vírus e fitoplasmas

130
PLANTAR Maracujá coleç o ã FRUTEIRAS SÉRIE VERMELHA edição rev. e amp.

Upload: lyanh

Post on 09-Jan-2017

230 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

PLANTARMaracujá

coleç oã

FRU

TEIRAS

SÉRIEVERMELH

A

ediçãorev. e amp.

1

Embrapa Informação TecnológicaBrasília, DF

2006

A CULTURA DO MARACUJÁ

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Mandioca e Fruticultura TropicalMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

3a ediçãorevista e ampliada

2© Embrapa 2006

Todos os direitos reservadosA reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou

em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Informação Tecnológica

Coleção plantar, 51Produção editorial: Embrapa Informação Tecnológica

Coordenação editorial: Fernando do Amaral Pereira,Mayara Rosa Carneiro e Lucilene Maria de AndradeRevisão de texto e tratamento editorial: Raquel Siqueira de LemosEditoração eletrônica: Mário César Moura de AguiarIlustração da capa: Álvaro Evandro X. Nunes

1ª edição1ª impressão (1994): 5.000 exemplares2ª impressão (1997): 1.000 exemplares3ª impressão (1998): 2.000 exemplares

2ª edição1ª impressão (1999): 2.000 exemplares2ª impressão (2002): 1.000 exemplares3ª impressão (2002): 500 exemplares4ª impressão (2003): 2.000 exemplares5ª impressão (2006): 1.000 exemplares

3ª edição1ª impressão (2006): 1.000 exemplares

A cultura do maracujá / Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical – 3. ed. rev.amp. – Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2006.124 p. : il. – (Coleção Plantar, 51).

ISBN 85-7383-374-2

1. Colheita. 2. Doença. 3. Plantio. 4. Propagação. 5. Variedade. I. EmbrapaMandioca e Fruticultura Tropical. II. Coleção.

CDD 634.425

3

Autores

Adelise de Almeida LimaEnga. Agrôna., M.Sc., Fitotecnista, pesquisadora daEmbrapa Mandioca e Fruticultura [email protected]

Aloyséia Cristina da Silva NoronhaEnga . Agrôna., D.Sc., Entomologista, pesquisadora daEmbrapa Mandioca e Fruticultura [email protected]

Ana Lúcia BorgesEnga. Agrôna., D.Sc., Solos e Nutrição de Plantas,pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura [email protected]

Carlos Estevão Leite CardosoEng. Agrôn., D.Sc., Economista, pesquisador da EmbrapaMandioca e Fruticultura Tropicalestevã[email protected]

Cecília Helena Silvino Prata RitzingerEng. Agrôn., Ph.D., Nematologista, pesquisadora daEmbrapa Mandioca e Fruticultura [email protected]

Cristiane de Jesus BarbosaEnga. Agrôna., D.Sc., Virologista, pesquisadora da EmbrapaMandioca e Fruticultura [email protected]

4

Dilson da Cunha CostaEng. Agrôn., D.Sc., Fitopatologista, pesquisador daEmbrapa Mandioca e Fruticultura [email protected]

Hermes Peixoto Santos FilhoEng.Agrôn., M.Sc., Fitopatologista, pesquisador daEmbrapa Mandioca e Fruticultura [email protected]

Marilene FancelliEnga. Agrôna., D.Sc., Entomologista, pesquisadora daEmbrapa Mandioca e Fruticultura [email protected]

Mario Augusto Pinto da CunhaEng. Agrôn., D.Sc., Fitomelhorista, pesquisador da EmbrapaMandioca e Fruticultura [email protected]

Nilton Fritzons SanchesEng. Agrôn., M.Sc., Entomologista, pesquisador daEmbrapa Mandioca e Fruticultura [email protected]

5

Apresentação

O agronegócio brasileiro é carente de informaçõesdirecionadas ao pequeno produtor. O objetivo daColeção Plantar é preencher essa lacuna com informa-ções oportunas e precisas sobre como produzir hortali-ças, frutas e grãos numa área do sítio ou da fazenda, ouaté mesmo num quintal.

Elaborado em linguagem conceitual simples edireta, o texto de cada título é dirigido ao produtor familiar,na certeza de que essas informações vão contribuir paraa geração de mais alimentos, renda e emprego para osbrasileiros, permitindo, assim, que a agricultura familiarincorpore-se ao agronegócio.

No momento em que o agronegócio conquista omercado internacional, a Embrapa Informação Tecnoló-gica reafirma a importância desta coleção didática comoreferência para o produtor familiar produzir com segu-rança, qualidade e eficiência.

Fernando do Amaral PereiraGerente-Geral

Embrapa Informação Tecnológica

6

7

Sumário

Introdução............................................... 9

Clima ....................................................... 10

Solo......................................................... 11

Calagem e Adubação .............................. 12

Espécies Cultivadas ................................ 20

Seleção de Sementes .............................. 24

Propagação ............................................. 33

Plantio ..................................................... 40

Condução..............................................41

Poda ........................................................ 45

Polinização .............................................. 48

Controle de Plantas Daninhas ................. 53

Controle de Pragas ................................. 53Controle de Nematóides.........................80Controle de Doenças..............................82Vírus e Fitoplasmas................................102

8

Manejo de Doenças Causadas porVírus e Fitoplasmas.............................113Colheita.................................................115Rendimento.................................................116Mercado e Comercialização...................117Coeficientes de Produção......................121

9

Introdução

Originário de regiões tropicais, omaracujá encontra no Brasil condiçõesexcelentes para seu cultivo. É fruto rico emminerais e vitaminas, principalmente A e C,muito apreciado pela qualidade de seu suco,de aroma e sabor agradáveis (Tabelas 1 e 2 ).A maracujina, a passiflorine e a calmofilasesão princípios farmacêuticos contidos nasfolhas da planta, de amplo uso como seda-tivo e antiespasmódico.

10

Clima

O maracujazeiro se desenvolve bem emregiões com altitude entre 100 e 900 m,

11

temperatura média em torno de 23ºC a 25ºC,umidade relativa baixa e precipitação emtorno de 800 a 1.700 mm bem distribuídosao longo do ano.

Chuvas intensas no período de floraçãodificultam a polinização, em virtude do grãode pólen “estourar” em contato com aumidade. Ventos frios afetam o flores-cimento, interferindo no vingamento dosfrutos. Ventos quentes e secos causammurchamento e diminuem a quantidade e aqualidade dos frutos produzidos.

Solo

O maracujá se desenvolve bem emdiferentes tipos de solo, sendo os maisindicados os arenosos ou levementeargilosos, profundos e bem drenados.Os mal drenados favorecem o ataque demicrorganismos, que causam a podridão-das-raízes.

12

A faixa de pH ideal para a cultura é de5,0 a 6,0. Os solos arenosos, quando bemadubados com matéria orgânica, sãoplenamente satisfatórios para a produção demaracujá.

Calagem e Adubação

O maracujazeiro é uma planta queapresenta a seguinte ordem decrescente deextração de nutrientes:

Macronutrientes: N > K > Ca > S > P > MgMicronutrientes: Mn > Fe > Zn > B > Cu.

Para atender as necessidades nutri-cionais do maracujazeiro é necessáriodeterminar os teores de nutrientes no solo, eassim, recomendar as quantidades ade-quadas de calcário e adubo que devem seraplicadas. Após a escolha da área para oplantio, devem ser feitas amostragens do solopara análise química, coletadas de 0-20 cme de 20-40 cm de profundidade.

13

A calagem ou aplicação de calcário temcomo objetivo neutralizar os efeitos tóxicosdo alumínio (Al) e elevar os teores de cálcio(Ca) e magnésio (Mg) e o pH do solo.Quando recomendada, deve ser feitapreferencialmente com a utilização decalcário dolomítico que contém Ca e Mg,deve ser aplicada a lanço em toda a área eincorporada pela gradagem.

A adubação orgânica é uma práticaimportante para manter a produtividade dosolo, pois exerce efeitos benéficos sobresuas propriedades físicas, químicas ebiológicas. As quantidades a serem aplicadasnas covas de plantio, principalmente emsolos arenosos e de baixa fertilidade, variamde acordo com o tipo de adubo empregado,ou seja, esterco de curral (20 a 30 L), estercode galinha (5 a 10 L) e torta de mamona (2 a4 L), podendo-se utilizar outros compostosdisponíveis na região ou propriedade.Contudo, recomenda-se dar preferência ao

14

esterco de curral em razão do maior volumeutilizado. Acredita-se que, se forem aplicadasquantidades razoáveis de matéria orgânicana cultura, dificilmente ocorrerá deficiênciade algum micronutriente.

Em solos arenosos e pobres em matériaorgânica ocorrem, às vezes, deficiências demicronutrientes que podem ser aplicadosdiretamente no solo ou via adubação foliar.Recomenda-se no plantio colocar 50 g deFTE BR12/cova ou 6 g de Zn e 2 g de B/cova.

As quantidades de macronutrientesrecomendadas para o maracujazeiro noBrasil são variáveis, dependendo da região,dos teores encontrados no solo, exceto N,e da produtividade esperada. Caso olaboratório de análise química do solo nãoforneça a recomendação de adubação, deposse do resultado e do Manual de

15

Recomendação do Estado, é possível fazê-la, ou pode-se consultar a assistência técnicada região.

Quanto à localização dos adubos, nospomares em formação, distribuí-los em umafaixa de uns 20 cm ao redor e distante uns10 cm do tronco, aumentando gradativa-mente essa distância com a idade do pomar.Em pomares adultos, aplicá-los em círculoou faixa, sempre com largura superior a20 cm e distante 20 a 30 cm do tronco, ondeestão as raízes absorventes. O parcelamentoda adubação dependerá da textura do solo,regime de chuvas, sistema de plantio (irrigadoou sequeiro) e da disponibilidade de mão-de-obra.

O sucesso da adubação depende tantoda quantidade adequada quanto da época eda localização do calcário e dos fertilizantesaplicados. Além disso, a aplicação dos

16

adubos deve ocorrer em períodos de boaumidade do solo. Em áreas irrigadasrecomenda-se realizar a irrigação após aadubação. Recomenda-se, também, fazeranualmente, a análise química do solo a fimde mantê-lo com níveis adequados denutrientes.

A análise química do solo é comple-mentada pelas diagnoses visual e foliar quesão ferramentas empregadas para avaliar oestado nutricional das plantas. Na Tabela 3são descritos os sintomas visuais de defi-ciências em macro e micronutrientes nasfolhas do maracujazeiro, com as possíveiscausas, que podem ser utilizados pelosprodutores e extensionistas para caracterizara deficiência nutricional.

Para diagnose foliar deve-se amostraruma folha recém-madura, que tenhacompletado o seu desenvolvimento. Reco-menda-se coletar a quarta folha (inclusive opecíolo) a partir da ponta, de ramos medianos

17

18

19

20

sem frutos e não podados. Recomenda-serealizar a amostragem entre o oitavo e o nonomês, no primeiro ano, coletando-se 60 folhaspor hectare ou talhão homogêneo, se menor.No ano seguinte a amostragem deve ser feitano outono. Encaminhar em sacos de papelo mais rápido possível para o laboratóriode análise foliar mais próximo.

Espécies Cultivadas

Maracujá e maracujazeiro são desi-gnações de diferentes espécies da famíliaPassifloraceae, todas do gênero Passiflora.O termo maracujá vem dos índios, signi-ficando “mara-cuiá”, ou seja, comida pre-parada em cuia.

O maracujazeiro é uma trepadeiralenhosa, perene, de crescimento rápido,vigoroso, contínuo e exuberante. Suas raízessão superficiais.

21

A espécie mais cultivada é o maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpaDeg.), por ser mais vigorosa, mais adaptadaaos dias quentes, apresentar frutos de maiortamanho, com peso entre 43 e 250 g, maiorprodução por hectare, maior acidez total emaior rendimento em suco (Fig. 1e 2).

Fig. 1. Frutos de maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims f.flavicarpa Deg).

Fot

o: A

rnal

do d

e C

arva

lho

Juni

or

22

Fig. 2. Flor de maracujá-amarelo.

O maracujá-roxo (Passiflora edulisSims) é mais indicado para locais de maioraltitude e clima mais frio. Seus frutos apre-sentam peso entre 32 e 220 g, maiorpercentagem de açúcares e maior teor desólidos solúveis (brix), quando comparadocom o maracujá-amarelo (Fig. 3).

O maracujá doce (Passiflora alataCurtis) é uma espécie brasileira consumida

Fot

o: M

ario

Aug

usto

Pin

to d

a C

unha

23

Fig. 3. Maracujá-roxo (Passiflora edulis Sims).

como fruta fresca, ao contrário do maracujá-amarelo ou azedo. Seus frutos sãoamarelados, com polpa doce, aroma epaladar atraentes e agradáveis, pesando de80 a 300 g e teor de sólidos solúveis (brix)acima de 15 (Fig. 4).

Fot

o: J

oão

Rob

erto

Per

eira

Oli

veir

a

24

Fig. 4. Frutos de maracujá doce (Passiflora alata Curtis).

Seleção de Sementes

A dificuldade em obter sementes sele-cionadas de maracujazeiro constitui um dosmaiores entraves em seu cultivo, seja empomares grandes, seja em pequenos. Osdemais problemas, tais como doenças einsetos-praga, tendem a ocorrer com menorintensidade à medida que se semeia umasemente de origem conhecida, provenientede material selecionado. As sementes sele-

Fot

o: N

ilto

n F

ritz

ons

San

ches

25

cionadas também proporcionam maioresprodução e produtividade, com frutos demelhor qualidade.

A seleção no pomar será mais eficientese forem seguidos os seguintes passos:

• Escolher pontos na plantação quepossam constituir as parcelas de seleção dasplantas que fornecerão as sementes para opróximo plantio, como exemplificado na Fig. 5,para um plantio de 15 ha.

• Delimitar cada parcela, de forma aconter o número de plantas indicado naTabela 4, de acordo com o plantio planejado,no espaçamento de 3,0 m x 5,0 m.

• Selecionar aproximadamente 25% dasplantas dentro de cada parcela (Tabela 4),quando da primeira produção, comparandobasicamente os caracteres apresentados naTabela 5; caso não seja possível adotar todos

26

os procedimentos indicados, procurar aorientação de um técnico, a fim de conduzira seleção de acordo com procedimentos quepodem ser adotados na propriedade.

• Comparar as plantas das demaisparcelas, não selecionando aquelas vizinhasa covas vazias.

• Acompanhar as plantas individual-mente.

Fig. 5. Delimitação das parcelas, com destaque para uma delas, que

fornecerão as sementes para um plantio de 15 ha.

27

28

29

30

• Polinizar, de forma controlada emanualmente, as plantas escolhidas; paratanto, percorra as parcelas todas as manhãsa partir do surgimento dos primeiros botõesflorais e, ao identificar as flores em início deabertura, proteja-as, em número de dez porplanta, com um saco de papel permeável oude tecido. Os sacos devem ser colocadosantes das 9h e, no período da tarde domesmo dia, transfira o pólen das flores deuma planta para o estigma das flores de outraplanta, usando dedeira de lã ou cotonete, erecoloque o saco para evitar contaminações.O pegamento deverá ocorrer dentro de 5 diase poderá ser visto pelo intumescimento doovário. Após esse prazo, o saco é retirado ea flor marcada com uma etiqueta; com odesenvolvimento do fruto, marque-o comuma fita adesiva, a fim de não ser misturadocom os não selecionados quando da colheita.

31

• Utilizar 200 sementes de cada frutodas plantas selecionadas para formar ocomposto de sementes que será usado noplantio seguinte; as sementes assim obtidassão provenientes de plantas meio-irmãs, mascom controle das doadoras e das receptorasde pólen, fato que permite o uso mais efici-ente da variância genética aditiva.

• Calcular a colheita para semear quatrosementes por saco de polietileno, ou trêssementes se for usar o tubete para formar amuda; caso se deseje usar um númerodiferente de sementes, fazer novo cálculocom base na Tabela 4, que é de fácilmanuseio.

A orientação aqui contida prevê aseleção na primeira produção (colheita) e apolinização controlada na segunda e terceiracolheitas, que constituirão a fonte do com-posto de sementes selecionadas a serem

32

semeadas no plantio seguinte. A práticadesses procedimentos, conquanto exija umtrabalho mais sistematizado e controlado,redundará em uma população de plantascom concentração de genes superiores, aqual certamente conduzirá a plantios commenor incidência de doenças e insetos-praga, produção elevada e frutos de melhorqualidade, que compensarão plenamente oesforço. A condução dessa seleção massalestratificada, adaptada a plantios de maracujáe sugerida para aplicação pelo agricultor,possibilitará o melhoramento da populaçãode plantas visando ao aumento de produ-tividade, é fácil em sua prática, embora exijamais trabalho, e permitirá que o agricultorforme o seu material de plantio após 2 ou 3ciclos de seleção, livrando-o das dificuldadesquando da aquisição de sementes sele-cionadas. Os ciclos de seleção aqui referidosserão os plantios feitos normalmente na gleba

33

do produtor, repetindo-se os mesmosprocedimentos em cada um deles.

Propagação

A propagação do maracujazeiro se faznormalmente com sementes. Estas devemser retiradas de plantas previamente sele-cionadas, que se mostrem vigorosas,produtivas, precoces, resistentes a doençase pragas, originárias de frutos grandes,maduros, com grande percentagem de sucoe boa qualidade.

As sementes podem secar no interiordos frutos ou ser colhidas e colocadas emrecipiente de vidro ou louça para fermentar.Essa fermentação tem a finalidade de facilitara separação das sementes da mucilagem, umasubstância viscosa, que as envolve. Para esseprocesso exige-se geralmente um período de

34

2 a 6 dias. A seguir, as sementes devem serlavadas e colocadas em um jornal para secar,à sombra. Para a retirada da mucilagem podeser usado também o liqüidificador. Já existeno mercado uma peça adaptável, que nãodanifica as sementes (Fig. 6a, 6b e 6c).

As sementes devem ser utilizadas logoapós o período de secagem, visto que suaviabilidade é curta. Para reduzir o problemade incompatibilidade na lavoura, o fruticultordeve retirar e plantar sementes de váriosfrutos colhidos em diferentes plantas, e nãode muitos frutos de poucas plantas.

A propagação vegetativa realizada pormeio da enxertia apresenta vantagens namanutenção de materiais com boascaracterísticas agronômicas, favorecendoa multiplicação de plantas produtivas,tolerantes a pragas e doenças, resistentes à

35

Fig. 6a, 6b e 6c. Despolpador de sementes de maracujá.

Fot

os:

Man

oel

Teix

eira

de

Cas

tro

Net

o

36

seca e com aumento na longevidade dospomares.

A enxertia consiste no processo de seunir duas plantas: o cavalo ou porta-enxerto,que contribui com o sistema radicular, e ocavaleiro ou enxerto, que contribui com acopa e frutifica. É uma operação que exigecuidado e muita habilidade do enxertador.

O tipo de enxertia mais usado, compegamento de até 90%, é o de garfagem dotopo em fenda cheia (Fig. 7), que consisteem se transferir da planta-mãe (cavaleiro) umramo para outra planta que é o porta-enxerto.

A espécie utilizada como porta-enxertodeve ser semeada em sacos de plásticocontendo substrato esterilizado compostopela mistura de terriço e esterco de curralbem curtido na proporção de 3:1. Quando a

37

Fig. 7a, 7b e 7c. Garfagem em fenda cheia.

Fot

os:

Man

oel

Teix

eira

de

Cas

tro

Net

o

38

muda alcançar de 0,25 a 0,35 m de diâmetrodeve ser podada à altura de 20 cm da base.A seguir, efetua-se um corte vertical até aprofundidade de 1 a 2 cm no centro dasuperfície podada.

Os garfos de maracujá-amarelo queserão utilizados como enxerto devempossuir de duas a três gemas e, na medidado possível, com o mesmo diâmetro doporta-enxerto. Como na propagação porsementes, também na vegetativa deve-seretirar vários garfos de diferentes plantas(previamente selecionadas, vigorosas,produtivas, precoces, com bons hábitos decrescimento, resistente a pragas e doenças,originárias de frutos grandes maduros e comgrande percentagem de suco e boa qualidade)a fim de reduzir a incompatibilidade dalavoura, e não muitos garfos de poucasplantas misturando-os por ocasião daenxertia. Nesses garfos são feitas duas

39

incisões em forma de cunha de 1 a 2 cm.Em seguida, introduz-se a cunha do garfona fenda efetuada no porta-enxerto, de modoa assegurar que os tecidos da casca perma-neçam em íntimo contato em pelo menosum dos lados. Deve-se evitar períodoschuvosos, dando-se preferência aos diasensolarados.

Na região da enxertia deve-se utilizarfita de plástico ou fita crepe de 2 cm delargura, a fim de possibilitar uma boa uniãoentre o enxerto e o porta-enxerto. Após aoperação de enxertia, os enxertos devem serprotegidos com sacos de plástico trans-parentes com o objetivo de proporcionar osmesmos efeitos da câmara úmida.

O plantio das mudas no local definitivodeve ser efetuado 5 a 6 meses após asemeadura.

40

Plantio

No preparo das mudas, a semeaduradeve ser efetuada em sacos de polietilenode 10 cm x 25 cm ou 18 cm x 30 cm,contendo uma mistura de três partes de terrapara uma de esterco de curral bem curtido,previamente tratada, a fim de se obter mudassadias.

Em cada saco de plástico colocam-sede quatro a seis sementes, a 1cm de pro-fundidade, cobrindo-as com leve camada deterra. Quando as mudas estiverem com 3 a5 cm de altura, efetua-se o desbaste,deixando apenas a mais vigorosa.

O transplante das mudas para o localdefinitivo deve ser efetuado quando elasestiverem com 15 a 25 cm de altura (ou até30 cm), o que ocorre no intervalo de 45 a 70dias após a semeadura. Nessa ocasião tem

41

início a emissão de gavinhas, filamentos que,ao se enrolarem nos suportes, servem parafirmar as ramas do maracujazeiro. A épocamais adequada para o plantio definitivo é noinício do período chuvoso, observando-sea época tradicional para cada região.

Logo após o plantio no campo, asplantas devem ser tutoradas com varas oubarbantes para condução até o arame.

O espaçamento mais recomendado éde 2,5 m entre fileiras e 5 m entre plantas,com uma densidade de 800 plantas porhectare. Tratando-se de cultura mecanizada,o espaçamento pode ser de 3,5 m entrefileiras.

Condução

Por se tratar de planta trepadeira, omaracujazeiro necessita de suporte para

42

proporcionar boa distribuição dos ramos egarantir, assim, maior produção de frutos.Os sistemas mais utilizados são o de latadaou caramanchão e o de espaldeira vertical.

O sistema de latada é preferido nosplantios em chácaras e quintais. Tem avantagem de proporcionar maior produ-tividade, mas apresenta um custo elevado efavorece a ocorrência de doenças, em virtudeda formação de massa vegetal muito densa(Fig. 8).

Fig. 8. Esquema de tipo de condução.

43

A espaldeira vertical ou cerca pode serfeita com mourões e estacas com 2,5 m decomprimento, espaçadas de 4 a 6 m, comum, dois ou três fios de arame liso nº 12 (omesmo usado na construção de cercas).O fio superior deve ficar a 2 m do nível dosolo, e os outros, conservando a distânciade 0,40 m entre si (Fig. 9). Para que os postesfiquem firmes e possam suportar todo o pesodos pés de maracujá, deve-se enterrá-loscerca de 50 cm no solo.

Em geral, utiliza-se a espaldeira com umsó fio de arame, por ser mais econômico efuncional, excetuando-se a instalação emregiões de ventos fortes. Nesse caso,mostra-se mais seguro o uso de dois fios dearame.

Recomenda-se que a extensão daslinhas de plantas não vá além de 80 m,formando talhões, deixando um espaço de

44

Fig. 9. Diferentes sistemas de condução de maracujazeiro.

45

3 a 4 m entre eles para possibilitar amovimentação dentro do pomar. É con-veniente que se faça nas bordas superioresdos mourões e das estacas um corte in-clinado, para evitar a infiltração de água e oconseqüente apodrecimento. Os mourõesdevem ser colocados nas extremidades e nocentro da espaldeira. Os das extremidadesprecisam de uma escora complementar,para dar maior resistência ao suporte desustentação.

Poda

A frutificação do maracujazeiro ocorreem ramos novos. Por essa razão, a poda sefaz necessária a fim de possibilitar produçõessatisfatórias. A poda também é exigida pelointenso desenvolvimento da planta, queorigina uma densa massa vegetal favorável,muitas vezes, ao surgimento de pragas edoenças, além de provocar o aumento do

46

peso a ser sustentado pelo sistema decondução (espaldeira ou latada).

Cerca de 15 dias após o plantio, inicia-se a poda de formação, com a eliminaçãode todos os brotos laterais, deixando-seapenas o ramo mais vigoroso, que seráconduzido por um tutor até o fio de arame.

Quando a planta ultrapassar o arame –cerca de 10 cm –, deve-se eliminar o brototerminal (Fig. 10a), de modo a forçar aemissão de brotos laterais, os quais serãoconduzidos para os dois lados do arame(Fig. 10b). Posteriormente, esses brotos sãodespontados, a fim de forçar o desenvol-vimento das gemas laterais, que formarão osramos produtivos (Fig. 10c).

As ramificações que surgem dos doisramos laterais em direção ao solo devemficar livres (Fig. 10d) para facilitar o are-

47

jamento e a penetração da luz, fatores quesão muito importantes no processo pro-dutivo e na diminuição do ataque de pragase doenças. Para tanto, eliminam-se as ga-vinhas, que provocam o entrelaçamento dashastes e dos ramos produtivos.

Fig. 10. Esquema de condução e poda de formação em espaldeira deum fio de arame.

48

No período de entressafra, deve serfeita uma poda de limpeza, retirando-se todosos ramos secos e doentes, proporcionandomelhor arejamento da folhagem do mara-cujazeiro e diminuindo o risco de conta-minação das novas brotações.

Polinização

O maracujá-amarelo apresenta auto-incompatibilidade, acarretando a incapa-cidade de produzir sementes, quando po-linizado com o próprio pólen. Além disso,mostra alto insucesso na polinização pelovento, em razão do grande peso e da vis-cosidade do grão de pólen, necessitando,portanto, de um agente transportador.

Os agentes polinizadores que se têmmostrado mais eficientes são as maman-gavas, abelhas do gênero Xylocopa spp.(Fig. 11). Por serem de grande porte, ao

49

visitarem a flor do maracujazeiro, encostamseu dorso nos estames onde estão os grãosde pólen, fazendo a retirada destes elevando-os para o estigma, com o queefetuam a polinização.

Fig. 11. Mamangava polinizando flor de maracujá-amarelo.

É de vital importância para o sucessoda polinização a preservação e incrementoda população de mamangavas, mediante aconstrução de abrigos, usando preferen-cialmente tocos secos de bambu e o plantio

Fot

o: J

oão

Rob

erto

Per

eira

Oli

veir

a

50

de espécies que produzam flores atrativas,como o hibisco (Hibiscus spp.), a coriola(Ipomoea purpurea) e a cássia (Cassiaspp.).

Se forem usados produtos químicospara o controle de pragas e doenças, estesdeverão ser aplicados pela manhã, para nãocomprometer os agentes polinizadores natu-rais, principalmente as mamangavas.

Recomenda-se fazer a polinizaçãoartificial do maracujá em plantios com maisde 10 ha, uma vez que a natural, pelas ma-mangavas, se torna difícil, principalmente nossurtos de grandes floradas. A polinizaçãoartificial é também aconselhável em pequenosplantios, quando a população de maman-gavas é pequena.

Realiza-se a polinização artificial noperíodo da tarde, porquanto as flores de

51

maracujá-amarelo se abrem no período quevai de 12h30 às 15h, permanecendo abertasaté as18h.

Um modo de avaliar a necessidade deaumento da população de mamangavas ou autilização da polinização artificial é apurar onúmero de flores caídas. Sabe-se que a flordo maracujá, após seu dia de abertura, fechae cai, caso não seja fecundada. Se a quedade flores por planta se mostra acentuada,isso aponta para a necessidade de incrementoda polinização.

A polinização artificial é efetuada pelohomem com o auxílio de dedeiras de flanelacom as quais transfere o pólen de uma plantapara outra (Fig. 12). Recomenda-se fazer apolinização artificial nos períodos de maiorfloração e em apenas um dos lados de umafileira formada por maracujazeiros, com o

52

plantio orientado no sentido norte-sul, tendoem vista um maior rendimento.

Fig. 12. Polinização artificial, utilizando-se dedeiras de flanela.

53

Controle de Plantas Daninhas

Ainda são reduzidos os estudos arespeito do controle de invasoras, nãoobstante a sua danosidade. De modo geral,recomenda-se deixar o maracujazeiro livrede plantas invasoras, especialmente noperíodo seco, evitando, com isso, acompetição por água, luz e nutrientes.

A melhor prática tem sido a eliminaçãodas plantas daninhas na linha de plantio, como uso de capinas com enxada, usando-senas entrelinhas a roçadeira.

Controle de Pragas

Muitos insetos e ácaros se encontramassociados na cultura do maracujazeiro, masapenas uns poucos podem ser conside-rados praga, em razão dos prejuízos queocasionam à produção. As espécies pre-

54

judiciais, bem como suas formas de controle,são indicadas a seguir:

Lagartas-desfolhadoras (Dione junojuno e Agraulis vanillae vanillae) – Apesarda ocorrência bastante freqüente de lagartasno maracujazeiro, poucas espécies chegama causar danos à economia. Dione juno junose destaca em função de seu comportamentogregário, o que lhe confere maior capacidadede consumir as folhas da planta, em com-paração com outras espécies de hábitosolitário, como é o caso da Agraulis vanillaevanillae. As lagartas de D. juno juno têmcoloração escura (Fig. 13) e medem, quandocompletamente desenvolvidas, de 30 a35 mm de comprimento. Apresentam ocorpo recoberto por “espinhos”. Na faseadulta, são borboletas de coloração alaran-jada, com as margens das asas pretas.Colocam os ovos agrupadamente (de 70 a130) na face inferior das folhas novas.

55

Fig. 13. Lagartas-desfolhadoras Dione juno juno.

A Agraulis vanillae vanillae, em suafase adulta, é uma borboleta de coloraçãoalaranjada, com diversas manchas negrasespalhadas nas asas, as quais apresentamfaixas negras nos bordos, especialmente nasasas posteriores. Os ovos são colocadosisoladamente, em geral na face inferior dasfolhas novas, e também no caule. A lagartacompletamente desenvolvida mede cerca de30 mm, apresenta coloração amarelada com

Fot

o: O

távi

o Á

lvar

es d

e A

lmei

da

56

duas faixas laterais de cor marrom, e corporecoberto por “espinhos” pretos (Fig. 14.).

Fig. 14. Lagarta de Agraulis vanillae vanillae.

Os ovos de ambas as pragas, inicialmenteamarelos, mudam de cor com o passar dotempo. Tornam-se avermelhados, e, perto daeclosão das lagartas, assumem tom cas-tanho. As lagartas consomem as folhas,retardando o crescimento da planta, o quepoderá afetar sensivelmente a produção. Emplantas jovens, os prejuízos são maiores,

Fot

o: S

teph

en L

apoi

nte

57

porque as lagartas podem causar desfolhatotal, levando-as à morte, no caso de ataquessucessivos. As lagartas de D. juno junotambém podem raspar a casca dos ramosdo maracujazeiro.

Como técnica de controle em áreaspequenas, recomenda-se a catação e des-truição de ovos e lagartas. Em áreas extensas,aconselha-se usar um inseticida biológico àbase de Bacillus thuringiensis na dosagemde 100 g/100 L de água (aplicam-se de 300 a600 litros de calda por hectare), empulverizações semanais. O efeito não éimediato, ou seja, as lagartas só virão amorrer 3 a 5 dias depois da aplicação.O produto deve ser empregado, de prefe-rência, quando as lagartas ainda estiveremjovens. Outros inseticidas, como o fenthion,trichlorfon, carbaryl, malathion, diazinon eacefato também têm sido indicados.Aconselha-se observar as normas e critérios

58

de segurança na aplicação de inseticidas eas recomendações do fabricante. As etapasde preparo e aplicação dos agroquímicosdevem ser orientadas por um profissionalhabilitado.

Broca-do-maracujazeiro ou dahaste (Philonis passiflorae) – O adulto éum besouro, com cerca de 5 mm decomprimento, de coloração marrom e commanchas amareladas no dorso. As larvas sãobrancas, sem pernas, e medem aproxi-madamente 5mm de comprimento, no seumáximo desenvolvimento. A fase larval é aresponsável pelos danos. Todo o desen-volvimento da broca se faz no interior doramo do maracujazeiro. Quando atinge a faseadulta, o inseto sai do ramo por um pequenoorifício circular. A ocorrência desse inseto émais freqüente em plantios novos, loca-lizados em áreas recém-desmatadas, naperiferia da plantação e próxima à vegetação

59

nativa. À medida que as larvas de desen-volvem, formam galerias no interior e aolongo dos ramos, tornando-os fracos equebradiços, e levando-os, em estágios maisavançados, ao secamento, o que prejudicasensivelmente a produção. Os sintomasexternos do ataque aparecem como dila-tações nos ramos, os quais, muitas vezes,se partem longitudinalmente (Fig. 15).

Fig. 15. Danos provocados pela broca-da-haste do maracujazeiro.

Fot

o: J

oão

Rob

erto

Per

eira

Oli

veir

a

60

Quando o ataque se dá na haste principal,os danos são mais severos, podendo causara morte da planta. A praga pode ser mantidasob controle mediante vistorias periódicasdo pomar, visando detectar focos iniciais deinfestação. Verificando-se o ataque, acon-selha-se fazer a poda e a queima dos ramosafetados. Na haste principal, pode serutilizado o fosfeto de alumínio (em pasta)ou outro inseticida, visando recuperar a plantae evitar o replantio. Essa operação não seráviável se a praga já estiver estabelecida naplanta há muito tempo. Pode-se pincelar ahaste principal com inseticidas (ação decontato ou profundidade), objetivandorestringir a disseminação do inseto paraoutras áreas.

Percevejos – O percevejo-do-maracujazeiro (Diactor bilineatus) apresentanas longas pernas traseiras expansões emforma de folhas, de coloração verde-escuracom algumas manchas alaranjadas (Fig. 16).

61

Já o percevejo Holymenia clavigera éinseto muito ágil, que se alimenta dos frutosdo maracujazeiro e da goiabeira. Apresentacoloração escura com manchas alaranjadase asas quase incolores. As antenas sãopretas, com as extremidades brancas.O Leptoglossus gonagra, conhecido comopercevejo-do-melão-de-são-caetano,apresenta coloração predominantementemarrom. O último par de pernas, além deespinhos, exibe expansões laterais comalgumas manchas claras internamente.

Fig. 16. Adulto dopercevejo-do-maracujazeiro.

Fot

o: A

rist

otel

es P

ires

de

Mat

os

62

Os percevejos sugam a seiva de todas aspartes da planta, ocasionando a queda debotões florais e de frutos novos e o mur-chamento de frutos mais desenvolvidos.Os produtos indicados para o controle delagartas, com exceção do inseticida bio-lógico, podem ser utilizados contra ospercevejos.

Lagarta-de-teia (Azamora penicillana)– Também conhecida como lagarta-de-capote, tem sido citada atacando pés demaracujá-amarelo em municípios baianos.Ela dobra a folha da planta e introduz-se aí,ficando protegida da ação dos inseticidas(Fig. 17). Apesar de ser inseto desfolhador,os prejuízos que causa se devemprincipalmente a um líquido esverdeadoexpelido pela lagarta, que parece ter efeitotóxico sobre folhas e ramos novos. Assim,em altas infestações, as folhas atacadassecam, ficando prejudicadas a atividade

63

fotossintética e a produção de frutos. NoEstado da Bahia, a estação chuvosa (abril ajunho) é a época de maior ataque da lagarta-de-teia. Recomenda-se que, nesse período,se façam inspeções periódicas na plantação,visando detectar os ataques em seu início,quando as lagartas estarão mais expostas àação dos inseticidas. A praga pode sermantida no plano de equilíbrio, evitando-seaplicações freqüentes de produtos químicosnão seletivos, que eliminam seus inimigosnaturais.

Fig. 17. Ataque da lagarta-de-teia.

Fot

o: J

oão

Rob

erto

Per

eira

Oli

veir

a

64

Moscas-das-frutas (Anastrepha spp.e Ceratitis capitata) – Os adultos deAnastrepha spp. (Fig. 18) apresentamcolorido predominantemente amarelo, com

Fig. 18. Adulto de Anastrepha consobrina.

duas manchas da mesma cor nas asas,medindo de 6,5 a 8,0 mm de comprimento,maiores, portanto, do que os de C. capitata(4,0 a 5,0 mm de comprimento) (Fig. 19).Esta última espécie também tem coloraçãoamarelada, mas suas asas exibem tonalidade

Fot

o: N

ilto

n F

ritz

ons

San

ches

65

rosada com listas amarelas. Em certasregiões, o ataque das moscas provoca pre-juízos significativos. Os principais danoscausados por Anastrepha spp. são de-correntes da postura dos ovos em frutosainda verdes, provocando seu murchamentoantes de atingirem a maturação. As larvas deC. capitata podem destruir a polpa dosfrutos, inutilizando-os para o consumo(Fig. 20). O ataque das moscas provocaqueda dos frutos em proporção elevada.A catação e enterramento de frutos atacadose o plantio em área distante de cafezais são

Fig. 19. Adulto deCeratitis capitata

Fot

o: R

ogér

io R

itzi

nger

66

medidas auxiliares para reduzir a populaçãoda praga. Recomenda-se também o uso deiscas envenenadas, compostas por 5 kg demelaço ou açúcar mascavo ou 500 mL deproteína hidrolisada, inseticida e 100 L deágua. Devem ser aplicadas a cada 15 dias,apenas de um lado das plantas (1 m2), demaneira descontínua, usando-se 100 a200 mL/planta. Os inseticidas recomendadossão o trichlorfon, malathion, fenthion ediazinon. Há outra espécie de mosca, Silbapendula, cujas larvas atacam a base interna

Fig. 20. Danos causadospelas moscas-das-frutas.

Fot

o: A

nton

io S

ouza

Nas

cim

ento

67

das flores do maracujá, provocando suaqueda. O controle pode ser efetuado deforma idêntica à indicada contra as moscas-das-frutas.

Pulgões (Myzus persicae e Aphisgossypii) – São insetos de aparênciadelicada, medindo aproximadamente 2 mmde comprimento (M. persicae) e 1,3 mm(A. gossypii). A gravidade do seu ataque estárelacionada com a transmissão de umadoença (Passion fruit woodness virus –vírus-do-endurecimento-dos-frutos-do-maracujazeiro). As plantas com sintomas davirose devem ser imediatamente erradicadas.Evita-se o plantio, nas imediações, deespécies hospedeiras dos pulgões (pepino,melancia, abóbora, melão, ervilha e tomate).

Abelhas arapuá e melifera (Trigonaspinipes e Apis mellifera) – A arapuá é umaabelha de coloração preta, que ataca flores

68

novas, podendo provocar sua queda(Fig. 21). Recomenda-se destruir seus ninhosou utilizar iscas envenenadas, idênticas àssugeridas para o controle das moscas-das-frutas. Em algumas regiões tem-se constatadoo transporte de pólen pela A. mellifera, semque se verifique seu concurso na polinizaçãodas flores do maracujá. Por esse com-portamento tem-se atribuído à abelha A.mellifera a condição de praga, mas é umaquestão discutível, porquanto em outrassituações ela se dirige para plantas hos-pedeiras ditas preferenciais, sem incomodaros produtores de maracujá

Fig. 21. Abelha arapuá.

Fot

o: A

deli

se d

e A

lmei

da L

ima

69

Besouro-das-flores (Cyclocephalamelanocephala) – O inseto, conhecidocomo praga do girassol, mede cerca de11 mm de comprimento e 6 mm de largura,apresenta cabeça escura, asas brilhantes,claras, de coloração palha. Durante o dia,refugia-se no interior das flores, alimentando-se à noite. Ataca folhas novas e flores,prejudicando a produção. Seu controle podeser efetuado com os inseticidas relacionadospara lagartas, excetuando-se o Bacillusthuringiensis.

No controle das pragas, a escolha deum inseticida leva em conta não só a toxi-cidade, a carência, o preço e a eficiência mastambém sua seletividade em relação aosinimigos naturais (Tabela 6), que devem serpreservados, com o objetivo de manter oequilíbrio no agrossistema.

70

71

72

73

Ácaros – Além dos insetos, os ácarosfitófagos (que se alimentam de vegetais)também podem, dependendo da intensidadedo ataque, causar sérios prejuízos à cultura.Quando adultos, possuem quatro paresde patas, o corpo não se apresenta divididocomo nos insetos e são bastante diminutos,havendo necessidade de se utilizar uma lentede bolso (de 10 aumentos) para seremobservados durante as inspeções na lavoura.

As espécies mais importantes para acultura são:

• Ácaro plano ( Brevipalpus phoenicis)

É também conhecido como ácaro-vermelho ou da-leprose-dos-citros (Fig. 22).Ele pode ser encontrado em todos os con-tinentes, principalmente em países loca-lizados nos trópicos.

74

Hospeda-se em diversas fruteiras,como banana nanica, cajueiro, fruta-do-conde, gravioleira, goiabeira, mamoeiro e emervas daninhas como picão-preto, corda deviola e melão-de-são-caetano.

Os ovos são elípticos e medem cercade 0,1 mm de comprimento, possuemcoloração alaranjada viva e, próximos àeclosão, tornam-se opacos e brancacentos.

Na fase adulta, as fêmeas, em médiacom 0,3 mm de comprimento, possuem

Fig. 22. Adulto de Brevipalpus phoenicis.

Fot

o: N

ilto

n F

ritz

ons

San

ches

75

coloração que varia com a alimentação e aidade, indo de amarelada-clara com manchaspardacentas laterais a avermelhada e, antesda morte, alaranjada-escura.

A postura dos ovos, em forma isoladaou aglomerada, é feita normalmente em locaisbem protegidos do maracujazeiro, comoreentrâncias das folhas, ramos e frutos.

Esse ácaro não tece teia e embora possaser encontrado em ambas as faces da folha,prefere a inferior e as brotações novas.

Em altas infestações, causa inicialmenteuma clorose nas folhas que, após umperíodo, tornam-se necrosadas e caem.Posteriormente, os ramos mais tenros sãotambém atacados e começam a secar emorrer da extremidade para a base.

• Ácaro branco (Polyphagotarsonemuslatus)

76

É também conhecido como ácarotropical, da rasgadura das folhas do algo-doeiro e da queda do chapéu do mamoeiro.

Hospeda-se em diversas culturas comoa aboboreira, o algodoeiro, os citros, o fei-joeiro, a batatinha, a pereira, o pimentão, avideira e diversas espécies de ervas daninhas.

Os ovos medem cerca de 0,1 mm decomprimento e possuem coloração branco-pérola. Esses ácaros são bastante diminutos,praticamente invisíveis a olho nu, as fêmeasmedem pouco menos de 0,2 mm de com-primento e sua coloração pode variar debranca a amarelada-brilhante. O macho émenor que a fêmea e tem cor branca-hialinae brilhante. Normalmente, esses ácaros sãolocalizados na face inferior das folhas,evitando a luz direta.

77

A postura dos ovos é realizada na faceinferior das folhas, de forma isolada. Doataque às brotações, surgem deformaçõesnas folhas e nervuras, ficando as mesmasretorcidas e mal formadas. As folhas não sedesenvolvem completamente ocorrendoposteriormente um bronzeamento gene-ralizado, principalmente na face inferior dasfolhas, que podem cair. Ataques às brotaçõesresultam na redução do número de flores econseqüentemente na queda da produção.De modo geral, as infestações ocorremdurante o ano todo, sendo mais intensas nosperíodos de temperatura e umidade maiselevadas, que favorecem seu desenvolvi-mento.

• Ácaros vermelhos (Tetranychusmexicanus e Tetranychus desertorum)

Esses ácaros são também conhecidoscomo ácaros de teia. As fêmeas das duas

78

espécies apresentam coloração vermelha,porém o ácaro mexicano possui uma to-nalidade mais intensa. A fêmea mede ao redorde 0,46 mm de comprimento, sendo o machomenor, de coloração amarelo-esverdeada ecom a porção do corpo afilada. Os ovossão esféricos, transparentes, com 0,15 mmde diâmetro e, próximo à eclosão, tornam-se amarelo-escuros. As duas espécies sedesenvolvem em colônias, na face inferiordas folhas, onde tecem uma grande quan-tidade de teia. O ataque, inicialmente na faceinferior das folhas, provoca o aparecimentode manchas esbranquiçadas ou prateadas e,na face oposta ao local do ataque, começama surgir áreas bronzeadas. As folhas atacadasintensamente secam e caem.

O desenvolvimento desses ácaros éfavorecido em períodos de elevadastemperaturas e de baixa incidência de chuvas.

79

Para seu controle racional, recomen-dam-se as seguintes providências:

a) Realizar o monitoramento desses á-caros, inspecionando periodicamente opomar, detectando sintomas e sua presençacom o auxílio de uma lupa de bolso (au-mento de dez vezes), vistoriar culturasvizinhas bem como as ervas invasoras, quepodem servir de hospedeiros alternativos.O monitoramento vai permitir que o produtorestabeleça, com mais segurança, o início dotratamento contra os ácaros, evitando assimaplicações desnecessárias.

b) Realizar o tratamento necessário comacaricida específico, escolhendo o queapresente maior seletividade e curta duraçãoresidual, de modo a evitar sua presença nosfrutos. No caso de controlar o ácaro durantea floração, quando é intensa a visita deinsetos polinizadores, aconselha-se empregaracaricidas menos tóxicos, como o enxofre.

80

Controle de Nematóides

Há poucas referências aos danos esintomas de infestações de nematóides emraízes do maracujazeiro. A maior parte dasinformações limita-se a uma listagem dasespécies que já foram encontradas hos-pedando-se na planta e em outras passi-floráceas nativas.

Para o maracujazeiro, duas espécies sãoprejudiciais: os nematóides formadores degalhas (Meloidogyne spp.) e o reniforme(Rotylenchulus reniformis). Afetam tanto osviveiros como os pomares, além de atacardiversas espécies do gênero Passiflora. Oataque de Meloidogyne spp. ao mara-cujazeiro caracteriza-se pela formação degalhas nas raízes, e estumescimentos loca-lizados, resultantes da produção e injeçãode substâncias tóxicas na planta. Os mara-cujazeiros parasitados têm o sistema radicular

81

pouco desenvolvido, dificultando a absorçãode água e nutrientes do solo. Com isso, asplantas mostram menor crescimento eamarelecimento das folhas, chegando, porvezes, a morrer. Os danos causados pelonematóide reniforme são semelhantes, comexceção da formação de galhas.

Conhecendo-se os problemas queesses organismos podem causar, convémdispensar todos os cuidados visando àformação de lavouras sadias. Assim, é bomque os viveiros tenham seu solo tratado comprodutos químicos (fumigantes) e recebamregas com água de boa procedência, pre-ferencialmente de fonte artesiana. Águarepresada em baixadas não é boa para airrigação do pomar.

Em culturas estabelecidas, torna-semais difícil o controle, mesmo porque hápoucas informações sobre a eficiência e

82

economicidade do uso de nematicidas emmaracujazeiro.

Controle de Doenças

O maracujazeiro pode ser atacado porfungos, vírus e bactérias e a intensidade dedanos depende das condições climáticase culturais. As principais doenças e osmétodos de controle são apresentados aseguir:

Tombamento da muda, mela ouDamping off

Alguns fungos podem causar essadoença: Pythium ophanidermatum, P.ultimum, Phytophthora parasitica eRhizoctonia sp. Os fungos vivem no solo eatacam as plantas em sementeira. A doençaé particularmente severa sob condições deumidade excessiva, causando um rápidoencharcamento dos tecidos tenros da planta

83

rentes ao solo, que entram em colapso,provocando a murcha das folhas, o tom-bamento e a morte das plantas (Fig. 23).

Fig. 23. Sintomas de murcha e tombamento em plantas de maracujáafetadas pelo fungo Rhizoctonia sp.

O excesso de água na sementeira, oexcesso de sombreamento e o uso de solojá contaminado favorecem o aparecimentoda doença.

Fot

o: H

erm

es P

eixo

to S

anto

s F

ilho

84

O controle se faz com o manejo corretoda sementeira ou com o uso de pentacloro-nitrobenzeno para o fungo Rhizoctonia,benomil para o Fusarium e fosetyl-AL parao Phytophthora.

Antracnose

A antracnose é causada pelo fungoColletotrichum gloeosporioides, e estádisseminada de forma generalizada em todasas regiões de cultivo do País, principalmentenaquelas em que ocorrem estações quentese chuvosas.

Podem ser afetados os ramos, as folhase os frutos. Nas folhas, as manchas ini-cialmente medem cerca de 5 mm, sãocirculares, rodeadas por bordos verde-escuros que mais tarde se juntam formandolesões enormes, enrugadas, ocupando maisde 30% da folha. Nos ramos, observam-selesões alongadas que se transformam em

85

cancros, expondo o tecido do lenho, commorte dos ponteiros. Nos frutos, as lesõessão deprimidas, com podridão seca cau-sando um enrugamento precoce da áreaafetada, atingindo a parte interna do frutocom fermentação da polpa. Os frutos mur-cham e caem (Fig. 24). Essa doença podeser confundida com a bacteriose e até mesmocom a verrugose, entretanto o fungo cau-sador da antracnose prefere as folhas

Fig. 24. Lesões deantracnose nos frutos.

Fot

o: H

erm

es P

eixo

to S

anto

s F

ilho

86

maduras e os ramos sem lançamentos novos.O controle se faz com a aplicação de pro-dutos à base de oxicloreto de cobre maismancozeb, chlorotalonil ou benomil.

Verrugose

Essa doença causada pelo fungoCladosporium herbarum ataca folhas, ramose frutos, local onde exerce sua maior açãodestrutiva, tornando-os imprestáveis para ocomércio de frutas frescas.

Nas folhas, os sintomas se manifestampor lesões circulares, medindo 3 a 5 mm.Inicialmente, nota-se um halo amarelo e coma evolução da doença os tecidos ficamnecrosados, de cor marrom-avermelhada, etendem a cair deixando perfurações na folha(Fig. 25). Nas épocas mais frias as folhaspodem ficar enroladas e quebradiças. Nosramos, as lesões são longitudinais formandouma rachadura de cor marrom, asseme-

87

lhando-se a uma canoa (Fig. 26) . Nos frutos,os sintomas começam com uma desco-loração dos tecidos que se tornam aquosos.Em seguida, com o secamento dessestecidos, aparecem formações do tipo cortiçaque se juntam em diversas áreas do frutoformando verrugas salientes. As lesõeslimitam-se apenas à casca não causandonenhum apodrecimento interno na polpa dosfrutos (Fig. 27). A doença ocorre com maisfreqüência em tecidos novos sobtemperaturas amenas, variando de 15ºC a22ºC. Nas regiões mais quentes somenteocorrem sintomas em frutos, e sob calorintenso o fungo se mantém nas partesexternas dos botões florais, brácteas ecálices, sem causar prejuízo à frutificação,mas agindo como potencial de inóculo parauma infecção posterior aos frutos. Essadoença pode ocorrer concomitantementecom a antracnose e a bacteriose.

88

Para seu controle recomenda-se umacobertura com caldas fungicidas, desta-cando-se por sua eficiência os produtos àbase de cobre, em aplicações semanais, sobchuvas, ou quinzenais, em períodos comchuvas esparsas e menor umidade. Não serecomenda a aplicação nos frutos destinadosà indústria de suco, pois a doença não atingea polpa.

Fig. 25. Lesões deverrugose nas folhas.

Fot

o: H

erm

es P

eixo

to S

anto

s F

ilho

89Fig. 27. Sintomas de verrugose nos frutos.

Fig. 26. Sintomas deverrugose nos ramos.

Fot

o: H

erm

es P

eixo

to S

anto

s F

ilho

Fot

o: H

erm

es P

eixo

to S

anto

s F

ilho

90

Septoriose

Doença rara mas potencialmente graveante o intenso desfolhamento que ocasionana maioria das vezes sem apresentar sintomasvisuais no limbo foliar.

Causada pelo fungo Septoria passiflorasomente apresenta sintomas em situaçõesespeciais quando se observam lesões decor marrom pequenas, nunca superiores a0,5 cm, circulares, com halo amarelado aoredor. A queda de folhas chega a mais de20%, os ramos mais finos são afetados pelaslesões coalescidas, secam e morrem dandoà planta um aspecto emponteirado. As me-didas de controle recomendadas para verru-gose e antracnose são eficientes no controledessa doença.

91

Podridão-do-colo

Ainda que existam relatos de que essadoença pode ser causada por Thielaviopsisbasicola ou Fusarium solani, a maiorfreqüência, nas regiões produtoras do Brasil,verifica-se com o fungo Phytophthoracinnamomi. (Fig. 28a e 28b)

Fig. 28a e 28b. Sintomasde podridão-do-colo.

A

B

Fot

os:

João

Rob

erto

Per

eira

Oli

veir

a

92

Os sintomas freqüentemente ocorremna região do colo da planta com apodre-cimento que se expande para cima e para asraízes. A casca fica necrosada, marrom-escura, podendo ser facilmente determinadaa sua área pela raspagem superficial dostecidos, que se tornam entumecidos, porémsem apresentar rachaduras e aderidos aolenho do caule. Às vezes, as lesões seevidenciam apenas de um lado da planta,causando uma murcha parcial, com folhasamarelecidas que tendem a se desprender.Uma diferença fundamental que permiteseparar essa doença da “murcha deFusarium” é a inexistência de coloração corde vinho ao longo do caule nos vasos decondução da seiva. A doença ocorre commais freqüência em solos pesados, ricos emmatéria orgânica, sob temperatura e umidaderelativa do ar elevadas. Fórmulas de adu-bação com alto teor de nitrogênio favo-recem o aparecimento da doença.

93

Algumas medidas preventivas devemser tomadas:

a) Não plantar em solos compactados,sem aeração.

b) Evitar ferimentos na planta ao fazeras capinas.

c) Retirar as lesões iniciais, raspar a áreaafetada e aplicar calda bordalesa.

d) Por ocasião do plantio, mergulharas raízes e o caule, até 20 cm acima do colo,em solução de metalaxil (200 g/100 L deágua).

e) No caso de aparecimento de plantasdoentes, pulverizar a plantação com fosetyl-AL (250 g/100 L de água), após a erradicaçãoe destruição, pelo fogo, das plantas atacadas.

f) Não replantar na cova antes ocupadacom planta doente.

94

Murcha ou fusariose

É doença do sistema radicular, causadapelo fungo Fusarium oxysporum f.passiflorae. Ataca os vasos lenhosos a partirdas raízes, provocando murcha generalizadae morte rápida das plantas (Fig. 29 a e 29b).

Fig. 29a e 29b. Sintomasde murcha-do-maracu-jazeiro.

A

BF

otos

: H

erm

es P

eixo

to S

anto

s F

ilho

95

Quando a murcha se manifesta, pelasextremidades do ramo, e antes que segeneralize, as raízes já estão apodrecidas.A comprovação da doença se faz pelaobservação dos tecidos sob a casca, nocilindro central, que se mostram escurecidos,cor de vinho, no sentido do comprimento, apartir do colo.

A doença ocorre em focos isolados,disseminando-se de uma planta a outra, emprogressão radial. Os solos arenosos,contendo ainda restos de desmatamento,pobres em fósforo e potássio, concorrempara aumentar a incidência da doença. Astemperaturas abaixo de 20ºC e acima de 25ºCdificultam a ação do fungo.

O controle é muito difícil, em virtudeda natureza sistêmica da doença e dasformas de resistência do Fusarium. Contraele recomendam-se medidas preventivas:

96

escolher terrenos bem drenados em locaisaltos e sem restos de mata ou capoeira, eevitar gradagens freqüentes em áreas comfocos da doença. Eliminam-se as plantasatacadas, que são destruídas nas própriascovas (sem retirá-las do local). Uma vezlocalizado o foco, erradicam-se até cincoplantas sadias em volta das plantas doentes.Abrem-se valas de isolamento de 20 cm deprofundidade, revolve-se o solo da área eaplica-se cal. Não se replanta nessa área. Nomomento do plantio, pulverizam-se o colo eas raízes da planta e, novamente, o colo 20dias depois, com hidróxido de cobre (300g/100 L de água) ou com benomil (150 g/100 L de água). Ocorrendo chuvas noperíodo, diminuir o intervalo entre asaplicações.

Vale lembrar que a murcha e apodridão-do-colo apresentam sintomasmuito parecidos (o sintoma de murcha, por

97

exemplo, é comum às duas), tornando-sedifícil, na prática, sua distinção. Mas énecessário distinguir uma da outra, porqueos métodos de controle são diferentes,principalmente quando se empregamprodutos químicos. Indicam-se a seguiralgumas diferenças observadas na sinto-matologia de uma e outra doença.

Murcha

• Apodrecimento da região do colo econseqüente morte de todas as raízes.

• Região do colo, logo acima dasuperfície do solo, com tecidos de cascaapodrecidos e soltando-se da parte lenhosado caule (câmbio) e presença de rachaduras.

• Morte súbita da planta, tão logo semanifesta a murcha.

• Tecidos com vasos lenhosos cor devinho na parte interna do câmbio.

98

• Maior ocorrência em solos arenosos,em “ilhas” com maior concentração dematéria orgânica.

Podridão-do-colo

• Apodrecimento, com freqüência, departe da região do colo, com morte das raízesdo lado afetado.

• Região do colo, logo acima dasuperfície do solo, com tecidos de cascaentumecidos, mas firmes e aderidos aocâmbio.

• Na manifestação de murcha, as folhasse mostram amareladas, principalmente se alesão não circunda o tronco. Morte mais lentada planta.

• A parte interna do câmbio nãoapresenta coloração especial e, com a

99

evolução da doença, os tecidos escurecempor inteiro.

• Maior presença em solos pesados eúmidos.

Caso o terreno tenha um histórico deocorrência das doenças que causam mur-chas, devem-se observar os seguintescuidados de natureza preventiva:

• Retirar sementes de boas matrizes.

• Formar as mudas em sacos de po-lietileno de 30 cm x 12 cm, enchidos comsolo esterilizado por produtos químicos oupelo calor.

• Usar adubo orgânico bem curtido,misturado com a terra.

• Fazer covas mais profundas, de40 cm x 40 cm x 40 cm.

100

Bacteriose

A bactéria causadora da doença éXanthomonas campestris pv. passiflora queataca os órgãos da parte aérea do mara-cujazeiro. Nas folhas, principalmente nas maisinternas, os sintomas começam no limbocom manchas angulares, translúcidas, quedepois evoluem para uma coloraçãopardacenta e seca, rodeadas por um haloamarelo. Se nesse ponto houver umidadesuperior a 80% as lesões se juntam formandograndes áreas necrosadas com bordos deaspecto aquoso (Fig. 30). A bactéria causa aqueda das folhas e, penetrando pelo pecíolo,atinge os vasos das hastes, causando a secae, em casos especiais, a planta pode vir amorrer prematuramente.

A bacteriose ataca todos os tecidos esua disseminação não é tão exigente em água.Portanto, se na estação quente e seca ocorrer

101

Fig. 30. Sintomas localizados da bacteriose.

lesões com maior freqüência em folhasnovas, tem-se como certa a presença dabacteriose.

O melhor controle é pela utilização deprodutos à base de cobre, aplicados no iníciodo aparecimento dos sintomas e em horáriosnão muito quentes do dia. As aplicaçõespodem ser alternadas com produtos bac-tericidas.

Fot

o: H

erm

es P

eixo

to S

anto

s F

ilho

102

Vírus e Fitoplasmas

Endurecimento dos frutos

O endurecimento dos frutos é uma dasmais importantes doenças do maracujazeiro,podendo atingir mais de 70% das plantasem pomares afetados. A doença encontra-se presente em áreas produtoras de maracujáem São Paulo, Minas Gerais, Alagoas,Distrito Federal, Goiás e Paraná. Plantasinfectadas apresentam mosaico nas folhasque pode evoluir para bolhosidades edeformações (Fig. 31). Os frutos podemapresentar-se deformados, pequenos eduros. Na parte interna da casca, podem serobservadas bolsas de goma (Fig. 32).

No Brasil, o endurecimento do fruto domaracujazeiro vem sendo relacionado àinfecção com duas espécies de vírus: ovírus-do-endurecimento-dos-frutos-do-

103

maracujazeiro (Passion fruit woodinessvirus, PWV Cowpea aphid-borne mosaicvirus, CABMV). O PWV e o CABMV sãoespécies do gênero Potyvirus transmitidospor pulgões e mecanicamente.

Fig. 32. Sintomas dovírus-do-endurencimento-dos-frutos em frutos.

Fig. 31. Sintomas dovírus-do-endurencimento-dos-frutos em folhas.

Fot

o: C

rist

iane

de

J. B

arbo

sa

Fot

o: H

erm

es P

eixo

to S

anto

s F

ilho

104

Definhamento precocedo maracujazeiro epinta-verde-do-maracujá

O definhamento precoce foi detectadoem 1994 em maracujazeiros na Bahia. Plantasafetadas exibem um grande número de lesõesnecróticas nos caules e ramos, que secamtotalmente, causando a morte da planta(Fig. 33). No início do ataque as folhasapresentam áreas com coloração verde-clarae verde-escura e os frutos maduros exibemmanchas circulares verdes (Fig. 34).

Posteriormente, em São Paulo, foramobservadas plantas com sintomas parecidoscom os do definhamento, mas que exibiammanchas circulares verdes nos frutos efolhas, sendo esta doença chamada de pinta-verde-do-maracujazeiro. Pesquisas mostra-ram que a pinta-verde é causada por um vírusbaciliforme que é transmitido pelo ácaro

105

Brevipalpus phoenicis. O patógeno foidenominado vírus-da pinta-verde-do-maracujá (Passion fruit green spot virus,PFGSV).

Fig. 33. Aspecto geral dasplantas afetadas pelo definhamentoprecoce/pinta-verde.

Fig. 34. Sintomas dedefinhamento precoce/pinta-verde em frutos.

Fot

os:

Her

mes

Pei

xoto

San

tos

Fil

ho

106

Estudos mais recentes mostraram tam-bém a presença de partículas baciliformesassociadas ao definhamento precoce etambém foi possível transmiti-las através deácaros do gênero Brevipalpus. Essasinformações e a semelhança do sintomas dodefinhamento precoce e da pinta-verdeindicam que podem se tratar de uma mesmadoença.

Sintomas de pinta-verde ou de definha-mento precoce já foram observados nasprincipais regiões produtoras de maracujá doRio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, nortede Minas, Pará e São Paulo.

Mosaico-do-pepino

Esta é uma doença causada pelo vírus-do-mosaico-do-pepino (Cucumber mosaicvirus, CMV). Esta virose normalmente nãoapresenta alta incidência em plantios

107

comerciais, porém, em situações especiais,pode ocorrer altos níveis de infecção. Nasfolhas ocorrem sintomas de mosaico (man-chas verdes de diferentes tonalidades), anéise semi-anéis de coloração amarelo intensa,às vezes coalescidos, ocupando boa partedo limbo. Também podem ocorrer pon-tuações cloróticas nas regiões das nervuras,induzindo leve deformação nas folhas, e osfrutos tornam-se pequenos, endurecidos edeformados. No Brasil, em plantas demaracujá-amarelo, o CMV só é encontradonas partes da planta que possuem sintomas.Durante o cultivo, os sintomas do CMVpodem desaparecer. Geralmente a infecçãose restringe às ramas afetadas. Além de SãoPaulo, o vírus também já foi obser-vado naBahia, no Ceará e no Paraná.

O vírus é transmitido por pulgões mas,no Brasil, não se sabe as espécies que odisseminam em maracujá. De igual modo,

108

pouco se sabe sobre os danos à cultura domaracujá quando em infecções mistas comoutros vírus.

Begomovirus

Infecção com Begomovirus (vírus dafamília Geminiviridae) foi descrita em 2002no Município de Livramento de NossaSenhora, BA. O vírus foi detectado em100% das 10 mil plantas que apresentaramsintomas de mosaico amarelo, intensaredução e encarquilhamento do limbo foliare redução no desenvolvimento vegetativo.A transmissão do vírus está relacionadaa altas populações de mosca-branca(Bemisia tabaci (Gennadius). Este vírus foitentativamente denominado de Passionflower little leaf mosaic virus. Maisrecentemente foram observados Bego-movirus em maracujazeiros plantados nosmunicípios de São Fidélis e Cachoeiras de

109

Macacu, no Rio de Janeiro. Na Bahia, foiobservada a infecção conjunta deBegomovirus e PWV.

Mosaico-amarelo

O mosaico-amarelo do maracujazeiroé causado por um Tymovirus, denominadode vírus-do-mosaico-amarelo-do-mara-cujazeiro (Passionfruit yellow mosaic virus,PYMV). O mosaico amarelo foi observadonos Estados do Rio de Janeiro e Per-nambuco. Existe relato de sua ocorrência naColômbia.

Plantas infectadas apresentam menorprodutividade, mosaico amarelo brilhanteassociado ao clareamento das nervurasfoliares. O vírus é transmitido pelo besouroDiabrotica speciosa Kirk e mecanicamenteatravés de instrumentos de corte.

110

Vírus-do-maracujá-roxo

Essa doença foi detectada em SãoPaulo em plantas de maracujá-roxo, queapresentavam mosaico, clareamento dasnervuras e faixas cloróticas nas folhas, alémde deformações e endurecimento nos frutos.Isolou-se destas plantas o vírus-do-mosaico-do-maracujá-roxo (Purple granadillamosaic virus, PGMV) e ainda não foidevidamente caracterizado. Entretanto, sabe-se que este patógeno infecta o maracujazeiro-amarelo.

O vírus-do-maracujá-roxo apresentaum círculo de hospedeiros restritos a algu-mas espécies de passifloráceas e pode sertransmitido mecanicamente ou pelo besouroD. speciosa Kirk.

111

Enfezamento

O vírus-do-enfezamento, causado porum Rhabdovirus (Passiflora vein clearingvirus) está distribuído em vários estadosprodutores, causando em plantas infectadaso encurtamento dos internódios, folhaspequenas e coriáceas, lignificação dos ramose frutos deformados. Esse vírus não é trans-mitido mecanicamente nem por pulgões.Infecções conjuntas entre este Rhabdovirus,o PWV e fitoplasma podem ocorrer.

Superbrotamento

O superbrotamento do maracujazeiroé causado por fitoplasmas. Estes patógenoscausam doenças conhecidas como amareloem diferentes culturas, sendo transmitidospor diferentes espécies de cigarrinhas.

112

O fitoplasma do maracujazeiro ainda não foicaracterizado.

O superbrotamento está descrito so-mente no Brasil. Seu primeiro relato emmaracujá foi em lavouras no Rio de Janeiro.Posteriormente, foi também encontrado emPernambuco, Paraná, Minas Gerais e Bahia.

A transmissão do superbrotamento domaracujá parece estar associada a cigar-rinhas, principalmente aquelas pertencentesao gênero Empoasca. Também é transmitidopor enxertia.

Plantas infectadas apresentam-secloróticas, com engrossamento das ner-vuras, com folhas menores, internódios cur-tos, ramos retos (superbrotamento), florescom cálice hipertrofiado que abortam e caem.Os frutos formados partem e caem antes doseu amadurecimento. Plantas afetadas têm a

113

produção reduzida e vida útil inferior a30 meses.

Mesmo sendo de ocorrência espo-rádica, as perdas podem ser relevantes comojá foi observado em plantios de Pernambucoe do Paraná.

Manejo de Doenças Causadaspor Vírus e Fitoplasmas

As seguintes medidas são recomen-dadas para o manejo de viroses e fitoplasmasem maracujazeiro:

• Utilizar sementes e mudas sadias ecertificadas ou produzir as mudas em teladoantiafídico.

• É muito importante eliminar pomaresabandonados ou improdutivos, para que nãosirvam de fonte de vírus.

114

• Instalar os pomares novos distantesde locais onde ocorrem as doenças.

• Eliminar periodicamente as plantasdoentes.

• Evitar o plantio próximo a culturas dehortaliças e leguminosas.

• Eliminar do pomar as plantas es-pontâneas, que são hospedeiras alternativaspara os vírus do maracujá, no intervalo dosplantios.

• Lavar as ferramentas de corte utili-zadas nos pomares com detergente ou águasanitária, antes que essas sejam empregadasem uma nova planta.

• No caso do CMV e superbrotamento,realizar a poda dos ramos afetados.

• No caso da pinta-verde, em plantios

115

convencionais, a medida mais efetiva é ocontrole de ácaros no pomar.

Colheita

O período de colheita do maracujazeirovaria de 6 a 9 meses após o plantio definitivono primeiro ano, dependendo da região edas condições climáticas. Plantios efetuadosnos meses mais próximos do verão permiteminício de colheita mais precoce (6 meses)ao passo que plantios nos meses mais friosresultam em colheita mais tardia.

Coletam-se os frutos no chão (Fig. 35).A colheita se realiza em intervalos semanaisou mesmo duas ou três vezes por semana.

Antes da colheita, recomenda-se passarentre as filas e derrubar os frutos madurosque não tenham caído espontaneamente ouque estejam presos entre os ramos dasplantas.

116

Após a colheita, os frutos perdem pesorapidamente, devendo ser comercializadosou armazenados de imediato.

Fig. 35. Colheita do maracujazeiro.

Rendimento

O rendimento da cultura depende defatores como clima, solo, espaçamento,tratos culturais, adubação e controle

Fot

o: V

aldi

que

Mar

tins

Med

ina

117

fitossanitário. Pode-se estimar, em termosmédios, em plantios bem conduzidos, umaprodução de até 45 t de frutas/ha/ano.

Mercado e Comercialização

O Brasil é o principal produtor mundialde maracujá, respondendo as regiõesNordeste, Sudeste e Norte por mais de 92%da produção nacional. O maracujá é utilizadoprincipalmente para o consumo “fresco” ena fabricação de sucos. O suco, além de serconsumido no mercado interno, é tambémexportado. Para os exportadores brasileiros,o principal mercado ainda é o europeu, oqual adquire mais de 90% do suco. Noentanto, há boas perspectivas para osmercados norte-americano, canadense ejaponês. No Brasil, os maiores mercadosconsumidores, principalmente do sucointegral de maracujá, são os Estados de SãoPaulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia

118

e Pernambuco. Os frutos podem ainda serprocessados como polpa, geléia e néctar,mas esse mercado, atualmente, não é signi-ficativo quando comparado ao de suco.

O fruto “fresco” tem sido vendido nasfeiras livres, Centrais de Abastecimento(Ceasas) e supermercados. Tem-se obser-vado que nos últimos anos os super-mercados estão aumentando a participaçãona comercialização do maracujá. Para mer-cados mais exigentes, os frutos sãoclassificados e embalados de acordo comos padrões estabelecidos pelo programabrasileiro para a melhoria dos padrões co-merciais e embalagens de hortigranjeiros.

A classificação deve ser feita paraseparar o fruto por cor, tamanho, formato equalidade. O maracujá-amarelo classifica-se de acordo com:

119

• Grupo: relacionado à característicavarietal de coloração da casca.

• Subgrupo: relacionado ao estádio dematuração, identificado pela cor da casca.

• Classe: relacionada ao diâmetroequatorial dos frutos medido em milímetro(Tabela 7).

• Tipo ou categoria: relacionado àquantidade de defeitos presentes no lote(Tabela 8).

120

Quanto à embalagem, esta deve serpaletizável e pode ser descartável ou re-tornável. A embalagem descartável deve serreciclável ou de incinerabilidade limpa.A embalagem retornável deve permitir ahigienização. Esse segmento é o mais atrativopara os produtores, uma vez que os preçosalcançados têm sido compensadores, mesmoocorrendo variações de preços durante oano. Para as indústrias de suco, os frutosdevem ser comercializados em sacos de

121

aniagem ou a granel e sua cotação ainda éfixada por peso, independentemente doaspecto da fruta e da qualidade do suco.

Coeficientes de Produção

A Tabela 9 apresenta as quantidades demão-de-obra, horas de trabalho de máquinae quantidade de insumos necessários para aimplantação e manutenção de 1 ha de ma-racujá por um período de 3 anos. Com basenesses dados, cada produtor pode fazer suaprópria previsão de custos, tomando comoreferência os preços unitários de cada fatorem sua região, por ocasião do plantio.Atualmente, em algumas regiões, em funçãode problemas fitossanitários, os produtorestêm reduzido o ciclo de cultivo para 2 e até1 ano. Nesses casos, há uma redução doespaçamento, implicando em aumento dealgumas despesas que deverão ser analisadasem cada caso específico.

122

123

124

125

Endereços

Embrapa Informação TecnológicaParque Estação Biológica (PqEB),

Av. W3 Norte (final)70770-901 Brasília, DFFone: (61) 3340-9999Fax: (61) 3340-2753

[email protected]/liv

Embrapa Mandioca eFruticultura Tropical

Rua Embrapa, s/no

Caixa Postal 00744380-000 Cruz das Almas, BA

Fone: (75) 3621-8000Fax: (75) 3621-8097

[email protected]@cnpmf.embrapa.br

126

Coleção Plantar

Títulos Lançados

A cultura do alhoAs culturas da ervilha da lentilhaA cultura da mandioquinha-salsa

O cultivo de hortaliçasA cultura do tomateiro (para mesa)

A cultura do pêssegoA cultura do morangoA cultura do aspargoA cultura da ameixeiraA cultura do chuchuA cultura da bananaA cultura do mamão

A cultura do limão-taitiA cultura da maçã

A cultura do urucumA cultura da acerola

A cultura da castanha-do-brasilA cultura do cupuaçu

A cultura da pupunhaA cultura do açaí

A cultura da goiabaA cultura do mangostão

A cultura do guaranáA cultura da batata-doce

127

A cultura da graviolaA cultura do dendê

A cultura da amora-pretaA cultura do caju

A cultura da amora-preta (2ª edição)A cultura da melancia

A cultura do mamão (2ª edição)A cultura da banana (2ª edição)

A cultura do limão-taiti (2ª edição)A cultura da acerola (2ª edição)

A cultura da batataA cultura da cenouraA cultura do melãoA cultura da cebolaA cultura do sapoti

A cultura do coqueiro: mudasA cultura do coco

A cultura do abacaxi (2a edição)A cultura do gergelim

128

Impressão e acabamentoEmbrapa Informação Tecnológica

A

coloca em suas mãos

as tecnologias geradas e

testadas em 33 anos de pesquisa.

As informações de que você

precisa para o crescimento

e desenvolvimento da

agropecuária estão à

sua disposição.

Consulte-nos.

Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical

CG

PE5973

9788573833744

ISB

N8

5-7

38

3-3

74

-2