1.200 metros e asfaltadas, fossem homologadas. No passado muitas delas estiveram em operação, mas, no momento, não podem receber aeronaves de maior porte.

Homologações

Em contraponto a falta de homologação dessas pistas do interior do Amazonas chama atenção dos empresários de várias empresas de táxis aéreos, o fato de que diver-sas pistas em áreas indígenas em Roraima, por exemplo, estejam homologadas, mas que não têm asfaltamento, o tamanho é inferior a 1.200 metros e as condições técnicas nem sempre são as melhores.

Ocorre, que sem homologação das pistas, os empre-sários do Amazonas ficam impossibilitados de voarem para essas cidades, que, na maioria das vezes, precisam dos serviços aéreos para questões relacionadas à saúde, as operações bancárias e de correios. Em alguns muni-cípios da calha do rio Juruá, a correspondência dos Cor-reios demora até quinze dias para chegar na sede, por ser transportada de barco.

União e força Consciente que a criação da Associação Brasileira de

Táxis Aéreos (ABTAer) é fundamental para que os garga-

los da categoria possam ser resolvidos, a partir das ações das autoridades da Anac, Infraero, SAC, dentre outras da aviação civil, Geraldo Luiz Picão disse que a empresa é sócia fundadora da ABTAer, “porque acredita que há muito a se fazer na área, e que somente com união se pode-rá conseguir os resultados para melhorar a aviação civil brasileira”.

Segundo ele, os efeitos positivos da criação da asso-ciação já estão sendo sentidos. “Nós chegamos a ter 23 pedidos de recheques protocolados na Anac, alguns com 40 dias. Isso aconteceu ha cerca de três meses, hoje já estamos com mais de 90% dos nossos pedidos atendi-dos, o que representa avanço”.

Paraquedistas

Amazonaves também transporta paraquedistas que são lançados de seus aviões no Aeroclube de Flores e outras localidades. O Amazonas tem mais de 230 praticantes de paraquedismo, que, semanalmente, saltam na cidade de Manaus. Esta demanda tem possibilitado que os desportistas da região, desta modalidade, participem de várias competições nacionais. Segundo Antônio Picão existe a possibilidade de que o Campeonato Nacional de Paraquedismo ocorra no Amazonas. “Aqui há todas as condições técnicas e profissionais para que isso aconteça”, comentou.

Amazonaves opera com força total na Amazônia

Há seis anos criamos uma infraestrutura de mecânica e manutenção, que nos permitiu economizar mais, ao cuidarmos diretamente dos nossos aviões. Há dois anos ampliamos os serviços para terceiros”. Antônio Picão Neto

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Antonio Picão Neto e Geraldo Luiz Picão, donos da Amazonaves, apresentam o novo Grand Caravan da frota

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NEGÓCIOS NEGÓCIOS

A Dallas Airmotive participa da 7ª Labace, em São Pau lo. Com 77 anos de operação, a empresa é uma

das maiores do mundo em manutenção de motores. No Brasil, ela se destaca pela sólida carteira de clientes. Motores de aeronaves da Força Aérea Brasileira, dos governos de Minas Gerais, do Amazonas, de Roraima, do Paraná e da iniciativa privada como a Amazonaves e CTA, de Manaus, já passaram por revisões feitas pelos engenheiros da Dallas Airmotive.

A empresa é certificada pelas fábricas da Rolls-Royce, Honeywell, Pratt & Whitney e a General Electric. Seus serviços são considerados de vanguarda tecnológica. Com o sucesso de suas operações no País, a companhia instalou uma oficina referência em Belo Horizonte, onde são realizadas manutenções em HSI (inspeção de ses-são quente) e MPI (inspeção maior de motor).

Na Dallas Airmotive Brasil, os engenheiros e técnicos trabalham nos motores das aeronaves Brasília, Grand Caravan, king Air, Pilatus, Cheyenne, bem como em Learjet, Citation e Hawker. A empresa tem dois contratos com a Força Aérea Brasileira para os motores PW 118

(Brasília) de três anos, e também para os Tucanos PT6-25C, este mais anti-go, e onde já foram feitos 16 motores.

Agora, a empresa se prepara para participar de uma nova licitação na Força Aérea Brasileira para a manu-tenção dos aviões Tucano, Bandei-rantes, Grand Caravan, entre outros. As forças aéreas da Argentina (aero-

Dallas Airmotive participa da Labace

nave Pampa) e do Uruguai também são clientes da Dallas Airmotive.

Cabe ao gerente territorial de ven-das, engenheiro Cristiano Piroli, de Belo Horizonte, o atendimento a es-ses clientes.

Entusiasmado com a performan-ce da empresa no Brasil, o diretor da Dallas Airmotive para América Latina,

Hiram Hoed, veio para participar da Labace. Na feira, ele conversará com os atuais clientes, bem como preten-de ampliar o raio de relacionamento com o mercado nacional e latino ame-ricano. “O trabalho do Cristiano Piroli tem ajudado a ampliar os negócios no mercado brasileiro e devemos am-pliar nossas ações na região”.

Amazônia

Antes de chegar em São Paulo, Hiram Hoed, esteve em Manaus, no Amazonas, onde passou pela experi-ência de sobrevoar a floresta amazô-nica em um Grand Caravan, da CTA. Hoed, depois de uma hora e quaren-ta e cinco minutos de voo aterrissou em uma pista de terra, às margens do rio Tapajós, na tríplice fronteira dos estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso, no município de Apuí.

“Quero parabenizar o piloto (Do-novane Corrêa Mota, 52) pela habi-

lidade de pousar em um local inós-pito com perfeição”. Os outros seis passageiros a bordo aplaudiram a aterrissagem. Com o motor turboéli-ce desligado, um “esquadrão” de me-ninos e meninas da comunidade da Barra do São Manoel ocupou a pista, uma clareira recentemente aberta no meio da selva.

O também gerente de vendas Cris-tiano Piroli e Hoed tiveram a oportuni-dade de presenciar, como os pilotos da Amazônia superam às adversidades em uma região com poucas alterna-tivas, no caso de emergência. “São

nessas horas que comprovamos, ain-da mais, a importância do nosso tra-balho de manutenção dos motores”, disse Piroli.

O comandante Donovane Mota, que tem 25 mil horas de voo e 30 anos de serviços prestados a avia-ção, disse que a experiência de ter voado dez anos em garimpos, lhe deu a segurança necessária para pousar em pistas pequenas, de terra e sem infraestrutura. “Acompanhar a velocidade do vento. Fazer a aproxi-mação com cuidado e ter firmeza no manche é o segredo”.

Fotos: Antonio Ximenes

À esquerda engenheiro mecânico Cristiano Piroli, ao centro, comandante Cleiton Souza e o diretor para a América Latina da Dallas Airmotive, Hiram Hoed

Rio Tapajós, na área de preservação ambiental da tríplice fronteira do Amazonas, Pará e Mato Grosso, na Amazônia

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Aviação Geral na

Georges de Moura Ferreira*

Amazônia e o apagão estatal

18Voar na Amazônia

ARTIGO

Porém essa conjuntura não é de responsabilidade dos servidores da Anac que, além de estarem em um número bem inferior ao que seria o necessário, estão assoberba-dos de serviços e, em alguns casos, não recebem um trei-namento adequado.

E agravando o panorama, a falta de concursos para pre-encher os quadros então ocupados pelos militares do anti-go Departamento de Aviação Civil – DAC –, o fechamento das Gerencias Regionais (Gers) e o contingenciamento de verbas, tem levado a Anac à beira de um verdadeiro blackout operacional, fato este especialmente percebido pelas empresas de aviação geral, que não vem recebendo o mesmo tratamento institucional que suas congêneres, as empresas aéreas que operam voos regulares.

Entretanto, as empresas aéreas regulares poderão sentir as consequências das mazelas sofridas pelos táxis aéreos em um curto prazo, eis que, sendo os mesmos os responsáveis em formar sua mão de obra de base (os pilotos), se persistir a atual situação, poderão deixar de cumprir com essa primordial função.

Uma das maneiras da aviação brasileira correr menos riscos de se inviabilizar será com a inserção da sociedade civil em sua elaboração e solução de seus problemas.

Isso pode acontecer, através da criação de entidades associativas privadas voltadas para a atividade, que terão ao instante, a oportunidade de tomar parte na constru-ção da nova realidade aeronáutica nacional, que deverá primar pelo tratamento igualitário a todos os segmentos da categoria.

Na Amazônia brasileira operam na atualidade algo em torno de 1370 aeronaves, que em sua maioria pres-

tam seus relevantes serviços à região através das mais de 50 empresas de táxis aéreos ali estabelecidas, que são as grandes responsáveis em pronto atender as mais longín-cuas, carentes e isoladas comunidades.

Assim, mais que o mero transporte de pessoas ou víveres, os táxis aéreos são os responsáveis em viabili-zar todo o sistema de compensação bancária da região, a evacuação de enfermos, acidentados, indígenas, etc., sendo sua função fundamental para a manutenção e o exercício da soberania do Brasil.

No entanto, as empresas de táxis aéreos têm sofrido para se manter operando, e esse fato não se refere à falta de capacidade técnica das mesmas, ou a uma crise eco-nômica no setor, sendo que o mercado da aviação tem evoluído de maneira constante no Brasil.

Entre muitos pormenores, o simples fato de operar na Amazônia é um desafio de dimensões continentais, sendo que a falta de infraestrutura é apenas uma das muitas par-ticularidades enfrentadas a diário pelos táxis aéreos, que contam, além de um reduzido número de aeroportos, com poucos lugares para abastecer suas aeronaves, existindo, por exemplo, apenas dois locais que disponibilizam gaso-lina para aviação de maneira regular em todo o estado do Amazonas.

Mas o pior cenário para essas firmas tem se apresen-tado na forma de um apagão estatal que ora atinge es-pecialmente a Agência Nacional de Aviação Civil – Anac – provocando que a mesma não desempenhe da melhor maneira suas funções, sendo que muitas empresas não têm conseguido renovar a licença de seus pilotos, ao pas-so em que o processo para o treinamento e certificação de tripulações, tem levado, muitas vezes, mais de um mês para ser concluído.

*Georges de Moura Ferreira é aviador, advogado, professor de Direito Aeronáutico Internacional e Nacional da PUC-GO,

consultor da Associação Brasileira de Táxis Aéreos – ABTAer. Conferencista e membro da Associação dos Diplomados da

Escola Superior de Guerra ADESG.

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