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Vivaldo Armelin Júnior 2008 Todos os direitos

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Vivaldo Armelin Júnior

2008

Todos os direitos

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Todos os direitos reservados. É proibido fazer cópia, editar, modificar, distribuir (mesmo a título

de gratuidade), comercializar etc. O professor poderá apresentá-lo via on-line para seus alunos sem

nenhum custo. Caso queira imprimi-lo será necessário a autorização, por escrito, do autor.

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2008

Este documento foi modificado e atualizado. Originalmente estava no formato html.

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ARTE EDUCAR – VIVALDO ARMELIN JÚNIOR

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HISTÓRIA EM QUADRINHOS

Nesta página apresentaremos algumas dicas para a criação de uma História em Quadrinhos, como: os balões, quadros, quadro ou campo de identificação, a importância dos planos, a seqüência da história e a continuidade dos quadros, das cenas, dos textos, o uso da onomatopéia, representação do movimento etc.

OS QUADROS

Existe um padrão para a distribuição dos quadros e a dinâmica da história. Estes quando bem distribuídos numa página proporcionarão um maior interesse e uma melhor leitura.

Alguns cuidados são adotados pelos criadores de HQ como o número e o tamanho dos quadros. Geralmente a capa é composta de um único quadro e nele há o título da revista, o nome do seu criador, editora (logotipo), nº e edição, ano e preço.

Na maioria das vezes há apenas o desenho de uma cena envolvendo os personagens, não havendo diálogo ou outro tipo de texto. Veja abaixo o exemplo:

Na maioria das edições as contracapas não são utilizadas para início da história, mas não há nada que impeça de começar por essa página.

A primeira página interna terá um quadro maior e mais dois, três ou quatro quadros inferiores.

No quadro maior terá o nome da história ou do personagem, nesse caso será seguido pelo nome da história, por exemplo: "Martelinho em... A Rua sem Saída". Neste quadro é apresentada e iniciada a história. Logo após o nome da história será registrado o nome do autor.

Na primeira página é apresentado uma das seguintes possibilidades: 1. Apenas um quadro grande e único; 2. Um quadro maior e mais dois menores; 3. Um quadro maior e mais quatro menores; Estes menores também poderão variar em tamanho.

O tamanho e o número dos quadros vai depender do destaque dado a ele. Veja algumas possibilidades:

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QUADROS EM PÁGINAS INTERNAS

Os quadros das páginas seguintes também poderão variar quanto ao tamanho e até a disposição. Veja alguns exemplos de páginas internas ou seqüenciais:

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FIM ou CONTINUA

No último quadro, da página final da história, é colocado um retângulo que tem em seu interior a palavra "FIM", para indicar o término dessa, no entanto quando é continuada em outra publicação é colocada a palavra "Continua".

Geralmente esse retângulo ou quadrado (FIM ou Continua) é colocado na parte inferior esquerda do quadro. Mais raramente é colocada é colocado em outro espaço do quadro.

Outros termos são colocados nesse quadrado ou retângulo, mas muito raramente, como: “A história continua...”; “A trama continua...”; “A aventura continua...”; “Leia a próxima edição!”; “Todos viveram felizes para sempre...”; “Todos viveram felizes para sempre!!!”; “E todos viveram felizes para sempre???” etc.

A cena final geralmente é engraçada, alegre, com um beijo, abraço, geralmente em um plano mais fechado, ou ainda, em um plano mais aberto, quando descreve uma despedida, início de uma viagem, retorno...

BALÕES & QUADROS OU CAMPOS DE COMENTÁRIOS.

Os balões são formas gráficas que recebem em seu interior os textos ou símbolos gráficos, onomatopéias... Representam a fala, o pensamento, o sonho etc. Porém os balões não dão conta de todas as possibilidades, pois em algum momento poderá ser necessário um complemento, como um narrador ou haver a necessidade de uma outra informação que complete a seqüência da história... Para estas situações são usados os quadros de comentários.

BALÃO DE FALA QUATRO MODELOS DIFERENTES

Os balões de fala são colocados ao lado acima ou abaixo do personagem, no entanto a seta

deverá ter origem no personagem falante e poderão ganhar linhas de contorno mais grossas para simbolizar uma fala em tom de voz mais alta, mais ríspido, estar bravo, inconformado...

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BALÃO DE PENSAMENTO OU SONHO QUATRO MODELOS DIFERENTES

Estes balões são colocados ao lado, acima ou abaixo dos personagens e poderão ganhar linhas

de contorno mais grossas para simbolizar um pensamento mais ríspido, estar bravo, inconformado, sonho, pesadelo...

QUADRO DE COMENTÁRIO

NARRADOR LOCALIZAÇÃO

TEMPO

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Dois momentos diferentes. Quadro misto: tempo e informativo.

DISTÂNCIA INFORMAÇÃO

A distância em metros, km, microscópica ou

espacial.

Essa informação indica a distância e a localização

do personagem.

ESPECIAIS

PLANOS

A importância dos planos na história em quadrinhos é a mesma para a fotografia, cinema, televisão, vídeo doméstico, nas animações feitas no computador, por esse motivo exige muito cuidado ao fazer uso deles.

Os planos variam dos mais próximos (mais fechados) e os mais distantes (mais abertos), todos tem a sua função específica e necessária só assim será criado seqüências dinâmicas, emoção, expressão, suspense, descrição etc.

Os planos mais fechados ou mais próximos são excepcionais para retratar as emoções, uma expressão, um olhar, um afago, abraço...

Por sua vez, os planos médios tem a função de destacar um grupo de personagens, objetos, um ambiente, a situação de um diálogo em uma cena, a descrição do ambiente onde ocorre a cena...

E os planos abertos, aqueles que apresentam uma vista maior do ambiente, a fachada dos prédios, uma cidade, tem a função descritiva, de localização espacial, localização temporal...

Veja os principais planos usados nas H.Q.

PLANOS

MACRO

Plano extremamente próximo e ampliado em uma imagem/cena. Nesse tipo de plano é possível descrever os mímos detalhes do objeto ou personagem representado.

Plano mais próximo ou ampliado que o macro é o microscópico.

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BIG CLOSE ou BIG CLOSE-UP ou PLANO DETALHE - PD

Esse plano se confunde muitas vezes com o plano macro, mas sua característica marcante e a extrema emoção que transmite.

CLOSE OU CLOSE-UP

O close, como é popularmente descrito, permite a transmissão de emoções, sentimentos, da beleza, do trágico, do nojento etc.

PRIMEIRO PLANO - PP

Nesse caso ainda há muita carga emotiva, sentimental, de asco ou nojo, mas também já é possível observar uma pequena descrição do ambiente.

PLANO MÉDIO - PM

É um plano descritivo, mas que ainda possibilita a emoção. Permite perceber e identificar o ambiente onde ocorre a cena.

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PLANO AMERICANO - PA

Plano descritivo e narrativo. Alem de apresentar e caracterizar o personagem, também apresenta, descrevendo o ambiente e identificando distâncias visuais, o volume, tamanho etc.

O interessante é que esse plano é de extrema importância nas cenas que envolvam diálogo entre dois ou mais personagens por permjitir a caracterização e localização dos mesmos.

PLANO GERAL - PG

O plano geral é mais amplo quanto a abertura ou campo visual, pois o elemento principal poderá estar mais distante que o exibido nas duas imagens abaixo. Nele ainda é possível perceber e identificar o personagem ou objeto que compõe a cena.

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GRANDE PLANO GERAL - GPG

Permite uma abertura visual muito mais ampla como o apresentado nas imagens abaixo.

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CENAS, SEQÜÊNCIA DA

HISTÓRIA & CONTINUIDADE DOS QUADROS

Durante o desenvolvimento de uma história é preciso ficar muito atento para a: 1. Seqüência da História; 2. Continuidade dos Quadros. Caso não sejam respeitadas estas duas condições não haverá coerência. Fatores que tornarão

a história sem sentido e pouco interessante e até descontinuada.

Em toda H.Q. é preciso haver uma coerência entre o texto e as imagens para que o leitor possa realmente entender o que está lendo (texto e imagem).

A passagem de um quadro para outro, sendo ou não a mesma cena, deverá obedecer a regra do início, meio e fim.

Para entender melhor é preciso ter em mente que cada cena de uma H.Q. é como uma cena no cinema ou na televisão, a diferença está na animação e no som existente nessa duas mídias.

Como foi descrito cada cena tem seu início, meio e fim, não importa se o fim está no início, o meio no fim e o início no meio, porém esta seqüência é parte de um conjunto de seqüências que formam a H.Q. Cada quadro de uma HQ é uma tomada.

Não se pode confundir o início, meio e fim da história, que é formada pelo conjunto de cenas.

Uma cena é composta, em uma H.Q. por diversos planos e cada plano faz parte de um quadro. cada uma das cenas focalizam uma certa situação, que poderão envolver um ou mais personagens ou um acontecimento que conduzirá a uma ação dos mesmos.

Uma cena poderá ocupar um quadro ou, em seqüência, dois ou mais quadros.

Quanto a importância da continuidade não há o que discutir. Imagine que num quadro, de uma determinada cena, o personagem está vestindo terno e na seguinte, num plano mais próximo, ele aparece de camiseta, na outra seu cabelo negro vira loiro. Para que a continuidade não prejudique a história é preciso muita atenção na composição, não apenas dos personagens envolvidos, mas também no cenário. Este último poderá ser visto em diversos ângulos e planos.

O desenho dos objetos ou elementos, naturais ou não, deverão respeitar o ângulo de visão. Outro aspecto importante está relacionado à fonte de luz, os efeitos luminosos e áreas de luz e

sombra, pois ao mudar o ângulo, a representação das pessoas, elementos ou objetos, deverá respeitar a localização da fonte principal de luz e as áreas de luz e sombra.

Um exemplo desta situação anteriormente apresentada é observada nas duas figuras abaixo, onde cada uma delas está sendo vista apenas mudando o plano e não o ângulo.

Observando com atenção é possível notar que na segunda imagem alguns elementos e contornos não mais fazem parte da cena, como é o caso do contorno das montanhas (na primeira imagem) e da estrada ao fundo (na segunda). Nesse caso haverá uma nova leitura de cada uma das imagens.

Nas figuras abaixo houve a mudança de ângulo e não apenas de plano, por esta razão a visão dos elementos (que compõem o cenário) serão visualizadas de maneira diferente. Nesse caso proporcionando uma nova leitura.

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Por fim, é preciso observar se o texto está em seqüência, há continuidade, está integrado a cada quadro e ao conjunto da cena.

Exemplo: num quadro onde o personagem mostra seu relógio e fala que é meio dia. O relógio mostrado no quadro marca 13:34 e no quadro seguinte, já é noite dentro da mesma cena. Este tipo de erro é muito comum.

ONOMATOPÉIA

A onomatopéia é uma palavra que imita o som produzido por objetos, máquinas ou elementos naturais, como o funcionamento do relógio, despertador de corda, o som do carro, de uma explosão...

Abaixo serão demonstrados alguns exemplos de onomatopéias: ABELHA CACHORRO

Bzzzzzzzzzzz Au, au, au... ABRIR PORTA (RANGER) CARRO PASSEIO

Riiiiimmmmm Rummmmmmmmm BOTA MASCULINA CAMINHÃO ACELERANDO

tum... tum... RRRumm... RRRummm BOTA FEMININA AVIÃO A JATO

Toc... toc... toc... Shiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii BATER NA PORTA TELEFONE

Tum, tum, tum. Triiimmmmmm.... triiiimmmm.... CAMPAINHA BUZINA CARRO PASSEIO

Ding - dong Bibibibiiiii.... MARIA FUMAÇA BUZINA CAMINHÃO

Piuiiiiiiii..... Piuiiiiiiiii..... Fommmm.... fommmm.... EXPLOSÃO TROVÃO

Buuuummmm..... Cabummmmmm..... TOQUE ENTRE COPOS OU TAÇAS DE VIDRO BATER A PORTA

Timmmm.... Bam.... CAIR NA ÁGUA JOGAR ÁGUA

Splesh.... Chuáááá... CHUVA MARTELO BATENDO

Chuááááááááááá.... Toc... Toc... COLISÃO ENTRE VEÍCULOS TIRO

Trumm... Bang... bang.... CARNEIRO BOI, TOURO OU VACA

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Mééééééé..... Muuuuuuuuu..... GATO SERRAR MADEIRA

Miau.... Roq... roq... roq... roq... FREADA BRUSCA DE CARRO AVIÃO (SOM INTERNO)

Riiiiiiiiiiiiiiii... UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU... MADEIRA QUEIMANDO BATIDA EM METAL

Trac... trac... trac... Timmmm... timmm... timmm... LOBO (UIVANDO) LIQUIDIFICADOR

Aúúúúúúúúúúúúúúúú... Uíííííííííííííííí... CAVALO CAMINHANDO PÁSSAROS EM GERAL

Ploc - ploc ploc - ploc Pio pio pio GALO PATO

Cocoricó Quac...

Abaixo dois exemplos de onomatopéias integradas às imagens:

EXPLOSÃO CARRO FREANDO

As onomatopéias poderão ser representadas de maneira diferente, por exemplo: uma

explosão poderá ser um simples “bum” ou um “bummmm” ou “cabum”, ou ainda, “cabummmmm”. O som do motor de um veículo poderá ser: “vuummmmmm”, “raammmmmm”,

“roummmmm” etc. Caso o aluno crie uma onomatopéia é importantíssimo o respeito a ela, mesmo que não

corresponda ao padrão.

REPRESENTAÇÃO DO MOVIMENTO

As H.Q. são formadas por imagens estáticas e para representar o movimento é comum usar linhas retas, onduladas ou curvas ao lado ou atrás do objeto, pessoa ou animal em movimento.

A sensação gerada é de um movimento real, apesar de sê-lo imaginário ou virtual. Nos exemplos abaixo é possível observar alguns exemplos.

CARRO EM MOVIMENTO AVIÃO

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PESSOA ANDANDO PESSOA CORRENDO

CORRENTE DE ÁGUA (RIO, CÓRREGO ETC.) CACHOEIRA

Documento no formato PDF.