vila do conde daqui pra frente

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REA Revista PA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará Outubro 2015– Ano IV – nº 17 TRANSPORTE Malha hidroviária pode ser solução para desafogar o trânsito Pag. 19 ENTREVISTA Pag. 08 César Meira apresenta o BRT Metropolitano OBRAS Pag. 16 Órgãos públicos pedem suspensão de licenças em Miritituba Vila do Conde daqui pra frente Desde o naufrágio do navio Haidar no mais importante porto do Pará, ocorrido no dia 6 de outubro, especulações de todas as espécies já foram acenadas, chegando inclusive à hipótese do fechamento de Vila do Conde. A Revista CREA- PA ouviu os setores que direta ou indiretamente estão sofrendo o impacto após o naufrágio. Pag. 11 Vias públicas de Belém não são adequadas aos PNEs ACESSIBILIDADE Pag. 22 FOTO AGÊNCIA PARÁ

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REARevista

PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

Outubro 2015– Ano IV – nº 17

TRANSPORTE

Malha hidroviária pode ser solução para desafogar o trânsito

Pag. 19

ENTREVISTA

Pag. 08

César Meira apresenta o BRT Metropolitano

OBRAS

Pag. 16

Órgãos públicos pedem suspensão de licenças em Miritituba

Vila do Conde daqui pra frente

Desde o naufrágio do navio Haidar no mais importante porto do Pará, ocorrido no dia 6 de outubro, especulações de todas as espécies já foram acenadas, chegando inclusive à hipótese do fechamento de Vila do Conde. A Revista CREA-PA ouviu os setores que direta ou indiretamente estão sofrendo o impacto após o naufrágio.

Pag. 11

Vias públicas de Belém não são adequadas aos PNEs

ACESSIBILIDADE

Pag. 22

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apresenta o BRT Metropolitano

BRT METROPOLITANO

HIDROVIÁRIO

VILA DO CONDE

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ACESSIBILIDADE 22

NOSSAS SEÇÕESEm Curso 4Expressas 5 Mercado de TrabalhoArtigo Técnico 26Livros 27

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ENGENHEIRO AGRÔNOMO ELIAS LIMAPRESIDENTE DO CREA-PA

PALAVRA DO PRESIDENTE

Caro pro�ssional,

Iniciamos essa edição parabenizando aos pro�ssionais da Engenharia e Agrimensura, dando destaque à importância da data come-

morativa para as categorias pro�ssionais citadas, as quais se apresentam como marco às engenha-rias, regulamentadas pelo DECRETO Nº 23.569, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1933, no âmbito das pro�ssões tecnológicas, contribuindo ao longo da história na construção e oferecimento de ser-viços quali�cados em prol da sociedade. Esse é um dia muito importante para todos que faze-mos o Sistema Confea/Crea/Mútua. Celebrar o

dia é melhor ainda quando temos a certeza de que estamos trabalhando intensamente para ga-rantir que as atividades pro�ssionais sejam exer-cidas por gente quali�cada para tal, assim como �rmar os direitos para o seu exercício.

Destaco ainda que Belém foi a capital da Agronomia no �nal do mês de setembro e início de outubro, quando o Crea-PA realizou, junto com o Confea, a 3ª Reunião Ordinária da Coor-denadoria das Câmaras Especializadas de Agro-nomia. Foi um momento singular para nosso Regional, pois defendemos políticas de avanço à categoria, levando em consideração as singulari-dades dos pro�ssionais agrônomos no Pará. Cada estado passa por uma di�culdade. A região Norte talvez seja a mais prejudicada, por conta do difícil acesso ao produtor e deslocamento às áreas rurais. Mas aos poucos, esses problemas vão se diluindo. Agora as propostas aprovadas na CCEAGRO se-rão levadas ao Confea, para que subsidiem atos normativos, que orientem sobre a forma que cada uma das Câmaras deve se posicionar com relação à atividade �scal nos CREA’s, considerando as ca-racteristicas existentes na �scalização e no exercí-cio pro�ssional da classe agronômica.

Outro assunto também vem mobilizando toda a classe agronômica: os encaminhamentos de

reação ao PL 1016/2015, projeto que exclui a atri-buição de zootecnia dos engenheiros agrônomos e médicos veterinários. Esse PL tem como relatora a deputada federal Elcione Barbalho e pretende alte-rar a Lei nº 5.550, de 4 de dezembro de 1968. Deixo claro que sou contra este projeto, pois ele prejudica a sociedade quando estreita para o produtor con-tratar somente o pro�ssional de Zootecnia, quando existem outros que já estão atribuídos e têm com-petência para a produção animal. Não somos con-tra os zootecnistas, mas entendemos que essas atri-buições estão no nosso dia a dia pro�ssional desde o Decreto 23.196 de 12/10/1933. Temos, cada vez mais, que defender as atribuições que competem a cada pro�ssão, em favor da sociedade.

Outro fato relevante para a categoria foi que recentemente ainda a Câmara de Agro-nomia do Pará esteve junto com o Ministério Público Estadual, em Castanhal, para tratar da pauta de agrotóxicos no Estado.

E �nalmente destaco que concomitantemente à CCEAGRO, os CREAs da Região Norte estive-ram presentes em Belém para subsidiar demandas que estão sendo levadas ao Colégio de Presidentes, que por sua vez levará para o Confea deliberar as decisões. Mais uma importante ação que busca melhorias para nossas atividades no Norte.

Estamos trabalhando em várias frentes para a valorização pro�ssional.

Desejo a todos uma boa e produtiva leitura.

Revista

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PREJUÍZOCom o dólar forte e preço menor do

minério de ferro, a Vale teve prejuízo de R$ 6,6 bi no 3º trimestre de 2015, mesmo com produção recorde nesse período, contra um lucro líquido de R$ 5,144 bilhões no trimestre anterior. No terceiro trimestre de 2014, a Vale havia registrado prejuízo de R$ 3,381 bilhões. Como mais de 90% da dívida da empresa são denominados em moeda americana, isso acaba neutralizando os ganhos operacionais, ou seja, os ganhos obtidos com a venda de seus produtos.

MINERAÇÃODiante da crise que está toman-

do conta do setor mineral no País, o Governo tenta destravar a mineração, já que não há perspectivas de ver aprovado no curto prazo o novo marco regulatório da mineração. Para isso, as alternativas são estimular a exploração mineral nacional. Uma dessas medidas foi tomada no início de outubro pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério de Minas e Energia responsável pelo setor. A medida foi alterar as normas para emissão das chamadas “guias de utilização”, um documento que permite aos mineradores explorar suas jazidas ainda durante a fase de pesquisa do solo, ou seja, antes de terem nas mãos a efetiva portaria de lavra emitida pelo órgão. O documento pode ser solici-tado, por exemplo, por empresas que queiram extrair areia e brita, insumos básicos da construção civil. Ficou decido também que as guias poderão ser solicitadas por micro e pequenas empresas que atuem em “áreas em situação de formalização da atividade”, um sinal claro para atrair empresas para a exploração legal de minérios, o que significa aumento de arrecadação pelo DNPM. Só pra não esquecer: o novo marco regulatório da mineração está parado no Congresso desde junho de 2013. O código em vigor data 1967, feito ainda no governo militar.

VAZIO DA SOJAO vazio sanitário da soja está em

andamento no Pará. Esse é um período em que o produtor não pode ter em sua lavoura plantas vivas de soja. A prática é uma das formas de manejo para evitar

EM CURSOSEDE: Tv. Doutor Moraes, 194 • Nazaré • Belém-PA • CEP 66.035-080 FONE/FAX: (91) 3219-3402 / 3219-3403 / 3219-3404 / 3219-3408

FUNCIONAMENTO: 2ª feira a 6ª feira das 8h às 15hE-MAIL: [email protected]

OUVIDORIA: (91) 3219-1132 / 3219-1136 ou [email protected] / www.creapa.com.br

DIRETORIA 2015Presidente

Eng. Agrônomo Elias Lima da Silva1º Vice-Presidente

Engª. Civil Maria do Carmo Pereira de Melo2º Vice-Presidente

Eng. Civil Luiz Sérgio Campos Lisboa1º Secretário

Eng. Agrônomo Roberto das Chagas Silva2º Secretário

Eng. Mecânico Fábio Lins Castro Marinho1º Tesoureiro

----2º Tesoureiro

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CÂMARAS ESPECIALIZADASCâmara Especializada de Agronomia e Florestal

Coordenador: Eng. Agrônomo Raimundo Cosme de Oliveira Jr.Adjunto: Eng. Agrônomo Pedro Paulo da Costa Mota

Câmara Especializada de Engenharia Civil e Geologia e MinasCoordenador: Eng. Civil José da Silva Neves

Adjunto: Eng. Sanitarista Augusto Alves OrdonezCâmara Especializada de Engenharia Elétrica

Coordenador: Eng. Eletricista José Emmanuel de Carvalho Mesquita Jr.Adjunto: Eng. Eletricista Ricardo Guedes Accioly Ramos

Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, Metalurgia e Química

Coordenador: Eng. Naval Juarez Botelho da Costa Jr.

COMISSÃO EDITORIALCoordenador

Geólogo José Waterloo Lopes LealCoordenador Adjunto

Eng. Agrônomo Dilson Augusto Capucho FrazãoCoordenador do Núcleo de Relações Institucionais - NRI

Relações Públicas Marcelo Rodrigo da Silva PantojaAscom CREA-PA: Ercília Wanzeler

Esta é uma publicação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA)

executada pela Holy Comunicação e Editora(Rua Manoel Barata, 1569. Reduto. CEP 66053-320. Fone 91 3218-4698)

Diretores: Alexandre e Olinda MendesEdição: Mara Góes DRT/PA 1.430 / Produção: Luciana Cavalcante

Reportagens e textos: Elielton Amador e Luciana Cavalcante Fotos: Ascom CREA-PA,

Agência Pará, e banco de imagensDiagramação e arte: Holy Comunicação Tratamento de imagens: Elias Portilho

Comercialização: Olinda Rodrigues e Rodrigo PinhoImpressão: Grá�ca Halley

Revista

PAREA

CREA-PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

CONFEAConselho Federal de Engenharia e Agronomia

a ferrugem asiática, praga severa e que pode comprometer a produção. Aqui no Pará, devido as diferenças climáticas, foram estabelecidas três etapas. A última fase vai até 30 de novembro nas mi-crorregiões de Santarém, Paragominas, Bragantina, Guamá e Altamira (com exceção Distrito Castelo dos Sonhos).

FERTILIZANTESA Subcomissão Permanente de

Acompanhamento do Setor de Mi-neração (Subminera) tem promovido encontros com representantes do setor de insumos para a agricultura e pecuária brasileira. A preocupação é uma possível falta de fertilizantes, resultando em pre-juízos ao setor agropecuário. Segundo o setor, é preciso que o Brasil desenvolva políticas de apoio à produção desses minerais (como calcário, potássio e fósforo), pois é um grande consumidor e a dependência da importação desses insumos coloca o tema como uma ques-tão estratégica nacional. Dados mostram que o Brasil importa cerca de 78% dos minerais de adubação e fertilização que consome. E a produção interna ocupa apenas o nono lugar na lista global.

EMPREENDIMENTOO Pará vai receber a base operacio-

nal da quarta maior empresa privada de petróleo e gás do mundo e uma das principais operadoras nas áreas de gás natural, refino, produtos petroquími-cos e varejo de combustível e lubrifi-cantes. O Grupo Total E&P (Explora-ção e Produção) do Brasil anunciou a instalação do escritório administrativo em Belém, concentrando a gestão empresarial na capital paraense. As operações físicas estão previstas para o próximo ano na área litorânea dos Estados do Pará e Amapá.

BLOQUEIOUma área de terra, adquirida pela

empresa Oderbrecht Transport S/A na área portuária de Miritituba, no muni-cípio de Itaituba, teve sua matrícula blo-queada pela justiça de Itaituba. A área foi adquirida pela empresa de terceiros, por um valor bem alto, comenta-se em R$ 26.000.000,00, porém o caso foi parar na justiça, por conta da suspeita de uma procuração, supostamente falsa, expedi-da pelo Cartório de Brasília Legal.

REARevista

PA 5

PREMAC

A Geocar Consultoria e a Asso-ciação dos Engenheiros Agrônomos do Pará promoverão

nos dias 6 e 7 de novembro, na sede da Aeapa, em Belém, o curdo de Cadas-tro Ambiental Rural, com base na Lei Federal 12.651/2012. Informações pelo fone (91) 3226-6007.

Com apoio do Crea-PA, a Treide--Treinamento e Desenvolvimento pro-move de 10 a 13 de novembro, no Hotel Regente, a Semana sobre Licitações e Contratos em Obras e Serviços de Engenharia. Entre os palestrantes con-

�rmados estão o Ministro Benjamin Zymler, presidente do TCU na gestão 2011/2012; Prof. Cláudio Sarian Altou-nian, ex-secretário de Fiscalização de Obras e Patrimônio do TCU; Prof. Rolf Dieter Bräunert, especialista e consul-tor em licitações nacionais e interna-cionais. O evento pretende ampliar o conhecimento sobre os procedimentos relativos a obras e serviços de enge-nharia no âmbito da administração pública, através de exposições, discus-sões e conclusões dos problemas mais recorrentes na contratação e execução das atividades nessa área. Para mais informações acesse www.treide.com.br ou entre em contato pelo telefone (91) 4005-4200 ou e-mail [email protected].

AGENDA DE EVENTOS PROFISSIONAIS

Livro ressalta o cotidiano amazônicoA geógrafa e professora de história da Amazônia,

Noemi Ferreira, hoje radicada em Minas Gerais, acaba de lançar a obra “Sol e Chuva”. O romance é uma narrativa simples e contemporânea que relata o cotidiano de uma comunidade tradicional ribeirinha e sua relação com um jovem pesquisador. A história trata das experiências de um engenheiro agrônomo chamado Jairo, formado pela Universidade Federal Rural da Amazônia, que deserta da vida urbana para viver no coração da �oresta em uma comunidade ribeirinha. A escolha vai gerando alguns con�itos, mas ao �nal sua pesquisa leva a uma grande descoberta.

Marabá bate recorde histórico com royaltiesO município de Marabá recebeu no dia 7 de setembro, por meio da conta corrente da prefeitura, R$ 4.527.327,95 em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), referente à extração de minérios do mês de julho. O montante é o maior já recolhido por Marabá desde que a Cfem começou a ser paga no Brasil por força de lei. No município, os maiores pagadores de royalties são a multinacional Vale, que explora cobre em concentrado via projeto Salobo, e a empresa Buritirama, que extrai manganês em projeto que leva o nome da mineradora.

UFPA vai ofertar curso inédito de Engenharia

Em 2016, a Universidade Federal do Pará (UFPA) oferecerá à comunidade pela primeira vez o curso de Enge-nharia de Bioprocessos. A graduação será lotada em Belém, com 40 vagas matutinas, com início programado para o segundo semestre. O curso visa for-mar pro�ssionais capazes de planejar, desenvolver, gerenciar e monitorar os processos biotecnológicos com base no aproveitamento dos recursos naturais, bem como analisar e projetar instala-ções industriais, linhas de produção e equipamentos, e avaliar a viabilidade técnico-econômica para a implantação e o desenvolvimento de novos empre-endimentos e produtos nessa área.

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Anúncio Premac CREA2 - Junho fechado

terça-feira, 18 de junho de 2013 14:50:56

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terça-feira, 18 de junho de 2013 14:50:56

Revista

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Caixa abre licitação para serviços de engenharia

Seminário marcou comemoração do Dia da Amazônia

O Dia da Amazônia, criado para chamar a atenção das pessoas à impor-tância dessa reserva natural de interesse mundial, bem comum a todos que vivem nesse planeta, e a recente publicação da Carta Encíclica do Papa Francisco deno-minada Laudato Si (Cuidando da Casa Comum), onde expressa a preocupação com as mudanças climáticas da Terra, motivaram a organização do Seminário ‘Amazônia Sustentável’, ocorrido no dia 4 de setembro, no auditório David Mufarrej, da Universidade da Amazônia (Unama).

A comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),

com apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semas), da Escola Superior de Advocacia, da Unama e do Conselho Regional de Engenharia (Crea), promoveu o evento dedicado ao Dia da Amazônia, comemorado dia 5 de setembro.

O seminário tomou como base a Carta

Encíclica, que expressa os graves efeitos do clima sobre os seres vivos, especial-mente nas pessoas menos favorecidas. Para ouvir a voz da igreja local foi convi-dado como palestrante o Padre Idamor da Mota Junior, Reitor do Centro Cultural de Formação Cristã e representante do Arce-bispo de Belém, Dom Alberto Taveira.

A Seção de Suprimentos e Patrimô-nio (SSP) do CREA-PA está recebendo propostas comerciais de prestação de serviços técnicos pro�ssionais para a elaboração de projetos executivos para a reestruturação do prédio-sede do Conselho em Belém. Os serviços incluem Projeto Elétrico, Lógico, Telefônico, SPDA (Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas) e CFTV (Circuito Fechado de TV, projeto Estrutural, com troca de piso, pintura e tratamento contra in�ltra-ção, mofo, e a�ns, das paredes internas e externas, revisão e reforma do telhado (estrutura, telhas, calhas, rufos, con-dutores, tubos e conexões), retirada de in�ltrações, tratamentos especializados e a�ns, retirada de parede com o devido laudo estrutural, construção e reformas

CREA PARÁ cota proposta comercial para reestruturação do prédio sede

de WC’s, adaptados para PNE, acessibi-lidade ao prédio, dentre outros serviços a�ns e necessários. A proposta deverá ser elaborada em papel timbrado da empresa e encaminhada ao CREA-PA para o e-mail [email protected] e deverá conter as seguintes informações: identi�ca-ção da empresa, n° do CNPJ, validade da proposta, pra-zo de garantia dos serviços e condições de pagamento. Mais informa-ções no portal www.creapa.com.br.

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Autoridades que participaram do seminário Amazônia Sustentável

A Caixa publicou o Edital do Pregão Eletrônico Nº. 070/7050-2015. O objeto é a contratação de empresa para a prestação de servi-ços comuns de engenharia, visando adequação de imóvel destinado à instalação da Agência CAMETÁ/PA, no Município de Cametá, pelo prazo de 12 (doze) meses. O edital está disponível no endereço eletrô-nico caixa.gov.br/portal de compras / pregão eletrônico.

VI Corrida do Engenheiro foi sucessoCom grande participação de engenheiros e simpatizantes das corridas, o Clube de

Engenharia do Pará promoveu em setembro a VI Corrida do Engenheiro, com o apoio da Mútua-PA, do Crea-PA, entre outras instituições. As edições anteriores do circuito foram realizadas dentro do Parque do Utinga, mas devido a obras de revitalização do espaço, este ano a corrida aconteceu Avenida João Paulo II, em percurso com 7,7 quilômetros.

O presidente do Clube de Engenharia do Pará, que também é diretor administra-tivo da Mútua-PA, eng. eletric. Gilmário da Silva Drago, agradeceu a participação de todos e parabenizou os atletas pelo esforço e empenho. “Esta é uma corrida que prio-riza o congraçamento dos participantes na prática de esporte e integra os estudantes e pro�ssionais da Engenharia com a sociedade”, destacou.

informações: identi�ca-ção da empresa, n° do CNPJ, validade

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Belém sedia 3ª Reunião Ordinária da Coordena-doria de Câmaras Especializadas de Agronomia

Pelo menos quarenta pes-soas, representantes de Câma-ras Especializadas e Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia de todos os esta-dos brasileiros, participaram da abertura da 3ª Reunião Ordinária da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Agronomia (CCEAGRO).

Pela primeira vez sediado em Belém, o evento teve como objetivo padronizar opiniões e discutir suges-tões para aprimorar a �scalização da agronomia realizada no país, levando em consideração as especi�cações e di�culdades de cada região. “Deba-ter sobre a �scalização é importante, porque é uma forma de garantir a defesa da sociedade, ou seja, de dar segurança alimentar e acesso a pro-dutos saudáveis, sem contaminantes”, explicou Kléber Santos, coordenador nacional das Câmaras Especializadas

em Agronomia. “Além de abordarmos as questões nacionais, trazer ao Pará o encontro abre espaço para que a Ama-zônia esteja em debate. Nosso sistema é muito heterogêneo”, complementou.

As propostas aprovadas duran-te o encontro estão sendo levadas ao Plenário do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia - CONFEA, para que surjam atos normativos, que orientem sobre a forma que cada uma das Câmaras deve se posicionar com relação à atividade �scal, considerando as di�culdades que existem na �scali-zação e no exercício pro�ssional.

A delegação do Conselho Regio-nal de Engenharia e Agronomia do Pará (Crea-PA) esteve presente na 72ª Semana O�cial da Engenharia e Agro-nomia (Soea), em Fortaleza/CE. Todos os anos, a Soea é uma oportunidade de trocar experiências, manter contato com pro�ssionais de todo o País e debater temas relevantes relativos às pro�ssões da área. “A participação de nossos conselheiros, diretores e inspe-tores é de fundamental importância, pois trata-se do maior evento da en-genharia brasileira, com apresentação das grandes novidades da área tecnoló-gica”, ressalta o presidente do Crea-Pa, Eng. Agr. Elias da Silva Lima.

Crea-PA marcou presença na 72ª Soea

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ENTREVISTA

César MeiraDiretor Geral do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano

César Brasil Meira é formado em Arquitetura pela UFPA. Atuou como se-cretário de obras públicas do Pará entre março de 2001 e abril de 2002. Foi diretor geral da Secretaria Municipal de Habitação de Belém e diretor de

Patrimônio da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metro-politana de Belém (Codem), no biênio 2005/2006. Desde dezembro de 2011 é Di-retor Geral do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), órgão responsável pela implantação do sistema Bus Rapid Transit (BRT) na Re-gião Metropolitana de Belém, que pretende interligar Belém-Ananindeua-Mari-tuba. Mas o BRT Metropolitano depende ainda da autorização de uso ao Estado

da BR-316 pelo Ministério dos Transportes, entretanto tem previsão de estar implantado no segundo semestre de 2017. Em entrevista exclu-

siva à Revista CREA-PA, César Meira fala sobre o processo de planejamento, a política e a engenharia por trás desse projeto.

Há quanto tempo o BRT Metropolitano está sendo projetado?No �nal de 2013 iniciamos um processo licitatório inter-nacional para a elaboração do projeto executivo e execu-ção do gerenciamento da obra do BRT Metropolitano. Em fevereiro de 2014 foi assinado o contrato com o Consórcio Troncal, vencedor do certame. Esse consórcio é constituí-do por quatro empresas, duas brasileiras e duas japonesas.

ELIELTON AMADOR

de Transporte Metropolitano

César Brasil Meira é formado em Arquitetura pela UFPA. Atuou como secretário de obras públicas do Pará entre março de 2001 e abril de 2002. Foi diretor geral da Secretaria Municipal de Habitação de Belém e diretor de

Patrimônio da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem), no biênio 2005/2006. Desde dezembro de 2011 é Diretor Geral do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), órgão responsável pela implantação do sistema Bus Rapid Transit (BRT) na Região Metropolitana de Belém, que pretende interligar Belém-Ananindeua-Marituba. Mas o BRT Metropolitano depende ainda da autorização de uso ao Estado

da BR-316 pelo Ministério dos Transportes, entretanto tem previsão de estar implantado no segundo semestre de 2017. Em entrevista exclu

siva à Revista CREA-PA, César Meira fala sobre o processo de planejamento, a política e a engenharia por trás desse projeto.

ELIELTON AMADOR

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Então, desde 2014 esse consórcio está traba-lhando nessa etapa metropolitana do BRT?Sim, desde então está sendo desenvolvido o projeto executivo do BRT Metropolitano.

Mas o histórico do BRT tem mais tempo, não é mesmo? Desde quando vem essa trajetória de planejamento do transporte público urbano em Belém?O histórico do BRT tem mais de 20 anos, quando a JICA – a Agência de Coope-ração Internacional do Japão – começou a trabalhar com os técnicos do Governo do Estado no planejamento da mobili-dade urbana na RMB. Os estudos avan-çaram e em setembro de 2012 fomos ao Japão, acompanhando o Governador Si-mão Jatene, para a assinatura do contrato de �nanciamento. Então, a contribuição da agência japonesa nesse processo é muito relevante porque a JICA é parceira técnica e �nanceira. Consideramos que essa relação extrapola a esfera comercial.

Esse projeto prevê o uso dos 11 primeiros quilômetros da BR-316...

Sim. Para ser mais exato, a etapa que será licitada agora tem 10,7 quilômetros de extensão. Mas já começamos a trabalhar no projeto do seu prolongamento, de mais cinco quilômetros.

E como é que está essa questão da cessão de uso desse trecho da rodovia, já que ela é uma rodovia de administração federal?Estamos aguardando que o Ministério dos Transportes autorize o Governo do Pará a realizar essa obra, através de um Termo de Cessão de Uso. Solicitamos a cessão dos primeiros 16 quilômetros, porque nessa primeira etapa vamos fazer 11 quilôme-tros, mas já estamos realizando os estudos para os próximos cinco. Então, pedimos ao Governo Federal esse trecho, que vai do entroncamento até a estrada para Ben-�ca. No dia 8 de junho, o governador Ja-tene solicitou ao ministro, em audiência, a cessão de uso, �cando de�nido o prazo de um mês para a conclusão desse proces-so. Porém o prazo expirou e o governador reiterou o pedido, em Manaus, durante reunião dos governadores da Amazônia.

Recentemente, há uns 15 dias atrás, uma comissão de deputados estaduais esteve em audiência com o ministro para tentar agilizar esse processo, quando o ministro informou que encaminharia um ofício ao Governo do Estado com alguns ques-tionamentos. Desde então, estamos no aguardo deste documento, já que para lançarmos a licitação da obra é necessário esse termo de cessão por se tratar de uma rodovia federal.

Talvez a reforma ministerial e a crise polí-tica tenham travado alguns processos no Governo Federal?Pois é. Todos esses problemas econômi-cos e políticos podem estar re�etindo nessa demora. Mas acreditamos que es-tamos caminhando para um �nal feliz. Até porque não vemos motivos para que o Governo Federal não conceda esse termo, pois com a cessão o Governo do Estado será responsável por toda a ma-nutenção da via, enquanto a �scalização continuará com a Polícia Rodoviária Fe-deral. Para o Governo Federal é um acor-

Revista

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O BRT Metropolitano sai do entroncamento até o Km 16 da BR. Serão três pistas de rolamento em cada via, mais duas pistas do BRT, além de ciclovias e calçamento

do interessante.

Vamos falar um pouco em relação a esse conceito de BRT Metropolitano. O que ele vai trazer de novo para o transporte público de Belém e da RMB?O BRT Metropolitano, como o próprio nome diz, vai integrar a Região Metropo-litana de Belém. Primeiramente, Belém, Ananindeua e Marituba, através de um sistema de transporte rápido, seguro, e�-ciente e que vai realmente diminuir esse sofrimento da população. As pessoas que moram nesses municípios e vêm trabalhar no centro de Belém perdem até quatro horas dentro do transporte coletivo, sem condições de segurança e higiene. Isso re-presenta 24 horas semanalmente, ou seja, um dia por semana dentro do transporte coletivo. Esse sistema do BRT Metropo-litano vai trazer mais qualidade de vida para a população, pois reduzirá em cerca de 50% o tempo de viagem. Com o novo sistema, a população contará com um transporte limpo, seguro, de qualidade, com horários precisos de chegada e saída.

Como vai ser essa integração? Haverá ape-nas uma linha?Na verdade, teremos duas linhas, a ex-pressa e a paradora. A linha expressa vai parar apenas nos terminais e nas estações diferenciadas. A paradora, nos terminais e em todas as estações. Desta forma, a linha expressa que sairá do terminal de Marituba irá parar no terminal de Ana-nindeua, na estação Tavares Bastos, logo após o Entroncamento, e na Estação São Brás. Em seguida fará o circuito interno, indo até o centro da cidade. Por sua vez a linha paradora retorna de São Braz. As-sim, quem sai de Marituba ou de Ana-nindeua e tem como destino Belém uti-lizará a linha expressa e fará uma viagem muito mais rápida.

Existe algum desafio de engenharia nesse trajeto? Porque é um trajeto longo e a gen-te houve falar em adutoras e outras coisas. Haverá desapropriações?Essa obra não tem nenhum grande de-sa�o de engenharia, mas vai mudar a cara da BR-316. Não será simplesmente a construção de uma via para o BRT. Va-mos fazer uma nova avenida. Serão duas pistas com quatro faixas por sentido, sen-

do uma exclusiva para o BRT. O projeto contempla ainda nova iluminação de led, drenagem, pavimentação, paisagismo, calçadas arborizadas e ciclovias bidire-cionais nas duas extremidades. Teremos ainda um novo elevado de quatro pétalas em Ananindeua, além dos terminais de Ananindeua e Marituba, que serão dota-dos de túneis para que o acesso do BRT aos mesmos seja efetuado sem a necessi-dade de paralização do tráfego a via.

Esses túneis vão exigir desapropriações? A obra certamente vai gerar algum transtorno...Haverá algumas desapropriações pon-tuais, mas nada muito relevante. O problema maior será a logística para executar essa obra. A gente sabe que a BR-316, nesse trecho, não é mais uma Rodovia, É uma via urbana com intenso volume de tráfego, em todas as horas. E, obviamente, esse tipo de interven-ção gera transtornos à população. Isso acontece em toda grande cidade, em toda Região Metropolitana, a exemplo do que está acontecendo atualmente no Rio de Janeiro por conta das obras de mobilidade urbana em execução. Na verdade, o Brasil demorou muito a encarar esse problema de frente. Mas o que for preciso fazer para amenizar esse impacto para a população será feito.

Por que é outra engenharia, não é? Uma en-genharia de tráfego no meio da obra...Isso tudo foi estudado pelos técnicos do consórcio, responsáveis pela elaboração do projeto executivo. E também será estudado em conjunto com a empresa que vencer a licitação para a execução da obra, que poderá trazer novas soluções.

O futuro do porto de

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O futuro do porto de

LUCIANA CAVALCANTE

Vila do CondeSetor produtivo teme prejuízo

com exportações, após naufrágio do navio Haidar

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A lém da tragédia ambiental, que prejudicou centenas de famílias de Vila do Conde

e de ilhas do entorno de Barcarena, no dia 6 de outubro, o naufrágio da embarcação libanesa Haidar, que des-pejou quase cinco mil bois mortos e que ainda tem cerca de 700 mil litros de óleo submersos dentro do navio, também ameaça as importações e ex-portações paraenses. Com uma série de medidas judiciais a todo momen-to, criando um clima de instabilidade, inclusive pedindo o fechamento do porto, o setor produtivo acompanha o caso com preocupação. O Ministé-rio da Agricultura acredita que o fato pode refletir negativamente em mer-cados como europeu, resultando na rejeição à carne brasileira de forma generalizada.

Dados do Centro Internacional de Negócio do Sistema FIEPA (Federa-ção das Indústrias do Pará), sobre os embarques em Vila do Conde mos-tram que, de janeiro a setembro des-te ano, o volume de exportações so-mente neste porto representou U$ 2.6 bilhões e o das importações ficou em U$ 51 mil. O porto da CDP de Vila do Conde embarca quase toda produ-ção do estado, sendo principalmente minerais, como alumina, alumínio, bauxita, caulim, além de bovinos, ma-deira, dendê, entre outros produtos. Na avaliação do setor produtivo, uma medida como o fechamento do porto, seja por quanto tempo for, pode tra-zer prejuízos incontáveis. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) também apontam que 35% dos

produtos exportados paraenses saem de Vila do Conde e 55% dos importa-dos aportam lá.

Diante do cenário de instabilida-de que se criou, várias autoridades e representantes do setor criticaram a forma como a situação foi condu-zida inicialmente. “As autoridades demoraram muito a se manifestar e quando o fizeram se preocuparam mais em punir, ameaçando com mul-ta e fechamento do porto. Numa hora dessas é preciso resolver o problema e depois buscar os culpados. Deveria haver ainda um plano de contingência para que, caso ocorresse uma situação como essa, já saberiam como agir”, afirma o vice-presidente da Fiepa, José Maria Mendonça.

Apesar do susto inicial, Mendonça explica que a Federação esteve con-versando com a CDP e que até o mo-

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mento não houve prejuízo à atividade de importação e exportação no porto. “Recebemos informação de que eles estão trabalhando ao máximo para compensar a perda desse espaço onde houve o acidente. Por hora o embar-que de boi está sendo feito por Itaqui, no Maranhão”, informou.

Entretanto, a tragédia também pode afetar a comercialização da car-ne brasileira como um todo, na ava-liação da integrante da Comissão de Bem-estar Animal do Ministério da Agricultura, Katherine Fragoso. Ela explica que, mesmo o Estado não ex-portando diretamente para a União Europeia, o caso ainda assim pode re-percutir negativamente para a carne brasileira. “Esse mercado pode gene-ralizar e entender que o Brasil não está se preocupando com o bem-estar ani-mal na criação e transporte desse gado e isso pode reduzir a demanda pela carne brasileira na Europa. Lá se não for comprovado que o gado foi bem tratado, teve um abate humanitário, a

própria população não aceita o produ-to”, ressalta.

Segundo explica a representante do Ministério da Agricultura, o mercado europeu é muito rígido quanto aos pro-cedimentos de criação e abate do gado, que devem seguir rígidos padrões, le-vando em consideração o bem-estar animal. O controle é tão grande que até os rótulos das embalagens rastreiam todo esse processo e trazem informa-ções muito detalhadas ao consumidor, desde a criação até o abate do gado. “Eles conseguem rastrear quase todas as informações. É um mercado muito exi-gente e muito voltado para o bem-estar animal”, a�rma.

Em nota em seu site, a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Fa-epa) ressaltou que a atividade expor-tadora do boi vivo está presente no mundo inteiro e é praticada há sécu-los. Reforçou que ela foi intensificada há alguns anos no Pará em razão da excelente qualidade do rebanho e do excedente de produção.

O texto diz ainda que a exportação é das atividades mais fiscalizadas do setor agropecuário, recebendo fiscali-zação do Ministério da Agricultura e da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará). Defendeu que os animais são ‘quarentenados’ em Estabelecimentos de Pré-Embarque que possuem Termo de Ajuste de Con-duta (TAC) com o Ministério Público Federal, o que comprova que nenhum animal exportado provém de área de desmatamento ilegal ou de proprie-dade embargada pelo Ibama. E que, neste sentido, os animais exportados atendem os melhores padrões por exi-gência de acordos internacionais.

A Faepa também reforçou que as proporções do desastre ainda não po-dem ser mensuradas com exatidão, mas espera que medidas cabíveis se-jam tomadas para que não haja preju-ízo a atividade exportadora, geradora de divisas e de fundamental importân-cia para o desenvolvimento econômi-co do Estado.

1,7 mil toneladas transportadas/mês

20 milhõesde toneladas/ano

De janeiro a setembro de 2015

Volume de exportações

U$ 2.6 bilhõesVolume de importações

U$ 51 mil

OS NÚMEROS DE VILA DO CONDE

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Grandes obras de infraestrutura e logística, como o Complexo Portuário de Miritituba e a Hidrelétrica de Belo Monte, são importantes para o País, mas estão na mira de

órgãos federais e estaduais. Entenda por quê.

INFRAESTRUTURA

ELIELTON AMADOR

O dilema do desenvolvimento

da Amazônia

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Porto de Miritituba, em Itaituba

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Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Estado (MPE) enviaram à

Secretária de Estado de Meio Ambien-te e Sustentabilidade (Semas), no dia 17 de setembro, uma recomendação: “que se abstenha de conceder licenças prévias, de instalação e operação às empresas e/ou consórcios de empre-sas que atuam ou pretendem atuar nas atividades dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo e Terminais de Grãos no distrito de Miritituba”.

Os promotores que assinam a reco-mendação – a saber, Daliana Monique Viana, Ione Nakamura, João Batista Cavaleiro de Macedo Jr., Lilian Regina Braga e Pedro Brasil, além da procu-radora da República, Janaína Andrade – querem que as empresas apresentem dois documentos exigidos pela legisla-ção ambiental. Tratam-se da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) e a Ava-liação Ambiental Integrada (AAI), que, de acordo com os promotores, são docu-mentos necessários para uma avaliação ampla dos impactos de vários empreen-dimentos em uma mesma região.

Quando um território – como a Amazônia, que tem uma grande exten-são de áreas protegidas e um ecossiste-ma complexo – sedia empreendimentos de grande porte, a relação de interde-pendência entre as populações de seus microterritórios e o ecossistema pode sofrer impactos também complexos a curto, médio e longo prazos. Con�itos sociais, contaminação de mananciais, movimentação de grandes massas po-pulacionais e consequente dé�cit de serviços de saúde, educação e sanea-mento são alguns deles.

Nesses casos, afirmam os promo-tores e a procuradora da República, a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) não é suficiente para conceder licenças prévias, pois é um documento que tra-ta especificamente dos impactos de um único empreendimento. O histórico de impactos sobre a Amazônia provoca-dos pelos chamados “grandes projetos” e recentes acidentes de grandes pro-porções, como o ocorrido no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, quando quase 5 mil bois vivos naufragaram, poluindo o rio e trazendo enorme pre-

juízo à população, parecem ser o sufi-ciente para ter cautela.

Mas alguns gestores e empresários não veem da mesma forma. O Governo do Estado, por exemplo, elaborou um pacote de medidas que visa aumentar a produtividade do estado para tentar con-ter o desemprego agravado pela recessão econômica. Entre elas, está a promes-sa de celeridade em licenças prévias de empreendimentos, como o complexo de portos de Miritituba, em Itaituba. Até o momento do fechamento desta edição, porém, já se passavam alguns dias do prazo dado pelo MPF/MPE para obter resposta e a Semas ainda não havia se manifestado a respeito.

A Revista CREA-PA também ou-viu a Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), que, juntamente com a ques-tão de Miritituba, comentou a suspen-são da operação da hidrelétrica de Belo Monte por parte do Instituto Brasilei-ro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão alega falta de contrapartidas sociais e ambientais previstas no projeto e nas condicionantes exigidas.

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AS Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu

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Para o vice-presidente da Fiepa, José Maria da Costa Mendonça, que também é presidente do Centro das Indústrias do Pará (CIP) e do Conse-lho Temático de Infraestrutura da Fie-pa, a rota de escoamento dos grãos do Centro-Oeste brasileiro para o exterior pela Amazônia, que inclui o comple-xo de Miritituba, é uma oportunidade de desenvolvimento para a região. “A insegurança jurídica causa prejuízos, desalentos e desistências, impactando negativamente no desenvolvimento econômico da sociedade amazônica”, a�rmou, depois de explicar as vanta-gens competitivas da região, que ne-cessita de obras de infraestrutura para se a�rmar nessa área.

Sobre a possibilidade de suspen-são de licenças e consequente embar-go das obras, Mendonça fez a seguinte declaração: “O Sistema Fiepa conside-ra que, sob a ótica de proteger poucos, se leva o prejuízo a muitos. Desconhe-cemos o capítulo da Constituição que dá prerrogativa de se proteger somen-te as minorias, esquecendo a maioria e o futuro da sociedade verdadeira-mente amazônica.”

Na ótica pelo crescimento eco-nômico dos empresários locais, não é concebido que obras de tal magnitu-de para a economia do País tenham entraves jurídicos. “O prejuízo é de toda a sociedade brasileira, pois con-tinuaremos, enquanto permanecem os embates, a produzir energia através

das termoelétricas a óleo com um cus-to maior, lançando dióxido de carbono na atmosfera. Estas são as contradições motivadas pelos constantes embargos e paralisações”, diz Mendonça.

Por outro lado, as questões am-bientais e a própria sustentabilidade – conceito que consiste em preservar os recursos para as gerações futuras – são pautas relevantes, reconhecidas por segmentos importantes da sociedade nacional e internacional. Na alentada recomendação de 10 páginas enviada à Semas, os promotores fazem nada menos que 31 considerações, citando a Constituição Federal, leis especí�cas, resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e tratados internacionais de sustentabilidade.

De acordo com Janaína Andrade, uma das autoras da peça, da Procura-doria de Itaituba, cada empresa fez seu

próprio levantamento de impacto am-biental, mas os empreendedores não consideraram o conjunto de obras. “Cada empresa que terá estação de transbordo (são 14, salvo engano) fez o seu estudo separadamente, como se não fosse um só complexo. Não �zeram o estudo considerando que estão todos no mesmo espaço territorial. Os danos ambiental e social não podem ser anali-sados isoladamente”, diz a procuradora.

O MPF considera que os empreen-dimentos se interligam e que um afeta-rá o outro, como a todas as populações das áreas. “Os empreendimentos têm Estudos de Impactos Ambientais (EIA) isolados. Cada empresa fez o seu. En-tão, a falta de visão integrada do projeto (construção de estações de transbordo, hidrelétricas, hidrovias, etc) é o foco do Ministério Público”, informou a assesso-ria de comunicação do órgão.

Rod. PA 150 (Alça Viária), Km 2,5 s/nº - Marituba-PA Fone (91) 3184-8559 - E-mail: [email protected]

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ESPECIAL

Transporte hidroviário

pode desafogar trânsito na RMBEngenheiro vislumbra a integração do transporte

Metropolitano de Belém por meio da malha hidroviária do seu entorno e dos limites do município de Ananindeua

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Muito já se falou sobre o poten-cial para o transporte hidrovi-ário de passageiros em Belém.

Cercada pela Baía do Guajará e pelo Rio Guamá, a cidade já foi cortada por vários pequenos rios, furos e igarapés, que hoje, com o processo de urbani-zação, foram aterrados e/ou transfor-mados em canais de esgoto. Mas, nos limites do município vizinho de Ana-nindeua, que mantém grande tráfego de passageiros com a capital, existe ain-da um rio navegável, o Maguari.

Para o engenheiro agrônomo Eve-raldo de Vasconcelos Martins, com mais de 40 anos de experiência na Ama-zônia e um Mestrado em Planejamento e Desenvolvimento pela UFPA/NAEA, o Maguari pode ser um ponto de refe-rência para o transporte �uvial entre os limites de Ananindeua e os bairros centrais de Belém. “Com o uso de ino-vações tecnológicas e de um plano in-termodal, acredito ser possível reduzir de 20% a 30% o congestionamento que se forma entre os dois municípios nos horários de pico”, a�rma.

Martins compõe a equipe técnica da coordenação de elaboração e avalia-ção de planos de desenvolvimento da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Ele formulou o projeto de integração por meio do transporte hidroviário na Região Metro-politana de Belém há dois anos. Desde então, vem tentando apresentá-lo à Pre-feitura Municipal de Belém, entretanto ainda não obteve sucesso.

No ano passado, Everaldo Mar-tins chegou ao vereador Luiz Pereira, presidente da Comissão de Transpor-

tes da Câmara Municipal, e entregou a ele o projeto para análise. Mas até ago-ra não obteve resposta. Para ele, seria um grande presente para os 400 anos de Belém se o transporte intermodal e hidroviário fosse implantado na cida-de. “Não sei por que motivo os gestores ainda não acordaram para essa questão. É claro que o lobby das empresas rodo-viárias é muito grande, envolve vários setores, da manutenção ao combustível. Então, é difícil, mas é preciso pensar na cidade e nos cidadãos que enfren-tam esses engarrafamentos diariamen-te. Além do mais, a vocação �uvial de Belém pode ser uma atração turística a parte”, defende o engenheiro.

A proposta de Martins, que é uma iniciativa pessoal já apresentada à Su-dam, precisa ser abraçada por um ór-gão de competência municipal. Ela pre-vê ainda uma série de ações que devem ser executadas para con�gurar o proje-to �nal, entre elas, estudos de impacto ambiental, viabilidade econômica e técnica. Sem dúvida, trata-se de um es-

forço considerável, mas o investimento é válido em se tratando de uma cida-de histórica, localizada na foz do Rio Amazonas, na região mais vislumbrada do planeta, onde habitam mais de 2 mi-lhões de pessoas.

Em defesa de sua proposta, Mar-tins lembra que em 2009 foi criada uma frente parlamentar de navegação �uvial da Amazônia. “Numa região de econo-mia em desenvolvimento, que carece de políticas públicas essenciais, é impres-cindível o papel do estado brasileiro para dar suporte e alavancar todos os aspectos do desenvolvimento regional, seja com recursos públicos subsidia-dos, seja com formação e capacitação, seja com ações e�cazes de �scalização e controle. Tenho certeza que esta frente será um núcleo importante para deba-termos a navegação �uvial na Amazô-nia”, discursou a deputada amapaense Janete Capiberibe, à época.

O projeto “Transporte Hidroviário de Passageiros na Área Metropolitana de Belém – Diagnóstico, Possibilida-

O Amphibus, muito utilizado na Europa, poderia fazer o transporte nos rios e no asfalto

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A grandeza de Belém

Belém tem uma área de 1.064,918

Km², e uma densidade de 1.351,8 habitantes/Km², sendo a 13ª maior capital no Brasil em área territorial. Trinta e nove ilhas fazem parte de seu território, com destaque para a ilha de Mosqueiro, com 211,7923 km² - a mais extensa - e as ilhas de Caratateua (31,4491 km²), Cotijuba (15,8071 km²) e Combu (14,9360 km²). To-das as ilhas do município possuem, juntas, um total de 329,9361 km². Li-mita-se com os municípios de Ana-nindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará e Barcarena, além das baías do Marajó e Guajará.

Criada por lei complementar federal em 1973, alterada em 1995, 2010 e em 2011, a Região Metro-politana de Belém (RMB), com 2.381.661 habitantes (IBGE/2014), compreende os municípios de Ana-nindeua, Belém, Benevides, Mari-tuba, Santa Bárbara do Pará, Santa Isabel do Pará e Castanhal. Devido ao intenso processo de urbanização, hoje a RMB é um dos maiores aglo-merados urbanos da Região Norte. É a 177ª maior área metropolitana do mundo e 12ª do Brasil.

ROTASaindo do rio Ma-guari, nos limites de Ananindeua, Mar-tins acredita poder integrar quase toda a região com pontos de embarque e desem-barque e integração modal, com pontos de mototáxis, ciclo-vias, ônibus modula-dos até o BRT. “Tudo é uma questão de engenharia. Em cerca de uma hora e meia é possível circundar toda a Belém, saindo do Maguari (veja mapa), cobrindo vá-rios pontos de acesso aos bairros”, conclui.

des, Limites e Principais Tendências” é uma iniciativa que merece atenção. No momento em que se fala em crise eco-nômica e que uma crise política abala as estruturas institucionais do País, é preciso ter força política na região para que o nosso desenvolvimento não fi-que, mais uma vez, à margem de outros interesses nacionais.

Uma das alternativas apontadas pelo engenheiro seria a importação de tecno-

logia europeia, como o Amphibus, um veículo usado para transporte terrestre e hidroviário em cidades como Budapeste, que, assim como Belém, é cercada de rios navegáveis. “É preciso estar antenado com as tecnologias do mundo globaliza-do. Nossos políticos não podem fechar os olhos para as alternativas de inovação que se apresentam. Poderíamos chamar a empresa a fazer orçamentos e planeja-mentos”, explica o engenheiro.

AGENDAAGENDA

Belém vai completar 400 anos com uma avaliação negativa em seus pa-drões de acessibilidade. A opinião

é compartilhada por pro�ssionais de enge-nharia, arquitetura e urbanismo, como Aíla Seguin, que tem mestrado em acessibilidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e por militantes dos direitos dos de�cientes, como Jordeci Santa Brígida, as-sistente social da Associação Paraense das Pessoas com De�ciência (APPD), ele mes-mo de�ciente visual.

Para uma capital com quase 2 milhões de habitantes e uma estimativa de quase 300 mil de�cientes, de acordo com análises da APPD sobre números do IBGE, Belém está muito aquém do que poderia ter avançado nas últimas décadas no tema. Para Santa Brígida, esse é um dilema que envolve ques-tões técnicas e políticas, e o cerne da questão estaria, segundo ele, na falta de participação popular nas decisões sobre a cidade.

“Sempre existem questões técnicas e questões políticas. Toda decisão de gestão in-clui essas duas dimensões. Mas a gente sabe que a questão política sempre fala mais alto.

400 ANOS

Falta um plano de emergência para tornar as ruas da cidade acessíveis aos portadores de necessidades especiais e idosos

ELIELTON AMADOR

Belém tem acessibilidade abaixo da média

A decisão de fazer, de como fazer e de onde fazer não pode depender exclusivamente do prefeito, tem que ser debatida com quem faz parte da comunidade afetada por suas deci-sões”, argumenta Santa Brígida.

As primeiras decisões e leis que garan-tem os critérios de acessibilidade urbana de pessoas com de�ciência datam dos anos 1990. De lá para cá, pouco se fez nessa área em Belém segundo a arquiteta e mestre em

acessibilidade Aíla Seguim. “Algumas inicia-tivas foram feitas no governo de Duciomar Costa, mas aquelas iniciativas estavam tecni-camente incorretas. Havia muitas irregulari-dades. Colocaram pisos tácteis, por exemplo, de qualquer jeito, sem ter um acompanha-mento de técnicos especializados”, explica.

Jordeci, da APPD, vai além. Diz que houve iniciativas também no governo do então prefeito Edmilson Rodrigues, mas elas

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não foram para frente. “Na Avenida Gover-nador José Malcher, na Calçada Cidadã im-plantada por Duciomar Costa, tem um piso táctil que começa em um poste e termina em um bueiro”, conta o de�ciente visual, que ao longo dos anos desenvolveu grande autono-mia em sua mobilidade.

Em alguns aspectos a acessibilidade foi implantada em Belém. Em alguns prédios e escolas, mas a questão é que o de�ciente pre-cisa chegar até o local, e para isso ele precisa usar o transporte público e andar pelas vias públicas, onde, na maioria dos casos, não existe acessibilidade. “Não adianta nada você ter prédios acessíveis e não ter ruas. Como o de�ciente vai chegar até lá?”, pergunta Aíla. Por sua vez, Jordeci diz que em muitos pré-dios, principalmente em bancos, nem isso existe.

Na gestão do prefeito Zenaldo Couti-nho, cujo slogan é “fazendo do jeito certo”, numa clara alusão aos erros de seu anteces-sor, ao menos na questão da acessibilidade o “certo” ainda não é uma referência. Isso por-que a Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) não tem um plano de acessibilidade e lhe faltam parâmetros.

De acordo com o engenheiro Francis-co Damião, diretor de obras civis da Seurb, o Ministério Público solicitou à Secretaria uma cartilha de orientação para as pessoas

construírem suas calçadas seguindo padrões de acessibilidade. Mas ele explica que “não há uma norma padrão. Estamos realizando um estudo com projetos de outras capitais e cidades para desenvolver essa cartilha, que deve estar pronta em cerca de dois meses”, a�rmou.

Para ele, o problema é que as pessoas não pensam nas outras e estão cada vez mais “egoístas”, apenas preocupadas com as suas calçadas, com suas fachadas e a própria vida, sem se importarem com a coletividade. Mas Jordeci e Aíla ressaltaram em suas entrevis-tas que ainda que a falta de alteridade seja uma constante no mundo contemporâneo, o poder público tem um papel de orientação e planejamento do qual não pode se eximir. “Sim, estamos em uma situação de falta de preocupação com o outro e com o futuro. A ciência está evoluindo, a qualidade de vida aumentando e a população vai �car cada vez mais idosa. E como nós vamos nos localizar na cidade”, pondera Aíla Seguim.

Damião disse que a falta de um código de postura atualizado é uma das di�culdades de planejar a cidade. “O Código de Postura da Cidade é de 1977 e houve alguns decretos reguladores na década de 1990. Então, são cerca de 30 anos de regulação. Falta muito ainda, mas eu posso dizer que já foi bem pior”, tenta justi�car o técnico da Seurb.

Já a arquiteta Aíla, uma verdadeira mi-litante da causa da acessibilidade em Belém, discorda. Para ela, a Seurb desconhece a nor-

ma técnica. Ela lembra que a Norma Brasi-leira de Acessibilidade a Edi�cações, Mobi-liário, Espaços e Equipamentos Urbanos está em sua terceira edição e a última entrou em vigor no último dia 11 de outubro. “Dizer que não há padrão ou regulação de norma mostra o nível em que estamos em Belém. Já existem arquitetos que trabalham com isso, mas quase nenhum em Belém. Outro pro-blema é a execução das obras. Não adianta o arquiteto/engenheiro planejar se não houver �scalização das obras”, frisou ela.

Jordeci Santa Brígida é taxativo. Para ele, a nota de Belém para acessibilidade é zero. “Sustento o que digo. Apesar de existirem problemas históricos, como uma Cidade Velha (bairro mais antigo) que é tombada e com vários problemas, existem exemplos em cidades como Uberlândia e Curitiba onde os projetos demonstram que pode haver muito mais boa vontade e qualidade técnica do que está sendo empregado em Belém. É como eu disse, as decisões políticas superam as deci-sões técnicas e acabam por comprometer a gestão pública”, disse ele.

De acordo com a Seurb foram implan-tados 28 mil m² de calçadas com acessibili-dade (sejam rampas ou piso táctil) esse ano na cidade e novas atas de serviços vão ser li-citadas ano que vem. Francisco Damião dis-se que a decisão de onde implantar as calça-das vem do gabinete do prefeito. Ele também mostrou o padrão modelo desenvolvido pela Seurb para as vias públicas, mas admite que esse modelo já terá que ser alterado, pois o tipo de piso causa trepidação para cadeiran-tes. Em ritmo lento e no esquema de tenta-tiva e erro, é assim que segue a mobilidade acessível de Belém em seus 400 anos.

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MERCADO DE TRABALHO

A produção familiar de açaí em Ponta de Pedras, na ilha do Ma-rajó; e a atuação do sistema Con-

fea/CREA no contexto das pro�ssões podem até parecer assuntos distintos, mas estão estritamente ligados. As duas pesquisas foram temas de trabalhos apresentados no Congresso Técnico Cientí�co da Engenharia e da Agrono-mia (Contecc), este ano. Como em to-das as áreas de atuação, os congressos são a vitrine para pro�ssionais exporem sua criatividade no desenvolvimento de pesquisas inovadoras que possam suprir as necessidades da sociedade em cada segmento a que se propõem. Só este ano engenheiros e agrônomos de todo país tiveram seiscentos trabalhos aprovados no Contecc, sendo que 21 foram pre-miados e convidados para apresentação oral no evento. O Contecc abre janelas para que o pro�ssional possa buscar investimentos para soluções desenvol-vidas a partir de ações do seu dia a dia.

Passar uma ideia para o papel não é tarefa fácil para todo mundo, mas a importância de transmitir aos outros as soluções, muitas vezes simples, para problemas complexos ou mesmo de discutir questões relevantes para a so-

Contecc é vitrine de novidades científicas

LUCIANA CAVALCANTI

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ciedade serve como estímulo à pesqui-sa. E quando há um canal aberto para a divulgação desses trabalhos, melhor ainda. Por isso foi criado o Contecc, que teve sua segunda edição em 2015, para fornecer um espaço de divulgação de trabalhos desenvolvidos por várias ins-tituições brasileiras, que também serão publicados nos anais do evento e em re-vistas cientí�cas.

Durante o evento anual, uma vasta programação promove uma troca de ex-periências e uma atualização entre pro-�ssionais de todo país, também sobre as

novidades tecnológicas, através de ses-sões com trabalhos técnico-cientí�cos, conferências e palestras de especialistas, reuniões sobre temas polêmicos e atuais.

O engenheiro agrônomo José Geral-do Vasconcelos, coordenador do Con-tecc, ressalta que a atualização tecno-lógica é um dos papéis importantes do Congresso. “A engenharia e a agronomia dependem essencialmente da ciência, portanto da tecnologia, e esta é inovada a cada momento. Por isso é necessário ter conhecimento de todo esse processo para estar atualizado”, ressalta.

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Arquitetura &

Urbanismo

Novo curso FAMAZ

Tudo começa com um grande projeto

O coordenador do evento chama atenção para a impor-tância dos profissionais estarem sempre atentos a essas ino-vações, que estão diretamente ligadas à melhoria da produ-tividade. “A competitividade em qualquer país está em cima de sua produtividade e essa, ligada à inovação. Por isso os profissionais devem se reunir todos os anos para estar atentos aos novos serviços e aprimoramento dos antigos para ofere-cer à sociedade”, completa.

O coordenador reforçou ainda que o evento tem o objetivo de reunir trabalhos de pesquisa acadêmica, mas também solu-ções inovadoras de pro�ssionais que atuam mercado/campo e a importância de desmisti�car a produção desse conteúdo. “Tem muito pro�ssional que tem ótimas ideias, mas tem preguiça de escrever sobre elas, se sentem intimidados com o formato aca-dêmico. Por isso defendemos a ausência de formalidades para inscrição de trabalhos no Contec”, disse o conselheiro.

Para inscrever seus trabalhos no Congresso Técnico Cien-tí�co da Engenharia e da Agronomia (Contecc), pro�ssionais das áreas contam com a facilidade da internet. As normas esta-belecidas para submissão de pesquisas estão descritas de forma clara na página do evento na internet. As inscrições das pesqui-sas também são feitas via internet. As áreas cujos pro�ssionais podem inscrever seus projetos de pesquisa são: civil, agronomia, elétrica, experiência pro�ssional, educação e gestão, geologia e minas, mecânica e metalurgia e química. O regulamento está disponível no endereço eletrônico http://72soea.soea.org.br/re-gulamento/.

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ARTIGO TÉCNICO

TURBINA AMAZÔNICA: FONTE DE ENERGIA ELÉTRICA SUSTENTÁVEL PARA COMUNIDADES DA AMAZÔNIA

O Brasil ocupa atualmente a séti-ma maior economia do mundo, tendo como principais fontes

de geração de recursos a indústria, a agricultura e o comércio. O crescimento econômico brasileiro é fundamentado na geração e distribuição de eletricidade para os seus diversos setores, sendo este um fator de suma importância para o desenvolvimento da nação, tanto no âmbito econômico, como na melhoria da qualidade de vida da população.

A distribuição da energia elétrica nacional é feita a partir de uma rede, de alta e baixa tensão, percorrendo grande parte dos centros nacionais. Todavia, ainda hoje existem inúmeras localida-des que não são atendidas ou que nunca terão atendimento com energia elétrica, em função das grandes extensões territoriais, devido aos elevados custos da rede elétrica, ao processo de ma-nutenção, sem contar que estas locali-dades, geralmente, apresentam pouco retorno �nanceiro às concessionárias ou empresas que detém a concessão para o fornecimento de energia.

As localidades afastadas dos centros urbanos e sem acesso ao Sistema Inter-ligado Nacional (SIN) necessitam de formas diferentes para suprir a falta de energia elétrica. Em certas comunidades são instaladas micro usinas termelé-tricas, tendo como fonte o óleo diesel, que provem a energia necessária para o cotidiano da população, entretanto, na maioria das comunidades não se tem uma quantidade populacional su�ciente para ser viável a instalação de tais usinas.

Objetivando suprir as necessidades energéticas de pequenas comunidades da região amazônica, como a população ribeirinha, as escolas, igrejas e comunida-des, que necessitam de pequenas quanti-dades de energia, aproximadamente 1.000 watts, um grupo de pesquisadores da Fa-culdade de Engenharia Mecânica (FEM), da Universidade Federal do Pará (UFPA), está desenvolvendo uma microturbina

hidráulica de ação e de duplo �uxo. A equipe de pesquisa conta ainda

com o professor-doutor Marcelo de Oliveira e Silva e os alunos de graduação Cássio Willian Corrêa Tavares e Paulo Augusto Soares de Aquino. Eles buscam desenvolver uma turbina hidráulica com capacidade de gerar 2.000 Watts, a ser instalada em uma base �utuante, feita de material reciclável, que deverá ser ancorada nos trapiches ou nas margens dos locais a serem atendidos.

O objetivo é desenvolver uma instalação simples e que não necessita de uma barragem, ou seja, é uma mi-crocentral conhecida como “�o d’água” para atuar nos rios da região amazô-nica, sendo que esta é mais uma fonte

alternativa para a geração de pequena quantidade de energia elétrica.

A turbina Amazônica, mostrada na Figura, tem como princípio de funcio-namento uma fonte de energia renová-vel abundante na região, a água de rios e córregos, que não necessitam ser estoca-das para gerar energia, já que a turbina está sendo projetada para funcionar apenas com a velocidade da água em seu ritmo natural, minimizando os impactos ambientais. Este projeto visa atender localmente cada comunidade, reduzin-do gastos com fabricação, instalação e manutenção dos equipamentos.

Atualmente a Turbina Amazônica se encontra na fase inicial do projeto, necessitando de vários testes em bancada e simulações computacionais para que a mesma venha a ser aplicada em uma situação real. Porém, tal projeto já gerou um artigo publicado no 23rd ABCM Internacional Congress of Mechanical Engineering (COBEM 2015), e os alunos de graduação já foram aceitos no mes-trado na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), no sul de Minas. Os dados do projeto estão em processo de patente.

Eraldo Cruz dos Santos Doutor em Ciência da Engenharia Mecânica

Protótipo da turbina Amazônica

Equipe que desenvolve a Turbina Amazônica

LIVROS

REDES ELÉ-TRICAS

INTELIGENTES: APLICAÇÕES, COMUNICAÇÃO E SEGURANÇA explica como as diversas tecnologias atuam lado a lado na construção e manutenção das redes elétricas inteligen-tes. O livro investiga diversos aspectos de comunicação, fornece uma visão ampla da eletrônica de potência, sensoriamen-to, monitoramento, tecnologias de con-trole e salienta o potencial para as novas tecnologias e mercados. Os autores mostram que a mesma preocupação em entender as mudanças e modernidades pelas quais passa a rede, deve ser a de reconhecer a importância da segurança desses sistemas. Editora LTC.

A segunda edição revista

de CADERNO DE MUROS DE ARRIMO trata da estabilização das encostas, a estabilidade dos taludes, os tipos de muro de arri-mo, a veri�cação de estabilidade elástica de uma estaca, sondagens e muros com gigantes, entre outros tópicos. Apresen-ta problemas ao �nal de cada capítulo, que variam de di�culdade, indo do muito simples ao mais complexo.

Informações teóricas e práticas sobre transformadores são assunto obrigatório dos cursos de Engenharia Elétrica,

especialmente na área da Eletrotécnica. Além de o transfor-mador ser o mais simples dos dispositivos eletromagnéti-cos, os princípios fundamentais de seu funcionamento são aplicáveis à grande maioria dos dispositivos eletromecâ-nicos, nestes incluídos os motores e os geradores elétricos. TRANSFORMADORES, de Rubens Guedes Jordão é uma introdução aos fundamentos da teoria dos transformadores para, em seguida, passar a uma análise mais objetiva dessa teoria quando aplicada ao transformador em sua realidade física, com a constante preocupação de �rmar conceitos e justi�car métodos adotados.

MODELAGEM DE SISTE-

MAS AMBIEN-TAIS, de Antônio Christofoletti, é destinado àqueles que buscam conhe-cimento dos sis-temas ambientais, em sua complexi-dade, e no tratamento relacionado com os componentes representa-dos pelo embasamento geológico, relevo, solos, clima, águas, vegeta-ção e ocupação humana. Chama atenção para os procedimentos da modelagem aplicada na análise dos sistemas ambientais, com impli-cações diretas para a avaliação e gerenciamento desses sistemas.

DESSALI-NIZAÇÃO

DE ÁGUAS é o primeiro livro de pesquisadores brasileiros a ex-plicar o processo de dessalinização da água do mar e de outras fontes salinas e salobras. Os autores Ariovaldo Nuvolari, Ana Paula Pereira Da Silveira e Francisco Tadeu Degasperi detalham a química da água, o pré-tratamento da água bruta, os diferentes processos de dessalinização – tanto os de destilação quanto os de eletrodiálise – e também o pós-tratamento da água produzida. Aspectos ambientais e sanitários do processo recebem atenção. O livro se encerra com os relatos de vários casos reais de dessalinização, analisando os prós e contras de cada técnica. Edito-ra O�cina de Textos.

AS CAIXAS: ACRE, AMAPÁ, AMAZONAS, PARÁ, RONDÔNIA, RORAIMA E TOCANTINS

Reunidas em Belém para discutir políticas de interesse dos Mutualistas.