violências nas escolas “violência é uma palavra ícone da modernidade em crise” (rifiotis,...

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Violências nas escolas Violência é uma palavra ícone da modernidade em Violência é uma palavra ícone da modernidade em crise” crise” (RIFIOTIS, 2000). (RIFIOTIS, 2000). 1. Estado Nação e Violência 2. A violência na vida das crianças e dos adolescentes; 3. Violência nas escolas e suas faces contextualizadas nas sociedades: francesa; americana; brasileira.

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Page 1: Violências nas escolas “Violência é uma palavra ícone da modernidade em crise” (RIFIOTIS, 2000). 1.Estado Nação e Violência 2.A violência na vida das crianças

Violências nas escolas““Violência é uma palavra ícone da modernidade em crise” Violência é uma palavra ícone da modernidade em crise”

(RIFIOTIS, 2000).(RIFIOTIS, 2000).

1. Estado Nação e Violência

2. A violência na vida das crianças e dos adolescentes;

3. Violência nas escolas e suas faces contextualizadas nas sociedades:

– francesa;

– americana;

– brasileira.  

Page 2: Violências nas escolas “Violência é uma palavra ícone da modernidade em crise” (RIFIOTIS, 2000). 1.Estado Nação e Violência 2.A violência na vida das crianças

Violências nas escolas1. Estado Nação e Violência

• GIDDENS (2001) vê a história sem nenhuma GIDDENS (2001) vê a história sem nenhuma linearidade linearidade

– ao contrário, vê a modernidade como uma ruptura. ao contrário, vê a modernidade como uma ruptura.

• Sua análise histórica está estruturada em eixos Sua análise histórica está estruturada em eixos fundamentais, fundamentais,

– 1) uma genealogia do Estado em formação pré-1) uma genealogia do Estado em formação pré-capitalistas, as quais se constituem em exemplares de capitalistas, as quais se constituem em exemplares de “sociedade divididas em classe” antes que de “sociedade divididas em classe” antes que de “sociedades de classe”; “sociedades de classe”;

– 2) a definição do capitalismo e uma discussão de sua 2) a definição do capitalismo e uma discussão de sua relação com o industrialismo; relação com o industrialismo;

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Violências nas escolas1. Estado Nação e Violência

– 3) as relações do modo capitalista de produção com, 3) as relações do modo capitalista de produção com, sobretudo, o Estado-nação;sobretudo, o Estado-nação;

– 4) a vigilância e a pacificação subjacentes e associadas 4) a vigilância e a pacificação subjacentes e associadas historicamente ao surgimento do estado-moderno; historicamente ao surgimento do estado-moderno;

– 5) a “poliarquia”, a cidadania, o nacionalismo e o 5) a “poliarquia”, a cidadania, o nacionalismo e o totalitarismo típicos da modernidade ocidental; totalitarismo típicos da modernidade ocidental;

– 6) o papel da guerra na formação do Estado-nação;6) o papel da guerra na formação do Estado-nação;

– 7) o futuro dos movimentos sociais; 7) o futuro dos movimentos sociais;

– 8) a situação da teoria crítica no mundo 8) a situação da teoria crítica no mundo contemporâneo – “realismo utópico”. contemporâneo – “realismo utópico”.

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Violências nas escolas• teses de Marshallteses de Marshall - - desenvolvimento da cidadania e a desenvolvimento da cidadania e a

articulaarticulaçãoção com a noção de poliarquia (governo de muitos) com a noção de poliarquia (governo de muitos) forma contemporânea da democracia.forma contemporânea da democracia.

• Marshall distingue três formas de direitos Marshall distingue três formas de direitos

– direito civis, direito civis,

– políticos, políticos,

– sociais sociais

Juntos Juntos preservam a cidadania. preservam a cidadania.

• Já Giddens Já Giddens discorda e discorda e afirmar que “o papel das lutas dos afirmar que “o papel das lutas dos trabalhadores em seu estabelecimento, substitui o próprio trabalhadores em seu estabelecimento, substitui o próprio conceito de direitos sociais por conceito de direitos sociais por direitos econômicos”direitos econômicos” (GIDDENS, 1982).(GIDDENS, 1982).

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Violências nas escolas• Domingues (2001) Domingues (2001)

– aa busca de um “local” onde se realizariam os direitos busca de um “local” onde se realizariam os direitos

– nascem de tipos específicos de vigilância, nascem de tipos específicos de vigilância,

– em torno dos quais “disputas” e “conflitos” se em torno dos quais “disputas” e “conflitos” se desdobram. desdobram.

– É necessário que se observe que a vigilância, uma É necessário que se observe que a vigilância, uma forma de poder monitorado de certos grupos sobre forma de poder monitorado de certos grupos sobre outros, outros,

– como parte de sistemas de como parte de sistemas de dominaçãodominação, desencadeia , desencadeia outros-sim, outros-sim,

• designado por Giddens (1982) como “dialética de controle”. designado por Giddens (1982) como “dialética de controle”.

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Violências nas escolas– Ou seja: para a vigilância exercida de cima para baixo se Ou seja: para a vigilância exercida de cima para baixo se

opõem formas de resistência e afirmação dos opõem formas de resistência e afirmação dos subordinados. subordinados.

– No caso das três arenas distintas do direito, os direitos No caso das três arenas distintas do direito, os direitos civis ligam-se à vigilância exercida pelas atividades de civis ligam-se à vigilância exercida pelas atividades de “policiamento” do Estado, e seu local de exercício é a “policiamento” do Estado, e seu local de exercício é a corte de justiça. corte de justiça.

– No caso dos direitos políticos têm como foco o No caso dos direitos políticos têm como foco o parlamento ou as câmaras. parlamento ou as câmaras.

– Direito econômico possuem como foco o local de Direito econômico possuem como foco o local de trabalho, seu eixo sendo sempre fornecido pela vigilância trabalho, seu eixo sendo sempre fornecido pela vigilância exercida pela gerência sobre a força de trabalho. exercida pela gerência sobre a força de trabalho.

– Em sendo o local de trabalho seu foco, o local para Em sendo o local de trabalho seu foco, o local para exercício e defesa não é claro tornando-se grande tema exercício e defesa não é claro tornando-se grande tema de luta social no capitalismo. de luta social no capitalismo.

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Violências nas escolas

• Assim para Guiddens, com uma nítida Assim para Guiddens, com uma nítida influência de Michel Foucault (1985) e influência de Michel Foucault (1985) e Norbert Elias (1975), a vigilância é um Norbert Elias (1975), a vigilância é um

elemento crucial para a ligação do elemento crucial para a ligação do Estado-nação, a economia capitalista e Estado-nação, a economia capitalista e

violênciaviolência

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Violências nas escolas2. 2.   OO fenômeno da violência, fenômeno da violência,

• várias dificuldades. várias dificuldades.

• à multiplicidade de compreensões a seu respeito.à multiplicidade de compreensões a seu respeito.

• oo divisor de águas entre o que é violência ou não, é divisor de águas entre o que é violência ou não, é muito tênue.muito tênue.

• vvárias são as correntes, teorias e ciências que árias são as correntes, teorias e ciências que tentam explicar o fenômeno da violênciatentam explicar o fenômeno da violência::

• Sob o olhar da antropologia Sob o olhar da antropologia • neurofisiológico, neurofisiológico,

• etológico, etológico,

• psicológico psicológico

• e psicanalítico.e psicanalítico.

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Violências nas escolas• O ponto de vista neurofisiológico O ponto de vista neurofisiológico

• traz os organismos mesmo, os mais elementares, como traz os organismos mesmo, os mais elementares, como determinados, determinados,

• como produtos da interação e conseqüente reação aos como produtos da interação e conseqüente reação aos estímulos do ambiente, que para eles são agressões. estímulos do ambiente, que para eles são agressões.

• As tensões resultantes do meio são chamadas de stress, As tensões resultantes do meio são chamadas de stress, podem ser desde a um ataque microbiano a variação de podem ser desde a um ataque microbiano a variação de temperatura, barulho, luz etc. temperatura, barulho, luz etc.

• Quando exposto a essas situações stressantes o organismo Quando exposto a essas situações stressantes o organismo entra primeiramente em uma fase de alarme e depois resiste, entra primeiramente em uma fase de alarme e depois resiste, essa resistência se esgota rapidamente. essa resistência se esgota rapidamente.

• podemos dpodemos diiscordar do caráter da inferência purascordar do caráter da inferência pura• subestima o fator, tão importante, das significações aprsubestima o fator, tão importante, das significações apreeendidas e do endidas e do

simbolismo no desencadeamento e na inibição da agressividade, simbolismo no desencadeamento e na inibição da agressividade, principalmente as significações sociais.principalmente as significações sociais.

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Violências nas escolas• O ponto de vista O ponto de vista etológicoetológico

– Lorenz (1969) a visão etológica Lorenz (1969) a visão etológica

– ConsideraConsidera os comportamentos dos animais em seu os comportamentos dos animais em seu meio ambiente natural. meio ambiente natural.

– AA agressividade seria um instinto que agressividade seria um instinto que eventualmente se desencadeia sem razãoeventualmente se desencadeia sem razão

– ou um subinstinto a serviço de outros como a fome ou um subinstinto a serviço de outros como a fome ou a sexualidade. ou a sexualidade.

– Tais instintos têm funções positivas na evolução e Tais instintos têm funções positivas na evolução e preservação da espécie.preservação da espécie.

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Violências nas escolas• O ponto de vista O ponto de vista etológico etológico Lorenz (1969) Lorenz (1969)

– ao nível filogenéticoao nível filogenético ele tende principalmente ele tende principalmente estruturar as relações sociais fazendo-as estruturar as relações sociais fazendo-as evoluir para o intercâmbio e a comunicação: evoluir para o intercâmbio e a comunicação: ““é um instinto de vida que organiza as é um instinto de vida que organiza as relações dos seres vivos através de seus relações dos seres vivos através de seus confrontos”.confrontos”.

• Estrutura-se com Lorenz (1969) a tese do Estrutura-se com Lorenz (1969) a tese do InatoInato,, uma força inata de confronto que uma força inata de confronto que estrutura a vida. Como ele mesmo diz: estrutura a vida. Como ele mesmo diz: “o “o mal é bom para alguma coisa”.mal é bom para alguma coisa”.

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Violências nas escolas• O ponto de vista O ponto de vista psicológicopsicológico

• Na ciência da psicologia existem várias Na ciência da psicologia existem várias correntes. correntes. – Algumas pertencem a psicologia geral e Algumas pertencem a psicologia geral e

apresentam teorias da agressividade e de apresentam teorias da agressividade e de suas causas a partir de estudos suas causas a partir de estudos experimentais das condutas agressivas.experimentais das condutas agressivas.

– Outras consideram as personalidades Outras consideram as personalidades violentas numa perspectiva clínica. violentas numa perspectiva clínica.

– Outras finalmente consideram as relações de Outras finalmente consideram as relações de agressão em termos de interações sociais.agressão em termos de interações sociais.

Page 13: Violências nas escolas “Violência é uma palavra ícone da modernidade em crise” (RIFIOTIS, 2000). 1.Estado Nação e Violência 2.A violência na vida das crianças

Violências nas escolas• corrente da psicologia geralcorrente da psicologia geral//D. Caneghen D. Caneghen

– em seus estudos experimentais e estatísticos, em seus estudos experimentais e estatísticos,

– baseada nas teorias mecanicistas de tipo baseada nas teorias mecanicistas de tipo behaviorista ou neobehaviorista, behaviorista ou neobehaviorista,

– considera os estímulos desencadeadores da considera os estímulos desencadeadores da agressividade e da raiva. agressividade e da raiva.

– O que comprovou isso foram pesquisas O que comprovou isso foram pesquisas realizadas com crianças onde a privação de realizadas com crianças onde a privação de movimentos, de alimentos ou de bebida, movimentos, de alimentos ou de bebida, desencadeou a raiva da criança. (Canghem, desencadeou a raiva da criança. (Canghem, 1978).1978).

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Violências nas escolas• Outras teorias psicológicas Outras teorias psicológicas

– insistem na importância dos modelos na insistem na importância dos modelos na aprendizagem da agressão. aprendizagem da agressão.

– Assim jovens delinqüentes têm freqüentemente uma Assim jovens delinqüentes têm freqüentemente uma história familiar de crianças espancadas. história familiar de crianças espancadas.

– Nessa linha, Bandura (1973), sublinha o importante Nessa linha, Bandura (1973), sublinha o importante impacto sobre as crianças dos modelos de impacto sobre as crianças dos modelos de comportamento agressivo difundido pela mídia.comportamento agressivo difundido pela mídia.

– A agressão nesse caso é facilitada pela imitação, pela A agressão nesse caso é facilitada pela imitação, pela desinibição dos instintos agressivos, pelo desinibição dos instintos agressivos, pelo desencadeamento de ações agressivas estruturadas no desencadeamento de ações agressivas estruturadas no passado, ou ainda pelo aumento geral da excitação.passado, ou ainda pelo aumento geral da excitação.

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Violências nas escolas• A psicologia dinâmica A psicologia dinâmica

– traz a abordagem empírica que nos anos 60 foi utilizada traz a abordagem empírica que nos anos 60 foi utilizada para elaboração de modelos quantitativos,para elaboração de modelos quantitativos,

– tentava correlacionar violência política e os diferentes tentava correlacionar violência política e os diferentes indicadores, em particular econômicos, da situação indicadores, em particular econômicos, da situação social. social.

– Esses estudos tinham inspiração na teoria da agressão Esses estudos tinham inspiração na teoria da agressão como efeito da frustração elaborada por Lorenzcomo efeito da frustração elaborada por Lorenz

• AA psicologia clínicas e estatísticas. psicologia clínicas e estatísticas. – Elas sublinham os fatores traumáticos na formação das Elas sublinham os fatores traumáticos na formação das

personalidades agressivas, o papel da frustração, a personalidades agressivas, o papel da frustração, a importância das separações e das crises familiares, o importância das separações e das crises familiares, o lugar dos processos de desdobramentos e a construção lugar dos processos de desdobramentos e a construção da personalidade paranóica.da personalidade paranóica.

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Violências nas escolas• John Dollard (1961), John Dollard (1961),

– cuja tese central é de que a primeira e típica cuja tese central é de que a primeira e típica reação à frustração é a agressão. reação à frustração é a agressão.

– Quanto mais forte é a estimulação,Quanto mais forte é a estimulação,

– maior é a intensidade da frustração, maior é a intensidade da frustração,

– e quanto mais a frustração afeta aspectos do e quanto mais a frustração afeta aspectos do comportamento mais importante será a comportamento mais importante será a agressão. A agressão é considerada por agressão. A agressão é considerada por Dollard como a catarse da frustração.Dollard como a catarse da frustração.

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Violências nas escolas• Tal tese Tal tese

– passou por verificação experimentais medindo, por passou por verificação experimentais medindo, por exemploexemplo::

– a intensidade das raivas dos bebês a partir da a intensidade das raivas dos bebês a partir da quantidade de leite de que haviam sido privados quantidade de leite de que haviam sido privados

– até as frustrações da educação e da concorrência até as frustrações da educação e da concorrência econômica, ou ainda as frustrações sexuais que econômica, ou ainda as frustrações sexuais que explicariam parte da agressividade de nossas explicariam parte da agressividade de nossas sociedades. sociedades.

• Tais agressividades poderiam ser redirigidas Tais agressividades poderiam ser redirigidas através das competições esportivas, da violência através das competições esportivas, da violência fantasmática dos filmes ou da imprensa fantasmática dos filmes ou da imprensa sensacionalista (Dollard et al., 1961).sensacionalista (Dollard et al., 1961).

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Violências nas escolas• Já a psicologia social, Já a psicologia social,

– estuda a agressividade e a violência no âmbito das estuda a agressividade e a violência no âmbito das situações de interação. situações de interação.

– Certas experiências de agressões e violências se Certas experiências de agressões e violências se concentram na dimensão propriamente social do concentram na dimensão propriamente social do fenômeno e nos fatores relativos ao grupo ou à fenômeno e nos fatores relativos ao grupo ou à autoridade, autoridade,

– como é o caso de nosso objeto, violências nas escolas. como é o caso de nosso objeto, violências nas escolas. Onde as interações aluno-aluno; aluno-professor; Onde as interações aluno-aluno; aluno-professor; aluno-direção; professor-direção; funcionário-aluno; aluno-direção; professor-direção; funcionário-aluno; funcionário-direção e mais escola-família; e escola-funcionário-direção e mais escola-família; e escola-sociedade são conflitantes e interações dentro de um sociedade são conflitantes e interações dentro de um modelo hierarquizado, muitas vezes autoritário.modelo hierarquizado, muitas vezes autoritário.

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Violências nas escolas• Ainda sob o olhar antropológicoAinda sob o olhar antropológico - - contribuições contribuições

da psicanálise, da psicanálise, – Freud, reconheceFreud, reconheceu u muito cedo a importância da muito cedo a importância da

agressividade. agressividade.

– Em 1915, em Em 1915, em As pulsões e o seu destino, As pulsões e o seu destino, distingue distingue simplesmente entre as pulsões sexuais que simplesmente entre as pulsões sexuais que ultrapassam o indivíduo levando-o à realização das ultrapassam o indivíduo levando-o à realização das finalidades da espécie e as pulsões do ego que finalidades da espécie e as pulsões do ego que perseguem a autoconservação do indivíduo.perseguem a autoconservação do indivíduo.

– Nessa mesma linha teórica, o ódio e o amor não se Nessa mesma linha teórica, o ódio e o amor não se encontram em posições simétricas:encontram em posições simétricas: o amor procede o amor procede das pulsões sexuais enquanto o ódio tem a ver com a das pulsões sexuais enquanto o ódio tem a ver com a luta do ego para se afirmar e se manter luta do ego para se afirmar e se manter (Freud, 1968).(Freud, 1968).

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Violências nas escolas• AAbordagens sociológicas, podem ser subdivididas entre: bordagens sociológicas, podem ser subdivididas entre: as as

abordagens empíricas e teoria socialabordagens empíricas e teoria social (Michaud, 1989). (Michaud, 1989).

– Na Na abordagem empíricaabordagem empírica

– trabalhando com recursos estatísticos sofisticados, o trabalhando com recursos estatísticos sofisticados, o sociólogo Gurr (1970)sociólogo Gurr (1970)

– relaciona o número de acontecimentos violentos com relaciona o número de acontecimentos violentos com indicadores socioeconômicos variados, mediu, então a indicadores socioeconômicos variados, mediu, então a intensidade da violência política considerando suas diversas intensidade da violência política considerando suas diversas espécies – manifestações terrorismo, guerra civil – sua espécies – manifestações terrorismo, guerra civil – sua extensão, sua duração e sua intensidade.extensão, sua duração e sua intensidade.

– Constatou, que o volume de violência varia Constatou, que o volume de violência varia proporcionalmente segundo a intensidade da privação proporcionalmente segundo a intensidade da privação relativa; que a violência também evolui proporcionalmente relativa; que a violência também evolui proporcionalmente ao potencial repressivo e só começa a decrescer uma vez ao potencial repressivo e só começa a decrescer uma vez ultrapassado um certo nível – alto – desse potencial.ultrapassado um certo nível – alto – desse potencial.

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Violências nas escolas• A A abordagem social - a abordagem social - a teoria socialteoria social

– tem a tarefa de compreender a violência tem a tarefa de compreender a violência enquanto fenômeno social. enquanto fenômeno social.

– Fundamenta-se epistemologicamente no Fundamenta-se epistemologicamente no funcionalismo; no ponto de vista sistêmico e funcionalismo; no ponto de vista sistêmico e na concepção marxista.na concepção marxista.

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Violências nas escolas• As abordagens sociológicas As abordagens sociológicas

– não deixam de ser funcionalistas, não deixam de ser funcionalistas,

– pois consideram a função da violência no espaço social. pois consideram a função da violência no espaço social.

– OOs grandes sociólogos clássicos comos grandes sociólogos clássicos como:: Spencer, Spencer, Gumplowicz, Ratzenhofer, Summer, Max Weber ou Tönnie Gumplowicz, Ratzenhofer, Summer, Max Weber ou Tönnie • não ignoraram a importância do conflito, vendo nele até mesmo não ignoraram a importância do conflito, vendo nele até mesmo

uma forma de sociabilidade dos grupos. uma forma de sociabilidade dos grupos.

– Coser conclui em um de seus trabalhos:Coser conclui em um de seus trabalhos:

– ““A violência de um conflito que ameaça desagregar o A violência de um conflito que ameaça desagregar o consenso básico de um sistema social está ligada à rigidez da consenso básico de um sistema social está ligada à rigidez da estrutura. Não é o conflito enquanto tal qual ameaça o estrutura. Não é o conflito enquanto tal qual ameaça o equilíbrio dessa estrutura, mas a rigidez que permite que as equilíbrio dessa estrutura, mas a rigidez que permite que as hostilidades se acumulem e se concentrem numa única linha hostilidades se acumulem e se concentrem numa única linha de separação quando o conflito eclode” de separação quando o conflito eclode” (Coser (Coser apud apud Michaud, 1989. p:93)Michaud, 1989. p:93)..  

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Violências nas escolas– Analisando o expostoAnalisando o exposto::

– ““os motins violentos, o terrorismo, as os motins violentos, o terrorismo, as manifestações de violências nas escolas são manifestações de violências nas escolas são meios de obrigar a levar em conta as meios de obrigar a levar em conta as reivindicações de grupos marginais e de reivindicações de grupos marginais e de conseguir ganhos. Vide o atentado ao conseguir ganhos. Vide o atentado ao World Trade Center em Nova York, onde World Trade Center em Nova York, onde um grupo extremista – o Taleban - quis um grupo extremista – o Taleban - quis fazer ouvir suas reivindicações.fazer ouvir suas reivindicações.””

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Violências nas escolas• CConcepção Marxista sobre violência, oncepção Marxista sobre violência,

– reserva um lugar privilegiado, reserva um lugar privilegiado,

– faz da luta de classes o motor do faz da luta de classes o motor do desenvolvimento histórico. desenvolvimento histórico.

– Cada regime social, se caracteriza por um Cada regime social, se caracteriza por um modo de produção determinado (modo de modo de produção determinado (modo de produção antigo, feudal, asiático, capitalista) produção antigo, feudal, asiático, capitalista)

– a existência de classes antagônicas numa a existência de classes antagônicas numa relação de dominação, exploração e de relação de dominação, exploração e de confronto violento. confronto violento.

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Violências nas escolas• Marx Marx apud apud Giddens (1992) coloca:Giddens (1992) coloca:

““a violência é um aspecto inevitável da a violência é um aspecto inevitável da história, mas secundário e derivado. Não é história, mas secundário e derivado. Não é

o emprego da violência que produz as o emprego da violência que produz as transformações sociais, são as transformações sociais, são as

transformações sociais que passam pela transformações sociais que passam pela violência”. violência”. (Bottomore, T.B., 1974. p: (Bottomore, T.B., 1974. p:

30). 30). 

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Violências nas escolas• Marx afirma queMarx afirma que::

– o crime é uma necessidade das sociedades o crime é uma necessidade das sociedades capitalistas, capitalistas,

– uma vez que a luta contra ele absorve um uma vez que a luta contra ele absorve um volume considerável de mão de obra, volume considerável de mão de obra,

– criando novas empresas de segurança, criando novas empresas de segurança, indústrias de armas e um grande volume de indústrias de armas e um grande volume de aparelhos de segurança industrial e de uso aparelhos de segurança industrial e de uso doméstico, doméstico,

– aumentando assim a arrecadação do Estado. aumentando assim a arrecadação do Estado.

Page 27: Violências nas escolas “Violência é uma palavra ícone da modernidade em crise” (RIFIOTIS, 2000). 1.Estado Nação e Violência 2.A violência na vida das crianças

Violências nas escolas• Durkheim, emDurkheim, em As Regras do Método As Regras do Método

Sociológico,Sociológico,

– o primeiro autor a dar tratamento o primeiro autor a dar tratamento sistemático ao problema da violência. sistemático ao problema da violência.

– Durkheim (1980) escreve que a violência Durkheim (1980) escreve que a violência desperta e une as consciências. desperta e une as consciências.

– Segundo o autor a violência não se observa Segundo o autor a violência não se observa só na maior parte da sociedade, mas sim em só na maior parte da sociedade, mas sim em todas as sociedades. todas as sociedades.

– Diz ainda da correlação da violência com a Diz ainda da correlação da violência com a saúde pública afirmando:saúde pública afirmando:

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Violências nas escolas

• ““A violência muda de forma(...) Sempre e A violência muda de forma(...) Sempre e em todas as parte do mundo existem em todas as parte do mundo existem homens que se conduziam de modo a homens que se conduziam de modo a incorrer na repressão penal. É a violência incorrer na repressão penal. É a violência um fator de saúde pública, uma fonte um fator de saúde pública, uma fonte integrante de qualquer sociedade sã integrante de qualquer sociedade sã (Durkhiem, 1980, p.85)(Durkhiem, 1980, p.85)..

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Violências nas escolas• Durkheim acentua queDurkheim acentua que::

– além de reforçar a coesão social, além de reforçar a coesão social,

– o crime ajuda a vencer a rigidez das estruturas o crime ajuda a vencer a rigidez das estruturas institucionais e normativas e o imobilismo, institucionais e normativas e o imobilismo,

– abrindo as portas às modificações necessárias e ao abrindo as portas às modificações necessárias e ao progresso. progresso.

– Esse mesmo autor cita, a propósito da rigidez das Esse mesmo autor cita, a propósito da rigidez das estruturas sociais, estruturas sociais,

– o caso de Sócrates, que era criminoso segundo o o caso de Sócrates, que era criminoso segundo o direito ateniense e cuja condenação nada tinha de direito ateniense e cuja condenação nada tinha de injusto. injusto.

• Contudo, seu crime, a saber, a independência de seu Contudo, seu crime, a saber, a independência de seu pensamento, era útil não só para humanidade, mas também à pensamento, era útil não só para humanidade, mas também à sua pátria (Durkheim, 1980, p.90).sua pátria (Durkheim, 1980, p.90).

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Violências nas escolasUm grande legado de Durkheim Um grande legado de Durkheim TTeoria da anomiaeoria da anomia

– é uma propriedade de um sistema social e é uma propriedade de um sistema social e não do estado de espírito deste ou daquele não do estado de espírito deste ou daquele indivíduo dentro do sistema. indivíduo dentro do sistema.

– Refere-se a uma ruptura dos padrões sociais Refere-se a uma ruptura dos padrões sociais que comandam a conduta, significando que comandam a conduta, significando também pouca coesão social (Dias, 1984, também pouca coesão social (Dias, 1984, p.311).p.311).

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Violências nas escolas• Durkheim, (1980), usou o conceito de Durkheim, (1980), usou o conceito de anomia,anomia,

– ParaPara psicologia exprime um estado de espírito do indivíduo psicologia exprime um estado de espírito do indivíduo

– que perdeu o sentido de pertencer a uma sociedade que perdeu o sentido de pertencer a uma sociedade

– e, conseqüentemente, o sentido de responsabilidade moral e e, conseqüentemente, o sentido de responsabilidade moral e social, para explicar uma forma específica de suicídio, social, para explicar uma forma específica de suicídio,

– mas acabou construindo uma teoria geral sobre a mas acabou construindo uma teoria geral sobre a criminalidade e das formas mais variadas de criminalidade e das formas mais variadas de comportamento desviante, desde o alcoolismo, consumo de comportamento desviante, desde o alcoolismo, consumo de drogas, doenças mentais e condutas políticas que levam à drogas, doenças mentais e condutas políticas que levam à alienação da realidade política dominante. alienação da realidade política dominante.

– A teoria da anomia tem como pólo epistemológico a A teoria da anomia tem como pólo epistemológico a psicologia social e se assenta no determinismo sociológico.psicologia social e se assenta no determinismo sociológico.

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Violências nas escolas• A crítica principal à Teoria da Anomia A crítica principal à Teoria da Anomia

– é que ela não descobre as tensões socialmente é que ela não descobre as tensões socialmente estruturadas que atingem o indivíduo e o leva a estruturadas que atingem o indivíduo e o leva a procurar soluções desviantes. procurar soluções desviantes.

– Os estudos microssociológicos, como os realizados em Os estudos microssociológicos, como os realizados em prisões mostram uma violência cotidiana, organizada prisões mostram uma violência cotidiana, organizada de uma maneira que não tem nada a ver com a lei e de uma maneira que não tem nada a ver com a lei e passa a ser combatida através da brutalidade e das passa a ser combatida através da brutalidade e das drogas. drogas.

– A insegurança anômica das sociedades modernas A insegurança anômica das sociedades modernas dissimula que a maioria dos crimes e danos físicos põe dissimula que a maioria dos crimes e danos físicos põe em jogo pessoas que se conhecem, são os casos das em jogo pessoas que se conhecem, são os casos das violências das relações entre sexo – como o estupro.  violências das relações entre sexo – como o estupro.  

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Violências nas escolas– Outro exemplo, de estudo microssociológico, foi o Outro exemplo, de estudo microssociológico, foi o

realizado com policiais, onde foi mostrado que a maneira realizado com policiais, onde foi mostrado que a maneira como a polícia trabalha não é necessariamente de acordo como a polícia trabalha não é necessariamente de acordo com os processos formais da legalidadecom os processos formais da legalidade

– Nesses dois exemplos de estudos microssociológicos foi Nesses dois exemplos de estudos microssociológicos foi permitido, como ocorre na abordagem sociológica, permitido, como ocorre na abordagem sociológica, ressaltarressaltar::

• importância dos processos de socialização, importância dos processos de socialização,

• dos fenômenos psicológicos em ação e rituais de interação que dos fenômenos psicológicos em ação e rituais de interação que permitem controlar a violência, permitem controlar a violência,

• como por exemplo, no caso dos prisioneiros investiu-se em ações como por exemplo, no caso dos prisioneiros investiu-se em ações de transformações da vida carcerária, e na formação do policial de transformações da vida carcerária, e na formação do policial (Whyte (Whyte apud apud Michaud, 1989).Michaud, 1989).

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Violências nas escolas3. A3. A violência na vida das crianças e dos adolescentes; violência na vida das crianças e dos adolescentes;

• DissertaçãoDissertação:: estabelecer uma nova relação entre as estabelecer uma nova relação entre as áreas de Educação e da Saúde em busca de práticas, áreas de Educação e da Saúde em busca de práticas, principalmente as que reportem à atuação conjunta principalmente as que reportem à atuação conjunta junto ao junto ao aluno,aluno, sua sua família,família, à à escolaescola, à , à comunidadecomunidade;;

• ressaltava ainda, estratégias de intervenção nas ressaltava ainda, estratégias de intervenção nas causas externas como fatores determinantes na causas externas como fatores determinantes na morbi-mortalidade da criança e o impacto da morbi-mortalidade da criança e o impacto da violência em sua saúde, violência em sua saúde,

• considerando que no Brasil é 5,89/100 a incidência de considerando que no Brasil é 5,89/100 a incidência de acidentes em crianças menores de 12 anos, com um acidentes em crianças menores de 12 anos, com um coeficiente de mortalidade de 114,9/100.000, e um coeficiente de mortalidade de 114,9/100.000, e um coeficiente de letalidade de 8,2/1000 acidentes em coeficiente de letalidade de 8,2/1000 acidentes em (Unglert, 1987). (Unglert, 1987).

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Violências nas escolas• Ainda no Brasil, 19,8 % é a porcentagem de mortalidade Ainda no Brasil, 19,8 % é a porcentagem de mortalidade

por causas externas registradas na faixa etária de 0 a 19 por causas externas registradas na faixa etária de 0 a 19 anos, anos, – sendo que na faixa etária de 15 a 19 anos a mortalidade sendo que na faixa etária de 15 a 19 anos a mortalidade

proporcional por causas externas atinge seu pico máximo proporcional por causas externas atinge seu pico máximo praticamente 65% dos óbitos foram por acidentes e violência praticamente 65% dos óbitos foram por acidentes e violência (Miranda, 1998, 2001). (Miranda, 1998, 2001).

• que a violência na escola não deve ser vista simplesmente que a violência na escola não deve ser vista simplesmente como uma outra modalidade de violência juvenil, como uma outra modalidade de violência juvenil,

• expressa a intersecção de três conjuntos de variáveis expressa a intersecção de três conjuntos de variáveis independentes: independentes: o institucionalo institucional (escola e família), (escola e família), o socialo social (sexo, cor emprego, origem sócio-espacial, religião, (sexo, cor emprego, origem sócio-espacial, religião, escolaridade dos pais, escolaridade dos pais, statusstatus socioeconômico) socioeconômico) e o e o comportamentalcomportamental (informação, sociabilidade, atitudes e (informação, sociabilidade, atitudes e opiniões). opiniões).

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Violências nas escolas• Violências nas Escolas - conceitoViolências nas Escolas - conceito

– JOHAN GALTUNG JOHAN GALTUNG apud apud ABRAMOVAY (2002) ABRAMOVAY (2002)

““é tudo que causa a diferença entre o potencial e é tudo que causa a diferença entre o potencial e ao atual, entre o que foi e o que é. Nesse sentido ao atual, entre o que foi e o que é. Nesse sentido uma definição possível de violência é toda ação uma definição possível de violência é toda ação que impede ou dificulta o desenvolvimentoque impede ou dificulta o desenvolvimento”. ”.

– Se a escola está se tornando um espaço propiciador do Se a escola está se tornando um espaço propiciador do desenvolvimento, a violência representaria a própria desenvolvimento, a violência representaria a própria negação da instituição escolar.negação da instituição escolar.

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Violências nas escolas

• Para Lorrain Para Lorrain apud apud Depâquier (2000) “Depâquier (2000) “a a violência nada mais é que uma violência nada mais é que uma representação social dependente das representação social dependente das determinações sócio-históricas. As determinações sócio-históricas. As definições são imprecisas e levam a um definições são imprecisas e levam a um questionamento: Seria violência nas questionamento: Seria violência nas escolas ou violência das escolas?”escolas ou violência das escolas?” (Dupâquier, 2000. p: 5).(Dupâquier, 2000. p: 5).

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Violências nas escolas• Debarbieux, (1997) Debarbieux, (1997)

– chama a atençãochama a atenção::

– para relevantes mudanças, tanto no que é considerado violência, para relevantes mudanças, tanto no que é considerado violência,

– como também no pólo epistemológico utilizado para realização como também no pólo epistemológico utilizado para realização das pesquisas sobre o assunto.das pesquisas sobre o assunto.

– identificou uma fase identificou uma fase - - as análises recaíam sobre a violência do as análises recaíam sobre a violência do sistema escolar, especialmente por parte dos professores contra sistema escolar, especialmente por parte dos professores contra os alunos. os alunos.

– MMais recente, sob o olhar de antropólogos, sociólogos, de ais recente, sob o olhar de antropólogos, sociólogos, de psicólogos e de enfermeirospsicólogos e de enfermeiros - - foco sobre a análise da violência foco sobre a análise da violência entre os alunos ou desses contra o patrimônio escolar e em entre os alunos ou desses contra o patrimônio escolar e em menor número de alunos contra professores e professores menor número de alunos contra professores e professores contra os alunos. contra os alunos.

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Violências nas escolas

– Dupâquier (2000 p: 7) “o espaço escolar é visto Dupâquier (2000 p: 7) “o espaço escolar é visto como o resultado de uma intervenção coletiva como o resultado de uma intervenção coletiva que traz a característica de um dispositivo que traz a característica de um dispositivo simbólico – a escrita – que tem a finalidade da simbólico – a escrita – que tem a finalidade da transformação social do mundo natural. Já a transformação social do mundo natural. Já a violência é colocada como uma atividade que põe violência é colocada como uma atividade que põe fim a finalidade objetiva do dispositivo escolar”. fim a finalidade objetiva do dispositivo escolar”. Ou seja, a violência destrói o dispositivo Ou seja, a violência destrói o dispositivo simbólico da escola. simbólico da escola.

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Violências nas escolas• O significado de violência não é O significado de violência não é

consensual, o que é caracterizado como consensual, o que é caracterizado como violência varia no espaço, tempo e em violência varia no espaço, tempo e em função do estabelecimento escolar, de função do estabelecimento escolar, de

quem está envolvido e fala (professores, quem está envolvido e fala (professores, alunos, funcionários, famílas...) da idade, alunos, funcionários, famílas...) da idade,

de sexo (CHESNAIS, 1981). de sexo (CHESNAIS, 1981).

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Violências nas escolas– Hanke (1996) Hanke (1996) - - escolas nos Estados Unidos da América, escolas nos Estados Unidos da América,

concluiconclui que “que “não basta focalizar atos considerados não basta focalizar atos considerados criminosos e extremos, pois isso não colaboraria para criminosos e extremos, pois isso não colaboraria para melhor entender a natureza, a extensão e as associações melhor entender a natureza, a extensão e as associações entre violências e a vitimização”.entre violências e a vitimização”.

– As definições de violência, bem como os seus estudos se As definições de violência, bem como os seus estudos se ativeram até recentemente nos aspectos físicos. ativeram até recentemente nos aspectos físicos.

– Em países como Inglaterra, as violências presentes no Em países como Inglaterra, as violências presentes no espaço escolar com conotações emocionais recebem espaço escolar com conotações emocionais recebem outro termo para designa-las, como: “agressividade”, outro termo para designa-las, como: “agressividade”, “comportamento agressivo”, “perturbações”, “comportamento agressivo”, “perturbações”, “desengajamento” ou desinteresse pela aprendizagem e “desengajamento” ou desinteresse pela aprendizagem e “comportamento anti-sociais” (Smith e Sharp, 1994). “comportamento anti-sociais” (Smith e Sharp, 1994).

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Violências nas escolas• BullyingBullying

– BullyingBullying é definido por Smith & Sharp (1994) como é definido por Smith & Sharp (1994) como abuso físico ou psicológico contra alguém que não é capaz abuso físico ou psicológico contra alguém que não é capaz de se defender. de se defender.

– O termo não encontra uma tradução exata na língua O termo não encontra uma tradução exata na língua portuguesa, sendo entendido como “intimidação física”. portuguesa, sendo entendido como “intimidação física”.

– São quatro os fatores que contribuem para o São quatro os fatores que contribuem para o desenvolvimento de um comportamento de desenvolvimento de um comportamento de bullying:bullying:

• 1) uma atitude negativa pelos pais ou por quem cuida da criança 1) uma atitude negativa pelos pais ou por quem cuida da criança ou adolescente; ou adolescente;

• 2) uma atitude tolerante ou permissiva quanto ao 2) uma atitude tolerante ou permissiva quanto ao comportamento agressivo da criança ou adolescente; comportamento agressivo da criança ou adolescente;

• 3) um estilo de paternidade que utiliza o poder e a violência para 3) um estilo de paternidade que utiliza o poder e a violência para controlar a criança ou adolescente; controlar a criança ou adolescente;

• 4) uma tendência natural da criança ou do adolescente a ser 4) uma tendência natural da criança ou do adolescente a ser arrogante. arrogante.

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Violências nas escolas• BullyingBullying

– a maioria dos a maioria dos bullies bullies são meninos, são meninos,

– mas as meninas também o podem ser. mas as meninas também o podem ser.

– As meninas que são As meninas que são bulliesbullies utilizam às vezes utilizam às vezes métodos indiretos, como fofocas, a métodos indiretos, como fofocas, a manipulação de amigos, mentiras e a manipulação de amigos, mentiras e a exclusão de outros de um grupo.exclusão de outros de um grupo.

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Violências nas escolas• Sposito (2001) pesquisa sobre violência Sposito (2001) pesquisa sobre violência

escolar no Brasil, após 1980, escolar no Brasil, após 1980, – examinou os raros diagnósticos quantitativos em examinou os raros diagnósticos quantitativos em

torno do tema e a produção discente (dissertação torno do tema e a produção discente (dissertação e teses) na pós-gradução em Educação. e teses) na pós-gradução em Educação.

– As pesquisas, apesar de incipientes traçam um As pesquisas, apesar de incipientes traçam um quadro importante do fenômeno no Brasil,quadro importante do fenômeno no Brasil,

– onde as principais modalidades são ações contra onde as principais modalidades são ações contra o patrimônio – depredações, pichações – e formas o patrimônio – depredações, pichações – e formas de agressão interpessoal, sobretudo entre os de agressão interpessoal, sobretudo entre os próprios alunos. próprios alunos.

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Violências nas escolas• Guimarães (1984), Guimarães (1984),

– contraria a hipótese dominantecontraria a hipótese dominante - - ser a ser a violência na escola decorrência do controle e violência na escola decorrência do controle e vigilância exercidos por professores e demais vigilância exercidos por professores e demais profissionais das unidades escolares quando profissionais das unidades escolares quando constata: constata:

““que esse fenômeno era presente tanto em que esse fenômeno era presente tanto em escolas rígidas sob o aspecto disciplinar escolas rígidas sob o aspecto disciplinar quanto em escolas permissivas e quanto em escolas permissivas e desorganizadas”.desorganizadas”.

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Violências nas escolas• O Instituto Latino Americano das Nações O Instituto Latino Americano das Nações

Unidas para a Prevenção do Delito e Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (ILANUD) Tratamento do Delinqüente (ILANUD) – desenvolveu uma pesquisa em escolas públicas na desenvolveu uma pesquisa em escolas públicas na

cidade de São Paulo, cidade de São Paulo,

– onde observou “que, do total de alunos, as onde observou “que, do total de alunos, as modalidades mais freqüentes de vitimização forammodalidades mais freqüentes de vitimização foram::

• o furto de objetos de pequeno valor dentro da escola o furto de objetos de pequeno valor dentro da escola (48,1% dos alunos), (48,1% dos alunos),

• ameaça de agressão (33,1%) e agressão (36,5%),ameaça de agressão (33,1%) e agressão (36,5%),

• pertences danificados (33,1%) e agressão física por colega pertences danificados (33,1%) e agressão física por colega (4,6%). (4,6%).

– A pesquisa ainda conclui que são bastante raros A pesquisa ainda conclui que são bastante raros comportamento como ir a escola portando arma de comportamento como ir a escola portando arma de fogo entre os estudantes paulistas” (ILANUD, 2000).fogo entre os estudantes paulistas” (ILANUD, 2000).

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Violências nas escolas• A décadA década/90 - a/90 - rica em produção acadêmica (dissertações e rica em produção acadêmica (dissertações e

teses). teses).

– a influencia do aumento da criminalidade e da insegurança a influencia do aumento da criminalidade e da insegurança sobre os alunos e a deterioração do setor Educação. sobre os alunos e a deterioração do setor Educação.

– Questões como o tráfico de drogas e a disputa pelos Questões como o tráfico de drogas e a disputa pelos territórios são consideradas as grande causas da onda de territórios são consideradas as grande causas da onda de violência nas escolas públicas, principalmente de cidades violência nas escolas públicas, principalmente de cidades como o Rio de Janeiro Costa (1993), Paim (1997) e como o Rio de Janeiro Costa (1993), Paim (1997) e Guimarães (1995). Guimarães (1995).

– EEsses estudos também reconhecem o que Costa (1993) e sses estudos também reconhecem o que Costa (1993) e Cárdia (1999) constataram: “os efeitos da banalização da Cárdia (1999) constataram: “os efeitos da banalização da violência sobre a sociabilidade dos alunos e a existência de violência sobre a sociabilidade dos alunos e a existência de um clima tenso entre os alunos e adolescentes, ou dos alunos um clima tenso entre os alunos e adolescentes, ou dos alunos entre si afetando o conjunto de atividades da escola”.entre si afetando o conjunto de atividades da escola”.

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Violências nas escolas• NNo Brasil durante os anos 90, a preocupação com a violência o Brasil durante os anos 90, a preocupação com a violência

nas escolas foi mais bem delineada. nas escolas foi mais bem delineada. – deixou de ser um fenômeno de origem exógena,deixou de ser um fenômeno de origem exógena,

– ainda ênfase ao narcotráfico à exclusão social,ainda ênfase ao narcotráfico à exclusão social,

– notamos a constatação da existência de outras causas atribuídas à notamos a constatação da existência de outras causas atribuídas à violência. violência.

• Essas características que acompanharamEssas características que acompanharam– o processo de redemocratização brasileira o processo de redemocratização brasileira

– são associadas à abertura das oportunidades de acesso a rede escolar são associadas à abertura das oportunidades de acesso a rede escolar que absorveu amplo contingente de estudantes oriundos dos que absorveu amplo contingente de estudantes oriundos dos segmentos empobrecidos da sociedade. segmentos empobrecidos da sociedade.

– O crescimento do acesso à escola, sem o devido preparo da rede e O crescimento do acesso à escola, sem o devido preparo da rede e formação dos professores, formação dos professores,

– revelaram a falta de projetos educativos capazes de absorver a nova revelaram a falta de projetos educativos capazes de absorver a nova realidade das escolas brasileirasrealidade das escolas brasileiras..

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Violências nas escolas• PPesquisa qualitativa Miranda et al. (2002) esquisa qualitativa Miranda et al. (2002)

• relata alguns aspectos da violência mais percebidrelata alguns aspectos da violência mais percebidosos pelos alunos das redes pública e privada do pelos alunos das redes pública e privada do município de Ribeirão Preto, estes foram município de Ribeirão Preto, estes foram categorizadas em dois Núcleos Temáticos: categorizadas em dois Núcleos Temáticos:

– 1) 1) “A escola como espaço de exclusão social e racismo” e “A escola como espaço de exclusão social e racismo” e

– 2) “Escola, democracia e violência simbólica2) “Escola, democracia e violência simbólica”. ”.

As manifestações de violência institucional emergiram As manifestações de violência institucional emergiram dos significados dos discursos. dos significados dos discursos. As regras são As regras são impostas, mas só valem para os alunosimpostas, mas só valem para os alunos. .

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Violências nas escolasAlgumas consideraçõesAlgumas considerações1.1. A discussão sobre as faces da violência A discussão sobre as faces da violência éé importante importante

para nosso estudo porque é um fenômeno que se para nosso estudo porque é um fenômeno que se desdobra no espaço escolardesdobra no espaço escolar

2.2. Segundo Norbert Elias as pequenas violências ou Segundo Norbert Elias as pequenas violências ou pequenas agressões do cotidiano, as transgressões de pequenas agressões do cotidiano, as transgressões de códigos de boas maneiras ou da ordem estabelecida, de códigos de boas maneiras ou da ordem estabelecida, de incivilidades devem ser distinguidas das condutas incivilidades devem ser distinguidas das condutas criminosas ou delinqüentes. criminosas ou delinqüentes.

3.3. PPoisois,, pequenas agressões podem ter respostas pequenas agressões podem ter respostas criminosas como a ocorrida em 2003 mais criminosas como a ocorrida em 2003 mais precisamente, dia 27 de janeiro, na pequena cidade de precisamente, dia 27 de janeiro, na pequena cidade de Taiúva, no interior de São PauloTaiúva, no interior de São Paulo

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Violências nas escolas

4.4. Os resultados Os resultados + o + o ocorrido na cidade de ocorrido na cidade de TaiúvaTaiúva vêm corroborar vêm corroborar as as pesquisas pesquisas coordenadas por Bernard Charlot, (1997)coordenadas por Bernard Charlot, (1997)::

1.1. que dava indicações que a tensão no cotidiano que dava indicações que a tensão no cotidiano escolar tem aumentado bem mais que a escolar tem aumentado bem mais que a violência entendida como agressão física. violência entendida como agressão física.

““Essas tensões se mantém e exacerba a Essas tensões se mantém e exacerba a incivilidade; e explode sob a forma de crises – incivilidade; e explode sob a forma de crises – injúrias, rixas, tumultos, pancadas, e mortes” injúrias, rixas, tumultos, pancadas, e mortes”

(Charlot, 1997:20). (Charlot, 1997:20).

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Violências nas escolas 5. 5. Seguindo ainda Norbert Elias (1996), Seguindo ainda Norbert Elias (1996),

• violência como decorrente da falta de violência como decorrente da falta de controle sobre as condutas e a ausência da controle sobre as condutas e a ausência da civilidade, civilidade,

• a idéia que é a civilização que canaliza e a idéia que é a civilização que canaliza e estabelece a contenção dos instintos. estabelece a contenção dos instintos.

• a escola é responsável pela “hominização”, a escola é responsável pela “hominização”, ela deve civilizar os alunos, levando-os a ela deve civilizar os alunos, levando-os a controlar suas condutas, suas emoções e controlar suas condutas, suas emoções e seus impulsos agressivos.seus impulsos agressivos.

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Violências nas escolas– a escola não tem cumprido seu papel de hominizar porque a escola não tem cumprido seu papel de hominizar porque

sua função socializadora não tem se evidenciado.sua função socializadora não tem se evidenciado.

– como obter indicadores confiáveis sobre a violência e a como obter indicadores confiáveis sobre a violência e a agressão nas escolas. agressão nas escolas.

– Os dados qualitativos não apresentados aqui trazem Os dados qualitativos não apresentados aqui trazem algumas respostas : algumas respostas :

• unificação de um modelo de análise que proporcionem trabalhos unificação de um modelo de análise que proporcionem trabalhos comparativoscomparativos

• primeiramente devemos buscar uma definição do significado de primeiramente devemos buscar uma definição do significado de violência. violência.

• O significado de violência não é consensual, o que é caracterizado O significado de violência não é consensual, o que é caracterizado como violência varia no espaço, tempo e em função do como violência varia no espaço, tempo e em função do estabelecimento escolar, de quem está envolvido e fala (professores, estabelecimento escolar, de quem está envolvido e fala (professores, alunos, funcionários, famílias...) da idade, de sexo (CHESNAIS, alunos, funcionários, famílias...) da idade, de sexo (CHESNAIS, 1981). 1981).

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Violências nas escolas• A necessidade de se estudar mais esse A necessidade de se estudar mais esse

“fenômeno” dentro da escola foi percebida em “fenômeno” dentro da escola foi percebida em nosso trabalho,nosso trabalho,

• e se reforça nas consideráveis evidências que a e se reforça nas consideráveis evidências que a contínua ou severa exposição ao contínua ou severa exposição ao bullyingbullying pode pode contribuir para problemas como também para contribuir para problemas como também para uma imediata infelicidade.uma imediata infelicidade.

• Crianças que sofrem a ação de Crianças que sofrem a ação de bullyingbullying continuamente correm o risco de diminuir ou continuamente correm o risco de diminuir ou perder sua auto-estima, com efeito, em longo perder sua auto-estima, com efeito, em longo prazo (Smith e Sharp, 1994, p: 7). prazo (Smith e Sharp, 1994, p: 7).

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Violências nas escolas• Refinar, precisar o conceito de violência nas Refinar, precisar o conceito de violência nas

escolas, escolas,

• unificar instrumentos de pesquisas unificar instrumentos de pesquisas

• para que trabalhos comparativos possam ser para que trabalhos comparativos possam ser efetivados. efetivados.

• Buscar formas de divulgação e intercâmbios de Buscar formas de divulgação e intercâmbios de conhecimentos produzidos. conhecimentos produzidos.

• Poderão em conjunto com a sociedade e os atores Poderão em conjunto com a sociedade e os atores sociais envolvidos (alunos, pais, professores, sociais envolvidos (alunos, pais, professores, diretores e funcionários) trazer respostas e diretores e funcionários) trazer respostas e principalmente questionamentoprincipalmente questionamentoss para tal para tal fenômeno. fenômeno.