voando termicas e lift

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  AVLES Associa ão de Vôo Livre do Es irito Santo Pa -1- - 1 - PREFÁCIO Este texto é uma adaptação de um trecho do livro: “Hang Gliding According to Pfeiffer” escrito por Rich Pfeiffer, publicado por Publitec Editions, Laguna Beach, CA-USA, 1984. Nele há algumas considerações sobre térmicas e vôos sobre montanhas, tópicos que estão sujeit os a uma enorme varieda des de teorias. Sérgio Leite Lopes

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PREFCIOEste texto uma adaptao de um trecho do livro: Hang Gliding According to Pfeiffer escrito por Rich Pfeiffer, publicado por Publitec Editions, Laguna Beach, CA-USA, 1984. Nele h algumas consideraes sobre trmicas e vos sobre montanhas, tpicos que esto sujeitos a uma enorme variedades de teorias. Srgio Leite Lopes

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Voar...Voar como os pssaros ... ... fazer descidas e planar acima do solo, livre e desimpedido... No foi um sonho que nos atraiu a voar ? No leva muito tempo p/ percebermos que o vo no to simples como parece para os pssaros. Livros inteiros podem ser escritos (e realmente tm sido escritos) tanto sobre tcnicas de vo como sobre princpios de meteorologia. Este texto no tenta de forma alguma proporcionar uma discusso completa sobre qualquer um destes temas . Seu objetivo, sim, fornecer sugestes prticas de como fazer para pilotos de vo-livre que esperam melhorar seus mtodos de encontrar e voar em vrios tipos de ascendentes. Qualquer redao relacionada a fenmenos meteorolgicos deve ser prefaciado por uma grande cautela. Estes fenmenos so extremamente complexos e muito pouco compreendidos: e em qualquer dessas discusses so inevitveis simplificaes, repletas de generalizaes e vastas excees. No melhor, podem oferecer alguns indicativos para a melhor fonte de aprendizagem : sua prpria experincia.

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LIFTAs ascendentes geradas em obstculos (encostas, prdios, barragens, ...) oferecem vrias vantagens sobre outros tipos de ascendentes, principalmente pela segurana e confiabilidade das ascendentes. Os lifts tendem a ser constantes, possibilitando que os pilotos permaneam suspensos por todo o dia. O lift frequentemente oferece algumas convenincias : em muitos locais voc pode ir at l para voar, explorar paisagens, apreciar a vista e aterrissar perto de seu carro, dar uma parada para almoar e retornar no fim do dia. No surpresa o fato de grande nmero de pilotos que voam por recreao no conhecerem outro tipo de vo. Outros pilotos no do crdito ao lift, achando montonos e limitados. O que muitos pilotos no concebem que os vos de lift podem servir de instrumento bsico para vos de longa distncia. Muitos vos crosscountry no teriam sido possvel sem o reforo de algumas ascendentes de relevo suplementando outros tipos de ascendentes.

Como o Lift gerado. O termo refere-se ao movimento para cima do ar, resultado do choque do vento contra um objeto. Um nmero de variveis determina as caractersticas de uma dada ascendente de morro. Os pargrafos seguintes apresentaro uma descrio geral do fenmeno.

Fora Causadora Quando vento encontra um obstculo, busca a trajetria de menor resistncia para passar pelo objeto, simplesmente fluindo em volta, se isso for possvel. Se o obstculo for muito largo, parte ou todo ar empurrado para cima, formando uma faixa de ar com sentido ascendente. Para produzir ascenso suficiente para suportar um equipamento de vo, o obstculo deve ter inclinao maior do que 30 graus e o vento velocidade acima de 10 km/h (nmeros aproximados).

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Regio de LiftA coluna de ar, forada para cima pelo obstculo, gera uma rea de elevao contnua, pelo tempo que o vento continuar soprando. A regio de lift atingir de 2 a 3 vezes a altura do obstculo. A rea de melhor lift depende da inclinao e da altura. Em regies muito baixas, est mais prxima do terreno. No topo, o melhor lift estar mais afastado.

Descendente Aps o ar ter ultrapassado o obstculo e tenha atingido a mxima altitude, ele tende a descer. Se a parte posterior do obstculo for um declive, o ar tender acompanhar o declive.

Possveis turbulncias, rotores. O movimento do ar tende a aderir ao solo, um fenmeno conhecido como (surface-drag ou arrasto de superfcie). O desnvel do contorno da superfcie pode causar a separao do ar da superfcie, interrompendo o fluxo de ar e criando turbulncia. Se encontra o solo com muita fora, o ar fica turbulento (geralmente este impacto provoca a ascenso frente).

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Fatores que afetam o LiftVrios elementos determinam a fora, a forma, o tamanho e a localizao da coluna ascendente e a localizao do melhor ponto de ascenso. Os pargrafos seguintes discutiro estes fatores individualmente, apesar de na realidade seus efeitos estarem interrelacionados.

Morros Os morros geram colunas ascendentes regulares e teis por toda parte em que o fluxo do ar incide aproximadamente perpendicular e em que o vento suficientemente forte. Estas estruturas no precisam ser necessariamente altas. Morros com menos de 30m frequentemente produzem ascendentes teis. Naturalmente, quanto mais alto o morro mais desejvel ser o local para o vo livre. Quando o vento atinge o topo do morro, sua tendncia ser descer acompanhando o declive do morro, frequentemente gerando turbulncia atrs.

Escarpas Como locais para vo, as escarpas dividem muitas caractersticas com os morros, com uma grande diferena. Desde que uma escarpa no tenha declive em sua parte oposta, a localizao do ponto de descida do ar mais difcil de se predizer.

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A fora da ascendente e o plano da encosta que est de frente para o vento determina qual o ponto de ocorrncia da descida do ar e se estar acompanhado ou no de turbulncia. Encostas nas reas litorneas usualmente oferecem vos seguros durante todo o dia, quando o ar frio sobre as guas se move (maral) em direo ao ar aquecido sobre a terra. Com o resfriamento da terra durante a noite, esse movimento se reverte (terral). Escarpas que tm suas faces voltadas para predominncia dos ventos apresentam alguns dos melhores lugares do mundo para lift.

---------------------------------------------------------------------------------------Waimanalo. Hawai (1981). James Will usou o lift gerado por uma brisa martima constante, permanecendo no ar 24 horas, 36 min e 21 segundos, aterrissou; no devido ausncia da ascendente mas porque j havia atingido o seu objetivo e porque as rajadas de ventos que haviam soprado por toda noite no apresentaram qualquer sinal que iriam parar.

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Montanhas Cnicas Em geral, picos isolados no so bons locais geradores de ascendentes. O fluxo do ar pode desviar do obstculo, passando ao redor deste e pouco ar forado para cima.

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Outras Formas No fique limitado a morros ou escarpas. A princpio qualquer obstculo para movimento do ar ir causar alguma coluna de ascenso. O lift est onde voc o encontra, e os pilotos de vo livre podem ser bastante imaginativos para isto. ---------------------------------------------------------------------------------------Nags Head, North Carolina (1982)- Dan Skadal saltou de uma duna de 7 m em uma forte brisa que vinha do Atlntico. Em frente ao hotel, ele pegou o lift do hotel o que o elevou o suficiente para fazer um vo de 2 horas. Ezolimar (Ninja) em 1999, ficou 6 horas em frente aos prdios (30 m) na Praia da Costa.

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Liso x Rugoso Numa encosta lisa, as ascendentes esto muito prximas do solo, especialmente nas partes mais baixas. De outra forma, as encostas de terreno acidentado geram separaes e turbulncias bem prximas ao terreno. As ascendentes mais utilizadas so encontradas bem longe de encostas acidentadas.

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Salincias Horizontais Patamares ou reentrncias horizontais ao longo da encosta podem produzir redemoinhos. Essas turbulncias limitam-se prximo a rea de origem apenas com vento fraco. O ar se reagrupa em algum ponto acima do patamar e gera frente uma ascendente.

Com ventos fortes ( > 40 km/h ) esses redemoinhos costumam se desprender.

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Fendas e ngulos : o Efeito Venturi. Uma encosta nunca chega a ser uniforme em sua face; fendas, ngulos, pedras e ranhuras marcam tipicamente a superfcie. Quando o vento encontra qualquer destas caractersticas um fenmeno conhecido como efeito venturi ocorre. Uma fenda oferece menor resistncia do que as outras partes do morro. Logo, uma grande quantidade de ar flui atravs da fenda, numa velocidade maior do que nas partes laterais.

Uma reentrncia ou uma salincia na face de um morro que encontra o vento, produz um efeito similar: desvia o vento para seu centro, incrementando a fora e a altura da coluna ascendente.

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Quando o vento incide em um morro em ngulo, qualquer salincia produz este resultado. Quanto maior a salincia, maior o efeito.

Inclinao A inclinao afeta na altura do lift, no ngulo de melhor ascenso e no grau de turbulncia. Para gerar lift, a encosta tem que ser suficientemente ngreme. Morros com pouca inclinao no produzem lift, uma vez que o ar pode simplesmente fluir ao longo da superfcie.

O lift mais forte depende da inclinao. O formato da faixa til pode variar significativamente.

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Quanto mais inclinado o morro, mais o lift ser afetado por alteraes na direo do vento. O que significa dizer: se o vento muda, a alterao correspondente nas caractersticas do lift ocorrer mais rapidamente na encosta ngreme do que na de declive suave.

Estabilidade do ArA estabilidade do ar determina se o lift constante ou intermitente assim como o grau de turbulncia. O ar est estvel quando as camadas esto organizadas em suas prprias ordens, ou seja, com a camada mais pesada bem prxima superfcie e camadas mais leves sobrepostas em ordem sucessiva. O ar est instvel quando esta ordem for desfeita. O termo instabilidade refere-se inverso das massas de ar quando essas buscam retornar ao equilbrio. Se h nuvens formando sobre picos e morros, pode estar certo que o ar est instvel. Voc pode identificar a instabilidade pela maior quantidade de ascendentes e descendentes. Nestes dias, a visibilidade fica melhor e o clima menos abafado. Ar frio que se locomove por cima, aquecimento do ar pela proximidade com o solo, umidade ... so alguns fatores que provocam a instabilidade.

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Ar Estvel Em geral, o ar estvel produz lifts suaves. No entanto, devido a tendncia do ar estvel voltar ao seu nvel padro, ele pode gerar tambm turbulncias de baixa altitude na face frontal do obstculo como se ele se derramasse pela crista do morro, como ilustrado no incio desta seo.

Ar Instvel O ar instvel separa-se da superfcie mais facilmente do que o ar estvel. Esta separao pode resultar em turbulncia por todo o plano do declive, particularmente se o vento estiver forte.

Separaes podem gerar redemoinhos no sop de um declive ngreme.

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Em muitos casos, estas regies esto abaixo das reas usadas por pilotos do vo livre, mas o piloto deve estar ciente de sua existncia, especialmente que alguns ventos fortes podem carregar redomoinhos encosta acima. Separao e turbulncia no tem grande efeito no lift, mas podem ser um problema. Se o ar que est soprando na rampa for mido e instvel, o fluxo do ar pode ser quebrado em bolhas : segmentos individuais de subida de ar. O resultado um lift bom, mas transitrio, geralmente com descendentes associadas. As bolhas seguem o mesmo caminho do lift, mas o tornam mais turbulento.

VentoQuanto mais forte for o vento soprando contra o morro, mais forte ser o lift. Contudo no atinge altitude muito maior do que um fraco. No entanto, uma vez que atinge o topo do morro, o ar empurrado mais horizontalmente pelo vento forte. Assim, qualquer trmica que se origina, pode ser soprada muito longe alm do morro. Alm disso, ventos fortes, devido frico, podem produzir turbulncia de baixo nvel por todo relevo e que pode tambm reduzir drasticamente a real velocidade do vento perto da superfcie. Neste caso, alguns redemoinhos gerados por pequenas protuberncias, podem se soltar e atingir algum piloto.

Em outras palavras, vento forte geralmente uma vantagem em vo de lift, no de trmicas. Em cada encosta deve-se ficar atento, pois h locais que d p/ voar com vento mais forte e outros que no aceitam isto.AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 13 Pag- 13 -

ngulo do vento contra o Morro O ngulo que o vento incide, afeta a altura tal como a fora do lift. O melhor o mais forte, o mais alto e mais suave produzido quando o vento perpendicular ao morro.

Terreno de Elevao A natureza da elevao pode agitar, neutralizar ou reforar o lift. Isto quer dizer que, todas encostas por mais perfeitas que paream podem no gerar lift dependendo do distrbio que o obstculo provocar no fluxo do ar. Geralmente, obstculos resultam em aumento de turbulncia, mesmo acima do morro.

Considere outro caso : duas montanhas uma frente da outra com o vento incidindo perpendicularmente. Se estiverem na distncia certa (ou errada do ponto de vista de um piloto de vo livre procurando lift), a descendente atrs da primeira pode causar uma descendente na segunda encosta.

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Felizmente, a eliminao completa do lift relativamente rara. Na maioria do casos h alguma ascendente a ser encontrada no topo. Tal efeito depende da distncia entre os relevos, do formato e da velocidade do vento. Do mesmo modo pode haver um reforo. Para tal, as montanhas devem estar um pouco mais afastadas (em mdia 15km p/ ventos de 20km/h).

Escolhendo o Melhor Momento para Decolagem Tire vantagem das trmicas que estiverem por perto a serem localizadas em frente ao morro. Observe no movimento da vegetao a aproximao de uma trmica. Quando enxergar uma onda subindo a montanha, esteja pronto para decolagem. Se o fizer no incio de uma trmica, ter uma elevao adicional que pode fazer a diferena entre um belo vo ou uma merreca.

Maximizando o Lift Analise a rampa, determine onde estar a ascendente mais forte, mais alta e mais constante. Confie em seus prprios sentidos. Lembre que o melhor lift muitas vezes est prximo ao solo, mas no to prximo e observe as caractersticas de manuseio do seu equipamento. Uma turbulncia ou algo inesperado pode acontecer e sobrar o morro.

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Para se ter o melhor do lift - a maior altitude e o maior tempo no ar tome nota do seguinte : Procure Trmicas Dentro do Lift. As trmicas frequentemente ocorrem dentro de regies onde h lift, s vezes mesmo quando formadas um pouco mais distante, so empurradas p/ regio de lift. Se voc localiza este tipo de trmica, ento v fundo , no esquecendo nunca do possvel trfego e o cuidado p/ no fazer curva p/ o morro. Uma trmica no bordo de fuga pode jogar um parapente ou uma asa de forma violenta p/ o morro. Muitas das trmicas que voc vai encontrar, no sero fortes o bastante o para garantir um crculo completo de 360 , mas um 8 ou S numa trmica pode muitas vezes dar um bom apoio. Voar sobre mnima velocidade de descida (sink rate daqui por diante). Nos parapentes modernos, no faz muita diferena a velocidade, desta forma, melhor no estar freiado, pois se precisar dos freios (p/ fazer uma curva rpida por exemplo) melhor estar rpido. Permanea no lift. Faa as curvas sempre na regio ascendente, nunca depois que o vario parou de apitar, caso contrrio perder altitude a cada volta. Sempre d a volta p/ fora do morro. Se girar no sentido do morro, corre o risco de ser lanado de encontro ao morro. Aps ter completado a volta, esteja seguro de que retorne a mesma distncia do morro como se passasse de novo pelo mesmo lugar. Para no se mover progressivamente para longe a cada volta.

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Cuidado com Descendentes e Turbulncias Acima e Atrs do Morro. Lembre que o vento ascendente em frente da rampa comumente acompanhado dos ventos descendentes e turbulncias acima do topo do morro, atrs deste ou ambos. A fora da descendente e da turbulncia associada aumenta com fora da ascendente e com a velocidade do vento. Aterrissar em topos de morros ou de escarpas requer procedimentos diferentes para cada lugar, cada direo e velocidade do vento. No caso de parapentes, tente faz-lo sempre em curva de nvel.

Etiquetas Convencionais Raramente ter uma rampa somente para voc. Algumas regras de trfego so necessrias para prevenir o caos e acidentes: Ao se aproximar de outro piloto vindo em sua direo, desvie p/ direita; Se estiver acima de um piloto subindo, d passagem. O seu campo de viso muito menos restrito; Se estiver ultrapassando outro piloto na mesma altura, faa-o pelo lado do morro pois se ele(a) necessitar de uma curva, no o far em direo ao morro. Cada local tem a sua particularidade. Sempre pergunte aos pilotos locais sobre qualquer regra especfica antes de voar em uma nova rampa.

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TrmicasAscendente trmica ocorre quando o ar mais leve do que o ar em volta, sobe. Como uma ascendente de morro, a ascendente trmica controlada por um nmero de fatores variveis, de fato, por um enorme nmero de variveis. Os pilotos que preferem vos em trmicas do que lift citam as seguintes razes : as trmicas oferecem vos com mais opes, uma vez que podem ocorrer em uma extensa gama de localidades; implicam em mais desafios uma vez que as trmicas so menos previsveis do que o lift e requerem maior habilidade para localiz-las; talvez o melhor de tudo, as trmicas podem lev-lo a grandes altitudes. Se localizar uma boa trmica, tente subir o mais alto possvel, considerando um vo longo (cross-country).

Fora Causadora A fora que est por trs do fenmeno das trmicas a energia solar. Conforme o sol toca a terra aquece a superfcie e esta aquece o ar ao redor, alguns componentes da superfcie aquecem-se mais rapidamente do que outros : uma regio de areia aquece mais rpido do que uma floresta, por exemplo. Em geral, ar quente mais leve do que ar frio. Porm, a umidade representa o seu papel tambm, visto que ar mido at 2% mais leve do que o ar seco. A regra, ento esta: se uma massa de ar estiver mais quente e/ou mida do que o ar envolta, essa massa mais leve do que a circundante.

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O Impulso Inicial: GATILHO Se a massa de ar fica suficientemente mais leve do que a que est em volta, ela eventualmente se separa da superfcie e sobe. Este movimento inicial cria turbulncias na superfcie com o ar mais pesado preenchendo o lugar do mais leve que est subindo.

Conveco Assim que se desgruda do solo, a trmica comea a se expandir enquanto sobe. Continua subindo enquanto sua densidade for menor do que o ar em volta. Sua razo de ascenso ditada pelo quo leve ela . Com a trmica expandindo e resfriando, sua taxa de subida diminui. Uma vez que o ar que sobe tem que ser reposto. O ar mais denso que est em volta da trmica desce. Este fluxo circular forma uma pequena escala de um sistema convectivo. A trmica ocupa apenas uma pequena poro de dada rea de conveco. A maior parte composta por descendentes. Quanto maior a distncia da trmica, menor a taxa de descida do ar.

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Dissoluo Eventualmente a trmica encontra um dos muitos destinos possveis e termina. Ela pode ser soprada por ventos, dissipando-a, ela pode se tornar uma nuvem e depois dissipar, ou ela pode simplesmente extinguir-se conforme expande, resfria e se mistura ao ar circundante.

Fatores que Afetam a Formao de Trmicas Como norma muito severa, basta a incidncia da luz solar em um solo seco por 20 minutos que ser o suficiente para formar uma trmica potencial uma massa de ar que mais leve do que a em volta. O sol no aquece a terra de forma uniforme resultando em numerosas excees na regra dos 20 minutos .

ngulo do Sol em Contato com a Superfcie O ngulo no qual o sol atinge o solo representa um grande papel em o quanto de calor a superfcie absorver. O ngulo do sol em uma determinada rea varia com a latitude, a estao e a hora do dia. Alm disso, variaes no contorno do terreno implicam em individualizao dos componentes do terreno que recebem mais calor solar que outros. Terrenos que recebem a luz do sol diretamente absorvem mais energia do que aqueles que recebem essa luz com alguma inclinao ou de forma falha. Um morro com sua face para o leste por exemplo, est apto a gerar trmicas potenciais pela manh, tem eficincia parecida ao meio-dia e provavelmente no ser boa tarde.

Caractersticas do Terreno Alguns solos so mais inerentes a absoro de calor do que outros: em geral, superfcies escuras absorvem calor enquanto as mais claras refletem. superfcies planas absorvem mais do que terrenos acidentados.AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 20 Pag- 20 -

terras nuas aquecem-se mais rapidamente que as recobertas com vegetao, parte devido transpirao mida das plantas o que resfria o ar. No entanto a vegetao retm calor por mais tempo do que solos nus. reas secas aquecem mais rpido do que as midas, porque parte de energia solar gasta na evaporao da gua que est na rea mais mida. Alm disso, o calor armazenado na gua, onde conduzido para as reas profundas, distanciando-se da superfcie. Em outras palavras, trmicas so mais fceis de se desenvolver sobre uma pilha de rochas do que sobre a vegetao que a circunda; mais sobre a areia da praia do que sobre um lago prximo; e, mais sobre um terreno limpo do sobre um cheio de arbustos (at no fim do dia, quando a situao se reverte e as ascendentes so melhor localizadas sobre a vegetao devido a sua superior reteno de calor). reas urbanas contm superfcies lisas e escuras tal como ruas e reas de estacionamento, atividades que geram calor (fornos, etc..), cidades e centros urbanos frequentemente geram trmicas. Naturalmente, so requeridas altitudes suficientes e extrema cautela quando voando sobre reas habitadas.

Obstruo dos Raios de Sol Qualquer coisa que iniba os raios de sol tocarem uma superfcie, inibir seu aquecimento.

Obstculos naturais: nuvens, nvoas, poeira ou neblina. O homem contribui com fumaa, fuligem e poluio. Caractersticas da superfcies que so mais altas do que o terreno ao lado montanhas, rvores, prdios, ou outras estruturas geram sombras indicando reas em que a luz solar foi bloqueada.AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 21 Pag- 21 -

Se a obstruo for total, como uma cobertura de uma nuvem pesada, o aquecimento da superfcie reduzido. Obstruo parcial, de outra forma, pode facilitar o desenvolvimento de trmicas pois aquecimento desigual facilita a ocorrncia de trmicas.

Ventos Em alguns casos, o vento impede a formao de trmicas, porque resfria a superfcie e mistura o ar. Em outras situaes, pode ajudar. Enquanto o vento resfria o superfcie, reas que estejam protegidas podem continuar absorvendo calor, podendo resultar em diferencial de temperatura suficiente para gerar trmicas. Campos com gros secos, reas roadas e reas protegidas de ventos descendentes so excelentes fontes de trmicas em condies de ventos.

Fatores que Afetam o Gatilho Uma massa acumulada de ar leve no uma trmica em si. Ela necessita de um gatilho para ser transformada em uma trmica. O gatilho pode ser comparado ao que ocorre quando a condensao se acumula num cano. A umidade pode se aderir ao tubo indefinidamente, mas se voc tocar no cano com seus dedos, quebra a tenso da superfcie que est retendo a umidade no tubo e a gua comea a gotejar. Em seguida, a tenso superficial comea a se quebrar como uma reao em cadeia por toda a superfcie, causando gotejamento no ponto original de contato. Em um modelo similar, um impulso suave, pode, algumas vezes desencadear uma grande trmica. Grande variedade de foras pode dar incio a uma trmica.

Locais de Gatilho Alguns locais de gatilho envolvem contrastes em elevao: crista de morro, picos de montanhas, bordas de declives, falsias ... . Outros envolvem contrastes de temperatura: o topo de bosques, reas aradas, lagos, ou reas midas.

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Com o Movimento do Ar Provavelmente, o mais comum tipo de gatilho ocorre com o vento ou outra forma de ar em movimento. Este fato explica porque o gatilho no ocorre necessariamente e na maioria das vezes no ocorre no mesmo lugar do aquecimento original da massa de ar. Por exemplo, uma massa de ar leve formada no topo de um plat e depois empurrada por uma brisa estar apta a subir livre assim que ela atinge a crista do morro.

Quando o vento est brando e portanto menos capaz de por si s engatilhar uma trmica, um local de gatilho torna-se muito importante e ser mais fcil de ocorrer longe de onde houve o aquecimento original da massa de ar. Quando estiver procurando por trmicas em dias de ventos fracos, preste mais ateno em pontos de gatilho do que em locais de aquecimento. A maioria das trmicas so iniciadas por algum auxlio do vento ou outra forma de ar em movimento (descendentes fortes so timas p/ isto). O vento pode agir como um gatilho por si prprio, simplesmente dando uma cotovelada numa trmica em potencial. Qualquer coisa que faa o ar se mover um carro viajando numa estrada, um avio decolando, um trem em movimento, outra trmica desgarrada que esteja por perto pode ter o mesmo efeito.

Gatilhos Independentes Um local de gatilho algumas vezes pode iniciar uma trmica que se solta, mesmo sem o auxlio do movimento do ar. Por exemplo, um local envolvendoAVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 23 Pag- 23 -

grandes contrastes de temperatura a borda de um lago, de um rio, de matas, ... s vezes resultam em uma massa de ar que significativamente mais leve do que o ar em volta. Massas de ar como estas podem por si prprias serem o gatilho, ou ento, necessitar de um impulso mais fraco do que em outras condies. Outro exemplo: uma massa de ar quente aquecida num vale entre montanhas e depois fluindo para o topo destas, pode se libertar do solo como uma trmica to logo atinja a crista do morro.

Temperaturas locais Extremas Temperaturas extremamente altas, provenientes de outras fontes que no o sol, encontradas em uma determinada rea, constitui um tipo de trmica onde o prprio calor elimina a necessidade de qualquer gatilho adicional.

Fogo Fogo ou queimadas provocadas pelo homem ou de origem natural, geram massas de ar ascendentes. Infelizmente, neste caso tambm surgem movimentos contrrios como a descida de oxignio que alimentar o fogo, resultando em turbulncias e descendentes violentas. Embora no recomende que se voe sobre o fogo. Tenho que relatar que alguns pilotos tm feito isto, apesar do perigo apresentado pelas turbulncias e pela possibilidade de serem tragadas para o fogo e pelas labaredas. ---------------------------------------------------------------------------------------AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 24 Pag- 24 -

Muitos pilotos j tiveram suas asas consumidas pelo fogo em queimadas. No Brasil eu me recordo de pelo menos dois casos.

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Trmicas de Fbricas Fbricas muito grandes s vezes produzem trmicas teis... Se decidir voar em uma trmica gerada por uma indstria, fique ciente que alm da fuligem, fumaa, sujeira e odores desagradveis, algumas indstrias emitem gases txicos. Alm disso, so frequentemente muito turbulentas.

Caractersticas das Trmicas Trmicas tm sido comparadas a flocos de neve onde um nunca igual ao outro. Existe no entanto algumas estruturas gerais de trmicas. Um entendimento das variveis as quais criam e formam estas estruturas bsicas pode ajudar que o piloto tire o mximo.

Tamanho Esta talvez a mais simples da variveis que envolvem a estrutura de uma trmica. O tamanho da massa de ar original (regio de aquecimento ou fonte de umidade) e o impulso inicial determina o dimetro e o formato aproximado da trmica resultante. As trmicas podem ser de 1 at centenas de metros de dimetro. Para ser til ao vo livre, uma trmica deve ter em torno de 30 m (voando a 10m/s = 36 km/h, percorre-se esta distncia em 3 segundos) no mnimo.

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Durao do Aquecimento A frequncia do aquecimento que uma superfcie recebe isto , constante ou intermitente determina a estrutura vertical global da trmica. As duas estruturas bsicas so as colunas e as bolhas.

Colunas

Se uma superfcie recebe aquecimento constante, estar apta a produzir uma coluna estvel de ar quente subindo do solo : uma coluna trmica. Este o tipo mais comum.

A ascenso mais forte encontrada no centro pois o ar perifrico tem sua velocidade diminuda pela frico. Quando o ar no centro da coluna atinge o topo da trmica, o ar ascendente expande, e desce pelos lados da trmica, parte deste, retornando coluna ascendente. Se o aquecimento solar interrompido, como pela passagem de uma nuvem, a atividade da trmica pode ser interrompida (s vezes nada acontece) cortando a coluna. O resultado um segmento de coluna trmica. Quando o aquecimento volta, a atividade da trmica reativado.

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Bolhas Se o aquecimento intermitente ou genericamente fraco, uma bolha de ar leve pode ser liberada e forada para cima, com o ar mais pesado vindo para substituir. Aps um tempo alguns minutos, uma hora ou mais, dependendo da rapidez a qual a superfcie aquecida outra bolha liberada.

Teoricamente, uma bolha tem a forma de um turbilho circular como uma bolha de fumaa com uma forte ascenso em seu centro e com fraca ascenso ou descendente em suas bordas. Tenha em mente que quase toda discusso a respeito de forma de trmicas baseada em teoria. complicado e caro medir. Visualizar, impossvel com as tcnicas conhecidas na atualidade.

Frequncia de Gatilho Se as trmicas so frequentemente impulsionadas devido a ventos fortes, tendem a ser pequenas e fracas.

Deriva

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O vento tambm influencia o curso que uma trmica toma, assim que ela sobe. As colunas trmicas se inclinam e se quebram com os ventos em vrios graus de acordo com a fora e direo do vento versus a fora de ascendente. Devido estarem conectadas ao solo as colunas trmicas tendem a aderir ao solo, resistindo a inclinao e ao deslocamento por um certo tempo. Se as bolhas trmicas, segmentos de colunas trmicas, e colunas trmicas forem separadas do solo, tornam-se mais susceptveis a serem deslocadas pelo vento.

Trmicas com Mltiplos Centros A ao do vento pode gerar trmicas com mltiplos centros. O vento pode soprar trmicas suaves para um ponto de forte gatilho, onde coalescem (aglomeram, similar a aproximao de uma gota de gua com outra).

De forma similar, movimentos do ar surgidos devido a uma trmica, podem iniciar outra trmica por perto e ento unirem-se, formando uma nica trmica com vrios centros.

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Dissipao Se o vento estiver mais forte do que a trmica ele pode dissolver a trmica literalmente soprando-a em pedaos. Ventos acima de 40 km/h (nmeros sempre aproximados) so fortes o bastante para dissolver a maioria (no todas)das trmicas.

Cloud Street (Qual distrito ?, segundo Caveirinha) reas boas para a produo de trmicas podem gerar uma fila de trmicas chamada Cloud Street. A direo de alinhamento desta fila depende da direo do vento e do terreno. Se formar sobre uma cordilheira, um rio, grandes contrastes tais como mar/areia,..etc, costuma seguir o relevo. Na ausncia de maiores obstculos, forma-se alinhada com o vento. Um Cloud Street permite um vo sem giros por toda a sua extenso com apenas alguns crculos ocasionais. As colunas de ar ascendentes so separadas por uma distncia de aproximadamente duas vezes e meia a altura das trmicas. O ar descendente, variando de moderado para forte em proporo `a fora da trmica ocorre entre as colunas. Para formar tais vias o vento deve soprar na mesma direo atravs da camada convectiva (a camada no qual a trmica se forma e sobe) preferencialmente incrementando a velocidade com a altitude.

Cisalhamento Duas camadas de ar adjacentes envolvendo ventos soprando em direes ou em velocidades diferentes, o cisalhamento. Quando uma trmica encontra um cisalhamento, inclina-se, arrastada, ou desfeita, depende da fora relativa entre as camadas e a da trmica. Em geral, um cisalhamento envolvendo ventos com diferena de velocidade de 15 km/h suficiente para dissipar totalmente uma trmica.

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Estabilidade Normalmente a temperatura do ar cai com a altitude. Caso este decaimento seja mais acentuado do que o normal (normal refere-se a expanso adiabtica), isto , caso a atomosfera esteja mais fria, a atmosfera dita INSTVEL e propicia p/ ocorrncia de trmicas. Caso contrrio, ela dita ESTVEL e os movimentos convectivos so menos frequentes.

Taxa de Subida da Trmica A taxa de subida da trmica ou seja, sua fora aumenta com o grau de instabilidade. Maior a instabilidade, maior o contraste de temperatura, em conjunto com o efeito da umidade, determina o quo rpido uma trmica sobe . Isto , uma trmica geralmente sobe mais rpido naquelas altitudes onde a temperatura decresce rapidamente (maior gradiente trmico). Quando o ar superior est bem mais frio e mais pesado do que o ar da altitude corrente, ele efetivamente atrai as trmicas para cima mais rpido. Quando pilotos falam sobre razo de subida, querem dizer sobre a razo a qual ganham altitude em uma ascendente, ao invs de falar sobre a razo a qual o ar est subindo. Assim quando pilotos falam sobre trmicas de 2 m/s (1 m/s = 200fpm ; fpm significa: ps por minuto), querem dizer que sobem a uma razo de 2 m/s ; a trmica por si s est provavelmente subindo uma taxa em torno de 3 m/s, pois a taxa de queda comum num equip. de vo de 1m/s. Neste texto (assim como usual entre os pilotos), a razo de subida e a de descida (sink rate) referente ao que o piloto sobe ou desce.AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 30 Pag- 30 -

H registros de ascendentes de mais de 20 m/s, geralmente, sob nuvens muito grandes principalmente em relao ao tamanho vertical.

Altura das Trmicas A altura da camada instvel (convectiva) geralmente determina o quo alto uma trmica vai. Uma trmica normalmente continua a subir at encontrar uma camada de inverso forte o suficiente. No deserto de Mohave, as trmicas geralmente atingem de 3.000 4.500 m; no Owens Valley, alcanam de 5.000 6.500 m. H trmicas que atingem a Estratosfera, geralmente formando CBs que dependendo da latitude podem atingir em torno de 25.000 m. A maior parte das trmicas usadas para voar atingem altitudes na faixa de 1.000 2.500 m.

Inverses Trmicas A inverso ocorre quando a temperatura do ar aumenta com altitude ao invs de diminuir. A inverso pode diminuir ou deter a ascenso de uma trmica, dependendo da fora da trmica e do tamanho da inverso. Ela tende a cobrir a camada inferior, podendo ser vista de cima como uma nvoa ou uma camada de fuligem abaixo do ar claro. O cisalhamento associado, usualmente gera rajadas horizontais de vento e turbulncias.

Dissipao de Trmicas O destino de algumas trmicas pode ser observado do cho, uma vez que muitas trmicas assumem a forma de nuvens antes de finalmente se dissiparem e desaparecerem. Outras trmicas conhecidas como blue thermals (trmicas azuis) desaparecem antes de se tornarem visveis. Rompimento Algumas trmicas so simplesmente sopradas por ventos fortes ou separadas por cisalhamentos severos.

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Nuvens Stratocumulus Uma inverso pode interromper uma trmica se for mais forte do que a trmica. Turbulncias encontradas devido ao cisalhamento na base da camada de inverso, tendem a freiar trmicas e dissipar o seu calor por esta camada. Com o passar do tempo, a camada de inverso vai se tornando progressivamente mais espessa e a altura mxima da trmica vai diminuindo. Nuvens do tipo Stratocumulus so formadas nas camadas de inverso se as trmicas tiverem umidade o suficiente. A medida que esta camada de nuvens vai se tornando mais espessa a superfcie de aquecimento vai gradualmente diminuindo. Eventualmente a atividade trmica cessa totalmente. Estas condies, descritas como super desenvolvimento pode persistir por horas at que as nuvens eventualmente sejam dissipadas pelo aquecimento do sol e/ou pelo vento, ou com a descida da gua para regies mais quentes de forma que ela retorne a evaporar.

Condensao : Cumulus, Stratocumulus, Cumulonimbus Se no forem dissipadas pelo vento ou interrompida por uma forte camada de inverso, uma trmica mida normalmente acaba em forma de uma nuvem, a qual eventualmente se dissipa. Cumulus Estas so as nuvens mais comuns formadas pelas trmicas. Vrios passos esto envolvidos no seu desenvolvimento. medida que uma trmica sobe, ela se resfria. Quando o vapor dgua contido na trmica resfriado ao seu ponto de orvalho ele se condensa, formando gotculas que ao refletir a luz so visualizadas na cor branca.AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 32 Pag- 32 -

O processo de condensao libera energia que adicionada ascendente gerando turbulncias dentro da nuvem. O sbito acrscimo da taxa de subida faz com a trmica se misture mais rapidamente com o ar circundante diluindo o ar ascendente mais leve. Est diluio sbita do ar ascendente e a condensao do vapor dgua se combinam de forma que a nuvem entra num equilbrio dinmico, dando a impresso de que ela est parada (s vezes est mesmo). Se mais trmicas continuarem a aliment-la, a nuvem continua a crescer. Nuvens cumulus tipicamente atingem altitudes de 800 a 5.000 m . As primeiras gotculas suspensas formam fiapos irregulares que vo se tornando mais espessos e coalescem. A nuvem vai se tornando crescentemente mais compacta e suas bordas mais definidas. Uma formao de cpula (cncava) aparece acima da rea de ascenso mais forte. Gotculas flutuando abaixo da nuvem tambm indicam umidade e ascenso forte. A rea de melhor ascenso est geralmente do lado que o vento vem (contra o vento), especialmente se este recebe calor adicional do sol. Quando a trmica termina (talvez porque a nuvem tenha bloqueado a incidncia da fonte de calor), a nuvem entra em seu estgio final. A base se torna convexa e suas bordas comeam a se desintegrar. Os contornos da nuvem tornam-se menos definidos. Os fragmentos remanescentes da nuvem dissipam-se em descendentes,que persistem por um curto perodo de tempo aps todos os traos visveis da nuvem terem desaparecido.

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Quanto mais seco estiver o ar, mais rapidamente este processo ocorre. Numerosas nuvens em uma rea indica a umidade de ar circundante est em alta prolongando a vida (p/ mim elas, assim como a atmosfera, tm vida) das nuvens.

Stratocumulus Se o ar acima da base de uma nuvem tipo Cumulus est mido, o ar ascendente pode iniciar uma reao em cadeia. O resultado a condensao da umidade circundante. Este processo continua enquanto o ar continuar se condensando, o que pode ocorrer at mesmo tendo a trmica cessado. Se a camada mida estiver acompanhada de uma inverso (como frequentemente so), a nuvem pode se achatar e se dilatar lateralmente, formando um Stratocumulus.

Cumulonimbus Nuvens do tipo Cumulus s vezes transformam-se em uma nuvens Cumulonimbus (ou Cb), a qual continua crescendo, mesmo que a trmica original tenha acabado, atingindo altitudes acima do 12.000 m (depende da latitude). O topo dos Cbs geralmente atinge a Troposfera. Um Cb se forma quando existe uma fonte trmica forte, ar instvel e mido, e nenhuma inverso forte que venha deter seu crescimento. Ventos muito fortes geralmente impedem a formao de Cbs.

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A energia liberada pela condensao adicionada trmica de forma que a partir de um certo tamanho, esta energia de condensao passa a ser suficiente p/ promover o crescimento da nuvem. Quanto maior o seu tamanho, maior a liberao de energia e mais rpido ser o seu crescimento. A nuvem fica maior e mais complexa, podendo conter mltiplos centros com fortes ascendentes e descendentes turbulentas, e normalmente violentas. Cbs so nuvens que podem acarretar muitos problemas a qualquer tipo de aeronave. Sua influncia pode ser sentida a mais de 60 km de distncia. Um dos graves problemas que ocorrem neste tipo de nuvem o fato de que o piloto por estar longe imagina estar em distncia segura de sua ao vertical, contudo o risco no existe apenas em ser chupado. Quando a chuva comea, a gua que cai num volume incrvel, empurra o ar que est embaixo e este chega a atingir velocidades superiores a 100 km/h em locais que a princpio pareciam protegidos de seus efeitos. No confie no fato da nuvem estar branca pois se voc estiver do lado que o sol incide, voc a ver branca. Mesmo nuvens muito pequenas parecem escuras quando h sombra nelas. Geralmente quando o dia est propcio p/ formar um Cb, est p/ formar outros e uma nuvem bem maior pode estar escondida por um Cb que sua experincia diz ser seguro. Infelizmente, tivemos diversos campees do mundo na prtica de vo (planadores e asa delta), assim como outros pilotos muito competentes, que erraram ao imaginar o estrago de tais nuvens e no tiveram outra chance.

Evite os Cbs: Cb no ar, voador(a) no bar!

Expanso, Misturas, Resfriamento Assim que sobe, uma trmica se expande. Ao passo que se expande o crescente atrito dissipa parte da energia de subida. Tambm ocorre mistura com o ar circundante, gradualmente se extiguindo. Se falta na trmica umidade suficiente para a formao de nuvens, ela simplesmente sobe, sem no entanto se tornar visvel (blue thermal).AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 35 Pag- 35 -

Escolhendo a Melhor Hora para Decolar Primeiro, voc tem que escolher a hora apropriada para decolar. Depois, deve localizar a trmica. E finalmente, tirar o melhor proveito dela. Tambm como no lift, definir a hora de decolar comea com a observao da vegetao em movimento, perceba a onda na vegetao subindo o morro. Quando decolar, no espere que a trmica esteja desenvolvida na rampa. Decole no incio dela. Cronometrar os ciclos (intervalo e durao) delas ajudar a acertar o instante mais apropriado. Observe os pssaros, formaes de nuvens, etc... importante que os demais sinais estejam indicando um momento de ascenso.

Localizando Trmicas Use o seu conhecimento sobre trmicas, seu raciocnio e todas as evidencias disponveis para localizar as trmicas, o que o ajudar a atingir suas metas de vo.

Deduo Esquematize seu aprendizado e experincia para localizar trmicas. O que entende sobre o processo de formao, como so estruturadas, os gatilhos, como se desenvolvem medida que sobem, como se extinguem e estime onde as trmicas so provveis de serem localizadas. Pergunte a si mesmo : onde o ar dever se aquecer ? Onde esto os pontos de gatilho? (lembre-se que os pontos de gatilhos so to importantes quantos as fontes de calor, especialmente em ventos fracos). O quo mido est o ar ? Se est se movendo ? Qual a velocidade ?AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 36 Pag- 36 -

Em qual direo ? Suas perguntas e um pouco de lgica aumentaro a probabilidade de encontrar uma trmica (ou ser encontrado por uma). Sempre que voc estiver numa trmica, tente identificar de onde ela deve estar saindo. Se for capaz de localizar a fonte, observe a sua posio em relao a ela, verificando como est a sua deriva. Observe que ela normalmente muda com a altitude. Use estas informaes p/ condies semelhantes.

Sinais Visveis Algumas vezes voc ver sinais que tanto confirmaro ou contradiro suas concluses. Por exemplo, se avistar poeira, bandeira ou fumaa de diferentes pontos convergindo para um, ao invs de derivar com o vento, o ar dever estar subindo a partir daquele ponto. Ao contrrio, se estes sinais mostram que os ventos divergem de um s ponto, h chances de que o ar acima esteja descendo. Em reas com vegetao ao avistar folhas se movendo independentemente de qualquer vento, pode indicar uma trmica se liberando (infelizmente, voc tem que estar baixo para ver o movimento na vegetao). Cpulas de nvoa formaes no topo de camada de inverses so geradas por trmicas tentando varar a inverso. Voc ser capaz de ver nvoa mais facilmente atravs de culos de sol com lentes marrons ou amarelas do que com lentes azuis. As lentes polaroides so as melhores ; poder enxergarAVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 37 Pag- 37 -

nvoa, contornos de nuvens, poeira mais facilmente atravs de polaroides do que com olhos nus.

Mais Sobre Nuvens Nuvens Cumulus so uma grande pista sinalizando a existncia de ascendente, entretanto h significante espao de tempo entre o desenvolvimento de uma trmica e o desenvolvimento da nuvem Cumulus que ela produz. Se estiver a uma certa distncia de um grupo de nuvens, escolha a menor com a base mais clara, que estiver crescendo. Se estiver alto o suficiente, escolha a nuvem com sua cpula mais bem formada. Mais baixo, escolha a nuvem com a rea mais escura em sua base. Se em sua escolha perceber que a base da nuvem est se tornando convexa, significa que est dissipando. Alguns sinais so evidncia concreta de onde a trmica est, no apenas onde poderia estar. Trmicas fortes carregam, folhas, insetos, poeira, sacos plsticos, etc.

Dust Devils A presso do ar bem mais baixa no centro de um dust e uma forte turbulncia pode existir ao longo de toda parede deste centro, especialmente perto do solo. Os dust so formado a partir do encontro de duas ou mais trmicas. A regio ascendente est em torno deles e no sobre. No interior, h fortes descendentes. Outro indicador visual a fumaa. Fique atento, pois se fumaa subisse sempre com as trmicas, no teramos problemas de poluio to graves. O comportamento delas que deve ser analisado. Quando se avista parte dela derivando subitamente p/ cima, sinal de trmica. Geralmente as partculas slidas que formam aquilo que chamamos de fumaa, so arrastadas pelo vento de forma que a parte principal da trmica costuma estar um pouco mais contra o vento. Fumaas de indstrias de cimento so muito mais pesadas do que as demais, derivando muito mais por isto, o que as vezes nos d a falsa impresso de vento muito forte.AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 38 Pag- 38 -

Finalmente, se avistar planadores, asas, parapentes, pssaros que no estejam batendo suas asas, circulando e ganhando altitude, no h qualquer dvida que ali h uma trmica. Pssaros podem usar trmicas que so muito pequenas. Quando usado em combinao com outros mtodos para estimar o tamanho das trmicas, os pssaros fazem excelentes dimensionamentos de trmicas, contudo, pssaros s vezes esto apenas brincando (pelo menos parece isto). Importante que certifique que esto realmente subindo.

Avaliando o Tamanho e a Fora das Trmicas Suponha que voc localize uma trmica, mas no tenha qualquer idia de sua largura ou sua fora. Continue voando em frente e fique atento ao seu varimetro. Se o vario continuar a registrar ascenso enquanto voc contar vagarosamente at trs, inicie o giro. No siga isto rigidamente. Se no souber p/ qual lado, faa a curva contra o vento, pois se for a direo errada, ainda poder apegar a trmica. Se virar a favor e estiver errado, cair na descendente e depois contra o vento ser mais difcil retornar. partir da, v fazendo elipses, de forma a mapear melhor a trmica. Importante lembrar que necessrio curvar sempre no ponto de mxima ascendente. Nunca aps o vario ter parado de apitar. Esta regra ajuda muito no incio. Com o tempo e a experincia, cada piloto vai adaptando p/ um mtodo prprio. Se houver outros pilotos, gire p/ o mesmo lado dos que l j estavam.

Centrando Numa trmica, concentre-se em permanecer na parte que sobe mais.Tente se posicionar de forma que o meio desta esteja no centro dos seus giros. H inmeros mtodos para centralizar uma trmica. Eles sempre parecem fceis no papel, mas nem tanto de por em prtica no ar. O meu mtodo simplesmente continuar girando, variando o centro dos giros, aumentando ou diminuindo a curvatura sempre que suspeitar que h uma melhor ascendente em outro ponto.AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 39 Pag- 39 -

Se estiver voando em uma trmica com vento, dever deslocar o crculo contra o vento, pois poder ser empurrado pelo vento e cair na descendente.

Se Perd-la ... Cair de uma trmica uma experincia bastante comum. Se voc no puder achar a trmica aps ter cado dela, pode ser que ela tenha se separado e subido para cima de sua altitude. Ou, pode ter sido arrastada pelo vento ; s vezes, possvel encontr-la virando favor do vento, mas tenha certeza antes de que ela no est na direo contrria ao vento.

Subir Rpido Para subir mais rpido preciso estar na regio que sobe mais. A ascendente mais forte est no centro de uma trmica, logo seria lgico voar no menor raio possvel para estar o mais perto do centro. No entanto, giros estreitos significam ngulos com a horizontal aumentados, e consequentemente maior razo de descida. Se o centro da trmica significativamente mais forte do que o resto da trmica, curvas de raio pequeno so justificadas. Se a diferena da taxa de subida dentro da trmica menos drstica, voe em giros maiores para conseguir uma menor razo de descida de seu equipamento. Cada trmica tem a sua caracterstica. Tente observar pssaros e/ou outros pilotos como referncia. Faa testes e use o vario p/ tirar suas prprias concluses. Ter um retrato mental do que acontece fundamental. Tome cuidado com Hipoxia em Grandes Altitudes (para os que entrarem em nuvens monstruosas, alm do frio ...) Se voc estiver muito alto, conserve o oxignio para fazer somente os movimentos necessrios ; voc necessita de oxignio para se aquecer. TomeAVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 40 Pag- 40 -

cuidado com a Hipoxia, uma condio resultante da quantidade insuficiente de oxignio.

Sempre Tenha uma rea de Pouso em Mente Uma vez que voc esteja no ar, esteja certo que uma rea de pouso de algum tipo esteja dentro dos seus planos. Considere que para alcanar essa rea de pouso deve contar com a performance do seu equipamento, com a direo do vento para ajudar ou atrapalhar a alcanar esse pouso e com eventuais descendentes que possa encontrar no caminho.

Deixando Uma Trmica Antes de deixar uma trmica tenha um plano para o seu prximo passo, no espere chegar at a base de uma nuvem para traar um novo plano de onde ir em seguida. Analise as nuvens vizinhas enquanto voc sobe, usando o tempo gasto nos giros para determinar qual delas est se desenvolvendo e qual est dissipando. Alguns pilotos deixam a trmica simplesmente se alinhando quando esto na direo do alvo desejado.

Outros pilotos preferem sair pelo lado p/ fugir de descendentes fortes ou de situaes turbulentas.

Sempre depende da trmica em questo e da posio em que se est nela, o que funciona melhor.

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Sair pelo miolo, ou o mesmo que se alinhar na direo desejada pode apresentar mais turbulncia

Qualquer que seja a tcnica, esteja preparado para aumentar sua velocidade quando for atravessar o ar descendente que existe no lado de fora da trmica, atravessando o mais rpido possvel. Esteja tambm preparado para atravessar as interfaces que podem apresentar turbulncias severas quando os gradientes de velocidade vertical forem grandes.

Algumas Normas de Etiqueta: Se entrar em uma trmica j ocupada por um outro piloto, gire na mesma direo que o piloto. Ajuste os seus giros de forma que eles sejam concntricos com os demais pilotos. Se outro piloto est subindo mais rpido do que voc e est abaixo, d preferncia, pois a viso deste piloto mais limitada do que a sua.

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O conceito de outras regras aplicadas para locais em particular so vlidas tanto para vos em encosta como em trmicas. Cheque com os pilotos do local para as especificaes.

Voando Em Outros Tipos de Ascendentes H vrios tipos de ascendentes alm de lift, trmicas e ondas. Esta seo discutir alguns destes outros tipos, especialmente aqueles mais apropriados ao vo livre. No ser falado sobre os tipos como planeio dinmico, a tcnica a qual permite ao s do vo, o albatroz, fazer vos trans-ocenicos aproveitando o gradiente horizontal do vento. Esta tcnica requer altos nveis de performance alm do que possvel ao vo de parapente e asa. Possvel apenas p/ alguns planadores. O mesmo para vo de onda pois p/ isto preciso que o equipamento seja veloz (acima de 100 km/h).

Pr- Frontal Frentes frias climticas podem fornecer ascendentes transitrias as quais podem ser usadas por pilotos de vo livre em certas situaes.

Como Ascendentes de Frentes so Criadas Ascendentes de frente ocorrem quando uma massa de ar frio encontra uma massa de ar quente e a fora para cima.

Frentes vagarosas produzem ascendentes fracas, frentes que se deslocam rpido produzem ascendentes fortes. Frentes frias (ar frio avanando no arAVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 43 Pag- 43 -

quente) so geralmente mais inclinadas e mais quentes (ar quente avanado contra o ar frio) ascendentes fortes. Se o ar quente contm condensao, a aproximao de uma frente fria Cumulus ou Cbs .

rpidas do que as frentes e normalmente produzem umidade suficiente para pode produzir nuvens tipo

Estas nuvens s vezes formam uma slida parede de cumulus entre 50 150km frente da massa de ar frio. H possibilidade de fortes correntes de ventos nestas condies podendo mudar qualquer vento existente em 180 graus...muito rpido.

Como Voar em Ascendentes de Frentes Para voar na aproximao de frentes frias deve-se posicionar frente das nuvens, contudo tal prtica extremamente perigosa, pois h possibilidade de formao de CBs e de ventos muito fortes, o que pode prejudicar muito o pouso. A rea de melhor ascenso est abaixo da borda principal da nuvem que precede a frente. Esta rea tende a ser estreita e seguida de perigosas chupadas e aguaceiros. O fenmeno inteiro se move e voc deve se mover junto com ele de forma a evitar que seja engolido pelos ventos que vem atrs de voc, independente do caminho que ele esteja tomando, quer voc queira ou no. Portanto, se voc atingir a altitude necessria ou j estiver no ar, e se a direo da frente corresponder com seu curso, e se voc tomar o cuidado de manter a posio apropriada em relao a frente, permanecer na ascendente frontal pode ser um caminho para voar grandes distncias.

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Quando voc voa numa ascendente frontal, imperativo que voc mantenha os olhos abertos na situao. No minuto que voc determinar que fortes ventos e/ou turbulncias estiverem tornando a sua posio perigosa, saia. Baseie esta deciso em sua avaliao das condies ou em outras evidencias...

Recomendo que parapentes no se atrevam a voar nestas condies.

Convergncia Quando duas massas de ar em movimento se encontram, o ponto do encontro chamado de convergncia. Sempre que uma convergncia ocorre, certa quantidade forada para cima. Este movimento ascendente conhecido como convergncia .

Convergncia com a Brisa do Mar Frentes criadas pela brisa do mar so um tipo especial de frente com caractersticas diferentes daquelas ocorridas em terra. Estas frentes ocorrem quando o ar frio sobre o mar (mais frio do que a terra durante o dia) flui para a terra por baixo do ar quente, forando o ar quente para cima, que sobe e se move em direo ao mar para completar o fluxo convectivo.

A brisa do mar pode penetrar para o interior por mais de 100 km quando o terreno plano (na regio de Alfredo Chaves, no chega a avanar 5 km sobre a terra) e atingir velocidades acima de 40 km/h. Brisa do mar forte pode inibir atividades trmicas na rea litornea, ainda que trmicas sejamAVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 45 Pag- 45 -

possveis nesta rea. Atividades trmicas so normalmente intensificadas ao longo da borda principal da frente.

Diferenas de Temperatura Quanto maior a diferena de temperatura entre a gua e a terra, maior o fluxo convectivo. As reas litorneas que ladeiam correntes de guas frias, so propensas convergncia mais forte (se a terra estiver ensolarada).

Como Identificar uma Frente de Brisa Martima As frentes de brisa martima geralmente deixam um nmero de indcios por onde ocorrem.

Formao de Nuvens Nuvens Cumulus aparecendo na faixa litornea da frente um sinal de trmicas dentro da rea de brisa martima. Nuvens Stratus baixas na terra indicam a provvel ausncia de tais ascendentes.

Diferenas Visveis Vista do alto, uma frente de brisa martima algumas vezes visvel. Em muitos casos, voc ver nvoas no ar martimo mido em contraste com o ar de terra mais claro. Se a visibilidade decresce significativamente, ele est estvel e voc provavelmente no encontrar ascendentes. Na falta de nuvens, fumaas ou poeira podem marcar a convergncia.

Outros tipos de Convergncia As convergncias ocorrem regularmente em certas (bem conhecidas) zonas de convergncia, mas dadas as condies favorveis, elas podem se desenvolver numa variedade de situaes.

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No Lado Oposto de Um Obstculo

Quando o ar em movimento flui em volta de um obstculo, tal como uma colina ou montanha isolada, ele se encontra no lado oposto e converge.

Num Vale Tarde Quando uma encosta comea a esfriar aps um dia de sol quente, o ar frio tende a descer pelas encostas. Estes ventos so chamados de catabticos. Ventos catabticos de uma nica encosta age como uma pequena frente fria, empurrando o ar quente para cima. Se descem pela montanha em ambos os lados de um vale, ocorre uma convergncia no vale. Muitas vezes, um vale oferece a melhor ascendente tarde. Pssaros voando sobre um vale no fim da tarde um bom sinal de convergncia de ventos catabticos. Provavelmente ficam a caar insetos que so carregados para cima pelo ar ascendente.

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Em Local Quente e Isolado Se um bloco de ar rodeado por ar mais frio, o ar move-se em todas as direes e o fora para cima.

Acima dos Obstculos Quando o ar se move para cima em ambos os lados de um obstculo tal como uma montanha ou morro, forma uma convergncia acima. Este fenmeno mais frequente pelo resultado dos ventos anabticos que ocorrem quando a encosta est aquecida e uma fina camada de ar quente flui campo acima, no caso de ocorrerem em uma nica encosta, temos apenas lift.

Este tipo de convergncia tende a ser forte e MUITO TURBULENTO (MUITO CUIDADO AO VOAR SOBRE UMA CRISTA DE MORRO) . Vento moderado faz com que a rea de ascenso se incline; vento forte destri a convergncia deixando apenas o lift.

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De Mltiplas Fontes O melhor tipo de convergncia aquele que combina ventos fortes de diversas direes. Tais convergncias so encontradas regularmente em locais apropriados.

Como Identificar uma Convergncia Se a umidade do ar estiver suficientemente alta, a convergncia pode ser marcada por pequenas nuvens Cumulus. Num dia sem nuvens, procure por sinais como nvoa, fumaas, poeira convergindo p/ uma linha. De outro modo, se subitamente encontrar ar calmo aps gastar tempo num ar veloz, voc pode ter entrado numa convergncia.

Como Voar em uma Convergncia Na maior parte dos casos, necessrio subir em trmicas para atingir as reas de convergncia. Normalmente, atividades trmicas so intensificadas ao longo de uma linha de convergncia. Uma vez nela, s relaxar e voar por uma boa distncia como se estivesse num lift .

Ascendente Convectiva Inclinada (Lift de Trmica) similar a lift de morro, exceto pelo fato de que o morro em questo uma massa de ar e no uma caracterstica topogrfica.AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 49 Pag- 49 -

Como Criada Uma forte trmica cria uma barreira no ar, um obstculo ao seu movimento. Desta forma, resiste a ser soprado pelo vento, especialmente pelo fato de que as trmicas tendem a se ancorar n o solo. Tal como um morro baseado na terra, parte do ar em movimento forado para cima para transpor a barreira. Tal lift de trmica existe apenas pelo tempo em que a trmica se mantm coesa.

As variveis a seguir esto envolvidas na formao deste tipo de lift: 9 Fora de Conveco : a trmica deve ser suficientemente forte para criar uma barreira. 9 Forma do Vento : o ideal que, a velocidade do vento aumente com a altitude, permitindo que trmicas se desenvolvam em ventos brandos perto do solo, mas hajam ventos superiores fortes para criar uma forte lift de trmica. Em geral, quanto mais forte o vento, mais forte ser a ascendente.

Como Identificar Para localizar este tipo de ascendente, procure por nuvens cumulus grandes porm ainda crescendo, com ventos superiores fortes. Quando falta no ar umidade suficiente para a formao de nuvens, h somente uma forma de localizao : sorte.

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Como Voar Voar nestas ascendentes como seria em lift de morro: com retornos e avanos no vento e fazendo curvas afastadas da montanha. Primeiro, no entanto, teste a trmica para ver qual ascendente mais forte. Este tipo de ascendente muito til quando o seu objetivo est contra o vento.

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SumrioSobre o vo em Lift ... Lift criado quando o vento sopra contra uma barreira e forado para cima, formando uma faixa de ar ascendente. Aps passar o obstculo o ar desce ao seu nvel original, criando uma possvel turbulncia no lado oposto; A faixa ascendente afetada por : a forma geral do obstculo: morros, encostas, montanha cnica, ... perfil e ngulo com o vento: fendas, dobras, ... sua inclinao ; estabilidade do ar: estabilidade produz lift regulares, instabilidade produz trmicas e turbulncia; velocidade do vento; a forma e posio de obstculos frente criando turbulncia, cancelando o lift ou amplificando-o. Use o seu conhecimento sobre lift e o bom senso para localizar a rea de melhor ascenso; Siga as etiquetas estabelecidas.

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Sobre o Vo em Trmica ... Uma trmica ocorre quando o ar que est mais leve (quente e/ou mido) do que o ar em volta, sobe em resposta a um impulso de um gatilho. O ar pesado em volta da trmica desce para repor o ar ascendente; A formao de uma trmica afetada por : o ngulo do sol na superfcie: direto melhor; caractersticas da superfcie: superfcies regulares e escuras aquecem mais rpido do que as acidentadas. Terras secas e nuas tambm esquentam mais rpido do que reas midas ou com vegetao; obstrues do raio de sol: evitando o aquecimento da superfcie ou criando reas de aquecimento desigual; ventos fortes: atrapalham a formao de trmica pelo resfriamento da superfcie. O ponto de gatilho de uma trmica afetado por : movimento do ar : como uma fora independente de impulso, trabalhando em conjunto com pontos de gatilho, ou empurrando a massa de ar quente p/ um gatilho; diferencial de temperatura : sendo o prprio gatilho ou facilitando a formao de um; temperatura local extrema : incndios, fbricas, atuando como gatilhos. Assim que uma trmica sobe, afetada por : tamanho da regio onde ela foi aquecida ; durao do aquecimento da superfcie : aquecimento constante produz coluna trmica, enquanto aquecimento intermitente gera bolhas trmicas ; ventos podem provocar : engatilhamento constante, inclinao, mltiplos centros, dissipao, cloud street, etc;AVLES Associao de Vo Livre do Espirito Santo 53 Pag- 53 -

ventos cisalhantes : mudam a direo ou as dissipam; estabilidade : afetando velocidade de subida e altura; inverses : diminuindo a taxa de subida ou impedindo sua ascenso; condensao : Cumulonimbus; formao de Cumulus, Stratocumulos ou

Para localizar uma trmica, use o seu conhecimento sobre trmicas e deduo lgica, a partir de indcios tais como: nuvens, partculas suspensas, fumaa e outros usurios (afinal vicia mesmo) de trmicas; Analise o tamanho e a fora da trmica; Enquanto estiver numa trmica, centralize constantemente, verifique se est mantendo uma boa altitude e tenha sempre um rea de pouso em vista. Se cair de uma trmica procure-a, insista. Planeje seu prximo passo enquanto sobe; Quando deixar a trmica, esteja preparado para atravessar as cachoeiras (descendentes fortes que esto ao redor dela); Use o vo do golfinho para voar ao longo das estradas de trmicas (cloud street). Prepare-se para as descendentes entre as colunas de trmicas. Atravesse-as acelerado. Enrosque nas ascendentes, e assim por diante. Lembre-se que com uso do acelerador o parapente est mais sujeito a fechadas frontais; Siga as etiquetas estabelecidas.

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Sobre o Vo em Outros Tipos de Ascendentes As ascendentes de frente so criadas quando uma massa de ar frio fora a de ar quente para cima. Uma frente identificada por fortes rajadas e alteraes na direo do vento. Para voar em ascendentes de frentes, devese : SER MALUCO, atingir altitude, permanecer na estreita faixa ascendente e mover-se com a frente; A convergncia de brisa martima ocorre quando o ar frio acima da gua do mar se move para a terra e fora o ar quente para cima. As frentes de brisa martima so afetadas pelas diferenas de temperatura, velocidades do vento e caractersticas do terreno. Podem ser identificadas por nuvens Cumulus ao longo da borda principal, diferenas visveis no ar ou na convergncia de fumaas ou partculas; Ascendentes de convergncia ocorrem quando duas massas de ar em movimento se encontram, forando parte do ar para cima. Podem ocorrer no lado oposto de obstculos (Lee side), num vale ao fim da tarde, em um local isoladamente quente, acima de um obstculo ou prximo de muitas fontes. Uma convergncia pode ser identificada por pequenas nuvens Cumulus, nvoa, convergncia de fumaa ou partculas, ou uma sbita transio de vento forte para o fraco; Lift de trmicas ocorre quando uma trmica forte cria uma barreira ao vento e fora parte para cima. A fora de conveco e o perfil de velocidades do vento influencia este tipo de ascendente. Procure por esta ascendente contra o vento frente de nuvens Cumulus grandes ainda em formao.

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Um Pensamento Final Sobre o Vo LivreQuanto mais voc conhece sobre como as ascendentes funcionam, o mais capaz voc estar para localiz-las e voar nelas. Aumente o seu conhecimento terico lendo e o relacione com os fenmenos observados na prtica. Mesmo quando voc no estiver voando, observe o tempo. Tente adquirir o hbito de estar ciente das condies climticas a qualquer hora em qualquer lugar. Observe as formaes de nuvens e suas dissipao. Procure por cloud streets, convergncias e pssaros. Imagine-se voando nessas ascendentes, mesmo quando fazendo outra coisa.

Lembre-se : No preciso estar no ar para observar o clima.

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