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Área: Estratégias em Organizações AVANÇOS E TENDÊNCIAS NOS RELACIONAMENTOS INTERORGANIZACIONAIS: UM PARALELO ENTRE ESTUDOS BRASILEIROS E INTERNACIONAIS ADVANCES AND TRENDS IN INTER-ORGANIZATIONAL RELATIONSHIPS: A PARALLEL BETWEEN BRAZILIAN AND INTERNATIONAL STUDIES RESUMO O artigo busca compreender os resultados percorridos, os avanços atingidos, bem como, os gaps percebidos nos estudos sobre relacionamentos interorganizacionais, com o propósito de conjucturar propostas de futuras investigações. O método utilizado para o desenvolvimento deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica com objetivo descritivo, a fim de proporcionar maior familiaridade com o problema, aprimorando as concepções já existentes. Trata-se de uma pesquisa teórica quanto a sua natureza e bibliográfica quanto aos procedimentos técnicos. Consiste em identificar nos periódicos nacionais e internacionais o estágio em que se encontram os estudos sobre redes interorganizacionais, englobando alianças, redes de cooperação, joint ventures, entre outros tipos de cooperação, além de, apresentar bibliometricamente no decorrer dos últimos seis anos o

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Área: Estratégias em Organizações

AVANÇOS E TENDÊNCIAS NOS RELACIONAMENTOS

INTERORGANIZACIONAIS: UM PARALELO ENTRE ESTUDOS

BRASILEIROS E INTERNACIONAIS

ADVANCES AND TRENDS IN INTER-ORGANIZATIONAL RELATIONSHIPS: A

PARALLEL BETWEEN BRAZILIAN AND INTERNATIONAL STUDIES

RESUMO

O artigo busca compreender os resultados percorridos, os avanços atingidos, bem como, os gaps

percebidos nos estudos sobre relacionamentos interorganizacionais, com o propósito de conjucturar

propostas de futuras investigações. O método utilizado para o desenvolvimento deste trabalho foi a

pesquisa bibliográfica com objetivo descritivo, a fim de proporcionar maior familiaridade com o

problema, aprimorando as concepções já existentes. Trata-se de uma pesquisa teórica quanto a sua

natureza e bibliográfica quanto aos procedimentos técnicos. Consiste em identificar nos periódicos

nacionais e internacionais o estágio em que se encontram os estudos sobre redes interorganizacionais,

englobando alianças, redes de cooperação, joint ventures, entre outros tipos de cooperação, além de,

apresentar bibliometricamente no decorrer dos últimos seis anos o quanto evoluiu a procura por esse

tema e seus principais pesquisadores e achados. Um desses gaps está relacionado ao fato de que,

apesar do desenvolvimento de acordos de cooperação de vários tipos, na prática, a literatura tem

negligenciado a avaliação das eficácias das diversas formas de governança. Outro hiato na literatura é

devido ao foco principal dos acordos caracterizados por uma empresa mais poderosa em relação a

outros parceiros.

Palavras-Chave: relacionamentos interorganizacionais; tendências; estado da arte;

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ABSTRACT

The aim of this paper is understand the results accumulated, the achievements, and the possible gaps in

studies of inter-organizational relationships, with the purpose of construct some proposals for possible

research about this theme. The method adopted in this work was a bibliographic research with a

descriptive goal, searching provide greater familiarity with the problem, and improving the existing

conceptions. It is a theoretical research about its nature and bibliographic about the technical

procedures. Basically consists identify, in national and international journals, the stage in that if find

the studies about inter-organizational networks through partnerships, alliances, joint ventures, and

cooperation networks, among other types of cooperation, as well, show through bibliometric approach

in the last six years how much grew the demand for this theme and its main researchers and findings.

One of these gaps is related to the fact that, despite the development of cooperation agreements of

various kinds, in practice, the literature has neglected to assess the efficacy of different forms of

governance. Another gap in the literature is due to the main focus of the agreements which have a

more powerful company in relation to other partners (even in cooperation networks).

Abstract: inter-organizational relationships; trends; state of the art

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INTRODUÇÃO

As relações interorganizacionais referem-se à interação entre organizações (Cropper,

Ebers, Huxham, & Ring, 2008) e têm a prerrogativa de criar valor para os participantes que se

comprometem a fazer parte dessa configuração. Uma rede, enquanto um tipo de relação

interorganizacional, pode ser definida como “uma cadeia interligada e inter-relacionada de

conceitos e relações” (Masteralexis, Barr, & Hums, 2009, p. 507). Além do conceito rede,

uma variedade de outros termos é utilizada na apresentação dos relacionamentos

interorganizacionais, e.g., parcerias, joint ventures, alianças estratégicas, e cooperação.

Cropper et al. (2008) apontam que os estudos dos relacionamentos

interorganizacionais preocupam-se com a compreensão de seu caráter e de seu padrão, além

de suas origens, fundamentos, e as conseqüências desse tipo de relacionamento. Por ocasião

das investigações dessa natureza sobre “relacionamentos interorganizacionais” serem

freqüentes em publicações nacionais e internacionais, acredita-se ser oportuno se questionar

se existe uma teoria específica sobre estes relacionamentos.

Todavia, faz-se necessário que se frise que não existe uma teoria única de

relacionamentos interorganizacionais, nem mesmo que há elementos suficientes para se

configurar um conjunto de preceitos universais para organizações em cooperação. Pelo

contrário, os conceitos de relacionamentos interorganizacionais são fundamentais às várias

teorias de fundo das organizações, mas raramente de modo isolado podem explicar os

resultados, i.e., quase todos os efeitos estudados são contingentes sobre este contexto.

Empiricamente, a evidência é bastante convincente da importância dos

relacionamentos interorganizacionais para o sucesso das redes, ou seja, o simples fato de

entrar e fazer parte de uma rede tende a gerar vantagens competitivas para as empresas.

Entretanto, escassos são os trabalhos que ousam mensurar os resultados provenientes desse

processo de cooperação.

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Atualmente a gestão das redes levanta novas questões. Evidências sugerem que a

diferenças sistemáticas na capacidade dos players da rede afetam o seu desempenho (Lyles,

1988 & Simonin, 1999). Torna-se assim importante aprofundar a compreensão de qual é o

modelo de gestão mais apropriado para as redes interorganizacionais e como os players

podem nessa forma organizacional desenvolver novas capacidades.

Apesar de significativa relevância desse tema de estudo para as organizações atuais,

cada teoria busca analisar a formação de relacionamentos interorganizacionais sob a sua

própria ótica, produzindo explicações distintas sobre como, onde, quando e porque as

organizações engajam-se em processos cooperativos interorganizacionais (Alter & Hage,

1993; Auster, 1994 e Sydow, 1997). Desta forma, a discussão de diferentes abordagens, além

de constituir um avanço para o aprofundamento do tema, fragmenta o entendimento de todo o

processo.

Trata-se, assim, de um tema emergente em que diferentes enfoques podem levar as

discussões polêmicas. O desafio do presente artigo é o de aprofundar o conhecimento, ampliar

o domínio, e oferecer uma visão analítica mais profunda sobre o tema referente à produção

dos trabalhos publicados nos periódicos nacionais e internacionais, nos últimos seis anos.

Assim busca-se compreender os resultados percorridos, os avanços atingidos, os possíveis

hiatos e conjucturar algumas propostas de futuros trabalhos sobre este assunto.

2. TEORIAS RELACIONADAS ÀS REDES INTERORGANIZACIONAIS

As redes empresariais têm sido objeto de muitas abordagens diferentes; Araújo e

Easton (1996) identificaram nada menos que dez diferentes escolas ou tradições. No entanto,

a maioria das pesquisas tem se concentrado sobre as características gerais das redes, ou seja,

sua evolução, a sua estrutura e os seus processos de desenvolvimento (Möller & Halinen

1999). Muito menos atenção tem sido dada a gestão dos relacionamentos interorganizacionais,

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sobre criação de valor, e teorias emergentes de governança da rede. (Jones et al., 1997; Gulati

et al., 2000 e Amit & Zote 2001).

As redes podem criar valores que são imitáveis e insubstituíveis e trazer recursos tanto

para a rede quanto para seus integrantes (Gulati, 1999; Barney & Hesterly, 2007). Esses

recursos são apresentados em termos de estrutura de rede, sociedade e por meio de laços.

Como resultado, os recursos da rede, ao contrário dos recursos de uma empresa individual,

situam-se no conjunto das relações entre as empresas, e não dentro das próprias empresas. Ao

participar na evolução e nas trocas que acontecem dentro da rede, uma empresa pode ter

acesso a valiosos recursos até então desconhecidos e a partir de então descobrir novas

oportunidades. Assim, a rede de uma empresa e os recursos envolvidos nos relacionamentos

podem servir como uma fonte de vantagem competitiva sustentável (Gulati et al., 2000).

Todavia, na literatura, a necessidade e a motivação para a criação de redes

organizacionais têm sido explicada por meio de duas perspectivas: a Teoria dos Custos de

Transação (TCE) e da Teoria Baseada em Recursos (RBV). Especialmente a teoria baseada

em recursos enfatiza o papel de colaboração e de redes como uma fonte de recursos

complementares, conhecimento e aprendizagem, ao passo que na teoria dos custos de

transação a explicação é para que a rede seja construída sobre uma melhor eficiência com o

intuito de reduzir os custos através de suas operações. Assim, as razões gerais para a

cooperação e o trabalho em rede incluem, por exemplo, a maior disponibilidade de recursos e

conhecimentos, a concentração em competências, a possibilidade de criação de novos

conhecimentos e aprendizagem, o acesso a novas oportunidades (mercados, know-how,

diferenciação do produto) e inovação, as economias de escala e de escopo ou partilha de

custos e riscos (Nooteboom, 1999).

Com base nestas perspectivas, a investigação sobre as redes podem ser categorizadas

em duas dimensões: a variável independente a ser utilizada para o estudo (organizações ou

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redes) e a variável dependente ou resultado enfoque adotado pelo pesquisador (foco em

resultados organizacionais ou nos resultados das coletividades das organizações). Usando

essas dimensões, apresenta-se uma tipologia desenvolvida por Provan et al. (2007) onde por

meio de uma matriz de 2x2, Figura 1, demonstra a possibilidade de quatro tipos diferentes de

abordagens em rede.

Figura 1: Uma tipologia de pesquisas sobre relacionamentos interorganizacionais

Variável dependente ou foco em resultados

V

ariá

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ndep

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o

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co in

icia

l

OrganizaçõesIndividuais

Redesde Empresas

Variável Organizacional

Impacto da organização em outras organizações por meio

de interações diáticas.

Impactoda organização

na rede

Variável Rede ou relacionamento

Impacto da redeem uma

organização

Toda redeou nível

de interação

Fonte: Adaptado de Provan, K.; Fish, A. e Sydow, J. (2007). Interorganizational networks at the network level: A review of the empirical literature on whole networks. Journal of Management, 33(3):479-516.

No primeiro quadrante, a literatura tem abordado muito questões de capital social

(confiança) para descrever e demonstrar os impactos de uma organização em outra dentro da

rede por meio das interações diáticas. A avaliação sobre o impacto da rede em uma

organização, segundo quadrante, pode ser encontrado nos estudos mais voltados para

aprendizagem organizacional e inovação nas empresas, onde pode ser identificados nos

estudos, por exemplo, de Ahuja (2000). A abordagem da tipologia, terceiro quadrante, é o

impacto da organização na rede, mais presente nos estudos de Uzzi (1997) e também Jarillo

(1988) onde é mais comum quando na rede se formaliza como uma empresa centralizando

suas as ações ou interferindo nas decisões das demais. Por fim, no último quadrante são

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encontrados estudos que buscam avaliar o impacto de todas as estruturas e níveis

interorganizacionais na própria rede. Em outras palavras, almejam avaliar como as estruturas

e os diversos níveis podem afetar na rede como um todo e não as organizações

individualmente, mas por meio de várias redes ao longo do tempo (Provan et al., 2007).

Em relação às capacidades dinâmicas a principal discussão está sobre a forma como as

empresas integram, reconfiguram, renovam e transferem os seus recursos próprios ou

controláveis na rede. Para isso primeiramente, é importante distinguir uma “rede de

organizações” e uma “organização em rede”. A primeira refere-se a qualquer grupo de

organizações e atores que estão interligados em relacionamentos (Möller & Svahn, 2003).

Está perspectiva também é próxima a teoria de estudiosos da sociologia econômica

(Granovetter, 1973, 1985; Coleman, 1988; Burt, 1992; Knoke, 2001; Uzzi, 1996). Essas

interligações permitem que as pessoas diferentes de diversas organizações trabalhem em

conjunto, valorizando as suas forças e talentos complementares (Chan et al. 2003).

Por outro lado, sugere-se que uma organização em rede se distinga de uma rede

simples, especialmente pela densidade, multiplicidade e da reciprocidade das relações e

também por um sistema de valores compartilhados que definem adesão a papéis e

responsabilidades. Isto está de acordo com Gulati et al. (2000) e Amit & Zote (2001) , que

vêem redes estratégicas como estáveis laços interorganizacionais, que são estrategicamente

importantes para as empresas participantes. Parkhe (1996), seguindo Miles & Snow (1986) e

Jarillo (1988) e, vê uma rede estratégica como um arranjo intencional e consciente entre

distintos, mas relacionados com as organizações com fins lucrativos (Mooler & Svahn, 2003).

Apesar de algumas redes serem bastante estáveis, mudando muito pouco ao longo do

tempo, as redes normalmente tendem a ser mais dinâmicas. Ambas as forças endógenas e

exógenas influenciam significativamente as redes e as fazem se adaptar ao longo do tempo.

Estas dinâmicas endógenas e exógenas podem ter conseqüências significativas para as

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vantagens estratégicas de qualquer ator em uma rede. Para ilustrar, Gulati, Nhoria e Zaheer

(2000), abordam duas conseqüências mais comuns o bloqueio de entrada e de saída (Lock-in e

Lock-out) e a corrida da aprendizagem. No primeiro é simplesmente realizada a limitação de

recursos. Em grande parte das redes os relacionamentos são gerenciados e controlados, com

vista a resguardar os recursos que os parceiros podem utilizar para estabelecer laços com seus

parceiros fora da rede e também com outras empresas e redes. Já a corrida pela aprendizagem

resulta em dois níveis de análise que são o nível de díades e o nível de carteira.

No nível de díades, em alguns casos, os parceiros das redes passam a ser envolvidos

por uma corrida para aprender ou explorar o máximo que pode do outro com vista a sair da

rede. Isso ocorre normalmente quando os benefícios individuais superam os coletivos da rede

(Gulati, Nhoria & Zaheer, 2000). No nível de carteira, por outro lado, parceiros atuando em

somente no segmento de foco da rede tendem a permanecer por não sofrer influências

externas, o que é comum de acontecer para parceiros que atuam em diversos outros segmentos

e tendo na rede somente um ponto de atuação. Isso pode, assim, influenciar os seus incentivos

de correr e aprender e absorver o máximo, competir ou cooperar (Gulati, Nhoria & Zaheer,

2000).

3. MÉTODO DE TRABALHO

Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica

com objetivo descritivo, a fim de oferecer uma maior familiaridade com o problema, e com

isso esmerar as concepções já existentes. Trata-se de uma pesquisa teórica quanto a sua

natureza e bibliográfica quanto aos procedimentos técnicos. Consiste em identificar nos

periódicos nacionais o estágio em que se encontram os estudos sobre redes

interorganizacionais, englobando alianças, redes de cooperação, joint ventures, entre outros

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tipos de cooperação, bem como, apresentar bibliometricamente no decorrer dos últimos seis

anos o quanto evoluiu a procura por esse tema e seus principais pesquisadores e achados.

No entanto, é necessário destacar que o método da pesquisa bibliográfica, assim como

todo método de pesquisa, apresenta a limitação decorrente da amplitude e qualidade das

fontes de consulta. Nesse trabalho, essa limitação também decorre da escolha da base de

consulta restrita apenas a periódicos (394 periódicos no total); porém, reconhecidamente

importantes como veículos de divulgação dos avanços acadêmicos na área da Administração.

É importante salientar que o presente estudo não tem o objetivo de exaurir o tema, mas de

servir como referência para estudos mais avançados sobre este assunto.

Para este investigação, foram selecionados todos os artigos publicados nos periódicos

do Qualis da Capes na área de Administração, Contabilidade e Turismo – no período

compreendido entre 2004 e 2009 – sobre relacionamentos interorganizacionais, totalizando

374 artigos (179 artigos internacionais e 195 artigos nacionais).

A escolha tanto do período quanto dos periódicos foi intencional. O Qualis Capes é o

ranking relevante na área acadêmica de Administração no Brasil, agrupando o maior número

de pesquisas recentes da área, principalmente as realizadas nos principais centros de estudo do

país. O período escolhido permitiu aos pesquisadores a consulta dos artigos em banco de

dados e no portal de periódicos Capes.

Visando atender a proposta do estudo – qual seja, analisar a ocorrência e a evolução

das investigações relativas aos estudos sobre relacionamentos interorganizacionais – foram

utilizados como critério de avaliação para cada um dos artigos presentes na população

extraída os seguintes itens: a quantidade de publicações/ano sobre o tema, as abordagens mais

utilizadas, a classificação no Qualis Capes ao longo dos anos, os periódicos, os locais do país

mais estudados, as teorias mais utilizadas, os autores, e os principais resultados ao longo do

período estudado.

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O total de artigos selecionados foi dividido igualitariamente entre os autores para

codificação e análise. Todos os artigos encontrados foram analisados conjuntamente pelos

autores, de forma a permitir equalização de procedimentos e a minimizar possíveis diferenças

de percepção.

A partir desse momento procedeu-se a codificação e análise de cada artigo de acordo

com os atributos apresentados anteriormente. Para isso, num primeiro momento, os artigos

foram classificados pela avaliação no Qualis Capes. Em seguida, todos os artigos foram

categorizados, por ano, de acordo com a sua classificação: A1, A2, B1, B2, B3, B4 e B5.

Para a obtenção do conjunto de informações e artigos, foi realizada num primeiro

momento, a tabulação dos dados e, posteriormente, foi feita a leitura de todos os artigos, de

forma a identificar os requesitos relativos à metodologia, principais resultados, teorias

utilizadas e o local onde foi realizado o estudo. Estes elementos não costumam ser abordados

nos resumos dos trabalhos e, em muitos casos, foram identificados pelos métodos estatísticos

descritos e o momento em que foram realizados – caracterizando, assim, a ocorrência desses

procedimentos ou não. Essa estratégia de trabalho também permitiu complementar dados

faltantes e levou a uma maior confiabilidade na codificação, tabulação e análise dos dados –

uma vez que foram freqüentes equívocos como, por exemplo, a alusão a aplicação da pesquisa

em um lugar, no resumo, e a caracterização de outro, na seção análise dos resultados do

artigo.

4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Uma primeira categoria de análise dos resultados (Figura 2) visa a ressaltar a

preferência pelos pesquisadores sobre relacionamentos interorganizacionais demonstrando

quais Qualis Capes são preferidos e que mais publicaram no período 2004 a 2009. Pode-se

verificar que nos periódicos nacionais uma maior concentração nos periódicos B1

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diferenciando do que se apresenta internacionalmente, onde houve um crescimento

significativo nas publicações em periódicos A1. Nacionalmente em relação às concentrações

de publicação, pode-se verificar um crescimento nos periódicos A2 e B1, enquanto que

internacionalmente esta concentração ocorre nas publicações A1 e A2. Com isso pode-se

constatar que os estudos internacionais sobre o tema estão em evidência e os estudos

nacionais estão em pleno desenvolvimento. Outra consideração é em relação ao número de

publicações que totaliza 364 artigos (170 internacionais e 194 nacionais). Ressalta-se ainda

que nos últimos anos os periódicos nacionais não mantiveram um crescimento como

visualizado internacionalmente por causa da dificuldade de acesso às edições de 2008 e 2009,

que ainda não foram disponibilizados no decorrer da pesquisa, diferentemente do que

acontece internacionalmente que estão disponibilizados artigos atuais em todos os periódicos.

Figura 2 – Evolução das publicações nos Qualis ao longo dos Anos

Fonte: Elaborada pelos autores

Quando se avalia os principais pesquisadores sobre relacionamentos

interorganizacionais, constata-se que 733 autores trabalharam sobre este tema. Dentre eles,

destacam-se nas publicações internacionais sobre o tema os autores Benn Lawson, vinculado

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à Queen’s University Management School - Irlanda; Yadong Luo, vinculado à University of

Miami – Estados Unidos e Paul D. Cousins, vinculado à University of Manchester –

Inglaterra, e evidenciam-se também os autores brasileiros, nos periódicos internacionais

Amato Neto, vinculado à UFSC, destaca-se com duas publicações. Em relação às publicações

no Brasil, destacam-se Eugenio Avila Pedrozo, vinculado à UFRGS com oito artigos e

Alsones Balestrin, vinculado à UNISINOS com sete artigos. E em relação às instituições

destaca-se a UFSM com treze estudos e a UFRGS com doze trabalhos sobre relacionamentos

interorganizacionais nos periódicos brasileiros no período estudado.

Pelo que se pode observar pela Figura 3, os estudos internacionais estão focados em

teorias voltadas para temas de relacionamentos interorganizacionais enquanto que os estudos

brasileiros são voltados mais a estudos estratégicos de competitividade com Porter e novas

tecnologias com Castells. Dessa forma, pode-se notar que nessa opção “teorias sobre

estratégia e competitividades” acontece devido ao contexto nacional onde a maioria dos

estudos estão voltados para investigar a parte econômica dos relacionamentos e

internacionalmente está mais voltada para uma visão de recursos.

Figura 3: Principais pesquisadores citados nas Revisões Bibliográficas dos artigos sobre

Relacionamentos Interorganizacionais nos periódicos brasileiros e internacionais entre

os anos de 2004 a 2009.

Periódicos Brasileiros Periódicos Internacionais

Autor/PesquisadorQuant. de Citações Autor/Pesquisador

Quant. de Citações

Michael PORTER 37 Ranjav GULATI 27

Manuel CASTELLS 28T. K. DAS e Binsheng TENG 23

Oliver E. WILLIAMSON 26 Oliver E. WILLIAMSON 22Ranjav GULATI 22 Mark GRANOVETTER 18Mark GRANOVETTER 22 Karl WEICK 13Walter W. POWELL 20 Jay BARNEY 11Nelson CASAROTTO Filho e Luis Henrique

19 Peter RING e Andrew H. VAN DE VEN

10

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PIRES Fonte: Elaborada pelos autores

A Figura 4 mostra uma concentração dos estudos em dois segmentos: “redes” (com

35,34%) e “alianças” (com 18,90%) e uma menor participação dos estudos que tratam a

respeito de “redes de cooperação” (com 15,34%), de “redes sociais” (com 8,77%), de

“arranjos produtivos locais” (com 2,74%) e de “joint-ventures” (com 4,38%). Os estudos “de

redes” e “de redes de cooperação” são os mais tratados nas pesquisas brasileiras, já nas

internacionais o foco dos trabalhos têm sido “redes e alianças”. O tipo de relacionamento

Arranjo Produtivo Local não foi identificado em nenhum estudo internacional.

Figura 4: Principais tipos de relacionamentos e teorias utilizadas nas publicações

Tipo de Relacionamento Principais AutoresRedes – 129 artigos (35,34%)(30 internacionais e 99 nacionais)

Castells; Granovertter; Powell; Porter; Casarotto Filho & Pires; Gulati; Amato Neto; Williamson

Alianças – 69 artigos (18,90%)(42 internacionais e 27 nacionais)

Gulati; Das & Teng; Williamson; Ring & Van de Ven; Kogut; Nohria & Zaheer

Redes de Cooperação – 56 artigos (15,34%)(14 internacionais e 42 nacionais)

Castells; Williamson; Powell; Das & Teng; Grandori & Soda

Redes Sociais – 32 artigos (8,77%)(17 internacionais e 15 nacionais)

Burt; Scott; Wellman

Arranjos Produtivos Locais (2,74%)(10 artigos nacionais)

Cassiolato & Lastres; Porter; Dosi

Joint-Ventures – 16 artigos (4,38%)(11 internacionais e 5 nacionais)

Gulati; Harrigan; Williamson; Lane & Beamish; Hyder; Hitt, Ireland & Hoskisson; Child & Faulkner; Inkpen & Beamish; Powell

Fonte: elaborada pelos autores

Identificando os objetos principais desses artigos, observa-se na Figura 5, um destaque

internacionalmente à temática de conhecimento e inovação e nacionalmente a temática

competitividade e desempenho. Isso demonstra o estado dos estudos internacionalmente mais

voltados para inovação e conhecimento, fato devido ao contexto formado por redes dinâmicas

e baseadas das teorias baseadas em recursos. Já nacionalmente, devido ao contexto das redes

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serem basicamente econômicas, demonstra a concentração em competitividade e desempenho

dos integrantes nos relacionamentos. Outra consideração é a presença incipiente de

conhecimento, inovação e recursos nas publicações nacionais.

Figura 5: Principais focos de estudo em relacionamentos interorganizacionais

Figura Elaborada pelos autores

De acordo com os artigos analisados, o contexto internacional caracteriza-se por

estudos empíricos e teóricos. Evidencia-se que apesar de haver um domínio de estudos

empíricos, os mesmos tendem a demonstrar a aplicação de modelos propostos, enquanto que

os teóricos referendam modelos que podem ser aplicados nos relacionamentos

interorganizacionais. Por outro lado, o contexto brasileiro caracteriza-se tanto por estudos

empíricos predominantemente qualitativos (71%) aplicados em demonstrar uma situação

específica, quanto pela baixa quantidade de estudos teóricos (23%). Outra comparação

possível está na diferença da presença de estudos quantitativos, o qual se encontra em 51%

dos estudos internacionais e apenas em 14% nos estudos brasileiros.

Os principais resultados apontados na investigação dos artigos levantados nesse estudo

são apresentados a partir de três temas: (1) Fatores determinantes para a Formação dos

Relacionamentos; (2) Gestão dos Relacionamentos; e (3) Benefício dos Relacionamentos. A

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escolha dessa trinca deve-se ao simples fato de ser esta a lógica escolhida para entendimento

da dinâmica dos relacionamentos, i.e., parte-se de uma concepção de que o entendimento das

prováveis causas de um fenômeno administrativo pode explicar a sua gestão e,

conseqüentemente levar aos seus benefícios, que retroalimentam este sistema como um todo.

A Figura 6 mostra um constructo da dinâmica de formação e sustentabilidade dos

relacionamentos.

Figura 6: Dinâmica de formação e sustentabilidade dos relacionamentos

Fonte: Elaborada pelos autores

No que diz respeito aos fatores determinantes para a formação dos relacionamentos as

principais constatações levantadas pela academia neste período de tempo analisado são

apresentadas em ordem cronológica na Figura 7:

Figura 7: Fatores determinantes para formação dos relacionamentos

Autores Resultados PercebidosLopes, 2004 A cultura de colaboração, os aspectos organizacionais e o apoio

institucional formam um conjunto de fatores considerados importantes para a formação, implantação e desenvolvimento de redes empresariais;

Claro, Claro & Zylbersztajn, 2005

Os comprometimentos em investimento de tempo e os aportes de recursos muitas vezes podem superar a contrapartida de benefícios esperados pelos participantes em uma formação de redes;

Tureta, De Lima & Paço-Cunha, 2006

A reputação representa o mecanismo social mais importante na rede, sendo fator determinante para o ingresso de um novo associado e permanência no arranjo, o que reduz as condições de incerteza e a manifestação de comportamentos oportunistas, além

Benefíciosdos

Relacionamentos

Fatores Determinantes para a Formação dos

Relacionamentos

Gestão dos

Relacionamentos

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de favorecer o aumento de confiança e a manutenção do equilíbrio entre os participantes da rede;

Jiang, Li & Gao, 2008

Em outras palavras, as empresas escolhem as organizações com recursos e de boa reputação como parceiros;

Hernández, 2006 A informação e o conhecimento são insumos para aprendizagem, divulgação e formação de redes. O fortalecimento e a disseminação do poder aos participantes das redes é uma das características marcantes dessa nova estrutura organizacional;

Heikkinen & Tähtinen, 2006

O processo de formação da rede é dominado por três conjuntos de condições iniciais. Primeira condição inicial é a percepção dos atores de interdependência, que é desencadeado por mudanças no meio ambiente. Quanto mais semelhantes a percepção de interdependência, tanto mais as organizações estão dispostas a cooperar. A segunda condição inicial é a existência e reconhecimento de interesses comuns entre os membros potenciais da rede. Em terceiro lugar, a intervenção de um único ator mais forte, que chamamos de rede Webber pode desencadear o processo de formação da rede.

Peleias, Da Silva, Guimarães & Machado, 2007

Os empreendimentos motivados pela necessidade acabam imitando modelos de sucesso existentes. Nesse caso, a probabilidade de frustração é maior devido ao grau de dependência do empreendedor em relação à idéia original;

Begnis, Pedrozo & Estivalete, 2008; Smith & Lohrke, 2008

A confiança e o aprendizado são elementos centrais para a formação e para a sustentabilidade dos relacionamentos interorganizacionais

Goerzen, 2007 Na maioria das vezes na formação das redes as empresas entram com o mesmo capital, mesmo que, de fato as que mais têm propensão a contribuir sejam as de desempenho econômico inferior.

Fonte: Elaborado pelos autores

Atenta-se ainda que em relação a esse tema, que é por meio da cooperação que as

pequenas empresas podem alcançar alguns importantes ganhos, e.g., os derivados da

especialização; os obtidos pelo compartilhamento de custos relativamente fixos diante de suas

reduzidas receitas; e a assunção coletiva de atividades de Pesquisa e Desenvolvimento; e até

mesmo, a criação de bases coletivas para a exportação (Souza, Miglino & Bettini, 2005).

Os dados observados apontam que em relação ao tema gestão dos relacionamentos se

verifique o sucesso dos participantes e da rede em si, as sinergias obtidas, a transferência de

conhecimento, a inovação, a confiança nos relacionamentos, os custos de cooperação e os

custos de transação. Nesta ótica, tem-se Figura 8:

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Figura 8: Gestão dos relacionamentos

Autores Resultados PercebidosPereira, Venturini & Visentini, 2006;

As redes sem a geração de novos benefícios são apenas vantagens competitivas transitórias com pouca capacidade de inovação e predestinadas, desta forma, ao insucesso.

Swan & Scarbrough, 2005

O essencial para inovação em rede é que a sua coordenação ocorra durante todo o processo tanto no nível interpessoal, quanto no intra-organizacional e inter-organizacional.

Kratzer, Leenders & Engelen, 2005

Aponte-se aqui a importância das relações informais para o desempenho das equipes de inovação.

De Wever, Martens & Vandenbempt, 2005; Santoro, Borges & Rezende, 2006; Sengir, Trotter, Briody, Kulkarni, Catlin & Meerwarth, 2004; Mellat-Parast & Digman, 2007

A confiança influência na eficácia da rede, i.e., o sucesso das organizações em rede depende fortemente do grau de participação alcançado na realização de suas ações, e está sujeito ao desenvolvimento e à manutenção de relacionamentos fortes e produtivos entre os parceiros. Complementarmente, o sucesso das alianças, em primeiro lugar, deriva da formação de confiança entre os indivíduos de todos os níveis e hierarquias dentro da aliança;

Pesamaa & Hair Jr, 2007; Stephens, Fulk & Monge, 2009

A lealdade é mais importante do que amizade no desenvolvimento de estratégias de sucesso baseadas na cooperação. Desta forma, quando não está presente confiança nos relacionamentos, tenta-se erguer a confiança sob forma de contratos ou governança;

Kimura, Texeira & Godoy, 2006; Stallivieri, Campos & Britto, 2007

Quando o consenso entre os participantes é alto, a rede é mais densa, conduzindo a relacionamentos mais complexos tanto no ambiente interno de cada participante como na estrutura de toda a comunidade, podendo implicar sinergias e até mesmo inércia. Em contrapartida, as sinergias proporcionadas pela proximidade e pelas intensas interações entre os agentes podem possibilitar o desenvolvimento de um sistema produtivo localizado com forte potencial inovador;

Easterby-Smith, Lyles & Tsang, 2008; Tang, Mu & Maclachlan, 2008

O medo da perda do poder motiva as empresas a se proteger contra a transferência involuntária de conhecimento aos seus parceiros, tornando com isso a transferência de conhecimento inter-organizacional mais difícil do que a transferência de conhecimento intra-organizacional. Salienta-se que a velocidade de transferência de conhecimento e poder de influência dos indivíduos desempenham um papel dominante no processo de transferência de conhecimento;

Barra, Oliveira & Machado, 2007

Em uma rede horizontal que possibilita o desenvolvimento de capital social e da aprendizagem coletiva, verifica-se que essa configuração traz estabilidade institucional, gera confiança e reduz comportamentos oportunistas;

Ahuja, Polidoro Jr & Mitchell, 2009

As empresas mais centrais na rede são as primeiras a adotar e a perceber as inovações com mais eficiência do que os dirigentes das empresas não centrais e que adotem posteriormente essas inovações (Gomes e Guimarães, 2008). Entretanto, há que se ressaltar que níveis muito elevados de

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centralidade podem ter um impacto negativo sobre a formação de laços interorganizacionais.

White & Lui, 2005 Os custos de cooperação e os custos de transação afetam o nível de tempo e esforço de um gestor gasta em uma aliança.

Fonte: Elaborado pelos autores

Com relação ao tema benefícios dos relacionamentos, busca-se entender a importância

e os ganhos dos participantes permanecerem nessa configuração interorganizacional, nestes

termos na Figura 9 tem-se que:

Figura 9: Benefícios dos relacionamentos

Autores Resultados PercebidosHolanda, Guedes, Vasconcelos & Cândido, 2006

A configuração em redes de cooperação proporciona às empresas de um Arranjo Produtivo Local (APL) condições favoráveis a uma dinâmica ativa aos processos de criação e ampliação de seus conhecimentos;

Lima Filho, Maia, Sproesser & Moraes, 2006

Em redes do ramo varejista os principais benefícios auferidos são as economias de escala, o acesso a novos fornecedores e o aumento do portfólio de produtos;

Barbosa, Zilber & Toledo, 2009; Verschoore & Balestrin, 2008

A possibilidade de acesso a soluções destaca-se como o fator mais importante para os participantes de redes. Por outro lado, os elementos componentes que mais os predisporiam a obterem vantagens são: o enfoque em ganhos mútuos, a organização administrativa, o comprometimento e a cooperação para a obtenção de uma posição mais forte sem que ocorram perdas.

Magalhães, Daudt & Phonlor, 2009

Inicialmente o benefício para adesão às redes é o custo de capital e em um segundo momento pelas trocas de informações, melhoria em processos, expertise para obtenção de financiamento e maior aprendizagem do processo de governança.

Schreiner, Kale & Corsten, 2009; Dordourova, 2009

Verifica-se que a complementaridade entre os parceiros da rede tem impacto significativo sobre a capacidade de uma empresa para realizar ação conjunta com seus parceiros e clientes, proporcionando acesso ao conhecimento relevante a partir dessa relação. Neste sentido, a maioria das empresas reconhece a necessidade de substituir a abordagem oportunista de colaboração por meio de um cuidadoso planejamento, acompanhamento e coordenação. Mesmo as empresas que adotam uma abordagem ad hoc para parcerias, acabam percebendo que parcerias bem-estruturadas lhes permitem aproveitar melhor seus recursos e gerenciar seus mercados.

Muthusamy & White, 2005; Lui, 2009

Os intercâmbios sociais e a experiência do passado em relacionamentos interorganizacionais estão positivamente relacionados com a aprendizagem e transferência de conhecimento em alianças e, além disso, o compromisso recíproco é um fator explicativo para aprendizagem interorganizacional. Desta forma, o contrato formal está positivamente e significativamente relacionado

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ao acesso a conhecimentos e aquisição de conhecimento e também quanto mais tempo tem um relacionamento interorganizacional, mais forte é a associação entre competência e confiança na aquisição de conhecimento.

Fonte: Elaborado pelos autores

Os estudos ainda apontam que o tamanho da empresa não influência

significativamente no decorrer da aquisição do conhecimento nas Joint Ventures, mas que,

todavia, há um impacto de compatibilidade positiva e significativa da cultura organizacional

na aquisição de conhecimento (Park, Whitelock & Giroud, 2009), e que um elevado grau de

complementaridade de recursos com aliança parceiros será positivamente associado com o

desempenho de uma empresa quando os parceiros também têm alto status social (Lin, Yang &

Arya, 2009).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos artigos possibilitou estabelecer um panorama das pesquisas

classificadas no Qualis CAPES (tanto dos periódicos nacionais, quanto dos internacionais)

nos últimos seis anos (2004-2009). Esta configuração permite compreender os resultados

percorridos, os avanços atingidos, as possíveis lacunas, além de apresentar algumas propostas

de futuros trabalhos sobre o tema.

Há que se ressaltar que este corte longitudinal amparou-se em um período possível,

i.e., por acreditar-se que os textos a partir deste período representam o atual estado da arte

deste tema. Desta forma, tem-se a consciência que a contribuição central está em instigar os

acadêmicos dessa área a refletirem tanto sobre seus atuais estudos, quanto aos alinhamentos

de suas investigações futuras.

Apesar das várias contribuições que têm sido publicados sobre o tema, respostas às

questões de investigação interorganizacional, mais ressaltadas em nível nacional, apresentam

limitações específicas, como destaque, com referência aos diversos níveis de abordagens

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interorganizacional. Além destas limitações, as lacunas por estudos anteriores representam

desafios para futuras pesquisas.

Uma dessas lacunas está relacionada ao fato de que, apesar do desenvolvimento de

acordos de cooperação de vários tipos, na prática, a literatura tem negligenciado a avaliação

das eficácias das diversas formas de governança. Análise de outras formas possíveis

interorganizacionais a jusante da cadeia de valor, que completaria os resultados alcançados até

agora, com referência às relações a montante da cadeia de valor, que oferecem a oportunidade

de observar e comprovar a possibilidade de novas combinações e configurações de soluções

estratégicas interorganizacionais.

Outra lacuna na literatura é devido ao foco principal dos acordos caracterizados por

uma empresa mais poderosa em relação a outros parceiros (mesmo em redes de cooperação).

O papel dos mecanismos de controle em várias formas ainda é mal compreendido. Outra

contribuição importante seria a identificação de problemas e soluções relacionados com a

gestão em contextos onde não existe, a priori, nenhuma empresa dominante pode escolher

qualquer opção contra os interesses e a vontade dos outros parceiros. Em outras palavras,

identificar e ponderar a relação custo versus benefícios dos agentes nos relacionamentos.

Outra questão que merece reflexão é a de confiança. A literatura existente tem

mostrado como é difícil construir a confiança em relacionamentos interorganizacionais. Por

exemplo, quando se inicia um relacionamento, duas empresas que não estão acostumados uns

com os outros pode ter alguns problemas de confiança. A partir dessa situação, eles poderiam

decidir não formalizar o seu acordo para permanecer flexível e ter a possibilidade de sair do

relacionamento, ou a iniciarem imediatamente um contrato formal que garanta um deles

contra o comportamento oportunista. No primeiro caso, com o passar do tempo, a relação

pode evoluir para uma associação de cooperação complexa com um alto nível de

comprometimento dos recursos e uma elevada formalização das condições de troca. No

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segundo caso, como parceiros para conhecer uns aos outros e ao potencial de oportunismo

diminui, o acordo formal assinado no início poderia diminuir em importância. Ao estudar as

relações em um determinado ponto no tempo estas peculiaridades podem ser completamente

perdidas.

Finalmente, mais estudos com ênfase em processos dinâmicos são necessários. Nos

estudos nacionais poucos são os trabalhos que estudaram os relacionamentos em setores

dinâmicos. Dessa forma, a perspectiva básica dos parceiros está baseada na redução dos

custos de transação. De fato, os relacionamentos podem ser esperados para mudar todo o seu

ciclo de vida, levando a trajetórias opostas, embora o ponto de partida possa ter sido o mesmo.

Em conclusão, ao reconhecer as realizações de pesquisas anteriores, abordando as limitações

e as lacunas neste trabalho, os pesquisadores podem fornecer novas respostas às perguntas

ainda não resolvidas por contribuições anteriores, e gerar novas perguntas cujas respostas

poderiam favorecer o desenvolvimento de uma abordagem mais coesa para relacionamentos

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