violência doméstica

Faculdade de Economia da

Universidade de Coimbra

VIOLNCIA DOMSTICA

Cludia Alves

Coimbra, 2005

ndice

Pginas Introduo 1 1 Desenvolvimento

1.1 Conceito de violncia domstica 2

1.2 Tipos de violncia domstica 4

1.3 Perfil do agressor e da vtima 6

1.4 Casos extremos de violncia domstica 7

1.5 Mitos 10

1.6 Dados estatsticos 11

1.7 A aplicao da lei 14

2 Etapas de pesquisa 17 3 Ficha de leitura 18 4 Avaliao de uma pgina da web 21 Concluso 22 Referncias Bibliogrficas 23 Anexo I Pgina Web avaliada Anexo II Texto de suporte para a ficha de leitura

Fontes de Informao Sociolgica

Violncia Domstica 1

Introduo

O tema que vou tratar neste trabalho a Violncia Domstica.

um fenmeno cada vez mais comum nas nossas sociedades.

A violncia domstica no atinge s a mulheres, atinge tambm crianas, pessoas

idosas, deficientes, dependentes, e no parte s do marido/companheiro. As mulheres

assumem, por vezes, o papel de agressoras.

Apesar de fazer referncias a esta vertente, dou principal destaque violncia

domstica no feminino, restringindo-me apenas mulher adulta.

Comeo por dar uma definio do que a violncia domstica, suas causas, os tipos

de violncia, o perfil do agressor e da vtima, bem como alguns mitos acerca desta

temtica.

Baseando-me no livro Homicdio conjugal em Portugal de Elza Pais (1998),

exploro um caso extremo de ruptura de conjugalidade.

Para completar este estudo, tento analisar o enquadramento legal deste fenmeno,

recorrendo tambm a alguns dados estatsticos.

Sobre este tema, apresento no final uma ficha de leitura, que julgo ser bastante

importante.


Violncia Domstica 2

1-Desenvolvimento 1.1 Conceito de violncia domstica

A violncia domstica um fenmeno que tem assumido, por todo o mundo,

propores bastante elevadas e que s foi denunciado a partir dos anos 60/70 pelos

movimentos feministas.

Considera-se violncia domstica qualquer acto, conduta ou omisso que sirva

para infligir, reiteradamente e com intensidade, sofrimentos fsicos, sexuais, mentais

ou econmicos, de modo directo ou indirecto (por meio de ameaas, enganos, coaco

ou qualquer outro meio) a qualquer pessoa que habite no mesmo agregado domstico

privado (pessoas crianas, jovens, mulheres adultas, homens adultos ou idosos a

viver em alojamento comum) ou que, no habitando no mesmo agregado domstico

privado que o agente da violncia, seja cnjuge ou companheiro marital ou ex-cnjuge

ou ex-companheiro marital. (Machado e Gonalves, 2003)

um fenmeno bastante complexo e composto por diversos factores, sejam eles,

sociais, culturais, psicolgicos, ideolgicos, econmicos, etc.. (Costa, 2003)

Ao contrrio daquilo que se possa pensar, este flagelo social j de longa data. De

acordo com o II Plano Nacional Contra a Violncia Domstica (2003/2006), esta

prtica atravessa os tempos e tem caractersticas similares em pases cultural e

geograficamente distintos e, com diferentes graus de desenvolvimento (CIDM, s.d).

Assim, considera-se um fenmeno antigo, mas s recentemente se tornou um

problema social. Isto, porque h actualmente uma maior sensibilidade e intolerncia

social face violncia. Depois, tambm porque algumas organizaes no

governamentais, como a APAV Associao Portuguesa de Apoio Vtima,

intervieram no sentido de conferir maior visibilidade ao problema; a comunicao

social tambm tem centrado a sua ateno nesta divulgao.

Infelizmente, a violncia domstica faz parte da experincia de muitos lares.

Atravs da realizao do inqurito nacional violncia contra as mulheres feito em

Portugal, N. Loureno, M. Lisboa e E. Pais, chegaram concluso que a casa o


Violncia Domstica 3

espao privilegiado da violncia contra as mulheres e a violncia ser transversal a

todas as classes sociais, diferenciando-se contudo quando analisada segundo as suas

formas/tipos de manifestao (Pais 1998). Ou seja, a violncia domstica no atinge

s os lares de estratos mais baixos; segundo alguns estudos, tambm mdicos,

polticos, ou outros de posio social elevada, cometem este tipo de crimes. Outros

estudos mostram ainda que a violncia o resultado da existncia de uma ordem

hierrquica, ou seja, trata-se de algum que julga que os outros no so to

importantes como ele prprio e que esta uma atitude que abre a porta violncia nas

relaes (Machado e Gonalves, 2003).

So considerados factores contribuintes para a violncia: o isolamento (geogrfico,

fsico, afectivo e social), a fragmentao (como mal que consiste em considerar

apenas uma parte menor do problema e que tem a ver com o rtulo que se confere

pessoa em concreto), o poder e o domnio ou a influncia moral (idem, 2003).

Os mesmos autores consideram que:

9 Tendncias para a violncia baseadas nas crenas e atitudes; 9 Situaes de stress (desemprego; problemas financeiros; gravidez;

mudanas de papel tais como incio da frequncia de um curso ou novo

emprego do outro);

9 Frustrao; 9 Alcoolismo ou toxicodependncia; 9 Vivncias infantis de agresso ou de violncia parental; 9 Personalidade sdica; 9 Perturbaes mentais ou fsicas;

So as causas mais prximas deste problema.

Acho importante sublinhar que na Conferncia Mundial dos Direitos Humanos,

realizada em Viena m 1993, a violncia contra as mulheres e crianas foi considerada o

maior crime contra a Humanidade, tendo mais vtimas do que qualquer guerra mundial

(Martins apud Pais, 1998).


Violncia Domstica 4

1.2 Tipos de Violncia Domstica

A violncia domstica abrange mltiplas formas de violncia que atingem os

cnjuges ou companheiros. Essas formas de violncia so principalmente: a violncia

fsica, a violncia psquica, a violncia sexual.

A compreenso destes factores est bem explcita no quadro que a seguir

esquematizo:

Quadro 1 Formas de exerccio da violncia domstica

Coagir e ameaar

Ameaar provocar leses na pessoa da vtima; Ameaar abandonar, suicidar-se, queixar-se do cnjuge

Segurana Social; Coagir para prtica de condutas ilcitas.

Intimidar

Atemorizar a propsito de olhares, actos, comportamentos; Partir objectos; Destruir pertences ou objectos pessoais do outro; Maltratar os animais de companhia; Exibir armas;

Usar a violncia emocional

Desmoralizar; Fazer com que o outro se sinta mal consigo prprio; Insultar; Fazer com que o outro se sinta mentalmente diminudo ou

culpado; Humilhar.

Isolar

Controlar a vida do outro: com quem fala, o que l, as deslocaes;

Limitar o envolvimento externo do outro; Usar o cime como justificao.

Minimizar, negar,

condenar

Desvalorizar a violncia e no levar em conta as preocupaes do outro; Afirmar que a agresso ou a violncia nunca tiveram lugar; Transferir para o outro a responsabilidade pelo comportamento violento; Afirmar que a culpa do outro.

Instrumentalizar os

filhos

Fazer o outro sentir-se culpado relativamente aos filhos; Usar os filhos para passar mensagens; Aproveitar as visitas de amigos para atormentar, hostilizar; Ameaar levar de casa os filhos.

Utilizar Privilgios machistas

Tratar a mulher como criada; Tomar sozinho todas as decises importantes; Ser o que define o papel da mulher e do homem.

Utilizar a violncia econmica

Evitar que o outro tenha ou mantenha um emprego; Forar o pedido de dinheiro; Fixar uma mesada; Apossar-se do dinheiro do outro; Impedir que o outro conhea ou aceda ao rendimento familiar.


Violncia Domstica 5

Fonte: Machado e Gonalves (2003)

A partir de Novembro de 1998, a Comisso para a igualdade e para os Direitos das

mulheres consciente da gravidade deste problema no nosso pas, criou uma linha verde

para as mulheres vtimas de violncia domstica. (Dias, s.d)

Para que possamos perceber a elevada ocorrncia dos vrios tipos de violncia

praticados sobre as mulheres, Dias (s.d), apresenta o seguinte quadro:

QUADRO 2 TIPO DE VIOLNCIA PRATICADA SOBRE AS MULHERES QUE

RECORRERAM

LINHA VERDE

(12/11/1998 a 31/12/1999)

Fonte: Linha Verde da CIDM apud Dias (2000)

Nota-se assim pela anlise do quadro que, das mulheres que recorreram a esta linha

verde, 2126 foram vtimas de violncia fsica, 839 de violncia psquica, 142 de

violncia sexual e 12 de outro tipo de violncia. (Dias, s.d)

Tipo de Violncia Ocorrncia

Violncia Fsica 2126

Violncia Psquica 839

Violncia Sexual 142

Outro tipo de violncia 12


Violncia Domstica 6

1.3 Perfil do agressor e da vtima

Segundo dados divulgados no IV Congresso Portugus de Sociologia (Dias, s.d) os

agressores so principalmente homens e as vtimas de violncia domstica so

sobretudo mulheres. Tanto os agressores como a vtima tm mais de 25 anos.

Sendo assim, vou fazer uma breve descrio do perfil do agressor, enquanto homem,

e, da vtima, enquanto mulher.

Em geral, o homem violento apresenta algumas caractersticas comuns: alcoolismo

(lcool no s como circunstncia, mas como hbito); desemprego (nvel ocupacional

reduzido); auto-estima baixa; experincia com maus-tratos (as estatsticas colocam este

factor entre os 40% e os 50% em termos de relao com essa prtica); depresso;

progresso da violncia (a agressividade vai aumentando gradualmente, ao ponto de a

violncia, ao atingir o limiar fsico, se juntar violncia psicolgica); e precocidade

(surgem algumas reaces durante a juventude, como que predizendo o que vai suceder

no futuro) . (Costa, 2003)

Vistos de fora, os agressores podem parecer responsveis, dedicados, carinhosos e

cidados exemplares. (Machado e Gonalves, 2003)

Muitas vezes o homem sente-se culpado, prometendo companheira melhorias em

relao ao futuro. No entanto, no consegue modificar-se e, em consequncia, renova o

sentimento de culpabilidade, bebe e passa a agredi-la. (Costa, 2003)

Quanto s vtimas, so na sua maioria mulheres, ou a parte mais frgil da relao. As

crianas so tambm vtimas mesmo que no sejam directamente objecto de agresses

fsicas: ao testemunharem a violncia entre os pais, as crianas iniciam um processo de

aprendizagem da violncia como um modo de estar e de viver e, na idade adulta,

podero reproduzir o modelo, para alm de que a violncia lhes provoca sofrimento

emocional e os correspondentes problemas. (Machado e Gonalves, 2003)

Apesar de alguns autores no afirmarem que exista um perfil tpico para a vtima,

Portugal (2003) apresenta algumas caractersticas mais comuns: so geralmente,

envergonhadas, caladas, incapazes de reagir, conformadas, passivas, emocionalmente

dependentes e deprimidas.


Violncia Domstica 7

1.4 Casos extremos de violncia domstica

Quando falo em casos extremos de violncia domstica, refiro-me a homicdio

conjugal.

No livro Homicdio conjugal em Portugal: Rupturas violentas da conjugalidade

(Pais, 1998), a autora apresenta um estudo que ultrapassa as dimenses de uma anlise

do homicdio para se situar na confluncia de reas como a violncia na famlia, a

violncia conjugal e a violncia contra a mulher. (Loureno apud Pais, 1998: 11)

Fala sobre quatro tipos de rupturas violentas da conjugalidade:

Homicdio maus-tratos; homicdio violncia-conflito; homicdio abandono-

paixo e homicdio posse-paixo. Vou falar apenas sobre os dois primeiros, pois

acho que so os mais importantes de referir, tendo em conta o trabalho em questo.

Em relao ao primeiro, um crime cometido principalmente por mulheres sobre os

seus maridos ou companheiros, depois de constantes maus-tratos por parte deles.

Neste estudo, a autora refere que este tipo de crime localizado em qualquer parte do

pas, desde os mais aos menos urbanos. No que diz respeito idade das vtimas, no

h nenhuma especifica. Porm, as mais velhas residem sobretudo nos meios rurais e as

mais novas nos meios mais urbanos. (Pais, 1998) Pertencem tambm a estratos sociais

mais baixos.

Estas mulheres tiveram apenas uma nica relao e logo desde o incio foram

registadas situaes de maus-tratos.

Neste estudo foram confrontadas com a pergunta porque que no se separou ou

divorciou? (Pais, 1998)

As mulheres mais velhas, dos meios rurais consideram que trair a conjugalidade era

trair e negar a sua condio de mulher. (idem, 1998)

As mulheres mais novas, dos meios urbanos, demonstraram o desejo de divrcio,

como tambm fizeram tentativas de o concretizar. No conseguiram, porque no tinham

os devidos apoios, seja pelos familiares, seja pelas autoridades que infelizmente ainda se

regem pelo princpio de que entre marido e mulher ningum meta a colher. Os


Violncia Domstica 8

maridos tambm so um obstculo, pois consideram que o casamento era sagrado, e

que nada nem ningum os iria conseguir separar. (Pais, 1998)

Pais refere ainda que muitas destas mulheres chegaram a experimentar tentativas de

suicdio; outras j o desejaram.

O divrcio considerado como um destino social sem sada.

Vejamos o seguinte depoimento:

no dia anterior noite ele tinha-me batido (...) ele queria que eu sasse do emprego mas eu

no quis (s l havia mulheres). Mas acabei por dizer ao meu patro que era o ltimo dia que

ia trabalhar. Trabalhava no escritrio e levava sempre a minha filha comigo (...) pois tinha

cimes de toda a gente (...) tive de me despedir. No sbado ele deu-me uma tareia, no domingo

voltou-me a bater (...) eu continuei a fazer o almoo (...) fiquei com as costas negras de

pontaps, deu-me murros e bateu-me com um pau. Na 2 feira ele foi trabalhar, mas depois

voltou para trs. Agarra a espingarda e coloca-a em cima da cama. Dormia com ela

cabeceira. Chegou tambm a comprar uma pistola. Disse-me: ests a v-la, est ali, para ti

(...). Eu vou para o quarto e sento-me em cima da cama a chorar. No sei o que me passou pela

cabea, peguei na pistola e disparei (...) foi fatal.

Tentei suicidar-me vrias vezes. Fizeram-me sete lavagens ao estmago.

Ele andava a dizer que me matava. Eu ainda lhe disse: querias-me matar, no querias, olha,

agora mata-me tambm (...) ou era eu ou era ele.

M empregada num armazm de frutas, 23 anos

Este depoimento, retirado do j referido estudo, ilustra bem o estado de sofrimento,

angstia, em que a mulher maltratada se encontrava, tendo como fim a morte do seu

companheiro.

Estas mulheres so condenadas pelo sistema jurdico penal, com penas que em

alguns casos chegam a atingir de 16 a 20 anos de priso.

Em relao ao homicdio violncia-conflito, j um crime cometido principalmente

por homens sobre as mulheres, sejam esposas ou companheiras.

Este crime, surge ao fim de um longo percurso conjugal (mais de 15 anos), onde

apenas se regista uma ligao que decorreu sob um clima de violncia, sujeito a diversas

formas de manifestao: violncia fsica, psicolgica e sexual, do marido sobre a

mulher. (Pais, 1998)

Neste caso, a mulher foi vtima de maus-tratos durante toda a conjugalidade, que

acabaram por a colocar numa situao de vitimizao suprema a morte (idem, 1998)


Violncia Domstica 9

Vejamos mais um depoimento:

tnhamo-nos desentendido (...) eu tinha sempre a caadeira com que ia caa, no quarto, ao

meu lado, pois s vezes iam l para roubar galinhas e eu usava-a.. Com tudo isto, dei a volta

cama agarrei na espingarda e disparei foi direito cabea. Quando fui ver estava morta.

H agricultor, 44 anos

Em relao a punies, os homens so condenados a penas superiores a 11 anos de

priso. J houve uma condenao entre 6 a 10 anos, mas a mais elevada situou-se entre

os 16 e 20 anos.

O crime constitui, assim, a alternativa trgica ao fim da conjugalidade. (Pais, 1998)


Violncia Domstica 10

1.5 Mitos

Em redor do tema violncia domstica, existem ainda muitos mitos e preconceitos,

que esto longe de ser uma realidade.

Costa (2003) refere os seguintes:

A mulher sofre porque quer, seno j o tinha deixado.

Facto: a mulher maltratada pode no dispor de meios econmicos para se poder

afastar;

As mulheres sentem-se dependentes.

Facto: muitas vezes a mulher no tem apoios para abandonar o local com os filhos

do agressor;

A mulher alguma coisa fez...

Facto: nada justifica a violncia, nem ningum tem o direito de maltratar;

O homem tem desculpa porque tem problemas ou estava embriagado.

Facto: a agresso punida por lei; o tipo violento quase sempre reincide;

Entre marido e mulher ningum mete a colher.

Facto: enquanto problema social todos podem vir a precisar de ajuda;

Quanto mais me bates mais gosto de ti.

Facto: muitas mulheres vivem em permanente estado de terror fsico e mental;

preciso aguentar para bem dos filhos.

Facto: a separao dos pais pode no causar tanto sofrimento criana quanto os

maus-tratos me.

importante dizer que algumas mulheres so ameaadas de morte se revelarem

serem vtimas de agresso por parte dos seus companheiros. (Costa, 2003)



1.6 Dados estatsticos

No dia 25 de Novembro de 2004, celebrou-se o Dia Internacional para a Eliminao

da Violncia contra as Mulheres. Retirei assim, de um artigo (s.a), do Correio da

Manh (2004) que a APAV regista 40 crimes de violncia domstica por dia nos

primeiros nove meses.

No total foram 10239 crimes e em 9496 casos as vtimas eram mulheres. Ainda no

mesmo artigo a APAV concluiu que a violncia domstica tem vindo a registar, nos

ltimos anos, um significativo aumento em Portugal.

De acordo com Fernanda Cncio (2004), Mais 23.9% de queixas; em 2003 foi

registado pelas autoridades policiais um aumento no nmero de denncias de violncia

domstica.

Podemos encontrar mais dados estatsticos em vrias publicaes, mas vou apresentar

alguns da Associao Portuguesa de Apoio Vtima, uma vez que esta uma instituio

qual grande parte das vtimas recorre e, tem tambm os seus dados actualizados.

APAV (s.d.), Do total dos 5782 processos de apoio registados pela APAV nos

primeiros 9 meses do corrente ano (2004), 4195 (72,6%) foram crimes de Violncia

Domstica.

Quadro 3 Relativamente ao 1 semestre de 2004

Perfil da vtima/Utente Sexo Feminino Idade 26 45 anos Estado civil Casada Tipo de famlia Nuclear Condio perante a actividade econmica

Empregado

Principal meio de vida Rendimentos do trabalho Escolaridade Ensino secundrio / Ensino superior Nacionalidade Portuguesa Profisso Desempregado

Empregado servios pessoais e domsticos

Distrito de residncia Lisboa Dependncia Frmacos Crimes de que so alvo Violncia domstica



Fonte: APAV (Setembro, 2004)

Como se pode constatar, as estatsticas indicam que o perfil da vtima seja mulher,

com idade compreendida entre, os 26 e os 45 anos, residente na rea de Lisboa. So

normalmente, mulheres desempregadas, mas com nvel de escolaridade secundria, ou

mesmo universitria.

E uma mulher da Guarda, ter a mesma facilidade de denncia?

As desigualdades de denncia podem ser facilmente constatveis. O facto de o interior

ser uma zona menos desenvolvida, onde as habilitaes literrias so menores e os laos

interpessoais so mais estreitos, poder criar um clima de vergonha e mesmo de

ingenuidade por parte da vtima, o que ir dificultar a denncia. Para este facto, pode-se

tambm ter em conta factores culturais.

Grfico 1 Relao do autor do crime com a vtima

(1 Semestre de 2004)

Fonte: APAV (Setembro, 2004)

752040

28479

348173

4981897828205014491710460

625 aplicvels/rOutraNo determinadaConhecidoAmigo/aVizinho/aColega de trabalhoEntidade patronalOutro familiarSogro/SograNeto/netaAv/AvIrmo/IrmFilho/FilhaPai/MeNamorado/NamoradaEx-cnjuge/CompanheiroCnjuge/CompanheiroNenhuma



Ao analisar o grfico 1, verifica-se que dos 4128 crimes de violncia domstica, 2040

so praticados pelo cnjuge ou companheiro.

Quadro 4 Crimes de violncia domstica segundo o sexo da vtima/utente

(1 semestre de 2004)

Fonte: Idem (2004)

Ao analisarmos este quadro, verifica-se que violncia domstica um crime que

abrange sobretudo vtimas mulheres, cerca de 2058 casos num total de 2234. Estes

valores correspondem sobretudo a maus-tratos fsicos.

Violncia domstica

Feminino Masculino Ignorado Total

N % N % N % N % Maus-tratos fsicos

2058 28.5 158 2.2 18 0.2 2234 30.9

Maus-tratos psquicos

2112 29.2 189 2.6 16 0.2 2317 32

Ameaas/ Coaco

1453 20.1 102 1.4 7 0.1 1562 21.6

Difamao/ Injrias

676 9.3 53 0.7 -- -- 729 10.1

Subtraco de menor

33 0.5 7 0.1 -- -- 40 0.6

Violao da obrigao de alimentos

60 0.8 6 0.1 -- -- 66 0.9

Violao 94 1.3 2 0.02 -- -- 96 1.3 Abuso sexual 77 1.1 11 0.2 -- -- 88 1.2 Outros em meio domstico

63 0.9 37 0.5 -- -- 101 1.4

Total 6626 91.6 565 7.8 42 0.6 7233 100



1.7 A aplicao da lei

Antes de falar da respectiva da lei, ser importante referir que, o sistema judicial tem

de ser capaz de dispor da cincia e da autoridade para intervir e tomar as medidas legais

adequadas no quadro da violncia domstica. (Machado e Gonalves, 2003). O mesmo

sistema tem de garantir mulher vtima de violncia que o julgamento no vai ser a

repetio pblica da sua experincia traumtica, bem como a sua proteco antes,

durante e depois. (idem, 2003)

Durante muito tempo, o Cdigo Penal Portugus, apresentou graves lacunas em

relao a este crime. At 1852, a lei portuguesa autorizou o marido a bater na mulher, e

o Cdigo Penal de 1886 considerava o adultrio da mulher como atenuante de

homicdio, no sendo reconhecido mulher a mesma atenuante (Loureno, Lisboa e

Pais, 1997).

Mas, com as transformaes sociais, a lei portuguesa tambm teve de se adaptar s

novas exigncias. Sendo assim, passo a citar, o artigo 152., cap. III do Cdigo Penal

Portugus:

Captulo III Dos crimes contra a integridade fsica

Artigo 152

Maus-tratos e infraco de regras de segurana

1 - Quem, tendo ao seu cuidado, sua guarda, sob a responsabilidade da sua direco ou educao, ou a trabalhar ao seu servio, pessoa menor ou particularmente indefesa, em razo de idade, deficincia, doena ou gravidez, e:

a) Lhe infligir maus-tratos fsicos ou psquicos ou a tratar cruelmente;

b) A empregar em actividades perigosas, desumanas ou proibidas; ou

c) A sobrecarregar com trabalhos excessivos;

punido com pena de priso de 1 a 5 anos, se o facto no for punvel pelo artigo 144.

2 - A mesma pena aplicvel a quem infligir ao cnjuge, ou a quem com ele conviver em condies anlogas s dos cnjuges, maus-tratos fsicos ou psquicos. O procedimento criminal depende de queixa, mas o Ministrio Pblico pode dar incio ao procedimento se o interesse da vtima o impuser e no houver oposio do ofendido antes de ser deduzida a acusao.

3 - A mesma pena aplicvel a quem, no observando disposies legais ou regulamentares, sujeitar trabalhador a perigo para a vida ou a perigo de grave ofensa para o corpo ou a sade.



4 - Se dos factos previstos nos nmeros anteriores resultar:

a) Ofensa integridade fsica grave, o agente punido com pena de priso de 2 a 8 anos;

b) A morte, o agente punido com pena de priso de 3 a 10 anos.

(Redaco da Lei n 65/98, de 2 de Setembro)

So ainda importantes de referir os artigos 143., 144. e 145 do mesmo:

Artigo 143 Ofensa integridade fsica simples

1 - Quem ofender o corpo ou a sade de outra pessoa punido com pena de priso at 3 anos ou com pena de multa.

2 - O procedimento criminal depende de queixa.

3 - O tribunal pode dispensar de pena quando:

a) Tiver havido leses recprocas e se no tiver provado qualquer dos contendores agrediu primeiro; ou

b) O agente tiver unicamente exercido retorso sobre o agressor.

Artigo 144 Ofensa integridade fsica grave

Quem ofender o corpo ou a sade de outra pessoa de forma a:

a) Priv-lo de importante rgo ou membro, ou a desfigur-lo grave e permanentemente;

b) Tirar-lhe ou afectar-lhe, de maneira grave, a capacidade de trabalho, as capacidades intelectuais ou de procriao, ou a possibilidade de utilizar o corpo, os sentidos ou a linguagem;

c) Provocar-lhe doena particularmente dolorosa ou permanente, ou anomalia psquica grave ou incurvel; ou

d) Provocar-lhe perigo para a vida;

punido com pena de priso de 2 a 10 anos.

Artigo 145 Agravao pelo resultado

1 - Quem ofender o corpo ou a sade de outra pessoa e vier a produzir-lhe a morte punido:

a) Com pena de priso de 1 a 5 anos no caso do artigo 143;

b) Com pena de priso de 3 a 12 anos no caso do artigo 144.

2 - Quem praticar as ofensas previstas no artigo 143 e vier a produzir as ofensas previstas no artigo 144 punido com pena de priso de 6 meses a 5 anos.



Mas ser a priso a pena mais adequada para o agressor?

Ser que depois disto, os lares e a sociedade tornar-se-o mais seguros?

Como se sabe, a priso considerada uma experincia brutal. Logo, se o agressor vai

para um meio violento onde so brutalizados e brutalizam-se (Machado e Gonalves,

2003), ser difcil ele voltar, menos violento e mais pacfico. No faz sentido que se

trate um agressor, violento partida, colocando num meio violento. (idem, 2003)

Machado e Gonalves (2003), defendem ser necessrio que a sociedade, as

comunidades de vizinhos, condenem, partida, a violncia domstica ou a violncia

contra as mulheres (crianas, idosos, ou dependentes). Tal condenao ter de ser

seguida por um conjunto de medidas de recuperao e de preveno que impliquem

todos os sectores das comunidades locais.



2 - Etapas de Pesquisa Iniciei a minha pesquisa, no dia 25 de Novembro, pois celebrava-se o Dia

Internacional para a Eliminao da Violncia contra as mulheres; logo deveria existir

uma maior informao e divulgao sobre o tema. Mas, o facto de nesses mesmos dias

estar a decorrer o julgamento de um crime, no menos importante que este, a Pedofilia,

fez com que jornais e restante comunicao social, dessem mais destaque a esta

temtica.

Sendo assim, pesquisei o catlogo da FEUC e o Porbase, para ter uma ideia da

bibliografia existente sobre este tema.

Consultei assim, livros que abordavam este assunto, como: Violncia Contra as

Mulheres de Nelson Loureno, Manuel Lisboa, e Elza Pais (1997), um primeiro

estudo feito m Portugal, sobre a violncia contra as mulheres; o livro A Sexologia

perspectiva multidisciplinar II de Lgia Fonseca, Catarina Soares e Jlio Vaz (2003),

no qual me baseei para a minha ficha de leitura.

Na biblioteca do meu concelho (Pombal) encontrei, relativamente a este assunto, e,

que foram fontes bastante importantes para este trabalho, os livros: Homicdio

conjugal em Portugal, de Elza Pais (1998); Sexo, Nexo e Crime de Jos Martins

Barra da Costa (2003) e por fim, Violncia e vtimas de Crime de Carla Machado e

Rui Gonalves (2003).

Depois da pesquisa em livros cientficos, recorri Net com os motores de busca

Google e Alta Vista.

Ao pesquisar nestes dois notei que no Google, utilizando a pesquisa avanada, com a

frase exacta violncia domstica, obtive cerca de 243.000 resultados, sendo muito

poucos em portugus. Sendo assim, restringi o tema a pginas em portugus, o que

diminuiu o nmero de registos, 51.400.

O motor de busca alta vista com a mesma frase, encontrou 8.341 registos, bem menos

que o google.

Com vista a reduzir o nmero de registos, utilizei a expresso violncia domstica

em Portugal; no google diminuiu para 107 registos e no alta vista obtive apenas 50 resultados.

Quando pesquisei em ficheiros PDF, no alta vista obtive 1 ficheiro, enquanto que no

google obtive 6 registos. A minha pesquisa ficou por aqui!



3 Ficha de Leitura

O livro que escolhi para realizar a ficha de leitura foi: A Sexologia perspectiva

multidisciplinar II, (2003), coordenado por Lgia Fonseca, Catarina Soares e Jlio

Machado Vaz e publicado pela Quarteto Editora no ano 2003.

Requisitei o livro na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Escolhi o captulo intitulado por: De que falamos quando falamos de violncia

domstica? de Slvia Portugal (2003: 199-214), para realizar a presente ficha de leitura.

Slvia Portugal sociloga e docente da FEUC. Investigadora do Centro de Estudos

Sociais da Universidade de Coimbra. Tem realizado investigao na rea da Sociologia

da Famlia, Polticas Sociais e Estudos sobre as Mulheres.

Actualmente, desenvolve uma tese de doutoramento sobre o papel da solidariedade

familiar no quotidiano das jovens famlias.

Neste captulo, a autora, faz uma reflexo acerca da violncia domstica. Explica o

seu conceito, tal como a sua evoluo ao longo dos tempos, o perfil do agressor e da

vtima e tambm o papel da famlia nestes casos.

Numa primeira abordagem, a autora faz referncia dificuldade que teve na pesquisa

da bibliografia existente sobre o tema. Aquela que existe de difcil abordagem e por

vezes repetitiva.

A violncia domstica no um fenmeno novo nas nossas sociedades, o facto que

s recentemente se tem transformado num problema social e comea a ser alvo de

preocupaes.

Faz interrogaes, s quais tenta responder baseando-se em literatura especializada.

So os conceitos Violncia domstica, violncia familiar, violncia conjugal

maus-tratos, violncia contra a mulher, a mesma coisa, ou so realidades

diferentes?

A violncia domstica um termo muito utilizado pelos poderes pblicos, para

ilustrar uma realidade que se prende com a violncia contra as mulheres na famlia.

Literatura feminista, revela que a violncia vai muito para alm do espao domstico.

No atinge s as mulheres, abrange, crianas, idosos e homens. a domesticidade da

famlia moderna que torna os actos dos seus membros invisveis.



A definio de violncia varia em funo de um complexo processo de construo de

representaes e definies. (Portugal, 2003: 204) Considera assim a violncia como

uma transgresso de valores definida num determinado momento.

A privacidade da famlia transforma a vida conjugal numa intimidade fechada nos

seus segredos. A famlia moderna um lugar de refgio, de investimento, emocional,

um lugar de violncia. A idealizao da famlia apenas um mito que leva

invisibilidade do problema.

Foi a partir dos movimentos feministas (anos 70) que as mulheres comearam a ser

ouvidas. A primeira casa refgio surgiu em Londres.

medida que foram conquistando direitos civis e sociais, o casal e a famlia, so

olhados de uma forma mais transparente.

Olha-se para o problema da violncia domstica quando este tem dimenses, menos

alarmantes do que no passado, e torna-se cada vez mais intolervel medida que

diminui.

A casa o lugar mais perigoso. Dados estatsticos apontam que realidades conjugais e

familiares pouco tm a ver com a imagem idealizada da famlia.

Discursos sobre as causas da violncia domstica, dividem-se em dois grupos:

Os que olham para os factores internos famlia;

Os que olham para os factores externos famlia e para o seu

enquadramento social, cultural e ideolgico.

A autora apresenta as seguintes teorias explicativas sobre a violncia domstica:

A teoria dos recursos, ou seja quanto mais recursos um membro da famlia possuir

maior ser a capacidade de usar a violncia. A perspectiva ecolgica, preocupa-se

com os maus-tratos s crianas; faz abordagens a partir de diferentes nveis ecolgicos.

A teoria da troca e do controlo social, em que a violncia usada quando as

recompensas so superiores aos custos. E finalmente, a teoria ciclo de violncia, onde

a um perodo violento segue-se um perodo de Lua-de-mel, at algo despertar uma

nova crise.

Quanto personalidade do homem violento, entre muitas outras, um homem que

tolera mal a frustrao, orientado para a aco e no sente remorsos pelas suas aces.

A vtima, de uma maneira geral, envergonhada, incapaz de reagir e emocionalmente

dependente.

Segundo as mulheres as razes para a violncia, so: o lcool, discordncias, cimes e

dinheiro, ou seja, formas de incumprimento de deveres conjugais.



Grande parte da violncia domstica existe, apesar de todos os factores descritos,

porque h uma grande tolerncia social em seu torno e mesmo aprovao. S os

excessos so criminalizados. (Saffioti, apud Portugal, 2003)



4 - Avaliao da Pgina da Web

A pgina da Web que escolhi para avaliar, foi:

http://www.apav.pt

Considero a pgina da Associao de Apoio Vitima, bastante

importante para o desenvolver do trabalho.

Rene informaes pertinentes no que diz respeito violncia exercida

sobre as mulheres.

A APAV uma organizao privada e a sua pgina remete-nos para um

stio bastante fivel; a informao que trata interessante. Apresenta

estatsticas recentes, publicaes e projectos.

dirigida para as vtimas de violncia domstica, uma vez que remete

logo para diversos contactos a que estas podem recorrer, bem como um

pblico em geral, que pretenda fazer estudos sobre este tema.

Redirecciona para outros stios fiveis, onde tambm podemos fazer

pesquisas.

Como qualquer outra pgina, tem uma rubrica sobre o seu historial, o que

permite conhecer melhor os seus objectivos.

uma pgina de fcil navegabilidade, com boa estruturao, com

informao clara e gratuita. Isto permite o acesso a um nmero maior de

pessoas.

Posso dizer que este site chama a ateno pela sua boa apresentao,

remete logo para o nmero de telefone e para o endereo de correio

electrnico da APAV.



Concluso

Com a realizao deste trabalho, fiquei com a noo de que ainda

preciso fazer muito para que os nmeros de violncia domstica registados

at hoje, diminuam.

necessrio proteger as vtimas, necessrio defender os seus direitos

jurdicos, criminalizando as condutas que os violam.

Apesar de tudo, para eliminar a violncia domstica, ou familiar, tem-se

feito, no ltimo quarto de sculo, um longo caminho nos diferentes pases.

importante que haja servios de informao diversos de apoio

vtima. J muitos foram criados como, a Linha Verde de Apoio s mulheres

vitimas de violncia, da responsabilidade da comisso para a igualdade e

para os direitos das mulheres (CIDM) e da Associao de Apoio Vitima

APAV.

As aces de sensibilizao e informao, so fundamentais para a

preveno e apoio. (Cruz, 2002).

Importa referir que apesar da visibilidade que a violncia domstica vai

adquirindo em Portugal, ainda se trata de um fenmeno dotado de uma

grande opacidade. E, assim, ir permanecer se no se promoverem

estratgias diversificadas e adequadas de abordagem e interveno.

As mulheres continuam, aqui ao lado, a ser vtimas de vrias violncias.

Os direitos humanos (das mulheres) continuam a ser violados em

Portugal. (Cruz, 2002)



Referencias Bibliogrficas

APAV Associao Portuguesa de Apoio Vtima (2004), Estatsticas 2004, 1 semestre. Pgina consultada em 25 de Janeiro de 2005. Tambm disponvel em: http://www.apav.pt

Cncio, Fernanda (2004), Mais 23% de queixas, in Dirio de Noticias, edio de 25 de Novembro, pp. 22 CIDM (Comisso para a igualdade e para os direitos das mulheres), (s.d) Segundo Plano Contra a Violncia Domstica 2003-2006. Pgina consultada em 18 de Dezembro de 2004. Disponvel em: http://www.cidm.pt/destaque_vd.html Cdigo Penal Dos crimes contra as pessoas. Pgina consultada em: 25 de Janeiro de 2005. Disponvel em: http://www.giea.net Correio da Manh (2004), APAV regista 40 crimes de violncia domstica por dia nos primeiros nove meses, edio de 25 de Novembro, pp.15 Costa, Jos Martins Barra da (2003), Sexo, Nexo e Crime. Lisboa: Edies Colibri. Cruz, Ana Maria da (2002) Sobre o Plano Nacional contra a Violncia Domstica. Pgina consultada a 15 de Janeiro de 2005. Disponvel em: http://www.mulheres-ps20.ipp/violncia_domest_relatrio.htm



Dias, Isabel S (s.d.) A Violncia Domstica em Portugal: contributos para a sua visibilidade. Actas do IV Congresso Portugus de Sociologia. Pgina consultada em 18 de Dezembro de 2004. Disponvel em: http://www.aps.pt/ivcong-actas/Acta168.pdf Fonseca, Lgia et al. (2003), A Sexologia perspectiva multidisciplinar II. Coimbra: Quarteto editora Loureno, Nelson; Lisboa, Manuel e Pais, Elza (1997), Violncia contra as Mulheres. Lisboa: Comisso Para a Igualdade e Para os Direitos das Mulheres Machado, Carla e Gonalves, Rui Abrunhosa (2003), Violncia e Vtimas de Crimes. Coimbra: Quarteto. Pais, Elza (1998), Homicdio Conjugal em Portugal: Rupturas Violentas da Conjugalidade. Lisboa: Hugin Portugal, Slvia (2003), De que falamos quando falamos de violncia domstica?, in Lgia Fonseca, Catarina Soares, Jlio Vaz, A Sexologia perspectiva multidisciplinar II. Coimbra: Quarteto editora, 199-214.

violência doméstica

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