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1 VIII Seminário de Saúde do Trabalhador (em continuidade ao VII Seminário de Saúde do Trabalhador de Franca) e VI Seminário “O Trabalho em Debate”. UNESP/ USP/STICF/CNTI/UFSC, 25 a 27 de setembro de 2012, UNESP- Franca/SP. Os processos de trabalho na indústria naval: relação entre a produtividade e o agravamento à saúde dos trabalhadores Bianca da Costa Teixeira 1 Resumo Atualmente pode-se observar um estímulo por parte do governo federal em relação às atividades das indústrias navais e, com isso, observa-se um crescimento do fluxo de empregabilidade da força de trabalho empregada nesta produção. No entanto, é preciso entender a que condições estão submetidos tais trabalhadores quando o índice de agravos à saúde se revela alarmante neste setor produtivo. O estudo realizado propõe analisar, avaliar e investigar alguns fatores que evidenciam a relação entre os processos de trabalho na indústria naval e o índice de adoecimento e acidentes de trabalho, tendo como objeto empírico, o Estaleiro Mauá S.A. Palavras-chave: Saúde do trabalhador. Processos de trabalho. Indústria naval. Adoecimento. Acidente de Trabalho. Abstract Nowadays some motivation from the federal government related to the activities of the naval industries can be observed, and so, an increase in the flow of employability of the workforce in this production can be noticed. But, one must understand the conditions that these workers are subjected when the alarming levels of health problems in this productive sector are shown. The study proposes to analyze, evaluate and investigate some factors that show the relationship between the work processes in the naval industry and the indication of illness and accidents at work, having Estaleiro Mauá S.A as empirical object. Keywords: Worker’s health. Work processes. Naval Industry. Illness. Accident at work. Introdução O interesse em explorar a temática da saúde do trabalhador parte da minha experiência de estágio na indústria naval Estaleiro Mauá S.A onde, mediante análise da instituição e reflexão acerca da rotina de atendimento do Serviço Social, foi possível apreender que a demanda que se apresenta de forma mais recorrente à profissão consiste na procura, por parte dos empregados, por orientação quando são encaminhados ao INSS Instituto Nacional de Seguridade Social seja por motivo de doença seja por acidente de trabalho. Para ilustrar tal afirmação é válido ressaltar que, em um levantamento realizado em fevereiro de 2012 com alguns dados disponilizados pela instituição, pode-se inferir que 1 Graduanda em Serviço Social na Universidade Federal Fluminense. E-mail: [email protected].

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VIII Seminário de Saúde do Trabalhador (em continuidade ao VII Seminário de Saúde do

Trabalhador de Franca) e VI Seminário “O Trabalho em Debate”. UNESP/

USP/STICF/CNTI/UFSC, 25 a 27 de setembro de 2012, UNESP- Franca/SP.

Os processos de trabalho na indústria naval: relação entre a produtividade e o

agravamento à saúde dos trabalhadores

Bianca da Costa Teixeira1

Resumo Atualmente pode-se observar um estímulo por parte do

governo federal em relação às atividades das indústrias navais e, com

isso, observa-se um crescimento do fluxo de empregabilidade da força

de trabalho empregada nesta produção. No entanto, é preciso entender

a que condições estão submetidos tais trabalhadores quando o índice

de agravos à saúde se revela alarmante neste setor produtivo. O estudo

realizado propõe analisar, avaliar e investigar alguns fatores que

evidenciam a relação entre os processos de trabalho na indústria naval

e o índice de adoecimento e acidentes de trabalho, tendo como objeto

empírico, o Estaleiro Mauá S.A.

Palavras-chave: Saúde do trabalhador. Processos de trabalho.

Indústria naval. Adoecimento. Acidente de Trabalho.

Abstract Nowadays some motivation from the federal government

related to the activities of the naval industries can be observed, and so,

an increase in the flow of employability of the workforce in this

production can be noticed. But, one must understand the conditions

that these workers are subjected when the alarming levels of health

problems in this productive sector are shown. The study proposes to

analyze, evaluate and investigate some factors that show the

relationship between the work processes in the naval industry and the

indication of illness and accidents at work, having Estaleiro Mauá S.A

as empirical object.

Keywords: Worker’s health. Work processes. Naval Industry. Illness.

Accident at work.

Introdução

O interesse em explorar a temática da saúde do trabalhador parte da minha

experiência de estágio na indústria naval Estaleiro Mauá S.A onde, mediante análise da

instituição e reflexão acerca da rotina de atendimento do Serviço Social, foi possível

apreender que a demanda que se apresenta de forma mais recorrente à profissão consiste

na procura, por parte dos empregados, por orientação quando são encaminhados ao

INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social – seja por motivo de doença seja por

acidente de trabalho.

Para ilustrar tal afirmação é válido ressaltar que, em um levantamento realizado em

fevereiro de 2012 com alguns dados disponilizados pela instituição, pode-se inferir que

1 Graduanda em Serviço Social na Universidade Federal Fluminense. E-mail:

[email protected].

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VIII Seminário de Saúde do Trabalhador (em continuidade ao VII Seminário de Saúde do

Trabalhador de Franca) e VI Seminário “O Trabalho em Debate”. UNESP/

USP/STICF/CNTI/UFSC, 25 a 27 de setembro de 2012, UNESP- Franca/SP.

diante de uma média de três mil trabalhadores ativos2, o número de trabalhadores

afastados do trabalho vem conformando um quadro, cuja média é de aproximadamente

seiscentos empregados, ou seja, 20% do quadro total da força de trabalho na empresa se

encontra com a saúde comprometida.

Neste sentido, o presente trabalho propõe analisar alguns fatores que influenciam o

adoecimento dos trabalhadores e o índice de acidentes de trabalho em indústria naval,

visando explicar os impactos negativos na saúde dos mesmos. É importante considerar

que a apreensão da questão do agravamento à saúde do trabalhador transcende a

discussão que envolve apenas a doença e o sujeito que adoece. Há outros elementos a

serem discutidos e que estão imbricados ao adoecimento da força de trabalho. Dentre os

quais, o próprio modo de produção capitalista, as relações de trabalho existentes, o

desenvolvimento das forças produtivas e as formas de organização que o trabalho

assume nas diferentes fases deste sistema econômico. É importante ressaltar, porém, que

não se trata de considerar a questão do adoecimento dos trabalhadores simplesmente na

dinâmica do sistema capitalista, mas explicitar que sob tal contexto presenciamos o

agravamento desta problemática.

Portanto, este trabalho constitui um estudo relevante para o Serviço Social à medida

que se pretende evidenciar alguns determinantes sociais que interferem no processo de

adoecimento e acidentes de trabalho em uma área da indústria, onde pouco se discute

sobre a saúde do trabalhador. Embora fomentadas pelo governo na atualidade e

atreladas ao discurso da geração de empregos, as atividades navais possuem

características que merecem ser mais bem observadas e avaliadas diante da

problemática do agravamento da saúde desta força de trabalho inserida no setor naval de

produção. E conhecer a realidade e as contradições existentes em sua conjuntura

possibilita construir estratégias de intervenção para melhoria das condições de trabalho

dos profissionais da indústria naval, a partir da autonomia relativa profissional, e ir além

do que é posto pela instituição, na busca de fortalecer o projeto ético-político

profissional do Serviço Social e o seu comprometimento com a classe trabalhadora.

No que se refere à metodologia, esta pesquisa constitui parte do Trabalho de

Conclusão de Curso para obtenção do título de bacharel em Serviço Social3 e, neste

sentido, foram utilizados para o alcance dos objetivos propostos por este trabalho, além

2 Referimo-nos a trabalhadores “ativos” àqueles que estão realizando suas atividades laborais na empresa.

3 Sob orientação da Prof.ª Dr.ª Maria das Graças Osório P. Lustosa, docente na UFF – Universidade

Federal Fluminense, realizada em 2012.

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VIII Seminário de Saúde do Trabalhador (em continuidade ao VII Seminário de Saúde do

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USP/STICF/CNTI/UFSC, 25 a 27 de setembro de 2012, UNESP- Franca/SP.

do levantamento bibliográfico de literaturas referentes ao tema apresentado, dados

institucionais4, previamente autorizados pelo Estaleiro Mauá S/A para este fim.

Breve histórico da indústria naval brasileira

Para maior compreensão dos estudos acerca da saúde do trabalhador em âmbito

naval de produção é imprescindível resgatar a historicidade do surgimento das

atividades navais e os interesses que impulsionaram o desenvolvimento deste setor, pois

a problemática do adoecimento do trabalhador é histórica e em diversas situações foi

posta num nível de pouco interesse ou preocupação com as suas causas e, deste modo,

pode-se dizer que conformou um cenário de certa invisibilidade das doenças ou

acidentes relacionados com o trabalho. Neste sentido, é válido ressaltar quando Alves

(2007) faz menção à relevância que a esfera econômica impõe à dinâmica da vida

social:

É claro que não podemos reduzir a dinâmica da sociedade burguesa, a constelação

histórico-social que surge a partir do século XVI no Ocidente, à lógica da produção de

mais-valia (…). Entretanto, a economia ou a esfera da produção de mais-valia, no

sentido preciso de base material da produção social, é a instância diretamente

determinante da reprodução social desta sociedade mercantil complexa, que é o

capitalismo (ALVES, 2007, p.16).

Sendo assim, convém destacar que o Estabelecimento de Fundição e Estaleiros da

Ponta d’Areia, hoje denominado Estaleiro Mauá S.A, foi o primeiro estaleiro que se

instalou no Brasil em 1846, na qual o Barão de Mauá veio a tornar-se proprietário.

Além de construir parte dos navios utilizados na Guerra do Paraguai, também se registra

a construção de mais de 70 navios – a vapor e a vela – para fins de navegação de

cabotagem no país, demonstrando a relevância que o transporte marítimo tinha naquela

época. Já no decorrer do ano 1890, as atividades navais se estagnaram devido às

dificuldades estruturais em termos de disponibilidade de matéria-prima5, que eram

quase inexistentes na indústria e território brasileiro neste período. Desta forma, a

estratégia encontrada foi: fazer encomendas aos estaleiros europeus – o que consistiu

obstáculo para a implantação de uma indústria de construção naval pesada no país, por

ser muito dependente de importações.

4 Levantamento realizado com base em dados oficiais da empresa, tais como arquivos de empregados

afastados do trabalho, dossiês, prontuários médicos, etc. 5 “Enquanto a madeira era a base da construção naval, o Brasil, com uma ampla reserva florestal,

avançou, porém, quando mudou para o ferro, o crescimento foi mais lento, e quando o aço chegou o setor

foi quase extinto, o que não significou a renovação da frota naval” (FILHO, 2011, p. 316).

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Trabalhador de Franca) e VI Seminário “O Trabalho em Debate”. UNESP/

USP/STICF/CNTI/UFSC, 25 a 27 de setembro de 2012, UNESP- Franca/SP.

O deslanche da industrialização brasileira ocorreu na década de 1950, com o

governo do presidente Juscelino Kubitschek, “[...] quando o padrão de acumulação deu

seu segundo salto” (ANTUNES, 2006, p.16) e abriu espaço para o capital estrangeiro

participar do desenvolvimento do país. É possível observar que, em relação ao

comportamento das indústrias navais, foi nesse contexto que elas obtiveram maior

desenvolvimento, mediante o fomento às empresas do setor de bens de capital, com

Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek. A Meta 28, que previa o

desenvolvimento do setor naval com o apoio governamental6, foi financiada a partir da

aprovação da Lei 3.381/584, que criou o Fundo da Marinha Mercante (FMM),

mostrando que, inicialmente, a produção e comercialização de navios estavam

diretamente relacionadas à marinha mercante. Além disso, após a implantação, em

1950, da grande indústria siderúrgica – Companhia Siderúrgica Nacional em Volta

Redonda/RJ – iniciou-se o fabrico de aço a partir do ferro, os principais insumos do

referido setor industrial econômico, que veio como solução ao problema da falta de aço

para a construção de navios.

Marca-se, portanto, uma grande expansão ao desenvolvimento da indústria de

construção naval no Brasil,

caracterizada pelo significativo aumento da mão-de-obra ocupada (de 1.430

trabalhadores em 1960, para 16.500, em 1969) e das contratações do setor (de 79 mil

de toneladas de porte bruto em 1960, para 1 milhão em 1969) (BORGES & SILVA, 1993 apud JESUS & GITAHY, 2009, p.3902).

Isto contribuiu para que o país ganhasse status de uma das maiores potências da

indústria naval do mundo (FILHO, 2011). Neste sentido, as atividades da indústria

naval brasileira continuaram em expansão em 1970, mediante o estímulo de políticas

específicas para o setor7. Em relação à força de trabalho empregada podem-se

quantificar aproximadamente quarenta mil entre os anos de 1978 e 1979 (PASIN, 2002

apud JESUS & GITAHY, 2009, p.3902). Contudo, a partir da década de 1980 o cenário

muda e a indústria naval enfrenta crises de produtividade, tanto em âmbito nacional

quanto mundial.

6 As estratégias de desenvolvimento do setor envolviam a criação de uma reserva de mercado para os

navios de bandeira nacional no transporte de carga, complementada com restrições a importações de

embarcações. Isso garantiu uma demanda para a produção de navios por estaleiros brasileiros (JESUS &

GITAHY, 2009).

7 Tais políticas constituem o Plano de Emergência de Construção Naval – PECN – e os Programas de

Construção Naval - I PCN e II PCN (JESUS & GITAHY, 2009, p.3902).

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Não se deve desconsiderar a relação desta crise com aquela que revelou a

inoperância do fordismo no que se refere a sua produtividade, conformando um cenário

de crise econômica até os dias atuais. No contexto brasileiro, a crise gerou impactos

mais acentuados do que nos países centrais (TEIXEIRA, 2009) e, no decorrer da década

de 1980, as empresas passaram a adotar os novos padrões organizacionais da

acumulação flexível (ANTUNES, 2006). Como observa Behring (2008), trata-se de

uma crise de superprodução, que fez agravar o desemprego e disparar as taxas de

inflação, em que a resposta do capital a essa crise vem sendo enfrentada por dois tipos

de ajustes estruturais: a reestruturação produtiva8 e o neoliberalismo.

Sob o ângulo histórico, é interessante ressaltar os desdobramentos que a atividade

naval assumiu no decorrer da década de 1990, quando se iniciou um processo de

recuperação desta indústria, por intermédio da Lei do Petróleo e o Programa Navega

Brasil9, fomentando o crescimento da exploração e refino de petróleo. Com a ampliação

da demanda por plataformas e embarcações, isto significou retomada das atividades

navais brasileiras.

Todavia, é relevante analisar as condições de inserção desta mão-de-obra na

indústria naval. Antunes (2006) destaca que a acumulação industrial durante o governo

JK revelou uma estrutura com suas bases em “superexploração da força de trabalho,

dado pela articulação entre baixos salários, jornada de trabalho prolongada e fortíssima

intensidade em seus ritmos”. Um ponto interessante é que as taxas de acumulação foram

tão intensas durante este governo que, apesar da condição subordinada do Brasil, o país

“chegou a alinhar-se, em dado momento, entre as oito grandes potências industriais

(ANTUNES, 2006, p.17)”.

Portanto, a exploração do trabalhador e a precarização do trabalho são elementos

que devem ser investigados no que diz respeito aos impactos causados à saúde dos

trabalhadores, pois, um trabalhador subordinado ao capital, aos ritmos da maquinaria,

leva a um aumento do índice de acidentes de trabalho (LOURENÇO, 2009). Além

disso, o modo fordista de produção se caracteriza como um intenso processo de

exploração não apenas físico como espiritual do trabalhador. Pode-se atribuir a este

8 Reestruturação Produtiva aqui apreendida como um dos imperativos da restauração capitalista.

9 A lei do petróleo consiste na lei 9.478/97 de 06 de agosto de 1997, que dispõe sobre a política energética

nacional. E o programa navega Brasil foi lançado em 2000, quando modificou o acesso a linhas de crédito

para armadores e estaleiros e, além disso, contribuiu para o aumento da participação limite do FMM nas

operações da indústria naval e da ampliação do prazo de empréstimo (PASIN, 2002 apud JESUS &

GITAHY, 2009, p. 3906).

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processo rebatimentos ou impactos expressivos nas condições de vida e moradia a que

estavam submetidos os trabalhadores, em especial à saúde dos trabalhadores de

indústria naval. A partir da centralidade do modo de produção na mercadoria, Lourenço

(2009) contribui com seus estudos ao nos dizer que:

À medida que o processo de trabalho é alienado, aumenta-se a exploração e

subordinação dos trabalhadores e ainda anulam-se as condições para a autonomia e

emancipação humana iminentes ao sentido do trabalho, uma vez que a ausência de

controle sobre os meios de produção, processos e organização do trabalho e os seus

produtos pode se constituir nos fatores integrantes da totalidade social que inscreve os

agravos à saúde do trabalhador. Além disso, o desenvolvimento do mercado mundial

e da grande indústria gerou também as cidades industriais, a maioria, sem

planejamento e, num período, em que as políticas públicas tardavam em se afirmar.

Assim, os ambientes de trabalho e os ambientes domésticos (geralmente

aglomeramentos humanos em cortiços) se tornaram propícios à propagação de

doenças infectocontagiosas que somadas a fome e a desnutrição geraram altas taxas

de mortalidade (LOURENÇO, 2009, p. 58).

Em suma, o trabalho aparece subordinado ao capital, com marcas da alienação10

.

Isto é, enquanto única esfera de produção de riqueza, o trabalho não se revela como

fruto da produção social e coletiva, cujos excessos, em geral, se expressam ou são

oriundos das revoluções industriais.

Características do trabalho na indústria naval

Há uma diversidade de atividades laborais nas indústrias navais, onde cada

trabalhador é especializado para atuar em uma etapa da produção – neste caso, na

produção e reparo de navios. Para este estudo, explicitaremos, no entanto, apenas

algumas funções, dentre as quais é possível observar maior incidência de trabalhadores

em situação de adoecimento e/ou acidente de trabalho, como nos mostra o gráfico a

seguir:

10

Alienação: “No sentido que lhe é dado por Marx, ação pela qual (ou estado no qual) um indivíduo, um

grupo, uma instituição ou uma sociedade se tornam (ou permanecem) alheios, estranhos, enfim, alienados

[1] aos resultados ou produtos de sua própria atividade (e à atividade ela mesma), e/ou [2] à natureza na

qual vivem, e/ou [3] a outros seres humanos, e (…) também [4] a si mesmos (às suas possibilidades

humanas construídas historicamente)” (BOTTOMORE, 2001, p. 5)

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Trabalhador de Franca) e VI Seminário “O Trabalho em Debate”. UNESP/

USP/STICF/CNTI/UFSC, 25 a 27 de setembro de 2012, UNESP- Franca/SP.

125

69

85

97

50

49

29

41

2043

Índice de adoecimento por atividade exercida

Soldador

Chapeador

Esmerilhador

Mont. de Andaime

Maçariqueiro

Encanador

Eletricista

Pintor

Faxineiros

Outros

Gráfico elaborado pela autora

Cabe, portanto, entender as características e as particularidades dessas atividades,

bem como o tipo de doença que acometem estes trabalhadores, para então fazer

apontamentos sobre a possibilidade do nexo causal entre a profissão e a causa do

adoecimento. Sobretudo, é importante observar que quando se trata das condições e

meio ambiente de trabalho nas indústrias de construção e reparação naval – segundo a

NR 3411

– há alguns riscos inerentes à cada atividade da produção que merecem ser

evidenciados, a fim de evitar possíveis danos à saúde dos trabalhadores.

De acordo com o quadro de funções do Estaleiro Mauá, um soldador tem como

atribuição realizar serviços de soldagem para fins de montagem ou recuperação de peças

e equipamentos, com utilização dos instrumentos de trabalho arco elétricos, eletrodo

revestido, arame tubular ou outro material de adição apropriado. Um esmerilhador, por

sua vez, é responsável por desbastar e limpar peças metálicas, mediante equipamentos e

ferramentas de corte e polimento ou até mesmo manualmente. Já o chapeador tem o

papel de confeccionar, reparar e instalar peças em chapas de metal; fabricar ou reparar

caldeiras, tanques, reservatórios e outros recipientes de chapas de aço; recortar, modelar

e trabalhar barras perfiladas de materiais ferrosos e não ferrosos para fabricar

esquadrias, portas, grades, vitrais e peças similares. A atividade de maçariqueiro requer

serviços de corte de peças e chapas de metal utilizando maçarico – um instrumento que

produz uma chama para fins de modelagem e corte de materiais.

É interessante evidenciar que as quatro funções acima descritas estão inclusas numa

categoria denominada “Trabalho a quente”, que englobam aquelas atividades que

utilizam a solda, o esmeril, o maçarico, instrumentos de corte e outros que geram fontes

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Norma Regulamentadora, No. 34 (BRASIL, MTE, 2012).

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de ignição – aquecimento, centelha, ou chama12

. Observa-se ainda que tais funções

representem um número elevado de empregados encaminhados ao INSS. A função de

soldador, como se pôde observar é a função que mais adoece no Estaleiro Mauá S.A e,

os motivos que os levam a afastar-se do trabalho revelam alto índice de diagnósticos

médicos relacionados a comprometimento da coluna, conforme será explicitado a

seguir. Isto porque, “apesar da crescente automatização das máquinas, persiste o esforço

físico em diferentes atividades de trabalho” (RIBEIRO & LACAZ, 1984, p.48), levando

a “um aumento sem precedentes das lesões por esforço repetitivo (LER), que reduzem a

força muscular e comprometem os movimentos, configurando-se como doenças típicas

da era da informatização do trabalho” (ANTUNES, 2006, p.21).

Dentre as atividades que são classificadas como “Trabalho em altura”, podemos

evidenciar os montadores de andaime, que executam a montagem e desmontagem de

andaimes na área industrial. Trata-se de uma atividade onde está presente o risco de

queda. Além disso, a postura incorreta na montagem e desmontagem de andaimes pode

contribuir para lesões e traumatismos na coluna vertebral do trabalhador, muitas vezes

irreversíveis.

Outras especializações do trabalho fazem parte da produção e reparação de um

navio. Ainda que exista uma variedade de profissionais que possam desenvolver as mais

distintas atividades nas indústrias de construção naval, não se pode negar que todas

apresentam uma característica em comum: o trabalho assalariado.

A partir do momento em que os trabalhadores não são mais proprietários de seus

meios de produção e tornam-se “donos” simplesmente da sua força de trabalho, esta é

vendida como uma mercadoria. E é essa condição de trabalhador que vende a sua força

de trabalho por determinado período de tempo em troca de certa remuneração que se

encontram fatores relevantes para entendermos a relação com o adoecimento no

trabalho. De acordo com Ribeiro e Lacaz (1984), “o trabalhador assalariado é escravo

da produção” e acrescenta,

Aparentemente, ele tem um horário de trabalho livremente contratado. Dissemos

aparentemente, porque não é verdade. Efetivamente, ele é escravo do seu horário de

trabalho. Essa escravidão nasce das suas necessidades econômicas – sem trabalhar ele

não sobrevive – e se acentua quando ele não está organizado para resistir às

imposições patronais. Seu período de trabalho pode ser diferente do normal – é

quando temos o trabalho noturno. Seu horário de trabalho é móvel – é quando temos

os turnos de trabalho. Seu horário de trabalho não é fixo – é quando temos as horas

extras (RIBEIRO; LACAZ, 1984, p.94).

12

De acordo com a NR 34 - 34.5.1 (BRASIL, MTE, 2012).

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Neste sentido, sabe-se que, uma vez pago o salário ao trabalhador – seja ele

executor de quaisquer atividades descritas – o capitalista pode usar de estratégias para

ampliar seus ganhos, pois “o possuidor do dinheiro pagou o valor da força de trabalho;

pertence-lhe, portanto, o uso dela durante o dia, o trabalho de uma jornada inteira”.

(MARX, 1988, p. 218). Portanto, é possível concluir que o principal interesse é o

econômico13

, isto é, o trabalhador subordinado aos interesses da máquina. É este mesmo

interesse que leva os trabalhadores a excederem seus horários de trabalho, sujeitando a

saúde da força de trabalho e ampliando os ganhos da empresa, uma vez que se reduz a

necessidade de novas contratações.

No que se refere ao ritmo de trabalho, é possível afirmar que “um trabalhador é

tanto mais valorizado na produção quanto mais ele “automatiza” o seu trabalho, isto é,

quanto mais ele se identifica como a máquina e se ajusta à velocidade requerida”

(RIBEIRO; LACAZ, 1984, p. 96). Sendo assim, um ritmo intenso de trabalho executado

em condições não favoráveis pode trazer além do desgaste humano, sérios prejuízos à

vida do trabalhador. Há ainda que se considerar que,

“quando ele [o trabalhador] não é vitimado por um acidente ou uma doença do

trabalho, dificilmente reconhecida como tal, ele vai sofrendo de algo indefinido, que

os médicos raras vezes sabem diagnosticar e, que hoje se chama de fadiga crônica ou fadiga industrial” (RIBEIRO; LACAZ, 1984, p. 97).

Portanto, seja absoluta14

ou relativa15

, pode-se entender que a mais-valia extraída

pelo capitalista evidencia pouca preocupação pela expressão da questão social presente

no processo produtivo: a saúde dos trabalhadores. Dizemos pouca preocupação, pois

ela não é nula, visto que a força de trabalho é “o ingrediente essencial da produção

capitalista” (MARX, 1988, p. 227), com sua capacidade própria de criação de valor. A

questão é que não apenas os meios de produção são consumidos na produção, mas

também a força de trabalho, mediante o próprio trabalho.

Como mostra o quadro abaixo, é possível constatar que a doença mais comum que

leva o trabalhador a afastar-se das atividades na indústria naval, especialmente no

Estaleiro Mauá, conforma o seguinte cenário:

13

Tanto para o empregador quanto para o empregado (RIBEIRO & LACAZ, 1984, p.94). 14

A mais-valia absoluta “envolve o crescimento da taxa de mais-valia através de um aumento do valor

total produzido por cada trabalhador sem alteração do montante de trabalho necessário. Isto pode ocorrer

devido a uma ampliação (intensiva ou extensiva) da jornada de trabalho (…)” (BOTTOMORE, 2001, p.

228). 15

A mais-valia relativa pode ocorrer segundo dois modos: “ou se reduz à quantidade de valores de uso

consumidos pelo trabalhador ou se reduz o tempo de trabalho socialmente necessário para produzir a

mesma quantidade de valores de uso” (BOTTOMORE, 2001, p. 228).

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VIII Seminário de Saúde do Trabalhador (em continuidade ao VII Seminário de Saúde do

Trabalhador de Franca) e VI Seminário “O Trabalho em Debate”. UNESP/

USP/STICF/CNTI/UFSC, 25 a 27 de setembro de 2012, UNESP- Franca/SP.

Gráfico elaborado pela autora

Com base nos dados acima expostos e conforme explicita RIBEIRO & LACAZ

(1984), a lombalgia é o diagnóstico mais frequente no que diz respeito ao afastamento

do operário na indústria em âmbito brasileiro, que pode surgir de um esforço excessivo

ou se agravar com o decorrer do tempo. Além disso,

A automatização do trabalho, a monotonia da atividade, repetição dos movimentos,

ritmo excessivo, trabalho noturno, parcelamento de funções, não valorização da

capacidade, de habilidade, etc., fazem do trabalhador um apêndice da máquina,

suprimindo a capacidade intelectual e de iniciativa, gerando um tipo de fadiga

psíquica de difícil recuperação, a fadiga industrial... (RIBEIRO; LACAZ, 1984, p.49).

Além do desgaste físico presente no dia-a-dia do trabalhador de indústria naval,

pode-se dizer que o trabalhador de indústria naval está sujeito a outros agentes físicos

como, por exemplo, o ruído, a temperatura, a vibração, entre outros agentes que também

contribuem também para o adoecimento mental do trabalhador, diante das pressões,

inseguranças e instabilidades geradas pelo regime assalariado de trabalho. O

desemprego, por exemplo, é uma das principais consequências trazidas pela

reestruturação produtiva, visto que há um maior investimento em tecnologias e redução

do número de empregados. E afeta em grande parte o setor naval de produção e,

consequentemente a saúde desta força de trabalho. Isto porque, o setor de serviços e a

informalidade crescem; a precarização, as subcontratações e os contratos temporários

passam a fazer parte do universo do trabalho, conformando um cenário de sucateamento

das relações de trabalho e negação dos direitos trabalhistas conquistados e consolidados

no Brasil na Constituição Federal de 1988.

Sendo assim, pode-se dizer que, a adoção do modo flexível de acumulação tornou-se

uma forma de obter maior controle e exploração da força de trabalho (ABRAMIDES;

CABRAL, 2003), afetando negativamente a saúde do trabalhador, de forma

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VIII Seminário de Saúde do Trabalhador (em continuidade ao VII Seminário de Saúde do

Trabalhador de Franca) e VI Seminário “O Trabalho em Debate”. UNESP/

USP/STICF/CNTI/UFSC, 25 a 27 de setembro de 2012, UNESP- Franca/SP.

intransparente. Isto é, se antes os trabalhadores tinham maiores possibilidades de

apreender sua condição de exploração, diante do regime toyotista, esta exploração

aparece de forma escamoteada e os desgastes advindos desta exploração são manifestos

na sua forma imediata, expressando apenas os aspectos biológicos e psíquicos. Freire

(2010) destaca que os principais impactos à saúde dos trabalhadores decorrente do

processo de reestruturação produtiva foram: As doenças relacionadas diretamente às

novas tecnologias e gestão do trabalho, tais como as lesões por esforço repetitivo e

doenças psíquicas; a ampliação das doenças preexistentes às inovações tecnológicas,

como a silicose, o benzenismo, as intoxicações por metais pesados etc. e; o índice dos

acidentes de trabalho que continuam alarmantes (FREIRE, 2010, p.174-175).

Por isso, não se pode negar que juntamente com o regime de acumulação flexível, a

ideologia neoliberal exerce um importante papel que consiste em “mobilizar os

trabalhadores (objetivamente e subjetivamente) para assumirem a cultura de integração

do trabalhador à empresa e à lógica do capital” (LOURENÇO, 2009, p. 69). Este é um

ponto importante a ser considerado, pois é no contexto da reestruturação produtiva, que

a hegemonia neoliberal difundiu suas ideias que propunham combater reduzir os gastos

sociais que o Estado vinha tendo diante do poder dos sindicatos e operários em suas

lutas por melhores salários, condições de vida e trabalho (ABRAMIDES; CABRAL,

2003).

Considerações Finais

Quando o assunto é indústria naval, é possível observar o grande fluxo de

empregabilidade da força de trabalho nas atividades de construção de navios, o que leva

a situar o discurso da geração de empregos que o Promef16

fomenta. De acordo com o

site da Transpetro17

, além das novas construções e da expansão dos estaleiros, pode-se

contabilizar a criação de mais de 15 mil vagas diretas neste setor produtivo

(TRANSPETRO, 2012). Contudo, cabe aqui desvelar que esta geração de empregos não

16

Atualmente, o Estaleiro Mauá segue o Promef - Programa de Modernização e Expansão da Frota – da

Transpetro, visto que ganhou o processo licitatório e deverá construir quatro produtos (navios

petroleiros). 17

A Transpetro é uma empresa de logística e transporte de combustíveis no Brasil, subsidiária integral da

Petrobrás, criada em 1998, a fim de atender às atividades de transporte e armazenamento de petróleo e

derivados, álcool, biocombustíveis e gás natural. Disponível em: <http://www.transpetro.com.br> Acesso

em 28, abr. 2012.

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Trabalhador de Franca) e VI Seminário “O Trabalho em Debate”. UNESP/

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é sinônimo de estabilidade. Quando se trata de produção de acordo com a demanda,

isto significa muita das vezes, emprego de acordo com a demanda também.

Diante deste contexto, pode-se supor que as condições de exploração da força de

trabalho e suas repercussões nas situações de saúde dos trabalhadores, poderiam

contribuir como fatores de motivação de resistência, o que não se efetiva na realidade.

Ao contrário, pode-se perceber que a classe trabalhadora vem se tornando enfraquecida

ou mesmo pouco mobilizada frente ao crescente desemprego e precarização das

condições de trabalho. Isto porque, diante de um “exército industrial de reserva”

disposto a entrar a qualquer momento no mercado de trabalho, fez e faz, historicamente,

com que a ameaça da perda do emprego esteja sempre presente para aqueles que estão

trabalhando. Esta insegurança reforça a subordinação ao capital e às condições postas

para o trabalhador, mostrando que é preciso investigar o que há “por trás” desse

processo.

Além de tais condições, pode-se convir a conformação de uma maior intensificação

do processo de alienação. Processo este que fora muito mais explícito nos tempos das

relações fordistas de produção. E hoje, apesar do “estranhamento” não se mostrar de

forma explícita, é possível compreendê-la dissimulada nas relações sociais de produção,

tornando-as estritamente subordinadas à lógica capitalista. Ao que tudo indica vem se

demonstrando fragilidades no nível de pouca indignação por parte dos trabalhadores,

talvez se aproximando de situações de alienação.

Portanto, as características do trabalho nas indústrias navais aqui apresentadas,

apreendidas como parte da totalidade da vida social permite apreender não somente os

riscos a que estão submetidos a força de trabalho deste setor de produção, mas a

configuração das relações sociais de trabalho, que também trazem o processo de

adoecimento no trabalho, sob uma perspectiva que não individualiza ou culpabiliza os

trabalhadores por suas situações de doenças. Lourenço (2010, p.394) coloca que a saúde

dos trabalhadores tradicionalmente foi examinada a partir dos riscos apresentados pelas

condições de trabalho ou ao que pode ser constatado por exames médicos, mas o

entendimento requer, além dos conhecimentos da medicina e engenharia, diálogo com

outras profissões. Acidentes de trabalho e adoecimento dos trabalhadores devem ser

pensados também a partir das relações sociais de trabalho e, neste ponto, acredita-se que

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o Serviço Social pode contribuir para desvendar esta expressão da questão social que

são os agravos à saúde dos trabalhadores.

Referências

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