vidas secas
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Vidas secas
Sobre a obra
Publicação: 1938; Escola literária:
Modernismo; O que retrata?O impacto da seca sobre os retirantes; Classificação: Romance de ficção.
Conquistando destaque na cultura brasileira, tem mantido sucesso de público e de crítica desde a 1ª
edição.
Quem é Graciliano Ramos?
Graciliano Ramos, autor de Vidas Secas, foi um
importante romancista, jornalista, político e
cronista do século XX, merecendo destaque por obras que denunciavam a situação de miséria vivida
por grande parte dos nordestinos. Nascido em Quebrângulo – AL (1892), morreu no Rio de Janeiro
(1953).
Momento literário
Vidas secas pertence à segunda fase do modernismo, o
regionalismo;
Romancistas olhavam com olhos críticos a realidade brasileira, principalmente a do Nordeste.
Enredo
Narra o episódio de uma família de retirantes em busca de um
lugar que lhes ofereça meios de melhorar suas condições de vida.
“Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os
infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos.
Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra.”
(RAMOS, Graciliano. Vidas secas)
Enredo
Depois de um longo percurso, os retirantes encontram uma fazenda
abandonada. Eles então se aproximam e adentram;
Durante o período na fazenda, as personagens vão se dando conta de
como o mundo é injusto;
Com o aparecimento das “aves de arribação”, Fabiano e sua família
deixam a fazenda.
EnredoA volta à estrada é o clímax da história, assim
narrada:
“ (...) Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a catinga amarela. No céu azul, as últimas arribações tinham desaparecido.
Pouco a pouco, os bichos se finavam, devorados pelo carrapato. E Fabiano
resistia, pedindo a Deus um milagre. Mas quando a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem
com a mulher, matou o bezerro morrinhento que possuíam, salgou a carne, largou-se
com a família, sem se despedir do amo. Só lhe restava jogar-se ao mundo,como negro fugido.” (RAMOS, Graciliano. Vidas secas)
PersonagensSão basicamente cinco:
Fabiano: Pobre pai de família; comparado a bicho;
Sinha Vitória: Esposa de Fabiano; a mais esperta da família;
O filho mais velho: Garoto curioso, que tem apenas Baleia como amigo;
O filho mais novo: Quer ser igual ao pai; Baleia: Animal de estimação da família; é mais a mais humanizada das personagens.
PersonagensSobre Baleia, a mais importante das
personagens, diz-se:
“(...) Todos o abandonavam, a cadelinha era o único vivente que lhe mostrava
simpatia. Afagou-a com os dedos magros e sujos, e o animal encolheu-se para sentir bem o contato agradável, experimentou
uma sensação como a que lhe dava a cinza do borralho.” (RAMOS, Graciliano. Vidas
secas)
Características literárias Regionalismo: Nordeste;
Análise psicológica;
Ficção precisa, de grande força estética;
Visão documental do impacto da seca e dos retirantes;
Frases curtas, pontuação precisa, inexistência de diálogos;
Interjeições, exclamações, onomatopéias.
Narrador, espaço, tempo Narrador onisciente, presente até
mesmo no interior das personagens; A obra é ambientada no sertão
nordestino; Não há referência exata ao tempo
em que se passa a história.
Crítica
A obra de Graciliano pode ser considerada um marco para a literatura brasileira, visto que há implícita uma crítica social a toda pobreza no sertão nordestino, que atinge
uma boa parcela da população.
“Graciliano optou pelo mais honesto: escrever sobre o seu Nordeste. Graciliano identificava as personagens de Vidas
secas mostrando que saíram de sua família, logo, a obra tem no lastro biográfico a sua força original.”
Affonso Romano de Sant´Anna, Veja